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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇA Setor de Recursos Extraordinários e Especiais Criminais Rua Riachuelo, 115, 9º andar, sala 906, São Paulo – SP – CEP 01007-904 Tel: (11) 3119-9689 – Fax: (11) 3119-9677 – email: [email protected] Apelação nº 0000794-74.2013.8.26.0128 OBS: Na jurisprudência citada, sempre que não houver indicação do tribunal, entenda- se que é do Superior Tribunal de Justiça. Índices Ementas ordem alfabética Ementas ordem numérica Índice do “CD” Tese 462 ARMA PORTE ILEGAL CONDENAÇÃO DEVOLUÇÃO AO PROPRIETÁRIO DESCABIMENTO INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 25 DO ESTATUTO DO DESARMAMENTO. O artigo 25 da Lei nº 10.826/2003, complementado pelo artigo 65, §10, do Decreto 5.123/04 (Regulamento do Estatuto), veda a devolução da arma ao seu proprietário, condenado por porte ilegal.

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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO

PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇA Setor de Recursos Extraordinários e Especiais Criminais Rua Riachuelo, 115, 9º andar, sala 906, São Paulo – SP – CEP 01007-904

Tel: (11) 3119-9689 – Fax: (11) 3119-9677 – email: [email protected]

Apelação nº 0000794-74.2013.8.26.0128

OBS: Na jurisprudência citada, sempre que não houver indicação do tribunal, entenda-

se que é do Superior Tribunal de Justiça.

Índices

Ementas – ordem alfabética

Ementas – ordem numérica

Índice do “CD”

Tese 462

ARMA – PORTE ILEGAL – CONDENAÇÃO – DEVOLUÇÃO AO

PROPRIETÁRIO – DESCABIMENTO – INTELIGÊNCIA DO ARTIGO

25 DO ESTATUTO DO DESARMAMENTO.

O artigo 25 da Lei nº 10.826/2003, complementado pelo artigo 65,

§10, do Decreto 5.123/04 (Regulamento do Estatuto), veda a

devolução da arma ao seu proprietário, condenado por porte ilegal.

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO

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Apelação nº 0000794-74.2013.8.26.0128

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DA

SEÇÃO CRIMINAL DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE

SÃO PAULO.

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO

pelo Procurador de Justiça infra-assinado, no uso

de suas atribuições legais, nos autos de APELAÇÃO

Nº 0000794-74.2013.8.26.0128, da Comarca de CARDOSO,

em que figura como apelante DORIVALDO ANTÔNIO

PANSANI, vem, com fundamento no art. 105, III, “a”,

da Constituição Federal e no artigo 1.029 do Código

de Processo Civil, interpor RECURSO ESPECIAL para o

Colendo SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, em face do v.

acórdão de fls. 391/393 E 403/404, pelos motivos

adiante aduzidos:

1. RESUMO DOS FATOS

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO

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Apelação nº 0000794-74.2013.8.26.0128

Dorivaldo Antônio Pansani foi condenado

como incurso no art. 14 do Estatuto do Desarmamento

a 2 anos de reclusão e multa, porque, no dia 01 de

abril de 2013,na Estrada Municipal Cardoso, portava

uma arma de fogo do tipo espingarda, marca Boito,

numeração Pl 560438, calibre 36 e três cartuchos

metálicos, marca CBC, calibre 36, em desacordo com

determinação legal ou regulamentar.

Após a condenação, o acusado pleiteou a

devolução da arma de fogo, tendo havido

indeferimento no juízo de origem.

O sentenciado recorreu e, após parecer da

douta Procuraria de Justiça pelo improvimento do

recurso, a Colenda 16ª Câmara de Direito Criminal

deu provimento ao recurso, por votação unânime, para

deferir a devolução da arma de fogo.

Eis a íntegra da decisão:

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº

0000794-74.2013.8.26.0128, da Comarca de Cardoso, em que é apelante D.

A. P., é apelado MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO.

ACORDAM, em 16ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de

Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "DERAM PROVIMENTO ao

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Apelação nº 0000794-74.2013.8.26.0128

recurso interposto pela defesa de DORIVALDO ANTÔNIO PANSANI, para que

lhe seja devolvida a arma apreendida acima descrita, V.U.", de conformidade

com o voto do Relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores

LEME GARCIA (Presidente sem voto), NEWTON NEVES E OTÁVIO DE

ALMEIDA TOLEDO.

São Paulo, 04 de julho de 2017.

Borges Pereira

Relator.

16ª CÂMARA CRIMINAL

APELAÇÃO CRIMINAL Nº 0000794-74.2013

COMARCA: CARDOSO

APELANTE: DORIVALDO ANTÔNIO PANSANI

APELADA: JUSTIÇA PÚBLICA

VOTO Nº 31.015

Apelação Criminal Pedido de restituição de arma apreendida

Decisão que indeferiu o pedido, sob o fundamento de que ainda não havia

trânsito em julgado da condenação Trânsito em julgado que se operou

Documento acostado aos autos comprovando que o réu é proprietário da arma

Devolução da arma Possiblidade Recurso provido.

O réu foi denunciado porque no dia 1º de abril de 2013, por volta

das 00h05, na Estrada Municipal Cardoso Boa Vista dos Andradas, na

Comarca de Cardoso, o acusado portava uma arma de fogo do tipo

espingarda, marca Boito, de numeração aparente PI 560438, calibre 36 e três

cartuchos metálicos, marca CBC, calibre 36; arma e munições de uso

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Apelação nº 0000794-74.2013.8.26.0128

permitido, o que fazia em total desacordo com determinação legal ou

regulamentar.

Por r. sentença proferida em 25 de março de 2014 (cf. fls. 97/99),

foi o réu condenado ao cumprimento da pena de 02 (dois) anos de reclusão,

em regime inicial aberto, e ao pagamento de 10 (dez) dias-multa, por infração

ao disposto no artigo 14, caput, da Lei nº 10.826/03, substituída a pena

privativa de liberdade por duas restritiva de direitos, consistentes em

pagamento de prestação pecuniária no valor de um salário mínimo e prestação

de serviços à comunidade, facultado o apelo em liberdade.

Inconformada com a r. sentença apelou a defesa do réu,

pretendendo, em síntese, a absolvição do apelante, com fundamento no artigo

386, inciso III, do Código de Processo Penal, eis que teria agido amparado

pela excludente do exercício regular de direito ou, ainda, agido com erro de

proibição. Subsidiariamente, se mantida a condenação, requer a redução da

reprimenda que lhe foi imposta.

Por v. acórdão (cf. fls. 143/149), julgado em 10 de março de 2015,

por esta Colenda Câmara, por votação unânime, foi negado provimento ao

apelo.

A combativa defesa interpôs recursos especial e extraordinário, os

quais não foram admitidos (cf. fls. 226/228 e fls. 229/231) e agravos em

recurso especial e em recurso extraordinário, os quais foram improvidos (fls.

314/317 e fls. 337/339).

Em 15 de abril de 2016, a defesa do réu Dorivaldo requereu a

restituição da arma apreendida (cf. fls. 282), pleito que foi indeferido por

decisão proferida em 31 de maio de 2016 (cf. fls. 288).

Conta a r. decisão que indeferiu Pedido de Restituição, a defesa

de Dorivaldo interpôs recurso de apelação (fls. 344/348), aduzindo, em

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Apelação nº 0000794-74.2013.8.26.0128

síntese, que a arma apreendida não possui mais qualquer serventia para o

processo, eis que já foi periciada e toda a instrução criminal realizada, além o

que, o réu possui o certificado de propriedade da arma comprovando ser o

legítimo proprietário. Requer ainda a redução da pena ao mínimo legal.

Contrarrazões ofertadas às fls. 350/351, oportunidade em que o

D. Promotor de Justiça requereu o improvimento do apelo.

A pena de multa imposta o réu foi julgada extinta, ante o

pagamento (fls. 372).

A douta Procuradoria Geral de Justiça às fls. 379/381 opinou pelo

improvimento do apelo.

RELATADOS.

Por r. sentença proferida em 25 de março de 2014 (cf. fls. 97/99),

foi o réu condenado ao cumprimento da pena de 02 (dois) anos de reclusão,

em regime inicial aberto, e ao pagamento de 10 (dez) dias-multa, por infração

ao disposto no artigo 14, caput, da Lei nº 10.826/03, substituída a pena

privativa de liberdade por duas restritiva de direitos, consistentes em

pagamento de prestação pecuniária no valor de um salário mínimo e prestação

de serviços à comunidade, facultado o apelo em liberdade e, por v. acórdão

(cf. fls. 143/149), julgado em 10 de março de 2015, por esta Colenda Câmara,

por votação unânime, foi negado provimento ao apelo.

Em 15 de abril de 2016, a defesa do réu Dorivaldo requereu a

restituição da arma apreendida (cf. fls. 282), pleito que foi indeferido por

decisão proferida em 31 de maio de 2016 (cf. fls. 288).

Contra referida decisão que indeferiu o Pedido de Restituição, a

combativa defesa do réu interpôs o competente recurso de apelação,

almejando que a arma apreendida lhe seja devolvida.

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Apelação nº 0000794-74.2013.8.26.0128

De atenta análise dos autos, em especial da r. decisão combatida,

de se verificar que o fundamento utilizado pelo D. Magistrado de 1º Grau para

indeferir a benesse almejada, qual seja, de que não havia ainda trânsito em

julgado da sentença, restou superado, eis que que o trânsito em julgado para

o réu e seu defensor ocorreu em 27/09/2016.

Por outro vértice, o réu possui licença para posse da arma

Espingarda Boito, calibre 36, nº 560.438.

Haja vista o explicitado, de ser dado provimento ao recurso, a fim

de que a arma apreendida, de propriedade do réu, lhe seja restituída.

Isto posto, DÁ-SE PROVIMENTO ao recurso interposto pela

defesa de DORIVALDO ANTÔNIO PANSANI, para que lhe seja devolvida a

arma apreendida acima descrita. BORGES PEREIRA RELATOR

Constatando a existência de omissão no

acórdão, o Ministério Público opôs embargos

declaratórios, requerendo que a Corte Julgadora se

manifestasse acerca do disposto nos arts. 25 da Lei

n. 10.826/2003 e 91, II, “a”, do Código Penal.

No julgamento dos embargos de declaração,

todavia, a Corte apreciou somente o disposto no art.

91, II, “a”, do CP, deixando de analisar a regra

contida no art. 25 da Lei n. 10.826/2003, que impede

a devolução da arma de fogo - mesmo após o Ministério

Público já haver mencionado tal dispositivo por duas

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Apelação nº 0000794-74.2013.8.26.0128

vezes (nas contrarrazões de fls. 351 e no parecer

de fls. 381).

Desse modo, entregaram prestação

jurisdicional incompleta.

Segue o teor do acórdão que julgou os

embargos aclaratórios:

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Embargos de

Declaração nº 0000794-74.2013.8.26.0128/50000, da Comarca de Cardoso,

em que é embargante MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO

e Interessado DORIVALDO ANTONIO PANSANI, é embargado COLENDA

16ª CÂMARA CRIMINAL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA.

ACORDAM, em sessão permanente e virtual da 16ª Câmara de

Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte

decisão: Rejeitaram os embargos, V.U., de conformidade com o voto do

relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Desembargadores

CAMARGO ARANHA FILHO (presidente sem voto), OTÁVIO DE ALMEIDA

TOLEDO E GUILHERME DE SOUZA NUCCI.

São Paulo, 3 de abril de 2018.

Newton Neves

Relator

VOTO Nº 36290

EDEC Nº 0000794-74.2013.8.26.0128

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COMARCA: CARDOSO

EMBARGANTE: MINISTÉRIO PÚBLICO

EMBARGADA: COLENDA 16ª CÂMARA DE DIREITO CRIMINAL

INTERESSADO: D. A. P.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO Ausência de ambiguidade,

obscuridade, contradição ou omissão Caráter infringente Prequestionamento

anotado Embargos rejeitados (voto nº 36290)*.

Após a edição do V. Acórdão de fls. 391/393, relatado pelo E.

Desembargador Borges Pereira, já aposentado, que conferiu provimento ao

recurso de DORIVALDO ANTÔNIO PANSANI para lhe restituir a arma

apreendida, opõe o MINISTÉRIO PÚBLICO embargos declaratórios, com

efeito infringente, alegando omissão do julgado “na análise e aplicação dos

artigos 25 da Lei 10826/03 e 91, II, 'a', CP” (fls. 396/401).

É o relatório, no essencial.

Conforme dispõe o artigo 619 do Código de Processo Penal, cabem

embargos declaratórios para sanar eventual ambiguidade duplo sentido,

obscuridade ininteligível, contradição incoerência ou omissão lacuna,

admitindo-se ainda a finalidade exclusiva de prequestionamento.

O efeito infringente que pode também surgir nos embargos de

declaração somente é admitido em caso de omissão ou contradição, vez que

a decisão poderá alterar o rumo do que já decidido. A ambiguidade e a

obscuridade apenas possibilitam o aclaramento do que eventualmente está

implícito.

No caso dos autos, não se vislumbra omissão, contradição,

obscuridade ou ambiguidade no julgado, o que é declarado em atenção aos

embargos apresentados.

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Ora, como se observa às fls. 393, a restituição da arma apreendida

foi determinada por ter o réu a devida licença para sua posse.

Veja-se que o artigo 91 do Código Penal, em seu inciso II, alínea

“a”, prevê, como efeito da condenação, a perda em favor da União “dos

instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico,

alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito”.

E, respeitados doutos entendimentos contrários, não é este o caso

dos autos.

Não está aqui a se olvidar que Dorivaldo foi processado e

condenado pelo porte ilegal da espingarda cuja restituição lhe foi deferida.

Todavia, comprovou ele nos autos que possuía a devida licença

para posse da arma em seu domicílio (fls. 21 e 65). Assim, pese ter o acusado

praticado conduta ilícita, ao portar a arma possuindo apenas autorização para

sua posse, tanto que condenado, é evidente que a espingarda não pode ser

considerada objeto ilícito, tampouco produto de crime, sendo regular o

exercício da mera posse por Dorivaldo, cuja norma ele não infringiu.

Assim, não verificadas as alegadas contradição, obscuridade ou

omissão, exercida a atividade jurisdicional pelo C. Colegiado, é certo que a

modificação do julgado não se há de alcançar pela via dos embargos de

declaração, cuja finalidade é esclarecer dúvidas ou contradições no julgado.

Veja-se que, diante do presente decisum, prejudicado se mostra o

enfrentamento quanto à suspensão da eficácia do decisum ora embargado.

Diante do exposto, rejeitam-se os embargos, anotado o

prequestionamento.

Newton Neves Relator

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Apelação nº 0000794-74.2013.8.26.0128

Ao deixar de analisar a questão suscitada

pela Procuradoria Geral de Justiça em sede de

Embargos de Declaração, a Douta Turma Julgadora

contrariou o artigo 619 do Código de Processo Penal.

A Corte Estadual contrariou, também, o

artigo 25 da Lei n. 10.826/2003 (Estatuto do

Desarmamento) ao determinar a devolução da arma de

fogo, uma vez que mencionado dispositivo prevê

expressamente que as armas de fogo apreendidas, após

periciadas, devem ser encaminhadas pelo juiz ao

Comando do Exército, no prazo máximo de 48 (quarenta e oito)

horas, para destruição ou doação aos órgãos de

segurança pública ou às Forças Armadas, na forma do

regulamento desta Lei

2. CONTRARIEDADE AO ARTIGO 619 DO CPP

“Ad cautelam”, cumpre salientar que, conforme

já entendeu o Colendo Superior Tribunal de Justiça,

rejeitados os Embargos que buscavam o

prequestionamento explícito da matéria de direito

federal, o que se impõe é a interposição de Recurso

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Apelação nº 0000794-74.2013.8.26.0128

Especial, com amparo na negativa de vigência do

artigo 619 do Código de Processo Penal.

Confira-se a propósito:

PENAL E PROCESSUAL PENAL. DENUNCIA QUE NÃO

TERIA ABRANGIDO TODOS OS CRIMINOSOS. OFENSA

AO PRINCIPIO DA INDIVISIBILIDADE DA AÇÃO

PENAL: INEXISTENCIA, POIS TAL PRINCIPIO SO

SE APLICA NA HIPOTESE DE AÇÃO PENAL PRIVADA,

NÃO PODENDO SER INVOCADO QUANDO SE TRATA DE

AÇÃO PENAL PUBLICA. SURSIS ETARIO.

REQUISITOS PARA A CONCESSÃO. RECURSO

ESPECIAL. QUESTÃO NOVA. PREQUESTIONAMENTO:

IMPRESCINDIBILIDADE. INTERPOSIÇÃO DE

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO: INSUFICIENCIA, SE O

TRIBUNAL A QUO NÃO EMITIU PRONUNCIAMENTO

ACERCA DA QUESTÃO FEDERAL SUSCITADA PARA

ESTA CORTE. PRECEDENTES. AGRAVO "REGIMENTAL"

IMPROVIDO.

I - O PRINCIPIO DA INDIVISIBILIDADE DA AÇÃO

PENAL SO SE APLICA NA HIPOTESE DE AÇÃO PENAL

PRIVADA, NÃO PODENDO SER INVOCADO QUANDO SE

TRATA DE AÇÃO PENAL PUBLICA. INTELIGENCIA DO

ART. 48 DO CPP.

PRECEDENTES DO STF: RHC N. 57223/SP E RE N.

93055/PR. PRECEDENTE DO STJ: RHC N.

1.154/RJ.

II - PARA FAZER JUS A CONCESSÃO DO SURSIS

ETARIO, O CONDENADO DEVE SATISFAZER AS

EXIGENCIAS DO PARAGRAFO SEGUNDO DO ART. 77

DO CP, BEM COMO OS REQUISITOS DO SURSIS

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Apelação nº 0000794-74.2013.8.26.0128

SIMPLES (ART. 77, CAPUT E INCISOS, DO CP).

INTELIGENCIA DO PARAGRAFO SEGUNDO DO ART. 77

DO CP.

III - O RECURSO ESPECIAL (CRIMINAL) FUNDADO

NA ALINEA "A" DO PERMISSIVO CONSTITUCIONAL

SO PROSPERA SE O TRIBUNAL A QUO TIVER-SE

PRONUNCIADO ACERCA DA QUESTÃO FEDERAL

SUSCITADA PARA ESTA CORTE. EXIGE-SE A

INTERPOSIÇÃO DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, PARA

FINS DE PREQUESTIONAMENTO, MESMO QUANDO A

ALEGADA CONTRARIEDADE A LEI FEDERAL SURJA NO

JULGAMENTO DA APELAÇÃO, OU SEJA, NO ACORDÃO

RECORRIDO. NO ENTANTO, A SIMPLES

INTERPOSIÇÃO DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NÃO

SATISFAZ AO REQUISITO DE ADMISSIBILIDADE DO

PREQUESTIONAMENTO. E NECESSARIO QUE O

TRIBUNAL A QUO SE MANIFESTE SOBRE A QUESTÃO

INFRACONSTITUCIONAL NOVA. CASO NÃO O FAÇA,

O RECORRENTE ESPECIAL DEVE SUSCITAR A

CONTRARIEDADE AO ART. 619 DO CPP, AO INVES

DE INSISTIR NA DISCUSSÃO DA MATERIA JURIDICA

NÃO PREQUESTIONADA. PRECEDENTES DO STJ: RESP

N. 66.984/SP, RESP N. 53.407/RS, RESP N.

23.539/SP, RESP N. 36.996/SP, RESP N.

8.454/SP E RESP 2.239/RJ.

IV - AGRAVO "REGIMENTAL" IMPROVIDO, A

UNANIMIDADE DE VOTOS.

(AgRg no Ag 72.162/RJ, Rel. Ministro

ADHEMAR MACIEL, SEXTA TURMA, julgado em

25.06.1996, DJ 26.08.1996 p. 29731) – grifo

nosso.

PROCESSUAL PENAL. QUADRILHA ARMADA (ART.

288, PARAGRAFO UNICO, DO CP). CRIME

COLETIVO. DENUNCIA. DESCRIÇÃO GENERICA DA

INFRAÇÃO: POSSIBILIDADE. PARTICULARIZAÇÃO

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Apelação nº 0000794-74.2013.8.26.0128

DA CONDUTA CRIMINOSA DE CADA UM DOS

ACUSADOS: PRESCINDIBILIDADE. RECURSO

ESPECIAL. PREQUESTIONAMENTO DAS QUESTÕES

FEDERAIS SUSCITADAS PARA ESTA CORTE:

NECESSIDADE. QUESTÃO INFRACONSTITUCIONAL

NÃO PREQUESTIONADA, MESMO APOS A

INTERPOSIÇÃO DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.

PRECEDENTES. AGRAVO 'REGIMENTAL' IMPROVIDO.

I - TRATANDO-SE DE CRIME COLETIVO (QUADRILHA

ARMADA), ADMITE-SE A DESCRIÇÃO GENERICA DA

INFRAÇÃO, DISPENSANDO-SE A INDIVIDUALIZAÇÃO

DA CONDUTA CRIMINOSA DE CADA UM DOS

ACUSADOS. INTELIGENCIA DO ART. 41 DO CPP.

PRECEDENTES DO STJ: RHC N. 4.828/RJ, RHC N.

2.660/SP, RHC N. 2.504/RJ, RHC N. 906/RJ E

RHC N. 1.961/RJ.

II - E REMANSOSA A JURISPRUDENCIA DESTA

CORTE NO SENTIDO DE QUE A SIMPLES

INTERPOSIÇÃO DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NÃO

SATISFAZ O REQUISITO DE ADMISSIBILIDADE DO

PREQUESTIONAMENTO. E NECESSARIO QUE O

TRIBUNAL "A QUO", QUANDO DO JULGAMENTO DOS

EMBARGOS, EMITA PRONUNCIAMENTO ACERCA DA

QUESTÃO FEDERAL SUSCITADA NO RECURSO

ESPECIAL. PRECEDENTES DO STJ: RESP N.

66.984/SP E RESP N. 23.539/SP.

III - AGRAVO 'REGIMENTAL' IMPROVIDO, A

UNANIMIDADE DE VOTOS.

(AgRg no Ag 72.369/RJ, Rel. Ministro

ADHEMAR MACIEL, SEXTA TURMA, julgado em

03.06.1996, DJ 05.08.1996 p. 26440) – grifo

nosso.

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Apelação nº 0000794-74.2013.8.26.0128

Destarte, de rigor suscitar a negativa de

vigência ao artigo 619 do Código de Processo Penal,

o qual dispõe:

Aos acórdãos proferidos pelos Tribunais

de Apelação, câmaras ou turmas, poderão ser

opostos embargos de declaração, no prazo de

2 (dois) dias contado da sua publicação,

quando houver na sentença ambiguidade,

obscuridade, contradição ou omissão.

O v. acórdão objurgado não se manifestou

sobre a regra contida no art. 25 da Lei n.

10.826/2003, que prevê o encaminhamento das armas

de fogo apreendidas ao Comando do Exército, não

permitindo sua restituição ao autor da infração

penal.

Não há dúvida, portanto, de que o acórdão

proferido no julgamento dos embargos declaratórios

contrariou o disposto no artigo 619 do Código de

Processo Penal, o que deve ensejar sua anulação,

para que outra decisão seja proferida.

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3. DA CONTRARIEDADE AO ART. 25 da Lei n. 10.826/2003

Dispõe o art. 25 do Estatuto do

Desarmamento:

“Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após a

elaboração do laudo pericial e sua juntada aos autos, quando

não mais interessarem à persecução penal serão encaminhadas

pelo juiz competente ao Comando do Exército, no prazo máximo

de 48 (quarenta e oito) horas, para destruição ou doação aos

órgãos de segurança pública ou às Forças Armadas, na forma

do regulamento desta Lei”

Complementando referido dispositivo,

encontramos o art. 65, § 10, do Decreto 5.123/2004

(Regulamento do Estatuto do Desarmamento), que tem

a seguinte redação:

“As armas de fogo de uso permitido

apreendidas poderão ser devolvidas pela

autoridade competente aos seus legítimos

proprietários se cumpridos os requisitos

estabelecidos no art. 4º da Lei nº 10.826, de

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2003. (Incluído pelo Decreto nº 8.938, de

2016)”.

Vale dizer, o proprietário da arma somente

fará jus à restituição da arma de fogo caso comprove

preencher os requisitos do art. 4º do próprio

Estatuto.

Referido dispositivo dispõe que:

“Art. 4o Para adquirir arma de fogo de uso

permitido o interessado deverá, além de declarar a

efetiva necessidade, atender aos seguintes

requisitos:

I - comprovação de idoneidade, com a

apresentação de certidões negativas de antecedentes

criminais fornecidas pela Justiça Federal,

Estadual, Militar e Eleitoral e de não estar

respondendo a inquérito policial ou a processo

criminal, que poderão ser fornecidas por meios

eletrônicos; (Redação dada pela Lei nº 11.706, de

2008)

II – apresentação de documento

comprobatório de ocupação lícita e de residência

certa;

III – comprovação de capacidade técnica

e de aptidão psicológica para o manuseio de arma de

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fogo, atestadas na forma disposta no regulamento

desta Lei.

§ 1o O Sinarm expedirá autorização de

compra de arma de fogo após atendidos os requisitos

anteriormente estabelecidos, em nome do requerente

e para a arma indicada, sendo intransferível esta

autorização.

§ 2o A aquisição de munição somente

poderá ser feita no calibre correspondente à arma

registrada e na quantidade estabelecida no

regulamento desta Lei. (Redação dada pela Lei nº

11.706, de 2008)

§ 3o A empresa que comercializar arma de

fogo em território nacional é obrigada a comunicar

a venda à autoridade competente, como também a

manter banco de dados com todas as características

da arma e cópia dos documentos previstos neste

artigo.

§ 4o A empresa que comercializa armas de

fogo, acessórios e munições responde legalmente por

essas mercadorias, ficando registradas como de sua

propriedade enquanto não forem vendidas.

§ 5o A comercialização de armas de fogo,

acessórios e munições entre pessoas físicas somente

será efetivada mediante autorização do Sinarm.

§ 6o A expedição da autorização a que se

refere o § 1o será concedida, ou recusada com a

devida fundamentação, no prazo de 30 (trinta) dias

úteis, a contar da data do requerimento do

interessado.

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§ 7o O registro precário a que se refere o

§ 4o prescinde do cumprimento dos requisitos dos

incisos I, II e III deste artigo.

§ 8o Estará dispensado das exigências

constantes do inciso III do caput deste artigo, na

forma do regulamento, o interessado em adquirir arma

de fogo de uso permitido que comprove estar

autorizado a portar arma com as mesmas

características daquela a ser adquirida. (Incluído

pela Lei nº 11.706, de 2008)”

Salta aos olhos, que o requerente –

condenado por crime de porte ilegal de arma de fogo

e munição - não perfaz os requisitos do art. 4º, I,

do Estatuto, já que não tem como apresentar certidão

negativa criminal. Em resumo, o mencionado art. 4º,

I, do Estatuto impede pessoa portadora de

antecedentes criminais de adquirir arma de fogo, bem

como impede que pessoas já condenadas obtenham a

devolução.

À toda evidência, a finalidade do

dispositivo é a de permitir, por exemplo, a eventual

restituição de arma de fogo de uso permitido que

tenha sido roubada ou furtada, assegurando-se o

direito da vítima (proprietária da arma de fogo).

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Não se pode conceber, por outro lado, a devolução

da arma à pessoa condenada por porte ilegal da

própria arma cuja restituição pretende.

4. DO PEDIDO DE REFORMA

Ante de todo o exposto, demonstrados

fundamentadamente a contrariedade ao artigo 619 do

Código de Processo Penal e ao artigo 25 da Lei n.

10.826/2003, aguarda o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO

DE SÃO PAULO seja ADMITIDO o processamento do

presente Recurso Especial por essa Egrégia

Presidência, bem como seja ele oportunamente

CONHECIDO e PROVIDO pelo Colendo SUPERIOR TRIBUNAL

DE JUSTIÇA, a fim de anular o acórdão proferido no

julgamento dos embargos declaratórios, determinando

seja outro proferido para análise do mencionado art.

25, ou para cassar o v. acórdão recorrido na parte

em que deferiu a restituição da arma de fogo.

São Paulo, 10 de maio de 2018.

JOÃO ANTONIO DOS SANTOS RODRIGUES

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PROCURADOR DE JUSTIÇA

Victor Eduardo Rios Gonçalves

Promotor de Justiça designado