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MANUAL SOBRE AS SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS E A CAMADA DE OZONO O buraco de ozono Maputo, Maio 2008 MINISTÉRIO PARA A COORDENAÇÃO DA ACÇÃO AMBIENTAL DIRECÇÃO NACIONAL DE AVALIAÇÃO DO IMPACTO AMBIENTAL UNIDADE NACIONAL DE OZONO

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MANUAL SOBRE AS SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS E A CAMADA DE OZONO

O buraco de ozono

Maputo, Maio 2008

MINISTÉRIO PARA A COORDENAÇÃO DA ACÇÃO AMBIENTAL

DIRECÇÃO NACIONAL DE AVALIAÇÃO DO IMPACTO AMBIENTAL

UNIDADE NACIONAL DE OZONO

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Índice

Nº Conteúdo Pág. Abreviaturas Introdução 1-2

Como está formada a atmosfera? 3 As principais camadas da atmosfera 4-5 O que é Ozono? 5 Como se forma o ozono? 6 O que é a camada de ozono? 7 Qual é a dimensão da camada de ozono? 8 A distribuição da camada de ozono na atmosfera. 8 Onde é usado o ozono? 8 Quais são as substâncias que destroem o ozono (SDO)? 9 A atmosfera como filtro da radiação solar. 12 O que é o buraco de ozono? 12 Qual é a origem dos raios ultravioletas? 13 Como são classificados os raios ultravioletas (UV)? 13 A radiação infravermelha. 14 Como são absorvidos os raios ultravioletas na atmosfera? 15 As regiões do globo mais afectadas pelos Raios Ultravioletas 16 O que é o buraco de ozono? 16 Quais são os efeitos resultantes da destruição da camada de ozono? 19 Papel dos CFCs no aquecimento global. 21 Existe uma relação entre a temperatura e a destruição da cama de ozono? 22 Existe uma relação entre as substâncias destruidoras de ozono (SDO) e as

mudanças climáticas?

23 Efeito estufa 23 Os gases com efeito de estufa (GEE) 24 Gases com efeito de estufa e o Protocolo de Quioto. 25-26 Alterações climáticas. 26 Consequências das alterações climáticas. 26 Tecnologia limpa 26-27 O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo 27 História sobre substâncias destruidoras da camada de ozono (SDO). 27 Os fluidos de refrigeração 28 A indústria química e os CFCs. 28 Objectivos da Convenção de Viena. 29 Objectivos do Protocolo de Montreal. 29 Critérios para adoptar as emendas. 29 As emendas ao Protocolo de Montreal. 29 Obrigações para os países subscritores do Protocolo de Montreal 30 Sistema de controlo das substâncias destruidoras de ozono (SDO) em

Moçambique, Iniciou a 8 de Dezembro de 1993 com a ratificação da Convenção e

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Protocolo de Montreal. 30 Autoridade compete para implementação do Convenção e o Protocolo de Montreal 30 Quadro legal da implementação dos Acordos. 30 Organização interna. 31 Obrigações da Unidade Nacional de Ozono. 31 Mecanismos de implementação. 32 Sectores de utilização de cada grupo de substâncias . 32 Principio de funcionamento nos aparelhos de refrigeração e climatização 32 Sectores com alternativas já disponíveis aos Clorofluorcarbonetos (CFCs) 33 Quais são as medidas tomadas a nível mundial para evitar a degradação do

ozono?

33 Agentes poluidores 34 Recursos naturais 34 Como é que o ambiente afecta a Pobreza?................................................................. 35 Recursos naturais......................................................................................................... 35 Água e saneamento básico.......................................................................................... 37 Crescimento populacional 37 A política de reciclagem e reutilização dos materiais 38 Formação de radicais livres na atmosfera. 39 Dissociação e ionização de partículas. 39 Formação de iões na atmosfera. 39 Energia de primeira ionização. 40 O que acontece com o nosso corpo após a exposição ao sol? 40 Tipos de pele Humana quanto a sensibilidade ao UV-B. 41 Índice Ultravioleta. 41-42 Penetração dos raios na pele. 42-44 Como diferenciar o câncro de pele? 44 O que é a pinta ou sinal? 44 Qual é o número normal de pintas nos adultos? 45 Quando é que devemos nos preocupar com pintas? 45 O que é Melanoma? 46 Porque reconhecer precocemente o câncro de pele? 46 Como é feita a remoção das pintas? 46 O que se pode fazer para evitar que as pintas virem Câncro de pele. 47 Sensibilidade à luz ultravioleta e tipos de pele 47 Patologias associadas ao sol 47 Prevenção contra os danos provocados pela radiação UV 48 Medidas preventivas 49 A importância do tomate os brócolos 50-53 Outras medidas preventivas 53-56 A cadeia alimentar 56 Transferência de tecnologia para a camada de ozono. 57 História sobre o ozono. 57-58 Ecossistema 58-67 Questionário para os oficiais das alfândegas. 67

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Questionário de segurança para oficias das alfândegas. 67 Função dos Oficias das alfândegas no cumprimento do Decreto 24/2008

Regulamento Sobre a Gestão das Substâncias que Destroem a Camada de Ozono (SDO).

69

Avaliação do conhecimento 70 Fotografias sobre os danos causados pelos raios Ultravioletas (UV-B) 71-76 Lista das substâncias que destroem a camada de ozono. 77-78 Lista das substâncias alternativas. 79 Tabela sobre o consumo dos CFCs 1994-2007. 80 Tabela sobre o consumo de Brometo de metíl 1994-2007. 81 Fotografias dos recipientes dos refrigerantes. 82-84 Mapa sobre países que tem fronteira com a República de Moçambique. 85 Calendários para o banimento das substâncias que destroem a camada de ozono. 86-89 Efeitos das substâncias que destroem a camada de ozono. 90 Tempo de vida e potencial de destruição de ozono. 91 Lista dos países subscritores da Convenção de Viena e Protocolo de Montreal. 92-96 Bibliografia. 97

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Abreviaturas

1 CFCs........... Clorofluorcarbonetos. 2 CTC............. Tetracloreto de carbono.

3 COP.............

Conferência das Partes (países subscritores da convenção e Protocolo de Montreal).

4 DNAIA.......... Direcção Nacional de Avaliação do Impacto Ambiental. 5 GWP............ Potencial de Aquecimento Global. 6 HCFCs......... Hidroclorofluorcarbonetos. 7 Halon........... Halogenados. 8 HFC............. Hidrofluorcarbonetos. 9 HC............... Hidrocarbonetos. 10 HBFC........... HidroBromofluorcarbonetos.

11 HPMP.........

Plano de Gestão para a Eliminação Final dos Hidroclorofluorcarbonetos.

12 ISO.............. Organização de Padrões Internacionais. 13 MB............... Brometo de metíl. 14 MCF............. Clorofórmio de metíl.

15 MICOA.........

Ministério para Coordenação da Acção Ambiental em Moçambique.

16 MOP............ Reunião das Partes do Protocolo de Montreal. 17 MF............... Fundo Multilateral. 18 MP............... Protocolo de Montreal. 19 ODP............. Potencial de destruição de ozono. 20 SDO............. Substâncias que destroem a camada de ozono. 21 RMP............. Plano de Gestão para eliminação de Refrigerantes (CFCs). 22 TPMP........... Plano de Gestão das SDO e Eliminação Final dos (CFCs) 23 UNEP........... Programa das Nações Unidas para o Meio o Ambiente. 24 UNDP.......... Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. 25 UNO............. Unidade Nacional de Ozono.

26 UNIDO.........

Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial.

27 WB............... Banco Mundial. 28 WMO........... Organização Mundial de Meteorologia. 29 WCO............ Organização Mundial das Alfândegas. 30 WTO............ Organização Mundial do Comércio.

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Introdução

No século XX em particular na década de setenta os cientistas Mário Molina e F Roaland, descobriram que os Clorofluorcarbonetos (CFCs), destruíam as moléculas de ozono estratosférico e de lá para cá vários outros cientistas de todos continentes foram constatando que algumas substâncias químicas constituíam um perigo para as moléculas de ozono, ao exemplo dos Clorofluorcarbonetos (CFCs); Brometo de metíl (CH3Br), Halogenados, Tetracloreto de carbono (CCL4), os óxidos de nitrogénio entre outros. É sabido que a maioria destas substâncias não só destroem a camada de ozono, mas também fazem parte dos gases com efeito de estufa, causadores das mudanças climáticas que assolam o planeta, devastando vidas e colheitas em vários pontos do mundo e Moçambique é um dos países que tem sofrido estes fenómenos naturais. As insistentes informações sobre a destruição da camada de ozono que protege a biosfera contra os raios ultravioletas, o processo de acidificação da atmosfera, devido à queima desenfreada de combustíveis fósseis e a destruição de florestas tropicais, são alguns dos principais problemas que demonstram a universalidade das questões que envolvem a preservação do equilíbrio ecológico. Em todos anos torna-se cada vez mais claro que os recursos naturais estão sendo dizimados em nome do desenvolvimento. Desta acção traz como consequências as alterações na atmosfera, no solo, na água em suma concorrem para as alterações no ecossistema. É momento de reconhecer que a velocidade da transformação é tal que supera a capacidade científica e institucional, para minimizar ou inverter o sentido das suas causas e efeitos provocando os problemas ambientais a considerar;

• A destruição da camada de ozono da estratosfera; • O aquecimento global da atmosfera; • A crescente contaminação da água, dos solos pelos derrames e

descargas de resíduos industriais e agrícolas; • A destruição da cobertura florestal e a extinção de espécies.

Hoje é possível afirmar que a camada de ozono tem um papel importantíssimo para a existência de vida na Terra, sendo a sua destruição o maior problema ambiental desde o século passado. Ainda que a reacção a este problema comece a produzir resultados positivos, só dentro de 1 ou 2 séculos se poderá atingir uma recuperação completa.

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São diversas as substâncias químicas que reagem com o ozono, destruindo-o. A lista negra dos produtos danosos inclui óxidos nítricos e nitrosos expelidos pelos escapes dos veículos e o Dióxido e monóxidos de carbono libertos pela combustão do carvão e do petróleo. Mas em termos de efeitos destrutivos sobre a camada de ozono, nada se compara ao grupo de gases designados por Clorofluorcarbonetos, os conhecidos CFCs.

Todas as pesquisas confirmaram (desde 1974) que os denominados Clorofluorcarbonetos (CFCs), são os grandes responsáveis pela destruição da camada de ozono. Em 1985, realizou-se a "Convenção de Viena" para a protecção da camada de ozono. Foi assinada por 28 países, e continha promessas de cooperação em pesquisa, bem como, a partilha de informação sobre produção e emissões dos CFCs.

Deste modo, Moçambique através da Assembleia da República ratificou e assinou a Convenção de Viena para protecção de ozono, o Protocolo de Montreal para controlo da produção, importação e comercio das substâncias que destroem a camada de ozono, na qual resultou a Resolução 8/93 do Boletim da República nº 49 I Série e, no ano 2008, o Conselho de Ministro aprovou o Decreto 24/2008, o Regulamento sobre a gestão das substâncias que destroem a camada de ozono.

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Como é que a atmosfera está constituída?

A atmosfera, camada que protege a terra do excesso de radiações ultravioletas e permite a existência de vida, é uma mistura gasosa de Nitrogénio, Oxigénio, Hidrogénio, Dióxido de carbono, vapor de água, e de outros elementos compostos e partículas de pó. Aquecida pelo sol e pela energia radiante da Terra, a atmosfera circula em torno do planeta e modifica as diferenças térmicas. No que se refere à água, 97% desta substância encontra-se nos oceanos, 2% está em forma de gelo e o restante 1% representa a água doce dos rios, lagos, águas subterrâneas, humidade atmosférica e do solo. O solo é a cobertura fina da matéria que sustenta a vida terrestre. É produto do clima, da rocha-mãe (do lodo arrastado pelas geleiras e das rochas sedimentares), e da vegetação. De todos eles dependem os organismos vivos, incluindo o homem. As plantas se servem da água, do dióxido de carbono e da luz solar para converter matérias primas em carbonatos, através da fotossíntese; a vida animal, por seu lado, depende das plantas numa sequência de vínculos interconectados conhecida como cadeia trófica. O Evangelista Torriceli, no século XVII, que foi o primeiro a comparar a atmosfera com os oceanos. Quando descobriu que a pressão atmosférica, é resultado do peso da camada de ar que recobre o planeta, Torricelli visualizou que na superfície do planeta, estamos perante um fundo de um oceano de ar exactamente como um peixe em grandes profundezas que está no fundo de um oceano de água. No entanto, quando passamos a estudar a camada de ar que recobre o planeta observa-se que em cada faixa de altitude a atmosfera tem um comportamento físico diferente, especialmente no tocante à temperatura. Assim, dizemos que a atmosfera tem cinco camadas, que são consideradas como as principais.

PERGUNTAS

E

RESPOSTAS

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Quais são as principais camadas existentes na atmos fera? A atmosfera é constituída por cinco camadas principais nomeadamente a Troposfera, Estratosfera, Camada de ozono, Ionosfera e Exosfera. Troposfera

• É a camada da atmosfera que está em contacto com a superfície terrestre e que contem o ar que respiramos;

• Tem uma altitude de 0 a 10 km; • É a camada menos espessa mas é a mais densa; • O ar junto ao solo é mais quente, diminuindo de temperatura com a

altitude até atingir 20 0C a -60 0C; • A zona limite chama-se tropopausa. Aqui a temperatura é constante; • É nesta sub-camada onde se concentram os poluentes e ocorrem os

fenómenos de precipitação - como chuva, neve, ventos, calor. É igualmente onde circulam os balões tripulados e aviões a jacto.

Estratosfera

• Situa-se entre 10 a 50 km; • É aqui onde começa a camada de ozono; • Nesta camada a temperatura aumenta de -60 0C a 0 0C. Este aumento

deve-se a interacção química e térmica entre as radiações solar e os gases ai existente;

• As radiações absorvidas são as ultravioletas (6.6 a 9.9 x 10-19 J); • A zona limite chama-se estratopausa. Aqui a temperatura mantém-se

constante, • Também chega até a esta camada os balões, os aviões supersónicos e

as nuvens geradas por explosões atómicas.

No entanto, aeronaves com asas não podem ir muito além disso, pois densidades muito baixas do ar reduzem a força de sustentação e a quantidade de oxigénio necessária na combustão das turbinas. Da mesma maneira que os seres humanos, que respiram, para obter oxigénio necessário para queimar os alimentos e produzir energia, os aviões queimam o oxigénio retirado da atmosfera pelo seu movimento e o das turbinas. Os aviões conseguem ir mais alto que os seres humanos porque os seus movimentos através do ar compensam a concentração. Porém, o facto é que nem os aviões com turbinas nem os seres humanos conseguem suportar as condições atmosféricas aí existentes e os humanos ainda precisam do auxílio de um cilindro de ar.

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Camada de ozono

• Esta camada situa-se a partir dos 50 a 80 Km de altitude; • É nesta camada onde são filtrados os raios ultravioletas UV-B; • É a camada que protege os seres vivos contra a acção dos raios

ultravioletas. Ionosfera

• Esta camada situa-se a partir dos 80 km de altitude; • Esta camada está composta por moléculas ionizadas, isto é, carregada

electricamente; • É nesta camada que as ondas de rádio são reflectidas de volta para

aterra; • Nesta camada ocorrem a desintegração dos meteoros provenientes do

espaço, é o que nós observamos como estrelas candentes.

Ao conjunto da mesosfera superior e da termosfera, dá-se o nome de ionosfera , porque essa região existe muitas partículas carregadas electricamente, como iões e electrões livres, produzidas por fotoionização dos gases atmosféricos que arrancam electrões às moléculas desses gases.

Estes mantêm um equilíbrio dinâmico entre os fenómenos climáticos das diferentes regiões da Terra.

Exosfera

• É a camada mais externa, começa após os 500 km e continua até se confundir com o espaço interplanetário,

• Nesta camada, a densidade gasosa é ínfima, não se registando fenómenos assinaláveis, a não ser a existência de dois cinturões de partículas (Cinturões de Van-Hallen), o primeiro a 4 000 km, e o segundo a 20 000 km de altitude

Nas últimas décadas muito se tem falado da camada de ozono e do perigo que o planeta corre com a sua destruição.

O que é ozono? Ozono (O3), é um gás composto de três átomos de oxigénio.

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Como se forma o Ozono?

O ozono é um gás que é produzido pela energia das descargas eléctricas, que quebra as ligações entre os dois átomos do oxigénio molecular (O2), libertando o oxigénio atómico (O) que fica livre para se ligar com uma molécula de O2, formando-se, deste modo, a molécula triatómica que chamada ozono.

Outros exemplos de como se pode formar o ozono

O ar que respiramos é formado por 2 átomos de oxigénio (O2); Os raios ultravioletas emitidos pelo Sol ao incidir na molécula de oxigénio, quebra as ligações entre os dois átomos do oxigénio molecular (O2), libertando o oxigénio atómico (O) que fica livre para se ligar com uma molécula de O2, formando-se, deste modo, a molécula triatómica de ozono, como mostra os dois exemplos a seguir (O2+O) = (O3).

O ozono em elevadas concentrações pode exercer um efeito tóxico nos animais, originando problemas respiratórios e irritação ocular e um efeito corrosivo em diversos materiais. Misturado com outros gases e partículas, ele é responsável pela formação do smog (nevoeiro fotoquímico que cobre os grandes centros urbanos e industriais, resultado da poluição atmosférica). O termo smog resulta da junção de duas palavras inglesas: smoke (fumo) e fog (nevoeiro) e, tal como o nome indica, é o resultado da mistura de um processo natural (nevoeiro) com os fumos resultantes da actividade industrial e queima de combustíveis fósseis, originando um tipo de nevoeiro que pode ser altamente tóxico. Suponhamos que temos um vazamento de alta tensão num determinado circuito eléctrico hipotético (ou uma descarga atmosférica, por exemplo). No momento da passagem do arco voltaico pelo ar temos uma libertação de energia. Logo: O2 + energia → 2 [O]

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Traduzindo: Uma molécula de Oxigénio energizada é transformada em dois átomos de Oxigénio livres. Os átomos de Oxigénio livres na atmosfera são reactivos quimicamente, logo deverão se combinar com moléculas próximas para se estabilizar. Imaginemos que estejamos adjacentes aos átomos livres de oxigénio com moléculas de oxigénio e outras quaisquer. Chamemos as segundas de M (de molécula). Logo teremos: O + O2 + M → O3 + M Traduzindo: Um átomo livre de Oxigénio com uma molécula de Oxigénio e uma molécula qualquer são transformados em Ozono e uma molécula qualquer. Aquela molécula qualquer não é consumida pela reacção, porém é necessária para que se possa realizar. Na verdade M é um catalisador, pode ser no caso da atmosfera da Terra o nitrogénio molecular (N2), onde M=N2, por exemplo. Portanto, esta é uma das formas mais comuns de se produzir ozono. Outras seriam fornos industriais, motores de automóveis entre outras que produzem o gás. Na baixa atmosfera o ozono é reactivo e contribui para a poluição atmosférica industrial, sendo considerado um veneno. O que é a camada de ozono? A camada de ozono é um termo usado para descrever a presença das moléculas de ozono na atmosfera. Esta camada funciona como um filtro da radiação solar, deixando passar as radiações de energia mais baixa, absorvendo (retendo) as energia mais elevada.

A destruição da camada de ozono, pode causar desequilíbrio no clima, resultando no efeito estufa, o que causaria o descongelamento das grandes montanhas de gelo polares e a consequente inundação de muitos territórios que actualmente se encontram em condições de habitação.

A camada de ozono, na atmosfera se estende a partir dos 50 a 80 Km sobre a superfície da Terra. Nela se produzem concentrações de milhares de moléculas de ozono.

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Medida de ozono

Qual é a dimensão do ozono?

Se todo o ozono fosse agrupado numa única camada gasosa, em torno da Terra a sua espessura seria apenas de 3 mm!

O padrão de medição do ozono é feito de acordo com sua concentração por unidade de volume que por sua vez recebe o nome de Unidade Dobson (UD).

No ano de 2005, no dia 07 de Outubro, uma medição realizada pelo Instituto Europeu de Pesquisa (INPE), na Antárctica, constatou que a concentração de ozono estava em torno de 160 UD, quando em época normal seria 340 UD (Esta medida é considerada referencial).

Abaixo da medida de 220 UD já se pode considerar baixa densidade de ozono, ou a formação do buraco que já causa danos ao meio-ambiente.

Distribuição do ozono na atmosfera Troposfera: Nesta zona o Ozono é “mau”. Porém, ao nível do solo, o ozono é um gás altamente poluente. É prejudicial aos seres humanos (irrita os órgãos respiratórios), e até podem destruir o tecido dos pulmões, afecta o crescimento das plantas e causa problemas em vários materiais, por exemplo, a desintegração da borracha. Estratosfera : Nesta zona o Ozono é “bom”. Protege a Terra das radiações prejudiciais Ultravioletas do sol. Onde é usado o ozono? O Ozono podem ser usado para: - Tratamento de músculo (atletas); - Reduzir o excesso de gordura do corpo; - Ozono para purificação de ar nos Hotéis, pensões e casas privadas; - Nos ginásios e clubes, o ozono elimina odores causado pela transpiração; - Mata vírus/bactérias; - Elimina odores de álcool, cheiro forte de animais, - Previne cheiros passados em roupas de cama, - Serve para tratamento e purificação da água; - Mantém produto como carne, fruta e flores por muito tempo fresca.

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Quais são as substâncias que destroem o ozono (SDO) ? As substâncias que destroem o ozono (SDO), são substâncias químicas que causa a morte das moléculas de ozono na atmosfera quando reagem com elas. Para o efeito, deu-se abreviatura (ODP), que significa Potencial de Destruição de Ozono. A abreviatura anterior provem da tradução da língua inglesa o que significa (Ozone Depleting Potential), e o CFC utiliza-se como a substância padrão que tem um ODP de 1,0.

A ozonosfera ou camada de ozono , localiza-se na estratosfera e cerca de 90% de ozono atmosférico, está entre 50 a 80 quilómetros de altitude, cerca de 20 km de espessura. Os gases na ozonosfera são tão rarefeitos que, se os comprimíssemos à pressão atmosférica ao nível do mar, sua espessura não seria maior que alguns milímetros.

As radiações electromagnéticas emitidas pelo Sol trazem energia para a Terra, entre as quais a radiação infravermelha, a luz visível e um misto de radiações e partículas, muitas destas são nocivas.

Grande parte da energia solar é absorvida e reemitida pela atmosfera. Se chegasse em sua totalidade à superfície do planeta, esta energia o esterilizaria.

A ozonosfera é uma das principais barreiras que nos protegem dos raios ultravioletas. O ozono deixa passar apenas uma pequena parte dos raios (UV), esta benéfica. Quando o oxigénio molecular da alta-atmosfera sofre interacções devido à energia Ultravioleta proveniente do Sol, acaba dividindo-se em oxigénio atómico; o átomo de oxigénio e a molécula do mesmo elemento se unem devido à reionização, e acabam formando a molécula de ozono cuja composição é (O3).

A região, quando saturada de ozono funciona como um filtro onde as moléculas absorvem a radiação Ultravioleta do Sol e, devido a reacções fotoquímicas, é atenuado o seu efeito.

As ondas electromagnéticas são uma combinação de um campo eléctrico e de um campo magnético que se propagam através do espaço transportando energia. A luz visível é uma das partes da radiação electromagnética.

O conceito de ondas electromagnéticas primeiramente foram “vistas” por James Clerk Maxwell e depois confirmadas por Heinrich Hertz . Uma de suas principais aplicações são nas estações de rádio.

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Um outro exemplo de como são destruídas as moléculas de ozono

As reacções de formação e decomposição do ozono prosseguem (ou deviam prosseguir) com igual velocidade, devido ao equilíbrio dinâmico que deveria manter constante a concentração do ozono na atmosfera.

O* + O2 «----» O3 (equilíbrio químico)

Um exemplo de como são destruídas as moléculas de ozono. Os Clorofluorcarbonetos ou simplesmente (CFCs), têm cloro na sua composição química e quando atingem a camada de ozono, o cloro através dos raios ultravioletas dissociam-se da composição química e reagem com as moléculas de Ozono (O3), (O+O+O), quebrando a sua ligação, para ter uma molécula de oxigénio e um átomo de oxigénio livre, destruindo assim a camada de ozono.

O átomo de cloro é um catalisador poderoso que destrui as moléculas de ozono, permanecendo intacto durante todo o processo. Uma vez na alta atmosfera, o cloro leva muitos anos para descer à baixa atmosfera. Nesse período, cada átomo de cloro destroem milhões de moléculas de ozono.

A reacção de destruição do ozono é bastante simples, uma vez que esta molécula é extremamente reactiva na presença da radiação UV e cloro.

Observemos:

O2 + Energia UV → 2 O 2 Cl (do CFC) + 2O3 → 2 ClO + 2 O2 2 Cl + 2 O (regenerando o Cl) + 2 O2

Logo, o resultante da Reacção é:

2 O3 → 3 O2

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Isto significa que tivemos três moléculas de oxigénio geradas e os átomos de cloro foram regenerados para destruir mais duas moléculas de ozono de cada vez, e assim por diante, até o cloro descer à baixa atmosfera.

Tal como outros sistemas naturais, o ciclo do ozono é bastante sensível à mudanças externas. O maior problema, sem dúvida, é a emissão dos Clorofluorcarbonetos (CFCs) na atmosfera. O elemento responsável pelo desequilíbrio deste sistema é o cloro. Como já descrevemos anteriormente, em sua forma atómica. Este, age como catalisador da reacção de desintegração do ozono, sendo representado pelas seguintes equações químicas:

• Cl(g) + O3(g) → ClO(g) + O2(g) • ClO(g) + O3(g) → Cl(g) + 2 O2(g)

Reacção global:

• 2 O3(g) → 3 O2(g)

Os CFCs, são substâncias químicas utilizadas nos aparelhos de refrigeração (Geleiras, Congeladores, frigoríficos, morgues), ar condicionados, nos aerossóis (sprays), comésticos, domésticos, tintas bem como para fins de limpeza dos equipamentos electrónicos com circuitos muito pequenos.

Toma atenção aos produtos que vai comprar! Lê as embalagens, escolhe os produtos amigos do ambiente!

Atenção, isto de que falamos não irá afectar só o futuro, com toda a certeza já deste conta das alterações climáticas que temos vindo a sofrer e Moçambique é vitima destes fenómenos naturais que ceifam vidas e colheitas em muitos pontos do país.

Três por cento (3%), talvez mesmo cinco por cento (5%), do total da camada de ozono já foi destruído pelos Clorofluorcarbonetos (CFCs). Outros gases, como o óxido de azoto (NO) libertos pelos aviões na estratosfera, também contribuem para a destruição da camada do ozono.

A não remoção e tratamento dos Clorofluorcarbonetos (CFCs), ainda presentes nos equipamentos mais antigos, conduz à libertação para a atmosfera de 500 toneladas ou mais em muitos países do mundo.

Em meados da década de 90, pesquisadores alemães desenvolveram estudos em que foi verificada a acção de microrganismos capazes de evitar a degradação do ozono, decompondo os gases CFCs. O trabalho se intitula: "Reductive Dehalogenation - its logics microbian", e foi publicado em 1997.

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A rarefacção da camada de ozono tornou-se num dos maiores problemas ambientais do planeta. Ainda que a reacção a este problema comece a produzir resultados positivos, só dentro de 1 ou 2 séculos se poderá atingir uma recuperação completa.

São diversas as substâncias químicas que reagem com o ozono, destruindo-o. A lista negra dos produtos danosos inclui óxidos nítricos e nitrosos expelidos pelos escapes dos veículos e o Dióxido e monóxidos de carbono libertos pela combustão do carvão e do petróleo. Mas em termos de efeitos destrutivos sobre a camada de ozono, nada se compara ao grupo de gases designados por Clorofluorcarbonetos, os conhecidos CFCs.

Desde a década de 80 todas as investigações têm demonstrado que a camada de ozono tem vindo a diminuir (em 1998 cerca de 3-6% abaixo dos níveis de 1979). Todas as pesquisas confirmaram (desde 1974) que os denominados Clorofluorcarbonetos (CFCs), são os grandes responsáveis pela destruição e diminuição da camada de ozono.

A atmosfera como filtro da radiação solar

As radiações absorvidas na parte superior da troposfera e na estratosfera são radiações UV de energia compreendida entre 6,6 x 10-19 J e 9,9 x 10-19 J.

Os gases que absorvem estas radiações são, principalmente, o oxigénio (O2) e o ozono (O3), podem também absorver estas radiações os Clorofluorcarbonetos (CFCs), os compostos de bromo, os óxidos de azoto.

O que é o buraco de ozono? Ouve-se falar com frequência do buraco do ozono, na verdade não se trata de um verdadeiro buraco, mas sim de uma diminuição da espessura da camada, que consiste na diminuição da concentração de moléculas de ozono, que constituem a camada de ozono, permitindo desta forma, a emissão de raios ultravioletos à terra, devido às substâncias químicas libertadas pelo homem para a atmosfera. Foi em 1985 que a revista britânica Nature alertou a comunidade internacional sobre o problema do "buraco" do ozono sobre a Antárctica. Medições anuais demonstraram que este "buraco" aparecia todas as primaveras e que a sua extensão aumentava a uma velocidade alarmante.

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Nota : Na figura acima observa-se a evolução do tamanho do buraco da camada de ozono entre 1979 a 1999. O "buraco" do ozono não é, na realidade, um buraco. É uma redução da camada de ozono que ocorre anualmente nas regiões polares, na primavera, seguida de uma recuperação durante o Verão.

Fala-se de "buraco" da camada de ozono desde que o valor da coluna constituída por ozono seja inferior a 220 unidades Dobson (UD) - (unidade de medida que descreve a espessura da camada de ozono numa coluna de ar em condições padrão - temperatura 0 ºC e pressão normal - 300 UD equivalentes a 3 mm de espessura).

Até em 1987, O buraco de ozono, tinha uma dimensão de 25 milhões de Km2.

Em 2003, os cientistas da NASA revelaram que o buraco de ozono sobre o Antárctico, naquele momento tinha uma área que ascende aos 15 milhões de

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quilómetros quadrados, contra os 24 milhões que se verificaram nos últimos anos.

A protecção da camada de ozono está, desde 1985, consagrada na Convenção de Viena e o controle das substâncias que destroem a acamada de ozono começou com a ratificação do Protocolo de Montreal aos 16 de Setembro de 1987.

A Agência de Protecção Ambiental norte-americana calcula que, se não houver um controle na produção de Clorofluorcarbonetos (CFCs), haverá uma diminuição de 40% do ozono estratosférico por volta do ano 2075.

A agência também concluiu que para cada 1% de diminuição do ozono, haverá um aumento de 2% de radiação UV-B que alcança a superfície da Terra, o que pode acarretar um aumento de 1 a 3% de novos casos de câncro de pele por ano.

Apesar dos gases que prejudicam a camada de ozono serem emitidos em todo o mundo, 90% dos quais provenientes do hemisfério norte, resultante principalmente da actividade humana, é na Antárctica onde a falha na camada de ozono é maior. A área do buraco de ozono é definida como sendo o tamanho da região cujo ozono está abaixo das 200 Unidades Dobson (UD unidade de medida que descreve a espessura da camada de ozono numa coluna directamente acima das medições): 400 UD equivale a 4 mm de espessura. Antes da Primavera na Antárctica, a leitura habitual é de 275 DUs.

A Organização Meteorológica Mundial (WMO), no seu relatório de 2006, prevê que a redução na emissão de CFCs, resultante do Protocolo de Montreal, levará uma diminuição gradual do buraco de ozono, com uma maior recuperação por volta dos anos 2065.

Em 1985, os cientistas identificaram uma zona mais fina da camada do ozono sobre a Antárctica durante os meses de Primavera que ficou conhecida como “buraco do ozono”.

As provas científicas mostram que os compostos químicos de origem humana são responsáveis pela criação do buraco do ozono Antárctico e são provavelmente responsáveis pelas perdas globais de ozono (As substâncias destruidoras de ozono/Ozone Depleting Substances ODS).

Pensa-se que a camada de ozono se está a degradar a uma quantidade de 5% a cada 10 anos na Europa do Norte, com tendência para tal degradação a estender-se para o sul do Mediterrâneo e ao sul dos EUA. Contudo, a degradação do ozono nas regiões polares é a mais dramática manifestação do efeito global.

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Os níveis de ozono sobre o Ártico na Primavera de 1997 diminuíram 10% desde 1987. Apesar da redução da concentração de CFCs e outros compostos industriais que destroem o ozono quando expostos à luz solar.

Luz solar

Prisma separando a luz

Luz solar no seu sentido mais amplo é o espectro total da radiação electromagnética fornecida pelo Sol. Na Terra, a luz solar é filtrada pela atmosfera terrestre, e a radiação solar é visível como a luz do dia quando o Sol está acima do horizonte a água reflecte a luz solar no arco íris portanto a cor da luz do sol são as cores do arco íris.

Halo Solar fenómeno formado devido à incidência da luz solar sobre nuvens altas chamadas cirros, que são compostas por cristais de gelo, que fazem a difracção da luz solar , como num prisma, formando um halo.

Qual é a origem dos raios ultravioletas e Infraverm elhos? A radiação solar

O sol emite uma ampla faixa de radiação electromagnética que inclui a radiação infravermelha, a luz visível e a radiação Ultravioleta (UV). Os únicos comprimentos de onda da radiação ultravioleta (UV), que alcançam a superfície da Terra, estão na faixa que compreende dos UV-A e UV-B.

Da radiação solar que atinge a superfície da Terra, 45% corresponde ao espectro visível (luz visível), 45% a radiação infravermelha e 10% a radiação ultravioleta. Uma maior intensidade desta última, seria incompatível com a vida na Terra. Como são classificados os raios ultravioletas? Os cientistas classificam os raios ultravioletas em três tipos nomeadamente: Os UV-A, UV-B e UV-C .

A radiação solar mais conhecida é a faixa visível, mas duas outras faixas importantes são a do ultravioleta e a do infravermelho. A faixa do ultravioleta é

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subdividida em 3: UV-A (entre 400 e 320 nm), UV-B (entre 320 e 280 nm) e a UV-C (entre 280 e 100).

A UV-A chega normalmente à superfície terrestre, não sendo absorvida eficientemente por nenhum dos constituintes atmosféricos. Em excesso a radiação UV-A pode trazer complicações à saúde. Porém, esta não tende a aumentar a sua intensidade com o tempo, como a UV-B.

A UV-B é fortemente absorvida pela camada de ozono da atmosfera terrestre, causando uma variação muito forte na intensidade da radiação medida na superfície entre os limites de 280 e 320nm. Já o UV-C é totalmente absorvido pela atmosfera terrestre.

A radiação ultravioleta mais merecedora de cuidados no dia-a-dia é a UV-B que é afectada pela camada de ozono. Portanto, com a ausência ou diminuição da camada de ozono não haveria a estratosfera, provocando grandes mudanças na distribuição térmica e na circulação da atmosfera, havendo incidência directa da radiação ultravioleta, que afectaria em muito à vida terrestre.

Os raios ultravioletas UV-A (com comprimentos de onda variam de 320 a 400 nanómetros (nm), este tipo de radiação é cerca de mil vezes menos efectivo que a radiação UV-B para provocar eritema (vermelhidão de pele). Os raios ultravioletas UV-B (com comprimentos de onda variam de 290 a 320 nm), esta radiação é uma luz altamente energética que origina do sol, o qual tem tido vários impactos negativos sobre saúde humana e no ambiente etc. Os raios ultravioletas UV-C (com comprimentos de onda variam de 10 a 290 nm), os efeitos desta radiação na superfície da terra, é quase nulo, por isso que muitos dos cientistas afirmam que estes raios são filtrados totalmente pela camada de ozono. Os cientistas afirmam que no período de verão, 60% da radiação UV-B que alcança a superfície da Terra diariamente, chega entre 10 h as 14 h.

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Raios ultravioletas em excesso, principalmente na faixa do UV-B (290 a 320 nanómetros de comprimento de onda), que atinjam a superfície terrestre, podem acarretar sérios prejuízos à saúde humana e ao meio ambiente em geral.

Se a camada de ozono desaparecesse, a radiação Ultravioleta do Sol esterilizaria a superfície do globo e aniquilaria toda a vida terrestre.

As radiações absorvidas na parte superior da troposfera e na estratosfera são radiações UV de energia compreendida entre 6,6 x 10-19 J e 9,9 x 10-19 J.

A radiação infravermelha

A radiação infravermelha (IV) é uma radiação não ionizante na porção invisível do espectro electromagnético que está adjacente aos comprimentos de onda longos, ou final vermelho do espectro da luz visível. Ainda que em vertebrados não seja percebida na forma de luz, a radiação IV pode ser percebida como calor, por terminações nervosas especializadas da pele, conhecidas como termoreceptores.

A radiação infravermelha foi descoberta em 1800 por William Herschel, um astrónomo inglês de origem alemã. Hershell colocou um termómetro de mercúrio no espectro obtido por um prisma de cristal com a finalidade de medir o calor emitido por cada cor. Descobriu que o calor era mais forte ao lado do vermelho do espectro, observando que ali não havia luz. Esta foi a primeira experiência que demonstrou que o calor pode ser captado em forma de imagem, como acontece com a luz visível.

A radiação IV está dividida segundo seus efeitos biológicos, de forma arbitrária, em três categorias: radiação infravermelha curta (0,8-1,5µm), média (1,5-5,6µm) e longa (5,6-1.000µm). Os primeiros trabalhos com os diferentes tipos de radiação IV, relatavam diferenças entre as formas de acção biológicas do infravermelho curto e médio/longo (Dover et al 1989). Acreditava-se que a radiação curta penetrava igualmente na porção profunda da pele sem causar aumento marcante na temperatura da superfície do epitélio, enquanto que a maior parte da energia do infravermelho médio/longo era absorvida pela camada superior da pele e frequentemente causasse efeitos térmicos danosos, como queimaduras térmicas ou a sensação de queima.

Como são absorvidos os raios ultravioletas na atmos fera?

A terra tem um sistema de compensações de temperatura, pressão e humidade, que mantém um equilíbrio dinâmico natural, em todas as suas regiões.

As camadas superiores do planeta reflectem em cerca de 40% da radiação solar. Destes, aproximadamente 17% são absorvidos pelas camadas inferiores sendo que o ozono interage e absorve os raios ultravioletas . O Dióxido de

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carbono e o vapor de água absorvem os raios infravermelhos. Restam 43% da energia, esta alcança a superfície do planeta. Que por sua vez reflecte 10 % das radiações solares de volta. Além dos efeitos descritos, existe ainda a influência do vapor de água e sua concentração variável.

Estes, juntamente com a inclinação dos raios solares em função da latitude, agem de forma decisiva na penetração da energia solar, que por sua vez tem aproximadamente 33% da energia absorvida por toda a superfície atingida durante o dia, sendo uma parte muito pequena desta re-irradiada durante a noite. Além de todos os efeitos relatados anteriormente, existe ainda a influência e interacção dos oceanos com a atmosfera em sua auto regulação. Estes mantêm um equilíbrio dinâmico entre os fenómenos climáticos das diferentes regiões da Terra.

Todos os mecanismos relatados acima, actuando em conjunto, geram uma transição suave de temperaturas em todo o planeta.

Um dos maiores determinantes na distribuição do calor e Humidade na atmosfera é a circulação do ar, pois esta activa a evaporação média, dispersa as massas de ar quente ou frio conforme a região e o momento. Por consequência caracteriza os tipos de climas.

À esta circulação de ar, quando na horizontal, chama-se vento, que é definido como o movimento do ar paralelo à superfície da Terra. Quando o deslocamento é na vertical, denomina-se corrente de ar. Aos movimentos verticais e horizontais de superfície, somam-se os fluxos de jacto (jet streams) e os deslocamentos de massas de ar, que determinam as condições climáticas do planeta.

As regiões do globo mais afectadas pelos Raios Ultr avioletas

Os pólos são as zonas mais afectadas pelo buraco na camada de ozono. A razão para esse facto está relacionada com as condições meteorológicas especiais existentes nessas zonas do globo, especialmente o Pólo Sul (Antárctica). Durante o Inverno quando os raios solares não atingem esta região do planeta, as temperaturas são baixíssimas, formando-se umas nuvens de Constituição diferente das que costumamos observar. Isto vai criar uma conversão mais rápida e fácil dos CFCs em radicais de cloro destrutivos de ozono. Como as massas de ar circulam em camadas sobrepostas, dos Pólos para o Equador e no sentido inverso, estas têm a capacidade de transportar poluentes para milhares de quilómetros de distância de onde estes foram emitidos.

Na região Antárctica a circulação é interrompida, formando-se círculos de convenção exclusivos daquela área que levam as moléculas como cloro para a estratosfera. Estes poluentes trazidos pelas correntes no Verão permanecem na

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Antárctica até nova época de circulação. Ao chegar a Primavera, com os seus primeiros raios de sol, as reacções químicas que destroem o ozono são estimuladas. Em Novembro, o ar que chega de outras regiões permite uma recomposição parcial do escudo de ozono; o buraco diminui de tamanho, mas não fecha completamente.

Quais são os principais efeitos resultantes da dest ruição da camada de ozono? A destruição da camada de ozono, permite a passagem dos raios ultravioletas provenientes do sol, chega directamente a terra e são responsáveis por vários danos. Os raios ultravioletas são os responsáveis pelos seguintes danos: Efeitos na saúde humana:

� Câncro de pele; � Lesões nos olhos; � Catarata dos olhos; � Envelhecimento precoce; � Desidratação; � As pessoas tornam-se mais vulneráveis a doenças infecciosas; � Queimaduras solares profundas; � Enfraquecimento do sistema imunitário.

Efeitos no reino vegetal:

� Diminuição das colheitas (para algumas plantas); � Redução das espécies piscícolas; � Diminuição da produtividade florestal; � Redução do fitoplâncton superficial; � Destruição das cadeias alimentares marinha devido à redução de

fitoplâncton.

Efeitos na poluição atmosférica:

� Aumento das substâncias ácidas; � Aumento do smog fotoquímico;

Efeitos nos materiais:

� Degradação de plásticos e pinturas exteriores.

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Efeitos nos animais:

� Danos sobre DNA que resulta na modificação genética e aumento de mutações em muitos micro organismos;

� Diminuição do crescimento de micro organismos; � Aumento das doenças oculares em algumas espécies; � Diminuição das espécies aquáticas sensíveis à radiação ultravioleta;

Efeitos no aquecimento global:

� Aceleração do aquecimento devido à menor capacidade de o oceano retirar Dióxido de carbono da atmosfera através do fitoplâncton;

� Acção dos CFCs como gases de efeito de estufa; � Qualquer alteração na camada de ozono pode modificar drasticamente o

clima. Para que a camada de ozono não diminua teremos de deixar de produzir gases que a destroem. Mesmo com uma acção persistente e activa, seriam necessários, segundo os especialistas, cerca de 75 anos para que a camada de ozono atingisse os níveis de 1980. E seriam necessários 100 anos para que a camada de ozono atingisse os níveis de 1950. É necessária uma efectiva cooperação internacional para a prevenção dos graves problemas ambientais que afectam o nosso planeta. Para reduzir a concentração dos poluentes atmosféricos são necessárias tanto medidas preventivas como correctivas. Os países desenvolvidos concordam com a necessidade de proibir ou ao menos limitar, o uso dos gases CFCs para evitar que os seus efeitos destruam o equilíbrio térmico da Terra. De salientar, no entanto, que em quantidades adequadas (muito pequenas), as radiações ultravioletas são salutares, contribuindo para a produção de vitamina D, indispensável ao normal desenvolvimento dos ossos.

A maior parte da radiação ultravioleta é, então, absorvida pela camada de ozono, mas mesmo a pequena fracção que atinge a superfície é potencialmente perigosa para quem a ela se expor por períodos prolongados. A Agência Norte-Americana de Protecção Ambiental estima que a redução de apenas 1% na espessura da camada de ozono é suficiente para cegar 100 mil pessoas por cataratas e

desencadear um aumento de 5% no número de casos de cancro de pele.

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Está provado também que a exposição prolongada a radiação ultravioleta pode afectar as defesas imunológicas do Homem e de outros animais, permitindo o desenvolvimento de doenças infecciosas. A supressão de respostas locais e sistémicas a uma grande variedade de antigenes pode mesmo ser a causa para o desenvolvimento de diversos tipos de carcinomas. Mas os seres humanos não são os únicos afectados pelos raios ultravioletas, pois a sua intensificação interfere em muitos processos biológicos e químicos dos ecossistemas terrestres. As alterações provocadas pelas radiações prendem-se com as modificações no material genético das células dos organismos, o que se traduz na perturbação de diversas funções, como o metabolismo e a produção de bio massa. Porém, mais do que alterarem indivíduos, as radiações alteram as relações entre eles, nomeadamente as relações de competição entre plantas superiores, a extensão da herbívora pelos insectos e a susceptibilidade a elementos patogénicos, quer na agricultura, quer em ambiente natural. Acredita-se mesmo que níveis altos de radiação podem diminuir a produção agrícola, com a consequente redução na produção alimentar. Sabe-se, igualmente, que as radiações ultravioletas afectam os micro organismos, embora não se tenha noção da extensão de tais alterações. Este é um fenómeno preocupante, já que estes organismos participam em tarefas tão relevantes, em termos ecológicos, como a decomposição de resíduos, intervindo no ciclo dos nutrientes e interagindo com plantas e animais em forma de agentes patogénicos ou simbióticos. Do mesmo modo, nos ecossistemas aquáticos, a intensificação das radiações ultravioletas provoca problemas inquietantes, pois interfere no crescimento, na fotossíntese e na reprodução do plantão. São estas plantas e animais microscópicos que se encontram na base das cadeias alimentares e que são responsáveis por grande parte da produtividade de oxigénio do planeta e absorção do Dióxido de carbono, actuando como um tampão contra o aquecimento global do planeta. Ao intervir em todas as escalas dos ecossistemas, a radiação ultravioleta afecta, igualmente, os ciclos bioquímicos, como o ciclo do carbono, do azoto e o ciclo dos nutrientes minerais, entre outros, lesando globalmente toda a biosfera do planeta.

Papel no aquecimento global

A eficiência do cloro como catalisador é bastante elevada, chegando a quebrar 100 000 moléculas de ozono em um ano. Como o bom ozono (da estratosfera) absorve grande quantidade de radiação solar no ciclo ozono-oxigénio, a sua degradação pode intensificar em grande medida o efeito estufa. Por isso os

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CFCs são considerados um gás com efeito de estufa (GEE), porque a sua acção por mas que seja indirecta. O Global Warming Factor (GWF) dos CFCs é 5 000 a 14 000, o que significa que é de 5 000 a 14 000 vezes mais eficiente que o CO2 na intensificação do efeito de estufa. Porém, não há grande preocupação na comunidade científica internacional quanto a estes compostos, devido a dois factores: a concentração deles na atmosfera é menor que 1 ppb e, com o Protocolo de Montreal, sua produção e utilização estão sendo diminuídas a valores muito baixo.

Existe uma relação entre a temperatura e a destruiç ão da cama de ozono?

As constantes temperaturas frias do Inverno que se sentem no Pólo Sul contribuem para a formação de nuvens polares estratosféricas que incluem moléculas contendo cloro e bromo.

Quando a Primavera polar chega (Setembro), a combinação da luz solar com aquelas nuvens leva à formação de radicais de cloro e bromo que quebram as moléculas de ozono, com consequente destruição da camada do ozono.

Quanto mais frio é o Inverno antárctico mais afectada é a camada do ozono. Em 2002, as dimensões sofreram um decréscimo e o “buraco” foi mesmo dividido em duas partes distintas, devido a uma vaga de calor sem precedentes na região. Este foi o menor buraco do ozono desde 1988.

Com efeito, no ano 2000, as dimensões do “buraco” da camada de ozono atingiram um valor máximo de 27 a 28 milhões de km2, devido a um Inverno particularmente frio.

Tudo isto leva-nos a crer que, enquanto anteriormente se pensava que este fenómeno era totalmente independente das emissões dos gases com efeito de estufa, tais como o Dióxido de carbono, os dois fenómenos podem, de facto, estarem relacionados. Isto porque o aquecimento climático é acompanhado de um arrefecimento da alta atmosfera em altitude, o que pode acelerar a destruição da camada de ozono.

Anteriormente à descoberta da possível correlação entre estes dois fenómenos estimava-se que a recuperação da camada de ozono não deveria começar a ocorrer antes de 2010-15, e que a recuperação completa dessa mesma camada só poderia começar a ser esperada cerca de 2050-60.

A eventual correlação entre os dois fenómenos poderá resultar na revisão, para mais longe, destas expectativas, a menos que o Protocolo de Kyoto venha a ter resultados positivos em breve, sobre a diminuição das emissões de gases com efeito de estufa.

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O buraco do ozono persiste normalmente até Novembro/Dezembro, quando as temperaturas regionais aumentam. O tempo exacto e amplitude do buraco de ozono na Antárctica dependem de variações meteorológicas regionais.

Existe uma relação entre as substâncias destruidora s de ozono (SDO) e as mudanças climáticas? A resposta é sim, mas para uma melhor compreensão vamos descrever um pouco a origem dos gases com efeito de estufa.

Efeitos de alterações ambientais

As alterações que têm ocorrido na atmosfera desde o início do século XX não se verificaram nos componentes maioritários (azoto e oxigénio), mas em componentes vestigiais. O dióxido de carbono, o metano, o ozono e os CFCs são exemplos desses componentes. Durante séculos, foram produzidos e consumidos na Terra, mantendo-se um equilíbrio entre a sua emissão para a atmosfera e a sua retirada da mesma. Quando a velocidade de emissão é superior à velocidade de retirada, os gases vestigiais tornam-se poluentes. Há dois tipos de causas que explicam o aumento da concentração destes gases na atmosfera: as naturais, nas quais se incluem a actividade vulcânica e a própria biosfera, e as antropogénicas, que resultam da actividade humana. Entre estas últimas encontram-se a desflorestação, os incêndios florestais, a indústria, a agricultura, a circulação automóvel, e a produção de energia eléctrica através da queima de combustíveis fósseis. Efeito estufa Desde 1896 sabe-se que o Dióxido de carbono ajuda a impedir que os raios Infravermelhos escapem ao espaço, mantendo, assim, uma temperatura relativamente quente em nosso planeta. Efeito estufa, termo que se aplica ao papel que desempenham certos gases como o Dióxido de carbono, o Metano, o Óxido nitroso, os Clorofluorcarbonetos (CFCs) , Hidrocarbonetos (HC) , presentes na atmosfera, no aquecimento da superfície terrestre e outros (Aquecimento Global). Esses gases formam uma camada que impede a dispersão no espaço das radiações solares reflectidas pela Terra, num efeito semelhante ao que produz o vidro das estufas destinadas ao cultivo de plantas exóticas. O conteúdo na atmosfera de Dióxido de carbono e outros gases que contribuem para o efeito estufa está aumentando, como consequência da acção dos seres humanos e alguns fenómenos naturais. O efeito concreto destes incrementos

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poderia ser um aumento global da temperatura, estimado em 2 a 6°C nos próximos 100 anos.

Os gases com efeito de estufa (GEE)

Os gases com efeito de estufa (GEE) são substâncias gasosas que absorvem parte da radiação infravermelha, emitida principalmente pela superfície terrestre, e dificultam a sua passagem para o espaço. Isso impede a perda demasiada de calor para o espaço, mantendo a Terra aquecida.

O efeito estufa é um fenómeno natural. Esse fenómeno acontece desde a formação da Terra e é necessário para a manutenção da vida no planeta, pois sem ele a temperatura média da Terra seria 33ºC mais baixa impossibilitando a vida no planeta, tal como conhecemos hoje. O aumento dos gases com efeito de estufa na atmosfera têm potencializado esse fenómeno natural, causando um aumento da temperatura (fenómeno denominado mudança climática).

Concentração na atmosfera (ppm) dos cinco gases responsáveis por 97% do efeito de estufa antropogénico (período 1976-2003).

A atmosfera é uma camada que envolve o planeta, constituído de vários gases. Os principais são o Nitrogénio (N2) e o Oxigénio (O2) que, juntos, compõem cerca de 99% da atmosfera. Alguns outros gases encontram-se presentes em pequenas quantidades, incluindo os conhecidos como gases de efeito estufa (GEE). Dentre estes gases, estão o Dióxido (CO2), o Metano (CH4), o óxido nitroso (N2O), Perfluorcarbonetos (PFC's) e também o vapor de água.

Nos últimos 100 anos, devido a um progressivo incremento na concentração dos gases com efeito de estufa, a temperatura global do planeta tem aumentado. Tal incremento tem sido provocado pelas actividades humanas que emitem destes gases.

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A potencialização do efeito de estufa poder ter consequências sérias para a vida na Terra no futuro próximo. Ecólogos sugerem que o aquecimento global deve alterar o clima a uma velocidade maior que a capacidade de adaptação dos organismos.

O efeito pode ser devastador para a biodiversidade e ecossistemas do mundo inteiro (Ricklefes, 1996; Romanini, 2003). Outros cientistas questionam essa hipótese e acreditam que as consequências do aumento de CO2 na atmosfera levariam a uma maior produção vegetal, particularmente nas regiões onde o clima e os nutrientes do solo não são factores limitantes para a fotossíntese (Ricklefs, 1996). Nesse contexto, a atenção dos cientistas têm sido direccionadas às florestas tropicais, por serem possíveis sumidouros naturais de CO2. Dentre as florestas tropicais, a Floresta Amazónica destaca-se por ser a maior floresta tropical do mundo.

Entre os gases com efeito de estufa que estão aumentando de concentração o (CO2), o CH4 e o N2O são os mais importantes. Os CFC's também têm a capacidade de reter a radiação infravermelha emitida pela Terra. Contudo, as acções para diminuir suas emissões estão num estágio bem mais avançado, quando comparado com as emissões dos outros gases. Historicamente, os países industrializados têm sido responsáveis pela maior parte das emissões globais de gases com efeito de estufa. Contudo, na actualidade, vários países em desenvolvimento, entre eles China, Índia e Brasil, também se encontram entre os grandes emissores. No entanto, numa base per capita, os países em desenvolvimento continuam tendo emissões consideravelmente mais baixas do que os países industrializados.

Na fonte da emissão também pode se observar um padrão global. Enquanto a maior parte das emissões decorrentes da queima de combustíveis fósseis (75% das emissões globais de CO2) provém dos países industrializados, as emissões decorrentes das mudanças no uso da terra (25% das emissões globais de CO2) tem como seus maiores responsáveis os países em desenvolvimento.

Mecanismo de redução das emissões de gases do efeito estufa (GEE) como o sequestro de carbono estão sendo feitos no contexto do mercado de carbono (estabelecido pelo Protocolo de Kyoto e por outros acordos).

Gases com efeito de estufa e o Protocolo de Quioto

O Protocolo de Quioto determina seis gases cujas emissões devem ser reduzidas:

• CO2 - Dióxido de Carbono • N2O - Óxido nitroso • CH4 - Metano • CFCs – Clorofluorcarbonetos

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• HFCs - Hidrofluorcarbonetos • PFCs - Perfluorcarbonetos • SF6 - Hexafluoreto de enxofre

Alterações climáticas

Apesar dos países industrializados serem os grandes emissores de gases com efeito de estufa responsáveis pelas alterações climáticas a nível global, nos últimos anos tem-se vindo a registar um aumento das emissões dos países mais pobres, que poderão vir a ultrapassar os países ricos nos próximos anos. Tal deve-se ao facto do crescimento económico dos países pobres, só que este crescimento em muitos países em desenvolvimento está sendo suportado por uma actividade industrial poluente responsável por elevadas emissões de poluentes para a atmosfera.

De facto, alguns países pobres têm apresentado um grande crescimento económico à custa de um desenvolvimento industrial, maioritariamente baseado em tecnologia obsoleta e poluente.

Como consequências das alterações climáticas são esperados vários impactes, cuja gravidade será maior para os países pobres, uma vez que estes têm maiores dificuldades em prevenir e adaptar-se.

Consequências das alterações climaticas

Em muitos países pobres, a população vive em regiões costeiras dedicando-se à pesca. Estas regiões poderão vir a serem afectadas pela subida do nível do mar, e pela consequente salinização dos terrenos agrícolas deterioração da qualidade de água para consumo humano e destruição de casas.

A subida da temperatura da água do mar será responsável pela redução de muitas espécies de peixes, fonte de rendimento da população das zonas costeiras.

Os ventos extremos como tsunamis, ciclones, trovoadas, secas, e cheias poderão tornar-se mais frequentes, levando ao aumento do número dos chamados refugiados ambientais, população que tem de procurar novas terras devido a desastres naturais. Como por exemplo, refere-se o facto de cerca de 30 milhões de pessoas no Bangladesh terem já abandonado as suas casas e terras devido à subida do nível do mar associado às alterações climáticas.

Tecnologia limpa

No âmbito do Protocolo de Quioto, e com o objectivo de reduzir as alterações climáticas, os países industrializados comprometeram-se a reduzir as suas emissões de gases com efeito de estufa até 2012.

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O Protocolo prevê várias formas de alcançar este objectivo a nível global, prevendo que os países ricos possam investir em projectos de redução de emissões de gases com efeito de estufa nos países pobres, através dos designados Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL).

A partir de projectos de MDL, os países em desenvolvimento recebem apoio tecnológico e/ou financeiro de países industrializados para a redução das emissões de gases com efeito de estufa. As emissões evitadas são “creditadas” aos países industrializados que investiram nestes projectos, sendo utilizadas para atingir as metas impostas pelo Protocolo de Quioto.

O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo

Os projectos de MDL têm como objectivo apoiar os países pobres que são vulneráveis às alterações climáticas. Estes projectos permitem a modernização de indústria obsoleta e poluente dos países pobres, permitindo ainda a redução da pobreza através do investimento na electrificação de aldeias remotas, tratamento de água, esgotos e resíduos, etc.

Os Projectos de MDL podem incluir:

• Adopção de tecnologias mais limpas; • Aumento da eficiência energética; • Substituição de combustíveis fósseis por fontes renováveis de energia; • Promoção de sumidouros e reservatórios de gases com efeito de estufa; • Utilização de praticas agrícolas sustentáveis, de forma a reduzir as

emissões de NOx (gases com efeito de estufa) provenientes dos fertilizantes químicos;

• Uma correcta gestão dos resíduos sólidos.

A cadeia alimentar

Fitoplâncton e Zooplâncton Zonas da vida oceânica A zona nerítica, o mar aberto sobre a plataforma continental, é a área mais produtiva. Na zona epipelágica ou superficial do oceano, concentram-se o fitoplâncton (vegetal) e o zooplâncton (animal). Entre a zona epipelágica e os 1000 m de profundidade, está a zona mesopelágica (de penumbra). Os peixes, invertebrados e mamíferos marinhos da zona epipelágica se alimentam nela. As zonas batipelágicas e abissais são áreas gélidas e sem luz, habitadas por peixes e invertebrados muito modificados. Nas comunidades animais muito especializadas que rodeiam as aberturas hidrotermais, as bactérias autótrofas assumem o papel das plantas fotossintéticas e são a base da cadeia alimentar.

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As medições das populações desses organismos microscópicos sob o raio de acção do buraco da camada de ozono demonstraram uma redução de 25% desde o começo do século XXI até o ano de 2003, nas águas marinhas antárcticas.

A morte destes micro organismos causa uma redução da capacidade dos oceanos em extrair o Dióxido de carbono da atmosfera, contribuindo para o aquecimento global. Com a morte do fitoplâncton, o zooplâncton não sobrevive.

Sem zooplâncton, o krill deixa de existir, diminuindo a população dos peixes dos oceanos e assim por diante. Logo, a ozonosfera é primordial para que haja vida no planeta Terra.

Transferência de tecnologia para a camada de ozono Nos princípios dos anos 1800, o gelo natural era armazenado e utilizado no estado do tempo morno para a conservação dos produtos alimentares; A primeira refrigeração de alimentos perecíveis era realizada em cavernas porões, poços e casa de frio; O primeiro ar condicionado foi alcançado com a circulação de água fria ou por vapor de água fria sobre as superfícies porosas; No princípio dos anos 1900 utilizou-se as caixas de gelo para a conservação dos produtos tiveram sucesso em comparação com as geleiras eléctricas com refrigerantes tóxicas e inflamáveis; As caixas de gelo eram mais seguras mas apresentavam fraca capacidade no controle de temperatura fria para conservar os alimentos; As vezes o gelo era contaminado por poluição de água, o gelo não tinha capacidade de manter a comida gelada ou fria durante 24 horas; As geleiras eléctricas eram mais convenientes, mas também traziam novos riscos tais como: fogo, explosão, exposição às substancias tóxicas; Os alimentos eram contaminados pelos derrames dos refrigerantes, os derrames dos refrigerantes eram um prejuízo para saúde humana devido aos danos que causavam em caso de contacto directo. Nas geleiras eléctricas era comum a ocorrência as falhas técnicas, vibração e acidentes que provocavam o descongelamento.

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História sobre o ozono Bases Cientificas 1839: Foi o ano em que o cientista C. F. Schönbein descobriu o Ozono enquanto observava descargas eléctricas na atmosfera. 1850: O Ozono demonstrou ser uma parte natural constituinte da atmosfera. 1857 Werner von Siemens desenvolve o primeiro gerador de ozono. 1880: Experiências mostram que o ozono absorve muito bem os raios Ultravioletas (UV) solares. 1893 Ousbaden, Holanda, descobre a primeira planta de ozono para tratamento de água no mundo e que é comissionada em 3 000 municipalidades de todo o mundo. 1900 Nikola Tesla, forma a Tesla, Ozono companhia e começa a vender máquinas de ozono a médicos, Doutores. 1902 JH Clarke, de Londres, descreve no seu livro, um Dicionário de Matéria Medica prático para o uso próspero de água ozonada, tratando anemia, câncro, diabete, gripe, veneno de morfina e tosse; 1913: Houveram provas que demonstraram que a maior parte do ozono da atmosfera está localizado na Estratosfera. 1920: G M B Dobson (Um cientista da Oxford) aperfeiçoou um instrumento para monitorar quantitativamente o Ozono atmosférico. 1926 Dr. Otto Warburg do Kaiser Instituto em Berlim anuncia a causa de raiz de todo o câncro como a falta de oxigénio ao nível celular no corpo. 1929 E.U.A Um livro publicado pelas principais cabeças dos hospitais americanos, Ozono e sua Acção Lista Terapêutico de 114 doenças e como tratá-las com ozono. 1932, o dentista suíço E.A. Fisch usa ozono em odontologia e apresenta isto ao cirurgião alemão Erwin Payr. 1953 Dr. Hans Wolff usa ozono na sua prática e escreve o livro, ' Ozone' Médico. Ele treinou muitos doutores em terapia de ozono. 1972 A Sociedade Médica de Ozono é formada por Wolff e Hänsler.

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1996 o fundador da estância termal de Kleerzone começa com Pesquisa e Desenvolvimento na aplicação de tecnologias de ozono. 1999 África do Sul. O Kleerzone produz o primeiro produto de ozono de protótipo para seu mercado. História sobre substâncias destruidoras da camada d e ozono (SDO). 1910-1930 Refrigerantes naturais substituíram o gelo. A história sobre as substâncias destruidoras da camada de ozono, (SDO), começou em 1928, com a descoberta dos Clorofluorcarbonetos (CFCs) , por serem substâncias quimicamente estáveis, não tóxicas, não inertes, não corrosivas e não inflamáveis, utilizados nos aparelhos de refrigeração e climatização, sprays, misturas nas tintas, desodorizantes, cosméticos bem como para fins de limpeza. Só que mais tarde os cientistas descobriram que estas substâncias destroem a camada de ozono. Foi por esta razão que vários estados ratificaram e assinaram a Convenção de Viena para a protecção da camada de ozono e o Protocolo de Montreal, sobre as substâncias que destroem a camada de ozono. Os fluidos de refrigeração

Até ao ano 1920 o fluido utilizado para aquecimento e resfriamento era a amónia ou Dióxido de enxofre, gases venenosos e que causam um cheiro desagradável.

o fluido utilizado para aquecimento e resfriamento era a amónia ou Dióxido de enxofre, gases venenosos, em caso de esvaziamento ou derrames poderiam causar envenenamento aos trabalhadores do sector de refrigeração.

É por esta razão que iniciou então a pesquisa para encontrar um gás que pudesse substituir Dióxido de enxofre e que fosse líquido em condições ideais, circulasse no sistema de refrigeração e, em caso de esvaziar, não causasse danos ao ser humano.

A indústria química e os CFCs

Ozono e CFCs

As pesquisas da indústria química voltada à refrigeração deviam identificar um gás que não fosse venenoso, inflamável, oxidante, não causasse irritações nem queimaduras, não atraísse insectos. Em suma, deveria ser um gás estável e perfeito.

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Nas pesquisas foram testados diversos gases, tendo sido escolhida uma substância que se chamaria de Clorofluorcarbonetos (CFCs) , no dia 30 de Agosto de 1928, os CFCs foram patenteados e com todos requisitos solicitados.

Os CFCs podem ser compostos de um ou mais átomos de carbono ligados a átomos de cloro e/ou flúor.

Os CFCs passaram a constituir os equipamentos de refrigeração, ar condicionados, como propelentes de sprays, solventes industriais, espumas isolantes, produtos de utilização na Microeletrónica e na e electrónica, etc. A seguir pode-se ver um exemplo de CFC:

F | Cl-C-Cl | F No final da década de 1960 eram liberadas cerca de um milhão de toneladas de CFCs por ano. As formas de libertação do gás são diversas, a mais conhecida é pelos aerossóis que utilizam o CFC como propelente. Para salvar a camada de ozono as Nações Unidas no dia 22 de Março de 1987, ratificaram e assinaram a Convenção de Viena. Objectivos da Convenção de Viena Os objectivos eram:

� Protecção da camada de ozono, � Primeiro acordo de investigação cientifica sobre processos atmosféricos e

troca de informação sobre a produção de substâncias destruidoras de ozono (SDO).

No dia16 de Setembro de 1987, foi ratificado e assinado o Protocolo de Montreal Objectivos do Protocolo de Montreal:

� Controlar as substâncias que destroem a camada de ozono; � Elaborar um plano de actividades com cronograma, para alcançar as

metas desejadas � Estabelecer estratégia de redução e eliminação total das emissões das

Substâncias que Destroem a Camada de Ozono(SDO); � Apresentar a lista de produtos derivados e equipamentos que funcionam

com recurso a SDO;

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Para complementar as medidas tomadas no Protocolo de Montreal, são ratificadas e assinadas emendas. Critérios para adoptar as emendas. As emendas, são ratificadas e assinadas na medida em que vão sendo descobertas novas substâncias que destroem a camada de ozono (SDO), para serem incluídas na lista das substâncias controladas, correcções das medidas constantes no Protocolo, emendas anteriores bem como a introdução de novas medidas para melhor controle de produção, comércio e consumo das substâncias que destroem a camada de ozono (SDO). As emendas ao Protocolo de Montreal:

� Emenda de Londres 1990; � Emenda de Copenhaga em 1992;

� Emenda de Montreal em 1997 e

� Emendas de Beijing 1999.

Obrigações para Estados subscritores do Protocolo d e Montreal Cada estado membro deve:

� Produzir regulamentos específicos;

� Ratificar as emendas ao Protocolo de Montreal,

� Criar Unidade Nacional de Ozono, para atender actividades do Protocolo de Montreal,

� Controlar as exportações e importações de produtos, equipamentos e

tecnologias que dependem de SDO; � Qualquer comercialização das Substâncias que Destroem a Camada de

Ozono (SDO) para um estado não membro é proibida; Sistema de controlo das substâncias destruidoras de ozono (SDO) em Moçambique, Iniciou a 8 de Dezembro de 1993 com a r atificação da:

� Convenção de Viena;

� Protocolo de Montreal;

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� Emenda de Londres e

� Copenhaga. Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental, a utoridade competente para coordenar as acções junto das segui ntes instituições:

� Ministérios de Indústria e Comércio(MIC), Finanças (Alfândegas), Agricultura (MINAG), Saúde (MISAU), Interior, Ciências e Tecnologia.

Quadro legal da implementação dos Acordos

� Reunião das partes (MOP),

� Conferência das partes (COP),

� Reuniões do grupo africano,

� Reunião de países da expressão francesa, � Reunião conjunta (expressão inglesa e francesa),

� O Secretariado Regional de Ozono, tem a sua sede em Nairobi, na

República de Quénia. Organização interna

� Unidade Nacional de Ozono (coordena as acções);

� Representações provinciais (fazem levantamento de dados e reportam a nível central);

� Comité inter-sectorial que faz deliberações da participação de

Moçambique nas reuniões internacionais. Obrigações da Unidade Nacional de Ozono

1. A primeira tarefa da Unidade Nacional de Ozono, consiste na criação do G-Ozono;

2. Desenvolver um Programa Nacional para a eliminação progressiva das

importações e consumo das substâncias que destroem a camada de ozono (SDO);

3. Cumprir com as obrigações decorrentes da ratificação da Convenção de

Viena e do Protocolo de Montreal.

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4. No programa deve constar calendário para eliminação progressiva das

substâncias que destroem a camada de Ozono;

5. Elaborar um sistema legislativo que consiste em regulamento sobre a gestão das substâncias que destroem acamada de ozono (SDO) e controle das importações e exportações das SDO;

6. Formação de formadores para a capacitação dos técnicos de refrigeração

e climatização em novas técnicas do sector de refrigeração e climatização nível nacional;

7. Formação de oficiais das alfândegas, policias e fiscais com objectivo de

identificar e controlar as importações das substâncias que destroem a camada de ozono e os equipamentos que dependem das SDO;

8. Elaboração de um programa de incentivos para estimular a conversão de

equipamentos que dependem das SDO para as alternativas;

9. Implementar um programa de sensibilização pública.

10. Identificação as principais empresas utilizadores de Brometo de metíl a nível nacional;

11. Identificação as principais empresas utilizadores de halogenados;

� Realizar o levantamento de dados sobre o consumo das substâncias

destruidoras de ozono (SDO),

� Produzir relatórios dos níveis de consumo das substâncias destruidoras de ozono (SDO) e submeter semestralmente ao Secretariado de Ozono e ao Secretariado do Fundo Multilateral das Nações Unidas,

� Cumprir com os prazos referente a redução gradual e a eliminação total

de cada tipo das substâncias que destroem a camada de ozono (SDO). Mecanismos de implementação

� Programa de capacitação institucional; � Plano Nacional de Gestão de refrigerantes; Brometo de metíl e outras

substâncias destruidoras de ozono (SDO);

� Criar o Comité Nacional do Protocolo de Montreal (G-Ozono); � Plano de Acção;

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� Projectos;

� Custos. � Projectos específicos.

Sectores de utilização de cada grupo de substâncias O consumo de Clorofluorcarbonetos (CFCs), é utilizado nos aparelhos de refrigeração e climatização, aerossóis, tintas, etc. Principio de funcionamento nos aparelhos de refrige ração e climatização O gás é injectado no compressor e este pela sua vez comprime este fluido em todo o sistema de frio (condensador), este principio de funcionamento é igual em todos aparelhos de refrigeração e climatização.

Para além dos sectores mencionados é utilizado também para o fabrico de acetona, medicina, cosméticos e limpeza de pequenos circuitos electrónicos. Os Hidroclorofluorcarbonetos (HCFC), são utilizados no sector de refrigeração e climatização,

O Brometo de metíl (CH3Br), é uma substância utilizada no sector de agricultura para tratamento de solos, paletes e fumigação nas plantas e limpeza de embarcações (barcos) etc. OS Halogenados são substâncias utilizadas no sector de combate ao incêndio (Bombeiros). Em Moçambique estas substâncias estão sob o controle do Ministério do Interior através da (Direcção Nacional de Serviços de Bombeiros). Sectores com alternativas já disponíveis aos Clorof luorcarbonetos (CFCs) Hoje em dia já é possível encontrar substâncias alternativas nos sectores abaixo mencionados:

• Indústria de refrigeração;

• Indústria de climatização;

• Indústria farmacêutica;

• Indústria electrónica;

• Indústria de espumas para o combate aos incêndios etc.

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Quais são as medidas tomadas a nível mundial para e vitar a degradação do ozono?

Com efeito, cerca de dois anos após a descoberta do buraco do ozono sobre a atmosfera da Antárctica, os governos de diversos países, entre os quais a maioria dos países da União Europeia, assinaram em 1987 um acordo, chamado Protocolo de Montreal, com o objectivo de reconstituir a concentração de ozono na alta atmosfera.

O único método conhecido de protecção da camada do ozono é limitar a emissão dos produtos que o danificam e substitui-los por outros mais amigos do ambiente.

Assim sendo, mais de 60 países comprometeram-se a reduzir em 50% o uso de CFCs até finais de 1999, com o Protocolo de Montreal, com o objectivo de reconstituir a concentração de ozono na alta atmosfera.

Este acordo entrou em vigor em 1989 e visa reduzir, progressivamente, as emissões dos gases que provocam a degradação do ozono.

Na Conferência de Londres, em 1990, concordou-se em acelerar os processos de eliminação dos CFCs, impondo a paragem total da produção até ao ano de 2000, tendo sido criado o Fundo Multilateral do Protocolo de Montreal, para apoiar aos países em desenvolvimento a redução do consumo das substâncias que destroem cama de ozono.

Os Estados Unidos, Canadá, Suécia e Japão anteciparam essa data para 1995 e a UE decidiu parar com a produção até Janeiro de 1996. Segundo a Organização Meteorológica Mundial, o Protocolo de Montreal, tem dado bons resultados, uma vez que foi registada uma lenta diminuição da concentração de CFCs na baixa atmosfera após um máximo registado no período de 1992/1994.

Em Fevereiro de 2003, cientistas neozelandeses anunciaram que o buraco na camada de ozono sobre a Antárctica poderá estar fechado em 2050, como resultado das restrições internacionais impostas contra a emissão de gases prejudiciais.

Sem a forte adesão ao Protocolo de Montreal, os níveis de substâncias prejudiciais para o ozono seriam cinco vezes maiores do que são hoje. Mesmo assim, a luta pela restauração da camada de ozono tem de continuar, pois aquelas substâncias têm um tempo de vida longo. Os cientistas prevêem que o aparecimento anual do buraco do ozono no Pólo Sul dure ainda vários anos.

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O êxito do Protocolo de Montreal, evidencia o sucesso da cooperação entre países e organizações internacionais para um fim comum. Só o cumprimento integral e continuado das disposições do Protocolo por parte dos países desenvolvidos e dos países em desenvolvimento poderá garantir a recuperação total da camada de ozono.

Agentes poluidores Agentes poluidores , é um conjunto de produtos que provocam poluição, geralmente originada dos processos de transformação industrial ou de seu consumo pela sociedade. Estão classificados em três grandes grupos: os do ar, das águas e do solo. A poluição do ar é causada por duas categorias de poluentes: os primários, liberados directamente na atmosfera e os secundários, formados por combinações físico-químicas entre diferentes elementos na atmosfera. Os principais exemplos são o Dióxido de enxofre (SO2), Hidrocarbonetos (HC), partículas em suspensão (PS) e o óxido de Nitrogénio (NO). Um caso especial é o dos Clorofluorcarbonetos (CFCs), que provocam os “buracos” na camada de ozono. O Dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, dando lugar, por sua vez, a um aumento da temperatura global da Terra. A poluição das águas deve-se a um grupo restrito de poluentes: as substâncias tóxicas (ST), óleos e graxas (OG), material em suspensão (MS) e substâncias destruidoras do processo de oxigenação natural da lâmina de água, que causa a demanda biológica de oxigénio (DBO). A poluição do solo é provocada pelos resíduos químicos derivados dos insumos agrícolas e pelos resíduos sólidos vindos do lixo. Outros males importantes causados pelo ser humano ao meio ambiente são o uso de pesticidas que contaminam regiões agrícolas e interferem no metabolismo do cálcio das aves; a erosão do solo, que está degradando terras cultiváveis, a perda das terras virgens, o crescente problema mundial do abastecimento de água, como consequência do esgotamento dos aquíferos subterrâneos, assim como pela queda na qualidade e disponibilidade da água e a destruição da camada de ozono, entre outros.

Recursos naturais

Uma correcta gestão dos recursos naturais é importante para a redução da pobreza, uma vez que a sobrevivência de cerca de 75% da população dos países pobres depende da produção de mel, tabaco, resina, cogumelos, nozes, algodão, café, chá, cacau, entre outros.

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Se por um lado estes sectores económicos são muito vulneráveis às alterações climáticas, por outro, os países pobres têm dificuldades em retirar benefício económico da venda destes produtos. Além de terem de competir com a qualidade dos produtos dos países ricos com melhores condições de produção, transporte e conservação, os produtos dos países pobres chegam ao mercado internacional com preços elevados, devido aos subsídios praticados nos países ricos.

Graças aos subsídios à produção e à exportação, os países ricos conseguem vender os seus produtos a preços abaixo do custo de produção. Uma vez que os países pobres não conseguem competir com preços tão baixos, são obrigados a abandonar certas actividades económicas que deixam de ser rentáveis e a importar dos países ricos. Com o objectivo de aumentar o seu rendimento, os países pobres procuram aumentar a sua produção, muitas vezes à custa da grande exploração dos recursos naturais. Assim, é comum registarem-se níveis elevados de pesticidas nos recursos hídricos, nomeadamente na água utilizada para consumo humano, devido a práticas agrícolas incorrectas.

Os países pobres têm assistido à destruição das suas florestas, muitas vezes devido a práticas ilegais de extracção de madeira para venda aos países industrializados. Além disso, a madeira é uma matéria muito procurada uma vez que a sua queima constitui uma das principais fontes de energia das habitações, que não têm electricidade nem gás.

A exploração dos recursos piscatórios dos países pobres pelos países ricos, conduz muitas vezes à depleção destes recursos, e ao aumento de pobreza das famílias que dependem da pesca.

As frotas europeias de pesca industrial no Senegal são responsáveis pela depleção de muitas espécies de peixes.

ROMA — O Papa Bento XVI pediu no ano 2007, uma maior cooperação internacional na protecção ao meio ambiente, com o objectivo de preservar a natureza para as gerações atuais e futuras.

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“Ao longo das últimas décadas, graças a uma cooperação internacional entre política, ciência e economia, foram obtidos importantes resultados em benefício das gerações atuais e futuras”, afirmou o Papa, evocando o 20º aniversário da adopção do Protocolo de Montreal sobre as substância nocivas para a camada de ozono.

“Desejo uma intensificação da cooperação, por parte de todos, para promover o bem comum, o desenvolvimento e a salvaguarda do que tem sido criado, reforçando a aliança entre o homem e o meio ambiente”, afirmou Bento XVI após a benção do Angelus, celebrada em Castel Gandolfo, a residência de verão dos Papas nos arredores de Roma.

A protecção do meio ambiente é um tema que Bento XVI aborda com frequência em seus discursos.

Como é que o ambiente afecta a Pobreza?

Vários aspectos ambientais contribuem para a vulnerabilidade da população mais pobre. Por exemplo, a poluição da água e do ar conduz ao aparecimento de doenças, que tornam a população enfraquecida para trabalhar e usufruir de rendimento.

Além disso, as condições ambientais são um factor determinante no rendimento de muitas comunidades pobres que dependem da pesca, da agricultura e da exploração de florestas, sectores bastante vulneráveis às alterações climáticas e às associadas secas, cheias e temperaturas elevadas.

Água e saneamento básico

O grande crescimento populacional nos países pobres representa uma maior produção de esgotos e de resíduos que geralmente são lançados no meio ambiente sem tratamento, levando à contaminação do solo, lençóis freáticos e rios. Além disso, a necessidade de água para satisfazer uma população crescente conduz muitas vezes à grande exploração dos recursos hídricos.

Crescimento populacional

Cerca de 60 % da população mundial não tem saneamento básico, sendo os esgotos lançados no solo e nos cursos da água.

1.8 milhões de pessoas morrem anualmente devido a diarreias associadas a má qualidade da água, das quais 1.6 milhões são crianças com menos de 5 anos.

O combate à pobreza e a conservação ambiental são dois dos maiores desafios que a Humanidade enfrenta actualmente, sendo considerados elementos-chave para atingir um desenvolvimento sustentável.

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De uma forma geral, nos países pobres registam-se elevados níveis de degradação ambiental. A falta de recursos financeiros para investimento no tratamento de resíduos sólidos e esgotos e em tecnologias pouco poluentes, conduzem à contaminação dos rios, dos solos e do ar. Por outro lado, os problemas ambientais, como as alterações climáticas, são responsáveis pelo aumento da pobreza ao colocarem em risco muitas das actividades económicas de que as comunidades mais pobres dependem, como as pescas e a agricultura.

Uma das formas utilizadas para a caracterização da pobreza no Mundo é através da Linha de Pobreza. A Linha de Pobreza actual é de 1 dólar/dia, correspondendo ao valor mínimo necessário para se adquirir um conjunto de bens essenciais à sobrevivência. Trata-se de um valor simbólico que deve ser recalculado para cada país tendo em conta o respectivo nível de vida.

O conceito Pobreza tem vindo a alterar-se ao longo do tempo, passando de uma definição meramente monetária, que apenas tem em conta o rendimento da população, para um conceito que engloba uma série de aspectos necessários à melhoria da qualidade de vida: acesso ao ensino, aos serviços de saúde, a água com qualidade e ao tratamento de esgotos.

A pobreza mundial tem vindo a diminuir ao longo dos últimos 25 anos devido, principalmente, ao grande crescimento económico de países como a China e como a Índia. A nível regional, a África sub-sariana constitui a situação mais preocupante, onde a pobreza duplicou entre 1981 e 2001 devido a guerras e doenças, como a SIDA.

A política de reciclagem e reutilização dos materia is Como proteger o ambiente e salvar as futuras gerações dos danos à saúde humana e ao ambiente causados pelas actividades do homem?

Certamente que até a pessoa mais desatenta a estas questões ambientais conhece as vantagens da reciclagem. Com a implementação da política de reciclagem evita a depauperação dos nossos recursos naturais, poupa energia, diminui o consumo de água, promove a qualidade do ambiente, cria postos de emprego, etc.

Se for uma pessoa mais informada até já recicla o seu papel, coloca as garrafas num recipiente apropriado e pensa em levar aquele saco enorme de pilhas usadas que tem vindo a guardar para um lugar criado para o efeito. No entanto, sempre que vai às compras continua a trazer para casa uma quantidade enorme de produtos, embalagens, fios, sacos, papéis de embrulho. A reciclagem e o reutilização são apostas muito importantes, mas a redução no acto de compra é uma outra solução.

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Ao comprar um produto, opte pelos de natureza biodegradável e reciclável. Escolha aqueles que apresentam uma maior durabilidade e longevidade. Estará assim, a contribuir para um melhor ambiente e a poupar os nossos recursos naturais. Tenha ainda atenção se o produto apresenta um excesso de embalagem ou se esta pode ser reutilizada. Por vezes os fabricantes, para tornar o seu produto mais atraente, optam por embalagens mais sofisticadas mas impossíveis de reaproveitar. Sempre que possível compre produtos embalados em papel em vez de plástico, uma vez que a reciclagem dos primeiros é mais eficiente.

Quando for às compras, utilize sacos de pano ou volte a usar o cesto que tinha posto de parte em entretenimento dos sacos de plástico. No caso das bebidas, utilize produtos embalados em materiais com retorno e/ou recicláveis e coloque-os no contentor apropriado de reciclagem.

Nos detergentes para a casa compre aqueles que sejam livres de fosfatos e biodegradáveis.

Ao escolher os electrodomésticos leia atentamente as indicações e compare os consumos de água e energia.

Estes são apenas alguns conselhos que podem torná-lo um melhor amigo do ambiente.

Formação de radicais livres na atmosfera

• as dissociações de moléculas que ocorrem por acção da luz chamam-se fotólises ou reacções fotoquímicas.

• Estes tipos de reacções acontecem, principalmente, na parte de cima da

troposfera e na estratosfera.

• A dissociação de uma molécula é o mesmo que quebrar as suas ligações. É como um chocolate que partimos a metade: seria a dissociação de um chocolate.

• Destas dissociações saem partículas muito reactivas chamadas radicais.

Dissociação e ionização de partículas

• Energia de dissociação.

• É a energia necessária para quebrar as ligações de uma molécula.

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Exemplo: A energia de dissociação da molécula de oxigénio (O2) é 8,3x10-19J. Se a radiação incidente tiver energia igual a 8,3x10-19J.

Se a radiação incidente tiver energia inferior a 8,3x10-19J.

Se a radiação incidente tiver energia superior a 8,3x10-19J.

A molécula separa-se em radicais livres (O), que não têm energia cinética.

Há apenas efeito térmico. A energia cinética da partícula aumenta.

A molécula separa-se em radicais livres (O), que possuem energia cinética.

Formação de iões na atmosfera

• A energia solar é absorvida para extrair um electrão.

• Se a radiação tiver energia superior à energia de primeira ionização consegue retirar um ião à partícula e ionizá-la.

• Como as energias de ionização são relativamente elevadas, as

ionizações são mais frequentes na termosfera (ionosfera).

• Também podem ocorrer dissociações seguidas de ionizações. Energia de primeira ionização

• É a energia necessária para tirar um electrão a uma molécula ou átomo.

• Exemplo: A energia de primeira ionização da molécula de oxigénio (O2) é 1,9x10-18J.

Se a radiação incidente tiver energia igual a 1,9x10-18J.

Se a radiação incidente tiver energia inferior a 1,9x10-18J.

Se a radiação incidente tiver energia superior a 1,9x10-18J.

A molécula é ionizada e torna-se O2

+. Há apenas efeito térmico.

A molécula é ionizada e torna-se O 2

+ e fica com energia cinética.

O que acontece quando expormo-nos excessivamente ao sol?

A exposição excessiva ao sol pode trazer graves consequências, para a nossa pele, para o nosso sistema imunológico. Os nossos olhos também são lesados pela exposição contínua e excessiva ao sol, levando à formação de catarata em idade mais avançada.

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A nossa pele é formada por queratinócitos (células existentes nas camadas mais superficiais da pele, que servem de protecção às camadas mais internas), melanócitos (células produtoras de melanina, o pigmento responsável pela cor da pele) e vasos sanguíneos e linfáticos, entre outros componentes. Na epiderme, a radiação UV pode provocar alterações nos queratinócitos e melanócitos e mudanças funcionais nas células de Langerhans e linfócitos (células do sistema imunológico). Até mesmo baixas doses de UV-B podem reduzir a resposta imunológicas.

A epiderme exposta com frequência ao sol torna-se espessa, chegando a ter o dobro da espessura da pele protegida e é desorganizada, podendo aparecer manchas claras ou escuras, ou regiões que "descamam".

Os melanócitos são as células envolvidas na fotoprotecção da pele, devido à produção de melanina, que actua como um fotoprotector natural. Na epiderme danificada pelo sol, o número destas células aumenta. Elas migram para níveis mais altos da epiderme e aumentam a produção de melanina, que absorve UV, não deixando que os raios alcancem o DNA das células.

O eritema, ou queimadura solar, é causado pela vasodilatação dos vasos sanguíneos da derme. O eritema chamado de imediato, que ocorre nas primeiras 6 a 12 horas de exposição ao sol, pode ser bloqueado por anti-inflamatórios não-esteróides. Porém, estes agentes anti-inflamatórios não podem inibir o eritema tardio, que acontece cerca de 24 horas após exposição ao sol por mecanismos distintos do eritema imediato.

Bronzeado é o termo aplicado ao aumento de melanina induzido pela exposição à radiação UV. A pigmentação da pele pode ser imediata, causada por uma foto-oxidação dos pigmentos de melanina já existentes, e tardia, causada pelo aumento da multiplicação dos melanócitos e pelo aumento da produção de melanina por estas células.

A pigmentação protege as células da pele contra os danos causados em seu DNA pelos raios UV, mas não protege contra o eritema. O bronzeado, apesar de bonito, é um estado de alerta do corpo contra os danos causados pela exposição excessiva ao sol, que podem provocar o câncro.

A radiação UV-B pode exercer acções biológicas adversas na pele humana que não estiver protegida.

Evidências médicas indicam claramente que a pele humana pode sofrer danos severos quando exposta à radiação UV-B natural do sol. Os efeitos mais citados na literatura são o câncro de pele e a supressão do sistema imunológico.

A pele humana tem uma importante função relativa à actividade imunológica, e a radiação UV-B pode interferir com o sistema imunológico humano através da

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pele. A supressão da capacidade imunológica enfraquece o sistema de defesa contra o câncro de pele, e debilita a defesa contra doenças infecciosas.

Tipos de pele Humana quanto a sensibilidade ao UV-B

Muitos dermatologistas realizaram experiências em relação a interacção da radiação UV-B com o meio ambiente, especialmente com a pele humana, sendo capazes de prognosticar o número de minutos que o paciente pode expor-se ao sol sem queimar a pele. Através dessas experiências definiram 4 tipos de pele humana, de acordo com a sensibilidade ao raio UV-B.

A queimadura da pele é algo indesejável porque, em geral, representa dano à pele, o que deve ser evitado.

Índice Ultravioleta

Com as siglas I-UV ou UV Índice, é um parâmetro criado para definir a intensidade de radiação a que o paciente está exposto, como no caso do sol na faixa UV-B. Existem 15 degraus de intensidade, sendo que o índice 15 corresponde ao mais intenso (pico do verão - meio dia).

A tabela acima indica de 0 a 15 os intervalos de tempo em minutos, para exposição sem perigo de queimaduras, para os pacientes sensíveis ou menos sensíveis.

Vários países como Canadá, Estados Unidos, Alemanha, e outros, divulgam um índice de UV-B para informar e auxiliar sua população aos cuidados com a pele, modificando a atitude das pessoas em relação ao sol. Em muitos países em desenvolvimento, como é o caso de Moçambique, ainda não tem esse benefício.

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O índice de UV-B é um índice numérico que indica a intensidade da radiação UV-B. Aprendendo a usar o índice, como se fosse a temperatura ou a previsão de chuvas, a população teria melhores condições de programar o seu dia-a-dia, e desfrutar do sol sem prejudicar sua saúde.

A variação diurna do sol deve implicar numa intensidade máxima perto do meio-dia, com intensidades mínimas ao amanhecer e no pôr-do-sol, entre estes extremos, com valores intermediários.

Penetração dos raios na pele

Os raios UV são quase totalmente absorvidos pelas primeiras células epidérmicas. A luz visível é bem mais penetrante, atravessando integralmente 0,6 mm da pe\1le. Os infravermelhos (IR) calóricos são mais penetrantes, porém perdem gradualmente esta propriedade a medida que aumenta a longitude de onda.

A radiação penetra na pele de maneira irregular, pois a mesma possui muitas camadas que também são dispostas irregularmente.

A penetração da radiação vai depender também de factores individuais de cada pessoa, como a raça, as regiões do corpo afectadas, a cor e outros. A espessura da camada córnea representa um factor muito importante e explica o comportamento da pele da planta dos pés e da palma das mãos em relação a radiação solar.

Fora da atmosfera terrestre, a exposição directa a luz solar seria fatal à vida, devido a enorme energia radiante que emana das radiações termonucleares do sol. Porém, estamos protegidos pela acção filtrante do oxigénio. As ondas de menos de 240 nm (UV-C) convertem o oxigénio em ozono, e este absorve os raios UV-B.

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Como não existe nenhum meio nos países em desenvolvimento que permita sabermos as doses exactas de UV-A e UV-B que estão sendo transmitidas em determinadas horas do dia, podem se tornar muito mais lesivos, causando maiores possibilidades de moléstias, se não fosse a acção dos raios infravermelhos, que tem grande poder calórico. Isso pode se tornar um factor protector, pois o indivíduo ao não suportar o imenso calor, se esconde do sol, protegendo-se um pouco mais.

A melanina é um pigmento fotoprotector, que tem grande importância no mecanismo de absorção e reflexão da luz solar. A quantidade e distribuição da melanina influenciam muito na resposta cutânea diante da luz solar.

A melanina actua como um verdadeiro filtro, absorve as radiações transformando-as em calor (decomposição térmica); capta a energia e estabiliza os radicais livres originados pela radiação.

No organismo humano, a pele é o órgão que efectua o maior aproveitamento desta energia radiante. A resposta cutânea à radiação solar se caracteriza pela formação de eritema, melanogênese, incrementando o número de queratinócitos e da espessura da camada córnea, com formação do estrato lúcido na parte mais profunda.

O eritema é o mais simples dos acidentes cutâneos provocados pelo sol. É um processo inflamatório que se manifesta pela presença de cor avermelhada na pele.

É uma resposta normal e transitória que se deve a reacções originadas na camada espinhosa epidérmica e na derme quando os átomos de energia (radiação de forma intermitente) atravessam a camada córnea.

O grau de eritema que pode ser apresentado depende da raça e características de cada indivíduo. Porém, o eritema solar é condicionado a partir dos raios UV-B.

A pigmentação cutânea ou bronzeado deve-se a neoformação de melanina. Também se observa uma maior produção de queratinócitos.

Já o infravermelho causa uma vasodilatação que se evidencia por um eritema precoce, imediato, que desaparece rapidamente.

As queimaduras da pele são causadas pelos raios ultravioletas. As zonas de queimadura solar se apresentam com um quadro inflamatório, em que predominam o eritema, sensação de calor acompanhada de dores.

A pele fica com aspecto arroxeado e quente, tornando-se tensa e dolorida. Existe vasodilatação com aumento do fluxo sanguíneo e aumento da

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permeabilidade cutânea. Qualquer pequena exposição ao sol se torna intolerável. Depois de alguns dias, a epiderme descama e retorna a pigmentação.

Como diferenciar o câncro de pele?

O que é a pinta ou sinal?

Normalmente são chamadas de pintas as lesões denominadas pelos dermatologistas de nevos melanocíticos. Pintas ou nevos são lesões planas ou elevadas, cuja coloração pode variar da cor da pele ao negro. Podem ser congénitos (quando presentes ao nascimento) ou adquiridos (quando surgem após o nascimento). Alguns ainda podem apresentar pêlos.

Os nevos podem ser pequenos, puntiformes ou até gigantes, aqueles que atingem grandes áreas do corpo.

A grande maioria dos nevos é benigno, porém alguns deles podem se transformar em câncro de pele. Portanto é importante sempre examinar as pintas. O conceito de que pintas de nascença são benignas nem sempre é verdadeiro, principalmente nos nevos gigantes.

Quando é que as pintas adquiridas começam a aparece r?

Geralmente as pintas começam a aparecer na infância, tendem a aumentar em número até a meia-idade, quando podem diminuir. Predisposição genética e exposição ao sol são os factores que fazem com que algumas pessoas tenham mais pintas do que outras.

Qual é o número normal de pintas nos adultos?

O número de pintas varia muito, mas a maioria dos adultos possuem entre 10 a 40 pintas na pele, mas existem pessoas que tem até mais de 100 pintas!

Quando é que devemos nos preocupar com pintas?

Devemos ficar atentos quando uma pinta começa a apresentar variações de:

• Coloração – Se numa mesma pinta começam a surgir várias cores como preto, azul, cinza, esverdeada, vários tons de marrom;

• Tamanho – Se a pinta vem crescendo ou diminuindo; • Bordas – Observar se as bordas estão ficando irregulares; • Assimetria? Se antes a pinta era redondinha e agora está ficando

assimétrica.

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Esses critérios deram origem a regra do ABCD.

O que é a regra do ABCD

É um método que utiliza algumas características das lesões da pele para dar nota à pinta e assim chamar atenção das possibilidades de malignidade. Quanto maior a nota maior o risco.

O que é Câncro da Pele?

O câncro da pele é um crescimento descontrolado e anormal das células que compõe a pele. Existem diferentes tipos de câncro, dependendo do tipo de célula que se prolifera, Os mais comuns são os Carcinomas basocelulares, espinocelulares e melanomas.

O câncro da pele é o mais frequente entre todos os tumores existentes.

O que é Melanoma?

É o mais agressivo e maligno de todos os tumores da pele.

O melanoma na maioria das vezes se parece a uma pinta (nevo), sarda ou mancha de nascença. Porém, ele cresce rápido, pode ter alteração de cor, espessura e até pode perder a cor, a pinta pode ainda sangrar. É muito importante o seu reconhecimento precoce pois em seus estágios iniciais ele pode ser curado.

Alguns sinais de suspeita de melanoma são quando as pintas, sardas ou manchas aumentam de tamanho, ficam elevados ou mudam de cor. Para isto, se utilizam regras do ABCD para ajudar a identificar as lesões de risco.

Porquê reconhecer precocemente o câncro de pele?

Porque quanto mais cedo for reconhecido, maiores serão as possibilidades de cura através de procedimentos simples.

Um exame muito simples feito no consultório do dermatologista pode diagnosticar o melanoma com até 99% de certeza, mesmo em estágios iniciais, é a dermatoscopia digital . Ele se baseia nos critérios do ABCD, dá uma nota às pintas e dependendo da nota a pinta será considerada benigna, potencialmente maligna ou maligna, sendo então encaminhada para retirada ou acompanhamento clínico. Além disso as pintas são fotografadas e se monta um arquivo do paciente para seu acompanhamento.

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Como é feita a remoção das pintas?

As pintas que forem suspeitas, isto é, aquelas que tem potencial de virar um câncro de pele, devem ser removidas através de uma pequena cirurgia. Primeiramente é feita uma anestesia local e então, com um bisturi, o dermatologista retira a pinta, envia para exame (anatomopatológico). Geralmente fica uma pequena cicatriz no local.

As sardas podem virar câncro de pele?

Na verdade as sardas são lesões benignas, que não oferecem risco de virar câncro de pele. Mas como elas estão relacionadas a exposição solar excessiva, frequentemente atingem pessoas de pele clara sendo mais um sinal de alerta para se aumentar a protecção solar.

O que se pode fazer para evitar que as pintas virem Câncro de pele.

Na verdade não podemos evitar todos os tipos de câncro de pele, mas devemos evitar a exposição solar excessiva em pessoas de pele clara e com muitas pintas.

É muito importante usar filtro solar de factor de protecção 15 ou mais e que ele seja reaplicado a cada 2 horas. O ideal é aplicar o protector na pele 30 minutos antes da exposição solar. Além disso, evitar o sol entre 10:00 e 16:00 horas.

Importância de auto exame

O auto exame é método para você examinar regiões do corpo de difícil visualização. É recomendado que se faça o auto exame a cada 3 meses.

Com a ajuda de um espelho de mão e um outro de parede você pode examinar o corpo todo, ou pedir a ajuda de um amigo ou parente para auxiliá-lo.

De qualquer forma, o auto exame vai auxiliar a visualização de lesões, porém é fundamental que pelo menos uma vez ao ano suas pintas sejam avaliadas por um dermatologista.

Sensibilidade à luz ultravioleta e tipos de pele

A sensibilidade à radiação UV pode ser influenciada por características genéticas, factores relacionados à idade, e o uso de alguns medicamentos.

Factores significativos que influenciam a susceptibilidade à radiação UV incluem raça, grupo étnico, cor dos olhos e dos cabelos, e a tendência para formação de sardas.

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A idade de um indivíduo pode ser correlatada com factores que influenciam a susceptibilidade à radiação UV. Estes incluem diferenças estruturais na pele relacionadas à idade (as crianças são mais susceptíveis do que os adultos), diferenças de comportamento (por exemplo, as actividades dos adolescentes costumam levar à maior exposição ao sol) e, hipoteticamente, diferenças imunológicas relacionadas à idade.

Patologias associadas ao sol

O sol, além de induzir modificações na nossa pele e no sistema imunológico, também pode causar uma série de Patologias, a maioria localizada na pele.

A exposição contínua e excessiva ao sol também pode levar à formação de catarata em idade mais avançada.

No entanto, dentre todas as Patologias associadas ao sol o câncro é a mais perigosa. O carcinoma de células basais , o tipo mais comum de câncro de pele em pessoas de pele muito clara, é achado principalmente em áreas expostas continuamente ao sol, como a cabeça e pescoço. Além disso, as pessoas com cor muito clara são mais susceptíveis ao câncro de pele induzido pelo sol e a incidência de câncro de pele aumenta em regiões de menor latitude e de maior exposição ao sol.

Em geral, o aparecimento do câncro de pele é precedido por danos no DNA das células da epiderme, inflamação, hiperplasia e displasia da epiderme.

Experiências em animais indicam que a radiação UV-B é muito mais efectiva que a radiação UV-A para causar câncro de pele. Não obstante, a radiação UVA pode induzir danos no DNA celular, eritema, câncro de pele em animais de laboratório.

Prevenção contra os danos provocados pela radiação uv

Existem várias formas de proteger a pele e os olhos dos efeitos danosos da exposição excessiva à radiação UV.

O uso de roupa apropriada, de cor clara e de tecidos como o algodão e o linho, uso de chapéus, bonés e óculos de sol de qualidade, que oferecem protecção adequada contra os raios UV.

É preciso lembrar, na hora de comprar óculos de sol, de verificar se o fabricante garante protecção contra UV, pois os óculos escuros comuns não protegem contra os raios UV e podem até ser nocivos.

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É importante ressaltar que os óculos escuros e bonés não devem ser usados apenas na praia, por banhistas e surfistas, mas em qualquer actividade exercida sob o sol, como soltar papagaios e jogar bola.

Um outro desporto, muito praticado em países de clima frio, que necessita de protecção adequada para os olhos é o esqui. A neve, assim como a areia da praia, reflecte os raios UV, podendo cegar uma pessoa sem protecção adequada.

Uma redução significativa de certos tipos de danos causados pela radiação UV solar pode ser alcançada pelo uso apropriado de fotoprotectores com factor de protecção 15 ou mais alto. Embora a maioria dos protectores de sol no mercado hoje é apropriado para a protecção contra UV-B, protectores solares efectivos contra UV-B e pelo menos parte do espectro de UV-A são preferíveis.

Os protectores de sol impermeáveis devem ser seleccionados por nadadores e pessoas que soam muito. Os praticantes do desporto como o surfe e o voleibol de praia também devem aplicar protectores de sol antes de exposição, com reaplicações frequente depois disso. O uso diário é recomendado para as partes normalmente expostas ao sol (como rosto e braços) durante o verão, especialmente em pessoas muito brancas.

Tão importante quanto o uso apropriado de protectores, bonés e óculos, é a consciencialização das pessoas para não se exporem ao sol nos períodos críticos do dia.

Estima-se que cerca de 50% da exposição de um indivíduo à radiação UV acontece por volta dos 18 anos de idade. Então, a educação do comportamento das crianças com relação a exposição ao sol é importante.

Horários modificados para actividades ao ar livre em escolas, acampamentos, ou praia deveriam ser considerados sempre que possível, para minimizar a exposição aos raios ultravioletas.

O horário do dia e a estação do ano tem um impacto fundamental na extensão da exposição à radiação UV.

Os adultos e crianças deveriam limitar a sua exposição durante este período de pico de radiação UV. O uso de barracas de praia diminui a incidência directa da radiação UV, mas não impede a reflexão dos raios UV pela areia. Assim, pessoas muito brancas devem se proteger com filtros solares mesmo estando sob uma barraca.

As pessoas devem ainda estar sempre atentas a medicamentos e substâncias químicas fotossensibilizadores porque é conhecido que estes podem exacerbar os efeitos de exposição à radiação UV.

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Há uma necessidade crítica de educar o público sobre estes factores, consideração que mostrará que as estratégias de diminuição dos riscos descritas acima são compatíveis com uma vida activa normal.

Medidas Preventivas

1) Filtro Solar

- O Filtro Solar tem um número que determina o seu factor de protecção solar (FPS). É importante que ele seja de amplo espectro e que proteja contra as radiações UVA e UVB. O factor mínimo que se deve usar é o 15.

- Em peles mistas ou oleosas utilizar as fórmulas oil free com textura gel ou loção para evitar a formação de acne.

- Para peles normais e secas usar formulações em creme. A sua aplicação deve ser feita 30 minutos antes da exposição solar e ser repetida a cada 2 horas ou sempre após cada mergulho ou sudorese intensa.

- Utilizar produtos resistentes à água. Aplicar o produto no corpo, rosto, orelhas, pescoço, nuca e peito do pé. Devem ser usados protectores para os lábios evitando assim o ressecamento e o aparecimento do herpes, queimaduras ou fissuras.

- Os cabelos quando expostos ao sol tornam-se ressecados por perda da proteína (queratina). Devem ser protegidos com filtros solares para cabelos somente nos fios e não nas raízes.

2) Uso de chapéus .

3) Óculos de boa qualidade com lentes que filtram os raios solares. — Evitar comprá-los quando estiverem expostos ao sol pois a curvatura das lentes fica modificada.

4) Evitar o horário de 10 às 16 horas pela grande incidência de raios UVB.

Cuidados

Ingerir líquidos para manter-se hidratado

Banhos mornos com sabonete glicerinado

Utilizar hidratantes corporais a base de azuleno, aloé vera, calêndula, camomila, vitamina C, óleo de uvas, etc.

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Alimentação a base de vegetais ricos em vitamina C (a laranja, limão), vitamina E (brócolos, espinafre, cereais integrais) e betacaroteno (cenoura, beterraba e abóbora); carnes magras.

Utilize essas informações durante as férias, descanse e aproveite o verão. Não deixe o sol te transformar de amigo a vilão!

Uma das importâncias do tomate

Comer tomates protege a pele dos raios ultravioleta do sol

O tomate é rico em procolágeno

Uma pesquisa conduzida por especialistas britânicos sugere que duas refeições diárias à base de tomate podem ajudar na prevenção contra os efeitos maléficos do sol.

Os cientistas da Universidade de Manchester e Newcastle fizeram uma experiência com dez voluntários que, durante três meses, consumiram diariamente 55 gramas de massa de tomate misturadas a 10 gramas de azeite.

Outros dez participantes tomaram apenas as 10 gramas de azeite.

Ao fim dos três meses, os especialistas britânicos fizeram exames de pele nos participantes e perceberam que os que haviam comido a massa de tomate tiveram a protecção contra os raios solares ultravioleta aumentada em 33%, além de maiores níveis de procolágeno.

O procolágeno é uma molécula que dá estrutura à pele e a mantém firme, ajudando na prevenção contra rugas.

"A dieta à base de tomate aumentou o nível de procolágeno na pele significantemente, podendo retardar o envelhecimento da pele", disse a professora Lesley Rhodes, dermatologista na Universidade de Manchester.

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"E nem é preciso comer muito da fruta. A quantidade administrada aos voluntários é equivalente à encontrada em algumas refeições à base de tomate", disse a pesquisadora.

O estudo, apresentado na Sociedade Britânica de Dermatologia Investigava, acredita que o antioxidante licopeno - que dá a cor avermelhada ao tomate - esteja por trás das propriedades benéficas da fruta.

Este componente, encontrado em grande concentração quando o tomate é cozido, também é conhecido por seus benefícios contra o câncro de próstata.

Os especialistas advertiram que a protecção oferecida pelo tomate contra os raios ultravioleta deve ser encarada como uma "ferramenta a mais" contra os efeitos do sol e não como um substituto do protector solar.

O brócolos ajuda a combater efeitos dos raios ultra violeta

Brócolos: protege a pele da radiação, mas não substitui o protector solar. O consumo de brócolos não só é bom para a saúde em geral, mas também combate os efeitos da radiação ultravioleta, revelou um estudo divulgado pela revista "Proceedings of the National Academy of Sciences".

Cientistas da Universidade Johns Hopkins disseram que o extracto das sementes dessa verdura, chamado sulforafane, reduz o avermelhar da pele e as lesões dérmicas ao aumentar a produção de enzimas que protegem as células da radiação.

Até agora se sabia que o brócolos tem um alto conteúdo de carboidratos, vitamina C, vitamina A, potássio, ácido fólico, cálcio e ferro, todos os quais ajudam a combater uma longa lista de doenças.

Também contém antioxidantes e fibras para impedir o aumento do colesterol e ajudam a regular o açúcar e a insulina no sangue.

O grupo de cientistas administrou o extracto a seis pessoas para provar diferentes doses em vários sectores da pele expostos a radiação ultravioleta e compararam o estado de pele com regiões não tratadas.

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Segundo indicaram, em suas doses mais altas, o extracto reduziu o avermelhar e a inflamação em uma média de 37%, a qual variou de 8% a 78%, segundo a origem étnica dos participantes. "Isto é importante, porque demonstra que (o extracto da semente de brócolos) tem bons resultados nos seres humanos", disse o doutor Paul Talalay, chefe do grupo, que lembrou que esses efeitos já tinham sido confirmados em animais.

Talalay acrescentou que o extracto pode proteger da radiação ultravioleta especialmente pessoas com problemas em seu sistema imunológico e que correm mais perigo de sofrer câncro de pele.

No entanto, o cientista esclareceu que o vegetal não substitui os protectores solares, que impedem que a radiação penetre nas células da pele.

De toda a radiação que atinge a Terra, cerca de 45% corresponde aos espectros de luz visível. Uma maior intensidade da radiação Ultravioleta, seria incompatível com a vida na Terra. O ozono encontra-se essencialmente nas camadas superiores da atmosfera (estratosfera), a cerca de 15 Km da superfície, e constitui um filtro para os raios Ultravioletas (V-B), e escudo para os raios Ultravioletas (V-C), esta camada tem 20 a 30 Km de espessura. Esta camada é a única forma de protecção da Terra para filtrar os raios ultravioletas do Sol, permitindo assim a existência de vida no planeta. O grande problema é que esta camada de protecção está a destruir-se. O buraco de ozono foi descoberto em 1985 por uma equipa de investigadores British Antartic Survey que estavam a trabalhar na Baía de Halley, na Antárctica. Afirma-se que a camada de ozono tem um papel importantíssimo para a existência de vida na Terra, sendo a sua destruição o maior problema ambiental desde o século passado. A 13 de Novembro de 1979, aconteceu a "Convenção de Genebra". Esta convenção, teve como tema principal «a poluição transfronteiriça a longa distância», ou seja, cuja origem física está parcialmente compreendida numa zona submetida à jurisdição nacional de um estado e que exerce os seus efeitos nocivos numa zona submetida à jurisdição de um outro estado. Ambas as partes que constituíram esta convenção estavam decididas a proteger o Homem e o meio ambiente contra a poluição atmosférica, limitar e diminuir gradualmente e evitar a poluição transfronteiriça. A convenção de Genebra não foi a única a tentar optimizar este problema, mais tarde em 1985, realizou-se a "Convenção de Viena" para a protecção da camada de ozono. Foi assinada por 28 países, e continha promessas de

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cooperação em pesquisa, bem como, a partilha de informação sobre produção e emissões de CFCs, e aprovação de protocolos de controlo, se e quando, necessários. Ainda no mesmo ano mas a 14 de Julho, aconteceu o "Protocolo para a redução das emissões de Enxofre", o qual visava a redução, por parte dos Estados, das emissões de enxofre e dos seus fluxos transfronteirriços em pelo menos 30%. Existiram ainda outras convenções, em que todas tinham como principal objectivo combater a destruição desta camada. A nível pessoal todos nós podemos lutar contra esta destruição, utilizando sempre que possível os transportes públicos; desligando as luzes, a televisão ou o computador, sempre que não estiverem a ser utilizados; plantando uma árvore; utilizando papel reciclado ou até mesmo tentando utilizar os produtos que têm a etiqueta de "amigo do ozono". Tal e qual como eu, todos os habitantes deste planeta agradecem a sua contribuição para evitar esta destruição. Se ninguém comprar estes produtos, as indústrias hão-de usar outros sistemas sem esperar por uma possível proibição dos governos. Os CFCs podem ser substituídos com vapor aquoso na maioria das bombas de spray e dos sistemas de ar condicionado. Mas a mudança decisiva deve manifestar-se em primeiro lugar nos hábitos dos consumidores. A questão não se refere somente aos desodorizantes ou às produtos para os cabelos mas também a pinturas e detergentes que deveram ser menos poluentes e não têm necessidade nenhuma de serem vendidos sob a forma de aerossol. Durante muitos anos os CFCs foram usados em frigoríficos e na indústria electrónica. No entanto, não nos podemos esquecer que, apesar de no futuro se produzirem máquinas sem estes gases, as que hoje usamos ainda os têm. Seria bom que existisse um mecanismo de recolha desses electrodomésticos e outras máquinas para recuperar e reconverter os CFCs. 6 Regras de ouro para o uso dos sprays

� Os desodorizantes e outros produtos estão à venda também em outras confecções que não são sprays;

� Ao comprar um spray deve-se controlar que o produto não contenha substâncias poluentes;

� Na maioria das vezes usa-se uma quantidade de produto que supera 1/3 a 1/5 o necessário;

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� Se a maioria dos consumidores deixasse de comprar os sprays, as indústrias deixariam de produzi-los;

� É nosso dever informar amigos e parentes a respeito do problema da camada de ozono, falando com eles sobre este assunto;

� "A quantidade de CFCs que eu uso é mínima e não pode fazer diferença alguma" é a resposta típica de quem não quer enfrentar o problema. Deve-se a esse tipo de ressacinio que o futuro do planeta está deveras comprometido.

Medidas preventivas

• Medir e conhecer a concentração dos poluentes no ar; • Definir as fontes poluentes; • Definir a qualidade do ar; • Analisar os valores limite; • Observar a evolução da qualidade do ar;

• Planificar as acções que promovam uma melhor qualidade do ar, tais como: reordenar actividades sócio-econômicas, localizar fontes poluentes, alterar o percurso rodoviário e reduzir as emissões de poluentes atmosféricos.

Para reduzir a concentração dos poluentes atmosféricos são necessárias tanto medidas preventivas como correctivas, assumindo a informação um papel fundamental na mobilização dos cidadãos. Entre os principais meios de intervenção disponíveis contam-se:

• Estabelecimento de limites de qualidade do ar ambiente; • Definição de normas de emissão; • Licenciamento das fontes poluidoras; • Incentivo à utilização de novas tecnologias; • Utilização de equipamento de redução de emissões (por exemplo os

catalisadores nos automóveis e a utilização de equipamento de despoluição de influentes gasosos nas indústrias);

• Controle dos locais de deposição de resíduos sólidos, impedindo os fogos espontâneos e a queima de resíduos perigosos;

• Utilização de redes de monitorização da qualidade do ar; • Incentivo à permanência de florestas naturais; • Estabelecimento de Planos de Emergência para situações de poluição

atmosférica grave; • Criação de serviços de informação e de auxílio às populações sujeitas ou

afectadas pela poluição atmosférica;

Medidas que cada um pode tomar

Os primeiros passos, e mais importantes, são a procura de informação: devemos todos estar informados sobre o problema e o que o causa, utilizando como fontes de informação: publicações, escolas, bibliotecas públicas, Internet,

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etc. Como já foi referido, a única maneira de reparar a camada de ozono é parar a libertação de CFCs e outros gases que destroem o ozono troposférico (SDO).

A legislação tem como objectivo, através da substituição das substâncias que destroem a camada de ozono por alternativas viáveis disponíveis, e onde tais alternativas não estejam disponíveis restringir o uso destas substâncias tanto quanto possível.

Apesar disto, há diversas iniciativas práticas que podem ser aplicadas a nível individual para ajudar a proteger a camada do ozono:

• Tentar usar produtos rotulados como “amigos do ozono”; • Assegurar que os técnicos que reparam os frigoríficos e aparelhos de ar-

condicionado recuperam e reciclam os velhos CFCs de modo a que estes não sejam libertados para a atmosfera;

• Verificar regularmente os aparelhos de ar-condicionado das viaturas, residências e escritórios sobre eventuais fugas;

• Pedir para mudar o refrigerante dos aparelhos de ar-condicionado nos sectores acima mencionados, caso necessite de uma grande reparação;

• Retirar o refrigerante dos aparelhos de refrigeração e desumidificadores antes de os deitar fora;

• Ajudar a criar um programa de recuperação e reciclagem dos refrigerantes nas residências;

• Trocar extintores que usem “halogenados” por outros que usem compostos alternativos (ex. dióxido de carbono ou espuma);

• Sugerir actividades escolares com o objectivo de aumentar a consciência cívica do problema e fomentar a acção local.

Funcionamento Ecossistema

Ecossistema (grego oykos, casa + σύστηµα) designa o conjunto formado por todos os factores bióticos e abióticos que atuam simultaneamente sobre determinada região. Considerando como factores bióticos as diversas populações de animais, plantas e bactérias e os abióticos os factores externos como a água, o sol, o solo, o gelo, o vento. São chamados agroecossistemas quando além destes factores, atua ao menos uma população agrícola. A alteração de um único elemento costuma causar modificações em todo o sistema, podendo ocorrer a perda do equilíbrio existente. Todos os ecossistemas do mundo formam a

A base de um ecossistema são os produtores que são os organismos capazes de fazer fotossíntese ou quimiossíntese. Produzem e acumulam energia através de processos bioquímicos utilizando como matéria prima a água, gás carbónico e luz. Em ambientes afóticos (sem luz), também existem produtores, mas neste

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caso a fonte utilizada para a síntese de matéria orgânica não é luz mas a energia liberada nas reacções químicas de oxidação efectuadas nas células (como por exemplo em reacções de oxidação de compostos de enxofre). Este processo denominado quimiossíntese é realizado por muitas bactérias terrestres e aquáticas.

Dentro de um ecossistema existem vários tipos de consumidores, que juntos formam uma cadeia alimentar, destacam-se:

Consumidores primários:

São os animais que se alimentam dos produtores, ou seja, são as espécies herbívoras. Milhares de espécies presentes em terra ou na água, se adaptaram para consumir vegetais, sem dúvida a maior fonte de alimento do planeta. Os consumidores primários podem ser desde microscópicas larvas platónicas, ou invertebrados bentônicos (de fundo) pastadores, até grandes mamíferos terrestres como a girafa e o elefante.

Consumidores secundários:

São os animais que se alimentam dos herbívoros, a primeira categoria de animais carnívoros.

Consumidores terciários:

São os grandes predadores como os tubarões, orcas e leões, os quais capturam grandes presas, sendo considerados os predadores de topo de cadeia. Tem como característica, normalmente, o grande tamanho e menores densidades populacionais.

Decompositores ou biorredutores

São os organismos responsáveis pela decomposição da matéria orgânica, transformando-a em nutrientes minerais que se tornam novamente disponíveis no ambiente.

Os decompositores, representados pelas bactérias e fungos, são o último elo da cadeia trófica, fechando o ciclo. A sequência de organismos relacionados pela predação constitui uma cadeia alimentar, cuja estrutura é simples, unidireccional e não ramificada.

A Terra

A Terra é um planeta do sistema solar, sendo o terceiro em ordem de afastamento do Sol e o quinto em diâmetro. É o maior dos quatro planetas telúricos. Entre os planetas do Sistema Solar, a Terra tem condições únicas:

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mantém grandes quantidades de água, tem placas teutónicas e um forte campo magnético.

A atmosfera interage com os sistemas vivos. A ciência moderna coloca a Terra como único corpo planetário conhecido que possui vida da forma a qual conhecemos. Alguns cientistas como James Lovelock consideram que a Terra é um sistema vivo chamado Gaia.

O planeta Terra tem aproximadamente uma forma esférica, mas a sua rotação causa uma deformação para a forma elipsoidal (achatada aos pólos). A forma real da Terra é chamada de Geóide, apresenta forma muito irregular, ondulada, matematicamente complexa.

Características Físicas

Estrutura da Terra

O interior da Terra, assim como o interior de outros planetas telúricos, é dividido por critérios químicos em uma camada externa (crosta) de silício, um manto altamente viscoso, e um núcleo que consiste de uma porção sólida envolvida por uma pequena camada líquida.

Esta camada líquida dá origem a um campo magnético devido a convenção de seu material, electricamente condutor.

O material do interior da Terra encontra frequentemente a possibilidade de chegar à superfície, através de erupções vulcânicas e fendas oceânicas. Muito da superfície terrestre é relativamente novo, tendo menos de 100 milhões de anos; as partes mais velhas da crosta terrestre têm até 4,4 mil milhões de anos.

Camadas terrestres, a partir da superfície:

• Litosfera (de 0 a 60,2km) • Crosta (de 0 a 30/35 km) • Manto (de 60 a 2900 km) • Astenosfera (de 100 a 700 km) • Núcleo externo (líquido - de 2900 a 5100 km) • Núcleo interno (sólido - além de 5100 km)

Tomada por inteiro, a Terra possui aproximadamente seguinte composição em massa:

• 34,6% de Ferro • 29,5% de Oxigénio • 15,2% de Silício • 12,7% de Magnésio

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• 2,4% de Níquel • 1,9% de Enxofre • 0,05% de Titânio

O interior da Terra atinge temperaturas de 5.270 K. O calor interno do planeta foi gerado inicialmente durante sua formação, e calor adicional é constantemente gerado pelo decaimento de elementos radioactivos como urânio, tório, e potássio. O fluxo de calor do interior para a superfície é pequeno se comparado à energia recebida pelo Sol (a razão é de 1/20k).

Núcleo

A massa específica média da Terra é de 5,515 toneladas por metro cúbico, fazendo dela o planeta mais denso no Sistema Solar. Uma vez que a massa específica do material superficial da Terra é apenas cerca de 3000 quilogramas por metro cúbico, deve-se concluir que materiais mais densos existem nas camadas internas da Terra (devem ter uma densidade de cerca de 8.000 quilogramas por metro cúbico). Em seus primeiros momentos de existência, há cerca de 4,5 biliões de anos, a Terra era formada por materiais líquidos ou pastosos, e devido à acção da gravidade os objectos muito densos foram sendo empurrados para o interior do planeta (o processo é conhecido como diferenciação planetária), enquanto que materiais menos densos foram trazidos para a superfície. Como resultado, o núcleo é composto em grande parte por ferro (80%), e de alguma quantidade de níquel e silício. Outros elementos, como o chumbo e o urânio, são muitos raros para serem considerados, ou tendem a se ligar a elementos mais leves, permanecendo então na crosta.

O núcleo é dividido em duas partes: o núcleo sólido, interno e com raio de cerca de 1.250 km, e o núcleo líquido, que envolve o primeiro. O núcleo sólido é composto, segundo se acredita, primariamente por ferro e um pouco de níquel. Alguns argumentam que o núcleo interno pode estar na forma de um único cristal de ferro. Já o núcleo líquido deve ser composto de ferro líquido e níquel líquido (a combinação é chamada NiFe), com traços de outros elementos. Estima-se que realmente seja líquido, pois não tem capacidade de transmitir certas ondas sísmicas. A convenção desse núcleo líquido, associada a agitação causada pelo movimento de rotação da Terra, seria responsável por fazer aparecer o campo magnético terrestre, através de um processo conhecido como teoria do dínamo. O núcleo sólido tem temperaturas muito elevadas para manter um campo magnético (veja temperatura Curie), mas provavelmente estabiliza o campo magnético gerado pelo núcleo líquido.

Evidências recentes sugerem que o núcleo interno da Terra pode girar mais rápido do que o restante do planeta, a cerca de 2 graus por ano.

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Tanto entre a crosta e o manto como entre o manto e o núcleo existem zonas intermediárias de separação, as chamadas descontinuidades. Entre a crosta e o manto há a descontinuidade de Mohorovicic.

Manto

O manto estende-se desde cerca de 30 km e por uma profundidade de 2900 km. A pressão na parte inferior do mesmo é da ordem de 1,4 milhões de atmosferas. É composto por substâncias ricas em ferro e magnésio. Também apresenta características físicas diferentes da crosta. O material de que é composto o manto pode apresentar-se no estado sólido ou como uma pasta viscosa, em virtude das pressões elevadas. Porém, ao contrário do que se possa imaginar, a tendência em áreas de alta pressão é que as rochas mantenham-se sólidas, pois assim ocupam menos espaço físico do que os líquidos. Além disso, a constituição dos materiais de cada camada do manto tem seu papel na determinação do estado físico local. (O núcleo interno da Terra é sólido porque, apesar das imensas temperaturas, está sujeito a pressões tão elevadas que os átomos ficam compactados; as forças de repulsão entre os átomos são vencidas pela pressão externa, e a substância acaba se tornando sólida.)

A viscosidade no manto superior (Astenosfera) varia entre 1021 a 1024 pascal segundo, dependendo da profundidade. Portanto, o manto superior pode deslocar-se vagarosamente. As temperaturas do manto variam de 100 graus Celsius (na parte que faz interface com a crosta) até 3500 graus Celsius (na parte que faz interface com o núcleo).

Crosta

A crosta (que forma a maior parte da litosfera) tem uma extensão variável de acordo com a posição geográfica. Em alguns lugares chega a atingir 70 km, mas geralmente estende-se por aproximadamente 30 km de profundidade. É composta basicamente por silicatos de alumínio, sendo por isso também chamada de Sial.

Existem doze tipos de crosta, sendo os dois principais a oceânica e a continental, sendo bastante diferentes em diversos aspectos. A crosta oceânica, devido ao processo de expansão do assoalho oceânico e da subducção de placas, é relativamente muito nova, sendo a crosta oceânica mais antiga datada de 160 Ma, no oeste do pacífico. É de composição basáltica e é cobertas por sedimentos pelágicos e possuem em média 7km de espessura.

A crosta continental é composta de rochas félsicas a ultramáficas, tendo composição média granodiorítica e espessura média entre 30 e 40km nas regiões tectonicamente estáveis (crátons), e entre 60 a 80km nas cadeias montanhosas como os Himalaias e os Andes. As rochas mais antigas possuem até 3,96 Ma e existem rochas novas ainda em formação.

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A fronteira entre manto e crosta envolve dois eventos físicos distintos. O primeiro é a descontinuidade de Mohorovicic (ou Moho) que ocorre em virtude da diferença de composição entre camadas rochosas (a superior contendo feldspato triclínico e a inferior, sem o mesmo). O segundo evento é uma descontinuidade química que foi observada a partir da obdução de partes da crosta oceânica.

Formação do planeta Terra

O planeta teria se formado pela agregação de poeira cósmica em rotação, aquecendo-se depois, por meio de violentas reacções químicas. O aumento da massa agregada e da gravidade catalisou impactos de corpos maiores. Essa mesma força gravitacional possibilitou a retenção de gases constituindo uma atmosfera primitiva. Os processos de formação do planeta Terra são a acresço, diferenciação e desintegração radioactiva.

O envoltório atmosférico primordial actuou como isolante térmico, criando o ambiente no qual se processou a fusão dos materiais terrestres. Os elementos mais densos e pesados, como o ferro e o níquel, migraram para o interior; os mais leves localizaram-se nas proximidades da superfície. Dessa forma, constituiu-se a estrutura interna do planeta, com a distinção entre o núcleo, manto e crosta (litosfera). O conhecimento dessa estrutura deve-se à propagação de ondas sísmicas geradas pelos terramotos. Tais ondas, medidas por sismógrafos, variam de velocidade ao longo do seu percurso até a superfície, o que prova que o planeta possui estrutura interna heterogénea, ou seja, as camadas internas possuem densidade e temperatura distintas.

A partir do resfriamento superficial do magma, consolidaram-se as primeiras rochas, chamadas magmáticas ou ígneas, dando origem a estrutura geológica denominada escudos cristalinos ou maciços antigos. Formou-se, assim, a litosfera ou crosta terrestre. A liberação de gases decorrente da volatilização da matéria sólida devido a altas temperaturas e também, posteriormente, devido ao resfriamento, originou a atmosfera, responsável pela ocorrência das primeiras chuvas e pela formação de lagos e mares nas áreas rebaixadas. Assim, iniciou-se o processo de intemperismo (decomposição das rochas) responsável pela formação dos solos e consequente início da erosão e da sedimentação.

As partículas minerais que compõem os solos, transportados pela água, dirigiram-se, ao longo do tempo, para as depressões que foram preenchidas com esses sedimentos, constituindo as primeiras bacias sedimentares (bacias sedimentares são depressões da crosta, de origem diversa, preenchidas, ou em fase de preenchimento, por material de natureza sedimentar), e, com a sedimentação (compactação), as rochas sedimentares. No decorrer desse processo, as elevações primitivas (pré-cambrianas) sofreram enorme desgaste pela acção dos agentes externos, sendo gradativamente rebaixadas. Hoje, apresentam altitudes modestas e formas arredondadas pela intensa erosão,

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constituindo as serras conhecidas no Brasil como serras do Mar, da Mantiqueira, do Espinhaço, de Parima, Pacaraíma, Tumucumaque, etc, e, em outros países, os Montes Apalaches (EUA), os Alpes Escandinavos (Suécia e Noruega), os Montes Urais (Rússia), etc. Os escudos cristalinos ou maciços antigos apresentam disponibilidade de minerais metálicos (ferro, manganês, cobre), sendo por isso, bastante explorados economicamente.

Nos dobramentos terciários podem haver qualquer tipo de minério. O carvão mineral e o petróleo são comummente encontrados nas bacias sedimentares. Já os dobramentos modernos são os grandes alinhamentos montanhosos que se formaram no contacto entre as placas teutónicas em virtude do seu deslocamento a partir do período Terciário da era Cenozóica, como os Alpes (sistema de cordilheiras na Europa que ocupa parte da Áustria, Eslovénia, Itália, Suíça, Liechtenstein, Alemanha e França), os Andes (a oeste da América do Sul), o Himalaia (norte do subcontinente indiano), e as Rochosas.

Biosfera

A Terra é o único local onde se sabe existir vida. O conjunto de sistemas vivos (compostos pelos seres e pelo ambiente) do planeta é por vezes chamado de biosfera. A biosfera provavelmente apareceu há 3,5 biliões de anos. Divide-se em biomas, habitados por fauna e flora peculiares. Nas áreas continentais os biomas são separados primariamente pela latitude (e indirectamente, pelo clima). Os biomas localizados nas áreas do pólo norte e do pólo sul são pobres em plantas e animais, enquanto que na linha do Equador encontram-se os biomas mais ricos. O estado da biosfera é fundamentalmente o estudo do seres vivos e sua distribuição pela superfície terrestre. A biosfera contém inúmeros ecossistemas (conjunto formado pelos animais e vegetais em harmonia com os outros elementos naturais).

Atmosfera

A Terra tem uma atmosfera relativamente fina, composta por 78% de nitrogénio, 21% de oxigénio e 1% de argónio, mais traços de outros gases incluindo dióxido de carbono e água. A atmosfera age como uma zona intermediária entre o espaço e a Terra. Suas camadas, troposfera, estratosfera, mesosfera, termosfera e exosfera, têm dimensões variáveis ao redor do planeta e de acordo com a estação do ano.

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Geografia

• A área total da Terra é de aproximadamente 510 milhões de km², dos quais 149 milhões são de terras firmes e 361 milhões são de água.

• As linhas costeiras (litorais) da Terra somam cerca de 356 milhões de km.

Hidrosfera

A Terra é o único planeta do Sistema Solar que contém uma superfície com água. A água cobre 71% da Terra (sendo que disso 97% é água do mar e 3% é água doce mas grande parte destes 3% encontram-se nos calotes polares e nos lençóis freáticos). A água proporciona, através de 5 oceanos, a divisão dos 7 continentes. Os factores que combinaram para fazer da Terra um planeta líquido são: órbita solar, vulcanismo, gravidade, efeito estufa, campo magnético e a presença de uma atmosfera rica em oxigénio.

A Terra no Sistema Solar

Movimento de rotação da Terra

O movimento de rotação da Terra em torno de seu eixo dura 23 horas, 56 minutos e 4,09 segundos, o que equivale a um dia sideral. Nesse período a Terra completa uma volta em torno de um eixo que une o Pólo Sul ao Pólo Norte. Já o movimento de translação da Terra, efectuado ao redor do Sol, leva 365 dias e 6 horas solares médios - o que equivale a um ano sideral. A Terra tem um satélite natural, a Lua, que completa uma volta em torno do planeta a cada 27,3 dias.

O plano de órbita da Terra e seu plano axial não são necessariamente alinhados: o eixo do planeta é inclinado por cerca de 23 graus e 30 minutos em

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relação ao plano perpendicular à linha Terra-Sol. Essa inclinação é responsável pelas estações do ano. Já o plano Terra-Lua é inclinado por cerca de 5 graus em relação ao plano Terra-Sol - se não fosse, haveria um eclipse a cada mês.

A esfera de influência gravitacional (esfera da Hill) da Terra tem raio de aproximadamente 1,5 Gm, dentro do qual a Lua orbita confortavelmente.

Note que, como uma rotação da Terra em torno de seu eixo dura menos que um dia médio solar (23h 56m 4,09 s= 0,99727*24h), o movimento de translação da Terra, efectuado ao redor do Sol, corresponde a 366,2564 rotações (365,2564/0,99727). Ou seja, embora um ano tenha aproximadamente 365 dias, a Terra efectua 366 rotações num ano, por causa dos graus extra que tem que fazer cada dia, entre dois «meio-dia solares».

Órbita da Terra (animação). Note que a excentricidade da órbita, que é quase circular, está muito exagerada, por razões de ordem estética e para frisar essa mesma excentricidade.

Como a Terra está em movimento em volta do Sol, não basta uma rotação completa para o Sol voltar a ficar no zénite. Como a Terra mudou de posição e «avançou» uns 2500 milhares de quilómetros o planeta ainda tem que rodar alguns graus extra para que o Sol apareça de novo na mesma posição.

Como a velocidade da Terra é maior quando ela está mais próxima do Sol (periélio) e menor quando ela está mais distante (afélio), o número de graus extra necessários é maior no Inverno (Hemisfério Norte) do que no Verão (Hemisfério Norte). Ou seja, os dias solares são mais compridos no Inverno (do Hemisfério Norte, Verão, no Hemisfério Sul). No Inverno, o dia solar é superior a 24 horas (o dia médio solar) e, no verão, inferior a 24 horas.

As datas em que ocorrem o periélio e o afélio mudam de ano para ano, e uma tabela com as datas deste evento entre 2000 e 2010 pode ser conferida aqui.

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Questionário para os oficiais das alfândegas O exame inicial dos documentos deveria ser a primeira instância onde se poderia constatar discrepâncias.

� Comparar a lista de pacote, bill de entrada e o país de origem para assegurar que eles partiram.

Assegurar aos alfandegários código de entrada e descrição da factura.

Comparar a factura e o bill de chegada ao manifesto externo dos navios.

Verificar o país de origem, se faz parte do Protocolo de Montreal e se tem as emendas ratificadas.

� Verificar se o importador e o lugar de realização de negócio actual existem.

� Contactar a autoridade competente (agência) de licenciamento, para verificar se o importador está licenciado para importar as substâncias /equipamentos em causa.

� Anotar a quantidade, origem e designação das substâncias que destroem a camada de ozono. Este exercício servirá como um sinal importante que poderá providenciar indicador para proibir as importações ilegais.

� Verificar se o número do contentor actual existe. Tentar descobrir se existe números de contentores fictícios que podem concorrer para o desfecho de comércio ilegal.

� Revisão de todos os documentos necessários, se há algo que não se fez, isto poderia ser uma embarcação ilegal.

� Inspeccionar mercadorias. � Controlar embalagens, tamanhos, forma e rotulas do contentor. � Identificar o nome e descrição dos químicos, em toda a papelada. � Confiscar a mercadoria caso o importador não tenha licença de

importação/exportação. � Coordenar esta confiscação com os oficiais das alfândegas,

agência ambiental, e agência de julgamento. Qualquer envolvimento com a confiscação poderia ser chamada para testemunhar no tribunal, por tanto tomar boas notas.

Questionário de segurança para oficias das alfândeg as

• Observar o regulamento nacional e procedimentos recomendados pela

indústria para o manuseamento, transporte e armazenagem dos refrigerantes virgens, recuperados, reciclados ou contaminados.

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• Usar roupa de protecção à saúde e segurança incluindo óculos de protecção, luvas isoladoras de frio quando manusear refrigerantes. Os refrigerantes podem causar muito frio e outros efeitos danosos para os olhos e a pele.

• Equipar na cárea de armazenagem com extintores apropriados contra

incêndio para reduzir o risco de fogo. Os refrigerantes CFCs não são combustíveis mas produzem irritação ou soltam fumos tóxicos em fogo.

• Deve usar um leque de detector electrónico para inspeccionar as áreas

de armazenagem e ter acesso as válvulas para derrames.

• Inspeccionar os contentores dos cilindros de refrigerantes usando o método de temperatura/pressão ou identificador electrónico de refrigerantes. Mas com a condição de estar treinado para o efeito e autorizado pelo regulamento local.

• Inspeccionar as válvulas de acesso as fugas. As anilha deverão prevenir

danos as válvulas. As ODS devem estar armazenados numa área segura e assegurar que só pessoal autorizado tem acesso e que estejam protegido contra o roubo.

• As substâncias que destroem a camada de ozono devem estar

devidamente armazenadas, ter as etiquetas apropriadas e terem os avisos necessários.

• Armazenar todas as ODS confiscadas até posterior acção legal que

determinará o que será feito com as substâncias. Essas substâncias deverão estar bem rotuladas e seguramente armazenadas. O manual e o Regulamento sobre as substâncias que destroem a camada de ozono deverão detalhar requisitos de armazenamento para as SDO confiscada.

• Deve se desligar rede eléctrica. E em caso de veículo a motor desligue o

motor

• Tem inspeccionado os requisitos nacionais e padrões para a pressão do recipiente de refrigerantes de baixa e alta pressão? Em muitos países a inspecção da segurança é obrigatório.

• Deve armazenar e transportar cuidadosamente os cilindros das

substâncias que destroem a camada de ozono e devem estar na posição para cima. Este procedimento não é aplicável aos cilindros da ISO.

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Cuidados a ter em conta:

• Não comer, tomar qualquer líquido, não fumar nas áreas de armazenagem ou perto dos produtos/equipamentos;

• Não liberte para atmosfera as substâncias que destroem a camada de ozono (SADO), conscientemente;

• Exigir o reuso, armazenamento adequado ou métodos aprovados para a destruição;

• Não manusear ou armazenar as SDO em locais confinados, que apresentam escasso de ventilação; algumas SDO podem aumentar o risco de inalação e podem causar sufocação resultando em doença. Use equipamentos adequados para a respiração;

• Não armazenar os cilindros de SDO directamente na luz do sol ou perto da superfície quente, pois, estes podem arrebentar;

• Não leve amostras de SDO, as amostras devem ser levadas por técnicos treinados e autorizados ou pessoal de laboratório acreditados pelo governo;

• Não use chamas abertas em áreas de armazenamento ou perto de refrigeração e sistema de ar condicionado para reduzir o risco de fogo;

• Não manusear substâncias químicas sem treinamento para o efeito e familiarizado com as precauções de segurança necessárias.

Função dos Oficias das alfândegas no cumprimento do Decreto 24/2008 Regulamento Sobre a Gestão das Substâncias que Dest roem a Camada de Ozono(SDO).

• Cumprir com o sistema de licenciamento das substâncias que destroem a camada de ozono (SDO);

• Treinar os oficiais das alfândegas na identificação dos produtos baseados

nas substâncias que destroem a camada de ozono (SDO);

• Implementar a consciencialização dos importadores e exportadores em relação ao Regulamentos Sobre a Gestão das Substâncias que Destroem a Camada de Ozono;

• Controlar e inspeccionar as embarcações de camiões e navios;

• Detectar o comércio ilegal de produtos baseados em substâncias que

destroem a camada de ozono (SDO);

• Usar os equipamentos de análise e identificadores de refrigerantes;

• Cooperar com outros intervenientes envolvidos na monitorização sobre o comércio das substâncias que destroem a camada de ozono (SDO);

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• Submeter relatórios de comércio legal; ilegal bem como o fisco das

substâncias a Unidade Nacional de Ozono;

• Confiscar as importações ilegais incluindo armazenados e venda;

• Apoiar outras agências de cumprimento providenciando evidências dos casos em tribunal;

• Atribuir aos oficiais das alfândegas um questionário para a identificação

das substâncias que destroem a camada de ozono e produtos baseados em SDO.

Avaliação do Conhecimento

Capitulo 1

1. O que é a camada de ozono? 2. Por que é que a camada de ozono é importante? 3. Quais são os efeitos da destruição da camada de ozono? 4. O que é o buraco de ozono? 5. O que são substâncias que destroem a camada de ozono? 6. Quais são os usos comuns das Substâncias que destroem a camada de ozono? Capitulo 2 1. O que é Protocolo de Montreal? 2. O que é calendário de eliminação das substâncias que destroem a camada de ozono para os países do Artigo 5 (Países em desenvolvimento). 3. Qual é a diferencia entre as substâncias que destroem a camada de ozono e produtos das substâncias que destroem a camada de ozono? 4. O que são insecções de uso e a produção das substâncias que destroem a camada de ozono? 5. Quais são os limites para o comércio das substâncias que destroem a camada de ozono para as partes do Protocolo de Montreal?

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Exemplos de danos causados pelos raios Ultravioleta s (UV-B).

Catarata dos olhos.

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Câncro de pele.

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Câncro de pele.

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Câncro de pele.

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Câncro de pele

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Câncro de pele.

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SubstânciasSubstâncias queque destroem a camada de ozono (SDOs).destroem a camada de ozono (SDOs).

R-112C2F2Cl4TetraclorodifluorcarbonetosCFC-112

R-111C2FCl5PentaclorofluorcarbonetosCFC-111

R-13CF3ClClorotrifluorcarbonetosCFC-13

Anexo B, Grupo I (OutrosCFCs)

R-114B2C2F4Br2DibromotetrafluorcarbonetosHalon-2402

R-13B1CF3BrBromotrifluorcarbonetosHalon-1301

R-12B1CF2BrClBromoclorodiflurcarbonetosHalon-1211

Anexo A, Grupo II (Halons)

R-115CClF2CF3CloropentafluorcarbonetosCFC-115

R-114C2F4Cl2DiclorotetrafluorcarbonetosCFC-114

R-113C2F3Cl3TriclorotrifluorcarbonetosCFC-113

R-12CF2Cl2DiclorodifluorcarbonetosCFC-12

R-11CFCl3TriclorofluorcarbonetosCFC-11

Anexo A, Grupo I (CFCs)

Nome comercialSó para

refrigerantes

Fórmulanome químicoNome/Grupo

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27R-502HCFC-22 / CFC-115R-502

R-500CFC-12 / HFC-152aR-500

ODS contendo misturas(Refrigerantes)

CH3BrBrometo de metil

Anexo E, Grupo I

CH2BrClBromoclorometano

Anexo C, Grupo III

CHF2BrBromodifluorcarbonetosHBFC-22B1

Anexo C, Grupo II (HBFCs)

R-142bCH3CF2Cl1-cloro-1,1-difluorcarbonetosHCFC-142b

C2H3F2ClClorodifluorcarbonetosHCFC-142

R-141bCH3CFCl21,1-dicloro-1-fluorcarbonetosHCFC-141b

C2H3FCl2DiclorofluorcarbonetosHCFC-141

R-124C2HF4ClClorotetrafluorcarbonetosHCFC-124

R-123C2HF3Cl2DiclorotrifluorcarbonetosHCFC-123

R-22CHF2ClClorodifluorcarbonetosHCFC-22

Anexo C, Grupo I (HCFCs)

R-140aC2H3Cl31,1,1-tricloroetano ou Clorofor mio de metil

Anexo B, Grupo III

CCl4Tetraclorometano outetraclororeto de carcbono

Anexo B, Grupo II

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28

R-508BR23/116R-508B

R-508AR23/116R-508A

R-410AR32/125R-410A

R-407CR32/125/134aR-407C

R-407BR32/125/134aR-407B

R-407AR32/125/134aR-407A

R-507AR143a/125R-507A

R-404AR143a/125/134aR-404A

Misturas de Hidrofluorcarbonetos (HFCs)

R-23CHF3TrifluorcarbonetosHFC-23

R-32CH2F2DifluorcarbonetosHFC-32

R-143aCF3CH31.1.1-trifluorcarbonetosHFC-143a

R-125CF3CHF2PentafluorcarbonetosHFC-125

R-152aCHF2CH31,1-DifluorcarbonetosHFC-152a

R-134aCF3CH2F1,1,1,2-TetrafluorcarbonetosHFC-134a

Hydrofluorcarbonetos (HFCs)

Nome comercialSó para refrigerantes

FormulaNome qu ímicoNome/Grupo

SubstânciasSubstâncias alternativasalternativas

29

R-290C3H8PropanoR-290

R-600aC4H10Iso-ButanoR-600a

R-717NH3AmóniaR-717

Refrigerantes livres de Halogenados

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Consumo de CFCs em Moçambique desde 1994-2007

7.2

18.120.3 21.7

14.9 13.8 13.815.7 16.5 15

21.519

28

24

15.8

02468

1012141618202224262830

Baseline( ton) 1994

19951996

19971998

19992000

20012002

20032004

20052006

2007

Ano

Qu

antid

ade

(to

n)

CFC

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Consumo de Brometo de Metíl em Moçambique 1994 a 20 07

3.4 3.4

5.74.8

2.7

6

0 0

6 6

8.4 8.4

10.5 10.5

1.4

0

4.2147

8.4294

12.6441

Baselin

e1994

19951996

19971998

19992000

20012002

20032004

20052006

2007

Ano

Quantidades(ton)

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Uma foto tirada a um compressor de um equipamento d e refrigeração (Geleira).

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Recipientes de Brometo de metíl.

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A botija da substância alternativa está entre as du as das substâncias que destroem a camada de ozono.

R-12, R-134a e R- 22

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Mapa sobre países que tem fronteira com a República de Moçambique