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Tribunal Administrativo de Crculo de Lisboa
Campus da Justia
Avenida D. Joo II, n1.08.01 Edifcio G 6 piso
Parque das Naes
Exmo. Sr
Dr. Juiz de Direito
Processo n 22112013
O MINISTRIO DA AGRICULTURA E DO MAR, com sede na Praa do Comrcio, 1149-010 Lisboa,
vem, por este meio, presena de V. Ex.a, CONTESTAR a Ao Administrativa Especial de
Impugnao das Normas do Regulamento do animal domstico n X/2013, de 1 de Abril de
2013, promovida pelo MINISTRIO PBLICO, representado pelo Procurador da Repblica
(XXXX), com residncia na Rua da Escola Politcnica, n 140, 1269-269 Lisboa, pelos factos e
fundamentos de direito que passa a expor:
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O regulamento contempla regras de aplicao no tempo (art. 7), no procedendo por isso o
argumento invocado pelo autor.
(Impugna-se os quesitos 5. e 18. da Petio Inicial)
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O Conceito animal domstico definido pelo diploma habilitante do regulamento (Decreto-Lei
n. 314/2003)
(quesitos 6 e 19)
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As caratersticas e dimenses das fraes de prdios urbanos so para ns questo a avaliar no
caso concreto pelo Departamento de fiscalizao do Centro de Apoio ao Animal Domstico,
ainda que no seja negocivel o nmero regulamentarmente imposto (Anexo 9).
(Respetivamente quesitos 7., 8. e 22.)
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Esclarecemos que a ratio do regulamento que assim impe. Isto porque est em causa a
presuno de que o nmero de enfermidades aumenta proporcionalmente ao nmero de
animais por frao. At porque seria absolutamente incomportvel para a Administrao
estabelecer todos os requisitos quanto s dimenses do espao, do animal, espcie,
quantidade entre outros infindveis possveis requisitos.
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alis contrrio ao Princpio da celeridade a que a Administrao se encontra sujeita.
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Parece ser do desconhecimento geral que em 7 de Junho de 2013 entrou em funcionamento o
Centro de Apoio ao Animal Domstico, que contm na sua orgnica um Departamento de
Fiscalizao (conforme artigo 2/1/c) da Comunicao da Comisso Nacional de Regulao do
Estatuto e Posse do Animal Domstico de 31 de Maio de 2013) pelo que mais uma vez, o que
alegado no quesito n 9 da Petio Inicial, foge verdade material.
(quesitos 9., 18., 23.)
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Este Centro de Apoio ao Animal Domstico, funciona no sentido de aps denncia e
fiscalizao pela autoridade cometida para o efeito (artigo 2/1/al a)/b) da Comunicao de dia
31 de Maio) serem recolhidos os animais em excesso a fim de serem acolhidos no centro e
habilitarem-se a retornar ao seu habitat natural bem como a famlias aptas ao seu
recebimento.
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No estaria portanto em causa problemas quanto ao abandono, extermnio ou sobrelotao
dos referidos centros de acolhimento ao animal dado que o Centro de Apoio ao Animal
Domstico atua em concertao com as diversas instituies criadas para este efeito, bem
como com reservas naturais mundiais (tal como se refere no artigo 1/1 alnea f) da
Comunicao de 31 de Maio de 2013).
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Seria alis impensvel para o Ministrio deixar os animais numa situao contrria ao esprito
do Regulamento, sendo explicitamente oposta ao Bem-estar e sade pblica, que o mesmo
visa disciplinar.
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As condies a que o proprietrio est adstrito para transportar os animais em transportes
pblicos esto a cargo das transportadoras e sujeitas a aprovao posterior pelo Ministrio da
Agricultura e do Mar, conforme estabelece o Artigo 3 do Regulamento do Animal Domstico
(x/2013 de 1 de Abril).
(quesitos 10., 24. e 25.)
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Em relao norma que regula as condies de admisso de animais domsticos em
transportes pblicos, a sua fiscalizao dever ser assegurada pelo motorista do veculo. De
outra forma no poderia ser, alis, na medida em que esta norma est redigida semelhana
da regra j existente de controlo, por parte do referido motorista, da entrada de passageiros
que sujeita a admisso.
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A densificao dos critrios de admisso dos referidos animais em transportes pblicos, como
j decorria do anterior Regulamento em vigor (Portaria n. 968/2009, de 26 de Agosto), deve
ser feita em parceria com as empresas de transportes pblicos de passageiros, na medida em
que so umas das principais interessadas na fixao dos ditos limites.
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As regras de higiene esto estabelecidas nos artigos 4 e 6 do Regulamento supra referido e
densificadas pela Comisso Nacional de Regulao do Estatuto e Posse do Animal Domstico.
(quesitos 11. e 26.)
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O dever de passear certos animais domsticos no deve atender ao porte nem raa mas sim
espcie tal como est previsto no artigo 5 do Regulamento x/2013 que alis remete a sua
densificao para critrios de normalidade.
(quesito 12.)
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O RU no entende a relevncia dos mesmos, abstendo-se de comentar.
(quesito 13. e 14.)
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Recordamos que o Ministrio responsvel pela redao deste Regulamento era o anterior
Ministrio da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento de Territrio, que luz do
Decreto do Presidente da Repblica 92-B/2013, de 24 de Julho de 2013 foi dividido em:
Ministrio da Agricultura e do Mar, a cargo da Prof. Doutora Maria de Assuno Oliveira
Cristas Machado da Graa, e Ministrio do Ambiente, do Ordenamento do Territrio e Energia,
a cargo do Eng. Jorge Manuel Lopes Moreira da Silva. (Anexo 1)
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Com base no exposto, a matria versada no Regulamento em questo, era da competncia do
antigo Ministrio supra referido data da sua entrada em vigor, 1 de Abril de 2013, pelo que
no tem razo o AUTOR ao alegar a incompetncia do ministrio (Cfr artigo 1 e 2/1 al e) e g)
Decreto-Lei n. 7/2012)
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Ainda que assim no fosse, esclarecemos que matrias referentes a Veterinria continuam na
esfera de competncias do atual Ministrio da Agricultura e do Mar, como pode comprovar a
permanncia da Direo-Geral da Alimentao e Veterinria nos servios compreendidos na
Administrao Direta do Ministrio em questo, conforme o disposto no artigo 17/2 e 16-A
do Decreto-Lei n. 119/2013 de 21 de Agosto e artigo 4/1 al d) do Decreto-Lei n. 7/2012 que
continua a vigorar em tudo aquilo que o Decreto-Lei n. 119/2013 no revogou.
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O referido decreto transfere alguns dos servios do anterior Ministrio para o atual Ministrio
do Ambiente, Ordenamento do Territrio e Energia, entre os quais no se encontra
compreendida a Direo-Geral da Alimentao e Veterinria, o que comprova o acima disposto
(art. 4/1 al d) do Decreto-Lei n. 7/2012).
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Por maioria de razo, a norma que regula a possibilidade de entrada de animais domsticos
em transportes pblicos, cumpridos certos requisitos (art. 3 do Regulamento X/2013 de 1 de
Abril de 2013) cai tambm no mbito de competncias do RU, luz de princpios de
coerncia, eficincia e celeridade (arts. 10 e 4 do CPA) impostos Administrao Pblica.
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Por lacuna entendemos ausncia de normal legal em vigor reguladora da matria em causa.
Ora quanto a situaes excecionais, no vemos como isso apresenta uma lacuna quando o
prprio Decreto-Lei n 74/2007 de 27 de Maro regula essa situao especificamente e que o
Regulamento x/2013, no visa nunca revogar.
(quesito 20.)
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Acrescentamos: absolutamente inadmissvel que um rgo fiscalizador da legalidade no se
digne a aplicar a legislao atualizada. Vejamos, o Decreto-Lei 118/99 de 14 de Abril referido
pelo AUTOR foi revogado pelo Decreto-Lei n 74/2007 de 27 de Maro.
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Os princpios vigentes no nosso ordenamento jurdico, embora coexistam entre si, implicam,
em caso de confronto numa situao concreta, uma ponderao que passa pela prevalncia de
um em detrimento do outro.
(quesitos 21., 22., 26., 27., 29. e 30.)
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Assim sendo, e na medida do acima exposto quanto ratio do regulamento aprovado pelo
MAMAOT, decorreu que os princpios da prossecuo do interesse pblico, proteo da sade
e segurana pblicas (arts. 64 e 66 Constituio da Repblica Portuguesa) e outros valores
relacionados com estes quando confrontados com os princpios da propriedade privada,
intimidade da vida privada e habitao e famlia, prevalecem.
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No significa o exposto uma total supresso dos princpios invocados pelo AUTOR, mas sim
uma limitao que decorre da vida em sociedade.
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de aplicar ao caso a velha mxima A nossa liberdade termina, onde comea a dos outros.
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Daqui decorre portanto, um total respeito pelos princpios constitucionais, no procedendo
uma vez mais o argumento invocado pelo autor.
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A norma regulamentar que limita o nmero de animais que podem habitar com as pessoas em
fraes de prdios urbanos, no tem como finalidade a restrio ou supresso do Direito de
propriedade do dono dos animais, mas to somente a garantia de condies mnimas
aceitveis em que esse direito pode ser exercido.
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Recordamos uma vez mais que os direitos no so absolutos no confronto com outros valores
constitucionalmente tutelados.
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No vemos como poder estar em causa uma violao do direito reserva da intimidade da
vida privada do AUTOR, tendo em conta que a esfera ntima de um sujeito no engloba, por
regra, situaes to bsicas como o ter, ou no, animais de estimao em casa e, bem assim,
muito menos englobar uma situao que pode ser to prejudicial sade pblica, como seja
as condies de higiene em que um cidado vive.
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O nmero de animais que cada pessoa tem e as condies de higiene em que cada um convive,
no fazem parte exclusivamente da vida privada ao contrrio do alegado pelo AUTOR! Muito
menos, quando este vive num apartamento, o que implica obrigatoriamente um cuidado extra
em todos os comportamentos que contundam direta ou indiretamente com o bem-estar dos
restantes condminos.
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alis contraditria esta afirmao, quando o AUTOR revela conhecer a legislao substantiva
que lhe aplicvel no mbito das relaes de vizinhana.
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Consideramos tratar-se este ponto de uma simples questo de bom senso qual pensamos j
nos termos referido anteriormente.
(quesitos 27. e 28.)
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Mais uma vez, carece de avaliao no caso concreto por Tcnico responsvel pelo
departamento de Fiscalizao aps denncia, criado pelo Centro de Apoio ao Animal
Domstico (Comunicao de 31 de Maio de 2013, artigo 2/1 al b) ).
(quesito 29. e 30.)
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A dificuldade de fiscalizao no argumento para deixar de disciplinar determinadas
matrias. De outra forma, teria o Direito de deixar de se imiscuir em claras violaes de
direitos, apenas por no ser possvel a constante vigilncia.
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Ainda assim, est pensado para a concretizao da referida norma do Regulamento um
sistema que se basear na denncia dos casos em que se suspeite a existncia de um
incumprimento das regras estabelecidas no diploma, onde se inclui o dever de passear os
animais pelo menos duas vezes por semana (artigo 1/2 al c) Decreto-Lei n. 21/2013 e artigo
2/1/c) da Comunicao de criao do Centro de Apoio ao Animal Domstico).
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Parece-nos um erro de interpretao que a falta de remisso legal em Regulamento
consubstancie uma violao do Princpio da legalidade ou mesmo uma lacuna.
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As normas existem independentemente de remisso, de outra forma, todos os cdigos seriam
cdigos anotados.
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Alertamos uma vez mais para a desatualizao que revela a Petio Inicial do Autor uma vez
que j no existe Ministrio da Economia e do Emprego mas sim: Ministrio da Economia e
Ministrio da Solidariedade, Emprego e Segurana Social, consubstanciando dois Ministrios
distintos.
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Devemos alertar o EX.MO SR. JUIZ DE DIREITO que o AUTOR no definiu quais os pontos da sua
petio inicial que sero provados pelas testemunhas arroladas, no permitindo deste modo o
exerccio do Princpio do Contraditrio (art. 1 CPTA, ex vi art. 3-A CPC) por parte do Ru.
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Solicitamos, portanto, que o arrolamento das mesmas seja indeferido, tal como exigncia do
Princpio, a fim do Ru no ser prejudicado por impossibilidade de defesa em contrrio.
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Quanto prova documental apresentada pelo AUTOR cumpre colocar em causa, por violar o
Princpio da Imparcialidade, o Parecer do Partido pelos Animais e pela Natureza.
DO PEDIDO
Pede-se a V. Ex.a que, com base nos factos alegados e nas imposies de Direito e Justia,
considere a ao improcedente, absolvendo a R do pedido, com todas as consequncias
legais.
JUNTA:
Anexo 1: Decreto do Presidente da Repblica 92-B/2013, de 24 de Julho de 2013
Anexo 9: Comunicado da Comisso Nacional da Regulao do Estatuto e Posse do Animal
Domstico
Anexo 10: Processo Administrativo da elaborao do Regulamento x/2013, de 1 de Abril