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Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão Secretaria de Gestão Pública
Departamento de Normas e Procedimentos Judiciais de Pessoal Coordenação-Geral de Elaboração, Orientação e Consolidação das Normas
NOTA TÉCNICA Nº 166/2012/CGNOR/DENOP/SEGEP/MP
ASSUNTO: Pagamento de Indenização de Transporte referente a exercícios anteriores.
SUMÁRIO EXECUTIVO
1. Por intermédio do processo acima epigrafado, a Coordenação-Geral de Recursos
Humanos do Ministério do Trabalho e Emprego – CGRH/MTE solicita orientação quanto ao
pagamento, a título de exercícios anteriores, de indenização de transporte não paga a servidor em
outubro de 2005.
ANÁLISE
2. O presente processo trata de requerimento de servidor quanto ao pagamento de
indenização de transporte, no total de 14 (quatorze) dias, referente ao mês de outubro de 2005.
3. Relativamente ao pleito, faz-se necessário trazer à colação o Decreto nº 3.184, de
1999, assim transcrito:
Decreto nº 3.184, de 27 de setembro de 1999
Art 1º Conceder-se-á indenização de transporte ao servidor que, por opção, e condicionada ao interesse da administração, realizar despesas com utilização de meio próprio de locomoção para execução de serviços externos inerentes às atribuições próprias do cargo que ocupa, efetivo ou comissionado, atestados pela chefia imediata. (Redação dada pelo Decreto nº 7.132, de 2010).
4. É importante observar que o termo indenização oriunda de reparação de danos,
assim, só cabe falar em indenização quando um dano é caracterizado. Quanto à indenização de
transporte, o dano é presumido pela Lei nº 8.112, de 1990, c/c o Decreto nº 3.184, de 1999, na
perspectiva de que o deslocamento do servidor, no exercício de suas atribuições funcionais,
utilizar meio próprio de locomoção, para execução de serviços externos, atestados pela chefia
imediata, por força das atribuições habituais do cargo efetivo ou comissionado. Desta feita, para a
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caracterização de atividade externa para fins de percepção do benefício reporta-se as seguintes
questões básicas:
� servidor ocupante de cargo efetivo ou comissionado;
� manifestação de opção do servidor ou comissionado, com utilização de
meio próprio de locomoção, à sua conta e risco, não fornecido pela
administração e não disponível à população em geral e que gere despesas
para execução de serviços externos;
� que seja interesse da Administração permitir que o servidor se desloque
com seu próprio meio de locomoção;
� efetivo deslocamento com veículo automotor para realização de serviços
externos inerentes as atribuições próprias do cargo que ocupa;
� assinatura da chefia imediata atestando que os deslocamentos, com meio
próprio de transporte, foi para a execução de serviços externos.
5. Para a concessão da indenização de transporte, no valor máximo de R$ 17,00
(dezessete reais), por dia, entende-se por serviços externos aqueles que obriguem o servidor, no
interesse da Administração, a se deslocar da unidade administrativa em que esteja lotado ou tenha
exercício, para realizar as atividades inerentes às atribuições próprias do cargo que ocupa. Com
efeito, o efetivo deslocamento e a utilização de meio próprio de locomoção, constituem fatores
determinantes para a concessão da indenização conforme estabelecido pelo § 2º, do art. 1º do
Decreto nº 3.184, de 1999. Assim, a indenização de transporte tem como finalidade compensar os
gastos do servidor no deslocamento trabalho/serviço externo.
6. Sobre o assunto, importa fazer as seguintes observações:
I) caso os deslocamentos sejam realizados para solução de questões tais
como: fiscalização, inspeção, auditoria, diligência externa, audiência,
desembaraço de mercadorias, entrega de expedientes ou relatórios relacionados a
conferência dos mesmos, dentre outros, e para desempenhá-las junto a
estabelecimentos, firmas, escritórios ou outras entidades congêneres, localizados
na área de jurisdição do órgão a que pertence, e ainda, que sejam atividades
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inerentes ao cargo, pode-se considerar que tais deslocamentos são realizados para
a execução de serviços externos, em decorrência das atribuições próprias do cargo;
II) caso os deslocamentos sejam realizados para que o servidor ou o detentor
de cargo comissionado resolvam, junto á chefia imediata, questões relacionadas à
suas férias, licenças, afastamentos, ou para tratar de assuntos administrativos
diversos, que não derivem das atribuições inerentes ao cargo, tais deslocamentos,
não ensejam a concessão do instituto de indenização de transporte, visto que,
apesar de aparentemente correlacioná-los como “externos”, não serão
considerados como deslocamentos para a execução de serviços externos, pois não
serão efetuados em razão das atribuições próprias do cargo.
7. Em relação as despesas de exercícios anteriores, a Secretaria do Tesouro Nacional,
no glossário disponível no sítio www.stn.fazenda.gov.br, estabelece como sendo “as dívidas
reconhecidas, resultantes de compromissos gerados em exercícios financeiros anteriores àquele
em que deva ocorrer o pagamento, que, por motivo de força maior, não foram objeto de
empenho”.
8. Quanto ao pagamento da indenização de transportes a título de exercícios
anteriores, cumpre-nos observar que, existindo previsão orçamentária aprovada para o órgão no
respectivo exercício, não há impedimento para o pagamento das despesas relacionadas a custeio,
fora do Módulo de Exercícios Anteriores do SIAPE, conforme entendimento contido no
Despacho da Secretaria do Tesouro Nacional (cópia anexa).
9. Observe-se que atualmente todas as despesas de exercícios anteriores de pessoal
no âmbito da Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional, deverão
obrigatoriamente seguir as determinações contidas na Portaria Conjunta SRH/SOF nº 2, de 10 de
março de 2010.
10. Com efeito, o Ministério do Trabalho e Emprego reconheceu a dívida para com o
requerente, relativa à indenização de transportes. Assim, quanto às despesas de exercícios
anteriores, sendo as vantagens pecuniárias reconhecidas administrativamente, de ofício ou a
pedido do servidor, não pagas no exercício de competência, e havendo previsão orçamentária, os
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pagamentos poderão ser realizados, em observância ao entendimento da Secretaria do Tesouro
Nacional.
CONCLUSÃO
11. Em conclusão, propõe-se a restituição dos autos à Coordenação-Geral de Recursos
Humanos do Ministério do Trabalho e Emprego – CGRH/MTE, para que, caso a situação ainda
se encontre pendente, em razão do decurso de tempo, providencie o atendimento do pleito, isto é,
existindo previsão orçamentária, não há impedimento para o pagamento das despesas
relacionadas a custeio fora do Módulo de Exercícios Anteriores do SIAPE.
12. Com estes esclarecimentos, sugere-se a restituição dos autos à Coordenação-Geral
de Recursos Humanos do Ministério do Trabalho e Emprego – CGRH/MTE, para conhecimento
e providências que julgar necessárias.
À consideração superior.
Brasília, 08 de junho de 2012.
MÁRCIA ALVES DE ASSIS Chefe da DILAF
De acordo. À consideração superior.
Brasília, 08 de junho de 2012.
ANA CRISTINA SÁ TELES D’ÁVILA Coordenadora-Geral de Elaboração, Orientação e Consolidação das Normas Aprovo. Encaminhe-se à Coordenação-Geral de Recursos Humanos do Ministério
do Trabalho e Emprego – CGRH/MTE, para conhecimento e providências.
Brasília, 08 de junho de 2012.
ROGÉRIO XAVIER ROCHA
Diretor do Departamento de Normas e Procedimentos Judiciais de Pessoal - Substituto