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MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE SECRETARIA DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS E QUALIDADE AMBIENTAL DIRETORIA DE QUALIDADE AMBIENTAL NA INDÚSTRIA GERÊNCIA DE RESÍDUOS PERIGOSOS R egistro de E missão e T ransferência de P oluentes – RETP Volume 3 - Manual de Gestão Administrativa Agosto 2010

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MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE SECRETARIA DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS E QUALIDADE AMBIENTAL

DIRETORIA DE QUALIDADE AMBIENTAL NA INDÚSTRIA

GERÊNCIA DE RESÍDUOS PERIGOSOS

Registro de Emissão e Transferência de Poluentes – RETP

Volume 3 - Manual de Gestão Administrativa

Agosto 2010

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MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE 2010

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE SECRETARIA DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS E QUALIDADE AMBIENTAL

DIRETORIA DE QUALIDADE AMBIENTAL NA INDÚSTRIA

GERÊNCIA DE RESÍDUOS PERIGOSOS

Registro de Emissão e Transferência de Poluentes – RETP

Volume 3 - Manual de Gestão Administrativa

MMA. Ministério do Meio Ambiente. Registro de Emissão e Transferência de Polu-entes – RETP. Manual de Gestão Administrativa. Volume 3. 2010.

1. Poluentes. 2. Emissões. 3. Transferências. 4. Gestão Ambiental

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MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE 2010

NOTA PRÉVIA

Este texto é de livre acesso e poderá ser reproduzido, no todo ou em

parte, por toda e qualquer parte interessada, desde que reconhecida a

fonte.

Nele são descritos os elementos, mecanismos e instrumentos para o

funcionamento do RETP - Registro de Emissão e Transferência de

Poluentes, integrado ao Cadastro Técnico Federal do IBAMA e opera-

cionalizado por meio do Portal RETP, na página eletrônica do Minis-

tério do Meio Ambiente.

Espera-se que os usuários contribuam para o aperfeiçoamento do tex-

to, a fim de que o entendimento do conteúdo seja cada vez mais bem

aproveitado por leitores com diferentes interesses.

O RETP é um sistema de coleta e processamento, com divulgação

livre e irrestrita baseada no princípio do direito público de acesso à

informação.

Ministério do Meio Ambiente

Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental

Diretoria de Qualidade Ambiental na Indústria

Esplanada dos Ministérios – Bloco B – 8º andar

70068-900 - Brasília - DF - Brasil

Telefone +55-61-2028-1215

Página na Internet www.mma.gov.br

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Texto elaborado pela consultoria InterTox Ltda., segundo contrato nº BRA 10-

07502/2009, e pela equipe técnica a ela associada:

EQUIPE TÉCNICA

Coordenador Geral

Moysés Chasin

Coordenador Técnico

João Salvador Furtado

Consultores

Ademar Haruo Yamada

Alice A. da Matta Chasin

Fabriciano Pinheiro

Fausto Antonio de Azevedo

Marcus E. M. da Matta

Rafael Candido de Oliveira

COORDENAÇÃO MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE

Sérgia de Souza Oliveira Diretora do Departamento de Qualidade Ambiental na Indústria

Zilda Maria Faria Veloso

Gerente de Resíduos Perigosos

Revisão Técnica

Mirtes Vieitas Boralli Técnica Especializada

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Conteúdo

1. Visão organizacional geral do RETP ............................... 10

2. Política organizacional ...................................................... 11 2.1. Elementos doutrinários da política do RETP 12 2.2. Governança 16 2.3. Missão do RETP 21 2.4. Visão do RETP 21 2.5. Conformidade: Instrumentos legais e Normas voluntárias 21 2.6. Modelo mental 22

3. Organização geral do RETP ............................................. 23

4. Grupo Nacional .................................................................. 25 4.1. Estrutura e composição do Grupo Nacional do RETP 25 4.2. Composição e perfil representativo do Grupo Nacional 27 4.3. Funções do Grupo Nacional 27 4.4. Funcionamento e atribuições do Grupo Nacional 29 4.5. Atribuições do Presidente do Grupo Nacional 31 4.6. Convidados e atribuições 32

5. Coordenadoria de Gestão ................................................. 32 5.1. Estrutura da Coordenadoria de Gestão 33

6. Sistemas e funções organizacionais .................................. 36 6.1. Governança 36 6.2. Finanças 39 6.3. Planejamento estratégico 41 6.4. Desempenho 47

6.4.1. Elementos gerais da avaliação de desempenho ..................................................... 47 6.4.2. Avaliação de desempenho interno da gestão do RETP ....................................... 50 6.4.3. Resultados esperados da avaliação de desempenho ............................................ 51 6.4.4. Desempenho do RETP ....................................................................................................... 52

6.5. Gestão do conhecimento 53 6.5.1. Elementos estruturantes da gestão do conhecimento ........................................ 54

6.6. Relacionamentos 56 6.7. Verificação do planejamento 57 6.8. Replanejamento 58

7. Planos e programas ........................................................... 59 7.1. Cadastro Técnico Federal/IBAMA 59 7.2. Portal RETP 60 7.3. Verificação e validação de fluxos no RETP 62 7.4. Gestão de limiares ou linhas de cortes 70 7.5. Condição de sigilo 71 7.6. Controle de qualidade 75 7.7. Análises ou Vistoria Cadastral do IBAMA no sistema RETP 80

7.7.1. Auditoria interna nas organizações declarantes ................................................... 81

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7.7.2. Análises ou Vistoria Cadastral do IBAMA na gestão do RETP .......................... 81 7.7.3. Verificações no Cadastro Técnico Federal/IBAMA ............................................... 82

7.8. Vistoria presencial 82 7.9. Capacitação dos integrantes do RETP 82 7.10. Substâncias poluentes 83 7.11. Atividades potencialmente geradoras de poluentes 85 7.12. Organização declarante 86 7.13. Declaração ao Cadastro Técnico Federal/IBAMA 87

8. Processos produtivos ......................................................... 89

9. Produtos .............................................................................. 92 9.1. Portfólio de bens e serviços 92

9.1.1. Produtos informativos ...................................................................................................... 92 9.1.2. Assistência técnica .............................................................................................................. 93

10. Resultados ........................................................................... 94 10.1. Atendimento à rede (networking) 94 10.2. Atendimento institucional 97 10.3. Atendimento sob demanda 100 10.4. Aprimoramento das partes interessadas 100 10.5. Comunicação e promoção 102 10.6. Relatórios 103 10.7. Promoção a grupos diferenciados de interesse 106

11. Realimentação .................................................................. 108 11.1. Avaliação e identificação de focos e direcionadores de aprimoramento 108 11.2. Cenários 111 11.3. Replanejamento 112

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INTRODUÇÃO

O Registro de Emissões e Transferência de Poluentes – RETP é um sistema de uso

internacional de coleta e tratamento de dados e informações, para posterior acesso e

divulgação públicos, sobre atividades e substâncias químicas selecionadas que cau-

sam ou têm o potencial de causar riscos ou danos ao ambiente ou à saúde humana.

O Manual de Gestão descreve os procedimentos administrativos do RETP - Registro

de Emissões e Transferência de Poluentes, no âmbito interno do Ministério do Meio

Ambiente (MMA) e está alinhado com os textos dos documentos Volume 1 Manual

descritivo e Volume 2 Instruções. Os seguintes aspectos devem ser considerados na

leitura dos procedimentos administrativos contidos no Manual.

(1) O Manual de Gestão abrange ampla gama de procedimentos e de detalhes e po-

derá ser implementado de maneira gradativa de acordo com a institucionalização

do RETP, a disponibilidade de recursos humanos e as iniciativas do MMA em

relação ao RETP.

(2) A nomenclatura, da mesma forma que as estruturas e funções descritas, está su-

jeita a adaptações e modificações específicas que atendam às atribuições e aos

limites político-administrativos e, especialmente, jurídicos do MMA, sem negli-

genciar as diretrizes de aperfeiçoamento continuado e efetivo, mesmo que isso

requeira, ao longo do tempo, análises jurídicas mais profundas, novos marcos

legais e instrumentos de estímulo econômico, ambiental e social para as partes

envolvidas.

(3) A operacionalização do RETP Brasil – embora tenha sido descrita por inteiro,

em documentos próprios – pode ser feita por grupo inicial de implementação,

instituído pelo MMA, e de forma também gradativa, flexível e compatível com o

processo de aprendizagem. Por esta e outras razões, determinados aspectos, des-

critos em outros documentos, estão repetidos em capítulos do presente Manual.

A operacionalização do RETP Brasil fortalece a mudança mental – de comando-e-

controle para o de desempenho preventivo com qualidade – implicando, portanto, na

demanda de modificações de marcos legais e criação de instrumentos de incentivos

não necessariamente fiscais, como aconteceu com semelhantes instrumento.

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MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE 2010

A missão do RETP Brasil apoia-se na Política Nacional de Meio Ambiente, e se in-

sere no âmbito do SISNAMA - Sistema Nacional do Meio Ambiente, para oferecer,

ao público nacional e internacional, mecanismo competente, eficaz e eficiente para

registrar, em bases correntes, as emissões e as transferências das substâncias poluen-

tes e, dessa maneira, melhorar a gestão das organizações, a qualidade de vida e do

ambiente.

No Brasil, o RETP está alicerçado no compromisso assumido pelo país durante o III

Foro Intergovernamental de Segurança Química, em Salvador/BA, no ano de 2000,

contando como a 4ª Prioridade do Plano de Ação para Segurança Química do Minis-

tério do Meio Ambiente.

Neste sentido, os gestores do RETP deverão reforçar a mensagem da utilidade do

sistema para diferentes grupos de interesse, sob vários aspectos.

O RETP constitui importante recurso para formulação de políticas públicas, gestão

ambiental e, especialmente, gerenciamento de risco, para uso nas esferas Federal,

Estadual e Municipal.

No âmbito das corporações e de outras empresas privadas, o Sistema representa ba-

se técnica para tomada de decisões e de ações efetivas para aprimoramento de pro-

cessos produtivos, redução de custos de produção e aperfeiçoamento da Responsabi-

lidade Socioambiental Empresarial.

Para as associações industriais, o RETP revela o desempenho nos respectivos seto-

res e fornece indicadores para políticas setoriais, emprego de melhores práticas, ges-

tão econômica e fortalecimento do valor da marca e imagem dos participantes do

segmento.

Os demais grupos de interesse terão oportunidade de acompanhar o desempenho das

organizações, graças ao princípio do direito público de acesso à informação e exer-

cício da cidadania individual e coletiva.

O propósito é o de fortalecer o desempenho e a consolidação do sistema – como fer-

ramenta de uso internacional, para levantamento, tratamento, acesso e divulgação

pública de dados (elementos alfanuméricos) e informações (dados tratados e com ju-

ízo de valor) sobre as emissões para os compartimentos ambientais ar, água e solo e

a transferência para variados fins de substâncias poluentes que efetivamente causem

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ou que tenham potencial de causar riscos ou danos para a saúde humana e ambien-

tal.

· Uma vez em operação, o sistema RETP Brasil contribuirá para a formulação

e o desempenho efetivo de políticas governamentais.

· Na esfera corporativa, o sistema poderá subsidiar decisões e ações efetivas

no campo da Responsabilidade Social Empresarial, devido, principalmente,

ao papel desse setor no fornecimento dos dados e informações, por meio de

declarações ao Cadastro Técnico Federal do IBAMA.

· Economicamente, o RETP contribuirá para os setores industriais envolvidos

diretamente com a declaração de dados e informações, no aprimoramento

dos processos produtivos, com o emprego das melhores práticas disponíveis,

garantindo menor nível de emissão e de transferência de poluentes.

· A sociedade, por sua vez, terá garantido o direito de acesso à informação e

participará na tomada de decisão, como exercício de cidadania.

· Os participantes do RETP são Grupo ad hoc, que trata-se de denominação

genérica, portanto inespecífica, para representar todo e qualquer grupo, for-

mal ou informal, que não faça parte da estrutura organizacional formal, o

qual é composto, sob convite, para contribuir com idéias, sugestões, reco-

mendações ou para executar tarefas especialmente definidas.

São Grupo ad hoc:

Grupo de colaboradores

Agentes públicos, de diferentes instâncias governamentais, nos níveis Federal, Esta-

dual e Municipal que, a convite da Coordenadoria de Gestão, venham a executar

funções e práticas operacionais efetivas para a melhor gestão do RETP, em seus

respectivos espaços institucionais e geográficos. Apesar deste grupo ser ad hoc, ele

está separado na figura 1, pois esses agentes públicos podem ter a função específica

como gestor RETP.

Grupo sociotécnico

Grupos de pessoas físicas ou de representantes de pessoas jurídicas que, a convite

do MMA, por sugestão do Grupo Nacional ou da Coordenadoria de Gestão, contri-

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buam com opiniões, sugestões, recomendações ou outros elementos, para temas de

natureza técnica, econômica e social, relacionados ao RETP, com base nas experi-

ências, vivências ou conhecimentos nos respectivos segmentos ou setores da socie-

dade nos quais executam suas atividades efetivas.

Grupo de interesse

Conjunto de pessoas físicas ou representativas de organizações, de natureza pública,

privada, não-governamental ou de grupos não-organizados, cujos interesses são le-

vados em consideração, por que afetam ou são afetados pelas atividades realizadas

no âmbito do RETP.

Grupo de pressão

Conjunto de pessoas, físicas ou jurídicas, cujas atividades representem pressões po-

sitivas ou negativas para o bom desempenho do RETP, seja diretamente sobre as in-

formações geradas ou sobre as informações declaradas pelas organizações que de-

vem fornecer informações por meio do CTF/IBAMA.

1. Visão organizacional geral do RETP

O RETP é um serviço criado, coordenado e mantido pelo Ministério do Meio Am-

biente (MMA), como responsabilidade e atribuição pública do órgão, no âmbito do

governo federal do Brasil, para o que conta com a colaboração de vários agentes.

O propósito é coletar, processar dados e gerar informações sobre emissões e transfe-

rência de substâncias que causam ou têm potencial de causar danos à saúde humana

ou à qualidade ambiental, culminando com a divulgação livre a todas as partes inte-

ressadas.

Para isso, o RETP dispõe de estrutura administrativa diretamente subordinada ao

MMA (Fig. 1), composta de Grupo Nacional e Coordenadoria de Gestão. Esta

última atuará em articulação ao Cadastro Técnico Federal, localizado no IBAMA,

e contará com órgãos públicos, na condição de Colaboradores, que podem perten-

cer aos níveis federal, estadual e municipal.

Os Grupos ad hoc colaborarão com o Grupo Nacional e a Coordenadoria de Ges-

tão, e deverão ser formados por pessoas físicas e representantes de organizações pú-

blicas e privadas, com diferentes interesses nas questões relacionadas aos poluentes.

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O modelo de gestão do RETP valoriza a transparência e o direito público de acesso

à informação. Para isso, é regido por uma Política organizacional e um Sistema de

governança que privilegiam a conduta baseada em princípios de ética focados na

responsabilidade, confiança e respeito aos direitos de todas as partes envolvidas.

O objetivo do modelo de gestão é criar meios e ferramentas para o envolvimento

das pessoas físicas e jurídicas, a fim de promover mudanças objetivas nas práticas

de produção e consumo de bens e serviços, para que os impactos negativos, causa-

dos por substâncias químicas selecionadas, sejam contínua e progressivamente re-

duzidos e, idealmente, evitados.

Fig. 1 – Componentes da organização do RETP.

2. Política organizacional

A política organizacional do RETP envolve (i) elementos doutrinários, (ii) gover-

nança organizacional, (iii) missão, (iv) visão, e (v) conformidade, para garantir as

bases para o arranjo e funcionamento administrativo, bem como garantir a produção

de bens e serviços, em benefício de todas as partes interessadas.

A implementação, acompanhamento e avaliação da Política Organizacional do

RETP são de responsabilidade do Grupo Nacional, com o suporte técnico-

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administrativo da Coordenadoria de Gestão e a contribuição de Grupos ad hoc, a

convite dos gestores, bem como de outras partes interessadas, devidamente qualifi-

cadas.

2.1. Elementos doutrinários da política do RETP

O funcionamento do sistema precisa ser apoiado em elementos doutrinários

fundamentais e, portanto, os seguintes preceitos devem ser respeitados por to-

dos os agentes diretamente envolvidos nas operações do RETP.

(1) As operações do RETP devem introduzir elementos nos procedimentos adminis-

trativos e produtivos, como os seguintes:

· respeito ao sistema de governança organizacional.

· combinação adequada de elementos com conteúdo científico, de pro-cedimentos ecoinovativos1 e de instrumentos de mercado2.

· identificação de metas, tanto métricas como intangíveis, focadas na excelência de desempenho.

· criação de valores tangíveis e intangíveis para todas as partes interes-sadas, de curto, médio e longo prazo.

(2) Os elementos de política organizacional devem ser publicamente divulgados, a

fim de que sejam:

· amplamente conhecidos;

· adotados e praticados no modelo de Governança em todas as opera-ções administrativas e de geração de bens e serviços, no âmbito da gestão interna do RETP e;

· fomentados, para que os efeitos sejam transferidos para as partes in-teressadas e incorporados aos procedimentos apropriados.

(3) As pessoas responsáveis pela gestão do RETP devem assumir, com seriedade,

transparência e objetividade, a responsabilidade para administrar os sistemas,

planos, programas, processos, produtos e demais iniciativas administrativas, a

fim de que a sociedade, por inteiro, se beneficie dos resultados previstos e gera-

dos.

1 Processo de inovação tecnológica com forte base em previsão ou prevenção de impactos econômicos, ambientais e sociais causados pelo processo produtivo, do produto, do uso ou consumo e destinação pós-uso. 2 Medidas e ações, de natureza econômico-financeira, promocional ou de reconhecimento, que estimulam o interesse econômico-financeiro ou promocional da empresa, no âmbito do mercado, ou no meio onde a organização realiza suas atividades sem fins lucrativos.

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(4) Todas as pessoas, do ponto de vista individual ou da representatividade organi-

zacional, no âmbito da gestão do RETP, devem levar em conta os seguintes fun-

damentos:

· Reconhecer que o RETP constitui instrumento apropriado para captu-rar, processar e divulgar, de maneira fácil, livre, ampla e gratuita, os dados e informações sobre as substâncias – envolvidas em atividades produtivas especialmente selecionadas – que causam ou têm poten-cial de causar danos ou risco de danos para a saúde humana e o am-biente.

· Alinhar o RETP às diretrizes da Política Nacional de Meio Ambiente (Lei 6.938/81) e ao direito fundamental, individual e comunitário de acesso público à informação verdadeira, por inteiro e com qualidade3.

· Divulgar os dados e informações, inclusive os documentos analíticos especialmente elaborados, como atributo e incumbência do Governo, na condição de responsável pela administração do Estado e na defesa e garantia dos direitos fundamentais dos cidadãos e cidadãs.

· Formar redes de relacionamento, especialmente com a indústria, para estimular o interesse e participação efetiva, de modo qualificado, construtivo e transparente, dos diferentes grupos de interesse, no pla-nejamento, cooperação e compartilhamento de informações, tecnolo-gias, práticas e experiências, conhecimentos e opiniões.

· Implementar, operacionalmente, o RETP, em dois principais modos de conduta:

i aplicar a doutrina de Comando-e-Controle para situações de confor-

midade legal vigente, tendo-se em vista a fase atual, tradicional, já

consolidada, na sociedade representada pelo modelo de gestão organi-

zacional baseado em padrões e limites e de práticas denominadas

“fim-de-tubo”;

3 Baseado nas garantias constitucionais – art. 5º inciso XIV – como elemento indispensável para o exercício de cidadania efetiva e legítima, considerando-se a aplicação do princípio da publicidade ou da transparência na Administração Pública, previsto no art. 37 também da Constituição Federal É importante também reconhecer que a Política Nacional do Meio Ambiente tem como um de seus objetivos a “difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, a divulgação de dados e informa-ções ambientais e a formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da qualida-de ambiental e do equilíbrio ecológico” (art. 4º, inciso V) e ainda determina como um de seus instrumen-tos a criação de um “sistema nacional de informações sobre o meio ambiente” (art. 9º, inciso VII). Para tanto, é importante reforçar que o artigo 225 da Constituição Federal estabelece que o meio ambiente ecologicamente equilibrado é de todos e cabe à sociedade a tarefa de juntamente com o Poder Público defendê-lo e preservá-lo para as futuras gerações, e tal cuidado requer a disponibilidade das in-formações previstas pelo RETP e seu uso na gestão pública.

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MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE 2010

ii adotar atitude reflexiva, ao longo do tempo, para reconhecer iniciati-

vas além-da-conformidade, representadas por excelência de desempe-

nho, envolvendo Prevenção de Poluição (P2), Produção Mais Lim-

pa/Produção Limpa (P+L), Ecoeficiência, Avaliação de Ciclo de Vida

(ACV) e outras mais diversificadas, como Análise de Fluxo de Mate-

rial, Demanda Material Total, Aumento da Intensidade Material por

Unidade de Serviço, por exemplo.

(5) A promoção das iniciativas e produtos do RETP deve estimular mudanças de

modelos mentais ou de paradigmas, nos agentes e atores, com base na análise

das intervenções nas organizações declarantes – envolvendo medidas e instru-

mentos para aprimoramento, com base nos seguintes elementos.

· Fomentar o pensamento e desempenho reflexivo e pró-ativo, por to-das as partes interessadas, para estimular atitudes nas organizações declarantes que resultem, entre outros aspectos, em:

· economia do carbono – redução da Pegada do Carbono;

· incorporação máxima ou total de todos os componentes para a obten-ção do produto esperado – redução da Pegada Ecológica4;

· redução de volume ou peso de materiais – uso da ferramenta Intensi-dade Material por Unidade de Serviço;

· prevenção de contaminantes e/ou aumento da pureza dos ingredientes – uso da ferramenta Análise de Fluxo de Material, melhoria do Ba-lanço de Massa;

· aumento da intensidade no uso de materiais renováveis e biodegradá-veis – uso de Ecodesign;

· reaproveitamento de materiais residuais ou pós-uso – uso de estraté-gias de fechamento de ciclos no processo produtivo, idealmente do-berço-ao-berço (ecoefetividade), na cadeia de valor sustentável; e

· reciclagem, quando usada, atóxica, ecoeficiente, ecoefetiva e com eficiência energética.

(6) Os resultados esperados devem ser apoiados por iniciativas administrativas que

conduzam aos seguintes efeitos ou situações objetivas, nas partes interessadas:

4 Medida - em Are ou Hectare - de área bioprodutiva necessária para suprir os recursos naturais que são extraídos para as atividades humanas. Serve como indicador de consumo de recursos, de acordo com o padrão ou conduta de organizações, pessoas, comunidades e nações.

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Registro de Emissões e Transferências de Poluente – RETP. Vol. 3 Manual de Gestão Administrativa.Pág. 15 de 144

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE 2010

· Para o governo

§ Formulação e aprimoramento de políticas públicas, pois o RETP fornece uma importante ferramenta de apoio à gestão ambiental e ao gerenciamento de risco, visando à redução de impactos;

§ Identificar, quantificar e divulgar, anualmente, no âmbito do Sistema Nacional de Meio Ambiente – SISNAMA as quanti-dades dos poluentes químicos selecionados que forem emiti-dos ou liberados no sítio/planta (on-site), para os comparti-mentos ambientais ar, água ou solo, pertinentes a determina-do processo industrial;

· Para empresários e investidores

§ Estabelecimento de metas métricas de redução de emissões e transferência e, adicionalmente, diminuição dos impactos ne-gativos efetivos ou potenciais, causados pelas substâncias da lista poluentes do RETP e, proativamente, de outras substan-ciais não incluídas nesta lista.

§ Melhor remuneração do capital investido, por meio da eficiên-cia no uso de ferramentas, na utilização de materiais e na prevenção e gestão de riscos.

§ Crescimento qualitativo, maior e melhor produtividade, com economia de capital e adoção de procedimentos para desma-terialização.

§ Aperfeiçoamento e reconhecimento público de condutas técni-cas, tecnológicas e estratégicas.

§ Maior segurança de processos produtivos.

§ Produtos funcionalmente mais efetivos, economicamente com-petitivos diferenciados quanto ao aspecto socioambiental.

· Para consumidores

§ Acesso a bens e serviços que contribuam para melhor qualida-de de vida e cidadania.

· Para a sociedade em geral

§ Poupança e acesso à recursos naturais, em especial a água, com qualidade.

§ Eficiência energética e aproveitamento de fontes renováveis.

§ Proteção da biodiversidade.

§ Qualidade do ar e de outros efeitos dos serviços ecológicos.

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§ Melhoria das condições urbanas para as necessidades essenci-ais.

§ Capacitação para participação na formulação de políticas pú-blicas relacionadas a substâncias poluentes e demais aspectos em segurança química.

2.2. Governança

O sistema de governança organizacional estabelece a maneira de se dirigir e

monitorar o RETP, envolvendo, essencialmente, relacionamentos entre os di-

rigentes e suas condutas nas práticas e operações gerenciais.

A boa governança é definida por Princípios e Atributos próprios, os quais são

estabelecidos com base em Valores éticos, que determinam o modo de conduta;

nos princípios doutrinários, expressos pela Política organizacional; na Res-

ponsabilidade econômica e socioambiental, e na efetividade da Prestação de

contas (Fig. 2).

No plano superior da gestão, a governança envolve:

· os relacionamentos entre MMA, Grupo Nacional, Coordenadoria de Gestão e Cadastro Técnico Federal/IBAMA;

· as relações desses gestores com Grupos ad hoc, Colaboradores, Gru-pos sociotécnicos, outros grupos ad hoc e pessoas físicas quando convidadas ou contratadas para atividades de análise5, ou vistoria ca-dastral do IBAMA consultoria, assessoria e outras formas de colabo-ração ou prestação de serviços, e;

· as condutas e o cumprimento de atribuições e responsabilidades dos agentes na definição e implementação de objetivos, metas, progra-mas, indicadores, projetos, ferramentas, entre demais atividades.

O sistema de governança deve se irradiar na cadeia de atividades do RETP, a

fim de abranger e alcançar:

· a ampla gama de grupos de interesse;

· todas as instâncias organizacionais, de natureza jurídica diversificada – pública, privada, parcerias público-privadas, organizações não go-

5 A análise ou vistoria cadastral do IBAMA dos dados, uma vez introduzidos no sistema RETP, e no Portal RETP, é da responsabilidade dos agentes públicos envolvidos. A atividade de análise ou vistoria cadastral do IBAMA precisa ser examinada com base em atribuições legais. Em determinadas situações, a função de análise ou vistoria cadastral do IBAMA deve ser substituída pela de vistoria cadastral do IBA-MA, segundo competências legais estabelecidas.

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vernamentais e outras formas de comunidades não organizadas, in-clusive de pessoas físicas;

· as diretrizes, realizações, efeitos, influências – muitos dos quais no cenário internacional – e;

· as atividades, ferramentas e práticas produtivas, no ambiente nacio-nal, orientados para o propósito maior do RETP – a redução e, ide-almente, a prevenção das emissões e transferência de poluentes.

Fig. 2 – Abrangência da governança no âmbito geral do RETP.

Política do RETP

Os elementos doutrinários estão descritos em item específico (1.3) deste docu-

mento.

Princípios éticos

O modo de conduta coletiva no RETP deve ser fruto do comportamento indi-

vidual das pessoas – tanto no espaço particular quanto no institucional e orga-

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nizacional – baseado em princípios éticos elevados que permitam angariar con-

fiança e credibilidade da sociedade nacional e internacional.

Os princípios éticos, listados para o RETP não esgotam as recomendações para

aqueles que adotarem atitudes pró-ativas quanto ao modo de conduta.

· Abertura em relação às idéias e iniciativas, envolvendo imaginação, sensibilidade para a diversidade, preferências e curiosidade.

· Compromisso, comprometimento e mutualidade na interação com outras partes envolvidas.

· Confidencialidade quanto à não divulgação de informações que pos-sam prejudicar terceiras partes ou o respeito a cláusulas de sigilo es-tabelecidas em acordos, de maneira transparente e objetiva.

· Democracia, como proteção da liberdade das pessoas e das organiza-ções, respeitados os limites legais, com particular atenção para igual-dade e protagonismo.

· Diversidade, como respeito às diferenças de raças, credos, crenças, gêneros e outros aspectos das condutas humanas e da natureza.

· Equidade, como sendo a disposição em reconhecer imparcialmente o direito de cada uma das partes interessadas.

· Fidedignidade, para, assim, dar fé e merecimento de crédito aos fa-tos.

Outros princípios éticos que deverão ser adotados na implementação e funcio-

namento do RETP Brasil: Honestidade, Imparcialidade, Independência, Inte-

gridade, Justiça, Lealdade, Liberdade, Privacidade, Respeito, Retidão, Solidari-

edade, Transparência, Tolerância, Virtude.

Responsabilidade econômica e socioambiental

Trata-se do entendimento de que as pessoas e organizações, causadoras de im-

pactos negativos por emissão ou transferência de poluente, têm o dever ou

obrigação de (i) responder por seus atos e atitudes e (ii) reparar os danos cau-

sados, do ponto de vista econômico-financeiro e socioambiental.

Prestação de contas

A boa governança requer a atitude objetiva dos agentes envolvidos de comuni-

car, publicamente e de maneira transparente e completa, o que foi feito e que

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deixou de ser concluído; os acertos e os erros; os compromissos assumidos, re-

alizados ou não atendidos, e ainda o que será feito.

Atributos

São aspectos do modelo de governança do RETP que devem ser praticados, es-

pecialmente os listados a seguir.

· Equidade nas atitudes integrativas nos relacionamentos, ao invés de ações paternalistas, unilaterais e discriminatórias.

· Criação de valor para todas as partes interessadas, ao invés de privi-légios e benefícios particularizados.

· Visão de cadeia de valor, da qual os grupos de interesse participam, com fortalecimento dos elos de ligação, de maneira a estabelecer a resiliência organizacional frente às pressões.

· Transparência nas atitudes, nas ações e demais iniciativas, acompa-nhada da presteza, sinceridade, honestidade e completitude das res-postas às consultas e questionamentos feitos por terceiros.

· Cumprimento de responsabilidades atribuídas e assumidas.

· Mecanismos e regras claras para tomada de decisões, principalmen-te quando são afetados os interesses de outras partes.

· Qualidade e intensidade na participação e efetividade (ecoeficiên-cia, socioeficiência e desempenho econômico-financeiro).

· Abertura para análise ou vistoria cadastral do IBAMA, validação, autenticação e fiscalização por terceiros.

Princípios da boa governança

São os preceitos fundamentais que devem ser cumpridos pelos participantes do

RETP, especialmente os agentes superiores MMA, Grupo Nacional, Coordena-

doria de Gestão, Cadastro Técnico Federal/IBAMA e, quando formalizados,

Colaboradores, Grupos sociotécnicos, outros grupos ad hoc e pessoas físicas

convidadas para atividades de análise ou vistoria cadastral do IBAMA, consul-

toria, assessoria e outras formas de colaboração ou prestação de serviços.

· Reconhecimento e respeito aos direitos dos diferentes grupos de inte-resse que afetam ou são afetados pelas emissões e transferência de poluentes, no âmbito do RETP.

· Tratamento equânime das partes interessadas, fundamentado, especi-almente, nos princípios éticos já mencionados.

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· Construção de rede de relacionamento, envolvendo todos os grupos de interesse, porém com forte envolvimento do setor produtivo, gera-dor de emissões e transferências de substâncias poluentes, prevenin-do-se assimetrias e falhas de informação; evitando-se informações privilegiadas; negociações corrompidas; sonegação de informações, entre outros.

· Expansão e aprofundamento das questões relacionadas aos impactos econômicos, ambientais e sociais causados por emissões e transfe-rência de poluentes, visando o aprimoramento de práticas, processos e produtos, especialmente por meio de instrumentos e mecanismos de inovação tecnológica e de instrumentos que combinem:

§ cumprimento legal (conformidade e comando-e-controle), e;

§ orientação diferenciada para excelência de desempenho (além-da-conformidade).

· Divulgação fidedigna e transparente das informações sobre resulta-dos do desempenho econômico, ambiental e social da organização; composição e participação; ações e penalidades impostas, bem como respostas a tais ações e penalidades; fatores de riscos econômicos, sociais e ambientais possíveis, assim como capacidade e capacitação em prevenção, preparação e prontidão para gestão de riscos e impac-tos.

· Demonstração pública da organização/estrutura, quadro diretivo e perfil do corpo de colaboradores, sistemas e funções, planos e pro-gramas, e estrutura produtiva.

· Preparação e capacitação de grupos de pressão para formação de ali-anças, para o entendimento de aspectos técnico-econômicos e socio-ambientais a respeito de substâncias poluentes e seus efeitos e de ou-tras questões que envolvem os processos produtivos, para que:

§ interajam e contribuam para o aperfeiçoamento de políticas públicas pertinentes, e;

§ influenciem, de modo positivo, mudanças nas atitudes e ativi-dades industriais, visando melhorias em segurança química e eliminação de efeitos para saúde humana e qualidade ambi-ental.

· Estímulo às autoridades públicas e às lideranças com poder de influ-enciar decisões, a fim de que se utilizem das informações do RETP para:

§ planejamento e ocupação dos espaços urbanos e rurais;

§ formulação de planos de desenvolvimento regional;

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§ projetos de zoneamento ecológico, e;

§ criação de instrumentos de valorização de áreas de coexistência com indústrias limpas.

· Fomento à formação de coalizões de grupos múltiplos, para aborda-gem de temas de interesses conflitantes e busca de soluções para ne-gociação e cooperação nas questões no âmbito do RETP.

2.3. Missão do RETP

A missão do RETP Brasil será oferecer informações objetivas e confiáveis a

respeito de emissões e transferências de substâncias poluentes selecionadas que

causam ou têm o potencial para causar danos à saúde humana e ambiental, ge-

radas por organizações privadas ou públicas, geradoras de bens e serviços no

país.

2.4. Visão do RETP

A visão é a de existência e operação de um mecanismo competente, eficaz e

eficiente, no âmbito do SISNAMA, para registro permanente de emissões e

transferências de poluentes, com informações hábeis e verdadeiras para a me-

lhor gestão da qualidade de vida e da qualidade ambiental.

2.5. Conformidade: Instrumentos legais e Normas voluntárias

A obrigatoriedade do fornecimento de dados decorre de exigências estabeleci-

das por instrumentos legais federais, em alinhamento com o já praticado na

operação do CTF/IBAMA.

Os marcos legais do RETP Brasil são:

· Constituição Federal Artigo 225, parágrafo 1, inciso V, citação in verbis: “V – controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida e o meio ambiente6”;

6 Constituição da República Federativa do Brasil. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm

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· Lei Federal n° 7.347, de 24 de julho de 19857 que disciplina a ação civil pública de responsabilidade por danos causados ao meio ambi-ente e dá outras providências;

· Lei Federal n° 10.165, de 20008, com destaque para o Manual do Re-latório de Atividades9 que trata do Cadastro Técnico Federal, sob a responsabilidade do IBAMA, para o controle de atividades potenci-almente poluidoras e se utilizam de recursos naturais10.

2.6. Modelo mental

O RETP é um sistema de levantamento, tratamento e divulgação pública de

emissões e transferências de poluentes e produtos que causam ou têm potencial

para causar danos ou risco de danos para a saúde humana e o ambiente, sob a

forma de dados (elementos alfanuméricos) e informações (dados tratados e com

juízo de valor).

O sistema tem por estratégia a criação de um modelo janela única para o forne-

cimento de dados pelas organizações declarantes. Para tanto, os requisitos do

RETP Brasil são incorporados e harmonizados ao formulário do CTF/IBAMA,

para que a organização declarante não tenha que repetir esforços no forneci-

mento das informações ambientais solicitadas.

7 Lei Federal n° 7.347, de 24 de Julho de 1985. http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L7347orig.htm 8 IBAMA. Lei Federal n° 10.165 de 2000. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L10165.htm 9 Manual do Sistema – Serviços online – IBAMA. http://servicos.ibama.gov.br/ctf/manual/html/010515.htm 10 Manual do Cadastro Técnico Federal. IBAMA. Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utili-zadoras de Recursos Naturais. http://www.ibama.gov.br/cadastro/manual/html/010401.htm

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3. Organização geral do RETP

O Sistema de Gestão do RETP é composto de dois níveis, cada qual com suas res-

pectivas unidades funcionais (Fig. 3).

i Nível operacional, formado por (i) Grupo Nacional, (ii) Coordenadoria de

Gestão, (iii) Cadastro Técnico Federal/ IBAMA, (iv) Portal RETP e (v) Co-

laboradores.

ii Nível de assessoramento, constituído de (vi) Grupos sociotécnicos e (vii)

Grupos de interesse ou de pressão.

1. Grupo Nacional11 – Órgão de assessoria superior, responsável pela geração de

recomendações de medidas e de procedimentos que possam beneficiar e garantir o

funcionamento e a qualidade da política e da governança do RETP, em seus aspec-

tos técnicos, administrativos e de produção de bens e serviços.

2. Coordenadoria de Gestão – Unidade de administração geral, encarregada dos

processos gerenciais; do relacionamento com os demais níveis funcionais; da efe-

tividade do Portal RETP e do aprimoramento geral para o funcionamento do

RETP.

3. Cadastro Técnico Federal – Serviço sob a jurisdição do IBAMA e ponto de en-

trada obrigatória das informações, apoiado em instrumento legal para se registrar, e

para fins de controle e monitoramento, as pessoas físicas ou jurídicas que se dedi-

cam a atividades potencialmente poluidoras e/ou a extração, produção, transporte e

comercialização de produtos potencialmente perigosos ao meio ambiente, assim

como de minerais, produtos e subprodutos da fauna e flora, respeitadas as isenções

especificadas em instruções normativas. Todas as informações de interesse do

RETP, declaradas ao CTF/IBAMA serão automaticamente transferidas para o Portal

RETP por meio de processo eletrônico.

4. Portal RETP – Ambiente eletrônico, alimentado pela transferência de dados de-

clarados ao CTF/IBAMA e definidos como de interesse do RETP, para a subse-

quente geração, divulgação e livre acesso aos dados e informações capturados e tra-

tados sobre emissões e transferência de poluentes. Estão previstos procedimentos

11 Corresponde, em nomenclatura, ao que é denominado de Grupo Nacional do RETP, em outros países, onde tem função deliberativa.

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para que as declarações possam ser feitas diretamente ao Portal RETP, especialmen-

te quando se tratar de declarações voluntárias. A identificação das falhas serão fei-

tas pelas verificações/análises de organizações que desejarem ser reconhecidas pela

qualidade de suas práticas e de responsabilidade socioambiental diferenciada.

Fig. 3 – Visão organizacional geral do RETP

5. Colaboradores – Agentes públicos, de diferentes instâncias governamentais, nos

níveis Federal, Estadual e Municipal que, a convite da Coordenadoria de Gestão,

venham a executar funções e práticas operacionais efetivas para a melhor gestão do

RETP, em seus respectivos espaços institucionais e geográficos.

6. Grupos sociotécnicos – grupos de pessoas físicas ou de representantes de pesso-

as jurídicas que, a convite do MMA, por sugestão do Grupo Nacional ou da Coor-

denadoria de Gestão, contribuam com opiniões, sugestões, recomendações ou outros

elementos, para temas de natureza técnica, econômica e social, relacionados ao

RETP, com base nas experiências pessoais, vivências ou conhecimentos nos respec-

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tivos segmentos ou setores da sociedade nos quais executam suas atividades efeti-

vas.

7. Grupos de interesse – Conjunto de pessoas físicas ou representativas de organi-

zações, de natureza pública, privada, não governamental ou de grupos não organi-

zados, cujos interesses são levados em consideração porque afetam ou são afetados

pelas atividades realizadas no âmbito do RETP.

4. Grupo Nacional

O Grupo Nacional do RETP12 Brasil constitui elemento superior, de caráter eminen-

temente consultivo e de orientação, com a incumbência especial de recomendar

ações deliberativas, pelo MMA, para o bom desempenho da Política e do Sistema de

Governança do RETP.

O Grupo Nacional é composto de convidados do MMA, procedentes de Ministérios,

de organizações privadas e não governamentais, bem como de pessoas físicas com

interesses econômicos, sociais e ambientais, que sejam capazes de expressar (i) as

expectativas, (ii) a contribuição esperada dos diferentes segmentos e (iii) mobilizar

a cooperação e responsabilidade compartilhada da sociedade, para os objetivos do

RETP.

4.1. Estrutura e composição do Grupo Nacional do RETP

O Grupo Nacional é formado por um Presidente, dois Vice-Presidentes, um Se-

cretário, por membros titulares em número a ser determinado de acordo com a

abrangência, dimensão e dinâmica do RETP e igual número de membros su-

plentes, prevendo-se a contribuição extraordinária de Convidados especialistas

e Grupos sociotécnicos (Fig. 4)

12 A representatividade e funções do Grupo Nacional correspondem ao que se aplica à Comissão Nacional do RETP de outros países. A autoridade superior do MMA estabelecerá a estrutura e os limites de competências para ações deliberativas ou decisórias do RETP no âmbito do MMA e dar ciência a todas as partes interessadas.

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Fig. 4 – Membros do Grupo Nacional do RETP

1. A constituição do Grupo Nacional deve considerar a importância de envol-

ver diferentes segmentos e interesses da sociedade, a saber:

· Ministério do Meio Ambiente

· Outros Ministérios do Governo Federal

· Órgãos ambientais estaduais

· Cadastro Técnico Federal/IBAMA

· Setor industrial

· Organizações Não Governamentais

· Trabalhadores, Associações ou Sindicatos

· Sociedades científicas e tecnológicas

· Universidades e institutos de pesquisa e desenvolvimento

2. A Coordenadoria de Gestão do Grupo Nacional é responsável por elaborar

procedimento e instrumento de consulta e pela sugestão de nomes dos inte-

grantes do Grupo Nacional, levando em consideração as características da

Política, Governança e elementos sociotécnicos do RETP, para que o MMA

– por meio da unidade administrativa adequada – faça o convite e designa-

ção formais.

3. O Presidente do Grupo Nacional é indicado pelo MMA, por meio da instân-

cia administrativa apropriada.

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4. Recomenda-se que o mandato dos membros – exceto o de Presidente – seja

até o máximo 02 (dois) anos, podendo haver a recondução para apenas mais

01 (um) mandato, qualquer que seja o tempo de participação no Grupo Na-

cional.

5. Todos os membros do Grupo são elegíveis para as funções de Vice-

Presidente.

· São previstos dois Vice-Presidentes, para funções descritas em item próprio deste Manual.

6. O Secretário do Grupo Nacional será indicado pela autoridade superior do

MMA e acumulará a função de Secretário Executivo do RETP, podendo ser

substituído ou mantido pelo tempo que a autoridade superior do MMA assim

o desejar.

4.2. Composição e perfil representativo do Grupo Nacional

O Grupo Nacional deve ser composto por pessoas nominalmente designadas

pelo MMA, cujo perfil demonstre, objetivamente:

· conhecimento, experiência e interesse pessoal na política, governan-ça, missão, visão, objetivos e, sempre que possível, conteúdo socio-técnico das questões abrangidas pelo RETP;

· domínio de informações e representatividade para expressar, de-monstrar e, idealmente, assumir compromissos formais em nome de Ministérios, de organizações públicas ou privadas, de grupo de pes-soas ou de comunidades, para o envolvimento, engajamento e a par-ticipação efetiva no âmbito das atividades previstas no RETP;

· disponibilidade de meios e recursos para divulgar o RETP e suas rea-lizações, bem como, idealmente, mobilizar a cooperação e as respon-sabilidades a serem assumidas pela organização, pelo segmento ou pelos diferentes segmentos da sociedade que representam ou tenham potencial para representar.

4.3. Funções do Grupo Nacional

O Grupo Nacional acumula a combinação de funções para assessorar em temas

relativos a: (i) cumprimento da Política, (ii) funcionamento harmônico do Sis-

tema de Governança nas relações entre os agentes e atores, e (iii) acompanha-

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mento das atividades propriamente ditas, executadas pelos agentes e grupos de

interesse no âmbito do RETP.

As funções do Grupo Nacional são efetivadas por meio dos seguintes direcio-

nadores para o bom desempenho do RETP:

· Proteção, enquanto caracterizada por medidas destinadas a defender e valorizar os interesses e expectativas de todas as partes envolvidas no RETP; otimizar os benefícios globais e específicos, desde que não discriminatórios; zelar pela qualidade, institucionalização e perenida-de do RETP, em seus componentes de sustentabilidade econômica, ambiental e social.

· Identificação, representada pelo ato de reconhecer ou tornar iguais atividades, linhas de investigação, grupos, projetos, de elevado po-tencial para transferência de conhecimento, melhores práticas e ou-tras iniciativas no âmbito do RETP.

· Aconselhamento, como processo de orientação por meio de parceria continuada, de modo estruturado, com o objetivo de auxiliar ações para o reconhecimento, análise, avaliação e tomada de decisões para prevenção de conflitos e a busca de resultados superiores ou aprimo-rados, quanto aos propósitos do RETP.

· Orientação, como procedimento metodológico para organizar os es-forços, de caráter geral; propor diretrizes para a gestão; construir a rota de ações e cuidar das iniciativas estratégicas implementadas, com vista ao atendimento dos objetivos ou dos alvos desejados, a fim de determinar a organização e sustentação de projetos, grupos, alvos, metas, objetivos, atividades, entre outros aspectos do RETP.

· Catalisação, representada por iniciativas destinadas a disseminar ideias, recursos informativos e outros instrumentos, com o objetivo de estimular e encorajar o envolvimento dos participantes e provocar a ampliação, expansão, reprodução e multiplicação dos instrumentos, mecanismos e participação dos agentes no RETP.

· Relacionamento, como processo para estabelecer conexões entre pessoas e grupos, internos e externos no âmbito do RETP, com vistas a estabelecer elos na cadeia de interesses, aceitação e validação das iniciativas entre os diferentes públicos.

· Supervisão, como prática efetiva de monitoramento, análise e avali-ação, que resulte na orientação, em plano superior, da estrutura, lo-gística, operações, bens e serviços, com o propósito de acompanhar o planejamento e expandir e aprimorar o horizonte das ações no âmbito do RETP.

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· Deliberação, enquanto iniciativas de intervenção, como competên-cia, para a consecução de procedimentos adequados ao desempenho estratégico, diferenciado e aprimorado do RETP, com emissão de atos regulatórios e instrumentos gerenciais apropriados ao nível or-ganizacional do Grupo Nacional.

· Comunicação, como ato de manter aberto todos os canais para se transmitir e receber mensagens, notícias, informações e instruções, envolvendo os agentes, atores e demais grupos de interesse abrangi-dos pelas atividades do RETP.

· Liderança, expressa pela capacidade de conduzir e comandar inicia-tivas, como a grande força condutora para o desenvolvimento e apri-moramento do RETP.

· Reconhecimento e valorização, como iniciativas para zelar pelos in-teresses dos diferentes grupos; identificar o desempenho diferenciado de agentes e grupos de interesse qualificados e de elevada reputação e idoneidade, envolvidos nas atividades do RETP.

4.4. Funcionamento e atribuições do Grupo Nacional

O Grupo Nacional funcionará por meio de reuniões, com periodicidade a ser

determinada em plano anual de atividades a ser elaborado pelo Secretário do

Grupo, em articulação com o Presidente do Grupo.

O calendário anual de reuniões será proposto pelo Secretário do Grupo, em ar-

ticulação com o Presidente, para ser validado pelos demais membros na primei-

ra reunião do ano correspondente.

A pauta da reunião será conduzida de maneira a ser gerada ata contendo os

pontos concluídos e os compromissos para providências continuadas, que deve-

rão ser gerenciadas pelo Secretário do Grupo Nacional.

Do Grupo Nacional espera-se sugestões e recomendações para os seguintes

temas ou situações iniciativas gerenciais no RETP.

(1) Orientação para a implementação da Política e do Sistema de Governança nas

práticas organizacionais e a expansão dessas nos demais âmbitos operacionais

do RETP, com especial atenção aos relacionamentos entre os agentes operacio-

nais e demais partes interessadas.

(2) Análise, avaliação e validação do planejamento estratégico elaborado pela ins-

tância executiva do RETP, bem como acompanhamento da implementação, ava-

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liação de resultados e realimentação do planejamento, com o objetivo de aprimo-

rar todas as funções e ações no âmbito do RETP.

(3) Avaliação e sugestão para designação de grupos ad hoc, representados por comi-

tês, grupos sociotécnicos ou consultoria individualizada, para analisar e se mani-

festar sobre (i) resultados alcançados, temas, problemas, assuntos ou questões

técnico-gerenciais e operacionais no âmbito do RETP e (ii) produtos informati-

vos de divulgação pública, de acordo com a Política do RETP.

(4) Convocação, organização, execução e avaliação de reuniões e demais eventos,

no âmbito do Grupo Nacional ou fora desta, porém com foco na visão superior

ou do macro-horizonte do RETP.

· A convocação deverá ser feita com pelo menos 10 dias úteis de ante-cedência, por telefone, correio ou mídia eletrônica.

(5) Atividades gerenciais e correlatas, no âmbito da gestão ou das práticas das orga-

nizações declarantes e de outros tipos de participantes.

(6) Recomendações, ao MMA, para: (i) definição do perfil desejado para o Grupo

Nacional; (ii) sugestão nominal de membros para o Grupo Nacional, bem como

o desligamento e a substituição de membros, por conta de atividade, do desem-

penho ou da representatividade insuficientes, insatisfatórias ou inadequadas às

expectativas à reciprocidade ou responsabilidades esperadas do segmento ou or-

ganização representados.

(7) Designação e implementação (i) de análise ou vistoria cadastral do IBAMA de

qualidade e de outros mecanismos para validação, (ii) de autenticação e cum-

primento de exigências estatutárias do RETP, bem como acompanhamento (iii)

de avaliação e determinação de providências para atendimento a recomendações

decorrentes, a serem cumpridas por agentes e partes responsáveis.

(8) Elaboração de relatórios periódicos de demonstração de desempenho, para di-

vulgação pública, de acordo com a Política do RETP.

(9) Manifestação sobre relatórios da Coordenadoria de Gestão e de outros agentes

operacionais, de natureza administrativa, técnica, econômico-financeira e demais

conteúdo ou natureza.

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A comunicação do Grupo Nacional com as demais partes e agentes envolvidos

com o RETP, bem como com outros públicos externos, será feita por meio da

Coordenadoria de Gestão do RETP e por meio de instrumentos e veículos

apropriados, especialmente o Portal RETP.

4.5. Atribuições do Presidente do Grupo Nacional

(1) Convocar e presidir as reuniões, de maneira a manter o desempenho do Grupo

Nacional com excelência e eficácia, preservando o respeito à Política organiza-

cional e ao Sistema de Governança.

(2) Articular e harmonizar os interesses dos membros e do funcionamento do Grupo

Nacional aos interesses do RETP e das partes ou grupos envolvidos.

(3) Fortalecer as relações entre o MMA, a Coordenadoria de Gestão e demais partes

envolvidas, para o desempenho sistêmico do RETP, na busca do aprimoramento

das práticas e do objetivo superior – a redução e, idealmente, a prevenção de

emissões e transferência de poluentes.

(4) Articular as atividades da Coordenadoria de Gestão do Grupo Nacional, para:

· a programação anual das reuniões e outros eventos, no âmbito de ati-vidades do Grupo Nacional;

· que os Conselheiros sejam efetivamente informados a respeito de ati-vidades e resultados alcançados, tanto no âmbito das atribuições do Grupo, como do RETP em geral, no que se refere às responsabilida-des dos Conselheiros;

· que sejam tomadas as providências administrativas relacionadas ou decorrentes das funções e atribuições do Grupo Nacional.

(5) Na ausência ou impedimento temporário do Presidente, suas funções serão exer-

cidas interinamente por um dos Vice-Presidentes. Na ausência ou impedimento

temporário dos dois Vice-Presidentes, os membros remanescentes do Grupo Na-

cional indicarão aquele dentre eles que ocupará a função interina de Presidente.

(6) Na vacância temporária do Presidente, durante o mandato, os membros indica-

rão, por maioria simples, um dos dois Vice-Presidentes para se ocupar das fun-

ções do Presidente no período.

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4.6. Convidados e atribuições

Com propósito de desempenhar suas funções, o Grupo Nacional poderá sugerir,

em reunião apropriada, convite a grupos, organizações, ou pessoas, individu-

almente, para oferecerem subsídios, realizar estudos, proceder análise ou visto-

ria cadastral do IBAMA e/ou consultoria especializadas, de acordo com a com-

petência gerencial no âmbito do MMA.

· As atividades previstas deverão ser propostas de maneira a descrever: justificativas pertinentes aos elementos do RETP, acompanhadas de matriz de Forças-Oportunidades-Fraquezas-Ameaças (FOFA); obje-tivos concretamente definidos; metas com os respectivos alvos métri-cos; macroatividades e respectivos indicadores de desempenho eco-nômico, ambiental e social métricos e intangíveis correspondentes; resultados previstos ou esperados; cronograma e orçamento; critérios para avaliação de resultados e índice analítico do relatório de conclu-são.

· Os resultados deverão indicar situações efetivas e oportunidades po-tenciais para parcerias, com sugestão de parceiros, agentes colabora-dores e outros participantes para desenvolvimento de ações, iniciati-vas, metodologias, ferramentas e outros elementos recomendados pe-los convidados.

5. Coordenadoria de Gestão

A manutenção desta unidade é da responsabilidade do MMA, mediante o aporte de

recursos humanos, materiais, institucionais, financeiros e outros que forem necessá-

rios para garantir o bom fluxo e eficiência das atividades técnico-administrativas.

A Coordenadoria de Gestão cuidará da implementação administrativa das delibera-

ções do MMA, incorporadas com as sugestões, no que couber:

(1) das recomendações do Grupo Nacional,

(2) das demandas emanadas das rotinas gerenciais,

(3) das sugestões feitas por Colaboradores, Grupos sociotécnicos, por outros grupos

ad hoc e pessoas especialmente convidadas e

(4) das análises feitas com base em demandas e expectativas de grupos de interesse

ou de pressão, e

(5) agentes e atores interessados no RETP;

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(6) da gestão do Portal RETP e das atividades de aprimoramento no âmbito geral

do RETP Brasil (Fig. 5).

A Coordenadoria de Gestão é também responsável pela gestão administrativa

do Portal RETP, quando localizado no ambiente físico do MMA.

Fig. 5 – Visão geral dos relacionamentos da Coordenadoria de Gestão e demais agentes do RETP.

A Coordenadoria de Gestão ensejará o bom relacionamento das partes interes-

sadas, buscando compatibilizar expectativas comuns e eliminar conflitos em

torno de matérias divergentes.

Nesse sentido, procurará conceber, desenhar e promover a implementação de

produtos representados por bens materiais e serviços próprios do e para o

RETP Brasil, bem como do aperfeiçoamento contínuo do sistema.

5.1. Estrutura da Coordenadoria de Gestão

A Coordenadoria de Gestão será conduzida por pessoa designada, idealmente

de modo formal, pela autoridade superior do MMA e contará com a participa-

ção de Colaboradores internos e externos (Fig. 6).

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· Os Colaboradores internos são pessoas que trabalham no ou para o MMA, tanto do quadro de servidores, como contratados, quaisquer que sejam os tipos de contrato de trabalho ou de prestação de servi-ços envolvidos.

Estão na categoria de Colaboradores internos: (i) as pessoas que trabalham

com o Cadastro Técnico Federal/IBAMA, o Portal RETP Brasil e as pessoas

designadas, idealmente de maneira formal, como Coordenadores temáticos.

Fig. 6 – Organização da Coordenadoria de Gestão do RETP.

· Os Colaboradores externos são pessoas que pertencem a outros ór-gãos públicos – Federais, Estaduais ou Municipais – especialmente recomendados pela Coordenadoria de Gestão, validados pelo MMA e devidamente autorizados pelos dirigentes da instituição de origem.

Pertencem também à condição de Colaboradores externos os Especialistas,

individualmente, e os Grupos sociotécnicos detentores de conhecimentos e ex-

periências profissionais. Também estes serão convidados pela Coordenadoria

de Gestão e validados por autoridade superior do MMA, sempre que for identi-

ficado tema de natureza sociotécnica relevante para avaliação e, enfaticamente,

dedicado ao aprimoramento do RETP.

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·Os temas para coordenação serão estabelecidos de modo flexível e de-senvolvidos de maneira gradativa, levando-se em conta:

§o esquema adotado para implementação do RETP e

§o modelo de Planejamento estratégico feito pela Coordenado-ria de Gestão, para atender a situações temporais no RETP.

A estratégia levará em conta, por exemplo: dinâmica, necessidades, oportuni-

dades e emergências que surgirem ao longo das atividades correntes da Coor-

denadoria de Gestão.

Os seguintes temas poderão ser adotados para atividades gerenciais:

(a)Coordenação geral – desempenhada pela pessoa dirigente da Coorde-

nadoria de Gestão, encarregada de supervisionar e dirigir todas as ações,

do ponto de vista de Governança, as relações e operações gerenciais no

âmbito da Coordenadoria de Gestão.

(b)Coordenação de sistemas e funções – a ser executada por pessoa que

cuidará de:

oControle de qualidade das ações no RETP.

oValidação e autenticação de dados e informações.

oNormas padrões e boas práticas adotadas.

oReconhecimento e promoção de participantes diferenciados.

(c)Coordenação de aprimoramento

oAperfeiçoamento de processos e produtos do RETP.

oEducação e treinamento.

oManuais e ferramentas.

oAssistência técnica aos participantes do RETP.

(d)Coordenação de relacionamento sociotécnico

oProdução de bens e serviços informativos

oTecnologia de informação e gestão do conhecimento

oIntercâmbio, cooperação e parcerias

oComunicação, relatórios e promoção

A flexibilidade na identificação dos temas, para ações de coordenação, conside-

rará que o modelo de atuação da Coordenadoria de Gestão do RETP combina

componentes estruturantes e sistemas operacionais, todos com íntima relação

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com os elementos de Política organizacional, Governança e Planejamento es-

tratégico.

A sistematização a seguir é incluída como modelo teórico, para que possa ori-

entar os gestores do RETP durante as atividades ao longo dos anos e servir de

proposta para o gerenciamento integrado das práticas e resultados resultantes

das ações das organizações declarantes, das iniciativas e participação dos gru-

pos interessados.

6. Sistemas e funções organizacionais

O modelo de administração do RETP Brasil adota o critério de sistemas que in-

tegram funções sob a forma de processos (Fig. 7), ao invés do uso de atividades

tradicionalmente confinadas e que não se interrelacionam.

Fig. 7 – Sistemas e Funções Organizacionais.

6.1. Governança

As atividades, no âmbito da Coordenadoria de Gestão deverão incorporar as re-

comendações e especificações do sistema de governança estabelecido para o

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RETP, com foco especial em atividades como Liderança, Pró-ativismo13 e

Orientação para novas oportunidades (Fig. 8)

Fig. 8 – Linhas de influência dos relacionamentos para governança

Objetividade

Os ocupantes de funções diretivas, na Coordenadoria de Gestão, devem agir de

maneira a estimular os públicos-alvo de maneira a se comportar e desempenhar

seus papéis, com as seguintes características:

· uso de direcionadores determinados pela política do RETP;

· definição de objetivos claros e macro-atividades correspondentes;

· estabelecimento de metas métricas, prioridades respectivas, estraté-gias e táticas aplicáveis;

· caracterização de indicadores métricos com as respectivas unidades de mensuração, capazes de caracterizar, conforme o caso ou situação, a pressão que está sendo exercida, a condição resultante e a resposta que deverá ser dada para a abordagem ou tratamento do tema ou questão existente.

13 Atitude além-da-conformidade que se antecipa ou que adota rápida e voluntariamente, mudan-ças de padrões e de práticas para melhor desempenho em questões que envolvem a missão e objetivos do RETP.

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Liderança

Os gestores e demais membros atuantes na Coordenadoria de Gestão do RETP

precisam:

· adotar posturas condizentes com as determinadas pela política e cri-térios de governança;

· assumir papel de liderança, do tipo faça como eu faço, na condução das atividades, especialmente as que envolverem as partes interessa-das;

· identificar interesses, principalmente os conflitantes, derivados de crenças, paradigmas, práticas e percepções sobre a inclusão de dados e uso de informações relacionados ao funcionamento do RETP;

· desenvolvimento de ações e iniciativas para reconhecimento de lide-ranças no âmbito do RETP e de empoderamento (atribuição de poder de voz e voto), com o propósito de estimular o protagonismo ou ação participativa qualificada, o empreendedorismo e atitudes inovadoras, especialmente orientados para iniciativas além da conformidade;

· concepção e implementação de mecanismos e instrumentos para le-vantamento e percepção da opinião dos interessados – tanto internos como, em especial, os externos ao RETP – considerados relevantes ao aprimoramento do sistema;

· identificação de ocorrência ou da possibilidade de aceitação ou im-plementação efetiva das demandas, sugestões ou recomendações de terceiros para o melhor funcionamento do RETP

Pró-ativismo

Cabe aos gestores do RETP promover ações junto às diferentes partes interes-

sadas, para demonstrar a importância de atitudes e atividades objetivas, com

vistas a:

· adoção de procedimentos para ações supervisionadas14 em suas res-pectivas organizações e de processos contínuos de arrumação da ca-sa15;

· estímulo para a mudança de condutas, visando a passagem da prática de fim-de-tubo e de conformidade para a de excelência de desempe-nho;

14 No inglês, stewardship 15 No inglês, housekeeping

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· ênfase na identificação de inovações gerenciais e produtivas que res-peitem a visão de futuro proposta pela política do RETP

Orientação para novas oportunidades

As pessoas que atuam na gestão do RETP devem estar permanentemente aten-

tas para as oportunidades de aprimoramento das organizações que desempe-

nham atividades produtivas, a fim de que:

· a comunicação ativa com todos os colaboradores e demais interessa-dos seja mantida, para o aperfeiçoamento das práticas no âmbito do RETP;

· as práticas baseadas em processos sejam transformadas em sistemas, de acordo com visão de fechamento de ciclos abrangendo materiais-processos-produtos-destinação-descarte-reaproveitamento;

· os processos de relacionamento entre as partes interessadas resultem em compromissos assumidos, por meio do diálogo, respeito, aprovei-tamento de opiniões, idéias e recomendações.

6.2. Finanças

Cabe à Coordenadoria de Gestão estabelecer o orçamento financeiro que deve

ser disponibilizado pelo MMA, a fim de cobrir os custos derivados das ativida-

des de manutenção e expansão do RETP.

Os valores financeiros e elementos de previsão econômica deverão ser consoli-

dados em (a) orçamento anual, (b) bienal e (c) plurianual, compatibilizados

com o modelo de elaboração orçamentária pública, estabelecido pelo Governo

Federal.

O desempenho das atividades financeiras deverá demonstrar dois aspectos es-

senciais: contabilização total e demonstração de efetividade econômico-

financeira.

Contabilização total

O orçamento deverá incluir todos os custos fixos e variáveis para as operações

correntes e previsões futuras do RETP de maneira a abranger planos, progra-

mas, projetos e outras atividades nos âmbitos da gestão superior – o Grupo Na-

cional e a Coordenadoria de Gestão.

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Embora o modelo de contabilidade pública seja fortemente agregador de cen-

tros de custos, os gestores do RETP, na Coordenadoria de Gestão, que poderão

utilizar o suporte de assessoria especializada, deverão desenvolver atividades

que resultem no desdobramento do plano de contas no modo a tratar as finan-

ças segundo o foco de contabilidade total.

Contabilidade total é entendida como a apuração e contabilização de todos os cus-

tos, sob dois aspectos:

· valores envolvidos na criação de determinado bem ou serviço previs-to ou imprevisto, no âmbito do RETP, e

· valores dos impactos, maléficos ou benéficos, decorrentes da criação do bem ou do serviço envolvido.

Trata-se, portanto, de contabilizar de acordo com a prática da não-transferência

– para a sociedade ou para grupos sociais – da responsabilidade que cabe ao

consumidor ou ao usuário primário de arcar com os custos das externalidades

socioeconômicas, socioambientais e econômico-ambientais.

Assim, cabe à Coordenadoria de Gestão distinguir as seguintes instâncias para

a contabilidade financeira:

· valores envolvidos no desempenho do Grupo Nacional, inclusive nos relacionamentos deste Grupo com as demais partes envolvidas;

· dispêndios realizados pela Coordenadoria de Gestão, internamente, inclusive para o Portal RETP e os gastos nos relacionamentos com: Grupo Nacional, Cadastro Técnico Federal, Colaboradores, Organi-zações declarantes, Grupos sociotécnicos, Assessorias especializadas e outros públicos-alvo;

· gastos com programas de aprimoramento e expansão do RETP;

· custos com a produção de bens e serviços e

· outros gastos.

Os itens orçamentários deverão respeitar as determinações governamentais. En-

tretanto, a Coordenadoria de Gestão deverá adotar medidas para que a contabi-

lização revele, com clareza e transparência, os centros de custos referentes a:

· indicadores selecionados para demonstrar o desempenho do RETP, em harmonia com as recomendações mencionadas no tópico Objeti-vidade;

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· valores financeiros referentes a atividades, produtos e serviços, no âmbito geral do RETP, especialmente quanto às iniciativas de apri-moramento, de maneira a diferenciar

a. os efeitos especiais ou específicos alcançados, e;

b. os aspectos gerais ou genéricos no desempenho global e, em deta-

lhe, nos fluxos no âmbito do RETP.

Paralelamente ao aperfeiçoamento das práticas financeiras e contábeis, a Coor-

denadoria de Gestão deverá desenvolver ações objetivas para modificar a con-

duta das partes interessadas, especialmente das organizações declarantes, a fim

de que elas adotem condutas para valoração de bens naturais locais, nacionais e

globais e de internalização de externalidades.

Efetividade econômico-financeira

A implementação das recomendações referentes às práticas de contabilidade to-

tal deve ser acompanhada, mesmo que de modo gradativo e no tempo apropria-

do, da demonstração da efetividade das iniciativas, por meio de elementos co-

mo os seguintes.

· valorização das iniciativas administrativas – como ativos econômico-financeiros e sociotécnicos, extensivo às partes envolvidas no RETP;

· transparência nos demonstrativos financeiros, dos ganhos e gastos;

· projeções para o desempenho econômico-financeiro esperado, abran-gendo os agentes que militam no RETP, levando-se em conta as questões econômicas, ambientais e sociais, nestas ultimas inclusos os elementos institucionais, culturais e humanos.

Idealmente, a Coordenadoria de Gestão deve (a) produzir relatórios de ecoefi-

ciência, socioeficiência, Responsabilidade socioambiental, Resultado Final

Tríplice, entre outros formatos e (b) capacitar as organizações que integram o

RETP, para que produzam os seus próprios relatórios segundo os tipos aqui

mencionados.

6.3. Planejamento estratégico

Para a Coordenadoria de Gestão, a estratégia estabelece a conduta conforme a

qual as pessoas deverão agir e se comportar – antes de agirem de maneira con-

creta. A tática define como os recursos devem ser manejados durante as ações.

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Neste contexto, o Planejamento estratégico deverá, entre outras ações, deter-

minar situações ou condições como as seguintes.

· Missão e visão do RETP.

· Análise da situação e elaboração de matriz de avaliação (FOFA – Fortalezas (internas) e Oportunidades (externas) – Fraquezas (inter-nas) e Ameaças (externas) – abrangendo, por exemplo: visão global das atividades produtivas e das emissões e transferências de poluen-tes; os grandes impactos causados nos diferentes compartimentos (ar, água, solo); os comportamentos gerais das empresas e demais orga-nizações interessadas.

· Direção, rota ou caminho a ser seguido.

· Definição de objetivos a serem alcançados no período de tempo pre-visto.

· Forças ou direcionadores, representados por produtos a serem obti-dos; usuários e beneficiários previstos; participantes colaterais; ne-cessidades identificadas e oportunidades previstas, no ambiente do RETP; capacidade produtiva dos elementos do sistema.

· Atribuição de responsabilidades: o que (bens e serviços), para quem (alvo idealizado), por que (vantagens previstas), com que (ferramen-tas e tecnologias) e como (prioridades estabelecidas).

· Esquemas, medidas e atitudes para se alcançar metas pré-estabelecidas dentro do período de tempo (anual, bianual e plurianu-al), com o uso dos recursos assinalados e o cenário imaginado.

· Inclusão de elementos socioambientais, como agentes interessados, competências, alianças.

· Visão econômico-financeira estratégica (futura), com flexibilidade, bom resultado no uso dos recursos e taxa de retorno, limites de segu-rança e uso correto dos investimentos e gastos correntes, transparên-cia.

A Coordenadoria de Gestão irá determinar como os recursos serão designados

e as posições definidas; que questões importantes deverão ser alcançadas, evi-

tadas, preservadas ou eliminadas; e os entendimentos estabelecidos.

O modelo de Planejamento estratégico deve ser definido de maneira a alinhar e

harmonizar os diversos componentes do RETP, como os seguintes:

· Política e Governança no âmbito do RETP, com observância ao enunciado da Missão, Visão e Objetivos. Estes elementos fornecem, para a Coordenadoria de Gestão, as bases para escolhas, compromis-

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sos e bases normativas para estabelecimento de relações e condutas normativas entre os integrantes e destes com as práticas, ferramentas e mecanismos operacionais empregados no âmbito do RETP;

· definição de metas métricas estabelecidas para os planos anual, bie-nal e plurianual, e os respectivos indicadores de pressão, condição e resposta;

· conceitos e entendimentos de elementos como Responsabilidade so-cioambiental, Desenvolvimento sustentável e outros paradigmas re-levantes em relação aos quais a redução progressiva e, idealmente, a prevenção da emissões e de transferências de poluentes constituem condição fundamental para aprimorar a ecoeficiência, num primeiro momento e, concomitantemente, a construção da rota para a susten-tabilidade tríplice (econômica, ambiental e social) nas organizações declarantes;

· temas ambientais, no sentido contemporâneo, representados por car-gas, impactos, danos físicos, químicos ou biológicos e as consequên-cias para a saúde humana e qualidade ambiental;

· consideração de instrumentos e práticas importantes para a mudança de paradigma nas organizações declarantes, como os listados: Avali-ação de Ciclo de Vida (ACV), balanço de material e fluxo de massa, Demanda Material Total (DMT), Sistema ou Desenvolvimento Inte-grado de Produto; Ecodesign, Desmaterialização e substituição de produto, Ecoeficiência, Emissão Zero, Fator 10, Produção Limpa, en-tre outros;

· eleição e priorização de temas para tratamento das questões de sus-tentabilidade, tanto do ponto de vista global com aplicação local – que expressem o enfoque glocal do RETP – os quais poderão ser abordados pelas organizações declarantes como alvos para gestão preventiva de emissões e transferências de resíduos.

Definição de macroatividades

Os grandes temas para iniciativas estratégicas no RETP são caracterizados pe-

las grandes atividades que são requeridas e que devem ser executadas pelas or-

ganizações declarantes, como as seguintes:

· inserção de dados por meio do Cadastro Técnico Federal;

· controle de qualidade, verificação, análise ou vistoria cadastral do IBAMA e validação.;

· transferência para o Portal RETP;

· elaboração de produtos informativos;

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· disponibilização pública e divulgação objetiva;

· aprimoramento do sistema.

Passos para caracterização de macroatividades

· identificar temas, questões e situações prioritárias;

· definir marcos de referência: práticas internacionais e marcos para aprimoramento de práticas nacionais;

· estabelecer critérios baseados na política e sistema de governança do RETP;

· recomendar mecanismos para criação de melhores práticas, ideias ou padrões;

· identificar padrões de desempenho de excelência (além da conformi-dade), baseados em liderança, gestão de temas, construção de relaci-onamentos, visão de futuro, infraestrutura operacional, indicadores, medições e avaliação de desempenho tríplice (econômico, ambiental e social).

Orientação glocal

A força do planejamento estratégico elaborado pela Coordenadoria de Gestão

será ampliada se levar em consideração as grandes questões globais e a criação

de instrumentos para atuação local no âmbito das atividades e demais elemen-

tos do RETP.

Para isso, a Coordenadoria de Gestão deverá adotar iniciativas de planejamento

no qual o registro de resultados baseados em conformidade legal é substituído

pelo fomento à redução progressiva e, idealmente, pela prevenção de emissões

e transferência de poluentes.

É indispensável, portanto, estabelecer metas métricas orientadas para proble-

mas nacionais e locais – de um lado – e, de outro, utilizar dois enfoques de base

internacional: (a) indicadores métricos para abordagem de temas socioambien-

tais globais e (b) utilização de dados que demonstram resultados de maior exce-

lência exigidos por RETPs de países mais exigentes e nos quais as organiza-

ções declarantes já atendem a tais exigências, regularmente.

Conduta além-da-conformidade

As atividades da Coordenadoria de Gestão devem requerer que as iniciativas

produtivas nas organizações declarantes atendam às normas e padrões legais.

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Mas é recomendável que sejam previstos mecanismos e procedimentos capazes

de funcionar com estímulo a fim de que as organizações declarantes reconhe-

çam que o bom desempenho no RETP são elementos importantes para mudan-

ça de conduta baseada em:

· prevenção de impactos como oportunidade econômica;

· diversificação de práticas, para melhores resultados operacionais e

· estratégias diferenciadas para mudança de padrão de desempenho que ultrapasse as exigências normativas e aumente a competitividade da organização no mercado.

Atribuição de papéis e responsabilidades

O planejamento deve prever, identificar e descrever, mesmo que resumidamen-

te, mas de forma clara e objetiva, os papéis e responsabilidades dos diferentes

agentes e atores que deverão estar envolvidos nos fluxos do RETP, como os

seguintes.

· Gestores no âmbito interno do RETP, do MMA, incluindo-se: Auto-ridade superior, Coordenadoria de Gestão, CTF/IBAMA, Portal RETP.

· Grupo Nacional, Grupos sociotécnicos, Grupos de interesse ou de pressão.

· Organizações declarantes e as partes internas da organização envol-vidas: o responsável pela declaração, o responsável pela direção da organização, o responsável pelo atendimento público e contatos.

· Diferentes públicos e sociedade em geral.

Ferramentas e procedimentos

A eficiência e a qualidade do planejamento estratégico são determinadas pelos

instrumentos e procedimentos adotados, entre os quais se destacam os seguin-

tes.

· Documentação: manuais, normas e padrões, acordos voluntários, ins-trumentos de política e governança do RETP

· Critérios e padrões de qualidade

· Mapa estratégico

· Tecnologia de informação

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· Construção de cenários

· Matriz de avaliação (FOFA)

· Elaboração, controle e avaliação de projetos

· Diálogo com as partes interessadas

· Gestão do conhecimento

Cronogramas

A estratégia operacional, estabelecida pela Coordenadoria de Gestão, deve ser

representada por cronogramas realísticos para as atividades estabelecidas no

período de tempo determinado.

É importante reconhecer os seguintes elementos fundamentais.

· Datas limites, estabelecidas para a inclusão de dados no CTF/IBAMA.

· Períodos de tempo necessários para a transferência virtual para o Por-tal RETP.

· Distribuição temporal de: controle de qualidade; análises subseqüen-tes; elaboração de produtos informativos do RETP; disponibilização para acesso público; avaliação de desempenho e realimentação de re-sultados junto às organizações declarantes.

· Realimentação do sistema RETP.

· Projetos de melhoria e divulgação.

Acompanhamento, análise e avaliação

O Planejamento estratégico precisa dispor de cronograma com tempo e respec-

tivos marcos de referência para acompanhamento do progresso alcançado. A

Coordenadoria de Gestão poderá utilizar os seguintes passos.

· eleger os termos de referência internacionais, incluindo padrões, con-dutas, valores, métricas e avaliação de desempenho;

· selecionar RETPs de referência e órgãos normativos, para uso no controle de qualidade genérico e específico;

· caracterizar padrões selecionados de desempenho, envolvendo me-lhores práticas, melhor tecnologia e melhores ferramentas de base econômica, ambiental e social;

· melhores fluxos de materiais na natureza e no ambiente urbano: in-tensidade, balanço e equilíbrio, qualidade final dos depósitos, degra-dabilidade;

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Registro de Emissões e Transferências de Poluente – RETP. Vol. 3 Manual de Gestão Administrativa.Pág. 47 de 144

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· melhores procedimentos de comunicação e promoção;

· melhores condutas éticas;

· melhores respostas de grupos de interesse, envolvendo conflitos, di-vergências, interesses comuns e responsabilidade compartilhada.

O propósito está em gerenciar os processos (administrativos e produtivos de

bens e serviços), definir rotinas, estabelecer os padrões de excelência.

As avaliações, por seu lado, deverão prever mecanismos e procedimentos de

aferição prévia e posterior de informações produzidas, desempenho tríplice

(econômico, ambiental e social), estratégia organizacional (Grupo Nacional,

Coordenadoria de Gestão, Organizações declarantes e demais grupos partici-

pantes).

Fazem parte do alvo da avaliação estratégica as comparações entre missão ver-

sus desempenho alcançado; políticas, governança, diretrizes adotadas, proces-

sos de gestão utilizados versus alternativas testadas.

6.4. Desempenho

A Coordenadoria de Gestão deverá implantar avaliação anual de desempenho

de atividades, nos seguintes âmbitos ou meios do RETP Brasil:

· gestão interna, considerando-se as atividades da Alta Administração do MMA que abriga o RETP, Grupo Nacional, Coordenadoria de Gestão propriamente dita, CTF/IBAMA, Portal RETP e os Grupos ad hoc;

· gestão externa, para abranger a conduta das organizações declarantes, Grupos de Pressão, usuários das informações e outros interessados nos produtos informativos gerados pelo RETP.

6.4.1. Elementos gerais da avaliação de desempenho

Os elementos a seguir devem ser considerados tanto para a avaliação de

gestão interna como externa do RETP.

O propósito essencial da avaliação anual de desempenho é o de verificar

– com base no planejamento estratégico estabelecido, se:

· os objetivos foram atingidos;

· as macroatividades desempenhadas;

· os planos, programas e projetos executados;

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· os indicadores métricos confirmados; e outras ações ou iniciativas conduzidas e concluídas.

Para organizar as atividades a fim de avaliar o desempenho do RETP no

período estabelecido, a Coordenadoria de Gestão poderá se valer dos se-

guintes elementos.

· Definir o que se pretende atingir ou alcançar; preservar; evitar; ou eliminar.

· Prever meios e mecanismos para incorporar indicadores, relaciona-mentos e ferramentas.

· Identificar causas e efeitos envolvendo os aspectos e efeitos cujo de-sempenho será avaliado.

· Avaliar condutas das partes interessadas, tanto organizacionais como pessoais.

· Prever medidas futuras que deverão ser tomadas, com base nos resul-tados da avaliação de desempenho

· Priorizar ações para serem incluídas no planejamento estratégico do período subsequente ao da avaliação.

A avaliação do desempenho deverá enforcar os elementos que compõem

o RETP Brasil, identificados nos fluxos e que abrangem, entre outros as-

pectos:

· as partes envolvidas (gestores, organizações declarantes, grupos ad hoc, consulentes, etc.);

· a natureza dos interesses, atitudes, métodos e processos, produtos e demais tipologia de ações de entrada e saída no sistema informativo;

· missão, visão e objetivos;

· inter e intrarrelacionamentos, abrangendo: Grupo Nacional, Coorde-nadoria de Gestão, Grupos ad hoc, pessoas, organizações, CTF/IBAMA, Portal RETP e outros;

· gestão de declarações e produção de produtos informativos;

· recursos alocados (financeiros, infraestrutura, humanos, etc.);

· tecnologias utilizadas;

· relatórios produzidos e comunicação com as partes interessadas;

· aprimoramento no sistema;

· consultas e respostas.

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A avaliação de desempenho poderá ser apoiada na construção da linha de

base atual, para ser comparada à linha de base futura. A linha de base

corresponde ao conjunto de elementos que descreve ou caracteriza o es-

tágio ou estado de referência desejado, para determinada condição ou si-

tuação.

Linha de base atual

Para fins de avaliação de desempenho do RETP, os seguintes elementos

são sugeridos para a construção da linha de base atual, aos quais deverão

ser adicionados dados específicos derivados dos objetivos, metas e métri-

cas estabelecidos pelo planejamento estratégico.

· Governança: exercício e distribuição de poder; prática de valores de conduta; coesão interna e identidade institucional; manutenção do ar-ranjo institucional; espírito de equipe no trabalho; distribuição de re-cursos e autoridade

· Limites legais ou regulamentares relacionados à Missão e Visão do RETP

· Alinhamento das ações à estratégia organizacional

· Inserção das atividades nos programas

· Identificação, diálogo e adesão de especialistas, tomadores de deci-são, formadores de opinião, lideranças internas e externas com influ-encia no RETP

· Mudança de condutas de conformidade (reativa) em além-da-conformidade (pró-ativa)

· Participação de lideranças nas atividades organizacionais

· Execução de programas e atividades de aprimoramento no RETP

· Execução de programas e atividades de reconhecimento e recompen-sas para os participantes do RETP

· Resultados de campanhas de divulgação e promoção do RETP

· Uso e consumo de materiais: fontes; modo de extração e transporte; uso e reaproveitamento pós-consumo

· Entradas – tecnologia e gestão da produção de bens e serviços: nor-mas e padrões; legislação, conformidade e além-da-conformidade; in-teressados; responsabilidade socioambiental; parcerias; inserção no sistema RETP internacional

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· Saídas – bens e serviços produzidos; emissões de não-produtos (resí-duos); riscos; impactos benéficos e maléficos, do ponto de vista eco-nômico, ambiental e social

· Qualidade das ferramentas utilizadas: implementação, medição, ava-liação, comunicação e relacionamento

· Efetividade da inserção da Visão em práticas operacionais

· Superação de metas métricas estabelecidas

Linha de base futura

Para fins de comparação e avaliação de desempenho, os seguintes tópicos

são recomendados para que sejam adicionados aos componentes que fo-

rem usados na construção da Linha de base atual.

· Novos focos estratégicos

· Novos caminhos a serem seguidos

· Expansão dos limites de conformidade legal

· Utilização da aprendizagem organizacional

· Prioridades futuras

· Engajamento de parceiros, colaboradores e outros grupos de interesse

· Formulação de desafios para o futuro

§ Qual o cenário, condição ou estágio desejados, em relação à si-tuação ou condição anterior

§ Posição assumida ou defendida pela gestão superior

§ Incertezas e condutas esperadas das partes envolvidas ou inte-ressadas

§ Articulações essenciais e recursos envolvidos

§ Como superar as metas alcançadas

§ Principais alvos mensuráveis previstos ou desejados

§ Ações estratégicas essenciais: objetivos previstos; alvos signi-ficativos; atividades relevantes (importância alta, média e baixa); respostas esperadas e requisitos respectivos

· Diferenciação no plano internacional

6.4.2. Avaliação de desempenho interno da gestão do RETP

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A avaliação interna deverá ser estabelecida com base nas atribuições e

funcionamento das unidades gestoras, as quais abrangem: unidade da Al-

ta Administração do MMA responsável pelo RETP; Grupo Nacional,

Coordenadoria de Gestão, CTF/IBAMA (no que se refere às questões re-

lacionadas ao RETP), Portal RETP, grupo de colaboradores e demais

grupos ad hoc envolvidos nas operações de gestão.

6.4.3. Resultados esperados da avaliação de desempenho

A avaliação do desempenho interno do RETP Brasil deverá gerar ele-

mentos como os recomendados a seguir.

· Como se chegou à situação ou condição atual.

· Marcos de referência relevantes.

· Direção ou caminho seguido e consequências em relação ao espera-do.

· Posição assumida ou defendida.

· Situação, condição ou estágio alcançado em relação ao padrão adota-do.

· O que deve ser feito para se chegar ou alcançar o que não foi obtido.

· Objetivos, temas ou questões que não foram plenamente alcançados ou atendidos, do ponto de vista de indicadores tangíveis e intangí-veis.

· Correções a serem feitas em relação ao desempenho geral; superação de metas; relacionamentos e outros aspectos relevantes que foram de-tectados.

· Revisão das prioridades organizacionais correntes e em relação à vi-são de futuro.

Indicadores de desempenho

A avaliação de desempenho deve contemplar, prioritariamente, os indi-

cadores métricos e explicitar, com clareza e objetividade, os intangíveis e

os de difícil mensuração que não puderam ser aferidos com objetividade.

O quadro ideal de indicadores poderá levar algum tempo até que possa

ser construído, a partir da vivência e experiência acumuladas ao longo do

tempo. Os seguintes indicadores representam categorias ou macro-

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indicadores, para avaliação de atividades internas e atividades produtivas.

Ambos os conjuntos devem ser usados com a devida cautela, uma vez

que o entendimento do significado etimológico dos termos e expressões

poderá variar conforme o agente envolvido no procedimento administra-

tivo.

Cada categoria ou macroindicador sugerido deverá ser decodificado e re-

presentado por indicadores métricos, com as respectivas unidades e me-

todologias de medição. Além disso, recomenda-se que o indicador, assim

definido, seja classificado em tipos mais específicos, como por exemplo:

indicador de pressão, estado ou condição e de resposta.

Macroindicadores de atividades gerenciais

· Expansão de atividades

· Desenvolvimento de produtos e serviços

· Desenvolvimento de recursos humanos

· Desenvolvimento institucional

· Participação e expansão de atividades internacionais

· Inovações em gestão organizacional do RETP

Macroindicadores de atividades produtivas internas

· Consumo de materiais, água e energia

· Emissões

§ Oferta de bens e serviços: produtos informativos; capacitação, assistência técnica

6.4.4. Desempenho do RETP

· Análise e avaliação do desempenho geral do RETP em relação ao que se pretendia atingir ou alcançar, preservar, evitar ou eliminar

· Identificação de causas e efeitos; condutas reativas e pró-ativas; me-didas corretivas

· Correlação do desempenho à política, governança, missão e visão propostas para o RETP

· Opiniões de interessados qualificados e relevantes e seus efeitos

· Resultados de relacionamento e comunicação com diferentes grupos de interesse

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· Lições aprendidas; treinamento oferecido e demandado; oportunida-des para aprimoramento aproveitadas e não atendidas; contribuições para formulação de políticas públicas e privadas; diferenciação do RETP Brasil em relação ao cenário internacional; conduta dos parti-cipantes do RETP Brasil em relação a questões econômicas, sociais e ambientais globais; eventos relacionados a temas selecionados como Princípio da precaução, Responsabilidade objetiva, Direito de acesso público à informação.

· Marcos de referência para atividades futuras

6.5. Gestão do conhecimento

Cabe à Coordenadoria de Gestão criar programa para estruturar os fluxos de in-

formações e os conhecimentos – para uso futuro – derivados, a geração e uso

delas, para que sejam criadas condições para criação de novos conhecimentos

destinados a aprimorar o RETP em sua total abrangência.

Recomenda-se, para isso, os seguintes passos estratégicos:

· definir as tipologias de informações necessárias e geradas para aten-der à missão, visão e objetivos do RETP, levando-se em considera-ção, concomitantemente, a Política, o modelo de Governança, o pla-nejamento estratégico, o processo de produção, a tipologia de produ-tos informativos, a difusão e uso pelos diferentes interessados, no âmbito do RETP Brasil;

· estabelecer programa de capacitação dos agentes e atores envolvidos, focado (i) no processo de geração, coleta, processamento e interpre-tação dos dados e informações gerados, (ii) na captura e documenta-ção do conhecimento resultante, (iv) nas condições e processos de compartilhamento do conhecimento entre as partes interessadas, pre-venindo-se desperdícios e ensilamento ou represamento de informa-ções e (iii) no uso do conhecimento acumulado para inovações in-crementais em produtos existentes ou inovações radicais e conse-quente geração de novos produtos no âmbito do RETP;

· considerar, como fundamento da gestão do conhecimento, a linha de base atual versus linha de base futura

· criar condições e fomentar a efetividade funcional de contexto, ambi-ência, infraestrutura e de relacionamentos, no âmbito interno e exter-no da gestão do RETP, envolvendo a unidade superior do MMA res-ponsável pelo RETP, Grupo Nacional, a própria Coordenadoria de Gestão, gestores e operadores do CTF/IBAMA, Colaboradores e ou-

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tros Grupos ad hoc, para estimular (i) o diálogo, (ii) discussões em equipes, (iii) a visão do RETP por inteiro e de modo sistêmico (ao contrário do segmentado ou individualizado) e (iv) a gestão do co-nhecimento por meio de registro de elementos inovadores derivados de contatos, conversações, acordos, reuniões e outras iniciativas, formais e informais das quais emerjam informações e conhecimentos relevantes;

· estabelecer, por meio de atividades de aprimoramento geral, (i) res-gate de conhecimentos acumulados e a interpretação integrada de questões, situações e problemas; (ii) formulação, estruturação e ava-liação da questão a ser objeto dos tratamento por meio do conheci-mento, (iii) busca de conhecimento externo e seleção de referên-cias16, (iv) estímulo e fomento de práticas experimentais envolvendo o uso do conhecimento para inovações e (v) processos de comunica-ção e difusão ampla dos conhecimentos – especialmente os novos – que são adquiridos.

6.5.1. Elementos estruturantes da gestão do conhecimento

Levar em consideração:

· Pessoas, grupos e áreas de interesse, especialmente informações in-formais

· Processos e produtos: dados, informações, relatórios e outras formas de publicações

· Mídia eletrônica

· Memórias técnicas e administrativas

· Termos de referência

· Banco de dados relacional usado para armazenar os dados coletados17

· Mapa de grupos de interesse

· Provedor de dados, registros e sistematização de dados e informações

· Sistemas e Tecnologia da informação

· Equipamentos e programas eletrônicos18

· Procedimentos operacionais

· Georreferenciamento

· Ambientes virtuais: Internet e Intranet

16 Benchmarking 17 Data warehouse 18 Hardware e software.

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6.6. Relacionamentos

O relacionamento com as partes interessadas deve ser visto como atividade

fundamental para o sucesso do RETP, por implicar em (i) sensibilização, (ii)

envolvimento, (iii) engajamento, (iv) comprometimento e (v) cooperação e

compartilhamento de atividades nos fluxos, operações, produção e uso de in-

formações sobre substâncias poluentes derivadas de atividades produtivas nas

organizações declarantes.

O programa de relacionamentos deve enfocar, com a devida atenção e impor-

tância, o reconhecimento e a imagem do RETP como definidos na Missão, Vi-

são e Objetivos.

Sistema de identificação

É preciso conhecer o perfil, interesses e expectativas de pessoas, organizações

e grupos que afetam ou são afetados pelas atividades previstas no RETP Brasil.

Diálogo com as partes

O programa de diálogo envolvendo as partes deve estabelecer procedimentos,

instrumentos e estímulos de maneira a prevenir, eliminar ou reduzir conflitos e,

concomitantemente, estabelecer as bases para a convergência de interesses re-

levantes para o bom desempenho e aprimoramento do RETP.

Para isso, é importante (i) sensibilizar as pessoas e as organizações em relação

à política, visão, missão e objetivos do RETP, (ii) buscar o diálogo democrático

e (iii) animar a continuidade e perenidade do processo, por meio da participa-

ção voluntária, ativa e construtiva.

Talentos e participantes diferenciados

O diálogo deve prever mecanismos e instrumentos para identificar pessoas,

grupos e organizações que demonstrem talento diferenciado, em relação às ati-

vidades previstas no RETP e que devem ser reconhecidas e valorizadas pelo

papel que desempenham.

Sistema de valorização e recompensas

As lideranças merecem ser reconhecidas e destacadas para conhecimento das

demais partes interessadas e o público em geral. Para isso, a Coordenadoria de

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Gestão, com o apoio intelectual e criativo de grupos ad hoc, poderá criar ins-

trumentos e meios para divulgar, principalmente por meio do Portal RETP, lis-

ta de pessoas, grupos ou organizações que lideram em desempenho e papéis

pró-ativos.

Para tanto, poderão ser executadas, entre outras, as atividades sugeridas a se-

guir.

· Identificar e administrar conflitos, desentendimentos e constrangi-mentos

· Identificar diferenças e estabelecer permutações

· Conciliar e atender aos objetivos e prioridades comuns

· Construir alianças colaborativas e corresponsabilidades

· Estabelecer sinergias, interação, aprendizagem e novas idéias

· Compartilhar objetivos e resultados comuns

· Articular convergências

· Gerar conhecimentos úteis

· Promover habilidades e competências

· Obter informações úteis para a tomada de decisões

As seguintes sugestões poderão ser úteis, para a premiação e promoção de lide-

ranças.

· Estabelecimento de mesas de diálogo entre lideranças

· Diálogo setorial e transetorial público e privado

· Redes de comunicação ou de relacionamento diferenciadas

· Foros envolvendo grupos de interesse diferenciados

· Lista pública de lideranças diferenciadas

6.7. Verificação do planejamento

A verificação deve estabelecer as condições, instrumentos e mecanismos para

examinar, apurar ou detectar se ocorreu o atendimento ou cumprimento de exi-

gências ou de expectativas na execução de atividades e respectivos executores,

nos níveis (i) da gestão interna do RETP; (ii) das organizações e declarações; e

(iii) dos produtos informativos e respectivos usos.

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Elementos sujeitos à verificação

·Fluxos e processos

§Dados declarados e inseridos para o RETP, conforme o formu-lário eletrônico prevalente

§Desempenho das organizações declarantes

§Relações entre processos (fluxos), métodos (identificação, me-dição, classificação), produtos (dados e informações), consulta e reações de consulentes

·Amplitude e qualidade

§Organizações declarantes

§Atividades

§Poluentes

·Produtos informativos

·Consultas

·Relacionamentos

·Melhorias

§Redução de emissões

§Melhores práticas e prevenção de emissões e de transferências de poluentes

Capacitação e aprimoramento

·Desenvolvimento profissional no RETP

·Aprimoramento do usuário

·Preparação dos interlocutores

·Treinamento de gestores

6.8. Replanejamento

A Coordenadoria de Gestão do RETP deve manter registro de informações para

realimentação o processo de planejamento estratégico.

Para isso, levará em consideração os resultados e aspectos positivos e negativos

observados nas operações durante o período ou calendário de execução do

RETP, mediante comparação entre o planejado e o alcançado.

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Os componentes estruturados no planejamento estratégico devem ser conside-

rados em sua totalidade, aos quais serão adicionados os elementos derivados de

outros, com destaque para os seguintes.

· Gestão do conhecimento

· Verificação e validação

· Controle de qualidade

· Análise ou Vistoria cadastral do IBAMA.

7. Planos e programas

Plano e programas relacionados ao funcionamento de sistema de informações do

RETP devem ser implementados e continuamente aprimorados, para atender aos ob-

jetivos do RETP.

7.1. Cadastro Técnico Federal/IBAMA

A Coordenadoria de Gestão do RETP deve mandar Plano e programa específi-

co para gerenciar as atividades do RETP que envolvam as relações entre as or-

ganizações declarantes, o preenchimento do formulário eletrônico, os eventos

virtuais que ocorram com os dados declarados, as atividades dos gestores do

CTF/IBAMA e a transferência virtual, automática dos dados de interesse do

RETP para o Portal RETP gerenciado pela própria Coordenadoria de Gestão.

Assim, há três importantes focos de atenção pela Coordenadoria de Gestão.

· Inclusão ou harmonização dos campos de preenchimento do formulá-rio do CTF/IBAMA para atender aos indicadores mandatários do RETP.

· Os referidos campos (identificados no Anexo 1 – Formulário eletrô-nico) e a consolidação dos dados, tendo-se em vista a harmonização com outros RETPs do Mundo.

· Desenvolvimento de programas eletrônicos19 para transferir os dados registrados nos campos no CTF/IBAMA destinados aos RETP para a base de dados no Portal RETP.

19 no inglês, web services

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7.2. Portal RETP

Gestão

A Coordenadoria de Gestão é responsável pela gestão do Portal RETP, o qual

deve ser administrado idealmente com pessoal designado e especializado. Es-

sencialmente, o Portal representa interface gráfica para acesso a informações de

acesso público livre, mas deve funcionar como elemento estimulador de ações

para comunicação entre as partes interessadas e os gestores do RETP; geração

de idéias e novos produtos informativos; orientação para demandas e oferta de

assistência técnica; promoção institucional e divulgação de desempenho dos

participantes; construção de redes de relacionamento, entre outras ações preco-

nizadas para o RETP.

Processos e produtos informativos

O Portal do RETP deve contemplar as interfaces gráficas para acesso a infor-

mações relacionadas a:

· Informações gerais do RETP

· Manuais contemplando base de dados de metodologias e relação en-tre poluente e atividade

· Pesquisa na base de dados consolidada do RETP com geração de re-latórios, incluindo pesquisa própria para as práticas de aprimoramen-to cadastradas pelos declarantes

· Área administrativa para gerenciamento do sistema de informação

· Base de dados com informações sobre perigo das substâncias quími-cas listadas no RETP

· Ferramenta para declaração de dados compulsórios e voluntários do RETP, integrado com o sistema do CTF/IBAMA

· Mecanismo para reconhecimento dos declarantes que atuam além da conformidade legal.

Gestão da informação

A área administrativa controlada pela Coordenadoria de Gestão do RETP deve

oferecer recursos para administração dos conteúdos, avaliação dos relatórios

completos para controle de qualidade, interação nas solicitações de sigilo e de-

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ve ser desenvolvida com o máximo de controle de vulnerabilidade para a segu-

rança do sistema. A seguinte infraestrutura mínima deve ser mantida:

· Cadastro de usuários com quatro níveis de acesso

§ Nível 1 – Acesso a todas as funcionalidades do sistema inclu-indo a administração de usuários

§ Nível 2 – Visualização das informações e interação nas fun-ções de validação dos registros e gestão de sigilo

§ Nível 3 – Visualização das informações

§ Nível 4 – Declarante

· Sistema de rastreabilidade

§ Identificação do login e data em que realizou interação no ban-co de dados

· Administração de reporte

§ Criação de novo ano de reporte

§ Gerenciador dos campos que serão liberados para acesso púbi-co por ano de reporte

§ Liberação para acesso público do ano de reporte

· Administrador de solicitação de sigilo

§ Listagem de solicitações de sigilo por ano de reporte, chavear em avaliada ou não avaliada, permitir acesso a declaração completa da empresa, permitir interação com aceite ou recu-sa da solicitação de sigilo.

· Cadastro de reporte via Portal do RETP

§ Campos de preenchimento voluntário, com mecanismo de in-tegração com o CTF/IBAMA, pela checagem de pré-registro com o mesmo CNPJ.

§ Campos para preenchimento compulsório e voluntário, confe-rindo a pré-existência de registro pela checagem de CNPJ nas declarações realizadas por meio do CTF/IBAMA.

· Mecanismos de busca com geração de relatório relacionada às emis-sões e transferências de poluentes a partir das variáveis isoladas ou combinadas: nome da empresa, CNPJ, região/localidade, poluente, fonte de emissão.

· Mecanismo de busca para acesso de relatórios sobre práticas de aprimoramento realizadas pelos declarantes.

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· Disponibilização de conteúdos informativos do RETP.

Sistemas de aprendizagem

A concepção do RETP será em formato de janela única e preverá a cooperação

e compartilhamento com outros sistemas em operação.

O fluxo de dados compulsórios armazenados, tratados e divulgados no RETP

será proveniente do programa de transferência automático de dados20 com o

CTF/IBAMA. Os declarantes poderão, a partir do CTF/IBAMA ou a partir do

Portal RETP, registrar informações voluntárias acerca das práticas de aprimo-

ramento implantadas pela organização declarante.

O Portal do RETP deve possibilitar que organizações não sujeitas ao registro

no CTF/IBAMA, mas que tenham interesse de registro voluntário no sistema,

realizem a declaração direta em todos os campos do RETP.

A concepção do sistema deve prever o compartilhamento com fluxo de dados

provenientes de outras fontes, como outros órgãos federais ou estaduais.

7.3. Verificação e validação de fluxos no RETP

A Coordenadoria de Gestão deve organizar procedimentos orientados para ve-

rificação e validação dos processos e das informações nos diversos fluxos pre-

vistos no RETP.

A verificação consiste em examinar, apurar ou detectar se ocorreu o atendimen-

to ou cumprimento de exigências ou de expectativas na execução de atividades

pelos respectivos executores.

A validação implica assegurar – por meio de documentação e demonstração –

que determinado aspecto ou processo é verificável e que o resultado gerado

atende às especificações, exigências, características estabelecidas ou expectati-

vas anunciadas.

20 no inglês, Web service.

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Fluxo geral do RETP

As ações da Coordenadoria de Gestão devem considerar que as condutas e prá-

ticas operacionais, nos diferentes níveis e unidades da gestão do RETP, impli-

cam procedimentos e descritores contidos nos manuais específicos. Atenção

especial deve ser dedicada aos fluxos, roteiros e instrumentos que dizem respei-

to aos diferentes níveis da gestão administrativa do RETP.

O roteiro geral do RETP (Fig. 9:1-7) requer ações de controle de fluxos dos

atributos do RETP (1); a adoção dos procedimentos (3) pelas organizações de-

clarantes, que devem preencher formulários eletrônicos para alimentação da

base de dados no CTF/IBAMA (2); a transferência para o Portal RETP (3), pa-

ra posterior elaboração de produtos informativos que serão disponibilizados pa-

ra as diversas partes interessadas (7).

O controle do fluxo geral e a produção de bens e serviços devem alimentar o

processo de aprimoramento dos procedimentos (7) e a geração de benefícios a

todos interessados, em especial às organizações declarantes

Fig. 9 – Síntese do fluxo geral.

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Fluxos de dados e informações no RETP

O fluxo geral envolve, eminentemente, a transferência de dados e informações.

Portanto, a Coordenadoria de Gestão deverá expedir instruções às organizações

declarantes para que estas estabeleçam o modelo de gestão de dados e informa-

ções sobre emissões e transferências de poluentes que melhor atenda a suas ca-

racterísticas e necessidades.

Todavia, a comunicação da Coordenadoria de Gestão deverá enfatizar que:

· a Organização declarante é responsável pelo controle de qualidade dos dados coletados e declarados;

· e que a auditoria interna ou por terceiros (contratada pela própria or-ganização), validação e autenticação por agentes externos, indepen-dentes, são procedimentos importantes para promover e recompensar os esforços despendidos.

A Coordenadoria de Gestão deverá manter comunicação e estabelecer proces-

sos de relacionamentos amigáveis e intensivos com a organização declarante, a

fim de garantir o fornecimento de dados referentes aos elementos básicos que

compõem o fluxo de dados e informações para o RETP (Fig.10), oriundos do

CTF.

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Fig. 10 – Fluxo de dados e informações no RETP.

É essencial que a Coordenadoria de Gestão informe às organizações declaran-

tes que a manutenção dos elementos básicos do fluxo – internamente na orga-

nização declarante – é fundamental para que os objetivos do RETP sejam al-

cançados, destacando-se o acesso público total às informações.

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Procedimentos para a declaração pela organização

A Coordenadoria de Gestão deve cooperar com a organização declarante a fim

de reforçar a importância dos seguintes passos ou eventos – de caráter corrente

ou anual, conforme for o caso.

· Orientação para que as organizações declarantes – antes do preen-chimento do formulário eletrônico – consultem os manuais e guias disponíveis no próprio site do CTF/IBAMA, obtendo assim orienta-ção precisa sobre os procedimentos para a declaração.

· Estabelecimento de calendário, em harmonia com o CTF/IBAMA, para ser respeitado no RETP, para os seguintes eventos:

§ divulgação - com 12 (doze) meses de antecedência - da data limite final para que a organização declarante termine a in-clusão dos dados;

§ datas limites importantes do calendário anual e plurianual esta-belecido pelo planejamento estratégico.

· Elaboração de manual interno de gestão de dados de emissões e transferências de poluentes, para verificar se as organizações decla-rantes estão tendo dificuldade para atender à sequência de alimenta-ção dos campos (Fig. 11). São destacados os seguintes passos para a elaboração de tais manuais internos nas organizações declarantes:

§ inclusão de dados cadastrais do declarante, como identificação, CNPJ ou equivalente, e identificação da matriz, quando exis-tir;

§ declaração sobre os processos produtivos envolvidos, seguindo a classificação de atividades potencialmente poluidoras ado-tada e que já está consolidada para o CTF/ IBAMA;

§ identificação dos poluentes da Lista Oficial do RETP Brasil que estão correlacionados com as atividades produtivas iden-tificadas; compartimentos ambientais (ar, água e/ou solo) pa-ra onde os poluentes estão sendo emitidos, bem como os des-tinos de transferência, caso houver, e, por fim

§ metodologias usadas para quantificação das emissões e transfe-rências – entre as oficiais recomendadas – ou se a organiza-ção justificou, apropriadamente, o uso de metodologia distin-ta das listadas.

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Fig. 11 – Fluxos de dados e informações no empreendimento.

Práticas de medição de emissões no RETP

É importante que os procedimentos gerenciais da Coordenadoria de Gestão

considerem que a metodologia a ser empregada pela organização deva ser ba-

sear na possibilidade de ocorrência do determinado poluente, baseando-se nos

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três compartimentos possíveis de liberação – ar, água e solo – e combinações

destes.

São basicamente três as técnicas, métodos ou modelos empregados na aferição

dos poluentes no sistema RETP: medição, cálculo, ou estimativa, os quais po-

dem ser utilizados de forma isolada ou combinada, conforme a necessidade ou

a possibilidade.

Para o RETP, por definição:

· Medição – ocorre quando os dados sobre as emissões de um estabe-lecimento são extraídos dos resultados do acompanhamento direto de processos ou elementos descritivos específicos, com base em medi-ções efetivas, contínuas ou periódicas;

· Cálculo – as emissões são baseadas em cálculos que usam dados re-lativos à atividade (como volume de combustível utilizado, taxa de produção), fatores de emissão ou balanço de massa;

· Estimativa – os dados sobre as emissões baseiam-se em estimativas não normalizadas (ausência de metodologias reconhecidas), por meio de conjecturas ou hipóteses formuladas por peritos.

Do ponto de vista operacional, a opção por uma, ou mais de uma forma de afe-

rição, no caso da utilização combinada, a gestão da informação deve levar em

conta algumas recomendações (Fig. 12)

Escolha da metodologia

É importante verificar se a organização declarante seguiu a orientação básica e

escolheu, a seu critério e com a devida justificativa, a técnica que será usada

para a aferição, atendendo aos critérios e diretrizes estabelecidos para o forne-

cimento das informações.

Técnica de aferição versus tipo de poluente

Verificar se foi adotada, como primeiro passo, para selecionar a técnica apro-

priada, a determinação dos seguintes elementos: (i) a classe do poluente, como

no caso de um químico específico (por exemplo, o tolueno); (ii) as categorias

de poluentes (como os gases do efeito estufa ou os metais pesados); ou (iii) os

grupos particularizados pela estrutura química (por exemplo, os hidrocarbone-

tos aromáticos policíclicos - HAPs).

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No caso específico das técnicas de estimativa, a gestão da informação deve

considerar se foram usadas técnicas específicas que quantificam o poluente de

forma isolada, enquanto que outras produzem a estimativa total das emissões

por classe ou grupo. Em casos de extrema dificuldade ou efetiva impossibilida-

de da identificação individual do poluente, verificar se a estimativa é feita para

a classe, sendo o valor da emissão o resultado de todas as quantidades dos dife-

rentes poluentes.

Tipo de planta industrial versus fonte de emissão

Outro ponto importante a ser verificado refere-se à determinação do porte do

empreendimento, o qual pode variar, quanto à definição, em pequenas, médias

ou grandes potenciais emissoras. Enquanto que para as grandes instalações

emissoras de poluentes – plantas ou complexos industriais – as emissões de de-

terminado poluente podem ser somadas, de forma a resultar uma quantificação

única, as emissões geradas por fontes de porte pequeno e médio podem variar

quanto a este critério.

Escala espacial de reporte

Quando diversas fontes pontuais são reconhecidas e definidas como sendo de

pequena escala, elas são, por vezes, agregadas à mesma coordenada ou locali-

zação geográfica e passam a declarar o volume de emissões em conjunto. É

fundamental a definição da escala espacial com base na intenção do uso final

da informação obtida pela declaração. As técnicas de avaliação e análise para

emissões em escala nacional são diferentes dos métodos destinados ao reporte e

divulgação pública em escalas regionais ou locais.

Escala temporal de reporte

Assim como na questão geográfica/espacial, a escala temporal também influen-

cia a decisão e escolha das técnicas a serem empregadas, em virtude de alguns

procedimentos de estimativas demandarem cálculos que levam em conta perío-

dos longos, como anos, enquanto que outros servem de informação referente a

períodos breves.

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Fig. 12 – Práticas de medição de emissões no RETP.

7.4. Gestão de limiares ou linhas de cortes

A Coordenadoria de Gestão do RETP deve avaliar os resultados anuais do

RETP e estabelecer – sempre que cabíveis - os limiares ou linhas de corte nas

declarações de poluentes constantes da Lista do RETP e os respectivos compar-

timentos ambientais.

Com isso, terá elementos para gerenciar as emissões e transferências, do ponto

de vista das substâncias poluentes mais significativas e das organizações que

estarão acima ou abaixo das linhas de corte estabelecidas.

Uma vez estabelecido o limiar para determinado poluente, em determinado

ano, a organização não precisará declarar os valores emitidos ou transferidos,

quando estes estiverem abaixo da linha de corte, bastando apenas incluir, no

item específico do formulário eletrônico que, naquele ano, o valor emitido ou

transferido foi abaixo do valor do limiar21 estipulado pela gestão do RETP.

21 Linha de corte corresponde à tradução do termo inglês threshold.

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Para exemplificar, cita-se o caso das substâncias que destroem a camada de

ozônio (conforme o Protocolo de Montreal). De acordo com a Portaria IBAMA

n° 29, de 02 de maio de 1995, DOU de 04/05/1995, está determinado que:

“Art. 1º - Toda empresa que produza, importe, exporte, comercialize ou

utilize substâncias controladas, em quantidade superior a 01 (uma) tone-

lada anual, deve, além de estar cadastrada junto ao IBAMA, enviar anu-

almente a este Instituto seus dados quantitativos em relação a cada uma

das substâncias.”

A determinação do limiar ou linha de corte, para o RETP Brasil, demanda aná-

lises e avaliações para a escolha da melhor opção. Portanto, as organizações

deverão gerar – e a Coordenadoria de Gestão dispor de – informações corretas

e confiáveis das quantidades emitidas, as fontes ou atividades correspondentes

e os compartimentos afetados.

Sabendo-se quais foram as organizações declarantes que ficaram abaixo do li-

miar ou linha de corte, a Coordenadoria de Gestão poderá estabelecer ajustes

nos limiares, a fim de aprimorar o inventário pretendido pelo RETP Brasil.

7.5. Condição de sigilo

Este componente do RETP deve merecer atenção especial da Coordenadoria de

Gestão, com ênfase em aspectos jurídicos, métodos de avaliação de pleitos,

contestações e apelações.

Deveres e direitos sobre a confidencialidade de dados e informações de emis-

sões e transferência de poluentes devem ser objeto de abordagem jurídica apro-

priada, principalmente se forem considerados os modelos, critérios e princípios,

de ordem global que são adotados em RETPs de outros países e sua aplicação

no Brasil.

Fundamentalmente, toda e qualquer informação sobre a liberação e transferên-

cia de poluentes que se refira à proteção do ambiente, é de livre acesso público,

com base no entendimento de que o ambiente é um bem comum a ser preserva-

do e defendido por todos (Constituição Federal Art. 5º).

A matéria é complexa e deverá levar em conta que a organização declarante

sempre terá o direito de pleitear a condição de sigilo para dados e informações

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objetivamente identificadas – desde que de maneira formal e devidamente justi-

ficada.

Os procedimentos operacionais da concessão ou não do sigilo serão tratados

em ato regulatório conjunto do Ministério do Meio Ambiente e IBAMA, apro-

vados pelas respectivas consultorias jurídicas.

As sugestões gerenciais para tratar do sigilo, neste Manual, são baseadas na ex-

periência internacional22.

A concessão da condição de sigilo é feita exclusivamente pelos gestores do

RETP Brasil, no âmbito de recomendações do Grupo Nacional, podendo ser

ouvido grupo sociotécnico ad hoc especialmente convocado e, finalmente, no

plano decisório estabelecido pela Autoridade Superior do MMA23.

A recusa de atendimento a pedido de sigilo permite o pedido de reconsidera-

ção. Reciprocamente, a concessão de sigilo comporta a contestação por outras

partes interessadas.

O direito de apelação – de parte da organização declarante – de um lado e, de

outro, o pedido público de revogação do sigilo eventualmente concedido fazem

parte do modelo de direito público de acesso à informação e à justiça, nos paí-

ses onde o instrumento é praticado, com notória importância quando se tratar

de informação relevante para a proteção ambiental.

As condições para sigilo no RETP Brasil devem merecer análise jurídica em

profundidade, de maneira transparente e com envolvimento de todas as partes

interessadas.

Para isso, são propostos critérios e princípios bastante restritivos para conces-

são, a fim de não se superestimar questões meramente comerciais, nem privar

as pessoas do direito de acesso público a informações sobre segurança e risco

de processos e produtos gerados e introduzidos no meio público.

22 A prática internacional mostra que raramente a condição de sigilo foi aceita sob as condições da Convenção de Aarhus e pelos sistemas equivalentes do PRTR nos EUA (Toxic Release Inventory – TRI) e Canadá (National Pollutant Release Inventory – NPRI). 23 Nos RETPs de outros países prevalece o modelo no qual a deliberação é da Grupo Nacional do RETP a qual, no caso do Brasil, deve ser harmonizada aos limites de competência político-administrativa e jurídica do MMA.

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Internacionalmente, os pedidos de sigilo são aceitos para análise quando o dado

ou informação envolver situações como as seguintes.

· Segurança nacional e as relações internacionais.

· Ações judiciais em curso, sob condição de sigilo de justiça.

· Informações comerciais e industriais sob a proteção de legislações aplicáveis e que afetam a revelação de elementos que comprometem o desempenho econômico competitivo. Neste caso, a decisão para o sigilo deverá levar em conta o equilíbrio entre interesses privados e o interesse público derivado dos impactos sociais e ambientais causa-dos pelas emissões e transferências do(s) poluente(s) envolvido(s).

Entretanto, o interesse público tem privilégio sobre o interesse privado, quando

se trata da qualidade ambiental. Portanto, a decisão para a condição de sigilo

deve ser cuidadosa e recusar o pleito da organização declarante quando a ale-

gação de prejuízo do interesse privado não for genuína.

Sempre que a informação sob condição de sigilo já estiver declarada por meio

de outros meios, o pedido será negado.

· Cláusulas pertinentes e previstas do código de propriedade intelectu-al.

· Informações fornecidas por terceiros, não autorizados pelos respon-sáveis legais.

Se a condição de sigilo for aceita, as informações declaradas sobre o poluente

especificado será tratada pelo sistema de forma genérica, sem identificar a ori-

gem da emissão ou transferência, para que possa ter divulgação livremente a

todas as partes interessadas. No lugar da quantidade emitida do poluente que

recebeu a condição de sigilo irá aparecer um traço, comunicando ao público in-

teressado a existência da condição de confidência.

É importante ressaltar que – mesmo quando a informação se enquadrar nas

condições estabelecidas para confidencialidade – o status de sigilo será negado

em caso de impedimento, como os seguintes.

· Se o dado ou a informação já for de conhecimento público, em con-sequência de divulgação pela organização ou por terceiros, com ou sem a permissão da primeira parte.

· Se houver qualquer instrumento legal que obrigue a divulgação.

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· Se a informação ou o dado se tornar conhecido por meio de opera-ções de mercado, de engenharia reversa, análise de patente ou de do-cumento de acesso público.

A condição de sigilo, quando concedida, será por prazo limitado, o qual será

estabelecido por meio de negociação envolvendo todas as partes interessadas,

exceto nos casos em que as condições de sigilo estiverem determinadas por ra-

zões legais. Neste caso, o prazo do sigilo terminará com o encerramento das

ações respectivas envolvidas.

O gestor do RETP Brasil irá – a qualquer momento – verificar a veracidade e

aplicabilidade da condição, prevendo-se dispositivos e mecanismos para puni-

ção de falsidade de relato.

A prática irá demonstrar a necessidade de elaboração de guia para o pleito e de-

liberação a respeito da concessão de sigilo, bem como de instrumentos puniti-

vos – inclusive os penais, pecuniários ou ambos – para informações fraudulen-

tas, falsas ou infundadas. O esquema proposto inclui os passos para isso (Fig.

13) e aponta para os procedimentos gerenciais correspondentes.

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Fig. 13 – Gestão de sigilo

7.6. Controle de qualidade

A Coordenadoria de Gestão do RETP deve desenvolver mecanismos de relaci-

onamento com as organizações declarantes e demais grupos interessados, com

o objetivo de criar mecanismos para estimular a leitura dos dados e informa-

ções segundo a ótica do controle de qualidade (Fig. 14).

É importante que as partes interessadas levem em consideração – ao examinar

as informações produzidas pelas organizações declarantes e os produtos infor-

mativos, elaborados por analistas – se os requisitos e padrões especificados ou

requeridos pelo RETP estão evidentes ou carecem de transparência.

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Fig. 14 – Controle de qualidade no RETP.

É preciso levar em consideração vários aspectos na verificação de qualidade

dos dados e informações.

· É indispensável que os dados e informações sobre emissões e transfe-rências de poluentes sejam verdadeiros, fidedignos e confiáveis, abrangendo todos os elementos ou variáveis de dados e informações previstos pelo RETP.

· O controle de qualidade não pode estar desarticulado do design e dos processos operacionais, dos padrões e normas de conformidade e, idealmente, dos aspectos além-da-conformidade, estabelecidos por organizações mais diferenciadas.

No primeiro caso, estão as organizações tradicionais, que operam no limite das

exigências legais do modelo atual de comando-e-controle (cumprimento de li-

mites e padrões estabelecidos por lei). No segundo, aquelas que adotaram ou

estão introduzindo práticas de melhorias contínuas como Produção Mais Lim-

pa, Ecoeficiência, Carbono-zero, entre outras.

· Os indicadores de qualidade são componentes fundamentais do sis-tema e estão ancorados em processo de governança total, atendimen-to das expectativas das partes envolvidas e da atribuição e cumpri-mento de responsabilidades.

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· Acurácia significa que o dado ou a informação deve ser gerado com cuidado e exatidão, e que a medição deve ser feita com o uso de ins-trumentação precisa, aferida, e com processos isentos de erros siste-máticos. Portanto, a medição do dado não deve incluir, sistematica-mente, resultados acima ou abaixo do padrão estabelecido e a incer-teza deve ser tão baixa quanto possível. São elementos importantes, para a qualidade da informação: o uso correto da metodologia para o cálculo e a mensuração da emissão; os critérios adotados pela organi-zação declarante para escolha da metodologia utilizada; a identifica-ção precisa da unidade declarante; a identificação dos responsáveis intra-organizacional; os critérios adotados para estruturação dos da-dos e informações intra-organizacionais e o alinhamento ao modelo adotado para o RETP Brasil de acordo com o CTF/IBAMA, com pri-oridade absoluta deste último sobre qualquer outro modelo que possa ser usado ou alegado pela organização declarante.

· Comparabilidade expressa a qualidade do dado ou da informação quando confrontado ou cotejado a outro e, dessa forma, considerado análogo ou semelhante. Para isso, devem ser incluídos elementos como: nomenclatura-fonte harmonizada; formatos padronizados de reporte (declaração); técnicas e métodos de medição, estimativa, cál-culo e outras metodologias estabelecidas; limiares ou linhas de corte definidos.

· Completeza significa que o dado ou informação incluído no reporte ou declaração é perfeito, exato, total, cabal e que nada falta do que pode ou deve ter ou significar. Isto quer dizer que a organização deva relatar todas as emissões e transferências das poluentes consideradas pelo RETP Brasil nas atividades praticadas, levando-se em conside-ração os limiares estabelecidos.

· Consistência implica a obediência ao modelo de declaração; atendi-mento aos critérios e exigências quanto aos tipos de dados e inclusão nos campos pertinentes. Significa concordância, uniformidade, racio-nalidade e constância do dado ou informação. Para tanto, é preciso considerar, por exemplo, a expressão não ambígua e uniforme de de-finições; das fontes e atividades; das metodologias e resultados das medições efetuadas e das demais variáveis ou elementos descritivos incluídos no formulário de declaração. É importante que dados repor-tados sejam comparados a declarações anteriores (séries históricas).

· Transparência invoca a lucidez, clareza e a revelação da maneira como o dado ou informação foi coletado, medido, interpretado e de-clarado.

Qualidade da gestão do RETP Brasil

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A Coordenadoria de Gestão deve criar programas de controle de qualidade

anual ajustados para suas próprias atividades e para as atividades executadas

por: Grupo Nacional, CTF/IBAMA, Portal RETP, Colaboradores e outros gru-

pos ad hoc.

Qualidade geral do RETP Brasil

A qualidade do RETP, como um todo, deve ser avaliada por meio de programa

especificamente desenhado, para que os seguintes elementos, entre outros, pos-

sam ser verificados.

· Análise dos critérios de controle e garantia de qualidade que são ado-tados e descritos pela organização declarante, especialmente quando a organização utiliza auditoria independente para avaliação dos dados e informações declarados.

· Verificação do atendimento – pela organização declarante – aos indi-cadores de qualidade da informação representados por acurácia, comparabilidade, completeza, consistência e transparência.

· Solicitação de esclarecimentos ao responsável pela declaração (pes-soa física, designada para tal condição e identificada no formulário eletrônico do CTF/IBAMA), sempre que for notada qualquer dúvida, falha, discrepância ou insuficiência.

· Vistoria Cadastral do IBAMA in loco para análise da memória técni-ca referente à coleta e processamento dos dados e informações na or-ganização declarante.

· Envolvimento dos órgãos ambientais estaduais para verificação ou vistoria cadastral do IBAMA da veracidade e qualidade dos dados e informações declarados, levando-se em consideração os critérios e padrões estabelecidos para o RETP Brasil.

· Contribuição das demais partes interessadas, por meio da manifesta-ção destas a respeito da credibilidade, autenticidade e verificabilidade dos dados reportados.

· Organização de base de dados de referência24 para ser usada em comparações frente a elementos como:

§ dados e informações gerados por RETPs de outros países;

§ dados e informações em registros anuais antecedentes; resulta-dos observados para a substância poluente na natureza (ní-veis de referência e níveis de base);

24 no inglês, Benchmarking.

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§ dados utilizados para licenciamento; normas certificadas, como as da Série ISO e a outros códigos voluntários;

§ monitoramentos realizados pela própria organização declarante e por outros agentes.

· Desenvolvimento e uso de programa eletrônico25 capaz de funcionar como ferramenta de validação para controle (eletrônico) de qualida-de dos dados e informações declarados.

Controle de qualidade pela própria organização declarante

A Coordenadoria de Gestão deve despender esforços e criar mecanismos e ins-

trumentos para que os aspectos a seguir sejam adotados no processo de controle

de qualidade, no RETP Brasil (Fig 14).

· Recomenda-se a constituição de Comitê de Controle de Qualidade, tanto no ambiente interno da organização declarante, como da própria Coordenadoria de Gestão.

· Cada organização define os mecanismos, processos e estrutura para o controle de qualidade dos dados e informações que serão declarados por meio do formulário do CTF/IBAMA e, especificamente, aos campos e variáveis de interesse específico para o RETP Brasil.

· O processo de controle de qualidade deve permear o modelo de go-vernança; identificar as partes interessadas que afetam ou são afeta-das pelas atividades das organizações envolvidas; criar indicadores de qualidade que sejam aplicáveis a todas as fases e etapas de gera-ção, coleta, estocagem, tratamento, análise, avaliação e declaração dos dados e informações; considerar os processos produtivos, produ-tos e respectivos padrões (conformidade e além-da-conformidade).

· O controle de qualidade deve gerar credibilidade dos dados e infor-mações declarados, mediante a adoção, na organização declarante, de ações de autenticação da veracidade; de procedimentos organizacio-nais que permitam, a qualquer momento, a verificação dos registros por autoridade competente ou auditor externo especialmente desig-nado, de acordo com as condições estabelecidas para o RETP Brasil, o CTF/IBAMA ou outro instrumento previsto pela legislação aplicá-vel, notadamente a que trata do direito público de acesso à informa-ção.

· Para o RETP Brasil – a organização declarante deve nomear e quali-ficar o dirigente responsável pela instalação, o responsável pela de-

25 no inglês, Software.

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claração e o responsável pelo atendimento ao público, para informa-ções a respeito dos elementos relativos à declaração.

No processo de relacionamento da Coordenadoria de Gestão com as organiza-

ções declarantes, os seguintes critérios, princípios, procedimentos e ações de

controle de qualidade no processamento de dados e nos produtos do RETP Bra-

sil poderão ser sugeridos, com base experiências e práticas já adotadas em RE-

TPs implementados em diferentes países26.

· Conformidade dos dados e informações declarados em relação aos limiares (ou linha de corte), quando estabelecidos, e outros parâme-tros do RETP Brasil.

· Uniformidade dos dados em relação a códigos, nomes ou terminolo-gia.

· Controle e certificação de qualidade dos dados e informações, por profissional qualificado e credenciado, com especial atenção para os indicadores de qualidade do dado ou da informação e os critérios de boas práticas laboratoriais.

· Validação da escolha da técnica adotada para a medição: referência bibliográfica; uso internacional (preferencialmente certificado); reco-nhecimento por agentes oficiais e por profissional próprio devida-mente credenciado e reconhecido; fornecimento de fontes para verifi-cação independente na planta ou instalação.

· Declaração de condições e mecanismos pró-ativos para facilitar a fis-calização e cumprimento27 para verificação de procedimentos e dados resultantes nos próprios locais ou instalações da organização decla-rante.

7.7. Análises ou Vistoria Cadastral do IBAMA no sistema RETP

A implantação do sistema RETP possui um grande desafio que é a sua pereni-

zação, ou seja, o que realizar e como fazer para manter estas realizações, inin-

terruptamente. Uma forma sugerida é a análise ou vistoria cadastral do IBAMA

As análises ou vistoria cadastral do IBAMA têm como objetivo assegurar o

adequado funcionamento do sistema, mantendo conformidade com os proce-

dimentos estabelecidos, promovendo a correção de eventuais situações e, desta

26 Organization for Economic Co-operation and Development. 2008. Consideration for ensuring quality PRTR data. ENV/JM/MONO(2008)11. JOINT MEETING OF THE CHEMICALS COMMIT-TEE AND THE WORKING PARTY ON CHEMICALS, PESTICIDES AND BIOTECHNOLOGY Se-ries on Pollutant Release and Transfer Registers No. 11. www.oecd.org/dataoecd/51/57/41176213.pdf 27 no inglês, Enforcement.

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forma, realizando um mecanismo de melhoria contínua. Para tal, existem basi-

camente dois processos de análises ou vistoria cadastral do IBAMA previstos

para o RETP:

7.7.1. Auditoria interna nas organizações declarantes

Chamada de auditoria de primeira parte, ela é conduzida pelos próprios

declarantes, por exemplo, por meio de seus comitês internos de auditoria.

Este procedimento é muito similar às auditorias decorrentes de sistemas

de qualidade certificados, como ISO 9001 ou ISO 14001.

Auditoria externa por terceira parte independente

Processo de auditoria, conduzida pelos próprios declarantes, na qual o

verificador é uma organização certificadora ou especializada no assunto,

atestando assim o funcionamento do sistema.

7.7.2. Análises ou Vistoria Cadastral do IBAMA na gestão do RETP

Da mesma maneira que as organizações declarantes devem ser auditadas

para atestar o correto funcionamento de suas declarações, o sistema

RETP também passará por análises ou vistorias cadastrais do IBAMA.

Seu funcionamento poderá ser verificado de forma interna ou por terceira

parte.

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7.7.3. Verificações no Cadastro Técnico Federal/IBAMA

Temporariamente, mas pelo menos uma vez por ano, a Coordenadoria de

Gestão do RETP deverá requerer dos administradores do CTF/IBAMA

que seja feita a verificação do sistema de processamento de dados reque-

ridos para o RETP, a fim de prevenir falhas, interrupções, problemas de

entendimento pelas partes interessadas e, em especial, proporcionar mei-

os para que o sistema possa ser aperfeiçoado, continuamente.

É indispensável que os gestores do CTF/IBAMA procedam as modifica-

ções que forem necessárias no formulário para preenchimento eletrônico,

nas instruções para as organizações declarantes e nos fluxos de dados,

sem o que a dinâmica evolutiva do RETP não irá acontecer.

7.8. Vistoria presencial

A Coordenadoria de Gestão do RETP deverá se valer do controle de qualidade

e do acompanhamento – por amostragem ou por escolha individualizada – das

declarações de emissões e transferência de substâncias poluentes, abrangendo

análises de fluxos e de dados introduzidos no CTF/IBAMA e transferidos, au-

tomaticamente, para o Portal RETP no MMA.

Dissonâncias, indicadores de desconformidades, valores ou outros elementos

representativos ou sugestivos de situações merecedoras de atenção, bem como

sinais ou denúncias efetivos de má prática deverão ser capturados para a toma-

da de decisões quanto ao uso dos recursos institucionais e de infraestrutura do

IBAMA, para a vistoria presencial na organização alvo.

7.9. Capacitação dos integrantes do RETP

A gestão dos fluxos e dos resultados informativos, no RETP, devem ser vistos,

em primeiro lugar, sob a ótica da conformidade e, para fins de medidas de

aprimoramento, das desconformidades.

O RETP não deve ser visto como inventário estático, nem como instrumento

para descobertas de falhas e aplicação de penalizações. O objetivo maior do

RETP é o de gerar instrumentos e mecanismos de aprimoramento além-da-

conformidade.

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Por isso, a Coordenadoria de Gestão deve dar especial atenção a projetos de

aprimoramento das partes envolvidas.

· As organizações declarantes devem ser estimuladas, apoiadas e in-centivadas para implementar melhores práticas.

· Os grupos acadêmicos, associações científicas, empresas de consulto-ria e outros agentes técnico-científicos precisam detectar falhas, insu-ficiências e necessidades e desenvolver projetos de pesquisa, desen-volvimento e prestação de serviços para apoiar as empresas.

· As organizações não-governamentais e segmentos da sociedade civil precisam ser estimulados a aprimorar sua capacidade interpretativa e analítica, de maneira a apresentar considerações qualificadas e mobi-lizar suas bases de maneira positiva e para construção de agenda para o desenvolvimento preconizado pela política, missão e visão propos-tos pelo RETP.

· Os agentes públicos têm a responsabilidade de aperfeiçoar os ins-trumentos político-administrativos e regulamentares com foco na avaliação reflexiva dos resultados gerados pelos levantamentos de emissões e transferência de poluentes.

Cabe, portanto, à Coordenadoria de Gestão, mobilizar grupos ad hoc, especia-

listas e outros agentes e formular projetos de aperfeiçoamento de partes envol-

vidas, com foco em temas

(i)diretamente relacionados aos elementos e fluxos do RETP e

(ii)aspectos relativos aos problemas e situações decorrentes de emissões e

transferências de substâncias poluentes, tais como proteção ambiental, eficiên-

cia energética, proteção do consumidor e de populações não necessariamente

usuárias ou consumidoras dos bens produzidos, saúde e segurança, entre ou-

tros.

7.10. Substâncias poluentes

Na formulação de Plano e programas, especificamente relacionados às substân-

cias poluentes, no âmbito da gestão do RETP, a Coordenadoria de Gestão deve

levar em consideração que o RETP opera, fundamentalmente, com substâncias

que efetivamente causam, ou tenham potencial de causar, direta ou indireta-

mente, alterações e/ou danos para o meio ambiente e para a saúde humana.

Portanto, o desenho de ações gerenciais relacionadas aos poluentes precisam

reconhecer os eventos que, entre outros, são considerados no RETP e que:

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· afetam, de forma imediata, mediata ou de longo prazo, a qualidade dos diferentes ecossistemas, representados no RETP pelos comparti-mentos ambientais ar, água e solo;

· prejudicam, ou potencialmente podem prejudicar, a saúde, a seguran-ça e o bem-estar das populações humanas;

· afetam as condições sanitárias e/ou estéticas do meio ambiente;

· liberam matérias (por exemplo, material particulado em seus diversos diâmetros ou fuligem) em desacordo com os padrões ambientais es-tabelecidos por lei ou regulamentações;

· alteram as propriedades físicas, químicas ou biológicas dos diferentes corpos d’água, tais como rios, lagoas, águas subterrâneas e mares, bem como eventuais reservatórios destinados ao consumo das popu-lações humanas;

· prejudicam, direta ou indiretamente, a biodiversidade aquática, ou;

· criam condições nocivas, ofensivas ou inadequadas para as finalida-des domésticas, agropecuárias, industriais, e a outros segmentos de atividades sócio-econômicas.

A Coordenadoria de Gestão irá lidar, portanto, com a lista de poluentes que foi

produzida ao longo do trabalho de construção do modelo RETP Brasil, e que

foi considerada relevante para a realidade nacional.

A análise seguiu rigorosos critérios de inclusão, consolidando-se como a Lista

oficial de substâncias poluentes28.

A Coordenadoria de Gestão deverá também considerar que a lista deve ser di-

nâmica, sujeita a revisões, de acordo com as características ou das situações no

Brasil, em tempos distintos, mas que, para ser modificada, terá que passar por

estudos e avaliações de critérios estabelecidos, como aconteceu na concepção

do RETP.

Outro aspecto que deve ser levado em conta pela Coordenadoria de Gestão, ao

tratar das substâncias poluentes é empenhar-se em garantir que as organizações

declarantes identifiquem e declarem as substâncias da lista, conforme a identi-

ficação adotada pelo RETP, de acordo com o número CAS.

28 Lista proposta e discutida em reunião, com múltiplas partes interessadas, no dia 19 de novembro de 2008 e posterior contribuição para validação das sugestões de aprimoramento da Lista de poluentes do RETP Brasil.

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7.11. Atividades potencialmente geradoras de poluentes

A Coordenadoria de Gestão deve gerenciar o andamento das declarações e o

desempenho, a fim de verificar se a tipologia de atividades produtivas, incluí-

das no RETP, é satisfatória do ponto de vista da qualidade dos registros, pois,

ela constitue o ponto de partida para a declaração de emissões das substâncias

poluentes definidas para o RETP.

É importante enfatizar que, para o RETP, a classificação de atividades é har-

monizada com os processos de licenciamento ambiental está organizada por ca-

tegoria e é caracterizada por elementos descritivos apropriados. Daí a sinoní-

mia entre atividade econômica e atividade produtiva.

Outro ponto importante, para a gestão da nomenclatura e tipologia das ativida-

des econômicas ou produtivas é que ambas são similares ao que é adotado pelo

CTF/IBAMA.

As ações de gestão, pela Coordenadoria de Gestão, são facilitadas pela dispo-

nibilidade da tabela de atividades no manual do CTF/IBAMA, por via eletrôni-

ca29.

É importante salientar que a identificação das atividades e os poluentes são cor-

relacionados, considerando-se a possibilidade de ocorrência. Assim, para cada

categoria de atividade e seus respectivos elementos descritivos são informados

quais são os poluentes que possuem a possibilidade de ocorrência, seja na for-

ma de emissão ou na forma de transferência.

Por definição, o RETP assume que a emissão é o ato ou efeito antrópico de li-

berar substâncias poluentes na forma residual ou de não-produto, como conse-

quência de uma atividade econômica ou produtiva que consome determinado

produto/matéria-prima, sendo destinadas para os compartimentos ambientais –

ar, água e/ou solo.

Já a transferência é o transporte de poluentes para fora do perímetro de um es-

tabelecimento, sítio ou planta industrial com a finalidade de disposição e trata-

mento final, envolvendo uma situação de duas partes – a organização remetente

e uma organização destinatária. 29 IBAMA. Manual do Cadastro Técnico Federal. Tabela de Atividades. http://www.ibama.gov.br/cadastro/manual/html/010401.htm

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7.12. Organização declarante

A gestão das características e do comportamento da organização declarante é

outro aspecto importante para a atuação da Coordenadoria de Gestão. Para isso,

é essencial entender a condição de pessoa jurídica representada por empresa

privada ou pública, órgão público, fundação privada ou pública, associação ou

cooperativa, dentre outras instituições. A declaração de pessoa física será me-

diante ponderação e decisão do Grupo Nacional e da Coordenadoria de Gestão.

É necessário saber que determinada organização pode ser classificada em mais

de uma categoria de atividade e que a declaração deverá estar vinculada ao

número de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) e que nas

plantas industriais onde existam mais de uma organização, cada qual com o

respectivo CNPJ, a declaração deverá ser para cada CNPJ.

Outros aspectos importantes no monitoramento da organização declarante é

que deverão ser designados, identificados e reconhecidos

1.o responsável legal devidamente identificado ao CTF/IBAMA, na forma de

pessoa física;

2.a autoridade maior da planta,

3.o responsável técnico pela declaração e

4.o encarregado pelo atendimento a consultas, tanto do ponto de vista público,

como a respeito dos dados da referida empresa.

Os dados da organização declarante refletem aspectos importantes dos seus

processos produtivos e modelos de produção, bem como suas práticas de im-

portação e exportação. As informações de transferência refletem questões rele-

vantes como os locais de destinação e tratamento de diversos resíduos ou a

conduta de comercialização destes resíduos.

A partir desse conhecimento, a Coordenadoria de Gestão poderá personalizar

atividades de capacitação e aprimoramento nas rotinas internas das organiza-

ções que assim decidirem em relação ao RETP.

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7.13. Declaração ao Cadastro Técnico Federal/IBAMA

O gerenciamento das declarações feitas diretamente nos formulários eletrônicos

do CTF/IBAMA implica o estabelecimento de rotinas harmonizadas com a

equipe do IBAMA.

Em grande parte, o processo é virtual. Todavia, é recomendável que a Coorde-

nadoria de Gestão do RETP mantenha rotinas amigáveis de verificação tempo-

ral da entrada e dos fluxos dos dados por meio do CTF/IBAMA, a fim de ga-

rantir que todos os dados e informações previstos para o RETP sejam auto-

maticamente transferidos para a base de dados no Portal RETP.

Toda e qualquer dificuldade para que a transferência automática seja feita, de

natureza técnica, operacional ou administrativa, deve ser prevenida. Assim, se-

rão evitados riscos de prejuízo e de comprometimento da gestão do RETP, no

âmbito das decisões político-administrativas e estratégicas que estão preconi-

zadas para a evolução e aprimoramento do sistema, bem como a interrupção

dos relacionamentos baseados nos princípios doutrinários estabelecidos pela

Política e pelo modelo de Governança propostos para o RETP Brasil.

Outro aspecto importante, na gestão das atividades das organizações quanto às

declarações feitas é de que o RETP Brasil prevê a possibilidade de declaração

voluntária, por organizações não obrigadas a preencher os formulário, as que

desejarem demonstrar sua responsabilidade socioambiental e, em especial, a

excelência de desempenho conquistadas por meio de boas práticas de produ-

ção.

A atenção gerencial da Coordenadoria de Gestão deve levar em consideração

as diferentes etapas no fluxo de relacionamento da organização declarante ao

RETP, como ilustrado na figura 15.

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Fig. 15 – Processo de declaração ao CTF/IBAMA

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8. Processos produtivos

Processos internos

O RETP é um sistema que integra informações sobre emissões e transferência de

poluentes que, por sua vez, integra os componentes organização: localidades, ativi-

dades, poluentes, compartimentos, volumes e outros aspectos.

Portanto, é importante que a produção de informações e a prestação de serviços, sob

a gestão da Coordenadoria de Gestão, optem pelo modelo de visão de processo30, ao

invés de gestão de funções. O processo implica a visão interligada entre o produto e

os demais sistemas gerenciais (caracterizados em item próprio do Manual), enquan-

to a função começa e termina no mesmo tema, tópico ou questão abordada.

Dessa forma, a elaboração de determinado tipo de documento informativo, no âmbi-

to do RETP, deve levar em consideração os sistemas gerenciais: governança e polí-

tica do RETP; finanças; planejamento estratégico; desempenho; gestão do conheci-

mento; verificação e validação e realimentação do planejamento.

Isto significa que a iniciativa para produção de qualquer relatório, documento analí-

tico, novo projeto ou atividade prestadora de serviço deve levar em consideração vá-

rias funções e não o produto-fim em si mesmo.

Operacionalmente, a elaboração de determinado bem ou serviço requer o envolvi-

mento e a participação de diferentes pessoas capazes de tratar das diferentes funções

abrangidas. Ao invés de determinação superior ou comando-e-controle, o trabalho

em equipe visa compartilhar responsabilidades, negociação e trabalho em equipe,

mesmo se uma determinada pessoa é designada como gestor responsável.

Em outras palavras, o objeto da produção – bem físico ou serviço – deve ser des-

crito sob a forma de projeto31 e ser provido de indicadores para medição dos aspec-

tos: resultados esperados; atendimento e satisfação do usuário ou beneficiário; aten-

dimento aos propósitos do RETP; experiência acumulada na execução do projeto do

30 Critério para o funcionamento permanente, representado conjunto seqüencial, interligada e inter-relacionada de múltiplas funções, para que o objetivo esperado seja alinhado ao objetivo geral da gestão e o propósito desta, por sua vez, articulado à finalidade do RETP. 31 Conjunto ordenado de recursos (humanos, materiais, institucionais, motivacionais, etc.), em escala de tempo pré-estabelecida, com o objetivo de gerar objetivo definido e com metas métricas e indi-cadores de que permitam avaliar o andamento das atividades no cronograma e ao final do tempo estabele-cido.

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produto; eficiência e eficácia ao longo da atividade; lições aprendidas e evolução da

equipe executora.

A constituição e o funcionamento da equipe do projeto são importantes e deverão

considerar questões como: atuação como Ecotime (relacionamento socioambiental e

econômico integrado); papéis individuais e integração coletiva; a questão ou quadro

geral envolvido; linha de base ou condição atual existente e a situação futura espe-

rada ou desejada; atuação efetiva no tempo e espaço; campo e espaço de responsabi-

lidade.

Vê-se, portanto, que o projeto de produção de bens físicos ou de serviços sintetiza

todo o espírito do modelo de gestão do RETP, representado pela metáfora do Eco-

time, o qual pode ser apresentado por meio das características seguintes.

1. Diversidade de composição

2. Reconhecimento e reafirmação de suporte e empoderamento pela Alta

Administração do MMA, responsável pelo RETP

3. Recursos, instrumentos e mecanismos para mobilização dos envolvidos

4. Clareza de regras e liderança para direcionar, interligar, traduzir e harmo-

nizar as ações e iniciativas por todos os interessados envolvidos no produto

a ser elaborado

5. Mecanismos e instrumentos para estimular (a) geração de opiniões e in-

formações, (b) análise, avaliação e utilização de idéias e sugestões

6. Posicionamento da Política, Governança, Missão, Visão e dos Princípios

do RETP no topo da agenda do projeto

7. Dedicação prioritária ao projeto e regime de trabalho permanente para evi-

tar a descontinuidade (trabalho do tipo fim-de-semana, participação eventu-

al, outros compromissos prioritários, etc.) ou somente presença em reunião

e evento ou engajamento fortuito e descompromissado

8. Proteção contra ações ou atitudes de agentes destrutivos, antagônicos, tan-

to internos como externos

9. Direcionadores-chave da Política Organizacional da gestão do RETP

10. Recursos, mecanismos e instrumentos para divulgação e disseminação de

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ideias, sugestões, propostas e resultados, tanto interna como externamente

11. Envolvimento e engajamento de: gestores seniores; facilitadores para mu-

danças, com habilidades políticas e técnicas; patrocinadores; conselheiros

técnicos, econômicos, científicos e gerenciais; usuários e beneficiários dire-

tos ou indiretos, reais ou potenciais

12. Adequação do Ecotime ao porte, natureza do produto, abrangência e com-

plexidade do tema e dos procedimentos operacionais envolvidos ou previs-

tos

13. Posicionamento do Ecotime na organização administrativa do RETP, a

fim de otimizar as iniciativas visando influenciar ou efetivar a tomada de

decisões e evitar a ensilagem ou confinamento de informações e dos pro-

blemas, isoladamente

14. Reconhecimento, valorização e premiação dos membros

15. Treinamento adequado em elaboração de projetos para geração de bens e

serviços no âmbito do RETP, abrangendo, não necessariamente pela ordem:

concepção, desenho e organização; planejamento, funções e respectivas

macroatividades envolvidas; indicadores; mecanismos de gerenciamento,

fluxos, relacionamentos e interfaces; normas funcionais, variações e acor-

dos voluntários; recursos, características e definição de entradas (insumos)

e saídas; implantação formal e operacional; acompanhamento, avaliação,

relatoria e comunicação.

Processos no sistema RETP

A Coordenadoria de Gestão deverá despender esforços para que os demais partici-

pantes do RETP adotem o modelo ou, pelo menos, o pensamento de modelo de ges-

tão de processo nas atividades executadas e que são importantes para o sucesso do

RETP.

É importante enfatizar a relevância da adoção das seguintes práticas ou condições,

no caso de aprimoramento dos processos produtivos de bens e serviços, nas organi-

zações declarantes.

· Relacionamento e criação de valor para as partes interessadas

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· Visão de sistema de produto (do-berço-à-cova ou, idealmente, do-berço-ao-berço), adicionada de Produção Mais Limpa, Ecoeficiência, pensamento de Avaliação de Ciclo-de-Vida e Design para o Ambien-te (DpA)

· Análise de fluxo de material

· Balanço de massa, de água e energia

· Socioeficiência

· Inserção na Cadeia de Valor Sustentável

· Substituição da visão de Resultado Final Econômico-Financeiro, por Resultado Final Tríplice32.

9. Produtos

9.1. Portfólio de bens e serviços

O RETP deverá oferecer produtos informativos e serviços de orientação e ca-

pacitação decorrentes do tratamento dos dados que são declarados pelas orga-

nizações produtivas e transferidos para o Portal RETP. Os produtos informati-

vos e os serviços são indispensáveis para o aprimoramento do RETP e de seus

agentes, como abordado em item específico deste Manual.

9.1.1. Produtos informativos

A Coordenadoria de Gestão deverá desenhar projetos especiais que resul-

tem em produtos informativos que abordem os vários aspectos da gestão

do conhecimento, sobre emissões e transferências de substâncias poluen-

tes, com especial atenção para seguintes.

· Os elementos ou componentes do RETP, identificados ou correlacio-nados aos itens do formulário eletrônico utilizado pelas organizações declarantes.

· Temas, aspectos ou assuntos considerados estratégicos para a gestão responsável de substâncias poluentes, mesmo que não nomeados no formulário eletrônico.

· Documentos analíticos e reflexivos sobre aspectos políticos, organi-zacionais, estratégicos e táticos quanto aos objetivos, metas métricas

32 Respectivamente, Bottom Line e Triple Bottom Line, no idioma inglês e adotados internacional-mente.

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e indicadores extraídos dos resultados, no âmbito da gestão (Planos e programas e Sistemas e funções) do RETP.

·Avaliações e proposições para o aprimoramento, no âmbito interno da gestão ou, externamente, no universo das organizações declarantes e de-mais partes interessadas do RETP.

O processo de produção de informações e oferta de serviços deverá ado-

tar elementos e princípios de controle de qualidade, como os que foram

apresentados neste Manual e que se referem aos dados declarados e trans-

feridos para o Portal RETP.

Do ponto de vista das empresas, é preciso que a Coordenadoria de Ges-

tão, ao pensar na elaboração de bens e serviços, leve em conta que:

· a gestão de poluentes é uma questão de clímax, atualmente;

· muitas vezes, faltam dados fidedignos para subsidiar a discussão so-bre procedimentos nos mais diferentes aspectos;

· os valores, dados, estatísticas e informações tratadas devem ser inclu-ídos ou utilizados de maneira que sirvam para orientar atitudes e ações nas empresas, na busca de melhores práticas e postura socio-ambiental responsável.

Do ponto de vista público, os produtos informativos devem ser concebi-

dos para que sirvam de orientação para:

· ações de gestão pública em diversas áreas, como saúde, meio ambi-ente, comércio e indústria, dentre outras;

· reconhecimento da transparência no desempenho de gestão de polu-entes pelas organizações e do uso de tais informações nos diversos contextos econômicos e socioambientais como valorização imobiliá-ria de áreas geográficas, negociação com bancos, financiadoras, se-guradoras e comunidades, a exemplo do que acontece em outros paí-ses onde está em funcionamento sistema como o RETP.

A disponibilização dos produtos informativos em plataforma eletrônica,

como recomendado para o RETP, deverá ser feita de maneira que o aces-

so seja fácil, livre e gratuito, como está abordado nos itens deste Manual,

referentes ao Portal RETP, atendimento aos interessados e comunicação.

9.1.2. Assistência técnica

O conteúdo das ações de assistência técnica é diversificado e deverá ser

desenhado e implementado de acordo com as necessidades dos agentes e

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atores, os recursos existentes e o estágio atual para institucionalização ou

utilização de práticas operacionais previstos no âmbito do RETP Brasil.

Para isso, a Coordenadoria de Gestão deverá estar preparada para identi-

ficar necessidades e prioridades; parceiros e agentes colaboradores para

desenho e implementação de práticas apropriadas aos diferentes públi-

cos-alvo e suas necessidades objetivas, do ponto de vista humano profis-

sional, científico, tecnológico, organizacional e institucional.

Recomenda-se que a Coordenadoria de Gestão mobilize pessoas e orga-

nizações para a concepção de projetos – seja de natureza geral ou perso-

nalizada – com identificação de recursos necessários e contribuintes habi-

litados.

Por ser uma questão de alta complexidade e de elevado teor analítico-

reflexivo, o desempenho das atividades no âmbito do RETP e das ações

correlatas, nas diferentes organizações interessadas, requer o monitora-

mento das práticas na produção, declaração e uso dos dados e informa-

ções gerados, sob a supervisão da Coordenadoria de Gestão. Há também

o fato de o trabalho atender às eventuais solicitações e demandas particu-

larizadas de um indivíduo ou de um grupo de partes interessadas.

As demandas específicas podem ganhar maior relevância quando contri-

buem para uma convergência de interesse de diferentes partes. Ou mes-

mo como forma de mediação de um conflito entre as partes, desde que

seja feita, adequadamente, a Avaliação de demandas.

Assim, a demanda específica será convertida em um relatório de produto

informativo, imparcial e de caráter informativo, para que possa subsidiar,

desta maneira, todos os estiverem envolvidos no conflito de interesse e

que dependem do mesmo teor com o mesmo teor de informação.

Por fim, outro ponto importante a ser desempenhado pela assistência téc-

nica por meio do administrador do banco de dados é o que se refere à ca-

pacitação e ao treinamento dos diferentes grupos de interesse nas ferra-

mentas de busca e geração de informação do Portal.

10. Resultados

10.1. Atendimento à rede (networking)

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O modelo de gestão precisa resultar na construção de rede de relacionamen-

tos, por meio de ações diretas de contatos e de assistência técnica às partes inte-

ressadas – tanto as que afetam como as que são afetadas pelas atividades no

âmbito do RETP.

É essencial que o antagonismo entre geradores de emissões e de transferências

de poluentes e grupos sujeitos aos impactos causados seja substituído pelo de-

bate e construção de agenda positiva para:

· redução de emissões, em primeiro tempo, quer seja por argumenta-ção, convencimento, uso de instrumentos de mercado, legislação e aplicação de penalizações, conforme o caso e

· prevenção de emissões, idealmente, via melhores práticas e processos cooperativos e compartilhados.

Neste sentido, a gestão do RETP – com especial envolvimento do Grupo Naci-

onal e demais grupos ad hoc (Colaboradores, Grupos sociotécnicos, especialis-

tas, entre outros), precisarão ser acionados, estimulados e instados pela Alta

Administração do MMA e da unidade de decisão do RETP para que, por meio

dos relacionamentos, as partes sejam mobilizadas na busca de:

· estratégias operacionais simples e práticas

· foco em metas métricas factíveis

· criação de ambiente para negociação de interesses recíprocos e conti-nuada

· desenho conjunto de parcerias baseadas na confiança, orientadas para problemas concretos e com soluções viáveis

· divisão de papéis

· processo contínuo de comunicação e reciprocidade de obrigações

· mecanismos de aprendizagem permanente e troca de experiências

· construção de entendimentos e convergência para objetivos comuns

Para isso, a Coordenadoria de Gestão, com o auxílio de idéias, sugestões e

apoio especializado, deverá se valer de tecnologias sociais e instrumentos de

relacionamento que considerem, entre outros, os seguintes elementos ou situa-

ções.

· Identificação de organização ou pessoa-chave, capaz de se envolver no processo de negociação, construção de parcerias, fortalecimento

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de articulações, definição de compromissos, visão comum, objetivos concretos e fortalecimentos dos participantes.

· Capacidade para construção de protocolo de interesses recíprocos, com reconhecimento das características centrais ou medulares das di-ferentes categorias de participantes, cada qual com suas particulari-dades no âmbito do RETP:

§ Governo, ou gestão de políticas de interesse público – coorde-nação político-estratégica de interesse global da sociedade; visão de evolução do sistema por tempo indeterminado apli-cação de serviços públicos; políticas público-privadas; capa-citação e regulamentação;

§ Setor produtivo privado, ou desenvolvimento dos negócios – remuneração do capital investido; desenvolvimento de recur-sos humanos; atuação em cadeias de valor; gestão de proje-tos; otimização de infraestrutura; aprimoramento técnico-econômico; foco em desempenho a curto, médio e longo pra-zos;

§ Organizações da sociedade civil, ou de desenvolvimento soci-al – independência; segurança e qualidade no ambiente de vida; foco na sustentabilidade; extensão da capacidade de vi-da local, mobilização e participação social; direito de acesso à informação sobre segurança e risco.

· Implementação de ferramentas de gestão de diálogo e de relaciona-mentos para negociação, prevenção e eliminação de conflitos, acom-panhamento e avaliação de resultados.

· Criação, manutenção, avaliação e aprimoramento de parcerias, por meio de configuração de contexto social e de negócios apropriados, sem perder de vista os princípios doutrinários da Política, os atribu-tos, princípios e os valores éticos do modelo de Governança do RETP.

A análise e a interpretação das seguintes questões servirão para orientar a Co-

ordenadoria de Gestão do RETP na construção de relacionamentos capazes de

gerar resultados importantes para o desempenho e aprimoramento do sistema.

· Os elementos da Política e Governança do RETP precisam ser bem entendidos e assimilados pelas partes envolvidas.

· As pessoas precisam saber do que se trata e estar preparadas para en-tenderem o que se espera delas.

· As pessoas precisam receber tratamento e atenção adequados.

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· Os progressos pessoais precisam ser reconhecidos.

· As opiniões emitidas precisam ser devidamente ouvidas.

· As relações precisam ser baseadas na confiança e, idealmente, na amizade.

· As oportunidades de aprendizagem e de desenvolvimento pessoal devem ser compartilhadas.

· A mensagem da proposta de sustentabilidade do RETP – de manter-se por tempo indeterminado – com o objetivo de ser aprimorado con-tinuamente, deve ser bem elaborada e compreendida por todos, tanto em forma, como em conteúdo.

· Os processos e os recursos de comunicação adotados devem estar bem elaborados e definidos, da mesma forma que os de gestão do co-nhecimento e realimentação.

· Os participantes precisam estar capacitados e preparados para assu-mirem seus papéis e responsabilidades.

· A continuidade do processo de relacionamento precisa ser garantida.

10.2. Atendimento institucional

É fundamental que o modelo de atendimento, de parte dos gestores do RETP,

seja uniforme, não discriminatório, nem preferencial, a todas as partes interes-

sadas, respeitando-se os respectivos perfis, expectativas centrais ou medulares

de cada tipologia.

Assim, o atendimento de parte do agente público deve respeitar os elementos

que estabelecem as características do RETP e os interesses das partes, para o

que se torna importante entender manifestações internas e externas e o alinha-

mento dessas ao arcabouço político-institucional, administrativo, técnico e so-

cial no âmbito do RETP.

Com isso, a Coordenadoria de Gestão irá se capacitar para atender – de modo

padronizado – às expectativas das partes, com base:

· nas tipologias de dados e informações que são requeridos das organi-zações declarantes e

· nos produtivos informativos, resultantes de análise de dados declara-dos que forem considerados importantes para divulgação de resulta-dos do RETP.

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O atendimento geral deve ser feito por meio de acesso ao Portal RETP Brasil.

Para tanto, deverá ser simples e sem necessidade de se justificar o motivo da

consulta. Além do acesso por via eletrônica, poderão estar disponíveis docu-

mentos impressos e outros recursos para atendimento a consultas sob demanda

pelas diferentes partes interessadas.

O atendimento geral deverá resultar na divulgação do RETP e permitirá que

todas as partes interessadas façam uso dos dados e informações gerados, para

atendimento de suas expectativas e para que possam cumprir seus respectivos

papéis na sociedade.

Para isso, o atendimento aos interessados deverá abranger os seguintes elemen-

tos ou situações33:

· objetivos do RETP Brasil;

· espectro de cobertura – poluentes de declaração obrigatória, organi-zações declarantes, atividades, metodologias;

· contexto – localidade, bacia hidrográfica, compartimento ambiental afetado, números e valores, focos estratégicos (práticas de gestão e processos de melhoria);

· públicos interessados – identificação de necessidades, processos de participação e cooperação;

· tipologia – mecanismos de acesso e divulgação.

O atendimento será ativo e, quando feito diretamente pelos gestores do RETP

Brasil, não se restringirá aos públicos de interesse particular, mesmo em se tra-

tando de temas específicos. Deverá ser claro, objetivo e de fácil entendimento

pelas diferentes partes.

Acesso eletrônico (online)

O acesso às informações será realizado principalmente pelo Portal do RETP

Brasil. A divulgação dos conteúdos registrados no banco de dados do RETP é a

forma mais adequada de assegurar que as informações serão contínua e imedia-

tamente acessadas.

33 Segundo recomendações da OECD, apresentadas no documento Environmental Health and Safety Publications. 2000. Series on Pollutant Release and Transfer Registers. No. 3. PRESENTATION AND DISSEMINATION OF PRTR. DATA: PRACTICES AND EXPERIENCES. 113 pp.

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Para dar maior efetividade ao atendimento, o design do Portal RETP Brasil será

amigável para assegurar a acessibilidade dos públicos interessados. As infor-

mações serão disponibilizadas por meio de pesquisas individualizadas, aplican-

do filtros que permitem cruzar variáveis como: empresa ou CNPJ; localida-

de/cidade/região; poluentes; ano de reporte; atividade potencialmente poluido-

ra. Outra forma de divulgação será por sistemas georreferenciados, possibili-

tando a visualização dos declarantes e suas contribuições com emissões de po-

luentes em meio cartográfico.

Para assegurar a efetividade da acessibilidade das informações do RETP Brasil,

o Portal deverá ser massivamente divulgado, podendo ter link de acesso inseri-

do, entre outros, em páginas de bibliotecas eletrônicas, órgãos de meio ambien-

te, prefeituras e locais em que a população tenha acesso gratuito a internet.

O sistema eletrônico (Fig. 16) permitirá a integração da base de dados do

RETP Brasil a outros sistemas e programas nas redes de comunicação, como

parte do esforço do MMA para a criação de janela única que atenderá às de-

mandas oficiais e otimizará os esforços e custos para a organização declarante e

demais usuários.

Fig. 16 – Atendimento por meio do acesso eletrônico ao RETP Brasil.

Nas regiões e/ou situações em que o uso da internet não for disponível, o aten-

dimento por meio do acesso não eletrônico aos dados do RETP requererá aten-

ção especial. Neste caso, as informações do RETP Brasil deverão ser prestadas

por meio de documentos convencionais, mensagens e outras formas de instru-

mentos de comunicação. Para isso, a Coordenadoria de Gestão deverá desen-

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volver projeto para buscar e efetivar a cooperação de diferentes partes interes-

sadas, como empresas, órgãos públicos, bibliotecas, centros de estudos, ONGs,

escolas, etc.

10.3. Atendimento sob demanda

De acordo com a Política e Governança do RETP, a Coordenadoria de Gestão

deverá implementar e manter em funcionamento virtual, por meio do Portal

RETP, campo a fim de que os interessados possam fazer contato com os gesto-

res do RETP para solicitação de informações a respeito dos dados de acesso

público e irrestrito.

Os interessados deverão ser informados, com clareza e objetividade, sobre a

natureza dos dados e informações disponíveis e a forma e condições de atendi-

mento sob demanda.

É importante que Coordenadoria de Gestão organize a infraestrutura física e de

recursos humanos, especialmente por meio de grupos de colaboradores, para

que os princípios de transparência e outros valores éticos, abordados em item

próprio deste Manual, sejam devidamente aplicados.

Além disso, deverão ser considerados os seguintes aspectos ou condições para

o atendimento sob demanda.

· Custo zero para o interessado, exceto quando implicar duplicação de material volumoso e transporte postal.

· Facilidade de solicitação e objetividade no conteúdo e natureza das respostas.

· Completeza do atendimento à solicitação.

· Qualidade e segurança do atendimento e conformidade à legislação.

A Coordenadoria de Gestão poderá criar – mediante a disponibilidade de recur-

sos apropriados e suficientes - o atendimento de consultas sob demanda por

meio de correspondência convencional, telefone e outros veículos.

10.4. Aprimoramento das partes interessadas

A Coordenadoria de Gestão deve desenhar, executar diretamente, promover ou

estimular – para que sejam executadas por terceiros – ações para aprimoramen-

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to das partes interessadas, sob a forma de assistência técnica, gerencial e de ca-

pacitação e treinamento, a fim de abranger:

1. as expectativas e as características centrais ou medulares do grupo ou segmento

(como mencionado anteriormente, para Governo, Setor privado produtivo e So-

ciedade civil organizada) e

2. os aspectos ou elementos do RETP relacionado aos papéis, responsabilidades e

expectativas do respectivo grupo ou segmento.

Ações específicas para aprimoramento das partes

· Identificar oportunidades, desafios, deficiências, lacunas ou deman-das específicas, as metas temporais envolvidas e respectivos indica-dores relacionados.

· Definir as informações necessárias, os instrumentos e mecanismos para execução da capacitação.

· Rever a prática de diálogo com as partes e os aspectos críticos, de re-lacionamentos e conteúdo técnico, que precisarão ser aprimorados.

· Identificar áreas ou temas sujeitos ao confinamento de informações, conhecimentos e práticas que precisam ser aperfeiçoadas.

· Identificar oportunidades para a transformação de condutas reativas e de conformidade legal em pro-ativas ou além-da-conformidade, com metas qualificadas e quantificadas de excelência de desempenho, no que se refere aos elementos ou componentes do RETP.

· Identificar e envolver lideranças nas diferentes áreas ou unidades or-ganizacionais para questões jurídicas, administrativas, técnicas e ope-racionais.

· Identificar e promover o uso de esquemas de reconhecimento e re-compensas para desempenhos diferenciados dos agentes e atores que demonstrarem melhores práticas no âmbito do RETP.

Os temas importantes para atividades de aprimoramento das partes interessa-

das, que deverão ser concebidos, desenvolvidos e implementados, sob a forma

de capacitação ou treinamento, direta ou indiretamente pela Coordenadoria de

Gestão do RETP, abrangem, entre outros, os seguintes.

· Metodologias previstas e recomendadas pelo RETP

· Controle de Qualidade

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· Normas e padrões

· Estabelecimento de parcerias, diálogos de responsabilidade e transpa-rência e formulação de acordo voluntários

· Processos de auditoria interna, externa, verificação e validação

· Aprimoramento de protocolos, manuais e outros registros documen-tais e ferramentas – Capacitação e treinamento

· Melhores práticas.

Os procedimentos para aprimoramento, no âmbito do RETP, inclusive por

meio de consulta e engajamento das partes interessadas, constituem elementos

importantes para a democratização da participação e comprometimentos.

Para desempenhar estas funções, recomenda-se que a Coordenadoria de Gestão

encontre maneira administrativa e financeira para a contribuição de pessoas ou

organizações especializadas.

Para subsidiar tais ações, poderão ser consideradas as sugestões e recomenda-

ções incluídas em Anexos especiais, as quais são adotadas por RETPs em fun-

cionamento em países desenvolvidos.

10.5. Comunicação e promoção

Promoção do RETP

A divulgação dos resultados das rotinas e, em especial, dos progressos no

RETP constitui ação indispensável para o reconhecimento do sistema em todos

os segmentos da sociedade brasileira e internacional.

Para isso, a Coordenadoria de Gestão poderá:

· definir temas e campanhas para promover o RETP em seu conteúdo e resultados, bem como a sua inserção no entendimento da segurança química e do desenvolvimento sustentável, levando em consideração os diversos níveis de interesse e os diferentes meios de comunicação;

· priorizar iniciativas com maiores chances de sucesso, como foco nos elementos do RETP;

· identificar, recrutar, envolver e engajar recursos humanos capacita-dos para participar das campanhas de promoção do RETP.

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A Coordenadoria de Gestão lançará mão de métodos e meios de comunicação

alinhados aos preceitos da Política e do modelo de Governança do RETP, para

ações de comunicação e promoção por meio de:

· mensagens eletrônicas, grupos para discussão virtual;

· abertura de canal de comunicação de dupla via com as partes interes-sadas;

· contatos pessoais ou à distância;

· entrevistas, seminários, oficinas, reuniões públicas ou com públicos predeterminados, questionários e instrumentos diversificados por meio da Internet;

· diversos tipos de material impresso.

Promoção dos agentes do RETP

A identificação de agentes participantes do RETP, que demonstrem excelência

de desempenho além-da-conformidade é importante indicador de progresso e

marco de referência para o objetivo maior do sistema.

Com isso, a Coordenadoria de Gestão terá elementos para fazer o devido reco-

nhecimento e promover tais agentes, no âmbito do RETP e fora deste, de dife-

rentes maneiras, como nos seguintes exemplos.

· Lista de agentes diferenciados

· Descrição de organizações com melhores práticas

· Exemplos de Responsabilidade Socioambiental diferenciada

· Lista de casos de sucesso em gestão de emissões e transferências

A Coordenadoria de Gestão irá criar programa específico para tal tipo de pro-

moção, para deliberação no âmbito político-administrativo do MMA.

10.6. Relatórios

A produção e divulgação de relatórios – para reportar os produtos gerados, de-

sempenho alcançado e recomendações objetivas, no âmbito do RETP – consti-

tuem ponto crucial para a consolidação do RETP Brasil.

A qualidade, veracidade e outros atributos de caráter ético das informações são

os elementos que proporcionam os meios para a institucionalização, confiabili-

dade e perenidade do RETP.

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Portanto, a Coordenadoria de Gestão deve gerar relatórios anuais de dois gran-

des tipos, com transparência e fidedignidade, recomendando-se que o conteúdo

seja descrito com os respectivos indicadores métricos e que possam ser objeto,

alvo ou motivo de auditoria interna ou externa, independente.

A Coordenadoria de Gestão poderá promover campanha para estimular as or-

ganizações declarantes para o uso de normas34 ou de sugestões contidas em

normas como os princípios de: materialidade (cobertura documentada das

áreas de desempenho para avaliação pelas partes interessadas); completeza (vi-

são por inteiro ou completa e acurada, que permita entender o desempenho da

organização em tais áreas) e responsividade (capacidade de resposta completa

e em tempo curto, de maneira coerente e consistente aos interesses das partes).

Relatórios internos

Estes documentos são destinados aos diferentes níveis e agentes de gestão do

RETP e têm caráter

· fundamentalmente administrativo-operacional,

· que abrangem todas as atividades da Coordenadoria de Gestão

· que inclui os resultados alcançados, as avaliações de desempenho feitas, as lições aprendidas e a realimentação de planejamento estra-tégico.

Os principais públicos internos são, por exemplo, os seguintes.

· Alta Administração do MMA

· Unidades internas do MMA envolvidas na execução e com interesses no desempenho e resultados alcançados pelo RETP, tanto como ór-gãos administrativos, como consultivos formalmente constituídos

· Funcionários do MMA

· Comitê Assessor do RETP

· Colaboradores e Grupos ad hoc que contribuíram para o RETP no pe-ríodo.

34 Poderão ser sugeridas as Normas AA1000 (engajamento das partes), AA10000 (responsabilida-de e transparência), ISO26000 e SA8000 (responsabilidade socioambiental), SI 10000 (norma israelense para responsabilidade social)

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A natureza das informações relatadas deve contemplar, especialmente, o apri-

moramento de decisões gerenciais e das relações entre a gestão do RETP e os

demais agentes e atores.

Relatórios externos

Neste caso, os documentos devem ser elaborados para reportar produtos e de-

sempenho do RETP, no período determinado e dirigido a distintas partes inte-

ressadas, a fim de informar ao público externo o que está sendo feito, tanto no

âmbito da gestão como do desempenho do RETP, propriamente dito.

É essencial revelar ao público externo como os processos estão sendo conduzi-

dos e os impactos resultantes são gerenciados; quais medidas administrativas,

técnicas, jurídicas e punitivas foram tomadas; que atitudes e medidas são reco-

mendadas ou foram implementadas para correção de falhas e rumos, com vista

a melhores cenários futuros.

O desafio para elaboração e divulgação de reportes externos – a menos que im-

pedidas por razões legais – reside no modelo de conduta das organizações pú-

blicas e privadas que ainda relutam em lidar com o assunto e, em especial, não

aprenderam a usar resultados ou impactos negativos como aprendizagem para

aprimoramento de práticas e subsequente excelência de desempenho.

Por isso, e por outras razões, a elaboração de relatórios externos deve ser

acompanhada de ações para capacitação dos agentes, tanto os responsáveis pe-

los impactos causados, como os que deverão analisar a conduta dos agentes

produtivos e estabelecer processos cooperativos e parcerias para melhoramento

das práticas e atividades produtivas impactantes.

A revelação de desconformidades, resultados maléficos ou faltosos deve ser

utilizada como instrumento objetivo para iniciativas e estratégias a fim de au-

mentar a eficiência e conduta responsável e de confiança entre as partes envol-

vidas.

Idealmente, o relatório externo deve estabelecer as relações entre desempenho

quanto às atividades produtivas, substâncias emitidas e transferidas, comparti-

mentos afetados e problemas socioambientais correlacionados, tais como:

· aspectos financeiros e não financeiros para desempenho ambiental

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· uso de materiais, energia e água

· efeitos sobre os serviços ambientais ou ecológicos

· alvos, riscos, metodologias preventivas e efeitos para a segurança e saúde humana, políticas ambientais e outros instrumentos institucio-nais

· práticas adotadas

· eventos sociais, como direitos humanos, suborno e corrupção, equi-dade e igualdade de oportunidades, saúde, educação e treinamento, proteção ao consumidor, cidadania, entre outros

Os seguintes públicos constituem o alvo para divulgação dos relatórios exter-

nos do RETP:

· auditores

· órgãos reguladores e responsáveis por políticas públicas que afetam ou são afetadas pela emissão e transferência de poluentes

· agentes e atores de diferentes segmentos socioeconômicos e ambien-tais, como pessoas físicas ou jurídicas

· agentes financeiros e securitários,

· agentes produtores de bens e serviços nos diversos segmentos socio-econômicos

· organizações da sociedade civil e grupos comunitários não organiza-dos.

Os relatórios externos devem ser simples, objetivos, com indicadores claros,

métricos e verificáveis do desempenho. Portanto, não devem ocultar fatos rele-

vantes, como desconformidades, riscos, responsabilidades, omissões, artificia-

lidades e descumprimento de exigências e de práticas apropriadas.

10.7. Promoção a grupos diferenciados de interesse

A Coordenadoria de Gestão tem especial responsabilidade de promover a di-

vulgação das atividades no âmbito do RETP, as quais abrangem:

· o desempenho das organizações declarantes;

· a qualidade das informações declaradas;

· os produtos informativos gerados, a partir da análise das declarações;

· a qualidade do processamento de dados, no CTF-IBAMA e no Portal RETP e

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· a gestão do RETP, propriamente dita.

A promoção deve ser feita dentro dos critérios e princípios éticos mais eleva-

dos, pois constitui a essência da responsabilidade social e técnico-científica pe-

rante as partes envolvidas e os seus interesses.

A promoção deve ser o processo cuidado com a maior carga de cidadania; que

leve em conta as perspectivas das partes interessadas e que tenha como objetivo

principal o aumento crescente da confiabilidade nos dados e informações reve-

lados.

A comunicação institucional do RETP, por meio das iniciativas da Coordena-

doria de Gestão, deve demonstrar a prestação de contas de todos agentes e ato-

res que participam do sistema (Fig. 17).

Fig. 17 – Agentes e atores do processo de macrocomunicação no RETP.

A elaboração de instrumento e mecanismos de produção de material de comu-

nicação e a subsequente divulgação – dirigida aos grupos de interesse particula-

rizados – deve ter fundamento oficial, no âmbito da responsabilidade pública

do MMA – como mantenedor do RETP.

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Adicionalmente, a promoção do RETP precisa ultrapassar os limites dos com-

promissos oficiais e incorporar componentes de código voluntário em torno do

qual os demais participantes precisam assumir a responsabilidade e o compro-

misso de promover o desempenho de excelência que resulte na prevenção de

emissões e de transferência.

É por meio da promoção aos grupos de interesse especial que o direito de aces-

so público à informação mais bem se manifesta, em seus aspectos legal, norma-

tivo e ético.

A promoção ética do RETP trará benefícios para a gestão do RETP, na medida

em que as partes interessadas forem encorajadas a expressar – de maneira res-

ponsável e ética – suas opiniões e compromissos assumidos.

Ações promocionais, que resultem em revelação de dados sobre emissões e

transferências de poluentes, também revelarão – direta ou diretamente – o tipo

de desempenho de organizações declarantes, inclusive, nominalmente.

Portanto, a Coordenadoria de Gestão e demais colaboradores, no âmbito da

gestão do RETP, devem contribuir com ideias, propostas objetivas e demais re-

comendações que possam funcionar como incentivos para que as empresas

aprendam, cada vez mais e melhor, a (i) se relacionar com as respectivas partes

interessadas; (ii) tirar proveito das revelações e transparência de dados como

valores imateriais, direcionadores tecnológicos e fontes de indicadores para

aperfeiçoamento organizacional e de responsabilidade social e (iii) recursos es-

tratégicos de fortalecimento no mercado onde atuam.

11. Realimentação

As atividades gerenciais, desempenhadas pela Coordenadoria de Gestão e de

outras instâncias, sob o estímulo, fomento ou ação direta desta, devem ser con-

duzidas de maneira a gerar conhecimentos, elementos materiais e informativos

que possam ser objeto de análise, avaliação e realimentação do próprio sistema

gerencial, especialmente do ponto de vista da Política, Governança e do Plane-

jamento estratégico (descritos em itens específicos, neste Manual).

11.1. Avaliação e identificação de focos e direcionadores de aprimoramento

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A verificação do que foi feito, deixou de ser feito, o que deverá ser evitado ou

substituído deve servir para a proposição de metas expandidas ou novas nos pe-

ríodos anuais subsequentes, de acordo com o modelo de plano anual e pluria-

nual de atividades do RETP.

Os aspectos, situações, objetos ou elementos, mencionados a seguir, servem pa-

ra orientar a avaliação e identificar focos para orientação dos recursos e esfor-

ços da Coordenadoria de Gestão para o aprimoramento do RETP e a contribui-

ção deste aos diferentes interessados.

· Riqueza e qualidade das informações a respeito das organizações de-clarantes e dos dados envolvidos e utilizados pelo universo de inte-ressados.

· Resultados objetivos, capazes de demonstrar não apenas a situação atual mas a reflexão sobre desafios a serem vencidos, dificuldades a serem superadas e melhores condições a serem alcançadas.

· Engajamentos e relacionamentos construídos, para o objetivo maior, além-da-conformidade pretendido.

· Importância dos indicadores avaliados e oportunidades para o aper-feiçoamento das práticas, por meio de novas metas métricas, do pon-to de vista da eficiência dos processos.

· Elementos-chave para a qualidade do RETP, quanto ao acesso irres-trito: flexibilidade e adaptabilidade; simplicidade de design; tecnolo-gia integrativa – janela única; linguagem amigável e outros atributos de gestão da informação e divulgação.

· Contribuição do RETP para construção de consenso e convergência de interesses; interpretação de danos e impactos causados por poluen-tes; entendimento de problemas globais e seus efeitos locais, de mo-do mais compreensível e para formulação de buscas de soluções ade-quadas para degradações e outros eventos maléficos.

· Entendimento da natureza das obrigações, compromissos e responsa-bilidades compartilhadas, especialmente para as organizações – se-jam estas públicas ou privadas – que geralmente demoram mais do que as outras para tomada de atitudes e efetivação de ações objetivas.

· Reconhecimento e promoção de lideranças e iniciativas diferencia-das, capazes de atuar como formadores de opinião sob motivação própria ou por inspiração de atitudes de outros pares.

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· Identificação de fóruns de discussão e construção de redes de relaci-onamento, envolvendo a participação de múltiplas partes interessadas e a construção de agendas positivas para o objetivo maior do RETP – prevenção de emissões e transferências e desempenho de excelência e de novas práticas.

· Construção de novos conhecimentos a respeito dos objetivos, metas e processos no RETP; a transformação da visão do RETP em práticas e dos princípios em regras de excelência no desempenho.

· Construção de capacidade gerencial do RETP nos mais distintos ní-veis e fluxos – nas organizações declarantes, no CTF/IBAMA, Grupo Nacional, Coordenadoria de Gestão propriamente dita, Colaborado-res, Grupos ad hoc outros grupos de interesse e pessoas, individual-mente.

· A aplicação das atividades e dos resultados, no âmbito do RETP, na gestão local:

§ dos Acordos Ambientais Multilaterais;

§ dos planos e programas ambientais de organizações públicas e privadas;

§ das políticas de desenvolvimento sustentável para empresas de negócios e sem fins lucrativos;

§ das atividades de educação ambiental e, idealmente, educação para sustentabilidade econômica, ambiental e social;

§ do fortalecimento de órgãos ambientais nas esferas públicas es-taduais e municipais, inclusive os Fóruns e Conselhos Ambi-entais institucionalizados;

§ das políticas, planos e programas de qualidade, validação, veri-ficação e fiscalização de desempenho frente à conformidade e além-da-conformidade;

§ do aperfeiçoamento no uso de instrumentos baseados no mer-cado e aplicáveis à prevenção de emissões e transferências decorrentes de atividades econômicas e que afetam os com-partimentos ar, água e solo.

· Contribuição do RETP para aprimoramento da gestão pública relaci-

onada aos resíduos industriais, domiciliares e de outras atividades an-trópicas, nos aspectos:

§ político-estratégicos e organizacionais;

§ financeiros e econômicos;

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§ logística e logística reversa visando o reaproveitamento quanto aos diversos usos e segmentos de mercado;

§ eficiência energética;

§ efeitos para saúde pública;

§ organização do trabalho, geração de renda, emprego e ganhos sociais;

§ controle e preservação ambiental;

· Contribuição para aprimoramento de políticas públicas e suas rela-ções com a sustentabilidade, considerando-se o (meio)ambiente que contém:

§ os recursos biológicos renováveis e os recursos não-renováveis, inclusive o ar, água, solo;

§ os fatores e elementos sociais, políticos, culturais e institucio-nais relacionados às pessoas, seus espaços e influência sobre o meio;

§ os recursos cênicos e os construídos, na área urbana e rural,

§ e os serviços ecológicos que garantem os atributos, a qualidade de vida e a participação da população na governança e quali-dade ambiental.

11.2. Cenários

A evolução do RETP, ao longo do tempo, dependerá do comportamento técni-

co, administrativo, da responsabilidade e – fundamentalmente – das ações nor-

mativas e dos relacionamentos estabelecidos por meio da Coordenadoria de

Gestão.

Para isso, a construção de cenários (possíveis, realizáveis ou desejáveis)35,

como situações futuras, será ferramenta importante, a partir de elementos como

os seguintes.

· ambientes e novas situações possíveis e prováveis, decorrentes de mudanças ou tendências previsíveis ou em curso;

· variáveis ou circunstâncias mais importantes que poderão ocorrer ou explicar as mudanças ou situações.

35 A construção de cenários deve ser feita internamente, pela Coordenadoria de Gestão e com a participação de elementos atuantes no RETP. Entretanto, é recomendável contar com assessoria especiali-zada em metodologia, principalmente quando a técnica não constituir capacitação acumulada na estrutura interna da Coordenadoria de Gestão do RETP.

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A concepção do cenário dará subsídios para a tomada de decisões, o aperfeiço-

amento de gestão e o desempenho geral do RETP, sendo recomendável que a

percepção de futuro leve em conta:

· o período de tempo previsto;

· a dinâmica desejável nos fluxos do RETP;

· as tipologias e comportamento dos principais agentes e atores envol-vidos;

· a política e os instrumentos de governança estabelecidos;

· as principais forças ou vetores para o futuro desejável para o RETP;

· os valores e princípios éticos, padrões, normas de conduta e outros elementos que irão determinar o modo como os integrantes do RETP deverão atuar;

· a eleição de opções quanto aos resultados esperados – conforme se-jam estes realistas, otimistas ou pessimistas;

· as informações disponíveis e o conhecimento existente em relação a

§ ambiente interno (MMA, CTF/IBAMA, Grupo Nacional, Co-ordenadoria de Gestão), com suas fortalezas e fraquezas e

§ ambiente externo (organizações declarantes, grupos de interes-se e demais partes que afetam ou são afetadas por emissões e transferência de poluentes), quanto às oportunidades e ame-aças

11.3. Replanejamento

A revisão e a reformulação do planejamento da gestão do RETP, pela Coorde-

nadoria de Gestão, devem ser baseadas em resultados gerados pelo monitora-

mento das rotinas e práticas; no controle dos atos e procedimentos realizados,

com especial atenção a detalhes das operações; e nas avaliações feitas de acor-

do com as regras estabelecidas, para a obtenção dos resultados previstos.

A partir daí deverão surgir elementos para estabelecer as comparações entre a

linha de base atual e futura, devendo-se levar em conta, por exemplo:

· conhecimento e experiências acumuladas com a gestão do RETP; e

· resultados da avaliação reflexiva (condutas além-da-conformidade), mais do que os dados derivados de comando-e-controle (conformida-de)

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A avaliação dos resultados obtidos constitui, portanto, a principal função para o

replanejamento, porque implica em estabelecer:

· ações corretivas e de aprimoramento

· revisão e redefinição de macroatividades, objetivos métricos, planos, programas e respectivos indicadores para o novo plano operacional estratégico.

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Anexo 1 - Formulário eletrônico RETP Brasil

1 – LOGIN NO SISTEMA DO CADASTRO TÉCNICO FEDERAL (CTF/IBAMA)

CPF, CNPJ ou Número de Cadastro do IBAMA: *

Senha: *

2 – IDENTIFICAÇÃO DO DECLARANTE

2.1 – Identificação da empresa-mãe ou matriz

Possui matriz: Não * Sim *

CNPJ (em caso positivo): *

Nome da Empresa/organização (em caso afirmativo): *

2.2 - Dados cadastrais da empresa/organização Declarante

CNPJ [Aparece o número usado no login]

Razão social: *

Nome Fantasia *

Endereço: *

Bairro: *

UF: *

Município: *

CEP: *

Endereço de Internet:

Número de identificação Dun & Bradstreet:

2.3 – Localização geográfica da empresa/organização Declarante

Latitude: °, ’, ’’* Norte ou Sul *

Longitude °, ’, ’’* Oeste

Bacia hidrográfica: *

2.4 – Declaração do porte

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Ano de reporte: *

Porte da empresa/organização: *

2.5 – Identificação do dirigente responsável

Nome: *

CPF: *

2.6 – Responsável pela declaração

Nome: *

Conselho Federal Profissional (se aplicável)

Número de registro profissional (se aplicável)

Nacionalidade: Brasileira ou outra *

CPF: *

2.7 – Responsável pelo atendimento ao público

Nome: *

Cargo:

E-mail: *

Telefones: *

CPF:

2.8 – Identificação de práticas de aprimoramento realizadas no ano de reporte

Seleção de práticas de aprimoramento:

Adicionar prática (esse botão inicia a inclusão de uma prática de aprimoramento, e deverá ser

acionado repetidamente para cada nova inclusão)

Descritor da Prática implantada:

(Se outro) Qual?

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Nome do projeto:

Contato para obtenção de cópia do projeto:

Link para download do projeto:

3 – IDENTIFICAÇÃO DA ATIVIDADE POTENCIALMENTE POLUIDORA

Categoria de atividade: *

Elemento descritivo: *

Data de início de Atividades: *

Data de término de Atividades: *

3.1 - Dados de licenças ambientais:

Identificação do órgão licenciador: *

Tipo de licença:

Número da licença:

Capacidade licenciada: * unidade *

Prazo de validade:

4. – RELATÓRIO DE EMISSÕES

Categoria de atividade(s): * Elemento(s) descritivo(s): *

4.1 Adicionar poluente emitido

Selecione o poluente: nome * ou CAS *

Adicionar poluente (esse botão inicia a inclusão de um poluente no elemento descritivo selecio-

nado, e deverá ser acionado repetidamente para cada outro poluente a ser acrescentado)

4.2 Compartimento ambiental da emissão *

(Se compartimento água – emissão indireta)

Rede coletora Estação de Tratamento Outra (Se outra) Qual?

Identificação do receptor do efluente:

Empresa: CNPJ:

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(Se compartimento água – emissão direta)

Identificação do corpo receptor * Classe do corpo receptor *

(Se compartimento solo)

Tipo de emissão para solo (Se outro) Qual?

4.3 Identificação do tipo de emissão *

4.4 Total do poluente emitido: * unidade *

(ou) O total da emissão está abaixo da linha de corte: Sim Não

Método de medição utilizado: * identificação do método: *

Condição de sigilo:

Justifique a condição de sigilo:

Continuar

Adicionar poluente

Cancelar

5 – RELATÓRIO DE TRANSFERÊNCIA

Categoria de atividade: * Elemento descritivo: *

Finalidade da transferência: * (se outro) especificar:

CNPJ *

Razão Social: *

Endereço: *

Bairro: *

UF: *

Município: *

CEP: *

Selecione o(s) poluente(s) transferido(s):

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Nome * ou CAS *

Adicionar poluente (esse botão inicia a inclusão de um poluente no resíduo cadastrado, e deverá

ser acionado repetidamente para cada outro poluente a ser acrescentado)

Quantidade do poluente transferido: * unidade *

(ou) O total transferido do poluente está abaixo da linha de corte*: sim Não

Método de medição utilizado: * identificação do método: *

Confidencialidade:

(se sim) Justifique a confidencialidade

Continuar

Adicionar poluente

Cancelar

Variáveis a serem incorporadas no menu de opções das variáveis do formulário do

CTF IBAMA, para atender as necessidade do RETP:

Bacias e sub-bacias hidrográficas segundo IBGE36 I.Rio Amazonas:

1.Iça;

2.Japurá;

3.Negro;

4.Nhamundá;

5.Trombetas;

6.Paru;

7.Jari;

8.Javari;

9.Juruá;

10.Purus;

11.Madeira;

12.Tapajós;

36 Bacias e sub-bacias hidrográficas segundo IBGE. Disponível em http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/atlas_saneamento/pdfs/mappag100.pdf acessado em dezembro de 2009..

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13.Xingu.

II.Rio Tocantins:

1.Tocantins;

2.Araguaia;

3.Pará;

4.Guamá.

III.Rio Parnaíba:

1.Parnaíba.

IV.Rio São Francisco:

1.São Francisco.

V.Bacia hidrográfica da Prata:

1.Paraguai;

2.Paraná;

3.Uruguai.

VI.Bacias costeiras do Norte:

1.Oiapoque;

2.Araguari

VII.Bacias costeiras do Nordeste ocidental:

1.Gurupi;

2.Turiaçu;

3.Mearim;

4.Itapecuru;

5.Munim.

VIII.Bacias costeiras do Nordeste oriental:

1.Acaraú;

2.Jaguaribe;

3.Apodi;

4.Piranhas-Açu;

5.Potengi;

6.Curimataú;

7.Paraíba;

8.Capibaribe;

9.Una;

10.Coruípe;

11.Vaza-Barris;

12.Itapecuru;

13.Inhambupe;

14.Paraguaçu;

15.Jequiriça;

16.De Contas;

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17.Pardo;

18.Jequitinhonha;

19.Itanhém;

20.Mucuri.

IX.Bacias costeiras do Sudeste:

1.São Mateus;

2.Doce;

3.Itapemirim;

4.Paraíba do Sul;

5.Ribeira de Iguape;

6.Macaé.

X.Bacias costeiras do Sul.

1.Itajaí;

2.Capivari;

3.Guaíba e do Sistema Lagunar.

Práticas de aprimoramento

1.Auditoria externa;

2.Certificação ambiental;

3.Avaliação de Ciclo de Vida do produto;

4.Logística reversa37;

5.Prática de Ecodesign;

6.Prática de ecoeficiência;

7.Prática de Produção Mais Limpa (P+L);

8.Programa de redução no consumo de água;

9.Programa de redução no consumo de energia;

10.Prática de redução de Emissões e Transferências38;

11.Prática de redução voluntária de GEE;

12.Programa de Carbono-zero.

Compartimentos ambientais

1.Ar.

2.Água:

37 Instrumento de desenvolvimento econômico e social, caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios, destinados a facilitar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos aos seus gerado-res. 38 Em um momento de Sistema RETP Brasil já em funcionamento, por mais de dois anos.

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a.Emissão indireta:

i.Rede coletora

ii.Estação de Tratamento

iii.Outra

b.Emissão direta:

i.Identificação do corpo receptor:

1.Nome do corpo hídrico – nome do Rio.

2.Classe do corpo receptor (Res. CONAMA N° 357/05):

a.Água doce:

i.Classe especial;

ii.Classe 1;

iii.Classe 2;

iv.Classe 3;

v.Classe 4.

b.Água salina:

i.Classe especial;

ii.Classe 1;

iii.Classe 2;

iv.Classe 3.

c.Água salobra

i.Classe especial;

ii.Classe 1;

iii.Classe 2;

iv.Classe 3.

3.Solo:

a.Tratamento no solo (landfarming) – NBR 13.894;

b.Outros.

4.Tipo de emissão:

a.Processo

b.Escape

c.Acidental

5.Unidade do poluente emitido

a. g/ano

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b. Kg/ano

c. Ton/ano

Identificação e destinação do resíduo transferido

A destinação segue as classificações propostas pela Resolução CONAMA N° 313

de 2002, que dispõe sobre o Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais.

1.Armazenamento:

a.Tambor em piso impermeável, área coberta;

b.Tambor em piso impermeável, área descoberta;

c.Tambor em solo, área coberta;

d.Tambor em solo, área descoberta;

e.A granel em piso impermeável, área coberta;

f.A granel em piso impermeável, área descoberta;

g.A granel em solo, área coberta;

h.A granel em solo, área descoberta;

i.Caçamba com cobertura;

j.Caçamba sem cobertura;

k.Tanque com bacia de contenção;

l.Tanque sem bacia de contenção;

m.Bombona em piso impermeável, área coberta;

n.Bombona em piso impermeável, área descoberta;

o.Bombona em solo, área coberta;

p.Bombona em solo, área descoberta;

q.Lagoa com impermeabilização;

r.Lagoa sem impermeabilização;

s.Outros sistemas (especificar).

2.Tratamento:

a.Incineração;

b.Incinerador de Câmara;

c.Queima a céu aberto;

d.Detonação;

e.Oxidação de cianetos;

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f.Encapsulamento/fixação química ou solidificação;

g.Oxidação química;

h.Precipitação;

i.Detoxicação;

j.Neutralização;

k.Adsorção;

l.Tratamento biológico;

m.Compostagem;

n.Secagem;

o."Landfarming";

p.Plasma térmico;

q.Outros tratamentos (especificar).

3.Reutilização/reciclagem/recuperação:

a.Utilização em forno industrial (exceto forno de cimento);

b.Utilização em caldeiras;

c.Coprocessamento em fornos de cimento;

d.Formulações de "blend" de resíduos;

e.Utilização em formulações de micronutrientes;

f.Incorporação em solo agrícola;

g.Fertirrigação;

h.Ração animal;

i.Re-coprocessamento de solventes;

j.Re-refino de óleo;

k.Re-coprocessamento de óleo;

l.Sucateiros intermediários;

m.Reutilização/reciclagem/recuperação internas;

n.Outras formas de reutilização/reciclagem/recuperação;

4.Disposição final:

a.Infiltração no solo;

b.Aterro municipal;

c.Aterro industrial próprio;

d.Aterro industrial terceiro;

e.Lixão municipal;

f.Lixão particular;

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g.Rede de esgoto;

h.Outras (especificar).

Quantidade do poluente transferido no resíduo

1.Unidade:

a.Kg/ano

b.Ton/ano

Definição do porte da empresa/organização/Declarante

O porte é definido conforme os critérios apresentados na própria página eletrônica

do Cadastro Técnico Federal39.

1. Microempresa – pessoa jurídica e a firma mercantil individual que tiver receita

bruta anual igual ou inferior a R$ 244.000,00 (duzentos e quarenta e quatro mil re-

ais);

2. Empresa de Pequeno Porte – pessoa jurídica e a firma mercantil individual que,

não se enquadrada como microempresa, e que tiver receita bruta anual superior a R$

244.000,00 (duzentos e quarenta e quatro mil reais) e igual ou inferior a R$

1.200.000,00 (um milhão e duzentos mil reais);

3. Empresa de Porte Médio – pessoa jurídica que tiver receita bruta anual superior a

R$ 1.200.000,00 (um milhão e duzentos mil reais) e igual ou inferior a R$

12.000.000,00 doze milhões de reais);

4.Empresa de Porte Grande – pessoa jurídica que tiver receita bruta anual superior a

R$ 12.000.000,00 (doze milhões de reais).

39 Classificação do porte da empresa/organização. http://www.ibama.gov.br/cadastro/poluentes_juridica2.htm

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Anexo 2 – Aprimoramento do RETP e envolvimento de partes interessadas

O aprimoramento do RETP Brasil depende, fundamentalmente, do aperfeiçoa-

mento na conduta dos estabelecimentos geradores de poluentes e do compor-

tamento das demais partes interessadas em relação às emissões e transferências.

De modo geral, todos os agentes e atores devem orientar suas iniciativas para

melhorias contínuas e a busca de melhores metas de desempenho em cada fase

ou período previsto no cronograma de operação do RETP Brasil.

Portanto, os gestores do RETP Brasil precisarão tomar medidas pró-ativas para

atender às necessidades e expectativas das diversas partes interessadas quanto a

subsídios, serviços, incentivos e outras formas de provimento de recursos. Su-

gestões a esse respeito estão abordadas sob diferentes formas de instrumentos e

mecanismos, como Anexo específico, neste texto.

De outra parte, a Organização declarante e os demais agentes e atores poderão

estabelecer:

· Metas temporais qualitativas e quantitativas, para expansão e aperfei-çoamento do processo produtivo e de consumo;

· Ações para aumento da capacitação técnica, organizacional e institu-cional, nas diversas regiões, e dos agentes envolvidos na condução do RETP Brasil e;

· Indicadores ou marcos métricos de referência, que expressem a exce-lência observada em RETPs já em operação em diversos países, no-tadamente no âmbito dos desenvolvidos.

Para isso, também é oferecida sugestão para melhoramento do projeto de pro-

dução, focado na prevenção da geração de emissões e resíduos, como item es-

pecífico do documento descritivo geral do RETP Brasil.

O aprimoramento da conduta das partes interessadas e, consequentemente, da

prevenção da geração de emissões e de transferência de poluentes depende,

fundamentalmente, da conscientização e do compromisso de todos.

Todavia, há iniciativas de natureza psicossocial, técnica e econômica que pode-

rão ser utilizadas, embora muitos creditem maior eficácia para as medidas regu-

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lamentadas e coercitivas, baseadas no cumprimento de obrigações legais, as

quais são, em geral, repudiadas pelo setor privado.

a. Instrumentos estratégicos

As ações e iniciativas, no âmbito do RETP Brasil, têm direcionamento estraté-

gico, como visão de futuro. Para isso, são destacados os seguintes elementos.

· Aprimoramento de técnicas de medição e gestão de informações das organizações;

· Aplicação dos dados e informações, declarados e acessados, para o aprimoramento de métodos e técnicas relacionadas a:

· redução de uso e de consumo de recursos materiais;

· eficiência no consumo e, consequentemente, na poupança de energias idealmente renováveis e limpas e de água;

· redução de impactos, notadamente em relação a questões como mu-danças climáticas, proteção da camada de ozônio, conservação e re-composição da biodiversidade, etc.

b. Instrumentos mandatários e de conformidade

Os principais instrumentos coercitivos são representados pela legislação ambi-

ental e instrumentos adicionados, tais como: legislação sobre resíduos (indus-

triais e urbanos), elementos normativos sobre determinados agentes poluentes

ou perigosos, regulamentação sobre procedimentos produtivos e aspectos rela-

cionados à toxicidade (humana e ambiental), destinação ambiental, fatores de

exposição a riscos químicos, etc.

Outros focos de instrumentos mandatários e de conformidade são: estipulação

de metas de redução; estabelecimento de exigências e proibições, envolvendo

padrões, registro de produtos e rotulagem; criação de sistemas de gestão pós-

uso; monitoramento de desempenho junto ao consumidor final; política de des-

carte e destinação de produtos.

Estes e outros instrumentos complementam o arcabouço jurídico que regula-

menta as questões relacionadas às emissões e transferência de resíduos.

No caso da desconformidade legal, a ação coercitiva é seguida de medidas pu-

nitivas, via de regra com penalidade financeira pelo não cumprimento.

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c. Instrumentos motivacionais

A crença de que as pessoas fazem as coisas certas se baseia na premissa de que

todos agem com responsabilidade e respeito para com os semelhantes e às con-

dições ambientais das quais a sociedade humana depende para sua sobrevivên-

cia.

Portanto, os instrumentos motivacionais – ou psicossociais – estimulam os ge-

radores e demais partes envolvidas com as emissões e transferência de resíduos

para que atinjam os objetivos regulatórios e, idealmente, os além-da-

conformidade, como sendo a coisa certa a ser feita.

A divulgação pública do desempenho das organizações declarantes constitui

instrumento psicossocial importante e que pode ser usado de diversas maneiras,

pelas diferentes partes interessadas.

Os agentes públicos disporão de informações precisas para avaliar o desempe-

nho e efetividade das políticas públicas relacionadas e os papéis das organiza-

ções produtivas. Estas terão oportunidade de analisar seu desempenho perante

organizações similares, em seu setor de atividades. As pessoas passarão a iden-

tificar as organizações “campeãs” e aquelas que precisarão aprimorar o desem-

penho.

d. Instrumentos técnicos e gerenciais

Os seguintes tipos são mencionados, a título de exemplos já usados em vários

países.

· Gestão estratégica, econômica e socioambiental (Resultado Final Tríplice – Triple Bottom Line);

· Produção Mais Limpa e Ecoeficiência;

· Resíduo zero (fechamento de ciclos na cadeia de valor);

· Formação de custo total e internalização de externalidade econômi-cas.

e. Instrumentos de mercado ou econômicos

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O modelo de gestão do RETP considera importante todos os esforços para uti-

lização dos diversos tipos de instrumentos econômicos relacionados às ques-

tões de emissões e transferências de poluentes.

É preciso reconhecer que os instrumentos econômicos têm dupla face: incenti-

var práticas para prevenção de emissões e transferência de poluentes ou inibir a

geração de emissões e transferências.

De modo geral, representam iniciativas, ações e ferramentas com o potencial

para encorajar medidas custo-efetivas para inovações tecnológicas a fim de me-

lhorar o desempenho das organizações no que se refere à gestão de substâncias

poluentes.

Tradicionalmente, os instrumentos de mercado destinam-se a vários propósitos,

entre os quais se destacam os seguintes:

· Redução da geração de resíduos;

· Diminuição do volume de resíduos perigosos;

· Segregação de resíduos perigosos para manuseio especial de disposi-ção;

· Otimização da recuperação, reuso e reciclagem de resíduos;

· Apoio custo-efetivo para coleta de resíduos, transporte, tratamento e disposição;

· Geração de receita para cobertura de custos.

· O tema é objeto de abordagens frequentes, geralmente focadas em dois aspectos principais:

· O modelo tradicional (neoclássico) de comando-e-controle – baseado em normas, regulamentos e sanções – adotado para definição de con-formidade legal e que inspirou a prática de fim-de-tubo segundo a qual os resíduos e emissões são descartados com ou sem prévio tra-tamento e;

· A minimização ou, idealmente, a prevenção da geração de poluentes, de acordo com a visão mais avançada de sistema integrado de produ-ção de bens e serviços.

O RETP Brasil lida com as duas modalidades, mas enfatiza a importância do

segundo tipo de prática, por envolver atitude pró-ativa e além-da-

conformidade, indispensável para a sustentabilidade econômica, ambiental e

social.

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Por isso, destaca-se a importância da existência de instrumentos de mercado

que funcionem como incentivos para estimular ações diferenciadas em organi-

zações que adotam as ferramentas de Produção Mais Limpa, Ecoeficiência,

Ecodesign, Ecoefetividade e outras mais avançadas como Análise de fluxo de

material, Demanda Material Total, Intensidade Material por Unidade de Servi-

ços, entre outras.

De modo geral, os instrumentos de mercado são atribuídos a duas categorias40.

· Regulações coercitivas - abrangendo regras de minimização de resí-duos explícitas, diretas e auto-executáveis, que devem ser obedecidas pelos geradores, manuseadores e gerenciadores de resíduos - com penalidades para aqueles que não as cumprirem;

· Incentivos psicossociais, bem como econômicos, direcionados a mo-tivar o desenvolvimento no fundo das "mentes e corações" das agên-cias e indivíduos da vontade de se atingir os comportamentos de mi-nimização de resíduos objetivados.

Os primeiros representam instrumentos de natureza jurídica enquanto os se-

gundos buscam promover ações voluntárias. Nestes últimos estão, por exem-

plo:

· Disseminação de informações sobre políticas e pertinentes, por meios diferentes como treinamento e divulgação de notícias;

· Comunicação persuasiva sobre a relevância para segurança, bem-estar nacional e a preservação dos recursos naturais para as futuras gerações;

· Vantagens econômicas, premiação e reconhecimento;

· Parcerias público-privadas;

· Pressão social para mudanças de atitudes de líderes e de padrões de conduta, entre outros.

Cada categoria de instrumento econômico, por sua vez, desdobra-se em diver-

sos outros, de maneira que cada País possa criar seu próprio quadro ou arca-

40 Taylor, D. C. 2000. Políticas e incentivos para minimizar as geração de resíduos sólidos munici-pais. Waste management & Research vol. 18, p. 406-419. Fonte: http://www.abrelpe.com.br/iswa/iswa-0015.html

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bouço. Os tipos de instrumentos, mencionados a seguir, estão mencionados em

documentos que foram selecionados41.

A visão avançada do instrumento econômico parte da ideia de que são ferra-

mentas mais dinâmicas e flexíveis que geram resultados econômico-financeiros

para o agente e benefícios socioambientais para as demais partes interessadas.

Genericamente, as categorias de instrumento de mercado envolvem: taxas, tari-

fas, criação de mercado, ranqueamento de desempenho, legislação de passivos,

intervenção, compensações, certificados comercializáveis, investimentos dife-

renciados, sistemas de devolução de depósitos, redefinição de direitos de pro-

priedade, instrumentos fiscais, subsídios (concessão ou remoção), bolsas, etc.

Alguns são instrumentos geradores de receita, outros provedores, enquanto ou-

tros funcionam como não geradores de renda, embora todos sejam orientados

para melhoria de desempenho na prevenção da geração de emissões e de trans-

ferências de poluentes.

A lista a seguir contém os vários tipos de instrumentos (econômicos) de merca-

do usados por diferentes países e agregados por categorias42.

Política de preço

· Adequação de preços de insumos para inibir externalidades econômi-cas.

Taxas e impostos

· Ecotaxa;

· Redução de taxas para reciclagem;

· Taxa de descarga de resíduo;

· Taxa de geração de resíduo ou de descarga de efluente;

· Taxa de manuseio de produtos perigosos ou especiais;

· Taxa de uso de recurso natural;

41 INTER-AMERICAN DEVELOPMENT BANK. 2003. Economic Instruments for Solid Waste Management: Global Review and Applications for Latin America and the Caribbean. http://www.bvsde.paho.org/bvsacd/cd51/economic-waste/intro.pdf e WHO/UNEP. 1997. Water Pollution Control - A Guide to the Use of Water Quality Management Principles Chapter 6 – Economic instruments (prepared by J.D. Bernstein)- Water Pollution Control - A Guide to the Use of Water Quality Manage-ment Principles. 1997 WHO/UNEP http://www.who.int/entity/water_sanitation_health/resourcesquality/wpcbegin.pdf 42 A descrição do instrumento e os países onde é usado está detalhada no texto da INTER-AMERICAN DEVELOPMENT BANK, já mencionado.

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· Taxa de usuário de resíduo;

· Taxa para aterro;

· Taxa para encorajar reuso ou reciclagem de materiais problemáticos;

· Taxa para poluição;

· Taxa para tratamento ou disposição de resíduo;

· Taxa presuntiva de poluição.

Incentivos fiscais e direitos de propriedade

· Compensação fiscal para preservação de áreas (suprimento de água e ecossistemas);

· Desenvolvimento de direitos;

· Devolução de taxas para eficiência energética e poupança (preven-ção) de poluição;

· Incentivos fiscais para a indústria;

· Permissão e isenção de taxas ambientalmente relevantes;

· Redução de taxa;

· Subsídio creditício;

· Subsídios para eliminação ou redução de materiais ou produtos peri-gosos ou de recursos naturais;

· Uso de longo prazo de áreas, instalações ou leasing governamental.

Incentivos para comunidade anfitriã

· Autorizações para comunidade anfitriã;

· Compensação para a comunidade anfitriã.

Fundos e bolsas

· Bolsas de pesquisa;

· Fundo para reciclagem;

· Fundos ambientais;

· Fundos de carbono;

· Fundos para remediação.

Acordos de permutação

· Sequestro de carbono;

· Troca de certificado de emissão baseado em uso de combustível, ex-tração de água ou de descarga de poluente;

· Troca de certificados de reciclagem ou de resíduos.

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Medidas de responsabilidade de passivos

· Alienação de remediação;

· Legislação de responsabilidade de passivos;

· Seguro de responsabilidade de passivos;

· Titulo (bônus) de desempenho de longo prazo;

· Título (bônus) de exigências de desempenho.

Revelação de desempenho

· Avaliação de Ciclo de Vida ou de gestão;

· Exigências para impacto zero líquido;

· Legislação de publicação, pelo produtor, da geração de resíduos tóxi-cos, sólidos e líquidos;

· Lista negra de poluidores ou de empresas exploradoras;

· Revelação pública de práticas de gestão de resíduos;

· Sistema de manifestos.

Devolução de depósitos

· Política de gerenciamento controlado de produto;

· Sistema de devolução garantida para resíduos;

· Sistema de reembolso de depósitos.

Política de compras

· Competição gerenciada;

· Conteúdo reciclado;

· Contratos baseados em desempenho de gestão;

· Especificação de compras;

· Exigências tecnológicas;

· Licenciamento de operadores de gestão de resíduos;

· Mudanças na legislação trabalhista;

· Preferências de compras;

· Revisão de políticas comerciais internacionais.

Motivadores na comunidade

· Competição entre “cidades limpas”;

· Feiras e eventos ambientais;

· Iniciativas assistidas.

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Os instrumentos econômicos devem ser analisados sob diferentes pontos de

vista43. De um lado, podem inibir o estabelecimento de legislação regulatória,

mas, os custos de fiscalização e punição poderão ser, na realidade, mais altos.

O incentivo de mercado parece ser, também, mais efetivo para a inovação do

que a legislação restritiva. Mas não há como reconhecer que a ausência de le-

gislação não garante a conduta ambiental e socialmente responsável dos atores

envolvidos. É fato, também, que quanto maior o número de organizações sujei-

tas à regulação, maior a dificuldade de fiscalização.

É fato constatável que os instrumentos econômicos têm falhas e defeitos.

· A qualidade ambiental não é preditiva, como quando sujeita ao cum-primento da lei, uma vez que a solução dada pelo agente poluidor se-rá insatisfatória;

· A implementação e a fiscalização do instrumento econômico reque-rem organizações sofisticadas, nem sempre existentes e efetivas.

No caso de taxa de emissão e transferência de poluentes, por exemplo, será

preciso considerar questões como:

· Conhecimento e identificação efetivo do problema;

· Escolha da autoridade competente para legislar, implementar, moni-torar, fiscalizar e aplicar as penalidades previstas e, acima de tudo;

· Estabelecer a base da taxa e o índice adequado, de maneira que não fique abaixo, nem acima do valor apropriado para a finalidade a que o instrumento se destina.

Como foi recomendado no documento da WHO/UNEP, o instrumento de mer-

cado não deve ser usado de per se, mas combinado com política de preço de

utilidades, de serviços e com legislação regulatória adequada.

Questões de custo-efetividade, proporcionadas pelo instrumento econômico,

devem ser combinadas com fiscalização e punição e ambos demandam compe-

tência e viabilidade administrativa e financeira, consistência com os objetivos,

equidade, transparência e flexibilidade.

43 WHO/UNEP. 1997. Water Pollution Control - A Guide to the Use of Water Quality Manage-ment Principles Chapter 6 – Economic instruments (prepared by J.D. Bernstein)- Water Pollution Control - A Guide to the Use of Water Quality Management Principles. 1997 WHO/UNEP http://www.who.int/entity/water_sanitation_health/resourcesquality/wpcbegin.pdf

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Estes são desafios para a gestão do RETP Brasil, para os quais o envolvimento

e a responsabilidade compartilhada das diferentes partes interessadas e a con-

tribuição dos grupos sociotécnicos são elementos indispensáveis.

Somente assim as organizações geradoras de poluentes poderão alcançar capa-

citação institucional mais elevada, melhor coordenação dos agentes e atores e,

indiscutivelmente, estabilidade econômica.

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Anexo 3 - Instrumentos e mecanismos para participação pública

A participação pública no RETP Brasil se dá por meio de procedimentos cons-

truídos e conduzidos pela gestão nacional e destinados à consulta ampla que

permita a reação e manifestação do público em geral e sua incorporação no

funcionamento e desempenho do RETP Brasil.

O processo de consulta leva em conta formatos, linguagem e tempo apropria-

dos para os diferentes públicos. São apontadas determinadas condições e situa-

ções relevantes para o mecanismo de consulta às partes interessadas.

· Deliberação e formulação de instrumentos para convocação, convite e outra forma de envolvimento e engajamento das partes interessa-das, visando (i) a análise do documento propositivo e (ii) a participa-ção pública para a definição do objetivo ou propósito esperado;

· Identificação das partes interessadas em sua máxima abrangência e representatividade técnica, econômica e social, entre outros, por:

§ agendamento de (i) evento para participação presencial ou (ii) descrição do processo de respostas de consultas à distância.

· Elaboração do convite, distribuição de instrumento de consulta, acompanhados de informações sobre o mecanismo de respondência por parte do gestor do RETP Brasil. Utilização de recursos apropria-dos para a distribuição da consulta, como, por exemplo:

§ mídias eletrônicas e não eletrônica;

§ reuniões, painéis, seminários e eventos afins;

§ e outros veículos de espectro nacional.

· Orientação do público consultado, mediante documento objetivo e claro, contendo:

§ o assunto colocado para manifestação;

§ os critérios que deverão ser levados em consideração, pelas partes interessadas, a respeito do assunto;

§ as perguntas que deverão ser respondidas e os comentários es-perados; e

§ os prazos para manifestação.

· Resposta ao público consultado, informando as questões, quantos comentários foram recebidos, como as questões foram tratadas, quais manifestações não foram atendidas e quais foram finalmente adota-das para a decisão final.

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a. Engajamento e comprometimento

O engajamento e a participação das partes interessadas poderão ter como esco-

po as ações relacionadas à tomada de decisões e à elaboração de documentos e

outros produtos informativos do RETP Brasil com elevada qualidade, relevân-

cia e pertinência. Estão previstos, entre outros, os seguintes temas para os pro-

cedimentos de envolvimento e participação pública.

· Identificação de pessoas – físicas e jurídicas – para participação de grupos sociotécnicos, a fim de participarem de discussão e contribui-ções para o aprimoramento do RETP Brasil, em geral;

· Eleição de substâncias e produtos poluentes e os respectivos limiares e padrões;

· Métodos e procedimentos específicos para medição, estimação, cál-culos, aferições e outros procedimentos relacionados às emissões e transferência de poluentes;

· Boas Práticas Laboratoriais;

· Melhores Técnicas Disponíveis;

· Normas e padrões de segurança;

· Padrões de qualidade;

· Prontidão e preparação para segurança e acidentes;

· Tecnologias ambientais relacionadas a gestão de produção, processo produtivo e produtos, sejam estes bens ou serviços.

O engajamento e a participação das partes interessadas poderão ter como esco-

po as ações relacionadas à tomada de decisão e a elaboração de documentos e

outros produtos de caráter informativo, com elevada qualidade, relevância e

pertinência, envolvendo aspectos técnico-administrativos relacionados. Encon-

tram-se, nestas condições, os temas ou tópicos citados a seguir:

· Seleção de substâncias e produtos e os respectivos limiares e pa-drões;

· Métodos e procedimentos específicos;

· Boas Práticas Laboratoriais – BPL;

· Melhores Técnicas Disponíveis;

· Normas e padrões de segurança;

· Padrões de qualidade;

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· Prontidão e preparação para segurança e acidentes;

· Tecnologias ambientais relacionadas à gestão de produção, processo produtivo e produtos, sejam estes bens ou serviços;

· Aprimoramento do sistema e definição de critérios e das ações, em seus aspectos técnico, administrativo, institucional e legal;

· Mecanismos e canais para recebimento de sugestões, comentários, análises ou opiniões relevantes para a tomada de decisões;

· Decisões, deliberações, medidas e modificações relevantes, introdu-zidas no curso de desenvolvimento do RETP Brasil;

· Fornecimento de meios e instrumentos para que todo e qualquer inte-ressado seja devidamente informado sobre as garantias e recursos le-gais de acesso à justiça, sempre que considerar que seu pedido de in-formações foi ignorado, erroneamente recusado, no todo ou em parte, ou inadequadamente atendido.

O envolvimento e o engajamento das partes interessadas dependem, basica-

mente, da disposição das pessoas para a busca de entendimentos comuns ou

convergentes.

Para isso é essencial adotar técnicas de diálogo e de agenda positiva e orientar

o foco para a formação de parcerias estratégicas transparentes e do tipo ganha-

ganha. Somente dessa maneira será possível:

· O aprimoramento do sistema e a definição de critérios e das ações, em seus aspectos técnico, administrativo, institucional e legal;

· As propostas de medidas e procedimentos referentes ao desenvolvi-mento do RETP Brasil;

· Os mecanismos e canais para recebimento de sugestões, comentários, análises ou opiniões relevantes para a tomada de decisões;

· As decisões, deliberações, medidas e modificações relevantes, intro-duzidas no curso de desenvolvimento do RETP Brasil e;

· O fornecimento de meios e instrumentos para que todo e qualquer in-teressado seja devidamente informado sobre as garantias e recursos legais de acesso à justiça, sempre que considerar que seu pedido de informações foi ignorado, erroneamente recusado, no todo ou em parte, ou inadequadamente atendido.

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b. Sensibilização e diálogo entre as partes

O processo de sensibilização das partes interessadas no RETP Brasil envolve,

fundamentalmente, iniciativas de educação, orientação para situação e gestão

de riscos derivados de emissões e transferências de poluentes, capacitação

abrangente, treinamento em técnicas específicas, reconhecimento e premiação

de organizações e atitudes diferenciadas com vistas à gestão segura de substân-

cias químicas, especialmente as tóxicas e perigosas.

As ações envolvem pessoas e requerem iniciativas para identificar e reconhecer

lideranças e outros agentes e atores relevantes capazes de propiciar e garantir a

representatividade das partes interessadas.

Para tanto, são considerados os seguintes pilares fundamentais.

· Conhecimento das pessoas, organizações, seus papéis e contribuições para a comunidade local e imagem fora da área geográfica alvo.

· Processo de registro e recuperação de informações a respeito das par-tes interessadas, que permita caracterizar os respectivos perfis, o tipo, a extensão e amplitude de influência política, estratégica, tática e operacional, do ponto de vista econômico, ambiental e social.

· Desenho de procedimentos para estabelecimento de diálogo entre as partes, de maneira a prevenir, eliminar ou reduzir conflitos e, conco-mitantemente, estabelecer as bases para a convergência de interesses.

· Contribuição das partes interessadas para o aprimoramento do RETP Brasil.

Portanto, a sensibilização se inicia com o alinhamento de interesses convergen-

tes aos princípios e fundamentos do RETP Brasil e a construção das bases para

o diálogo democrático a partir da participação e cooperação voluntária e pró-

ativa.

A abordagem das partes interessadas deve ser feita com base nos princípios

fundamentais do RETP Brasil – o acesso público livre e gratuito aos dados e in-

formações sobre emissões e transferências de poluentes para que todos compar-

tilhem da responsabilidade para a criação e manutenção de um ambiente sadio

e seguro.

Neste sentido, é importante destacar a necessidade de atendimento aos marcos

de referência que forem estabelecidos, como os mencionados a seguir.

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· Alvos e objetivos a serem alcançados.

· Consolidação dos princípios, critérios e metas do RETP Brasil e dos papéis das diferentes partes.

· Formação de parcerias e definição de responsabilidades compartilha-das.

· Educação e sensibilização, baseadas em metodologias adequadas às propostas do RETP Brasil.

· Gestão dos relacionamentos.

· Inserção das partes interessadas em grupos sociotécnicos

· Animação e mobilização continuada.

· Programas formais e não formais para sensibilização (preparação e abertura para mudanças), educação (habilidades e acumulação cogni-tivas), capacitação (incorporação de conhecimentos amplos sobre de-terminado assunto) e treinamento (aquisição de ferramentas, tecnolo-gias ou procedimentos para desempenhar habilidades técnicas ou so-lucionar problemas).

O processo de sensibilização das partes interessadas no RETP Brasil pressupõe

ações especificamente voltadas para a construção de diálogo entre os agentes e

atores.

Para isso, há considerável diversidade de bens e serviços que poderão ser dese-

nhados e implementados, abrangendo: cursos, oficinas e reuniões de trabalho

de diferentes tipos e nomenclatura; consultoria; projetos de pesquisa e desen-

volvimento para construção de relacionamentos, envolvendo agentes de negó-

cios ou de atividades e as diferentes partes interessadas que afetam ou são afe-

tadas. As características e outros atributos das iniciativas para o diálogo de

convergência são sugeridos a seguir.

Visão

·Considerar a temporalidade: ações de curto, médio e longo prazo ·Prever a qualidade ·Atuar com realismo, pluralidade e neutralidade

Propósitos

·Identificar e administrar conflitos, desentendimentos e constrangi-mentos ·Identificar diferenças e estabelecer permutações ·Conciliar e atender aos objetivos e prioridades comuns ·Construir alianças colaborativas e corresponsabilidades ·Estabelecer sinergias, interação, aprendizagem e novas idéias

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·Compartilhar objetivos e resultados comuns ·Articular convergências ·Gerar conhecimentos úteis ·Promover habilidades e competências ·Obter informações úteis para a tomada de decisões

Motivações

·Aprimoramento do modelo de gestão e prevenção de impactos ·Comunicação: divulgação, marketing institucional, promoção da Responsabilidade Socioambiental Organizacional ·Planejamento e tomada de decisões ·Governança ·Sustentabilidade tríplice econômica, ambiental e social

Espectro

·Dialogo horizontal ·Mesas de diálogo ·Diálogo setorial e transetorial ·Redes de comunicação/relacionamento ·Foro intergovernamental

Direcionado-res

·Melhoria da qualidade ambiental e reflexos (causa-e-efeito) na saú-de humana ·Melhoria do desempenho das organizações em relação aos serviços derivados de informações sobre emissões e transferência de poluen-tes ·Modelo econômico convencional e economia ecológica ·Princípios e elementos de Sustentabilidade tríplice: econômica, am-biental e social ·Elementos de conformidade e além da conformidade ·Balanço econômico-financeiro (Bottom Line) versus Resultado Fi-nal Tríplice (Triple Bottom Line) ·Crescimento versus desenvolvimento ·Gestão tradicional versus Gestão estratégica econômica e socioam-biental ·Foco no cliente/usuário versus Cadeia de valor sustentável ·Desenvolvimento local, nacional, regional ou global ·Prevenção e gestão de riscos

Objetivos

·Revisão de temas ·Avaliação de resultados ·Construção de visão/ação futura – Delphi, brainstorming, Foresight (antevisão, prospecção), Forecast (previsão), Backcasting (retroje-ção) ·Envolvimento, engajamento, compartilhamento, parcerias

Questões

·Proposta de ação/atividade ·Projeto/Programa ·Políticas ·Cenários

Abrangência ·Governança ·Formulação de política ·Definição ou validação de atividades ·Construção de convergências e gestão de divergências

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Dimensão

·Organizacional público ou privado ·Setorial e intersetorial ·Societal

Focos estra-tégicos

·Diversidade ·Compartilhamento ·Agenda propositiva positiva ·Institucionalização de cooperação

Princípios ou característi-cas

·Representatividade e legitimidade ·Sinceridade e honestidade ·Confiança e reciprocidade ·Flexibilidade, criatividade e inventividade ·Paciência, tolerância e respeito para diferenças e divergências ·Realismo, objetividade e qualidade ·Entendimento, compreensão, completude, qualidade e, onde cabí-vel, conformidade ·Materialidade ·Integração ·Abertura, transparência, responsabilidade e respondência ·Acessibilidade, confiabilidade e autenticidade ·Colaboração ·Reconhecimento e compartilhamento de benefícios ·Avaliação externa independente

Metodologia ·Definição, delimitação ou percepção da questão ou do tema envol-vidos ·Acesso ao conhecimento relevante ou estabelecimento da linha de base do conhecimento essencial ·Determinação de objetivos, alvos e metas ·Definição de indicadores tangíveis (métricos) e intangíveis (qualita-tivos) ·Desenho de estratégia para o diálogo ·Mapeamento, identificação, reconhecimento de competências, qua-lificações e contribuições ·Desenho de instrumentos e procedimentos para contato, consulta e convite ·Instrumentos para participação, envolvimento, engajamento e com-prometimento ·Identificação de objetivos, crenças, discursos, linguagem e enten-dimento de conceitos e conteúdo das mensagens ·Natureza e conteúdo dos diálogos ·Definição de amplitude e profundidade de envolvimento e partici-pação ·Construção de agenda propositiva positiva e gestão de conflitos ·Empoderamento e capacitação ·Geração de informação, modelo de consulta e realimentação ·Implementação e institucionalização ·Perenidade do diálogo ·Acompanhamento, avaliação, comunicação e realimentação

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·Sistema e processo de provimento de informações ·Mecanismos de relacionamento e comunicação ·Caracterização da tipologia de diálogo: generativo, reflexi-vo/inquisitivo, amistoso, debatedor (seg. Shamer44) ·Tipologia de eventos: pesquisa de opinião, grupos focais, audiência pública, visitação, oficina, painel, discussão de práticas/tecnologias, diálogo estratégico, articulação comunitária, ·Mecanismos de avaliação: alvos, resultados e produtividade, estru-tura e organização, operações, habilidades e conhecimento adquirido ·Relatório e divulgação

Há várias sugestões de maneiras para conceber e implementar o modelo de re-

lacionamento entre as partes interessadas, do ponto de vista das empresas, de

organizações sem fins lucrativos e das pessoas, individualmente, ou como gru-

pos e comunidades organizadas.

A discussão dos interesses comuns, envolvendo as questões no âmbito do

RETP Brasil, pode ser apoiada por artigos, relatórios, livros, normas e códigos

de conduta.

Os produtos informativos, gerados pelo Portal RETP Brasil e por outros RETPs

internacionais, bem como resultados de estudos e pesquisas derivados de in-

ventários de acesso público constituem fontes relevantes e dotadas de grande

objetividade.

Além disso, as normas e códigos voluntários de conduta constituem instrumen-

tos de padronização e harmonização comportamental usados por empresas que

pretendem conquistar reconhecimento público cada vez maior. Dentre as nor-

mas e códigos, de uso internacional, destacam-se os seguintes.

· AA1000 – norma voluntária de responsabilidade e transparência (ac-countability) que estabelece padrão de gestão da credibilidade e res-ponsabilidade organizacional e envolve contabilidade, auditoria e produção de relatório de desempenho. A inserção das partes interes-sadas é prevista em todos os passos e iniciativas, para garantir a cre-dibilidade a ser alcançada.

· SA8000 - primeira norma de certificação internacional da responsabi-lidade social. (Social AccountAbility 8000) tem como principal obje-

44 Disponível em http://generativedialogue.org/resources/05Novnews.html

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tivo os direitos dos trabalhadores, com benefícios para empresas, tra-balhadores, sindicatos, governo.

· ISO26000 – norma da série International Standard Organization – ISO, de caráter não certificável, destinada a harmonizar as diretrizes e práticas de responsabilidade social.

Sobre a ISO26000, há bastante expectativa em relação à incorporação de vários

instrumentos, tais como:

· Visão de sistema de produto (incluindo consumo e pós-consumo) do berço-à-cova e, ainda melhor, do-berço-ao-berço, também chamada de ecoefetividade, pelo reaproveitamento de resíduos (não-produtos) em pelo menos 3-4 ciclos de produção de bens e serviços;

· Participação democrática de todas as partes interessadas;

· Articulação dos agentes na cadeia de valor, também chamadas (com as devidas ressalvas) de cadeia de suprimento ou de produção e as respectivas esferas de influência;

· Definição de alvos métricos;

· Gestão de conflitos de diferenças culturais, legais, sociais e ambien-tais e como tratar a relação entre responsabilidade social e governan-ça organizacional.

· Relatório de Sustentabilidade, segundo o GRI (Global Reporting Ini-tiative), está se tornando ferramenta importante para a comunicação do desempenho das organizações – com e sem objetivo de lucro fi-nanceiro. A contribuição dos dados e informações gerados no âmbito do RETP Brasil constitui, sem dúvida, importante fator de sucesso para a Organização declarante diferenciada e a conquista de reconhe-cimento dos demais agentes e atores interessados.

· O Balanço Social é outro instrumento importante de representação do desempenho responsável da organização. Os elementos métricos, in-cluídos no Balanço Social são diretamente relacionados à quantifica-ção das emissões e transferência de resíduos de substâncias poluen-tes. É oportuno recordar que o Balanço Social compreende informa-ções publicadas e amplamente divulgadas por empresas, com conhe-cimento individualizado por todos os funcionários e funcionárias, a respeito de melhorias contínuas envolvendo aspectos sociais internos e externos.

As recomendações, de ordem genérica, são de que o diálogo entre as partes –

envolvendo dados e informações gerados pelo RETP Brasil – seja implementa-

do e conduzido a partir de abertura de canal de comunicação de dupla mão; de

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integridade de conduta e das mensagens; de demonstração efetiva de elementos

que atestem a credibilidade dos parceiros; de compartilhamento de benefícios;

de coerência na manutenção do processo de conversação entre as partes envol-

vidas; e de compreensão e entendimento da linguagem.