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N. o 246 — 23 de Outubro de 2001 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6731 Artigo 22. o Sempre que o considere necessário, o Conselho de Administração da Repartição Internacional do Trabalho apresentará à Conferência Geral um relatório sobre a aplicação da presente Convenção e examinará a opor- tunidade de inscrever na ordem de trabalhos da Con- ferência a questão da sua revisão total ou parcial. Artigo 23. o 1 — No caso de a Conferência adoptar uma nova con- venção que reveja total ou parcialmente a presente Con- venção, e salvo disposição em contrário da nova con- venção: a) A ratificação por um membro da nova conven- ção que efectuar a revisão implicará de pleno direito, não obstante o artigo 19. o , a denúncia imediata da presente Convenção, sob reserva de que a nova convenção que efectuar a revisão tenha entrado em vigor; b) A partir da data da entrada em vigor da nova convenção que efectuar a revisão, a presente Convenção deixará de estar aberta à ratificação dos membros. 2 — A presente Convenção permanecerá, contudo, em vigor na sua forma e conteúdo para os membros que a tenham ratificado e que não ratifiquem a con- venção que efectuar a revisão. Artigo 24. o As versões francesa e inglesa do texto da presente Convenção fazem igualmente fé. Resolução da Assembleia da República n. o 66/2001 Viagem do Presidente da República à Rússia e ao Reino Unido A Assembleia da República resolve, nos termos da alínea b) do artigo 163. o e do n. o 5 do artigo 166. o da Constituição, dar assentimento à viagem de carácter ofi- cial de S. Ex. a o Presidente da República à Rússia entre os dias 25 e 29 de Outubro e ao Reino Unido entre os dias 30 de Outubro e 2 de Novembro. Aprovada em 11 de Outubro de 2001. O Presidente da Assembleia da República, António de Almeida Santos. Resolução da Assembleia da República n. o 67/2001 Eleição de um membro para a Comissão Nacional de Eleições A Assembleia da República, na sua reunião plenária de 11 de Outubro de 2001, resolve, nos termos do n. o 5 do artigo 166. o da Constituição e da alínea b) do artigo 2. o da Lei n. o 71/78, de 27 de Dezembro, alterada pela Lei n. o 4/2000, de 12 de Abril, designar para fazer parte da Comissão Nacional de Eleições o cidadão Nuno Miguel da Silva Soares de Oliveira. Aprovada em 11 de Outubro de 2001. O Presidente da Assembleia da República, António de Almeida Santos. MINISTÉRIO DO EQUIPAMENTO SOCIAL Decreto-Lei n. o 280/2001 de 23 de Outubro Em nenhuma outra profissão se repercutem com tanta intensidade as mudanças de carácter tecnológico, jurí- dico, económico e político, como na profissão marítima. Tal resulta do sentido globalizante do seu exercício, da sua sujeição a apertada regulamentação e tutela inter- nacional, do elevado grau de competitividade que a envolve, factores a ter em conta e que se desenvolvem num quadro geral de exigências de segurança marítima, de salvaguarda da vida humana no mar e de preservação do meio marinho. A organização Marítima Internacional (IMO) adop- tou, em 1995, um conjunto de Emendas à Convenção Internacional sobre Normas de Formação, de Certifi- cação e de Serviço de Quartos para os Marítimos, 1978 (STCW), secundadas e reforçadas, entretanto, pela União Europeia, através da aprovação de várias direc- tivas sobre a matéria. Na área multidisciplinar da profissão marítima, as Emendas de 1995 à Convenção STCW, a que se associou a adopção do Código STCW, constituíram uma autên- tica «revolução». Partindo de uma filosofia de rigor na interpretação e aplicação, face à versão de 1978, as Emendas acarretaram a necessidade: de uma reestru- turação profunda do ensino e da formação náutica; da adopção de processos de avaliação de conhecimentos dos marítimos, prévios e condicionantes da emissão de certificados de qualificação ou de aptidão profissional ou da sua autenticação, nomeadamente, em caso de reconhecimento; da existência obrigatória de um registo de certificados, com o objectivo de garantir a sua cre- dibilidade, enquanto instrumento de prova de auten- ticidade e de prova da circulação dos marítimos; da com- partimentação das funções dos marítimos, atentos os novos parâmetros (arqueação bruta e potência propul- sora) das embarcações e da certificação correspondente; de uma acrescida exigência de qualificações e corres- pondentes certificados; de uma valoração da aptidão física a ter em conta na emissão dos certificados; da adopção de regras de qualidade e do correspondente rigor, quanto à inspecção e à disciplina global da matéria, com responsabilização contra-ordenacional dos interve- nientes — companhias e marítimos. Tudo em nome da segurança das pessoas ligadas ou em contacto com o mar e da preservação do meio marinho. Face a todo o exposto, a revisão do Regulamento da Inscrição Marítima (RIM) acabou por se impor, como consequência imediata da obrigação de introdução efec- tiva no direito interno das Emendas de 1995 à Con- venção STCW e de directivas da União Europeia rela- cionadas com a matéria, especialmente a Directiva n. o 98/35/CE, do Conselho, de 25 de Maio de 1998, relativa ao nível mínimo da formação dos marítimos, que veio alterar a Directiva n. o 94/58/CE, do Conselho, de 22 de Novembro de 1994, já transposta para o direito interno, pelo Decreto-Lei n. o 156/96, de 31 de Agosto. Acresce ainda que, em 1995, a IMO adoptou a Con- venção STCW-F para as embarcações de pesca, com os mesmos objectivos da existente para as embarcações de comércio e, não obstante não ter reunido, ainda,

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N.o 246 — 23 de Outubro de 2001 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6731

Artigo 22.o

Sempre que o considere necessário, o Conselho deAdministração da Repartição Internacional do Trabalhoapresentará à Conferência Geral um relatório sobre aaplicação da presente Convenção e examinará a opor-tunidade de inscrever na ordem de trabalhos da Con-ferência a questão da sua revisão total ou parcial.

Artigo 23.o

1 — No caso de a Conferência adoptar uma nova con-venção que reveja total ou parcialmente a presente Con-venção, e salvo disposição em contrário da nova con-venção:

a) A ratificação por um membro da nova conven-ção que efectuar a revisão implicará de plenodireito, não obstante o artigo 19.o, a denúnciaimediata da presente Convenção, sob reservade que a nova convenção que efectuar a revisãotenha entrado em vigor;

b) A partir da data da entrada em vigor da novaconvenção que efectuar a revisão, a presenteConvenção deixará de estar aberta à ratificaçãodos membros.

2 — A presente Convenção permanecerá, contudo,em vigor na sua forma e conteúdo para os membrosque a tenham ratificado e que não ratifiquem a con-venção que efectuar a revisão.

Artigo 24.o

As versões francesa e inglesa do texto da presenteConvenção fazem igualmente fé.

Resolução da Assembleia da República n.o 66/2001

Viagem do Presidente da República à Rússia e ao Reino Unido

A Assembleia da República resolve, nos termos daalínea b) do artigo 163.o e do n.o 5 do artigo 166.o daConstituição, dar assentimento à viagem de carácter ofi-cial de S. Ex.a o Presidente da República à Rússia entreos dias 25 e 29 de Outubro e ao Reino Unido entreos dias 30 de Outubro e 2 de Novembro.

Aprovada em 11 de Outubro de 2001.

O Presidente da Assembleia da República, Antóniode Almeida Santos.

Resolução da Assembleia da República n.o 67/2001

Eleição de um membro para a Comissão Nacional de Eleições

A Assembleia da República, na sua reunião plenáriade 11 de Outubro de 2001, resolve, nos termos do n.o 5do artigo 166.o da Constituição e da alínea b) doartigo 2.o da Lei n.o 71/78, de 27 de Dezembro, alteradapela Lei n.o 4/2000, de 12 de Abril, designar para fazerparte da Comissão Nacional de Eleições o cidadão NunoMiguel da Silva Soares de Oliveira.

Aprovada em 11 de Outubro de 2001.

O Presidente da Assembleia da República, Antóniode Almeida Santos.

MINISTÉRIO DO EQUIPAMENTO SOCIAL

Decreto-Lei n.o 280/2001

de 23 de Outubro

Em nenhuma outra profissão se repercutem com tantaintensidade as mudanças de carácter tecnológico, jurí-dico, económico e político, como na profissão marítima.Tal resulta do sentido globalizante do seu exercício, dasua sujeição a apertada regulamentação e tutela inter-nacional, do elevado grau de competitividade que aenvolve, factores a ter em conta e que se desenvolvemnum quadro geral de exigências de segurança marítima,de salvaguarda da vida humana no mar e de preservaçãodo meio marinho.

A organização Marítima Internacional (IMO) adop-tou, em 1995, um conjunto de Emendas à ConvençãoInternacional sobre Normas de Formação, de Certifi-cação e de Serviço de Quartos para os Marítimos, 1978(STCW), secundadas e reforçadas, entretanto, pelaUnião Europeia, através da aprovação de várias direc-tivas sobre a matéria.

Na área multidisciplinar da profissão marítima, asEmendas de 1995 à Convenção STCW, a que se associoua adopção do Código STCW, constituíram uma autên-tica «revolução». Partindo de uma filosofia de rigor nainterpretação e aplicação, face à versão de 1978, asEmendas acarretaram a necessidade: de uma reestru-turação profunda do ensino e da formação náutica; daadopção de processos de avaliação de conhecimentosdos marítimos, prévios e condicionantes da emissão decertificados de qualificação ou de aptidão profissionalou da sua autenticação, nomeadamente, em caso dereconhecimento; da existência obrigatória de um registode certificados, com o objectivo de garantir a sua cre-dibilidade, enquanto instrumento de prova de auten-ticidade e de prova da circulação dos marítimos; da com-partimentação das funções dos marítimos, atentos osnovos parâmetros (arqueação bruta e potência propul-sora) das embarcações e da certificação correspondente;de uma acrescida exigência de qualificações e corres-pondentes certificados; de uma valoração da aptidãofísica a ter em conta na emissão dos certificados; daadopção de regras de qualidade e do correspondenterigor, quanto à inspecção e à disciplina global da matéria,com responsabilização contra-ordenacional dos interve-nientes — companhias e marítimos. Tudo em nome dasegurança das pessoas ligadas ou em contacto com omar e da preservação do meio marinho.

Face a todo o exposto, a revisão do Regulamentoda Inscrição Marítima (RIM) acabou por se impor, comoconsequência imediata da obrigação de introdução efec-tiva no direito interno das Emendas de 1995 à Con-venção STCW e de directivas da União Europeia rela-cionadas com a matéria, especialmente a Directivan.o 98/35/CE, do Conselho, de 25 de Maio de 1998,relativa ao nível mínimo da formação dos marítimos,que veio alterar a Directiva n.o 94/58/CE, do Conselho,de 22 de Novembro de 1994, já transposta para o direitointerno, pelo Decreto-Lei n.o 156/96, de 31 de Agosto.

Acresce ainda que, em 1995, a IMO adoptou a Con-venção STCW-F para as embarcações de pesca, comos mesmos objectivos da existente para as embarcaçõesde comércio e, não obstante não ter reunido, ainda,

6732 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 246 — 23 de Outubro de 2001

as condições para a sua entrada em vigor, julgou-sedesde já conveniente adaptar o direito interno à suaestrutura, nomeadamente quanto às exigências de for-mação mínima, tempo de embarque e funções das cate-gorias do pessoal que tripula as embarcações de pesca,para além da compartimentação destas em critérios decomprimento, em vez de tonelagem de arqueação brutae de áreas de operação, de modo a, se e quando aqueleinstrumento vier a entrar em vigor, facilitar a introduçãodo sistema de certificação.

Preconizou-se, igualmente, uma articulação com oSistema Nacional de Certificação Profissional, cuja regu-lação se encontra estabelecida no Decreto-Lei n.o 95/92,de 23 de Maio, e no Decreto Regulamentar n.o 68/94,de 26 de Novembro, e também no Decreto-Lein.o 401/91, de 16 de Outubro, diploma que define oenquadramento da formação profissional inserida no sis-tema educativo e no mercado de emprego.

Para o efeito, procurou-se uniformizar alguns con-ceitos, designadamente ao nível da descrição das figurasprofissionais deste sector de actividade, descrição queteve por base os perfis profissionais consensualizadosno âmbito da Comissão Técnica Especializada da Mari-nha Mercante — Comércio e Pescas — e da ComissãoPermanente de Certificação.

As soluções consagradas, no presente diploma, cor-respondem à consensualização sectorial obtida e visama definição de um quadro legal adequado aos avançostecnológicos adquiridos e adaptado às novas condiçõesde contratação e gestão dos quadros dos trabalhadoresmarítimos.

Foram ouvidos os órgãos de governo próprios dasRegiões Autónomas e os órgãos representativos do sec-tor marítimo-portuário.

O projecto do presente diploma foi submetido a apre-ciação pública, através da publicação da separata n.o 4do Boletim de Trabalho e Emprego, de 31 de Maio de2001.

Assim:Nos termos da alínea a) do n.o 1 do artigo 198.o da

Constituição, o Governo decreta, para valer como leigeral da República, o seguinte:

CAPÍTULO I

Objecto e âmbito

Artigo 1.o

Objecto e âmbito

1 — O presente diploma estabelece as normas regu-ladoras da actividade profissional dos marítimos,incluindo as relativas: à sua inscrição marítima e à emis-são de cédulas marítimas; à sua aptidão física, classi-ficação, categorias e requisitos de acesso e funções adesempenhar; à sua formação e certificação, reconhe-cimento de certificados, recrutamento e regimes deembarque e de desembarque e à lotação de segurançadas embarcações.

2 — A actividade profissional dos marítimos é exer-cida a bordo das embarcações de comércio, de pesca,rebocadores, de investigação, auxiliares e outras doEstado.

CAPÍTULO II

Inscrição marítima e cédula de inscrição marítima

SECÇÃO I

Inscrição marítima

Artigo 2.o

Definição

1 — A inscrição marítima é o acto exigível aos indi-víduos de ambos os sexos que pretendam exercer, comotripulantes, as funções correspondentes às categorias dosmarítimos ou outras funções legalmente previstas.

2 — Por «função» entende-se o conjunto autónomode tarefas, competências, deveres e responsabilidadesprofissionais dos marítimos, que podem corresponderà respectiva categoria ou a categoria diferente ou constarde dispositivos legais em vigor.

Artigo 3.o

Inscritos marítimos

1 — Os indivíduos que efectuem a inscrição marítimatomam a designação de «inscritos marítimos» ou, abre-viadamente, de «marítimos».

2 — Só podem exercer a actividade profissional dosmarítimos os inscritos marítimos habilitados com as res-pectivas qualificações profissionais e detentores dos res-pectivos certificados.

Artigo 4.o

Pedido de inscrição marítima

1 — A inscrição marítima é requerida aos órgãoslocais do Sistema de Autoridade Marítima (SAM) com-petentes, devendo o requerente indicar os elementosa integrar no registo, devidamente comprovados pordocumento.

2 — Podem requerer a inscrição marítima os indivíduosmaiores de 16 anos, de nacionalidade portuguesa ou deum país membro da União Europeia, sem prejuízo dodisposto em convenções ou em outros instrumentos inter-nacionais em vigor no ordenamento jurídico nacional.

Artigo 5.o

Registo da inscrição marítima

1 — A inscrição marítima é registada pelo órgão localdo SAM que a efectuar, em livro próprio denominado«Livro de Registo da Inscrição Marítima».

2 — Os registos efectuados nos termos do númeroanterior devem ser remetidos ao Instituto Marítimo--Portuário (IMP), que elaborará e manterá actualizadoum registo central de inscritos marítimos (RECIM).

Artigo 6.o

Unicidade e transferência da inscrição

1 — A cada marítimo só pode corresponder umainscrição.

2 — É permitido ao inscrito marítimo requerer atransferência da sua inscrição para área diferentedaquela em que se encontre inscrito.

N.o 246 — 23 de Outubro de 2001 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6733

Artigo 7.o

Nulidade da inscrição

1 — A inscrição marítima é considerada nula quandoefectuada com base em falsas declarações ou em docu-mentos falsificados.

2 — São igualmente nulas as inscrições que se segui-rem à primeira inscrição, mantendo-se esta válida, desdeque efectuadas pelo mesmo marítimo.

Artigo 8.o

Suspensão da inscrição marítima

1 — A inscrição marítima é suspensa sempre que omarítimo não exerça a actividade profissional de marí-timo, pelo menos um ano, durante os últimos cinco anos.

2 — A suspensão da inscrição marítima é levantadasempre que se mostre cumprido pelos marítimos umdos seguintes pressupostos:

a) Frequência, com aproveitamento, de um cursode reciclagem aprovado;

b) Submissão a exame ou a prova de aptidão ade-quada, com aproveitamento;

c) Desempenho de função correspondente a cate-goria inferior ou embarque extralotação, emqualquer dos casos, durante um período mínimode três meses.

3 — A suspensão da inscrição do marítimo ou o seulevantamento são decretadas pelo órgão local do SAMdo porto que corresponder à inscrição do marítimo.

Artigo 9.o

Cancelamento da inscrição marítima

1 — O cancelamento da inscrição marítima tem lugar:

a) A requerimento do interessado;b) Por impossibilidade física e definitiva do marí-

timo, para o desempenho de funções a bordo.

2 — É competente para o cancelamento da inscriçãomarítima o órgão do SAM do porto que corresponderà inscrição do marítimo.

Artigo 10.o

Suspensão e cancelamento automático dos certificados dos marítimos

A suspensão ou o cancelamento da inscrição marítimaimplicam a suspensão automática, por igual período,ou o cancelamento automático dos certificados profissio-nais dos marítimos.

SECÇÃO II

Cédula de inscrição marítima

Artigo 11.o

Definição

1 — A cédula de inscrição marítima, abreviadamentedesignada «cédula», é o documento que habilita o marí-timo a exercer as funções correspondentes à categoriaou categorias nela averbadas.

2 — A cédula constitui o documento de identificaçãodo marítimo, mesmo para efeitos da Convenção n.o 108da Organização Internacional do Trabalho.

3 — A cédula não dispensa os certificados profissio-nais exigidos aos marítimos para o exercício de funçõesespecíficas a bordo.

Artigo 12.o

Emissão das cédulas

1 — Efectuadas as inscrições marítimas, devem seremitidas a favor dos marítimos inscritos as respectivascédulas.

2 — As cédulas são emitidas pelos órgãos locais doSAM dos portos a que corresponderem as inscriçõesdos marítimos.

3 — Nas cédulas são registados, por averbamento, osdados com interesse para a carreira profissional domarítimo.

4 — As alterações e as rectificações das cédulas sãoefectuadas pelas entidades competentes para a respec-tiva emissão.

5 — Os averbamentos, as alterações e as rectificaçõesdas cédulas são nulos quando efectuados com base emdocumentos falsos ou por quem não tenha competênciapara o efeito.

Artigo 13.o

Titulares das cédulas

As cédulas devem acompanhar, sempre, os respec-tivos titulares no exercício da sua actividade.

Artigo 14.o

Retenção das cédulas

1 — As cédulas podem ser retidas pelo órgão localdo SAM do porto que corresponder à inscrição do marí-timo quando:

a) Se encontrarem em estado de conservação quetorne ininteligível qualquer indicação ou aver-bamento;

b) Tiver expirado o seu prazo de validade.

2 — No caso previsto na alínea a) do número anteriordeve ser fornecida ao marítimo uma guia, válida peloprazo e nas condições nela indicada, que substituirá acédula retida.

Artigo 15.o

Renovação das cédulas

A renovação das cédulas é efectuada pelos órgãoslocais do SAM competentes para a sua emissão.

Artigo 16.o

Prazo de validade das cédulas

As cédulas são válidas por 10 anos.

CAPÍTULO III

Aptidão física e psíquica dos marítimos

Artigo 17.o

Comprovação da aptidão física e psíquica

1 — A inscrição marítima e o trabalho a bordo depen-dem da comprovada aptidão física e psíquica dosmarítimos.

6734 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 246 — 23 de Outubro de 2001

2 — A aptidão física e psíquica é comprovada porcertificado emitido por médicos com a especialidadede medicina do trabalho reconhecida pela Ordem dosMédicos, ou, na sua falta, por médicos em serviço noscentros de saúde do Serviço Nacional de Saúde.

3 — Os exames médicos e a emissão de certificadosde aptidão física e psíquica dos marítimos devem res-peitar as normas internacionais sobre a matéria em vigorno ordenamento jurídico nacional para cada um dossectores abrangidos por este diploma.

4 — Os médicos que recusarem a emissão de um cer-tificado de aptidão física e psíquica, sem prejuízo danecessária confidencialidade, são obrigados a fundamen-tar a sua decisão.

5 — O IMP deve elaborar e manter actualizada umalista dos médicos e dos serviços de saúde a que os marí-timos possam recorrer, que lhes deve ser disponibilizadapara efeitos de consulta.

Artigo 18.o

Marítimos dispensados de certificados de aptidão física e psíquica

1 — Aos marítimos que pretendam prestar serviço abordo de embarcações registadas como embarcaçõeslocais, nos termos da legislação em vigor, não é exigívela apresentação de certificados de aptidão física e psí-quica, sem prejuízo do seu estado de saúde dever serassegurado pelas companhias que explorem as referidasembarcações.

2 — Para efeitos do disposto no presente diploma edemais legislação complementar, entende-se por com-panhia o proprietário do navio, ou outra organizaçãoou pessoa, como o armador ou o afretador em casconu, que tenha assumido, perante o proprietário, a res-ponsabilidade pela exploração do navio e que, ao fazê-lo,aceita todas as obrigações e responsabilidades decor-rentes deste diploma.

3 — Em situação de comprovada necessidade, o órgãolocal do SAM do porto de embarque pode autorizaro embarque de um marítimo que não disponha de cer-tificado de aptidão física e psíquica com vista à rea-lização de uma viagem determinada.

Artigo 19.o

Validade dos certificados de aptidão física

1 — Os certificados de aptidão física e psíquica dosmarítimos são válidos por dois anos.

2 — No caso de marítimos menores de 18 anos, oude marítimos com mais de 50 anos, a validade dos cer-tificados é reduzida para um ano.

3 — Se o termo da validade de um certificado ocorrerdurante uma viagem marítima, o certificado permaneceválido até ao fim dessa viagem.

Artigo 20.o

Recurso

Da decisão do médico que recusar a emissão de umcertificado de aptidão física e psíquica cabe recurso parauma junta médica.

CAPÍTULO IV

Classificação, categorias e requisitos de acessoe funções dos marítimos

Artigo 21.o

Classificação dos marítimos

Os marítimos são classificados tendo em conta osescalões e as categorias que lhes forem atribuídas nostermos deste diploma e demais legislação complemen-tar.

Artigo 22.o

Categorias e requisitos de acesso

1 — Todos os marítimos são titulares de uma cate-goria a que corresponde um determinado conteúdofuncional.

2 — O acesso do marítimo a uma categoria dependeda satisfação dos requisitos relativos à aptidão físicae psíquica, à formação e à certificação e ao tempo deembarque ou serviços de mar.

Artigo 23.o

Funções dos marítimos

Aos marítimos compete exercer as funções corres-pondentes à sua categoria, podendo ainda exercer fun-ções respeitantes a categoria diferente que já tenhampossuído, ainda que inseridas em diferentes sectores,áreas de operação ou tipos de embarcações, desde quesatisfaçam, cumulativamente, as seguintes condições:

a) Estar essa categoria averbada na respectivacédula e o marítimo não se encontrar abrangidopelo disposto no n.o 1 do artigo 8.o destediploma;

b) Terem exercido as funções respeitantes a essacategoria pelo menos um ano, durante os últi-mos cinco anos ou satisfazerem um dos pres-supostos previstos no n.o 2 do artigo 8.o destediploma.

Artigo 24.o

Exercício de funções correspondentes a categoria diferente,em determinadas situações de excepção

1 — Em situações excepcionais e devidamente jus-tificadas, os marítimos podem ser autorizados a exercerfunções correspondentes a categoria diferente, envol-vendo áreas de operação ou actividades diferenciadas,devendo ser, previamente, informados e familiarizadoscom essas mesmas funções.

2 — Em situações de manifesta insuficiência de pes-soal, os marítimos dos escalões da mestrança e da mari-nhagem podem também ser autorizados a exercer a suaactividade indistintamente em embarcações de comércioou de pesca, desde que satisfaçam os requisitos de qua-lificação ou de certificação para a categoria ou funçõesa exercer.

3 — As autorizações referidas nos números anterioressão da competência da entidade que fixar a lotação daembarcação, devendo ter-se em conta o nível de qua-lificação e a experiência profissional dos marítimos,assim como a garantia da manutenção das condiçõesde segurança a bordo.

4 — Do despacho autorizador deve constar, expres-samente, o período de validade das autorizações con-cedidas.

N.o 246 — 23 de Outubro de 2001 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6735

CAPÍTULO V

Formação, acreditação de entidades formadorase certificação dos marítimos

Artigo 25.o

Formação profissional

1 — A formação na área da marinha mercante— comércio e pescas —, no caso do escalão dos oficiais,integra-se no sistema educativo, ao nível do ensinosuperior.

2 — No caso dos escalões da mestrança e marinha-gem, a formação na área da marinha mercante — comér-cio e pescas — integra-se no âmbito da formação pro-fissional inserida no sistema educativo ou no mercadode emprego.

3 — A formação na área da marinha mercante— comércio e pescas — deve ser adequada às quali-ficações mínimas exigidas pela Convenção STCW.

Artigo 26.o

Entidades formadoras

A formação na área da marinha mercante — comércioe pescas — pode ser ministrada por organismos públicosou por entidades do sector privado ou cooperativo, comou sem fins lucrativos, que devem assegurar o desen-volvimento da formação a partir da utilização de ins-talações, recursos humanos e técnico-pedagógicos eoutras estruturas adequadas.

Artigo 27.o

Entidade certificadora

1 — O IMP, enquanto entidade certificadora, é com-petente para certificar a aptidão profissional dos marí-timos e para homologar cursos de formação profissionalna área da marinha mercante — comércio e pescas.

2 — O IMP deve elaborar, desenvolver e divulgar ummanual de certificação que descreva os procedimentosrelativos à apresentação e à avaliação de candidaturas,à emissão dos respectivos certificados profissionais eàs condições de homologação dos cursos de formação,tendo em conta o disposto no presente diploma.

Artigo 28.o

Criação e homologação dos cursos

1 — Em conformidade com o n.o 2 do artigo 7.o doDecreto-Lei n.o 401/91, de 16 de Outubro, as orientaçõespara a elaboração e execução de programas de formaçãoinseridos no sistema educativo ou no sistema de empregodeverão ser definidas por portaria conjunta dos Minis-tros da Educação, do Trabalho e da Solidariedade edo ministro que tutele o exercício da profissão dosmarítimos.

2 — As orientações para a elaboração e execução deprogramas de formação para os oficiais da marinha mer-cante deverão ser definidas por portaria conjunta dosMinistros da Educação e do Ministro do EquipamentoSocial.

3 — Os cursos de formação profissional na área damarinha mercante — comércio e pescas — estão con-dicionados à homologação prévia pelo Instituto Marí-timo-Portuário, enquanto entidade certificadora, nostermos estabelecidos no número seguinte.

4 — Na homologação dos cursos de formação pro-fissional na área da marinha mercante — comércio epescas — o IMP deve avaliar, nomeadamente, os seguin-tes requisitos técnico-pedagógicos, a nível da formação:

a) Objectivos;b) Duração total;c) Conteúdos programáticos;d) Metodologias;e) Instalações e equipamentos;f) Curricula dos formadores, a nível técnico e

pedagógico;g) Recursos pedagógico-didácticos;h) Sistema de avaliação dos formandos;i) Critérios de selecção dos formandos.

5 — A homologação dos cursos deve adequar-se, emtermos de estrutura, de objectivos e de resultados, aosprincípios instituídos em instrumentos internacionais deque Portugal seja parte.

Artigo 29.o

Acreditação das entidades formadoras

1 — A acreditação das entidades formadoras é dacompetência do ministro que tutela o exercício da pro-fissão dos marítimos ou, conjuntamente, deste e doMinistro da Educação, quando se tratar de formaçãode nível superior.

2 — De acordo com o disposto no artigo 22.o doDecreto Regulamentar n.o 12-A/2000, de 15 de Setem-bro, e no capítulo I, n.o 2.o, da Portaria n.o 782/97, de29 de Agosto, para efeitos de acesso às verbas do FundoSocial Europeu, para financiamento da sua actividade,considera-se que as entidades se encontram devida-mente acreditadas se as mesmas forem reconhecidasnos termos do número anterior.

3 — No processo de acreditação das entidades for-madoras deve ter-se em conta, nomeadamente:

a) Os objectivos, os níveis dos cursos, os programase a sua adequabilidade aos parâmetros e exi-gências que estejam na origem da formação;

b) O número e a qualificação dos agentes for-madores;

c) As instalações, o equipamento e o materialdidáctico disponível.

Artigo 30.o

Perfil dos agentes formadores

Os intervenientes na formação dos marítimos, for-madores ou instrutores, devem possuir qualificaçãoadequada.

Artigo 31.o

Certificação dos marítimos

A certificação dos marítimos pode ser efectuada:

a) Através de certificados de formação compro-vativos de que foram atingidos os objectivosdefinidos nos programas e nas acções de for-mação;

b) Através de certificados profissionais comprova-tivos da capacidade dos marítimos para o exer-cício de determinadas funções.

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Artigo 32.o

Competência para a emissão de diplomas, de certificadosde formação e de certificados profissionais

1 — A emissão de diplomas ou de certificados de for-mação é da competência das entidades que ministraremessa mesma formação.

2 — A emissão de certificados profissionais é da com-petência do IMP, que é também competente para auto-rizar, controlar e executar os processos de avaliação dascompetências dos marítimos.

3 — Sempre que a emissão de um certificado pro-fissional dependa de prova documental, o documentocomprovativo deve ser autenticado pelo comandante daembarcação ou pela entidade competente no país ondea embarcação se encontra registada.

Artigo 33.o

Impedimento do exercício de funções

O marítimo que não esteja certificado ou cujo cer-tificado não seja o adequado não pode exercer funçõesa bordo que exijam a correspondente certificação, amenos que disponha de dispensa válida ou de provade pedido do reconhecimento ou da autenticação donecessário certificado.

Artigo 34.o

Registo de certificados

1 — O IMP organizará e manterá actualizado umregisto dos certificados profissionais, incluindo os quetenham caducado ou sido revalidados, suspensos, can-celados ou dados como perdidos ou destruídos.

2 — O registo dos certificados profissionais deve per-mitir a disponibilização da informação, aos Estados eàs companhias interessadas, sobre a autenticidade e vali-dade destes certificados.

CAPÍTULO VI

Reconhecimento de certificados

SECÇÃO I

Disposições gerais

Artigo 35.o

Certificados a reconhecer pelas autoridades nacionais

1 — Ao abrigo deste diploma podem ser reconhecidospelas autoridades nacionais:

a) Os certificados de formação e os certificadosprofissionais emitidos pelas entidades compe-tentes dos Estados-Membros da União Euro-peia e pertencentes a cidadãos nacionais dessesmesmos Estados;

b) Os certificados de competência emitidos oureconhecidos pelas entidades competentes dosEstados-Membros da União Europeia e perten-centes a cidadãos nacionais de países terceiros;

c) Os certificados profissionais emitidos pelas enti-dades competentes de países terceiros, mas per-tencentes a cidadãos nacionais;

d) Os certificados de competência emitidos pelasentidades competentes de países terceiros, per-tencentes a nacionais ou a não nacionais dessespaíses;

e) Os certificados de formação ou profissionaisemitidos pelas entidades competentes de paísesterceiros, ao abrigo de acordos celebrados emmatéria de formação e de certificação.

Artigo 36.o

Definições

Em matéria de reconhecimento de certificados, enten-de-se por:

a) Certificado — o documento emitido pela enti-dade competente de um Estado que atribui aoseu titular as qualificações profissionais neces-sárias para o exercício da actividade marítimaa bordo das embarcações de bandeira dessemesmo Estado;

b) Certificado de competência — o documento emi-tido ou autenticado por um Estado, em confor-midade com as disposições das Emendas de 1995à Convenção Internacional sobre Normas de For-mação, de Certificação e de Serviço de Quartospara os Marítimos, 1978, adiante designada porConvenção STCW, que habilita o seu titular aexercer, a bordo de uma embarcação, as funçõescorrespondentes às suas qualificações profissio-nais;

c) Qualificações profissionais — as habilitações atri-buídas em resultado de uma formação teórica,de uma formação prática ou de um estágio abordo e necessárias para o exercício da actividademarítima, ou para a atribuição de determinadacategoria de tripulante;

d) Reconhecimento — o processo destinado a con-firmar que o titular do certificado apresentadoestá apto a exercer actividade a bordo de embar-cações, podendo proceder-se à emissão dos cer-tificados correspondentes ou à autenticação doscertificados apresentados;

e) Sistema geral de reconhecimento — o processode reconhecimento de certificados abrangidospela Directiva n.o 89/48/CEE, de 21 de Dezem-bro de 1988, transposta pelo Decreto-Lein.o 289/91, de 10 de Agosto, alterado peloDecreto-Lei n.o 396/99, de 13 de Outubro, epela Directiva n.o 92/51/CEE, de 22 de Novem-bro de 1992, transposta pelo Decreto-Lein.o 242/96, de 18 de Dezembro;

f) Sistema específico de reconhecimento — o pro-cesso de reconhecimento de certificados decompetência previsto na Directiva n.o 94/58/CE,de 22 de Novembro de 1994, transposta peloDecreto-Lei n.o 156/96, de 31 de Agosto, e naDirectiva n.o 98/35/CE, de 25 de Maio de 1998,que altera a referida directiva, quando emitidosou reconhecidos por um Estado-Membro.

SECÇÃO II

Sistema geral de reconhecimento

Artigo 37.o

Certificados que atestam qualificações profissionaisa nível do ensino superior

Podem ser objecto de reconhecimento os certificadosemitidos por um Estado-Membro que atribuam aos seus

N.o 246 — 23 de Outubro de 2001 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6737

titulares formação marítima de nível superior, de dura-ção mínima de três anos, e as qualificações profissionaiscompletas para o exercício da actividade profissionala bordo das embarcações registadas nesse Estado-Mem-bro.

Artigo 38.o

Certificados que atestam qualificações profissionaisa nível do ensino secundário ou básico

Podem ser objecto de reconhecimento os certificadosemitidos por um Estado-Membro que atribuam aos seustitulares uma formação marítima de nível equivalenteao do ensino secundário ou do ensino básico do sistemaeducativo português e as qualificações profissionais com-pletas para o exercício da actividade marítima a bordodas embarcações registadas nesse Estado-Membro.

Artigo 39.o

Certificados equiparados

Podem ser objecto de reconhecimento os certificadosequiparados aos referidos nos artigos 37.o e 38.o destediploma, considerando-se certificado equiparado o quecomprova:

a) Ter o seu titular uma formação adquirida numEstado da União Europeia, reconhecida comosendo de nível equivalente pela entidade com-petente do Estado-Membro que o emitiu e queconfere, nesse Estado, os mesmos direitos aoexercício da actividade marítima, na condiçãode que os restantes Estados-Membros e aComissão Europeia tenham sido notificadosdesse reconhecimento; ou

b) Ter o seu titular exercido a actividade marítima,em embarcações de bandeira de um Estado--Membro, pelo menos, durante três anos, nocaso de qualificações profissionais a nível doensino superior, ou dois anos, no caso de qua-lificações profissionais a nível do ensino secun-dário ou básico, e obtido a formação marítimanum país terceiro, mas reconhecida por esseEstado-Membro.

SECÇÃO III

Sistema específico de reconhecimento

Artigo 40.o

Certificados de competência

1 — O reconhecimento específico destina-se a reco-nhecer o certificado de competência emitido ou reco-nhecido por um Estado-Membro e de que seja titularum nacional de um Estado-Membro ou de um paísterceiro.

2 — O reconhecimento referido no número anteriorestá sujeito, igualmente, ao processo estabelecido parao sistema geral de reconhecimento.

3 — Os certificados de competência referidos no n.o 1abrangem os certificados para o exercício das funçõesde comandante, de oficial e de operador de rádio noSistema Mundial de Socorro e Segurança Marítima(GMDSS).

SECÇÃO IV

Entidade competente e processo de reconhecimento

Artigo 41.o

Entidade competente

1 — A entidade competente para o reconhecimentode certificados, no âmbito do presente diploma, é oIMP.

2 — No caso de reconhecimento de certificados deformação, o IMP deve solicitar parecer à escola públicacompetente para a formação na área da marinha mer-cante — comércio e pescas.

3 — No reconhecimento de certificados deve ter-seem conta a legislação aplicável em matéria de recipro-cidade de tratamento, sem prejuízo do disposto na legis-lação comunitária ou do direito internacional conven-cional aplicável.

Artigo 42.o

Requerimento e processo

1 — O pedido de reconhecimento é formulado aoIMP, através de requerimento redigido em língua por-tuguesa, contendo os seguintes elementos:

a) Nome completo do requerente, sua nacionali-dade, data de nascimento e domicílio;

b) Indicação da categoria que pretende obter oudas funções a exercer;

c) Indicação dos certificados de formação e doscertificados profissionais a reconhecer,incluindo a cédula marítima ou documento equi-valente, bem como de outros certificados emi-tidos ou reconhecidos por um Estado-Membro.

2 — O requerimento deve ser acompanhado dosseguintes documentos:

a) Cópia do documento oficial de identificação dorequerente, se for entregue presencialmente, oucópia autenticada, nos restantes casos;

b) Cópia autenticada dos documentos referidos naalínea c) do número anterior, caso não sejamentregues os documentos originais ou não sejamapresentados presencialmente;

c) Cópia autenticada de documento emitido pelaentidade competente de um Estado-Membro,de origem ou de proveniência, comprovativo deque o requerente reúne as condições exigidaspor esse Estado para nele exercer a actividademarítima, e, se for caso disso, da experiênciaprofissional adquirida;

d) Cópia autenticada do certificado de aptidãofísica e psíquica.

3 — Os documentos referidos no número anteriordevem, em caso de justificada necessidade, ser acom-panhados de tradução devidamente legalizada, desig-nadamente pelos serviços notariais ou consulares.

Artigo 43.o

Análise do pedido de reconhecimento

1 — Sem prejuízo do disposto no n.o 2 do artigo 40.odeste diploma, o IMP procederá à análise do pedido,tendo em conta, nomeadamente:

a) Se o requerente tem as qualificações profissio-nais para exercer a actividade marítima no Esta-

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do-Membro que emitiu ou reconheceu o cer-tificado;

b) A experiência profissional do requerente noexercício efectivo da actividade marítima;

c) Se se mostram satisfeitos os mesmos requisitosexigidos pela legislação portuguesa, designada-mente quanto à idade, à aptidão física e temposde embarque ou de serviço no mar;

d) Se, no caso de certificados emitidos nos termose para efeitos da Convenção STCW, os mesmosforam emitidos de acordo com todas as dispo-sições aplicáveis da Convenção.

2 — No processo de análise do pedido, ao IMPcumpre:

a) Confirmar, junto das entidades competentes doEstado-Membro, a autenticidade dos documen-tos apresentados quando os mesmos suscitemdúvidas justificadas;

b) Estabelecer as regras de funcionamento e deexecução das medidas de compensação que vie-rem a ser adoptadas nos termos do artigo 48.odeste diploma;

c) Esclarecer o requerente e prestar-lhe as infor-mações relevantes de natureza técnica, laboralou social relativas ao exercício da actividademarítima.

Artigo 44.o

Decisão

A decisão dos pedidos de reconhecimento formuladospode revestir a forma de:

a) Deferimento;b) Deferimento condicionado;c) Indeferimento.

Artigo 45.o

Deferimento do pedido

1 — O deferimento do pedido confere ao requerente,para efeitos de exercício da actividade profissional abordo das embarcações nacionais, a possibilidade de:

a) Em caso de situação abrangida pelo sistemageral de reconhecimento:

Obter a inscrição marítima e a emissão dacédula marítima na categoria atribuída,com base no competente despacho do pre-sidente do IMP; e

Obter a respectiva carta, tratando-se de atri-buição de categoria do escalão dos oficiais;

b) Em caso de situação abrangida pelo sistemaespecífico de reconhecimento:

Obter a autenticação do certificado reco-nhecido;

Obter a inscrição marítima e a cédula marí-tima portuguesa, na categoria atribuída e,se for caso disso, a carta de oficial, con-forme previsto na alínea a) do númeroanterior.

2 — A cédula marítima e a carta de oficial, emitidasem resultado do reconhecimento de um certificado,

devem fazer menção do Estado-Membro que emitiu oureconheceu esse certificado.

Artigo 46.o

Autenticação dos certificados de competência

1 — Os certificados de competência reconhecidos sãoautenticados por documento de autenticação, cujomodelo consta do apêndice I ao presente diploma.

2 — O documento de autenticação produz efeitos nosexactos termos previstos no certificado de competênciareconhecido e, em qualquer caso, caduca após umperíodo de cinco anos, a contar da data da sua emissão.

Artigo 47.o

Deferimento condicionado do pedido

Nos casos de deferimento condicionado do pedido,o IMP deve exigir ao requerente a comprovação oua satisfação de uma das medidas de compensação pre-vistas no artigo seguinte, se forem constatadas diferençassignificativas na formação profissional integrada no sis-tema geral de reconhecimento, quer em termos de dura-ção, quer de conteúdo programático.

Artigo 48.o

Medidas de compensação

1 — Em casos de deferimento condicionado, o IMPpode exigir ao requerente uma das seguintes medidasde compensação:

a) Comprovação da experiência profissional;b) Prestação de uma prova de aptidão.

2 — Há lugar à comprovação da experiência profis-sional quando a formação atestada ao nível do ensinosuperior for inferior, em pelo menos um ano, à exigidaa nível nacional.

3 — A duração da experiência profissional, previstano número anterior, é igual ao dobro do período deformação em falta, e, em caso algum, superior a quatroanos.

4 — Há lugar à prestação de uma prova de aptidãoquando, ao nível do ensino secundário ou básico, severificar que:

a) As matérias compreendidas na formação sãosubstancialmente diferentes das abrangidas pelaformação exigida a nível nacional;

b) A categoria pretendida pelo requerente nãoconstitui uma categoria marítima regulamen-tada no Estado-Membro de origem ou de pro-veniência e para a qual é exigida uma formaçãoespecífica a nível nacional que inclui matériassubstancialmente diferentes das abrangidas pelocertificado apresentado.

5 — A realização das provas de aptidão é da com-petência do IMP, podendo ser delegada nas escolaspúblicas de formação na área da marinha mer-cante — comércio e pescas — ou nas escolas particularesou cooperativas acreditadas, que ministrem formação damesma natureza.

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Artigo 49.o

Indeferimento do pedido

O indeferimento do pedido só é admissível em casode manifesta inviabilidade do mesmo, devido à não satis-fação, nomeadamente, das qualificações profissionaisreferidas nos artigos 37.o, 38.o, 39.o e 40.o do presentediploma.

Artigo 50.o

Prazos para a decisão

1 — O prazo para proferir a decisão é de quatro mesescontados a partir da data da recepção do pedido.

2 — Do indeferimento cabe recurso nos termosgerais.

3 — Decorrido o prazo fixado no n.o 1 sem que tenhasido comunicada qualquer decisão, cabe recurso nos ter-mos gerais.

Artigo 51.o

Exercício provisório de funções

1 — O marítimo titular de um certificado de com-petência pode ser autorizado pelo IMP, em processode reconhecimento, e em circunstâncias especiais, adesempenhar funções correspondentes às especificadasno certificado apresentado, em embarcações que arvo-ram bandeira portuguesa, durante um período não supe-rior a três meses.

2 — A autorização prevista no número anterior nãoé aplicável às funções de operador de rádio no GMDSS,desempenhadas com carácter de exclusividade, salvo dis-posição em contrário, prevista no Regulamento deRadiocomunicações.

3 — Para efeitos do n.o 1, o IMP emitirá uma decla-ração afirmativa da pendência do processo de reconhe-cimento do certificado.

4 — O original do certificado submetido a reconhe-cimento, bem como a declaração a que se refere onúmero anterior, devem estar disponíveis a bordo daembarcação em que o titular preste serviço.

SECÇÃO V

Reconhecimento de certificados de competênciaemitidos por países terceiros

Artigo 52.o

Certificados de competência emitidos por países terceiros

O reconhecimento pelo IMP de certificados de com-petência emitidos pelas entidades competentes de paísesterceiros, que não tenham sido reconhecidos ou auten-ticados por um Estado-Membro, depende da verificaçãocumulativa das seguintes condições:

a) Ser o país terceiro Parte na Convenção STCW;b) Ter sido o país terceiro identificado pelo Comité

de Segurança Marítima da Organização Marí-tima Internacional como país que vem cum-prindo as disposições da Convenção STCW.

Artigo 53.o

Requerimento e processo

1 — O pedido de reconhecimento de um certificadode competência emitido por um país terceiro é formu-

lado através de requerimento redigido em língua por-tuguesa e deve conter os seguintes elementos:

a) O nome completo do requerente, a sua nacio-nalidade, data de nascimento e domicílio;

b) A indicação do certificado de competência areconhecer, incluindo a cédula marítima oudocumento equivalente.

2 — O requerimento deve ser acompanhado dosseguintes documentos:

a) Cópia do documento oficial de identificação dorequerente, se for entregue presencialmente, oucópia autenticada, nos restantes casos;

b) Cópia autenticada dos documentos referidos naalínea b) do número anterior;

c) Cópia autenticada do certificado de aptidãofísica e psíquica.

3 — Os documentos referidos no número anteriordevem, em caso de justificada necessidade, ser acom-panhados de tradução devidamente legalizada, desig-nadamente, pelos serviços notariais ou consulares.

Artigo 54.o

Análise do pedido de reconhecimento

1 — Ao analisar o pedido de reconhecimento o IMPdeve:

a) Confirmar a autenticidade dos certificados decompetência apresentados junto das entidadescompetentes do país terceiro, quando os mes-mos suscitem dúvidas justificadas;

b) Verificar se os requerentes possuem conheci-mentos da legislação marítima portuguesa rele-vantes para o exercício das respectivas funções,quando se tratar de certificados de competênciapara funções de nível de gestão;

c) Esclarecer o requerente e prestar as informa-ções pertinentes, de natureza técnica, laboralou social relativas ao exercício da actividademarítima em Portugal;

d) Verificar se as disposições da Convenção STCWestão a ser cumpridas pelo país terceiro, nomea-damente no que se refere a instalações e a pro-cedimentos de formação e de certificação.

2 — No decurso de um processo de reconhecimentode certificados de competência emitidos por país ter-ceiro, o IMP deve, ainda, adoptar os seguintes pro-cedimentos:

a) Notificar a Comissão Europeia dos certificadospor si reconhecidos ou que tem intenção dereconhecer;

b) Tomar as medidas adequadas ao cumprimentodas normas previstas no presente diploma.

3 — Para efeitos do processo de reconhecimento aque se refere o presente artigo, o IMP deve ter ematenção a lista dos certificados reconhecidos, emitidospelas entidades competentes de países terceiros, publi-cados no Jornal Oficial das Comunidades Europeias.

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Artigo 55.o

Decisão

1 — A decisão dos pedidos de reconhecimento poderevestir a forma de:

a) Deferimento;b) Indeferimento.

2 — O deferimento do pedido concede ao requerenteo direito à autenticação do certificado nos termos doartigo 46.o deste diploma.

3 — O indeferimento do pedido de reconhecimentosó é admissível nos seguintes casos:

a) Inobservância das condições previstas nas alí-neas a) e b) do artigo 52.o deste diploma;

b) Quando não haja confirmação, por parte daentidade competente do país terceiro, da auten-ticidade dos certificados apresentados, nasequência do respectivo pedido formulado peloIMP;

c) Quando a Comissão Europeia se tenha mani-festado desfavoravelmente sobre o reconheci-mento.

4 — À decisão aplicam-se os prazos previstos noartigo 50.o deste diploma.

Artigo 56.o

Embarque provisório

Na pendência de um processo de reconhecimento decertificados pode ser autorizado o embarque provisóriode um marítimo, de acordo com o estabelecido noartigo 51.o deste diploma.

SECÇÃO VI

Reconhecimento de certificados emitidos por países terceirosa favor de cidadãos nacionais

Artigo 57.o

Aplicação

Ao reconhecimento de certificados emitidos porpaíses terceiros a favor de cidadãos nacionais aplicam-seos artigos 37.o, 38.o e 39.o deste diploma, no âmbitodo sistema geral de reconhecimento, bem como o dis-posto nos artigos 52.o, 53.o, 54.o e 55.o, também destediploma, respeitantes ao reconhecimento de certificadosde competência.

SECÇÃO VII

Reconhecimento de certificados no âmbito de acordos bilaterais

Artigo 58.o

Âmbito e procedimentos

1 — No âmbito de acordos bilaterais, em matéria deacesso às actividades profissionais, em geral, e à pro-fissão marítima, em particular, celebrados entre oEstado Português e países terceiros, podem ser reco-nhecidos certificados emitidos pelos países signatários,a favor dos seus marítimos nacionais.

2 — Os acordos previstos no número anterior devemincluir matérias relativas à formação marítima e ao reco-

nhecimento dos estabelecimentos de ensino que asministrarem.

3 — O reconhecimento destes certificados podeabranger os certificados que se enquadrem no sistemageral de reconhecimento e os certificados de com-petência.

4 — O processo de reconhecimento deve obedecerao disposto nos artigos 41.o a 56.o deste diploma, comas necessárias adaptações e de acordo com o tipo decertificado a reconhecer.

5 — No caso de um país terceiro não cumprir as dis-posições da Convenção STCW, o reconhecimento decertificados de competência deve obedecer aos proce-dimentos constantes do apêndice II ao presente diploma.

CAPÍTULO VII

Recrutamento dos marítimos e regimes de embarquee desembarque dos marítimos

SECÇÃO I

Recrutamento de marítimos

Artigo 59.o

Definições

1 — Para efeitos do disposto no presente capítulo,entende-se por:

a) Recrutamento, o processo através do qual umacompanhia selecciona e contrata um marítimocom vista à prestação de serviços a bordo deuma embarcação.

b) Tripulante, o marítimo integrado no rol de tri-pulação de uma embarcação.

Artigo 60.o

Âmbito de recrutamento

1 — O recrutamento dos marítimos pode ser efec-tuado directamente pelas companhias ou através deagências de colocação de marítimos e, em certas cir-cunstâncias, pelos comandantes ou mestres das embar-cações.

2 — Só podem ser recrutados os marítimos habili-tados com as qualificações profissionais e detentoresdos respectivos certificados exigidos para o exercício dasfunções que lhes sejam atribuídas.

Artigo 61.o

Nacionalidade dos tripulantes

1 — Os tripulantes de embarcações nacionais devemter a nacionalidade portuguesa, ou de um país membroda União Europeia, devendo observar-se o estabelecidono direito convencional internacional quanto à igual-dade de tratamento em matéria de livre exercício dasfunções de marítimo.

2 — O tripulante investido em funções de comandodeve ter a nacionalidade portuguesa, salvo nos casosdevidamente autorizados pelo IMP e fundamentadosem razões de carência de mão-de-obra no sector.

3 — Sem prejuízo do disposto no número anterior,o recurso a tripulantes nacionais de países terceiroscarece igualmente de autorização do IMP e efectua-senas condições estabelecidas na regulamentação apli-cável.

N.o 246 — 23 de Outubro de 2001 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6741

4 — Os contratos de trabalho celebrados com tripu-lantes estrangeiros estão sujeitos a forma escrita, a depó-sito, a comunicação e às demais formalidades constantesda Lei n.o 20/98, de 12 de Maio, e ainda às disposiçõesprevistas no regime jurídico do contrato individual detrabalho a bordo das embarcações.

SECÇÃO II

Embarque e desembarque

Artigo 62.o

Definição

1 — Por embarque entende-se o processo destinadoà inscrição dos marítimos no rol de tripulação de umaembarcação.

2 — Por desembarque entende-se a desvinculaçãotemporária ou definitiva de um tripulante do rol de tri-pulação e do consequente serviço a bordo de umaembarcação.

Artigo 63.o

Embarque de marítimos

Só é permitido o embarque a marítimos que sejamtitulares dos necessários documentos para embarque.

Artigo 64.o

Embarque de indivíduos não marítimos

1 — O embarque de indivíduos não marítimos, neces-sários à exploração comercial ou à operacionalidade deum navio, não carece de licença prévia, estando apenascondicionado pelo número máximo de pessoas quepodem embarcar.

2 — Os indivíduos não marítimos embarcados nãopodem exercer a bordo funções que preencham o con-teúdo funcional específico de qualquer das categoriasde marítimos.

3 — O embarque de estagiários ou de formandosobedece ao disposto no n.o 1.

Artigo 65.o

Rol de tripulação

1 — O rol de tripulação é a relação nominal dos marí-timos que constituem a tripulação de uma embarcação.

2 — Do rol de tripulação devem constar, em númeroe qualificação, pelo menos, os tripulantes especificadosno certificado de lotação de segurança da embarcação.

3 — As embarcações não podem ser utilizadas, salvonos casos previstos neste diploma, sem que exista abordo o rol de tripulação.

4 — Os documentos relativos aos tripulantes embar-cados devem estar disponíveis a bordo, para efeitos deeventual controlo pelas autoridades competentes.

5 — O rol de tripulação é válido por uma ou váriasviagens ou pelo prazo que nele for indicado, o qualnunca será superior a um ano.

Artigo 66.o

Responsabilidade em matéria de recrutamento,de embarque e de desembarque

1 — A companhia, o comandante, o mestre ou arraisda embarcação e os restantes marítimos são responsáveis

pelo não cumprimento das disposições aplicáveis aorecrutamento, ao embarque e ao desembarque dos marí-timos, nomeadamente quanto às exigências relativas àidade, à aptidão física, às qualificações e à titularidadedos certificados profissionais dos marítimos previstaspara o desempenho de funções a bordo.

2 — A companhia, o comandante, o mestre ou arraissão ainda responsáveis pela inexistência ou indisponi-bilidade a bordo dos documentos e dos certificados exi-gíveis aos marítimos que façam parte do rol da tripu-lação, para efeitos de eventual controlo e inspecção.

3 — O comandante, o mestre ou arrais da embarcaçãosão considerados representantes legais da companhia,em relação a actos de gestão ordinária ou extraordináriaque devam assumir relativamente à tripulação daembarcação.

SECÇÃO III

Disposições especiais para certas embarcações

Artigo 67.o

Recrutamento, nacionalidade e rol de tripulação

O recrutamento dos tripulantes, a sua nacionalidadee o rol de tripulação são objecto de legislação especial,no caso de embarcações que:

a) Estejam integradas em serviços do Estado;b) Estejam registadas no tráfego local de pas-

sageiros;c) Exerçam a actividade de pesca, em águas sob

jurisdição de países terceiros, através de dife-rentes formas de cooperação, seja em regimede empresas de capital misto com sede em Por-tugal, seja no âmbito de associações temporáriasde empresas, seja no âmbito de acordos cele-brados pela União Europeia com países tercei-ros ou sob outras formas de cooperação;

d) Estejam adstritas a obras portuárias;e) Exerçam a actividade marítimo-turística.

CAPÍTULO VIII

Lotação das embarcações

Artigo 68.o

Lotação de segurança

1 — Por lotação de segurança entende-se o númeromínimo de tripulantes fixado para cada embarcação,com o objectivo de garantir a segurança da navegação,da embarcação, das pessoas embarcadas, das cargas ecapturas e a protecção do meio marinho.

2 — As embarcações não podem navegar sem ter abordo a tripulação que constitui a sua lotação de segu-rança e que consta do respectivo certificado de lotação,do qual deve constar também o número máximo depessoas que podem estar a bordo com a embarcaçãoa navegar.

3 — As embarcações nacionais, com excepção daspertencentes à Marinha, ou a forças e a serviços desegurança interna e a outros órgãos do Estado, comatribuições de fiscalização marítima, e das embarcaçõesde recreio, estão sujeitas ao processo de fixação da lota-ção de segurança previsto neste diploma.

6742 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 246 — 23 de Outubro de 2001

Artigo 69.o

Instrumentos a ter em conta na fixação da lotação

Na fixação da lotação devem ter-se em conta os ins-trumentos em vigor, no âmbito da Organização Inter-nacional do Trabalho (OIT), da Organização MarítimaInternacional (IMO), da União Europeia (UE), daUnião Internacional das Telecomunicações (UIT) e daOrganização Mundial de Saúde (OMS), designada-mente em matéria de:

a) Serviço de quartos;b) Horas de trabalho a bordo ou horas de descanso

regulamentares e convencionais;c) Gestão de segurança;d) Certificação de marítimos;e) Formação de marítimos;f) Segurança e saúde no trabalho;g) Alojamentos da tripulação.

Artigo 70.o

Competência para a fixação da lotação e emissãodo respectivo certificado

1 — Ao IMP compete fixar a lotação de segurançae emitir os respectivo certificados das seguintes embar-cações:

a) Embarcações de comércio de longo curso, decabotagem e de navegação costeira nacional einternacional;

b) Rebocadores e embarcações auxiliares, do altoe costeiras;

c) Embarcações de pesca, do largo e costeiras;d) Embarcações marítimo-turísticas, do alto e cos-

teiras;e) Embarcações de passageiros do tráfego local;f) Embarcações de investigação científica, oceâ-

nica e costeira.

2 — Compete igualmente ao IMP emitir os certifi-cados provisórios de lotação das embarcações de ban-deira de país comunitário ou de terceiro país destinadasa arvorar pavilhão nacional.

3 — Ao IMP compete ainda determinar a lotação dasembarcações em final de construção, para efeitos deprovas de mar.

4 — Ao órgão local do SAM do porto de registo dasembarcações compete fixar a lotação de segurança eemitir o respectivo certificado das embarcações nãoabrangidas nos números anteriores.

5 — A fixação da lotação de segurança e a emissãodo respectivo certificado das embarcações que operemno transporte de passageiros e mercadorias entre portosde cada Região Autónoma compete aos respectivosórgãos regionais.

Artigo 71.o

Certificado de lotação de segurança

1 — O certificado de lotação de segurança é o docu-mento comprovativo da lotação fixada para determinadaembarcação.

2 — É obrigatória a existência a bordo do certificadode lotação de segurança.

Artigo 72.o

Viagem com lotação diferente da fixada

1 — Sem prejuízo do disposto no n.o 2 do artigo 68.odeste diploma, a entidade que emitiu o certificado delotação ou o órgão local do SAM do porto onde a embar-cação se encontre pode autorizar que essa embarcaçãoopere com lotação diferente à fixada, em certas cir-cunstâncias e desde que garantidas as respectivas con-dições de segurança.

2 — Da autorização deve constar, obrigatoriamente,o número de viagens que a embarcação pode realizarnas condições referidas no número anterior.

3 — As embarcações não podem navegar com excessode lotação, em desrespeito das normas relativas ao rolda tripulação e ao limite máximo permitido pelos meiosde salvação existentes a bordo.

Artigo 73.o

Revisão das lotações

As lotações fixadas devem ser revistas sempre quese alterarem as condições que fundamentaram a suafixação.

Artigo 74.o

Recursos

1 — Da decisão que fixe a lotação de segurança caberecurso nos termos da lei geral.

2 — A decisão que houver de ser proferida em sedede recurso é precedida, obrigatoriamente, da audiçãode uma comissão paritária, para o efeito constituída,da qual farão parte representantes dos armadores e dosmarítimos.

3 — A composição e o modo de funcionamento dacomissão são definidos por despacho do Ministro do Equi-pamento Social.

CAPÍTULO IX

Responsabilidade contra-ordenacional

Artigo 75.o

Contra-ordenações laborais

1 — Constitui contra-ordenação laboral muito gravea ocupação de menores com idade inferior a 16 anosno exercício de funções próprias da profissão de marí-timo.

2 — Constitui contra-ordenação laboral grave:

a) O exercício da profissão de marítimo por quemnão seja inscrito marítimo;

b) O exercício por inscritos marítimos de funçõespara as quais não estejam autorizados.

3 — Constitui contra-ordenação laboral leve:

a) A inscrição marítima simultânea em mais deum órgão local do SAM;

b) O exercício de actividade por inscrito marítimosem estar munido dos certificados legalmenteexigíveis ou de cédula actualizada.

N.o 246 — 23 de Outubro de 2001 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6743

4 — Quando ocorram as contra-ordenações previstasno n.o 2 e na alínea b) do número anterior, para alémdo respectivo autor material, serão punidos o armadorda embarcação e o marítimo que detenha o seucomando, salvo se a conduta tiver sido praticada contrainstruções expressas destes.

5 — As coimas aplicáveis ao autor material e ao marí-timo que comanda a embarcação nos termos do númeroanterior são as correspondentes às infracções aos regi-mes jurídicos do serviço doméstico e do contrato indi-vidual de trabalho a bordo das embarcaçõcs de pesca.

6 — A negligência é sempre punível.

Artigo 76.o

Regime aplicável

Às contra-ordenações referidas no artigo anterior éaplicável o regime geral das contra-ordenações laborais,as normas da legislação do trabalho que as prevejame, subsidiariamente, o regime geral das contra-orde-nações.

Artigo 77.o

Destino das coimas

O montante das coimas resultantes de contra-orde-nações laborais reverte a favor das entidades previstasno artigo 15.o da Lei n.o 116/99, de 4 de Agosto.

Artigo 78.o

Processamento das contra-ordenações laborais e aplicação das coimas

1 — O processamento das contra-ordenações labo-rais, previstas no artigo 75.o deste diploma, competeao Instituto de Desenvolvimento e Inspecção das Con-dições de Trabalho (IDICT).

2 — Tem competência para aplicação das coimas cor-respondentes às contra-ordenações laborais previstasneste diploma o inspector-geral do Trabalho, que poderádelegá-la nos delegados ou subdelegados do IDICT.

Artigo 79.o

Contra-ordenações em matéria de lotação das embarcações

1 — O não cumprimento da lotação fixada, salvo noscasos previstos nos n.o 1 e 2 do artigo 72.o, em violaçãodo disposto no n.o 2 do artigo 68.o, ambos deste diploma,faz incorrer a companhia e o responsável pelo governoda embarcação em infracção contra-ordenacional, puní-vel com coima no montante mínimo de E 249,40 emáximo de E 3740,98 (50 000$ a 750 000$).

2 — O embarque de tripulantes ou de não tripulantes,para além dos limites fixados (excesso de lotação) emviolação do disposto do n.o 3 do artigo 72.o destediploma, ou que não satisfaçam as normas previstas noartigo 69.o, também deste diploma, faz incorrer a com-panhia e o responsável pelo governo da embarcaçãoem infracção contra-ordenacional punível com coimano montante mínimo de E 124,70 e máximo deE 2493,99 (25 000$ a 500 000$).

3 — A falta, a bordo, do certificado de lotação desegurança, em violação do disposto no n.o 2 doartigo 71.o deste diploma, faz incorrer a companhia e

o responsável pelo governo da embarcação em infracçãocontra-ordenacional punível com coima no montantemínimo de E 124,70 e máximo de E 1246,99 (25 000$a 250 000$).

4 — Os montantes máximos das coimas, quando apli-cáveis a pessoas colectivas, são elevados para o triplo,nos casos dos n.os 1 e 2, e para o dobro, nos casosdo n.o 3.

5 — A negligência é sempre punível.

Artigo 80.o

Processamento das contra-ordenações previstas no artigo anteriore aplicação das coimas

1 — O processamento das contra-ordenações previs-tas no artigo anterior compete:

a) Ao órgão local do SAM na área onde ocorrao facto ilícito;

b) Ao órgão local do SAM do primeiro porto emque a embarcação dê entrada.

2 — A aplicação das coimas correspondentes às con-tra-ordenações previstas no artigo anterior é da com-petência do órgão local do SAM que proceder à ins-trução do respectivo processo contra-ordenacional.

Artigo 81.o

Destino das coimas

O montante das coimas resultantes das contra-orde-nações previstas no artigo 79.o deste diploma reverteem 60% para o Estado e em 40% para a entidade queaplicar a coima.

Artigo 82.o

Regime aplicável

Às contra-ordenações a que se refere o artigo 79.odeste diploma é aplicável, subsidiariamente, o regimeprevisto no Decreto-Lei n.o 433/82, de 27 de Outubro,alterado e republicado pelo Decreto-Lei n.o 244/95, de14 de Setembro.

CAPÍTULO X

Disposições transitórias e finais

Artigo 83.o

Taxas

Em resultado da execução do presente diplomapodem ser cobradas taxas nos termos previstos noDecreto-Lei n.o 98/2001, de 28 de Março.

Artigo 84.o

Validade de documentos emitidos ao abrigo de legislação anterior

Os documentos emitidos ao abrigo da legislação ante-rior, designadamente os certificados de formação e oscertificados profissionais dos marítimos, mantêm a suavalidade, nos termos em que foram emitidos.

6744 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 246 — 23 de Outubro de 2001

Artigo 85.o

Regulamentação

As disposições regulamentares respeitantes à inscri-ção marítima e à emissão da cédula de inscrição marí-tima, à aptidão física e psíquica dos marítimos, à clas-sificação, categorias, funções e requisitos de acesso àsmesmas, à formação e à certificação dos marítimos, aorecrutamento, embarque e desembarque dos marítimose à fixação da lotação de segurança das embarcaçõesnacionais constam, respectivamente, dos regulamentosdos anexos I, II, III, IV, V e VI ao presente diploma, delefazendo parte integrante.

Artigo 86.o

Legislação revogada

São revogados o Decreto-Lei n.o 104/89, de 6 de Abril,o Decreto-Lei n.o 355/93, de 9 de Outubro, bem comoos diplomas que os regulamentaram, e as disposiçõesainda vigentes do Decreto n.o 45 969, de 15 de Outubrode 1964.

Artigo 87.o

Entrada em vigor

O presente diploma entra em vigor 30 dias a contarda data da sua publicação.

Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 2de Agosto de 2001. — António Manuel de Oliveira Guter-res — Rui Eduardo Ferreira Rodrigues Pena — José Antó-nio Fonseca Vieira da Silva — Luís Manuel CapoulasSantos — Júlio Domingos Pedrosa da Luz deJesus — António Fernando Correia de Campos — PauloJosé Fernandes Pedroso.

Promulgado em 24 de Setembro de 2001.

Publique-se.

O Presidente da República, JORGE SAMPAIO.

Referendado em 27 de Setembro de 2001.

O Primeiro-Ministro, António Manuel de OliveiraGuterres.

ANEXO I

Regulamento relativo à inscrição marítima e emissãoda cédula de inscrição marítima

SECÇÃO I

Inscrição marítima

Artigo 1.o

Documentos

O requerimento a apresentar ao órgão local do sis-tema da autoridade marítima (SAM) do porto, paraefeitos de inscrição marítima, deve conter os elementosde identificação do requerente, designadamente o nome,a filiação, a data de nascimento, a naturalidade e a resi-dência, bem como a categoria a inscrever, e ser acom-panhado de:

a) Duas fotografias actualizadas, a cores;b) Fotocópia do bilhete de identidade;c) Autorização, do pai, da mãe ou do tutor, com

assinatura notarialmente reconhecida, quandofor maior de 16 anos e menor de 18;

d) Documento ou documentos comprovativos dahabilitação exigida para a categoria pretendida;

e) Certificado comprovativo de aptidão física e psí-quica para o exercício da profissão marítima;

f) Fotocópia do boletim individual de saúde, doqual conste a vacina contra o tétano e demaisvacinas exigidas pelas disposições em vigor;

g) Certificado comprovativo da formação ou dosconhecimentos relativos à segurança e sobre-vivência no mar.

Artigo 2.o

Registo da inscrição marítima

1 — O Livro de Registo da Inscrição Marítima deveconter, relativamente a cada marítimo, os seguinteselementos:

a) Relativos à inscrição:

Número e data de inscrição;Número da cédula de inscrição marítima;Nome, filiação, data de nascimento, natura-

lidade e residência;Fotografia;Habilitações literárias e ou profissionais;Categoria de ingresso;Indicação dos documentos apresentados;Assinatura do interessado;

b) Posteriores à inscrição e por averbamento:

Outras categorias adquiridas;Cartas, diplomas e certificados relacionados

com a actividade profissional marítima;Embarques e desembarques;Incidências (transferência, suspensão e can-

celamento) na inscrição marítima;Renovação da cédula de inscrição marítima

e número respectivo.

2 — Os embarques e desembarques relativos a embar-cações de tráfego local, da pesca local, dos rebocadorese das embarcações auxiliares locais não são averbadosno Livro referido no n.o 1, sendo apenas sujeitos a ano-tação pelos órgãos locais do SAM.

Artigo 3.o

Transferência da inscrição

1 — O pedido de transferência da inscrição de ummarítimo, de uma área para outra, é dirigido ao órgãolocal do SAM do porto para onde o marítimo pretendatransferir o seu registo de inscrição.

2 — O órgão local do SAM competente para autorizara transferência do registo deve:

a) Solicitar a transferência do processo de inscriçãodo marítimo;

b) Efectuar o novo registo da inscrição do marí-timo.

Artigo 4.o

Movimento de inscrições marítimas

1 — Para efeitos de elaboração e de actualização doRegisto Central de Inscritos Marítimos (RECIM), osórgãos locais do SAM devem comunicar, mensalmente,ao Instituto Marítimo-Portuário (IMP), o movimentode inscrições marítimas.

N.o 246 — 23 de Outubro de 2001 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6745

2 — O movimento de inscrições marítimas com-preende a inscrição, o número de cédula atribuído, asmudanças de categoria, a transferência, a suspensão,o cancelamento da inscrição e a renovação da cédulade inscrição marítima.

SECÇÃO II

Cédula de inscrição marítima

Artigo 5.o

Emissão da cédula de inscrição marítima

1 — Com base na inscrição efectuada, o órgão localdo SAM emite, a favor do inscrito, a cédula de inscriçãomarítima, abreviadamente designada «cédula».

2 — A cédula é assinada pelo órgão local do SAMdo porto onde se encontra registada a inscrição do marí-timo, que rubricará, igualmente, todas as folhas.

3 — A assinatura referida no número anterior deveser autenticada com o selo branco da entidade emitente,o qual será igualmente aposto na fotografia do marítimo.

4 — As rubricas podem ser efectuadas por chancela.5 — Eventuais rasuras efectuadas nas cédulas devem

ser datadas e autenticadas com a rubrica autografadado órgão local do SAM e com o selo branco da entidadeemitente.

6 — As cédulas não podem conter rasuras nos ele-mentos de identificação do marítimo e nos averbamen-tos das categorias do titular.

Artigo 6.o

Identificação e modelo da cédula

1 — A cédula é identificada pela combinação per-furada de uma letra e um número composto por seisalgarismos.

2 — A página com os elementos de identificação dotitular é protegida pela aposição de película plastificada.

3 — O modelo da cédula consta do anexo ao presenteregulamento e dele faz parte integrante.

Artigo 7.o

Averbamentos, alterações e rectificações

1 — Os averbamentos nas cédulas destinam-se a regis-tar os dados de natureza profissional, constantes doregisto de inscrição marítima, com interesse para odesenvolvimento da carreira profissional dos marítimos,designadamente os que implicam alteração de categoria,os embarques e os desembarques.

2 — Não são permitidos nas cédulas averbamentosde natureza disciplinar ou penal ou referentes à qua-lidade de trabalho dos marítimos titulares.

3 — Sem prejuízo do disposto nos números seguintes,os averbamentos nas cédulas são efectuados pelos órgãoslocais do SAM competentes para a emissão das res-pectivas cédulas, devendo os mesmos ser datados e rubri-cados por essas autoridades.

4 — Os averbamentos nas cédulas respeitantes amudanças de categoria dos oficiais e a comprovaçãode que a cédula constitui documento de identificaçãodo marítimo são efectuados, datados e rubricados pelopresidente do IMP e as rubricas autenticadas com oselo branco do referido organismo.

5 — Os averbamentos nas cédulas, de embarques ede desembarques, com excepção dos verificados nasembarcações de tráfego local, são efectuados, datadose rubricados pelo comandante, ou pelo mestre ou arraisda embarcação e as rubricas autenticadas com o carimboda embarcação.

6 — Os averbamentos não efectuados pelos órgãoslocais do SAM devem ser prontamente comunicadosa estes, para efeitos de registo no processo de inscrição.

Artigo 8.o

Renovação da cédula

1 — A renovação de uma cédula é efectuada a reque-rimento do marítimo titular, nos seguintes casos:

a) Fim do prazo de validade;b) Preenchimento completo de todas as folhas des-

tinadas a averbamentos;c) Deterioração;d) Perda, furto ou extravio declarados pelo seu

titular.

2 — Nos casos das alíneas a), b) e c) do número ante-rior, o requerimento deve ser acompanhado da cédulaa renovar.

3 — A cédula considera-se deteriorada quando osaverbamentos, as inscrições e as rectificações se tornamilegíveis, pondo em causa a comprovação da situaçãopessoal e profissional do marítimo.

4 — A substituição de uma cédula deteriorada podeser determinada pela autoridade marítima que procedeuà sua emissão, logo que desse facto tenha conhecimentodirecto ou o mesmo lhe seja transmitido por órgãosou agentes da autoridade pública.

5 — Nos casos da alínea d) do n.o 1, o requerentedeve apresentar declaração confirmativa da veracidadeda situação, comprometendo-se a não utilizar a cédulasubstituída, caso venha a recuperá-la.

6 — A renovação da cédula obriga à actualização dafotografia do marítimo, devendo a nova cédula contera indicação do motivo da sua emissão, o número e adata de todos os elementos constantes da cédula ante-rior, assim como os averbamentos respeitantes aos últi-mos cinco embarques e desembarques.

7 — A cédula substituída deve ser devolvida ao titularcom a indicação de «sem validade».

Artigo 9.o

A cédula como documento de identificação do marítimo

1 — A cédula pode constituir documento de iden-tificação do marítimo, para efeitos da Convenção n.o 108da Organização Internacional do Trabalho, relativa aosdocumentos de identificação dos marítimos, 1958, desdeque o seu titular o requeira ao presidente do IMP.

2 — A cédula dispõe de espaços adequados a ser uti-lizados pelas entidades estrangeiras, em conformidadecom as disposições e os objectivos da Convenção referidano número anterior.

Artigo 10.o

Disposições transitórias

1 — O novo modelo de cédula passa a ser emitidoseis meses após a data de publicação do presentediploma.

6746 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 246 — 23 de Outubro de 2001

2 — As cédulas existentes à data da publicação destediploma devem ser substituídas pelo modelo agora adop-tado, no prazo de três anos e meio, contados a partirda data de publicação deste diploma.

Modelo a que se refere o artigo 6.o

Capa semi-rígida de cor azul

N.o 246 — 23 de Outubro de 2001 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6747

6748 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 246 — 23 de Outubro de 2001

N.o 246 — 23 de Outubro de 2001 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6749

6750 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 246 — 23 de Outubro de 2001

ANEXO II

Regulamento relativo à aptidão física e psíquica dos marítimos

Artigo 1.o

Aptidão física e psíquica

1 — Os candidatos à inscrição marítima e os marí-timos que pretendam integrar o rol da tripulação deuma embarcação são obrigados a comprovar a sua apti-dão física e psíquica para o trabalho a bordo.

2 — Os candidatos às escolas de formação na áreada marinha mercante — comércio e pescas — devem

ser devidamente esclarecidos sobre os factores de natu-reza física ou psíquica, susceptíveis de impedir o exer-cício futuro do trabalho a bordo.

Artigo 2.o

Exames médicos

1 — A comprovação da aptidão física e psíquica aque se refere o n.o 1 do artigo anterior decorre da apre-sentação pelos interessados do respectivo certificado deaptidão física e psíquica emitido por médicos com aespecialidade de medicina do trabalho.

2 — Para efeitos do presente diploma considera-se:

a) Médico do trabalho — o licenciado em medi-cina com especialidade de medicina do trabalhoreconhecida pela Ordem dos Médicos ou omédico a quem seja reconhecida, nos termosda lei, idoneidade técnica para o exercício defunções no âmbito desta especialidade;

b) Serviço de saúde — a entidade prestadora deserviços de saúde que disponha de médicos dotrabalho.

Artigo 3.o

Tipos de exames

Os exames médicos a efectuar aos interessados recon-duzem-se aos seguintes tipos:

a) Exames de admissão — os exames efectuadosaos indivíduos que pretendam fazer a sua ins-crição como marítimos;

b) Exames periódicos — os exames anuais efectua-dos aos marítimos menores de dezoito anos oucom mais de cinquenta anos e os bianuais efec-tuados aos restantes marítimos, tendo em vistaavaliar a sua aptidão física e psíquica para oexercício da actividade profissional;

c) Exames ocasionais — os exames efectuados aosmarítimos, após uma ausência ao trabalho supe-rior a 30 dias, por motivo de acidente ou dedoença, ou evacuados de uma embarcação porrazões de saúde, tendo em vista o seu regressoà actividade profissional.

Artigo 4.o

Critérios gerais a observar nos exames médicos dos marítimos

1 — Os exames de admissão devem ser efectuadosde acordo com o disposto na tabela geral de inaptidãoe de incapacidades restritivas do acesso à profissãomarítima.

2 — Enquanto não for publicada a tabela geral, pre-vista no número anterior, devem observar-se as regrasda tabela que consta dos anexos a este regulamento.

3 — Nos exames periódicos e ocasionais a efectuaraos marítimos, os médicos devem ter em conta, nomea-damente:

a) O guia de doenças e incapacidades susceptíveisde constituir restrições ao exercício da activi-dade profissional marítima, que consta dos ane-xos ao presente regulamento;

b) Os antecedentes clínicos dos marítimos;c) O tipo ou a natureza do exame;

N.o 246 — 23 de Outubro de 2001 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6751

d) A idade dos marítimos;e) A natureza das funções que os marítimos vão

desempenhar a bordo e o sector da embarcação,convés ou máquinas onde as vão exercer;

f) O tipo, a actividade e a área de navegação daembarcação onde os marítimos exercem a suaactividade profissional.

4 — Da avaliação do médico examinador deve resul-tar a convicção de que o candidato à inscrição marítimaou o marítimo não sofre de afecção física ou psíquicaque possa ser agravada pelo trabalho a bordo ou queseja susceptível de constituir perigo para a saúde dasoutras pessoas embarcadas, ou possa colocar em riscoa segurança a bordo.

Artigo 5.o

Ficha clínica do marítimo

1 — Os antecedentes ou o historial médico-sanitário,as observações clínicas e os resultados dos exames médi-cos efectuados aos candidatos à inscrição marítima ouaos marítimos, incluindo, se necessário, a acuidade visuale auditiva, e ainda o recurso a meios de diagnóstico,devem ser anotados em ficha clínica.

2 — O conteúdo da ficha clínica está sujeito ao regimede segredo profissional.

Artigo 6.o

Emissão e recusa do certificado de aptidão física e psíquica

1 — Os médicos emitem ou recusam os certificadosde aptidão física e psíquica em função dos diagnósticose dos resultados dos exames realizados.

2 — O certificado de aptidão física e psíquica emitidopara efeitos de exame de admissão pode ser utilizadocomo documento de embarque, enquanto estiver noprazo de validade.

3 — Do certificado de aptidão física e psíquica deveconstar, obrigatoriamente, que:

a) O marítimo não sofre de qualquer afecção físicaou psíquica susceptível de ser agravada pelo tra-balho a bordo ou de o tornar incapaz para omesmo, nem de acarretar perigo ou risco paraa saúde dos outros tripulantes e pessoas embar-cadas;

b) A audição e a visão do marítimo, incluindo asua percepção das cores, são satisfatórias,mesmo para serviços a prestar no convés daembarcação.

4 — O modelo do certificado de aptidão física e psí-quica que consta dos anexos ao presente regulamento.

Tabela a que se refere o n.o 2 do artigo 4.o deste regulamento

Doenças e deformidades que implicam inaptidãopara a inscrição marítima

I

Constituição geral

1) Falta de robustez, caracterizada por notória insu-ficiência física, incompatível com os serviços a desem-penhar.

2) Altura dentro dos limites incompatíveis com osserviços a desempenhar.

3) Adiposidade excessiva e susceptível de prejudicaros serviços a desempenhar.

II

Deformidades congénitas ou adquiridas e afecções osteoarticulares

4) Perdas de ossos ou segmentos de ossos, desviose deformidades do esqueleto, disposições anormais ouatípicas de qualquer parte dos membros e retracçõestendinosas de qualquer natureza e que prejudiquem asfunções em grau incompatível com o serviço a desem-penhar.

5) Alterações ou afecções ósseas ou osteoarticulares,agudas ou crónicas que provoquem apreciável déficefuncional em relação ao serviço a desempenhar.

6) Atresias, ectopias, mutilações, hipertrofias ou faltade órgãos e seus anexos, podendo causar mau aspectoou défice incompatível com os serviços a desempenhar.

III

Doenças comuns a diversos órgãos e aparelhos

7) Hérnias, tumores ou quistos de qualquer naturezaque promovam défice funcional ou causem mau aspectoincompatível com os serviços a desempenhar.

8) Quaisquer processos inflamatórios, agudos ou cró-nicos, bem como disfunções que possam comprometeros serviços a desempenhar.

9) Corpos estranhos alojados em qualquer parte doorganismo, podendo dar mau aspecto ou causar per-turbações funcionais incompatíveis com os serviços adesempenhar.

IV

Intoxicações e disfunções endócrinas, avitaminoses,alergias e anafilaxias

10) Quaisquer intoxicações exógenas susceptíveis decomprometer as funções orgânicas.

11) Intoxicações endógenas ou de origem endócrina,bem como avitaminoses e estados alérgicos insuscep-tíveis de tratamento adequado e que provoquem déficefuncional incompatível com os serviços a desempenhar.

V

Doenças infecto-contagiosas e parasitárias

12) Lepra e tuberculose, ainda que apenas suspei-tadas.

13) Sífilis com lesões viscerais.14) Quaisquer estados infecto-contagiosos ou para-

sitários não susceptíveis de fácil tratamento.

VI

Doenças do coração, sistema vascular,sangue e órgãos hematopoiéticos

15) Doenças orgânicas bem definidas do endocárdio,miocárdio e pericárdio susceptíveis de provocar déficefuncional incompatível com os serviços a desempenhar.

6752 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 246 — 23 de Outubro de 2001

16) Aneurismas, varizes e arteriosclerose bem defi-nidas e de qualquer localização quando promovamdéfice funcional incompatível com a função a desem-penhar.

17) Doenças das artérias, veias, gânglios e vasos lin-fáticos não susceptíveis de fácil tratamento ou recupe-ração em harmonia com o serviço a desempenhar.

18) Anemias, leucemias ou quaisquer outras afecçõescrónicas do sangue e órgãos hematopoiéticos insuscep-tíveis de tratamento adequado para o bom desempenhodas suas funções.

VII

Doenças do aparelho respiratório

19) Supurações pleuropulmonares, pneumotórax ehidrotórax.

20) Afecções crónicas e alterações anatómicas dequalquer dos órgãos respiratórios e seus anexos sus-ceptíveis de causar perturbações funcionais.

VIII

Doenças do aparelho digestivo e anexos

21) Úlcera gástrica ou duodenal, bem como dispepsiasrebeldes ao tratamento.

22) Afecções subagudas e crónicas, bem como alte-rações anatómicas do aparelho digestivo e órgãos ane-xos, quando rebeldes ao tratamento e susceptíveis decausar perturbações funcionais incompatíveis com osserviços a desempenhar.

IX

Doenças da boca e anexos

23) Cáries dentárias extensas e numerosas não tra-tadas ou raízes por extrair.

24) Fístulas salivares.25) Afecções crónicas e alterações anatómicas da boca

e seus anexos quando causem perturbações funcionais,mau aspecto ou repugnância.

X

Doenças do nariz, faringe o seus anexos

26) Ozena, sinusites e tumores de qualquer naturezae localização causando repugnância ou dando mauaspecto.

27) Afecções crónicas ou alterações anatómicas donariz, faringe e seus anexos causando consideráveis per-turbações funcionais ou dando mau aspecto.

XI

Doenças da laringe e órgãos da fonação

28) Mudez, gaguez ou afecções crónicas da laringee anexos causando consideráveis perturbações funcio-nais.

XII

Doenças do aparelho urogenital

29) Varicocelo, hidrocelo e hematocelo em grauconsiderável.

30) Afecções agudas ou de qualquer segmento doaparelho urogenital e anexos.

31) Alterações anatómicas de qualquer segmento doaparelho urogenital susceptíveis de causar perturbaçõesfuncionais e que diminuam consideravelmente a capa-cidade física do indivíduo.

XIII

Doenças do sistema nervoso

32) Doenças orgânicas do sistema nervoso e seus invó-lucros quando causem perturbações funcionais incom-patíveis com os serviços a desempenhar ou promovammau aspecto.

33) Doenças por quaisquer agentes infecciosos, sejaqual for a sua localização no sistema nervoso.

34) Epilepsia em qualquer das suas formas.35) Psicoses em qualquer grau da sua evolução, bem

como quaisquer estados de défice psíquico ou alteraçõescaracterológicas incompatíveis com as exigências nor-mativas.

XIV

Doenças dos olhos

36) Amaurose.37) Diplopia.38) Daltonismo (para pessoal do convés).39) Insuficiência da acuidade visual, depois de cor-

recção com lentes apropriadas, abaixo de 5/10 para umdos olhos e de 10/10 para o outro. Para arrais e pessoalde convés a visão, depois de corrigida, será de 5/5 paraum dos olhos e 5/10 para o outro.

40) Estrabismo quando prejudique a visão, consoanteo n.o 37), ou determine mau aspecto.

41) Afecções extrínsecas ou intrínsecas do globo ocu-lar, de natureza inflamatória ou outra, quando deter-minem défice funcional, nas condições do n.o 39), oudêem mau aspecto.

42) Afecções, distrofias, anomalias, neoformações ouquaisquer outras perturbações do aparelho visual e ane-xos susceptíveis de causar perturbações funcionais, nascondições no n.o 39), ou dar mau aspecto.

43) Hipoacusia para qualquer dos ouvidos medidaem decibéis. A perda média, após possível correcção,não deve ultrapassar os 40 dB.

44) Afecções, distrofias, retracções, anomalias, neo-formações ou quaisquer outras perturbações do ouvidoe seus anexos determinando défice funcional, nas con-dições do n.o 43), ou causando mau aspecto.

Guia de doenças e incapacidades susceptíveis de constituirrestrições ao exercício da actividade profissional marítimaa que se refere a alínea a) do n.o 3 do artigo 4.o desteregulamento.

As situações a seguir enunciadas constituem exemplosque poderão justificar restrições temporárias ou per-manentes ao exercício da actividade profissional a bordo,não sendo exaustivas.

1 — Doenças infecciosas e parasitárias:

Tuberculose;Hepatite;Malária;Síndroma da imunodeficiência adquirida, em fase

aguda ou terminal;

N.o 246 — 23 de Outubro de 2001 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6753

Enterite;Doenças sexualmente transmissíveis;Outras doenças infecciosas e parasitárias em estado

transmissível, que poderão representar um riscopara a saúde de outros membros da tripulaçãoou passageiros através de contacto casual.

2 — Neoplasias — neoplasias de qualquer tipo, quepoderão incapacitar o marítimo para o desempenho defunções até posterior reavaliação. Poderá haver excep-ções após tratamento sem sinais de recorrência.

3 — Funções endócrinas, nutricionais e metabólicase doenças de imunidade:

Insuficiências incontroláveis das glándulas supra--renais;

Diabetes mellitus, quando controlada com insulina;Terapia imunossupressora;Obesidade que reduza a capacidade de trabalho;Doença da tiróide.

4 — Doenças do sangue e orgãos hematopoéti-cos — não deverá haver doenças ou afecções no sistemahematopoético ou doenças vasculares.

5 — Distúrbios mentais:

O consumo de álcool e o uso de drogas psicotró-picas que possam afectar a saúde do marítimoou a segurança do navio;

Psicose;Psiconeurose;Demência;Distúrbios de personalidade;Estado pós-distúrbios mentais com tendência para

recorrência.

6 — Sistema nervoso:

Doenças orgânicas do sistema nervoso ou distúr-bios devido a doenças metabólicas susceptíveisde causar perturbações do funcionamento mus-cular, do equilíbrio, de coordenação ou daatenção;

Epilepsia;Enxaqueca (ataques frequentes provocando inca-

pacidade);Síncope e outros distúrbios da consciência;Doença de Meniere;Síndroma pós-concussão.

7 — Sistema cardiovascular — sistema cardiovascularafectado por doenças susceptíveis de provocar inca-pacidade:

Doenças do coração:

Doença vascular;Doença do coração isquémica, historial de

angina de peito, trombose coronária ouimplantação de bypass;

Irregularidade sintomática do ritmo cardíaco;Dependência de pacemaker;

Hipertensão — hipertensão com necessidade deanti-hipertensores com efeitos secundários quepoderão afectar adversamente a aptidão para otrabalho;

Doença arterial:

Historial de claudicação intermitente;Aneurisma da aorta;

Doença cerebrovascular:

Historial de acidente cerebrovascular,incluindo ataque istémico transitório;

Arterioesclerose cerebral em geral incluindosenilidade;

Doenças dos vasos sanguíneos:

Varizes, das moderadas às mais graves;Varizes ulceradas;Trombose ou tromboflebite das veias pro-

fundas;Hemorróidas, sintomático;Varicocelo, sintomático.

8 — Sistema respiratório — qualquer condição do sis-tema respiratório — obstrutora, limitativa ou infec-ciosa — susceptível de provocar incapacidade significa-tiva, nomeadamente:

Asma brônquica;Fibrose pulmonar;Total deformidade da parede toráxica;Pneumotórax;Tumores.

9 — Saúde oral:

Infecções na cavidade bocal ou gengivas;Graves deficiências dentárias que interfiram na

mastigação adequada.

10 — Sistema digestivo:

Úlcera péptica;Historial de perfuração/hemorragia gastro-intes-

tinal;Apendicite aguda;Colelitíase, colecistite, colangite;Cirrose do fígado;Pancreatites recorrentes;Estoma intestinal;Hepatite;Patologia peribranquial.

11 — Aparelho geniturinário:

Infecções do aparelho geniturinário, específicas enão-específicas;

Insuficiência renal;Obstrução do aparelho urinário;Prostatite;Extracção de rim;Transplante renal;Incontinência urinária;Hidrocelo, de dimensões elevadas, sintomático;Situações ginecológicas susceptíveis de provocar

transtornos;Disfunção menstrual.

6754 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 246 — 23 de Outubro de 2001

12 — Situação de gravidez.13 — Doenças da pele:

Infecções da pele, até ao seu tratamento adequado;Eczema;Dermatoses;Manifestações de doença sistémica (ex: lupus,

alergia).

14 — Sistema músculo-esquelético:

Osteoartrite;Deslocação recorrente de uma ligação principal;Pé chato sintomático ou vulgo;Prótese dos membros.

15 — Ouvidos — doenças infecciosas ou inflamató-rias.

Padrões mínimos de acuidade auditiva em serviço — acapacidade de audição deve ser de, pelo menos, 30 dB(sem ajudas) no ouvido em melhores condições e 40 dB(sem ajuda) no outro ouvido, nas frequências de 500 Hz,1000 Hz, 2000 Hz e 3000 Hz (audição vocal a 3 m e 2 mrespectivamente).

16 — Olhos — nenhum dos olhos deverá possuirpatologias progressivas.

17 — Outros:

Hérnia;Graves perturbações da fala.

1 — Padrões mínimos de acuidade visual no serviço

Visão à distância (*)

Categoria/funções do marítimoVisão perto/imediata e visão das cores

—Ambos os olhos, com ou sem ajudas

Campos de visão Cegueira nocturna Diplopia(visão dupla)

Um olho Outro olho

Comandantes, oficiais deconvés e postos que re-querem funções de vigi-lância.

Visão exigida para a operação denavios (ex.: consulta de publica-ções e cartas náuticas, utilização deinstrumentos e equipamentos daponte e identificação das ajudas ànavegação).

Campos de visãonormais.

Visão exigida paraexecutar todasas funções.

Sem condição visí-vel significante.

Com ajudas . . . . . . . . . (**) 0,5 0,5Sem ajudas . . . . . . . . . 0,1 0,1

Todos os oficiais de máqui-nas, incluindo chefes dequarto.

Visão exigida para leitura de instru-mentos ao perto, operar equipa-mento e identificação de siste-mas/componentes, se necessário.

Campos de visãosuficientes.

Visão exigida paraexecutar todasas funções neces-sárias ao escuro.

Sem condição visí-vel significante.

Com ajudas . . . . . . . . . 0,4 0,4Sem ajudas . . . . . . . . . 0,1 0,1

Pessoal de rádio e comu-nicações.

Visão exigida para leitura de instru-mentos ao perto, operação de equi-pamento e identificação de siste-mas/componentes, se necessário.

Campos de visãosuficientes.

Visão exigida paraexecutar todasas funções neces-sárias no escuro.

Sem condição visí-vel significante.

Com ajudas . . . . . . . . . 0,4 0,4Sem ajudas . . . . . . . . . 0,1 0,1

(*) Valores fornecidos pela tabela decimal Snellen.

(**) É recomendado um valor de, pelo menos, sete décimos, de modo a reduzir o risco da doença latente dos olhos, não detectada.

2 — Padrões mínimos adicionais de acuidade visual no serviço

Os padrões mínimos de acuidade visual para outras categorias/funções, além das mencionadas no n.o 1, deverãoser de um décimo (0,1), sem ajudas, em cada olho.

Visão à distância (*)Visão perto/imediata e visão das cores

—Ambos os olhos, com ou sem ajudas

Campos de visão Cegueira nocturna Diplopia(visão dupla)

Um olho Outro olho

Suficiente para as funções. Suficiente. — —

Com ajudas . . . . . . . . . . . . 0,1Sem ajudas . . . . . . . . . . . . 0,1

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Modelo a que se refere o artigo 6.o

ANEXO III

Regulamento relativo à classificação, às categoriase às funções dos marítimos e aos requisitos de acesso às mesmas

CAPÍTULO I

Definições e tempo de embarque

Artigo 1.o

Definições

Para efeitos do presente regulamento, entende-se por:

a) Comandante, mestre ou arrais — o marítimo dasecção do convés que tem o comando de umaembarcação e que pertence, respectivamente,ao escalão dos oficiais ou ao escalão da mes-trança;

b) Imediato ou segundo de navegação — o marí-timo da secção do convés cujo cargo vem ime-diatamente a seguir ao de comandante, ou demestre, e a quem compete o comando da embar-cação em caso de incapacidade daqueles,tomando a designação de imediato ou desegundo de navegação, quando pertencer, res-pectivamente, ao escalão dos oficiais ou ao esca-lão da mestrança;

c) Oficial chefe de quarto de navegação (OCQN)ou chefe de quarto de navegação (CQN) — omarítimo da secção do convés responsável peloserviço de quartos, quer a embarcação estejaa navegar, quer em porto, tomando a designaçãode OCQN ou de CQN, quando pertencer, res-pectivamente, ao escalão dos oficiais ou ao esca-lão da mestrança;

d) Chefe de máquinas — o marítimo da secção demáquinas responsável pelas instalações mecâ-nicas e eléctricas da embarcação;

e) Segundo-oficial de máquinas ou segundo demáquinas — o marítimo da secção de máquinascujo cargo vem imediatamente a seguir ao dechefe de máquinas e que é responsável pelasinstalações mecânicas e eléctricas da embarca-ção, em caso de incapacidade daquele, tomando,respectivamente, a primeira designação, quandopertence ao escalão dos oficiais, e a segunda,quando pertence no escalão da mestrança;

f) Oficial de máquinas chefe de quarto (OMCQ)ou chefe de quarto de máquinas (CQM) — omarítimo da secção de máquinas responsávelpelo serviço de quartos, quer a embarcaçãoesteja a navegar, quer em porto, e que tomaa designação de OMCQ ou de CQM quandopertence, respectivamente, ao escalão dos ofi-ciais ou ao escalão da mestrança;

g) Tempo de embarque ou embarque — o tempodecorrido entre a data da inclusão do marítimono rol de tripulação de uma embarcação e adata do desembarque.

Artigo 2.o

Objectivo e contagem do tempo de embarque

1 — O embarque constitui, sem prejuízo de outroscondicionalismos legais estabelecidos, um requisito deacesso à categoria imediatamente superior e à corres-pondente emissão dos certificados profissionais dosmarítimos, nos termos quantitativos e qualitativos fixa-dos.

2 — Para efeitos da contagem do tempo de embarque,só é relevante o embarque do marítimo integrado norol da tripulação de uma embarcação do tipo da indicadano presente regulamento, para exercer funções corres-pondentes à categoria que possui ou a categoria supe-rior.

3 — Sempre que o certificado de lotação de segurançade uma embarcação indique uma categoria mínima parauma dada função, o embarque efectuado não é rele-vante, para efeitos de contagem de tempo, se a funçãofor desempenhada por marítimo detentor de categoriasuperior à indicada.

4 — Na situação prevista no número anterior, e sendoa função desempenhada por marítimo com categoriaabaixo da indicada, o embarque só é relevante, paraefeitos de contagem de tempo, se foi obtida a auto-rização para que a embarcação possa navegar com lota-ção inferior à fixada.

5 — O tempo de embarque para ingresso numa dadacategoria esgota-se, em quantidade e qualidade, como acesso a essa categoria.

6 — O embarque de marítimos portugueses emembarcações de pavilhão de terceiros países, perten-centes ou não a companhias nacionais, só é relevante,para efeitos de contagem de tempo, se for devidamentecomprovado pelos comandantes dessas embarcações oupelos responsáveis das companhias proprietárias.

Artigo 3.o

Documentos que comprovam o tempo de embarque

Os documentos que comprovam o tempo de embarquesão a cédula marítima, a certidão de embarque emitida

6756 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 246 — 23 de Outubro de 2001

pelo órgão local do sistema da autoridade marítima(SAM) do porto, ou a declaração passada pelos coman-dantes ou pelos responsáveis das respectivas companhias.

CAPÍTULO II

Classificação dos marítimos

Artigo 4.o

Classificação

1 — Os marítimos classificam-se de acordo com osescalões e as categorias seguintes.

2 — Escalões dos marítimos:

a) Oficiais;b) Mestrança;c) Marinhagem.

3 — As categorias de marítimos que integram cadaescalão constam dos artigos seguintes.

Artigo 5.o

Categorias do escalão dos oficiais

1 — O escalão dos oficiais compreende as seguintescategorias de marítimos:

a) Capitão da marinha mercante;b) Piloto de 1.a classe;c) Piloto de 2.a classe;d) Praticante de piloto;e) Capitão-pescador;f) Piloto-pescador;g) Maquinista-chefe;h) Maquinista de 1.a classe;i) Maquinista de 2.a classe;j) Praticante de maquinista;k) Radiotécnico-chefe;l) Radiotécnico de 1.a classe;

m) Radiotécnico de 2.a classe;n) Praticante de radiotécnico.

2 — Não são permitidas novas inscrições nas cate-gorias de capitão-pescador, de piloto-pescador e de pra-ticante de radiotécnico, após a entrada em vigor do pre-sente diploma.

Artigo 6.o

Categorias do escalão da mestrança

1 — O escalão da mestrança compreende as seguintescategorias:

a) Mestre costeiro;b) Contramestre;c) Mestre do largo pescador;d) Mestre costeiro pescador;e) Contramestre-pescador;f) Arrais de pesca;g) Arrais de pesca local;h) Mestre do tráfego local;i) Operador de gruas flutuantes;j) Maquinista prático de 1.a classe;k) Maquinista prático de 2.a classe;l) Maquinista prático de 3.a classe;

m) Electricista;

n) Mecânico de bordo;o) Radiotelegrafista prático da classe A;p) Radiotelegrafista prático da classe B;q) Cozinheiro.

2 — Os marítimos que, à data da entrada em vigordo presente diploma, possuam as categorias de motoristaprático de 1.a classe, motorista prático de 2.a classe emotorista prático de 3.a classe passam, a partir da mesmadata, a designar-se, respectivamente, por maquinistaprático de 1.a classe, maquinista prático de 2.a classee maquinista prático de 3.a classe.

3 — Não são permitidas novas inscrições na categoriade radiotelegrafista prático da classe B, após a entradaem vigor do presente diploma.

Artigo 7.o

Categorias do escalão da marinhagem

1 — O escalão da marinhagem compreende as seguin-tes categorias de marítimos:

a) Marinheiro de 1.a classe;b) Marinheiro de 2.a classe;c) Marinheiro-pescador;d) Pescador;e) Marinheiro do tráfego local;f) Marinheiro de 2.a classe do tráfego local;g) Marinheiro-maquinista;h) Ajudante de maquinista;i) Empregado de câmaras;j) Ajudante de cozinheiro.

2 — Os marítimos que, à data da entrada em vigordo presente diploma, possuam as categorias de mari-nheiro-motorista e ajudante de motorista passam adesignar-se, a partir da mesma data, respectivamente,por marinheiro-maquinista e ajudante de maquinista.

Artigo 8.o

Categorias extintas

1 — Consideram-se extintas as categorias obtidas aoabrigo de legislação anterior que não se encontrem men-cionadas nos artigos 5.o, 6.o e 7.o do presente diploma.

2 — O disposto no número anterior não prejudicao exercício das funções correspondentes às categoriasextintas, caso os marítimos sejam detentores dessas mes-mas categorias, à data da entrada em vigor do presentediploma.

3 — O mesmo regime se aplica às categorias cujaextinção, nos mesmos termos, tenha sido estabelecidapelo Decreto-Lei n.o 104/89, de 6 de Abril.

4 — Os marítimos titulares das categorias de piloto--chefe, de piloto de 3.a classe, de maquinista de 3.a classee de radiotécnico de 3.a classe transitam para as cate-gorias, respectivamente, de capitão da marinha mer-cante, de piloto de 2.a classe, de maquinista de 2.a classee de radiotécnico de 2.a classe, desde que não tenhamsuspensa a inscrição marítima.

5 — O marítimo com a categoria de bombeiro podeascender às categorias de maquinista prático de 2.a classeou de contramestre, nos termos previstos no presentediploma.

N.o 246 — 23 de Outubro de 2001 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6757

CAPÍTULO III

Requisitos de acesso e funções

SECÇÃO I

Pessoal do convés

SUBSECÇÃO I

Oficiais de pilotagem

Artigo 9.o

Capitão da marinha mercante

1 — O capitão da marinha mercante pode exerceras funções de comandante:

a) De qualquer embarcação, desde que tenha doisanos de embarque, como imediato, em embar-cações de arqueação bruta igual ou superior a3000;

b) De embarcações de arqueação bruta inferior a3000, nos restantes casos.

2 — Tem acesso à categoria de capitão da marinhamercante o piloto de 1.a classe que, após a obtençãodesta categoria, tenha dois anos de embarque em embar-cações de arqueação bruta igual ou superior a 500, nãoregistadas na área local ou em embarcações de pescacom comprimento entre perpendiculares igual ou supe-rior a 33 m.

Artigo 10.o

Piloto de 1.a classe

1 — O piloto de 1.a classe pode exercer as funçõesde:

a) Comandante de embarcações de arqueaçãobruta inferior a 3000, desde que tenha um anode embarque como imediato;

b) Comandante de qualquer embarcação de pesca;c) Imediato de qualquer embarcação.

2 — Tem acesso à categoria de piloto de 1.a classeo piloto de 2.a classe que, após a obtenção desta cate-goria, satisfaça, cumulativamente, as seguintes condi-ções:

a) Tenha dois anos de embarque em embarcaçõesde arqueação bruta igual ou superior a 500, nãoregistadas na área local ou em embarcações depesca com comprimento entre perpendicularesigual ou superior a 33 m;

b) Esteja habilitado com o 2.o ciclo do curso depilotagem ou equivalente.

Artigo 11.o

Piloto de 2.a classe

1 — O piloto de 2.a classe pode exercer as funçõesde:

a) Comandante de embarcações de pesca comcomprimento entre perpendiculares inferior a45 m ou de arqueação bruta até 1000, desdeque tenha um ano de embarque como OCQN;

b) Imediato de embarcações de arqueação brutainferior a 3000;

c) Imediato de qualquer embarcação de pesca;d) OCQN de qualquer embarcação.

2 — Tem acesso à categoria de piloto de 2.a classeo praticante de piloto que tenha um ano de embarqueem embarcações de arqueação bruta igual ou superiora 500, não registadas na área local ou em embarcaçõesde pesca com comprimento entre perpendiculares igualou superior a 33 m.

Artigo 12.o

Praticante de piloto

1 — O praticante de piloto desempenha a bordo fun-ções destinadas a complementar, com a prática, a for-mação escolar, as quais exerce sob orientação de umoficial de pilotagem de categoria superior.

2 — Tem acesso à categoria de praticante de pilotoo indivíduo habilitado com o 1.o ciclo do curso de pilo-tagem ou equivalente.

Artigo 13.o

Capitão-pescador

O capitão-pescador pode exercer as funções decomandante de qualquer embarcação de pesca.

Artigo 14.o

Piloto-pescador

O piloto-pescador pode exercer, em embarcações depesca, as funções de:

a) Comandante de embarcações com comprimentoentre perpendiculares inferior a 45 m ou dearqueação bruta até 1000;

b) Imediato ou OCQN em embarcações de qual-quer comprimento ou tonelagem de arqueaçãobruta.

SUBSECÇÃO II

Mestrança e marinhagem do comércio

Artigo 15.o

Mestre costeiro

1 — O mestre costeiro pode exercer as funções demestre de embarcações da navegação costeira nacional(NCN), de rebocadores costeiros e de embarcações auxi-liares costeiras, desde que as referidas embarcaçõestenham arqueação bruta inferior a 500.

2 — Tem acesso à categoria de mestre costeiro o con-tramestre que tenha, após a obtenção desta categoria,um ano de embarque em embarcações de comércio,em rebocadores ou em embarcações auxiliares, nãoregistadas no tráfego local.

Artigo 16.o

Contramestre

1 — O contramestre pode exercer as funções:

a) De mestre em embarcações da NCN, em rebo-cadores costeiros e em embarcações auxiliarescosteiras, de arqueação bruta inferior a 300;

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b) De mestre em embarcações registadas na árealocal, qualquer que seja a sua arqueação;

c) De CQN em embarcações da NCN, em rebo-cadores costeiros e em embarcações auxiliarescosteiras, de arqueação bruta inferior a 500;

d) As normalmente atribuídas à categoria emembarcações de comércio.

2 — Têm acesso à categoria de contramestre:

a) O marinheiro de 1.a classe que, após a obtençãodesta categoria, satisfaça, cumulativamente, asseguintes condições:

Tenha um ano de embarque em embarcaçõesde comércio, em rebocadores ou emembarcações auxiliares, não registadas naárea local;

Esteja habilitado com o curso de promoçãopara contramestre;

b) O mestre do tráfego local que, após a obtençãodesta categoria, satisfaça, cumulativamente, asseguintes condições:

Tenha um ano de embarque;Esteja habilitado com o curso de promoção

para contramestre;

c) O habilitado com o curso de promoção paracontramestre, se oriundo de marinheiro de1.a classe.

3 — Tem ainda acesso à categoria de contramestreo marinheiro de 2.a classe que satisfaça, cumulativa-mente, as seguintes condições:

Tenha um curso para marinheiro que dê equiva-lência ao 12.o ano de escolaridade;

Tenha um ano de embarque em embarcações decomércio, em rebocadores ou em embarcaçõesauxiliares, não registadas na área local;

Esteja habilitado com o curso de promoção paracontramestre.

Artigo 17.o

Marinheiro de 1.a classe

1 — O marinheiro de 1.a classe pode exercer as fun-ções inerentes ao serviço de quartos de navegação eao serviço de convés, a navegar ou em porto, no âmbitodas suas competências técnicas.

2 — Têm acesso à categoria de marinheiro de1.a classe o marinheiro de 2.a classe e o marinheiro--maquinista que, após a obtenção destas categorias,tenham dois anos de embarque em embarcações decomércio, em rebocadores ou em embarcações auxilia-res, não registadas no tráfego local.

Artigo 18.o

Marinheiro de 2.a classe

1 — O marinheiro de 2.a classe pode exercer as fun-ções inerentes ao serviço de quartos de navegação eao serviço de convés, a navegar ou em porto, no âmbitodas suas competências técnicas.

2 — Tem acesso à categoria de marinheiro de2.a classe o indivíduo habilitado com o curso de formaçãopara marinheiro.

SUBSECÇÃO III

Mestrança e marinhagem da pesca

Artigo 19.o

Mestre do largo pescador

1 — O mestre do largo pescador pode exercer as fun-ções de:

a) Mestre de embarcações de pesca de compri-mento entre perpendiculares inferior a 45 mou de arqueação bruta até 700, sem limite deárea de operação;

b) Segundo de navegação de embarcações de pescade comprimento entre perpendiculares igual ousuperior a 45 m ou de arqueação bruta igualou superior a 700.

2 — Tem acesso à categoria de mestre do largo pes-cador o mestre costeiro pescador que, após a obtençãodesta categoria, satisfaça, cumulativamente, as seguintescondições:

a) Tenha um ano de embarque em embarcaçõesde pesca de comprimento entre perpendicularesigual ou superior a 24 m ou de arqueação brutaigual ou superior a 100;

b) Tenha obtido aprovação em exame de avaliaçãode aptidão para mestre do largo pescador.

Artigo 20.o

Mestre costeiro pescador

1 — O mestre costeiro pescador pode exercer as fun-ções de:

a) Mestre de embarcações de pesca de compri-mento entre perpendiculares inferior a 33 mou de arqueação bruta até 250, desde que opere:

Na área limitada a norte pelo paralelo 48o N.,a oeste pelo meridiano 14o W. até ao para-lelo 30o N. e, a partir daí, pelo meridiano16o W., a sul pelo paralelo 15o N. e a lestepela costa africana, linha que une Orãoa Almeria e costa europeia, e nos bancosGorringe (Gettysburg), Josephine,Ampère, Seine e Dácia, com embarcaçõesrestadas nos portos do continente;

Na área circunscrita pelo limite exterior darespectiva subárea da zona económicaexclusiva e nos bancos Gorringe (Gettys-burg), Josephine e Dácia, com embarca-ções registadas nos portos da Região Autó-noma da Madeira;

Na área circunscrita pelo limite exterior darespectiva subárea da zona económicaexclusiva e no banco Chaucer, com embar-cações registadas nos portos da RegiãoAutónoma dos Açores;

b) Segundo de navegação, de embarcações depesca de comprimento entre perpendicularesinferior a 45 m ou de arqueação bruta até 700.

2 — Tem acesso à categoria de mestre costeiro pes-cador o contramestre-pescador que, após a obtenção

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desta categoria, satisfaça cumulativamente as seguintescondições:

a) Tenha um ano de embarque em embarcaçõesde pesca de comprimento entre perpendicularesigual ou superior a 12 m ou de arqueação brutaigual ou superior a 35;

b) Tenha obtido aprovação em exame de avaliaçãode aptidão para mestre costeiro pescador.

Artigo 21.o

Contramestre-pescador

1 — O contramestre-pescador pode exercer as fun-ções de:

a) Mestre de embarcações de pesca de compri-mento entre perpendiculares inferior a 24 mou de arqueação bruta até 100, desde que opere:

Na área limitada a norte pelo paralelo 43o N.,a oeste pelo meridiano 11o W., a sul peloparalelo 36o N. e a leste pela costa ibérica,e nos bancos Gorringe (Cettysburg), Jose-phine, Ampère, Seine e Dácia, com embar-cações registadas nos portos do continente;

Nas áreas referidas na 2.a e 3.a partes da alí-nea a) do n.o 1 do artigo anterior, comembarcações registadas, respectivamente,nos portos das Regiões Autónomas daMadeira e dos Açores;

b) Segundo de navegação, de embarcações depesca de comprimento entre perpendicularesinferior a 33 m ou de arqueação bruta até 250;

c) CQN de qualquer embarcação de pesca.

2 — Tem acesso à categoria de contramestre-pes-cador:

a) O arrais de pesca que, após a obtenção destacategoria, satisfaça, cumulativamente, as seguin-tes condições:

Tenha um ano de embarque em embarcaçõesde pesca não registadas na área local;

Esteja habilitado com o curso de promoçãopara contramestre-pescador;

b) O marinheiro-pescador que satisfaça, cumula-tivamente, as seguintes condições:

Tenha seis meses de embarque em embar-cações de pesca não registadas na árealocal;

Tenha um curso para marinheiro-pescador oupescador, que dê equivalência ao 12.o anode escolaridade;

Esteja habilitados com o curso de promoçãopara contramestre-pescador.

Artigo 22.o

Arrais de pesca

1 — O arrais de pesca pode exercer o governo deembarcações de pesca de comprimento entre perpen-

diculares inferior a 12 m ou de arqueação bruta até35, desde que opere:

a) Ao longo da costa continental portuguesa e atéà distância de 50 milhas da linha da costa, comembarcações registadas nos portos do conti-nente;

b) Ao longo da costa das Regiões Autónomas daMadeira e dos Açores, até à distância de 50milhas dessa costa, com embarcações registadas,respectivamente, nos portos dessas RegiõesAutónomas.

2 — Têm acesso à categoria de arrais de pesca:

a) O marinheiro-pescador que, após a obtençãodestas categorias, satisfaça, cumulativamente, asseguintes condições:

Tenha um ano de embarque em embarcaçõesde pesca não registadas na área local;

Tenha obtido aprovação em exame de ava-liação da aptidão para a categoria de arraisde pesca;

b) O arrais de pesca local que, após a obtençãodesta categoria, satisfaça, cumulativamente, asseguintes condições:

Tenha seis meses de embarque em embar-cações de pesca;

Tenha obtido aprovação em exame de ava-liação da aptidão para a categoria de arraisde pesca.

Artigo 23.o

Arrais de pesca local

1 — O arrais de pesca local pode exercer o governode embarcações de pesca de comprimento entre per-pendiculares inferior a 9 m, desde que opere na áreado porto de registo da embarcação e nas áreas dos portoslimítrofes, de acordo com o tipo da embarcação (convésaberto ou fechado) e com os limites estabelecidos nasnormas reguladoras do exercício da pesca local.

2 — Têm acesso à categoria de arrais de pesca local,o marinheiro-pescador e o pescador que, após a obten-ção destas categorias, satisfaçam, cumulativamente, asseguintes condições:

a) No caso de marinheiro-pescador, tenham seismeses de embarque em embarcações de pesca;

b) No caso de pescador, tenham um ano de embar-que em embarcações de pesca;

c) E, em ambos os casos, tenham obtido aprovaçãoem exame de avaliação da aptidão para arraisde pesca local.

Artigo 24.o

Marinheiro-pescador

1 — O marinheiro-pescador pode exercer as funçõesinerentes ao serviço de convés, designadamente o dequartos bem como as relacionadas com o pescado ecom a conservação e a manutenção das artes e dos apa-relhos de pesca.

2 — Tem acesso à categoria de marinheiro-pescador,o indivíduo habilitado com o curso de formação paramarinheiro pescador.

6760 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 246 — 23 de Outubro de 2001

Artigo 25.o

Pescador

1 — O pescador pode exercer as funções inerentesà captura, à manipulação, à estiva e ao acondiciona-mento do pescado, bem como efectuar serviços de con-servação, de beneficiação e de limpeza das embarcaçõese das artes e dos aparelhos de pesca.

2 — Tem acesso à categoria de pescador, o indivíduohabilitado com o curso de formação para pescador.

SUBSECÇÃO IV

Mestrança e marinhagem do tráfego local

Artigo 26.o

Mestre do tráfego local

1 — O mestre do tráfego local pode exercer as funçõesde mestre de embarcações registadas como embarcaçõeslocais.

2 — Têm acesso à categoria de mestre do tráfegolocal, o marinheiro do tráfego local e o marinheiro de1.a classe que, após a obtenção destas categorias, satis-façam, cumulativamente, as seguintes condições:

a) Tenham um ano de embarque;b) Tenham obtido aprovação em exame de ava-

liação da aptidão para mestre do tráfego local.

3 — As embarcações registadas no tráfego local, dearqueação bruta inferior a 10, podem ser governadaspor marinheiros do tráfego local, desde que obtida anecessária autorização do órgão local do SAM do portoonde as embarcações operem, com o fundamento nainexistência de mestres do tráfego local.

Artigo 27.o

Operador de gruas flutuantes

1 — O operador de gruas flutuantes pode exercer asfunções inerentes à manobra de aparelhos elevatóriose as relativas à conservação e à reparação dos respectivosequipamentos.

2 — Têm acesso à categoria de operador de gruasflutuantes os marítimos com as categorias de marinheirode 2.a classe, de marinheiro de 2.a classe do tráfegolocal ou de marinheiro-maquinista que satisfaçam,cumulativamente, as seguintes condições:

a) Tenham um ano de embarque em gruas flu-tuantes;

b) Tenham obtido aprovação em exame de ava-liação da aptidão para operador de gruasflutuantes.

Artigo 28.o

Marinheiro do tráfego local

1 — O marinheiro do tráfego local pode exercer asfunções relacionadas com o serviço de convés em embar-cações registadas como embarcações locais.

2 — Têm acesso à categoria de marinheiro do tráfegolocal, o marinheiro de 2.a classe do tráfego local, o mari-nheiro-maquinista e o marinheiro de 2.a classe, desdeque tenham dois anos de embarque.

Artigo 29.o

Marinheiro de 2.a classe do tráfego local

1 — O marinheiro de 2.a classe do tráfego local podeexercer as funções relacionadas com o serviço de convés,no âmbito das suas competências técnicas, em embar-cações registadas como embarcações locais.

2 — Tem acesso à categoria de marinheiro de2.a classe do tráfego local, o indivíduo habilitado como curso de formação para marinheiro do tráfego local.

SECÇÃO II

Pessoal de máquinas

SUBSECÇÃO I

Oficiais maquinistas

Artigo 30.o

Maquinista-chefe

1 — O maquinista-chefe pode exercer as funções dechefe de máquinas:

a) Em embarcações com máquinas propulsoras dequalquer potência, desde que tenha dois anosde embarque, como segundo-oficial de máqui-nas, em embarcações com máquinas propulsorasde potência igual ou superior a 3000 kW;

b) Em embarcações com máquinas propulsoras até3000 kW.

2 — Tem acesso à categoria de maquinista-chefe, omaquinista de 1.a classe que, após a obtenção desta cate-goria, tenha dois anos de embarque, em embarcaçõescom máquinas propulsoras de potência igual ou superiora 750 kW.

3 — O tempo de embarque referido no número ante-rior pode ser efectuado numa ou em ambas as moda-lidades, de vapor e de motor, sendo a carta de maqui-nista-chefe passada:

a) Sem registo de restrição, ao maquinista de1.a classe que, após obtenção desta categoria,tenha, em cada uma das modalidades, ummínimo de seis meses de embarque;

b) Com registo de restrição, por averbamento, paraa modalidade em falta, ao maquinista de 1.aclasse que não satisfaça o disposto na alíneaanterior.

4 — O averbamento referido na alínea b) do númeroanterior é anulado, logo que o maquinista-chefe satisfaçaos requisitos estabelecidos na alínea a) do mesmonúmero.

Artigo 31.o

Maquinista de 1.a classe

1 — O maquinista de 1.a classe pode exercer as fun-ções de:

a) Chefe de máquinas em embarcações com má-quinas propulsoras de potência inferior a3000 kW, desde que tenha um ano de embarquecomo segundo-oficial de máquinas;

b) Segundo-oficial de máquinas em embarcaçõescom máquinas propulsoras de qualquer potên-cia.

N.o 246 — 23 de Outubro de 2001 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6761

2 — Tem acesso à categoria de maquinista de1.a classe, o maquinista de 2.a classe que, após a obtençãodesta categoria, satisfaça, cumulativamente, as seguintescondições:

a) Tenha dois anos de embarque em embarcaçõescom máquinas propulsoras de potência igual ousuperior a 750 kW;

b) Esteja habilitado com o 2.o ciclo do curso deEngenharia de Máquinas Marítimas ou equi-valente.

3 — Os embarques referidos no número anteriorpodem ser efectuados numa ou em ambas as moda-lidades, de vapor e de motor, sendo a carta de maquinistade 1.a classe passada:

a) Sem registo de restrição, ao maquinista de 2.aclasse que tenha, após a obtenção desta cate-goria, em cada uma das modalidades, ummínimo de seis meses de embarque;

b) Com registo de restrição, por averbamento, paraa modalidade em falta, ao maquinista de 2.aclasse que não satisfaça o disposto na alíneaanterior.

4 — O averbamento referido na alínea b) do númeroanterior é anulado, logo que o maquinista de 1.a classesatisfaça os requisitos estabelecidos na alínea a) domesmo número.

Artigo 32.o

Maquinista de 2.a classe

1 — O maquinista de 2.a classe pode exercer as fun-ções de:

a) Segundo-oficial de máquinas em embarcaçõescom máquinas propulsoras de potência inferiora 3000 kW, desde que tenha um ano de embar-que como OMCQ;

b) OMCQ em embarcações com máquinas propul-soras de qualquer potência.

2 — Tem acesso à categoria de maquinista de2.a classe, o praticante de maquinista que tenha um anode embarque, em embarcações com máquinas propul-soras de potência igual ou superior a 750 kW.

3 — O embarque referido no número anterior podeser efectuado numa ou em ambas as modalidades, devapor e de motor, sendo a carta de maquinista de2.a classe passada:

a) Sem registo de restrição, ao praticante demaquinista que tenha em cada uma das moda-lidades, um mínimo de três meses de embarque;

b) Com registo de restrição, por averbamento, paraa modalidade em falta, ao praticante de maqui-nista que não satisfaça o disposto na alíneaanterior.

4 — O averbamento referido na alínea b) do númeroanterior é anulado logo que o maquinista de 2.a classesatisfaça os requisitos estabelecidos na alínea a) domesmo número.

Artigo 33.o

Praticante de maquinista

1 — O praticante de maquinista exerce a bordo fun-ções que se destinam a complementar, com a prática,

a sua formação escolar, que são executadas sob a res-ponsabilidade de um oficial-maquinista de categoriasuperior.

2 — Tem acesso à categoria de praticante de maqui-nista, o indivíduo habilitado com o 1.o ciclo do cursode Engenharia de Máquinas Marítimas ou equivalente.

SUBSECÇÃO II

Mestrança e marinhagem de máquinas

Artigo 34.o

Maquinista prático de 1.a classe

1 — O maquinista prático de 1.a classe pode exercer,em embarcações com máquinas propulsoras de com-bustão interna, as funções de chefe de máquinas:

a) Em embarcações de pesca e embarcações regis-tadas como embarcações locais, para qualqueractividade, independentemente da sua potência;

b) Em embarcações da navegação costeira nacional(NCN), em rebocadores costeiros e em embar-cações auxiliares costeiras, de potência inferiora 3000 kW, desde que tenha um ano de embar-que, como segundo de máquinas nas referidasembarcações;

c) Em embarcações de potência inferior a 750 kW.

2 — Tem acesso à categoria de maquinista práticode 1.a classe, o maquinista prático de 2.a classe que,após a obtenção desta categoria, satisfaça, cumulativa-mente, as seguintes condições:

a) Tenha um ano e meio de embarque, em embar-cações com máquinas propulsoras de combustãointerna de potência igual ou superior a 25 kW;

b) Tenha obtido aprovação em exame de avaliaçãoda aptidão para maquinista prático de 1.a classe.

Artigo 35.o

Maquinista prático de 2.a classe

1 — O maquinista prático de 2.a classe pode exercer,em embarcações com máquinas propulsoras de com-bustão interna, as funções de:

a) Chefe de máquinas em embarcações de potênciainferior a 500 kW;

b) Chefe de máquinas em embarcações da NCN,de pesca, rebocadores costeiros, embarcaçõesauxiliares costeiras e em embarcações registadascomo embarcações locais qualquer que seja aactividade a que se destinem, todas de potênciainferior a 750 kW;

c) Segundo de máquinas em embarcações de pescae em embarcações registadas como embarcaçõeslocais, qualquer que seja a actividade a que sedestinem e a sua potência;

d) Segundo de máquinas em embarcações da NCN,rebocadores costeiros e embarcações auxiliarescosteiras, todas de potência inferior a 3000 kW,desde que tenha um ano de embarque comoCQM, nas referidas embarcações;

e) Segundo de máquinas em embarcações compotência inferior a 750 kW;

f) CQM em embarcações da NCN, rebocadorescosteiros e embarcações auxiliares costeiras,todas de potência inferior a 3000 kW.

6762 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 246 — 23 de Outubro de 2001

2 — Têm acesso à categoria de maquinista práticode 2.a classe:

a) O maquinista prático de 3.a classe, o mecânicode bordo e o bombeiro oriundo de marinhei-ro-maquinista que, após a obtenção destas cate-gorias, satisfaça, cumulativamente, as seguintescondições:

Tenham um ano e meio de embarque, nocaso do maquinista prático de 3.a classee do bombeiro, e dois anos e meio deembarque, no caso do mecânico de bordo,em embarcações com máquinas propulso-ras de combustão interna de potência igualou superior a 250 kW;

Estejam habilitados com o curso de promoçãopara maquinista prático de 2.a classe.

b) O maquinista prático de 3.a classe que satisfaça,cumulativamente, as seguintes condições:

Tenha um curso de formação marítima paramotorista que dê equivalência ao 12.o anode escolaridade, entendendo-se este curso,como de formação marítima para maqui-nista;

Tenha seis meses de embarque, em embar-cações com máquinas propulsoras de com-bustão interna de potência igual ou supe-rior a 250 kW;

Esteja habilitado com o curso de promoçãopara maquinista prático de 2.a classe;

c) O mecânico de bordo que satisfaça, cumulati-vamente, as seguintes condições:

Tenha um curso de formação marítima paramecânico de bordo que dê equivalência ao12.o ano de escolaridade;

Tenha um ano de embarque, em embarcaçõescom máquinas propulsoras de combustãointerna de potência igual ou superior a250 kW;

Esteja habilitado com o curso de promoçãopara maquinista prático de 2.a classe.

Artigo 36.o

Maquinista prático de 3.a classe

1 — O maquinista prático de 3.a classe pode exercer,em embarcações com máquinas propulsoras de com-bustão interna, as funções de:

a) Chefe de máquinas em embarcações da NCN,embarcações de pesca, rebocadores costeiros,embarcações auxiliares costeiras e em embar-cações registadas como embarcações locais,qualquer que seja a sua actividade, todas depotência inferior a 500 kW;

b) Segundo de máquinas em embarcações depotência inferior a 500 kW;

c) Segundo de máquinas em embarcações da NCN,embarcações de pesca, rebocadores costeiros,embarcações auxiliares costeiras e em embar-cações registadas como embarcações locais,qualquer que seja a sua actividade, todas depotência inferior a 750 kW;

d) CQM em embarcações de pesca e em embar-cações registadas como embarcações locais,

qualquer que seja a sua potência ou actividadea que se destinem;

e) CQM em embarcação de potência inferior a750 kW.

2 — As funções inerentes à categoria de maquinistaprático de 3.a classe, em embarcações com máquinaspropulsoras de combustão interna de potência igual ouinferior a 250 kW, podem ser exercidas por inscritosmarítimos devidamente certificados, para a conduçãode motores de potência igual ou inferior a 250 kW oupor ajudantes de maquinista.

3 — O disposto no número anterior é extensível aosinscritos marítimos certificados ao abrigo de legislaçãoanterior.

4 — Têm acesso à categoria de maquinista práticode 3.a classe, o ajudante de maquinista, o mecânico debordo e o marinheiro-maquinista que, após a obtençãodas respectivas categorias, tenham um ano de embarque,em embarcações com máquinas propulsoras de com-bustão interna de potência igual ou superior a 250 kW.

Artigo 37.o

Electricista

1 — O electricista exerce as funções de manutençãoe de reparação dos equipamentos eléctricos das embar-cações.

2 — Tem acesso à categoria de electricista, o indi-víduo habilitado com o curso de formação para elec-tricista.

Artigo 38.o

Mecânico de bordo

1 — O mecânico de bordo exerce as funções relativasà manutenção e à reparação dos equipamentos mecâ-nicos existentes a bordo, e demais material diverso,nomeadamente as ligadas aos serviços próprios das espe-cialidades de torneiro, de serralheiro mecânico, de sol-dador e de canalizador.

2 — Tem acesso à categoria de mecânico de bordo,o indivíduo habilitado com o curso de formação paramecânico de bordo.

Artigo 39.o

Marinheiro-maquinista

1 — O marinheiro-maquinista exerce nas embarca-ções de comércio, nos rebocadores e nas embarcaçõesauxiliares, as funções em regra atribuídas ao ajudantede maquinista, ou as funções atribuídas ao marinheirode 2.a classe, quando as condições de trabalho a bordoo permitem.

2 — Tem acesso à categoria de marinheiro-maqui-nista, o indivíduo habilitado com o curso de formaçãopara marinheiro-maquinista.

Artigo 40.o

Ajudante de maquinista

1 — O ajudante de maquinista exerce funções ine-rentes ao serviço de máquinas, designadamente as rela-cionadas com a manutenção, a reparação e a limpezados equipamentos mecânicos e eléctricos existentes abordo.

2 — Tem acesso à categoria de ajudante de maqui-nista, o indivíduo habilitado cum o curso de formaçãopara ajudante de maquinista.

N.o 246 — 23 de Outubro de 2001 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6763

SECÇÃO III

Pessoal de radiotecnia

SUBSECÇÃO I

Oficiais radiotécnicos

Artigo 41.o

Radiotécnico-chefe

1 — O radiotécnico-chefe pode exercer a bordo dasembarcações as funções de:

a) Chefe de radiotecnica de estações de radioco-municações de qualquer categoria;

b) Responsável pela assistência técnica dos equi-pamentos de radiocomunicações e pelas ajudasà navegação.

2 — Tem acesso à categoria de radiotécnico-chefe,o radiotécnico de 1.a classe que, após obtenção destacategoria, tenha dois anos de embarque.

Artigo 42.o

Radiotécnico de 1.a classe

1 — O radiotécnico de 1.a classe pode exercer as fun-ções de chefe de radiotecnia de embarcações com esta-ções de radiocomunicações de qualquer categoria.

2 — Tem acesso à categoria de radiotécnico de 1.aclasse, o radiotécnico de 2.a classe que, após a obtençãodesta categoria, satisfaça, cumulativamente, as seguintescondições:

a) Tenha dois anos de embarque;b) Esteja habilitado com o curso de estudos supe-

riores especializados em Engenharia de Siste-mas Marítimos de Electrotecnia e Telecomu-nicações ou com o curso complementar deRadiotecnia para radiotécnicos de 2.a classe pos-suidores do respectivo curso geral.

Artigo 43.o

Radiotécnico de 2.a classe

1 — O radiotécnico de 2.a classe pode exercer as fun-ções de:

a) Chefe de radiotecnia em embarcações com esta-ções de radiocomunicações de 2.a, 3.a e 4.acategorias;

b) Primeiro radiotécnico ou de segundo radiotéc-nico em embarcações com estações de radio-comunicações de qualquer categoria.

2 — Tem acesso à categoria de radiotécnico de 2.aclasse, o praticante de radiotécnico que, após a obtençãodesta categoria, tenha um ano de embarque.

Artigo 44.o

Praticante de radiotécnico

1 — O praticante de radiotécnico exerce a bordo fun-ções que se destinam a complementar, com a prática,a sua formação escolar e que exerce sob a orientaçãode um oficial radiotécnico de categoria superior.

2 — Na categoria de praticante de radiotécnico nãosão permitidas novas inscrições.

SUBSECÇÃO II

Mestrança de radiotecnia

Artigo 45.o

Radiotelegrafista prático da classe A

1 — O radiotelegrafista prático da classe A exerceas funções de chefe de radiotelegrafia em embarcaçõesdotadas de instalação radiotelegráfica não obrigatória.

2 — Tem acesso à categoria de radiotelegrafista prá-tico da classe A, o radiotelegrafista prático da classeB que obtenha aprovação no respectivo exame deaptidão.

3 — Na categoria de radiotelegrafista prático daclasse A não são permitidas novas inscrições, salvo noscasos de progressão na carreira dos actuais radiotele-grafistas práticos da classe B.

4 — Esta categoria extinguir-se-á quando se verificaro cancelamento da inscrição dos marítimos que a pos-suam à data da entrada em vigor do presente diplomaou a ela ascendam nos termos do número anterior.

Artigo 46.o

Radiotelegrafista prático da classe B

1 — O radiotelegrafista prático da classe B exerce,em embarcações dotadas de instalação radiotelegráficanão obrigatória, as funções de:

a) Chefe de radiotelegrafia em embarcações comestações de radiocomunicações de 4.a categoria;

b) Primeiro radiotelegrafista e de segundo radio-telegrafista em embarcações com estações deradiocomunicações de qualquer categoria.

2 — Na categoria de radiotelegrafista prático daclasse B não são permitidas novas inscrições.

3 — A extinção desta categoria terá lugar quando severificar o cancelamento da inscrição dos marítimos quea possuam à data da entrada em vigor do presentediploma.

SECÇÃO IV

Pessoal de câmaras

SUBSECÇÃO I

Mestrança de câmaras

Artigo 47.o

Cozinheiro

1 — O cozinheiro exerce as funções inerentes ao ser-viço de cozinha.

2 — Tem acesso à categoria de cozinheiro, o ajudantede cozinheiro que tenha seis meses de embarque.

SUBSECÇÃO II

Marinhagem de câmaras

Artigo 48.o

Empregado de câmaras

1 — O empregado de câmaras exerce as funções ine-rentes ao serviço de câmaras.

2 — Têm acesso à categoria de empregado de câmaras,os profissionais de hotelaria titulares de carteira pro-fissional de empregado de mesa de qualquer categoria.

6764 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 246 — 23 de Outubro de 2001

Artigo 49.o

Ajudante de cozinheiro

1 — O ajudante de cozinheiro exerce as funções ine-rentes aos serviços de cozinha, em colaboração com ocozinheiro.

2 — Têm acesso à categoria de ajudante de cozi-nheiro, os profissionais de hotelaria titulares de carteiraprofissional de cozinheiro de qualquer categoria.

CAPÍTULO IV

Exercício de funções e certificação

Artigo 50.o

Certificação obrigatória

1 — O exercício de funções por marítimos detentoresdas categorias previstas no presente diploma, em embar-cações a que se aplique a Convenção STCW, está con-dicionado à titulariedade dos respectivos certificadosprofissionais dos marítimos, em conformidade com odisposto no regulamento relativo à formação e à cer-tificação dos marítimos.

2 — A exigência da certificação a que se refere onúmero anterior abrange os seguintes tripulantes e res-pectivas funções:

a) Comandantes;b) Imediatos;c) Oficiais chefes de quarto de navegação;d) Marítimos da mestrança e marinhagem que

façam parte de quartos de navegação;e) Chefes de máquinas;f) Segundos-oficiais de máquinas;g) Oficiais de máquinas chefes de quarto;h) Marítimos da mestrança e marinhagem que

façam parte dos serviços de quartos de máqui-nas;

i) Operadores de rádio no Sistema Mundial deSocorro e Segurança Marítima (GMDSS);

j) Tripulantes de navios-tanques (navios petro-leiro, químicos e de pás liquefeito) e de naviosro-ro de passageiros;

k) Tripulantes com funções de emergência, desegurança, de prevenção da poluição, de assis-tência médica e de sobrevivência.

3 — O exercício de funções relacionadas com asradiocomunicações e a condução de embarcações commotores de potência igual ou inferior a 250 kW, estáigualmente sujeita a titularidade dos respectivos cer-tificados profissionais dos marítimos.

ANEXO IV

Regulamento relativo à formação e à certificaçãodos marítimos

CAPÍTULO I

Formação dos marítimos

Artigo 1.o

Objecto

O presente regulamento tem por objecto regular aformação e a certificação dos marítimos, estabelecendo

os cursos, exames e certificados necessários que lhespermitam:

a) Efectuar a sua inscrição marítima numa cate-goria profissional ou ter acesso a uma categoriasuperior;

b) Obter o certificado profissional de marítimoindispensável ao exercício de determinadas fun-ções a bordo;

c) Efectuar a reciclagem ou a actualização dos seusconhecimentos.

SECÇÃO I

Cursos

Artigo 2.o

Cursos ministrados ou a ministrar aos marítimos

1 — Os cursos ministrados ou a ministrar aos marí-timos são os seguintes:

a) Para o escalão dos oficiais:

1) Cursos de oficial da marinha mercante;2) Cursos de chefias.

b) Para o escalão da mestrança:

1) Cursos de formação;2) Cursos de promoção.

c) Para o escalão da marinhagem:

Cursos de formação.

2 — Podem ainda ser ministrados aos marítimos, paraalém dos referidos no número anterior, os seguintescursos:

a) Cursos de qualificação;b) Cursos de reciclagem.

Artigo 3.o

Cursos de oficial da marinha mercante

1 — Os cursos de oficial da marinha mercante sãoos seguintes:

a) 1.o ciclo do curso de pilotagem;b) 1.o ciclo do curso de engenharia de máquinas

marítimas.

2 — O aproveitamento nos cursos referidos nonúmero anterior, sem prejuízo de outros requisitoslegais, confere o direito à inscrição marítima, respec-tivamente, nas categorias de:

a) Praticante de piloto;b) Praticante de maquinista.

Artigo 4.o

Cursos de chefias

1 — Os cursos de chefias são os seguintes:

a) 2.o ciclo do curso de pilotagem;b) 2.o ciclo do curso de engenharia de máquinas

marítimas;c) Curso de estudos superiores especializados em

engenharia de sistemas marítimos de electrónicae telecomunicações.

N.o 246 — 23 de Outubro de 2001 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6765

2 — O aproveitamento nos cursos referidos nonúmero anterior, sem prejuízo de outros requisitoslegais, confere o direito à inscrição marítima, respec-tivamente, nas categorias de:

a) Piloto de 1.a classe;b) Maquinista de 1.a classe;c) Radiotécnico de 1.a classe.

Artigo 5.o

Cursos de formação para a mestrança

1 — Os cursos de formação para a mestrança são osseguintes:

a) Mecânico de bordo;b) Electricista.

2 — O aproveitamento nos cursos referidos nonúmero anterior, sem prejuízo de outros requisitoslegais, confere o direito à inscrição marítima nas cate-gorias com a mesma designação.

Artigo 6.o

Cursos de promoção para a mestrança

1 — Os cursos de promoção para a mestrança sãoos seguintes:

a) Contramestre;b) Contramestre pescador;c) Maquinista prático de 2.a classe.

2 — O aproveitamento nos cursos referidos nonúmero anterior, sem prejuízo de outros requisitoslegais, confere o direito à inscrição marítima nas cate-gorias com a mesma designação.

Artigo 7.o

Cursos de formação para a marinhagem

1 — Os cursos de formação para a marinhagem sãoos seguintes:

a) Marinheiro;b) Marinheiro-pescador;c) Pescador;d) Marinheiro do tráfego local;e) Marinheiro-maquinista;f) Ajudante de maquinista.

2 — O aproveitamento nos cursos referidos nonúmero anterior, sem prejuízo de outros requisitoslegais, confere o direito à inscrição marítima, respec-tivamente, nas categorias de:

a) Marinheiro de 2.a classe;b) Marinheiro-pescador;c) Pescador;d) Marinheiro de 2.a classe do tráfego local;e) Marinheiro-maquinista;f) Ajudante de maquinista.

Artigo 8.o

Cursos de qualificação

1 — Os cursos de qualificação visam a valorizaçãodo desempenho das funções correspondentes à categoria

que um marítimo possui em áreas específicas do domínioda tecnologia e das ciências náuticas.

2 — Os cursos de qualificação, que podem tomardesignações específicas mais adequadas aos objectivospretendidos com a formação, tais como de familiari-zação, de especialização ou outras, não implicam a alte-ração de categoria.

Artigo 9.o

Dispensa do curso de qualificação

1 — Se os cursos ministrados nas escolas de formaçãona área da marinha mercante — comércio e pes-cas — incluírem matérias respeitantes ao programa deum curso de qualificação que vise a emissão de umcertificado profissional de marítimo, nos termos do pre-sente regulamento, assiste aos marítimos o direito arequerer a emissão do certificado respectivo, com dis-pensa do curso de qualificação, sem prejuízo de outrosrequisitos legais específicos estabelecidos para efeitosda obtenção de cada certificado profissional de marí-timo.

2 — Nos casos previstos no número anterior constituirequisito geral de obtenção de um certificado profis-sional de marítimo a posse de certificado de aptidãofísica e psíquica.

Artigo 10.o

Cursos de reciclagem

Os cursos de reciclagem, para além de visarem aactualização dos conhecimentos dos marítimos, podemconferir o direito ao levantamento da suspensão ou àregularização da sua inscrição.

Artigo 11.o

Entidades que ministram os cursos

1 — Os cursos de oficial da marinha mercante e oscursos de chefias são ministrados na Escola NáuticaInfante D. Henrique (ENIDH), ou em outros estabe-lecimentos de formação que tenham sido objecto deacreditação.

2 — Os cursos destinados a marítimos dos escalõesda mestrança e da marinhagem são ministrados naEscola de Pesca e da Marinha de Comércio (EPMC),ou em outros estabelecimentos de formação que tenhamsido objecto de acreditação.

SECÇÃO II

Exames

Artigo 12.o

Objectivos

1 — Os exames destinam-se à avaliação dos conhe-cimentos e da aptidão dos marítimos para o exercíciodas funções correspondentes a determinada categoriade ingresso ou de acesso ou das que resultarem do cer-tificado exigido para o efeito.

2 — A aprovação nos exames faculta aos marítimos:

a) O ingresso ou o acesso a determinadas cate-gorias profissionais;

b) A obtenção de um certificado profissional demarítimo;

6766 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 246 — 23 de Outubro de 2001

c) O levantamento da suspensão da inscrição marí-tima ou da suspensão do exercício da actividade,nos casos legalmente previstos.

Artigo 13.o

Requisitos gerais e específicos para admissão a exame

1 — Os candidatos que pretendam ser admitidos aexame devem comprovar:

a) A sua condição de marítimo;b) A sua aptidão física e psíquica comprovada por

certificado.

2 — O requisito previsto na alínea a) do número ante-rior não é exigível no caso de exames efectuados a can-didatos que pretendam obter o certificado de segurançae sobrevivência no mar, no âmbito de um processo deinscrição marítima.

3 — Os requisitos específicos são os exigidos paraefeitos de acesso a determinada categoria, condicionadaa exame, ou para a obtenção de um certificado pro-fissional de marítimo.

Artigo 14.o

Pedido, épocas e locais de exame

1 — Os exames previstos neste regulamento sãorequeridos:

a) Aos directores das escolas públicas de formaçãona área da marinha mercante — comércio e pes-cas — quando efectuados com o objectivo pre-visto nas alíneas a) e c) do n.o 2 do artigo 12.odeste regulamento, conforme a categoria domarítimo;

b) Ao presidente do Instituto Marítimo-Portuário(IMP), quando efectuados com o objectivo pre-visto na alínea a) do n.o 2 do artigo 12.o desteregulamento, com excepção dos certificadosprofissionais dos marítimos, classificados comodiversos, aos quais se aplica o disposto na alíneaanterior.

2 — Os requerimentos de exame são instruídos comos documentos comprovativos das situações justificativasdesses mesmos exames.

3 — Os exames são realizados em qualquer época doano, nos departamentos ou estabelecimentos de forma-ção que forem indicados aos requerentes, pelas enti-dades competentes para a sua realização nos termosno n.o 1.

Artigo 15.o

Programas de exames

Os programas de exames são aprovados, medianteproposta individual do IMP, da ENIDH, da EPMC, ouproposta conjunta da ENIDH e da EPMC, em con-formidade com as respectivas competências, por des-pacho individual ou conjunto, do ministro ou ministrosque tutelem as referidas entidades.

Artigo 16.o

Provas de exame

1 — Os exames constam de prova escrita, oral eprática.

2 — As provas escritas são elaboradas pelas entidadescompetentes para a realização dos exames ou por enti-dades por estas designadas.

3 — A prova prática, na medida do possível, deveser efectuada em embarcações, de preferência do mesmotipo daquelas em que o marítimo vai exercer a suaactividade.

4 — No caso dos exames para obtenção de certifi-cados, nos termos e para efeitos da Convenção Inter-nacional sobre Normas de Formação, de Certificaçãoe de Serviço de Quartos para os Marítimos (STCW),o processo de avaliação deve observar os métodos ecritérios constantes da Convenção.

Artigo 17.o

Júris dos exames

1 — Os júris dos exames são constituídos por um pre-sidente e dois vogais.

2 — Deve ser designado igual número de membrossuplentes, com vista a substituir os efectivos, em casode falta ou de impedimento.

3 — Os membros dos júris são designados pelas enti-dades com competência para a realização dos exames,cabendo aos presidentes dos júris a representação dasreferidas entidades.

4 — A designação dos membros dos júris deve recairem indivíduos de reconhecida e adequada qualificaçãoprofissional, devendo, pelo menos, um dos membrosestar devidamente qualificado nas matérias a que res-peitarem os exames.

5 — Desde que regularmente constituído e convo-cado, o júri pode funcionar com dois membros, se umdeles for o presidente e o outro o elemento qualificadode acordo com o número anterior, tendo, neste caso,o presidente voto de qualidade.

Artigo 18.o

Recurso hierárquico

1 — As deliberações dos júris são susceptíveis derecurso para as entidades responsáveis pela realizaçãodos exames.

2 — Aceite o recurso, a entidade competente devenomear um novo júri que apreciará a matéria recorridae, se for caso disso, efectuará um novo exame.

3 — Do novo júri não pode fazer parte qualquer mem-bro do júri anterior.

Artigo 19.o

Livro de termos de exame

1 — Os resultados dos exames são registados em livrosde termos de exame.

2 — Cada termo de exame só pode referir-se a umúnico exame de um só candidato e é sempre assinadopor todos os membros do júri.

Artigo 20.o

Diploma de exame

Ao marítimo que obtenha aprovação em exame é pas-sado o correspondente diploma pela entidade respon-sável pela sua realização, com base no termo de exame.

N.o 246 — 23 de Outubro de 2001 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6767

CAPÍTULO II

Certificados profissionais dos marítimos

Artigo 21.o

Tipos de certificados profissionais dos marítimos

1 — Os certificados profissionais dos marítimos sãoemitidos, sob as seguintes formas:

a) Carta de oficial da marinha mercante;b) Certificados nos termos e para os efeitos da

Convenção Internacional sobre Normas de For-mação, de Certificação e de Serviço de Quartospara os Marítimos (STCW);

c) Certificados nos termos do Regulamento dasRadiocomunicações da União Internacional deTelecomunicações (RR/UIT);

d) Certificados diversos.

2 — A cédula marítima é um documento equivalenteao certificado profissional de marítimo, relativamenteà categoria ou categorias nela averbadas.

SECÇÃO I

Carta de oficial da marinha mercante

Artigo 22.o

Atribuição

1 — A carta de oficial da marinha mercante é atri-buída às várias categorias de oficiais, com excepção dospraticantes, habilitando-os ao desempenho das funçõescorrespondentes à categoria a que a carta respeita.

2 — A carta de oficial da marinha mercante é emitidacom base nos seguintes documentos:

a) Certificado de formação ou carta de oficial damarinha mercante de que o marítimo já sejatitular;

b) Cédula de inscrição marítima e certidão deembarques.

3 — O modelo da carta de oficial da marinha mer-cante consta dos anexos ao presente regulamento.

SECÇÃO II

Certificados emitidos nos termos e para efeitosda Convenção STCW

Artigo 23.o

Campo de aplicação

O disposto na presente secção aplica-se aos marítimosque tenham iniciado, após 1 de Agosto de 1998, os seusserviços de mar ou os seus cursos de formação.

Artigo 24.o

Definições

Para efeitos de emissão de certificados nos termosda Convenção STCW, entende-se por:

a) Comandante — o oficial responsável pelo comandode uma embarcação;

b) Oficial — o marítimo detentor de um certifi-cado de competência, devidamente autenticadopela Administração portuguesa, nos termos daConvenção STCW;

c) Imediato — o oficial de pilotagem cujo postovem imediatamente a seguir ao de comandantee a quem compete o comando da embarcaçãoem caso de incapacidade do comandante;

d) Chefe de máquinas — o oficial de máquinas res-ponsável pela propulsão mecânica, assim comopelo funcionamento e manutenção das instala-ções mecânicas e eléctricas da embarcação;

e) Segundo-oficial de máquinas — o oficial demáquinas, cujo posto vem imediatamente aseguir ao de chefe de máquinas, responsávelpela propulsão mecânica, assim como pelo fun-cionamento e manutenção das instalações mecâ-nicas e eléctricas da embarcação, em caso deincapacidade do chefe de máquinas;

f) Operador de rádio — o marítimo titular de umcertificado emitido ou reconhecido pela Admi-nistração portuguesa nos termos do Regula-mento das Radiocomunicações (RR/UIT);

g) Marítimo da mestrança e marinhagem — o marí-timo de entre os membros da tripulação daembarcação, com excepção do comandante edos oficiais, com funções específicas relaciona-das com a segurança ou a prevenção da polui-ção;

h) Viagens costeiras — viagens ao longo das costasnacionais, escalando porto nacionais;

i) Serviço de mar — o serviço decorrente do desem-penho de funções a bordo de embarcações dotipo e com as características directamente rela-cionadas com o certificado a emitir, nos termose para os efeitos da Convenção STCW;

j) Convenção STCW — a Convenção Internacio-nal sobre Normas de Formação, de Certificaçãoe de Serviço de Quartos para os Marítimos, com-preendendo, atentas as suas emendas, os artigos,as regras e a parte A do Código associado(Código STCW).

Artigo 25.o

Certificação no âmbito da Convenção STCW

1 — Os marítimos, que exerçam funções a bordo dasembarcações nacionais, são obrigados a possuir os cer-tificados exigidos pela Convenção STCW.

2 — O disposto no número anterior não se aplica aosmarítimos que exerçam funções em:

a) Navios pertencentes à Marinha;b) Navios pertencentes a forças e a serviços de

segurança interna ou a outros órgãos do Estado,com atribuições de fiscalização marítima;

c) Embarcações de pesca;d) Embarcações de recreio, não utilizadas com fins

comerciais;e) Embarcações de madeira de construção pri-

mitiva;f) Embarcações com arqueação bruta inferir a 300

em viagens costeiras, ou com potência propul-sora inferior a 750 kW.

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Artigo 26.o

Tipos de certificados emitidos nos termos e para os efeitosda Convenção STCW

1 — Os certificados emitidos nos termos e para osefeitos da Convenção STCW compreendem:

a) Certificados de competência;b) Certificados de dispensa;c) Certificados de qualificação;d) Outros certificados de qualificação.

2 — Os modelos dos certificados previstos nas alíneasdo número anterior constam de anexos ao presenteregulamento.

SUBSECÇÃO I

Certificados de competência

Artigo 27.o

Tipos de certificados de competência

Os certificados de competência referidos na alínea a)do artigo anterior compreendem:

a) Certificados de competência como oficial chefede quarto de navegação em embarcações dearqueação bruta igual ou superior a 500;

b) Certificados de competência como imediato emembarcações de arqueação bruta igual ou supe-rior a 3000;

c) Certificados de competência como comandanteem embarcações de arqueação bruta igual ousuperior a 3000;

d) Certificados de competência como imediato emembarcações de arqueação bruta entre 500 e3000;

e) Certificados de competência como comandanteem embarcações de arqueação bruta entre 500e 3000;

f) Certificados de competência como oficial chefede quarto de navegação em embarcações dearqueação bruta inferior a 500, em viagenscosteiras;

g) Certificados de competência como comandanteem embarcações de arqueação bruta inferior a500, em viagens costeiras;

h) Certificados de competência como oficial demáquinas chefe de quarto numa casa das máqui-nas de condução atendida ou como oficial demáquinas de serviço numa casa das máquinasde condução desatendida em embarcações compotência propulsora igual ou superior a 750 kW;

i) Certificados de competência como segundo--oficial de máquinas em embarcações compotência propulsora igual ou superior a3000 kW;

j) Certificados de competência como chefe demáquinas em embarcações com potência pro-pulsora igual ou superior a 3000 kW;

k) Certificados de competência como segundo ofi-cial de máquinas em embarcações com potênciapropulsora entre 750 kW e 3000 kW;

l) Certificados de competência como chefe demáquinas em embarcações com potência pro-pulsora entre 750 kW e 3000 kW;

m) Certificados de competência como operador derádio no GMDSS (Global Maritime Distressand Safety System).

Artigo 28.o

Certificados de competência como oficial chefe de quarto de navegaçãoem embarcações de arqueação bruta igual ou superior a 500

1 — O certificado de competência como oficial chefede quarto de navegação em embarcações de arqueaçãobruta igual ou superior a 500 é conferido ao praticantede piloto que obtenha aprovação no exame respectivo.

2 — Para admissão ao exame referido no númeroanterior, o candidato deve comprovar, cumulativamente,que:

a) Efectuou, nos últimos cinco anos, serviços demar de duração não inferior a 12 meses, devi-damente comprovados através dos registos cons-tantes do livro de formação;

b) Participou, durante os serviços de mar, nos ser-viços de quartos na ponte sob supervisão docomandante ou de um oficial, por período nãoinferior a seis meses;

c) Possui, pelo menos, o certificado geral de ope-rador no GMDSS.

3 — O exame referido no n.o 1 deve abranger, alémde outras, as matérias indicadas na tabela A-II/1 doCódigo STCW, segundo os métodos e critérios nelaprevistos.

Artigo 29.o

Certificados de competência como imediato em embarcaçõesde arqueação bruta igual ou superior a 3000

1 — O certificado de competência como imediato emembarcações de arqueação bruta igual ou superior a3000 é conferido ao marítimo que obtenha aprovaçãono exame respectivo.

2 — Para admissão ao exame referido no númeroanterior, o candidato deve comprovar, cumulativamente,que:

a) Possui o certificado de competência indicadono artigo anterior;

b) Efectuou, no desempenho de funções para queo mesmo habilita, serviços de mar de duraçãonão inferior a 12 meses;

c) Está habilitado com o 2.o ciclo do curso de pilo-tagem ou equivalente.

3 — O exame referido no n.o 1 deve abranger, alémde outras, as matérias indicadas na tabela A-II/2 doCódigo STCW, segundo os métodos e critérios nelaprevistos.

Artigo 30.o

Certificados de competência como comandante em embarcaçõesde arqueação bruta igual ou superior a 3000

1 — O certificado de competência como comandanteem embarcações de arqueação bruta igual ou superiora 3000 é conferido ao marítimo que obtenha aprovaçãono exame respectivo.

2 — Para admissão ao exame referido no númeroanterior, o candidato deve comprovar, em alternativa,que:

a) Possui o certificado de competência indicadono artigo 28.o deste regulamento, efectuou ser-viços de mar de duração não inferior a 36 meses,desempenhando funções habilitadas por estecertificado, e está habilitado com o 2.o ciclo docurso de pilotagem ou equivalente;

N.o 246 — 23 de Outubro de 2001 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6769

b) Possui o certificado de competência indicadono artigo 29.o deste regulamento, efectuou, devi-damente certificado, serviços de mar de duraçãonão inferior a 24 meses, 12 dos quais, pelomenos, em data posterior à obtenção deste cer-tificado, desempenhando as funções a que omesmo habilita.

3 — O exame referido no n.o 1 deve abranger, alémde outras, as matérias indicadas na tabela A-II/2 doCódigo STCW, segundo os métodos e critérios nelaprevistos.

Artigo 31.o

Certificados de competência como imediato em embarcaçõesde arqueação bruta entre 500 e 3000

1 — O certificado de competência como imediato emembarcações de arqueação bruta entre 500 e 3000 éconferido ao marítimo que obtenha aprovação no examerespectivo.

2 — Para admissão ao exame referido no númeroanterior, o candidato deve comprovar, cumulativamente,que:

a) Possui o certificado de competência indicadono artigo 28.o deste regulamento;

b) Está habilitado com o 2.o ciclo do curso de pilo-tagem ou equivalente.

3 — O exame referido no n.o 1 deve abranger, alémde outras, as matérias indicadas na tabela A-II/2 doCódigo STCW, segundo os métodos e critérios nelaprevistos.

Artigo 32.o

Certificados de competência como comandante em embarcaçõesde arqueação bruta entre 500 e 3000

1 — O certificado de competência como comandanteem embarcações de arqueação bruta entre 500 e 3000é conferido ao marítimo que obtenha aprovação noexame respectivo.

2 — Para admissão ao exame referido no númeroanterior, o candidato deve comprovar, em alternativa,que:

a) Possui o certificado de competência indicadono artigo 28.o deste regulamento, efectuou ser-viços de mar de duração não inferior a 36 meses,desempenhando funções habilitadas por estecertificado, e está habilitado com o 2.o ciclo docurso de pilotagem ou equivalente;

b) Possui um dos certificados de competência indi-cados nos artigos 29.o ou 31.o deste regulamentoe efectuou, devidamente certificado, serviços demar de duração não inferior a 24 meses, 12 dosquais, pelo menos, em data posterior à obtençãodaqueles certificados, desempenhando funçõesa que os mesmos habilitam.

3 — O exame referido no n.o 1 deve abranger, alémde outras, as matérias indicadas na tabela A-II/2 doCódigo STCW, segundo os métodos e critérios nelaprevistos.

Artigo 33.o

Certificados de competência como oficial chefe de quarto de navegaçãoem embarcações de arqueação bruta inferior a 500 em viagenscosteiras.

1 — O certificado de competência como oficial chefede quarto de navegação em embarcações de arqueaçãobruta inferior a 500 em viagens costeiras é conferidoao marítimo que obtenha aprovação no exame res-pectivo.

2 — Para admissão ao exame referido no númeroanterior, o candidato deve comprovar, cumulativamente,que:

a) Tem idade não inferior a 18 anos;b) Efectuou, nos últimos cinco anos, serviços de

mar de duração não inferior a três anos, na sec-ção do convés;

c) Possui, pelo menos, um dos certificados restritosde operador no GMDSS.

3 — O exame referido no n.o 1 deve abranger, alémde outras, as matérias indicadas na tabela A-II/3 doCódigo STCW, segundo os métodos e critérios nelaprevistos.

Artigo 34.o

Certificados de competência como comandante em embarcaçõesde arqueação bruta inferior a 500 em viagens costeiras

1 — O certificado de competência como comandanteem embarcações de arqueação bruta inferior a 500 emviagens costeiras é conferido ao marítimo que obtenhaaprovação no exame respectivo.

2 — Para admissão ao exame referido no númeroanterior, o candidato deve comprovar que possui o cer-tificado de competência referido no n.o 1 do artigo ante-rior e que, no exercício de funções a que o mesmo habi-lita, prestou serviços de mar de duração não inferiora 12 meses.

3 — O exame referido no n.o 1 deve abranger, alémde outras, as matérias indicadas na tabela A-II/3 doCódigo STCW, segundo os métodos e critérios nelaprevistos.

Artigo 35.o

Certificados de competência como oficial de máquinas chefe de quartonuma casa das máquinas de condução atendida ou como oficialde máquinas de serviço numa casa das máquinas de conduçãodesatendida em embarcações com potência propulsora igual ousuperior a 750 kW.

1 — O certificado de competência como oficial demáquinas chefe de quarto numa casa das máquinas decondução atendida ou como oficial de máquinas de ser-viço numa casa das máquinas de condução desatendida,genericamente designado como oficial de máquinaschefe de quarto, em embarcações com potência igualou superior a 750 kW, é conferido ao praticante demaquinista que obtenha aprovação no exame respectivo.

2 — Para admissão ao exame referido no númeroanterior, o candidato deve comprovar que efectuou, nosúltimos cinco anos, serviços de mar de duração não infe-rior a seis meses, sob a supervisão de um oficial, devi-damente comprovados, através do registo constante dolivro de formação.

3 — O exame referido no n.o 1 deve abranger, alémde outras, as matérias indicadas na tabela A-III/1 do

6770 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 246 — 23 de Outubro de 2001

Código STCW, segundo os métodos e critérios nelaprevistos.

4 — O exame referido no número anterior pode res-tringir-se apenas a um dos tipos de máquinas de pro-pulsão, facto que deve ser registado no respectivo cer-tificado, enquanto o oficial não fizer prova de que possuios requisitos que permitem a emissão do certificadoprevisto nos números anteriores.

5 — Podem ser emitidos certificados de competênciacomo oficial de máquinas chefe de quarto em embar-cações com potência propulsora entre 750 kW e3000 kW, limitados a viagens costeiras, aos maquinistaspráticos que obtenham aprovação no exame respectivo.

6 — Para admissão ao exame referido no númeroanterior, o candidato deve comprovar, cumulativamente,que:

a) Tem idade não inferior a 18 anos;b) Efectuou, nos últimos cinco anos, três anos de

embarque, em serviços de quarto na casa dasmáquinas, em embarcações com potência pro-pulsora igual ou superior a 750 kW.

7 — O exame referido no n.o 5 deve abranger, paraalém de outras, um conjunto das matérias indicadas natabela A-III/1 do Código STCW, segundo os métodose critérios nela previstos.

8 — O exame a que se reporta o número anteriorpode restringir-se apenas a um dos tipos de máquinasde propulsão, facto que deve ser registado no respectivocertificado, enquanto o oficial não fizer prova de quepossui os requisitos que permitem a emissão do cer-tificado previsto no n.o 5.

Artigo 36.o

Certificados de competência como segundo-oficial de máquinasem embarcações com potência propulsora igual ou superior a 3000 kW

1 — O certificado de competência como segundo--oficial de máquinas em embarcações com potência pro-pulsora igual ou superior a 3000 kW é conferido ao marí-timo que obtenha aprovação no exame respectivo.

2 — Para admissão ao exame referido no númeroanterior, o candidato deve comprovar, cumulativamente,que:

a) Possui o certificado de competência indicadono n.o 1 do artigo anterior;

b) Efectuou, no desempenho de funções a que omesmo habilita, serviços de mar de duração nãoinferior a 12 meses;

c) Está habilitado com o 2.o ciclo do curso de enge-nharia de máquinas marítimas ou equivalente.

3 — O exame referido no n.o 1 deve abranger, alémde outras, as matérias indicadas na tabela A-III/2 doCódigo STCW, segundo os métodos e critérios nelaprevistos.

4 — O exame a que se refere o número anterior poderestringir-se apenas a um dos tipos de máquinas de pro-pulsão, facto que deve ser registado no respectivo cer-tificado, enquanto o oficial não fizer prova de que possuios requisitos que permitem a emissão do certificadoprevisto nos números anteriores.

Artigo 37.o

Certificados de competência como chefe de máquinas em embarcaçõescom potência propulsora igual ou superior a 3000 kW

1 — O certificado de competência como chefe demáquinas em embarcações com potência propulsoraigual ou superior a 3000 kW é conferido ao marítimoque obtenha aprovação no exame respectivo.

2 — Para admissão ao exame referido no númeroanterior, o candidato deve comprovar, cumulativamente,que:

a) Possui o certificado de competência indicadono artigo anterior;

b) Efectuou serviços de mar, de duração não infe-rior a 36 meses, 12 dos quais, pelo menos, emdata posterior à obtenção do certificado indi-cado no artigo anterior, no desempenho de fun-ções a que este certificado habilitava.

3 — O exame referido no n.o 1 deve abranger, alémde outras, as matérias indicadas na tabela A-III/2 doCódigo STCW, segundo os métodos e critérios nelaprevistos.

4 — O exame a que se refere o número anterior poderestringir-se apenas a um dos tipos de máquinas de pro-pulsão, facto que deve ser registado no respectivo cer-tificado, enquanto o oficial não fizer prova de que possuios requisitos que permitem a emissão do certificadoprevisto nos números anteriores.

Artigo 38.o

Certificados de competência como segundo-oficial de máquinasem embarcaçãoes com potência propulsora entre 750 kW e 3000 kW

1 — O certificado de competência como segundo-o-ficial de máquinas em embarcações com potência pro-pulsora entre 750 kW e 3000 kW é conferido ao marí-timo que obtenha aprovação no exame respectivo.

2 — Para admissão ao exame referido no númeroanterior, o candidato deve comprovar, cumulativamente,que:

a) Possui o certificado de competência indicadono n.o 1 do artigo 35.o deste regulamento;

b) Efectuou, no desempenho de funções a que omesmo habilita, serviços de mar de duração nãoinferior a 12 meses;

c) Está habilitado com o 2.o ciclo do curso de enge-nharia de máquinas marítimas ou equivalente.

3 — O exame referido no n.o 1 deve abranger, alémde outras, as matérias indicadas na tabela A-III/2 doCódigo STCW, segundo os métodos e critérios nelaprevistos.

4 — O exame a que se refere o número anterior poderestringir-se apenas a um dos tipos de máquinas de pro-pulsão, facto que deve ser registado no respectivo cer-tificado, enquanto o oficial não fizer prova de que possuios requisitos que permitem a emissão do certificadoprevisto nos números anteriores.

5 — Podem ser emitidos certificados de competênciacomo segundo-oficial de máquinas em embarcações compotência propulsora entre 750 kW e 3000 kW, limitadosa viagens costeiras, aos marítimos que obtenham apro-vação no exame respectivo.

N.o 246 — 23 de Outubro de 2001 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6771

6 — Para admissão ao exame referido no númeroanterior, o candidato deve comprovar, cumulativamente,que:

a) Possui um dos certificados de competência indi-cados no artigo 35.o deste regulamento;

b) Efectuou, no desempenho de funções a que osmesmos habilitam, serviços de mar de duraçãonão inferior a 12 meses.

7 — O exame referido no n.o 5 deve abranger, alémde outras, um conjunto das matérias indicadas na ta-bela A-III/2 do Código STCW, segundo os métodos ecritérios nela previstos.

8 — O exame a que se reporta o n.o 5 pode restrin-gir-se apenas a um dos tipos de máquinas de propulsão,facto que deve ser registado no respectivo certificado,enquanto o oficial não fizer prova de que possui osrequisitos que permitem a emissão do certificado pre-visto no n.o 5.

Artigo 39.o

Certificados de competência como chefe de máquinas em embarcaçõescom potência propulsora entre 750 kW e 3000 kW

1 — O certificado de competência como chefe demáquinas em embarcações com potência propulsoraentre 750 kW e 3000 kW é conferido ao marítimo queobtenha aprovação no exame respectivo.

2 — Para admissão no exame referido no númeroanterior, o candidato deve comprovar, cumulativamente,que:

a) Possui o certificado de competência indicadono n.o 1 do artigo anterior;

b) Efectuou serviços de mar de duração não infe-rior a 24 meses, devidamente certificado, emviagens não costeiras, dos quais 12, pelo menos,em data posterior à obtenção do certificado decompetência indicado no n.o 1 do artigo ante-rior, desempenhando funções a que o mesmohabilita.

3 — O exame referido no n.o 1 deve abranger, alémde outras, as matérias indicadas na tabela A-III/2 doCódigo STCW, segundo os métodos e critérios nelaprevistos.

4 — O exame a que se refere o número anterior poderestringir-se apenas a um dos tipos de máquinas de pro-pulsão, facto que deve ser registado no respectivo cer-tificado, enquanto o oficial não fizer prova de que possuios requisitos que permitem a emissão do certificadoprevisto nos números anteriores.

5 — O certificado de competência referido no n.o 1pode ser conferido com dispensa do referido exame,desde que o oficial de máquinas possua o certificadode competência indicado no n.o 1 do artigo 36.o desteregulamento e tenha efectuado, no desempenho de fun-ções a que o mesmo habilita, serviços de mar de duraçãonão inferior a 12 meses.

6 — Podem ser emitidos certificados de competênciacomo chefe de máquinas em embarcações com potênciapropulsora entre 750 kW e 3000 kW, limitados a viagenscosteiras, aos marítimos que obtenham aprovação noexame respectivo.

7 — Para admissão ao exame referido no númeroanterior, o candidato deve comprovar, cumulativamente,que:

a) Possui um dos certificados de competência pre-vistos nos n.os 1 e 5 do artigo anterior;

b) Efectuou, devidamente certificado, serviços demar de duração não inferior a 24 meses, 12 dosquais, pelo menos, no desempenho de funçõesa que aqueles habilitam.

8 — O exame referido no n.o 6 deve abranger, alémde outras, um conjunto das matérias indicadas na ta-bela A-III/2 do Código STCW, segundo os métodos ecritérios nela previstos.

9 — O exame a que se refere o n.o 6 pode restringir-seapenas a um dos tipos de máquinas de propulsão, factoque deve ser registado no respectivo certificado,enquanto o oficial não fizer prova de que possui osrequisitos que permitem a emissão do certificado pre-visto no n.o 6.

Artigo 40.o

Certificados de competência como operador de rádio no GMDSS

1 — O certificado de competência como operador derádio no GMDSS é conferido ao marítimo que obtenhaaprovação no exame respectivo.

2 — Para admissão ao exame referido no númeroanterior, o candidato deve comprovar que tem idadenão inferior a 18 anos e, cumulativamente, que:

a) Possui, pelo menos, o certificado de segurançabásica indicado no artigo 54.o deste regula-mento;

b) Possui um dos certificados que permitem a ope-ração do equipamento de rádio no GMDSS.

3 — O exame referido no n.o 1 deve abranger, alémde outras, as matérias indicadas na tabela A-IV/2 doCódigo STCW, segundo os métodos e critérios nelaprevistos.

Artigo 41.o

Validade dos certificados de competência

1 — Os certificados de competência emitidos aoabrigo do presente regulamento são válidos por umperíodo máximo de cinco anos.

2 — Os certificados referidos no número anteriorpodem ser renovados por um período, desde que osseus titulares façam prova, em alternativa, que:

a) Efectuaram, nos últimos cinco anos, pelo menos,12 meses de serviços de mar no exercício defunções a que os certificados habilitam;

b) Obtiveram aprovação num exame ou curso parao efeito realizado;

c) Efectuaram serviços de mar, devidamente auto-rizados pelo IMP, imediatamente antes de assu-mirem as funções a que os seus certificados habi-litam, durante um período não inferior a trêsmeses, no exercício daquelas funções e na qua-lidade de extralotação, ou funções de naturezainferior às previstas nos seus certificados.

SUBSECÇÃO II

Certificados de dispensa

Artigo 42.o

Âmbito

1 — Os certificados de dispensa referidos na alínea b)do n.o 1 do artigo 26.o deste regulamento permitemaos marítimos que, em embarcações abrangidas pelaConvenção STCW, e durante um certo período detempo, não superior a seis meses, exerçam funções para

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as quais não detenham o certificado de competênciaapropriado, desde que a entidade certificadora consi-dere que daí não advém perigo para as pessoas, bensou meio marinho.

2 — Os certificados de dispensa só podem ser con-cedidos aos marítimos titulares de certificados de com-petência, necessários para o exercício das funções ime-diatamente inferiores.

3 — Sempre que não seja exigido certificado de com-petência para o exercício de funções imediatamente infe-riores, o certificado de dispensa pode ser concedido aosmarítimos que a entidade certificadora considere quepossuem as qualificações e a experiência corresponden-tes às funções a desempenhar, podendo os mesmos sersubmetidos a provas de avaliação de conhecimentos senão possuírem os certificados adequados.

4 — Não podem ser emitidos certificados de dispensapara o exercício das funções de comandante e de chefede máquinas, salvo em casos de força maior e, nessescasos, pelo menor período de tempo.

5 — O marítimo possuidor de um certificado de dis-pensa deve ser substituído, no exercício da suas funções,logo que possível, por um marítimo possuidor de umcertificado de competência apropriado.

SUBSECÇÃO III

Certificados de qualificação

Artigo 43.o

Tipos de certificados de qualificação

Os certificados de qualificação referidos na alínea c)do n.o 1 do artigo 26.o deste regulamento compreendem:

a) Certificados de qualificação para o serviço dequartos de navegação;

b) Certificados de qualificação para o serviço dequartos de máquinas;

c) Certificados de qualificação para o exercício defunções específicas nos navios tanques (petro-leiros, químicos e de gás liquefeito);

d) Certificados de qualificação para o exercício defunções de responsabilidade nos navios-tanquespetroleiros, químicos ou de gás liquefeito;

e) Certificados de qualificação para a conduçãode embarcações de salvamento;

f) Certificados de qualificação para a conduçãode embarcações de salvamento rápidas;

g) Certificados de qualificação para o controlo dasoperações de combate a incêndios;

h) Certificados de qualificação para ministrar osprimeiros socorros a bordo das embarcações;

i) Certificados de qualificação para os responsá-veis pelos cuidados de saúde a bordo dasembarcações.

Artigo 44.o

Certificados de qualificação para o serviço de quartos de navegação

1 — O certificado de qualificação para o serviço dequartos de navegação é conferido ao marítimo que obte-nha aprovação no exame respectivo.

2 — Para admissão ao exame referido no númeroanterior, o candidato deve ter idade não inferior a 16anos e comprovar um dos seguintes requisitos:

a) Possuir o certificado de segurança básica ou terobtido, nos últimos cinco anos, as qualificações

exigidas para a sua atribuição, tendo efectuado,nos últimos cinco anos, serviços de mar de dura-ção não inferior a seis meses;

b) Ter obtido aprovação num curso apropriadopara marinheiro, tendo efectuado, nos últimoscinco anos, serviços de mar de duração não infe-rior a dois meses.

3 — Os serviços de mar referidos no número anteriordevem ser efectuados no desempenho de funções rela-cionadas com o serviço de quartos de navegação, soba supervisão do comandante, de um oficial ou de ummarítimo da mestrança e marinhagem qualificado, e serdevidamente comprovados, por declaração expressa docomandante da embarcação.

4 — O exame referido no n.o 1 deve abranger, alémde outras, as matérias indicadas na tabela A-II/4 doCódigo STCW, segundo os métodos e critérios nelaprevistos.

5 — Podem ainda ser admitidos ao exame a que serefere o n.o 1 os candidatos que, apesar de não possuíremas qualificações previstas na alínea a) do n.o 2, satisfaçamas restantes condições.

6 — Nos casos referidos no número anterior, o examerespectivo deve abranger, ainda, sem prejuízo do dis-posto no n.o 4, as matérias indicadas nas tabe-las A-VI/1-1, A-VI/1-2, A-VI/1-3 e A-VI/1-4 do CódigoSTCW, segundo os métodos e critérios nelas previstos.

7 — Os certificados de marinheiro de quarto de nave-gação devem ser substituídos pelos certificados previstosno presente artigo até 1 de Fevereiro de 2002, devendoos seus titulares fazer prova de que possuem a necessáriaexperiência ou a formação adequada que inclua, pelomenos, as matérias exigidas para a emissão do certi-ficado de segurança básica, indicadas no artigo 54.o desteregulamento.

Artigo 45.o

Certificados de qualificação para o serviço de quartos de máquinas

1 — O certificado de qualificação para o serviço dequartos de máquinas é conferido ao marítimo que obte-nha aprovação no exame respectivo.

2 — Para admissão ao exame referido no númeroanterior, o candidato deve ter idade não inferior a 16anos e comprovar um dos seguintes requisitos:

a) Possuir o certificado de segurança básica ou terobtido, nos últimos cinco anos, as qualificaçõesexigidas para a sua atribuição, tendo efectuado,nos últimos cinco anos, serviços de mar de dura-ção não inferior a seis meses;

b) Ter obtido aprovação num curso apropriadopara maquinista, tendo efectuado, nos últimoscinco anos, serviços de mar de duração não infe-rior a dois meses.

3 — Os serviços de mar referidos no número anteriordevem ser efectuados no desempenho de funções rela-cionadas com o serviço de quartos de máquinas, soba supervisão de um oficial ou de um marítimo da mes-trança e marinhagem qualificado, e ser devidamentecomprovados por declaração expressa do comandanteda embarcação.

4 — O exame referido no n.o 1 deve abranger, alémde outras, as matérias indicadas na tabela A-III/4 doCódigo STCW, segundo os métodos e critérios nelaprevistos.

N.o 246 — 23 de Outubro de 2001 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6773

5 — Podem ainda ser admitidos ao exame referidono n.o 1 os candidatos que, apesar de não possuíremas qualificações previstas na alínea a) do n.o 2, satisfaçamas restantes condições.

6 — Nos casos abrangidos pelo número anterior, oexame respectivo deve incidir, sem prejuízo do dispostono n.o 4, sobre as matérias indicadas nas tabe-las A-VI/1-1, A-VI/1-2, A-VI/1-3 e A-VI/1-4 do CódigoSTCW, segundo os métodos e critérios nelas previstos.

Artigo 46.o

Certificados de qualificação para o exercício de funções específicasnos navios-tanques petroleiros, químicos e de gás liquefeito

1 — O certificado de qualificação para o exercíciode funções específicas relacionadas com o equipamentodos navios-tanques petroleiros, químicos e de gás lique-feito ou com a sua carga é conferido ao marítimo quecomprove, em alternativa, os requisitos constantes decada uma das alíneas seguintes:

a) Possua um dos certificados de competência;b) Possua o certificado de segurança básica, ou

tenha obtido, nos últimos cinco anos, as qua-lificações exigidas para a sua atribuição e tenhaobtido aprovação num curso de combate aincêndios e efectuado, nos últimos cinco anos,serviços de mar de duração não inferior a trêsmeses;

c) Possua o certificado de segurança básica, outenha obtido, nos últimos cinco anos, as qua-lificações exigidas para a sua atribuição e tenhaobtido aprovação num curso de combate aincêndios e aprovação num curso de familia-rização apropriado.

2 — Os serviços de mar referidos no número anteriordevem ser efectuados no desempenho de funções ade-quadas à aquisição dos conhecimentos das práticas ope-racionais seguras nos navios-tanques e ser devidamentecomprovados, por declaração expressa do comandanteda embarcação.

3 — O curso de familiarização referido na alínea c)do n.o 1 deve abranger as matérias indicadas nos pará-grafos 2 a 7 da secção A-V/1 do Código STCW.

4 — Não há lugar à emissão do certificado referidono n.o 1 se o mesmo estiver incluído, por referência,num outro certificado emitido nos termos e para osefeitos da Convenção STCW.

5 — Os certificados de qualificação para tripulantesde navios-tanques emitidos de acordo com o parágrafo 1das regras V/1, V/2 e V/3 da Convenção STCW, nasua versão de 1978, devem ser substituídos até 1 deFevereiro de 2002, pelos certificados previstos no pre-sente artigo, devendo os seus titulares fazer prova, cumu-lativa, de que:

a) Efectuaram, nos últimos cinco anos, serviços demar, durante, pelo menos, três meses, no exer-cício de funções a que o certificado habilita;

b) Possuem a experiência ou a formação que, nomínimo cobrem as matérias exigidas para aemissão do certificado de segurança básica indi-cadas no artigo 54.o deste regulamento.

6 — Os titulares que pretendam renovar os certifi-cados previstos neste artigo devem fazer prova de umdos seguintes requisitos:

a) Tenham efectuado, nos últimos 5 anos, pelomenos, 12 meses de serviços de mar, no exercíciode funções a que os certificados habilitam;

b) Tenham obtido aprovação num exame ou cursoaprovado;

c) Tenham efectuado serviços de mar, devida-mente autorizados pelo IMP, antes de assumi-rem as funções a que os seus certificados habi-litam, durante um período não inferior a trêsmeses, no exercício daquelas funções e na qua-lidade de extralotação, ou funções de naturezainferior às previstas nos seus certificados.

7 — Os certificados emitidos com base nas condiçõesprevistas na alínea a) do n.o 1 são válidos por um períodode cinco anos.

Artigo 47.o

Certificados de qualificação para o exercício de funções de respon-sabilidade em navios-tanques petroleiros, químicos ou de gásliquefeito.

1 — O certificado de qualificação para o exercíciode funções de responsabilidade relacionadas com a cargaem navios-tanques petroleiros, químicos ou de gás lique-feito é conferido ao marítimo que comprove, cumula-tivamente, os seguintes requisitos:

a) Possua o certificado de qualificação para o exer-cício de funções específicas nos navios-tanquespetroleiros, químicos e de gás liquefeito, pre-visto no artigo anterior;

b) Tenha efectuado, nos últimos 5 anos, serviçosde mar, de duração não inferior a 12 meses,no desempenho de funções adequadas às prá-ticas operacionais em segurança no tipo denavio-tanque em causa;

c) Tenha obtido aprovação no curso de especia-lização para cada tipo de navio-tanque.

2 — O curso de especialização em navios-tanquespetroleiros inclui as matérias indicadas nos parágrafos 9a 14 da secção A-V/1 do Código STCW.

3 — O curso de especialização em navios-tanques quí-micos inclui as matérias indicadas nos parágrafos 16a 21 da secção A-V/1 do Código STCW.

4 — O curso de especialização em navios-tanques degás liquefeito inclui as matérias indicadas nos parágra-fos 23 a 34 da secção A-V/1 do Código STCW.

5 — Não há lugar à emissão do certificado referidono n.o 1 se o mesmo estiver incluído, por referência,num outro certificado emitido nos termos e para efeitosda Convenção STCW.

6 — Os certificados de qualificação para tripulantesde navios-tanques, emitidos de acordo com o parágrafo 2das regras V/1, V/2 e V/3 da Convenção STCW, nasua versão de 1978, devem ser substituídos, até 1 deFevereiro de 2002, pelos certificados respectivos pre-vistos no presente artigo, devendo os seus titulares fazerprova de que efectuaram, nos últimos 5 anos, pelomenos, 12 meses de serviços de mar, no exercício defunções a que o certificado habilita.

7 — À renovação dos certificados emitidos nos termosdeste artigo aplica-se o disposto no n.o 6 do artigo 46.odeste regulamento.

8 — Os certificados referidos no n.o 1, concedidos atitulares de certificados de competência, são válidos porum período de cinco anos.

Artigo 48.o

Certificados de qualificação para a conduçãode embarcações de salvamento

1 — O certificado de qualificação para a conduçãode embarcações de salvamento é conferido ao marítimoque obtenha aprovação no exame respectivo.

6774 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 246 — 23 de Outubro de 2001

2 — Para admissão ao exame referido no númeroanterior o candidato deve ter idade não inferior a 18 anose comprovar, em alternativa, os requisitos constantesde cada uma das alíneas seguintes:

a) Possua o certificado de segurança básica outenha obtido, nos últimos 5 anos, as qualifica-ções exigidas para a sua atribuição e tenha efec-tuado, nos últimos 5 anos, serviços de mar deduração não inferior a 12 meses;

b) Tenha obtido aprovação num curso que incluíaos conhecimentos respeitantes às matérias doexame referido no n.o 1 e tenha efectuado, nosúltimos 5 anos, serviços de mar de duração nãoinferior a seis meses.

3 — O exame previsto no n.o 1 deve abranger, alémde outras, as matérias indicadas na tabela A-VI/2-1 doCódigo STCW, segundo os métodos e critérios nelaprevistos.

4 — Podem ainda ser admitidos ao exame referidono n.o 1 os candidatos que, apesar de não possuíremou de não terem obtido nos últimos cinco anos as qua-lificações exigidas para a sua atribuição, satisfaçam asrestantes condições.

5 — Nos casos referidos no número anterior, o examerespectivo deve abranger, sem prejuízo do disposto non.o 3, as matérias indicadas nas tabelas A-VI/1-1,A-VI/1-2, A-VI/1-3 e A-VI/1-4 do Código STCW,segundo os métodos e critérios nelas previstos.

6 — Não há lugar à emissão do certificado a que serefere o n.o 1 sempre que a atribuição de um certificado,nos termos e para efeitos da Convenção STCW, inclua,na qualificação que atesta, os conhecimentos previstosneste artigo.

7 — Os certificados para a condução de embarcaçõessalva-vidas devem ser substituídos, até 1 de Fevereirode 2002, pelos certificados previstos no presente artigo,devendo os seus titulares fazer prova, cumulativa, deque:

a) Efectuaram, pelo menos, 12 meses de serviçosde mar nos últimos 5 anos;

b) Possuem o certificado de segurança básica ouobtiveram, nos últimos cinco anos, as qualifi-cações exigidas para a sua atribuição.

Artigo 49.o

Certificados de qualificação para a condução de embarcaçõesde salvamento rápidas

1 — O certificado de qualificação para a conduçãode embarcações de salvamento rápidas é emitido aomarítimo que obtenha aprovação num curso apropriado.

2 — Para admissão ao curso referido no número ante-rior, o candidato deve comprovar que possui o certi-ficado de qualificação para a condução de embarcaçõesde salvamento.

3 — O curso referido no n.o 1 deve abranger as maté-rias indicadas na tabela A-VI/2-2 do Código STCW euma avaliação segundo os métodos e critérios nelaprevistos.

4 — Não há lugar à emissão do certificado a que serefere o n.o 1 se o mesmo estiver incluído, por referência,num outro certificado emitido nos termos e para efeitosda Convenção STCW, atestando os conhecimentos pre-vistos neste artigo.

Artigo 50.o

Certificados de qualificação para o controlo das operaçõesde combate a incêndios

1 — O certificado de qualificação para o controlo dasoperações de combate a incêndios é emitido ao marítimoque obtenha aprovação num curso apropriado.

2 — Para admissão ao curso referido no número ante-rior, o candidato deve comprovar que possui o certi-ficado de segurança básica ou que obteve, nos últimoscinco anos, as qualificações exigidas para a sua atri-buição.

3 — O curso referido no n.o 1 deve abranger as maté-rias indicadas na tabela A-VI/3 do Código STCW e umaavaliação segundo os métodos e critérios nela previstos.

4 — Não há lugar à emissão do certificado a que serefere o n.o 1 sempre que a atribuição de um certificado,nos termos e para efeitos da Convenção STCW, inclua,na qualificação que atesta, os conhecimentos previstosneste artigo.

Artigo 51.o

Certificados de qualificação para ministrar os primeirossocorros a bordo das embarcações

1 — O certificado de qualificação para ministrar osprimeiros socorros a bordo das embarcações é emitidoao marítimo que obtenha aprovação no curso respectivo.

2 — Para admissão ao curso referido no número ante-rior, o candidato deve comprovar que possui o certi-ficado de segurança básica ou que obteve, nos últimoscinco anos, as qualificações exigidas para a sua atri-buição.

3 — O curso referido no n.o 1 deve abranger as maté-rias indicadas na tabela A-VI/4-1 do Código STCW euma avaliação segundo os métodos e critérios nelaprevistos.

4 — Não há lugar à emissão do certificado a que serefere o n.o 1 sempre que a atribuição de um certificado,nos termos e para efeitos da Convenção STCW, inclua,na qualificação que atesta, os conhecimentos previstosneste artigo.

Artigo 52.o

Certificados de qualificação para os responsáveispelos cuidados de saúde a bordo das embarcações

1 — O certificado de qualificação para os responsá-veis pelos cuidados de saúde a bordo das embarcaçõesé emitido ao marítimo que obtenha aprovação no cursorespectivo.

2 — Para admissão ao curso referido no número ante-rior, o candidato deve comprovar que possui o certi-ficado de segurança básica ou que obteve, nos últimoscinco anos, as qualificações exigidas para a sua atri-buição.

3 — O curso referido no n.o 1 deve abranger as maté-rias indicadas na tabela A-VI/4-2 do Código STCW euma avaliação segundo os métodos e critérios nelaprevistos.

4 — Não há lugar à emissão do certificado referidono n.o 1 se o mesmo estiver incluído, por referência,num outro certificado emitido nos termos e para efeitosda Convenção STCW.

5 — Os certificados em cuidados de saúde a bordo,nível III, podem ser substituídos, até 1 de Fevereiro de2002, pelos certificados previstos no presente artigo,devendo os seus titulares fazer prova de que efectuaram,nos últimos 5 anos pelo menos, 12 meses de serviçosde mar.

N.o 246 — 23 de Outubro de 2001 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6775

SUBSECÇÃO IV

Outros certificados de qualificação

Artigo 53.o

Tipos de certificados

A designação de «outros certificados de qualificação»,a que se refere a alínea d) do n.o 1 do artigo 26.o desteregulamento, compreende os:

a) Certificados de segurança básica;b) Certificados de familiarização em navios ro-ro

de passageiros;c) Certificados de segurança de passageiros, carga

e integridade do casco em navios ro-ro depassageiros;

d) Certificados de gestão de crises e comporta-mento humano.

Artigo 54.o

Certificados de segurança básica

1 — O certificado de segurança básica é conferidoao marítimo que obtenha aprovação no exame res-pectivo.

2 — Para admissão ao exame referido no númeroanterior, o candidato deve comprovar a condição demarítimo.

3 — O exame referido no n.o 1 deve incidir sobreas matérias indicadas nas tabelas A-VI/1-1, A-VI/1-2,A-VI/1-3 e A-VI/1-4 do Código STCW, segundo osmétodos e critérios nelas previstos.

4 — Aos marítimos com formação que, pela frequên-cia de cursos, inclua os conhecimentos respeitantes àsmatérias indicadas no número anterior, assiste o direitoa requerer o respectivo certificado, com dispensa doreferido exame.

5 — O certificado referido no n.o 1 pode igualmenteser emitido, com dispensa do exame respectivo, ao marí-timo que tenha obtido, nos últimos cinco anos, as qua-lificações nas matérias respeitantes às tabelas previstasno n.o 3.

6 — Não há lugar à emissão do certificado a que serefere o n.o 1 se a atribuição de um certificado nostermos e para efeitos da Convenção STCW incluir, naqualificação que atesta, os conhecimentos previstosneste artigo.

Artigo 55.o

Certificados de familiarização em navios ro-ro de passageiros

1 — O certificado de familiarização em navios ro-rode passageiros é conferido ao marítimo que obtenhaaprovação num curso apropriado.

2 — Para admissão ao curso referido no número ante-rior, o candidato deve comprovar um dos seguintesrequisitos:

a) Possui um dos certificados de competência;b) Possui o certificado de segurança básica ou

obteve, nos últimos cinco anos, as qualificaçõesexigidas para a sua atribuição.

3 — O curso referido no n.o 1 deve incluir as matériasindicadas no parágrafo 2 da secção A-V/2 do CódigoSTCW.

4 — O certificado referido no n.o 1 pode ser emitidoao marítimo que, satisfazendo as condições previstasno n.o 2, tenha obtido, nos últimos cinco anos, as qua-

lificações nas matérias respeitantes à secção doCódigo STCW, a que se refere o número anterior.

5 — Não há lugar à emissão do certificado referidono n.o 1 se o mesmo for incluído, por referência, numoutro certificado emitido nos termos e para os efeitosda Convenção STCW.

Artigo 56.o

Certificados de segurança de passageiros, carga e integridade do cascoem navios ro-ro de passageiros

1 — O certificado de segurança de passageiros, cargae integridade do casco em navios ro-ro de passageirosé conferido ao marítimo que obtenha aprovação numcurso apropriado.

2 — Para admissão ao curso referido no número ante-rior, o candidato deve comprovar um dos seguintesrequisitos:

a) Possui um dos certificados de competência;b) Possui o certificado de segurança básica ou

obteve, nos últimos cinco anos, as qualificaçõesexigidas para a sua atribuição.

3 — O curso referido no n.o 1 inclui as matérias indi-cadas no parágrafo 4 da secção A-V/2 do Código STCW.

4 — O certificado referido no n.o 1 pode ser emitidoao marítimo que, satisfazendo as condições previstasno n.o 2, tenha obtido, nos últimos cinco anos, as qua-lificações nas matérias respeitantes à secção do CódigoSTCW, indicadas no número anterior.

5 — Não há lugar à emissão do certificado referidono n.o 1 se o mesmo for incluído, por referência, numoutro certificado emitido nos termos e para os efeitosda Convenção STCW.

6 — Os certificados referidos no n.o 1 são válidos porum período de cinco anos.

7 — Para a renovação dos certificados, os titularesdevem comprovar um dos seguintes requisitos:

a) Efectuaram, pelo menos, 30 meses de serviçosde mar, no período de validade do certificado,exercendo funções a que o mesmo habilita;

b) Obtiveram aprovação num curso de actualiza-ção apropriado.

Artigo 57.o

Certificados de gestão de crises e comportamento humano

1 — O certificado de gestão de crises e comporta-mento humano é conferido ao marítimo que obtenhaaprovação num curso apropriado.

2 — Para admissão ao curso referido no número ante-rior, o candidato deve comprovar um dos seguintesrequisitos:

a) Possui um dos certificados de competência;b) Possui o certificado de segurança básica ou

obteve, nos últimos cinco anos, as qualificaçõesexigidas para a sua atribuição.

3 — O curso referido no n.o 1 deve abranger as maté-rias indicadas no parágrafo 5 da secção A-V/2 do CódigoSTCW.

4 — O certificado referido no n.o 1 pode ser emitidoao marítimo que, satisfazendo as condições previstasno n.o 2, tenha obtido, nos últimos cinco anos, as qua-lificações nas matérias respeitantes à secção do CódigoSTCW, indicadas no número anterior.

5 — Não há lugar à emissão do certificado referidono n.o 1 se o mesmo for incluído, por referência, num

6776 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 246 — 23 de Outubro de 2001

outro certificado emitido nos termos e para os efeitosda Convenção STCW.

6 — Os marítimos que pretendam renovar os certi-ficados previstos neste artigo devem fazer prova de umdos seguintes requisitos:

a) Efectuaram, pelo menos, três meses de serviçosde mar, no período de validade do certificado,exercendo as funções a que o mesmo habilita;

b) Obtiveram aprovação num curso de actualiza-ção apropriado.

7 — Os certificados referidos no n.o 1 são válidos porum período de cinco anos.

Artigo 58.o

Validade e substituição dos certificados

1 — Os certificados emitidos ao abrigo de legislaçãoanterior, e relativos às matérias sobre as quais dispõea presente secção, são válidos até 1 de Fevereiro de2002.

2 — Os certificados referidos no número anteriordevem ser substituídos, até àquela data, pelos corres-pondentes certificados previstos nesta secção, devendoos seus titulares fazer prova cumulativa de que:

a) Efectuaram, pelo menos, 12 meses de serviçosde mar nos últimos cinco anos, exercendo fun-ções para que o certificado habilita, ou reali-zaram a reciclagem exigida;

b) Possuem os requisitos previstos na tabela doCódigo STCW correspondente ao certificadoem causa.

SECÇÃO III

Certificados emitidos nos termos do Regulamento das Radioco-municações da União Internacional de Telecomunicações (RR/UIT)

Artigo 59.o

Tipos de certificados nos termos do RR/UIT

1 — Os certificados emitidos nos termos do RR/UIT,referidos na alínea c) do n.o 1 do artigo 21.o deste regu-lamento, compreendem:

a) Os certificados para o serviço de radiocomu-nicações em embarcações equipadas com oGMDSS;

b) Os certificados para o serviço de radiocomu-nicações em embarcações não equipadas como GMDSS.

2 — Os certificados referidos no número anterior sãoconferidos aos marítimos que obtenham aprovação emexame, nos termos da secção II do capítulo I do presenteregulamento ou reúnam as condições de dispensa doreferido exame, nos termos do número seguinte.

3 — Os marítimos do escalão dos oficiais, com excep-ção dos praticantes, e do escalão da mestrança podemrequerer a emissão dos certificados referidos no n.o 1,com dispensa do citado exame, sem prejuízo de outrosrequisitos específicos estabelecidos para efeitos daobtenção de cada certificado, sempre que a frequênciade cursos ministrados nas escolas de formação na áreada marinha mercante — comércio e pescas — inclua osconhecimentos respeitantes ao programa dos examespara obtenção destes certificados.

SUBSECÇÃO I

Certificados para o serviço de radiocomunicaçõesnas embarcações equipadas com o GMDSS

Artigo 60.o

Tipos de certificados

1 — Os certificados para o serviço de radiocomuni-cações nas embarcações equipadas com o GMDSS refe-ridos na alínea a) do n.o 1 do artigo anterior com-preendem:

a) Certificados de radioelectrónico de 1.a classe;b) Certificados de radioelectrónico de 2.a classe;c) Certificados gerais de operador no GMDSS;d) Certificados restritos de operador no GMDSS;e) Certificados de operador de rádio nas áreas

marítimas A1 e A2 nacionais;f) Certificados de operador de rádio na área marí-

tima A1 nacional;g) Certificados de manutenção a bordo;h) Certificados de manutenção elementar a bordo.

2 — Os certificados referidos no número anterior sãoválidos por tempo indeterminado, com excepção dosprevistos nas alíneas e) e f), que são válidos por cincoanos.

3 — A revalidação dos certificados depende da rea-lização de novo exame, o qual é dispensado ao marítimoque tenha embarcado, pelo menos, um total de 12 meses,durante o período de validade do certificado.

Artigo 61.o

Certificados de radioelectrónico de 1.a classe

O certificado de radioelectrónico de 1.a classe confereao marítimo a competência para operar e fazer a manu-tenção a bordo do equipamento de rádio das embar-cações equipadas com o GMDSS e que naveguem emqualquer área marítima.

Artigo 62.o

Certificados de radioelectrónico de 2.a classe

O certificado de radioelectrónico de 2.a classe confereao marítimo a competência para operar e fazer a manu-tenção a bordo do equipamento de rádio das embar-cações equipadas com o GMDSS e que naveguem emqualquer área marítima.

Artigo 63.o

Certificados gerais de operador no GMDSS

O certificado geral de operador no GMDSS confereao marítimo a competência para operar o equipamentode rádio das embarcações equipadas com o GMDSSe que naveguem em qualquer área marítima.

Artigo 64.o

Certificados restritos de operador no GMDSS

1 — O certificado restrito de operador no GMDSSconfere ao marítimo a competência para operar o equi-pamento de rádio das embarcações equipadas com oGMDSS e que naveguem exclusivamente nas áreas marí-timas A1.

N.o 246 — 23 de Outubro de 2001 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6777

2 — O certificado referido no número anterior podeser conferido, sem prejuízo do disposto no n.o 2 doartigo 59.o deste regulamento, aos marítimos de qual-quer categoria que reúnam condições para a dispensade exame, nos termos do n.o 3 do mesmo artigo.

Artigo 65.o

Certificados de operador de rádio nas áreas marítimasA1 e A2 nacionais

1 — O certificado de operador de rádio nas áreasmarítimas A1 e A2 nacionais confere ao marítimo acompetência para operar o equipamento de rádio dasembarcações equipadas com o GMDSS, que naveguemnas áreas marítimas A1 a A2 nacionais e apenas esta-beleçam comunicação com estações costeiras nacionais.

2 — O certificado referido no número anterior podeser conferido, sem prejuízo do disposto no n.o 2 doartigo 59.o deste regulamento, aos marítimos de qual-quer categoria que reúnam condições para a dispensade exame, nos termos do n.o 3 do mesmo artigo.

Artigo 66.o

Certificados de operador de rádiona área marítima A1 nacional

1 — O certificado de operador de rádio na área marí-tima A1 nacional confere ao marítimo a competênciapara operar o equipamento de rádio das embarcaçõesequipadas com o GMDSS, que naveguem exclusiva-mente na área A1 nacional e apenas estabeleçam comu-nicação com estações costeiras nacionais.

2 — O certificado referido no número anterior podeser conferido, sem prejuízo do disposto no n.o 2 doartigo 59.o deste regulamento, aos marítimos de qual-quer categoria que reúnam condições para a dispensade exame, nos termos do n.o 3 do mesmo artigo.

Artigo 67.o

Certificados de manutenção a bordo

O certificado de manutenção a bordo confere ao marí-timo a competência para fazer a manutenção a bordodo equipamento de rádio das embarcações equipadascom o GMDSS e que naveguem em qualquer áreamarítima.

Artigo 68.o

Certificados de manutenção elementar a bordo

O certificado de manutenção elementar a bordo con-fere ao marítimo a competência para fazer a manutençãoelementar do equipamento de rádio das embarcaçõesequipadas com o GMDSS, nas condições previstas noartigo 23.o do Decreto-Lei n.o 174/94, de 25 de Junho.

SUBSECÇÃO II

Certificados para o serviço de radiocomunicaçõesem embarcações não equipadas com o GMDSS

Artigo 69.o

Tipos de certificados

Os certificados para o serviço de radiocomunicaçõesem embarcações não equipadas com o GMDSS referidos

na alínea b) do n.o 1 do artigo 59.o deste regulamentocompreendem:

a) Certificados de operador geral de radiocomu-nicações;

b) Certificados de operador radiotelegrafista de1.a classe;

c) Certificados de operador radiotelegrafista de2.a classe;

d) Certificados especiais de operador radiotele-grafista;

e) Certificados gerais de operador radiotelefo-nista;

f) Certificados restritos de operador radiotele-fonista;

g) Certificados de operador radiotelefonista daclasse A;

h) Certificados de operador radiotelefonista daclasse B.

Artigo 70.o

Certificados de operador geral de radiocomunicações

1 — O certificado de operador geral de radiocomu-nicações confere ao marítimo a competência para efec-tuar o serviço radiotelegráfico ou radiotelefónico emembarcações não equipadas com o GMDSS e chefiaras estações de radiocomunicações de 1.a, 2.a, 3.a ou4.a categorias.

2 — O certificado referido no número anterior, válidopor tempo indeterminado, é conferido aos marítimoscom a categoria de radiotécnico-chefe.

Artigo 71.o

Certificados de operador radiotelegrafista de 1.a classe

1 — O certificado de operador radiotelegrafista de1.a classe confere ao marítimo competência para efec-tuar o serviço radiotelegráfico ou radiotelefónico emembarcações não equipadas com o GMDSS e para che-fiar as estações de radiocomunicações de 1.a, 2.a, 3.aou 4.a categorias.

2 — O certificado referido no número anterior, válidopor tempo indeterminado, é conferido aos marítimoscom a categoria de radiotécnico de 1.a classe.

Artigo 72.o

Certificados de operador radiotelegrafista de 2.a classe

1 — O certificado de operador radiotelegrafista de2.a classe confere ao marítimo a competência para efec-tuar o serviço radiotelegráfico ou radiotelefónico emembarcações não equipadas com o GMDSS e para che-fiar as estações de radiocomunicações de 2.a, 3.a e4.a categorias.

2 — O certificado referido no número anterior, válidopor tempo indeterminado, é conferido aos marítimoscom as categorias de radiotécnico de 2.a classe ou deradiotelegrafista prático da classe A.

Artigo 73.o

Certificados especiais de operador radiotelegrafista

1 — O certificado especial de operador radiotelegra-fista confere ao marítimo a competência para efectuaro serviço radiotelegráfico em embarcações não equi-padas com o GMDSS e para chefiar as estações radio-telegráficas que não sejam obrigatórias por acordosinternacionais.

6778 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 246 — 23 de Outubro de 2001

2 — O certificado referido no número anterior, con-ferido aos marítimos com a categoria de radiotelegrafistaprático da classe B, é válido:

a) Por um ano, renovável por iguais períodos,desde que requerido no prazo de um ano a con-tar da data da caducidade;

b) Por tempo indeterminado, se o marítimo provarque tem um total de três anos de embarque,no período de sete anos imediatamente ante-riores à data em que o certificado é requerido.

Artigo 74.o

Certificados gerais de operador radiotelefonista

1 — O certificado geral de operador radiotelefonistaconfere ao marítimo competência para operar o equi-pamento radiotelefónico em embarcações não equipa-das com o GMDSS.

2 — O certificado referido no número anterior éválido por tempo indeterminado.

Artigo 75.o

Certificados restritos de operador radiotelefonista

1 — O certificado restrito de operador radiotelefo-nista confere ao marítimo a competência para operaro equipamento radiotelefónico em embarcações nãoequipadas com o GMDSS na banda de ondas métricas(VHF) ou nas bandas de ondas hectométricas (MF)e métricas (VHF), devendo esta limitação constar dorosto do certificado.

2 — O certificado referido no número anterior éválido por cinco anos, podendo ser revalidado nas con-dições previstas no n.o 3 do artigo 60.o deste regu-lamento.

3 — O certificado referido no n.o 1 deste artigo podeser conferido, sem prejuízo do disposto no n.o 2 doartigo 59.o deste regulamento, aos marítimos de qual-quer categoria que reúnam condições para a dispensado exame, nos termos do n.o 3 do mesmo artigo.

Artigo 76.o

Certificados de operador radiotelefonista da classe A

1 — O certificado de operador radiotelefonista daclasse A confere ao marítimo a competência para operaro equipamento radiotelefónico em embarcações costei-ras e locais não equipadas com o GMDSS, nas bandasde ondas hectométricas (MF), de ondas métricas (VHF)ou de ondas hectométricas (MF) e métricas (VHF) queapenas estabeleçam comunicação com estações costeirasnacionais, devendo esta limitação constar do rosto docertificado.

2 — O certificado referido no número anterior éválido por cinco anos, podendo ser revalidado nas con-dições previstas no n.o 3 do artigo 60.o deste regu-lamento.

3 — O certificado referido no n.o 1 deste artigo podeser conferido, sem prejuízo do disposto no n.o 2 doartigo 59.o deste regulamento, aos marítimos de qual-quer categoria que reúnam condições para a dispensado exame, nos termos do n.o 3 do mesmo artigo.

Artigo 77.o

Certificados de operador radiotelefonista da classe B

1 — O certificado de operador radiotelefonista daclasse B confere ao marítimo competência para operaro equipamento radiotelefónico em embarcações costei-

ras e locais não equipadas com o GMDSS, nas bandasde ondas hectométricas (MF), de ondas métricas (VHF)ou de ondas hectométricas (MF) e métricas (VHF), queapenas estabeleçam comunicação com estações costeirasnacionais, devendo esta limitação constar do rosto docertificado.

2 — O certificado referido no número anterior éválido por um ano, estando a sua revalidação depen-dente da realização de novo exame.

3 — O certificado referido no n.o 1 pode ser con-ferido, sem prejuízo do disposto no n.o 2 do artigo 59.odeste regulamento, aos marítimos de qualquer categoriaque reúnam condições para a dispensa do exame, nostermos do n.o 3 do mesmo artigo.

SECÇÃO IV

Certificados diversos

Artigo 78.o

Tipos de certificados diversos

1 — Os certificados diversos referidos na alínea d)do n.o 1 do artigo 21.o deste regulamento compreendem:

a) Os certificados para a condução de motores depotência igual ou inferior a 250 kW;

b) Os certificados de segurança e sobrevivência nomar.

2 — Os certificados referidos no número anterior sãoconferidos aos marítimos que obtenham aprovação emexame, nos termos da secção II do capítulo I do presentediploma ou reúnam as condições para a dispensa desseexame, nos termos do número seguinte.

3 — Os marítimos podem requerer a emissão dos cer-tificados previstos neste artigo, com dispensa do referidoexame, sempre que a frequência de cursos ministradosnas escolas de formação na área da marinha mer-cante — comércio e pescas — inclua os conhecimentosrespeitantes ao programa dos exames para a obtençãodestes mesmos certificados.

Artigo 79.o

Certificados para a condução de motores de potênciaigual ou inferior a 250 kW

1 — O certificado para a condução de motores depotência igual ou inferior a 250 kW confere ao marítimocompetência para exercer as funções correspondentesà categoria de maquinista prático de 3.a classe em embar-cações com máquinas propulsoras de combustão internade potência igual ou inferior a 250 kW, sem prejuízode poder acumular as funções referidas com as que cor-respondem à sua categoria.

2 — O certificado referido no número anterior éválido por tempo indeterminado.

Artigo 80.o

Certificados de segurança e sobrevivência no mar

1 — O certificado de segurança e sobrevivência nomar é conferido ao indivíduo que, pretendendo efectuara sua inscrição marítima, obtenha aprovação em examea realizar, para o efeito, nos termos da secção II docapítulo I do presente regulamento.

2 — O certificado referido no número anterior éválido por tempo indeterminado.

N.o 246 — 23 de Outubro de 2001 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6779

SECÇÃO V

Disposições comuns e transitórias

Artigo 81.o

Modelos dos certificados profissionais dos marítimos

Os modelos dos certificados profissionais dos marí-timos previstos neste regulamento constam do seuanexo, que dele faz parte integrante.

Artigo 82.o

Disposição transitória

Aos marítimos que iniciaram, antes de 1 de Agostode 1998, os seus serviços de mar ou um curso que habiliteà emissão dos certificados previstos nas Portariasn.os 734/84, de 6 de Abril, 735/84, de 20 de Setembro,626/86, de 20 de Setembro, 627/86, de 25 de Outubro,172/88, de 25 de Outubro, 251 /89, de 27 de Outubro,1086/90, de 21 de Março, e 282/95, de 7 de Abril, podemser aplicadas, até 1 de Fevereiro de 2002, as normaslegais constantes dos referidos diplomas relativas àsmatérias abrangidas pela secção II deste regulamento.

Modelo da carta de oficial a que se refere o artigo 22.o

a) O formato será de 150 mm×105 mm.b) Será impresso a azul sobre papel branco.c) O escudo terá as cores autênticas.

Modelo do certificado a que se refere a alínea a) do artigo 26.o

(Anverso)

(Verso)

a) O formato será de 210 mm×150 mm.b) Será impresso a azul sobre papel branco.c) O escudo do anverso terá as cores autênticas.d) As palavras «República Portuguesa» serão impressas a preto.e) Será plastificado após a aposição do selo branco do IMP sobre

a assinatura do presidente.

Modelo a que se refere o artigo 42.o

a) O formato será de 150 mm×105 mm.b) Será impresso a azul sobre papel branco.c) O escudo terá as cores autênticas.d) Será plastificado após a aposição do selo branco do IMP sobre

a assinatura do presidente.

6780 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 246 — 23 de Outubro de 2001

Modelo do certificado a que se refere o artigo 44.o

(Anverso)

(Verso)

a) O formato será de 105 mm×75 mm.b) Será plastificado após a aposição do selo branco do IMP sobre

a assinatura do presidente.

Modelo do certificao a que se refere o artigo 45.o

(Anverso)

(Verso)

a) O formato será de 105 mm×75 mm.b) Será plastificado após a aposição do selo branco do IMP sobre

a assinatura do presidente.

Modelo do certificado a que se refere o artigo 46.o

(Anverso)

(Verso)

a) O formato será de 105 mm×75 mm.b) Será plastificado após a aposição do IMP sobre a assinatura

do presidente.

N.o 246 — 23 de Outubro de 2001 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6781

Modelo do certificado a que se refere o artigo 47.o

(Anverso)

(Verso)

a) O formato será de 105 mm×75 mm.b) Será plastificado após a aposição do selo branco do IMP sobre

a assinatura do presidente.

Modelo do certificado a que se refere o artigo 47.o

(Anverso)

(Verso)

a) O formato será de 105 mm×75 mm.b) Será plastificado após a aposição do selo branco do IMP sobre

a assinatura do presidente.

Modelo do certificado a que se refere o artigo 47.o

(Anverso)

(Verso)

a) O formato será de 105 mm×75 mm.b) Será plastificado após a aposição do selo branco do IMP sobre

a assinatura do presidente.

6782 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 246 — 23 de Outubro de 2001

Modelo do certificado a que se refere o artigo 48.o

(Anverso)

(Verso)

a) O formato será de 105 mm×75 mm.b) Será plastificado após a aposição do selo branco do IMP sobre

a assinatura do presidente.

Modelo do certificado a que se refere o artigo 49.o

(Anverso)

(Verso)

a) O formato será de 105 mm×75 mm.b) Será plastificado após a aposição do selo branco do IMP sobre

a assinatura do presidente.

Modelo do certificado a que se refere o artigo 50.o

(Anverso)

(Verso)

a) O formato será de 105 mm×75 mm.b) Será plastificado após a aposição do selo branco do IMP sobre

a assinatura do presidente.

N.o 246 — 23 de Outubro de 2001 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6783

Modelo do certificado a que se refere o artigo 51.o

(Anverso)

(Verso)

a) O formato será de 105 mm×75 mm.b) Será plastificado após a aposição do selo branco do IMP sobre

a assinatura do presidente.

Modelo do certificado a que se refere o artigo 52.o

(Anverso)

(Verso)

a) O formato será de 105 mm×75 mm.b) Será plastificado após a aposição do selo branco do IMP sobre

a assinatura do presidente.

Modelo do certificado a que se refere o artigo 54.o

(Anverso)

(Verso)

a) O formato será de 105 mm×75 mm.b) Será plastificado após a aposição do selo branco do IMP sobre

a assinatura do presidente.

6784 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 246 — 23 de Outubro de 2001

Modelo do certificado a que se refere o artigo 55.o

(Anverso)

(Verso)

a) O formato será de 105 mm×75 mm.b) Será plastificado após a aposição do selo branco do IMP sobre

a assinatura do presidente.

Modelo do certificado a que se refere o artigo 56.o

(Anverso)

(Verso)

a) O formato será de 105 mm×75 mm.b) Será plastificado após a aposição do selo branco do IMP sobre

a assinatura do presidente.

Modelo do certificado a que se refere o artigo 57.o

(Anverso)

(Verso)

a) O formato será de 105 mm×75 mm.b) Será plastificado após a aposição do selo branco do IMP sobre

a assinatura do presidente.

N.o 246 — 23 de Outubro de 2001 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6785

Modelo do certificado a que se refere o artigo 61.o

(Anverso)

(Verso)

a) O formato será de 105 mm×75 mm.b) Será plastificado após a aposição do selo branco do IMP sobre

a assinatura do presidente.

Modelo do certificado a que se refere o artigo 62.o

(Anverso)

(Verso)

a) O formato será de 105 mm×75 mm.b) Será plastificado após a aposição do selo branco do IMP sobre

a assinatura do presidente.

Modelo do certificado a que se refere o artigo 63.o

(Anverso)

(Verso)

a) O formato será de 105 mm×75 mm.b) Será plastificado após a aposição do selo branco do IMP sobre

a assinatura do presidente.

6786 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 246 — 23 de Outubro de 2001

Modelo do certificado a que se refere o artigo 64.o

(Anverso)

(Verso)

a) O formato será de 105 mm×75 mm.b) Será plastificado após a aposição do selo branco do IMP sobre

a assinatura do presidente.

Modelo do certificado a que se referem os artigos 65.o e 66.o

(Anverso)

(Verso)

a) O formato será de 150 mm×105 mm.b) Será impresso a azul sobre papel branco.c) O escudo terá as cores autênticas.

Modelo do certificado a que se refere o artigo 67.o

(Anverso)

(Verso)

a) O formato será de 105 mm×75 mm.b) Será plastificado após a aposição do selo branco do IMP sobre

a assinatura do presidente.

N.o 246 — 23 de Outubro de 2001 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6787

Modelo do certificado a que se refere o artigo 68.o

(Anverso)

(Verso)

a) O formato será de 105 mm×75 mm.b) Será plastificado após a aposição do selo branco do IMP sobre

a assinatura do presidente.

Modelo do certificado a que se refere o artigo 70.o

(Anverso)

(Verso)

a) O formato será de 105 mm×75 mm.b) Será plastificado após a aposição do selo branco do IMP sobre

a assinatura do presidente.

Modelo do certificado a que se refere o artigo 71.o

(Anverso)

(Verso)

a) O formato será de 105 mm×75 mm.b) Será plastificado após a aposição do selo branco do IMP sobre

a assinatura do presidente.

6788 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 246 — 23 de Outubro de 2001

Modelo do certificado a que se referem o artigo 72.o

(Anverso)

(Verso)

a) O formato será de 105 mm×75 mm.b) Será plastificado após a aposição do selo branco do IMP sobre

a assinatura do presidente.

Modelo do certificado a que se refere o artigo 73.o

(Anverso)

(Verso)

a) O formato será de 105 mm×75 mm.b) Será plastificado após a aposição do selo branco do IMP sobre

a assinatura do presidente.

Modelo do certificado a que se refere o artigo 74.o

(Anverso)

(Verso)

a) O formato será de 105 mm×75 mm.b) Será plastificado após a aposição do selo branco do IMP sobre

a assinatura do presidente.

N.o 246 — 23 de Outubro de 2001 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6789

Modelo do certificado a que se refere o artigo 75.o

(Anverso)

(Verso)

a) O formato será de 105 mm×75 mm.b) Será plastificado após a aposição do selo branco do IMP sobre

a assinatura do presidente.

Modelo do certificado a que se refere o artigo 76.o

(Anverso)

(Verso)

a) O formato será de 105 mm×75 mm.b) Será plastificado após a aposição do selo branco do IMP sobre

a assinatura do presidente.

Modelo do certificado a que se refere o artigo 77.o

(Anverso)

(Verso)

a) O formato será de 105 mm×75 mm.b) Será plastificado após a aposição do selo branco do IMP sobre

a assinatura do presidente.

6790 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 246 — 23 de Outubro de 2001

Modelo do certificado a que se refere o artigo 79.o

(Anverso)

(Verso)

a) O formato será de 105 mm×75 mm.b) Será plastificado após a aposição do selo branco do IMP sobre

a assinatura do presidente.

Modelo do certificado a que se refere o artigo 80.o

(Anverso)

(Verso)

a) O formato será de 105 mm×75 mm.b) Será plastificado após a aposição do selo branco do IMP sobre

a assinatura do presidente.

ANEXO V

Regulamento relativo ao recrutamentoe ao embarque e desembarque dos marítimos

CAPÍTULO I

Âmbito de aplicação

Artigo 1.o

Aplicação

O presente regulamento aplica-se às embarcações decomércio e de pesca, aos rebocadores, às embarcaçõesauxiliares, às de investigação e a outras do Estado, comexcepção das pertencentes à Marinha e das integradasem serviços do Estado utilizadas em actividades de poli-ciamento ou de fiscalização.

Artigo 2.o

Navio de mar

Para efeitos de aplicação das normas constantes daConvenção Internacional sobre Normas de Formação,de Certificação e de Serviço de Quartos para os Marí-timos (STCW), da Organização Marítima Internacional(IMO), de convenções da Organização Internacional doTrabalho (OIT) e de directivas comunitárias referentesa actividades marítimas, a matéria do presente regu-lamento restringe-se a navios de mar, entendendo-secomo tal as embarcações destinadas a navegar no marcom objectivos comerciais.

CAPÍTULO II

Recrutamento, embarque e desembarque

SECÇÃO I

Recrutamento

Artigo 3.o

Âmbito de recrutamento

1 — O recrutamento dos tripulantes para o exercíciode funções a bordo de embarcações nacionais deve recairem:

a) Marítimos de nacionalidade portuguesa;b) Marítimos nacionais de países da União Euro-

peia ou de países terceiros, sujeitos, nos termos

N.o 246 — 23 de Outubro de 2001 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6791

legalmente estabelecidos, a processo prévio dereconhecimento dos seus certificados profis-sionais.

2 — O Instituto Marítimo-Portuário (IMP) tem com-petência para, em casos excepcionais e de reconhecidanecessidade, autorizar o recrutamento de marítimos nãonacionais, com dispensa da condição prevista na alí-nea b) do número anterior.

3 — Sempre que as embarcações não possam navegarem segurança, por se encontrar reduzida a tripulação,por motivos de doença ou de força maior, o comandanteou o mestre pode recrutar marítimos nacionais de paísesda União Europeia ou de países terceiros em númeroindispensável para completar a lotação de segurançadas embarcações em portos estrangeiros.

4 — O disposto no número anterior não se aplica àsembarcações sujeitas à Convenção STCW.

5 — Os marítimos embarcados ao abrigo do recru-tamento previsto no n.o 3 devem ser substituídos, logoque possível, por marítimos que preencham as condiçõesestabelecidas nas alíneas a) ou b) do n.o 1.

6 — O embarque de marítimos de países terceirosestá condicionado à posse de conhecimentos da línguaportuguesa, sempre que esta seja adoptada como línguade trabalho a bordo.

SECÇÃO II

Embarque

Artigo 4.o

Documentos para embarque

1 — Os marítimos só podem embarcar desde quesejam titulares dos seguintes documentos:

a) Cédula de inscrição marítima;b) Certificado de aptidão física e psíquica;c) Certificado de vacinação comprovativo de que

o tripulante se encontra vacinado contra otétano e demais vacinas exigíveis;

d) Certificados profissionais ou outros documentosoficiais exigidos para o exercício de funções abordo.

2 — Relativamente aos tripulantes de embarcaçõesregistadas como embarcações locais, apenas é exigívela cédula de inscrição marítima.

3 — Em situações de embarque, só é obrigatória aapresentação dos documentos para embarque, quandosolicitados pela entidade fiscalizadora competente.

Artigo 5.o

Rol de tripulação

1 — O rol de tripulação é elaborado e assinado pelacompanhia ou, em sua representação, pelo comandanteou pelo mestre ou arrais da embarcação.

2 — Uma cópia do rol de tripulação é entregue aoórgão local do sistema da autoridade marítima (SAM)do porto de saída da embarcação, que confirma, nooriginal, a sua recepção.

3 — Se o porto de saída não coincidir com o portode registo da embarcação, a companhia, o comandante,ou o mestre ou arrais devem remeter ao órgão localdo SAM do porto de registo uma cópia do rol detripulação.

4 — A companhia, o comandante ou o mestre ouarrais devem comunicar ao órgão local do SAM do portode inscrição de cada tripulante, para efeitos de registoou de anotação, as informações relativas à sua inclusãono rol de tripulação e respectivas datas de embarque.

5 — O modelo do rol de tripulação e o da comu-nicação a que se refere o número anterior constam dosmodelos anexos ao presente regulamento.

6 — As embarcações desprovidas de meios de pro-pulsão próprios e registadas como embarcações decomércio, não estão sujeitas a rol de tripulação, sempreque façam navegação a reboque.

Artigo 6.o

Conteúdo do rol de tripulação

1 — O rol de tripulação deve conter os seguinteselementos:

a) Nome da embarcação, tipo de actividade e áreade navegação;

b) Nome e sede da companhia;c) Por cada tripulante: nome, nacionalidade, data

de nascimento, porto de inscrição marítima,domicílio, número da cédula marítima, catego-ria e funções que vai desempenhar a bordo edatas de embarque e desembarque;

d) Data e prazo de validade do rol.

2 — No caso de embarque de indivíduos não marí-timos, nos termos legalmente permitidos, ao rol de tri-pulação é apensa uma relação dos mesmos, com mençãodo nome, nacionalidade, naturalidade, domicílio, datade embarque e actividade profissional que vão exercer,ou qualquer outra razão justificativa do embarque.

3 — O embarque de indivíduos não marítimos emembarcações do tráfego local de passageiros, para odesempenho de funções de natureza permanente e demutação constante, não obriga à identificação dostitulares.

4 — Nos navios de mar, ao rol da tripulação é apensauma cópia dos contratos de trabalho dos tripulantes.

5 — Se for aplicável um instrumento de regulamen-tação colectiva de trabalho, o contrato individual podefazer remissão expressa, total ou parcial, para esse ins-trumento, que deve ser também apenso ao rol datripulação.

Artigo 7.o

Alterações ao rol de tripulação

1 — O aumento, a redução ou a substituição de tri-pulantes são obrigatoriamente averbados no rol de tri-pulação pelo comandante ou pelo mestre ou arrais ecomunicadas aos órgãos locais do SAM, de acordo comos procedimentos previstos nos n.os 2, 3 e 4 do artigo 5.odeste regulamento.

6792 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 246 — 23 de Outubro de 2001

2 — As alterações relativas a indivíduos não marí-timos embarcados são, igualmente, comunicadas aoórgão local do SAM do porto onde foi entregue o rolde tripulação e, quando não coincidam, ao órgão localdo SAM do porto de registo da embarcação.

Artigo 8.o

Rol de tripulação colectivo

1 — Sempre que duas ou mais embarcações registadascomo embarcações locais, incluindo os rebocadores comduplo registo, tenham o mesmo porto de registo, sejampropriedade da mesma companhia e estejam afectas adeterminada actividade regular ou a um processo delaboração contínua, com rotatividade previsível de tri-pulantes, pode ser emitido um rol de tripulação colec-tivo, conforme modelo anexo ao presente regulamento.

2 — A companhia que pretenda utilizar um rol detripulação colectivo é obrigada a remeter previamenteao órgão local do SAM do porto de registo das embar-cações uma cópia do mesmo, com menção das embar-cações abrangidas.

3 — O número de tripulantes a incluir no rol de tri-pulação colectivo não pode ser inferior ao somatóriodos marítimos que constituem as lotações mínimas desegurança de cada uma das embarcações, podendo acompanhia, consoante as necessidades de serviço ou deexploração, utilizar os mesmos tripulantes em qualquerdas embarcações abrangidas.

4 — As embarcações abrangidas por um rol de tri-pulação colectivo devem ter sempre a bordo, quandoa navegar, os tripulantes fixados em número e quali-ficação, na lotação mínima de segurança.

5 — Os rebocadores com duplo registo e rol de tri-pulação colectivo, a que seja aplicável a ConvençãoSTCW por navegarem para além da área local, devemobservar as normas desta Convenção em matéria decertificação da tripulação.

6 — O comandante ou o mestre dos rebocadores, nassituações previstas no número anterior, deve comunicarao órgão local do SAM do porto, antes da saída daembarcação, ou imediatamente a seguir e por via expe-dita, designadamente fax ou VHF, a relação nominaldos tripulantes da embarcação, de modo a permitir, emcada momento, a sua identificação.

7 — Quando uma embarcação se encontre em ope-rações de carga e descarga, ao largo ou no cais, o coman-dante ou o mestre deve assegurar a presença a bordodos tripulantes necessários para garantir a segurançada embarcação, da carga, das pessoas e do meiomarinho.

8 — Nas embarcações abrangidas pelo rol de tripu-lação colectivo deve ser afixada, em local bem visível,uma cópia do respectivo rol.

9 — Ao rol de tripulação colectivo aplicam-se as dis-posições dos artigos 6.o, 7.o e 9.o deste regulamento,com as devidas adaptações.

Artigo 9.o

Validade do rol de tripulação

A validade do rol de tripulação depende da sua con-formidade com as disposições aplicáveis, em termos de

lotação de segurança da embarcação, da qualificaçãoe certificação dos tripulantes e do cumprimento das for-malidades estabelecidas no presente regulamento.

Artigo 10.o

Embarque de marítimos portuguesesem embarcações estrangeiras

O embarque de marítimos portugueses em embar-cações estrangeiras não carece de autorização, devendoapenas ser comunicado ao órgão local do SAM do portode inscrição do marítimo.

SECÇÃO III

Desembarque

Artigo 11.o

Desembarque

1 — O desembarque dos tripulantes é comprovadopelo averbamento efectuado pelo comandante ou pelomestre ou arrais da embarcação nas cédulas de inscriçãomarítima.

2 — No caso de desembarque do comandante, ou domestre ou arrais, os averbamentos serão efectuadospelos tripulantes designados para os substituir a bordo.

3 — Nas situações abrangidas pelos n.os 1 e 2, e apedido do tripulante, o comandante ou o mestre ouarrais, ou quem os substitua a bordo, podem emitir umbilhete de desembarque, que constitui documento com-provativo do período de embarque do tripulante.

4 — O bilhete de desembarque não tem natureza con-tratual, nem pode conter referências à qualidade do tra-balho ou à aptidão profissional dos marítimos, ou a even-tuais sanções disciplinares que lhes tenham sido apli-cadas.

5 — O bilhete de desembarque consta de modeloanexo ao presente regulamento, e dele faz parte o ori-ginal a entregar ao marítimo e uma cópia destinadaao arquivo na embarcação.

SECÇÃO IV

Averbamentos e anotações dos embarquese desembarques

Artigo 12.o

Procedimentos

1 — Sem prejuízo do disposto no n.o 2 do artigo ante-rior e do disposto no n.o 2, os embarques e desembarquesdos tripulantes são averbados nas cédulas, pelo coman-dante, ou pelo mestre ou arrais, e comunicados ao órgãolocal do SAM do porto de inscrição do marítimo paraefeitos de registo.

2 — Os embarques e desembarques efectuados nasembarcações registadas como embarcações locais nãosão averbados nas cédulas, sendo apenas anotados peloórgão local do SAM do porto de inscrição dos marítimoscom base no rol de tripulação ou nas comunicaçõesprevistas no n.o 4 do artigo 5.o deste regulamento.

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CAPÍTULO III

Disposições especiais para certas embarcações

SECÇÃO I

Embarcações integradas em serviços do Estado

Artigo 13.o

Regime

1 — Os tripulantes de embarcações integradas em ser-viços do Estado estão sujeitos a inscrição marítima, sen-do-lhes aplicável os normativos respeitantes à carreiraprofissional dos marítimos.

2 — As embarcações referidas no número anteriordevem dispor de um rol de tripulação que contenha,exclusivamente, o nome dos tripulantes, respectivas cate-gorias e funções exercidas a bordo.

3 — O recrutamento de marítimos para as embar-cações referidas no n.o 1 é regulado pelas disposiçõesrelativas à admissão de trabalhadores do Estado ou dasempresas públicas.

SECÇÃO II

Embarcações de pesca pertencentes a empresas de capital mistoou licenciadas para operar sob diversas formas de cooperaçãoem matéria de pesca.

Artigo 14.o

Nacionalidade dos tripulantes

As embarcações nacionais autorizadas a pescar emáguas nacionais de países terceiros ou sob sua jurisdição,e que se encontrem nas situações a seguir indicadas,podem ser tripuladas por marítimos não nacionais, nãosujeitos a processo prévio de reconhecimento dos seuscertificados profissionais, até ao limite de 50% da res-pectiva lotação, desde que se encontrem nas seguintessituações:

a) Pertençam a empresas de pesca de capital mistocom sede em Portugal;

b) Operem no âmbito de associações temporáriasde empresas previstas no artigo 18.o do Regu-lamento CEE n.o 4028/86, de 18 de Dezembro;

c) Estejam licenciadas para operar ao abrigo deacordos celebrados entre armadores, ou paraser dadas de fretamento com tripulação;

d) Operem no âmbito de acordos bilaterais compaíses terceiros celebrados pela União Euro-peia.

SECÇÃO III

Material flutuante adstrito a obras portuárias

Artigo 15.o

Conceito

São considerados «material flutuante adstrito aobras» os rebocadores e as embarcações auxiliareslocais, nomeadamente lanchas, dragas, guindastes,gruas, batelões, chatas e pontões, dispondo ou não demeios próprios de propulsão, quando adstritos, comcarácter de permanência, a obras portuárias.

Artigo 16.o

Situações de operação

1 — O material flutuante, a navegar, a pairar, fun-deado ou amarrado é considerado, consoante a suaposição:

a) Em situação normal, quando se encontre emespelho de água não vedado à navegação emgeral;

b) Em situação de excepção, quando se encontredentro da zona de trabalho do estaleiro, ou seja,em local cujo espelho de água está vedado ànavegação em geral.

2 — O órgão local do SAM é a entidade competentepara autorizar a demarcação da zona a que se referea alínea b) do número anterior, mediante requerimentofundamentado e acompanhado do projecto da obra.

Artigo 17.o

Lotação inferior à fixada

O material flutuante que se encontre na zona referidana alínea b) do n.o 1 do artigo anterior pode operarem regime de rol de tripulação individual ou colectivoe com a lotação que for fixada pelo órgão local do SAM.

SECÇÃO IV

Embarcações utilizadas na actividade marítimo-turística

Artigo 18.o

Qualificação dos tripulantes

As embarcações utilizadas na actividade marítimo--turística podem ser tripuladas por inscritos marítimosou por navegadores de recreio devidamente encartados,nos termos da legislação aplicável ao exercício da refe-rida actividade.

Modelo a que se refere o artigo 5.o

6794 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 246 — 23 de Outubro de 2001

Modelo a que se refere o artigo 5.o

Modelo a que se refere o artigo 5.o

Modelo a que se refere o artigo 5.o

Modelo a que se refere o artigo 6.o

N.o 246 — 23 de Outubro de 2001 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6795

Modelo a que se refere o artigo 7.o

Modelo a que se refere o artigo 7.o

Modelo a que se refere o artigo 8.o

Modelo a que se refere o artigo 9.o

6796 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 246 — 23 de Outubro de 2001

Modelo a que se refere o artigo 11.o

ANEXO VI

Regulamento relativo à fixação da lotação de segurançadas embarcações nacionais

Artigo 1.o

Objecto

O presente regulamento estabelece as normas rela-tivas ao processo de fixação da lotação de segurançadas embarcações nacionais, adiante designada porlotação.

Artigo 2.o

Elementos a ter em conta na fixação da lotação

A lotação é fixada tendo em conta, designadamente,os seguintes elementos:

a) O tipo, a arqueação, a potência propulsora, osequipamentos e, em particular, o grau de auto-mação da máquina principal e de manobra daembarcação;

b) A área de navegação e tipo de actividade a quea embarcação se destina;

c) A qualificação profissional dos tripulantes.

Artigo 3.o

Requerimento para a fixação da lotação

1 — O processo de fixação da lotação inicia-se como requerimento da companhia ou do seu representantelegal, dirigido ao Instituto Marítimo-Portuário (IMP)ou ao órgão local do sistema da autoridade marítima

(SAM) do porto de registo da embarcação, dele devendoconstar a identificação da embarcação, a sua actividade,a área de navegação e o tipo de serviço a que a embar-cação se destina.

2 — O requerimento deve ser acompanhado dosseguintes elementos:

a) Memória identificativa da embarcação, da qualconstem as características técnicas e as dos res-pectivos equipamentos;

b) Plano geral da embarcação;c) Plano ou método de segurança e de manutenção

da embarcação, com indicação dos meios de sal-vação existentes a bordo;

d) Proposta de lotação fundamentada na legislaçãoaplicável.

3 — Os elementos constantes das alíneas a), b) e c)do número anterior são dispensáveis se já se encon-trarem na posse das entidades competentes.

4 — A entidade competente, caso concorde com aproposta do requerente e tendo em conta os elementosapresentados, procede à fixação da lotação da embar-cação e emite o respectivo certificado.

5 — A entidade competente que não concorde coma proposta de lotação deve notificar o requerente paraapresentar, no prazo de oito dias, contados a partir dorecebimento da notificação, uma nova proposta de lota-ção, que tenha em conta as orientações indicadas parao efeito.

Artigo 4.o

Remessa do certificado de lotação de segurança ao requerente

1 — Emitido o certificado de lotação de segurança,a entidade competente deve:

a) Enviar ao requerente dois exemplares do cer-tificado de lotação de segurança;

b) Facultar cópia do certificado de lotação de segu-rança às entidades directamente interessadasque a solicitem.

2 — No caso de certificados emitidos pelo IMP, deveser enviada cópia autenticada ao órgão local do SAMdo porto de registo da embarcação.

Artigo 5.o

Embarque de indivíduos para além da lotação

O embarque de tripulantes que não constem da lota-ção de embarcação ou de indivíduos não tripulantesnão pode ultrapassar o número máximo de pessoas aembarcar, de acordo com o disposto no certificado delotação de segurança.

Artigo 6.o

Emissão de certificado provisório de lotação de segurança

No caso de embarcação registada em país comunitárioou em país terceiro, destinada a arvorar pavilhão nacio-

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nal, pode ser emitido um certificado provisório de lota-ção de segurança válido por período idêntico ao doregisto provisório da embarcação.

Artigo 7.o

Viagem com lotação diferente da fixada

1 — A requerimento da companhia ou do seu repre-sentante legal, a entidade que fixou a lotação e emitiuo respectivo certificado de lotação de segurança ou oórgão local do SAM do porto em que a embarcaçãose encontre pode autorizar a saída de uma embarcaçãopara o mar, com lotação inferior à fixada, em númeroou qualificação dos marítimos.

2 — A autorização a que se refere o número anteriorsó deve ser dada caso as referidas entidades concluamque a lotação inferior não afecta a segurança da embar-cação e das pessoas embarcadas, dada a duração e otipo de viagem pretendida.

3 — O embarque de marítimos em embarcações aque se aplique a Convenção STCW, nas condições dequalificação permitidas pelo n.o 1, está condicionadoà posse de certificado de dispensa, sempre que exigido.

Artigo 8.o

Revisão das lotações

1 — As lotações devem ser revistas pelas entidadesque as fixarem, a requerimento das companhias ou dosseus representantes legais, sempre que se alterem ascondições que fundamentaram a sua fixação.

2 — A revisão das lotações implica a emissão de novoscertificados, tendo em conta o disposto no artigo 2.odeste regulamento.

Artigo 9.o

Parecer prévio sobre a lotação

1 — A requerimento da companhia ou do seu repre-sentante legal, a entidade competente deve emitir oparecer prévio vinculativo sobre a lotação a atribuir auma embarcação em construção ou em processo deaquisição.

2 — O parecer prévio deve ser emitido no prazo de30 dias, contados a partir da recepção do requerimento,o qual deve ser acompanhado dos elementos previstosno artigo 2.o deste regulamento.

Artigo 10.o

Afixação de documentos

É obrigatória a afixação do certificado de lotação emlocal da embarcação facilmente acessível aos tripulantes.

Artigo 11.o

Modelos de certificados de lotação de segurança

Os modelos dos certificados de lotação de segurançaconstam dos anexos ao presente regulamento.

Modelo a que se refere o artigo 11.o

Modelo a que se refere o artigo 11.o

6798 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 246 — 23 de Outubro de 2001

Modelo a que se refere o artigo 11.o

APÊNDICE I

Modelo da autenticação a que se refere o artigo 46.o

(Anverso)

(Verso)a) O formato será de 210 mm×150 mm.b) Será impresso a azul sobre papel branco.

c) O escudo do anverso terá as cores autênticas.d) As palavras «República Portuguesa» serão impressas a preto.e) Será plastificado após a aposição do selo branco do IMP

sobre assinatura do presidente.

APÊNDICE II

Procedimentos e critérios para o reconhecimento de certifica-dos de competência emitidos por países terceiros e paraaprovação de estabelecimentos de formação do pessoal domar e respectivos programas e cursos de formação a quese refere o n.o 5 do artigo 58 .o deste diploma.

A — Procedimentos e critérios relativosao reconhecimento de certificados

1 — O IMP pode solicitar a um país terceiro, aoabrigo do disposto no n.o 5 do artigo 58.o deste diploma,informações sobre:

a) A legislação e os instrumentos relativos à exe-cução da Convenção STCW;

b) O conteúdo e a duração dos cursos de formação,incluindo informação sobre as políticas adop-tadas relativamente ao ensino, à formação, aosexames, à avaliação de conhecimentos e à cer-tificação dos marítimos;

c) Os exames nacionais e outras condições adop-tadas para cada tipo de certificado emitido emconformidade com a Convenção STCW;

d) Os modelos de certificados emitidos em con-formidade com a Convenção STCW;

e) A orgânica governamental relevante;f) As medidas jurídicas e administrativas tomadas

para garantir o cumprimento da ConvençãoSTCW, especialmente no que diz respeito à for-mação e avaliação e à emissão e registo decertificados;

g) As formalidades seguidas em processos dehomologação ou de aprovação, de exames oude avaliação de conhecimentos, exigidos pelaConvenção STCW e as condições respectivas,bem como uma lista das homologações e apro-vações concedidas.

2 — Após recepção das informações referidas nonúmero anterior, o IMP deve adoptar os seguintesprocedimentos:

a) Comparar a matéria constante das informaçõescom todos os requisitos pertinentes da Conven-ção STCW, por forma a garantir ter sido dadopleno e cabal cumprimento ao disposto naConvenção;

b) Tomar todas as medidas necessárias destinadasa confirmar se os requisitos relativos aos níveisde competência, à emissão, à autenticação e àmanutenção de registos de certificados estão aser cumpridos e se foi criado um sistema dequalidade, nos termos da Convenção STCW,podendo, inclusive, proceder a inspecções às ins-talações e aos procedimentos de formação ecertificação;

c) Assegurar que os marítimos, cujos certificadosforam reconhecidos com vista ao exercício defunções de gestão, dispõem de conhecimentossuficientes da legislação marítima portuguesaaplicável às funções que pretendam exercer.

3 — O IMP deve ainda acordar com o pais terceiroenvolvido no sentido de que este o notifique de qualqueralteração significativa que se venha a verificar nos regi-mes em rigor, respeitantes à formação e à certificaçãonos termos da Convenção STCW.

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B — Procedimentos e critérios para a aceitação de estabelecimentosde formação na área da marinha mercante — comércio e pescas —e respectivos programas e cursos de formação, nos termos do n.o 2do artigo 57.o

1 — Um estabelecimento de formação de marítimosdevidamente autorizado a ministrar programas e cursosde formação deve dispor para ser aceite pelo EstadoPortuguês:

a) De formadores que:

Conheçam o programa de formação e com-preendam os objectivos específicos do tipode formação a ministrar;

Possuam qualificações para as tarefas sobreas quais irá incidir a formação;

Tenham recebido a necessária orientaçãosobre técnicas de instrução com a utilizaçãode simuladores;

Possuam experiência prática operacional deutilização do tipo de simulador a empregar;

b) De supervisores com formação adequada aosprogramas e aos cursos de formação aprovados,conhecedores de cada programa ou curso deformação que tenham a seu cargo supervisionar,bem como dos objectivos específicos desses pro-gramas e cursos;

c) De avaliadores com formação adequada emmétodos e práticas de avaliação e que possuam:

Um nível suficiente de conhecimento sobreas matérias a avaliar;

Qualificações relativas aos serviços sobre asquais irá incidir a avaliação;

A necessária orientação sobre os métodos eas práticas de avaliação;

Experiência prática de avaliação;Experiência prática de avaliação com o tipo

de simulador a empregar, adquirida sob asupervisão de um avaliador experiente epor este considerada satisfatória;

d) De registos dos candidatos que tenham con-cluído os seus cursos ou a sua formação no esta-belecimento, incluindo elementos sobre oensino e formação ministrada, as datas respec-tivas e o diploma atribuído.

2 — Os estabelecimentos referidos no número ante-rior devem ainda ser obrigados a:

a) Prestar informações sobre os certificados quetenham emitido e formação subjacente;

b) Controlar continuamente as suas actividades deformação e avaliação através de sistemas de nor-mas de qualidade, de modo a garantir a rea-lização dos objectivos definidos, incluindo osrelativos às qualificações e à experiência dosseus formadores e avaliadores;

c) Processos de avaliação, com intervalos não supe-riores a cinco anos, a cargo de pessoas devi-damente qualificadas e não envolvidas nas acti-vidades de formação ou avaliação em causa, des-tinados a verificar se os procedimentos admi-nistrativos e operacionais do estabelecimentosão geridos, organizados, aplicados, supervisio-nados e controlados internamente, de forma agarantir que sejam atingidos os objectivos defi-nidos.

3 — Os programas e os cursos de formação paraserem aceites pelo Estado Português, com vista à pres-tação de serviços a bordo das embarcações nacionais,devem ser:

a) Estruturados de acordo com programas escritosque incluam os métodos e meios de os ministrar,bem como os procedimentos e o material didác-tico necessários para a obtenção do nível deconhecimentos prescrito;

b) Conduzidos, controlados, avaliados e enquadra-dos por pessoas qualificadas nos termos dos n.o 1da parte B deste anexo.