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JORNAL DA AJURIS Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul Ministra Cármen Lúcia fala sobre Pacto Federativo, na ESM Atendendo a convite da AJURIS, a ministra do STF Cármen Lúcia esteve na Escola Superior da Magistratura (ESM), onde falou a respeito do Pacto Federativo, tema que voltará à discussão durante o Congresso da Associação a ser realizado em setembro deste ano. (página 5) Conselho Deliberativo do IPE começa a mostrar força Em pouco mais de cinco anos de atividades, o órgão vem chamando a atenção e conquistando reconhecimento na sociedade e entre as autoridades do setor público. (Página 7) Por dentro das paredes da Fase Em visita ao Estado, representantes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) teceram críticas às falhas de estrutura nas unidades da Fase, mas reconheceram a boa atuação da Magistratura gaúcha reforçando que o Estado está na vanguarda do atendimento à Infância e Juventude. (Páginas 8 e 9) Mauricio Macedo Mauricio Macedo Elaine Carrasco Ano XV Nº 272 Janeiro/fevereiro e março 2011

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JORNAL DA AJURISAssociação dos Juízes do Rio Grande do Sul

Ministra Cármen Lúcia fala sobre Pacto Federativo, na ESM

Atendendo a convite da AJURIS, a ministra do STF Cármen Lúcia esteve na Escola Superior da Magistratura (ESM), onde falou a respeito do Pacto Federativo, tema que voltará à discussão durante o Congresso da Associação a ser realizado em setembro deste ano.

(página 5)

Conselho Deliberativo do IPE começa a mostrar forçaEm pouco mais de cinco anos de atividades, o órgão vem chamando a atenção e conquistando reconhecimento na

sociedade e entre as autoridades do setor público.(Página 7)

Por dentro das paredes da FaseEm visita ao Estado, representantes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) teceram críticas às falhas de estrutura nas unidades da Fase, mas reconheceram a boa atuação da Magistratura gaúcha reforçando que o Estado está na vanguarda do

atendimento à Infância e Juventude.(Páginas 8 e 9)

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Ano XV Nº 272Janeiro/fevereiro e março 2011

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JORNAL DA AJURIS

Expediente

Associação dos Juízes do Rio Grande do SulPresidente: João Ricardo dos Santos CostaVice-presidente Administrativo: Benedito Felipe Rauen FilhoVice-presidente de Patrimônio e Finanças: Pio Giovani DreschVice-presidente Cultural: Dulce Ana Gomes OppitzVice-presidente Social: José Antônio Azambuja Flores

Jornal da AJURISEdição: Elaine Carrasco – Reg. Prof. 7535Diretora de Comunicação: Maria Lucia Boutros Buchain Zoch RodriguesSubdiretor de Comunicação: Cláudio Luís MartinewskiConselho de Comunicação: Carlos Alberto Etcheverry, João Armando Bezerra Campos, Túlio de Oliveira Martins e Leoberto Narciso BrancherJornalista-chefe: Ivana Ritter Equipe de jornalismo: Carolina Grigol, Elaine Carrasco e Maurício MacedoEditoração eletrônica: Margit MelchiorsTiragem: 2.000 exemplaresEndereço: Rua Celeste Gobbato, nº 81 – Praia de Belas – Porto Alegre/RS – CEP 90110-160 – Telefone: 51 3284-9100 Fax: 51 3284-9132E-mail: [email protected] – Site na Internet: www.ajuris.org.br

Estão confirmados os nomes dos desembargadores José Aquino Flôres de Camargo (1º vice-presidente do TJRS) e Marcelo Bandeira Pereira como candidatos a sucessores de Leo Lima na Presidência do Tribunal de Justiça do RS.

O pleito será realizado em 19 de dezembro deste ano.Confira o currículo dos candidatos:

Desembargador José Aquino Flôres de CamargoNaturalidade: Porto Alegre, RS.Graduou-se pela Faculdade de Direito da UFRGS,

no ano de 1979.Assumiu como Pretor em 1980, sendo designado

para atuar na Comarca de Tramandaí. Tornou-se Juiz de Direito em 1982, tendo atuado nas Comarcas de Guarani das Missões, Sobradinho, Rio Grande e Porto Alegre, onde foi titular do 1º Juizado da 1ª Vara da Fazenda Pública e 11ª Vara Cível. Foi Juiz-Corregedor. Promovido a Desembargador no Tribunal de Justiça em julho de 1998.

É professor na Escola Superior da Magistratura, onde leciona as disciplinas de Prática de Processo Penal e Direito Administrativo. Exerceu a Direção do Departamento de Valorização Profissional da AJURIS. Foi vice-presidente administrativo, 1º Vice-Presidente da entidade. Presidiu a AJURIS de 2002 a 2004.

Presidente do Conselho de Administração, Planejamento e Gestão (Conad) do TJ nas gestões 2006-2008 e 2008-2010.

Eleito 1º Vice-Presidente do Tribunal de Justiça para o biênio 2010-2012.

Desembargador Marcelo Bandeira PereiraNaturalidade: Porto Alegre, RS Data de nascimento: 18/04/1953Formado em Direito pela PUC-RS, em 1976.Nomeado Juiz de Direito em 1978, atuou nas Comarcas de Alvorada,

Campo Novo, Garibaldi, Guaporé, São Luiz Gonzaga, Caxias do Sul, Canoas e Porto Alegre.

Foi Juiz-Assessor da Presidência do Tribunal de Justiça. Promovido a Juiz do Tribunal de Alçada em 1992 e a Desembargador do Tribunal de Justiça em março de 1998. Antes de ingressar na magistratura, foi Secretário-Adjunto, Secretário de Câmara, Secretário da Presidência e Diretor-Geral do Tribunal de Alçada.

No biênio 2002/2003 atuou como Corregedor-Geral da Justiça.

A partir de 2004 passa a integrar e a Presidir a 7ª Câmara Criminal.

Atuação no Tribunal Regional Eleitoral/RS: Biênio: 30/05/06 a 29/05/08

- Vice-Presidência e Corregedoria: 30/05/06 a 30/05/2007

- Presidência: 31/05/2007 a 29/05/2008Em dezembro de 2009 passou a

integrar a 4ª Câmara Criminal.

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Sucessão de Leo Lima tem dois nomes

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screvo este editorial justamente em momento que a Magistratura sofre vil ataque, acusações infundadas e irresponsáveis propaladas pelo Deputado Marchezan, que repercutiram em grande dimensão, especialmente em razão da nossa história de retidão e lisura, como também pelo

nosso trabalho, nacionalmente reconhecido. Como integrante desta Magistratura, ao lado do sentimento de indignação e, porque não admitir, de tristeza, acresço as dificuldades decorrentes da sobrecarga de trabalho, dos parcos recursos humanos de que dispomos em nossos cartórios e gabinetes -, destaco aqui as limitações impostas pela lei de responsabilidade fiscal -, do incremento das demandas, sem esquecer, por fim, a natural e permanente angústia de decidir e bem decidir. Poderia prosseguir nesta lista e nada mais precisaria dizer, pois ocuparia todo o espaço destinado a este editorial. Porém, sou otimista, acredito em nós, no nosso trabalho e na nossa capacidade de superação. Prova desta capacidade é o trabalho de inúmeros colegas na busca de soluções alternativas para os conflitos, nos projetos inovadores, tal como o das ações coletivas, no desenvolvimento de técnicas de administração judiciária e tantas outras iniciativas que fazem do Poder Judiciário gaúcho um precursor, sendo, ainda, reconhecido como o mais produtivo e confiável do país. Também por esses motivos, entendo que a nossa remuneração deva ser equivalente à remuneração dos demais magistrados brasileiros, bem como que nos sejam estendidos todos os direitos já reconhecidos para as demais carreiras jurídicas de Estado. Por isso, eu e os demais colegas do Conselho Executivo da Ajuris lutamos - e continuaremos apoiando a luta de quem nos suceder - por uma remuneração mais justa e compatível com o nosso trabalho e responsabilidades. Porém, não é só esta a nossa tarefa. Ao lado da luta pelos direitos remuneratórios, queremos continuar proporcionando momentos de confraternização e lazer; continuar fomentando discussões e sendo palco de debates nas mais diversas áreas do conhecimento; continuar sendo protagonistas na defesa intransigente dos direitos de todos os cidadãos, pois, impositivo reconhecer que a missão da nossa Associação ultrapassa as fronteiras do conjunto dos magistrados, pensionistas e familiares. Também sabemos que não temos a unanimidade dos colegas quanto à forma que estamos conduzindo a Associação e nem isso queremos. A divergência nos aprimora. Entretanto, também devemos ter a noção de que passamos e a Ajuris segue; a noção de que, embora tenhamos disputas internas, salutares ao convívio associativo, temos grandes missões externas que nos exigem a unidade na defesa dos nossos princípios, na preservação da imagem da Magistratura gaúcha e da Ajuris, a qual foi conquistada com o trabalho de tantos homens e mulheres dignos e brilhantes que nos antecederam e nos acompanham. Representamos a Ajuris, mas não a esgotamos. Cientes dessa missão e buscando bem desempenhá-la, apresentamos nesta edição as atividades realizadas pela Associação nestes últimos três meses, com especial destaque para o evento com a Ministra Carmem Lúcia, que também oportunizou uma visita ao Foro Central, para que esta pudesse conhecer um pouco da nossa realidade e dos trabalhos que estamos desenvolvendo. Ainda, dela obtivemos a promessa de retorno para o nosso Congresso, que será realizado nos dias 29/09 a 1/10/2011, em Gramado. Agendem-se.

Dulce Oppitz - Vice-presidente Cultural

Queridos amigos, colegas magistrados e pensionistas,

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Infância e Juventude

JORNAL DA AJURIS

Central de Práticas Restaurativas completa um ano

om um ano de implantação – e a primeira a ser institucionalizada no Brasil - a Central de Práticas Restaurativas do Juizado da Infância e Juventude de Porto Alegre fechou 2010 com um total de 496 casos recebidos e com 93% (461) deles finalizados.

“Foi um ano de várias experiências exitosas e positivas”, lembra a coordenadora das atividades, a juíza Vera Lúcia Deboni.

O relatório do primeiro ano da Central demonstra que os atos com maior incidência envolveram tráfico de drogas, roubo/roubo qualificado, e lesões corporais. Aponta ainda que no período atual, a equipe permanece com cerca de 30 casos em andamento.

A magistrada ressalta a importância das práticas de Justiça Restaurativa (JR). Em alguns casos, a situação é resolvida por meio do Procedimento Restaurativo, evitando-se o processo judicial. “Por intermédio do diálogo, adolescente, famílias e vítimas construíram acordos, algumas vezes com tarefas

simples, mas de grande significado para os participantes, em que foi possível perceber a responsabilização de todos”, conta a magistrada, que também é presidente do Conselho Deliberativo da AJURIS. Segundo Vera Deboni, os jovens atendidos na Central têm conseguido, em sua maioria, manter-se integrados em atividades socioeducativas, não retornando ao Sistema de Justiça da Infância e Juventude.

O trabalho, articulado pela AJURIS, é constituído por um conjunto de iniciativas da Justiça da Infância e da Juventude, tendo como coordenador, desde a sua criação, o juiz Leoberto Brancher.

“A Justiça Restaurativa humaniza as pessoas e modifica as relações entre as pessoas”, menciona o relatório. “Muitas foram as situações em que a vítima se envolveu na busca de soluções para ajudar os ofensores. Assim, a transformação das pessoas acontece, a compreensão do fato é esclarecida, a responsabilização ocorre por parte de todos, possibilitando a restauração das relações entre os envolvidos.”

O modelo vem despertando interesse de outros Estados brasileiros e tem sido referência indiscutível no Rio Grande do Sul, onde nasceu sob iniciativa da AJURIS.

A juíza Lilian Paula Franzmann, pós-graduada na área da criança e do adolescente, está na Magistratura há nove anos e meio. Na sua primeira Comarca, em Santiago, criou uma ONG chamada Casulo, responsável pela execução de medidas socioeducativas em meio aberto. “A partir desse trabalho – e da minha predileção pelo tema Infância e Juventude – comecei a perceber o grande número de boletins de ocorrência que vinha ao Juizado, decorrente de situações de violência na escola”, relata a magistrada, alegando que percebeu que a entrega do caso ao Judiciário apenas acirrava os ânimos dos envolvidos, culminando, na maior parte das vezes, na exclusão de um dos alunos da

Há pouco mais de três anos na Vara da Infância e Juventude de Santa Maria, a magistrada firmou parceria com os Promotores da área e iniciou-se um ciclo de palestras envolvendo todos os professores das redes públicas de ensino municipal e estadual. “O projeto realizou capacitações em Santa Maria e no fim do ano passado firmamos um convênio com o Justiça 21, município e Secretaria Estadual de Educação para que pudéssemos iniciar o projeto por aqui”, diz, otimista. A execução do trabalho depende de recursos a serem liberados pelo conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente (Comdica).

“Acredito na utilização de práticas restaurativas, especialmente a comunicação não-violenta, como forma de prevenir e evitar que

Modelo é utilizado para solucionar casos de violência nas escolasescola. “O mal-estar decorrente da violência era tamanho, que um dos envolvidos ou a família deles optava por se retirar da escola”, constata.

Em 2004, Lilian Paula descobriu a Justiça Restaurativa como alternativa de enfrentamento da violência até mesmo no ambiente escolar, e conheceu o projeto Justiça para o Século 21. “Me apaixonei pelo tema, fiz algumas capacitações em Porto Alegre, e passei a aplicar, ainda que informalmente, as suas técnicas no município”.

Quando deixou Santiago, ficou um ano em Jaguari onde fez pesquisa de campo na escola estadual do município, realizando alguns círculos restaurativos. Na época, a magistrada estava concluindo sua pós-graduação cujo tema da monografia era Práticas Restaurativas nas Escolas.

Santa Maria implantará o projeto a partir de marçoesses casos cheguem até o Judiciário. Como tive a oportunidade de desenvolver algumas técnicas na prática dentro de escolas, pude perceber que quase sempre o agressor é capaz de mudar suas atitudes quando possibilitado que ouça e entenda o que o ato de violência praticado causou na vítima. A dor da vítima - e não o ódio e a acusação - é um elemento poderoso para desenvolver a empatia daquele que a agrediu que, então, passa a ter uma mudança de atitude. O agressor, por outro lado, não pode ser visto simplesmente como um “vilão” ou uma “entidade maligna”, porque é um ser humano e quase sempre também está envolvido em um contexto de violência (muitas vezes doméstico) que precisa ser entendido e atendido”, conclui a juíza.

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Ações coletivas

Ministério da Justiça aprova cadastro nacional

Secretaria de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça emitiu parecer favorável a um projeto de lei instituindo o cadastro nacional de ações coletivas no Brasil. A minuta do PL foi encaminhada pelo Grupo de Trabalho (GT) das Ações Coletivas do

Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e mereceu poucos reparos. O projeto deverá ser encaminhado pelo Poder Executivo ao Congresso Nacional.

O objetivo do banco de dados é dar maior racionalidade no julgamento das ações coletivas, evitando a repetição de processos sobre o mesmo assunto e com as mesmas partes. Com o uso da tecnologia na identificação desses casos, os processos podem ter solução conjunta.

Enquanto a proposta de projeto de lei tramita no Executivo, o CNJ e o Conselho Nacional do Ministério Público trabalham na elaboração de resolução conjunta para dar existência ao cadastro nacional de ações coletivas. “A resolução visa criar requisitos técnicos e operacionais para instituir o sistema de

Política Nacional de ConciliaçãoRicardo Pippi Schmidt também participa de outro grupo de trabalho no

Conselho, presidido pela conselheira Morgana Richa, responsável pelo planejamento de medidas favoráveis à conciliação no Poder Judiciário. O GT elaborou a Resolução 125, que institui os núcleos e centrais de conciliação em todo o País.

De acordo com a resolução, os tribunais deverão instituir e manter um banco de dados sobre as atividades de cada centro de conciliação. As informações coletadas serão compiladas e monitoradas pelo CNJ que, por sua vez, criará o “Portal da Conciliação”, a ser disponibilizado no site do órgão na internet.

Para o CNJ, a Política Nacional de Conciliação objetiva a boa qualidade dos serviços jurisdicionais e a intensificação, no âmbito do Judiciário, da cultura de pacificação social. Neste sentido, serão observadas a centralização das estruturas judiciárias, a adequada formação e treinamento de servidores, conciliadores e mediadores para esse fim, assim como o acompanhamento estatístico específico.

Para a implantação da política, o CNJ estabelece que seja constituída uma rede formada por todos os órgãos do Poder Judiciário, entidades parceiras, universidades e instituições de ensino.

O trabalho permitirá o estabelecimento de diretrizes para implantação de políticas públicas que tracem caminhos para um tratamento adequado de conflitos e, também, o desenvolvimento de conteúdo programático e ações voltadas para a capacitação, em métodos consensuais, de solução de conflitos por parte de servidores, mediadores e conciliadores.

prevenção de ações coletivas”, afirma Felipe Locke Cavalcanti, conselheiro do CNJ e presidente do GT.

O diretor da Escola Superior da Magistratura da AJURIS, Ricardo Pippi Schmidt, faz parte do grupo de trabalho que se reúne em Brasília. “Esta resolução é importante porque integra não só as informações das ações coletivas dos diversos Tribunais de Justiça do País, como também os inquéritos civis e termos de ajustamento de conduta instaurados pelo Ministério Público, o que permitirá aos operadores obterem dados a respeito de demandas envolvendo o mesmo tema, evitando assim a proliferação de ações idênticas”, explica.

O cadastro, que deverá ser alimentado de forma automatizada, contribuirá para desafogar o Judiciário e dar maior agilidade na solução dos processos coletivos, principalmente nas áreas de telefonia, saúde e meio ambiente. O GT deve concluir suas atividades ainda no mês de março, encaminhando a proposta para aprovação do Plenário do CNJ.

A proposta visa reunir as ações que versam sobre as mesmas reclamações e solucioná-las com uma única decisão. Por exemplo, as 80 mil ações dos planos econômicos poderiam ser resumidas a 11

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JORNAL DA AJURIS

Palestra

Presidente João Ricardo (c) exaltou atuação da magistrada do Supremo Tribunal Federal

Pacto Federativo: país precisa aprofundar o debate, na opinião da ministra Cármen Lúcia

discussão sobre que tipo de Federação o Brasil quer ser é urgente e necessária. Um movimento para aprofundar este debate deve partir do Rio Grande do Sul e ganhar o País. As afirmações

são da ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha, do Supremo Tribunal Federal (STF), que esteve em Porto Alegre no mês de março a convite da AJURIS.

A magistrada falou falou sobre Democracia e Pacto Federativo no auditório da Escola Superior da Magistratura (ESM). Na ocasião, o presidente da Associação, João Ricardo dos Santos Costa, lembrou a participação da ministra em campanhas pelos direitos sociais no Estado. Salientou que o

assunto da palestra também será tema do IX Congresso Estadual de Magistrados, que ocorrerá no mês de setembro, em Gramado.

Cármen Lúcia abriu a explanação destacando o histórico de contribuições que o Rio Grande do Sul tem prestado ao Direito, fazendo o País avançar positivamente. Também comentou que as

lutas pelos valores federativos no Brasil tiveram início em território gaúcho. “Mesmo assim, a sociedade brasileira discutiu muito pouco sobre Federação. Há apenas um discurso vazio e retórico sobre República, mas não se fala em Federação.”

Na visão dela, a centralização do poder está no centro dos embates políticos há um longo tempo. “Aqui no Rio Grande do Sul, desde o fim

do Império e o início da República”. A ministra explicou que o modelo federativo brasileiro foi criado a partir de uma cópia da Constituição dos Estados Unidos. “No entanto, por lá, a autonomia dos estados veio antes. Aqui, tentaram fazer a mesma coisa, até mesmo colocando o nome

de Estados Unidos do Brasil. Mas o modelo que existia era bem diferente.”

“Isso colocou o País numa camisa-de-força”, argumenta a magistrada. “Nunca paramos para discutir que tipo de Federação queremos ser. Éramos um Estado unitário e não houve nenhum pacto federativo em nossa história. Hoje, temos que pular etapas até chegarmos a uma Federação colaborativa”.

Para a ministra, a ausência de autonomia financeira nos estados e municípios é um dos impeditivos para o Brasil implantar, realmente, uma Federação. “É por isso que a tão sonhada reforma tributária é tão dificíl de ser realizada. Desde o governo de Juscelino Kubitschek se fala nisso, assim como na reforma política”. Apesar do longo tempo, apenas na Constituição de 1988 é que o sentido de Federação foi resgatado no texto constitucional. “Houve um reforço na forma federativa do Estado brasileiro, com destaque para a importância dos municípios”.

Outro ponto abordado por Cármen Lúcia foi a chamada “morosidade” do Poder Judiciário. “Tem que ter uma explicação objetiva para isso. A quem interessa, é a pergunta que me faço. Se não houver nenhum interesse, nada na vida se mantém”.

Segundo a ministra, a parte que está perdendo tenta sempre fazer de tudo para impedir que o processo chegue ao fim. Para que isso se encerre, ela sugere o fortalecimento das decisões dos Tribunais de Justiça (TJs). “Muitas coisas deveriam ser resolvidas no plano estadual, sem a necessidade de federalização”, concluiu.

Além da ministra e do presidente João Ricardo, fizeram parte da mesa no evento o diretor da ESM, Ricardo Pippi Schmidt, e o conselheiro Paulo Tamburini, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Cármen Lúcia visitou, ainda, a 16ª Vara Cível, onde foi acompanhada também pelo diretor do Foro Central de Porto Alegre, Alberto Delgado Neto e pela vice-presidente Cultural da AJURIS, Dulce Oppitz.

Cármen Lúcia abordou as dificuldades em garantir autonomia financeira aos entes federados

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om o salão Negrinho do Pastoreio completamente lotado, o governo do Estado realizou a solenidade de instalação do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social do Rio Grande do Sul (CDES-RS) no mês de março. Além dos 90 conselheiros e conselheiras, o Palácio Piratini recebeu secretários estaduais,

parlamentares e integrantes do Conselhão nacional, entre eles o presidente da AJURIS, João Ricardo dos Santos Costa, cuja representação da entidade foi uma das primeiras a serem convidadas logo no início da nova gestão.

A cerimônia foi aberta pelo secretário-executivo do CDES-RS, Marcelo Danéris, com a participação do governador Tarso Genro. “Ao invés de tomar decisões sozinho, ou em conjunto com poucos secretários, o governador propõe-se a ouvir um conselho amplo, antes de enviar um projeto para Assembleia Legislativa. Isto é um valor a firmar-se no Rio Grande do Sul”, destacou. Segundo ele, ninguém terá de abrir mão de ideais e convicções. “Os conselheiros vão colocar suas experiências profissionais e pessoais para pensar o futuro do Estado.”

O governador destacou o caráter de consultoria superior do Conselhão gaúcho. Tarso Genro também valorizou a importância da pluralidade de ideias dos participantes. “Ninguém precisa abdicar da sua trajetória, da sua ideologia política e, muito menos, de sua inteligência”, explicou o chefe do Executivo estadual.

Entre os temas em debate nesse conselho estarão as possíveis mudanças na Previdência Pública do Estado. “Haverá paridade, mas nosso interesse é produzir consensos. Não haverá definições por votação”, esclareceu Tarso no primeiro encontro com a Presidência da AJURIS para falar sobre o assunto.

Após a cerimônia, o CDES-RS realizou a primeira reunião. Depois da aprovação do termo de referência e do regimento interno, Tarso Genro apresentou o texto da Carta de Concertação, documento que será discutido e deverá ser aprovado no próximo encontro, previsto para maio. “O Conselho terá um papel importante e fundamental. Tenho certeza que o Rio Grande do Sul dará mais um exemplo ao Brasil. Será uma estrutura coletiva de consultoria superior do governador, apontando caminhos para a solução de importantes temas”, explicou o governador, antes de citar a questão dos pedágios e do transporte coletivo metropolitano entre as prioridades a serem discutidas pelo grupo.

Conselhão

Orgão de consulta e assessoramento do chefe do Executivo gaúcho, o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social é composto por 90 conselheiras e conselheiros de diferentes segmentos da sociedade, além de 11 integrantes do Governo do Estado. Com um caráter plural, terá o papel de analisar, debater e propor diretrizes para promover o desenvolvimento econômico e social do Rio Grande do Sul.

Segundo o secretário Danéris, a entidade irá garantir a existência do diálogo necessário “na busca da concertação”. As câmaras temáticas vão alimentar as discussões do plenário, que irá se reunir a cada dois meses com a presença do governador ou do vice, Beto Grill. O mandato de cada conselheiro será de dois anos.

Administração

CDES-RS abre discussão sobre futuro do Estado

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João Ricardo integrou o corpo de conselheiros empossados

Cerimônia aconteceu no Salão Negrinho do Pastoreio

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Previdência

riado no fim de 2005, o Conselho Deliberativo (CD) do Instituto de Previdência do Estado (IPE) ainda luta para fazer valer suas atribuições legais. Em pouco mais de cinco anos de atividades, o órgão vem chamando a atenção e conquistando reconhecimento

na sociedade e entre as autoridades do setor público.“É um espaço de discussão muito importante, por onde

passa a análise da proposta orçamentária do Instituto, antes mesmo de ser encaminhada à Assembleia Legislativa”, explica o subdiretor do Departamento Extraordinário de Previdência da AJURIS, Cláudio Luís Martinewski, que representa o Poder Judiciário no Conselho do IPE.

Recentemente, o CD deu uma demonstração de força ao analisar o projeto de lei 58/2011, enviado pelo governador Tarso Genro ao Legislativo, criando cargos de confiança e funções gratificadas dentro do quadro de CCs e FGs do IPE. Martinewski foi o relator do processo administrativo, que decidiu enviar um pedido formal, ao Parlamento, solicitando a íntegra do PL. “Os elementos que chegaram até nós, não nos permitiram saber se foram adotadas as providências decorrentes do sistema de controle de gestão fiscal. É preciso que estejam descritas no texto as exigências que estão incluídas tanto na Constituição Federal quanto na Estadual, e também na Lei de Responsabilidade Fiscal e na Lei de Diretrizes Orçamentárias.”

Martinewski acrescenta ainda, que é competência do CD aprovar as propostas orçamentárias, as alterações, e os créditos adicionais. “Isto legitima o Conselho a agir em defesa da regularidade da gestão fiscal, como no caso da criação de novos cargos. A ausência de observância das normas de gestão e controle fiscal, em tese, implicam

defeito do ato legislativo, que deverá ser sanado via ação própria”. Segundo ele, se o PL não estiver de acordo com o que diz a lei, o CD poderá representar, no Ministério Público, para que se adotem as medidas legais cabíveis.

O conhecimento adquirido por Martinewski na área da Previdência tem ajudado o Conselho do IPE a conquistar autonomia. “Para nós, a participação dele é de extrema necessidade. Mesmo sendo um representante do Estado, no caso o Tribunal de Justiça, pode-se dizer que é um representante dos segurados, pois como magistrado estadual também é um deles. Aqui dentro, sempre pautou sua postura pela legalidade e pela constitucionalidade. Admiramos e respeitamos ele por esta postura técnica e isenta na defesa do Instituto”, afirma o Conselheiro Paulo Roberto Campos, representante da União Gaúcha (UG) em Defesa da Previdência Pública e Social.

Para o presidente do Conselho, Carlos Alberto Azeredo, ter um conselheiro com formação jurídica é muito importante. “As questões suscitadas aqui, sempre são decorrentes da lei ou de sua interpretação. Por isso, ficamos felizes que o Judiciário indique um magistrado com esta qualidade técnica

para ser conselheiro, assim como já tivemos também o desembargador Eduardo Uhlein”. Uhlein, registre-se, é diretor do Departamento Extraordinário de Previdência da AJURIS.

Já o presidente da Associação, João Ricardo dos Santos Costa, salienta que a escolha de Martinewski para o Conselho do IPE foi uma decisão acertada do Poder Judiciário gaúcho. “É um grande quadro da Magistratura, com importante acúmulo na área de Previdência, que poderá contribuir muito com as questões internas do Instituto”, afirma João Ricardo, que também preside a UG.

Por dentro do CD

Além de reestruturar o IPE, a Lei nº 12.395, de 15 de dezembro de 2005, também criou o Conselho Deliberativo. Com reuniões semanais, o órgão paritário é composto por 12 integrantes. Metade do grupo é formada por representantes dos Poderes (Legislativo, Executivo, Judiciário e Ministério Público). A outra metade vem dos próprios segurados, que são indicados pela União Gaúcha, pela Federação Sindical dos Servidores Públicos do Estado do Rio Grande do Sul (Fessergs) e pelo Centro de Professores do Estado do Rio Grande do Sul (CPERS/Sindicato).

Os conselheiros são responsáveis por debater e aprovar, entre outros temas:

• as linhas gerais de atuação do Instituto;• a indicação dos diretores de Saúde e Previdência do IPE;• a adoção de novos planos de benefícios (inclusive complementares), serviços ou alteração dos vigentes; • a celebração de contratos de operações de crédito;• o balanço geral anual e o relatório de gestão;• a prestação de contas anual a ser remetida ao Tribunal de Contas do Estado.

Conselho Deliberativo do IPE começa a mostrar força

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Justiça para os Jovens

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Solidão compartilhada

O ginásio cercado pelas grades

JORNAL DA AJURIS

A avaliação das unidades gaúchas de internação de adolescentes em conflito com a lei foi concluída em fevereiro, quando o Poder Judiciário recebeu um relatório parcial elaborado pela equipe do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que visitou o Rio Grande do Sul e conheceu as unidades da Fase, acompanhada na Capital gaúcha pela juíza do 3º Juizado da Infância e da Juventude, Vera Lúcia Deboni. Entre outras informações que integram o relatório (ver página ao lado) o tráfico de drogas é apontado como uma das principais causas que levam os jovens a cumprir medidas socioeducativas.

A informação é do diretor do Centro de Atendimento Sócio-Educativo (Case 1) de Porto Alegre. De acordo com Jacob Lunardi Baumgartner, 95% dos internos do local têm envolvimento com este tipo de crime - o crack é o entorpecente predominante.

ão são necessárias muitas perguntas. As histórias são bem parecidas. Trilham um caminho que passa pela desestruturação familiar, o abandono – nem

sempre oficializado - , as drogas, o assalto a mão armada e, por fim, a Fundação de Assistência Sócio-Educativa (Fase) que é a parada obrigatória para o adolescente que entrou em conflito com a lei.

No mais cruel dos abandonos institucionalizados, as celas frias, a falta de um amigo e a inexistência de uma referência familiar são, na maioria das vezes, os elementos que esses jovens têm para rever escolhas que podem transformar para sempre as suas vidas: para o bem, ou para o mal.

Nos corredores pouco aconchegantes do Case 1, na Vila Cruzeiro, em Porto Alegre, a frieza das grades e do esquema de segurança pronto para conter rebeliões, contrastam com as paredes e portas decorados com papel colorido dos quartos dos internos. A iniciativa da administração da Fase vem sendo bem recebida pelos meninos que tentam fazer desses pequenos cômodos, espaços visualmente mais agradáveis.

P., 16 anos, tem um painel na parede ao lado da cama. Nele, a foto da mãe, da irmãzinha e da namorada, quem sabe sejam a contribuição para uma dose diária de esperança de que as coisas vão

mudar, quando finalmente este estágio da sua vida for deixado para trás. O colega de 15 anos, com quem divide o quarto, também tem uma foto: da sua bicicleta. Nenhuma referência de pai, mãe ou irmãos. Apenas a lembrança do veículo de duas rodas, igualmente solitário, encostado a uma parede.

Nos dormitórios, o jeito de ser de cada um fica expresso nas cores das pinturas, e nos adereços utilizados para uma decoração improvisada. São diferenças que precisam ser comparti lhadas e respeitadas. O espaço é pequeno demais e precisa ser democratizado.

Nos diálogos, namoros e baladas são temas de um passado não muito distante, mas ameaçados pela privação de liberdade imposta pela falta de limites que lhes permitiu cruzar uma arenosa fronteira.

W., 13 anos, está no Case 1 há cerca de quatro meses. Motivo: roubo.

Visivelmente afetado pelo crack, ele rejeita a possibilidade de deixar a casa de internação. Quando questionado porque insiste em ficar quando todos querem sair, ele diz: “Eu gostei daqui. Na rua eu não recebia este tratamento”. Consumidor da droga desde os 10 anos de idade, W diz que teme voltar a usá-la caso volte para casa.

A janela para um mundo melhor

Na sala de atividades da unidade da Vila Cruzeiro, papel e tinta se misturam aos livros de história. É ali o refúgio que os adolescentes procuram para acelerar o relógio que insiste em andar sem pressa.

São necessárias muitas atividades – e criatividade - para manter ocupada a mente dos jovens que dividem os espaços nas unidades de internação da Fase em todo o Estado.

No Case 1, as oficinas de origâmi e de artesanato ganham cada vez mais adeptos e contribuem para a ornamentação dos dormitórios. Os internos admitem que acordar num quarto colorido e decorado é mais agradável do que olhar paredes sujas.

Um dia, esta sala de atividades será lembrada por alguns como a janela aberta para uma melhor perspectiva de mundo, e, infelizmente para outros, continuará a ser apenas uma sala de refúgio, quando o retorno for inevitável.

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JORNAL DA AJURIS

Justiça para os Jovens

r í t i c a s a o m o d e l o segregacionista e repressivo nas unidades da Fundação de Atendimento Sócio-Educativo (Fase), mas reconhecimento ao trabalho do Judiciário e às

equipes técnicas que atuam junto aos adolescentes.

A constatação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) é categórica: as unidades de internação de jovens estão em condições extremamente precárias no Rio Grande do Sul. A sentença veio depois da vistoria realizada no mês de fevereiro em 13 instalações da Fase. Falta escolarização em turno integral, oficinas que capacitem profissionalmente, atividades culturais e esportivas.

O coordenador do programa Justiça para os Jovens, Reinaldo Cintra, apresentou um relatório preliminar no Palácio da Justiça, no qual afirma que as unidades gaúchas “são grandes cadeias, com muitas grades e sem áreas de lazer.”

Segundo ele, houve uma frustração das equipes do CNJ, já que o Rio Grande do Sul sempre foi citado como referência nacional, tanto na parte protetiva quanto

Técnicos do CNJ conversaram com os internos

CNJ aponta falhas de estrutura em unidades da Fase, mas elogia o Judiciário

correcional. “Nossa expectativa era ver algo que não se tivesse visto em outros estados. Mas não foi o que aconteceu”, explica. “Isso tudo, dentro da história do Rio Grande do Sul, acaba sendo pior do que o que acontece no resto do País.”

Cintra, no entanto, reconheceu a boa atuação da Magistratura estadual. “O Rio Grande do Sul está na vanguarda em relação ao atendimento à Infância e Juventude. Tem um Judiciário moderno, progressista, com equipes técnicas eficientes”, disse, mas ponderou: “Não adianta um Judiciário que julga com eficiência se tudo isso não pode ser executado por falta de estrutura.”

Na avaliação dele, o Estado também conta com um grupo técnico qualificado e motivado a prestar um bom atendimento aos internos da Fase. Só que, com as péssimas condições, o Poder Público acaba jogando dinheiro pelo ralo. “Quando os adolescentes não são tratados corretamente, eles voltam às unidades de internação ou vão parar no sistema prisional”, comenta. Cintra acrescentou: “O Rio Grande do Sul tem a faca e o queijo na mão. As equipes e os juízes têm feito o seu papel. Mas

é preciso investir em cimento, tijolo e areia, para construir novos estabelecimentos.”

O relatório preliminar aponta, ainda, a existência de superlotação de jovens nas unidades de internação, e déficit de servidores na Fase. Também enfatiza a necessidade de descentralizar mais os Juizados Regionais da Infância e Juventude, fazendo com que os juízes especializados fiquem mais

perto das comunidades.Responsável pela área da Infância

e Juventude na Corregedoria gaúcha, o juiz-corregedor Luís Francisco Franco lembrou que a preocupação com as instalações para os jovens, dentro do Tribunal de Justiça (TJRS), não é de agora. “Há um empenho do Judiciário, mas nos sentimos frustrados por não conseguirmos dar cumprimento adequado às medidas socioeducativas, por problemas que não são de nossa responsabilidade. Mas estamos dispostos a colaborar.”

Também presente ao evento, o titular da Secretaria Estadual da Justiça e dos Direitos Humanos, Fabiano Pereira, elogiou a iniciativa do CNJ. “Quanto mais fiscalização, para nós é melhor”, garante. O secretário também destacou que a situação já foi pior. “No momento, a Fase conta com 784 internos para 736 vagas, mas chegou a ter 1.200.” Ele disse, ainda, que há um processo de recuperação da Fase programado pelo Executivo. Inicialmente, será realizado um conjunto de iniciativas para recuperar a autoestima da Fundação e de seus servidores. O Governo também irá lançar um novo programa para criar oportunidades aos jovens. “Estamos avaliando a possibilidade de fazer contratos emergenciais e um concurso público para suprir a falta de pessoal. E queremos buscar recursos para a construção de novas unidades”, informou.

O programa Justiça para os Jovens do CNJ já constatou a situação de 19 Estados. A partir do levantamento dos problemas, o Conselho apresenta recomendações aos Poderes Executivo e Judiciário.

Reinaldo Cintra fez elogios ao Judiciário e às equipes técnicas da Fase

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A consulta médicaO menino não esta nada bem Natalino, diz a mãe preocupada, é o

segundo dia que passa com febre e uma tosse que não para. Não comeu e só quer ficar na cama. Ta bom, responde o pai, eu vou até a casa do Doutor Figueiredo agora, espero que ele já tenha jantado.

O Doutor Figueiredo ouviu a história do pai aflito, passou a mão na maleta de couro e embarcou no carro. Chegando na casa percebeu a aflição da mãe diante de algo que ela não sabia explicar, Jorge nunca havia ficado doente desta forma. No quarto o menino estava quieto, respirava com esforço e tossia compulsivamente, a pele quente e vermelha. De dentro da maleta o Doutor retira o estetoscópio, encosta nas costas nuas do menino mudando a posição da campânula após alguns minutos de ausculta. Levanta-se com ar preocupado, acomoda o menino na cama e vai até a sala com o pai. Retira da maleta uma caixa de metal com uma seringa dentro, recomenda que seja fervida por cinco minutos. O menino esta com pneumonia.

Há cinquenta anos tudo que o médico dispunha era de uma história e de um exame físico, a observação, a palpação e a ausculta haveriam de guiá-lo pelos mistérios do diagnóstico clínico, os exames subsidiários só após uma hipótese formulada, o importante era a clínica.

Deste fato decorria a importância de uma consulta médica, nenhuma família ignorava a relevância do fato, era um acontecimento grandioso repetido no máximo algumas vezes em toda uma vida.

Os tempos modernos trouxeram avanços tecnológicos maravilhosos e uma popularização das consultas médicas mas, em certa medida, não contribuíram na mesma ordem para o diagnóstico. Chegamos a ver situações de pacientes que requereram exames por conta, antes da consulta, e outros ainda ficarem contrariados caso não sejam pedidos exames em número e que esperavam. È sabido que o grande contingente de patologias que afetam a todos nós está ao alcance de uma consulta bem feita e de alguns exames simples.

Valorizar a consulta com o seu médico é valorizar sua saúde.

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(Fonte: Assessoria Médica do DAS)

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Artigo

Nos tempos atuais, o Judiciário não pode se propor a exercer função apenas jurídica, técnica, secundária; deve exercer papel ativo, como agente transformador da realidade social, atendendo às expectativas da comunidade quanto

ao desempenho célere, justo e efetivo da função judicante.O Judiciário gaúcho assumiu o compromisso, presente e

futuro, de se tornar um Poder cuja grandeza seja representada por altos índices de satisfação da sociedade; cuja força seja legitimada pela competência e celeridade com que distribui justiça; cuja riqueza seja expressa pela simplicidade dos processos produtivos, desapego a burocracias e desperdícios nulos. Ou seja, uma Instituição moderna e eficiente no cumprimento do seu dever.

A missão do juiz contemporâneo não se restringe ao processo, vai além, deve compreender o oferecimento à comunidade de uma prestação jurisdicional eficiente, despendendo os menores custos no menor tempo possível, com o maior volume de julgamentos. Nesse escopo, a sentença deve ser compreendida como instrumento de resolução real e eficaz do problema apresentado.

A perfeita compreensão da função de julgar deve passar, inevitavelmente, pela compreensão da complexidade da vida humana e de suas intrincadas relações sociais. Se fosse suficiente conhecer a letra da lei, para ser juiz bastaria saber ler.

O Juiz deve servir à comunidade, e para alcançar tal desiderato precisa manter uma proximidade com os

jurisdicionados. Dessa forma, o Judiciário será visto como um Poder comprometido com a harmonia social, daí decorrendo a natural compreensão de sua importância ao Estado Democrático de Direito.

É inadmissível, nos dias atuais, a figura do juiz “encastelado no seu gabinete”. Nas palavras de Sidnei Beneti: “O juiz não é funcionário que deva viver recluso, fugindo do mundo, alheio ao tempo e ao meio, simplesmente receptáculo do que acontece ao redor, como sombra cativa dos protagonistas da vida social.”

Uma das formas de o juiz se aproximar da comunidade é levar a informação sobre o funcionamento do Judiciário. Nesse diapasão, cumpre referir os louváveis projetos desenvolvidos pelo Poder Judiciário do Rio Grande do Sul, que demonstram a preocupação da magistratura gaúcha na integração de seus membros à comunidade, dentre os quais se destacam os seguintes: “Ouvir a Comunidade”, “Ronda da Cidadania” e “Memorial do Judiciário”.

Na Comarca de Cacequi, onde jurisdiciono, algumas ações foram e outras estão sendo implantadas com tal escopo, dentre elas a instalação da Comissão Mista, formada pelo Magistrado, Promotor de Justiça, representantes da Ordem dos Advogados, da Polícia Civil, da Brigada Militar, funcionários do Judiciário e demais forças vivas da comunidade local. Referida Comissão possibilita que se divulgue a maneira como está sendo prestada a jurisdição, além de permitir um diálogo aberto e sincero com a comunidade, ouvindo as críticas e, principalmente, as sugestões inovadoras para melhoria da função, adaptando a atividade jurisdicional às peculiaridades da Comarca.

A instituição do Conselho da Comunidade, órgão da execução penal, através do qual os cidadãos cacequienses são chamados a ajudar na árdua tarefa de ressocialização dos apenados, que, não se pode esquecer, constitui uma das finalidades da pena.

No âmbito da Família, através da formação de uma equipe interdisciplinar, com apoio voluntário de psicólogos, assistentes sociais, conselheiros tutelares e outros, busca-se desenvolver na Comarca de Cacequi, um acompanhamento às famílias que necessitem de orientação em assuntos variados, tais como violência doméstica, abuso sexual, drogas ilícitas e ingestão abusiva de álcool.

Importa referir, ainda, que está em desenvolvimento o projeto “Pelotão Mirim”, que objetiva realizar trabalho com crianças dos bairros mais carentes da Cidade com o intuito de conscientizá-las acerca da importância de frequentarem a escola e se manterem afastadas das drogas e da criminalidade.

A disseminação de boas práticas, adaptadas à realidade de cada comunidade, permitirão que o juiz compreenda a complexidade humana e social do local onde jurisdiciona, possibilitando-lhe realizar, efetivamente, o ideal de aplicar a “justiça” no caso concreto, o que naturalmente o elevará ao papel de agente transformador da realidade social.

O Juiz como agente transformador

Carine Labres - Juíza de Direito em Cacequi

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Bullying

Como identificar uma vítima de bullying• Aversão à escola – a escola não é um momento de prazer• Começa a somatizar – finge que fica doente na hora de ir à aula• Dificuldade de contar sobre o seu dia• Baixo aprendizado

Perfil do agressorCometer o bullying, em geral está ligado com a relação de poder. Na maioria das vezes, o agressor tem baixa autoestima e vem de uma família com pais autoritários.

Como vencê-loGeralmente o bullying está associado à autoimagem. Reforçá-la pode ajudar seu filho a vencer as situações adversas que surgirem.Uma ligação forte com a família pode ajudar a criança ou o adolescente a enfrentar melhor o problema.

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Juíza Taís Culau de Barros

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Quando a escola se torna um pesadelo diário

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conhecimento é que permite que estas situações sejam identificadas”, acredita o oficial de Justiça. Ele observa que as escolas precisam atuar de forma preventiva para evitar que o problema se instale. A faixa etária de 14 anos (término do Ensino Fundamental) é a mais atingida.

Via de regra, as situações de bullying ocorrem em maior escala nos intervalos para o recreio e na hora da saída, mas com o advento da internet não são raros os casos em que as ofensas e ameaças são levados para o campo on line.

No ano passado, a juíza Taís Culau de Barros, da 1ª Vara Cível de Carazinho impôs uma indenização em dinheiro, a ser paga por uma professora cujo filho se utilizava de um fotolog falso para ridicularizar e ameaçar um colega de escola.

Por meio de uma medida cautelar, o autor da ação obteve o IP do computador de onde saíram as mensagens ameaçadoras e posteriormente de onde foi feito um fotolog falso e comprovou que o equipamento pertencia a mãe do acusado.

Para responsabilizá-la, a magistrada se utilizou do artigo 932, I do Código Civil, ou seja, na responsabilidade dos pais pelos atos ilícitos dos filhos. “O computador era da ré assim como o acesso à internet e coloquei no corpo da fundamentação que cabe aos pais a responsabilidade pelo que disponibilizam aos filhos, tendo havido no caso, clara ausência de vigilância e negligência na educação do filho”, advertiu Taís Culau que espera que a sentença sirva de alerta para que os pais se interessem mais pelos sites acessados pelos filhos.

Com a volta às aulas, muitas famílias ainda enfrentarão durante o ano um problema que vem se estabelecendo nas escolas, muito embora não seja comum apenas a estas: o bullying.

Dar apelidos, pegar no pé, zombar do tipo físico, amedrontar, atacar com palavras, atitudes racistas, ou agressões físicas. Estas são algumas formas utilizadas pelo agressor para intimidar

a vítima, de acordo com uma pesquisa realizada em São Leopoldo e que deu origem ao Programa Diga Não ao Bullying (diganaoaoaobullying.com.br), organizado e coordenado pelo oficial de Justiça da Infância e da Juventude Mário Felizardo e pela professora Jane Pancinha. O Programa já foi implantado em mais de 50 escolas em sete Estados brasileiros, e recebeu o Prêmio de Direitos Humanos RS em 2008.

Embora popularizado no século 21, o bullying sempre esteve presente na humanidade. O escritor brasileiro Raul Pompeia, em seu livro Ateneu, conta a saga do personagem Sérgio que em 1888

foi enviado para um colégio interno renomado na cidade do Rio de Janeiro e, onde após sofrer um desmaio passa a ser ridicularizado pelos colegas.

O que muda da situação enfrentada pelo personagem de Pompeia para a realidade do novo milênio é que o acesso à informação, na opinião de Felizardo, faz com que as situações sejam mais divulgadas e questionadas por vítimas e familiares. “O número de casos não aumentou. O

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Destaques

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relação entre as dificuldades enfrentadas pelo Poder Judiciário e a situação financeira do Rio Grande do Sul foi o tema da aula-magna apresentada pelo presidente da AJURIS, João Ricardo dos Santos Costa, na abertura do ano letivo da Faculdade de

Direito do Centro Universitário Metodista-IPA. “Temos uma previsão de cerca de R$ 20 bilhões para o orçamento estadual em 2011. No entanto, as renúncias fiscais, apenas de ICMS, chegam a mais da metade desse valor. Esses recursos deixam de entrar para os cofres do Estado e acabam fazendo falta para melhorar o serviço prestado pela Justiça gaúcha”, explanou.

Segundo ele, é preciso maior transparência. “Os resultados desse tipo de iniciativa não são conhecidos pelo conjunto da sociedade. Não existe um controle social”. João Ricardo adiantou que a AJURIS pretende levar este debate ao Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES-RS), criado pelo governador Tarso Genro. “Vamos propor a instalação de uma câmara técnica no Conselhão para discutir esse assunto, que apesar de não estar presente na imprensa, é de extrema importância para a comunidade gaúcha.”

Na visão do presidente da AJURIS, as desonerações acabam impactando no acesso à Justiça. “O Judiciário convive com um déficit de quase dois mil servidores, que pode chegar a quatro mil com a estatização das varas que são privativas. Como ampliar o quadro funcional se há falta de verbas?”,questionou.

Ele lembrou, ainda, a triste situação do magistério estadual. “Um estudo aponta que seriam necessários cerca de R$ 2 bilhões para pagar o piso nacional, que já é baixo. Esses recursos poderiam vir das renúncias fiscais, que abocanham quase metade do orçamento do Estado”. O presidente garantiu, porém, que a AJURIS não é contra as desonerações. “Não se trata disso. Queremos é que sejam criados mecanismos de controle social que tragam transparência e que verifiquem o resultado prático dessas renúncias, pois estamos falando de verbas públicas”, reforçou João Ricardo aos estudantes do IPA.

A aula-magna também enfocou outros obstáculos que impedem o acesso à Justiça. “Os processos envolvendo corporações privadas, como é o caso da telefonia e do sistema bancário, acabam abarrotando o sistema, pois ingressam como ações individuais. Não há condições de darmos vencimento a este tipo de litígio, que fica sem solução e viram móveis e utensílios do Judiciário”, comentou. Para mudar este quadro, o

O impacto das renúncias fiscais no acesso à Justiça

presidente da AJURIS propôs que esses processos passem a ser tratados como ações coletivas, pois eles se enquadram na área de Direitos Econômicos e Sociais.

Também estiveram à mesa o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação e de Extensão e Ação Comunitária, Edgar Timm, e as professoras Vanessa Chiari Gonçalves, coordenadora do curso de Direito, e Virgínia Feix, que coordena a cátedra de Direitos Humanos da faculdade.

Presidente João Ricardo concedeu aula-magna aos estudantes de Direito do IPA

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Interior

Uma barriga emprestada e o material genético para fertilização em laboratório. Estes componentes, levados ao conhecimento do juiz de Direito Luis Antônio de Abreu Johnson - da Vara de Família, Infância e Juventude de Lajeado -, fizeram com que o magistrado se debruçasse sobre os avanços científicos na área da reprodução assistida. A pergunta a ser respondida: o casal que forneceu o material genético para fertilização em laboratório teria o direito de registrar o bebê gerado no útero de uma familiar?

A decisão judicial é rara e abre caminho para beneficiar futuros pais. A gestação por substituição é novidade e envolve questões jurídicas e psicológicas. Os pais tiveram de se submeter ao exame de DNA, que confirmou a maternidade e a paternidade da criança. Johnson considerou os vínculos socioafetivos e o exame genético, e optou pelo interesse da criança, ao dar aos pais biológicos o direito de registrar o bebê.

A notícia ganhou projeção internacional. “Esperava isso, pelo caráter inovador e por tratar de um tema palpitante como a reprodução humana”, diz o magistrado.

O caso do bebê lajeadense correu em segredo de Justiça, por isso a ligação entre a mãe substituta e a biológica jamais será revelada. Mas o vínculo é consistente,

já que as normas da reprodução assistida determinam que as “doadoras temporárias de útero” devem pertencer à família da doadora

genética, num parentesco de até segundo grau. O Conselho Regional de Medicina proíbe o caráter comercial ou lucrativo do procedimento. (leia mais na capa do encarte da ESM)

Sentença de Lajeado ganha projeção internacional

JORNAL DA AJURIS

Comarca de Espumoso promove a melhoria da relação com os operadores do Direito

A Comissão Mista e o Comitê de Gestão da Comarca de Espumoso foram criados com a finalidade de solucionar os problemas administrativos através do diálogo com os operadores do Direito. Para o diretor do Foro, Leandro da Rosa Ferreira, a Comissão Mista é um instrumento de suma importância para solução de problemas e melhoria da prestação jurisdicional. “A cooperação e o diálogo entre os participantes da cena judiciária permitirão o aperfeiçoamento das relações entre o Poder Judiciário e as instituições, por meio de seus representantes que integram a Comissão, além de remediar questões que possam ser comuns”, destacou.

Comissão

A Comissão é formada pelo diretor do Foro; pelo presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Subseção de Espumoso, José Alberto da Silva; pela promotora de Justiça Suzane Hellfeldt, representante do Ministério Público (MP); e pelo defensor Cláudio Luiz Covatti, representante da Defensoria Pública.

Comitê

Com relação ao Comitê de Gestão, o magistrado Leandro da Rosa Ferreira entende que, por ser composto de servidores que estão próximos da realidade cartorária, a iniciativa “permitirá adentrar nas suas aflições, ampliando espaço para ideias e propostas de boas práticas no serviço que possam minimizar e resolver problemas os quais estejam comprometendo, a exemplo, o célere andamento dos feitos, melhorando a qualidade do trabalho”. Segundo o magistrado, somam-se a isso desafios constantes, “como o reduzido quadro funcional e o aumento gradativo de demandas em virtude da proliferação de conflitos que deságuam no Judiciário para solução.”

A competência do Comitê abrange o recebimento de boas práticas e de situações relativas ao andamento e procedimento dos serviços que possam ser melhorados. O grupo é composto pelo escrivão designado Jair Machado Dias; pela oficial escrevente e distribuidora-contadora designada, Noeli Antonieta Zuffo; pelo oficial de Justiça Roberto Salton Rotunno; e pela oficial escrevente Simone Beatriz Lopes Ferreira.

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Espumoso: juiz Leandro Ferreira (C) trabalha pela aproximação dos operadores de Direito

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Social

Entre na página da AJURIS www.ajuris.org.br e clique no banner da Radioweb

O programa produzido pelo Departamento de Comunicação Social da AJURIS, é exibido na TVE, canal 7

de Porto Alegre, aos domingos, às 22h. Na TV Justiça – pela NET e SKY,

exibição inédita aos domingos, às 18h. Reprises nas quartas-feiras, às 19h30,

e nas sextas, às 11h.

Comunicação entre a magistratura

e a sociedade

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Jantar da AJURIS movimenta praia de Atlântida

agistrados e familiares encontraram-se no restaurante Bali Hai, em Atlântida, no tradicional Jantar da AJURIS na Praia, ocorrido em fevereiro. A Presidência do Tribunal de Justiça (TJRS) foi representada

pelo desembargador Ângelo Maraninchi Giannakos.O evento teve a presença de dois magistrados

gaúchos que ocuparam o cargo de ministro no Superior Tribunal de Justiça (STJ): Athos Gusmão Carneiro e Ruy Rosado de Aguiar Júnior. Além deles, outros dois ex-presidentes da Associação prestigiaram o jantar: os desembargadores Denise Oliveira Cezar e Cláudio Baldino Maciel, que já presidiu a AMB. O vice-presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RS), Marco Aurélio dos Santos Caminha, também participou do evento no Litoral Norte.

O jantar foi embalado pelo som ao vivo do grupo musical do Bali Hai. Depois da sobremesa, o presidente da AJURIS, João Ricardo dos Santos Costa, o vice Social José Antônio Azambuja Flores, o diretor e o sub-diretor do Departamento de Aposentados, respectivamente Luiz Gaspar Beck da Silva e Claudir Fidelis Faccenda, realizaram o sorteio de uma cesta oferecida pelo Sicredi. O magistrado Ilmor Maciel Viana recebeu o brinde das mãos do desembargador Gilberto Niederauer Corrêa, Conselheiro do Sicredi/AJURIS. Depois do sorteio, a música continuou, e diversos casais aproveitaram a noite para dançar até o começo da madrugada.

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NOTÍCIAS DA ESMNOTÍCIAS DA ESMEscola Superior da Magistratura

Ano XV Nº 272Janeiro/fevereiro e março 2011

Escola Superior da Magistratura reuniu durante dois dias mais de 100 pessoas no seu auditório para participação no Curso de Atualização para

Magistrados. O tema escolhido para a primeira edição do ano foi o Direito Civil, sob a coordenação de Eugênio Facchini Neto.

A programação foi aberta por volta das 9h, sendo que a mesa de abertura contou com a presença do presidente da AJURIS, João Ricardo dos Santos Costa, a vice-presidente Cultural, Dulce Ana Oppitz; do representante do TJRS, José Aquino Flôres de Camargo; do diretor do foro Central, Alberto Delgado Neto, da direção da ESM, Ricardo Pippi Schmidt e do seu vice Vancarlo André Anacleto, além do coordenador do curso Eugênio Facchini Neto.

As atividades contaram com a presença do juiz da Infância e Juventude de Lajeado, Luís Antônio de Abreu Johnson, que recentemente decidiu sobre a polêmica comprovação de paternidade biológica no caso de gravidez em útero de substituição.

Conforme observou em sua explanação, o magistrado referiu-se que os pais que forneceram material genético para fertilização em laboratório têm direito de registrar em cartório o nascimento do filho, desde que comprovada a paternidade biológica por meio de exame

Primeiro CAM do ano traz decisão inédita na área de reprodução humana

de DNA. Assim, o juiz Luís Antônio de Abreu Johnson, autorizou o cartório local a proceder ao registro de nascimento de uma criança nascida em útero de substituição. A mulher que emprestou o útero, o marido dela e o casal genitor, que forneceu os gametas, concordaram com o procedimento. A decisão saiu no dia 1º de março, e o processo tramitou em segredo de Justiça.

Os autores da ação obtiveram a anuência do Conselho Regional de Medicina do Estado do RS, por meio de um ajuste de contrato de consentimento para a substituição temporária de útero, com a concordância do marido. Procedida à fertilização, o casal postulou, na Justiça, autorização para que a declaração de nascido vivo fosse emitida em seu nome, a fim de se habilitar ao registro da criança no Registro Civil das Pessoas Naturais.

Em sua sentença, o juiz considerou que a medida é recomendável para os interesses da criança. “Diante da ausência de regulamentação legislativa específica, e não se vislumbrando indício de ilegalidade, tenho que a melhor solução para o caso em concreto coincide com o melhor interesse da criança, e este consiste em se determinar a lavratura do assento de nascimento, tornando por base a verdade biológica que, no caso em tela, coincide com a verdade socioafetiva, da filiação, demonstrada no exame genético e nas demais provas coligidas

aos autos”, afirmou. A decisão judicial é inédita no Brasil segundo afirmou o Desembargador Luiz Felipe Brasil Santos, integrante da 7ª Câmara Cível do TJRS durante a palestra de abertura do CAM, Temas controvertidos no Direito de Família. No decorrer de sua exposição aos mais de 100 colegas presentes, o magistrado Luís Antônio falou sobre os estudos de bioética, de engenharia genética, das técnicas de reprodução humana medicamente assistida, além de fazer um breve histórico da legislação mundial acerca da chamada “Maternidade de Substituição” ou “Gestação de Substituição”. Tramitam no Congresso Nacional, desde o ano de 1991, quatro projetos de lei, os quais, em síntese, proíbem o uso comercial ou lucrativo da gestação de substituição, todavia, admitem a prática da doação temporária de útero entre mulheres da mesma família em parentesco até o segundo grau, na mesma linha da Resolução do Conselho Federal de Medicina. Referidos projetos, contudo, não foram objeto de deliberação legislativa porque encontram fortes resistências de segmentos da sociedade, principalmente as bancadas ligadas a movimentos religiosos que não admitem a procriação humana sem sexo.

Também foram palestrantes: Flaviana Rampazzo Soares (Professora Doutora e Advogada) - Responsabilidade Civil e Danos Existenciais; Rafael Peteffi da Silva (Professor Doutor) - Os Novos Danos e a Responsabilidade Civil; Doutor Eduardo Elsade (Médico) - Internação Hospitalar. Sistema AGHOS. Acesso ao Juiz; os juízes Marcelo Mairon Rodrigues (Doutor) e Roberto José Ludwig (Doutor) - Assuntos Gerais da Corregedoria-Geral de Justiça; Paulo de Tarso Vieira Sanseverino (Ministro) - O CDC na Perspectiva Jurisprudencial do STJ; Cristiano Heineck Schmitt (Professor Doutor) - A Proteção do Contratante Vulnerável Na Área da Saúde; Jorge Cesa Ferreira da Silva (Professor Doutor) - Discriminação e Direito Contratual: Uma Visão Civil-constitucional; Luis Renato Ferreira da Silva (Professor Doutor) - Interpretação dos Contratos.

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Editorial

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Expediente

Associação dos Juízes do Rio Grande do SulPresidente: João Ricardo dos Santos CostaVice-presidente Administrativo: Benedito Felipe Rauen FilhoVice-presidente de Patrimônio e Finanças: Pio Giovani DreschVice-presidente Cultural: Dulce Ana Gomes OppitzVice-presidente Social: José Antônio Azambuja FloresDiretor da Escola da AJURIS: Ricardo Pippi SchmidtVice-diretor da Escola da AJURIS: Vancarlo André Anacleto

Jornal da AJURISEdição: Elaine Carrasco – Reg. Prof. 7535Diretora de Comunicação: Maria Lucia Boutros Buchain Zoch RodriguesSubdiretor de Comunicação: Cláudio Luís MartinewskiConselho de Comunicação: Carlos Alberto Etcheverry, João Armando Bezerra Campos, Túlio de Oliveira Martins e Leoberto Narciso BrancherJornalista-chefe: Ivana Ritter Equipe de jornalismo: Carolina Grigol, Elaine Carrasco e Maurício MacedoEditoração eletrônica: Margit MelchiorsTiragem: 2.000 exemplaresEndereço: Rua Celeste Gobbato, nº 229 – Praia de Belas – Porto Alegre/RS – CEP 90110-160 – Telefone: 51 3284-9000 E-mail: [email protected] – Site na Internet: www.escoladaajuris.org.br

o iniciarmos as atividades da Escola neste ano já podemos perceber o resultado positivo das mudanças realizadas, com importantes alterações nos conteúdos programáticos das disciplinas, reformulação e oferta de novos módulos, o que aumentou o interesse dos alunos, com a necessidade de abertura

de mais turmas, no turno da manhã, para suprir o aumento das matrículas. A 2ª Edição do Concurso Simulado foi novamente um sucesso,

premiando os melhores colocados com bolsas de estudo. O Módulo de Estudos Complementares, que abarca as novas disciplinas

exigidas nos concursos para magistratura, despertou o interesse não só dos novos alunos como também dos que já haviam concluído o curso regular e voltaram para a Escola buscando este aprimoramento.

Em breve, terá início, também, o novo Módulo de Direito Público, com 170 horas/aula, com renovação e ampliação do corpo docente, aprofundando os estudos neste ramo, responsável por grande parte do número de questões dos concursos.

Uma das grandes preocupações dos alunos que buscam a Escola visando o concurso para Magistratura, a certificação de tempo de atividade jurídica, foi solucionada com a assinatura do convênio com o Tribunal de Justiça do Estado para realização de estágio voluntário em gabinete de magistrado, onde o aluno, tendo contato direto com a atividade jurisdicional, coloca em prática os conhecimentos adquiridos em sala de aula e ainda aproveita o tempo que dedica a esta função para fins de comprovação no concurso para Magistratura estadual.

As novidades não estão apenas na preparação dos novos juízes. Além dos tradicionais Cursos de Atualização para Magistrados, que, neste ano, voltaram a ser de dois dias, mantendo no calendário um encontro específico para Administração Judiciária, a Escola, em parceria com a Unisinos, lança o Curso de Especialização em Responsabilidade Civil, cujas informações estão disponíveis em nossa página da internet, tendo metade das vagas reservadas para magistrados e o restante para nossos alunos e público em geral.

Assim, a ESM mantém sua tradição de bem preparar os futuros magistrados, sem deixar de cumprir seu papel institucional de ser o principal palco dos debates da Magistratura, com a necessária atualização e constante aperfeiçoamento daqueles que constroem a Justiça gaúcha.

RICARDO PIPPI SCHMIDT VANCARLO A. ANACLETODiretor da ESM/AJURIS Vice-Diretor da ESM/AJURIS

PREPARANDO, ATUALIZANDO E APERFEIÇOANDO A MAGISTRATURA GAÚCHA

AESM retoma atividades em 2011

As aulas da Escola Superior da Magistratura (ESM) reiniciaram no dia 14 de fevereiro. Os estudantes foram recebidos pela direção, professores e funcionários com as novidades que a Escola oferece a partir deste ano. Em 2011, o tradicional Curso de Preparação à Magistratura está disponível também em módulos, tanto no sistema presencial como no ensino a distância (EAD).

Com mais de uma centena de estudantes presentes no auditório, o vice-diretor Vancarlo André Anacleto destacou a importância do regulamento da Escola da AJURIS. Ao lado dele na mesa, estavam o diretor Ricardo Pippi Schimdt, os professores Plínio Saraiva Melgaré e Hilbert Akihito Obara, além do coordenador de cursos da ESM, Júlio César da Silva Romeu.

Simulado: lista de contemplados com bolsas de estudo

No dia 5 de fevereiro a ESM realizou o 2º Concurso Simulado, composto por 60 questões objetivas. Os participantes concorreram a cinco bolsas de estudo oferecidas pela Escola.

O primeiro colocado foi Leandro Preci, que terá direito a uma bolsa integral para o Curso regular de Preparação à Magistratura. Já Renata Moreira Von Ameln (2ª colocada) foi contemplada com uma bolsa integral para dois módulos, de escolha pessoal. João Pedro Togni, Daniel Ortega e Mariana Matos Xavier, respectivamente, 3º, 4º e 5º na classificação geral, receberam bolsas de estudo para um módulo.

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Auditório da Escola recebeu mais de uma centena de alunos na abertura

Na aula inaugural os contemplados ocuparam as primeiras cadeiras do auditório

ESM recebeu 137 alunos para o simulado

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Novos módulos integram o Curso de Preparação à Magistratura em 2011

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A Escola Superior da Magistratura da AJURIS está com matrículas abertas para o Curso de Preparação à Magistratura (CPM), em módulos. Em meio às novidades preparadas pela ESM para este semestre, destacam-se os novos módulos de Direito Público e Estudos Complementares.

Direito Público

A Escola da AJURIS realizou solenidade de encerramento do Curso de Preparação à Magistratura (CPM) em março. Parentes e amigos prestigiaram a cerimônia, na qual os formandos receberam os diplomas e celebraram o término de mais uma etapa. O apoio da família na vida profissional foi a marca do evento, que contou com a tradicional fotografia na escada da Escola Superior da Magistratura (ESM), onde os alunos estiveram acompanhados do diretor Ricardo Pippi Schmidt e do vice-diretor Vancarlo André Anacleto.

A turma concluiu o CPM que teve mais de mil horas-aula entre fevereiro de 2010 e janeiro de 2011. Depois de um longo período de estudo, os formandos não pensam em relaxar. “Não dá tempo. Temos que manter o ritmo”, conta Kátia Ostapiuk, vislumbrando o próximo concurso para juiz de Direito noticiado para o fim do ano.

O apoio da família foi destaque, ainda, no discurso do vice-diretor da ESM. “A estrutura familiar é muito importante para que possamos ter sucesso profissional, seja na carreira de magistrado ou em qualquer outra. Valorizar esse apoio é o recado que posso dar a vocês”, disse Vancarlo.

O apoio da família na vida profissional

A Escola Superior da Magistratura, buscando a permanente atualização dos seus alunos e sua preparação para as provas dos concursos públicos para carreiras jurídicas, oferece, a partir deste semestre, grupos de estudos temáticos monitorados.

O objetivo é proporcionar aos seus alunos estudo voltado à resolução de questões objetivas e dissertativas de concursos anteriores, bem como de análise da jurisprudência atual dos Tribunais Superiores, cada vez mais cobradas nos últimos certames para magistratura.

Para tanto, em complementação às aulas expositivas das matérias durante o Curso Preparatório, a ESM disponibiliza aos alunos que estão cursando o módulo correspondente, encontros quinzenais, em grupos de cinco a quinze integrantes previamente inscritos, coordenados por monitor e professor consultor da respectiva matéria.

Em um primeiro momento, os Grupos de Estudos de Direito Civil, com reuniões nas 1ª e 3ª segundas-feiras do mês, das 17h30min às 19h, oportuniza a participação dos alunos de ambos os turnos - manhã e noite. Na sequência e dependendo do interesse dos alunos, poderão ser constituídos Grupos de Estudos de outras diciplinas.

módulo de Direito Público, com 170 horas-aula, compõe o bloco 2 do CPM, e conta com disciplinas como Direito Constitucional (Professores Gilberto Schafer e Otávio Piva), Direitos Fundamentais (Prof. Ingo Wolfgang Sarlet), Direito Tributário (Professores Felipe Ferreira da Silva, Gentil Olsson, Luiz Felipe Difini, Paulo Caliendo e Leandro Paulsen), Direito Administrativo

(Professores Rafael Da Cãs Maffini, Alexandre Pasqualini, Eduardo Uhleim, Luiz Paulo Rosek Germano), Seguridade Social (Professores Daniel Machado da Rocha e Marina Vasques Duarte de Barros Falcão), Direito Ambiental (Professoras Annelise Steigleder e Silvia Capelli), Direito Eleitoral (Prof. Francisco de Assis Vieira Sanseverino) e Noções de Direito Internacional (Prof. Augusto Jaeger Junior).

As aulas, que iniciam no dia 25 de abril e vão até o dia 15 de julho, serão ministradas nas segundas, quartas e sextas-feiras na sede da ESM.

ESM forma grupo de estudos

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Turma cursou mais de mil horas de aulas na preparação para o concurso

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NOTÍCIAS DA ESM

Escola Superior da Magistratura e o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul firmaram parceria com o objetivo de proporcionar uma aproximação maior entre estudantes da

Escola da AJURIS e juízes e desembargadores do TJRS. O convênio permitirá que numa espécie de estágio voluntário, os alunos que se preparam para ingressar na Magistratura estadual possam conhecer melhor a realidade da justiça gaúcha.

A parceria foi assinada pelo diretor da Escola Superior da Magistratura (ESM), Ricardo Pippi Schmidt, e pelo presidente do TJRS, Leo Lima. Na ocasião, o desembargador sinalizou com a possibilidade de abertura de novas vagas para juiz. “Temos a intenção de promover um concurso ainda neste ano”, informou Leo Lima.

Sobre o convênio com o TJRS, o diretor da Escola da AJURIS comenta: “O cursista fará trabalhos práticos, como a elaboração de projetos de decisões, sentenças ou acórdãos, sempre sob a supervisão do magistrado. Também participará de audiências de conciliação ou sessões de mediação”, explica Pippi.

Para Leo Lima, a parceria é mais um passo para valorizar o relacionamento do Poder Judiciário com a AJURIS e a ESM. “Cada vez mais se fortalece a imagem da Escola como a mais respeitada do País. Nosso desafio permanente, aqui no Tribunal de Justiça, é manter

ESM e TJ firmam parceria

Estágio

o conceito conquistado nacionalmente pelo Poder Judiciário do Rio Grande do Sul.”

Além de conhecer na prática como atuam os desembargadores e juízes gaúchos, o aluno da ESM receberá um certificado de frequência, que poderá valer como título em concursos realizados pelo Poder Judiciário (a critério da respectiva Comissão de Concursos), que atribuirá a pontuação pertinente a cada espécie de certame. O mesmo documento também terá validade como atividade jurídica nos concursos do Judiciário estadual, desde que o cursista cumpra o mínimo de 16 horas de atividades por mês no período de um ano.

Antes da prática, entretanto, os estudantes da Escola da AJURIS assistirão aulas com conteúdos teórico-técnicos em que, além do estudo de casos para exercícios de decisões e sentenças, serão ministrados conteúdos referentes à ética das profissões jurídicas.

O 1º e o 2º vice-presidentes do TJRS, respectivamente, os desembargadores José Aquino Flôres de Camargo e Voltaire de Lima Moraes, estiveram presentes na assinatura do convênio. Além deles, participaram o juiz-assessor da Presidência do Tribunal, Antonio Vinícius Amaro da Silveira, o diretor-geral do TJRS, Omar Jacques Amorim, e o diretor do Foro Central de Porto Alegre, Alberto Delgado Neto. A AJURIS foi representada, ainda, pela vice-presidente Cultural, Dulce Oppitz.

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