ministÉrio do meio ambiente - mma.gov.br · república - seap/pr, instituto brasileiro do meio...
TRANSCRIPT
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE
Secretaria de Biodiversidade e Florestas
AQUABIO
DIAGNÓSTICO INSTITUCIONAL E LEGAL
Produto 3 - Relatório Final
Jörgen Leeuwestein
Brasília, 05 de junho de 2005
1
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
2. ANÁLISE INSTITUCIONAL, LEGAL E DE POLÍTICAS PÚBL ICAS
2.1. Instituições gestoras, entidades e outros atores
2.1.1. Instituições e organizações Federais
2.1.2. Instituições e organizações dos Estados da Amazônia Legal
2.2. Legislação de recursos hídricos e da biodiversidade aquática
2.2.1. Legislação Federal
2.2.1.1. Recursos hídricos
2.2.1.2. Biodiversidade aquática
2.2.1.3. Terras Indígenas
2.2.2. Legislação dos Estados da Amazônia Legal
2.3. Políticas públicas e programas de recursos hídricos e biodiversidade aquática no Brasil
2.3.1. Políticas públicas
2.3.1.1. Antecedentes
2.3.1.2. Principais instrumentos
2.3.2. Programas e projetos Federais
2.3.2.1. Recursos hídricos
2.3.2.2. Biodiversidade aquática
2.3.3. Programas e projetos na Amazônia Legal
2.3.4. Programas e projetos nas sub-bacias selecionadas do Projeto
2.4. Avaliação do quadro institucional e legal
2.4.1. Quadro institucional
2.4.2. Quadro legal e o grau de enforcement
2.4.3. Políticas públicas relevantes
2.5. Grau de participação dos atores
3. MODELOS DE GESTÃO
3.1. Modelos no Brasil
3.1.1. ProVárzea
3.1.2. Projeto Corredores Ecológicos
3.1.3. Programa Pantanal
3.1.4. PPDS-JUS
3.2. Modelos em outros paises
3.2.1. África do Sul
3.2.2. Laos
3.2.3. Estados Unidos
3
5
5
5
17
30
30
30
31
47
48
70
70
70
74
79
79
80
83
89
92
92
95
96
99
101
101
101
102
103
105
106
106
107
108
2
3.3. Avaliação dos modelos
4. PROPOSTA DOS ARRANJOS INSTITUCIONAIS E DESENHO DA ESTRUTURA
4.1. Co-gerenciamento
4.2. Proposta institucional
4.2.1. Unidades de Coordenação
4.2.2. Comitês de Apoio
4.2.3. Entidades Executoras
4.3. Mecanismos de participação
4.4. Proposta das potenciais entidades do Projeto
4.4.1. Unidades de Coordenação
4.4.2. Comitês de Apoio
4.4.2.1. Comitê de Apoio Nacional
4.4.2.2. Comitês de Apoio Estadual
4.4.3. Entidades Executoras
4.5. Análise e proposta de capacitação
4.6. Proposta dos principais resultados institucionais e indicadores de resultado
4.7. Recomendação de estudos para políticas públicas
4.8. Riscos para a execução do Projeto
5. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
BIBLIOGRAFIA E FONTES DE INFORMAÇÃO
ANEXO
I - Situação fundiária das terras indígenas na bacia amazônica
II - Principais instituições gestoras e entidades
III - Principais legislações de recursos hídricos e da biodiversidade aquática
IV - Principais programas e projetos de recursos hídricos e de biodiversidade aquática
109
111
111
112
112
114
114
114
115
115
116
116
118
123
123
125
126
128
129
131
134
137
139
141
3
1. INTRODUÇÃO
O presente documento foi elaborado no âmbito do contrato profissional na modalidade de produto, objetivando
assistir à Secretaria de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente no levantamento, análise e
sistematização de dados e informações acerca de aspectos institucionais e legais na região amazônica, de uma
maneira geral, e nas áreas onde ocorrerão iniciativas-piloto do Projeto Manejo Integrado da Biodiversidade
Aquática e dos Recursos Hídricos na Amazônia - AquaBio, em particular, assim como informações relevantes no
nível federal e estadual.
O Projeto Manejo Integrado da Biodiversidade Aquática e dos Recursos Hídricos na Amazônia - AquaBio tem
como objetivo global gerar e compartilhar experiências que promovam ao longo prazo a Gestão Integrada da
Biodiversidade Aquática e dos Recursos Hídricos - GIBRAH na Amazônia, como forma de reduzir as ameaças à
integridade da bacia e assegurar a conservação e uso sustentável de sua biodiversidade aquática de importância
global. Para isto, serão desenvolvidas ações voltadas à conservação da biodiversidade aquática e dos recursos
hídricos em nas sub-bacias dos rios Negro, Xingu e Tocantins, nos Estados do Amazonas, Mato Grosso e Pará,
respectivamente.
Os resultados do Projeto fornecerão uma base para a futura expansão do modelo de GIBRAH para outras sub-
bacias da Amazônia brasileira, e experiências e lições compartilhadas com os 9 estados da Amazônia Legal e
outros países da bacia.
Este relatório se constitui do último produto dos três previstos, sendo o “Relatório Final”. No presente trabalho
apresentam-se o diagnóstico institucional, legal e das políticas públicas e programas, além de quatro modelos de
gestão no Brasil e em três países. Baseando-se nestes e no modelo de gestão “co-gerenciamento”, sugerem-se os
arranjos institucionais do Projeto AquaBio. Identificam-se ainda os possíveis parceiros para o Projeto, uma
proposta dos principais resultados institucionais e seus indicadores de resultado, uma recomendação de estudos
para políticas públicas além de uma avaliação dos potencias riscos para a execução do Projeto.
Para obter as informações institucionais e legais necessárias, foi elaborado um desk study (produto 2 do contrato)
e foram realizados contatos e visitas técnicas com as seguintes entidades e instituições: Secretaria de Recursos
Hídricos - SRH/MMA, Agência Nacional de Águas - ANA, Secretaria de Agricultura e Pesca da Presidência da
República - SEAP/PR, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA,
Fundação Nacional do Índio - FUNAI, Programa Pantanal/MMA, Projeto Manejo dos Recursos Naturais da
Várzea - ProVárzea/MMA, Programa Piloto para Proteção das Florestas Tropicais do Brasil - PPG7/MMA,
Programa Nacional de Florestas - PNF/MMA, Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável - SDS/AM, Fundação Vitória Amazônica - FVA/AM, Fundação Estadual do Meio Ambiente -
FEMA/MT, Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT/MT, Fórum Mato-grossense de Meio
Ambiente e Desenvolvimento - FORMAD/MT, Secretaria Especial de Produção - SEPROD/PA, Secretaria de
Estado de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente - SECTAM/PA, Secretaria Executiva de Agricultura - SAGRI e
Federação dos Órgãos para Assistência Social e Educacional - FASE.
4
Foi ainda realizada, no âmbito do Ministério de Meio Ambiente a “Oficina para a Preparação do AquaBio”, em
Brasília, nos dias 31 de novembro e 01 de dezembro. Este evento teve como objetivos o refinamento do Marco
Lógico do Projeto e a definição da estratégia de atuação do AquaBio nas áreas piloto. Na ocasião foram
apresentados e discutidos, entre outros, o arranjo institucional e os principais indicadores de resultados para cada
Componente do Projeto.
5
2. ANÁLISE INSTITUCIONAL, LEGAL E DE POLÍTICAS PÚBL ICAS
2.1. Instituições gestoras, entidades e outros atores
2.1.1. Instituições e organizações Federais
Governo Federal
No âmbito do Ministério de Meio Ambiente identificam-se as seguintes instituições que têm uma relação direta
com a implementação da gestão de recursos hídricos e biodiversidade aquática:
� Secretaria de Coordenação da Amazônia
A Secretaria tem o objetivo de implementar as políticas difundidas por o Ministério de Meio Ambiente para
a Região Amazônica e exercer as atividades de secretaria-executiva do Conselho Nacional da Amazônia
Legal - CONAMAZ, presidido pelo Presidente da República e composto por todos os Ministros e
Governadores dos 9 estados da Amazônia Legal (MMA, 2005). A Secretaria da Amazônia tem suas ações
voltadas para reverter a degradação ambiental da região, valorizando alternativas produtivas e novas
tecnologias, que geram renda e asseguram melhores condições de vida para a sociedade regional implicando
em menores impactos ambientais.
� Secretaria de Biodiversidade e Florestas
Cabe a esta Secretaria propor políticas e normas, definir estratégias e implementar programas e projetos, nos
temas relacionados com: a gestão compartilhada do uso sustentável dos recursos naturais; o conhecimento,
conservação e utilização sustentável da biodiversidade e dos recursos genéticos; a identificação e a
recuperação de espécies ameaçadas da flora e da fauna; o uso sustentável da ictiofauna e dos recursos
pesqueiros. Cabe ainda à Secretaria, nos aspectos relacionados à pesca, nos termos do disposto no § 6º do
art. 27 da Lei no 10.683/03:
- Fixar as normas, critérios e padrões de uso para as espécies sobreexplotadas ou ameaçadas de
sobreexplotação, inclusive os mamíferos marinhos, com base nos melhores dados científicos existentes,
excetuando-se as espécies altamente migratórias, assim definidas, conforme Convenção das Nações
Unidas sobre os Direitos do Mar;
- Subsidiar, assessorar e participar, juntamente com a Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da
Presidência da República, em interação com o Ministério das Relações Exteriores, de negociações e
eventos que envolvam o comprometimento de direitos e a interferência em interesses nacionais sobre a
pesca.
� Secretaria de Recursos Hídricos - SRH/MMA
À Secretaria de Recursos Hídricos compete propor a formulação da Política Nacional dos Recursos
Hídricos, bem como acompanhar e monitorar sua implementação, nos termos da Lei no 9.433, de 8 de
janeiro de 1997, e da Lei no 9.984, de 17 de julho de 2000, e em especial: I - monitorar o funcionamento do
Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos; II - promover a integração da gestão de recursos
hídricos com a gestão ambiental; III - coordenar a elaboração e auxiliar no acompanhamento da
implementação do Plano Nacional de Recursos Hídricos; IV - promover a cooperação técnica e científica
6
relacionada com a Política Nacional de Recursos Hídricos; V - promover, em articulação com órgãos e
entidades estaduais, federais e internacionais, os estudos técnicos relacionados aos recursos hídricos e
propor o encaminhamento de soluções; e VI - coordenar, em sua esfera de competência, a elaboração de
planos, programas e projetos nacionais, referentes a águas subterrâneas, e monitorar o desenvolvimento de
suas ações, dentro do principio da gestão integrada dos recursos hídricos. À Secretaria de Recursos Hídricos
compete, ainda, exercer a função de secretaria-executiva do Conselho Nacional de Recursos Hídricos.
� Agência Nacional de Águas - ANA
A ANA, entidade federal de implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e de coordenação do
Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos surgiu com a edição da Lei nº 9.984/00. A ANA
é autarquia federal vinculada ao Ministério do Meio Ambiente (ANA, 2005). A Agência tem como missão
regular o uso da água dos corpos de água de domínio da União, assegurando quantidade e qualidade para
usos múltiplos, e implementar o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, um conjunto de
mecanismos, jurídicos e administrativos, que visam o planejamento racional da água com a participação de
governos municipais, estaduais e sociedade civil. Entre as superintendências da ANA destacam-se as
seguintes: 1) Superintendência de Conservação de Água e Solo - SAS, que tem com uma das suas
competências promover, estimular e implementar programas e ações que objetivem a revitalização e
normalização de bacias hidrográficas; 2) Superintendência de Informações Hidrológicas - SIH, a qual cabe
promover a coordenação das atividades desenvolvidas no âmbito da rede hidrometereológica nacional, em
articulação com os órgãos e entidades públicas e privadas que a integram, ou que dela sejam usuárias.
� Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA
Ao IBAMA, entidade autárquica de regime especial, com autonomia administrativa e financeira, dotada de
personalidade jurídica de direito público, criada pela Lei nº 7.735/89, vinculada ao Ministério do Meio
Ambiente, cabe desenvolver as seguintes atividades (Portaria MMA nº 230/02):
� Proposição de normas e padrões de qualidade ambiental;
� Zoneamento ambiental;
� Licenciamento ambiental de atividades, empreendimentos, produtos e processos considerados efetiva
ou potencialmente poluidores, bem como daqueles capazes de causar degradação ambiental;
� Fiscalização e aplicação de penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das
medidas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental;
� Proteção e manejo integrado de ecossistemas, de espécies, do patrimônio natural e genético de
representatividade ecológica em escala regional e nacional;
� Geração do conhecimento para a gestão do uso dos recursos faunísticos, pesqueiros e florestais e de
metodologias e tecnologias de gestão ambiental;
� Elaboração do sistema de informação para a gestão do uso dos recursos faunísticos, pesqueiros e
florestais;
� Elaboração e estabelecimento de critérios, padrões e proposição de normas ambientais para a gestão do
uso dos recursos pesqueiros, faunísticos e florestais.
Na estrutura organizacional do IBAMA está incluída, a Diretoria de Fauna e Recursos Pesqueiros - DIFAP, a
Coordenação Geral de Gestão de Recursos Pesqueiros - CGREP (IBAMA, 2005). À Coordenação Geral de
7
Gestão de Recursos Pesqueiros compete coordenar, supervisionar, regulamentar e orientar a execução e
implementação das ações e atividades relacionadas à gestão do uso dos recursos pesqueiros, além de gerenciar as
demandas inerentes aos dispositivos dos acordos nacionais e internacionais, relativos a recursos pesqueiros, dos
quais o país é signatário (Art. 56 da Portaria MMA nº 230/02).
À Coordenação Geral de Educação Ambiental compete supervisionar, regulamentar e orientar a execução e
implementação das ações de educação ambiental e sua internalização nos programas e projetos operacionais do
IBAMA (Art. 27).
O IBAMA conta ainda com o Centro Nacional de Populações Tradicionais e Desenvolvimento Sustentável -
CNPT, que tem como finalidade promover elaboração, implantação e implementação de planos, programas,
projetos e ações demandadas pelas Populações Tradicionais através de suas entidades representativas e/ou
indiretamente, através dos Órgãos Governamentais constituídos para este fim, ou ainda, por meio de
Organizações não Governamentais.
Referente aos recursos hídricos, compete ao Conselho de Gestão, órgão colegiado consultivo, assessorar o
Presidente do IBAMA na tomada de decisões relacionadas à gestão ambiental federal e apreciar os assuntos que
lhe forem submetidos por qualquer um dos seus membros e especialmente (Art. 9º da Portaria MMA nº 230/02):
- Examinar propostas de suspensão total ou parcial, definitiva ou por prazo determinado, da outorga de
direito de uso de recursos hídricos quando necessário à prevenção ou reversão da degradação ambiental
ou proteção de nascentes e mananciais;
- Avaliar propostas de ações de integração dos recursos hídricos com a gestão ambiental federal.
O Centro de Pesquisa e Gestão dos Recursos Pesqueiros do Litoral Norte - CEPNOR/IBAMA foi criado
em 22 de dezembro de 1993 e tem como objetivo desenvolver pesquisas nas áreas marinhas, estuarinas e
continentais da região Norte do País. Congrega ações e políticas institucionais de gestão integrada da pesquisa
em recursos naturais renováveis aquáticos e subsidia medidas de ordenamento pesqueiro e de uso desses
recursos, em articulação com outras unidades do IBAMA na região e com a sociedade e órgãos pertinentes.
Identificam-se como as suas principais ações:
� Coordenar, incentivar, promover e executar estudos e pesquisas de caráter cientifico, tecnológico e
socioeconômico com as espécies-alvo;
� Avaliar projetos de pesquisa com espécies-alvo;
� Difundir conhecimentos científicos e tecnológicos;
� Propor medidas que minimizem os impactos causados, direta e indiretamente, por fatores antrópicos;
� Promover o uso sustentável e a conservação dos recursos faunísticos e pesqueiros;
� Coordenar o Programa de Avaliação do Potencial Sustentável de Recursos Vivos na Zona Econômica
Exclusiva - REVIZEE no litoral norte, nas áreas de prospecção pesqueira e dinâmica de população.
A Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República - SEAP/PR foi criada por meio
da Medida Provisória nº 103/03 (SEAP/PR, 2005). Cabe à SEAP “assessorar direta e imediatamente o Presidente
8
da República na formulação de políticas e diretrizes para o desenvolvimento e o fomento da produção pesqueira
e aqüícola e, especialmente, promover a execução e a avaliação de medidas, programas e projetos de apoio ao
desenvolvimento da pesca artesanal e industrial, bem como de ações voltadas à implantação de infra-estrutura de
apoio à produção e comercialização do pescado e de fomento à pesca e aqüicultura, organizar e manter o
Registro Geral da Pesca previsto no Art. 93 do Decreto-Lei nº 221/67, normatizar e estabelecer medidas que
permitam o aproveitamento sustentável dos recursos pesqueiros altamente migratórios e dos que estejam
subexplotados ou inexplorados, bem como supervisionar, coordenar e orientar as atividades referentes às infra-
estruturas de apoio à produção e circulação do pescado e das estações e postos de aqüicultura e manter, em
articulação com o Distrito Federal, Estados e Municípios, programas racionais de exploração da aqüicultura em
águas públicas e privadas, tendo, como estrutura básica, o Gabinete, o Conselho Nacional de Aqüicultura e Pesca
e até duas Subsecretarias (SEAP/PR, 2005).
São competências da SEAP (Decreto nº 4.670/03), entre outros:
� Conceder licenças, permissões e autorizações para o exercício da pesca e da aqüicultura nas áreas do
Território Nacional, compreendendo as águas continentais e interiores e o mar territorial da Plataforma
Continental, da Zona Econômica Exclusiva, áreas adjacentes e águas internacionais, observadas as normas,
critérios e padrões fixados pelo Ministério do Meio Ambiente;
� Fornecer ao Ministério do Meio Ambiente os dados do Registro Geral da Pesca relativos às licenças,
permissões e autorizações concedidas para pesca e aqüicultura, para fins de registro automático dos
beneficiários no Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras e Utilizadoras de
Recursos Ambientais.
A Fundação Nacional do Índio - FUNAI foi instituída pela Lei nº 5.371/67, vinculada ao Ministério da Justiça,
sendo responsável pelo estabelecimento e execução da Política Indigenista no Brasil. Seu regimento interno está
regido pela Portaria nº 542/93 (FUNAI, 2005).
As competências da FUNAI incluem: I - exercer, em nome da União, a tutela dos índios e das comunidades
indígenas; II - garantir o cumprimento da Política Indigenista; III - gerir o patrimônio indígena, visando a sua
conservação, ampliação e valorização; IV - promover levantamentos, análises, estudos e pesquisas científicas
sobre o índio, visando a preservação das culturas e a adequação dos programas assistenciais; V - promover a
prestação de assistência médico-sanitária aos índios; VI - promover a educação de base apropriada ao índio; VII
- promover o desenvolvimento comunitário; VIII - despertar, através dos instrumentos de divulgação, o interesse
coletivo para a causa indígena; IX - exercitar o poder de polícia nas áreas indígenas e nas matérias atinentes à
proteção dos índios; e, X - cumprir e fazer cumprir as disposições do Estatuto do Índio (Lei nº 6.001 -
19/12/1973).
A FUNAI é integrada por um Edifício-Sede, 45 Administrações Regionais, 14 Núcleos de Apoio Indígena e o
Museu do Índio no Rio de Janeiro, 10 Postos de Vigilância e 344 Postos Indígenas, distribuídos em diferentes
pontos do País. A sede está localizada em Brasília e compreende a Presidência, a Procuradoria-Geral, a
Auditoria, três Diretorias, quatro Coordenações Gerais e treze Departamentos.
9
O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA , criado pelo Decreto-Lei nº 1.110/70, é
uma autarquia federal, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário, dotada de personalidade jurídica de
direito público, com autonomia administrativa e financeira. O INCRA tem os direitos, competências, atribuições
e responsabilidades estabelecidos na Lei no 4.504/64 (Estatuto da Terra) e legislação complementar, em especial
a promoção e a execução da reforma agrária e da colonização (Art.º Decreto nº 5.011/04).
As Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A. - Eletronorte, empresa subsidiária das Centrais Elétricas
Brasileiras S.A Eletrobrás, concessionária de serviços públicos de energia elétrica, foi criada pela Lei nº 5.824,
de 14 de novembro de 1972, constituída por escritura pública em 20 de junho de 1973 e autorizada a funcionar
pelo Decreto nº 72.548, de 30 de julho de 1973 (ELETRONORTE, 2005).
Tendo como missão atender ao mercado de energia elétrica, integrando-se ao desenvolvimento de sua área de
atuação, a Eletronorte tem coordenado e executado o desenvolvimento dos sistemas de energia elétrica na região
Norte, objetivando garantir o suprimento às concessionárias estaduais e o fornecimento aos grandes
consumidores da indústria de eletrointensivos, a distribuição de Manaus e Boa Vista, através de suas subsidiárias
integrais Manaus Energia S/A e Boa Vista Energia S/A, além de fomentar o desenvolvimento regional.
A área de atuação da empresa, caracterizada pela Amazônia Legal, representa 58% do território nacional,
compreendendo os Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e
Tocantins.
A Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais - CPRM é uma Empresa Pública, vinculada ao Ministério de
Minas e Energia com as atribuições de Serviço Geológico do Brasil. Tem como missão “Gerar e difundir
conhecimento geológico e hidrológico básico, para o desenvolvimento sustentável do Brasil” (CPRM, 2005). A
entidade tem como áreas de atuação: levantamento geológico básico; levantamento aerogeofísico regional;
levantamento geoquímico regional; levantamento hidrológico básico; levantamento hidrogeológico básico;
gestão de informações geológicas e hidrológicas; divulgação de informações geológicas e hidrológicas.
O Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM, autarquia federal, criado pela Lei nº 8.876/94,
vinculado ao Ministério de Minas e Energia, dotada de personalidade jurídica de direito público, com autonomia
patrimonial, administrativa e financeira, com sede e foro em Brasília, Distrito Federal e jurisdição em todo o
Território Nacional (DNPM, 2005).
O DNPM tem por finalidade promover o planejamento e o fomento da exploração mineral e do aproveitamento
dos recursos minerais e superintender as pesquisas geológicas, minerais e de tecnologia mineral, bem como
assegurar, controlar e fiscalizar o exercício das atividades de mineração em todo o Território Nacional, na forma
do que dispõem o Código de Mineração; o Código de Águas Minerais; os respectivos regulamentos e a
legislação que os complementam.
10
O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA, criado em 1952, por meio do Decreto nº 31.672 e
ligado ao Ministério de Ciência e Tecnologia tem como missão promover e divulgar conhecimentos científicos e
tecnológicos sobre a Amazônia Brasileira para a conservação do meio ambiente e o desenvolvimento sustentável
dos recursos naturais em benefício, principalmente, da população regional (INPA, 2005).
Ao INPA compete (Decreto nº 4.724/03):
� Promover, executar e divulgar estudos, pesquisas científicas e desenvolvimento tecnológico relacionados
com o meio ambiente natural e com os sistemas sócio-econômico-culturais da Região Amazônica;
� Realizar atividades de extensão e capacitação de recursos humanos, com vistas à aplicação do conhecimento
científico e tecnológico ao seu desenvolvimento sustentável, consoante a política definida pelo Ministério.
O Museu Paraense Emílio Goeldi é uma instituição de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência e
Tecnologia. Está localizado na cidade de Belém, Estado do Pará. Desde sua fundação, em 1866, suas atividades
concentram-se no estudo científico dos sistemas naturais e socioculturais da Amazônia, bem como na divulgação
de conhecimentos e acervos relacionados à região.
A Agência de Desenvolvimento de Amazônia - ADA é autarquia federal, vinculada ao Ministério da
Integração Nacional, criada pela Medida Provisória n° 2.157-5/01. A Agência tem sede e foro na cidade de
Belém, estado do Pará, com atuação em toda a Amazônia Legal.
A atuação da ADA obedece aos fundamentos, objetivos, diretrizes e instrumentos da Política de
Desenvolvimento Nacional Integrada e do Plano de Desenvolvimento da Amazônia e será efetuada em
articulação com o Conselho Deliberativo para o Desenvolvimento da Amazônia, órgãos e entidades públicas dos
Governos federal, estaduais e municipais que atuam na Região e a sociedade civil organizada.
Compete à Agência:
� Planejamento e promoção de ações estruturantes que induzam o desenvolvimento eqüitativo e sustentável da
Amazônia;
� Geração e difusão de conhecimento e informações;
� Articulação e coordenação de ações programáticas, de programas de financiamento e de cooperação
internacional;
� Promoção de oportunidades de investimentos e negócios;
� Promoção de ação cooperativa entre os diversos níveis do governo, bem como entre os poderes públicos e a
iniciativa privada;
� Atuação na captação e mobilização de fontes alternativas de recursos, inclusive internacionais;
� Avaliação dos resultados das ações de desenvolvimento regional, visando a corrigir eventuais desvios,
redefinir instrumentos e reorientar critérios e ações.
11
Conselhos
A Portaria no 499/02 trata do regime interno do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA. É órgão
colegiado de caráter normativo, deliberativo e consultivo do Ministério do Meio Ambiente, instituído pela Lei no
6.938/81, integra a estrutura do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA.
Compete ao CONAMA, entre outros (Art. 2º): (i) estabelecer, mediante proposta do IBAMA, dos demais órgãos
integrantes do SISNAMA e de Conselheiros do CONAMA, normas e critérios para o licenciamento de
atividades efetiva ou potencialmente poluidoras, a ser concedido pela União; (ii) determinar, quando julgar
necessário, a realização de estudos das alternativas e das possíveis conseqüências ambientais de projetos
públicos ou privados, requisitando aos órgãos federais, estaduais e municipais, bem como às entidades privadas,
informações, notadamente as indispensáveis à apreciação de Estudos Prévios de Impacto Ambiental e
respectivos Relatórios, no caso de obras ou atividades de significativa degradação ambiental, em especial nas
áreas consideradas patrimônio nacional; (iii) estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à
manutenção da qualidade do meio ambiente, com vistas ao uso racional dos recursos ambientais, principalmente
os hídricos; (iv) incentivar a criação, a estruturação e o fortalecimento institucional dos Conselhos Estaduais e
Municipais de Meio Ambiente e Gestão de Recursos Ambientais e dos Comitês de Bacia Hidrográfica.
Dentre as competências do Conselho Nacional da Amazônia Legal - CONAMAZ, órgão colegiado integrante
da Estrutura Regimental do Ministério do Meio Ambiente, identificam-se (Decreto nº 1.541/95): (i) Coordenar e
articular as ações da política nacional integrada para a Amazônia Legal, em conjunto com os governos estaduais
e municipais, considerando as dimensões sociais e econômicas, garantindo o desenvolvimento sustentável, a
proteção e preservação do meio ambiente e a melhoria da qualidade de vida das populações; (ii) Coordenar e
harmonizar as ações dos órgãos federais voltadas para a execução da política nacional integrada para a
Amazônia Legal; (iii) Articular ações para a implementação dessa política, de forma a atender a situações que
exijam providências especiais ou de caráter emergencial; (iv) Acompanhar a implementação da política nacional
integrada para a Amazônia Legal no âmbito federal.
O Conselho Nacional de Recursos Hídricos - CNRH, instituído pela Lei nº 9.433/97, é o órgão consultivo e
deliberativo máximo da hierarquia do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Compete a ele,
entre outros (Decreto nº 4.613/03): (i) promover a articulação do planejamento de recursos hídricos com os
planejamentos nacional, regional, estaduais e dos setores usuários; (ii) arbitrar, em última instância
administrativa, os conflitos existentes entre Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos; (iii) aprovar propostas de
instituição dos Comitês de Bacia Hidrográfica e estabelecer critérios gerais para a elaboração de seus
regimentos; (iv) estabelecer critérios gerais para a outorga de direitos de uso de recursos hídricos e para a
cobrança por seu uso.
Ao Conselho Nacional de Aqüicultura e Pesca - CONAPE compete propor a formulação de políticas públicas,
com vistas a promover a articulação e o debate dos diferentes níveis de governo e a sociedade civil organizada,
12
para o desenvolvimento e o fomento das atividades da aqüicultura e da pesca no território nacional (Decreto
5.069/04). A Portaria nº 266/04 trata do o Regimento Interno do CONAPE.
Ao CONAPE compete, entre outros (Art. 2º):
� Subsidiar a formulação e a implementação de políticas públicas estruturantes, de competência da Secretaria
Especial de Aqüicultura e Pesca, com base nos objetivos e metas estabelecidos, de forma a atender, dentre
outros:
- A regulamentação da cessão de águas públicas da União para a exploração da aqüicultura, bem como
sobre a criação de parques e suas respectivas áreas aqüícolas;
- A normatização, respeitada a legislação ambiental, de medidas que permitam o aproveitamento
sustentável dos recursos pesqueiros altamente migratórios e dos que estejam subexplotados ou
inexplotados;
- A manutenção, em articulação com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, de programas
racionais de exploração da aqüicultura em águas públicas e privadas.
� Propor estratégias de acompanhamento, monitoramento e avaliação, bem como de participação no processo
deliberativo de diretrizes e procedimentos das políticas relacionadas com o desenvolvimento e o fomento
das atividades da aqüicultura e da pesca no território nacional;
A Comissão Nacional de Biodiversidade - CONABIO, criada pelo Decreto nº 4.703/03 tem como finalidade
coordenar, acompanhar e avaliar as ações do Programa Nacional da Diversidade Biológica - PRONABIO,
competindo-lhe, entre outros: (i) coordenar a elaboração da Política Nacional da Biodiversidade; (ii) prestar
assistência técnica aos agentes públicos e privados responsáveis pela execução da Política Nacional da
Biodiversidade no território nacional, para que seus princípios, diretrizes e objetivos sejam cumpridos;
(iii) promover articulação entre programas, projetos e atividades relativas à implementação dos princípios e
diretrizes da Política Nacional da Biodiversidade, e promover a integração de políticas setoriais relevantes; (iv)
acompanhar e avaliar a execução dos componentes temáticos para a implementação dos princípios e diretrizes da
Política Nacional da Biodiversidade e coordenar a elaboração de relatórios nacionais sobre biodiversidade.
A Portaria do Ministério do Meio Ambiente publicada no Diário Oficial da União, em 1º de outubro de 2004,
cria o Comitê de Gestão Estratégica para a Amazônia Legal - CGEA. Presidido pela ministra Marina Silva e
formado por representantes de todas as secretarias do ministério, do IBAMA, da Agência Nacional de Águas e
do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, o comitê delibera sobre os planos, programas e projetos para a Amazônia.
O CGEA assessora a Secretaria de Coordenação da Amazônia que vai se concentrar na implementação do Plano
Amazônia Sustentável e nas políticas estratégicas para a região, tendo como instrumento o Programa Piloto para
Proteção das Florestas Tropicais do Brasil (PPG7).
O Decreto s/no de 3 de julho de 2003 (atualizado pelo Decreto de 15 de março de 2004), instituiu o Grupo
Permanente de Trabalho Interministerial com a finalidade de propor medidas e coordenar ações para a
redução dos índices de desmatamento na Amazônia Legal.
13
O Grupo de Trabalho submeteu em 2004 ao Presidente da República o Plano de Ação para a Prevenção e
Controle do Desmatamento na Amazônia Legal, que deverá ser atualizado anualmente. Após a apresentação do
referido Plano, foi instituída a Comissão Executiva do Plano de Ação para a Prevenção e Controle do
Desmatamento na Amazônia Legal, com as seguintes finalidades: I - monitorar e acompanhar a implementação
do Plano; II - propor medidas para superar eventuais dificuldades na implementação do Plano; III - elaborar
relatórios mensais aos órgãos integrantes do Grupo Permanente de Trabalho Interministerial.
Entidades
A Associação Brasileira de Recursos Hídricos - ABRH é uma entidade que tem por finalidade congregar
pessoas físicas e jurídicas ligadas ao planejamento e à gestão dos recursos hídricos no Brasil. Através dos seus
associados, a ABRH desenvolve ações de caráter técnico-científico, espinha dorsal da sua atuação, jurídico-
institucional e social.
A Associação Brasileira de Aqüicultura - ABRAq é uma associação de cunho científico que abrange todas as
atividades da área de aqüicultura, contando com três coordenadorias: Pesquisa, Treinamento Difusão de
Tecnologia e Marketing, objetivando (ABRAq, 2005):
� Apoiar e estimular a pesquisa, a extensão e os trabalhos técnicos científicos de interesse da aqüicultura;
� Divulgar os resultados obtidos em trabalhos técnicos e científicos de interesse da aqüicultura;
� Cooperar com as pessoas físicas e jurídicas, organizações e instituições, na solução de problemas técnicos
da aqüicultura;
� Estabelecer vínculos e promover intercâmbio com associações afins em todo o mundo, com vistas ao
desenvolvimento da aqüicultura.
A Federação das Associações dos Engenheiros de Pesca do Brasil - FAEP, fundada em 26 de julho de 1979,
entidade máxima representativa da classe dos Engenheiros de Pesca, é uma sociedade civil, de âmbito nacional e
sem fins lucrativo.
Os objetivos da FAEP são: congregar e representar, no âmbito nacional e internacional, as entidades estaduais
dos Engenheiros de Pesca para defesa de seus direitos e prerrogativas; promover a valorização profissional,
através do pleno exercício da profissão; propugnar pela elevação do nível cultural e técnico do Engenheiro de
Pesca e pela sua participação ampla e decisória na solução dos problemas básicos e correlatos à pesca,
aqüicultura, tecnologia de captura, tecnologia do pescado, meio ambiente e áreas afins; comemorar o “Dia do
Engenheiro de Pesca” a cada 14 de dezembro (FEAP, 2005).
A Associação Brasileira dos Criadores de Organismos Aquáticos - ABRACOA é uma entidade sem fins
lucrativos, fundada em 27 de setembro de 1982, que visa congregar criadores, pesqueiros, técnicos,
pesquisadores e todas as pessoas físicas e jurídicas envolvidas ou interessadas na criação de espécies aquáticas.
Seus principais objetivos são (ABRACOA, 2005):
14
� Estimular, ajudar e desenvolver a produção de organismos aquáticos como fonte de proteína barata e
abundante;
� Prestar assistência técnica a criadores e pesqueiros, orientando-os na elaboração de projetos, escolha de
espécies mais adequadas, alimentação, manejo, profilaxia de doenças, processamento para consumo,
mercado e etc;
� Propor normas e legislação às autoridades competentes, visando a proteção e o controle dos criadores;
� Promover, orientar e defender a comercialização interna e de exportação dos produtos aquáticos obtidos na
criação.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil - CNA é a representação máxima do sistema sindical
que reúne os produtos rurais no Brasil, que conta com cerca de 2.000 sindicatos, representados por 27 federações
estaduais. Assim como a CNA, as federações atuam em seus estados estimulando o fortalecimento do
sindicalismo rural. Os sindicatos desenvolvem ações diretas de apoio ao produtor rural, buscando soluções para
os problemas locais, de forma associativa (CNA, 2005).
A Sociedade Botânica do Brasil - SBB é um órgão associativo que congrega botânicos profissionais, amadores
e simpatizantes de todo o país e do exterior (SBB, 2005). A Sociedade tem por finalidade desenvolver a Botânica
e ciências correlatas, visando a ampliação do conhecimento sobre a flora brasileira, o incentivo à formação de
recursos humanos em Botânica, bem como fornecer subsídios, dados e parâmetros para a tomada de decisões e
políticas de meio-ambiente que envolvam os diferentes ecossistemas do País e sua cobertura vegetal.
A Sociedade Brasileira de Ictiologia - SBI é uma sociedade científica, sem fins lucrativos e de utilidade
pública (SBI, 2005). A SBI tem como principais objetivos: congregar as pessoas interessadas no
desenvolvimento da Ictiologia, propugnando pelos seus direitos legítimos de sócios; promover, estimular e
apoiar estudos sobre a ictiofauna brasileira, nas áreas do ensino, pesquisa e extensão; zelar pela conservação e
utilização da fauna íctica do Brasil; representar a comunidade dos ictiólogos brasileiros em âmbito nacional e
internacional.
A Sociedade Brasileira de Zoologia - SBZ é entidade civil de caráter científico-cultural, sem fins lucrativos, e
foi fundada a 07 de junho de 1978, durante o encontro do "Grupo de Trabalho" organizado pelo Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, em Teresópolis, para a elaboração do documento sobre
"Avaliação e Perspectivas" da Zoologia no Brasil, tendo por sede e foro a cidade de Curitiba, no Estado do
Paraná (SBZ, 2005).
São finalidades da SBZ: (a) congregar todas as pessoas interessadas no desenvolvimento dos estudos zoológicos;
(b) propugnar e promover os estudos da fauna nacional; (c) incrementar a formação e o reconhecimento do
zoólogo, como elemento indispensável no inventário e estudo do patrimônio natural brasileiro; (d) representar a
comunidade de zoólogos brasileiros em âmbito nacional e internacional; (e) promover e realizar encontros e
congressos regionais, nacionais e/ou internacionais; (f) assessorar e aconselhar Entidades oficiais ou particulares
15
no que concerne ao desenvolvimento de estudos zoológicos, nas suas diversas sub-áreas e/ou especialidades; g)
manter a Revista Brasileira de Zoologia e outras publicações eventuais.
Organizações civis e privadas
A missão da Conservação Internacional - CI é preservar a biodiversidade global e demonstrar que as
sociedades humanas podem viver em harmonia com a natureza.
A CI é uma organização privada, sem fins lucrativos, dedicada à conservação e utilização sustentada da
biodiversidade. Fundada em 1987, trabalha, atualmente, para preservar ecossistemas ameaçados de extinção em
mais de 30 países distribuídos por quatro continentes (CI, 2005).
A organização utiliza uma variedade de ferramentas científicas, econômicas e de conscientização ambiental,
além de estratégias que ajudam na identificação de alternativas que não prejudiquem o meio ambiente. No
Brasil, a CI iniciou as atividades a partir de 1988. A CI - Brasil tem sede em Belo Horizonte-MG e possui outros
escritórios estrategicamente localizados em Brasília-DF, Belém-PA, Campo Grande-MS, Caravelas-BA e
Mineiros-GO.
O Instituto Socioambiental - ISA é uma associação sem fins lucrativos, qualificada como Organização da
Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), desde 21 de setembro de 2001 (ISA, 2005). Fundado em 1994,
para propor soluções de maneira integrada a questões sociais e ambientais, o ISA tem como objetivo principal
defender bens e direitos sociais, coletivos e difusos relativos ao meio ambiente, ao patrimônio cultural, aos
direitos humanos e dos povos.
A Organização das Cooperativas Brasileiras - OCB, sociedade civil, de natureza privada, sem fins lucrativos
é o órgão máximo de representação, controle, registro e cadastramento do Sistema Cooperativo Brasileiro. O
Sistema Cooperativo Brasileiro, representado pela Organização das Cooperativas Brasileiras, é constituído por
uma Organização das Cooperativas em cada Estado e Distrito Federal - OCE e pelas Sociedades Cooperativas
(OCB, 2005).
A Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira - COIAB , é uma organização indígena,
de direito privado, sem fins lucrativos, fundada, juridicamente, no dia 19 de abril de 1989, por iniciativa de
lideranças de organizações indígenas existentes à época (COAIAB, 2005). A COIAB, como instância máxima de
articulação dos povos e organizações indígenas da Amazônia Brasileira, reúne hoje na sua base política 75
organizações e 165 povos indígenas, estimula e acompanha a criação de outras organizações, visando a expansão
e o fortalecimento do movimento indígena.
A COIAB tem como objetivos e fins a promoção da organização social, cultural, econômica e política dos Povos
e Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira, o fortalecimento da autonomia dos povos e organizações
indígenas da região, a formulação de estratégias, parcerias de cooperação técnica, financeira e política com
16
organizações indígenas e organismos de cooperação, nacionais e internacionais, objetivando a garantia e
promoção dos direitos dos povos indígenas.
Criada em 1951, a The Nature Conservancy - TNC é uma organização sem fins lucrativos voltada para a
conservação da natureza. Presente em 29 países, ajuda a proteger mais de 37 milhões de hectares em todo o
mundo. No Brasil, a TNC atua desde a década de 80 e tornou-se uma organização brasileira em 1994 (TNC,
2005). A missão da instituição é proteger plantas, animais e os ecossistemas naturais que representam a
diversidade de vida no planeta, conservando as terras e águas de que precisam para sobreviver.
O Fundo Mundial para a Natureza - WWF-Brasil tem como missão contribuir para que a sociedade brasileira
conserve a natureza, harmonizando a atividade humana com a preservação da biodiversidade e com o uso
racional dos recursos naturais, para o benefício dos cidadãos de hoje e das futuras gerações (WWF, 2005).
Atuando no país desde 1971, o WWF-Brasil é uma organização não-governamental brasileira que integra a
maior rede mundial de conservação da natureza. O WWF-Brasil executa atualmente 71 projetos em parceria com
ONGs regionais, universidades e órgãos governamentais.
O Grupo de Trabalho Amazônico - GTA, fundado em 1992, reúne 430 entidades filiadas e está estruturado em
oito estados da Amazônia Legal (com exceção de Mato Grosso) e dividido em Dezesseis Regionais (GTA,
2005). Fazem parte da Rede GTA organizações não-governamentais (ONGs) e movimentos sociais que
representam seringueiros, castanheiros, quebradeiras de coco, pescadores artesanais, ribeirinhos, comunidades
indígenas, além de pequenos agricultores e suas famílias.
O Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia - IPAM, é uma organização ambiental não governamental,
sem fins lucrativos, sem circulação política partidária (IPAM, 2005). Criado em 1995, o instituto reúne
pesquisadores e educadores que compartilham o compromisso de gerar informações científicas e formar recursos
humanos. O IPAM tem como missão contribuir para um processo de desenvolvimento da Amazônia, que atenda
as aspirações sociais e econômicas da população e, ao mesmo tempo, mantenha a integridade funcional dos
ecossistemas da região.
O Instituto de Pesquisas Ecológicas - IPÊ, fundado em 1992, é considerado a terceira maior ONG ambiental
do Brasil, possui título de OSCIP e tem sede em Nazaré Paulista/SP (IPÊ, 2005). O instituto, que começou com o
Projeto Mico-Leão Preto, hoje conta com mais de 60 profissionais trabalhando em cerca de 30 projetos
espalhados em cinco regiões brasileiras - Estação Ecológica de Anavilhanas (AM), Pontal do Paranapanema e
Nazaré Paulista (SP), Parque Nacional do Superagüi (PR) e Serra dos Órgãos (RJ). Um dos objetivos do IPÊ é
conservar a biodiversidade respeitando as tradições e individualidades das comunidades do entorno dos locais
que precisam ser protegidos e onde são realizadas as pesquisas do instituto.
A Comissão Pastoral da Terra - CPT nasceu em junho de 1975, durante o Encontro de Pastoral da Amazônia,
convocado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e realizado em Goiânia (CPT, 2005). A
17
missão da CPT é atuar na prestação de um serviço educativo e transformador junto aos povos da terra e das
águas, para estimular e reforçar seu protagonismo.
2.1.2. Instituições e organizações dos Estados da Amazônia Legal
Acre
A Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Naturais - SEMA integra o Sistema Estadual de Meio Ambiente,
Ciência e Tecnologia - SISMACT, na condição de Órgão Central, com a finalidade de planejar, coordenar e
apoiar a Política Estadual e as diretrizes governamentais fixadas para o Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia
(Lei Estadual nº 1.022/92). É também o órgão gestor de recursos hídricos (SEMA/AC, 2005).
O Instituto de Meio Ambiente do Acre - IMAC e a Fundação de Tecnologia do Estado do Acre - FUNTAC
integram o SISMACT, na condição de Órgãos Executores das Políticas Estaduais de Meio Ambiente e de
Ciência e Tecnologia, respectivamente. O IMAC é órgão responsável pela emissão de licenciamento ambiental e
outorga de direitos de uso de recursos hídricos.
O Acre possui um Conselho Estadual de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia - CEMACT e dentre das
atribuições destacam-se (Lei nº 1.022/92):
� Formular, aprovar, supervisionar e avaliar políticas na área de ciência, tecnologia e meio ambiente,
estabelecendo as diretrizes, normas e medidas necessárias ao desenvolvimento sustentável do Estado;
� Aprovar, mediante proposta do IMAC, critérios para o licenciamento de atividades, real ou potencialmente
causadoras de impacto ambiental, já instaladas, em operação ou que venham a ser instaladas, assim como as
penalidades administrativas;
� Fixar os limites máximos permitidos para cada parâmetro dos afluentes domésticos e de indústrias, já
instaladas ou que venham a ser instaladas no Estado, bem como, a capacidade suportável pelo receptor no
seu nível mínimo de vazão;
� Estabelecer critérios para a declaração de áreas críticas, degradadas ou em vias de degradação, bem como
para o seu uso, proteção e recuperação, conforme o caso.
Uma das funções da Secretaria de Agropecuária é formular, promover, coordenar o incentivo a produção e
fomento da agropecuária, inclusivo a atividade pesqueira do Estado, a partir o Departamento de Pesca e
Aqüicultura (Lei complementar nº 115/02).
A Fundação Instituto de Biodiversidade e Manejo de Ecossistemas da Amazônia Ocidental - BIOMA é
vinculada à Universidade do Acre e tem incluídas em suas competências: (1) Promover e realizar estudos,
pesquisas, geração, desenvolvimento e difusão de tecnologias, visando a identificação, preservação, conservação
e utilização econômica sustentável da biodiversidade e o manejo de ecossistemas na Amazônia Ocidental,
especialmente no Estado do Acre; (2) Promover o intercâmbio e cooperação científica, técnica e financeira com
instituições nacionais e internacionais ligadas à pesquisa, manejo e uso da biodiversidade, e com agências de
18
financiamento e desenvolvimento, públicas e privadas, firmando para tanto convênios, acordos, ajustes e
contratos; (3) Contribuir para a formação acadêmica em distintos níveis por meio do desenvolvimento de
programas complementares de estudos, pesquisas e extensão.
Amapá
A Secretaria de Estado do Meio Ambiente - SEMA é órgão criado com o objetivo de elaborar, de forma
coordenada, às políticas de preservação do meio ambiente no Estado (SEMA/AP, 2005). Inicialmente instituída
como Coordenadoria Estadual do Meio Ambiente - CEMA, pelo Decreto nº 0011/89 e regulamentada pelo
Decreto nº 0304/91, permaneceu como coordenadoria até 1996, quando foi extinta pela Lei nº 0267/96 e criada a
Secretaria de Estado do Meio Ambiente que no ano seguinte passaria a se denominar Secretaria de Estado da
Ciência e Tecnologia, criada pela Lei nº 0338/97 e regulamentada pelo Decreto nº 5304/98.
No ano de 1999, a Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia, foi desmembrada da área do meio ambiente
pela Lei nº 0452/99 que alterou a Lei nº 0338/97, voltando assim a denominar-se Secretaria de Estado do Meio
Ambiente, com a finalidade de orientar e construir a Política de Meio Ambiente do Estado do Amapá.
A Secretaria tem como finalidade a formulação e a coordenação das políticas de Meio Ambiente, Ciência e
Tecnologia do Estado; apoiar e supervisionar as atividades desenvolvidas pelas suas entidades vinculadas e
exercer outras atribuições correlatas na forma do regulamento (Lei nº 0338/96). A sua missão é formular,
coordenar e executar a política ambiental do Estado, apoiando e supervisionando atividades desenvolvidas no
âmbito do Meio Ambiente, e possui como diretrizes de sua política ambiental: a manutenção do equilíbrio
ecológico; exploração e utilização racionais dos recursos naturais; planejamento e fiscalização dos recursos
naturais; proteção e preservação dos ecossistemas e espaços territoriais; acompanhamento do estado da qualidade
ambiental; recuperação das áreas degradadas; proteção de áreas ameaçadas de degradação e a promoção da
educação ambiental de forma ampla e ativa na defesa do meio ambiente do Estado. Cabe à esta entidade licenciar
os empreendimentos e outorgar o uso da água.
O Conselho Estadual de Recursos Hídricos, instituído pela Lei nº 686/02, é integrado por: (i) representantes de
instituições do Poder Executivo Estadual, com atuação relevante nas questões de meio ambiente, recursos
hídricos e desenvolvimento sustentável; (ii) representantes do Poder Público Estadual e Federal; (iii)
representantes dos Municípios; (iv) representantes de entidades da sociedade civil relacionadas com recursos
hídricos; (v) representantes de usuários de recursos hídricos.
O Amapá trata da gestão de pesca, aqüicultura e florestas por meio da Secretaria de Estado da Agricultura,
Pesca, Floresta e do Abastecimento - SEAF. Essa Secretaria e a SEMA trabalham em conjunto na fiscalização
e controle ambiental de atividade de piscicultura.
19
Amazonas
A Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - SDS foi criada com a missão de
formular, coordenar e implementar a política estadual de meio ambiente e desenvolvimento sustentável,
programas intersetoriais, dos recursos hídricos, da fauna e flora, da gestão política estadual de florestas e de
ordenamento pesqueiro. A SDS visa a valorização econômica e a sustentabilidade dos produtos florestais,
mediante ações de fortalecimento das cadeias produtivas do setor florestal nos Pólos de Desenvolvimento
Sustentável e implementação das ações de assistência técnica e organização dos produtos da floresta (SDS/AM,
2005).
O Instituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas - IPAAM, instituída pelo Decreto nº 17.033/96, é
vinculado a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - SDS, e tem por objetivo
atender a sociedade em geral nas questões ambientais (IPAAM/AM, 2005). Responde pela Secretaria Executiva
do Fundo Estadual de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia - FUMCITEC, e integra o Conselho Estadual do
Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia COMCITEC.
Figura 1 - Organograma da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.
O IPAAM tem por finalidade coordenar e executar a Política Estadual de Meio Ambiente, em todos os seus
aspectos, compreendendo o controle da qualidade da água, do ar e do solo, o estabelecimento dos critérios de
emissão dos contaminantes oriundos das fontes antropogênicas, a proteção e conservação da fauna e da flora, o
desenvolvimento sustentável dos recursos naturais renováveis, a emissão de normas de licenciamento ambiental
previsto em legislação específica, a fixação de valores remuneratórios relativos às licenças e penalidades
ambientais, bem como a Política Estadual de Ciência e Tecnologia, competindo-lhe, ainda, entre outros:
� Estabelecer regulamentos ou normas relativas ao controle das fontes de poluição, das fontes fixas ou móveis
das emissões antropogênicas de contaminação ambiental da água, do ar e do solo;
20
� Estabelecer critérios de exploração e uso adequado dos recursos naturais, instruindo as ações mitigadoras
dos impactos ambientais adversos, de tal modo a conciliar o imperativo do atendimento das necessidades
básicas dos seres humanos, com a proteção da biodiversidade;
� Coordenar, orientar e supervisionar a execução de atividades relativas à proteção, à conservação e ao uso
adequado dos recursos pesqueiros e da proteção da fauna aquática;
� Cobrar, na forma da lei, tributos decorrentes das atividades de licenciamento ambiental, da atividade mineral
e daquelas decorrentes das atividades florestais e faunísticas, bem como aplicar sanções e propor e execução
fiscal dos infratores.
É, portanto, entidade responsável pela emissão de licenciamento ambiental e concessão ao usuário o direito de
utilização da água.
No âmbito da estrutura organizacional da SDS identificam-se ainda as seguintes entidades:
� A Agência de Florestas e Negócios Sustentáveis do Amazonas - Agência de Florestas que tem com a
atribuição principal o fortalecimento das atividades econômicas sustentáveis que beneficiem produtos
oriundos da floresta Amazônica gerando emprego, renda e a melhoria da qualidade de vida das populações
do interior do Estado do Amazonas, sem destruir o meio ambiente;
� A Fundação de Política Indigenista do Amazonas - FEPI que é responsável pela política nas áreas indígenas.
A Secretaria de Estado da Produção Agropecuária, Pesca e Desenvolvimento Rural Integrado - SEPROR
é o órgão oficial da administração direta do poder executivo do Amazonas que tem como missão formular,
coordenar e implementar a política estadual de desenvolvimento integrado da agricultura, pecuária, pesca e
aqüicultura; executar o planejamento da produção rural para implementação das cadeias produtivas na
agricultura, pecuária, pesca e aqüicultura; agir conjuntamente com a Secretaria do Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável nas atividades inerentes ao setor; realizar estudos setoriais e oferecer subsídios aos
planos municipais; definir necessidades e apoiar à concessão de fomento e fornecimento de infra-estrutura;
implementar ações de assistência técnica e extensão rural aos produtores dos setores agropecuário e pesqueiro e
de incentivo à organização dos produtores através do associativismo e cooperativismo; organizar a produção
agropecuária e pesqueira, apoiar as ações de comercialização e de reforma agrária, da defesa sanitária animal e
vegetal e da capacitação profissional dos produtores agropecuários e pescadores (SEPROR/AM, 2005).
Uma das suas Secretárias é a Secretaria Executiva Adjunta de Pesca e Aqüicultura - SEPA, que tem como
missão formular as diretrizes de ação do Governo Estadual para a promoção do crescimento harmônico e
competitivo de todos os segmentos da cadeia produtiva de pesca e aqüicultura, visando o desenvolvimento sócio-
econômico, o equilíbrio do meio ambiente e o bem-estar da sociedade.
O Estado possui um Conselho Estadual de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia. e o Conselho Estadual de
Recursos Hídricos instalou-se recentemente e será presidido pelo titular do Instituto de Proteção Ambiental do
Amazonas - IPAAM ou seu substituto legal e terá uma Secretaria Executiva a ser exercida pelo titular da
Agência Reguladora dos Serviços Públicos Concedidos do Estado do Amazonas - ARSAM.
21
A Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, com a coordenação da Secretaria
Adjunta de Recursos Hídricos reuniu-se no mês de outubro de 2004 para a abertura do I Workshop de Recursos
Hídricos, quando foi também instalado o Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERH-AM), cujas metas são
o estabelecimento de diretrizes para elaboração e execução de programas que promovam a conservação e a
preservação dos cursos de água, além de estabelecer medidas técnicas e administrativas direcionadas para a
racionalização do uso da água. Outros pontos que foram estabelecidos pelo CERH/AM estão ligados à definição
de diretrizes estratégicas do Plano Estadual de Recursos Hídricos e, aprovação, monitoramento e fiscalização da
Política Estadual de Recursos Hídricos.
A estratégia de criar o CERH/AM partiu de uma recomendação do Conselho Nacional de Recursos Hídricos,
vinculado ao Ministério do Meio Ambiente (MMA). Para isso, o Governo do Amazonas criou a Secretaria
Adjunta de Recursos Hídricos, vinculada à SDS, que tem como missão promover a implementação dos
instrumentos de política e gestão ambiental do Estado, garantindo a disponibilidade e a sustentabilidade dos
recursos hídricos para a população.
A Universidade Federal do Amazonas é considerada a primeira universidade brasileira, pois se originou da
Escola Universitária Livre de Manaus, criada em 1909 (UFAM, 2005). Mesmo com a extinção da Escola,
permaneceu a Faculdade de Direito, que se tornou um "embrião" da atual UFAM. A UFAM oferece 51 cursos de
graduação e 19 de pós-graduação em nível de mestrado, sendo 13 credenciados pela Capes, um em nível de
doutorado e cerca de 30 na modalidade lato sensu. Dos 766 professores que atuam nas 11 unidades acadêmicas,
218 são doutores, 344 são mestres, 119, especialistas, e 85, graduados. Em 2003, a Universidade possuía
regularmente matriculados 20,5 mil alunos nas áreas de graduação e pós-graduação.
A Universidade do Estado do Amazonas – UEA, cuja criação autorizada pela Lei nº 2.637/01, operou-se via
Decreto nº 21.666, de 01 de fevereiro de 2001, com natureza jurídica de fundação pública, tem entre uma de suas
finalidades promover a educação, desenvolvendo o conhecimento científico, particularmente sobre a Amazônia,
brasileira e continental, conjuntamente com os valores éticos capazes de integrar o homem à sociedade e de
aprimorar a qualidade dos recursos humanos existentes na região (UEA, 2005).
Maranhão
O órgão executor da Política Estadual Ambiental e de Recursos Hídricos é a Secretaria de Estado de Meio
Ambiente e Recursos Naturais - SEMA. O Decreto no 16.679/99, dispôs sobre a organização da Gerência
Adjunta de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, que cuida da gestão ambiental e dos recursos hídricos,
inclusive da implementação dos seus instrumentos.
A Agência de Desenvolvimento da Pesca e da Aqüicultura - ADEPAQ foi criada em 31 de janeiro de 2003
com o objetivo de formular políticas e diretrizes para o desenvolvimento e o fomento da produção pesqueira e
aqüícola e, especialmente, promover a execução e a avaliação de medidas, programas e projetos de apoio ao
desenvolvimento do setor pesqueiro estadual. A ADEPAQ está se estruturando, se instalando e conhecendo o
22
cenário, fazendo contatos, articulações e buscando fontes alternativas de recursos em ministérios, embaixadas,
institutos, etc.
Tem também se dedicado à elaboração de planos, programas e projetos para uma execução pautada em bases
sólidas de planejamento. Destaca-se a execução do Zoneamento Ecológico/Econômico Costeiro do Estado do
Maranhão, em andamento, elaborado por pesquisadores da UFMA e UEMA, tornando-se o primeiro passo para
o disciplinamento da atividade econômica da aqüicultura na faixa costeira e nas áreas de influência de marés das
bacias hidrográficas maranhenses. O Zoneamento será um importante instrumento de decisão para os órgãos de
meio ambiente, nos processos de licenciamento ambiental, e representa um marco decisivo e estratégico do
Maranhão, coerente com a orientação do Governo de promover o desenvolvimento do Estado de forma
sustentável.
O Estado conta ainda com o Conselho Estadual de Meio ambiente, instituído pelo Código Estadual de
Proteção do Meio Ambiente (Lei nº 5.905/92) e o Conselho Estadual de Recursos Hídricos, criado pelo
Decreto nº 20.378/04.
Mato Grosso
A Fundação Estadual do Meio Ambiente - FEMA, criada pela Lei nº 5.218/87, opera sob o regime jurídico de
direito público, com jurisdição sobre todo o Estado de Mato Grosso e atribuições de normatização, gestão e
execução da Política Estadual de Meio Ambiente, que foi instituída pela Lei Complementar nº 38/95
(FEMA/MT, 2005).
Figura 2 - Organograma da Fundação Estadual do Meio Ambiente - FEMA.
É órgão responsável, no que diz respeito á gestão de recursos hídricos e biodiversidade aquática, por: (i)
licenciamento ambiental das atividades utilizadoras dos recursos ambientais, efetiva ou potencialmente
23
poluidoras ou degradadoras do meio ambiente; (ii) fiscalização e aplicação das penalidades por infração à
legislação de proteção ambiental; (iii) auditorias, controle e fiscalização das atividades de exploração dos
recursos minerais, hídricos, florestais e faunísticos; (iv) desenvolver pesquisas e estudos técnicos que subsidiem
o planejamento das atividades que envolvam a conservação e a preservação dos recursos ambientais e o
estabelecimento de critérios de exploração e manejo dos mesmos; (v) adotar medidas visando ao controle,
conservação e preservação dos recursos ambientais e, quando julgar necessário, para proteção de bens de valor
científico e cultural; (vi) elaborar e divulgar inventários e censos faunísticos e florísticos periódicos,
considerando principalmente as espécies raras e endêmicas, vulneráveis ou em perigo de extinção, objetivando
sua perpetuação. A FEMA é a instituição que cuida do licenciamento ambiental e outorga pelo uso da água.
A Fundação Estadual do Meio Ambiente - FEMA é o órgão responsável pela fiscalização das atividades de
pesca. O Serviço Estadual de Controle de Pesca e Aqüicultura - SECPESCA, instituição ligada à FEMA, é
responsável pela gestão e manejo sustentável dos recursos pesqueiros.
Conforme a Lei Complementar nº 38/95 que dispõe sobre o Código Estadual do Meio Ambiente, o Conselho
Estadual do Meio Ambiente - CONSEMA é o órgão colegiado do Sistema Estadual de Meio Ambiente -
SIMA, tem por finalidade assessorar, avaliar e propor ao Governo do Estado de Mato Grosso diretrizes da
Política Estadual do Meio Ambiente, bem como deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e
padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à qualidade de vida,
possuindo, entre outras, as seguintes atribuições (Art. 3º):
� Aprovar normas definindo padrões de qualidade ambiental e de emissões, bem como as relativas ao uso
racional dos recursos ambientais;
� Aprovar normas regulamentadoras, do ponto de vista da proteção ambiental e da saúde pública, da
legislação relativa ao uso, transporte e comercialização de produtos tóxicos ou perigosos;
� Apreciar e deliberar sobre o licenciamento ambiental de projetos públicos ou privados que impliquem na
realização do Estudo de Impacto Ambiental - EIA e respectivo Relatório de Impacto Ambiental - RIMA;
� Julgar, em última instância, recursos administrativos interpostos contra as penalidades aplicadas com base
na legislação ambiental.
A Política Estadual de Recursos Hídricos (Lei nº 6.945/97) instituiu o Conselho Estadual de Recursos
Hídricos de Mato Grosso - CEHIDRO, órgão colegiado, presidido pelo Secretário Especial do Meio Ambiente
do Estado de Mato Grosso, com as seguintes competências, entre outras: (i) exercer funções normativas,
deliberativas e consultivas pertinentes à formulação implantação e acompanhamento da política de recursos
hídricos do Estado; (ii) avaliar e opinar sobre os programas encaminhados pelo Órgão Coordenador/Gestor; (iii)
- apreciar o Plano Estadual de Recursos Hídricos apresentado pelo Órgão Coordenador/Gestor, ouvido
previamente os Comitês Estaduais de Bacias Hidrográficas; (iv) deliberar sobre os critérios e normas para
outorga, cobrança pelo uso da água e rateio dos custos entre os beneficiários das obras de aproveitamento
múltiplo ou interesse comum, levando em consideração o disposto no decreto regulamentador; (v) aprovar
propostas de instituição dos Comitês Estaduais de Bacias Hidrográficas e estabelecer critérios gerais para a
24
elaboração de seus regimentos; (vi) julgar os recursos administrativamente interpostos e os conflitos de uso da
água em última instancia no âmbito do Sistema Estadual de Recursos Hídricos.
A unidade administrativa responsável pelas atividades de C&T no âmbito do Estado é a Secretaria de Estado
de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. O Estado conta ainda com a Fundação de Amparo à Pesquisa do
Mato Grosso (FAPEMAT), criada pela Lei nº 5.696/90.
As atividades de C&T são basicamente conduzidas pelas áreas de meio ambiente e agricultura, havendo um
Fundo Especial de Meio Ambiente e desenvolvidas pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT),
Fundação Estadual de Meio Ambiente; Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão
Rural S.A.; Fundação de Ensino Superior do Mato Grosso; e Companhia Mato-grossense de Mineração.
Ao Conselho Estadual da Pesca - CEPESCA, criado pela Lei nº 7.881/02 (a Política e o Controle da Pesca)
cabe:
� Propor normas e diretrizes relativas à política estadual de pesca;
� Estabelecer zonas e épocas em que é interditada a atividade pesqueira;
� Estabelecer controle de esforço de pesca sobre estoques determinados, através da limitação de frotas,
pescadores e quotas de extração;
� Proibir o emprego, geral ou em zona determinada, da modalidade e aparelhos de pesca;
� Estabelecer medidas visando à permissão da pesca de subsistência durante o período de interdição da
atividade pesqueira;
� Deliberar sobre os assuntos relativos à pesca, que lhe forem submetidos pela Fundação Estadual do Meio
Ambiente.
O Instituto de Terras do Estado de Mato Grosso - INTERMAT tem como função prioritária a regularização
fundiária de áreas rurais do Estado de Mato Grosso. Expede certidões e mosaicos de localização de áreas e
outros documentos pertinentes ao domínio de terras do Estado de Mato Grosso.
O Decreto Estadual nº 4.357/02 dispõe sobre a instituição do Comitê Interinstitucional de Combate a Pesca
Predatória no Estado de Mato Grosso, que é composto pela Fundação Estadual do Meio Ambiente - FEMA,
pelo Juizado Volante Ambiental - JUVAM e pelo Batalhão de Polícia Militar Florestal (Art.1º). Conforme o
Artigo 2º, esse comitê é coordenado pela Diretoria de Recursos Hídricos da FEMA e tem as seguintes
atribuições: (i) planejar e executar as ações de fiscalização de caça e da pesca predatória no Estado de Mato
Grosso; (ii) elaborar escalas de serviços; (iii) efetuar as ordens de serviços para solicitação de diárias; (iv)
elaborar relatórios de operações; (v) agilizar junto à FEMA, os consertos de barcos, motores e veículos; (vi)
contactar, quando necessário, com as autoridades pertinentes sobre as questões ambientais; (vii) encaminhar,
mensalmente, os relatórios das operações aos órgãos que compõem o Comitê; (viii) as operações diligenciadas
serão supervisionadas pelos membros do Comitê, devendo os servidores em geral, colocados à disposição,
cumprirem os disciplinamentos por eles estabelecidos.
Com base em sua concepção de Universidade, a Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT tem
como atividade principal as ações de ensino, pesquisa e extensão contemplando a prática democrática, a
25
pluralidade de idéias, a vocação para o social, a preservação ecológica, a aplicação da valorização de seu quadro
funcional e a formação de técnico-profissional das populações por ela alcançadas, buscando sempre um padrão
de desenvolvimento crítico, de liberdade, de solidariedade e valorização da pessoa humana (UNEMAT, 2005).
Em 2004 foi criado o Comitê da Bacia do Ribeirão Sapé e Várzea Grande - COVAPÉ no município de
Várzea Grande. O COVAPÉ foi criado devido ao conflito existente no município de Primavera do Lesten - MT
pelo uso da água para a irrigação de plantações nas fazendas banhadas pelos córregos. Até agora foram
realizadas 4 reuniões do Comitê.
Pará
A Secretaria Especial de Estado de Produção - SEPROD possui dez órgãos vinculados, sendo três da
administração direta e sete da administração indireta, entre elas a Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia e
Meio Ambiente - SECTAM e Secretaria Executiva de Agricultura - SAGRI (SEPROD/PA, 2005).
A Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente - SECTAM, é o órgão do governo estadual
encarregado de coordenar, executar e controlar as atividades relacionadas ao desenvolvimento científico e
tecnológico e à proteção e conservação do meio ambiente, no Pará. Criada em 1988 pela Lei nº 5.457, a
SECTAM só passou a ter organograma definido e funcionar de fato como Secretaria a partir de julho de 1993
(SCTAM/PA, 2005).
Figura 3 - Organograma da Secretaria Especial de Estado de Produção - SEPROD.
A direção superior da SECTAM é formada pelo Secretário de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, pelo
Secretário Adjunto, pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente e pelo Conselho Estadual de Ciência e
Tecnologia. O gerenciamento superior da SECTAM é feito por duas diretorias: a Diretoria de Ciência e
Tecnologia e a Diretoria de Meio Ambiente, a última responsável pelo licenciamento ambiental e pela emissão
26
de outorga de direitos de uso de recursos hídricos. Estão vinculadas a elas várias Coordenadorias, que atuam nas
áreas de Estudos Técnico-Científicos, Difusão de Tecnologias, Apoio e Fomento aos Setores Produtivos,
Licenciamento e Fiscalização, Proteção Ambiental e Avaliação de Projetos. Entre as atribuições da SECTAM
está o incentivo ao uso de tecnologias adequadas ao desenvolvimento sustentável, associando a preservação dos
recursos naturais à melhoria da qualidade de vida das populações. Desde dezembro de 1995, o Pará dispõe do
Fundo Estadual de Ciência e Tecnologia (FUNTEC), destinado a fomentar pesquisas e formar recursos humanos,
nas áreas científicas e tecnológicas. A Lei Ambiental do Estado, sancionada em maio de 1995, é o instrumento
legal que normatiza o uso e as ações relacionadas ao meio ambiente.
A Secretaria Executiva de Agricultura - SAGRI conta com a Divisão de Apoio à Aqüicultura, responsável
pela gestão de pesca e aqüicultura (SAGRI/PA, 2005).
O Conselho Estadual do Meio Ambiente - COEMA foi criado em 1990 por meio da Lei nº 5.610/90. O
COEMA, órgão consultivo, deliberativo e normativo, vinculado à Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e
Meio Ambiente - SECTAM (Decreto nº 1.859/93). O seu Regimento Interno (Resolução no 001/96) estabelece
que compete ao COEMA no que diz respeito ao meio ambiente:
� Propor e acompanhar os programas de educação ambiental;
� Assessorar o Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente.
O Conselho Estadual de Recursos Hídricos tem sua composição fixada nos seguintes termos (Lei nº 6.381/01):
(i) representantes de órgãos públicos estaduais com atuação no gerenciamento no uso dos recursos hídricos; (ii)
representantes dos Municípios; (iv) representantes dos usuários dos recursos hídricos; (v) representantes das
organizações civis legalmente constituídas, com efetiva atuação na área de recursos hídricos.
A Portaria SECTAM nº 302/03 cria o Conselho da Área de Proteção Ambiental - APA Tucuruí. Compete ao
Conselho da APA Tucuruí, entre outros (Art. 2º):
� Acompanhar a elaboração, implementação e revisão do Plano de Manejo da unidade de conservação,
garantindo o seu caráter participativo;
� Envidar esforços para compatibilizar os interesses dos diversos segmentos sociais relacionados com a
unidade;
� Manifestar-se, sempre que solicitado pela SECTAM, sobre obra ou atividade potencialmente causadora de
impacto na unidade de conservação, em sua zona de amortecimento, mosaicos ou corredores ecológicos.
Ao Conselho da APA Tucuruí compete, ainda, atuar como instância de discussão sobre o manejo integrado entre
as unidades de conservação criadas pela Lei nº 6.451, de 8 de abril de 2002 (Art. 3º).
O Conselho da APA Tucuruí é composto por 22 (vinte e dois) membros:
Representantes do Poder Público, sendo um (01): a) - da SECTAM; b) - da SAGRI; c) - do Ministério do Meio
Ambiente - MMA (por 1 ano); d) - da Prefeitura de Tucuruí; e) - da Prefeitura de Novo Repartimento; f) - da
27
Prefeitura de Jacundá; g) - da Prefeitura de Goianésia do Pará; h) - da Prefeitura de Breu Branco; i) - da
Prefeitura de Itupiranga; j) - da Prefeitura de Nova Ipixuna; k) - da ELETRONORTE.
Representantes da sociedade civil e da população residente, sendo: a) - um (01) da RDS Alcobaça; b) - um (01)
da RDS Pucuruí-Ararão; c) - um (01) da Federação Estadual dos Trabalhadores na Agricultura - FETAGRI/PA;
d) - um (01) da Federação Estadual dos Pescadores - FEPA; e) - um (01) da Federação da Agricultura do Estado
do Pará – FAEPA; f) - três (03) dos Extrativistas; g) - três (03) das Colônias de Pescadores.
A Universidade Federal do Pará é uma instituição federal de ensino superior, organizada sob a forma de
autarquia, vinculada ao Ministério de Educação e Cultura - MEC através da Secretaria de Ensino Superior –
SESu (UFPA, 2005). O princípio fundamental da UFPA é a integração das funções de ensino, pesquisa e
extensão. Sua missão é gerar, difundir e aplicar o conhecimento nos diversos campos do saber, visando a
melhoria da qualidade de vida do ser humano em geral, e em particular do amazônida, aproveitando as
potencialidades da região, mediante processos integrados de ensino, pesquisa e extensão, com princípios de
responsabilidade, de respeito a ética, a diversidade biológica, étnica e cultural, garantindo a todos o acesso ao
conhecimento produzido e acumulado, de modo a contribuir para o exercício pleno da cidadania mediante
formação humanística, crítica, reflexiva e investigativa, preparando profissionais competentes e atualizados para
o mundo.
O Movimento dos Pescadores do Pará - MOPEPA tem hoje, filiadas, 30 colônias e 40 associações de
pescadores no Estado.
Rondônia
Incluem-se entre as atividades da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental - SEDAM no
exercício da competência para controle e preservação do meio ambiente (SEDAM/RO, 2005):
� Estabelecer e executar planos e programas de proteção ao meio ambiente e controle da poluição;
� Efetuar levantamentos, organizar e manter o cadastramento das fontes de poluição;
� Efetuar a fiscalização preventiva ou repressiva, bem como, aplicar as penalidades aos órgãos e às entidades
públicas ou privadas que causem ou possam causar a emissão de poluentes sólidos, líquidos, gasosos,
radiológicos e radioativos;
� Avaliar impactos ecológicos, bem como orientar a elaboração do Relatório de Impacto Ambiental - RIMA,
sempre que solicitado e decorrente de obras públicas ou privadas;
� Elaborar normas, especificações e instruções técnicas relativas ao controle da poluição;
� Quantificar as cargas poluidoras e fixar os limites das cargas permissíveis por fontes nos casos de diferentes
lançamentos e emissões em um mesmo corpo receptor ou em uma região;
� Fixar, quando for o caso, condições a serem observadas pelos efluentes a serem lançados nas redes de
esgoto;
� Analisar e aprovar planos e programas de tratamento e disposição de esgotos.
28
Ao Conselho Estadual de Política Ambiental - CONSEPA compete definir e coordenar as políticas de
prevenção, fiscalização e gerenciamento do meio ambiente. Ao CONSEPA compete ainda, entre outros (Lei
Estadual nº 547/93):
� Formular a política estadual de proteção do meio ambiente, bem como acompanhar sua implementação;
� Estabelecer diretrizes para a devida utilização, exploração e defesa dos recursos e ecossistemas naturais do
Estado;
� Apreciar na forma da legislação pertinente, estudos de impacto ambiental, quando assim entender
conveniente e por solicitação formal do órgão ambiental estadual competente.
Ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos - CRH/RO, órgão consultivo e deliberativo, com dotação
orçamentária própria e vinculado à SEDAM, cumpre promover e supervisionar a implementação da política
estadual do setor (Lei Complementar nº 255/02, Art. 3º).
Roraima
A Fundação Estadual do Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia de Roraima - FEMACT, criada pelo
Decreto Lei nº. 001/91, e regulamentada pela Lei Delegada nº 04/03, é uma entidade jurídica de direito público
interno, vinculada à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico - SEDE/RR.
A FEMACT tem por objetivo promover, elaborar, gerir, coordenar e executar a Política do Meio Ambiente e de
Ciência e Tecnologia do Estado de Roraima, com a finalidade de garantir o controle a preservação, conservação
e recuperação ambiental, bem como estimular, promover e fomentar o desenvolvimento científico e tecnológico,
e com a realização da pesquisa científica e estudos amazônicos e suas aplicações, visando o desenvolvimento
sócio-econômico e a melhoria da qualidade de vida da população. As suas competências são: (i) identificação de
fontes poluidoras; (ii) avaliação de impactos ambientais; (iii) credenciamento de consultores junto a FEMACT;
(iv) licenciamento ambiental; (v) cadastro técnico Estadual - CATE; (vi) desenvolvimento de ações educativas; e
(vii) Promoção de a pesquisa, difusão e o desenvolvimento técnico-científico voltados para a gestão ambiental
(FEMACT/RR, 2005).
A FEMACT é também o órgão gestor de recursos hídricos do Estado, responsável pela implementação dos
instrumentos de gestão.
O Conselho Estadual do Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia - CEMACT , criado pela Lei nº 035/92 e
alterado pela Lei Complementar nº 007/94, é órgão de deliberação coletiva e de orientação superior do Sistema
Estadual do Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia, tendo por finalidade estabelecer as diretrizes e supervisionar
a execução da Política de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia para o Estado de Roraima. A Lei estabelece
como as principais competências deste Conselho: (i) o processo de concessão de direito no campo da pesquisa;
(ii) o ordenamento da exploração dos recursos naturais, inclusive do turismo; (iii) propor iniciativas de fomento
ao ensino e, às pesquisas científicas e tecnológicas; (iv) pronunciar-se em processos de implantação de
indústrias, agroindústrias e instalação de Usinas Hidrelétricas (UHE’s).
29
Tocantins
À Secretaria do Planejamento e Meio Ambiente - SEPLAN, criada pelo Decreto nº 185/95, compete no
âmbito ambiental (SEPLAN/TO, 2005):
� O planejamento, coordenação e acompanhamento da Política Estadual de Meio Ambiente, de recursos
naturais e de desenvolvimento sustentável;
� A realização do zoneamento ecológico-econômico e gestão territorial;
� O planejamento, coordenação e acompanhamento da Política Estadual de Recursos Hídricos.
A Coordenadoria de Recursos Hídricos da SEPLAN é responsável pela implementação da política estadual de
recursos hídricos.
A Lei nº 858/96 cria o Instituto Natureza do Tocantins - NATURATINS, pessoa jurídica de direito público,
constituída sob a forma de autarquia. Compete ao NATURATINS (Art. 3º):
� A execução da política ambiental do Estado;
� O monitoramento e o controle ambiental;
� A fiscalização do cumprimento da legislação ambiental;
� A prestação de serviços correlatos que lhe sejam atribuídos resultante de convênios, acordos e contratos.
Cabe ao NATURATINS conceder licenciamento ambiental prévio para instalação, operação e ampliação de
atividades poluidoras ou perturbadoras do meio ambiente (NATURATINS/TO, 2005).
O Conselho Estadual do Meio Ambiente do Estado do Tocantins - COEMA, órgão colegiado de caráter
consultivo e deliberativo foi criado pela Lei nº 261/91, e reformulado pelo Decreto n° 1.757/03, integra a
estrutura organizacional da Secretaria do Planejamento e Meio Ambiente, e tem como competências, entre
outros (SEPLAN, 2005):
� Analisar propostas de modificação da Política Ambiental do Estado do Tocantins, acompanhando sua
implementação e propondo reorientação quando necessária;
� Definir áreas prioritárias de ação, visando a preservação e melhoria da qualidade ambiental;
� Definir a ocupação e o uso dos espaços territoriais de acordo com suas limitações ecológicas e ambientais;
� Incentivar a criação e o fortalecimento dos Conselhos Municipais de Meio Ambiente e dos Comitês de
Bacia Hidrográfica;
� Propor programas de fomento à pesquisa aplicada à área ambiental e de projetos voltados para o
desenvolvimento sustentável.
30
2.2. Legislação de recursos hídricos e da biodiversidade aquática
2.2.1. Legislação Federal
2.2.1.1. Recursos hídricos
Historicamente, toma-se como marco inicial da abordagem do problema legal dos recursos hídricos, no Brasil, o
dia 10 de julho de 1934, quando foi publicado o Código de Águas pelo então Presidente Getúlio Vargas e seu
ministério. Alguns dispositivos do Código de Águas são ainda considerados pela doutrina como vigentes, apesar
das várias modificações constitucionais instituídas.
A Constituição de 1988 dividiu as águas em públicas, de domínio da União e dos Estados (arts. 20, IV e 26, I) e
disciplinou que a União deveria instituir Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos - SINGREH
e definir critérios de outorga de direitos de seu uso - Art. 21, XIX da CF.
A Lei nº 9.433/97 instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos e o Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hídricos. Esta Lei foi debatida por 10 anos no Congresso Nacional e o resultado foi a edição de uma
norma, de caráter geral, que vem revolucionando a visão de recursos hídricos no País.
Trata-se de uma Lei atual e avançada, cujas inovações exigem, para sua aplicação, por parte do Poder Público,
uma total revisão de suas estruturas institucionais com vistas a adaptar-se aos seus conceitos e fundamentos
filosóficos. Isto principalmente em relação ao domínio dos corpos de água, tendo em vista que as decisões são
tomadas no âmbito da bacia hidrográfica e a Constituição Federal define os domínios dos corpos d’água em
estaduais e da União (Arts. 20 e 26 da CF).
São objetivos da Política Nacional de Recursos Hídricos: (i) assegurar à atual e às futuras gerações a necessária
disponibilidade de água, em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos; (ii) a utilização racional e
integrada dos recursos hídricos, incluindo o transporte aquaviário, com vistas ao desenvolvimento sustentável;
(iii) a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem natural ou decorrentes do uso
inadequado dos recursos naturais.
O artigo 5º estabelece como instrumentos da gestão: (i) os Planos de Recursos Hídricos; (ii) o enquadramento
dos corpos de água em classes, segundo os usos preponderantes da água; (iii) a outorga dos direitos de uso de
recursos hídricos; (iv) a cobrança pelo uso de recursos hídricos; (v) a compensação a municípios; (vi) o Sistema
de Informações sobre Recursos Hídricos.
O Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos - SINGREH prevê a gestão descentralizada e
participativa, e define como componentes do Sistema: (i) o Conselho Nacional de Recursos Hídricos; (ii) a
Agência Nacional de Águas; (iii) os Conselhos de Recursos Hídricos dos Estados e do Distrito Federal; (iv) os
31
Comitês de Bacia Hidrográfica; (v) os órgãos dos poderes públicos federal, estaduais, do Distrito Federal e
municipais, cujas competências se relacionem com a gestão de recursos hídricos; (vi) as Agências de Água.
O Conselho Nacional de Recursos Hídricos - CNRH, órgão consultivo e deliberativo, foi instituído pela Lei nº
9.433, de 1997 e regulamentado pelo Decreto nº 2.612/98. Atualmente suas funções estão previstas no Decreto
nº 4.613/03.
A Agência Nacional de Águas - ANA, entidade federal de implementação da Política Nacional de Recursos
Hídricos e de coordenação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos surgiu com a edição da
Lei nº 9.984/00. A ANA é autarquia federal vinculada ao Ministério do Meio Ambiente.
Em razão da edição da Medida Provisória nº 165/04, depois convertida na Lei nº 10.881/04, que permite que a
Agência Nacional de Águas - ANA celebre contratos de gestão com as entidades sem fins lucrativos previstas no
art. 47 da Lei nº 9.433/97 (como consórcios e associações intermunicipais e organizações técnicas e de ensino e
pesquisa), após a devida aprovação do Conselho Nacional de Recursos Hídricos, enquanto não constituídas as
Agências de Água.
Foram, até agora, editadas 44 Resoluções do Conselho Nacional de Recursos Hídricos, destacando-se:
� Resolução nº 05/00 - Estabelece diretrizes para a formação e funcionamento dos Comitês de Bacia
Hidrográfica.
� Resolução nº 12/00 - Estabelece procedimentos para o enquadramento de corpos de água em classes
segundo os usos preponderantes.
� Resolução nº 13/00 - Estabelece diretrizes para a implementação do Sistema Nacional de Informações sobre
Recursos Hídricos.
� Resolução nº 16/01 - Estabelece critérios gerais para a outorga de direito de uso de recursos hídricos.
� Resolução nº 17/01 - Estabelece diretrizes para elaboração dos Planos de Recursos Hídricos de Bacias
Hidrográficas.
� Resolução nº 27/01 - Define os valores e os critérios de cobrança pelo uso de recursos hídricos na Bacia
Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul.
� Resolução nº 32/02 - Institui a Divisão Hidrográfica Nacional.
� Resolução nº 37/04 - Estabelece diretrizes para a outorga de recursos hídricos e para a implantação de
barragens em corpos de água de domínio dos Estados, do Distrito Federal ou da União.
2.2.1.2. Biodiversidade aquática
O Código Florestal, Lei nº 4771/65 (alterada pela Medida Provisória nº 2166-67/01) estabelece regras para a
utilização racional dos recursos florestais e disciplina o manejo florestal.
Os artigos 2º e 3º do Código Florestal tratam das florestas e demais formas de vegetação natural que não podem
ser removidas, tendo em vista sua localização. Conforme discriminações constantes desses artigos, são
32
consideradas de preservação permanente, dada sua importância ecológica, as florestas localizadas ao longo dos
cursos de água, nas encostas, nas restingas, ao redor dos lagos e lagoas, etc. As matas das bacias hidrográficas
(mata ciliar) têm uma importância especial porque protegem a cobertura local do solo e o próprio solo, rio
abaixo, das grandes inundações e de outros danos causados pelas flutuações caudais. Elas também reduzem o
volume de sedimentos nos rios, contribuindo para impedir a obstrução de reservatórios e canais e os
assoreamentos.
Com relação às florestas primitivas da bacia amazônica, o artigo 15 do Código florestal proíbe a sua exploração
de forma empírica e estabelece que só poderão ser utilizadas em observância a planos técnicos de condução e
manejo a serem estabelecidos por ato do poder público. Este artigo está regulamentado pelo Decreto nº
1.282/94, alterado pelo Decreto nº 2.788/98, que disciplinam o manejo florestal, e pelas Instruções Normativas
MMA nº 02/01 e 04/01 e pela Instrução Normativa IBAMA nº 2/02.
A Política Nacional do Meio Ambiente, instituída por meio da Lei nº 6.938/81, tem por objetivo a preservação,
melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao
desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida
humana. A Política visará, entre outros, à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas á sua
utilização racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico
propício à vida (Art. 4º). A Lei é regulamentado por meio do Decreto nº 99.274/90.
São Instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente: (i) o estabelecimento de padrões de qualidade
ambiental; (ii) o zoneamento ambiental; (iii) a avaliação de impactos ambientais; (iv) licenciamento e a revisão
de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; (v) os incentivos à produção e instalação de equipamentos e
a criação ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental; (vi) a criação de espaços
territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público federal, estadual e municipal, tais como áreas de
proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas; (vii) o sistema nacional de
informações sobre o meio ambiente; (viii) o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa
Ambiental; (ix) as penalidades disciplinares ou compensatórias pelo não cumprimento das medidas necessárias à
preservação ou correção da degradação ambiental; (x) a instituição do Relatório de Qualidade do Meio
Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais
Renováveis - IBAMA; (xi) a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obrigando-se o
Poder Público a produzí-las, quando inexistentes; (xii) o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente
poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais.
O Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, composto por (redação dada pela Lei nº 7.804/89 e pela
Lei nº 8.028/90): (i) órgão superior - o Conselho de Governo; (ii) órgão consultivo e deliberativo - o Conselho
Nacional do Meio Ambiente (CONAMA); (iii) órgão central - a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da
República; (iv) órgão executor - o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis;
(v) órgãos seccionais - os órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução de programas, projetos e
pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a degradação ambiental; (vi) órgãos locais - os
33
órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e fiscalização dessas atividades, nas suas respectivas
jurisdições.
A Lei nº 7.679/88 dispõe sobre a proibição da pesca de espécies em períodos de reprodução. A Lei estabelece
que é proibido pescar (Art. 1º):
� Em cursos de água, nos períodos em que ocorrem fenômenos migratórios para reprodução e, em água
parada ou mar territorial, nos períodos de desova, de reprodução ou de defeso (isto não é o caso para
pescadores artesanais e amadores que utilizem, para o exercício da pesca, linha de mão ou vara, linha e
anzol);
� Espécies que devam ser preservadas ou indivíduos com tamanhos inferiores aos permitidos;
� Quantidades superiores às permitidas;
� Mediante a utilização de:
a) explosivos ou de substâncias que, em contato com a água, produzam efeito semelhante;
b) substâncias tóxicas;
c) aparelhos, petrechos, técnicas e métodos não permitidos;
� Em época e nos locais interditados pelo órgão competente;
� Sem inscrição, autorização, licença, permissão ou concessão do órgão competente.
O Poder Executivo fixará, por meio de atos normativos do órgão competente, os períodos de proibição da pesca,
atendendo às peculiaridades regionais e para a proteção da fauna e flora aquáticas, incluindo a relação de
espécies, bem como as demais medidas necessárias ao ordenamento pesqueiro.
A Lei nº 8.171/91 dispõe sobre a política agrícola e define que as empresas que exploram economicamente
águas represadas e as concessionárias de energia elétrica serão responsáveis pelas alterações ambientais por elas
provocadas e obrigadas a recuperação do meio ambiente, na área de abrangência de suas respectivas bacias
hidrográficas (Art. 23).
A Lei nº 9.537/97 trata da segurança do tráfego aquaviário em águas sob jurisdição nacional. Estabelece que
cabe à autoridade marítima promover a implementação e a execução desta Lei, com o propósito de assegurar a
salvaguarda da vida humana e a segurança da navegação, no mar aberto e hidrovias interiores, e a prevenção da
poluição ambiental por parte de embarcações, plataformas ou suas instalações de apoio (Art. 3º). A Lei foi
regulamentado por meio do Decreto nº 2.596/98.
A Lei nº 9.605/98, denominada de Lei de Crimes Ambientais, dispõe sobre as sanções penais e administrativas
derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. A Lei considera pesca todo ato tendente a retirar,
extrair, coletar, apanhar, apreender ou capturar espécimes dos grupos dos peixes, crustáceos, moluscos e vegetais
hidróbios, suscetíveis ou não de aproveitamento econômico, ressalvadas as espécies ameaçadas de extinção,
constantes nas listas oficiais da fauna e da flora.
34
A Lei define como crime a provocação, pela emissão de efluentes ou carreamento de materiais, o perecimento de
espécimes da fauna aquática existentes em rios, lagos, açudes, lagoas, baías ou águas jurisdicionais brasileiras
(Art. 33). A pena desta infração é detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas cumulativamente.
Incorre nas mesmas penas:
� Quem causa degradação em viveiros, açudes ou estações de aqüicultura de domínio público;
� Quem explora campos naturais de invertebrados aquáticos e algas, sem licença, permissão ou autorização da
autoridade competente;
� Quem fundeia embarcações ou lança detritos de qualquer natureza sobre bancos de moluscos ou corais,
devidamente demarcados em carta náutica.
Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares interditados por órgão competente resultará em
detenção de um ano a três anos ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. Incorre nas mesmas penas quem:
� Pesca espécies que devam ser preservadas ou espécimes com tamanhos inferiores aos permitidos;
� Pesca quantidades superiores às permitidas, ou mediante a utilização de aparelhos, petrechos, técnicas e
métodos não permitidos;
� Transporta, comercializa, beneficia ou industrializa espécimes provenientes da coleta, apanha e pesca
proibidas.
Resultará em reclusão de um ano a cinco anos a pesca mediante a utilização de: explosivos ou substâncias que,
em contato com a água, produzam efeito semelhante e substâncias tóxicas, ou outro meio proibido pela
autoridade competente (Art. 35).
É crime causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde
humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora. A pena é de reclusão,
de um a quatro anos, e multa (Art. 54).
O Decreto no 3.179/99, que dispõe sobre a especificação das sanções aplicáveis às condutas e atividades lesivas
ao meio ambiente, define os valores das multas da Lei 9.065/98.
A Lei no 9.795/99, que trata da educação ambiental e institui a Política Nacional de Educação Ambiental, define
como educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores
sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem
de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade (Art. 1o).
Dentre os objetivos fundamentais da educação ambiental mencionados na Lei, destacam-se (Art. 5o):
� O desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente em suas múltiplas e complexas
relações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos,
culturais e éticos;
� O estímulo e o fortalecimento de uma consciência crítica sobre a problemática ambiental e social;
35
� O estímulo à cooperação entre as diversas regiões do País, em níveis micro e macrorregionais, com vistas à
construção de uma sociedade ambientalmente equilibrada, fundada nos princípios da liberdade, igualdade,
solidariedade, democracia, justiça social, responsabilidade e sustentabilidade;
� O fortalecimento da cidadania, autodeterminação dos povos e solidariedade como fundamentos para o futuro
da humanidade.
O Decreta nº 4.281/02 regulamenta esta Lei, criando o Órgão Gestor responsável pela coordenação da Política
Nacional de Educação Ambiental e o seu Comitê Assessor.
O Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza - SNUC foi instituído pela Lei no 9.985/00 e
regulamentado por meio do Decreto nº 4.340/02. Entende-se por unidade de conservação o espaço territorial e
seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente
instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de
administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção.
O artigo 4º estabelece os objetivos, dos quais alguns são: contribuir para a manutenção da diversidade biológica
e dos recursos genéticos no território nacional e nas águas jurisdicionais; proteger as espécies ameaçadas de
extinção no âmbito regional e nacional; proteger e recuperar recursos hídricos e edáficos.
Uma das inovações do SNUC é o agrupamento das unidades de conservação em duas categorias (art.7º):
1. O grupo Unidades de Proteção Integral composto pelas seguintes categorias de unidade de conservação:
Estação Ecológica; Reserva Biológica; Parque Nacional; Monumento Natural; Refúgio de Vida Silvestre.
2. O grupo Unidades de Unidades de Uso Sustentável, incluindo: Área de Proteção Ambiental; Área de
Relevante Interesse Ecológico; Floresta Nacional; Reserva Extrativista; Reserva de Fauna; Reserva de
Desenvolvimento Sustentável; Reserva Particular do Patrimônio Natural.
O pescador profissional que exerça sua atividade de forma artesanal, individualmente ou em regime de economia
familiar, ainda que com o auxílio eventual de parceiros, fará jus ao benefício de seguro-desemprego, no valor de
um salário-mínimo mensal, durante o período de defeso de atividade pesqueira para a preservação da espécie
(Lei no 10.779/03).
A Portaria SUDEPE nº N-1/77 define que as barragens que implicarem na alteração de cursos de água serão
construídas com a observância das medidas de proteção à fauna aquática indicadas pela SUDEPE (substituída
pelo IBAMA). Obrigam-se as entidades empreendedoras a elaborar projetos, executar obras e implantar as
instalações de proteção à fauna aqüícola, na forma indicada pela SUDEPE, simultaneamente com aquelas que
irão alterar o curso de água.
São também obrigações das entidades que, direta ou indiretamente, exerçam a posse de barragens:
36
� Equipar, operar e manter sempre em funcionamento as instalações necessárias ao cumprimento dos
programas determinados pela SUDEPE inclusive executar o reflorestamento ciliar das bacias hidráulicas
com espécies indicadas à conservação da fauna;
� Realizar, diretamente ou por intermédio de órgãos públicos ou empresas especializadas, o desenvolvimento
dos programas de conservação da fauna aquática, mediante projetos aprovados pela SUDEPE;
� Encaminhar à SUDEPE, anualmente ou quando solicitadas, cópias de todos os relatórios e trabalhos técnicos
publicados, relacionados com os resultados dos projetos desenvolvidos.
As normas para o exercício da Pesca Amadora encontram-se na Portaria IBAMA nº 1.583/89. Os pescadores
amadores, inclusive os caçadores submarinos, obterão a Licença de Pesca Amadora mediante o pagamento de
uma taxa anual, definida na legislação em vigor, a ser recolhida junto à rede bancária autorizada, em formulário
próprio. Ficarão dispensados das licenças de que trata o artigo anterior, os pescadores amadores desembarcados
que utilizarem somente linha de mão ou vara, linha e anzol. O limite de captura e transporte por pescador é de 30
kg (trinta quilos) e mais 01 (um) exemplar de qualquer peso. Ficam dispensados do pagamento da taxa, os
aposentados e os maiores de sessenta e cinco anos, se do sexo masculino, e de sessenta anos, se do sexo
feminino, que utilizarem, para o exercício da pesca, linha de mão, caniço simples, caniço com molinete,
empregados com anzóis simples ou múltiplos, e que não sejam filiados aos clubes ou associações e desde que o
exercício da pesca não importe em atividade comercial (Lei n° 9.059/95).
A portaria IBAMA nº N-62-N dispõe sobre os peixes brasileiros ornamentais. Consistem basicamente em uma
lista de 180 espécies nativas que podem ser capturadas e comercializadas.
A Portaria IBAMA nº 22-N/93 estabelece normas para o exercício da pesca nos Estados de Mato Grosso e
Mato Grosso do Sul, excluindo-se a bacia hidrográfica do rio Paraná.
Estabelece-se a proibição e a permissão do emprego de alguns aparelhos na pesca profissional. Fica proibida a
pesca profissional e amadora nos seguintes locais:
� A menos de 200m (duzentos metros) a montante e a jusante de cachoeiras e corredeiras a montante e a
jusante de barragens, nas áreas determinadas pelos Superintendentes do IBAMA nos Estados de Mato
Grosso e Mato Grosso do Sul; e
� A menos de 200m (duzentos metros) da confluência dos rios com seus afluentes.
A Portaria define os comprimentos mínimos para as seguintes espécies:
Nome Comum Nome Científico Tamanho Mínimo
Piracanjuba Brycon orbignyanus 30cm
Piracanjuba Brycon hilarii 40cm
Curimatã, Curimbatá Prochilodus lineatus 30cm
Piau verdadeiro, Piau Leporinus obtusidens 25cm
Piau verdadeiro, Piau Leporinus elongatus 30cm
Pacu, Caranha, Pacu Caranha Piaractus mesopotamicus 40cm
37
Nome Comum Nome Científico Tamanho Mínimo
Dourado Salminus maxillosus 55cm
Jaú Paulicea luetkeni 80cm
Surubim, Cachara, Pintado Pseudoplatystoma coruscans 80cm
Surubim, Cachara, Pintado Pseudoplatystoma fasciatum 80cm
Armado Pterodoras granulosus 35cm
Pescada Plagioscion squamosissimus 25cm
Por meio da Portaria IBAMA nº 142-N/94 fica proibida a introdução, a transferência, o cultivo e a
comercialização de formas vivas das seguintes espécies de peixes, nas áreas abrangidas pelas bacias dos rios
Amazonas e Paraguai: Bagre africano (Clarias gariepinus) e Bagre do canal/catfish (Ictalurus punctatus).
Foram estabelecidas normas gerais, por meio da Portaria IBAMA nº 08/96, para o exercício da pesca na bacia
hidrográfica do Rio Amazonas, incluindo o Rio Amazonas, seus formadores, afluentes, lagos, lagoas marginais,
reservatórios e demais coleções de água sob domínio da União, excetuando-se a sub-bacia do Rio
Araguaia/Tocantins.
Na Portaria estabelece-se a proibição do emprego de alguns aparelhos e métodos na pesca profissional e a
proibição da pesca profissional e amadora nos seguintes locais:
� A menos de 200m (duzentos metros) a montante e a jusante de cachoeiras e corredeiras;
� A menos de 200m (duzentos metros) da confluência de rios;
� A montante e a jusante de barragens, a critério das Superintendências Estaduais do IBAMA.
Ainda estabelecem os tamanhos mínimos das seguintes espécies:
Nome Comum Nome Científico Tamanho Mínimo
Pirarucu Arapaima gigas 150cm
Surubim Pseudoplatystoma fasciatum 80cm
Caparari Pseudoplatystoma tigrinum 80cm
Tambaqui Colossoma macropomum 55cm
A Portaria IBAMA n o 113/97 estabelece a obrigatoriedade ao registro no Cadastro Técnico Federal de
Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais para as pessoas físicas ou
jurídicas que se dedicam a atividades potencialmente poluidoras e/ou extração, transporte e comercialização de
produtos potencialmente perigosos ao meio ambiente, assim como de minerais, produtos e subprodutos da fauna,
flora e pesca.
Por meio da Portaria IBAMA nº 107/98 ficou proibida a captura e a comercialização de indivíduos das espécies
abaixo indicadas, na Bacia dos Rios Araguaia/Tocantins, com tamanhos inferiores ao estabelecido:
38
Nome Comum Nome Científico Tamanho Mínimo
Pirarucu Arapaima gigas 150cm
Surubim/Pintado Pseudoplatystoma fasciatum 70cm
Tucunaré Cichla spp. 35cm
Curimatã Prochilodus nigricans 20cm
Mapará Hypophthalmus spp. 29cm
Pescada Plagioscion spp. 20cm
A Portaria IBAMA nº 145-N/98 estabelece normas para a introdução, reintrodução e transferência de peixes,
crustáceos, moluscos e macrófitas aquáticas para fins de aqüicultura, excluindo-se as espécies animais
ornamentais. Fica proibida a introdução de espécies de peixes de água doce, bem como de macrófitas de água
doce. Para introdução de espécies aquáticas dos grupos dos crustáceos, moluscos, macroalgas e peixes marinhos,
o interessado encaminhará ao IBAMA o Pedido de Introdução e Cultivo Experimental. Para reintrodução e
transferência de espécies o interessado encaminhará ao IBAMA o Pedido de Reintrodução ou Transferência.
A Portaria nº 01/01 Representação/IBAMA/AM proíbe, no Estado do Amazonas, a captura, o transporte e a
comercialização das espécies abaixo relacionadas, cujos comprimentos totais sejam inferiores a:
Nome Comum Nome Científico Tamanho Mínimo
Aruanã Osteoglossum bicirrhosum
Osteoglossum ferrerai
44cm
40cm
Curimatã Prochilodus nigricans 25cm
Jaraqui Semaprochilodus insignis
Semaprochilodus taeniatus
20cm
20cm
Pacu Mylossoma spp. 15cm
Tucunaré Cichla spp. 25cm
A Portaria IBAMA nº 30/03 estabelece normas gerais para o exercício da pesca amadora no território nacional,
inclusive competições e cadastros de entidades da pesca amadora junto ao IBAMA. Os pescadores amadores,
inclusive os praticantes da pesca subaquática, obterão a Licença para pesca amadora mediante o pagamento de
uma taxa, definida na legislação em vigor, a ser recolhida junto à rede bancária autorizada, em formulário
próprio, para uma das seguintes categorias: Pesca Desembarcada (Categoria A); Pesca Embarcada (Categoria B);
Pesca Subaquática (Categoria C). A Portaria IBAMA nº 39/03 trata da Licença para pesca amadora e do
formulário para a Carteira de Identificação do Pescador Amador Classe Permanente e Classe Especial.
A Portaria IBAMA nº036/03 permite, nos Estados do Amazonas e do Pará, a exportação de 16.000 (dezesseis
mil) exemplares de arraias (Potamotrygon sp), por ano, em sistema de cotas, por um período de junho de 2003 a
junho de 2005.
O Decreto-Lei n° 221/67 - ou Código de Pesca - dispõe sobre a proteção e estímulos à pesca. Nesta são
estabelecidas regras para pesca com fins comerciais, desportivos ou científicos, sendo (Art. 2º):
39
� Pesca comercial é a que tem por finalidade realizar atos de comércio na forma da legislação em vigor;
� Pesca desportiva é a que se pratica com linha de mão, por meio de aparelhos de mergulho ou quaisquer
outros permitidos pela autoridade competente, e que em nenhuma hipótese venha a importar em atividade
comercial;
� Pesca científica é a exercida unicamente com fins de pesquisas por instituições ou pessoas devidamente
habilitadas para esse fim.
Referente a pesca comercial, são definidas exigências para as embarcações pesqueiras, as empresas pesqueiras e
a organização do trabalho a bordo das embarcações de pesca, e para os pescadores profissionais.
Será concedida autorização para o exercício da pesca a amadores, nacionais ou estrangeiros, mediante licença
anual. Será mantido um registro de aqüicultores amadores e profissionais, que pagarão uma taxa anual.
No Capítulo IV - que trata das permissões, proibições e concessões - estabelece que é proibida a importação ou
exportação de quaisquer espécies aquáticas, em qualquer estágio de evolução, bem como a introdução de
espécies nativas ou exóticas nas águas interiores, sem autorização do órgão competente. Neste Capítulo são
ainda definidas regras para os aparelhos de pesca e sua utilização, o exercício da pesca subaquática, exploração
dos campos naturais de invertebrados aquáticos, bem como de algas.
O Decreto nº 62.934/68, que aprova o regulamento do Código de Mineração, o titular da concessão de lavra
deve evitar o extravio das águas e drenar as que possam ocasionar danos e prejuízos aos vizinhos e evitar
poluição do ar ou da água, resultantes dos trabalhos de mineração.
O Decreto nº 68.459/71 regulamenta a pesca, tendo em vista o aproveitamento racional e a conservação dos
recursos vivos do mar territorial brasileiro. Estabelece as zonas de pescas e normas para as atividades das
embarcações de pesca.
O Decreto nº 2.869/98 regulamenta a cessão de águas públicas para exploração da aqüicultura. A cessão de uso
de águas públicas da União, inclusive em áreas e parques aqüícolas já delimitados, será concedida a pessoas
físicas ou jurídicas, observado o seguinte (Art. 3º):
� Nas faixas ou áreas de preferência, a prioridade será atribuída a integrantes de populações locais ligadas ao
setor pesqueiro, de preferência quando representados por suas entidades, e a instituições públicas ou
privadas, para realização de pesquisas;
� Na faixa de fronteira, a cessão será concedida somente a pessoas físicas ou jurídicas brasileiras, de acordo
com a legislação vigente.
Na exploração da aqüicultura em águas doces será permitida somente a utilização de espécies autóctones da
bacia em que esteja localizado o empreendimento ou de espécies exóticas que já estejam comprovadamente
estabelecidas no ambiente (Art. 15). A Instrução Normativa Interministerial n o 9/01 estabelece normas
complementares ao Decreto 2.869, de 9/12/98, para o uso de águas públicas da União, para fins de aqüicultura.
40
O Decreto nº 4.297/02 estabelece os critérios para o Zoneamento Ecológico-Econômico do Brasil - ZEE. O
ZEE, instrumento de organização do território a ser obrigatoriamente seguido na implantação de planos, obras e
atividades públicas e privadas, estabelece medidas e padrões de proteção ambiental destinados a assegurar a
qualidade ambiental, dos recursos hídricos e do solo e a conservação da biodiversidade, garantindo o
desenvolvimento sustentável e a melhoria das condições de vida da população.
O ZEE dividirá o território em zonas, de acordo com as necessidades de proteção, conservação e recuperação dos
recursos naturais e do desenvolvimento sustentável.
O Decreto nº 4.339/02 institui princípios e diretrizes para a implementação da Política Nacional da
Biodiversidade. O objetivo geral desta Política é a promoção, de forma integrada, da conservação da
biodiversidade e da utilização sustentável de seus componentes, com a repartição justa e eqüitativa dos
benefícios derivados da utilização dos recursos genéticos, de componentes do patrimônio genético e dos
conhecimentos tradicionais associados a esses recursos.
Identificam-se entre suas diretrizes: (i) o esforço nacional de conservação e a utilização sustentável da
diversidade biológica deve ser integrado em planos, programas e políticas setoriais ou intersetoriais pertinentes
de forma complementar e harmônica; (ii) é vital prever, prevenir e combater na origem as causas da sensível
redução ou perda da diversidade biológica; (iii) a sustentabilidade da utilização de componentes da
biodiversidade deve ser determinada do ponto de vista econômico, social e ambiental, especialmente quanto à
manutenção da biodiversidade; (iv) a gestão dos ecossistemas deve ser descentralizada ao nível apropriado e os
gestores de ecossistemas devem considerar os efeitos atuais e potenciais de suas atividades sobre os ecossistemas
vizinhos e outros.
O Ministério do Meio Ambiente, por intermédio do Programa Nacional da Diversidade Biológica - Pronabio,
coordenará a implementação desta Política, mediante a promoção da parceria entre o Poder Público e a sociedade
civil para o conhecimento, a conservação da biodiversidade, a utilização sustentável de seus componentes e a
repartição justa e eqüitativa dos benefícios derivados de sua utilização.
O Decreto estabelece ainda os componentes da Política e respectivos objetivos específicos que devem ser
considerados como os eixos temáticos que orientarão as etapas de implementação desta Política.
As regras para a autorização de uso de espaços físicos de corpos de água de domínio da União para fins de
aqüicultura são estabelecidas pelo Decreto nº 4.895/03. O Decreto estabelece que a Secretaria Especial de
Aqüicultura e Pesca da Presidência da República - SEAP delimitará a localização dos parques aqüícolas e áreas
de preferência com prévia anuência do Ministério do Meio Ambiente, da Autoridade Marítima, do Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão e da ANA (Art. 3º). Para isto, a SEAP deve solicitar reserva de
disponibilidade hídrica à ANA para cessão de espaços físicos em corpos de água de domínio da União, que
analisará o pleito e emitirá a respectiva outorga preventiva, que será convertida automaticamente pela ANA em
outorga.
41
A autorização de uso de áreas aqüícolas será efetivada no âmbito do Ministério do Planejamento, Orçamento e
Gestão, após aprovação final do projeto técnico pela Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca. O pedido de
autorização, instruído na forma disposta em norma específica, será analisado pela Secretaria Especial de
Aqüicultura e Pesca, pela Autoridade Marítima, pelo IBAMA, pela ANA e pela Secretaria do Patrimônio da
União do Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão. Os proprietários de empreendimentos aqüícolas
atualmente instalados em espaços físicos de corpos d’água da União, sem o devido termo de outorga, deverão
requerer sua regularização no prazo de seis meses, contado da data de publicação deste Decreto (25 de novembro
de 2003).
O Decreto nº 5.069/04 dispõe sobre a composição, estruturação, competências e funcionamento do Conselho
Nacional de Aqüicultura e Pesca - CONAPE. Além de promover estas atividades econômicas, subsidia a
formulação e a implementação de políticas públicas estruturantes, de competência da Secretaria Especial de
Aqüicultura e Pesca da Presidência da República, com base nos objetivos e metas estabelecidos, de forma a
atender, dentre outros (Art. 2º):
� A normatização, respeitada a legislação ambiental, de medidas que permitam o aproveitamento sustentável
dos recursos pesqueiros altamente migratórios e dos que estejam subexplotados ou inexplotados;
� A manutenção, em articulação com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, de programas racionais
de exploração da aqüicultura em águas públicas e privadas.
O Conselho é composto por representantes dos poderes públicos, bancos e de entidades e organizações dos
movimentos sociais e dos trabalhadores da pesca e da aqüicultura.
Foi criado o Grupo Técnico de Trabalho com a finalidade de apresentar propostas de atualização e revisão da
legislação do setor de aqüicultura e pesca, por meio do Decreto de 13 de junho de 2003. O prazo final de
apresentação é o dia 31 de dezembro de 2004 (Decreto de 15 de março de 2004).
A Resolução CONAMA nº 01/86 dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais para o Relatório de Impacto
Ambiental - RIMA. Estabeleceu-se que dependerá de elaboração de estudo de impacto ambiental e respectivo
relatório de impacto ambiental - RIMA, a serem submetidos à aprovação do órgão estadual competente, e do
IBAMA em caráter supletivo, o licenciamento de atividades modificadoras do meio ambiente.
O estudo de impacto ambiental desenvolverá, no mínimo, as seguintes atividades técnicas (Art. 6º):
� Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto, completa descrição e análise dos recursos
ambientais e suas interações, tal como existem, de modo a caracterizar a situação ambiental da área, antes da
implantação do projeto;
� Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas, através de identificação, previsão da
magnitude e interpretação da importância dos prováveis impactos relevantes;
� Definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos;
42
� Elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos positivos e negativos,
indicando os fatores e parâmetros a serem considerados.
O relatório de impacto ambiental - RIMA refletirá as conclusões do estudo de impacto ambiental e deve ser
apresentado de forma objetiva e adequada a sua compreensão.
A Resolução CONAMA nº 003/88 define quais entidades civis, com finalidades ambientalistas, poderão
participar na fiscalização de Reservas Ecológicas, Públicas ou Privadas, Áreas de Proteção Ambiental, Estações
Ecológicas, Áreas de Relevante Interesse Ecológico, outras Unidades de Conservação e demais Áreas
protegidas. A participação na fiscalização, prevista nesta Resolução, será feita mediante a constituição de
mutirões ambientais, integrados no mínimo por três pessoas credenciadas por Órgão Ambiental competente (Art.
2º).
A Resolução CONAMA nº 237/97 estabelece procedimentos e critérios utilizados no licenciamento ambiental,
de forma a efetivar a utilização do sistema de licenciamento como instrumento de gestão ambiental. A Licença
Ambiental é o ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente estabelece as condições, restrições e
medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para
localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais
consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar
degradação ambiental.
A licença ambiental para empreendimentos e atividades consideradas efetiva ou potencialmente causadoras de
significativa degradação do meio dependerá de prévio estudo de impacto ambiental e respectivo relatório de
impacto sobre o meio ambiente (EIA/RIMA). O Poder Público, no exercício de sua competência de controle,
expedirá as seguintes licenças:
� Licença Prévia (LP) - concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade
aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos
básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação;
� Licença de Instalação (LI) - autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as
especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle
ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante;
� Licença de Operação (LO) - autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do
efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e
condicionantes determinados para a operação.
A Resolução ainda define as etapas do procedimento de licenciamento ambiental, prazo de validade de cada
Licença e as motivações para suspender ou cancelar uma licença expedida.
A Resolução CONAMA nº 286/01, estabelece que os empreendimentos sujeitos ao licenciamento ambiental,
previstos nas Resoluções CONAMA nº 01/86 e nº 237/97, cujas atividades potencializem os fatores de risco para
a ocorrência de casos de malária nas regiões endêmicas, deverão desenvolver, de acordo com orientação da
43
Fundação Nacional de Saúde-FUNASA, estudos epidemiológicos e conduzir programas voltados para o controle
da doença e de seus vetores, a serem implementados nas diversas fases do empreendimento (Art. 1º).
Caberá à FUNASA a definição dos municípios pertencentes às áreas de risco ou endêmicas para malária, cuja
relação será atualizada a cada doze meses e encaminhada aos órgãos ambientais competentes.
A Resolução CONAMA nº 289/01, estabelece diretrizes para o Licenciamento Ambiental de Projetos de
Assentamentos de Reforma Agrária. Cabe ao órgão ambiental competente expedirá a Licença Prévia - LP e a
Licença de Instalação e Operação - LIO para os projetos de assentamento de reforma agrária.
A Resolução define ainda que nos casos dos projetos de assentamento de reforma agrária situados na Amazônia
Legal, o responsável pelo projeto deverá obter junto à Fundação Nacional de Saúde - FUNASA, anteriormente à
solicitação da LP, a avaliação do potencial malarígeno da área e, antes da solicitação da LIO, o respectivo
atestado de aptidão sanitária (Art. 10).
A Resolução CONAMA nº 302/02 dispõe sobre os parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação
Permanente (APPs), especificamente, de reservatórios artificiais e o regime de uso do entorno.
Cabe ao órgão ambiental competente aprovar o plano ambiental de conservação e uso do entorno dos
reservatórios artificiais, considerando o plano de recursos hídricos, quando houver, sem prejuízo do
procedimento de licenciamento ambiental. Na análise do plano ambiental de conservação e uso de que trata este
artigo, será ouvido o respectivo comitê de bacia hidrográfica, quando houver (artigo 4º).
A aprovação do plano ambiental de conservação e uso do entorno dos reservatórios artificiais deverá ser
precedida da realização de consulta pública.
O artigo 3º dessa resolução estabelece os limites das APPs para os diferentes reservatórios artificiais, sendo:
� Trinta metros para os reservatórios artificiais situados em áreas urbanas consolidadas e cem metros para
áreas rurais;
� Quinze metros, no mínimo, para os reservatórios artificiais de geração de energia elétrica com até dez
hectares, sem prejuízo da compensação ambiental;
� Quinze metros, no mínimo, para reservatórios artificiais não utilizados em abastecimento público ou geração
de energia elétrica, com até vinte hectares de superfície e localizados em área rural.
Esses limites poderão ser ampliados ou reduzidos conforme estabelecido no licenciamento ambiental e no plano
de recursos hídricos da bacia na qual o reservatório se insere. Entretanto, o §3º do artigo 3º dispõe que a redução
do limite da APP, prevista no § 1º deste artigo, não se aplica às áreas de ocorrência original da floresta ombrófila
densa - porção amazônica.
A Resolução CONAMA nº 303/02 dispõe sobre os parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação
Permanente (APPs) em ambientes naturais, tais como cursos de água, lagos e lagoas naturais, topo de morros e
44
montanhas e nos locais de refúgio ou reprodução de exemplares da fauna ameaçadas de extinção. Essa
Resolução revoga a CONAMA nº 04/85.
A Resolução CONAMA nº 312/02 estabelece o procedimento de para o licenciamento ambiental dos
empreendimentos de carcinicultura na zona costeira. Classifica, em categorias de porte, os empreendimentos
individuais de carcinicultura em áreas costeiras, de acordo com a dimensão efetiva de área inundada. As áreas
propícias à atividade de carcinicultura serão definidas no Zoneamento Ecológico-Econômico, ouvidos os
Conselhos Estaduais e Municipais de Meio Ambiente e em conformidade com os Planos Nacionais, Estaduais e
Municipais de Gerenciamento Costeiro. No processo de licenciamento será considerado o potencial de produção
ecologicamente sustentável do estuário ou da bacia hidrográfica, definida e limitada pelo ZEE.
A Resolução CONAMA nº 344/04 estabelece as diretrizes gerais e os procedimentos mínimos para a avaliação
do material a ser dragado em águas jurisdicionais brasileiras. Para efeito de classificação do material a ser
dragado, são definidos critérios de qualidade, a partir de dois níveis:
� Nível 1: limiar abaixo do qual prevê-se baixa probabilidade de efeitos adversos à biota.
� Nível 2: limiar acima do qual prevê-se um provável efeito adverso à biota.
Para estes níveis são estabelecidos valores de concentrações de poluentes no sedimento, ou seja, um sistema de
classificação do material a ser dragado, a fim de orientar o gerenciamento da disposição (inclusive em águas
jurisdicionais brasileiras) deste material no procedimento de licenciamento ambiental.
A Resolução CONAMA nº 357/05 dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para
o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, revogando a
Resolução nº 20/86. A Resolução define 5 classes para águas doces, 4 classes para águas salinas e 4 para águas
salobras. Para cada classe são determinados os usos preponderantes da água e das condições e padrões de
qualidade das águas. No Artigo 34 encontram-se ainda as condições e os padrões a serem respeitados para o
lançamento de efluentes de qualquer fonte poluidora. O efluente não deverá causar ou possuir potencial para
causar efeitos tóxicos aos organismos aquáticos no corpo receptor, de acordo com os critérios de toxicidade
estabelecidos pelo órgão ambiental competente.
O Artigo 42 menciona que enquanto não aprovados os respectivos enquadramentos, as águas doces serão
consideradas classe 2, as salinas e salobras classe 1, exceto se as condições de qualidade atuais forem melhores,
o que determinará a aplicação da classe mais rigorosa correspondente. E, no Artigo 38, define-se que nas bacias
hidrográficas em que a condição de qualidade dos corpos de água esteja em desacordo com os usos
preponderantes pretendidos, deverão ser estabelecidas metas obrigatórias, intermediárias e final, de melhoria da
qualidade da água para efetivação dos respectivos enquadramentos, excetuados nos parâmetros que excedam aos
limites devido às condições naturais.
Na Resolução são ainda estabelecidas padrões de qualidade específicos para as águas doces onde ocorrer pesca
ou cultivo de organismos, para fins de consumo intensivo.
45
A Instrução Normativa IBAMA nº 19/01 estabelece que os participantes de mutirões ambientais, indicados por
entidades civis ambientalistas ou afins, devidamente treinados e credenciados pela Coordenação Geral de
Fiscalização Ambiental do IBAMA, passam a ser denominados Agentes Ambientais Voluntários. Considera-se a
importância da participação dessas entidades civis nos Mutirões Ambientais como forma de ampliação das
atividades de controle e fiscalização do uso dos recursos naturais renováveis.
O artigo 3º dessa instrução estabelece que compete aos agentes ambientais voluntários: (i) Atuarem sempre
através de Mutirões Ambientais, como previsto no artigo 2º, da Resolução CONAMA nº 003, de 1988; (ii)
lavrarem Autos de Constatação circunstanciados e devidamente assinados pelos presentes, sempre que for
identificada infração à legislação ambiental; (iii) reterem, quando possível, os instrumentos utilizados na prática
da infração penal e/ou os produtos dela decorrentes, e encaminhá-los imediatamente à autoridade policial mais
próxima.
A Instrução Normativa IBAMA nº 29/02 define os critérios para a regulamentação dos Acordos de Pesca
elaborados por comunidades ribeirinhas. Os “Acordos de Pesca” são entendidos “como um conjunto de normas
específicas decorrentes de tratados consensuais entre os diversos usuários e o órgão gestor dos recursos
pesqueiros em uma determinada área, definida geograficamente” (parágrafo único do art.1º).
Esses Acordos, geralmente, limitam o acesso a certos corpos de água, para certos petrechos, para certas épocas
do ano, para certos métodos de pesca e para certas espécies, contribuindo assim para a diminuição da pressão
sobre o uso dos recursos pesqueiros em nível local. Estabeleceu-se, como um dos critérios para a regulamentação
de Acordos de Pesca, definidos no âmbito de uma determinada comunidade pesqueira “que sejam
representativos dos interesses coletivos atuantes sobre os recursos pesqueiros (pescadores comerciais, de
subsistência, ribeirinhos, etc.), na área acerca da qual se refere o Acordo, desde que não comprometam o meio
ambiente enquanto patrimônio público a ser assegurado e protegido”.
A Instrução Normativa Interministerial MMA e SEAP-PR nº 8/03, que estabelece diretrizes para
implantação dos parques e áreas aqüícolas, define, entre outros, que o empreendimento pode ocupar um limite
máximo de até 1,0% da área superficial dos corpos de água fechados ou semiabertos, considerando-se o ponto
médio depleção e que não deverá existir uso conflitante no corpo de água.
A Instrução Normativa MAPA nº 53/03 se aplica ao controle sanitário a ser realizado nos estabelecimentos de
aqüicultura que desenvolvem atividades relacionadas com a reprodução, o cultivo, a comercialização e outras
atividades que usam com insumo animais aquáticos, com a finalidade impedir a introdução de doenças exóticas e
controlar ou erradicar aquelas existentes no país.
A Instrução Normativa Conjunta nº 01/04 (MMA, FEMA/MT, SEMA/MS) define que, no período de 1° a 28
de fevereiro de 2005, será permitida a pesca amadora, exclusivamente na modalidade pesque solte, mantendo a
proibição nas áreas do Estado do Mato Grosso abaixo descritas:
� Toda a bacia do Rio Paraguai, situada à montante da confluência com o Rio Jauru;
46
� Toda a bacia do Rio Cuiabá, situada à montante da ponte do anel viário da rodovia dos Imigrantes;
� Toda a bacia do Rio São Lourenço, situada à montante da confluência com o Rio Vermelho;
� Toda a bacia do Rio Itiquira, situada à montante da confluência com o Rio Peixe de Couro.
Fica permitida, nos rios da Bacia Hidrográfica do Rio Paraguai, apenas a pesca de subsistência (Art. 2°), ou seja,
aquela praticada artesanalmente por populações ribeirinhas e/ou tradicionais, para garantir a alimentação
familiar, sem fins comerciais.
A Instrução Normativa Conjunta define ainda os prazos para pesca amadora para o estado de Mato Grosso do
Sul.
A Instrução Normativa SEAP nº 03/04 estabelece que as pessoas físicas ou jurídicas só poderão exercer
atividade de pesca e aqüicultura com fins comerciais, se previamente inscritas no Registro Geral da Pesca - RGP,
na forma do disposto na presente Instrução Normativa. A IN estabelece os procedimentos para o requerimento de
autorizações, permissões e registros, bem como para o deferimento dos pedidos de Permissão Prévia de Pesca,
Permissão de Pesca e Registros e a conseqüente inscrição no RGP.
A Instrução Normativa MMA nº 05/04 lista, em seus anexos, as espécies de peixes e invertebrados aquáticos
ameaçadas de extinção e sobreexplotadas ou ameaçadas de sobreexplotação.
Para as espécies consideradas ameaçadas de extinção deverão ser desenvolvidos planos de recuperação que serão
elaborados e implementados sob a coordenação do IBAMA com a participação dos órgãos estaduais, da
comunidade científica e da sociedade civil organizada, em prazo máximo de cinco anos.
Para as espécies sobreexplotadas ou ameaçadas de sobreexplotação deverão ser desenvolvidos planos de gestão,
sob a coordenação do IBAMA, com a participação dos órgãos estaduais, da comunidade científica e da
sociedade civil organizada, em prazo máximo de cinco anos. Os planos de gestão visam a recuperação dos
estoques e da sustentabilidade da pesca, sem prejuízo do aprimoramento das medidas de ordenamento existentes.
A Instrução Normativa Interministerial nº 6/04 estabelece as normas complementares para a autorização de
uso dos espaços físicos em corpos de água de domínio da União para fins de aqüicultura. Essa norma jurídica foi
editada pela SEAP-PR, MMA, Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão - MPOG, Comandante da
Marinha, ANA e IBAMA.
A Instrução Normativa MMA nº 06/04 proíbe, anualmente, no período de 15 de setembro a 30 de novembro, o
exercício da pesca de arrasto de piramutaba (Brachyplatystoma vaillanti) em toda a área de ocorrência da
espécie, na foz dos rios Amazonas e Pará.
47
A Instrução Normativa MMA nº 18/04 estabelece normas gerais e específicas para o período de proteção à
reprodução natural dos peixes, temporada de 2005, nas bacias hidrográficas dos rios Amazonas e Jarí, e Ilha de
Marajó.
A Instrução Normativa MMA nº 25/04 Fixar o período de 1º de novembro de 2004 a 28 de fevereiro de 2005,
como defeso da reprodução de peixes na bacia hidrográfica dos rios Tocantins e Gurupi.
2.2.1.3. Terras Indígenas
Com a redação da Portaria FUNAI nº 1.060/94, que altera o Decreto nº 608/92, foi definida que qualquer
território indígena criado e/ou a ser criado, terá a categoria Terra Indígena, eliminando a existência de vários
tipos de Terras Indígenas, previstos na Constituição Federal de 1988 e na Lei nº 6.001/73 - o "Estatuto do Índio".
O Decreto nº 1.141/94 estabelece, no Artigo 1º que as ações de proteção ambiental, saúde, e apoio às atividades
produtivas voltadas às comunidades indígenas constituem encargos da União. As ações dar-se-ão mediante
programas nacionais e projetos específicos, de forma integrada entre si e em relação às demais ações
desenvolvidas em terras indígenas, elaborados e executados pelos Ministérios da Justiça, da Saúde, da
Agricultura, do Abastecimento e da Reforma Agrária, do Meio Ambiente e da Cultura, ou por seus órgãos
vinculados e entidades supervisionadas. Na elaboração dos programas e projetos será garantida a participação de
representantes da Funai e da comunidade indígena envolvida.
Cabe à Comissão Intersetorial, instituída pelo Decreto: (i) definir os objetivos gerais que nortearão os programas
e projetos a serem executados; (ii) analisar e aprovar os programas e projetos propostos por órgãos
governamentais e não-governamentais; (iii) estabelecer prioridade para otimizar o uso dos recursos financeiros,
materiais e humanos existentes.
O Decreto nº 1.775/96 dispõe sobre o procedimento administrativo de demarcação das Terras Indígenas. Define
que as Terras Indígenas serão administrativamente demarcadas por iniciativa e sob a orientação do órgão federal
de assistência ao índio. A demarcação das terras tradicionalmente ocupadas pelos índios será fundamentada em
trabalhos desenvolvidos por antropólogo de qualificação reconhecida, que elaborará, em prazo fixado na portaria
de nomeação baixada pelo titular do órgão federal de assistência ao índio, estudo antropológico de identificação.
Para isto, o órgão federal de assistência ao índio designará grupo técnico especializado, composto
preferencialmente por servidores do próprio quadro funcional, coordenado por antropólogo, com a finalidade de
realizar estudos complementares de natureza etno-histórica, sociológica, jurídica, cartográfica, ambiental e o
levantamento fundiário necessários à delimitação.
Verificada a presença de ocupantes não índios na área sob demarcação, o órgão fundiário federal dará prioridade
ao respectivo reassentamento, segundo o levantamento efetuado pelo grupo técnico. A demarcação das terras
indígenas será homologada mediante decreto.
48
Em anexo, encontram-se os mapas com a situação fundiária de demarcação das Terras Indígenas nos Estados da
bacia Amazônica. Observa-se que os nove Estados abrangem um total de 378 Terras Indígenas, sendo somente
no Estado de Amazonas 165. No Estado de Amapá, 100% das Terras Indígenas foram demarcadas e na
Amazonas, 48%.
2.2.2. Legislação dos Estados da Amazônia Legal
Acre
Recursos hídricos
A Lei nº 1500/03, instituiu a Política Estadual de Recursos Hídricos e o Sistema Estadual de Gerenciamento de
Recursos Hídricos do Estado do Acre, dispondo sobre infrações e penalidades aplicáveis.
A citada Lei incluiu como instrumentos da Política Estadual: (i) o plano estadual de recursos hídricos; (ii) os
planos de bacia hidrográfica; (iii) o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos no Acre - SIRENA,
inserido no âmbito do Sistema Estadual de Informações Ambientais - SEIAM; (iv) o enquadramento dos corpos
em classes segundo os usos da água; (v) a outorga dos direitos de uso de recursos hídricos; (vi) a cobrança pelo
uso de recursos hídricos; (vii) o Fundo Especial de Meio Ambiente - FEMAC, criado pela Lei no 1.117, de 26 de
janeiro de 1994; (viii) o Zoneamento Ecológico-Econômico do Acre; (ix) o plano estadual de meio ambiente; (x)
os convênios de cooperação; (xi) a educação ambiental; (xii) a avaliação de impactos ambientais; (xiii) os
incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, voltados para a
melhoria da qualidade ambiental; (xiv) o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente
poluidora; (xv) as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidas necessárias à
preservação ou correção da degradação ambiental.
Integram o Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos: (i) o Conselho Estadual de Meio
Ambiente, Ciência e Tecnologia - CEMACT e sua Câmara Técnica de Recursos Hídricos; (ii) os comitês de
bacia hidrográfica; (iii) o Instituto do Meio Ambiente do Acre - IMAC; (iv) os órgãos e entidades dos poderes
públicos federal, estadual e municipais cujas competências se relacionem com a gestão de recursos hídricos; (v)
as agências de água.
O Instituto do Meio Ambiente do Acre - IMAC é competente para a emissão da outorga de direito de uso de
recursos hídricos e da outorga preventiva de uso de recursos hídricos do Estado com finalidade de declarar a
disponibilidade de água para os usos requeridos, observados os planos de recursos hídricos, ouvidos os
respectivos comitês de bacia, quando houver. Há ainda que se ressaltar que a Lei nº 1.500/03, prevê que a
cobrança pelo uso de recursos hídricos será efetuada pelo IMAC, podendo haver delegação à Agência
Reguladora de Serviços Públicos do Acre.
49
Biodiversidade aquática
A Lei nº 1.022/92 institui o Sistema Estadual de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia e o Conselho Estadual de
Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia - SISMACT. O Sistema tem por objetivo, racionalizar, no espaço
estadual, as ações de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, da forma mais participativa possível, adequadas às
realidades locais e propiciadoras de desenvolvimento econômico e social auto-sustentado.
Na estrutura, o Conselho Estadual de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia - CEMACT é o órgão colegiado
deliberativo e normativo superior. A Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente é o órgão
central, com a finalidade de planejar, coordenar e apoiar a Política Estadual e as diretrizes governamentais
fixadas para o Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia. O Instituto de Meio Ambiente do Acre - IMAC e a
Fundação de Tecnologia do Estado do Acre - FUNTAC integrarão o SISMACT, na condição de órgãos
executores das Políticas Estaduais de Meio Ambiente e de Ciência e Tecnologia, respectivamente.
A Lei nº 1.117/94 dispõe sobre a Política Estadual de Meio Ambiente, sua implementação e acompanhamento,
fixando objetivos, diretrizes e normas básicas para a proteção, conservação e preservação do meio ambiente e
recursos ambientais, como premissa de melhoria da qualidade de vida da população (Art. nº 1).
Identificam-se entre os seus objetivos:
� Compatibilizar o desenvolvimento econômico com a necessidade de conservação e preservação dos
ecossistemas, como condição para garantia da saúde e sobrevivência da população;
� Garantir a utilização adequada do solo e dos recursos hídricos destinados a fins urbanos e rurais,
monitorando a ocupação e uso dos espaços territoriais de acordo com suas limitações e condicionantes
ecológicas e ambientais, estabelecidos na legislação vigente ou com base em estudos técnico - científicos
reconhecidos;
� Proteger a fauna e a flora nativas bem como seus "habitats" naturais.
A política ambiental do Estado do Acre, visando ao desenvolvimento sustentado e proteção ambiental, será
consubstanciada na forma de um Plano Estadual de Meio Ambiente, integrando programas e respectivos projetos
e atividades. O Plano Estadual de Meio Ambiente será elaborado pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio
Ambiente, SECTMA e Secretaria de Planejamento - SEPLAN, garantida a participação dos segmentos
organizados da sociedade e submetido à apreciação do Conselho Estadual de Meio Ambiente, Ciência e
Tecnologia - CEMACT, no início de cada exercício administrativo.
No Capítulo II, do controle da poluição, são tratados os aspectos ambientais da proteção a fauna e flora
aquáticas. Neste estabelece que a utilização da fauna e flora aquáticas pode ser efetuada através da pesca ou
coleta com fins comerciais, desportivos e científicos. Define diretrizes para pesca, proibindo, entre outros, esta
atividade em corpos de água, nos períodos em que ocorrem fenômenos migratórios para a reprodução.
Compete ao Estado, através do Conselho Estadual de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia - CEMACT,
mediante proposta do Instituto de Meio Ambiente do Acre - IMAC, estabelecer, com base em estudos técnico-
50
científicos reconhecidos, em caráter supletivo ou complementar, medidas, parâmetros e padrões destinados a
proteção do ambiente aquático, tendo em vista as características regionais dos cursos hídricos e águas interiores.
No Capítulo IV (dos aspectos ambientais do saneamento) se define que os esgotos sanitários deverão ser
coletados, tratados e receber destinação adequada, de forma a se evitar contaminação de qualquer natureza. Os
efluentes líquidos provenientes de indústrias instaladas ou a se instalarem no Estado deverão ser tratados de
acordo com o tipo de águas residuais que produzam e coletados separadamente, através de sistemas próprios, de
acordo com sua origem e natureza.
É proibido o uso e aplicação de agrotóxicos, seus componentes e afins, inclusive por via área, a menos de 100m
de quaisquer cursos hídricos, sendo a inobservância a esta interdição considerada prática perigosa à
incolumidade pública.
O Decreto nº 503/99 institui o Programa Estadual de Zoneamento Ecológico - Econômico do Acre. Cabe à
Secretaria de Estado de Planejamento e Coordenação - SEPLAN/AC a coordenação do Programa; e a Secretaria
de Estado de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente - SECTMA é a executora. Foi ainda instituída a Comissão
Estadual do Zoneamento Ecológico - Econômico do Acre, instância deliberativa do Programa. Um dos
princípios do Programa é o uso equilibrado dos recursos naturais e do meio ambiente, buscando a satisfação das
necessidades presentes sem comprometer os recursos para as gerações futuras.
Amapá
Recursos hídricos
A Lei nº 686/02 instituiu a Política de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Estado estabelecendo como seus
instrumentos: (i) o Plano Estadual de Recursos Hídricos; (ii) Planos Diretores de Bacias Hidrográficas; (iii) o
enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os usos preponderantes; (iv) a outorga dos direitos de
uso de recursos hídricos; (v) a cobrança pelo uso de recursos hídricos; (vi) o rateio dos custos das obras de
recursos hídricos; (vii) a compensação aos Municípios; (viii) o Sistema Estadual de Informações sobre Recursos
Hídricos; e (ix) o Fundo Estadual de Recursos Hídricos.
O Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Estado foi instituído pela citada Lei, sendo
composto pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos, pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente - SEMA,
pelos Comitês de Bacia Hidrográfica - CBH, pelas Agências de Água e pelas organizações civis que atuam na
área de recursos hídricos.
A Lei de Recursos Hídricos do Amapá atribuiu competência ao Poder Executivo de publicar, a cada dois anos,
relatório sobre a "Situação dos Recursos Hídricos das Bacias Hidrográficas", de cada bacia, na forma prevista
em regulamento, para avaliar a evolução de eficácia do Plano Estadual de Recursos Hídricos e dos Planos das
Bacias Hidrográficas, que será aprovado pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos.
51
Biodiversidade aquática
A Lei nº 0064/93 dispõe sobre a pesca industrial de arrasto de camarões e o aproveitamento compulsório da
fauna acompanhante dessa pesca na costa do Amapá. A Lei veda a pesca industrial de arrasto de camarões na
costa estadual, nos casos de:
� Período de defeso, estabelecido por Lei, de 20 de dezembro a 20 de março;
� Pesca de arrasto a menos de trinta milhas marítimas da costa;
� Barcos estrangeiros arrendados que não contribuírem com transferência de tecnologia e melhores inovações,
do que os barcos brasileiros, na diminuição da pesca predatória e no maior aproveitamento da fauna
acompanhante.
A Lei Complementar nº 0005/94 institui no âmbito do Estado do Amapá, o Código de Proteção ao Meio
Ambiente. Define que a Política Estadual do Meio Ambiente compreende o conjunto de diretrizes
administrativas e técnicas com a finalidade de orientar as ações governamentais para a utilização racional dos
recursos ambientais, bem como para a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à
vida, visando assegurar, no Estado, condições ao desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses da segurança
e a proteção da dignidade da vida humana (Art. 2º). A lei é regulamentado por meio do Decreto 309/98.
Entre os objetivos da Política verificam-se:
� Estabelecer critérios e padrões de qualidade ambiental e normas relativas ao uso e manejo de recursos
naturais;
� Compatibilizar o desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do
equilíbrio ecológico.
São instrumentos da Política Estadual do Meio Ambiente: (i) o planejamento ambiental; (ii) os mecanismos de
avaliação de impacto ambiental e Audiência Pública; (iii) o licenciamento em suas diversas formas, e as
autorizações ambientais; (iv) o controle, o monitoramento e a fiscalização das atividades, processos e
empreendimentos que causem ou possam causar impactos ambientais; (v) os espaços territoriais especialmente
protegidos, incluindo as unidades de conservação; (vi) a educação ambiental; (vii) os mecanismos de estímulos e
incentivos que promovam a recuperação, preservação e melhoria do meio ambiente; (viii) o sistema estadual de
registros, cadastros e informações ambientais; (ix) a Pesquisa e Tecnologia Ambiental; (x) as penalidades ao não
cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental; (xi) as normas,
padrões, critérios e parâmetros relativos à utilização, exploração, defesa e desenvolvimento dos recursos naturais
e à qualidade ambiental.
O Título IV trata do uso e conservação dos recursos do meio ambiente e define que as atividades pesqueiras
serão objeto de registro e autorização a serem outorgadas pelo órgão competente. Estabelece ainda normas e
proibições referentes a esta atividade e métodos de pesca.
52
O proprietário ou concessionário de represas ou cursos de água, além de outras disposições legais, é obrigado a
tomar medidas de proteção à fauna e flora aquáticas. No caso de construção de barragens, tais medidas deverão
ser adotadas quer no período de instalação, fechamento de comportas ou operação de rotina.
O Capítulo VI aborda os recursos hídricos. Os órgãos estaduais e municipais competentes e sociedade civil
organizada articular-se-ão para exercer a gestão de qualidade dos recursos hídricos do Estado, que deverá
compatibilizar os potenciais de assimilação de cargas poluidoras pelos corpos de água e os padrões admissíveis
de lançamento de efluentes estabelecidos em lei (Art. 86). Quaisquer atividades ou empreendimentos que
impliquem na modificação de cursos de água deverão ser previamente licenciados pelo órgão ambiental do
Estado. Fica vedado o lançamento de efluentes e esgotos urbanos e industriais sem o devido tratamento, em
qualquer corpo de água.
A Lei nº 0165/94 cria o Sistema Estadual do Meio Ambiente - SIEMA, dispõe sobre a organização, composição
e competência do Conselho Estadual do Meio Ambiente - COEMA e cria o Fundo Especial de Recursos para
Meio Ambiente. O Sistema Estadual do Meio Ambiente - SIEMA terá como objetivos a administração da
qualidade ambiental, proteção e desenvolvimento do meio Ambiente e propugnar pelo uso adequado dos
Recursos Naturais (Art. 3º). O SIEMA será composto por: (i) o Conselho estadual do Meio Ambiente -
(COEMA) - órgão colegiado, deliberativo, normativo e recursal; (ii) órgãos e entidades da administração
estadual direta e indireta, instituídos pelo Estado, executores de atividades total ou parcialmente associadas à
preservação da qualidade ambiental ou ao disciplinamento do uso de recursos ambientais; (iii) órgãos e ou
entidades municipais responsáveis pelo controle e fiscalização das atividades pertinentes ao sistema nas suas
respectivas áreas de jurisdição.
Amazonas
Recursos hídricos
A Lei nº 2.712/01 institui a Política Estadual de Recursos Hídricos e estabelece o Sistema Estadual de
Gerenciamento de Recursos Hídricos. Os instrumentos instituídos na Política Estadual de Recursos Hídricos são:
(i) o Plano Estadual de Recursos Hídricos; (ii) os Planos de Bacia Hidrográfica; (iii) enquadramento dos corpos
de água em classes, segundo os usos preponderantes da água; (iv) a outorga dos direitos de uso de recursos
hídricos; (v) a cobrança pelo uso de recursos hídricos; (vi) o Fundo Estadual de Recursos Hídricos; (vii) o
Sistema Estadual de Informações sobre Recursos Hídricos; (viii) o Zoneamento Ecológico-Econômico do Estado
do Amazonas; e (ix) o Plano Ambiental do Estado do Amazonas.
A bacia hidrográfica é a unidade de implementação da Política e do Sistema de Gerenciamento dos Recursos
Hídricos. É o alicerce para a realização de estudos técnicos e para a estrutura organizacional da gestão da água.
A delimitação das bacias hidrográficas do Estado do Amazonas é o primeiro passo no sentido de garantir a oferta
de água em quantidade e qualidade suficiente à vida e ao desenvolvimento sustentável. A delimitação das bacias
resulta de proposta apresentada pelo Grupo de Trabalho Interinstitucional - GTI, criado por portaria do
53
Secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, composto por técnicos e pesquisadores
da SDS, IPAAM, UEA, UFAM, CPRM E INPA (SDS, 2005).
O Sistema Estadual de Gerenciamento dos Recursos Hídricos é integrado: (i) pelo Conselho Estadual de
Recursos Hídricos; (ii) pelos comitês de bacia hidrográfica; (iii) pelo Instituto de Proteção Ambiental do
Amazonas - IPAAM, na condição de órgão gestor; e (iv) pelos órgãos dos poderes públicos federal, estadual e
municipais, cujas competências se relacionem com a gestão de recursos hídricos.
Biodiversidade aquática
A Lei nº 1.532/82 disciplina a Política Estadual de Prevenção e Controle da Poluição, Melhoria e Recuperação
do Meio Ambiente e da Proteção aos Recursos Naturais. A Política tem por objetivos, entre outros:
� Fixar as diretrizes da ação governamental, com vistas à proteção de Meio Ambiente, à conservação e
proteção da flora, da fauna e das belezas cênicas e ao uso racional do solo, da água e ar;
� Propor critérios de exploração e uso racional dos recursos naturais, objetivando o aumento de produtividade,
sem prejuízo à saúde.
A Lei foi regulamentada por meio do Decreto Estadual nº 10.028/87. Define os órgãos responsáveis pela
formulação e execução da Política e os instrumentos da Política: (i) o zoneamento ambiental; (ii) a avaliação de
impactos ambientais; (iii) a proibição, licenciamento e controle de atividades com potencial de impacto no Meio
Ambiente; (iv) implementação de um sistema de informações ambientais; (v) o incentivo, pesquisa e
desenvolvimento de tecnologias apropriadas ao meio ambiente; (vi) a implementação de programas de educação
ambiental; e (vii) a implementação de mecanismos de consultas à comunidade.
O Decreto cria ainda o Sistema Estadual de Licenciamento de Atividades com Potencial de Impacto - SELAPI e
estabelece normas para a obtenção das licenças prévia, de instalação e de operação.
A Lei nº 2.407/96 estabelece o Sistema Estadual de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia - SIEMACT, que se
constitui dos seguintes órgãos: (i) Órgão Superior - o Conselho Estadual do Meio Ambiente, Ciência e
Tecnologia - COMCITEC, núcleo central do sistema, integrante do Gabinete do Governador, com o objetivo de
assessorar na formulação da política estadual e nas diretrizes governamentais para o Meio Ambiente, Ciência e
Tecnologia; (ii) Órgão de Execução: o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas - IPAAM, com funções de
secretaria executiva do COMCITEC e de articulação e apoio técnico-administrativo à implementação da política
estadual de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia; (iii) Órgãos Setoriais: as entidades estaduais, federais e
privadas de ensino, pesquisa, extensão, fomento, assistência, informação, de desenvolvimento científico e
tecnológico, bem como de controle da qualidade ambiental, existentes no Estado.
O Decreto nº 22.305/01 modifica a composição do Conselho Estadual de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia,
estabelecida no Art. 8º da Lei, identificando os representantes dos órgãos e entidades.
54
A Lei nº 2.713/01 dispõe sobre a Política de Proteção à Fauna Aquática e de Desenvolvimento da Pesca e
Aqüicultura Sustentável no Estado do Amazonas.
A Lei estabelece que o Conselho Estadual do Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia - COMCITEC é o órgão
formulador desta política e que o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas - IPAAM é a entidade
responsável pela execução da política. Cabe ao IPAAM, dentre outros, o licenciamento, regulamentação,
orientação, monitoramento e fiscalização das atividades de captura, extração, coleta, transporte, conservação,
transformação, beneficiamento, cultivo, industrialização, comercialização e outros serviços relacionados à pesca,
visando a conservação e o uso sustentável dos recursos pesqueiros.
A Lei estabelece princípios e diretrizes da atividade pesqueira, assegurando o equilíbrio ecológico, a
conservação dos recursos pesqueiros e a capacidade de suporte dos ambientes aquáticos (Art. 9º). Define normas
relativas à permissão, à restrição ou à proibição equipamentos e métodos ou técnicas empregados na atividade
pesqueira e estabelece que para o exercício das atividades de pesca e aqüicultura no estado do Amazonas, é
obrigatória a licença.
Para o exercício das atividades de pesca e aqüicultura no estado do Amazonas, é obrigatória a licença, salvo nas
modalidades de despesca (quando destinada à captura do produto da piscicultura e da aqüicultura confinadas) e
de subsistência (quando praticada por pessoa carente, nas imediações de sua residência, destinada ao sustento da
família).
Identifica-se o zoneamento da pesca no Estado como instrumento de desenvolvimento sustentável da fauna
aquática. Compete ao Conselho Estadual de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia - COMCITEC, aprovar os
relatórios técnicos, os calendários da pesca e os mapas do zoneamento, que serão revistos periodicamente, em
intervalos de, no máximo 5 anos.
Um outro instrumento da Lei é a educação, que visam ao desenvolvimento integrado de programas de educação
ambiental e de informação técnica, relativos à proteção e ao incremento dos recursos da fauna e da flora
aquáticas no Estado. Cabe ao poder público divulgar os princípios e o conteúdo desta Lei nas escolas de nível
fundamental, médio e superior da rede estadual, em colônias e associações de pescadores, em órgãos ambientais,
bibliotecas públicas e Prefeituras Municipais.
A Lei estabelece ainda infrações e penalidades, e os autores do dano ficam obrigados à reparação ambiental, por
meio da reposição de espécies ou recuperação ambiental, de acordo com orientação do órgão estadual de meio
ambiente.
O Decreto nº 16.497/95 cria o Parque Estadual do Rio Negro, localizado nas áreas dos Municípios de Manaus,
Novo Airão, Iranduba e Manacapuru, com área de aproximadamente 436.042 ha.
55
O Parque Estadual do Rio Negro tem por finalidade precípua, a preservação dos ecossistemas naturais
englobados, contra quaisquer alterações que os desvirtuem, destinando-se a fins científicos, culturais, educativos
e recreativos. Cabe ao Instituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas - IPAAM, a administração do
Parque criado por este Decreto, devendo executar e aprovar o respectivo Plano de Manejo no prazo máximo de
02 (dois) anos.
A Área de Proteção Ambiental da Margem Direita do rio Negro foi criada pelo Decreto nº 16.498/95. A APA
tem uma área total de 1.295.091 ha, que circunda o Parque Estadual do Rio Negro e que abrange os Municípios
de Manaus, Novo Airão, Manacapuru, Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva.
A Lei nº 2.646/01 altera os limites do Parque Estadual do rio Negro, Setores Norte e Sul, e das Áreas de
Proteção Ambiental, das margens esquerda e direita do rio Negro, criados pelos Decretos nº 16.497/95 e nº
16.498/95.
O Decreto n° 22.304/01 proíbe na bacia do rio Negro, a partir da divisa do Estado do Amazonas com a
Colômbia até a foz do Rio Branco, a pesca comercial ou profissional em todas as suas fases, compreendendo a
captura, a extração, a coleta, o transporte, a conservação, a transformação, o beneficiamento, a industrialização e
a comercialização.
A proibição não se aplica:
� Às atividades de pesca praticadas pelos habitantes do referido trecho da bacia, destinadas a exclusivo
abastecimento das comunidades e cidades nele localizadas;
� À pesca de espécies ornamentais;
� Ao comércio de pescado proveniente de criatórios autorizados pelo órgão ambiental competente.
O Decreto n° 22.747/02 regulamenta a pesca esportiva, recreativa e de subsistência no Estado do Amazonas.
Estabelece que nas modalidades de pesca esportiva, somente é permitida a captura de até 10 (dez) quilos de
pescado, por pescador, exclusivamente para consumo próprio (redação do Decreto nº 23.050/02, que altera o
Decreto n° 22.747/02). Cada pescador esportivo, além da quantidade prevista, poderá transportar mais uma
unidade de qualquer peso, considerada “troféu”, ressalvadas as espécies que devam ser preservadas ou as que se
encontrarem em período de defeso.
Estabelece que o limite para captura de pescado na modalidade de pesca de Subsistência, considerando o local e
data em que essa se realize, será estabelecido pelo IPAAM.
Para o exercício das atividades de pesca no Estado do Amazonas deve ser obtido, junto ao IPAAM, licença, que
só será válida para os locais indicados. Cabe ainda ao IPAAM propor ao Poder Executivo a Criação de Reservas
de Desenvolvimento Sustentável de Pesca Esportiva.
56
Maranhão
Recursos hídricos
A Política Estadual de Recursos Hídricos e o Sistema de Gerenciamento Integrado de Recursos Hídricos, foram
instituídos pela Lei nº 7.052/97, revogada recentemente pela Lei nº 8.149/04.
Os instrumentos da Política previstos no art. 5º da referida Lei são: (i) os Planos de Recursos Hídricos; (ii) os
Planos Diretores de Bacia Hidrográfica; (iii) o enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os usos
preponderantes da água; (iv) a outorga dos direitos de uso dos recursos hídricos e o licenciamento das obras
utilizadoras destes recursos; (v) a cobrança pelo uso de recursos hídricos; (vi) o Sistema Estadual de Informações
sobre Recursos Hídricos; (vii) os programas destinados à capacitação profissional na área de recursos hídricos;
(viii) as campanhas educativas visando conscientizar a sociedade para a utilização racional dos recursos hídricos
do Estado; (ix) o Cadastro Estadual de usuários de recursos hídricos; (x) o Fundo Estadual de Recursos Hídricos
e demais Fundos; e (xi) a aplicação de penalidades.
O Conselho Estadual de Recursos Hídricos é composto por: (i) representantes do poder público federal, estadual
e municipal com atuação relevante nas questões de meio ambiente; recursos hídricos e desenvolvimento
sustentável; (ii) representantes dos usuários; (iii) representantes das comunidades, caracterizadas por associações
e entidades da sociedade civil legalmente constituídas atuantes na área de recursos hídricos. A presidência do
Conselho Estadual de Recursos Hídricos é exercida pelo titular da Gerência de Estado de Meio Ambiente e
Recursos Naturais.
O Decreto nº 20.378/04 dispõe sobre o Plano Estadual de Recursos Hídricos e o Sistema Estadual de Gestão de
Recursos Hídricos.
Biodiversidade aquática
O Estado institui a Política de Meio Ambiente, por meio da Lei nº 5.905/92; o Código Estadual de proteção do
Meio Ambiente.
A Resolução nº 02/04 do Conselho Estadual do Meio Ambiente - CONSEMA estabelece o procedimento
específico para o licenciamento ambiental dos empreendimentos de cultivo de camarão na zona costeira e demais
áreas propícias no território do Estado do Maranhão. Estabelece que no licenciamento ou regularização de
empreendimentos de carcinicultura as outorgas de direito de uso dos recursos hídricos será obrigatória.
A instalação e a operação de empreendimentos de carcinicultura não prejudicarão as atividades tradicionais de
sobrevivência das comunidades locais, respeitando-se o estabelecido no Plano de Biossegurança e, no mínimo,
20% da área total do empreendimento deverá ser destinada à preservação integral. O Plano de Biossegurança é
um conjunto de medidas, procedimentos e ações adotados para prevenir e/ou mitigar os impactos relacionados à
57
introdução e propagação de doenças e a dispersão de exemplares de espécies exóticas e nativas, com o fim de
assegurar o equilíbrio do meio ambiente.
Mato Grosso
Recursos hídricos
A Política Estadual de Recursos Hídricos estabelece como os seus instrumentos de gestão (Lei nº 6.945/97): (i) o
Plano Estadual de Recursos Hídricos; (ii) o enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os usos
preponderantes da água; (iii) a outorga dos direitos de uso de recursos hídricos; (iv) a cobrança pelo uso de
recursos hídricos; e (v) o Sistema de Informações Sobre Recursos Hídricos.
O Sistema Estadual de Recursos Hídricos é composto: (i) pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos -
CEHIDRO; (ii) pelos Comitês Estaduais de Bacias Hidrográficas; e (iii) pelo órgão Coordenador/Gestor.
O Decreto no 1291/00 regulamentou o licenciamento de poços tubulares. O Decreto define o licenciamento
obrigatório (Prévia, Instalação e Operação) para todos que perfuram ou pretendem perfurar poços tubulares no
estado, e que este deverá ser renovado anualmente.
Biodiversidade aquática
A Lei Complementar nº 38/95 dispõe sobre o Código Estadual do Meio Ambiente, estabelece as bases
normativas para a Política Estadual do Meio Ambiente e define, entre outros, os seguintes princípios:
� Ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como
patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo;
� Recuperação do meio ambiente e gestão de recursos ambientais, bem como diretrizes para seu detalhamento
em planos setoriais, de acompanhamento e avaliação;
� Racionalização do uso do solo, do subsolo, da água, da fauna, da flora e do ar;
� Recuperação das áreas degradadas
O Sistema Estadual do Meio Ambiente - SEMA tem como finalidade integrar todos os mecanismos da Política
Estadual do Meio Ambiente, sob a coordenação do Secretário Especial do Meio Ambiente, sendo composto por
(Art. 2º): (i) Conselho Estadual do Meio Ambiente - CONSEMA; (ii) órgãos ou entidades integrantes da
Administração Pública Estadual, ou a ela vinculados, cujas atividades estejam associadas às de preservação da
qualidade ou de disciplinamento do uso dos recursos ambientais ou sejam responsáveis pela execução de
programas ou projetos de incentivos governamentais, de financiamentos subsidiados ou de controle e
fiscalização das atividades potencialmente degradadoras da qualidade ambiental; (iii) órgãos ou entidades
municipais responsáveis pelo controle e fiscalização dessas atividades, nas suas respectivas áreas de jurisdição.
São instrumentos da Política Estadual do Meio Ambiente: (i) as medidas diretivas que promovam a melhoria,
conservação, preservação ou recuperação do meio ambiente; (ii) o zoneamento ambiental; (iii) o sistema de
58
registro, cadastro e informações ambientais; (iv) o licenciamento ambiental; (v) o Estudo de Impacto Ambiental
- EIA e respectivo Relatório de Impacto Ambiental - RIMA, e as audiências públicas; (vi) o controle, o
monitoramento e a fiscalização das atividades efetivas ou potencialmente poluidoras ou degradadoras do meio
ambiente; (vii) o Sistema Estadual de Unidades de Conservação; (viii) as auditorias ambientais; (ix) a educação
ambiental.
Conforme o artigo 13 dessa Lei Complementar, o Estado procederá ao zoneamento ambiental do território,
estabelecendo, para cada região ou bacia hidrográfica: o diagnóstico ambiental; as metas plurianuais a serem
atingidas; a capacidade de suporte dos ecossistemas; a definição das áreas de maior ou menor restrição, no que
diz respeito ao uso e ocupação do solo e ao aproveitamento dos recursos naturais; e os planos de controle,
fiscalização, acompanhamento, monitoramento, recuperação e manejo de interesse ambiental.
Cabe salientar que foi enviado à Assembléia Legislativa para discussão o Projeto de Lei que institui o
Zoneamento Socioeconômico Ambiental, que, previamente, foi apresentado em duas audiências públicas.
Com relação à proteção da biodiversidade, especificamente sobre a fauna, o artigo 72 desse Código estabelece
que o proprietário ou concessionário de represas é obrigado a adotar medidas de proteção à fauna, quer no
período de instalação, fechamento de comportas ou operação de rotina. A FEMA determina as medidas de
proteção à fauna aquática em quaisquer obras que importem na alteração de regime dos cursos de água, mesmo
quando ordenados pelo Poder Público.
O Código apresenta ainda dispositivos específicos sobre o pescado, estabelecendo que (Art.74) o pescado que
apresentar marcas ou características de remoção de marcas e sinais que identifiquem pesca predatória será
apreendido juntamente com todo o material utilizado na pesca e no transporte, inclusive o veículo transportador e
embarcações, sujeitando-se o infrator às penalidades da Lei, sem prejuízo das sanções penais. A pena de multa a
ser aplicada nas hipóteses de pesca ilegal terá seu valor fixado considerando-se o peso e quantidade do pescado
(Art. 106 ).
A Lei define ainda que as atividades de pesca serão objeto de autorização específica expedida pela Fundação
Estadual do Meio Ambiente - FEMA e que a introdução e reintrodução de exemplares da fauna nativa em
ambientes naturais somente será permitida mediante autorização desta instituição (Art. 68). É vedada a
introdução, nos corpos de água de domínio público existentes no Estado, de espécies não autóctones da bacia
hidrográfica.
O CONSEMA definirá, através de resolução, os períodos e locais de proibição da pesca, o tamanho mínimo e
relação das espécies que devam ser preservadas, assim como os instrumentos e métodos de utilização vedados
(Art. 71).
A Lei nº 7.881/02 dispõe sobre a política e o controle da pesca no Estado de Mato Grosso, cria o Conselho
Estadual da Pesca - CEPESCA e estabelece que a FEMA é o órgão executor da política de pesca e entidade
59
pública responsável pela fiscalização das atividades de pesca. Essa lei teve alguns de seus dispositivos alterados
pela Lei Estadual nº 7.918/2003, tais como a composição do CEPESCA, a quantidade de peixe permitido para
transportar por pescador ou associação ou colônias.
Para fins de gestão e manejo sustentável dos recursos pesqueiros, fica instituído, junto a FEMA, o Serviço
Estadual de Controle de Pesca e Aqüicultura - SECPESCA (Lei nº 7.881/02, Art. 9º). São instrumentos do
SECPESCA (Art. 10): (i) o licenciamento, as autorizações das atividades disciplinadas nesta lei; (ii) o controle
de produção pesqueira a partir do desembarque do pescado; (iii) a fiscalização da pesca e o ordenamento
pesqueiro; (iv) o cadastro geral das atividades de pesca no Estado de Mato Grosso; e (v) o cadastro das empresas
que comercializem produtos que possam ser empregados na pesca predatória.
A autorização da pesca amadora será feita mediante a emissão da Carteira de Pescador. O pescador profissional
deve estar registrado no órgão oficial competente e fazer da pesca sua profissão ou meio principal de vida. Aos
pesquisadores de instituições cuja atividade implique na coleta de material biológico para fins científicos, serão
concedidas licenças especiais para fins de levantamento de ictiofauna e outros animais de vida aquática.
Fica proibido o exercício de qualquer modalidade de pesca no Estado de Mato Grosso nos meses de novembro a
fevereiro, podendo ser alterado esse período atendendo a estudos técnico-científicos (Lei nº 7.881/02, Art. 22).
A Lei Estadual nº 8.149/04 dispõe sobre a proibição da utilização, perseguição, destruição, caça, apanha, coleta
ou captura de exemplares da fauna ameaçada de extinção, bem como a remoção, comércio de espécies, produtos
e objetos que impliquem nas atividades.
Conforme o disposto no Artigo 2º, o Poder Estadual deve garantir a preservação dessas espécies, bem como dos
ecossistemas que sirvam de habitat às mesmas, através da elaboração de políticas públicas de preservação e de
conservação da nossa diversidade biológica. A introdução e a reintrodução de exemplares da fauna ameaçada de
extinção em ambientes naturais compete ao Estado e deverá ser efetuada com base em dados técnicos e
científicos (Art. 4º).
O Decreto nº 1.074/96 dispõe sobre a fiscalização das atividades da pesca no Estado de Mato Grosso,
estabelecendo a FEMA como a entidade responsável por essa fiscalização. O decreto estabelece o Cadastro de
Pesca, que basicamente conterá a relação nominal dos pescadores portadores de Carteira bem como a relação dos
infratores da legislação de pesca (Art. 2º). A FEMA também é responsável pelo Cadastro dos estabelecimentos
que comercializam utensílios para pesca, promovendo o registro dos compradores de redes e tarrafas, com os
respectivos endereços residenciais ou comerciais (art.10).
Os estabelecimentos que industrializem, salguem ou defumem pescado ou tenham isca-viva deverão licenciar-se
junto à FEMA (Art. 8º). A FEMA elaborará anualmente a relação de espécies da ictiofauna cuja criação será
permitida no Estado de Mato Grosso (Art. 11).
60
A Resolução CONSEMA Nº 009/96 estabelece o tamanho mínimo de captura das espécies nas bacias
hidrográficas. Para a bacia Amazônica são definidos os comprimentos mínimos para as seguintes espécies:
Nome Comum Nome Científico Tamanho Mínimo (cm)
Bicuda Boulengerella spp. 40
Cachorra Hydrolycus spp. 40
Caranha Myleinae spp. 40
Curimbatá Prochilodus spp. 30
Dourada Brachyplatystoma flavicans 80
Matrinchã Brycon spp. 40
Pintado Pseudoplatystoma spp. 80
Piraíba Brachyplatystoma filamentosum 90
Pirapitinga Piaractus brachypomum 40
Pirarara Phractocephalus hemiliopterus 90
A Resolução CONSEMA n° 15/99 regulamenta o transporte de pescado, estabelecendo dentre outras
exigências: Guia de Trânsito e Carteira de Pescador específica para o transporte do pescado originário da pesca
científica; Autorização de Despesca para o transporte do pescado originário de criatórios devidamente
autorizados pela FEMA ou órgãos conveniados e; Autorização de Captura para o transporte de matrizes
destinados a criatórios de peixes ou trabalhos científicos.
A Resolução CONSEMA n° 001/00 proíbe a pesca profissional e amadora nos cursos de água no entorno de
todas as categorias de unidades de conservação, num raio de 2km (Art. 2º). Ainda define que ficam alterados os
tamanhos mínimos para a captura, transporte e comercialização das espécies da ictiofauna provenientes de
ambientes naturais das seguintes espécies:
Nome Comum Nome Científico Tamanho Mínimo (cm)
Pintado Pseudoplatystoma coruscans 85
Pacu Piaractus mesopotamicus 45
Dourado Salminus maxilloxus 65
Piavuçu Leporinus macrocephalus 35
A Resolução CONSEMA nº 26/04 regulamenta a captura, transporte e comercialização de iscas vivas e peixes
ornamentais para as pescas amadora, esportiva e profissional no Estado de Mato Grosso. Estabelece no seu Art.
3º que as pessoas jurídicas que exerçam atividades de captura, transporte e comercialização de iscas vivas,
devem-se inscrever no Cadastro Geral de Atividade de Pesca, junto à FEMA - Fundação Estadual do Meio
Ambiente. É vedada a captura e comercialização de peixes ornamentais até posterior deliberação do CONSEMA,
após resultados de pesquisas técnico-científicas (Art. 11º). Entretanto, essa deliberação ainda não foi efetuada.
A Resolução estabelece ainda período de defeso (Piracema), tamanhos mínimos, a quantidade permitida a
captura e apetrechos permitidos para a captura das espécies de iscas vivas aquáticas.
61
É vedada a captura de iscas vivas em locais que possam causar desequilíbrio ambiental, próximo a ninhais,
embocaduras de rios, córregos, riachos, baías permanentes, olhos d'água, nascentes, saídas de esgotos, várzeas e
campos próximos a mananciais de água.
A Resolução CONSEMA 41/04 fixa o período de 01 de novembro de 2004 a 28 de fevereiro de 2005 como
defeso da Piracema na Bacia Hidrográfica Amazônica de acordo com a Instrução Normativa 018, de 14 de
outubro de 2004 do Ministério do Meio Ambiente,
Pará
Recursos hídricos
Após a promulgação da Lei nº 9.433/97, com ênfase nos múltiplos usos da água, a Lei nº 5.793, de 1994, foi
revogada pela Lei nº 6.381/01, que institui a Política Estadual de Recursos Hídricos e o Sistema de
Gerenciamento de Recursos Hídricos do Estado.
Os instrumentos da Política Estadual de Recursos Hídricos previstos no Artigo 4o são: (i) os Planos de Recursos
Hídricos; (ii) o enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os usos preponderantes; (iii) a outorga
dos direitos de uso de recursos hídricos; (iv) a cobrança pelo uso de recursos hídricos; (v) a compensação aos
Municípios; (vi) o Sistema Estadual de Informações sobre Recursos Hídricos; (vii) a capacitação,
desenvolvimento tecnológico e educação ambiental.
O Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos compõe-se: (i) do Conselho Estadual de Recursos
Hídricos; (ii) do órgão gestor dos recursos hídricos; (iii) dos comitês de bacia hidrográfica; (iv) das agências de
bacias; e (v) dos órgãos dos Poderes Públicos estaduais e municipais, cujas competências se relacionam com a
gestão de recursos hídricos.
Biodiversidade aquática
A Lei nº 5.630/90 estabelece normas para a preservação de áreas de corpos aquáticos, principalmente as
nascentes, inclusive os “olhos de água”, de acordo com o estabelecido na Constituição Estadual.
Em 1994 foi editada a Lei nº 5.793, publicada em 05 de janeiro de 1994, definindo as normas para a Política
Minerária e Hídrica do Estado, com seus objetivos, diretrizes e instrumentos. Esta Lei prevê em seu art. 5º que
são “agentes da administração, para a execução e coordenação da política minerária e hídrica do Estado do
Pará”: (i) a Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração - SEICOM, criada pela Lei No 4.946, de 18
de dezembro de 1980, modificada pela Lei no 5.342, de 04 de novembro de 1984; (ii) a Companhia de Mineração
do Pará - PARAMINÉRIOS, criada através da Lei Estadual de no 5.183, de 30 de novembro de 1984; (iii) a
Secretaria de Estado de Ciências, Tecnologia e Meio Ambiente; e (iv) o conselho consultivo a ser criado (art.
248 da Constituição do Estado).
62
A Lei Complementar nº 17/94 estabelece que ficam proibidas, em todo o território paraense, a instalação,
ampliação e operação de novas indústrias pesqueiras que utilizem o sistema de arrasto ou qualquer outra
modalidade predatória, nos rios, lagos, estuários e do litoral do Estado do Pará. As empresas pesqueiras que já
operam na pesca de arrasto ou qualquer outra modalidade predatória, nas áreas especificadas no artigo anterior,
terão o prazo máximo e improrrogável de seis meses da publicação desta Lei, para desativarem suas operações e
ajustarem suas atividades.
A Política Estadual do Meio Ambiente (Lei nº 5.887/95, Art. 1o) é o conjunto de princípios, objetivos,
instrumentos de ação, medidas e diretrizes fixados nesta Lei, para o fim de preservar, conservar, proteger,
defender o meio ambiente natural, e recuperar e melhorar o meio ambiente antrópico, artificial e do trabalho,
atendidas as peculiaridades regionais e locais, em harmonia com o desenvolvimento econômico-social, visando
assegurar a qualidade ambiental propícia à vida. Alguns dos objetivos da Política são:
� Promover e alcançar o desenvolvimento econômico-social, compatibilizando-o, respeitadas as
peculiaridades, limitações e carências locais, com a conservação da qualidade do meio ambiente e do
equilíbrio ecológico, com vistas ao efetivo alcance de condições de vida satisfatórias e o bem-estar da
coletividade;
� Estabelecer critérios e padrões de qualidade para o uso e manejo dos recursos ambientais, adequando-os
continuamente às inovações tecnológicas e às alterações decorrentes de ação antrópica ou natural;
� Estabelecer os meios indispensáveis à efetiva imposição ao degradador público ou privado da obrigação de
recuperar e indenizar os danos causados ao meio ambiente, sem prejuízo das sanções penais e
administrativas cabíveis.
O Sistema Estadual do Meio Ambiente - SISEMA tem por finalidade implementar a Política Estadual do Meio
Ambiente, bem como controlar sua execução - conta com a seguinte estrutura funcional (Art. 8o): (i) órgão
normativo, consultivo e deliberativo, o Conselho Estadual do Meio Ambiente - COEMA; (ii) órgão central
executor, a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente - SECTAM, com a função de planejar,
coordenar, executar, supervisionar e controlar a Política Estadual do Meio Ambiente; (iii) órgãos setoriais, os
órgãos ou entidades da Administração Pública Estadual, direta e indireta, bem como as Fundações instituídas
pelo Poder Público que atuam na elaboração e execução de programas e projetos relativos à proteção da
qualidade ambiental ou que tenham por finalidade disciplinar o uso dos recursos ambientais; (iv) órgãos locais,
os organismos ou entidades municipais responsáveis pela gestão ambiental nas suas respectivas jurisdições.
A Lei estabelece os seguintes instrumentos de ação: (i) Zoneamento Ecológico-Econômico; (ii) Gerenciamento
Costeiro; (iii) Espaços Territoriais Especialmente Protegidos; (iv) Monitoramento Ambiental; (v) Educação
Ambiental; (vi) Pesquisa e Desenvolvimento Científico e Tecnológico; (vii) Participação Popular e Direito à
Informação; (viii) Licenciamento Ambiental; (ix) Fiscalização Ambiental; (x) Cadastros e Informações
Ambientais; e (xi) Estímulos e Incentivos.
A Seção III, que trata da Poluição das Águas, estabelece que os efluentes de qualquer atividade somente poderão
ser lançados, direta ou indiretamente nas águas interiores, superficiais ou subterrâneas e nos coletores de água,
63
desde que obedeçam aos padrões de emissão estabelecidos em legislação específica, federal e estadual (Art. 22).
A construção, instalação, ampliação, reforma e funcionamento de empreendimentos e atividades utilizadoras e
exploradoras de recursos naturais, considerados efetiva ou potencialmente poluidores, bem como, os capazes de
causar significativa degradação ambiental, sob qualquer forma, dependerão de prévio licenciamento do órgão
ambiental.
Os aproveitamentos hidrelétricos deverão assegurar o uso múltiplo da água, em especial a necessária ao
abastecimento público, à irrigação e ao lazer, bem como a reprodução das espécies da fauna aquática e terrestre.
Os oleodutos deverão ser dotados de mecanismos que assegurem a qualidade das águas dos cursos das bacias por
eles seccionadas para, em caso de acidente, não comprometerem sua classificação (Art. 45). As barragens dos
aproveitamentos hidrelétricos deverão assegurar a navegabilidade dos cursos de água potencialmente
navegáveis.
A Lei nº 6.167/98 disciplina a atividade de pesca esportiva no Estado do Pará. A pesca esportiva prevista nesta
Lei abrange a modalidade "pesque e solte", realizada por pessoa física, e admite a captura e transporte de até dez
quilos de peixes inteiros, por pescador esportivo destinado unicamente para consumo próprio, salvo as espécies
protegidas pelas normas vigentes (Art. 1º). Além disto, cada pecador esportivo poderá transportar uma única
unidade considerada "troféu".
Fica instituído o Cadastro de Pesca Esportiva e a Carteira de Pescador Esportivo que será regulamentado pelo
Poder Executivo. O Cadastro de Pesca Esportiva tem por fim proceder o registro de pessoas físicas e jurídicas
que realizem a atividade de pesca esportiva no Estado do Pará.
Caberá ao Poder Executivo limitar as áreas para a prática da pesca esportiva:
� Criar reserva para pesca esportiva;
� Credenciar reservas de pesca esportiva em área de domínio privado;
� Criar sítios pesqueiros, através do órgão Colegiado do Meio Ambiente - COEMA.
A lei foi regulamentada, a partir do Decreto nº 3.551/99. Neste define-se que compete à Secretaria Executiva de
Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente - SECTAM exercer a gestão ambiental da atividade de pesca esportiva no
território do Estado do Pará.
As reservas de pesca esportiva e os sítios pesqueiros serão criados pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente -
COEMA, mediante proposta formulada pela SECTAM. A SECTAM poderá formular proposta de criação de
sítio pesqueiro por solicitação de particular que possua, na área de sua propriedade. Caberá à SECTAM emitir
licença ou autorização das atividades de pesca esportiva.
Cabe à Secretaria Executiva de Agricultura - SAGRI promover a integração e a estruturação do setor pesqueiro e
aqüícola, visando o aproveitamento do seu potencial (SAGRI, 2005).
64
O Decreto nº 5.267/02 estabelece, no Art. 4º, que todos os pescadores tradicionais atuantes na área do Lago de
Tucuruí, devidamente cadastrados nas colônias pertencentes à área da APA, inclusive a Colônia de Marabá, têm
direito de utilizar os recursos pesqueiros do lago, de acordo com os Planos de Manejo de Uso Múltiplo da APA,
das Reservas de Desenvolvimento Sustentável - RDS e de outras unidades de conservação da natureza que sejam
criadas em seu entorno. O número de pescadores por área, em cada época do ano, será dimensionado de acordo
com a capacidade de suporte do lago, indicada através de estudos.
As Resoluções COEMA nº 022/02 e nº 023/02 identificam as atividades e obras efetivas ou potencialmente
poluidoras do meio ambiente que necessitam de licença ambiental. Normas para o licenciamento ambiental das
atividades agrosilvipastoris e dos projetos de assentamento de reforma agrária são estabelecidas no Decreto nº
0857/04.
Rondônia
Recursos hídricos
A Lei Complementar nº 255/02 institui a Política, cria o Sistema de Gerenciamento e o Fundo de Recursos
Hídricos do Estado de Rondônia. Define como instrumentos de gestão dos recursos hídricos estaduais: (i) o
Plano Estadual de Recursos Hídricos - PRH/RO; (ii) os Planos de Bacias Hidrográficas; (iii) a outorga dos
direitos de uso das águas; (iv) a cobrança pela utilização das águas; (v) o enquadramento dos corpos de água em
classes, segundo os seus usos preponderantes; e (vi) o Sistema de informações sobre Recursos Hídricos.
Integram o Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos: (i) o Conselho Estadual de Recursos
Hídricos - CRH/RO; (ii) os Comitês de Bacia Hidrográfica - CBH; e (iii) as Agências de Bacia Hidrográfica -
ABH.
Biodiversidade aquática
Foi instituído, por meio da Lei Complementar nº 52/91, o Zoneamento Sócio-Econômico-Ecológico de
Rondônia, como instrumento básico de planejamento e orientação de política e diretrizes governamentais,
necessárias ao desenvolvimento harmônico e integrado do Estado, nas áreas social, econômica e ecológica. A
primeira aproximação do Zoneamento de Rondônia define seis zonas sócio-econômico-ecológicas, segundo as
características regionais específicas e capacidade de ofertas ambientais próprias de cada zona.
A Lei nº 547/93 cria o Sistema Estadual de Desenvolvimento Ambiental de Rondônia - SEDAR e seus
instrumentos, estabelece medidas de proteção e melhoria da qualidade de meio ambiente, define a Política
Estadual de Desenvolvimento Ambiental e cria o Fundo Especial de Desenvolvimento Ambiental - FEDARO e o
Fundo Especial de Reposição Florestal - FEREF.
65
A Política Estadual do Meio Ambiente, para a consecução dos seus objetivos, tem os seguintes princípios, entre
outros (Art. 2º):
� Organização e utilização racional do solo, subsolo, da água e do ar, com vistas a compatibilizar esta
utilização com as condições exigidas para a conservação e melhoria da qualidade ambiental;
� Proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas para a qualidade do meio ambiente,
incluindo a conservação de espaços territoriais especialmente protegidos;
� Estabelecimento de critério e padrões de qualidade ambiental e normas relativas ao uso e manejo de recursos
ambientais.
A Lei define a organização do Sistema Estadual de Desenvolvimento Ambiental - SEDAR que integram: (i) o
Conselho Estadual de Política Ambiental - CONSEPA; (ii) o Fundo Especial de Proteção Ambiental - FEPRAM;
(iii) o Fundo Especial de Reposição Florestal - FEREF; (iv) a Secretaria de Estado do Desenvolvimento
Ambiental - SEDAM.
A Lei estabelece ainda os instrumentos da Política Estadual de Desenvolvimento Ambiental, inclusivo o
licenciamento ambiental, o zoneamento sócio-econômico-ecológico de Rondônia e o estabelecimento de padrões
de qualidade ambiental.
O Decreto nº 7.903/97 que regulamenta a Lei nº 547/93 estabelece, em seu artigo 1º, que cabe ao Poder Público
e às comunidades a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais, de forma a evitar o seu esgotamento e
manter o equilíbrio ecológico, bem como garantir qualidade de vida saudável a todos os cidadãos do Estado de
Rondônia.
Estabelece as competências da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental - SEDAM e define os
padrões de qualidade de água, por meio do sistema de classificação das águas e padrões de qualidade do ar.
Define ainda normas relativas à poluição do solo e sonora.
O Decreto estabelece o sistema de licenciamento das fontes potencialmente poluidoras e cabe à Secretaria de
Estado do Desenvolvimento Ambiental - SEDAM a sua emissão.
A Lei nº 1.038/02 regula as atividades da pesca e da aqüicultura, com vistas à preservação da biota aquática do
Estado de Rondônia. A permissão, proibição, fiscalização, utilização de aparelhos, métodos e técnicas utilizadas
na exploração da atividade pesqueira e o sistema de licenciamento são regulamentados pelo Decreto nº
10.227/02.
O Decreto nº 10.227/02, que regulamenta a Lei nº 1038/02, define que para exercício das atividades de pesca
profissional, amadora, científica, importação e exportação de qualquer espécime do grupo dos peixes no Estado,
deverá ser obtida a licença ou registro junto a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental - SEDAM. O
Decreto detalha as normas e procedimentos para a obtenção desta licença.
66
O Decreto nº 7526/96 define procedimentos a serem adotados para elaboração da Segunda Aproximação do
Zoneamento Sócio-Econômico-Ecológico do Estado de Rondônia. Caberá à Comissão Estadual do Zoneamento
Sócio-Econômico-Ecológico de Rondônia, instituída pelo Decreto nº 7409/96, a coordenação e a priorização dos
trabalhos, discussão e encaminhamento de eventuais ajustes à primeira aproximação, bem como da proposta de
alteração do ZSEE/RO, junto aos Poderes Executivo e Legislativo (Art. 3º).
Roraima
Recursos hídricos
O Estado de Roraima ainda não dispõe de lei específica para os recursos hídricos. A única disposição da
Constituição do Estado de Roraima sobre recursos hídricos é:
“Art. 11. Compete ao Estado: XV - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direito de pesquisa e
exploração de recursos hídricos e minerais em seu território;”
Biodiversidade aquática
A Lei Complementar nº 007/94, institui o Código de Proteção ao Meio Ambiente para a administração da
qualidade ambiental, proteção, controle e desenvolvimento do meio ambiente e uso adequado dos recursos
naturais do Estado de Roraima.
No Artigo 3º define que Política Estadual do Meio Ambiente tem por objetivos, entre outros, possibilitar: (i) a
compatibilização do desenvolvimento com a proteção do meio ambiente, visando assegurar as condições da
qualidade de vida; (ii) o estabelecimento de normas relativas ao uso de recursos ambientais, atualizando
continuamente essas normas em face de inovações tecnológicas e de alterações decorrentes da ação antrópica ou
natural; (iii) a preservação e conservação dos recursos ambientais, de maneira equilibrada e sua utilização
econômica, racional e criteriosa.
O Sistema Estadual do Meio Ambiente será coordenado por órgãos da administração direta para assuntos do
meio ambiente e integrado por: (i) Conselho Estadual de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia - CEMAT; (ii)
Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Interior e Justiça; (iii) Secretarias de Estado e organismos da
administração direta e indireta que utilizem recursos ambientais; (iv) Ministério Público Estadual; (v)
Organismos das administrações estadual e municipal, voltados à gestão dos recursos ambientais; (vi)
Associações ambientalistas, legalmente constituídas; (vii) Universidades e outros órgãos de pesquisa científica.
No que diz respeito aos instrumentos da Política Estadual do Meio Ambiente identificam-se (Art. 15):
(i) as medidas diretivas, relativas à utilização, exploração, defesa e desenvolvimento dos recursos naturais e à
qualidade ambiental; (ii) planejamento e o zoneamento ambiental; (iii) as áreas de proteção especial e as zonas
de reservas ambientais; (iv) os estudos de impactos ambientais e respectivos relatórios, assegurada, quando
couber, a realização de audiências públicas; (v) o licenciamento ambiental, sob as suas diferentes formas, bem
67
como as autorizações e permissões; (vi) o controle, o monitoramento e a fiscalização das atividades que causem
ou que possam causar impactos ambientais; (vii) os espaços territoriais especialmente protegidos, incluídas as
unidades de conservação; (viii) o Fundo Estadual de Meio Ambiente; (ix) os mecanismos de estímulo e incentivo
que promovam a recuperação e melhoria do meio ambiente; (x) o sistema estadual de registros, cadastros e
informações ambientais; (xi) a educação ambiental, a defesa ecológica e as medidas destinadas a promover a
pesquisa e a capacitação tecnológica orientada para a recuperação, preservação e melhoria da qualidade
ambiental.
No Título III, que trata dos setores ambientais, encontra-se um capítulo sobre a fauna e flora aquáticas. Neste se
define que fauna e flora aquáticas podem ser usadas com fins comerciais, desportivos e científicos, conforme
regulamento apropriado (Art. 118) e que é vedada a introdução no Estado de espécimes exóticas da fauna e flora
aquáticas, sem prévia autorização do órgão ambiental competente (Art. 119).
O Capítulo III, que trata da água, estabelece os sistema de classificação para as águas interiores continentais. São
definidas 4 Classes de usos preponderantes. Caberá ao órgão ambiental estabelecer medidas de proteção para as
áreas consideradas indispensáveis à manutenção do equilíbrio dos ecossistemas hídricos, inclusive manter a
fiscalização de despejo nos cursos de água. Os padrões de qualidade dos recursos hídricos serão estabelecidos
pelo órgão ambiental, que fixará parâmetros específicos para corpo receptor. Nas águas destinadas ao
abastecimento doméstico, sem tratamento prévio, não serão tolerados lançamentos de efluentes, mesmo aqueles
que passaram por tratamento adequado (Art. 205). Aos efluentes que contenham substâncias de toxidade
desconhecida para o ecossistema do corpo receptor, serão exigidos testes biológicos.
O Capítulo VII (da fauna e da flora aquática) desta Lei Complementar menciona que a atividade pesqueira
artesanal será regida por uma legislação própria, considerando as condições de produção e garantia de mercado
para assegurar sua subsistência (Art. 225). Foi elaborada uma minuta de Lei que trata das atividades pesqueiras
que deverá ser discutida pela assembléia.
A pesca será objeto de licença estadual, exceto os pescadores que utilizarem linha de mão e caniço, ou
instrumentos similares e às instituições, que necessitem coletar material biológico para fins científicos, serão
concedidas licenças especiais. É proibido pescar em corpos de água nos períodos em que ocorrem fenômenos
migratórios para reprodução.
Compete aos responsáveis por represas ou cursos de água, sem prejuízo de outras disposições legais, tomar
medidas de proteção à fauna aquática. Compete ao órgão ambiental determinar medidas de proteção à fauna e
flora aquáticas, em toda obra que importe na alteração do regime dos corpos de água.
68
Tocantins
Recursos hídricos
A Lei no 1.307/02 instituiu a Política de Recursos Hídricos e o Sistema Estadual de Recursos Hídricos, trazendo
em seu art. 4o os seguintes instrumentos: (i) o Plano Estadual de Recursos Hídricos; (ii) os planos de bacia
hidrográfica, incluindo-se o enquadramento dos corpos de água em classe de uso preponderante; (iii) a outorga
de direito de uso dos recursos hídricos; (iv) a cobrança de taxa pelo uso dos recursos hídricos; (v) a compensação
aos municípios; (vi) o Sistema Estadual de Informações sobre Recursos Hídricos; e (vii) a educação ambiental.
A citada Lei estabeleceu áreas de proteção máxima, áreas de restrição e controle e áreas de proteção de poços e
outras captações, o que caracteriza uma legislação previdente e que não deixa ao arbítrio do executor da Política
de Recursos Hídricos a emissão da outorga, restringindo-o desde logo.
O Sistema Estadual de Gerenciamento dos Recursos Hídricos tem a seguinte estrutura operacional: (i) Conselho
Estadual de Recursos Hídricos; (ii) Comitês de Bacia Hidrográfica; (iii) Agências de Bacia Hidrográfica; e (iv)
órgãos dos poderes públicos estadual e municipais cujas competências se relacionem com a gestão dos recursos
hídricos.
Biodiversidade aquática
A Lei nº 071/89, que estabelece normas de proteção ao meio ambiente, define que as pessoas físicas e jurídicas
que se estabelecem no Estado do Tocantins e que trabalharem com produtos poluentes, ficam obrigadas a
apresentar projeto ao órgão ambiental competente no Estado, e a executá-lo na conformidade da aprovação,
visando a prevenir e a combater a poluição ambiental que possam causar os produtos que comercializarem ou
industrializarem (Art. 1º). Define ainda que incumbe ao poder público: proteger a fauna e a flora e que são
vedadas as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem ou possam provocar a extinção de
espécies e que submetam os animais e pássaros à crueldade ou cativeiro.
A Lei nº 261/91 dispõe sobre a Política Ambiental do Estado do Tocantins, sua elaboração, implementação e
acompanhamento, instituindo princípios, fixando objetivos e normas básicas para proteção do meio ambiente e
melhorias da qualidade de vida da população.
A política ambiental tem por objetivos possibilitar, entre outros (Art. 3º):
� A adequação das atividades sócio-econômicas rurais e urbanas às imposições do equilíbrio ambiental e dos
ecossistemas naturais onde se inserem;
� A preservação e conservação dos recursos naturais renováveis, seu manejo equilibrado e a utilização
econômica, racional e criteriosa dos não-renováveis;
� A utilização adequada do espaço territorial e dos recursos hídricos destinados para fins urbanos e rurais,
mediante uma criteriosa definição de uso e ocupação, normas de projetos, implantação e técnicas ecológicas
69
de manejo, conservação e preservação, bem como de tratamento e disposição final de resíduos e efluentes de
qualquer natureza.
O Estado do Tocantins, através do Instituto Natureza do Tocantins - NATURATINS, adotará todas medidas
legais e administrativas necessárias à proteção do meio ambiente e à prevenção da degradação ambiental de
qualquer origem e natureza, incluindo (Art. 8º):
� Estabelecer diretrizes específicas para a proteção dos mananciais e participará da elaboração de planos e
ocupação de áreas de drenagem de bacias ou sub-bacias hidrográficas;
� Estabelecer normas e padrões de qualidade ambiental, inclusive fixando padrões de emissão e condições de
lançamento e disposições para resíduos, rejeitos e efluentes de qualquer natureza.
A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos
ambientais, considerados efetivos ou potencialmente poluidores bem como os empreendimentos capazes sob
qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento da NATURATINS, sem
prejuízo de outras licenças legalmente exigíveis (Art. 15). Os estabelecimentos e todos os responsáveis pelas
atividades são obrigados a implantar sistema de tratamento de afluentes e a promover todas as demais medidas
necessárias para prevenir ou corrigir os inconvenientes e danos decorrentes da poluição.
A Lei Complementar n° 13/97 trata da regulamentação das atividades de pesca, aqüicultura, piscicultura e
sobre as relações de pessoas físicas ou jurídicas que praticam o comércio, a industrialização e o transporte de
pescado no Estado do Tocantins, visando à proteção da fauna aquática. O Instituto Natureza do Tocantins -
NATURATINS é o órgão responsável pelo licenciamento, fiscalização, orientação e monitoramento destas
atividades.
A Lei estabelece normas e proibições às várias modalidades e métodos de pesca. As modalidades de pesca
cientifica, amadora, esportiva e artesanal ficam sujeitos ao cadastramento e ao prévio licenciamento, junto ao
NATURATINS.
O Decreto 10.459/94 regulamenta a Política Estadual de Meio Ambiente e estabelece os critérios de cobrança
das taxas de licenciamento ambiental dos empreendimentos que especifica. O decreto estabelece prazos e
condições de validade das licenças e classificação das atividades, além de normas para os Estudos de Impacto
Ambiental, o Relatório de Impacto Ambiental e as audiências públicas. Define ainda as atribuições e os
integrantes do Conselho de Política Ambiental do Estado do Tocantins.
O Decreto nº 185/95 trata da estrutura operacional do Sistema Estadual de Planejamento e Meio Ambiente. O
SEPLAN é, órgão de administração superior, diretamente subordinado ao Governador, cujo âmbito de ação
compreende a elaboração, a coordenação e o acompanhamento dos planos de governo, plurianual e setoriais, a
implantação e a coordenação do processo de captação de recursos internos e externos, a coordenação e a
operação do sistema estatístico estadual de estudos e pesquisas sócioeconômicas, a elaboração, a coordenação e
o acompanhamento do orçamento do Estado, o planejamento e a coordenação da política de meio ambiente, de
70
recursos naturais e de desenvolvimento sustentável, o gerenciamento da política de ciência e tecnologia; a
realização do zoneamento ecológico-econômico, e o gerenciamento da política de recursos hídricos.
A Portaria NATURATINS n° 02/98 regulamenta o cadastro e a emissão de licenciamento da pesca no Estado.
A portaria estabelece que a licença para pesca amadora, esportiva e artesanal terá validade de um ano, podendo
ser utilizada somente no território tocantinense (Art. 5°).
A Portaria NATURATINS n o 006/01 aprovou procedimentos para a emissão de outorga de direito de uso de
recursos hídricos, bem como a renovação, alteração, transferência, desistência, suspensão e revogação de
outorga, em corpos de água sob domínio e administração do Estado, bem como para o cadastramento dos usos
que independem de outorga, nos termos previstos na Lei no 9.433, de 8 de janeiro de 1997, e legislação vigente.
A Portaria NATURATINS n o 276/01, ordenou as etapas de análise dos processos de outorga de direito de uso
de água e licenciamento ambiental e a Portaria NATURATINS n o 116/02, estabelece critérios para o uso dos
recursos hídricos.
A Instrução Normativa NATURATINS Nº 002/03 fixa condições e exigências para o Sistema de
Automonitoramento de Atividades Poluidoras, doravante denominado Sistema de Automonitoramento de
Efluentes Líquidos das Atividades Poluidoras Industriais Localizadas no Estado do Tocantins. Esta Instrução
Normativa aplica-se a todas as atividades potencialmente poluidoras licenciadas pelo NATURATINS e as
análises dos parâmetros determinados pelo Sistema de Automonitoramento devem ser efetuadas por laboratórios
cadastrados pelo NATURATINS (Art. 7º). A Instrução Normativa estabelece ainda um sistema de classificação
das atividades potencialmente poluidoras e da freqüência de análises dos parâmetros.
A mesma Instrução Normativa regulamenta o licenciamento ambiental dos projetos de aqüicultura. Estabelece
uma sistemática de licenciamento para essa atividade, a classificação dos sistemas de aqüicultura, e os prazos de
licenciamento.
Para a Comercialização e Transporte de Pescado, será exigido o licenciamento junto ao NATURATINS. Essa
Instrução Normativa fornece ainda uma fórmula para calcular as taxas a serem cobradas para Licença Prévia,
Licença de Instalação e Licença de Operação (Art. 5º).
2.3. Políticas públicas e programas de recursos hídricos e biodiversidade aquática no Brasil
2.3.1. Políticas públicas
2.3.1.1. Antecedentes
O Brasil, com uma zona costeira que atinge 8.400 km e 12 regiões hidrográficas - representando 12% da reservas
mundiais de água doce principalmente concentrada na Região Amazônica - e a sua diversidade de espécies de
peixes, apresenta condições muito favoráveis para desenvolvimento da aqüicultura.
71
A produção total da pesca e aqüicultura no Brasil é estimada em 1 milhão tonelada, no ano de 2002 (SEAP,
2005). Apesar de que os setores de pesca e aqüicultura estejam num estágio incipiente, a tendência é que haja um
crescimento significativo nos próximos anos, conforme informações da Secretaria de Agricultura e Pesca.
A pesca de água doce tem contribuído significativamente para a economia informal. Em muitos casos é uma
atividade de subsistência para as populações ribeirinhas e indígenas que consomem o produto da pesca em sua
alimentação cotidiana e vendem o excedente, constituindo para muitos a principal fonte de renda. Em algumas
regiões, o pescado representa a principal fonte de proteínas para as populações ribeirinhas. Na Amazônia, 70%
do pescado capturado é proveniente da pesca de subsistência (MMA/SRH, 1998).
Entretanto, a situação de poluição hídrica tem-se agravado no País, devido ao aumento das cargas poluidoras
urbana e industrial, uso inadequado do solo, erosão e desmatamento, causando impactos sobre os organismos
aquáticos e, possivelmente, sobre o setor pesqueiro.
Considera-se que o marco inicial da industrialização da pesca, no Brasil, coincide com a criação da
Superintendência do Desenvolvimento da Pesca - SUDEPE, nos anos 1960 (Leitão et all., 2002). A partir disto
foram estabelecidas normas referentes à proteção e estímulos para o setor, além de incentivos fiscais para a pesca
com fins comerciais, desportivos e científicos, por meio do Decreto-Lei n° 221/67, denominado Código de
Pesca.
Firmado em julho de 1978, o Tratado de Cooperação Amazônica - TCA é um relevante instrumento
multilateral para promover a cooperação entre os países amazônicos - Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador,
Guiana, Peru, Suriname e Venezuela - em favor do desenvolvimento sustentável da região.
O Tratado prevê a colaboração entre os países membros para promover a pesquisa científica e tecnológica e o
intercâmbio de informações; a utilização racional dos recursos naturais; a liberdade de navegação nos rios
amazônicos; a proteção da navegação e do comércio; a preservação do patrimônio cultural; os cuidados com a
saúde; a criação e a operação de centros de pesquisa; o estabelecimento de uma adequada infra-estrutura de
transportes e comunicações; o incremento do turismo e o comércio fronteiriço. Todas essas medidas devem ser
adotadas mediante ações bilaterais ou de grupos de países, com o objetivo de promover o desenvolvimento
harmonioso dos respectivos territórios. A fim de fornecer proteção institucional ao Tratado, foi criada, em 1998,
a Organização do TCA, com sede em Brasília, a qual só começou a funcionar, efetivamente, em dezembro de
2002.
A percepção “ambientalista” referente ao setor pesqueiro e à biodiversidade aquática foi incorporada pelo
Governo Federal com a instituição da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938/81). Esta Lei define os
instrumentos da Política e cria o Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA.
72
Com a Constituição de 1988 foi dado um passo decisivo para proteção dos recursos ambientais, tendo em vista
que esta foi a primeira Constituição a dar sede constitucional ao meio ambiente, dedicando-lhe todo um capitulo,
centrando suas disposições no art. 225.
O Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro (Lei nº 7.661, de 16 de maio de 1988) foi editado para
estabelecer o zoneamento de usos e atividades na Zona Costeira e dar prioridade à: (i) conservação e proteção,
entre outros, dos recursos naturais, renováveis e não renováveis; recifes, parcéis e bancos de algas; ilhas costeiras
e oceânicas; sistemas fluviais, estuarinos e lagunares, baías e enseadas; praias; promontórios, costões e grutas
marinhas; restingas e dunas; florestas litorâneas, manguezais e pradarias submersas; (ii) sítios ecológicos de
relevância cultural e demais unidades naturais de preservação permanente; e (iii) monumentos que integrem o
patrimônio natural, histórico, paleontológico, espeleológico, arqueológico, étnico, cultural e paisagístico.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA foi criado pela Lei
nº 7.735, de 22 de maio de 1989. A Lei no 8.028, de 12 de abril de 1990 deu nova redação ao art. 2º, com redação
alterada pela Medida Provisória no 2.216-37, de 31 de agosto de 2001 (atual MP 103, de 1o de janeiro de 2003),
dispondo: “Art. 2º É criado o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (IBAMA),
Autarquia Federal de Regime Federal, dotada de personalidade jurídica de Direito Público, autonomia
administrativa e financeira, vinculada à Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República, depois
transformado em Ministério do Meio Ambiente, com a finalidade de assessorá-la na formação e coordenação,
bem como executar e fazer executar a política nacional do meio ambiente e da preservação, conservação e uso
racional, fiscalização, controle e fomento dos recursos naturais”.
Essa autarquia federal surgiu da fusão da SEMA - Secretaria Especial do Meio Ambiente; do IBDF - Instituto
Brasileiro de Desenvolvimento Florestal; da SUDEPE - Superintendência do Desenvolvimento da Pesca; e da
SUDHEVEA - Superintendência da Borracha. Compete ao IBAMA a execução das políticas nacionais de meio
ambiente referentes às atribuições federais permanentes relativas à preservação, à conservação e ao uso
sustentável dos recursos ambientais e sua fiscalização e controle, bem como executar as ações supletivas da
União, de conformidade com a legislação em vigor e as diretrizes desse Ministério (Portaria nº 230/02).
Aspectos relativos à gestão pesqueira estão sendo tratados pela Coordenação Geral de Gestão de Recursos
Pesqueiros - CGREP da Diretoria de Fauna e Recursos Pesqueiros - DIFAP.
Já a proposição de políticas e normas, a definição de estratégias e implementação de programas e projetos, nos
temas relacionados com o uso sustentável da ictiofauna e dos recursos pesqueiros é responsabilidade da
Secretaria de Biodiversidade e Florestas (Decreto nº 4.755/03, Art. 9º), por meio da Gerência de Recursos
Pesqueiros - GRP da Diretoria do Programa Nacional de Conservação da Diversidade Biológica - DCBio.
Em 1992, no Rio de Janeiro, com a realização da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento (ECO 92), a Agenda 21 foi firmada entre 179 países durante a conferência das nações unidas
para meio ambiente e desenvolvimento. Essa Agenda se constitui num poderoso instrumento de reconversão da
sociedade industrial para um novo paradigma econômico e civilizatório.
73
Um dos documentos assinados pelo Brasil na Conferência foi a Convenção sobre a Diversidade Biológica -
CDB. Os objetivos desta Convenção, a serem cumpridos de acordo com as disposições pertinentes, são a
conservação da diversidade biológica, a utilização sustentável de seus componentes e a repartição justa e
eqüitativa dos benefícios derivados da utilização dos recursos genéticos, mediante, inclusive, o acesso adequado
aos recursos genéticos e a transferência adequada de tecnologias pertinentes, levando em conta todos os direitos
sobre tais recursos e tecnologias, e mediante financiamento adequado. Por meio do Decreto No 2.519/98, esta
Convenção foi promulgada no Brasil.
A Política Nacional de Recursos Hídricos foi publicada em 1997 (Lei nº 9.433/97), que teve dez anos de
maturação no Congresso Nacional, constituindo-se uma das mais avançadas Leis de Recursos Hídricos do
mundo, criou o Conselho Nacional de Recursos Hídricos - CNRH.
As competências da implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos estabelecidas na Lei foram
delegadas à Secretaria de Recursos Hídricos - SRH/MMA por meio do Decreto 2.972/99. A Portaria MMA nº
253/99, publicada no DOU de 12 de julho de 1999, aprovou o Regimento Interno da Secretaria de Recursos
Hídricos - SRH/MMA e estabeleceu que à Secretaria de Recursos Hídricos compete implementar a Política
Nacional dos Recursos Hídricos, propor normas, definir estratégias e implementar programas e projetos.
Um outro marco histórico para o setor ambiental brasileiro é a instituição da Lei de Crimes Ambientais (Lei nº
9.605/98) que estabelece as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio
ambiente.
Com a edição da Lei nº 9.984/00, que criou a Agência Nacional de Águas - ANA, autarquia federal vinculada ao
Ministério do Meio Ambiente, a implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e de coordenação do
Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídrico ficou como competência desta entidade.
Em março de 1997 foi editada a Agenda Amazônia 21, visando constituir-se em um roteiro para a efetivação de
ações orientadas para implantar, na região, um processo de desenvolvimento sustentável (Leitão et all., 2002).
No início de 1999 foi desencadeado um processo de negociação entre o Governo, setor produtivo e sociedade
civil para conter o desmatamento acelerado da região amazônica, que resultou num documento aprovado na
Câmara dos Deputados em julho de 2000, a Agenda Positiva da Amazônia.
A Agenda 21 Brasileira, concluída em 2002, é um processo de planejamento estratégico participativo para o
desenvolvimento sustentável e que tem como eixo central a sustentabilidade, compatibilizando a conservação
ambiental, a justiça social e o crescimento econômico.
Dois documentos compõem a Agenda 21 Brasileira: “Agenda 21 Brasileira - Ações Prioritárias,” que estabelece
os caminhos preferenciais da construção da sustentabilidade brasileira, e “Agenda 21 Brasileira - Resultado da
Consulta Nacional”, produto das discussões realizadas em todo o território nacional.
74
A Conferência Nacional do Meio Ambiente, realizada em novembro de 2003, teve como objetivo mobilizar,
educar e ampliar a participação popular na formulação de propostas para um Brasil sustentável, fortalecendo o
Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA). O evento buscou ampliar a participação da sociedade na
construção de um País sustentável. Seis temas estratégicos orientaram os debates: a) Água; b) Biodiversidade e
espaços territoriais protegidos; c) Agricultura, pecuária, pesca e floresta; d) Infra-estrutura: e) Transporte e
energia; f) Meio ambiente urbano; e g) Mudanças climáticas, resultando em diretrizes que deverão orientar os
órgãos do SISNAMA na elaboração e na implementação das políticas públicas para a gestão ambiental em todo
o território nacional.
A criação da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República - SEAP/PR em 2003,
sinaliza a importância dada ao setor. É a instituição responsável pela formulação de políticas e diretrizes e
promoção da execução e da avaliação de medidas, programas e projetos, bem como de ações voltadas à pesca e
aqüicultura.
Uma das ações da SEAP/PR, em conjunto com outros órgãos gestores, foi a revisão dos procedimentos para o
licenciamento ambiental da aqüicultura, o que resultou no Decreto nº 4.895, de 25 de novembro de 2003, que
estabelece regras para a autorização de uso de espaços físicos de corpos de água de domínio da União para fins
de aqüicultura.
Em 17 de março de 2005 foi editada a Resolução CONAMA nº 357 - atualizando a Resolução CONAMA no
20/86 - que dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento,
bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes. Na nova redação inclui-se o termo
“ambiente intermediário” nas águas doces, que consiste em ambientes lóticos, intermediários (com tempo de
residência entre 2 e 40 dias) e lênticos. Nesta nova definição de ambiente aquático a concentração máxima de
fósforo total é de 0,05 mg/L P (Classe 3, águas doces, ambiente léntico). Com isto, fica garantida a implantação
de projetos de aqüicultura em boa parte dos reservatórios brasileiros, que antes estava impossibilitada em virtude
da limitação imposta pela classificação que estava vigente anteriormente.
2.3.1.2. Principais instrumentos
Relacionam-se, abaixo, os principais instrumentos de gestão para o AquaBio, voltados à preservação da
biodiversidade aquática e ao uso racional de recursos hídricos.
Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei nº 9.433/97)
� Planos de Recursos Hídricos
Os Planos de Recursos Hídricos são planos diretores que visam a fundamentar e orientar a implementação
da Política Nacional de Recursos Hídricos e o gerenciamento dos recursos hídricos, os planos de recursos
hídricos são planos de longo prazo, com horizonte de planejamento compatível com o período de
implantação de seus programas e projetos. Os planos de recursos hídricos serão elaborados por bacia
hidrográfica, por Estado e para o País.
75
� Enquadramento dos corpos de água
O enquadramento de corpos de água em classes, segundo os usos preponderantes, previsto na Resolução
CONAMA n.º 20/86 e na Lei n.º 9.433/97, é o instrumento que estabelece metas para garantir à água nível
de qualidade que possa assegurar seus usos preponderantes. É um instrumento de planejamento que objetiva
assegurar a qualidade de água correspondente a uma classe definida para um segmento de corpo hídrico.
� Outorga de direito de uso de recursos hídricos
A outorga de direito de uso de recursos hídricos é definida como ato administrativo mediante o qual o
Poder Público outorgante (União, Estados ou Distrito Federal) faculta ao usuário de água, ou empreendedor,
o uso da água, por prazo determinado, nas condições expressas no respectivo ato. Esse instrumento tem
como objetivos assegurar o controle quantitativo e qualitativo da água e o efetivo exercício dos direitos de
acesso à mesma, disciplinando a sua utilização e compatibilizando demanda e disponibilidade hídrica.
� Cobrança pelo uso da água
No âmbito da União, a cobrança pelo uso da água está dirigida àqueles dependentes de outorga. Na fixação
dos valores, devem ser observados, entre outros: (a) nas derivações, captações e extrações de água, o volume
retirado e seu regime de variação; (b) nos lançamentos de esgotos e demais resíduos líquidos ou gasosos, o
volume lançado e seu regime de variação e as características físico, químicas, biológicas e de toxidade do
afluente. Os valores arrecadados devem ser aplicados prioritariamente na bacia hidrográfica em que foram
gerados. As prioridades de aplicação devem ser definidas pelo CNRH, em articulação com os respectivos
comitês de bacias hidrográficas.
Política Nacional de Meio Ambiente (Lei nº 6.938/81)
� O estabelecimento de padrões de qualidade ambiental
Os padrões de qualidade de água são estabelecidos pela Resolução CONAMA nº 20/86 que trata do
instrumento de enquadramento de corpos de água em classes, segundo os usos preponderantes. Identificam-
se como usos preponderantes, entre outros, a preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas, a
proteção das comunidades aquáticas e a criação natural e/ou intensiva (aqüicultura) de espécies destinadas á
alimentação humana. São definidos limites e/ou condições de qualidade a serem respeitados, de modo a
assegurar estes usos. Esta Resolução está em fase de discussão.
� O zoneamento ambiental
O Zoneamento Ecológico-Econômico do Brasil - ZEE, instrumento de organização do território a ser
obrigatoriamente seguido na implantação de planos, obras e atividades públicas e privadas, estabelece
medidas e padrões de proteção ambiental destinados a assegurar a qualidade ambiental, dos recursos
hídricos e do solo e a conservação da biodiversidade, garantindo o desenvolvimento sustentável e a melhoria
das condições de vida da população (Decreto nº 4.297/02).
� O licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras
A Licença Ambiental é o ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente estabelece as
condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor,
pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades
utilizadoras dos recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob
qualquer forma, possam causar degradação ambiental (Resolução CONAMA n º 237/97).
76
� A criação de reservas e estações ecológicas, áreas de proteção ambiental e as de relevante interesse
ecológico, pelo Poder Público Federal, Estadual e Municipal (SNUC - Lei no 9.985/00).
� As penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidas necessárias à preservação
ou correção da degradação ambiental (Lei de Crimes Ambientais - Lei nº 9.605/98).
Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/98)
Estabelece as seguintes sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas relativas aos
recursos hídricos e à biodiversidade aquática:
� Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a
devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida.
Pena - detenção de seis meses a um ano, e multa.
� Provocar, pela emissão de efluentes ou carreamento de materiais, o perecimento de espécimes da fauna
aquática existentes em rios, lagos, açudes, lagoas, baías ou águas jurisdicionais brasileiras.
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas cumulativamente.
Incorre nas mesmas penas quem:
- Causa degradação em viveiros, açudes ou estações de aqüicultura de domínio público;
- Explora campos naturais de invertebrados aquáticos e algas, sem licença, permissão ou autorização da
autoridade competente;
- Fundeia embarcações ou lança detritos de qualquer natureza sobre bancos de moluscos ou corais,
devidamente demarcados em carta náutica.
� Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares interditados por órgão competente.
Pena - detenção de um ano a três anos ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.
Incorre nas mesmas penas quem:
- Pesca espécies que devam ser preservadas ou espécimes com tamanhos inferiores aos permitidos;
- Pesca quantidades superiores às permitidas, ou mediante a utilização de aparelhos, petrechos, técnicas e
métodos não permitidos;
- Transporta, comercializa, beneficia ou industrializa espécimes provenientes da coleta, apanha e pesca
proibidas.
� Pescar mediante a utilização de: explosivos ou substâncias que, em contato com a água, produzam efeito
semelhante; substâncias tóxicas, ou outro meio proibido pela autoridade competente.
Pena - reclusão de um ano a cinco anos.
� Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde
humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora.
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
� Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar, em qualquer parte do território nacional,
estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores, sem licença ou autorização dos órgãos
ambientais competentes, ou contrariando as normas legais e regulamentares pertinentes:
Pena - detenção, de um a seis meses ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.
� Disseminar doença ou praga ou espécies que possam causar dano à agricultura, à pecuária, à fauna, à flora
ou aos ecossistemas:
77
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza - SNUC (Lei no 9.985/00, Decreto nº 4.340/02)
Um outro instrumento para preservar a biodiversidade aquática e garantir o uso racional de recursos hídricos são
as Unidades de Conservação. São espaços territoriais e seus recursos ambientais, incluindo as águas
jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público com objetivos de
conservação e limites definidos, sob regime especial de administração ao qual se aplicam garantias adequadas de
proteção.
O SNUC identifica quatro Unidades de Proteção Integral e sete Unidades de Uso Sustentável. O objetivo básico
das unidades de Proteção Integral é preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos
naturais. As Unidades de Uso Sustentável tem como objetivo compatibilizar a conservação da natureza com o
uso sustentável de parcela de seus recursos naturais.
Unidades de Proteção Integral:
� Estação Ecológica tem como objetivo a preservação da natureza e a realização de pesquisas científicas.
� Reserva Biológica tem como objetivo a preservação integral da biota e demais atributos naturais existentes
em seus limites, sem interferência humana direta ou modificações ambientais, excetuando-se as medidas de
recuperação de seus ecossistemas alterados e as ações de manejo necessárias para recuperar e preservar o
equilíbrio natural, a diversidade biológica e os processos ecológicos naturais.
� Parque Nacional tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância
ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de
atividades de educação e interpretação ambiental, na recreação em contato com a natureza e de turismo
ecológico.
� O Monumento Natural tem como objetivo básico preservar sítios naturais raros, singulares ou de grande
beleza cênica.
� O Refúgio de Vida Silvestre tem com objetivo proteger ambientes naturais onde se asseguram condições
para a existência ou reprodução de espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou
migratória.
Unidades de Uso Sustentável:
� Área de Proteção Ambiental é uma área em geral extensa, com um certo grau de ocupação humana, dotada
de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o
bem-estar das populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica,
disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais.
� Área de Relevante interesse Ecológico é uma área em geral de pequena extensão, com pouca ou nenhuma
ocupação humana, com características naturais extraordinárias ou que abriga exemplares raros da biota
regional, e tem como objetivo manter os ecossistemas naturais de importância regional ou local e regular o
uso admissível dessas áreas, de modo a compatibilizá-lo com os objetivos de conservação da natureza.
78
� Floresta Nacional é uma área com cobertura florestal de espécies predominantemente nativas e tem como
objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, com ênfase em
métodos para a exploração sustentável de florestas nativas.
� Reserva Extrativista é uma área utilizada por populações extrativistas tradicionais, cuja subsistência baseia-
se no extrativismo e, complementarmente, na agricultura de subsistência e na criação de animais de pequeno
porte, e tem como objetivos básicos proteger os meios de vida e a cultura dessas populações, e assegurar o
uso sustentável dos recursos naturais da unidade.
� Reserva de Fauna é uma área natural com populações animais de espécies nativas, terrestres ou aquáticas,
residentes ou migratórias adequadas para estudos técnico-científicos sobre o manejo econômico sustentável
de recursos faunísticos.
� Reserva de Desenvolvimento Sustentável é uma área natural que abriga populações tradicionais cuja a
existência baseia-se em sistemas sustentáveis de exploração dos recursos naturais, desenvolvidos ao longo
de gerações e adaptados às condições ecológicas locais e que desempenham um papel fundamental na
proteção da natureza e na manutenção da diversidade biológica.
� Reserva Particular do Patrimônio Natural é uma área privada, gravada com perpetuidade, com o objetivo de
conservar a diversidade biológica.
Política Nacional da Biodiversidade (Decreto nº 4.339/02)
A Política Nacional da Biodiversidade é uma ferramenta de conservação da biodiversidade e utilização
sustentável de seus componentes que será implementada a partir dos seguintes Componentes, ou seja, dos eixos
temáticos que orientarão as etapas:
� Componente I - Conhecimento da Biodiversidade: congrega diretrizes voltadas à geração, sistematização e
disponibilização de informações que permitam conhecer os componentes da biodiversidade do país e que
apóiem a gestão da biodiversidade, bem como diretrizes relacionadas à produção de inventários, à realização
de pesquisas ecológicas e à realização de pesquisas sobre conhecimento tradicionais;
� Componente 2 - Conservação da Biodiversidade: engloba diretrizes destinadas à conservação in situ e ex
situ de variabilidade genética, de ecossistemas, incluindo os serviços ambientais, e de espécies,
particularmente daquelas ameaçadas ou com potencial econômico, bem como diretrizes para implementação
de instrumentos econômicos e tecnológicos em prol da conservação da biodiversidade:
� Componente 3 - Utilização Sustentável dos Componentes da Biodiversidade: reúne diretrizes para a
utilização sustentável da biodiversidade e da biotecnologia, incluindo o fortalecimento da gestão pública, o
estabelecimento de mecanismos e instrumentos econômicos, e o apoio a práticas e negócios sustentáveis que
garantam a manutenção da biodiversidade e da funcionalidade dos ecossistemas, considerando não apenas o
valor econômico, mas também os valores sociais e culturais da biodiversidade;
� Componente 4 - Monitoramento, Avaliação, Prevenção e Mitigação de Impactos sobre a Biodiversidade:
engloba diretrizes para fortalecer os sistemas de monitoramento, de avaliação, de prevenção e de mitigação
de impactos sobre a biodiversidade, bem como para promover a recuperação de ecossistemas degradados e
de componentes da biodiversidade sobreexplotados;
� Componente 5 - Acesso aos Recursos Genéticos e aos Conhecimentos Tradicionais Associados e Repartição
de Benefícios alinha diretrizes que promovam o acesso controlado, com vistas à agregação de valor
79
mediante pesquisa científica e desenvolvimento tecnológico, e a distribuição dos benefícios gerados pela
utilização dos recursos genéticos dos componentes do patrimônio genético e dos conhecimentos tradicionais
associados, de modo que sejam compartilhados, de forma justa e eqüitativa, com a sociedade brasileira e,
inclusive, com os povos indígenas, com os quilombolas e com outras comunidades locais;
� Componente 6 - Educação, Sensibilização Pública, Informação e Divulgação sobre Biodiversidade: define
diretrizes para a educação e sensibilização pública e para a gestão e divulgação de informações sobre
biodiversidade, com a promoção da participação da sociedade, inclusive dos povos indígenas, quilombolas e
outras comunidades locais, no respeito à conservação da biodiversidade, à utilização sustentável de seus
componentes e à repartição justa e eqüitativa dos benefícios derivados da utilização de recursos genéticos,
de componentes do patrimônio genético e de conhecimento tradicional associado à biodiversidade;
� Componente 7 - Fortalecimento Jurídico e Institucional para a Gestão da Biodiversidade: sintetiza os meios
de implementação da Política; apresenta diretrizes para o fortalecimento da infra-estrutura, para a formação
e fixação de recursos humanos, para o acesso à tecnologia e transferência de tecnologia, para o estímulo à
criação de mecanismos de financiamento, para o fortalecimento do marco-legal, para a integração de
políticas públicas e para a cooperação internacional.
Acordos de Pesca (Instrução Normativa IBAMA nº 29/02)
Um Acordo de Pesca estabelece um conjunto de normas específicas decorrentes de tratados consensuais entre os
diversos usuários e o órgão gestor dos recursos pesqueiros em uma determinada área, definida geograficamente.
Essa instrução é um dos resultados do Projeto Manejo dos Recursos Naturais da Várzea (ProVárzea), que visa a
sustentabilidade dos recursos pesqueiros apoiada no embasamento técnico/científico, na participação dos
usuários do recurso no processo de gestão e no desenvolvimento de processos integrados de gestão.
O Anexo I da instrução estabelece como procedimentos para o estabelecimento de um Acordo de Pesca: 1)
Mobilização; 2) Reuniões comunitárias; 3) Assembléia Intercomunitária, 4) Retorno das propostas discutidas e
aperfeiçoadas, para as comunidades, 5) Assembléias Intercomunitárias, 6) Encaminhamento ao IBAMA, 7)
Divulgação da portaria, 8) Monitoramento e 9) Avaliação.
2.3.2. Programas e projetos Federais
2.3.2.1. Recursos hídricos
O Hidrologia e Geoquímica da Bacia Amazônica - HiBam é um projeto científico internacional envolvendo o
Brasil, Equador, Bolívia e França para estudar a hidrologia e a geoquímica da Bacia Amazônica. O projeto tem
como objetivo o desenvolvimento de estudos e pesquisas para o melhor entendimento das características e dos
processos hidrológicos e geoquímicos ocorrentes nos rios da bacia hidrográfica do Rio Amazonas (ANA, 2005).
Desenvolvido dentro de uma parceria entre Brasil e França, o HiBAm tem como principais parceiros o Institut de
Recherche pour le Développement - IRD, pelo lado Francês e o Conselho Nacional de Desenvolvimento
80
Cientifico e Tecnológico - CNPq, pelo lado brasileiro, além da Agência Nacional de Águas - ANA que vem
atuando como entidade sede, gerenciando tanto aspectos técnicos quanto operacionais.
Desenvolvem atividades compartilhadas no Projeto universidades francesas e brasileiras, dentre estas, a
Universidade de Brasília, desenvolvendo estudos geoquímicos; a Universidade de São Paulo, em estudos de
altimetria radar; a Universidade do Amazonas em estudos sedimentológicos e a Universidade do Rio de Janeiro
em estudos de hidrodinâmica, principalmente na região do estuário.
Em março de 2001, a ANA criou o Programa Despoluição de Bacias Hidrográficas - PRODES que visa a
incentivar a implantação de estações de tratamento de esgotos, com a finalidade de reduzir os níveis de poluição
dos recursos hídricos no país, e ao mesmo tempo induzir à implementação do Sistema Nacional de
Gerenciamento de Recursos Hídricos, definido pela Lei nº 9.433/97, mediante a organização dos Comitês de
Bacia e a instituição da cobrança pelo direito de uso da água.
O PRODES, também conhecido como "programa de compra de esgoto tratado", é um programa que está sendo
gerado pela ANA que consiste na concessão de estímulo financeiro pela União, na forma de pagamento pelo
esgoto tratado, a Prestadores de Serviço de Saneamento que investirem na implantação e operação de Estações
de Tratamento de Esgotos (ETE).
O Contrato de Pagamento pelo Esgoto Tratado é firmado pelo Governo Federal, por intermédio da ANA,
diretamente com o Prestador do Serviço de Saneamento - entidade pública ou privada. A liberação dos recursos
se dá apenas a partir da conclusão da obra e início da operação da ETE, em parcelas vinculadas ao cumprimento
de metas de abatimento de cargas poluidoras, e demais compromissos contratuais.
Foi publicado pelo MMA, no início de fevereiro de 2005, editais para o desenvolvimento de estudos regionais
(estudo retrospectivo e avaliação de conjuntura), para as 12 Regiões Hidrográficas Brasileiras - incluindo a da
Amazônica. O objetivo geral dessas consultorias é subsidiar a realização das etapas de cenarização e de
planejamento regional do Plano Nacional de Recursos Hídricos - PNRH. Os estudos servirão como base de
informação para a participação qualificada no Seminário Regional de Prospectiva e no Seminário Nacional de
Consolidação de Diretrizes, Metas e Programas. Constitui-se, portanto, numa etapa do processo da elaboração
deste Plano, estabelecendo as grandes metas e diretrizes para os recursos hídricos no Brasil.
2.3.2.2. Biodiversidade aquática
Visando a implementação da Convenção sobre Diversidade Biológica - CDB o Governo Brasileiro criou o
Programa Nacional da Diversidade Biológica - PRONABIO , por meio do Decreto nº 1.354/94, com o
objetivo principal de promover parceria entre o Poder Público e a sociedade civil na conservação da diversidade
biológica, utilização sustentável dos seus componentes e repartição justa e eqüitativa dos benefícios decorrentes
dessa utilização, sendo, portanto, o principal instrumento para a implementação da Convenção sobre Diversidade
81
Biológica no país. Tal decreto criou também sua Comissão Coordenadora com a finalidade de coordenar,
acompanhar e avaliar as ações do PRONABIO.
Em virtude da assinatura do Decreto Presidencial nº 4.339/02, que instituiu os princípios e diretrizes para uma
Política Nacional da Biodiversidade, o PRONABIO teve de ser modificado para atender a tais princípios e
diretrizes.
O Decreto nº 4703 de 21 de maio de 2003 modificou a estrutura do PRONABIO, ampliando seu escopo, as
atribuições e a representação de sua Comissão Coordenadora, doravante denominada Comissão Nacional da
Biodiversidade. Uma das principais mudanças que o novo Decreto traz é a inclusão, na Comissão Nacional da
Biodiversidade, de representações dos povos indígenas, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência
(SBPC) e da Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Meio Ambiente (ABEMA). A estrutura do
PRONABIO passou a ser matricial, formada por componentes temáticos e biogeográficos, incluindo a
Amazônia. O programa está sendo coordenado pela Secretaria de Biodiversidade e Florestas.
O Governo Brasileiro e o Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento - BIRD assinaram em 5
de junho de 1996 o Acordo de Doação de US$ 10 milhões do Fundo Mundial para o Meio Ambiente Global -
GEF, e recursos de contrapartida do tesouro nacional equivalentes a US$ 10 milhões, destinados à execução do
Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira - PROBIO. Este
Acordo tem vigência até 31 de dezembro de 2005.
O PROBIO é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente - MMA em parceria com o Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq, o último na qualidade de gestor administrativo, contratando
os subprojetos e liberando recursos. O PROBIO é o mecanismo de auxílio técnico e financeiro na implementação
do Programa Nacional da Diversidade Biológica - PRONABIO, tendo todas as suas ações aprovadas pela
Comissão Nacional de Biodiversidade - CONABIO, fórum responsável pela definição de diretrizes para
implementação do PRONABIO e da Política Nacional de Biodiversidade. O objetivo do PROBIO é identificar
ações prioritárias, estimulando subprojetos que promovam parcerias entre os setores públicos e privados,
gerando e divulgando informações e conhecimentos no tema.
O PROBIO está estruturado em três componentes:
� Componente A: abrange três subcomponentes: Avaliação dos Biomas; Estudos Especiais e Divulgação
sobre Biodiversidade; Rede de Informação sobre Biodiversidade;
� Componente B visa, basicamente, o apoio a subprojetos, que sejam modelos para gestão da Biodiversidade;
� Componente C: é a administração do PROBIO.
O Programa Pantanal é um programa federal, de execução descentralizada, que visa promover o
desenvolvimento sustentável da Bacia do Alto Paraguai - BAP, por meio do gerenciamento e da conservação de
seus recursos naturais, incentivando atividades econômicas ambientalmente compatíveis com seus ecossistemas
e provendo melhores condições de vida à população da região. Os executores do Programa são a Secretaria de
82
Qualidade Ambiental nos Assentamentos Humanos/MMA (Coordenação Geral do Programa), o IBAMA e os
Estados de Mato Grosso (FEMA) e Mato Grosso do Sul (IMA-P).
Apesar de que se trata de uma outra bacia hidrográfica, o programa é estruturante e desenvolve políticas públicas
na gestão ambiental no Estado de Mato Grosso. Um dos componentes do Programa é “Proteção e gestão dos
ecossistemas, da ictiofauna e da fauna, cuja objetivo é preservar e conservar os ecossistemas representativos da
BAP, protegendo-os através do controle e da fiscalização ambiental, visando coibir, entre outras, a caça ilegal e a
pesca predatória. O Componente “Gestão de Recursos Hídricos” tem como principal objetivo promover a
melhoria da qualidade e disponibilidade de águas subterrâneas e de superfície, a partir do desenvolvimento de
modelos de gestão de recursos hídricos, com a finalidade de implementar a outorga, o monitoramento, o sistema
estadual de informação, o ordenamento da gestão e a fiscalização.
Dado o grande potencial da pesca esportiva, foi criado em 1997, pelo Ministério do Esporte e do
Turismo/EMBRATUR e pelo Ministério do Meio Ambiente/IBAMA o Programa Nacional de
Desenvolvimento da Pesca Amadora - PNDPA, que tem o objetivo de transformar a atividade de pesca
amadora em instrumento de desenvolvimento econômico, social e de conservação ambiental. O Programa tem
atuado no sentido de fortalecer a pesca amadora como atividade importante para o turismo, o comércio e a
indústria, e também para a conservação do meio ambiente e da cultura e tradição das populações locais. O
PNDPA está sob a responsabilidade do IBAMA, na Diretoria de Fauna e Recursos Pesqueiros, Coordenação
Geral de Gestão dos Recursos Pesqueiros, Gerência de Projetos Especiais.
O Programa Nacional de Fortalecimento à Agricultura Familiar - PRONAF é uma política pública
(Ministério do Desenvolvimento Agrário) voltada aos agricultores familiares, pescadores artesanais e
aqüicultores bem como suas organizações. Tem como objetivo geral “propiciar condições para o aumento da
capacidade produtiva, a geração de empregos e a melhoria da renda, contribuindo para melhoria de vida e a
ampliação do exercício de cidadania por parte dos agricultores familiares”.
A partir de 1997, o PRONAF atende aos pequenos aqüicultores e pescadores profissionais que se dediquem à
Pesca Artesanal com fins comerciais, explorando a atividade como autônomos, com meios de produção próprios
ou regime de parceria com outros pescadores artesanais. O programa financia ações de infra-estrutura, produção
e capacitação dos pescadores artesanais.
O Projeto Político-Estrutural estabelece diretrizes para a construção de um Plano Estratégico de
Desenvolvimento Sustentado da Aqüicultura e Pesca, objetivando apresentar as medidas para efetivar sua
estruturação e suas ações de médio e longo prazos para impulsionar os setores da aqüicultura e da pesca
nacionais (SEAP/PR, 2003). O Projeto estabelece os conteúdos centrais que deverão constituir um Plano
Estratégico de Desenvolvimento Sustentável. Trata tematicamente o setor, abordando o desenvolvimento da
pesca artesanal, a dívida social que o País tem com os trabalhadores desse setor, e o desenho das políticas
necessárias para incentivar a pesca empresarial. Esboça ainda uma proposta de incremento à aqüicultura, setor
que mais cresceu nos últimos anos.
83
O papel do Estado, por meio da SEAP, é indutor. Ele deverá investir na modernização da cadeia produtiva da
aqüicultura e pesca, estimulando parcerias com os estados e municípios, o associativismo e o cooperativismo.
Terá como meta dotar o setor de uma infra-estrutura de suporte da atividade que contemple o incentivo à criação
de indústrias modernas de beneficiamento do pescado, a construção de entrepostos e frigoríficos, ampliação,
renovação e modernização da frota pesqueira, e o apoio à exportação e comercialização interna - a partir de
campanhas amplas de promoção dos produtos.
Atualmente, a SEAP/PR está apoiando o fomento da aqüicultura e capacitação técnica nos Estados de
Amazonas, Mato Grosso e Pará, além da demarcação de parques aqüícolas no reservatório de Tucuruí.
O Decreto nº 5.095/04 regulamenta a Lei nº 10.849/04, instituindo o Programa de Financiamento da
Ampliação e Modernização da Frota Pesqueira Nacional - Profrota Pesqueira e o Grupo Gestor do Profrota
Pesqueira. São beneficiárias do Programa as empresas pesqueiras industriais, assim definidas como sendo as
pessoas jurídicas, as pessoas físicas equiparadas à pessoa jurídica e as cooperativas que se dediquem à atividade
pesqueira, assim, os financiamentos destinam-se à construção, aquisição e modernização de embarcações.
O Sistema de Vigilância da Amazônia - SIVAM é uma rede de coleta e processamento de informações. São
levantadas, tratadas e integradas as informações obtidas por órgãos governamentais que trabalham na Amazônia
(SIVAM, 2005).
O SIVAM tem uma infra-estrutura comum e integrada de meios técnicos destinados à aquisição e tratamento de
dados e para a visualização e difusão de imagens, mapas, previsões e outras informações. Esses meios abrangem
o sensoriamento remoto, a monitoração ambiental e meteorológica, a exploração de comunicações, a vigilância
por radares, recursos computacionais e meios de telecomunicações.
O SIVAM dividiu a Amazônia em três grandes áreas sem fronteiras perfeitamente definidas: Manaus, Belém e
Porto Velho. Cada área corresponderá a um Centro Regional de Vigilância (CRV), localizado em cada uma
destas capitais. Esses CRV’s têm o seu trabalho coordenado pelo Centro de Coordenação Geral (CCG), em
Brasília.
Quem está administrando as ações do SIVAM é o Sistema de Proteção da Amazônia - SIPAM, que é
coordenado pelo CENSIPAM (Centro Gestor e Operacional do SIPAM), subordinado à Casa Civil da
Presidência da República. O SIPAM está articulando e coordenando as ações das instituições governamentais na
Amazônia, a partir dos dados coletados pelo SIVAM.
2.3.3. Programas e projetos na Amazônia Legal
Em 1997, foi editada a Agenda Amazônia 21, visando constituir-se em um roteiro para a efetivação de ações
orientadas para implantar, na região, um processo de desenvolvimento sustentável (Leitão et all., 2002). No
início de 1999 foi desencadeado um processo de negociação entre o Governo, setor produtivo e sociedade civil
84
para conter o desmatamento acelerado da região amazônica, que resultou num documento aprovado na câmara
dos deputados em julho de 2000, este documento foi batizado de Agenda Positiva da Amazônia.
O Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil - PPG7, instituído pelo Decreto nº
563/92, tem como objetivo a implementação de um modelo de desenvolvimento sustentável em florestas
tropicais brasileiras. É uma iniciativa do governo e da sociedade brasileira em parceria com a comunidade
internacional, que visa à construção de soluções que promovam a proteção e o uso sustentável das florestas
brasileiras na Amazônia e na Mata Atlântica, assim como o bem-estar das populações locais.
Coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente, o Programa Piloto é implementado por meio de parcerias em
diferentes níveis, envolvendo órgãos governamentais, entidades da sociedade civil e setor privado. O Programa é
composto por uma ampla carteira de projetos, que se caracterizam dentro de cinco linhas de ação:
Experimentação e Demonstração; Conservação de Áreas Protegidas; Fortalecimento Institucional; Pesquisa
Científica; Lições e Disseminação.
A missão do Programa Piloto é contribuir para a formulação e a implantação de políticas que resultem na
conservação dos recursos naturais e na promoção do desenvolvimento sustentável na Amazônia brasileira e na
Mata Atlântica. Seus objetivos específicos são:
� Criar, validar e difundir conhecimentos gerados a partir das experiências desenvolvidas no âmbito da
Amazônia brasileira e da Mata Atlântica;
� Influenciar a formulação e implementação de políticas públicas para o desenvolvimento sustentável;
� Apoiar a expansão de modelos e experiências bem-sucedidas;
� Fortalecer a capacidade de instituições públicas, privadas e da sociedade civil organizada para implementar
políticas e aplicar novos conhecimentos.
As linhas de ação do Programa Piloto incluem:
� Demonstração e experimentação de formas de proteger as florestas e utilizá-las de maneira sustentável;
� Proteção e conservação dos recursos naturais;
� Fortalecimento institucional de instâncias governamentais e não-governamentais relacionadas com a
proteção das florestas tropicais brasileiras;
� Pesquisa científica orientada para o desenvolvimento sustentável;
� Geração e disseminação de lições estratégicas para a conservação das florestas tropicais, com relevância
para o Brasil e outras regiões.
O maior projeto do Programa Piloto é o Subprograma de Políticas de Recursos Naturais - SPRN que apoio os
nove estados da Amazônia a enfrentar os problemas de políticas, de instituições e de coordenação. O objetivo do
Programa é contribuir para a definição e implementação de um modelo de gestão ambiental integrada para a
Amazônia Legal, visando o uso sustentável dos recursos naturais, e conta com os seguintes componentes:
� Projeto de Gestão Ambiental Integrada - PGAIs, abrangendo ações de diversas instituições para a execução
do Zoneamento, Monitoramento e Controle Ambiental, incluindo fiscalização em áreas selecionadas como
85
prioritárias e cujo objetivo primeiro é o de equacionar, solucionar ou minimizar problemas ambientais
claramente definidos e identificados no Plano Estadual Ambiental de cada Estado participante do
subprograma;
� Projetos Institucionais destinados a criarem capacidade institucional nos estados para atender às demandas
que extrapolem as ações específicas dos PGAIs e não puderem ser neles contempladas;
� Administração do subprograma, para fortalecer a capacidade da Secretaria Técnica para orientar, monitorar,
avaliar e gerenciar as atividades previstas para serem executadas no âmbito do SPRN, incluindo o apoio à
Comissão de Projetos, manutenção e operação dos Grupos de Trabalho, Unidades de Apoio e Grupo de
Trabalho Técnico Permanente nos estados, reforçando o caráter descentralizador e participativo;
� Amazônia Fique Legal, coordenado pelo MMA, com a participação do Ibama e dos estados da Amazônia
Legal, dentro da estratégia do governo para o combate ao desmatamento e queimadas.
O Projeto Manejo dos Recursos Naturais da Várzea - ProVárzea é um projeto do Programa Piloto para
Proteção das Florestas Tropicais do Brasil - PPG7, executado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e financiado pelos
Fundo Fiduciário para a Floresta Tropical - RFT do Banco Mundial, Departamento do Desenvolvimento
Internacional - DFID do Reino Unido, Agência de Cooperação Alemã - GTZ, Banco de Recontrução do
Governo Alemão - KfW e o Governo Brasileiro.
O objetivo do ProVárzea é estabelecer bases científica, técnica e política para a conservação e o manejo
ambiental e socialmente sustentável dos recursos naturais da várzea, na calha central da bacia amazônica, com
ênfase nos recursos pesqueiros. As várzeas são áreas úmidas - florestas e campos - periodicamente inundadas
que ocorrem principalmente ao longo da calha principal dos rios Solimões e Amazonas, com aproximadamente
3.500 km de extensão. Ao fim de sua execução o Projeto prevê que seus resultados vão influenciar mudanças nas
políticas publicas ambientais, além de favorecer o desenvolvimento de meios de vida sustentáveis e o
melhoramento dos sistemas relacionados ao monitoramento e controle e a promoção de co-gestão em áreas de
várzea.
Previsto para ter duração de cinco anos (2000-2005), o ProVárzea teve início em julho de 2000 e vem sendo
realizado em parceria com instituições governamentais e não-governamentais, organizações pesqueiras e
comunitárias. Conta com uma coordenação sediada em Manaus, no Estado do Amazonas, Brasil e com dois
escritórios regionais em Santarém/PA e Parintins/AM, congregando mais de 30 profissionais em sua equipe,
entre coordenadores, gerentes, assessores e consultores técnicos.
As atividades do ProVárzea estão inseridas dentre seus quatro componentes: 1) Estudos Estratégicos; 2)
Iniciativas Promissoras; 3) Monitoramento e Controle & Co-gestão; 4) Unidade de Coordenação do Projeto -
UCP.
O Projeto Apoio ao Manejo Florestal Sustentável na Amazônia - ProManejo, iniciado em 1999 e criado no
âmbito do Programa Piloto de Proteção das Florestas Tropicais - PPG-7, tem como objetivo geral apoiar o
86
desenvolvimento e a adoção de sistemas sustentáveis de manejo florestal na Amazônia, com ênfase na
exploração de produtos madeireiros, através de ações estratégicas e experiências pilotos em áreas prioritárias.
Executado pelo IBAMA, através da sua Diretoria de Florestas, e pelo Ministério do Meio Ambiente, junto à
Secretaria de Biodiversidade e Florestas por meio da Diretoria do Programa Nacional de Florestas, o ProManejo
trabalha quatro componentes: Estudos Estratégicos para Subsidiar a Formulação de Políticas Públicas; Apoio a
Iniciativas Promissoras de Manejo Florestal; Desenvolvimento e Teste de um Sistema Piloto de Controle da
Atividade Madeireira na Amazônia; e Apoio à Gestão da Floresta Nacional dos Tapajós, com ênfase na
participação da sociedade civil.
O componente do ProManejo que apóia a realização de estudos e análises que visam o aprimoramento de
políticas públicas com objetivo de promover o manejo florestal sustentável é implementado pelo Ministério do
Meio Ambiente, através do Programa Nacional de Florestas - PNF.
O Programa Nacional de Florestas (PNF) tem como objetivo promover o uso equilibrado e a conservação das
florestas brasileiras, por meio da articulação de políticas públicas relacionadas a questões como regularização
fundiária, crédito e financiamento, legislação ambiental, pesquisa e tecnologia, treinamento e capacitação, entre
outras.
Haverá investimento na recuperação de áreas degradadas, especialmente nas de preservação permanente
(prioritariamente nascentes), fundamentais para manutenção da biodiversidade, da quantidade e da qualidade da
água. Também deve sugerir projetos, pesquisas e estudos sobre manejo e plantio florestal, bem como ações de
capacitação de recursos humanos, fortalecimento institucional e sensibilização pública.
O PNF será executado com o envolvimento de vários setores do governo e da sociedade, representados na
Comissão Coordenadora do Programa Nacional de Florestas (Conaflor), instituída pelo Decreto Presidencial nº
4.864/03. A Comissão tem a finalidade de propor e de avaliar medidas para que sejam cumpridos os princípios e
as diretrizes das políticas públicas voltadas ao Setor Florestal, de acordo com a Política Nacional do Meio
Ambiente e com o Código Florestal, e tem as seguintes finalidades:
� Propor e avaliar medidas para o cumprimento dos princípios e diretrizes da política pública do setor florestal
em observância aos ditames da Política Nacional do Meio Ambiente, estabelecida pela Lei nº 6.938, de 31
de agosto de 1981, e do Código Florestal, instituído pela Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965,
estimulando a descentralização da execução das ações e assegurando a participação dos setores interessados;
� Propor recomendações ao planejamento das ações do PNF;
� Propor medidas de articulação entre programas, projetos e atividades de implementação dos objetivos do
PNF, bem como promover a integração de políticas setoriais;
� Propor, apoiar e acompanhar a execução dos objetivos previstos no PNF e identificar demandas e fontes de
recursos financeiros;
� Sugerir critérios gerais de seleção de projetos no âmbito do PNF, relacionados à proteção e ao uso
sustentável das florestas; e
87
� Propor o desenvolvimento de projetos, pesquisas e estudos voltados ao manejo e plantio florestal, bem como
ações de capacitação de recursos humanos, fortalecimento institucional e sensibilização pública.
O PNF irá compatibilizar a política florestal com uma série de outras políticas públicas, promovendo a
ampliação dos mercados interno e externo e, ainda, o desenvolvimento institucional do setor, difundindo o
manejo tanto para empresas quanto para pequenos agricultores e assentados. Dentre os instrumentos de
compatibilização do PNF e outras políticas destacam-se: o Centro Nacional de Apoio ao Manejo Florestal
(Cenaflor), o Programa de Plantio Comercial e Recuperação de Florestas, o Programa Nacional de Incentivo à
Silvicultura e Sistemas Agroflorestais para a Agricultura Familiar
O Projeto Corredores Ecológicos, inserido no contexto do Subprograma de Unidades de Conservação e
Manejo de Recursos Naturais, integra os esforços do Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do
Brasil (PPG7), criado pelo Decreto 563/92. O Projeto tem o objetivo contribuir para a efetiva conservação da
diversidade biológica do Brasil, a partir da implementação do conceito de corredores ecológicos na Amazônia e
na Mata Atlântica, adotando técnicas da biologia da conservação e estratégias de planejamento e gestão sócio-
ambiental de forma compartilhada e participativa. Estes corredores incluem áreas de biodiversidade excepcional
e englobam muitas das áreas protegidas existentes, incluindo unidades de conservação federais, estaduais e
municipais, reservas particulares e terras indígenas. O projeto conta com os seguintes componentes: 1)
Coordenação estratégica; 2) Corredor Central da Amazônia; e 3) Corredor Central da Mata Atlântica.
Um outro projeto no âmbito do PPG7 é o Projeto de Apoio ao Monitoramento e Análise - AMA que tem
como objetivo contribuir para a identificação, análise, sistematização e disseminação de lições e outros
conhecimentos estratégicos relacionados ao Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil
(MMA, 2005).
No âmbito do Subprograma de Ciência e Tecnologia do PPG7, o Ministério da Ciência e Tecnologia - MCT está
implementando, a partir do Subprograma de Ciência e Tecnologia, atividades voltadas à formação de redes
temáticas de pesquisas, objetivando responder adequadamente às grandes questões que afetam a região
amazônica (MCT, 2005).
As principais áreas de atuação do Projeto AMA incluem, entre outras: capacitação e assessoria técnica em
instrumentos de monitoramento e avaliação, estudos e análises, organização de um ciclo de debates sócio-
ambientais, e a realização de seminários sobre temas estratégicos para o Programa Piloto.
O programa Áreas Protegidas da Amazônia - ARPA tem como objetivo a proteção de ecossistemas
considerados chave para a manutenção e a integridade da região, sua fauna e flora. Para isto, o ARPA
estabeleceu a meta de proteger 500 mil quilômetros quadrados do bioma Amazônia no Brasil. A iniciativa
fortalecerá e ampliará a infra-estrutura de unidades de conservação (UCs) de diferentes categorias, permitindo
seu pleno funcionamento e o cumprimento de sua missão de conservação da biodiversidade.
88
Além de consolidar as áreas protegidas já existentes, o ARPA irá triplicar a superfície protegida, criando novas
UCs para elevar dos atuais 4% para 12% o território conservado ou manejado de forma sustentável no bioma. A
iniciativa viabiliza ainda a fiscalização das áreas protegidas, envolvendo as comunidades locais na busca pela
sustentabilidade econômica e ecológica das áreas.
Os mecanismos de geração de receita para UCs, comunidades de entorno e a criação do Fundo de Áreas
Protegidas - FAP deverão financiar a manutenção das UCs após a conclusão do programa, prevista para 2012. O
programa é executado por agências governamentais e ONGs que trabalham em parceria na Amazônia, em
Brasília e no Rio de Janeiro Sob e coordenado pelo Governo Federal.
O Programa para o Desenvolvimento do Ecoturismo na Amazônia Legal - PROECOTUR visa fomentar
diretrizes para o ecoturismo na Amazônia, maximizando os benefícios econômicos, sociais e ambientais dessa
atividade. O PROECOTUR tem com objetivos: gerar alternativas para as atividades degradadoras do meio
ambiente, criar empregos, renda e oportunidades de negócios de natureza sustentável.
A meta do programa é viabilizar o desenvolvimento do ecoturismo na Região Amazônica Brasileira,
estabelecendo a base de investimentos públicos necessários para a atração de investidores privados. O propósito
é estabelecer uma estrutura adequada e implementar as condições necessárias, incluindo os investimentos
requeridos, que possibilitarão aos nove estados da Amazônia Brasileira se preparar para administrar suas áreas
selecionadas para o ecoturismo de forma responsável e adequadas, com planejamento, assistência técnica e
capacitação.
O Fundo Nacional do Meio Ambiente - FNMA, criado pela Lei nº 7.797/89, tem por missão contribuir, como
agente financiador e por meio da participação social, para a implementação da Política Nacional do Meio
Ambiente (PNMA).
O Fundo Nacional do Meio Ambiente - FNMA conta hoje com recursos oriundos de (MMA, 2005):
� Acordo de Empréstimo 1013/SF-BR, firmado com o Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID, em
29/04/1999, num montante de US$ 40 milhões sendo que deste US$ 16 milhões são da Contrapartida
Nacional.
� Acordo de Cooperação Técnica, firmado com o Reino dos Países Baixos, no valor de € 3 milhões, que
apoiarão projetos de “Geração de conhecimentos em mudanças climáticas e desertificação”.
� Lei de Crimes Ambientais, que dispõe sobre sanções penais e administrativas que podem ser utilizadas
contra condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. O FNMA receberá 10% das multas por crimes e
infrações ambientais, arrecadas pelo IBAMA.
� Cota-Parte de Compensações Financeiras (Lei nº 9.478, de 06/08/1997), recursos provenientes da
participação especial, distribuídos entre outros, 10% ao Ministério do Meio Ambiente, destinados ao
desenvolvimento de estudos e projetos relacionados com a preservação do meio ambiente e recuperação de
danos ambientais causados pelas atividades da industria do petróleo.
89
A estrutura de funcionamento do Fundo Nacional do Meio Ambiente conta com uma instância executiva,
representada pela Diretoria e com um Conselho Deliberativo. O Conselho Deliberativo é a instância responsável
pelas decisões maiores do FNMA e estabelece prioridades e diretrizes para a atuação do Fundo e de julgar as
propostas de projetos encaminhadas. À Diretoria compete o planejamento, a direção e a coordenação de suas
atividades. Ligadas à Diretoria há três Gerências: Gerência de Desenvolvimento, Gerência de Projetos e
Gerência Administrativa.
O FNMA apóia iniciativas da sociedade civil e de órgãos e entidades governamentais que promovam a
recuperação, a conservação e a preservação do meio ambiente, e a melhoria da qualidade de vida da população
brasileira e atua em oito áreas: Extensão Florestal; Gestão Integrada de Áreas Protegidas; Manejo Sustentável da
Flora e da Fauna; Uso Sustentável dos Recursos Pesqueiros; Educação Ambiental; Amazônia Sustentável;
Qualidade Ambiental; Gestão Integrada de Resíduos Sólidos.
Desde sua criação o FNMA apóia projetos ambientais em todo o país, tendo investido mais de cem milhões de
reais distribuídos entre mais de mil projetos aprovados.
2.3.4. Programas e projetos nas sub-bacias selecionadas do Projeto
Amazonas
Um dos projetos que está em fase de implementação é o Projeto Corredores Ecológicos. É um projeto
coordenado pelo MMA, implementado no âmbito do Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais -
PPG7 (ver item 2.3.3.).
A Fundação Vitória Amazônica, em conjunto com o IPAAM e o IBAMA, está realizando atividades voltadas à
mobilização da população ribeirinha do rio Unini, objetivando discutir os critérios e consolidar o Acordo de
Pesca para resolver os conflitos que vem ocorrendo neste rio.
O Instituto de Pesquisas Ecológicas - IPÊ vem trabalhando desde 2000, em Novo Airão, com trabalhos de
educação ambiental da população ribeirinha, pela conservação da fauna local, em especial do peixe-boi.
Executa programas, em convênio com o IBAMA, voltados à sensibilização, conscientização e capacitação da
população ribeirinha, que vive no entorno da Estação Ecológica de Anavilhanas, e à realização de pesquisas
sobre o peixe-boi no Rio Negro, na Estação Ecológica de Anavilhanas.
A Universidade Federal do Amazonas - UFAM está desenvolvendo o Projeto Piaba. É um projeto
interdisciplinar estabelecido para compreender o sistema ecológico e sócio-cultural da bacia do médio Rio
Negro, procurando preservar e manter a pescaria de peixes ornamentais e outros recursos renováveis para a
prática comercial, em nível ecologicamente sustentável.
90
O Projeto Piaba tem trabalhado em pesquisas para promover uma coleta sustentável dos recursos aquáticos que
garantirão a sobrevivência tanto da floresta como de seus habitantes humanos. A meta geral é promover uma
pescaria comercialmente e ecologicamente sustentável e ajudar a reduzir o uso destrutivo da terra e migração
urbana na bacia do médio Rio Negro.
A Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - SDS, junto com o WWF e a GTZ,
estão ainda avaliando a possibilidade de se elaborar o Macrozoneamento Econômico-Ecológico do Município
de Barcelos, objetivando identificar novas áreas de conservação neste Município.
O Projeto Recuperação e Conservação da Bacia do Tarumã-Açu, elaborado no âmbito do Programa de
Compensações Ambientais do Gasoduto Coari - Manaus, tem como objetivo promover e apoiar ações de
recuperação da Bacia do Tarumã-Açu, bem como coordenar atividades de conservação, em parceria com o
IPAAM, outras instituições públicas, empresas, organizações não-governamentais e com a comunidade local,
incluindo a implantação do respectivo Comitê de Bacia.
O período de realização do projeto é de novembro de 2004 a novembro de 2005 e seu principal produto obtido
com a implementação do Projeto será a criação do Comitê de Gestão da Bacia do Tarumã.
Mato Grosso
Está sendo implementado, no âmbito da PNMA II , o Projeto conservação dos recursos naturais e promoção
do desenvolvimento sustentável na região do Araguaia, que abrange, entre outros, os Municípios de Água
Boa e Canarana. O objetivo geral do Projeto é promover a conservação do solo e da água, a gestão integrada dos
resíduos sólidos e incentivar o desenvolvimento do ecoturismo no rio Araguaia.
As ações do projeto destinam-se a recuperar áreas degradadas, intervir nos processos de erosão para sua
contenção, realizar capacitação de produtores rurais, desenvolver o turismo sustentável na região do médio e
baixo Araguaia como instrumento econômico para geração de emprego e renda, conservando ao mesmo tempo o
ambiente natural e cultura local. Serão desenvolvidas ações nos parques de serra azul e Araguaia que possuem
alto potencial para o ecoturismo.
O Programa Estadual de Preservação Estratégica das Matas Ciliares do Estado de Mato Grosso - PEPE foi
criado pelo Governador do Estado considerando o estagio de degradação que se encontra as áreas de preservação
permanente do Estado. O objetivo do Programa é recompor as matas ciliares dos cursos de água do Estado,
através de parcerias do Poder Público Estadual com as prefeituras municipais, sociedade organizada e
proprietários rurais. O Programa iniciou em junho de 2004, e a duração da sua execução é de quatro anos.
As ações do programa destinam-se a recuperar áreas de preservação permanente degradadas, intervir nos
processos de erosão, realizar capacitação de produtores, readequar estradas rurais e promover a conscientização
ambiental.
91
O Programa prevê a criação de conselhos municipais, ou consórcios de municípios, que terá a responsabilidade de
elaborar de forma participativa um plano de recuperação das áreas críticas a serem recuperadas, com a supervisão
da FEMA e EMPAER. O comitê municipal terá a responsabilidade de escolher as áreas críticas, elaborar o plano de
ação integrada, produzir e distribuir as mudas para os proprietários, que terão por responsabilidade implantar o
projeto e realizar a manutenção. Todas as atividades terão supervisão da FEMA e EMPAER.
O Comitê Estadual de Recuperação de Áreas, criado em 2003 (Decreto nº 1.409), selecionará os municípios
prioritários onde será implantado o Programa PEPE. O objetivo final do Programa é alcançar todos os municípios
do Estado.
Uma outra ação na região está prevista pela AMaggi, uma empresa que atua no Estado do Mato Grosso, em
conjunto com o IPAM. Na região leste do rio Xingu, a empresa possui a Fazenda Tanguro de 80 mil ha de
plantação de soja. A AMaggi e o IPAM estão se articulando para monitorar os impactos das intervenções pela
empresa na propriedade, visando a recuperação de matas ciliares.
Pará
Foi instituído, por meio do Decreto n° 3.553/99, o Programa Estadual de Gestão Ambiental da Pesca
Esportiva - PEGAPE, vinculado à Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente e sob a
suspensão da Secretaria Especial do Estado de Produção.
O Programa tem como objetivos, entre outros: (i) garantir o uso sustentável dos recursos pesqueiros na prática da
atividade pesca esportiva; (ii) incentivar a participação do Poder Público Municipal, das empresas de turismo e
das comunidades ribeirinhas na gestão ambiental da atividade da pesca esportiva; (iii) promover a educação
ambiental; (iv) propor a aprovação de normas de proteção dos recursos aquáticos; (v) elaborar o planejamento
ambiental para a criação e manutenção das reservas de pesca esportiva e sítios pesqueiros; (vi) definir áreas para
a prática da pesca esportiva.
O Estado conta ainda com uma proposta de Macrozoneamento Econômico-Ecológico, que será aprovado por
meio de uma Lei Estadual. Os municípios a jusante da UHE Tucuruí foram enquadrados como Zona de
Investimento Intensivo, onde haverá uma consolidação das atividades produtivas, respeitando-se a legislação
ambiental em vigor. Está prevista a realização do zoneamento no âmbito dos Municípios (escala 1:100.000).
A Escola de Trabalho e Produção no Município de Abaetetuba é uma iniciativa do Governo Estadual, a partir do
Programa de Extenso da Educação Profissional do MEC, objetivando viabilizar a qualificação profissional de
jovens e adultos, incentivando a instalação de empresas que encontrarão pessoal técnico dentro das ares de
vocação natural da demandada por o Município.
92
O Plano Popular de Desenvolvimento Sustentável a Jusante da UHE Tucuruí - PPDS-Jus abrange os
municípios de Baião, Mocajuba, Cametá, Limoeiro do Ajurú e Igarapé-Miri, no Estado de Pará (Eletronorte,
2003). O Plano tem como objetivo central promover, de forma participativa e com responsabilidade partilhada,
um processo amplo de mudança e de reorganização da economia e da sociedade regional, combinando a
elevação da qualidade de vida da população com o crescimento econômico e a conservação ambiental.
O Plano foi elaborado pelo Eletronorte e o valor previsto é de aproximadamente R$ 1.7 bilhões com um prazo de
execução de 2002 a 2020. O Plano conta com 4 eixos temáticos: reestruturação e diversificação da base
produtiva; desenvolvimento humano e qualificação; conservação e recuperação do meio ambiente; organização
da sociedade e dos governos locais.
2.4. Avaliação do quadro institucional e legal
2.4.1. Quadro institucional
A partir do levantamento institucional realizado, observa-se que são muitas as entidades governamentais e da
sociedade civil atuantes nas áreas de biodiversidade aquática e recursos hídricos, na bacia do rio Amazonas.
Somente no âmbito do Ministério de Meio Ambiente pode-se identificar três Secretarias e duas autarquias
gestoras com responsabilidades e atribuições diferentes. No Anexo II encontra-se um quadro com as principais
instituições gestoras e entidades civis federais e dos três Estados (Amazonas, Mato Grosso e Pará) que abrangem
as sub-bacias selecionadas do Projeto AquaBio.
No nível Federal há duas principais instituições responsáveis pela gestão de pesca e aqüicultura: o Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA e a Secretaria de Aqüicultura e
Pesca, da Presidência da República - SEAP/PR. Apesar de as suas competências e atribuições estarem
claramente definidas na legislação em vigor (o IBAMA é responsável pela gestão, controle e monitoramento; a
SEAP/PR é responsável pelo fomento do setor), observa-se que há uma certa rivalidade entre estas instituições
pelo fato que há divergências sobre as competências, principalmente referentes às responsabilidades de
fiscalização e cadastramento de pescadores e aqüicultores.
A Secretaria de Pesca e Aqüicultura da Presidência da República tem Escritórios Regionais em cada Estado da
Região Norte.
No que diz respeito à gestão de recursos hídricos há dois órgãos gestores: a SRH/MMA - responsável pela
formulação da Política Nacional de Recursos Hídricos - e a ANA, responsável pela implementação desta
Política. A implementação da gestão na bacia Amazônica ainda está na fase inicial, fato evidenciado pela
ausência de Comitês de Bacia Hidrográfica e Agências de Bacia de domínio da União nesta região. Porém a
SRH e a ANA estão elaborando, conjuntamente e com a participação da sociedade, o Plano Nacional de
Recursos Hídricos - instrumento fundamental para a organização do setor - que também inclui a Região
Hidrográfica Amazônica.
93
Nos últimos anos, os órgãos públicos federais passaram por uma fase de re-estruturação pelo fato que o
Ministério Público Federal questionava a legalidade dos contratos de prestação de serviços terceirizados e de
organismos internacionais. Foram, portanto, realizados concursos públicos que substituíram uma parte dos
técnicos nos órgãos gestores mencionados acima, que provocou em um atraso da implementação das políticas
públicas e dos programas e projetos. Identifica-se ainda nessas instituições uma quantidade insuficiente de
técnicos para o monitoramento e a fiscalização adequados dos recursos naturais e para a efetiva implementação
dos instrumentos da política ambiental e dos recursos hídricos.
Ressalta-se que para a gestão de biodiversidade aquática existem, no âmbito Federal, vários conselhos e outros
fóruns, além de instituições e entidades, todas com agenda, programas e projetos próprios. Tais iniciativas são,
muitas vezes, realizadas a partir de recursos orçamentários, formuladas sem consulta prévia pelas instituições
responsáveis ou interessadas, e implementadas sem troca de informações. Observa-se que muitas atividades
relativas à biodiversidade aquática estão sendo implementadas na bacia do rio Amazonas e que ainda são poucos
os projetos voltados à gestão de recursos hídricos.
No Estado do Amazonas, o órgão gestor para a formulação da política estadual de meio ambiente é a Secretaria
de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - SDS, enquanto cabe ao Instituto de Proteção
Ambiental do Estado do Amazonas - IPAAM a sua implementação. A Secretaria de Estado da Produção
Agropecuária, Pesca e Desenvolvimento Rural Integrado - SEPROR é entidade responsável pela gestão
pesqueira.
A estratégia de se criar, recentemente, o Conselho Estadual de Recursos Hídricos, partiu de uma recomendação
do Conselho Nacional de Recursos Hídricos. Para isso, o Governo do Amazonas criou a Secretaria Adjunta de
Recursos Hídricos, vinculada à SDS, que tem como missão promover a implementação dos instrumentos de
política e gestão ambiental do Estado, garantindo a disponibilidade e a sustentabilidade dos recursos naturais
para a população.
Ainda não foram editadas normas específicas sobre os instrumentos da política de recursos hídricos. Para a
Amazônia ainda estão em debate questões relativas à formação dos Comitês de Bacia em função das
especificidades das bacias hidrográficas da região.
O Estado do Mato Grosso por intermédio da Fundação Estadual do Meio Ambiente - FEMA já detém cadastro
de usuários e é o órgão responsável pela gestão ambiental e de recursos hídricos. Saliente-se ainda que o Serviço
Estadual de Controle de Pesca e Aqüicultura - SECPESCA é a instituição ligada à FEMA responsável pela
gestão e manejo sustentável dos recursos pesqueiros.
Nota-se que no Estado do Mato Grosso é o único dos três Estados que tem instalado, além dos conselhos de meio
ambiente e de recursos hídricos, o Conselho Estadual da Pesca - CEPESCA. Porém, estes não são muito atuantes
94
e são representados por quase os mesmos membros. Faz-se necessária uma articulação maior entre os Conselhos
para a emissão de Resoluções que possam articular e integrar as políticas.
Também o Mato Grosso é o único Estado na Amazônia Legal que tem um Comitê Estadual de Bacia
Hidrográfica, sendo do Ribeirão Sapé e Várzea Grande - COVAPÉ, criado em 2004.
No Estado do Pará, a Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente - SECTAM é o órgão
responsável pelo desenvolvimento científico e tecnológico, assim como pela coordenação, execução e controle
das atividades relacionadas à proteção e conservação do meio ambiente. A Secretaria Executiva de Agricultura -
SAGRI conta com a Divisão de Apoio à Aqüicultura, responsável pela gestão de pesca e aqüicultura.
No que diz respeito aos usos múltiplos da água, há ainda no Estado uma visão que orienta as ações dos recursos
hídricos para o setor minerário. Como critério de outorga das águas subterrâneas foi criado um cadastro com
informações a respeito de captação, que serve de base para a análise técnica. Os corpos de água são monitorados
por intermédio do laboratório da SECTAM, que avalia os empreendimentos que solicitam o licenciamento
ambiental. Há também um Decreto específico (nº 1.551/93) que dispõe sobre os programas de conservação de
água e proteção de mananciais.
Deveria haver maior articulação entre estas entidades estaduais e instituições federais como o DNPM -
Departamento Nacional de Produção Mineral, CPRM - Serviço Geológico do Brasil, Agência Nacional de
Águas - ANA, IBAMA - Instituto do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis, face à vocação minerária
do Estado e à necessidade de articulação com os demais usos da água.
Cada um destes órgãos já dispõe de bom conhecimento técnico, e vários bancos de dados que, porém, não se
comunicam. Em corpos hídricos de domínio do Estado, a SECTAM não dispõe ainda de base de dados para a
emissão de outorga de direito de uso de recursos hídricos.
2.4.2. Quadro legal e o grau de enforcement
Nas sub-bacias do AquaBio identificam-se como as principais causas da degradação ambiental: a sobrepesca, o
uso inadequado das terras agropecuárias, o uso irracional dos recursos hídricos, o desmatamento para extração de
madeira, a urbanização desordenada, a ausência de serviços de saneamento básicos nos centros urbanos e o
desenvolvimento de atividades minarias insustentável.
No rio Negro pode-se apontar como uma das principais ameaças ambientais a sobreexploração das espécies
aquáticas pelo pesca esportiva e profissional, o que causa impactos socioeconômicos e gera conflitos pelo acesso
aos recursos aquáticos. Ocorrem na área de atuação do AquaBio problemas na região do Parque Nacional do Jaú
- PNJ e Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Amanã - RDS Amanã, dentro da bacia hidrográfica do rio
Unini.
95
De acordo com a ata da 2 a Reunião para a Resolução dos Conflitos no Rio Unini, realizada no dia 19 de
fevereiro de 2004, no IBAMA Manaus/AM existe um conflito entre as atividades de pesca esportiva e comercial
com a população residente local, e principalmente, com a legislação ambiental. Isto resultou no bloqueio de
embarcações de pesca para o alto rio Unini, em favor das atividades de pesquisa do Instituto Nacional de
Pesquisas da Amazônia - INPA, apoiada pelos empreendimentos turísticos instalados no rio. O conflito se
agravou, quando os geleiros impedidos de pescar no alto rio Unini começaram a exercer a atividade de pesca
dentro da região do PNJ e nos lagos e canais das comunidades locais, reduzindo a quantidade de peixe para
alimentar a família.
A pesca ornamental é uma das atividades importantes na bacia do rio Negro, principalmente nos municípios de
Barcelos e Santa Isabel do rio Negro. O crescimento do número de profissionais que se dedicam ao comércio de
peixes ornamentais foi estimulado pela queda de preços de muitos produtos extrativistas (como seringa, sorva,
piaçava, castanha), o que está provocando uma sobreexploração de alguns peixes ornamentais. Identifica-se a
cardinal-tetra como uma das espécies ameaçadas de extinção na sub-bacia do rio Negro.
Na sub-bacia do rio Xingu ocorreram problemas socioeconômicos e ambientais, principalmente causados pelo
desmatamento e queimada da vegetação pela expansão agropecuária na região. Um conflito ocorre no Parque
Indígena do Xingu pelo crescimento das terras com cultivo de soja nas áreas que circundam seu perímetro (ISA,
2005). Nessas áreas estão localizadas as nascentes dos formadores do Rio Xingu, que atravessa o parque e que
são a base da sobrevivência das comunidades indígenas locais. O uso e a ocupação inadequado das terras ainda
provocam assoreamento e alteração do regime hidrológico dos corpos de água, a redução da fertilidade das terras
e afeta os organismos aquáticos.
Identificam-se no baixo rio Tocantins como um dos maiores problemas ambientais o desmatamento,
principalmente pelo avanço da soja e a exploração inadequada das florestas. Um outro fator importante é a UHE
Tucuruí que tem alterado o regime hidrológico e as condições qualitativas do rio, causando mudanças sobre a
biodiversidade aquática e sobre as atividades econômicas e de subsistência para as populações ribeirinhas.
Identifica-se ainda a pesca predatória como causa da diminuição de estoques pesqueiros na sub-bacia
selecionada, o que provocou conflitos entre os pescadores e levou muitos a buscar outras atividades econômicas,
principalmente a agricultura e extrativismo de açaí. A partir dessa realidade inicio-se, há mais de uma década, a
discussão sobre os acordos de pesca como solução para mitigar os problemas à jusante da UHE Tucuruí.
Baseado nesse quadro fica evidente que em todas as sub-bacias hidrográficas do Projeto AquaBio a legislação
ambiental não está sendo aplicada, causando degradação ambiental e impactos socioeconômicos.
O fato de o Projeto AquaBio prever a integração da gestão da biodiversidade aquática com a dos recursos
hídricos é bastante inovador, e requer um conhecimento aprofundado sobre o arcabouço jurídico (Anexo III).
Dentro do quadro extenso de normas jurídicas relativas a esses assuntos identificam-se, para a gestão do Projeto,
os seguintes principais instrumentos: Zoneamento Ecológico-Económico, Unidades de Conservação,
Licenciamento Ambiental, Acordos de Pesca, Planos de Recursos Hídricos, enquadramento de corpos de água e
96
outorga de direito de uso de recursos hídricos. Esses instrumentos ainda são pouco implementados na região,
principalmente pelo desconhecimento e pela complexidade da sua aplicação.
No que diz respeito aos Estados onde estão localizadas as sub-bacias do AquaBio, verifica-se que todos possuem
legislações que criam a Política Estadual de Meio Ambiente e a Política Estadual de Recursos Hídricos, além de
normas específicas para a proteção da fauna aquática.
Observa-se, portanto, que apesar de existir legislação voltada à preservação da biodiversidade aquática e uso
sustentável de recursos hídricos (e especialmente aquela de comando e controle), esta não está sendo
implementada nas sub-bacias, comprometendo o uso e sustentabilidade dos recursos naturais. As razões disso
são a falta de controle e fiscalização pelos órgãos competentes. Isto é, na maioria das vezes, resultado da
deficiência de organização institucional, da inexistência de corpos técnicos capacitados e a falta de uma
sistemática de monitoramento e recursos necessários para um enforcement efetivo.
Ainda, observa-se que a sociedade civil, na bacia Amazônica, nem sempre está preparada para assumir o papel e
a responsabilidade que lhe são reservados, principalmente pela falta de conhecimento sobre essa gestão. Assim,
os conflitos em relação ao uso dos recursos aquáticos e hídricos não são provocados pela legislação em vigor,
mas sim pela falta de conhecimento e da sua aplicação efetiva.
2.4.3. Políticas públicas relevantes
Há várias iniciativas voltadas à formulação e implementação de políticas públicas para os Estados da Amazônia
Legal (Anexo IV). No nível federal poderão ser identificados os seguintes principais programas e projetos em
andamento:
� O Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil - PPG7
O Programa visa à construção de soluções que promovam a proteção e o uso sustentável das florestas
brasileiras na Amazônia, a partir de cinco linhas de ação. Três projetos do PPG7 atuam nas áreas de
conservação, desenvolvimento sustentável educação ambiental: Projetos Demonstrativos (PD/A); Apoio ao
Manejo Florestal (ProManejo) e; Manejo dos Recursos Naturais da Várzea (ProVárzea). Três projetos têm
por objetivo melhorar o manejo de áreas protegidas e a proteção dos recursos naturais: Projeto Integrado de
Proteção às Populações e Terras Indígenas da Amazônia Legal (PPTAL); Reservas Extrativistas (RESEX) e;
Corredores Ecológicos (BM, 2005). As outras três linhas de ação implementam ações voltadas ao
fortalecimento institucional, pesquisa científica e geração e disseminação de lições estratégicas.
� Projeto Manejo dos Recursos Naturais da Várzea - ProVárzea
O ProVárzea prevê a conservação e o manejo ambiental e socialmente sustentável dos recursos naturais da
várzea, na calha central da bacia amazônica (veja itens 2.3.3. e 3.1.1.). No que diz respeito ao setor
pesqueiro, o Projeto implementa estudos estratégicos, objetivando analisar a situação atual da economia
pesqueira e tendências de desenvolvimento deste setor na Amazônia brasileira e contribuir com informações
97
que auxiliem na elaboração de políticas de apoio para gestão participativa dos recursos naturais de várzea,
com ênfase nos recursos pesqueiros.
� Subprograma de Políticas de Recursos Naturais - SPRN
O SPRN é um dos subprogramas do PPG7 que visa apoiar o uso sustentável dos recursos naturais, por meio
da definição e da implementação de modelos apropriados de gestão ambiental integrada para a região
amazônica brasileira. O subprograma prevê a implementação dos instrumentos de gestão como zoneamento,
monitoramento e controle ambiental, o fortalecimento das agências dos governos estaduais e locais, e o
combate ao desmatamento e às queimadas.
� Áreas Protegidas da Amazônia - ARPA
O programa prevê a criação e a consolidação de unidades de conservação de proteção integral e de uso
sustentável, articuladas em conjuntos (mosaicos) de áreas protegidas. Estabeleceu-se como meta a
consolidação de um total de 50 milhões de hectares de unidades de conservação na Amazônia, até 2013.
Para isso prevêem-se atividades voltadas à identificação e seleção de novas áreas destinadas à criação de
Unidades de Conservação e a consolidação física destas; identificar, selecionar, implantar ou adaptar
mecanismos financeiros; monitorar e avaliar a conservação da biodiversidade; definição dos mecanismos
financeiros; elaboração de planos de manejo e; implantação de Infraestrutura básica.
� Plano Nacional de Recursos Hídricos - PNRH
O PNRH é um instrumento de longo prazo, a ser pactuado entre o Poder Público, os usuários e a sociedade
civil, que visa fundamentar e orientar a gestão das águas, e será elaborado a partir das 12 Regiões
Hidrográficas do Brasil. Para cada Região Hidrográfica - inclusiva a Amazônica - adota-se uma metodologia
que consiste nas seguintes etapas: mobilização da sociedade, realização de estudos básicos, identificação dos
grupos e atores sociais, realização de seminários regionais e nacional, definições de metas e diretrizes e
Programas Nacionais e Regionais e a aprovação do PNRH pelo CNRH.
� Hidrologia e Geoquímica da Bacia Amazônica - HiBam
O Hibam tem como objetivo o desenvolvimento de estudos e pesquisas para o melhor entendimento das
características e dos processos hidrológicos e geoquímicos ocorrentes nos rios da bacia hidrográfica do Rio
Amazonas. Como metas científicas do Projeto HIBAM identificam-se: (i) conhecer o sistema hidrológico e
hidrodinâmico da Bacia Amazônica e; (2) buscar definir parâmetros com o intuito de construir modelos tais
como: modelos hidrodinâmicos e espacialmente distribuídos.
Destacam-se os seguintes projetos no âmbito das sub-bacias selecionadas do AquaBio:
� Projeto Corredores Ecológicos
O projeto prevê a conexão de unidades de conservação oficiais, reservas particulares e terras indígenas
dentro de corredores maiores de florestas tropicais para melhorar a ecologia destas áreas. Estão sendo
implementados incentivos e regulações para aumentar o tamanho das áreas protegidas e as áreas que as
conectam. O projeto também procura melhorar o gerenciamento e a proteção de parques federais, estaduais
e municipais existentes e de áreas privadas de proteção dentro dos corredores, assim como estimular a
criação de áreas públicas e privadas adicionais dentro dos corredores. Além disso, o projeto objetiva
aumentar a conectividade da cobertura florestal entre as áreas protegidas promovendo a conservação de
98
territórios privados nas áreas de conservação, apoiando o manejo sustentável dos recursos naturais e
reassentando as comunidades locais em localidades estratégicas, e formulando recomendações políticas que
forneçam incentivos econômicos para a conservação.
� Subprograma de Ciência e Tecnologia
É um subprograma do PPG7 e coordenado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia - MCT. A Fase II do
Subprograma de C&T está sendo elaborada e prevê dois temas na região amazônica: manejo integrado de
ecossistemas e recuperação de áreas degradadas e integridade de bacias hidrográficas e manutenção de
ecossistemas aquáticos e seus recursos (MCT, 2005). A proposta ainda será submetida à apreciação pública
em agosto e setembro próximos, num seminário e em grupos de trabalho que serão realizados em Belém,
Manaus, São Luís e Cuiabá.
� PEPE
No âmbito do Programa Estadual de Preservação Estratégica das Matas Ciliares do Estado de Mato Grosso -
PEPE, estão sendo implementadas ações voltadas à recuperação de 1,3 milhão de hectares degradados de
matas ciliares em Mato Grosso, a partir de plantação de mudas, intervir nos processos de erosão, realizar
capacitação de produtores, readequar estradas rurais e promover a conscientização ambiental.
� PPDS-JUS
O Plano Popular de Desenvolvimento Sustentável a Jusante da UHE Tucuruí - PPDS-Jus tem como objetivo
central promover um processo amplo de mudança e de reorganização da economia e da sociedade regional,
combinando a elevação da qualidade de vida da população com o crescimento econômico e a conservação
ambiental. O Plano apresenta quatro focos prioritários de investimentos, destacando-se:
1. Potencialização tecnológica da produção familiar potencial, priorizando investimentos que visem
elevar, direta e indiretamente, a renda dos pequenos produtores rurais, pescadores artesanais e
extrativistas;
2. Execução de estudos de ordenamento e mapeamento territorial (Zoneamento Econômico-Ecológica,
Planos Diretores Urbanos).
Verifica-se, portanto, que a maioria dos programas projetos está voltada à proteção, à conservação e ao uso
sustentável dos recursos naturais. Muitos desses projetos prevêem a formulação de política de gestão ambiental,
a capacitação e fortalecimento institucional, e alguns tratam da implementação dos instrumentos de gestão, como
o ZEE, as UC’s e o monitoramento de recursos naturais. Todos essas atividades têm como foco principal a
mitigação da degradação ambiental terrestre na região Amazônica.
Por isso identifica-se uma lacuna nas políticas públicas relacionadas à integração da gestão de biodiversidade
aquática e recursos hídricos na Amazônia. O AquaBio prevê essa integração, a partir da implementação, de
maneira participativa e descentralizada, de atividades demonstrativas em três sub-bacias-piloto. Os programas e
projetos acima relacionados poderão ser um ponto de partida para as atividades a serem executadas pelo Projeto
e a base para estabelecer parcerias.
99
2.5. Grau de participação dos atores
Pode-se identificar como principais atores no nível nacional a Secretaria de Biodiversidade e Florestas -
SBF/MMA, o IBAMA, a Secretaria de Recursos Hídricos - SRH/MMA e a Agência Nacional de Águas - ANA.
A SBF está desenvolvendo atividades no âmbito de criação de Unidade de Conservação, o uso sustentável da
ictiofauna e dos recursos pesqueiros e reflorestamento e a recuperação de áreas degradadas. A Secretaria
conduziu ainda todo o processo de elaboração da proposta do AquaBio e coordenou vários eventos técnicos e
reuniões com os potenciais parceiros.
O IBAMA - entidade responsável pela fiscalização, monitoramento e aplicação de penalidades disciplinares ou
compensatórias - atua como coordenador geral do ProVárzea, por intermédio da Unidade de Coordenação do
Projeto - UCP e está implementando atividades voltadas ao melhoramento dos sistemas monitoramento e
controle pesqueiro.
A SRH coordena a elaboração e acompanha a implementação do Plano Nacional de Recursos Hídricos,
incluindo a Região Hidrográfica Amazônica. Prevê-se uma ampla discussão com a sociedade para estabelecer as
grandes metas e diretrizes para os recursos hídricos na região. A SRH ainda está tomando iniciativas voltadas ao
fortalecimento institucional dos órgãos gestoras estaduais da bacia para apoiar a formulação da política de
recursos hídricos.
A ANA é responsável pela operação e manutenção da rede básica de estações hidrometeorológicas em todo
território brasileiro, abrangendo também as sub-bacias selecionadas. Cabe à ANA ainda apoiar a implementação
dos instrumentos da gestão - inclusive o Plano Nacional de Recursos Hídricos - e criação dos Comitês de Bacia
Hidrográfica.
No âmbito estadual identificam-se como principais atores a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável - SDS/AM, a Fundação Estadual do Meio Ambiente - FEMA/MT e a Secretaria
Especial de Produção - SEPROD/PA. A SDS está implementando os projetos Corredores Ecológicos e o PGAI
que integram ações de Macrozoneamento Ecológico-Econômico, monitoramento e controle ambiental. Está
ainda previsto o Zoneamento Econômico-Ecológico do Município de Barcelos. A FEMA está implementando
várias ações na sub-bacia selecionada voltadas à preservação e conservação dos recursos naturais e promoção do
desenvolvimento sustentável. A SEPROD executa atividades relativas ao uso sustentável dos recursos pesqueiros
à prática da atividade pesca esportiva e ao Macrozoneamento Econômico-Ecológico.
Define-se como atores no nível local as entidades municipais, ONGs, representações de pescadores, produtores
rurais e comunidades indígenas, empresas, universidades e centros de pesquisa. As entidades mais relevantes
para o AquaBio são:
� Amazonas: Universidade Federal do Amazonas - UFAM, Instituto de Pesquisas Ecológicas - IPÊ e a
Fundação Vitória Amazônica - FVA. A UFAM está desenvolvendo o Projeto Piaba, objetivando preservar e
100
manter a pescaria de peixes ornamentais e outros recursos renováveis para a prática comercial na bacia do
médio Rio Negro. Os ONGs trabalham na região ativamente na construção de Acordos de Pesca.
� Mato Grosso: Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT; ONG Ambientalista Roncador
Araguaia - ONGARA; Instituto Socioambiental - ISA. A UNEMAT está desenvolvendo pesquisas de
recursos pesqueiros na sub-bacia do rio Xingu e as ONGs são as mais atuantes na região, implementando
ações, principalmente no Parque Indígena do Xingu e seu entorno.
� Pará: Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA; Federação dos Órgãos para Assistência Social e
Educacional - FASE. A UFRA está implementando um instituto que coordenará todos os pesquisas e
projetos nas áreas de recursos hídricos e recursos pesqueiro, e a Federação dos Órgãos para Assistência
Social e Educacional - FASE desenvolve ações de educação e organização e desenvolvimento local na sub-
bacia selecionada.
Com base nas informações acima mencionadas, identifica-se que cabe ao IBAMA o monitoramento e
fiscalização dos recursos naturais - inclusive pesqueiros - à SRH a formulação Política Nacional de Recursos
Hídricos (como o PNRH) e à ANA implementação dos instrumentos de gestão e criação de organismos de bacia
(Conselhos de Recursos Hídricos, Comitês de Bacia Hidrográfica, Agências de Bacia), respectivamente. A SBF
será a Unidade de Coordenação Nacional do AquaBio, responsável pela coordenação geral, administração dos
recursos, a aprovação dos projetos e supervisão e monitoramento do Projeto.
Os órgãos gestores estaduais são responsáveis pela implementação da Política Estadual de Meio Ambiente e
deverão subsidiar a implementação das atividades previstas pelo AquaBio. Essas instituições serão ainda
importantes para promover a articulação entre o nível nacional e o nível local.
As universidades e os centros de pesquisa podem subsidiar os trabalhos de capacitação e implementação das
atividades previstas. As organizações civis atuantes nas sub-bacias selecionadas podem auxiliar a mobilização da
sociedade e realizar trabalhos específicos do Projeto.
Vale mencionar que, como regra geral, já existem cooperações entre os órgãos gestores federais e estaduais
acima relacionados, bem como entre os órgãos gestores estaduais e as entidades civis e universidades, a partir de
parcerias em projetos e programas.
101
3. MODELOS DE GESTÃO
3.1. Modelos no Brasil
3.1.1. ProVárzea
O Projeto Manejo dos Recursos Naturais da Várzea - ProVárzea é um projeto executado pelo IBAMA,
coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e financiado pelo Fundo Fiduciário para a Floresta Tropical -
RFT do Banco Mundial, Departamento do Desenvolvimento Internacional - DFID do Reino Unido, Agência de
Cooperação Alemã - GTZ, Banco de Reconstrução do Governo Alemão - KfW e o Governo Brasileiro.
O objetivo do ProVárzea é estabelecer bases científica, técnica e política para a conservação e o manejo
ambiental e socialmente sustentável dos recursos naturais da várzea, na calha central da bacia amazônica, com
ênfase nos recursos pesqueiros (MMA, 2005).
A implementação do ProVárzea foi extendida até 2007 e conta com quatro componentes, sendo:
1. Estudos estratégicos para formulação de políticas públicas e desenvolvimento de sistemas de manejo,
monitoramento e controle dos recursos da várzea;
2. Apoio a iniciativas promissoras de sistemas inovadores de manejo dos recursos naturais da várzea;
3. Desenvolver, testar, implementar e disponibilizar sistema piloto integrado e participativo e descentralizado
de monitoramento e controle de uso dos recursos naturais de várzea;
4. Coordenação do projeto.
O Programa vem sendo realizado em parceria com instituições governamentais e não-governamentais,
organizações pesqueiras e comunitárias. Cabe ao IBAMA a coordenação geral do ProVárzea, por intermédio de
uma Unidade de Coordenação do Projeto - UCP, sediada em Manaus, e dois escritórios regionais em
Santarém/PA e Parintins/AM, vinculados junto a Gerência Executiva do IBAMA no Estado do Amazonas.
Cabe a Unidade de Coordenação do Projeto:
� Preparar o plano anual de operações;
� Elaborar os relatórios técnicos e financeiros para o Governo do Brasil e doadores;
� Monitorar os componentes do Projeto;
� Garantir a avaliação das atividades do Projeto;
� Assegurar que os acordos de implementação sejam efetivados
� Estabelecer indicadores de performance para cada componente e monitorá-los periodicamente.
A Comissão de Acompanhamento, entidade de uma de caráter consultivo ligada à UCP, se reuni ordinariamente
duas vezes ao ano para avaliar, examinar e dar pareceres que contribuam para o melhor desenvolvimento de suas
atividades, além da cooperação técnica da GTZ através de um perito de longo prazo.
102
A estrutura da gestão do Projeto conta ainda com uma Comissão de Apoio Técnico para o componente de
sistema integrado de monitoramento e controle, e envolve parcerias com instituições governamentais (federais,
estaduais e municipais) e não-governamentais.
Os Estudos Estratégicos estão sendo realizados por ONGs, instituições de pesquisa e ensino e consultores,
contratados por meio de editais. As iniciativas promissoras são voltadas às comunidades locais. Estes projetos
são licitados por meio de editais e as propostas são avaliadas pela equipe de base do Programa. Cabe ao IBAMA,
ao ProVárzea e aos parceiros do Programa o monitoramento e controle da execução das atividades.
Um dos quatro sub-componentes do componente monitoramento e controle do projeto é a implementação de Co-
gestão, que objetiva promover e fomentar o processo de gestão participativa dos recursos naturais da várzea
(IBAMA, 2005). Isso está sendo realizado a partir das seguintes atividades:
� Promoção da criação e do fortalecimento de instâncias organizacionais sociais das comunidades ribeirinhas
nas áreas-piloto;
� Promoção de uma instância de discussão dos problemas e elaboração de propostas que garanta a
participação dos diversos grupos de usuários e permita a compatibilização dos diferentes interesses e das
diferentes atividades econômicas;
� Promoção de maior participação e controle social, aliado à interinstitucionalização do controle, através do
treinamento de representantes das comunidades ribeirinhas.
Essas atividades tiveram os seguintes resultados: 1) fortalecimento dos Conselhos Regionais de Pesca; 2) criação
do Grupo de Trabalho da Várzea (grupo consultivo multi-institucional); 3) descentralização e compartilhamento
da fiscalização, a partir do treinamento e credenciamento de representantes dos usuários de recursos naturais,
com Agentes Ambientais Voluntários e; 4) criação da Unidade de Defesa Ambiental, que tem como objetivo a
melhoria da qualidade dos serviços prestados e a implementação da legislação ambiental com efetividade.
A partir das experiências identificaram-se como principais lições aprendidas: a organização social como
imprescindível para qualquer ação de manejo comunitário dos recursos; a comunicação social como instrumento
de fortalecimento das organizações de base e formação de lideranças; a necessidade de garantir a participação
efetiva e representativa dos diversos grupos de interesse no processo de tomada de decisão; a efetivação de
políticas de gestão dos recursos naturais depende da capacidade do poder público em promover o diálogo entre
os diferentes grupos de usuários, visando a negociação de conflitos e o estabelecimento de pactos rumo ao
desenvolvimento local.
3.1.2. Projeto Corredores Ecológicos
O Projeto de Corredores Ecológicos, que integra o Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do
Brasil (PPG7), tem por objetivo contribuir para a conservação eficaz da biodiversidade brasileira, testando uma
abordagem inovadora em dois dos biomas mais importantes do Brasil. O objetivo geral é demonstrar a
103
viabilidade de corredores ecológicos para a conservação da biodiversidade na Amazônia e nas matas atlânticas
(BM, 2005).
O Projeto Corredores Ecológicos atua em sete grandes áreas de floresta tropical, localizadas nas regiões de
florestas da Amazônia e na Mata Atlântica e é coordenado pela Secretaria de Coordenação da Amazônia do
Ministério do Meio Ambiente, tendo como principais executores os Governos de Estado do Amazonas, Bahia e
Espírito Santo (MMA, 2005).
As ações estão sendo implementadas a partir de um modelo de gestão participativa, contando com a participação
da sociedade civil, governos municipais e outras instituições do governo federal. No âmbito de cada corredor
existe uma Unidade de Coordenação, composta por um Comitê de Gestão, uma Secretaria Executiva e um
Conselho. A execução também envolverá agências governamentais dos três níveis da administração pública
(federal, estadual e municipal), ONGs e outros organismos públicos ou privados.
Esse Projeto é considerado como um dos “Casos de Sucesso” pelo Banco Mundial. No documento, que relata os
resultados, identificou-se que “do ponto de vista institucional, a estratégia dos corredores busca melhorar o
manejo das áreas protegidas, construir a capacidade de manejo para a região e incentivar a pesquisa biológica e
socioeconômica que possa indicar ferramentas para reduzir a ameaça da extinção das espécies. As aspirações das
comunidades locais e de outras partes interessadas devem ser levadas em consideração, como elementos-chave
da equação da conservação, a fim de assegurar a sustentabilidade durável dos parques e reservas”.
O documento identificou ainda os seguintes resultados iniciais do projeto:
� Popularização da abordagem dos corredores ecológicos, na conservação da biodiversidade e no manejo da
terra no Brasil, no nível federal e estadual.
� Melhor coordenação em várias agências e níveis do governo, no planejamento e aplicação das políticas
ambientais;
� Maior descentralização da proteção ambiental, nos níveis estadual e local, resultando em um melhor
desempenho do manejo;
� Novas regulamentações e incentivos econômicos para estimular um comportamento responsável, do ponto
de vista ambiental, comparado a uma dependência de medidas de controle e de comando;
� Participação das partes interessadas, incluindo-se o setor privado, as comunidades locais e organizações
não-governamentais, na preparação e aplicação dos programas ambientais;
� Maior aplicação das políticas ambientais, sobretudo em regiões distantes, onde as instituições
governamentais são mais frágeis.
3.1.3. Programa Pantanal
O Programa de Desenvolvimento Sustentável do Pantanal - Programa Pantanal, financiado pelo Banco
Interamericano de Desenvolvimento, tem como objetivo geral “ promover o desenvolvimento sustentável da
Bacia do Alto Paraguai - BAP, através do gerenciamento e da conservação de seus recursos naturais,
104
incentivando atividades econômicas ambientalmente compatíveis com os ecossistemas e provendo melhores
condições de vida à população da região” (MMA/SQA, 2001).
Trata-se de um programa estratégico que desenvolve políticas públicas na gestão ambiental para os estados de
Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Os executores do Programa são o Ministério de Meio Ambiente
(Coordenação Geral do Programa), o IBAMA, bem como os Estados de Mato Grosso (FEMA) e Mato Grosso do
Sul (IMA-P), sendo estes dois últimos os Coordenadores Estaduais do Programa. Conta ainda com as entidades
participantes, responsáveis pela implementação das atividades, e os comitês Inter-Estadual e Estaduais.
O Comitê Inter-Estadual caracteriza-se como um fórum de discussão e de acompanhamento do Programa numa
perspectiva integrada do bioma Pantanal. Este Comitê é constituído por representantes do MMA do IBAMA, da
FUNAI, dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e quatro representantes da sociedade civil organizada
que integrem os Comitês Estaduais.
Os Comitês Estaduais são integrados por membros da sociedade civil organizada, por representantes dos Co-
Executores e por representantes de instituições de ensino e pesquisa com atuação na BAP. A sociedade civil
organizada é representada por segmentos das comunidades tradicionais, indígenas, por produtores rurais, por
organizações não governamentais ambientalistas e sociais, pelo setor empresarial e pelo setor produtivo.
Um dos componentes do Programa é a “Gestão de Recursos Hídricos” que tem por objetivo a promoção da
melhoria da qualidade e disponibilidade de águas subterrâneas e de superfície a partir da implementação de uma
política de gestão de recursos hídricos na Bacia do Alto Paraguai. Entre outras ações, as prioridades deste projeto
incluem o desenvolvimento de modelos de gestão dos recursos hídricos com a finalidade de implementar a
outorga, o monitoramento, o sistema estadual de informação, o ordenamento da gestão e a fiscalização.
O componente “Proteção e Gestão dos Ecossistemas, da Ictiofauna e da Fauna” tem como objetivo a preservação
e conservação dos ecossistemas representativos da BAP, e a implementação do controle e da fiscalização
ambiental, visando coibir, entre outras, a caça ilegal e a pesca predatória. O Componente contém o projeto
“Gerenciamento dos Recursos Pesqueiros”, cujos objetivos específicos são:
� Desenvolver estudos acerca da biologia e ecologia das espécies de peixes para produção e isca, sua estrutura
e dinâmica das comunidades economicamente potenciais, dentro de uma orientação para o desenvolvimento
sustentável;
� Promover a aqüicultura, de modo que sirva de alternativa para os produtores rurais;
� Reestruturar e implantar o atual sistema de gerenciamento da pesca nos Estados;
� Promover o aproveitamento mais eficiente/eficaz do pescado e melhorar sua comercialização, visando
reduzir desperdícios e aumentar sua rentabilidade econômica.
As principais atividades deste projeto são:
� Implantação (em MT) e consolidação (em MS) do Sistema Estadual de Gerenciamento da Pesca, para atuar
prioritariamente na BAP;
105
� Desenvolvimento de estudos temáticos (ecologia de peixes, tecnologias de produção de pescado e técnicas
de cultivo de peixes) voltados para a pesca e aqüicultura;
� Realização do cadastramento dos pescadores profissionais, inclusive os isqueiros, realizando levantamento
de sua condição sócio-econômicas;
� Implantação de entrepostos de pescado;
� Promoção e realização de campanhas de estímulo e orientação para a implantação de projetos de
aqüicultura;
� Realização de cursos de capacitação da mão-de-obra que atuará nos projetos de aqüicultura,
� Promoção de treinamento e qualificação para o pessoal do Sistema Estadual de Gerenciamento da Pesca.
Entretanto, ao longo dos anos da sua implementação observou-se que houve uma descontinuidade das atividades
previstas, devido ao problema de orçamento do Ministério do Meio Ambiente e falta de comprometimento
político. Um outro aspecto importante é que entidades participantes, responsáveis pela implementação das ações
do Programa, não participaram no planejamento e na formulação das atividades programadas.
Atualmente estão sendo iniciadas ações voltadas à implementação de gestão de recursos hídricos nos estados,
especialmente no que diz respeito à elaboração dos Planos Estaduais de Recursos Hídricos e à implementação do
instrumento de outorga. Essas iniciativas estão sendo planejadas em articulação com a Secretaria de Recursos
Hídricos, a Agência Nacional de Águas e os órgãos gestores estaduais.
No momento está sendo reavaliado o Programa, identificando o novo arranjo institucional e adequando os
aspectos financeiros.
3.1.4. PPDS-Jus
O Plano Popular de Desenvolvimento Sustentável a Jusante da UHE Tucuruí - PPDS-Jus abrange os municípios
de Baião, Mocajuba, Cametá, Limoeiro do Ajurú e Igarapé-Miri (Eletronorte, 2003).
O Plano foi elaborado pela Eletronorte, a partir de um processo de consulta, e tem como objetivo central
promover, de forma participativa e com responsabilidade partilhada, um processo amplo de mudança e de
reorganização da economia e da sociedade regional, combinando a elevação da qualidade de vida da população
com o crescimento econômico e a conservação ambiental. O horizonte do plano é de 2002 a 2020 e conta com 4
eixos temáticos: reestruturação e diversificação da base produtiva; desenvolvimento humano e qualificação;
conservação e recuperação do meio ambiente; organização da sociedade e dos governos locais.
O PPDS-Jus conta com um Conselho Gestor, Conselhos Municipais e Câmaras Técnicas formados por entidades
sociais, bem como as instâncias governamentais federais, dos municípios e do Estado, para gerir o planejamento
permanente e a execução do Plano.
106
O Conselho Gestor do PPDS-Jus - CONJUS tem a participação de instituições públicas e não governamentais,
entidades de trabalhadores e produtores, assim como as instituições de ensino e pesquisa. Cabe ao Conselho
“garantir o respaldo legal ao planejamento e execução do desenvolvimento regional, na busca e articulação de
financiamentos públicos, privados, nacionais e internacionais na região”.
Os Conselhos Municipais são responsáveis pela promoção do debate e o acompanhamento das ações, sendo o
fórum de interlocução direta entre o processo geral de gestão do PPDS-Jus e todos os segmentos sociais locais e
regionais. Cada Conselho age com autonomia de planejar seu funcionamento, fazendo sugestões, considerações,
críticas ou ajustes relativos ao Plano.
As Câmaras Técnicas contam com a participação de instituições de ensino e pesquisa, as instituições públicas e
ONG’s com competência nas áreas, e atuam nos seguintes temas: pesca; agricultura familiar; agroindústria;
saúde; educação e formação profissional; meio ambiente; infra-estrutura; comércio e economia popular. Será
instituída uma Câmara Técnica para cada tema. As Câmaras Temáticas reforçam o suporte técnico-científico do
CONJUS.
O Planejamento anual das ações do PPDS-Jus será efetivado através das discussões nas instâncias de
participação e de deliberação criadas, definindo a programação, instâncias de discussão das políticas de
desenvolvimento.
A partir das visitas de campo pode ser deduzido que o plano ainda está em fase inicial de execução. Identificou-
se ainda que algumas das entidades importantes do Estado não participam no processo da sua elaboração. A
Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente - SECTAM, órgão gestor do estado, não está
participando nas discussões sobre o Plano, apesar de que este trata de políticas públicas. Ainda se questionou se
o Plano atenderá aos anseios da sociedade.
3.2. Modelos em outros paises
3.2.1. África do Sul
Em Malawi foi implementado, em 1993, o Programa de Gerenciamento Participativo de Pesca para o Lago
Malombe (Lake Malombe Participatory Fisheries Management Programme - PFMP). Isto porque houve
evidências de ocorrência da degradação ambiental, diminuição do estoque de pesca no lago e falha do sistema de
gerenciamento existente, que se baseia na regulação e controle pelo Governo central (Hara, 2000).
O programa teve como objetivo assegurar a sustentabilidade biológica de recursos e preservar a biodiversidade.
Aplicou-se o modelo de co-gerenciamento (co-management) de recursos naturais, definido como “o processo
colaborativo e participativo de tomada de decisão para estabelecer normas, entre os representantes das
instituições governamentais, setores usuários e instituições de pesquisa”.
107
Como a população da região não estava organizada, o Governo tomou a iniciativa de mobilizar os pescadores
para participar no novo regime de gestão. Baseando-se nos princípios democráticos, comitês gestores foram
instituídos como ferramenta de participação. Ainda foi criado o departamento local da pesca. Foi apresentada e
discutida pela comunidade a proposta do Governo para a regulamentação do gerenciamento de recursos
pesqueiros na área, objetivando a transferência do poder de decisão aos pescadores e instituições locais.
Este programa foi implementado a partir da suposição de que instituições locais têm uma vantagem sobre a
autoridade central, pelo fato de que eles funcionam num nível onde interesse econômico e responsabilidade pelo
gerenciamento sustentável de recursos naturais são potencialmente maiores.
Após da implementação do PFMP observou-se um crescimento do estoque de peixes no lago Malombe (Njaya,
2000). O co-gerenciamento ainda diminuiu os custos para monitorar e fiscalizar a implementação das
regulamentações pesqueiras.
Entretanto houve problemas que deverão ser resolvidos para garantir a sustentabilidade do programa. Um dos
pontos mencionados é a importância da implementação dos mecanismos para garantir, gradualmente, a
sustentabilidade financeira do Programa. Identificou-se ainda a necessidade de que os atores sejam treinados e
que seja construída uma confiança entre o departamento local da pesca e as comunidades locais de pescadores.
As lições aprendidas desse Programa ajudaram no desenvolvimento e implementação dos projetos de co-
gerenciamento da pesca nos lagos Chiuta e Chilwa.
3.2.2. Laos
Em 1993 foi implementado o programa para o co-gerenciamento de pesca para as comunidades situadas ao
longo do rio Mekong, no Distrito Khong - Laos (Baird, 2001). O Distrito conta com uma população de 65 mil
habitantes, sendo as principais atividades econômicas de sustentação a produção de arroz e a pesca.
Entre 1993 e 1999, 63 aldeias no Distrito estabeleceram normas para gerenciamento sustentável e conservação
de recursos aquáticos, incluindo peixes, no rio Mekong e suas áreas úmidas. As comunidades das aldeias
iniciaram o processo de co-gerenciamento, com o apoio de duas ONGs e do Governo local, e estabeleceram as
normas, baseando-se nas condições locais e no consenso. As comunidades foram capacitadas para implementar e
monitorar as normas, possibilitando adequação destas em resposta às mudanças da situação local. Estas normas
ou “Leis de Aldeia” são diferentes entre as comunidades e podem ser classificadas de acordo com os seguintes
grupos:
• Estabelecimento de Zonas de Conservação de Pesca;
• Proibição de métodos e equipamentos de pesca;
• Proibição de pesca de espécies;
• Proteção de matas ciliares.
108
Apesar de nem todas as comunidades terem constituído esforços para o gerenciamento de recursos aquáticos
com mesmo sucesso - pelas diferenças biológicas, geográficas e sociais das regiões - detectou-se um crescimento
da população de algumas espécies e o aumento de captura de peixe.
Observou-se ainda um crescimento de capacidade em gerenciamento de recursos naturais nos níveis
governamentais e no nível local. Um outro ponto positivo identificado foi o aumento da solidariedade e
coordenação entre as comunidades e os governos. O custo para implementar este sistema de co-gerenciamento é
mínimo, já que os pescadores locais fazem a maior parte do trabalho.
3.2.3. Estados Unidos
Os Estados da bacia hidrográfica do rio Columbia (Idaho, Montana, Oregon e Washington), criaram por meio da
Lei de Planejamento e Conservação da Energia Elétrica do Noroeste do Pacífico (Pacific Northwest Electric
Power Planning and Conservation Act), em 1980, o Conselho da Energia Elétrica e Conservação do Noroeste
(Northwest Power and Conservation Council). Esta norma jurídica estabelece que a agência interestadual é
responsável pela elaboração de um programa para proteção, mitigação e aumento da ictiofauna e da vida
silvestre na bacia do rio Columbia, afetadas pela implantação e operação das usinas hidrelétricas, bem como
assegurar o fornecimento de energia elétrica de maneira eficiente, econômica e segura. A Lei define ainda que o
Conselho deve informar sobre ictiofauna, vida silvestre e assuntos relativos à energia, assim como envolver os
atores no processo de tomada de decisão.
Os planos e as políticas que o Conselho desenvolve e aprova são implementados por várias agências, como o
Bureau of Reclamation, U.S. Army Corps of Engineers, e Federal Energy Regulatory Commission. Governos
locais, tribais e Federal trabalham muitas vezes juntos com o Conselho durante a elaboração dos planos de
energia elétrica e programa de ictiofauna e vida silvestre, que são atualizados a cada cinco anos.
O primeiro Programa de Ictiofauna e da Vida Silvestre (Fish and Wildlife Program) na Bacia do Rio Columbia
foi elaborado em 1982 pelo Conselho, e em 2000 houve uma revisão do Programa, reorganizando os princípios
científicos e políticos. O Programa abordava a visão geral da bacia, objetivos específicos, estratégias e ações
para o rio principal e seus tributários, além de uma fundamentação científica (NPCC, 2003).
A partir deste Programa, o Conselho aprovou, em 2003, o Plano de Operações para os Rios Principais Colombia
e Snake. Durante a sua preparação o Conselho solicitou recomendações das instituições gestoras regionais e
federais, tribos indígenas e outros atores. Com base nas sugestões o Conselho elaborou uma nova versão que,
após de um período de apreciação pelo público, resultou nas emendas para o Plano.
O Plano contém, entre outros, os seguintes objetivos específicos e ações:
• A proteção e aumento da ictiofauna, incluindo a criação de áreas de proteção;
• Gerenciamento do sistema aquático;
• Implantação, nas barragens, de escada de peixe;
109
• Transporte de peixe;
• Elevação do nível da água e requerimentos operacionais das usinas hidrelétricas para proteger
ictiofauna e vida silvestre;
• Melhora da qualidade da água;
• Pesquisa, monitoramento e avaliação.
Em 2004 foram elaborados 58 planos locais de recuperação da ictiofauna e vida silvestre na bacia hidrográfica.
Para isso foram realizados, por sub-bacia, encontros para discutir as propostas dos planos, contando com a
participação dos representantes dos governos federal, estaduais e municipais, das tribos indígenas, do setor
agropecuário e outros atores. Os encontros resultaram em um aumento do senso de responsabilidade comum, um
fortalecimento do processo decisório no nível local e na incorporação de soluções propostas pela comunidade
local.
O Programa de Ictiofauna e da Vida Silvestre é um programa inédito no país e o seu principal resultado é o
número expressivo de salmão - um indicador para água de boa qualidade - que retornaram à bacia hidrográfica
do rio Columbia (NPCC, 2005).
3.3. Avaliação dos modelos
Foram avaliados quatro projetos que estão sendo implementados no âmbito da bacia hidrográfica do rio
Amazonas: ProVárzea, Projeto Corredores Ecológicos, Programa Pantanal e PPDS-JUS. Os primeiros três estão
sendo implementados pelo Ministério do Meio Ambiente e o PPDS-JUS é um plano de desenvolvimento
sustentável elaborado pelo Eletronorte.
Três projetos prevêem atividades voltadas à gestão de recursos hídricos e à gestão de biodiversidade aquática e o
Projeto Corredores Ecológicos implementa ações para conservar a biodiversidade.
Todos contam com arranjos institucionais e desenhos participativos e descentralizados. Além de unidade de
coordenação central e unidades de coordenação local, todos os projetos contam com fóruns de discussão e de
acompanhamento dos projetos. O ProVárzea possui com uma Comissão de Apoio Técnico para apoiar o
componente de sistema integrado de monitoramento e controle. O PPDS-JUS incorporou ainda na sua estrutura
organizacional a figura da Câmara Técnica, responsável pela “elaboração e detalhamento técnico das políticas
públicas previstas pelo Plano”.
Observa-se que os projetos ProVárzea e Corredores Ecológicos obtiveram resultados positivos, fortalecendo a
coordenação do projeto e promovendo a descentralização das atividades e o envolvimento dos atores no processo
de decisão. Identifica-se uma descontinuidade da implementação das atividades e uma falta de envolvimento dos
atores locais nos outros dois projetos.
110
Foram ainda levantados exemplos em três outros paises: África do Sul, Laos e Estados Unidos. Nos primeiros
dois países, os projetos contaram com um modelo de gerenciamento participativo - o de co-gerenciamento - para
o setor pesqueiro. O programa nos Estados Unidos tem como objetivo a mitigação dos impactos sobre a
ictiofauna e vida silvestre causados pelas hidrelétricas.
Os três projetos foram planejados e implementados contando com a participação das comunidades locais. Como
pontos positivos identificam-se, entre outros, um crescimento de capacidade dos atores, um aumento da
solidariedade entre as comunidades locais e os governos e uma melhora condições ambientais, resultando em um
crescimento dos estoques de peixes.
Como regra geral pode-se concluir que os sete projetos promovem a transferência de poder de decisão do
governo central aos usuários de recursos e entidades locais. Nem todos os projetos têm o mesmo grau de sucesso
(como o Programa Pantanal e PPDS-JUS). Os aspectos que prejudicaram a sustentabilidade do projeto são,
principalmente, a falta de comprometimento política com o projeto, a baixa capacidade institucional e técnica
dos atores e a falta de participação direta das comunidades locais e das entidades gestoras e executoras.
111
4. PROPOSTA DOS ARRANJOS INSTITUCIONAIS E DESENHO DA ESTRUTURA
4.1. Co-gerenciamento
Como já mencionado no Capítulo anterior, o co-gerenciamento é o processo colaborativo e participativo de
tomada de decisão para estabelecer normas, entre os representantes das instituições governamentais, setores
usuários e instituições de pesquisa. Este modelo de gestão está sendo aplicado mundo afora para o
gerenciamento de recursos hídricos, principalmente voltado ao desenvolvimento sustentável das atividades
pesqueiras.
A implementação do co-gerenciamento compreende quatro componentes: gerenciamento dos recursos naturais,
desenvolvimento da comunidade e economia, capacitação e suporte institucional. Pomeroy et al (1998) definiu
condições-chave e princípios para garantir a sustentabilidade institucional dos arranjos de co-gerenciamento,
entre outros:
� Reconhecimento do problema de gerenciamento do recurso natural
Este reconhecimento pode se manifestar pela diminuição do potencial de produção de pescado,
desaparecimento de espécies, manifestação de conflitos pelo uso da água e degradação dos recursos naturais.
� Entidade coordenadora
Coordenação adequada é principalmente importante quando o projeto envolve mais atores e executa mais de
uma intervenção numa área. Uma entidade independente com representantes dos diferentes atores pode ser
criada para sistematizar os acordos de co-gerenciamento. O objetivo é facilitar o processo decisório,
resolução de conflitos, planejamento e cooperação.
� Liderança
Liderança local é fundamental para o sucesso do co-gerenciamento. Líderes locais mostram o exemplo,
definem as ações e fornecem energia e direção para o processo de co-gerenciamento.
� Envolvimento dos atores
Atores são instituições, usuários dos recursos naturais e organizações sociais que têm interesse direto e
significativo no recurso e na área. Uma participação ativa dos atores pode facilitar o processo político e
definição das ações.
� Direito à propriedade sobre o recurso
O direito à propriedade, individual ou coletivo, deve abordar a propriedade legal sobre o recurso e definir
mecanismos (econômicos, administrativos, coletivos) e estruturas para alocar o direito de uso do recurso e
para garantir a conservação deste.
� Apoio político local
O apoio às instituições e entidades locais é importante para subsidiar a implementação das políticas e
atividades. Para isto é necessário incentivar e fortalecer as estruturas locais existentes.
� Agentes externos
Agentes externos podem subsidiar na definição do problema, fornecer opinião independente, arbitrar em
caso de conflitos, iniciar planos de gerenciamento e propor políticas e ações. Uma entidade ou pessoa
externa deverá ser objetiva e assumir o papel de catalisador.
112
� Capacitação
Os principais atores participantes no processo de co-gerenciamento deverão ser familiarizados com os
problemas regionais atuais, o funcionamento das instituições e legislações e as alternativas e mecanismos
para promover o uso sustentável dos recursos naturais. Capacitação é uma ferramenta importante para
nivelar os conhecimentos e definir o papel de cada ator.
� Objetivos claros e metas bem definidas
A clareza e simplicidade dos objetivos promovem o direcionamento do processo e a garantia do sucesso do
co-gerenciamento. Atores devem saber e concordar sobre os assuntos abordados, os resultados a serem
atingidos e as atividades implementadas.
� Definição das políticas e legislação.
Legislações, direitos e estruturas de gerenciamento deverão ser definidos, sendo a base institucional do
processo de co-gerenciamento. O processo legal formaliza os direitos e deveres e legitima a participação das
entidades e instituições locais.
� Enforcement efetivo
É necessária a participação de todos os atores no controle e na fiscalização das normas estabelecidas. Isto
pode ser realizado por uma instituição ou instituições formais (órgãos gestores, polícia) ou informais (igreja,
lideranças locais, ONGs). Enforcement local pode ser necessário para apoiar instituições governamentais e
assegurar a objetividade.
� Flexibilidade
Acordos de co-gerenciamento deverão ser flexíveis, possibilitando mudanças caso haja novos problemas ou
oportunidades.
4.2. Proposta institucional
Baseando-se nos modelos levantados e nas precondições acima mencionadas, os arranjos institucionais do
projeto devem ser estruturados de maneira descentralizada e participativa. Deve contar com uma coordenação
descentralizada, o envolvimento dos atores locais no processo de decisão, a clareza e transparência dos objetivos
e ações, bem como com mecanismos de monitoramento e avaliação.
Sugere-se, portanto, que o Projeto AquaBio use a estrutura institucional, conforme desenhada na Figura 4,
contando com as seguintes entidades: Unidades de Coordenação, Comitês de Apoio e Entidades Executoras.
4.2.1. Unidades de Coordenação
Propõe-se que a coordenação do Projeto AquaBio seja realizada por uma Unidade Federal e por uma unidade em
cada um dos três Estados. A Unidade Federal será responsável pela coordenação geral, administração dos
recursos, a aprovação dos projetos e atividades encaminhados pelas Unidades de Coordenação Estadual e
supervisão e monitoramento do Projeto. A Unidade Estadual será responsável pela coordenação local,
supervisão, coordenação, aprovação e monitoramento das atividades implementadas pelas Entidades Executoras.
113
GESTÃO EXECUÇÃO
FEDERAL
ESTADUAL
LOCAL
Figura 4 - Proposta do organograma institucional AquaBio.
Cabe à Unidade de Coordenação do Projeto, na sua área de atuação:
� Preparar o Plano de Gestão, em conjunto com o Comitê de Apoio, as Entidades Executoras e a sociedade
das três sub-bacias selecionadas, estabelecendo objetivos, metas, diretrizes e ações e seus arranjos
institucionais para o Projeto AquaBio;
� Monitorar e avaliar a execução do Projeto, por meio de indicadores pré-estabelecidos;
� Elaborar relatórios técnicos e financeiros para o Governo Federal/Estadual e os doadores;
� Maximizar a utilização dos fundos e recursos existentes e buscar novas fontes de recursos;
� Coordenar os esforços de pesquisa científica e tecnológica para o manejo integrado da biodiversidade
aquática e dos recursos hídricos e recuperação de áreas degradadas, nas sub-bacias selecionadas;
� Coordenar as atividades voltadas á capacitação e fortalecimento institucional;
� Promover, via encontros, a avaliação periódica e o aprimoramento do Projeto;
� Promover a divulgação das informações e dos resultados do Projeto à sociedade.
Coordenação de
Execução Federal
Entidade
Executora 2
Comitê
de Apoio Federal
Comitê de Apoio Estadual
Coordenação de Execução
Estadual na Sub-bacia
Entidade
Executora 1
Entidade
Executora 2
114
4.2.2. Comitês de Apoio
O Comitê de Apoio é uma entidade colegiada e consultiva, com objetivo de articular e monitorar a
implementação das ações previstas no projeto. O Comitê de Apoio Nacional será composto por órgãos públicos
gestores e entidades civis nacionais cuja atuação abrange a bacia do rio Amazonas. Os Comitês de Apoio Locais
são integrados por representantes das entidades públicas locais do Projeto, representantes da sociedade civil e
das instituições de ensino e pesquisa.
Sugere-se que o Comitê se reúna ordinariamente duas vezes ao ano, cabendo, na sua área de atuação:
� Propor medidas de articulação entre programas, projetos e atividades de implementação dos objetivos do
Programa AquaBio, bem como promover a integração de políticas setoriais;
� Acompanhar a implementação dos planos, programas, projetos e ações e fiscalizar a aplicação dos recursos;
� Promover a articulação, a cooperação e integração entre órgãos públicos e a sociedade civil para a realização
dos objetivos do Projeto AquaBio;
� Opinar sobre documentos e propostas encaminhadas pela sociedade;
� Rever, periodicamente, o Plano de Gestão.
4.2.3. Entidades Executoras
Os executores do Projeto são organizações e entidades especializadas e responsáveis pela implementação das
ações previstas no Plano de Gestão, utilizando o seu próprio quadro de técnicos e/ou consultorias externas. Cabe
a elas:
� Propor programas, projetos e ações, em conjunto com a população local, à Unidade Estadual de
Coordenação com o objetivo de garantir o manejo integrado da biodiversidade aquática e dos recursos
hídricos e a recuperação de áreas degradadas, bem como o fortalecimento econômico e sustentabilidade das
atividades de pesca, aqüicultura e agricultura nas sub-bacias selecionadas;
� Implementar os projetos e as ações voltados ao manejo integrado da biodiversidade aquática e dos recursos
hídricos e à recuperação de áreas degradadas, nas bacias-piloto;
� Elaborar relatórios técnicos e financeiros para apreciação pela Unidade Estadual;
� Promover articulação e integração da sociedade nas sub-bacias selecionadas.
4.3. Mecanismos de participação
Conforme proposto, a estrutura institucional conta com um Comitê Nacional de Apoio e um Comitê em cada um
dos estados que abrangem o Projeto AquaBio. São compostos por entidades públicas, usuários de recursos
naturais e entidades civis para garantir que o processo decisório seja participativo, transparente e
descentralizado. São fóruns consultivos, formados por lideranças, para apoiar e monitorar a implementação das
atividades do Projeto.
115
Propõe-se ainda, como elemento para a participação, a realização de um workshop no início do Projeto, em cada
Estado, com a participação dos potenciais integrantes do Projeto. Nestes eventos será definido o papel de cada
ator, identificados as Entidades Executoras e os integrantes do Comitê de Apoio, detalhadas as atividades a
serem realizadas por cada Entidade Executora, assim como definir o cronograma de execução e de desembolso.
Será ainda escolhida uma das Entidades Executoras em cada Estado como ponto focal do Projeto, ou seja, a
entidade que dirigirá o escritório técnico local.
O resultado dos workshops subsidiará a elaboração - pelas Unidades Coordenadoras - do primeiro Plano de
Gestão de sub-bacia selecionada, incluindo o plano de execução do Projeto e a descrição das funções e das
responsabilidades de cada instituição. Este Plano será divulgado, de maneira ampla, para a sociedade e
encaminhado para apreciação ao respectivo Comitê de Apoio. O Plano Final será apresentado em um Seminário
Regional.
A cada ano, o Plano de Gestão será avaliado pelo Comitê de Apoio, que, após uma consulta pública,
encaminhará a proposta de eventuais ajustes à Unidade Coordenadora.
4.4. Proposta das potenciais entidades do Projeto
Encontra-se, a seguir, uma primeira identificação dos possíveis parceiros para o Projeto AquaBio. Estão
relacionadas as entidades para as Unidades de Coordenação, Comitês de Apoio e Entidades de Execução,
baseando-se nas sugestões obtidas durante as visitas técnicas e contatos com instituições, além dos resultados da
Oficina para a Preparação do AquaBio, em Brasília, nos dias 31 de novembro e 01 de dezembro de 2004.
Observa-se que o quadro final das entidades será definido nos workshops locais no início do Projeto, conforme
mencionado no item 4.3.
Observa-se que este item lista as principais entidades identificadas, mas que se deve avaliar a possibilidade de
utilizar estruturas já existentes (conselhos, comissões e outros fóruns nacionais e locais) para o arranjo
institucional do AquaBio. No nível federal, a Comissão Nacional de Biodiversidade - CONABIO poderá exercer
o papel do Comitê de Apoio Nacional, já que este fórum é responsável pela coordenação, acompanhamento e
avaliação das ações do Programa Nacional da Diversidade Biológica - PRONABIO.
Poderá se ainda utilizar a estrutura de gestão existente do Projeto ProVárzea, para os Estados de Amazonas e do
Pará. Nesta estrutura, cabe ao IBAMA a coordenação geral do Projeto, por intermédio de uma Unidade de
Coordenação do Projeto - UCP e uma Comissão de Acompanhamento, sendo entidade de caráter consultivo.
4.4.1. Unidades de Coordenação
A Secretaria de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente - SBF/MMA será a Unidade de
Coordenação Nacional. Cabe a esta Secretaria propor políticas e normas, definir estratégias e implementar
programas e projetos, nos temas relacionados com: a gestão compartilhada do uso sustentável dos recursos
116
naturais; o conhecimento, conservação e utilização sustentável da biodiversidade e dos recursos genéticos; a
identificação e a recuperação de espécies ameaçadas da flora e da fauna; o uso sustentável da ictiofauna e dos
recursos pesqueiros.
A Unidade de Coordenação do Estado do Amazonas será a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável - SDS responsável pela formulação, coordenação e implementação da política
estadual de meio ambiente e desenvolvimento sustentável, programas intersetoriais, dos recursos hídricos, da
fauna e flora, da gestão política estadual de florestas e de ordenamento pesqueiro.
No Estado de Mato Grosso, a Fundação Estadual do Meio Ambiente - FEMA é a instituição responsável pela
normatização, gestão e execução da Política Estadual de Meio Ambiente.
No Pará, identifica-se como Unidade de Coordenação Estadual a Secretaria Especial de Produção - SEPROD,
por meio da Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente - SECTAM, que tem como
responsabilidade o desenvolvimento científico e tecnológico, assim como a coordenação, execução e controle
das atividades relacionadas à proteção e conservação do meio ambiente.
4.4.2. Comitês de Apoio
4.4.2.1. Comitê de Apoio Nacional
Secretaria de Coordenação da Amazônia - SCA/MMA
Responsável para a implementar as políticas difundidas por o Ministério de Meio Ambiente para a Região
Amazônica e exercer as atividades de secretaria-executiva do Conselho Nacional da Amazônia Legal -
CONAMAZ.
Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - SDS
Responsável pela formulação, coordenação e implementação da política estadual de meio ambiente e
desenvolvimento sustentável, programas intersetoriais, dos recursos hídricos, da fauna e flora, da gestão política
estadual de florestas e de ordenamento pesqueiro.
Secretaria de Recursos Hídricos - SRH/MMA
Compete propor a formulação da Política Nacional dos Recursos Hídricos, bem como acompanhar e monitorar
sua implementação.
Agência Nacional de Águas - ANA
Entidade federal de implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e de coordenação do Sistema
Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.
117
Coordenação Geral de Gestão de Recursos Pesqueiros - IBAMA
Compete a esta sub-unidade do IBAMA coordenar, supervisionar, regulamentar e orientar a execução e
implementação das ações e atividades relacionadas à gestão do uso dos recursos pesqueiros, além de gerenciar as
demandas inerentes aos dispositivos dos acordos nacionais e internacionais, relativos a recursos pesqueiros
Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República - SEAP/PR
Cabe a SEAP assessorar na formulação de políticas e diretrizes para o desenvolvimento e o fomento da produção
pesqueira e aqüícola e, especialmente, promover a execução e a avaliação de medidas, programas e projetos de
apoio ao desenvolvimento da pesca artesanal e industrial.
Fundação Nacional do Índio - FUNAI
A FUNAI é o órgão do governo brasileiro que estabelece e executa a Política Indigenista no Brasil, dando
cumprimento ao que determina a Constituição de 1988. Compete à FUNAI promover a educação básica aos
índios, demarcar, assegurar e proteger as terras por eles tradicionalmente ocupadas, estimular o
desenvolvimento de estudos e levantamentos sobre os grupos indígenas. A Fundação tem, ainda, a
responsabilidade de defender as Comunidades Indígenas, de despertar o interesse da sociedade nacional pelos
índios e suas causas, gerir o seu patrimônio e fiscalizar as suas terras, impedindo as ações predatórias de
garimpeiros, posseiros, madeireiros e quaisquer outras que ocorram dentro de seus limites e que representem um
risco à vida e à preservação desses povos.
Agência de Desenvolvimento da Amazônia - ADA
A ADA, Autarquia Federal, vinculada ao Ministério da Integração Nacional, foi criada pela Medida Provisória
n° 2.157-5/01. A missão desta instituição é planejar e promover ações estruturadas que induzam o
desenvolvimento eqüitativo e sustentável da Amazônia, bem como a sua integração competitiva nos contextos
nacional e internacional, visando à emancipação econômica e social da Amazônia.
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
O INPA, ligado ao Ministério de Ciência e Tecnologia tem como missão promover e divulgar conhecimentos
científicos e tecnológicos sobre a Amazônia Brasileira para a conservação do meio ambiente e o
desenvolvimento sustentável dos recursos naturais em benefício, principalmente, da população regional.
Organização das Cooperativas Brasileiras - OCB
É o órgão máximo de representação, controle, registro e cadastramento do Sistema Cooperativo Brasileiro.
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil - CNA
É a representação máxima do sistema sindical que reúne os produtos rurais no Brasil, que conta com cerca de
2.000 sindicatos, representados por 27 federações estaduais.
118
Grupo de Trabalho Amazônico - GTA
O Grupo de Trabalho Amazônico, fundado em 1992, reúne 430 entidades filiadas e está estruturado em oito
estados da Amazônia Legal (com exceção de Mato Grosso) e dividido em dezesseis Regionais. Fazem parte da
Rede GTA organizações não-governamentais (ONGs) e movimentos sociais que representam seringueiros,
castanheiros, quebradeiras de coco, pescadores artesanais, ribeirinhos, comunidades indígenas, além de pequenos
agricultores e suas famílias (GTA, 2005).
Conservação Internacional - CI
É uma ONG que tem como missão preservar a biodiversidade global e demonstrar que as sociedades humanas
podem viver em harmonia com a natureza.
The Nature Conservancy - TNC
É uma organização sem fins lucrativos, voltada à conservação da natureza.
Fundo Mundial para a Natureza - WWF-Brasil
Tem como missão contribuir para que a sociedade brasileira conserve a natureza, harmonizando a atividade
humana com a preservação da biodiversidade e com o uso racional dos recursos naturais, para o benefício dos
cidadãos de hoje e das futuras gerações.
Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira - COIAB
A COIAB, uma organização indígena, de direito privado, sem fins lucrativos tem como objetivos e fins a
promoção da organização social, cultural, econômica e política dos Povos e Organizações Indígenas da
Amazônia Brasileira, o fortalecimento da autonomia dos povos e organizações indígenas da região, a formulação
de estratégias, parcerias de cooperação técnica, financeira e política com organizações indígenas e organismos de
cooperação, nacionais e internacionais, objetivando a garantia e promoção dos direitos dos povos indígenas.
4.4.2.2. Comitês de Apoio Estadual
Amazonas
Instituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas - IPAAM
O IPAAM tem por finalidade coordenar e executar a Política Estadual de Meio Ambiente, em todos os seus
aspectos, compreendendo o controle da qualidade da água, do ar e do solo, o estabelecimento dos critérios de
emissão dos contaminantes oriundos das fontes antropogênicas, a proteção e conservação da fauna e da flora, o
desenvolvimento sustentável dos recursos naturais renováveis, a emissão de normas de licenciamento ambiental
previsto em legislação específica, a fixação de valores remuneratórios relativos às licenças e penalidades
ambientais, bem como a Política Estadual de Ciência e Tecnologia.
A Secretaria de Estado da Produção Agropecuária, Pesca e Desenvolvimento Rural Integrado - SEPROR
é o órgão oficial da administração direta do poder executivo do Amazonas que tem como missão formular,
119
coordenar e implementar a política estadual de desenvolvimento integrado da agricultura, pecuária, pesca e
aqüicultura.
Universidade Federal do Amazonas - UFAM
A UFAM tem como missão cultivar o saber em todas as áreas do conhecimento por meio do ensino, pesquisa e
extensão, contribuindo decisivamente para a formação de cidadãos e o desenvolvimento da Amazônia.
Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia - IPAM
O IPAM é uma organização ambiental não governamental, sem fins lucrativos, sem circulação política
partidária. Criado em 1995, o instituto reúne pesquisadores e educadores que compartilham o compromisso de
gerar informações científicas e formar recursos humanos.
Associação de Moradores do rio Unini - AMORU
Entidade que implementa ações em benefício das comunidades residentes na bacia hidrográfica do rio Unini.
Fundação Vitória Amazônica - FVA
A FVA é uma organização não governamental com sede em Manaus/AM, fundada em 1990 (FVA, 2005). A
atuação da FVA se estende a toda região amazônica, tendo a bacia do rio Negro como foco principal de seus
projetos. A conservação do meio ambiente, aliada à melhoria da qualidade de vida dos habitantes da bacia do rio
Negro, são os principais objetivos.
Instituto de Pesquisas Ecológicas - IPÊ
O IPÊ é uma Organização Social de Interesse Público - OSCIP e tem sede em Nazaré Paulista/SP (IPÊ, 2005).
Um dos objetivos do IPÊ é conservar a biodiversidade respeitando as tradições e individualidades das
comunidades do entorno dos locais que precisam ser protegidos e onde são realizadas as pesquisas do Instituto.
Identificam-se, como linhas de ação: pesquisa de espécies ameaçadas, educação ambiental, restauração de
hábitats, envolvimento comunitário e desenvolvimento sustentável, conservação da paisagem e envolvimento em
políticas públicas.
Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro - FOIRN
A FOIRN é uma associação civil, sem fins lucrativos, fundada em 1987, para lutar pela demarcação das terras
indígenas na região do rio Negro, promover ações na área da saúde, educação e auto-sustentação. Compõe-se de
mais de 40 organizações de base, sendo que cada uma delas representa um número variável de comunidades
indígenas distribuídas ao longo dos principais rios formadores da bacia do rio Negro. São cerca de 750 aldeias,
onde habitam mais de 30 mil índios pertencentes a 22 grupos étnicos diferentes, representantes das famílias
lingüísticas Tukano, Aruak e Maku, numa área de 108.000 km2 no noroeste amazônico brasileiro.
Maquira-RONA
É uma rede que congrega organizações do município de Novo Airão.
120
Mato Grosso
Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural - EMPAER
É uma sociedade de economia mista, vinculada à Secretaria de Agricultura e Assuntos Fundiários do Estado de
Mato Grosso, dotada de personalidade jurídica de direito privado. A empresa atua em 128 municípios do Estado
de Mato Grosso, atendendo mais de 40 mil produtores por meio de assistência técnica, extensão rural e pesquisa
voltadas para a agricultura familiar.
Associação Mato-grossense dos Municípios - AMM
A Associação foi fundada em 1983 com o objetivo de congregar e defender os interesses dos municípios; liderar
as lutas municipalistas, fazendo a interlocução junto aos poderes no âmbito federal e estadual; prestar assistência
técnica, jurídica, administrativa e educativa; ajudar a elaborar planos, programas e projetos de desenvolvimento
dos municípios associados; promover cursos de capacitação, congressos, simpósios, seminários e reuniões para
debates de problemas técnicos e administrativos dos municípios, entre outros.
Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso - FAMATO
A FAMATO é o representante máximo da estrutura que compõem o sistema Sindical Rural do Estado de Mato
Grosso, e está voltada ao processo de fortalecimento e crescimento da consciência patronal rural, observando
suas responsabilidades para com a sociedade mato-grossense.
Universidade Federal do Mato Grosso - UFMT
A UFMT tem procurado contribuir efetivamente, desde sua implantação, com o desenvolvimento regional,
atuando nas áreas de ensino de graduação, pesquisa, ensino de pós-graduação, pesquisa e extensão, mantendo os
campi de Cuiabá, Rondonópolis, Médio Araguaia e Sinop, além de presença nas demais regiões de Mato Grosso,
com projetos de interiorização no âmbito do ensino de graduação: licenciaturas parceladas, turmas especiais,
ensino à distância, sempre em parceria com os governos federal, estadual e municipal (UFMT, 2005).
Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT
Com base em sua concepção de Universidade, a UNEMAT tem como atividade principal as ações de ensino,
pesquisa e extensão contemplando a prática democrática, a pluralidade de idéias, a vocação para o social, a
preservação ecológica, a aplicação da valorização de seu quadro funcional e a formação técnico-profissional das
populações por ela alcançadas, buscando sempre um padrão de desenvolvimento crítico, de liberdade, de
solidariedade e valorização da pessoa humana.
Associação Terra Indígena do Xingu - ATIX
A ATIX foi criada em 1994 e abrange as 14 etnias do Parque, atendendo a interesses interlocais. Na sua pauta,
constam projetos de revitalização cultural, proteção e fiscalização do território, além de programas de educação,
saúde e alternativas econômicas. Como a ATIX incorpora nos seus quadros pessoas de diferentes etnias, sua sede
não se localiza em uma aldeia mas no Posto Indígena Diauarum, com uma sub-sede na cidade de Canarana
(MT).
121
Fórum Mato-grossense de Meio Ambiente e Desenvolvimento - FORMAD
O FORMAD é uma ONG que congrega as ONGs do Estado de Mato Grosso. A entidade tem como a finalidade
democratizar informações, proporcionar o debate sobre as questões sócio-ambientais e, principalmente, propor
alternativas de desenvolvimento sustentável para a melhoria das condições de vida da população mato-grossense
(FORMAD, 2005).
Instituto Socioambiental - ISA
O ISA é uma OSCIP, fundado em 1994, para propor soluções, de maneira integrada, a questões sociais e
ambientais. O ISA tem como objetivo principal defender bens e direitos sociais, coletivos e difusos relativos ao
meio ambiente, ao patrimônio cultural, aos direitos humanos e dos povos.
ONGARA
A ONG Ambientalista Roncador Araguaia é uma das ONGs mais atuantes da região e tem a sua sede em Água
Boa.
Pará
Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente - SECTAM
É a entidade responsável pelo planejamento, formulação, coordenação e execução da Política Estadual de Meio
Ambiente, bem como das atividades necessárias ao controle da poluição, proteção aos recursos ambientais e
desenvolvimento de educação ambiental.
Secretaria Executiva de Agricultura - SAGRI
A SAGRI é responsável pela implementação da política agrícola do Estado e conta com uma Divisão de Apoio à
Aqüicultura. Um dos projetos da Secretaria é o “Desenvolvimento da pesca e aqüicultura” que tem como
objetivo promover a integração e a estruturação do setor pesqueiro e aqüícola, visando o aproveitamento do seu
potencial.
Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A. - Eletronorte
A Eletronorte, empresa subsidiária das Centrais Elétricas Brasileiras S.A Eletrobrás, é concessionária de serviços
públicos de energia elétrica. Tendo como missão atender ao mercado de energia elétrica, integrando-se ao
desenvolvimento de sua área de atuação, a Eletronorte tem coordenado e executado o desenvolvimento dos
sistemas de energia elétrica na região Norte, objetivando garantir o suprimento às concessionárias estaduais e o
fornecimento aos grandes consumidores da indústria de eletrointensivos, a distribuição de Manaus e Boa Vista,
através de suas subsidiárias integrais Manaus Energia S/A e Boa Vista Energia S/A, além de fomentar o
desenvolvimento regional. A área de atuação da Eletronorte, caracterizada pela Amazônia Legal, representa 58%
do território nacional, compreendendo os Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará,
Rondônia, Roraima e Tocantins.
122
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA
A EMBRAPA, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, foi criada em 1973. Sua
missão é viabilizar soluções para o desenvolvimento sustentável do espaço rural, com foco no agronegócio, por
meio da geração, adaptação e transferência de conhecimentos e tecnologias, em benefício dos diversos
segmentos da sociedade brasileira. A EMBRAPA atua por intermédio de 37 Centros de Pesquisa, três Serviços e
11 Unidades Centrais, estando presente em quase todos os Estados da Federação.
Associação dos Municípios do Baixo Tocantins - AMBAT
É uma associação, no Estado do Pará, que congrega municípios da região do Baixo Tocantins.
Associação dos Municípios do Alto Tocantins - AMAT
A AMAT é uma associação apartidária de cunho regional. É a maior e mais antiga associação de municípios do
Pará. A associação reúne 38 prefeituras do sul e sudeste do Estado, regiões que somam mais de 280 mil
quilômetros quadrados e cerca de 1,2 milhão de habitantes.
Consórcio de Desenvolvimento Sócio-Econômico Intermunicipal do Baixo Tocantins - CODESEI
O CODESEI congrega as prefeituras de Baião, Barcarena, Igarapé-Miri, Mocajuba e Moju.
Universidade Federal de Pará - UFPA
A missão da UFPA é gerar, difundir e aplicar o conhecimento nos diversos campos do saber, visando à melhoria
da qualidade de vida do ser humano em geral, e em particular do amazônida, aproveitando as potencialidades da
região, mediante processos integrados de ensino, pesquisa e extensão, com princípios de responsabilidade, de
respeito à ética, à diversidade biológica, étnica e cultural, garantindo a todos o acesso ao conhecimento
produzido e acumulado, de modo a contribuir para o exercício pleno da cidadania mediante formação
humanística, crítica, reflexiva e investigativa, preparando profissionais competentes e atualizados para o mundo
Museu Paraense Emilio Goeldi - MPEG
O Museu Paraense Emílio Goeldi é uma instituição de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia.
Está localizado na cidade de Belém, Estado do Pará. Desde sua fundação, em 1866, suas atividades concentram-
se no estudo científico dos sistemas naturais e socioculturais da Amazônia, bem como na divulgação de
conhecimentos e acervos relacionados à região.
Federação dos Órgãos para Assistência Social e Educacional - FASE
A FASE é uma ONG que busca uma alternativa de desenvolvimento sustentável que amplie a cidadania,
promova a justiça social e garanta a sustentabilidade do meio ambiente (FASE, 2005).
Centro de Treinamento e Tecnologias Alternativas Tipiti
Localizado em Abaetetuba, desenvolve experimentos participativos voltados para os principais subsistemas
presentes na realidade camponesa de Abaetetuba - o açaizal nativo ou plantado em consórcio nas várzeas.
123
Identificam-se ainda como possíveis integrantes do Comitê de Apoio Estadual a Universidade Federal Rural
da Amazônia - UFRA, bem como as colônias de pescadores e organizações de produtores rurais na sub-
bacia selecionada.
4.4.3. Entidades Executoras
Amazonas
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA
Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - SDS
Universidade Federal do Amazonas - UFAM
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Instituto de Pesquisas Ecológicas - IPÊ
Fundação Vitória Amazônica - FVA
Mato Grosso
Fundação Estadual de Meio Ambiente - FEMA
Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural - EMPAER
Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT
ONG Ambientalista Roncador Araguaia - ONGARA
Instituto Socioambiental - ISA
Pará
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA
Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente - SECTAM
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA
Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA
Federação dos Órgãos para Assistência Social e Educacional - FASE
4.5. Análise e proposta de capacitação
No item 4.4. foram identificadas as potenciais entidades responsáveis para implementar o Projeto AquaBio,
todas estas capacitadas na sua área específica de atuação. A seguir será avaliada a capacidade de gestão dessas
entidades para implementar o Projeto e identificadas as linhas de capacitação e treinamento necessárias para
solucionar as limitações.
A Secretaria de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente - SBF/MMA atua nas áreas de
gestão compartilhada do uso sustentável dos recursos naturais de uso sustentável de florestas, da ictiofauna e dos
recursos pesqueiros. A Secretaria será responsável pela coordenação do Projeto e já conta com uma equipe
técnica responsável pelo acompanhamento e monitoramento das ações previstas.
124
Ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA cabe a coordenação
geral do ProVárzea, por intermédio de uma Unidade de Coordenação do Projeto - UCP, sediada em Manaus, e
dois escritórios regionais em Santarém/PA e Parintins/AM, vinculados junto a Gerência Executiva do IBAMA
no Estado do Amazonas. A equipe é capacitada para a implementação das atividades previstas no Projeto,
contando com mais de 30 profissionais, entre coordenadores, gerentes, assessores e consultores técnicos.
Os projetos mais relacionados à GIBRAH da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável - SDS são: o Projeto Corredores Ecológicos e o PGAI que integram ações de Zoneamento
Ecológico-Econômico, monitoramento e controle ambiental. A instituição conta, na sua estrutura organizacional,
com a Secretaria Executiva Adjunta de Recursos Hídricos - SEARH e a Secretaria Executiva Adjunta de
Extrativismo - SEAE; a última responsável, entre outros, pela promoção de discussões e resolução de conflitos
acerca da política ambiental, especificamente sobre o extrativismo vegetal, pesqueiro e mineral. Observa-se que
no Estado há ainda poucas iniciativas voltadas à implementação dos instrumentos da política de recursos
hídricos.
A Diretoria de Recursos Hídricos da Fundação Estadual do Meio Ambiente - FEMA/MT dispõe de equipes nas
áreas de planejamento de gestão de recursos hídricos e pesquisa, licenciamento e outorga, e desenvolvimento de
recursos pesqueiros. Estão sendo executadas ações de monitoramento da atividade reprodutiva dos peixes
migradores, cadastramento de usuários da água e implementação dos instrumentos da política de recursos
hídricos.
No Pará, a Secretaria Especial de Produção - SEPROD possui dez órgãos vinculados, entre eles a Secretaria
Executiva de Agricultura - SAGRI e a Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente SECTAM.
Dentre as atividades realizadas no âmbito da GIBRAH destacam-se a estruturação institucional da pesca e da
aqüicultura, e o Macrozoneamento Econômico-Ecológico. A Política Estadual de Recursos Hídricos está em fase
inicial da sua implementação, necessitando-se um fortalecimento institucional deste setor.
Na proposta das executoras do AquaBio foram selecionadas, para cada sub-bacia, uma ou mais universidades e
centros de pesquisa que poderão subsidiar os trabalhos de capacitação e implementação das atividades previstas:
a Universidade Federal do Amazonas - UFAM; o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA; a
Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT; a Empresa Mato-grossense de Pesquisa, a Assistência e
Extensão Rural - EMPAER/MT; a Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA/PA e; a Empresa Brasileira
de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA/PA.
A participação das organizações não governamentais locais atuantes nas sub-bacias selecionadas é de
fundamental importância para auxiliar a mobilização da sociedade e realização de trabalhos específicos do
Projeto. A seguir, as Entidades Executoras propostas desse setor e suas áreas de atuação:
Amazonas
Instituto de Pesquisas Ecológicas - IPÊ: educação ambiental, co-gestão e pesquisa.
125
Fundação Vitória Amazônica - FVA: políticas públicas, alternativas econômicas, organização social, educação,
pesquisa científica e desenvolvimento institucional.
Mato Grosso
ONG Ambientalista Roncador Araguaia - ONGARA: capacitação, mobilização social e desenvolvimento
sustentável.
Instituto Socioambiental - ISA: coordenação e desenvolvimento; manejo sustentável de recursos naturais e
desenvolvimento de alternativas econômicas; educação e cultura; capacitação em gestão e fortalecimento
institucional das comunidades e associações indígenas; gestão territorial e fiscalização das fronteiras.
Pará
Federação dos Órgãos para Assistência Social e Educacional - FASE: educação e organização e
desenvolvimento local, comunitário e associativo.
A partir desse quadro pode ser observado que, de modo geral, são ainda poucas as atividades voltadas à
implementação da gestão de recursos hídricos nas sub-bacias que abrangem o Projeto. Os órgãos gestores
estaduais estão em fase de reestruturação, adequando-se aos novos requisitos estabelecidos pela Lei nº 9.433/97.
Portanto, essas entidades deverão ser fortalecidas e equipadas, e suas equipes técnicas capacitadas em gestão de
recursos hídricos.
O AquaBio propõe a integração da biodiversidade aquática e dos recursos hídricos; um desafio novo para
abordar a gestão. Conseqüentemente será necessária uma capacidade institucional fortalecida para coordenar e
implementar as ações previstas. Sugere-se que sejam treinados, em cada sub-bacia selecionada, os gerentes e
técnicos das Unidades de Coordenação e Entidades Executores, abordando os modelos existentes, os métodos
aplicados e os principais instrumentos da GIBRAH.
4.6. Proposta dos principais resultados institucionais e indicadores de resultado
O objetivo do AquaBio é contribuir para a conservação da biodiversidade aquática de importância global na
bacia amazônica, a partir da formulação de estratégias para a gestão integrada da biodiversidade aquática e dos
recursos hídricos. A partir desse objetivo, dos desafios e necessidades identificados, e com base nos resultados
da Oficina para a Preparação do AquaBio - realizada entre 29 de novembro a 01 de dezembro de 2004 em
Brasília - propõem-se neste item os principais resultados institucionais os indicadores e os seus respectivos
prazos para sua efetivação (Project Year - PY).
� Arranjos institucionais para a Gestão Integrada da Biodiversidade Aquática e dos Recursos Hídricos -
GIBRAH definidos nas 3 sub-bacias selecionadas para garantir a implementação efetiva das atividades,
gerando experiências replicáveis que possam se transformar em políticas públicas permanentes.
- Três diagnósticos participativos detalhados, incluindo uma proposta de ações estratégicas para a
GIBRAH nas sub-bacias selecionadas, até o final do PY01.
126
- Três Planos de Gestão para o Projeto AquaBio e respectivos planos operativos anuais (POAs),
elaborados, de forma participativa (3 workshops locais e um Seminário Regional), estabelecendo
objetivos, metas, diretrizes e ações, os arranjos institucionais e mecanismos financeirospara cada sub-
bacia selecionada, no final do PY01, e funcionando no início do PY02, com a participação efetiva das
instituições governamentais (Federal - 3; Estadual - 6; Municipal - 10) e representações da sociedade
civil (duas de cada município - 20), no mínimo, em atividades de apoio à gestão do Projeto.
- Quatro Unidades de Coordenação (1 no nível Federal e 3 no nível Estadual), 4 Comitês de Apoio (1 no
nível Federal e 3 no nível Estadual) e, no mínimo, 3 Entidades de Execução (1 em cada Estado)
implementadas e em funcionamento, até o final do PY02.
- Um estudo elaborado, até o PY04, que vise transformar em políticas públicas as ações replicáveis de
GIBRAH, contribuindo assim para a implementação na Amazônia Legal das Políticas Nacionais de
Biodiversidade e de Recursos Hídricos.
- Uma proposta de arranjo institucional e de mecanismos financeiros para GIBRA formulada e discutida
com os segmentos interessados, nos 9 Estados da Amazônia Legal, até o PY05, com insumos
provenientes das experiências geradas nas sub-bacias piloto.
� Capacidade institucional fortalecida para administrar e coordenar ações estaduais, monitorar os impactos e
disseminar as experiências geradas pelo Projeto.
- Participação efetiva das instituições governamentais (Federal - 3; Estadual - 6; Municipal - 10) e
representações da sociedade civil (duas de cada Município - 20), no mínimo, em atividades de apoio à
gestão do Projeto, a partir do PY01.
- No mínimo 13 gerentes e técnicos das Unidades de Coordenação e Entidades Executores capacitados na
GIBRAH, até o final do PY02.
- Sistema de informações sobre a biodiversidade aquática e de recursos hídricos implementado e
disponibilizado ao público, a partir do PY02.
- Objetivos e resultados do projeto disseminados por meio de: publicações, eventos, e campanhas na
mídia, até o PY03.
- Três Planos de Gestão para o Projeto AquaBio revisados, no início do PY03, e planos operativos anuais
elaborados e implementados (POAs).
- Três órgãos gestores fortalecidos e equipados, e suas equipes técnicas capacitadas em gestão de
recursos hídricos, até o final do PY03.
4.7. Recomendação de estudos para políticas públicas
O presente item tem como objetivo identificar estudos para políticas públicas que promovam a conservação da
biodiversidade aquática e dos recursos hídricos, garantindo o uso sustentável dos recursos naturais, a melhora da
qualidade de vida para as populações nas sub-bacias e a redução de conflitos pelo uso de recursos naturais.
O AquaBio prevê implementar iniciativas demonstrativas que possam se transformar em políticas públicas
permanentes. Para isso deverão ser definidos previamente os arranjos institucionais e mecanismos financeiros, e
127
capacitadas as entidades participantes do Projeto, conforme identificado no item anterior. Algumas iniciativas do
AquaBio deverão complementar as ações e os programas em andamento e previstas na região, como o Projeto
Manejo dos Recursos Naturais da Várzea - ProVárzea, o programa Áreas Protegidas da Amazônia - ARPA, o
Projeto Corredores Ecológicos e a formulação do Plano Nacional de Recursos Hídricos.
A seguir encontra-se uma proposta de quatro estudos para políticas públicas.
1. Apoio à implementação do modelo de co-gerenciamento - Acordos de Pesca
Um Acordo de Pesca é um conjunto de normas específicas decorrentes de tratados consensuais entre os
diversos usuários e o órgão gestor dos recursos pesqueiros em uma determinada área. Portanto é um
“instrumento” que aplica os conceitos do co-gerenciamento que poderá ser uma ferramenta para resolver os
conflitos pesqueiros nas sub-bacias, principalmente, dos rios Negro e Tocantins.
Já estão sendo realizadas atividades voltadas à elaboração de Acordo de Pesca em Novo Airão, visando o
uso adequado dos seus recursos pesqueiros de rios, lagos e igarapés. Sugere-se que essa experiência seja
avaliada e identifica se esta poderá ser um ponto de partida para elaborar Acordos de Pesca nos outros
municípios das sub-bacias selecionadas, incorporando-se as condições-chave e os princípios de co-
gerenciamento, conforme identificados no Capítulo 4.
2. Promoção de atividades econômicas sustentáveis
O uso inadequado das terras produtivas, a sobreexploração de pesca e o uso irracional dos recursos naturais
afetam as atividades econômicas nas sub-bacias selecionadas. Deverão ser identificados os meios para
mudar esse quadro, oferecendo às comunidades rurais nas sub-bacias selecionadas alternativas para
melhorar a produtividade do solo e mitigar os impactos ambientais, utilizando técnicas conservacionistas nas
terras agrícolas. Deverão ainda ser identificados métodos pesqueiros sustentáveis e, eventualmente, outras
fontes de renda complementares para as comunidades ribeirinhas.
3. Recuperação das áreas degradadas
A exploração de areia nas sub-bacias do rio Negro e do rio Xingu provoca danos às matas ciliares e ameaça
os recursos aquáticos. Poderá ser realizado um levantamento das áreas mais atingidas e identificadas
medidas para mitigar os efeitos.
4. Apoio à implementação da gestão de recursos hídricos
A Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei nº 9.433/97) estabelece os instrumentos de gestão (como
Planos de Recursos Hídricos, outorga e cobrança) e o sistema de gerenciamento (como Conselhos de
Recursos Hídricos e Comitês de Bacia Hidrográfica). A Lei define que o processo de decisão referente às
questões sobre água deverá ser democratizado e descentralizado e que a bacia hidrográfica é a unidade de
gestão.
128
O estudo deverá avaliar, para cada sub-bacia, a melhor estratégia para a implementação da gestão,
objetivando garantir o uso múltiplo das águas, principalmente os usos para agricultura, turismo, saneamento
básico, ecológico e, particularmente no caso do Tocantins, energia hidrelétrica. Deverão ser identificados
quais os instrumentos de gestão serão mais adequados e como serão implementados. Também, avaliar-se-á
como o processo de mobilização poderá ser iniciado e qual o organismo de bacia será mais adequado
(Comitês de Bacia Hidrográfica, Consórcios Intermunicipais, associações).
4.8. Riscos para a execução do Projeto
Neste item identificam-se os potenciais riscos institucionais que poderão comprometer os objetivos e as metas
estabelecidos e interferir na execução das ações do Projeto. Estabelece-se ainda a grau do risco e propõem-se as
possíveis medidas para amenizar estes riscos.
1. Falta da sustentabilidade institucional do projeto (risco médio).
A implementação do Projeto deverá ser realizada por entidades existentes e capacitadas, estabelecendo-se os
arranjos institucionais e mecanismos financeiros, objetivando a coordenação, implementação e
monitoramento das ações nas sub-bacias selecionadas de maneiras integrada, descentralizada e participativa.
2. Falta de comprometimento das entidades e da sociedade civil com a implementação do Projeto e da
GIBRAH nas três sub-bacias selecionadas (risco médio).
Deve-se implementar mecanismos de participação para garantir a descentralização e participação efetiva das
entidades e da sociedade no processo decisório do Projeto. Propões-se a realização de um workshop no
início do Projeto, em cada Estado, para definir as funções e as responsabilidades de cada entidade e para a
elaboração, para cada sub-bacia selecionada, um Plano de Gestão. Um outro mecanismo de participação são
os Comitês de Apoio do Projeto, que são fóruns consultivos formados por lideranças para apoiar e monitorar
a implementação das atividades do Projeto.
3. As atividades não são implementadas de maneira estruturada e integrada (risco médio).
Para cada sub-bacia selecionada será elaborada um Plano de Gestão, incluindo um plano de execução do
Projeto e a descrição das funções e das responsabilidades de cada entidade. Estão ainda previstas atividades
para capacitar os principais atores e fortalecer as entidades participantes do Projeto.
129
5. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
O Projeto Manejo Integrado da Biodiversidade Aquática e dos Recursos Hídricos na Amazônia - AquaBio tem
como objetivo global gerar e compartilhar experiências que promovam ao longo prazo a Gestão Integrada da
Biodiversidade Aquática e dos Recursos Hídricos (GIBRAH) na Amazônia, como forma de reduzir as ameaças à
integridade da bacia e assegurar a conservação e uso sustentável de sua biodiversidade aquática de importância
global. Para isto, serão desenvolvidas ações estratégicas de gestão integrada em 3 sub-bacias selecionadas, nos
Estados de Amazonas, Mato Grosso e Pará.
Os resultados do Projeto fornecerão uma base para a futura expansão do modelo de GIBRAH para áreas da
Amazônia brasileira, e experiências e lições compartilhadas com os 9 estados da Amazônia Legal e outros países
da bacia.
O presente trabalho teve como objetivo a análise e sistematização de dados e informações acerca de aspectos
institucionais e legais voltados à gestão de recursos hídricos e à biodiversidade aquática na região amazônica, de
uma maneira geral, e nas áreas onde ocorrerão iniciativas-piloto do AquaBio, em particular, bem como
informações relevantes no nível federal e estadual. Levantaram-se ainda quatros modelos de gestão no Brasil e
em três países, e baseando-se nestes e no modelo de gestão “co-gerenciamento”, foi sugerido o arranjo
institucional do projeto.
No que diz respeito às instituições gestoras no âmbito Federal e dos 9 Estados da Amazônia Legal, observa-se
que estas nem sempre se articulam entre si. Está sendo iniciada alguma aproximação entre a SRH, a ANA, a
SEAP/PR e o IBAMA, principalmente voltadas aos instrumentos de licenciamento ambiental, Planos de
Recursos hídricos e outorga. Porém, a integração desses instrumentos de gestão ainda é pouca aplicada,
principalmente nestes Estados.
O Projeto AquaBio prevê a integração da gestão da biodiversidade aquática com a dos recursos hídricos, o que
implica na necessidade de um conhecimento aprofundado sobre o extenso arcabouço jurídico. São temas
complexos que requerem o fortalecimento e a capacitação dos órgãos gestores Estaduais (Amazonas, Mato
Grosso e Pará), além das instituições Municipais e da sociedade, nas áreas de atuação do Projeto.
Nas sub-bacias selecionadas do Projeto já ocorreram e ocorrem conflitos pelo uso dos recursos naturais,
principalmente pelo uso inadequado destes. Será necessário implementar iniciativas que, por um lado reduzam as
ameaças e assegurem a proteção da biodiversidade aquática, e ao mesmo tempo promovam atividades
econômicas sustentáveis.
Para mitigar os conflitos, identificam-se como principais instrumentos de gestão: Zoneamento Ecológico-
Económico, Unidades de Conservação, Licenciamento Ambiental, Acordos de Pesca, Planos de Recursos
Hídricos, enquadramento de corpos de água e outorga de direito de uso de recursos hídricos. O AquaBio
proporcionará uma oportunidade de iniciar o processo de estruturação institucional para a implementação efetiva
130
desses instrumentos, a partir da gestão descentralizada e participativa, levando-se em consideração as
características e necessidades específicas de cada região.
Para tanto, propõe-se uma estrutura institucional para o Projeto que atenda a estes pré-requisitos, contando com
as seguintes entidades: Unidades de Coordenação, Comitês de Apoio e Entidades Executoras (Figura 4). Para
garantir a participação efetiva da população local e uma maior transparência das ações sugere-se a realização de
um workshop no início do Projeto, em cada Estado, com a participação dos potenciais integrantes do Projeto para
identificar o papel de cada ator, as Entidades Executoras e os integrantes do Comitê de Apoio, as atividades a
serem realizadas, e para definir o cronograma de execução e mecanismos financeiros. O resultado dos workshops
subsidiará a elaboração do Plano de Gestão de cada região.
Identificaram-se ainda, no presente documento - a partir de visitas técnicas, contatos com instituições, além dos
resultados da Oficina para a Preparação do AquaBio, realizada em Brasília - os potenciais parceiros para o
Projeto, além de uma proposta de principais resultados institucionais e seus indicadores de resultado. Vale
ressaltar que a definição final do arranjo institucional e das atividades a serem implementadas no âmbito do
AquaBio será realizada a partir dos workshops, no início do Projeto.
Finalmente, recomenda-se:
1. A promoção de uma integração e articulação entre as instituições para fomentar a implementação efetiva das
políticas, programas, ações e projetos Federais e Estaduais na bacia Amazônica.
2. A promoção de transferência de poder de decisão do governo central aos usuários de recursos e entidades
locais, o que poderá resultar na melhoria da solidariedade e coordenação entre os governos, e as
comunidades e instituições locais, bem como na diminuição de custos de monitoramento e fiscalização.
3. A avaliação da possibilidade de se utilizar estruturas institucionais existentes, em cada sub-bacia selecionada
do Projeto AquaBio, evitando a criação de novos fóruns, entidades e estruturas com atribuições semelhantes.
4. A priorização da mobilização e capacitação dos órgãos gestores, e das comunidades locais, sendo esta
atividade de fundamental importância para incentivar a recuperação da biodiversidade aquática e dos corpos
hídricos, a implementação de atividades econômicas sustentáveis e a efetiva participação no processo de
GIBRAH.
5. Identificação de quais instrumentos de gestão poderão ser relevantes para cada sub-bacia selecionada com
objetivo de promover, de maneira integrada e participativa, a preservação dos recursos naturais, o
monitoramento e a fiscalização efetiva destes e a mitigação dos conflitos de uso destes.
131
BIBLIOGRAFIA E FONTES DE INFORMAÇÃO
ABRACOA (2005). http://www.abracoa.kit.net. Associação Brasileira dos Criadores de Organismos Aquáticos.
ABRAq (2005). http://www.pescar.com.br/abraq. Associação Brasileira de Aqüicultura.
ANA (2005). http://www.ana.gov.br. Agência Nacional de Águas.
BAIRD, I. G. (2001). Local ecological knowledge and small-scale freshwater fisheries management in the
Mekong river in southern Laos. Pakse, Laos.
BM (2005). http://www.worldbank.org. Banco Mundial.
CI (2005). http://www.conservation.org.br. Conservação Internacional.
CNA (2005) http://www.cna.org.br. Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil.
COAIAB (2005). http://www.coiab.com.br. Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira.
CPRM (2005) http://www.cprm.gov.br. Serviço Geológico do Brasil.
CPT (2005). http://www.cptnac.com.br. Comissão Pastoral da Terra.
DNPM (2005). http://www.dnpm.gov.br. Departamento Nacional de Produção Mineral.
ELETRONORTE (2003). Plano Popular de Desenvolvimento Sustentável a Jusante da UHE Tucuruí - PPDS-Jus.
ELETRONORTE (2005). http://www.eln.gov.br. Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A.
FASE (2005). http://www.fase.org.br. Federação dos Órgãos para Assistência Social e Educacional.
FEAP (2005). http://www.comunitec.com.br/faep. Federação das Associações dos Engenheiros de Pesca do
Brasil.
FEMA/MT (2005). http://www.fema.mt.gov.br. Fundação Estadual do Meio Ambiente.
FEMACT/RR (2005). http://www.femact.rr.gov.br. Fundação Estadual de Meio Ambiente, Ciência e
Tecnologia.
FORMAD (2005). http://www.formad.org.br. Fórum Mato-grossense de Meio Ambiente e Desenvolvimento.
FUNAI (2005). http://www.funai.gov.br Fundação Nacional do Índio.
FVA (2005). http://www.fva.org.br. Fundação Vitória Amazônica.
GTA (2005). http://www.gta.org.br. Grupo de Trabalho Amazônico.
HARA, M. (2000). Fisheries co-management; what and whose agenda? Centre for Southern African Studies,
University of the Western Cape, Bellville, África do Sul.
IBAMA (2005). http://www.ibama.gov.br. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis - IBAMA.
INPA (2005) http://www.inpa.gov.br. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA.
IPAAM/AM (2005). http://www.ipaam.br. Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas.
IPAM (2005). http://www.ipam.org.br. Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia.
IPÊ (2005). http://www.ipe.org.br. Instituto de Pesquisas Ecológicas
ISA (2005) http://www.socioambiental.org/home_html. Instituto Socioambiental.
LEITÃO, P. W., ALBAGLI, S. & LEITE, F. (2002). Políticas públicas e biodiversidade no Brasil. Secretaria de
Biodiversidade e Florestas/MMA. Brasília, DF.
MCT (2005). http://www.mct.gov.br. Ministério da Ciência e Tecnologia.
MMA/SRH (1998). Recursos hídricos no Brasil. Ministério do Meio Ambiente, Secretaria de Recursos Hídricos.
Brasília, DF.
132
MMA/SQA (2001). Programa Pantanal: Sumário Executivo. Ministério do Meio Ambiente - Secretaria de
Qualidade Ambiental nos Assentamentos Humanos. Brasília, DF.
MMA (2005). http://www.mma.gov.br. Ministério do Meio Ambiente.
NATURATINS/TO (2005). http://www.to.gov.br/naturatins. Instituto Natureza do Tocantins.
NJAYA, F. J. (2000). The challenges and potential of the fisheries co-management programmes in Malawi: case
of Lake Malombe Participatory Fisheries Management Programme. Fisheries Department, Zomba,
Malawi.
NPCC (2003). Mainstem Amendments to the Columbia River Basin Fish and Wildlife Program. Northwest
Power and Conservation Council. Portland, Oregon, Estados Unidos.
NPCC (2005). http://www.nwcouncil.org. Northwest Power and Conservation Council.
OCB (2005). www.ocb.org.br. Organização das Cooperativas Brasileiras.
POMEROY, R.S, KATON. B. M. & HARKES, I. (1998). Fisheries co-management: key conditions and
principles drawn from Asian experiences. International Centre for Living Aquatic Resources
Management. Makati City, Filipinas.
SAGRI/PA (2005). http://www.sagri.pa.gov.br. Secretaria Executiva de Agricultura.
SBB (2005). http://www.botanica.org.br. Sociedade Botânica do Brasil.
SBI (2005). http://www.sbi.bio.br. Sociedade Brasileira de Ictiologia.
SBZ (2005). http://zoo.bio.ufpr.br/sbz/. Sociedade Brasileira de Zoologia.
SDS/AM (2005). http://www.sds.am.gov.br. Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável.
SEAP/PR (2003). Projeto Político-Estrutural. Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da
República. Brasília, DF.
SEAP/PR (2005). http://www.presidencia.gov.br/seap. Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência
da República.
SECTAM/PA (2005). http://www.sectam.pa.gov.br. Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia e Meio
Ambiente.
SEDAM/RO (2005). http://www.rondonia.ro.gov.br/secretarias/sedam/sedam_.htm. Secretaria de Estado do
Desenvolvimento Ambiental.
SEMA/AC (2005). http://www.seiam.ac.gov.br. Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Naturais do Acre -
SEMA.
SEMA/AP (2005). http://www.sema.ap.gov.br. Secretaria de Estado de Meio Ambiente.
SEPLAN/TO (2005). http://www.seplan.to.gov.br. Secretaria do Planejamento e Meio Ambiente.
SEPROD/PA (2005). http://www.pa.gov.br/portal/seprod/index.asp. Secretaria Especial de Produção - SEPROD.
SEPROR/AM (2005). http://www.sepror.am.gov.br. Secretaria de Estado da Produção Agropecuária, Pesca e
Desenvolvimento Rural Integrado.
SIVAM (2005). http://www.sivam.gov.br. Sistema de Vigilância da Amazônia.
TNC (2005). http://nature.org/wherewework/southamerica/brasil. The Nature Conservancy.
UEA (2005). http://www.uea.edu.br Universidade do Estado do Amazonas.
UFAM (2005). http://www.fua.br. Universidade Federal do Amazonas.
UFMT (2005). http://www.ufmt.br. Universidade Federal de Mato Grosso.
133
UFPA (2005). http://www.ufpa.br. Universidade Federal do Pará.
UNEMAT (2005). http://www.unemat.br. Universidade do Estado de Mato Grosso.
WWF (2005). http://www.wwf.org.br. Fundo Mundial para a Natureza - WWF-Brasil.
137
ANEXO II - PRINCIPAIS INSTITUIÇÕES GESTORAS E ENTID ADES
INSTITUIÇÕES GESTORAS FEDERAIS COMPETÊNCIA Secretaria de Coordenação da Amazônia - SCA Implementar as políticas difundidas por o Ministério de Meio Ambiente para a Região Amazônica e exercer as atividades de
secretaria-executiva do Conselho Nacional da Amazônia Legal. Secretaria de Biodiversidade e Florestas - SBF Propor políticas e normas, definir estratégias e implementar programas e projetos, nos temas relacionados com: a gestão
compartilhada do uso sustentável dos recursos naturais; o conhecimento, conservação e utilização sustentável da biodiversidade e dos recursos genéticos; a identificação e a recuperação de espécies ameaçadas da flora e da fauna; o uso sustentável da ictiofauna e dos recursos pesqueiros.
Secretaria de Recursos Hídricos - SRH Propor a formulação da Política Nacional dos Recursos Hídricos, bem como acompanhar e monitorar sua implementação. Agência Nacional de Águas – ANA Implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e coordenação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hídricos. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA
Implementação da Política Nacional do Meio Ambiente.
Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República - SEAP/PR
Assessorar na formulação de políticas e diretrizes para o desenvolvimento e o fomento da produção pesqueira e aqüícola e, especialmente, promover a execução e a avaliação de medidas, programas e projetos.
Fundação Nacional do Índio - FUNAI Estabelecimento e execução da Política Indigenista no Brasil. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA/MCT Promover e divulgar conhecimentos científicos e tecnológicos sobre a Amazônia Brasileira para a conservação do meio ambiente e o
desenvolvimento sustentável dos recursos naturais em benefício, principalmente, da população regional. Agência de Desenvolvimento de Amazônia - ADA/MI Planejamento e promoção de ações estruturantes que induzam o desenvolvimento eqüitativo e sustentável da Amazônia Museu Paraense Emílio Goeldi/MCT Elaboração de atividades voltadas ao estudo científico dos sistemas naturais e socioculturais da Amazônia, bem como na divulgação
de conhecimentos e acervos relacionados à região. CONSELHOS FEDERAIS COMPETÊNCIA
Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA Coordenar e articular as ações da Política Nacional de Meio Ambiente. Conselho Nacional da Amazônia Legal - CONAMAZ Coordenar e articular as ações da política nacional integrada para a Amazônia Legal, em conjunto com os governos estaduais e
municipais. Conselho Nacional de Recursos Hídricos - CNRH Coordenar e articular as ações da Política Nacional de Recursos Hídricos. Conselho Nacional de Aqüicultura e Pesca - CONAPE propor a formulação de políticas públicas, com vistas a promover a articulação e o debate dos diferentes níveis de governo e a
sociedade civil organizada, para o desenvolvimento e o fomento das atividades da aqüicultura e da pesca no território nacional. ENTIDADES FEDERAIS COMPETÊNCIA
Associação Brasileira de Recursos Hídricos - ABRH Tem por finalidade congregar pessoas físicas e jurídicas ligadas ao planejamento e à gestão dos recursos hídricos no Brasil. Associação Brasileira de Aqüicultura - ABRAq É uma associação de cunho científico que abrange todas as atividades da área de aqüicultura, contando com três
coordenadorias: Pesquisa, Treinamento Difusão de Tecnologia e Marketing. ORGANIZAÇÕES CIVIS E PRIVADAS COMPETÊNCIA
Organização das Cooperativas Brasileiras - OCB O órgão máximo de representação, controle, registro e cadastramento do Sistema Cooperativo Brasileiro. Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira – COIAB
promoção da organização social, cultural, econômica e política dos Povos e Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira.
Grupo de Trabalho Amazônico - GTA Fazem parte da Rede GTA ONGs e movimentos sociais que representam seringueiros, castanheiros, quebradeiras de coco, pescadores artesanais, ribeirinhos, comunidades indígenas, além de pequenos agricultores e suas famílias.
Instituto Socioambiental – ISA Defender bens e direitos sociais, coletivos e difusos relativos ao meio ambiente, ao patrimônio cultural, aos direitos humanos e dos povos.
138
ANEXO II - PRINCIPAIS INSTITUIÇÕES GESTORAS E ENTID ADES (CONTINUAÇÃO)
INSTITUIÇÕES E ORGANIZAÇÕES AMAZONAS COMPETÊNCIA Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SDS
Formular, coordenar e implementar a política estadual de meio ambiente e desenvolvimento sustentável, programas intersetoriais, dos recursos hídricos, da fauna e flora, da gestão política estadual de florestas e de ordenamento pesqueiro.
Instituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas - IPAAM Coordenar e executar a Política Estadual de Meio Ambiente. Secretaria de Estado da Produção Agropecuária, Pesca e Desenvolvimento Rural Integrado - SEPROR
Formular, coordenar e implementar a política estadual de desenvolvimento integrado da agricultura, pecuária, pesca e aqüicultura.
Universidade Federal do Amazonas - UFA Cultivar o saber em todas as áreas do conhecimento por meio do ensino, pesquisa e extensão, contribuindo decisivamente para a formação de cidadãos e o desenvolvimento da Amazônia.
Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia - IPAM Reúne pesquisadores e educadores que compartilham o compromisso de gerar informações científicas e formar recursos humanos. Fundação Vitória Amazônica - FVA Conservação do meio ambiente, aliada à melhoria da qualidade de vida dos habitantes da bacia do rio Negro.
INSTITUIÇÕES E ORGANIZAÇÕES MATO GROSSO COMPETÊNCIA Fundação Estadual do Meio Ambiente - FEMA Normatização, gestão e execução da Política Estadual de Meio Ambiente. Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural – EMPAER
Atende mais de 40 mil produtores por meio de assistência técnica, extensão rural e pesquisa voltadas para a agricultura familiar.
Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT Ensino, pesquisa e extensão contemplando a prática democrática, a pluralidade de idéias, a vocação para o social, a preservação ecológica, a aplicação da valorização de seu quadro funcional e a formação de técnico-profissional das populações por ela alcançadas.
Fórum Mato-grossense de Meio Ambiente e Desenvolvimento – FORMAD
Propor alternativas de desenvolvimento sustentável para a melhoria das condições de vida da população mato-grossense.
INSTITUIÇÕES E ORGANIZAÇÕES PARÁ COMPETÊNCIA Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SDS
Formulação, coordenação e implementação da política estadual de meio ambiente e desenvolvimento sustentável, programas intersetoriais, dos recursos hídricos, da fauna e flora, da gestão política estadual de florestas e de ordenamento pesqueiro.
Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente – SECTAM
Planejamento, formulação, coordenação e execução da Política Estadual de Meio Ambiente.
Secretaria Executiva de Agricultura - SAGRI Implementação da política agrícola do Estado Universidade Federal de Pará - UFPA Gerar, difundir e aplicar o conhecimento nos diversos campos do saber, visando à melhoria da qualidade de vida do ser humano em
geral, e em particular do Amazônida. Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A. - Eletronorte
Empresa subsidiária das Centrais Elétricas Brasileiras S.A Eletrobrás, concessionária de serviços públicos de energia elétrica.
Federação dos Órgãos para Assistência Social e Educacional – FASE
Busca uma alternativa de desenvolvimento sustentável que amplie a cidadania, promova a justiça social e garanta a sustentabilidade do meio ambiente.
139
ANEXO III - PRINCIPAIS LEGISLAÇÕES DE RECURSOS HÍDR ICOS E DA BIODIVERSIDADE AQUÁTICA
NORMA JURÍDICA FEDERAL FINALIDADE
Recursos hídricos
Constituição de 1988 Dividiu as águas em públicas, de domínio da União e dos Estados. Lei nº 9.433/97 Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos e cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hídricos. Lei nº 9.984/00 Dispõe sobre a criação da Agência Nacional de Águas - ANA. Decreto nº 4.613/03 Regulamenta o Conselho Nacional de Recursos Hídricos - CNRH.
Biodiversidade aquática
Lei nº 6.938/81 Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente. Lei nº 7.679/88 Dispõe sobre a proibição da pesca de espécies em períodos de reprodução. Portaria IBAMA nº N-062-N/92 Permite a captura e a comercialização de animais aquáticos vivos ocorrentes em águas
continentais brasileiras, para fins de ornamentação. Lei nº 9.605/98 Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao
meio ambiente. Lei no 9.985/00 Institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza - SNUC. Portaria IBAMA nº 08/96 Estabelece normas gerais para o exercício da pesca na bacia hidrográfica do Rio Amazonas. Portaria IBAMA nº 136/98 Estabelece normas para o registro de Aqüicultor e Pesque-pague no IBAMA, locais e épocas de
coleta. Portaria IBAMA nº 30/03 Estabelece normas gerais para o exercício da pesca amadora no território nacional. Decreto nº 2.869/98 Regulamenta a cessão de águas públicas para exploração da aqüicultura. Decreto nº 4.297/02 Estabelece os critérios para o Zoneamento Ecológico-Econômico do Brasil - ZEE.
Decreto nº 4.339/02 Institui princípios e diretrizes para a implementação da Política Nacional da Biodiversidade. Decreto nº 4.895/03 Dispõe sobre a autorização de uso de espaços físicos de corpos d’água de domínio da União para
fins de aqüicultura. Resolução CONAMA nº 01/86 Dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais para o Relatório de Impacto Ambiental - RIMA. Resolução CONAMA nº 237/97 Estabelece procedimentos e critérios a serem utilizados no licenciamento ambiental. Resolução CONAMA nº 357/05 Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes. IN IBAMA nº 29/02 Estabelece os critérios para a regulamentação, pelo IBAMA, de Acordos de Pesca definidos no
âmbito de uma determinada comunidade pesqueira. IN Interministerial nº 8/03 Estabelece diretrizes para implantação dos parques e áreas aqüícolas. Instrução Normativa MMA nº 05/04
Reconhece as espécies ameaçadas de extinção e espécies sobreexplotadas ou ameaçadas de sobreexplotação, os invertebrados aquáticos e peixes.
AMAZONAS FINALIDADE Lei nº 2.407/96 Estabelece o Sistema Estadual de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia e define a composição e
objetivos do órgão colegiado estadual consultivo e deliberativo. Lei nº 2.712/01 Disciplina a Política Estadual de Recursos Hídricos, estabelece o Sistema Estadual de
Gerenciamento de Recursos Hídricos. Lei nº 2.713/01 Dispõe sobre a Política de Proteção à Fauna Aquática e de Desenvolvimento da Pesca e
Aqüicultura Sustentável no Estado do Amazonas. Decreto nº 10.028/87 Dispõe sobre o Sistema Estadual de Licenciamento de Atividades com Potencial de Impacto no
Meio Ambiente e aplicação de penalidades. Decreto nº 16.497/95 Cria o Parque Estadual do Rio Negro. Decreto nº 16.498/95 Cria a área de Proteção Ambiental da Margem Direita do rio Negro. Decreto n° 22.304/01 Proíbe a pesca comercial na bacia do rio Negro, pelo período de cinco anos na Bacia do Rio
Negro. Decreto n° 22.747/02 Regulamenta a pesca esportiva, recreativa e de subsistência no Estado do Amazonas.
MATO GROSSO FINALIDADE Lei Complementar nº 38/95 Dispõe sobre o Código Estadual do Meio Ambiente Lei nº 6.945/97 Dispõe sobre a Lei de Política Estadual de Recursos Hídricos e institui o Sistema Estadual de
Recursos Hídricos. Lei nº 7.881/02 Dispõe sobre a política e o controle da pesca no Estado de Mato Grosso. Decreto nº 1.074/96 Dispõe sobre a fiscalização das atividades da pesca no Estado de Mato Grosso, pela entidade que
adiante denomina. Resolução CONSEMA n° 001/00 Define o período da piracema no Estado. Resolução CONSEMA n° 46/04 Dispõe sobre a regulamentação da captura, transporte, armazenamento e comercialização de iscas
vivas para as pescas amadora, esportiva e profissional.
140
PARÁ FINALIDADE
Lei nº 5.630/90 Estabelece normas para a preservação de áreas de corpos aquáticos, principalmente as nascentes. Lei nº 5.793/94 Define as normas para a Política Mineraria e Hídrica do Estado. Lei nº 5.887/95 Dispõe sobre a Política Estadual do Meio Ambiente. Lei nº 6.167/98 Disciplina a atividade de pesca esportiva no Estado do Pará. Lei nº 6.381/01 Dispõe Sobre a Política Estadual de Recursos Hídricos e instituí o Sistema de Gerenciamento de
Recursos Hídricos. Decreto nº 5.267/02 Dispõe sobre a implantação e gestão das Unidades de Conservação da Natureza.
141
ANEXO IV - PRINCIPAIS PROGRAMAS E PROJETOS DE RECUR SOS HÍDRICOS E DA BIODIVERSIDADE AQUÁTICA
FEDERAL OBJETIVO
Recursos hídricos
HIBAM/ANA Um projeto científico internacional envolvendo o Brasil, Equador, Bolívia e França para estudar a hidrologia e a geoquímica da Bacia Amazônica.
PRODES/ANA Incentivar a implantação de estações de tratamento de esgotos, com a finalidade de reduzir os níveis de poluição dos recursos hídricos no País.
Biodiversidade aquática
PRONABIO/MMA Promover parceria entre o Poder Público e a sociedade civil na conservação da diversidade biológica, utilização sustentável dos seus componentes e repartição justa e eqüitativa dos benefícios decorrentes dessa utilização
PNDPA/IBAMA, EMBRATUR Transformar a atividade de pesca amadora em instrumento de desenvolvimento econômico, social e de conservação ambiental.
Projeto Político-Estrutural/SEAP Estabelece diretrizes para a construção de um Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentado da Aqüicultura e Pesca, objetivando apresentar as medidas para efetivar sua estruturação e suas ações para impulsionar os setores da aqüicultura e da pesca nacionais.
BACIA DO RIO AMAZONAS
PPG7/MMA Visa à construção de soluções que promovam a proteção e o uso sustentável das florestas brasileiras na Amazônia e na Mata Atlântica, assim como o bem-estar das populações locais.
SPRN/MMA Contribuir para a definição e implementação de um modelo de gestão ambiental integrada para a Amazônia Legal, visando o uso sustentável dos recursos naturais.
ProVárzea/MMA Estabelecer bases científica, técnica e política para a conservação e o manejo ambiental e socialmente sustentável dos recursos naturais da várzea, na calha central da bacia amazônica, com ênfase nos recursos pesqueiros.
Corredores Ecológicos/MMA Contribuir para a efetiva conservação da diversidade biológica do Brasil, a partir da implementação do conceito de corredores ecológicos na Amazônia e na Mata Atlântica.
PNF/MMA Promover o uso equilibrado e a conservação das florestas brasileiras, por meio da articulação de políticas públicas relacionadas a questões como regularização fundiária, crédito e financiamento, legislação ambiental, pesquisa e tecnologia, treinamento e capacitação, entre outras.
Arpa/MMA Promover a proteção de ecossistemas considerados chave para a manutenção e a integridade da região, sua fauna e flora.
FNMA/MMA Contribuir, como agente financiador e por meio da participação social, para a implementação da Política Nacional do Meio Ambiente.
ÁREA-PILOTO AMAZONAS OBJETIVO
Corredores Ecológicos/MMA Contribuir para a efetiva conservação da diversidade biológica do Brasil, a partir da implementação do conceito de corredores ecológicos na Amazônia e na Mata Atlântica.
Acordo de Pesca/FVA Mobilização da população ribeirinha do rio Unini, objetivando discutir os critérios e consolidar o Acordo de Pesca para resolver os conflitos que vem ocorrendo neste rio.
Educação ambiental/IPÊ Sensibilização, conscientização e capacitação da população ribeirinha, que vive no entorno da Estação Ecológica de Anavilhanas, em Novo Airão, e a realização de pesquisas sobre o peixe-boi no Rio Negro, na Estação Ecológica de Anavilhanas.
Projeto Piaba/UFAM Promover uma pescaria comercialmente e ecologicamente sustentável e ajudar a reduzir o uso destrutivo da terra e migração urbana na bacia do médio Rio Negro.
ÁREA-PILOTO MATO GROSSO OBJETIVO
PNMA II/MMA Promover a conservação do solo e da água, a gestão integrada dos resíduos sólidos e incentivar o desenvolvimento do ecoturismo no rio Araguaia.
FNMA/PNF/MMA Publicação de edital do FNMA/PNF, em dezembro de 2004, para dois projetos de recuperação de florestas na bacia do rio Xingu.
PEPE/FEMA Recompor as matas ciliares dos cursos de água do Estado, através de parcerias do Poder Público Estadual com as prefeituras municipais, sociedade organizada e proprietários rurais.
Fazenda Tanguro/Amaggi Monitorar os impactos das intervenções pela empresa na propriedade, visando a recuperação de matas ciliares.
142
ÁREA-PILOTO PARÁ OBJETIVO
Programa de Extenso da Educação Profissional/MEC
Viabilizar a qualificação profissional de jovens e adultos, incentivando a instalação de empresas que encontrarão pessoal técnico dentro das ares de vocação natural da demandada por o Município.
PEGAPE/SECTAM Garantir o uso sustentável dos recursos pesqueiros na prática da atividade pesca esportiva. PPDS-Jus/Eletronorte Promover, de forma participativa e com responsabilidade partilhada, um processo amplo
de mudança e de reorganização da economia e da sociedade regional, combinando a elevação da qualidade de vida da população com o crescimento econômico e a conservação ambiental.