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MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO AUDITORIA INTERNA SECRETARIA DE ORIENTAÇÃO E AVALIAÇÃO PARECER SEORI/AUDIN–MPU Nº 260/2017 Referência: : Processo MPF/PGR nº 1.00.000.000662/2012-76 (8 volumes). Assunto: : Administrativo. Exclusão da rubrica Aviso Prévio. Ressarcimento de valores. Pagamento por serviços não prestados. Impossibilidade. Interessado: : Consultoria Jurídica. Secretaria-Geral. Ministério Público Federal. Vieram os autos do Processo em epígrafe que trata da contratação dos serviços de vigilância armada e desarmada, prestados nas dependências da Procuradoria-Geral da República, para análise e parecer desta Auditoria Interna quanto à metodologia de cálculo adotada na definição do valor do ressarcimento previsto na minuta do 10º Termo Aditivo ao contrato em tela, relacionado à exclusão das rubricas “Aviso Prévio Trabalhado” e “Aviso Prévio Indenizado” na Planilha de Custos e Formação de Preços do ajuste e sobre a aplicabilidade da Lei nº 12.506/2011 e seus reflexos na referida planilha. 2. A prestação do referido serviço é realizada pela empresa Agroservice Segurança Ltda., amparada pelo Contrato nº 22/2012 (fls.724-761-Vol.II), decorrente do Pregão Eletrônico nº 24/2012, que estipulou um efetivo inicial de 177 empregados, distribuídos em 115 postos. Registre-se que, atualmente, após a celebração do 9º Termo Aditivo (fls.1927-1932 – Vol.V), os serviços são prestados por 155 empregados, alocados em 99 postos de trabalho. 3. O início das tratativas para excluir o item “Aviso Prévio” ocorreu a partir da emissão do Ofício nº 101/2016 – DIAC/SUBGEC/SA/MPF, de 27/4/2016 (fl.1948-Vol.VI), por meio do qual foi solicitado à contratada a apresentação de novas planilhas de custos com a supressão desse encargo, a partir do 13º mês do Contrato, haja vista os itens 33 e 34 da Nota Técnica nº 106/CONJUR, a seguir transcritos: tai-260-2017-exclusaoAvisoPrevio-ressarcimento-de-valores.odt 1/22

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MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃOAUDITORIA INTERNA

SECRETARIA DE ORIENTAÇÃO E AVALIAÇÃO

PARECER SEORI/AUDIN–MPU Nº 260/2017

Referência: : Processo MPF/PGR nº 1.00.000.000662/2012-76 (8 volumes).

Assunto: : Administrativo. Exclusão da rubrica Aviso Prévio. Ressarcimento devalores. Pagamento por serviços não prestados. Impossibilidade.

Interessado: : Consultoria Jurídica. Secretaria-Geral. Ministério Público Federal.

Vieram os autos do Processo em epígrafe que trata da contratação dos

serviços de vigilância armada e desarmada, prestados nas dependências da Procuradoria-Geral

da República, para análise e parecer desta Auditoria Interna quanto à metodologia de cálculo

adotada na definição do valor do ressarcimento previsto na minuta do 10º Termo Aditivo ao

contrato em tela, relacionado à exclusão das rubricas “Aviso Prévio Trabalhado” e “Aviso

Prévio Indenizado” na Planilha de Custos e Formação de Preços do ajuste e sobre a

aplicabilidade da Lei nº 12.506/2011 e seus reflexos na referida planilha.

2. A prestação do referido serviço é realizada pela empresa Agroservice

Segurança Ltda., amparada pelo Contrato nº 22/2012 (fls.724-761-Vol.II), decorrente do

Pregão Eletrônico nº 24/2012, que estipulou um efetivo inicial de 177 empregados,

distribuídos em 115 postos. Registre-se que, atualmente, após a celebração do 9º Termo

Aditivo (fls.1927-1932 – Vol.V), os serviços são prestados por 155 empregados, alocados em

99 postos de trabalho.

3. O início das tratativas para excluir o item “Aviso Prévio” ocorreu a partir da

emissão do Ofício nº 101/2016 – DIAC/SUBGEC/SA/MPF, de 27/4/2016 (fl.1948-Vol.VI),

por meio do qual foi solicitado à contratada a apresentação de novas planilhas de custos com a

supressão desse encargo, a partir do 13º mês do Contrato, haja vista os itens 33 e 34 da Nota

Técnica nº 106/CONJUR, a seguir transcritos:

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33. No tocante à eventual solicitação de ressarcimento em virtude dasupressão prevista no art. 65, § 1º, da Lei 8.666/93, salienta-se que cabe àContratada efetuar a composição de sua planilha de custos de acordo comsua realidade e critérios que entender adequado, podendo inclusive disporde eventuais custos. Não obstante, na planilha de formação de custossugerida nos editais da PGR, há previsão de encargos sociais totaisestimados de 72,11%, sendo que destes, 1,35% correspondem a coberturado aviso prévio trabalhado (7 dias corridos de ausência ou redução de 2hdiárias) e 0,42% previstos para aviso prévio indenizado.

34. Ademais, um dos custos que pode/deve ser negociado é a parcela do'aviso prévio' dos encargos, já que ele é integramente coberto no primeiroano de contrato, tratando-se de custo de natureza não renovável. Issoocorre porque a previsão de dispensar o empregado ao final do contrato éamparada por esse custo. Como não ocorreu a dispensa nos primeiros 12meses, os recursos para tanto já foram provisionados.

4. Em resposta, mediante o Ofício nº 1801/2016, de 27/6/2016 (fls. 1974-2001-

Vol.VI), a contratada propôs, apenas, a retirada do percentual de 1,35%, referente ao aviso

prévio trabalhado, reduzindo, assim, os encargos sociais da contratação de 71,56% para

70,21%. Na ocasião, também, apresentou planilha com apuração dos valores a serem

ressarcidos à contratante, até a data de 31/5/2016, e a Relação de Aviso Prévio Pago a 82

(oitenta e dois) empregados. Vale assinalar que, após compulsar os autos, verificaram-se casos

de que não ensejaram o cumprimento de aviso prévio, como, por exemplo, os constantes às

fls. 2.0181, 2.0532, 2.1443 e 2.1894, consoante disposições da Portaria MTE nº 2.685/2011.

5. Em referência ao sobredito Ofício, em 15/9/2016, a Administração

encaminhou correio eletrônico à contratada (fl. 2482-Vol.VII) no qual solicita a redução dos

encargos sociais para 69,79%, considerando a exclusão do aviso prévio indenizado de 0,42%,

em face da determinação contida no relatório de Correição do Conselho Nacional do

Ministério Público – CNMP e do item 1.8.1.4 do Acórdão TCU nº 1.633/2014 – Plenário, nos

seguintes termos:

Refiro-me ao Ofício nº 1801/2016 onde foram encaminhadas novasplanilhas de custos, adequando os equipamentos e excluindo o percentualde 1,35%, referente ao 'Aviso Prévio Trabalhado'.

1 Código de Afastamento SJ1 – Rescisão contratual a pedido do empregado.2 Código de Afastamento PD0 – Extinção normal do contrato de trabalho por prazo determinado.3 Código de Afastamento SJ1 – Rescisão contratual a pedido do empregado.4 Código de Afastamento PD0 – Extinção normal do contrato de trabalho por prazo determinado.

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Informamos que em relatório de Correição, o Conselho Nacional doMinistério Público – CNMP, determinou a necessidade de exclusão naseventuais prorrogações contratuais, dos custos não renováveis já pagos ouamortizados no primeiro ano da contratação, com base na IN nº 2/2008(alterada pela IN nº 3/2009), bem como recomendações do Tribunal deContas da União.

Cabe salientar ainda, que o item 1.8.1.4 do Acórdão nº 1633/2014 – TCU –Plenário, tem a seguinte redação:

'1.8.1. Dar ciência à Subsecretaria de Planejamento, Orçamento eGestão do Ministério das Comunicações (SPOA/MC) de que, napresente fiscalização, foram observadas as seguintes irregularidades:

1.8.1.4. manutenção de custos não renováveis referentes a aviso

prévio (aviso prévio trabalhado) e aviso prévio indenizado, após umano de vigência do Contrato 9/2010-MC, em descumprimento aoartigo 30-A, §1º, inciso II, da IN-SLTI/MPOG 2/2008.'

Deste modo, como o aviso prévio não constitui, por sua própria natureza,uma despesa permanente relacionada à exclusão do objeto acordado entreas partes, mas, sim, um custo decorrente de eventual rescisão do contratode trabalho mantido entre a empresa e seus trabalhadores. Trata-se, pois,de um custo não renovável da Planilha de Custos e Formação de Preços docontrato administrativo, portanto, deverá ser excluído da Planilha deCusto, a partir do 13º mês de vigência do contrato.

Assim sendo, solicitamos que sejam encaminhadas novas Planilhas deCusto e Formação de Preços, com a exclusão dos percentuais de 1,35% e0,42%, ou seja reduzindo os encargos sociais de 71,56% para 69,79%, queterá vigência a partir do 13º mês de vigência do contrato.

Solicito a maior brevidade possível na remessa das planilhas.

6. Em atendimento à solicitação da contratante, a empresa reencaminhou o

conjunto de planilhas, com a supressão das rubricas de Aviso Prévio Trabalhado e de Aviso

Prévio Indenizado, reduzindo os encargos sociais para 69,79%, conforme o Ofício nº

1901/2016, de 19/9/2016 (fls. 2483-2494 Vol.VII).

7. Neste ínterim, tendo em vista a necessidade de algumas correções relativas

às planilhas enviadas anteriormente, foi encaminhado o e-mail de 26/10/2016 (fl. 2495-

Vol.VII) à contratada , objetivando os ajustes apontados.

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8. Na sequência, a contratada emitiu o Ofício nº 1.990/2016, de 21/11/2016

(fls. 2501-2510-Vol.VII), com as alterações propostas pela Administração, do qual consta a

apuração do montante inicial de R$ 300.397,88 (aviso prévio trabalhado + aviso prévio

indenizado), referente ao período em que o aviso prévio foi recebido indevidamente,

12/7/2013 a 30/11/2016, para ressarcimento; a nova Relação de Aviso Prévio Pago (agora

reduzida para 61 empregados), com o respectivo valor no montante de R$ 132.675,92; e o

valor líquido a ressarcir de R$ 150.054,68 (após dedução dos valores já descontados em fatura

e os valores das rescisões pagas), conforme se destaca do expediente abaixo:

(…)

Inicialmente, lembramos que os funcionários quando são demitidos terãoque cumprir aviso prévio e no vencimento desses, receber as verbasrescisórias.

Por questões de segurança interna da PGR, os funcionários residentesdemitidos, não podem cumprir o aviso prévio nas instalações do órgão,conforme determinado pelo setor de segurança.

Ocorre que desde o início do contrato já foram efetivadas 61 (sessenta euma) demissões, que representa 34,46% do efetivo inicial, sem que osfuncionários pudessem cumprir o aviso prévio no local de trabalho, sendoque em só momento foram suprimidos 35 (trinta e cinco) postos, conforme9º Termo Aditivo.

Efetuamos os pagamentos das rescisões que incluem o aviso prévio a todosos funcionários.

No presente ofício nos foi solicitado o cálculo dos valores do aviso prévioindenizado e aviso prévio trabalhado para efeito de ressarcimento e paratanto apresentamos os seguintes cálculos, bem como os valores gastos pornossa empresa com o pagamento do aviso prévio aos funcionáriosdemitidos.

(…)

Teremos então o total de R$ 300.397,88 (trezentos mil, trezentos e noventa esete reais e oitenta e oito centavos), a serem ressarcidos, conforme previstono ofício em epígrafe, conforme tabela a seguir:

TOTAL DO AVISO PRÉVIO INDENIZADO -0,42% R$ 71.280,84

TOTAL DO AVISO PRÉVIO TRABALHADO-1,35% R$ 229.117,04

TOTAL DE AVISO PRÉVIO INDENIZADO+AVISO PRÉVIOTRABALHADO

R$ 300.397,88

(…)

Apresentamos as 61 (sessenta e um) demissões de vigilantes, desde o início

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do contrato, totalizando o montante de R$ 132.675,92 (cento e trinta e doismil, seiscentos e setenta e cinco reais e noventa e dois centavos), conformerelação a seguir e cópias anexas:

(…)

A seguir segue cálculos do total do aviso prévio a ressarcir diminuindo osvalores totais de aviso prévio pagos nas rescisões aos funcionários:

TOTAL DE AVISO PRÉVIO INDENIZADO+AVISO PRÉVIOTRABALHADO

R$ 300.397,88

TOTAL DAS RESCISÕES (INCLUÍDOS OS AVISOS PRÉVIOS PAGOS) R$ 132.675,92

TOTAL A RESSARCIR (AVISOS PRÉVIOS - RESCISÕES) R$ 167.721,96

Portanto, Teremos o valor de R$ 167.721, 96 (cento e sessenta e sete mil,setecentos e vinte e um reais e noventa e seis centavos), a ressarcir quesolicitamos que seja efetuada da seguinte forma:

TOTAL A RESSARCIR (AVISOS PRÉVIOS - RESCISÕES) R$ 167.721,96

VALOR JÁ DESCONTADO NA FATURA DO MÊS DE SETEMBRO DE2016

R$ 8.833,64

VALOR JÁ DESCONTADO NA FATURA DO MÊS DE OUTUBRO DE2016

R$ 8.833,64

TOTAL DO RESSARCIMENTO R$ 150.054,68

TOTAL DE PARCELAS -9- NOVEMBRO DE 2016 À JULHO DE 2017 9

VALOR CADA PARCELA R$ 16.672,74

Conforme acima exposto, solicitamos o parcelamento do total doressarcimento de 09 (nove) parcelas no valor de R$ 16.672,74 (dezesseis milseiscentos e setenta e dois reais e setenta e quatro centavos).

Segue planilhas com a supressão no encargo social de 71,56%, para69,79%.

(...)

9. Em 16/12/2016, a Divisão de Elaboração e Análise Contratual – DIAC/SA

proferiu o Despacho às fls. 2849-2855-Vol.VIII, por meio do qual ratificou o novo conjunto de

planilhas de custos apresentado pela contratada e os cálculos do montante a ser ressarcido à

Administração. Além disso, encaminhou a minuta do 10º Termo Aditivo (fls. 2844-2848-

Vol.VIII) à Consultoria Jurídica/SG para apreciação, nos termos do parágrafo único do art. 38

da Lei nº 8.666/93, segundo a transcrição in verbis:

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(…)

Deste modo, levando-se em consideração a remuneração de cada categoriae o quantitativo para cada período, conforme foi demonstrado pelacontratada (fls. 2503/2506), chega-se ao montante de R$ 300.397,88(trezentos mil, trezentos e noventa e sete reais e oitenta e oito centavos),referente ao aviso prévio pago e indenizado a ser ressarcido, referente aoperíodo de 12/07/2013, início do segundo aniversário do contrato a30/11/2016.

Ressalte-se que quando de sua proposta anterior, a contratada solicitou oparcelamento do valor a ser ressarcido, em 10 (dez) vezes, e iniciou odesconto de R$ 8.833,64 (oito mil, oitocentos e trinta e três reais), nasfaturas referentes aos meses de setembro (NF nº 702), outubro (NF nº 724) eR$ 16.672,74 (dezesseis mil, seiscentos e setenta e dois e setenta e quatrocentavos), em novembro/2016 (NF nº 747). (fls.2792/2796 e 2810/2811).

Com a correção dos cálculos, o valor a ser ressarcido sofreu acréscimo e arelação do ‘Aviso Prévio Pago’ foi reduzida, deste modo temos a seguintesituação:

Aviso Prévio Indenizado + Aviso Prévio Trabalhado - R$ 300.397,88

Rescisões (Avisos Prévios Pagos) - R$ 132.675,92

Valor do ressarcimento - R$ 167.721,96

Descontos efetuados (R$ 8.833,64x2+R$ 16.672,74) - R$ 34.340,02

Saldo Devedor a ser ressarcido - R$ 133.381,94

Caso seja concedido o parcelamento solicitado, a contratada deverá efetuaro desconto do valor acima mencionado em 7 (sete) parcelas mensais de R$19.054,56 (dezenove mil, cinquenta e quatro reais e cinquenta e seiscentavos) nas faturas referentes aos meses de dezembro de 2016 ajunho/2017.

(…)

Ao analisarmos o novo jogo de Planilhas de Custo (fls. 2817/2827),constatamos a regularidade das mesmas pois continham apenas asalterações recomendadas, a saber:

a) alteração dos valores dos equipamentos/materiais dos Vigilantes, e

b) exclusão dos percentuais de 1,35% e 0,42%, referentes ao AvisoPrévio Trabalhado e Indenizado, respectivamente, ou seja, reduzindoos encargos sociais de 71,56% para 69,79%,

(...)Nesse contexto, encaminhamos para apreciação a minuta do Décimo TermoAditivo ao Contrato nº 22/2012, às fls. 1844/1848, visando:

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a) o reequilíbrio econômico-financeiro, em função da exclusão dospercentuais de 1,35% e 0,42% referente ao Aviso Prévio Indenizado eTrabalhado respectivamente, a partir de 20/07/2013, e

b) o reequilíbrio econômico-financeiro, em função do ajuste dosvalores dos equipamentos/materiais, bem como assegurar oressarcimento de R$ 133.381,94 (cento e trinta e três mil, trezentos eoitenta e um reais e noventa e quatro centavos), em 7 (sete) parcelasno valor de R$ 19.054,56 (dezenove mil, cinquenta e quatro reais ecinquenta e seis centavos) a serem deduzidas das faturas referentesaos meses de dezembro de 2016 a junho de 2017.

(…)Por fim, sugerimos enviar à Secretaria de Administração paraencaminhamento à Consultoria Jurídica da SG, com vistas à apreciação daminuta, nos termos do parágrafo único do art. 38 da Lei 8.666/93.

10. Por sua vez, a Consultoria Jurídica/SG prolatou a Nota Técnica nº

008/2017/CONJUR, de 11/1/2017, fls. 2857-2863-Vol.VIII, mediante a qual, após examinar o

processo em tela e o teor do Termo Aditivo, encaminha os presentes autos a esta Auditoria

Interna para manifestação, em face da seguinte exposição:

(...)

14. A análise dos elementos contidos nos autos indica que se encontrampresentes os requisitos necessários à alteração contratual pretendida, noque tange ao reequilíbrio econômico-financeiro e à readequação doquantitativo de equipamentos.

15. Consta dos autos que por meio da manifestação jurídica, restouconsignado que na planilha de formação de custos sugerida nos editais daPGR, há previsão de encargos sociais totais estimados de 72,11%, sendoque destes, 1,35% correspondem a cobertura do aviso prévio trabalhado (7dias corridos de ausência ou redução de 2h diárias) e 0,42% previstos paraaviso prévio indenizado.

16. Outrossim, que o aviso prévio trata-se de custo não renovável,integralmente coberto no primeiro ano de contrato, o qual foi devidamenteprovisionado, conforme entendimento do Tribunal de Contas da União,exarado no Acórdão nº 1633/2014 – P, e o disposto no art. 30-A, §2º da INMPOG nº 2/2008.

(…)

18. Ressalta-se que foram excluídos dos valores a serem ressarcidos, osavisos prévios efetivamente pagos pela empresa. A contratada alega quedesde o início do contrato foram efetuadas 61 demissões, que representa34,46% do efetivo total. Observa-se que no primeiro ano de contratoocorreram 14 demissões, de um efetivo de 177, conforme informaçõescontidas no documento de fls. 2501/2510.

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19. Aduz, ainda, a empresa que somente em 2016 por ajuste no orçamentodo órgão, foi determinada a supressão de 35 vigilantes no mesmo dia emque fora comunicada pela Administração, e que a edição da Lei nº12.506/2011, que acrescentou ao aviso prévio 3 dias por ano de serviçoprestado na mesma empresa, até o máximo de 60 dias, onerou-se asrescisões. É que vários empregados utilizaram do benefício e esse custo nãoestá previsto em qualquer estudo de encargos sociais.

20. Sobre a aplicabilidade da Lei nº 12.506/2011 e seus reflexos naplanilha de custos e formação de preços, a Secretaria de Logística eTecnologia da Informação/MPOG, emitiu, em 15/8/2012, um comunicadono sítio eletrônico do Comprasnet, no seguinte sentido:

COMUNICAMOS AOS ÓRGÃOS E ENTIDADES DAADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL QUE, APÓS A EDIÇÃO DALEI Nº 12.506/2011, DE 11 DE OUTUBRO DE 2011, QUE DISPÕESOBRE O AVISO PRÉVIO E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS,VERIFICOU-SE A NECESSIDADE DE SE CONSOLIDAR AINTERPRETAÇÃO A SER UTILIZADA NOS CONTRATOS VIGENTESE AO FUTUROS EDITAIS DE LICITAÇÃO.

(…)

COM RELAÇÃO À PRORROGAÇÃO CONTRATUAL, O INCISO XVIIDO ART. 19 DA INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 2, DE 2008,DETERMINA QUE NAS EVENTUAIS PRORROGAÇÕES OS CUSTOSNÃO RENOVÁVEIS JÁ PAGOS OU AMORTIZADOS NO PRIMEIROANO DA CONTRATAÇÃO DEVERÃO SER ELIMINADOS COMOCONDIÇÃO PARA RENOVAÇÃO, DESTE MODO, OS VALORESREFERENTES AO AVISO PRÉVIO JÁ ESTARIAM RESERVADOS NOPRIMEIRO ANO DE VIGÊNCIA CONTRATUAL, DE MODO QUESERIAM EXCLUÍDOS A PARTIR DA PRIMEIRA PRORROGAÇÃODO AJUSTE ORIGINAL.

ASSIM SENDO, COM A NOVA PREVISÃO LEGAL, HAVERÁNECESSIDADE DE MODIFICAÇÃO NA METODOLOGIA ATÉENTÃO ADOTADA PARA PRORROGAÇÃO DOS CONTRATOS DEPRESTAÇÃO DE SERVIÇOS COM ALOCAÇÃO DE MÃO DE OBRA.NESSE CASO, O VALOR PREVISTO A TÍTULO DE AVISO PRÉVIODEVERÁ CONSIDERAR 3 (TRÊS) DIAS PARA CADA ANO DEPRORROGAÇÃO, ATÉ O LIMITE DE 12 (DOZE) DIAS,PERFAZENDO UM TOTAL DE 42 (QUARENTA E DOIS) DIAS ,VISTO QUE O INCISO II DO ART. 57 DA LEI Nº 8.666, DE 21 DEJUNHO DE 1993, PERMITE QUE OS CONTRATOS DE PRESTAÇÃODE SERVIÇOS CONTINUADOS SEJAM PRORROGADOS ATÉ UMLIMITE DE SESSENTA MESES, CASO OS PREÇOS E CONDIÇÕESSEJAM MAIS VANTAJOSOS PARA A ADMINISTRAÇÃO. DESSAFORMA, A METODOLOGIA REFLETIRÁ O PRAZO DE AVISOPRÉVIO QUE O EMPREGADO ACUMULA NO PRIMEIRO ANO ENOS SEGUINTES DO CONTRATO.

21. Por outro lado, a Auditoria Interna do MPU também já se manifestou

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sobre a aplicabilidade da Lei nº 12.506/2011, mediante o ParecerSEORI/AUDIN-MPU nº 1.821/2016, conforme segue:

7. Isso porque, como se percebe do seu texto, a vigência da referidanorma em nada alterou o teor dos arts. 487 e 488 da CLT, a seguirtranscritos, os quais estabelecem a possibilidade de o empregado quetiver seu contrato de trabalho rescindido cumprir o aviso préviotrabalhado com ausência de 7 dias, sem prejuízo do salário integral.Para tanto, no contrato administrativo se faz o aprovisionamento naplanilha de custos para a substituição do empregado faltante nopercentual estatístico de 1,94% apenas para o primeiro ano docontrato, por se tratar de custo não renovável amortizável em 12meses, conforme já esclarecido. (…)

8. Dessa forma, é possível concluir que a Lei nº 12.506/2011 nãoalterou a aplicabilidade do art. 488 da CLT, visto que nenhum critériode proporcionalidade foi expressamente regulado pelo legislador,permanecendo o trabalhador com a possibilidade de optar pelahipótese que julgar mais conveniente entre as oferecidas peloparágrafo único do art. 488 da CLT, caso a demissão ocorra comaviso prévio trabalhado.

22. Portanto, a Audin/MPU esposa o entendimento segundo o qual a Leinº 12.506/2011 não traz reflexos nos encargos sociais, devendo ser excluídoda planilha de custos o aviso prévio indenizado e trabalhado após oprimeiro ano de vigência contratual, nos termos do Acórdão 1904-38/07-P,cujo excerto do relatório trata da matéria nos seguintes termos:

(…)

24. Portanto, diante do entendimento esposado pela Audin/MPU, infere-se que não deveriam ser descontados os valores pagos a título de avisoprévio trabalhado e indenizado do montante a ser ressarcido pela empresaà PGR, considerando seu provisionamento no primeiro ano do contrato.

25. Entretanto, ante o contido no relatório do Acórdão 1904-38/07-P,segundo o qual ‘(…) no caso o número de demissões ser superior aoprevisto, a empresa pode pleitear os valores correspondentes narepactuação do contrato, desde que tal fato seja devidamente comprovado’,sugere-se que os autos sejam submetidos à Audin/MPU para manifestar-sesobre a metodologia adotada pela empresa, por meio da minuta do aditivo,que definiu o valor do ressarcimento em questão, bem como sobre aaplicabilidade da Lei nº 12.506/2011 e seus reflexos nos encargos sociais,considerando-se o comunicado da SLTI. Em que pese o MPU não estarsubmetido a referida orientação, é cediço que o órgão tem adotado comoboa prática administrativa as orientações contidas na Instrução NormativaSLTI/MPOG nº 2/2008.

11. Em exame, consoante mencionado ao longo do relatório supra, é sabido que

esta Auditoria Interna já se manifestou em várias ocasiões a respeito da obrigatoriedade de

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exclusão da rubrica Aviso Prévio das Planilhas de Custos, após o primeiro ano de vigência

contratual, a exemplo dos Pareceres SEORI/AUDIN-MPU nºs 688/2014, 3.432/2014 e

1.821/2016, disponíveis em www.auditoria.mpu.mp.br, todos, devidamente consubstanciados

na jurisprudência do Tribunal de Contas da União.

12. Nessas orientações, destacou-se sempre a característica principal da

provisão em tela, a sua natureza de custo não renovável, isto é, uma vez pago ou amortizado

no primeiro ano de vigência contratual, deve ser retirado da composição de preços do ajuste.

13. Além disso, em tais oportunidades, foi retratada também a abrangência da

provisão desses valores, no tocante à cobertura do valor total das despesas com a demissão

dos empregados alocados ao contrato. Releva acrescentar que, nesse mesmo sentido, firmou-

se o conceito de “Provisão para Rescisão” definido no Caderno de Logística 2014, referente à

prestação de serviços de vigilância, publicado pela SLTI, nos termos da IN MPOG nº 2/2008,

p. 32, a saber:

4.4 PROCEDIMENTOS ADOTADOS PARA O CÁLCULO DOS VALORESREFERENCIAIS

(…)

c) Provisão para Rescisão

É considerada como custo a provisão para rescisão de todos os contratos detrabalho, durante todo o período de execução dos serviços. Considera-seque uma parcela dos trabalhadores trabalhará durante o período de avisoprévio enquanto outra parcela será indenizada e haverá necessidade desubstituição imediata. (Grifo acrescido)

14. Considerando a concepção de abrangência da provisão em destaque,

convém relembrar as orientações basilares sobre a finalidade e a destinação dos valores

provisionados no primeiro ano de execução contratual, emitidas pela Corte de Contas nos

propalados Acórdãos nºs 1.904/2007 e 3.006/2010, ambos do Plenário, conforme segue:

ACÓRDÃO TCU Nº 1.904/2007 – PLENÁRIO

(...)

RELATÓRIO

(...)

tai-260-2017-exclusaoAvisoPrevio-ressarcimento-de-valores.odt10/22

O item ‘Aviso Prévio Trabalhado’ (inciso XXI do art. 7º da ConstituiçãoFederal e art. 487 da CLT), corresponde ao valor repassado para pagar ofuncionário enquanto este não trabalha. Apesar de não haver leicomplementar para disciplinar essa matéria, a doutrina e a jurisprudênciaaconselham que o funcionário seja avisado de sua dispensa e, a partir deentão, ele passa a receber seu último salário referente a 30 dias de serviço,dos quais 7 ele tem direito a ausentar-se do trabalho para ter tempo deprocurar por outro emprego ou, se preferir, trabalhar 2 horas a menos pordia durante o período de 30 dias. Neste tempo em que o empregado nãopresta serviço, a Contratada terá de pagar, ao mesmo tempo, o funcionárioque está saindo mais aquele que está entrando no posto e, por isso, há deconstar esse item da planilha de custos.

O percentual mais adequado a este item da planilha é 1,94%, mas que deveser pago apenas no primeiro ano do contrato, devendo ser excluído daplanilha a partir do segundo ano, uma vez que só haverá uma demissão euma indenização por empregado. O cálculo está demonstrado a seguir:[(100% / 30) x 7]/ 12 = 1,94%Onde:100% = salário integral30 = número de dias no mês7 = número de dias de aviso prévio a que o empregado tem direito de seausentar12 = número de meses no ano

No Edital n.º 80/2006 está previsto o percentual de 8,33% para avisoprévio, que está 6,39% acima do ideal. Se o Dnit adotar um índice de1,94%, geraria uma economia de pelo menos R$ 38.991,96 ao valor anualdo contrato. Cumpre destacar que, no caso do número de demissões sersuperior ao previsto, a empresa pode pleitear os valores correspondentes narepactuação do contrato, desde que tal fato seja devidamente comprovado.

ACÓRDÃO TCU Nº 3.006/2010 – PLENÁRIO

(...)

RELATÓRIO

(...)Evidências 5:Encargos Sociais.8.5. Os percentuais dos encargos sociais utilizados nos cálculos dos Grupos‘A’ e ‘B’ das planilhas de custos estão de acordo com os índicesregularmente praticados no mercado.8.5.1. Contudo, é imperioso destacar que o cálculo referente ao percentualcobrado para fazer face ao Aviso Prévio Trabalho (Grupo B), estabelecidoem 1,94 % na proposta da Contratada, destinado à indenização peladispensa de todos os funcionários ao término da vigência do contrato ,considera-se integralmente pago no primeiro ano do Contrato, devendo serzerado nos anos subsequentes, nos termos do cálculo demonstrado quandoda apreciação do Acórdão TCU nº 1904/2007-Plenário, a seguirreproduzido:[(100% / 30) x 7]/ 12 = 1,94%Onde:

tai-260-2017-exclusaoAvisoPrevio-ressarcimento-de-valores.odt11/22

100% = salário integral30 = número de dias no mês7 = número de dias de aviso prévio a que o empregado tem direito de seausentar12 = número de meses no ano

8.5.2. Dessa forma, deve-se fixar prazo para que o NERJ/MS repactue ostermos do Contrato nº 174/2006, assinado com a empresa MGI TecnoginMicrográfica no Gerenciamento da Informação Ltda., tendo em vista que oreferido item deveria ter sido zerado nos anos subsequentes, nos termos docálculo demonstrado quando da apreciação do Acórdão TCU n.º1904/2007-Plenário, efetuando-se o necessário ajuste de contas naspróximas faturas.

Acórdão(…)9.2.2. supressão do percentual de 1,94 % da Planilha de Custos dosServiços Contratados, referente ao Aviso Prévio Trabalhado, tendo em vistaque os referidos custos consideram-se integralmente pagos no primeiro anodo Contrato, devendo ser zerado nos anos subsequentes, nos termos docálculo demonstrado quando da apreciação do Acórdão TCU nº1904/2007 - Plenário; (grifos nossos).

15. Salienta-se desses julgados que os valores reservados no primeiro ano de

execução contratual são destinados à indenização pela dispensa de todos os funcionários

alocados pela contratada, o que justifica o fato de esses custos serem considerados

integralmente pagos após a fase inicial do contrato. Ademais, também, evidencia-se que o

aprovisionamento em causa é feito para cobrir os 7 dias de trabalho a serem realizados por

empregado substituto.

16. Em outro pronunciamento do TCU, em situação similar ao presente caso, a

Corte de Contas determinou adoção de medidas para excluir a parcela “Aviso Prévio” da

Planilha de Custos, equivocadamente mantida, após a primeira prorrogação contratual, bem

como a recuperação dos valores pagos, de forma indevida, à contratada, consoante o Acórdão

nº 2.747/2015 - Plenário, colacionado na sequência:

ACÓRDÃO TCU Nº 2.747/2015 – PLENÁRIO

(…)

3.38. Falhas na RepactuaçãoSituação encontrada:766. Da análise dos Contratos 36/2013 (Limpeza/PA) e 104/2011(Limpeza/AP), constatou-se que não foram utilizadas informações

tai-260-2017-exclusaoAvisoPrevio-ressarcimento-de-valores.odt12/22

gerenciais da execução do contrato para propor redução de valores nasprovisões (ex: proposta com PCFP com erros), auxílio maternidade semmulheres.767. O Contrato 104/2011 foi firmado inicialmente em 8/9/2011 (peça 34, p.38). Por ocasião da repactuação e celebração do 2º Termo Aditivo em18/2/2013 (peça 56, p. 49) foram mantidos, na rubrica Provisão paraRescisão, valores de aviso prévio trabalhado (peça 56, p. 24). A falha foiconstatada ainda no Contrato 36/2013.Comentários dos Gestores:768. Por meio do Ofício 1/2015-TRT-8ª - Coaud/Presi, de 10/3/2015 (peça64), o gestor anui com a proposta de revisão dos valores lançados a títulode provisão, de forma que a unidade técnica responsável pelo cálculo dasplanilhas de preços fará o recálculo a partir de 8/9/2012 e cobrará osvalores pagos indevidamente à contratada.Causas do achado:769. Grande quantidade de procedimentos dispersos na legislaçãoassociado à inexistência de lista de verificação para atuação do fiscal nafase de gestão do fornecedor.Análise:770. Nestes termos, a equipe e o TRT-8 ratificam o já informado no achado.Efeitos/Consequências do achado: 771. Pagamento de valores indevidos (real).Critérios:772. Lei 8.666/93, art. 65, II, d (bilateral)773. Decreto 2.271/1997, art. 5º ; art 4º, inc. I774. IN SLTI 02/2008 -arts. 37 a 41.775. Parecer JT-02/2009.Evidências:776. Pedido de Repactuação e 2º Termo Aditivo ao Contrato 104/2011(limpeza/AP) (peça 56).Conclusão da equipe:777. A organização não revisou os valores lançados a título de Provisão,quando das prorrogações/repactuações contratuais, tampouco utilizouinformações gerenciais da execução do contrato para propor redução devalores nas provisões.

Proposta de encaminhamento:778. Determinar ao TRT-8, com fulcro na Constituição Federal, art. 71, IX:595.1. Adote as medidas para corrigir os seguintes itens na Planilha deCustos e Formação de Preços dos contratos 104/2011 e 36/2013:a) exclusão da parcela Aviso Prévio Trabalhado, após 12 meses de contrato,em consonância com o Acórdão TCU 3006/2010 - Plenário, item 9.2.2.595.2. adote, no prazo de 90 dias, as medidas necessárias à recuperaçãodos valores pagos indevidamente em decorrência dos ajustes acima.

9.Acórdão(…)9.2. determinar ao Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região, com fulcrono art. 43, inciso I, da Lei 8.443/1992, c/c o art. 250, inciso II, doRegimento Interno do TCU, que:(...)

tai-260-2017-exclusaoAvisoPrevio-ressarcimento-de-valores.odt13/22

9.2.7. Em atenção ao art. 71, inciso IX, da CF, adote as medidas paraexcluir na Planilha de Custos e Formação de Preços dos contratos104/2011 e 36/2013 a parcela ' Aviso Prévio Trabalhado ' , após 12 meses de contrato, em consonância com o item 9.2.2 do Acórdão 3006/2010 – TCU-Plenário;

9.2.8. em atenção ao art. 71, inciso IX, da Constituição Federal, adote, noprazo de noventa dias, as medidas necessárias à recuperação dos valorespagos indevidamente em decorrência dos ajustes mencionados no subitem anterior nos Contratos 104/2011 e 36/2013;(...)9.3. com fundamento no art. 250, inciso V, do Regimento Interno do TCU,determinar as seguintes oitivas:(…)9.3.2. do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região e das empresascontratadas por meio dos Contratos 104/2011 e 36/2013 a respeito dainclusão da parcela 'Aviso Prévio Trabalhado', após 12 meses de contrato,em desacordo com o estabelecido no item 9.2.2 do Acórdão 3006/2010-TCU-Plenário; (destacamos).

17. Em recente Sessão de Plenário, realizada em 16/11/2016, os Ministros do

TCU, por meio do Acórdão de Relação nº 2.896/2016, parcialmente transcrito abaixo,

consideraram como cumprida, por parte da unidade fiscalizada, as determinações do Acórdão

retrocitado, para exclusão da parcela “aviso prévio trabalhado”, assim como decidiram pelo

encaminhamento de cópia desse Acórdão ao respectivo Órgão de Controle Interno, para

pronunciamento sobre a efetividade das medidas relativas ao ressarcimento dos valores pagos

indevidamente:

ACÓRDÃO TCU Nº 2.896/2016 -PLENÁRIO

(…)

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão dePlenário, ACORDAM, por unanimidade, considerando as informaçõesconstantes da instrução à peça 93, em:

a) considerar atendidas as determinações constantes dos subitens 9.2.2,9.2.5, 9.2.7, 9.2.8 e 9.2.9 do Acórdão 2747/2015-TCU-Plenário;

b) encaminhar cópia deste Acórdão ao Órgão de Controle Interno doTribunal Regional do Trabalho - 8ª Região (TRT/8ª Região), a fim de que,nas contas do exercício de 2016 do órgão, seja criado tópico específico nosrespectivos relatórios de auditoria de gestão, com pronunciamento sobre aefetividade das medidas adotadas, no tocante:

(…)

tai-260-2017-exclusaoAvisoPrevio-ressarcimento-de-valores.odt14/22

b.4) ressarcimento do valor de R$ 18.589,89, (dezoito mil, quinhentos eoitenta e nove reais, oitenta e nove centavos) decorrente do pagamentoindevido da rubrica Aviso Prévio Trabalhado sob a égide do contrato104/2011, firmado com a empresa Belo Monte Serviços Ltda. – EPP,conforme determinação do subitem 9.3.2 do Acórdão 2.747/2015-TCU-Plenário; e

b.5) ressarcimento do valor de R$ 27.914,52 (vinte e sete mil, novecentos equatorze reais, cinquenta e dois centavos), decorrente do pagamentoindevido da rubrica Aviso Prévio Trabalhado sob a égide do contrato36/2013, firmado com a empresa Uniservice Construtora e Serviços Ltda. –ME, conforme determinação do subitem 9.3.2 do Acórdão 2.747/2015-TCU-Plenário; (grifamos).

18. Com base nesses esclarecimentos, impende reiterar o entendimento adotado

nos pareceres anteriores desta Audin-MPU, no sentido de que a provisão realizada no primeiro

ano de vigência do ajuste é destinada para satisfazer os custos relacionados à dispensa de

funcionários da contratada.

19. No caso concreto, portanto, verifica-se indubitável a necessidade de a

contratada restituir à Administração os valores referentes ao aviso prévio trabalhado e

indenizado recebidos indevidamente, no período de 12/7/2013 a 30/11/2016. Aliás, registre-se

não se ter localizado contestação por parte da empresa quanto à exclusão do aviso prévio das

planilhas ou pedido para sua manutenção. A pretensão da empresa é que a Administração

pague a ela o custo da remuneração do aviso prévio dos trabalhadores, que, frise-se, não

prestaram serviços à Procuradoria-Geral da República nesse período.

20. Desse modo, sobre os cálculos apresentados pela contratada, importante

observar, primeiramente, que o valor de R$ 300.397,88 (fls. 2503 a 2507) refere-se somente

ao valor devido pela empresa, em razão do recebimento indevido do aviso prévio trabalhado e

indenizado apenas dos empregados iniciais do contrato mais aqueles acrescidos no 1º Termo

Aditivo, fls. 807 a 810, tendo sido desconsiderado os acréscimos posteriores – 5º e 6º Termos

Aditivos - , fls. 1.366 a 1371 e 1.419 a 1424, respectivamente.

21 Além disso, apenas para argumentar, para efeito do desconto pretendido

com o gasto da empresa com o pagamento do aviso prévio trabalhado seria necessário que

fosse considerado também o valor aprovisionado no primeiro ano do contrato. A contratada,

tai-260-2017-exclusaoAvisoPrevio-ressarcimento-de-valores.odt15/22

no entanto, calculou o desconto das demissões efetuadas desde o início do contrato apenas no

valor a ser ressarcido à Administração, desconsiderando a provisão inicial já integralizada. Ou

seja, na prática, caso fosse possível o aceite do cálculo da empresa, todo o valor provisionado

no primeiro ano se tornaria lucro da contratada.

22. Outra questão necessária de ser abordada refere-se a própria legitimidade do

desconto de R$ 132.675,92. Sobre esse assunto, vale consignar que a empresa alega que os

servidores demitidos têm que cumprir aviso prévio e que, por questões de segurança, a PGR

não permite que os empregados residentes demitidos cumpram o aviso prévio na instituição,

fl. 2.501.

23. Sobre esse assunto, mister observar que não existe a obrigação de o

empregado cumprir o aviso prévio, como afirmado, sendo perfeitamente possível que o aviso

prévio seja indenizado, por exemplo. Aliás, o aviso prévio indenizado foi previsto na

legislação para situações em que o aviso prévio trabalhado não se mostra a melhor alternativa,

como no caso da atividade de vigilância, em razão de sua natureza.

24. Ademais, vale destacar que a alegada proibição de cumprimento do aviso

prévio no órgão não é uma singularidade da Procuradoria-Geral da República. Na verdade,

trata-se de comportamento comum do mercado. Tanto assim que se verifica no Caderno de

Logística – vigilância do MPOG, disponibilizado no sítio Compras Governamentais5, que os

valores limite para serviços de vigilância incorporam a estimativa de que 90% dos

trabalhadores terão o aviso prévio indenizado e, apenas, os 10% restantes estarão sob o

aviso prévio trabalhado, exatamente em razão das especificidades inerentes aos serviços de

vigilância.

25. No caso em tela, porém, das 61 demissões apontadas, observa-se que 56

ensejaram o cumprimento de aviso prévio trabalhado e apenas 5 (cinco) tiveram o pagamento

de aviso prévio indenizado. Dessas cinco demissões, é possível inferir que, em apenas uma,

ocorreu o pagamento de 30 dias de indenização, conforme Termo de Rescisão de Contrato de

Trabalho (fls. 2630-2632-Vol.VII).

5 Disponível em: http://www.comprasgovernamentais.gov.br/arquivos/caderno/servicos_vigilancia.pdf.

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26. Note-se que não ficou esclarecido onde esses 56 empregados

cumpriram o aviso prévio, porém, sabe-se que não foi na PGR e que, portanto, não houve

serviço prestado ao órgão. Apesar de não ter havido o serviço prestado, verifica-se nos autos

que os valores utilizados, pela contrata, para o cálculo do desconto com aviso prévio

trabalhado e indenizado - R$ 132.675,92 -, consideraram os valores relativos ao pagamento

dos dias de aviso prévio do empregado demitido. Ou seja, como o empregado não cumpriu o

aviso prévio prestando serviço à PGR, a Administração, ao aceitar o desconto, estaria pagando

por serviços não prestados.

27. Nesse aspecto, destacamos determinação do Tribunal de Contas da União,

no sentido do não pagamento por serviços não prestados:

ACÓRDÃO/TCU Nº 1330/2008 – PLENÁRIO.

Trata-se de auditoria realizada no Ministério da Fazenda, entre os dias9/10 e 30/11/2007, em cumprimento ao meu Despacho de 6/7/2007, visandoavaliar a terceirização no setor de Tecnologia da Informação - TI de entesda Administração Pública Federal, em especial no que concerne àadequação da estrutura da unidade e aos processos de aquisição e gestãode serviços terceirizados.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos emSessão do Plenário, ante as razões expostas pelo Relator em:

9.1. Recomende ao Ministério da Fazenda que:

7.4.17. somente pague serviços prestados na totalidade, mediante

evidência documental da realização dos serviços contratados, de acordocom a qualidade prevista no edital da licitação e após o efetivo controle dosfiscais do contrato, conforme disposto no art. 3º da Lei nº 8.666/1993;(grifo nosso).

28. Além disso, sobre as demissões advindas das supressões e a possibilidade

de pagamento pela Administração dos custos com aviso prévio decorrente dessas demissões,

vale trazer a lume o PARECER SEORI/AUDIN-MPU Nº 969/2016, abaixo transcrito, no qual

esta Auditoria Interna entendeu não caber indenização pela Administração por eventuais

demissões ocorridas, em razão de supressões.

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PARECER SEORI/AUDIN-MPU Nº 969/2016

Trata-se de consulta encaminhada pelo Senhor Secretário Estadual daProcuradoria da República em Goiás – PR/GO, acerca da solicitação,apresentada pela empresa Centro Oeste Vigilância e Segurança Eireli, demanter a prestação do serviço contratado por mais 30 dias ou, em casocontrário, de pagamento de indenização proporcional ao período, em faceda supressão contratual de 25%, equivalente à exclusão de um postonoturno de vigilância armada 12x36 horas, segundo os termos do TerceiroTermo Aditivo ao Contrato nº 3/2014, firmado em 29/2/2016.

2. O consulente consigna que devido ao corte de 20% no orçamento doprimeiro quadrimestre das Unidades do Ministério Público Federal, foiobrigada a reduzir a dimensão dos objetos dos contratos de prestação deserviços continuados, ressaltando que a empresa mencionada alegou custoscom o pagamento de aviso prévio decorrentes da dispensa de 2funcionários, ao que solicitou manutenção da prestação dos serviços pormais 30 dias ou o recebimento de indenização correspondente ao ônus emcausa.

3. Registra, ainda, que a Assessoria Jurídica daquela Procuradoria, aoanalisar o pleito da contratada, mediante o Parecer nº 35/2016, manifestou-se contrária ao atendimento das solicitações expendidas.

4. Em exame, sobre a alteração contratual unilateral, convém trazer àcolação as disposições legais regentes do tema em análise, verbis:

LEI Nº 8.666/1993

Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituídopor esta Lei confere à Administração, em relação a eles, aprerrogativa de:I – modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às

finalidades de interesse público, respeitados os direitos do

contratado;II – rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso Ido art. 79 desta Lei;III – fiscalizar-lhes a execução;IV – aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial doajuste;§ 1º As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratosadministrativos não poderão ser alteradas sem prévia concordânciado contratado.§ 2º Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico-financeiras do contrato deverão ser revistas para que se mantenha oequilíbrio contratual. (...)Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, comas devidas justificativas, nos seguintes casos:I - unilateralmente pela Administração:

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a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, paramelhor adequação técnica aos seus objetivos;b) quando necessária a modificação do valor contratual em

decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto,nos limites permitidos por esta Lei;(…)§1º O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condiçõescontratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras,

serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor

inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma deedifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinquenta por cento)para os seus acréscimos. (…) (Destaques feitos não estão no texto original)

5. Como visto da transcrição, a Administração tem a prerrogativa depromover supressão unilateral do objeto no decorrer da execução do ajuste, com o fim de melhor adequá-lo às finalidades de interesse público e , desde que o valor da modificação se adeque aos limites estabelecidos no § 1º do art. 65 retro citado .

6. Nesse sentido, quando a supressão se der no exercício de prerrogativa

legal da Administração, contida nos limites delineados na lei, com

inalterabilidade da equação econômico-financeira, estar-se-á diante de

álea administrativa, inerente a todo contrato administrativo, devendo a

modificação ser aceita pelo contratado, consoante esclarecido nos termosdo voto do relator, Des. Jessé Torres Pereira Júnior, do Tribunal de Justiçado Estado do Rio de Janeiro – TJ/RJ, em sede de Apelação Cível:

Apelação Cível Nº 0251980-19.2008.8.19.0001

(…)

VOTO

(…)

Em resumo: houve alteração do contrato, com supressão de serviçosde valor correspondente a 2% do valor global do contrato, o que seacomoda ao limite de 25% autorizado no art. 65, § 1º, da Lei nº8.666/93. Tal supressão era passível de ato unilateral, no legítimo

exercício de prerrogativa legal pela Administração, nos termos do

art. 58, I, da Lei nº 8.666/93. E nenhuma prova veio aos autos, outeve sua produção requerida, de que tal supressão rompeu oequilíbrio econômico-financeiro do contrato, a ponto de atrair odever previsto no art. 65, § 6º, da mesma Lei Geral – 'Em havendoalteração unilateral do contrato que aumente os encargos docontratado, a Administração deverá restabelecer, por aditamento, oequilíbrio econômico-financeiro inicial'.

(...)

Averbe-se, em arremate, que o regime jurídico especial dos contratosadministrativos, tido, mercê das prerrogativas que defere àAdministração (Lei nº 8.666/93, art. 58), como exorbitante e

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derrogador do direito comum, convive com três espécies de álea – aordinária, a extraordinária e a administrativa. Da álea ordinária(teor de sorte ou acaso que acompanha todo empreendimentohumano) não cuida a legislação de regência, posto quesuficientemente balizada pela teoria geral dos contratos esabidamente insuscetível de sequer mitigar o pacta sunt servanda. Daálea extraordinária ocupa-se o art. 65, II, “d”, da Lei nº 8.666/93,que, à vista da sobrevinda “de fatores imprevisíveis, ou previsíveisporém de consequências incalculáveis, retardadores ou impeditivosda execução do ajustado”, autoriza a revisão dos contratos rebus sicstantibus. Da álea administrativa, desconhecida dos contratos

privados, trata a Lei nº 8.666/93 ao consagrar o direito, para a

Administração, de alterar unilateralmente o contrato, desde que

com o fim de melhor ajustá-lo a resultados de interesse público que

lhe cumpre atingir.

Por isto que quem contrata com a Administração Pública sabe, oudeveria saber, que o pacto está sujeito, também, a essa áleaadministrativa, que gera, em correspondência ao direito de alteraçãounilateral, o dever jurídico, para o contratado, de 'aceitar, nas

mesmas condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se

fizerem nas obras, serviço ou compras', tal como enuncia o art. 65, §1º.

A supressão introduzida unilateralmente no contrato pela empresa

ré, ora apelante, caracteriza essa álea administrativa, inerente a

todo contrato administrativo. Desde que contida nos limites gizados

na lei, nada tem de abusiva e cria para o contratado a obrigação de

anuência compulsória, com a única ressalva de respeitar-se o

equilíbrio da equação econômico-financeira do contrato. Não

demonstrado o rompimento desse equilíbrio, nenhuma outra

restrição ampara a revisão do contrato ou atenua o dever jurídico

de submissão do contratado à modificação unilateralmente

determinada pela Administração. É o caso dos autos. (Grifosacrescidos)

7. Note-se, do transcrito, que a única ressalva é que a supressão legal, nolimite de 25%, deve respeitar o equilíbrio econômico-financeiro docontrato. Não sendo demonstrado esse rompimento do equilíbrio, não háoutra restrição que impeça a revisão do contrato, não podendo o contratadose opor a essa modificação unilateral determinada pela Administração, nãohavendo que se falar também de prejuízos daí advindos em razão deeventual demissão de funcionários. Isso porque, no caso, a supressão doobjeto contratual se deu dentro dos limites legais e não alterou a relaçãoentre os encargos do contratado e a remuneração e demais condiçõespactuadas no contrato, em especial a obrigação de cumprimento, pelacontratada, das obrigações trabalhistas. Ou seja, no caso de supressãounilateral quantitativa dos serviços de vigilância não existirá direito dacontratada a ser indenizada sob o argumento de ter de arcar com despesasde dispensa de funcionários e pagamento de obrigações trabalhistas, vistoque tal circunstância, aliás, desde sempre conhecida pela contratada, fazparte dos encargos do particular no instante mesmo em que o contrato foiassinado.

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8. Nesse sentido, é importante consignar ainda que, especialmente em contratos dessa natureza, a empresa é responsável por contabilizar em sua proposta os custos relativ o s às provisões para eventuais rescis ões d e contrato de trabalho, consoante prevê expressamente o Submódulo 4.4, doAnexo III-A, da Instrução Normativa SLTI nº 2/2008, o qual compõe osencargos sociais e trabalhistas da planilha de custos e formação de preços,para fazer face justamente a uma eventual dispensa de empregado.

9. Ante o exposto, somos de parecer que não cabe indenização à empresa contratada na hipótese de supressão unilateral do serviço de vigilância, sobo fundamento da ocorrência de prejuízos com o pagamento de verbasrescisórias trabalhistas decorrentes de eventual demissão de empregados.(Grifamos)

29. Importa registrar ainda que, embora a data de afastamento seja posterior, a

data de início do aviso prévio dos empregados, cujas iniciais são WOS, FMS e JRCG,

respectivamente, 19/6/2012, 4/7/2012 e 2/7/2012, fl. 2.512 a 2.522, ocorreram antes da

assinatura do Contrato nº 22/2012, em 12/7/2012, fl. 748, ainda sob a vigência e, portanto,

cobertura do provisionamento de aviso prévio do contrato anterior.

30. Quanto a possibilidade de repactuação do contrato, no caso de o número de

demissões ser superior ao previsto, mister consignar que se trata de comentário esposado

apenas no relatório técnico do Acordão nº 1904-38/2007-Plenário, não tendo eco no Voto ou

no decisum. De qualquer forma, seria necessário que a situação se tratasse de álea

extraordinária do contrato e os eventuais prejuízos fossem devidamente demonstrados. Além

disso, não há definição objetiva de quando um número de demissões seria superior ao

previsto e que, em eventual supressão além do limite de 25%, com base no inciso II do § 2º do

art. 65 da Lei nº 8.666/93, haveria a concordância expressa da empresa contratada.

31. Acerca da aplicabilidade da Lei nº 12.506/2011, esta Audin-MPU reforça o

entendimento perfilhado no Parecer SEORI/AUDIN-MPU/Nº 1.821/2016, segundo o qual

essa norma não traz reflexos nos encargos sociais, uma vez que não houve alteração do art.

488 da CLT, devendo ser excluído da planilha de custos o aviso prévio, após o primeiro ano

de vigência contratual, de acordo com o posicionamento do TCU, cujo teor ainda permanece o

mesmo, como demonstrado neste Parecer por meio dos Acórdãos TCU nºs

1633/2014,2.747/2015 e 2.896/2016, todos do Plenário.

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32. Em face do exposto, somos de parecer pela exclusão do desconto alusivo às

rescisões (Avisos Prévios Pagos), no valor de R$ 132.675,92, do cômputo do valor a ser

ressarcido à Administração. Convém alertar que o saldo deverá ser atualizado, com o

acréscimo dos valores do aviso prévio pago e não considerados nos valores a ressarcir,

referentes aos postos acrescidos pelo 5º e 6º termos aditivos.

À consideração superior.

Brasília, março de 2017.

TAISSE AYRES DA SILVAAnalista do MPU/Finanças e Controle

ROGÉRIO DE CASTRO SOARESCoordenador de Orientação de Atos de

Gestão

De acordo.À consideração do Senhor Auditor-Chefe.

Aprovo. Encaminhe-se à Consultoria Jurídica/SG/MPF e à SEAUD.

Em / 3 / 2017.

MARA SANDRA DE OLIVEIRASecretária de Orientação e Avaliação

SEBASTIÃO GONÇALVES DE AMORIMAuditor-Chefe

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