ministério das fazenda prova comentada 2009

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SIGA RESOLVE ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO -SP 24/05/2009- 1 Prova Comentada - Ministério da Fazenda 24.05.09 (Prova tipo 1 e 2) CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA 1. O processamento e o controle das instruções executadas em um computador são funções da: a) unidade central de processamento. b) memória secundária. c) memória principal. d) unidade lógica e aritmética. e) unidade de controle. Resp.: A Comentários: A CPU, que é corretamente descrita na alternativa A como "unidade central de processamento" controla, além do processamento de dados o fluxo de informações e instruções executadas em um computador, o que não é função de nenhum tipo de memória (conforme apresentam incorretamente as questões B e C). As descrições das alternativas D e E não podem ser associadas à CPU. 2. Considere a seguinte configuração de um computador e assinale a opção correta. Pentium V 2GHz, 1GB de RAM e 40GB de disco rígido a) A capacidade total do disco rígido é 41GB. b) A capacidade dos dispositivos de entrada/saída é 40GB. c) A capacidade da memória somente de leitura é 41GB. d) A capacidade do sistema operacional é 1GB. e) A capacidade da memória principal é 1GB. Resp.:E Comentários: Como apresentado corretamente no enunciado da questão, a descrição "1 GB de RAM" diz respeito a capacidade da memória principal (descrição da RAM). A capacidade do disco rígido é 40 GB, o que anula a alternativa A, B e C e o sistema operacional não é uma memória, o que anula a alternativa D. 3. Em um computador executando o sistema operacional Windows, é possível listar todos os componentes de hardware instalados ao selecionar, no ‘Painel de Controle’, a opção a) Gerenciador de dispositivos. b) Centro de rede e compartilhamento. c) Gerenciador de programas e recursos. d) Gerenciador de desempenho. e) Gerenciador de segurança. Resp.: A Comentários: No Sistema Operacional Windows (tanto no XP quanto no Vista) o painel de controle apresenta na opção Gerenciador de Dispositivos o controle dos elementos de hardware do computador, conforme corretamente apresenta a alternativa A. 4. Ao utilizar o BrOffice Writer 2.4.1, para exibir a barra de ferramentas de ‘Desenho’, seleciona-se: a) Inserir Objeto Plug-in b) Exibir Barra de status c) Inserir Figura Digitalizar d) Exibir Barras de ferramentas Desenho e) Editar Alterações Mostrar Resp.: D Comentários: A sequencia apresentada na alternativa D "Exibir > Barra de Ferramentas > Desenho" apresenta o caminho correto para exibir a barra de desenho do Writer BrOffice. Ao habilitar esta barra nada é inserido ou editado no documento, o que cancela todas as outras alternativas. 5. Para configurar o endereço (URL) do site inicial do navegador Web Internet Explorer versão 7, seleciona-se a opção Ferramentas, Opções da Internet e depois em: a) Conexões b) Avançadas c) Conteúdo d) Privacidade e) Geral Resp.: E Comentários: Os navegadores (browsers) permitem que defina-se uma URL inicial, que é acessada no momento em que se inicializa o software. Na Internet Explorer 7, este caminho está descrito na alternativa E. Todas as outras alternativas representam opções existentes em Opções de Internet na opção Ferramentas, mas não indicam o caminho para a ação descrita no enunciado. 6. Determinado usuário, ao acessar um site WEB utilizando um login e uma senha de autenticação, obtém acesso a mensagens eletrônicas enviadas e recebidas por meio da Internet. Indique o serviço Internet que este usuário está acessando: a) Correio eletrônico. b) Hipertexto. c) Sistema operacional de navegação. d) Sistema de navegador Web. e) Segurança Internet. Resp.: A Comentários: Correio Eletrônico é o serviço que permite após inserir login e senha o acesso a mensagens eletrônicas enviadas e recebidas através do Webmail, conforme descreve corretamente a alternativa A.

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SIGA RESOLVE ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO -SP 24/05/2009- 1

Prova Comentada - Ministério da Fazenda 24.05.09 (Prova tipo 1 e 2)

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA 1. O processamento e o controle das instruções executadas em um computador são funções da: a) unidade central de processamento. b) memória secundária. c) memória principal. d) unidade lógica e aritmética. e) unidade de controle. Resp.: A Comentários: A CPU, que é corretamente descrita na alternativa A como "unidade central de processamento" controla, além do processamento de dados o fluxo de informações e instruções executadas em um computador, o que não é função de nenhum tipo de memória (conforme apresentam incorretamente as questões B e C). As descrições das alternativas D e E não podem ser associadas à CPU. 2. Considere a seguinte configuração de um computador e assinale a opção correta. Pentium V 2GHz, 1GB de RAM e 40GB de disco rígido a) A capacidade total do disco rígido é 41GB. b) A capacidade dos dispositivos de entrada/saída

é 40GB. c) A capacidade da memória somente de leitura é

41GB. d) A capacidade do sistema operacional é 1GB. e) A capacidade da memória principal é 1GB. Resp.:E Comentários: Como apresentado corretamente no enunciado da questão, a descrição "1 GB de RAM" diz respeito a capacidade da memória principal (descrição da RAM). A capacidade do disco rígido é 40 GB, o que anula a alternativa A, B e C e o sistema operacional não é uma memória, o que anula a alternativa D. 3. Em um computador executando o sistema operacional Windows, é possível listar todos os componentes de hardware instalados ao selecionar, no ‘Painel de Controle’, a opção a) Gerenciador de dispositivos. b) Centro de rede e compartilhamento. c) Gerenciador de programas e recursos. d) Gerenciador de desempenho. e) Gerenciador de segurança. Resp.: A Comentários: No Sistema Operacional Windows (tanto no XP quanto no Vista) o painel de controle apresenta na opção Gerenciador de Dispositivos o controle dos

elementos de hardware do computador, conforme corretamente apresenta a alternativa A. 4. Ao utilizar o BrOffice Writer 2.4.1, para exibir a barra de ferramentas de ‘Desenho’, seleciona-se: a) Inserir → Objeto → Plug-in b) Exibir → Barra de status c) Inserir → Figura → Digitalizar d) Exibir → Barras de ferramentas → Desenho e) Editar → Alterações → Mostrar Resp.: D Comentários: A sequencia apresentada na alternativa D "Exibir > Barra de Ferramentas > Desenho" apresenta o caminho correto para exibir a barra de desenho do Writer BrOffice. Ao habilitar esta barra nada é inserido ou editado no documento, o que cancela todas as outras alternativas. 5. Para configurar o endereço (URL) do site inicial do navegador Web Internet Explorer versão 7, seleciona-se a opção Ferramentas, Opções da Internet e depois em: a) Conexões b) Avançadas c) Conteúdo d) Privacidade e) Geral Resp.: E Comentários: Os navegadores (browsers) permitem que defina-se uma URL inicial, que é acessada no momento em que se inicializa o software. Na Internet Explorer 7, este caminho está descrito na alternativa E. Todas as outras alternativas representam opções existentes em Opções de Internet na opção Ferramentas, mas não indicam o caminho para a ação descrita no enunciado. 6. Determinado usuário, ao acessar um site WEB utilizando um login e uma senha de autenticação, obtém acesso a mensagens eletrônicas enviadas e recebidas por meio da Internet. Indique o serviço Internet que este usuário está acessando: a) Correio eletrônico. b) Hipertexto. c) Sistema operacional de navegação. d) Sistema de navegador Web. e) Segurança Internet. Resp.: A Comentários: Correio Eletrônico é o serviço que permite após inserir login e senha o acesso a mensagens eletrônicas enviadas e recebidas através do Webmail, conforme descreve corretamente a alternativa A.

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2 - ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO -SP 24/05/2009 SIGA RESOLVE

7. O sistema desenvolvido com o objetivo de auxiliar no controle e acompanhamento de tarefas, tais como controle de estoque e folha de pagamento em empresas, é denominado a) operacional. b) Windows Word. c) de informação. d) Internet. e) de correio eletrônico (e-mail). Resp.:C Comentários: Sistema de Informação é a descrição genérica para um conjunto de ações que abrangem máquinas, operações etc. Estas operações podem ser a de controle de estoque ou folha de pagamento, como apresenta a questão. Não se trata de um software específico, e sim do conjunto de ações. 8. Para acessar os computadores de uma empresa, os funcionários devem informar a matrícula e uma senha de acesso para a realização das suas atividades. A respeito desse controle, é correto afirmar que: I. Visa a segurança da informação. II.Evita o acesso indevido a documentos confidenciais por parte de pessoas externas. III. Controla o acesso aos sistemas de informação da empresa. Assinale a opção correta. a) Apenas as afirmações I e II são corretas. b) As afirmações I, II e III são corretas. c) Apenas as afirmações II e III são corretas. d) Apenas as afirmações I e III são corretas. e) Nenhuma das afirmações é correta. Resp.:B Comentários: Senha, matrícula ou login, são meios de proteção da informação, que visam sua segurança, invasão e controle do sistema, portanto todas as opções estão corretas, conforme apresenta a alternativa B. 9. Indique a opção que caracteriza uma rede de computadores. a) Windows b) Sistema de informação c) LINUX d) Internet e) Internet Explorer Resp.:D Comentários: A Internet é uma rede global de computadores, que utiliza recursos de telecomunicação, portanto a única opção que descreve uma rede é a alternativa D. 10. O hardware, cuja função é fornecer o ponto de acesso de um computador a uma rede de computadores, é: a) o sistema operacional. b) a placa-mãe. c) a unidade central de processamento.

d) o barramento de endereços. e) a placa (ou interface) de rede. Resp.:E Comentários: A placa de rede é o hardware que tem a função de permitir o acesso de um computar a uma rede, conforme descreve a alternativa E. RACIOCÍNIO LÓGICO-QUANTITATIVO 11. Com 50 trabalhadores, com a mesma produtividade, trabalhando 8 horas por dia, uma obra ficaria pronta em 24 dias. Com 40 trabalhadores, trabalhando 10 horas por dia, com uma produtividade 20% menor que os primeiros, em quantos dias a mesma obra ficaria pronta? a) 24 b) 16 c) 30 d) 15 e) 20 Resp.:C Comentários: Sendo t o número de dias necessários para a obra ficar pronta, temos: Trab. Produt. h/dia dia 50 P 8 24 40 0,8p 10 t Assim, Trab. Produt. h/dia dia 50 0,8p 8 24 40 P 10 t Logo,

810.8,0.

504024

Pp

t=

t = 30 dias 12. Existem duas torneiras para encher um tanque vazio. Se apenas a primeira torneira for aberta, ao máximo, o tanque encherá em 24 horas. Se apenas a segunda torneira for aberta, ao máximo, o tanque encherá em 48 horas. Se as duas torneiras forem abertas ao mesmo tempo, ao máximo, em quanto tempo o tanque encherá? a) 12 horas b) 30 horas c) 20 horas d) 24 horas e) 16 horas Resp.: C Comentários: Sendo V o volume do tanque, temos: Vazão da primeira torneira. ( t1)

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241VVT = por hora

Vazão da segunda torneira ( t2)

482VVT = por hora

Vazão das duas torneiras abertas. ( T1 +T2)

+=+ 482421

VVV TT por hora

483

21vV TT =+ por hora

O intervalo de tempo ( )( t∆ necessários para que o tanque todo esteja cheio é dado por:

tVV TT ∆

=+ 21

horast

t

tVV

16348

483

=∆

=∆

∆=

13. Entre os membros de uma família existe o seguinte arranjo: Se Márcio vai ao shopping, Marta fica em casa. Se Marta fica em casa, Martinho vai ao shopping. Se Martinho vai ao shopping, Mário fica em casa. Dessa maneira, se Mário foi ao shopping, pode-se afirmar que: a) Marta ficou em casa. b) Martinho foi ao shopping. c) Márcio não foi ao shopping e Marta não ficou em

casa. d) Márcio e Martinho foram ao shopping. e) Márcio não foi ao shopping e Martinho foi ao

shopping. Comentários: Resp.: C Do enunciado, temos a seqüência de implicações: Márcio vai ao shopping Marta fica em casa Martinho vai ao shopping Mário fica em

casa Ainda do enunciado, temos a proposição verdadeira: “ Mário foi ao shopping”, logo é verdadeiro a proposição “Mário não fica em casa”. Assim, na seqüência de implicações temos: Mário não fica em casa Martinho não vai ao shopping Marta não fica em casa

Márcio não vai ao shopping Logo, podemos afirmar que Márcio não foi ao shopping e Marta não ficou em casa. 14. X e Y são números tais que: Se X ≤ 4, então Y>7. Sendo assim: a) Se Y ≤ 7, então X > 4. b) Se Y > 7, então X ≥ 4. c) Se X ≥ 4, então Y < 7. d) Se Y < 7, então X ≥ 4. e) Se X < 4, então Y ≥ 7. Resp.: A Comentários: p: ≤4, então y > 7 Equivalentes Se y ≤ 7, então x > 4 Assim, a partir do enunciado, podemos afirmar que: Se y ≤ 7, então x > 4. 15. Na antiguidade, consta que um Rei consultou três oráculos para tentar saber o resultado de uma batalha que ele pretendia travar contra um reino vizinho. Ele sabia apenas que dois oráculos nunca erravam e um sempre errava. Consultados os oráculos, dois falaram que ele perderia a batalha e um falou que ele a ganharia. Com base nas respostas dos oráculos, pode-se concluir que o Rei: a) teria uma probabilidade de 44,4% de ganhar a

batalha. b) certamente ganharia a batalha. c) teria uma probabilidade de 33,3% de ganhar a

batalha. d) certamente perderia a batalha. e) teria uma probabilidade de 66,6% de ganhar a

batalha. Resp.:D Comentários: De acordo com o enunciado, os dois oráculos que nunca erram devem dar o mesmo palpite, logo os dois que disseram que o rei perderia a batalha devem ser obrigatoriamente os que nunca erram. Consequentemente, o que sempre erra disse que o rei ganharia. Logo, considerando corretos os palpites dos que nunca erram, temos que o rei perderia a batalha. 16. Ao se jogar um determinado dado viciado, a probabilidade de sair o número 6 é de 20%, enquanto as probabilidades de sair qualquer outro número são iguais entre si. Ao se jogar este dado duas vezes, qual o valor mais próximo da probabilidade de um número par sair duas vezes? a) 20% b) 27% c) 25% d) 23% e) 50%

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Resp.: B Comentários: P6 = 0,2 P1 = P2 = P3 = P4 = P5 = 0,16 Pode-se então termos os seguintes pares ordenados: (6,2);(2,6);(6,4);(4,6);(2,4);(4,2);(2,2);(4,4);(6,6) P = 0,2.0,16 + 0,16.0,2 +.....................0,2.0,2 P = 0,2704 = 27,04% 17. A negação de “Ana ou Pedro vão ao cinema e Maria fica em casa” é: a) Ana e Pedro não vão ao cinema ou Maria fica

em casa. b) Ana e Pedro não vão ao cinema ou Maria não

fica em casa. c) Ana ou Pedro vão ao cinema ou Maria não fica

em casa. d) Ana ou Pedro não vão ao cinema e Maria não

fica em casa. e) Ana e Pedro não vão ao cinema e Maria fica em

casa. Resp.: B Comentários: Temos a seguinte proposição: Ana ou Pedro vão ao cinema e Maria fica em casa Codificando, temos: ( p∨ q) ∧ r

Negação: [(p∨ q) ∨ r] = (p∨ q) r = p q r

Assim, temos: Ana e Pedro não vão ao cinema ou Maria não fica em casa. 18. Em um determinado curso de pós-graduação, 1/4 dos participantes:são graduados em matemática, 2/5 dos participantes são graduados em geologia, 1/3 dos participantes são graduados em economia, 1/4 dos participantes são graduados em biologia e 1/3 dos participantes são graduados em química. Sabe-se que não há participantes do curso com outras graduações além dessas, e que não há participantes com três ou mais graduações. Assim, qual é o número mais próximo da porcentagem de participantes com duas graduações? a) 40% b) 33% c) 57% d) 50% e) 25% Resp.: C Comentários: Vamos somar todos os valores e aquilo que superar um inteiro e o que estamos contando duas vezes: 1/4 + 2/5 + 1/3 + 1/4 + 1/3 = 47/30 = 1 + 17/30 Logo: 17/30 = 56,67%

19. Seja uma matriz quadrada 4 por 4. Se multiplicarmos os elementos da segunda linha da matriz por 2 e dividirmos os elementos da terceira linha da matriz por -3, o determinante da matriz fica: a) Multiplicado por -1. b) Multiplicado por -16/81. c) Multiplicado por 2/3. d) Multiplicado por 16/81. e) Multiplicado por -2/3. Resp.: E Comentários: Se multiplicarmos uma fileira(linha ou coluna) de uma matriz por certo número então seu determinante ficara multiplicado pelo mesmo numero. Assim, se multiplicamos uma linha por dois e dividimos uma outra por -3 de uma certa matriz o seu determinante será multiplicado por -2/3. 20. Ao se jogar um dado honesto três vezes, qual o valor mais próximo da probabilidade de o número 1 sair exatamente uma vez? a) 35% b) 17% c) 7% d) 42% e) 58% Resp.: A Comentários: Probabilidade de sair o numero um : P1 Probabilidade de não sair o número um : PN Assim temos: P = P1.PN.PN + PN.P1.PN + PN.PN.P1 = 3.(1/6).(5/6).(5/6) = 34,7% LÍNGUA PORTUGUESA 21. Assinale a opção que contém compreensão errada do trecho abaixo. Os anos 1980 costumam ser lembrados no Brasil como “década perdida”. Estultícia. Economicamente, o período é antes de ajustes que de perda. Quadro internacional adverso, desatualização e gigantismo do Estado, avanço do processo de globalização. Claro: as condições internacionais não permitiam a continuidade da disparada desenvolvimentista dos anos 1970. Mesmo assim, a economia brasileira cresceu 33,5% no período 1980-1989. Nada de espetacular, comparativamente à década anterior. Mas evoluir um terço na magnitude da economia não é perder. É apenas avançar menos rapidamente. Além disso, chamar de década perdida o período em que o país reconquistou e consolidou a democracia é sobrepor o econômico a tudo. Até mesmo à liberdade. (Ronaldo Costa Couto, “De 1964 ao Governo Sarney”. Em: Oliveira Bastos (org.). Sarney: o outro lado da História. Rio: Nova Fronteira, 2001, p.111, adaptado) a) Segundo o autor, é um disparate considerar a

década de 80 como “perdida”. b) O autor considera inapropriado e inadequado,

diante do contexto político e social da época,

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SIGA RESOLVE ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO -SP 24/05/2009- 5

avaliar os anos 80 como tendo sido negativos para o País.

c) O crescimento da economia, na década de 80, foi menor do que no período 1970-1979.

d) Fatores internos e externos contribuíram para que a economia da década de 80 avançasse a passos mais lentos.

e) A despeito das condições internacionais adversas, a economia dos anos 80 cresceu de modo espetacular.

Resp.: E Comentários: O trecho “Mesmo assim, a economia brasileira cresceu 33,5% no período 1980-1989. NADA ESPETACULAR, comparativamente à década anterior”. 22. Recentemente, a imprensa divulgou uma proposta de financiar as universidades por meio da Lei de Incentivos Fiscais. Seriam permitidas deduções do Imposto de Renda de entidades que investirem em bolsas de estudo, reformas, pesquisas e outras ações. A proposta seguiria o mesmo princípio da Lei Rouanet, que já garante isenção de tributos para empresários que destinam seus impostos a atividades culturais e esportivas. Fica difícil decifrar o que está por trás desse projeto. Aos desavisados, a proposta soará como ideia brilhante que salvaria a pesquisa e o ensino superior do Brasil. Aos conhecedores das motivações escusas da política cultural vigente, fica a dúvida: a trama pode estar envolta em ingenuidade e boa-fé, mas pode também ser fruto de estratégias voltadas à privatização total e definitiva do ensino superior, cada vez mais tratado como mercadoria. (Jorge Antunes, “O financiamento das universidades e a tramóia dos privatistas”. Correio Braziliense, 16/3/2009, p. 13, adaptado). Sobre a proposta de financiar as universidades por meio da Lei de Incentivos Fiscais, depreende-se do texto acima que: a) há o temor de que as deduções dos tributos

sejam desviadas para outras finalidades que não o financiamento das universidades.

b) os que não foram avisados da proposta buscam uma forma de salvar as universidades públicas do Brasil.

c) os que tomaram conhecimento da proposta duvidam das motivações escusas da política cultural vigente.

d) não está claro qual é o verdadeiro propósito de tal proposta e não vai ser fácil descobrir que interesses estão por trás dessa ideia.

e) a renúncia fiscal vai fortalecer as pesquisas voltadas à privatização do ensino superior.

Resp.:D Comentários: Expressões como FICA DIFÍCIL (linha 10) e FICA A DÚVIDA (linha 14) justificam a resposta.

23. O exame da linguagem corrente hoje no Brasil constata uma curiosa oposição entre os termos sociedade e social. Isso ocorre, em particular, no seu uso por parte de empresários, políticos e jornalistas – para começarmos por uma caracterização profissional. Mas também sucede, para passarmos a uma determinação política, que, porém, se sobrepõe à primeira, por parte dos setores mais à direita. Estes últimos anos, no discurso dos governantes ou no dos economistas, “a sociedade” veio a designar o conjunto dos que detêm o poder econômico, ao passo que “social” remete, na fala dos mesmos governantes ou dos publicistas, a uma política que procura minorar a miséria. (RenatoJanine,em:http://www.renatojanine.pro.br/Livros/asociedade.html) A compreensão correta da oposição apresentada no texto acima cria correlação com o par opositivo: a) uma política dos setores direitistas e uma política

de oposição ao governo. b) categorias profissionais e categorias

empresariais. c) o discurso dos governantes e o discurso dos

publicistas. d) a elite econômica e as classes pobres. e) as classes dominantes e o conjunto dos

detentores do poder econômico. Resp.: D Comentários: A única alternativa que tem, diretamente, a semântica da oposição em relação ao texto. 24. Assinale a opção que apresenta continuação coesa e coerente para o texto a seguir. A Embraer é um dos orgulhos da indústria brasileira. Resultado da conjugação de esforços de desenvolvimento tecnológico de centros de pesquisas que receberam apoio decisivo da Aeronáutica, a empresa ganhou forte impulso quando passou a ser gerida como companhia privada. É visível a contribuição desse crescimento da Embraer para a transformação da região que vai de Taubaté a São José dos Campos, no trecho paulista do Vale do Paraíba. A Embraer disputa nada menos com um grande grupo canadense (Bombardier) a posição de terceira maior fabricante de aviões comerciais. Seus jatos de 50 a 90 lugares estão em todas as partes do mundo, e a carteira de aviões executivos segue nessa mesma direção. (O Globo, Editorial, 3/3/2009) a) Se algo pode ser feito para minimizar esses

problemas da Embraer é viabilizar, com condições adequadas, um aumento de encomendas de aviões pelas companhias aéreas nacionais que hoje acham mais vantajoso compor suas frotas com aeronaves de maior porte importadas.

b) Contanto que, em face das características da aviação comercial brasileira, cujo movimento se

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concentra entre as maiores capitais do país, a Embraer teve de se voltar essencialmente para a exportação, da qual obtém cerca de 90% de suas receitas.

c) Entretanto, não é possível deixar de tratar a Embraer como uma empresa que precisa investir permanentemente grandes somas de capital para se manter afinada com o avanço tecnológico, o que só é possível se a companhia continuar lucrativa.

d) Como a legislação trabalhista brasileira é anacrônica, presta-se a interpretações confusas, e não por acaso que isso seja apontado como um dos inibidores da criação de empregos formais no Brasil.

e) O impacto social dessa iniciativa para toda essa região mencionada é de fato preocupante, embora, como se trata de mão-de-obra qualificada, a possibilidade de recontratação ou recolocação em outras indústrias é considerável.

Resp.:C Comentários: pela leitura do texto, fica evidente que a oposição da conjunção ENTRETANTO ligando o parágrafo anterior, as idéias que possui, ao desfecho torna a alternativa correta. 25. Assinale a opção que continua de forma coesa e coerente o trecho a seguir. A recessão poderá terminar neste ano ainda, se for restaurada alguma estabilidade no sistema financeiro. Nesse caso, 2010 será um ano de recuperação. A previsão, a mais otimista desde o início do ano, foi apresentada no Senado pelo presidente do Banco Central dos Estados Unidos (Federal Reserve, Fed), o economista Ben Bernanke. Quando a maior parte dos analistas se mostra insegura quanto à duração da crise, a indicação de um prazo relativamente curto para o início da retomada é animadora. Mas o otimismo é sujeito a uma condição importante e nada fácil de se cumprir. (O Estado de S. Paulo, 26/2/2009) a) Há dúvidas se o governo deverá estatizar

algumas instituições temporariamente ─ ideia rejeitada por Bernanke, que admite, apenas, a participação minoritária do governo no capital dos bancos ─ e o trabalho de reabilitação está apenas no começo.

b) Foi esse, aparentemente, o objetivo central do presidente em seu primeiro discurso ao Congresso a respeito do Estado da União. Ele voltou a descrever os problemas da economia americana, mas apontou também as possibilidades de reativação e as inovações políticas contidas no pacote.

c) Essa restrição apontada por Bernanke não é uma novidade. Foi apontada por vários economistas e governantes, incluído o primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, empenhado em justificar a ajuda aos bancos em seu país.

d) Mas é uma lembrança oportuna, quando o governo mericano se dispõe a pôr em prática o

pacote de estímulo fiscal de US$ 787 bilhões aprovado neste mês pelo Congresso. Depois de haver trabalhado muito pela aprovação dessa proposta, o presidente Barack Obama ainda tem de se esforçar para transmitir algum entusiasmo aos políticos, empresários e consumidores.

e) A economia só voltará a funcionar razoavelmente quando a arrumação do sistema financeiro der algum resultado. Isso dependerá não só de uma regulamentação mais severa do mercado, mas também, e preliminarmente,da recapitalização dos grandes bancos.

Resp.: E Comentários: o teor da alternativa é o único que se encaixa às idéias do texto. 26. Em relação ao texto assinale a opção correta. A OAB nacional está pedindo ao Supremo Tribunal Federal uma súmula vinculante que discipline o uso do segredo de Justiça, prerrogativa que tem sido utilizada por juízes nem sempre em defesa do interesse público, mas, em alguns casos, na proteção a suspeitos de falcatruas. A legislação brasileira diz que o instrumento só pode ser decretado em dois casos excepcionais previstos: um, quando há risco de exposição pública de questões privadas do investigado ou réu, como relacionamentos amorosos e doenças; e, outro, quando o processo contém documentos sigilosos, como extratos bancários ou escutas telefônicas. Mas, na prática, tem sido diferente: por motivos nem sempre claros, especialmente em processos que envolvem autoridades, alguns juízes privam a sociedade de saber a verdade. Os atos públicos, em especial os que envolvem procedimentos judiciais, têm como regra básica a transparência, a publicidade sem restrições e o acesso dos cidadãos. O contrário – ou seja, o sigilo – é sempre a exceção.

( Zero Hora, 27/2/2009)

a) O emprego do subjuntivo em “discipline”(ℓ.2) justifica-se por se tratar de uma informação categórica, de uma afirmação indiscutível.

b) A palavra “falcatruas”(ℓ.6) está sendo empregada com o sentido de ações honestas e confere ao texto um traço de formalidade.

c) A forma verbal “têm”(ℓ.17) está no plural porque concorda com “Os atos públicos”(ℓ.16).

d) O sinal de dois-pontos após “previstos”(ℓ.8) justifica-se por marcar a introdução de um diálogo.

e) A expressão “o instrumento”(ℓ.6) retoma o antecedente “defesa do interesse público”(ℓ.4).

Resp.: C

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SIGA RESOLVE ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO -SP 24/05/2009- 7

Comentários: a) o uso do DISCIPLINE traz a noção de hipótese,

algo que ainda não aconteceu. b) FALCATRUAS significa o oposto, ações

desonestas. c) O sinal de dois-pontos justifica a introdução de

um aposto. d) O termo diz respeito à SÚMULA VINCULANTE. 27. Assinale a opção que está incorreta em relação às estruturas lingüísticas do texto a seguir. O presidente Barack Obama pode ver frustradas todas as suas políticas, mas já se sabe que pelo menos ele tentou seriamente pô-las em prática. O orçamento apresentado pela nova administração chamou a atenção por vários fatores pouco comuns no cotidiano do jogo de poder americano. O mais importante deles é algo simples: o presidente está empenhado em cumprir suas promessas de campanha. As consequências desse fato são igualmente relevantes. Obama quer acabar com a era do perdão de impostos para os mais ricos, que produziu nos últimos anos de explosão do crescimento econômico e de hipertrofia do sistema financeiro uma migração da renda da nação para os milionários. O sistema de saúde americano é parte desse problema, e impostos maiores para os ricos levarão dinheiro para a tentativa de se estabelecer uma cobertura mais ampla e mais equitativa. Se não fosse pouco tentar metas tão ambiciosas, Obama acrescentou ao orçamento a intenção de cobrar imposto sobre as empresas que mais poluem, a criação de um esquema para o comércio de carbono e o investimento de bilhões de dólares em energias alternativas.

(Valor Econômico, 3/3/2009)

a) Em “pô-las”(ℓ .3), o pronome “-las” retoma o antecedente“todas as suas políticas”(ℓ.1 e 2).

b) A expressão “desse problema”(ℓ.15) se refere à seguinte informação antecedente: “explosão do crescimento econômico”(ℓ.11 e 12).

c) Em “As conseqüências desse fato”(ℓ.8 e 9), a expressão “desse fato” retoma o antecedente “o presidente está empenhado em cumprir suas promessas de campanha”(ℓ.7 e 8).

d) Em “O mais importante deles”(ℓ.6), “deles” se refere ao antecedente “fatores”(ℓ.5).

e) A expressão “es apresentadas nos períodos anteriores. metas tão ambiciosas”(ℓ.18) retoma e comenta informações.

Resp.: B

Comentários: Refere-se também a “hipertrofia do sistema financeiro uma migração da renda da nação para os milionários”. 28. Assinale a proposição correta, quanto aos elementos lingüísticos e semânticos do texto. Feliz aniversário, Darwin! Charles Darwin completaria hoje 200 anos, não fosse pela seleção natural. Ela, afinal, é a maior responsável pelo barroco processo de desenvolvimento que leva os organismos complexos inexoravelmente à morte – conceito que não se aplica muito a bactérias e arqueobactérias, seres que se reproduzem gerando clones de si próprios, partilham identidades com a transferência horizontal de genes e podem ficar milênios em vida suspensa (no gelo, por exemplo). A contribuição de Darwin para a ciência e para a história, porém, continua viva, e muito viva, exatamente com a ideia de seleção natural. Só por isso ele já merece os parabéns. Feliz aniversário, Darwin.

(Marcelo Leite, em: http://cienciaemdia.folha.blog.uol.com.br/arch2009-02-08)

a) A forma verbal “completaria”(ℓ.1) se refere a uma

ação que vai ocorrer no futuro, a menos que acontecimentos no tempo presente o impeçam.

b) É o mesmo o sujeito gramatical dos verbos: reproduzem, gerando e partilham (ℓ.6 e 7).

c) A palavra “conceito”(ℓ.5) se refere à expressão:organismos complexos.

d) “Inexoravelmente”(ℓ.4) é advérbio derivado de inexorável, adjetivo que significa: inadvertido.

e) O conetivo adversativo “porém”(ℓ.11) se opõe, no contexto, à ideia de que a contribuição de Darwin para a história e para a ciência foi pequena.

Resp.:B Comentários: a) COMPLETARIA sugere que Darwin faria 200 anos se vivo. c) Refere-se a “desenvolvimento que leva os organismos complexos inexoravelmente à morte”. d) Implacável, inabalável significa o adjetivo INEXORÁVEL. e) O termo traz uma conotação de ratificação do sucesso e da influência de Darwin à seleção natural. O texto a seguir é base para as questões 29 e 30. Sem uma pesquisa sistemática sobre o assunto, parece, à primeira vista, que os jornais cariocas são mais prolíficos em notícias de crime do que os paulistas. É alarmante a escalada da anomia em seu território.

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Em menos de uma semana, invadiram-se duas instalações militares para roubar armas, com êxito absoluto. Os tiroteios são cotidianos nas vias de acesso ao centro urbano e mesmo nesse centro, onde quadrilhas organizam “bondes” para tomar de assalto pedestres e motoristas. Nem mesmo membros das famigeradas “milícias” estão inteiramente a salvo: na semana passada, roubou-se a moto de um miliciano encarregado de vigiar uma rua num subúrbio. Ou seja, as quadrilhas vitimizam-se mutuamente, do mesmo modo como costuma acontecer com as batalhas pelo controle de pontos de droga. (Muniz Sodré, Ruas de presas e de caçadores, 17/3/2009,

(com cortes), em: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod

=529JDB002) 29. Assinale a proposição falsa a respeito do vocabulário do texto. a) O termo “bondes”(ℓ.9), no contexto, está sendo

empregado no sentido de “veículo de transporte coletivo urbano e suburbano, que se move sobre trilhos”.

b) O termo “anomia”(ℓ.4), no contexto, significa: ausência de leis, situação em que não se reconhecem regras de conduta.

c) O adjetivo “prolíficos”(ℓ.3) quer dizer: que produzem ou geram muito.

d) A expressão “tomar de assalto”(ℓ.9) tem mais força semântica que “assaltar”.

e) O adjetivo “famigeradas”(ℓ.11) se aplica também a pessoas “famosas, célebres, muito conhecidas”, como em: famigeradas atrizes das telenovelas brasileiras.

Resp.: A Comentários: O termo é uma conotação a grupos que se formam para assaltar. 30. Assinale a afirmação falsa a respeito dos elementos lingüísticos do texto. a) A expressão “Nem mesmo”(ℓ.10) pode ser

substituída por “Até mesmo”, sem prejuízo do significado do texto.

b) Entende-se um predicado oculto em: Os tiroteios são cotidianos nas vias de acesso ao centro urbano e [são cotidianos] mesmo nesse centro...

c) “Invadiram-se duas instalações militares”(ℓ.5 e 6) pode ser substituída por: “duas instalações militares foram invadidas”, sem prejuízo da correção gramatical.

d) O autor evita afirmar com plena certeza que os jornais cariocas são mais prolíficos em notícias de crime do que os paulistas.

e) O advérbio “mutuamente”(ℓ.14) significa: reciprocamente.

Resp.:A Comentários: Há prejuízo, pois coloca os membros das milícias como exceção aos ataques. 31. Em relação ao texto abaixo, assinale a opção incorreta. Os mercados financeiros entraram em março assombrados pelo maior prejuízo trimestral da história corporativa dos Estados Unidos – a perda de US$ 61,7 bilhões contabilizada pela seguradora American International Group (AIG) no quarto trimestre de 2008. No ano, o prejuízo chegou a US$ 99,3 bilhões. O Tesouro americano anunciou a disposição de injetar mais US$ 30 bilhões na seguradora, já socorrida em setembro com dinheiro do contribuinte. Na Europa, a notícia ruim para as bolsas foi a redução de 70% do lucro anual do Banco HSBC, de US$ 19,1 bilhões para US$ 5,7 bilhões. Enquanto suas ações caíam 15%, o banco informava o fechamento das operações de financiamento ao consumidor nos Estados Unidos, com dispensa de 6.100 funcionários. Com demissões de milhares e perdas de bilhões dominando o noticiário de negócios no dia a dia, os sinais de reativação da economia mundial continuam fora do radar. E isso não é o pior. No fim do ano passado, havia a esperança de se iniciar 2009 com a crise financeira contida. Se isso tivesse acontecido, os governos poderiam concentrar-se no combate à retração econômica e ao desemprego. Aquela esperança foi logo desfeita.

(O Estado de S. Paulo, 3/3/2009) a) O travessão após “Estados Unidos”(ℓ.3) pode ser

substituído por sinal de dois-pontos sem prejuízo para a correção gramatical do período.

b) Em “concentrar-se”(ℓ.22), o “-se” indica sujeito c) indeterminado.O emprego de vírgula após

“Europa”(ℓ.9) justifica-se porque isola adjunto adverbial de lugar no início do período.

d) Preservam-se a correção gramatical do período e a informação original se a expressão “já socorrida”(ℓ.8) for substituída por que já tinha sido socorrida.

e) A presença de preposição em “ao desemprego”(ℓ.23) justifica-se pela regência de “combate”.

Resp.:B Comentários: O SE é um pronome reflexivo.

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SIGA RESOLVE ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO -SP 24/05/2009- 9

32. Assinale o trecho adaptado do Jornal do Commercio (PE), 1/3/2009, que apresenta erro gramatical. a) Jogou-se fora um patrimônio construído a duras

penas por um país de pouco capital. Tudo isso se usando o argumento da modernidade. Que modernidade? Se trens, metrôs e até bondes urbanos são vistos e bem usados nas metrópoles civilizadas do mundo? Tardiamente, enfim, decidiram-se dar vez aos trens urbanos, ao metrô, quando o trânsito em nossas grandes cidades já caminhavam para o engarrafamento final.

b) A perda de um horizonte de interesses nacionaislevou administrações submissas às mais estranhas pressões ao sucateamento de ferrovias construídas,desde o tempo do Barão de Mauá, ao esfacelamento da tecnologia que havíamos adquirido na construção e reparos de locomotivas, vagões e das próprias estradas de ferro.

c) Um dos piores resultados do descaso de sucessivos governos do pós-guerra com a rede de transportes do País é a deterioração da malha ferroviária brasileira, realidade que vai no sentido inverso do que ocorre nos países desenvolvidos, principalmente naqueles de dimensões continentais, como os Estados Unidos e o Canadá.

d) O que está por trás de uma ação impatriótica típica de padrões nacionais é o lobby da indústria automobilística, que queria um compromisso quase exclusivo do governo com a construção de rodovias para a circulação de suas “carroças” (como designou Collor). Um equívoco que só prosperou em nossoPaís.

e) Nos EUA, pátria da indústria automobilística, nunca se sacrificou o transporte ferroviário. Ferrovias cortam o país da costa Leste à costa Oeste, do Norte ao Sul. Como acontece na Rússia, onde viaja-se de trem e carregam-se cargas de Moscou ao Extremo Oriente.

Resp.: A Comentários: DECIDIU-SE, há sujeito indeterminado, logo o SE é índice de indeterminação do sujeito e o verbo deve ficar no singular. 33. Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto. A chegada da crise financeira mundial __1__ pequenos municípios exibe mais uma face perversa do abalo global que já fez tremer os gigantes do crédito internacional. A população mais pobre dessas comunidades começa a pagar preço alto ao __2__ situar no lado mais fraco das contas públicas brasileiras. A desaceleração da atividade econômica já seria suficiente __3__ provocar uma expressiva perda de arrecadação em todos os níveis da administração pública. Mas __4__ um complicador a

mais para os municípios pequenos. Forçado __5__ conceder desonerações tributárias para ajudar a manutenção de empregos, o governo federal abriu mão de parte do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), um dos principais formadores do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Por causa da excessiva proliferação de cidades, muitas vezes, emancipadas apenas para atender a interesses de grupos políticos locais, é imensa a quantidade de orçamentos dessas comunidades em todo o país que dependem quase __6__ exclusivamente desse fundo. (Estado de Minas, 3/3/2009) 1 2 3 4 5 6 a) nos o ao a em que b) aos se para há a que c) a a de é de em d) por lhe por existe por de e) em o ao é por de Resp.:B 34. Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto. Não levou muito tempo __1__ tese do desacoplamento das economias emergentes em relação __2__ países desenvolvidos ser destroçada, tamanha a rapidez __3__ os efeitos recessivos da paralisia do sistema globalizado de crédito, a partir da falência do Lehman Brothers, __4__ propagaram. Ali ficou claro que Brasil, China, Índia e outras economias em estágio equivalente de desenvolvimento não teriam condições de compensar o desaquecimento __5__ Estados Unidos, União Européia e Japão. 1 2 3 4 5 a) para que a nos de que lhe dos b) da a para a pelos c) na em que o com os d) para a aos com que se nos e) pela com

os a qual os em

Resp.:B 35. Indique a opção que completa, com correção gramatical, os espaços do trecho abaixo. Uma nova forma de gerenciamento chega ao mercado: a quarteirização. Ela pode ser entendida como a contratação de um executivo que administra os contratos e atividades de terceiros. Para as organizações que são abertas __1__ realidade e __2__ mudanças, que __3__ muito __4__ delegando para terceiros aquelas atividades intermediárias de sua empresa, a quarteirização é uma ótima opção.

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(Adaptado de http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp040149

.pdf) 1 2 3 4 5

a) a as a vem b) à a há vem c) à as à veem d) à às há vêm e) a a a vêm Resp.:D 36. Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou de grafia. A economia brasileira entrou na crise internacional em melhores condições do que(1) no passado, mas a exportação caiu, a atividade recuou desde o(2) fim de 2008 e o desemprego tem(3) crescido. As primeiras tentativas de reativar a economia por meio de facilidades fiscais deram resultado modesto, mas já(4) afetaram a arrecadação tributária. Além disso, o manejo da política orçamentária foi limitado pelo aumento de gastos com pessoal. É preciso continuar usando os estímulos fiscais, mas com melhor planejamento e com mais esforço de contensão(5) das despesas improdutivas.

(O Estado de S. Paulo, 3/3/2009) a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 5 Resp.:E Comentários: Contenção. 37. Assinale o segmento do texto inteiramente correto quanto às normas da língua escrita formal. a) O termo “quarteirização” designa um método de

resolução de problemas de que a modernidade trouxe e muitas empresas ainda não se deram conta.

b) Essa estratégia possibilita aos empresários de se dedicarem apenas ao seu negócio, sua atividade-fim, deixando os diversos trâmites administrativos nas mãos de uma empresa especializada.

c) Um exemplo para se entender a quarteirização e como ela funciona está na Rodoviária Tietê, na cidade de São Paulo, pertencente à prefeitura. Como essa não dispõe do conhecimento necessário para administrar a rodoviária, contrata uma empresa que subcontratará outras para o serviço de segurança, alimentação, limpeza etc.

d) A quarteirização é o próximo estágio da terceirização, uma estratégia de otimização dos mercados produtores que buscam um quarto elemento da cadeia produtiva os parceiros

prestadores de serviços nas áreas que não são primordiais à sua atividade.

e) A quarteirização advém da utilização das empresas já terceirizados, dos serviços profissionais e qualificados de uma quarta empresa, que desenvolverá serviços à empresa prestadora, ajudando-lhe e garantindo melhor desempenho na prestação de serviços do cliente final.

(Adaptadode http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp040149

.pdf) Resp.:C Comentários: a) (...) problemas que a modernidade (...) b) (...) os empresários de se dedicarem (...) d) (...) cadeia produtiva: (...) e) (...) terceirizados dos serviços (...) prestadora, ajudando-a (...) 38. Assinale a opção gramaticalmente correta quanto à concordância e regência. a) A corrida em busca da fluência em outra língua

pode ser medida pela quantidade de brasileiros que viajam para o exterior com o fim específico de estudá-la.

b) A exigência nos bons empregos, agora, é que se tenham fluência ao conversar numa língua estrangeira.

c) Antigamente, nas empresas, eram poucos os funcionários que dominavam um idioma estrangeiro, e com eles recorriam os colegas quando precisavam traduzir uma palavra ou um texto.

d) A primeira pergunta que surge a quem se impõe ao desafio de falar outro idioma fluentemente é: será preciso passar um tempo no exterior?

e) Não necessariamente. Um bom começo é identificar as estratégias que funciona melhor para cada tipo de pessoa.

(Renata Moraes, “A corrida pelo domínio da língua”. Veja, 4/3/2009, p.97/98)

Resp.:A Comentários: b) (...) tenha (...) c) (...) estrangeiro, e a eles recorriam (...) d) (...) se impõe o desafio (...) e) (...) funcionam (...) 39. Os trechos a seguir constituem um texto adaptado de Zero Hora, 28/2/2009, mas estão desordenados. Ordene-os nos parênteses conforme a posição no texto final e indique a opção correspondente. ( ) A emergência e a multiplicidade desses planos e desses pacotes de estímulo estão preocupando até mesmo o diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, para quem essas manifestações desconexas e parciais não representam soluções e, ao contrário, podem tornar-se parte da crise.

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( ) A questão do protecionismo, tema central nos debates sobre o comércio internacional nas últimas décadas, ganha agora uma renovada atualidade em decorrência das medidas que, nos países ricos e nas nações em desenvolvimento, os governos têm adotado para enfrentar os efeitos da crise global. ( ) Exemplos dessas medidas pontuais e restritas são, entre outras, a proposta subordinada ao slogan buy American, pela qual os consumidores dos Estados Unidos são convocados a comprar produtos locais, e as que o governo de Buenos Aires está adotando para proteger a indústria argentina contra a presença de produtos estrangeiros, mesmo do Mercosul. Alguns dos itens brasileiros só entram na Argentina pagando taxas que vão a 413%. ( ) A ausência de medidas planetárias para enfrentar esse problema que tem tal dimensão estimula soluções parciais e limitadas, que se multiplicam de país para país, que levam à adoção de pacotes de estímulos distintos e que acabam por dar força a tentativas quase nacionalistas de defesa de interesses. ( ) Para ele, esse é o risco de uma política de “empobrecer o vizinho”, que é a que transparece das decisões de países importantes, a começar pelos da União Européia, dos Estados Unidos e do Japão. A globalização que ocorreu nas últimas três décadas, mesmo que agora surja como um fenômeno em retração por causa da crise é ainda um elemento fundamental para o entendimento do interrelacionamento econômico e financeiro internacional e para avaliar os efeitos devastadores e abrangentes da atual crise. a) 2, 3, 5, 1, 4 b) 4, 1, 3, 2, 5 c) 1, 5, 4, 3, 2 d) 3, 4, 2, 5, 1 e) 5, 2, 1, 4, 3 Resp.:B Comentários: O parágrafo 1 aparece na segunda opção do texto em desordem, aparecendo na segunda opção da seqüência numérica. A única opção da alternativa que traz isso é a B. 40. As frases abaixo empregam corretamente os sinais de pontuação, exceto uma. Indique-a. a) Desertos irão aumentar; oásis, morrer; e fluxo de

rios, diminuir, algumas vezes com resultados catastróficos.

b) Desertos irão aumentar. Oásis irão morrer e o fluxo de rios vai diminuir – algumas vezes com resultados catastróficos.

c) Desertos irão aumentar. Oásis, morrer. Fluxo de rios, diminuir. Algumas vezes, os resultados serão catastróficos.

d) Desertos irão aumentar, oásis vão morrer e o fluxo de rios vai diminuir, algumas vezes com resultados catastróficos.

e) Desertos, irão aumentar; oásis, morrer, e fluxo de rios; diminuir – algumas vezes com resultados catastróficos.

(Adaptado de O Aquecimento Global, de Fred Pearce

(Publifolha, 2002), em trecho que trata dos efeitos que a seca pode provocar

no interior dos continentes, no próximo século) Resp.:E Comentários: Desertos irão aumentar; oásis, morrer e fluxo de rios, diminuir algumas vezes com resultados catastróficos. CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO TRIBUTÁRIO 41. As taxas, no modelo constitucional brasileiro: a) terão caráter pessoal e serão graduadas de

acordo com a capacidade econômica do contribuinte.

b) terão alíquotas máximas estabelecidas por resolução do Senado Federal.

c) serão seletivas e não cumulativas. d) serão informadas pelos critérios de

generalidade, universalidade e progressividade. e) não poderão ter base de cálculo própria de

impostos. Resp.: E Comentários: Parágrafo único do art. 77 do CTN. 42. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: a) mediante lei ordinária ou medida provisória, no

caso de guerra externa ou sua iminência. b) no caso de relevante interesse público, de

caráter urgente e de relevante interesse nacional, ainda que no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a regra que os criou.

c) nas duas hipóteses acima elencadas, conquanto que se destine a aplicação dos recursos à despesa que fundamentou a instituição do empréstimo compulsório.

d) para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência.

e) em face de conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo.

Resp.: D Comentários: Segundo o art. 148, I, da CF a União poderá, mediante lei complementar, instituir empréstimos compulsórios para atender despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência.

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43. A obrigação tributária principal: a) extingue-se, com o pedido de parcelamento

acompanhado do recolhimento da primeira prestação.

b) decorre da legislação tributária e tem por objeto prestações positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.

c) pelo simples fato de seu não adimplemento suscita imediata inscrição em dívida ativa, independentemente de abertura de prazo para impugnação do lançamento, por parte do interessado.

d) surge com a ocorrência do fato gerador e tem por objeto o pagamento do tributo ou penalidade pecuniária.

e) suspende-se, com o devido lançamento, nas três modalidades previstas pelo Código Tributário Nacional.

Resp.: D Comentários: Art. 113, § 1o, do CTN. 44. A determinação da natureza jurídica específica do tributo, de acordo com o Código Tributário Nacional, decorre, especificamente: a) do fato gerador da respectiva obrigação. b) da destinação legal do produto da arrecadação. c) da denominação. d) da fixação do agente arrecadador. e) das peculiaridades dos sujeitos ativo e passivo

da obrigação. Resp.: A Comentários: Art. 4o. do CTN. 45. No que se refere ao fato gerador, dispõe o Código Tributário Nacional que: a) o fato gerador da obrigação principal é situação

definida na Constituição como indicativa da possibilidade de imposição de obrigação de pagar, por parte de ente público que detenha competência para fazê-lo.

b) a autoridade administrativa poderá considerar como ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos, tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios.

c) o fato gerador da obrigação acessória é situação definida em lei complementar, que impõe prática ou abstenção de ato, ainda que originariamente este se configure como obrigação principal.

d) a autoridade administrativa deverá considerar como ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos, tratando-se de situação de fato, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos da legislação de regência.

e) a autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária.

Resp.: E Comentários: Trata-se de norma antielisão prevista no parágrafo único do art. 115 do CTN. 46. No que se refere à falta de eleição do domicílio tributário, pelo contribuinte ou responsável, dispõe o Código Tributário Nacional, exceto: a) quanto às pessoas naturais, o domicílio é a sua

residência habitual, ou, sendo esta incerta ou desconhecida, o centro habitual de sua atividade.

b) quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas individuais, o domicílio é o lugar de sua sede, ou, em relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento.

c) a autoridade administrativa pode recusar o domicílio tributário eleito, por razões de conveniência e de eficiência, ainda que o domicílio indicado não impossibilite ou dificulte a arrecadação ou a fiscalização do tributo.

d) pode-se, em algumas situações, considerar-se como domicílio tributário do contribuinte ou responsável o lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que derem origem à obrigação.

e) quanto às pessoas jurídicas de direito público, o domicílio tributário é qualquer de suas repartições no território da entidade tributante.

Resp.: C Comentários: Nos termos do § 2o. do art. 127 do CTN a autoridade administrativa poderá recusar o domicílio eleito quando dificultar ou impossibilitar a arrecadação ou fiscalização dos tributos. 47. Nos termos do Código Tributário Nacional, o lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos, exceto: a) quando a lei assim o determine. b) quando a declaração não seja prestada, por

quem de direito, no prazo e na forma da legislação tributária.

c) quando se suspeite que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação.

d) quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória.

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e) quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração, deixe de atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedido de esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o preste satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade.

Resp.: C Comentários: Diante da simples suspeita de que o sujeito passivo ou terceiro em benefício daquele agiu com fraude, dolo ou simulação não é possível rever o lançamento. Para a revisão é preciso que efetivamente o sujeito passivo ou terceiro em benefício daquele tenha usado de fraude, dolo ou simulação. 48. No que se refere à exclusão do crédito tributário, e especificamente quanto à isenção, dispõe o Código Tributário Nacional que: a) salvo disposição de lei em contrário, a isenção

não é extensiva aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão.

b) a isenção não pode ser restrita a determinada região do território da entidade tributante, por força do princípio da uniformidade geográfico-tributária.

c) a isenção, ainda quando prevista em contrato, depende de decisão administrativa devidamente fundamentada, explicitando condições e requisitos para a fruição do benefício.

d) a isenção é sempre extensiva às taxas e contribuições de melhoria.

e) a isenção, ainda que concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo.

Resp.: A Comentários: Art. 177, § 2o, do CTN. 49. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário, propiciando-se ao interessado certidão positiva com efeitos de negativa, exceto: a) a moratória. b) a transação. c) o parcelamento. d) a concessão de medida liminar em mandado de

segurança. e) as reclamações e os recursos, nos termos das

leis reguladoras do processo tributário administrativo.

Resp.: B Comentários: A transação é causa de extinção do crédito tributário. 50. De acordo com o Código Tributário Nacional, o termo de inscrição em dívida ativa, autenticado pela autoridade competente, indicará, obrigatoriamente:

a) o nome do devedor, dos co-responsáveis e, sob pena de nulidade, o domicílio ou residência de um e de outros.

b) a data em que foi inscrita. c) a origem e a natureza do crédito, não se

exigindo a exata disposição da lei em que seja fundado.

d) a quantia devida, incluindo-se os juros de mora, dispensando-se a apresentação dos meios utilizados para os cálculos dos valores.

e) o número e a origem do processo administrativo de que se originou o crédito, com transcrição dos termos mais importantes para exata identificação do devedor.

Resp.: B Comentários: Art. 202, IV, do CTN. PREVIDENCIÁRIO 51. À luz dos dispositivos constitucionais referentes à Seguridade Social, julgue os itens abaixo: I. A Seguridade Social pode compreender ações de iniciativa da sociedade. II. Saúde, Previdência e Trabalho compõem a Seguridade Social. III. Compete ao Poder Público organizar a Seguridade Social nos termos da lei. IV. A Seguridade Social não foi definida na Constituição Federal de 1988. a) Todos estão corretos. b) I e III estão corretos. c) I e IV estão incorretos. d) Somente I está incorreto. e) III e IV estão incorretos. Resp.: B Comentários: Segundo o caput do art. 194 da CF a seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. 52. Assinale a opção correta entre as assertivas abaixo relacionadas à organização e princípios constitucionais da Seguridade Social. a) Diversidade da base de financiamento é objetivo

da Seguridade Social. b) O valor dos benefícios pode ser diminuído

gradativamente. c) Pode haver benefícios maiores para a população

urbana em detrimento da rural. d) A gestão da Seguridade Social é ato privativo do

Poder Público. e) Os serviços previdenciários devem ser sempre o

mesmo, independente do destinatário. Resp.: A

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14 - ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO -SP 24/05/2009 SIGA RESOLVE

Comentários: Os objetivos da seguridade social estão elencados nos incisos de I a VII do art. 194 da Constituição Federal. 53. À luz do texto constitucional, julgue os itens abaixo referentes ao financiamento da Seguridade Social: I. financiada por toda sociedade. II. de forma direta e indireta. III. por meio de verbas orçamentárias entre outras. IV. financiamento definido por lei. a) Somente I e III estão corretos. b) Somente I está correto. c) Somente I e II estão corretos. d) Todos estão corretos. e) Somente III e IV estão corretos. Resp.: D Comentários: Dispõe o art. 195 da CF que a seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e das contribuições do empregador, do empregado, incidentes sobre o lucro, receita ou faturamento, do trabalhador e demais segurados, do importador ou equiparado e do concurso de prognósticos. 54. Além das inúmeras contribuições sociais instituídas no texto da Constituição Federal, há possibilidade de instituição de novas espécies de contribuição social? Assinale a assertiva que responde incorretamente à pergunta formulada. a) Pode haver contribuição social com o mesmo

fato gerador de outra já existente. b) O rol de contribuições sociais não é taxativo. c) Há previsão constitucional de competência

residual. d) A diversidade da base de financiamento permite

outras contribuições sociais. e) A União pode instituir outras contribuições

sociais. Resp.: A Comentários: O art. 195, § 4o., da CF estabelece que a lei poderá instituir outras contribuições sociais, a par das já existentes, para o custeio e manutenção da seguridade social. Para tanto, se exige lei complementar e embora tais contribuições possam ter o mesmo fato gerador dos impostos, seu fato gerador não poderá coincidir com o de outras contribuições sociais. 55. A respeito da natureza jurídica da contribuição social, analise as assertivas abaixo relativas às espécies tributárias, indicando a correta. a) Imposto b) Taxa c) Contribuição Parafiscal

d) Empréstimo Compulsório e) Contribuição de Melhoria Resp.: C Comentários: Classificam-se como parafiscais os tributos cuja capacidade tributária ativa é transferida para outro ente que não é o detentor da competência tributária. 56. A respeito das contribuições sociais, é correto afirmar que: a) a contribuição do empregador incide só sobre a

folha de salários. b) a contribuição da empresa pode ser feita em

função do tipo de produto que ela vende. c) o trabalhador não contribui para a Seguridade

Social. d) os concursos de prognósticos não estão sujeitos

à incidência de contribuições sociais. e) pode haver incidência de contribuição social

sobre a importação de bens do exterior. Resp.: E Comentários: Art. 195, IV, da Constituição Federal. 57. A respeito da base de cálculo e contribuintes das contribuições sociais, analise as assertivas abaixo, assinalando a incorreta. a) Remuneração paga, devida ou creditada aos

segurados e demais pessoas físicas a seu serviço, mesmo sem vínculo empregatício – EMPRESA.

b) Receita bruta decorrente dos espetáculos desportivos de que participem em todo território nacional – PRODUTOR RURAL PESSOA JURÍDICA.

c) Incidentes sobre a receita bruta proveniente da comercialização da produção rural – SEGURADO ESPECIAL.

d) Salário de contribuição dos empregados domésticos a seu serviço – EMPREGADORES DOMÉSTICOS.

e) Incidentes sobre seu salário de contribuição – TRABALHADORES.

Resp.: B Comentários: Nos termos do § 1º, do art. 201, do Decreto nº 3.048/99, cabe à entidade promotora do espetáculo desportivo a responsabilidade de efetuar o desconto de 5% da receita bruta decorrente dos espetáculos desportivos e o respectivo recolhimento. 58. Maria Clara, contribuinte empregada pelo Regime Geral de Previdência Social desde 1994, deseja contribuir acima do valor máximo permitido pela previdência social. Assim, propõe na justiça ação contra o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, alegando que tem direito de contribuir acima do limite legal, pois deseja se aposentar com um valor acima do valor máximo pago pelo INSS. Assim,

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é correto afirmar, perante a legislação previdenciária de Custeio, que o pedido de Maria: a) pode ser aceito, desde que ela contribua até

10% do valor máximo. b) não pode ser aceito, pois não cabe a Maria a

escolha do montante a ser pago. c) pode ser aceito, desde que ela comprove ter

despesas familiares acima do valor máximo. d) pode ser aceito, pois o pagamento da

contribuição social tem natureza jurídica privada de forma contratual.

e) pode ou não ser aceito, dependendo do número de dependentes que ela possua.

Resp.: B Comentários: Na qualidade de segurada empregada, o salário-de-contribuição será o total da remuneração recebida, observados os limites mínimo e máximo, fixado pela legislação previdenciária. 59. Assinale a assertiva que não contém uma obrigação acessória das contribuições destinadas à Seguridade Social. a) Elaboração da folha de pagamento. b) Dever de prestar informações. c) Lançamento dos fatos geradores das

contribuições. d) Pagamento da contribuição social. e) Dever do Cartório de comunicar óbitos. Resp.: D Comentários: O pagamento de tributo ou multa constituiu obrigação tributária principal. 60. Qual das parcelas abaixo não integram o salário-de-contribuição? a) Salário b) Gorjetas c) Despesas de viagem d) Abonos e) Ganhos habituais Resp.: C Comentários: O pagamento de despesas de viagens não se traduz em remuneração e por consequência, não integra o salário-de-contribuição. DIREITO ADMINISTRATIVO 61. É vedado(a) ao servidor público, exceto: a) representar contra ilegalidade, omissão ou

abuso de poder quando cometidos por sua autoridade superior.

b) promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição.

c) a acumulação remunerada de cargos públicos, ressalvados os casos previstos na Constituição Federal.

d) ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato.

e) manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil.

Resp.: A Comentários: A – correta com base no direito de petição, vide art. 104 e seguinte da Lei n.º 8.112/90 B – errada, art. 117, inciso V da Lei n.º 8112/90 C – errada, art. 118 e seguintes da Lei n.º 8112/90 D – errada, art. 117, inciso I da Lei n.º 8.112/90 E -errada, art. 117, inciso VIII da Lei n.º 8.112/90 62. Acerca do provimento de cargos públicos federais, regulado pela Lei n. 8.112, de 11 de dezembro de 1990, assinale a opção incorreta. a) São requisitos básicos para a investidura em

cargo público, entre outros, a nacionalidade brasileira, o gozo dos direitos políticos e a idade mínima de dezoito anos.

b) A posse em cargo público é ato pessoal e intransferível, sendo proibida a sua realização mediante procuração.

c) A posse deverá ocorrer no prazo de 30 (trinta) dias contados da publicação do ato de provimento, sob pena de ser o ato tornado sem efeito.

d) Os concursos públicos podem ter validade de até 2 (dois) anos, possível uma única prorrogação, por igual período.

e) A contar da posse em cargo público, o servidor tem o prazo de 15 (quinze) dias para entrar em exercício.

Resp.: B Comentários: A – correta, Art. 5º da Lei n.º 8112/90 B – incorreta, art. 13, § 3º da Lei n.º 8.112/90 C – correta, art. 13, § 1º da Lei n.º 8.112/90 D – correta, art. 12 da Lei n.º 8.112/90 E – correta, art. 15, § 1º da Lei n.º 8.112/90 63. Acerca dos atos administrativos, assinale a opção correta. a) A presunção de legitimidade dos atos

administrativos é absoluta. b) O administrado pode negar-se a cumprir

qualquer ato administrativo quando ainda não apreciado e convalidado pelo Poder Judiciário.

c) Até prova em contrário, presume-se que os atos administrativos foram emitidos com observância da lei.

d) Cumpridas todas as exigências legais para a prática de um ato administrativo, ainda que seja ele discricionário, o administrado passa a ter direito subjetivo à sua realização.

e) Considera-se mérito administrativo a conveniência e a oportunidade da realização do ato, sempre previamente definido e determinado pela lei.

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Resp.: C Comentários: A – errada, vide Maria Sylvia Zanella Di Pietro, Editora Atlas, São Paulo, 22ª Edição, página 68 e 197/199 Comentário 1 - “3.3.4 Presunção de Legitimidade ou de Veracidade Esse princípio, que alguns chamam de princípio da presunção de legalidade, abrange dois aspectos: de um lado, a presunção de verdade, que diz respeito à certeza dos fatos; de outro lado, a presunção da legalidade, pois, se a Administração Pública se submete à lei, presume-se, até prova em contrário, que todos os seus atos sejam verdadeiros e praticados com observância das normas legais pertinentes. Trata-se de presunção relativa (juris tantum) que, como tal, admite prova em contrário. 0 efeito de tal presunção é o de inverter o ônus da prova. Como conseqüência dessa presunção, as decisões administrativas são de execução imediata e têm a possibilidade de criar obrigações para o particular, independentemente de sua concordância e, em determinadas hipóteses, podem ser executadas pela própria Administração, mediante meios diretos ou indiretos de coação. É o que os franceses chamam de decisões executórias da Administração Pública.” Comentário 2 - “7.6.1 Presunção de legitimidade e veracidade Embora se fale em presunção de legitimidade ou de veracidade como se fossem expressões com o mesmo significado, as duas podem ser desdobradas, por abrangerem situações diferentes. A presunção de legitimidade diz respeito à conformidade do. ato com a lei; em decorrência desse atributo, presumem-se, até prova em contrário, que os atos administrativos foram emitidos com observância da lei. A presunção de veracidade diz respeito aos fatos; em decorrência desse atributo, presumem-se verdadeiros os fatos alegados pela Administração. Assim ocorre com relação às certidões, atestados, declarações, informações por ela fornecidos, todos dotados de fé pública. Diversos são os fundamentos que os autores indicam para justificar esse atributo do ato administrativo: 1 . o procedimento e as formalidades que precedem a sua edição,- os quais.- constituem garantia de observância da lei, 2. o fato de ser uma das formas de expressão da soberania do Estado, de modo que a autoridade que pratica o ato o faz com o consentimento de todos; 3. a necessidade de assegurar celeridade no cumprimento dos atos administrativos já que eles têm por fim atender ao interesse público, sempre predominante sobre o particular. 4. o controle a que se sujeita o ato, quer pela própria Administração, quer pelos demais poderes do

Estado, sempre com a finalidade de garantir a legalidade; 5. a sujeição da Administração ao princípio da legalidade, o que faz presumir que todos os seus atos tenham sido praticados de conformidade com a lei, já que cabe ao poder público a sua tutela. Nas palavras de Cassagne (sld:327-328), “a presunção de legitimidade constitui um princípio do ato administrativo que encontra seu fundamento na presunção de validade que acompanha todos os atos estatais, princípio em que se baseia, por sua vez, o dever do administrado de cumprir o ato administrativo”. Acrescenta que, se não existisse esse principio, toda a atividade administrativa seria diretamente questionável, obstaculizando o cumprimento dos fins públicos, ao antepor um interesse individual de natureza privada ao interesse coletivo ou social, em definitivo, o interesse público. Na realidade, essa prerrogativa, como todas as demais dos órgãos estatais, são inerentes à idéia de “poder” como um dos elementos integrantes do conceito de Estado e sem o qual este não assumiria a sua posição de supremacia sobre o particular. Da presunção de veracidade decorrem alguns efeitos: 1 . enquanto não decretada a invalidade do ato pela própria Administração ou pelo Judiciário, ele produzirá efeitos da mesma forma que o ato válido, devendo ser cumprido; os Estatutos dos Funcionários Públicos costumam estabelecer norma que se abranda o rigor do princípio, ao incluir, entre os deveres do funcionário, o de obediência, salvo se o ato for manifestamente ilegal. Para suspender a eficácia do ato administrativo, o interessado pode ir a juízo ou usar de recursos administrativos desde que estes tenham efeito suspensivo. 2 . o Judiciário não pode apreciar ex officio a validade do ato; sabe-se que, em relação ao ato jurídico de direito privado, o artigo 146 do CC determina que as nulidades absolutas podem ser alegadas por qualquer interessado ou pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir, e devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do ato ou dos seus efeitos; o mesmo não ocorre em relação ao ato administrativo, cuja nulidade só pode ser decretada pelo Judiciário a pedido da pessoa interessada; 3 . a presunção de veracidade inverte o ônus da prova é errado afirmar que a presunção de legitimidade produz esse efeito, uma vez que, quando se trata de confronto entre o ato e a lei, não há matéria de fato a ser produzida; nesse caso, o efeito é apenas o anterior, ou seja, o juiz, só apreciará a nulidade se argüida pela parte. Alguns autores têm impugnado esse último efeito da presunção. Gordillo (1979, t. 3, V:27) cita a lição de Treves e de Micheli, segundo a qual a presunção de legitimidade do ato administrativo importa uma relevatio ad onera agendi, mas nunca uma relevatio

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ad onera probandi; segundo Micheli, a presunção de legitimidade não é suficiente para formar a convicção do juiz no caso de falta de elementos instrutórios e nega que se possa basear no princípio de que “na dúvida, a favor do Estado”, mas sim no de que “na dúvida, a favor da liberdade”; em outras palavras, para esse autor, a presunção de legitimidade do ato administrativo não inverte o ônus da prova, nem libera a Administração de trazer as provas que sustentem a ação. Na realidade, não falta parcela de razão a esses autores; inverte-se, sem dúvida nenhuma, o ônus de agir, já que a parte interessada é que deverá provar, perante o Judiciário, a alegação de ilegalidade do ato: inverte-se, também, o ônus da prova, porém não de modo absoluto: a parte que propôs a ação deverá, em princípio, provar que os fatos em que se fundamenta a sua pretensão são verdadeiros; porém isto não libera a Administração de provar a sua verdade, tanto assim que a própria lei prevê, em várias circunstâncias, a possibilidade de o juiz ou o promotor público requisitar da Administração documentos que comprovem as alegações necessárias ,à instrução do processo e à formação da convicção do juiz. Quanto ao alcance da presunção, cabe realçar que ela existe, com as limitações já analisadas, em todos os atos da Administração, inclusive os de direito privado, pois se trata de prerrogativa inerente ao poder público, presente em todos os atos do Estado, qualquer que seja a sua natureza. Esse atributo distingue o ato administrativo do ato de direito privado praticado pela própria Administração.” B – incorreta, vide Maria Sylvia Zanella Di Pietro, Editora Atlas, São Paulo, 22ª Edição, página 200 “7.6.2 Imperatividade Imperatividade é o atributo pelo qual os atos administrativos se impõem a terceiros, independentemente de sua concordância. Decorre da prerrogativa que tem o poder público de, por meio de atos unilaterais, impor obrigações a terceiros; é o que Renato Alessi chama de “poder extroverso”, “que permite ao poder público edita - r atos que vão além da esfera jurídica do sujeito emitente, ou seja, que interferem na esfera jurídica de outras pessoas, constituindo-as, unilateral mente, em obrigações” (apud Celso Antônio Bandeira de Mello, 1995:237). A imperatividade não existe em todos os atos administrativos, mas apenas naqueles que impõem obrigações; quando se trata de ato que confere direitos solicitados pelo administrado (como na licença, autorização, permissão, admissão) ou de ato apenas enunciativo (certidão, atestado, parecer), esse atributo inexiste. A imperatividade é uma das características que distingue o ato administrativo do ato de direito privado; este último não cria qualquer obrigação para terceiros sem a sua concordância.”

C – correta, vide comentário n.º 2 da alternativa A D – incorreta, vez que o direito subjetivo é no ato vinculado e não no discricionário, vide Maria Sylvia Zanella Di Pietro, Editora Atlas, São Paulo, 22ª Edição, página 212 “No entanto, esse regramento pode atingir os vários aspectos de uma atividade determinada; neste caso se diz que o poder da Administração é vinculado, porque a lei não deixou opções; ela estabelece que, diante de determinados requisitos, a Administração deve agir de tal ou qual forma. Por isso mesmo se diz que, diante de um poder vinculado, o particular tem um direito subjetivo de exigir da autoridade a edição de determinado ato, sob pena de, não o fazendo, sujeitar-se à correção judicial.” E – incorreta, vide Maria Sylvia Zanella Di Pietro, Editora Atlas, São Paulo, 22ª Edição, página 216/217 “7.8.4 Legalidade e mérito do ato administrativo A partir da idéia de que certos elementos do ato administrativo são sempre vinculados (a competência e a finalidade, em sentido estrito), pode-se afirmar que não existe ato administrativo inteiramente discricionário. No ato vinculado, todos os elementos vêm definidos na lei; no ato discricionário, alguns elementos vêm definidos na lei, com precisão, e outros são deixados à decisão da Administração, com maior ou menor liberdade de apreciação da oportunidade e conveniência. Por isso se diz que o ato vinculado é analisado apenas sob o aspecto da legalidade e que o ato discricionário deve ser analisado sob o aspecto da legalidade e do mérito: o primeiro diz respeito à conformidade do ato com a lei e, o segundo, diz respeito à oportunidade e conveniência diante do interesse público a atingir. Nem todos os autores brasileiros falam em mérito para designar os aspectos discricionários do ato. Os que o fazem foram influenciados pela doutrina italiana. É o caso de Seabra Fagundes (1984:131) que, expressando de forma adequada o sentido em que o vocábulo é utilizado, diz que “o mérito se relaciona com a intimidade do ato administrativo, concerne ao seu valor intrínseco, à sua valorização sob critérios comparativos. Ao ângulo do merecimento, não se diz que o ato é ilegal ou legal, senão que é ou não é o que devia ser, que é bom ou mau, que é pior ou melhor do que outro. E por isto é que os administrativistas o conceituam, uniformemente, como o aspecto do ato administrativo, relativo à conveniência, à oportunidade, à utilidade intrínseca do ato, à sua justiça, à finalidade, aos princípios da boa gestão, à obtenção dos desígnios genéricos e específicos, inspiradores da atividade estatal”. Resumidamente, afirma-se que o mérito é o aspecto do ato administrativo relativo à conveniência e oportunidade; só existe nos atos discricionários.”

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64. Associe os elementos do ato administrativo a seus conceitos, em linhas gerais. Ao final, assinale a opção correspondente. 1. Sujeito 2. Objeto ou conteúdo 3. Forma 4. Finalidade 5. Motivo ( ) É o pressuposto de fato e de direito que serve de fundamento ao ato administrativo. ( ) É o efeito jurídico imediato que o ato produz. ( ) É o resultado que a Administração quer alcançar com a prática do ato. ( ) É aquele a quem a lei atribui competência para a prática do ato. ( ) É a exteriorização do ato e/ou as formalidades que devem ser observadas durante o processo de sua formação. a) 2, 4, 3, 1, 5 b) 2, 5, 1, 3, 4 c) 5, 2, 4, 1, 3 d) 5, 4, 2, 1, 3 e) 3, 1, 4, 2, 5 Resp.: C Comentários: vide Maria Sylvia Zanella Di Pietro, Editora Atlas, São Paulo, 22ª Edição, página 203/211 “7.7.1 Sujeito Sujeito é aquele a quem a lei atribui competência para a prática do ato. No direito civil, o sujeito tem que ter capacidade, ou seja, tem que ser titular de direitos e obrigações que possa exercer, por si ou por terceiros. No direito administrativo não basta a capacidade; é necessário também que o sujeito tenha competência. Partindo-se da idéia de que só o ente com personalidade jurídica é titular de direitos e obrigações, pode-se dizer que, no direito brasileiro, quem tem capacidade para a prática de atos administrativos são as pessoas públicas políticas (União, Estados, Municípios, e Distrito Federal). Ocorre que as funções que competem a esses entes são distribuídas entre órgãos administrativos (como os Ministérios, Secretarias e suas subdivisões) e, dentro destes, entre seus agentes, pessoas físicas. Assim , a competência tem que ser considerada nesses três aspectos; em relação as pessoas jurídicas políticas, a distribuição de competência consta da Constituição Federal; em relação aos órgãos e servidores, encontra-se nas leis. Pode-se, portanto, definir competência como o conjunto de atribuições das pessoas jurídicas, órgãos e agentes, fixadas pelo direito positivo. A competência decorre sempre da lei, afastada que foi a atribuição do Poder Executivo nessa matéria, por força dos artigos 61, § 1, II, “e”, e 84 VI da Constituição e artigo 25 de suas Disposições Transitórias. É interessante a colocação feita por Renato Alessi (1970, t. 1:82), aplicável ao direito brasileiro. Ele

distingue, dentro da organização administrativa, dois tipos de órgãos: a) os que têm individualidade jurídica, pelo fato de que o círculo das atribuições e competências que os integram é marcado por normas jurídicas propriamente ditas (leis); b) os que não têm essa individualidade jurídica, uma vez que o círculo de suas atribuições não esta assinalado por normas jurídicas propriamente ditas, mas por normas administrativas de caráter interno, de tal modo que, sob o ponto de vista jurídico, tais órgãos são apenas elementos de um conjunto maior. Essa distinção tem, para ele, os seguintes efeitos: as normas jurídicas em matéria de criação ou supressão. de órgãos somente se aplicam aos primeiros; os outros podem ser criados e extintos livremente pela administração. Além disso, as normas sobre competência que tenham caráter propriamente jurídico somente se aplicam aos primeiros. Embora a competência do Poder Executivo tenha sido reduzida a quase nada em decorrência dos já citados dispositivos constitucionais, isso não impede que se faça, internamente, subdivisão dos órgãos - criados e estruturados por lei, como também não impede a criação de órgãos como comissões, conselhos e grupos de trabalho. Só que, nessas hipóteses, aplicam-se os efeitos referidos por Alessi, ou seja, a competência, com valor e conteúdo propriamente jurídicos, só existe com relação aos órgãos criados e estruturados por lei; com relação aos demais , a competência terá valor meramente administrativo. Em conseqüência, somente se pode falar em incompetência propriamente dita (como vício do ato administrativo), no caso em que haja sido infringida a competência definida em lei. Aplicam-se à competência as seguintes regras: 1. decorre sempre da lei, não podendo o próprio órgão estabelecer, por si, as suas atribuições; 2. é inderrogável, seja pela vontade da Administração, seja por acordo com terceiros; isto porque a competência é conferida em benefício do interesse público; 3. pode ser objeto de delegação ou de avocação, desde que não se trate de competência conferida a determinado órgão ou agente, com exclusividade, pela lei. A distribuição de competência pode levar em conta vários critérios: 1. em razão da matéria, a competência se distribui entre os Ministérios (na esfera federal) e entre as secretarias nos âmbitos estadual e municipal); 2. em razão do território, distribui-se por zonas de atuação. 3. em razão do grau hierárquico, as atribuições são conferidas segundo o maior ou menor grau de complexidade e responsabilidade;

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4. em razão do tempo, determinadas atribuições têm que ser exercidas em períodos determinados, como ocorre quando a lei fixa prazo para a prática de certos atos; também pode ocorrer a proibição de certos atos em períodos definidos pela lei, como o de nomear ou exonerar servidores em período eleitoral; 5. em razão do fracionamento, a competência pode ser distribuída por órgãos diversos, quando se trata de procedimento ou de atos complexos. com a participação de vários órgãos ou agentes. 7.7.2 Objeto Objeto ou conteúdo é o efeito jurídico imediato que o, ato produz. Sendo o ato - administrativo espécie do gênero ato jurídico, ele só existe quando produz efeito jurídico, ou seja, quando, em decorrência dele, nasce, extingue-se, transforma-se um determinado direito . Esse efeito jurídico é o objeto ou conteúdo do ato. Para identificar-se esse elemento, basta verificar o que o ato enuncia, prescreve, dispõe. Alguns autores distinguem conteúdo e objeto. É o caso de Régis Fernandes de Oliveira (1978:54) que, baseando-se na lição de Zanobini, diz que o objeto é a coisa, a atividade, a relação de que o ato se ocupa e sobre a qual vai recair o conteúdo do ato . Da como exemplo a demissão do servidor público, em que o objeto é a relação funcional do servidor com a Administração e sobre a qual recai o conteúdo do atoou seja da , a demissão. Na desapropriação, o conteúdo do ato é a própria desapropriação e o objeto é o imóvel sobre o qual recai. 0 importante, no entanto, é deixar claro que, para o ato administrativo, o que interessa é considerar o segundo aspecto, ou seja, a produção de efeitos jurídicos. Quando se parte da idéia de que o ato administrativo é espécie do gênero ato jurídico e quando se fala, em relação a este, de objeto como um dos seus elementos integrantes, nada impede, antes é aconselhável, que se utilize o mesmo vocábulo no direito administrativo. Como no direito privado, o objeto deve ser lícito (conforme à lei), possível (realizável no mundo dos fatos e do direito), certo (definido quanto ao destinatário, aos efeitos, ao tempo e ao lugar) , e moral (em consonância com os padrões comuns de omportamento, aceitos como corretos, justos, éticos), Também à semelhança do ato jurídico de direito privado o objeto do ato administrativo pode ser natural ou acidental. Objeto- natural é o efeito jurídico que o ato produz, sem necessidade de expressa menção; ele decorre da própria natureza do ato, tal como definido na Lei. Objeto acidental é o efeito jurídico que o ato produz em decorrência de cláusulas acessórias apostas ao ato pelo sujeito que o pratica; ele traz alguma alteração no objeto natural; compreende o termo o modo ou o encargo e a condição; compreende o termo, o modo ou encargo e a condição. Pelo termo, indica-se o dia em que inicia ou termina a eficácia do ato.

0 modo é um ônus imposto ao destinatário do ato. A condição é a cláusula que subordina o efeito do ato a evento futuro e incerto; pode ser suspensiva, quando suspende o início da eficácia do ato, e resolutiva, quando, verificada, faz cessar a produção de efeitos jurídicos do ato. 7.7.3 Forma Encontram-se na doutrina duas concepções da forma como elemento do ato administrativo: 1 . uma concepção restrita, que considera forma como a exteriorização do ato, ou seja, o modo pelo qual a declaração se exterioriza; nesse sentido, fala-se que o ato pode ter a forma escrita ou verbal, de decreto, portaria, resolução etc.; 2. uma concepção ampla, que inclui no conceito de forma, não só a exteriorização do ato, mas todas as formalidades que devem ser observadas durante o processo de formação da vontade da Administração, e até os requisitos concernentes à publicidade do ato. Partindo-se da idéia de elemento do ato administrativo como condição de existência e de validade do ato, não há dúvida de que a inobservância das formalidades que precedem o ato e o sucedem, desde que estabelecidas em lei, determinam a sua invalidade. É verdade que, na concepção restrita de forma, considera-se cada ato isoladamente; e, na concepção ampla, considera-se o ato dentro de um procedimento. Neste último, existe, na realidade, uma sucessão de atos administrativos preparatórios da decisão final; cada ato deve ser analisado separadamente em seus cinco elementos: sujeito, objeto, forma, motivo e finalidade. Ocorre que tanto a inobservância da forma como a do procedimento produzem o mesmo resultado, ou seja, a ilicitude do ato. Por exemplo, se a lei exige a forma escrita e o ato é praticado verbalmente, ele será nulo; se a lei exige processo disciplinar para demissão de um funcionário, a falta ou o vício naquele procedimento invalida a demissão, ainda que esta estivesse correta, quando isoladamente considerada. Não há dúvida, pois, que a observância das formalidades constitui requisito de validade do ato administrativo, de modo que o procedimento administrativo integra o conceito de forma. No direito administrativo, o aspecto formal do ato é de muito maior relevância do que no direito privado, já que a obediência à forma (no sentido estrito) e ao procedimento constitui garantia jurídica para o administrado e para a própria Administração; é pelo respeito à forma que se possibilita o controle do ato administrativo, quer pelos seus destinatários, que pela própria Administração, quer pelos demais Poderes do Estado. A obediência à forma não significa, no entanto, que a Administração esteja sujeita a formas rígidas e sacramentais; o que se exige, a rigor, é que seja adotada, como regra, a forma escrita, para que tudo

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fique documentado e passível de verificação a todo momento; a não ser que a lei preveja expressamente determinada forma (como decreto, resolução, portaria etc.), a Administração pode praticar o ato pela forma que lhe parecer mais adequada. Normalmente, as formas mais rigorosas são exigidas quando estejam em jogo direitos dos administrados, como ocorre nos concursos públicos, na licitação, no processo disciplinar. Excepcionalmente, admitem-se ordens verbais, gestos, apitos, sinais luminosos; lembrem-se as hipóteses do superior dando ordens ao seu subordinado ou do policial dirigindo o trânsito. Há, ainda, casos excepcionais de cartazes e placas expressarem a vontade da Administração, como os que proíbem estacionar nas ruas, vedam acesso de pessoas a determinados locais, proíbem fumar. Em todas essas hipóteses, tem que se tratar de gestos ou sinais convencionais, que todos possam compreender. Até mesmo o silêncio pode significar forma de manifestação da vontade, quando a lei assim o prevê; normalmente ocorre quando a lei fixa um prazo, findo o qual o silêncio da Administração significa concordância ou discordância. Integra o conceito de forma a motivação do ato administrativo, ou seja, a exposição dos fatos e do direito que serviram de fundamento para a prática do ato; a sua ausência impede a verificação de legitimidade do ato. Finalmente, ainda quanto à forma, pode-se aplicar ao ato administrativo a classificação das formas em essenciais e não essenciais, consoante afetem ou não a existência e a validade do ato; no entanto, a distinção tem sido repelida, por não existirem critérios seguros para distinguir umas e outras; às vezes, decorre da própria lei essa distinção, tal como se verifica no processo disciplinar, em que a ampla defesa é essencial, sob pena de nulidade da punição; também o edital, na concorrência, ou o decreto, na expropriação. A ausência dessas formalidades invalida irremediavelmente todo o procedimento e o ato final objetivado pela Administração, sem possibilidade de convalidação. Em outras hipóteses, em que a decisão administrativa não afeta direitos individuais, mas é imposta apenas para ordenamento interno ou para facilitar o andamento do serviço, a forma não é essencial; por exemplo, a lei estabelece requisitos para que o administrado exerça o seu direito de petição, mas a sua inobservância nem sempre tem o condão de impedir o seu recebimento pela Administração, já que esta tem, de ofício, o dever de observar a lei e de exercer a tutela sobre os próprios atos; assim, nada impede que conheça do pedido se verificar que assiste razão ao requerente. E só o exame de cada caso concreto que permite concluir se a forma é ou não essencial; terá essa qualidade necessariamente quando for estabelecida como garantia de respeito aos direitos individuais.

7.7.4 Finalidade Finalidade é o resultado que a Administração quer alcançar com a prática do ato. Enquanto o objeto é o efeito jurídico imediato que o ato produz (aquisição, transformação ou extinção de direitos) a finalidade é o efeito mediato. Distingue-se do motivo, porque este antecede a prática do ato, correspondendo aos fatos, às circunstâncias, que levam a Administração a praticar o ato. Já a finalidade sucede à prática do ato, porque corresponde a sua edição. Tanto motivo como finalidade contribuem para a formação da vontade da Administração: diante de certa situação de fato ou de direito (motivo) a autoridade pratica certo ato (objeto) para alcançar determinado resultado (finalidade). Pode-se falar em fim ou finalidade em dois sentidos diferentes: 1 . em sentido amplo, a finalidade sempre corresponde à consecução de um resultado de interesse público; nesse sentido, se diz que o ato administrativo tem que ter sempre finalidade pública; 2 . em sentido restrito, finalidade é o resultado específico que cada ato deve produzir, conforme definido na lei; nesse sentido, se diz que a finalidade do ato administrativo é sempre a que decorre explícita ou implicitamente da lei. É o legislador que define a finalidade que o ato deve alcançar, não havendo liberdade de opção para a autoridade administrativa; se a lei coloca a demissão entre os atos punitivos, não pode ela ser utilizada com outra finalidade que não a de punição; se a lei permite a remoção ex officio do funcionário para atender a necessidade do serviço público, não pode ser utilizada para finalidade diversa, como a de punição. Seja infringida a finalidade legal do ato (em sentido estrito), seja desatendido o seu fim de interesse público (sentido amplo), o ato será ilegal, por desvio de poder. Tanto ocorre esse vício quando a Administração remove o funcionário a título de punição, como no caso em que ela desapropria um imóvel para perseguir o seu proprietário, inimigo político. No primeiro caso, o ato foi praticado com finalidade diversa da prevista na lei; no segundo, fugiu ao interesse público e foi praticado para atender ao fim de interesse particular da autoridade. 7.7.5 Motivo Motivo é o pressuposto de fato e de direito que serve de fundamento ao ato administrativo. Pressuposto de direito é o dispositivo legal em que se baseia o ato. Pressuposto de fato, como o próprio nome indica, corresponde ao conjunto de circunstâncias, de acontecimentos, de situações que levam a Administração a praticar o ato. No ato de punição do funcionário, o motivo é a infração que ele praticou; no tombamento, é o valor cultural do bem; na licença para construir, é o conjunto de requisitos comprovados pelo proprietário; na exoneração do funcionário estável, é o pedido por ele formulado. A

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ausência de motivo ou a indicação de motivo falso invalidam o ato administrativo. Não se confundem motivo e motivação do ato. Motivação é a exposição dos motivos, ou seja, é a demonstração, por escrito, de que os pressupostos de fato realmente existiram. Para punir, a Administração deve demonstrar a prática da infração. A motivação diz respeito às formalidades do ato, que integram o próprio ato, vindo sob a forma de “consideranda”; outras vezes, está contida em parecer, laudo, relatório, emitido pelo próprio órgão expedidor do ato ou por outro órgão, técnico ou jurídico, hipótese em que o ato faz remissão a esses atos precedentes. 0 importante é que o ato possa ter a sua legalidade comprovada. Discute-se se a motivação é ou não obrigatória. Para alguns, ela é obrigatória quando se trata de ato vinculado, pois, nesse caso, a Administração deve demonstrar que o ato está em conformidade com os motivos indicados na lei; para outros, ela somente é obrigatória no caso dos atos discricionários, porque nestes é que se faz mais necessária a motivação, pois, sem ela, não se teria meios de conhecer e controlar a legitimidade dos motivos que levaram a Administração a praticar o ato. Entendemos que a motivação é, em regra, necessária, seja para os atos vinculados, seja para os atos discricionários, pois constitui garantia de legalidade, que tanto diz respeito ao interessado como à própria Administração Pública; a motivação é que permite a verificação, a qualquer momento, da legalidade do ato, até mesmo pelos demais Poderes do Estado. Note-se que o artigo 111 da Constituição Paulista de 1989 inclui a motivação entre os princípios da Administração Pública. Ainda relacionada com o motivo, há a teoria dos motivos determinantes, em consonância com a qual a validade do ato se vincula aos motivos indicados como seu fundamento, de tal modo que, se inexistentes ou falsos, implicam a sua nulidade. Por outras palavras, quando a Administração motiva o ato, mesmo que a lei não exija a motivação, ele só será válido se os motivos forem verdadeiros. Tomando-se como exemplo a exoneração ad nutum, para a qual a lei não define o motivo, se a Administração praticar esse ato alegando que o fez por falta de verba e depois nomear outro funcionário para a mesma vaga, o ato será nulo por vício quanto ao motivo. Também é o caso da revogação de um ato de permissão de uso, sob alegação de que a mesma se tomou incompatível com a destinação do bem público objeto de permissão; se a Administração, a seguir, permitir o uso do mesmo bem a terceira pessoa, ficará demonstrado que o ato de revogação foi ilegal por vício quanto ao motivo.” 65. Não se pode enumerar como poder da Administração: a) poder normativo.

b) poder de polícia. c) poder hierárquico. d) poder independente. e) poder disciplinar. Resp.: D Comentários: vide Maria Sylvia Zanella Di Pietro, Editora Atlas, São Paulo, 22ª Edição, página 88/89 “3.4 PODERES DA ADMINISTRAÇÃO Analisados os princípios que estão na base de toda a função administrativa do Estado, é necessário examinar alguns dos poderes que deles decorrem para as autoridades administrativas; tais poderes são inerentes à Administração Pública pois, sem eles, ela não conseguiria fazer sobrepor-se a vontade da lei à vontade individual, o interesse público ao interesse privado. Embora o vocábulo “poder” dê a impressão de que se trata de faculdade da Administração, na realidade trata-se de “poder-dever”, já que reconhecido ao poder público para que o exerça em benefício da coletividade; os poderes são, pois, irrenunciáveis. Todos eles encerram prerrogativas de autoridade, as quais, por isso mesmo, só podem ser exercidas nos limites da lei. Dentre eles, serão aqui analisados o poder normativo, o disciplinar e os decorrentes da hierarquia; o poder de polícia constituirá objeto de capítulo específico. Quanto aos chamados poderes discricionário e vinculado, não existem como poderes autônomos; a discricionariedade e a vinculação são, quando muito, atributos de outros poderes ou competências da Administração. 0 chamado “poder vinculado”, na realidade, não encerra “prerrogativa” do poder público, mas, ao contrário, dá idéia de restrição, pois, quando se diz que determinada atribuição da Administração é vinculada, quer-se significar que está sujeita à lei em praticamente todos os aspectos; o legislador, nessa hipótese, preestabelece todos os requisitos do ato, de tal forma que, estando eles presentes, não cabe à autoridade administrativa senão editá-lo, sem apreciação de aspectos concernentes à oportunidade, conveniência, interesse público, eqüidade. Esses aspectos foram previamente valorados pelo legislador A discricionariedade, sim, tem inserida em seu bojo a idéia de prerrogativa, uma vez que a lei, ao atribuir determinada competência, deixa alguns aspectos do ato para serem apreciados pela Administração diante do caso concreto; ela implica liberdade a ser exercida nos limites fixados na lei. No entanto, não se pode dizer que exista como poder autônomo; o que ocorre é que as várias competências exercidas pela Administração com base nos poderes regulamentar, disciplinar, de polícia, serão vinculadas ou discricionárias, dependendo da liberdade, deixada ou não, pelo legislador à Administração Pública.”

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66. Os procedimentos licitatórios destinam-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração Pública. São princípios básicos a serem observados no julgamento das licitações, exceto: a) vinculação ao instrumento convocatório. b) confidencialidade do procedimento. c) julgamento objetivo. d) probidade administrativa. e) impessoalidade. Resp.: B Comentários: Vide art. 3º da Lei de Licitações Públicas, Lei n.º 8.666/93 “Art.3.º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.” 67. Quanto aos critérios a serem observados no trâmite do processo administrativo da administração pública federal, conforme disposto na Lei n. 9.784, de 29 de janeiro de 1999, pode-se afirmar corretamente: a) em regra, cabe aos administrados o pagamento

das despesas processuais, independente de previsão expressa na lei.

b) os atos praticados no processo administrativo são, em regra, sigilosos, ressalvadas as hipóteses de divulgação oficial previstas na Constituição.

c) a impulsão do processo administrativo compete, primeiramente, aos interessados.

d) nova interpretação dada à norma administrativa deve ser aplicada a todos os casos sujeitos àquela regulamentação, inclusive retroativamente.

e) garantem-se aos administrados, nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio, os direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de provas e à interposição de recursos.

Resp.: E Comentários: A – errada, vide art. 2º, parágrafo único, inciso XI da Lei n.º 9784/99 B – errada, vide art. 2º, parágrafo único, inciso V da Lei n.º 9784/99 C – errada, vide art. 2º, parágrafo único, inciso XII da Lei n.º 9784/99 D – errada, vide art. 2º, parágrafo único, inciso XIII da Lei n.º 9784/99

E – correta, vide art. 2º, parágrafo único, inciso X da Lei n.º 9784/99 “Art. 2. º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: I - atuação conforme a lei e o Direito; II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei; III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades; IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé; V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição; VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público; VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão; VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados; IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados; X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de provas e à interposição de recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio; XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei; XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados; XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.” 68. Em relação aos atos praticados no âmbito dos procedimentos administrativos que se sujeitam à Lei n. 9.784, de 29 de janeiro de 1999, analise os itens a seguir e marque com V se a assertiva for verdadeira e com F se for falsa. Ao final, assinale a opção correspondente. ( ) Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir. ( ) A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá ser feita pelo órgão administrativo.

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( ) Os atos do processo podem realizar-se em quaisquer dias da semana, sem restrições de horário. ( ) A intimação para ciência de decisão ou a efetivação de diligências quanto a interessados indeterminados, desconhecidos ou com domicílio indefinido, deve ser efetuada por meio de publicação oficial. a) V, V, V, V b) F, V, F, V c) F, F, V, F d) V, V, F, V e) F, F, F, F Resp.: D Comentários: Primeira Assertiva Verdadeira - Vide art. 22 da Lei n.º 9784/99 Segunda Assertiva Verdadeira - Vide art. 22, § 3º da Lei n.º 9784/99 Terceira Assertiva Falsa - Vide art. 23 da Lei n.º 9784/99 Quarta Assertiva Verdadeira – Vide art. 26, § 4º da Lei n.º 9784/99 “Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir. § 3o A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá ser feita pelo órgão administrativo. Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis, no horário normal de funcionamento da repartição na qual tramitar o processo. Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o processo administrativo determinará a intimação do interessado para ciência de decisão ou a efetivação de diligências. § 4o No caso de interessados indeterminados, desconhecidos ou com domicílio indefinido, a intimação deve ser efetuada por meio de publicação oficial.” 69. Associe a modalidade de licitação a suas características respectivas. Ao final, assinale a opção correspondente. 1. Concorrência 2. Tomada de preços 3. Convite 4. Concurso 5. Leilão ( ) Realiza-se entre interessados devidamente cadastrados, ou que atendam a todas as condições exigidas para o cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação. ( ) Destina-se à escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa

oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias. ( ) Tem por objeto a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no art. 19 da Lei n. 8.666, de 1993, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação. ( ) É a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto. ( ) É a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas. a) 5, 1, 3, 2, 4 b) 4, 5, 2, 3, 1 c) 1, 3, 4, 5, 2 d) 3, 2, 1, 4, 5 e) 2, 4, 5, 1, 3 Resp.: E Comentários: Vide art. 22 da Lei de Licitações Públicas, Lei n.º 8.666/93 “Art. 22. São modalidades de licitação: I - concorrência; II - tomada de preços; III - convite; IV - concurso; V - leilão. § 1.º Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto. §2 ºTomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação. § 3 º Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro)horas da apresentação das propostas. § 4 º Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho

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técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco)dias. § 5 º Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação. § 6º Na hipótese do § 3º deste artigo, existindo na praça mais de 3 (três) possíveis interessados, a cada novo convite, realizado para objeto idêntico ou assemelhado, é obrigatório o convite a, no mínimo, mais um interessado, enquanto existirem cadastrados não convidados nas últimas licitações. § 7 º Quando, por limitações do mercado ou manifesto desinteresse dos convidados, for impossível a obtenção do número mínimo de licitantes exigidos no § 3º deste artigo, essas circunstâncias deverão ser devidamente justificadas no processo, sob pena de repetição do convite. § 8 º É vedada a criação de outras modalidades de licitação ou a combinação das referidas neste artigo. § 9 º Na hipótese do parágrafo 2º deste artigo, a administração somente poderá exigir do licitante não cadastrado os documentos previstos nos arts. 27 a 31, que comprovem habilitação compatível com o objeto da licitação, nos termos do edital.” 70. Conforme disciplinado pelo Decreto n. 1.171, de 22 de junho de 1994, são deveres fundamentais do servidor público federal, exceto: a) utilizar-se, a todo tempo, das prerrogativas

funcionais que lhe sejam atribuídas. b) zelar, no exercício do direito de greve, pelas

exigências específicas da defesa da vida e da segurança coletiva.

c) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento.

d) participar dos movimentos e estudos que se relacionem com a melhoria do exercício de suas funções.

e) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem de direito.

Resp.: A Comentários: A – errada – vide Seção II, inciso XIV, alínea t do Capítulo I do Anexo do Decreto n.º 1171/94 B – correta - vide Seção II, inciso XIV, alínea j do Capítulo I do Anexo do Decreto n.º 1171/94 C – correta - vide Seção II, inciso XIV, alínea b do Capítulo I do Anexo do Decreto n.º 1171/94 D – correta - vide Seção II, inciso XIV, alínea o do Capítulo I do Anexo do Decreto n.º 1171/94 E – correta - vide Seção II, inciso XIV, alínea s do Capítulo I do Anexo do Decreto n.º 1171/94

“Seção II Dos Principais Deveres do Servidor Público XIV - São deveres fundamentais do servidor público: a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou emprego público de que seja titular; b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, pondo fim ou procurando prioritariamente resolver situações procrastinatórias, principalmente diante de filas ou de qualquer outra espécie de atraso na prestação dos serviços pelo setor em que exerça suas atribuições, com o fim de evitar dano moral ao usuário; c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante de duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum; d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição essencial da gestão dos bens, direitos e serviços da coletividade a seu cargo; e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços, aperfeiçoando o processo de comunicação e contato com o público; f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos que se materializam na adequada prestação dos serviços públicos; g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, respeitando a capacidade e as limitações individuais de todos os usuários do serviço público, sem qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e posição social, abstendo-se, dessa forma, de causar-lhes dano moral; h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar contra qualquer comprometimento indevido da estrutura em que se funda o Poder Estatal; i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de contratantes, interessados e outros que visem obter quaisquer favores, benesses ou vantagens indevidas em decorrência de ações morais, ilegais ou aéticas e denunciá-las; j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas da defesa da vida e da segurança coletiva; l) ser assíduo e freqüente ao serviço, na certeza de que sua ausência provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo negativamente em todo o sistema; m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse público, exigindo as providências cabíveis; n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, seguindo os métodos mais adequados à sua organização e distribuição; o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem com a melhoria do exercício de suas funções, tendo por escopo a realização do bem comum; p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao exercício da função;

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q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a legislação pertinentes ao órgão onde exerce suas funções; r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções superiores, as tarefas de seu cargo ou função, tanto quanto possível, com critério, segurança e rapidez, mantendo tudo sempre em boa ordem. s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem de direito; t) exercer, com estrita moderação, as prerrogativas funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses dos usuários do serviço público e dos jurisdicionados administrativos; u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou autoridade com finalidade estranha ao interesse público, mesmo que observando as formalidades legais e não cometendo qualquer violação expressa à lei; v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a existência deste Código de Ética, estimulando o seu integral cumprimento.” CONSTITUCIONAL 71. Marque a opção incorreta. a) A limitação do poder estatal foi um dos grandes

desideratos do liberalismo, o qual exalta a garantia dos direitos do homem como razão de ser do Estado.

b) A divisão do poder, segundo o critério geográfico, é a descentralização, e a divisão funcional do poder é a base da organização do governo nas democracias ocidentais.

c) A divisão funcional do poder é, mais precisamente, o próprio federalismo.

d) Montesquieu abria exceção ao princípio da separação dos poderes ao admitir a intervenção do chefe de Estado, pelo veto, no processo legislativo.

e) Aristóteles apresenta as funções do Estado em deliberante, executiva e judiciária, sendo que Locke as reconhece como: a legislativa, a executiva e a federativa.

Resp.:C Comentários: O art. 1º da CF/88 assevera que a República Federativa do Brasil é formada pela união indissolúvel dos Estados, Municípios e do Distrito Federal, complementado pelo art. 18 que prevê a organização político-administrativa que compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos e possuidores da tríplice capacidade de auto-organização, normatização própria, autogoverno e auto-administração.

72. Marque a opção correta. a) A República Federativa do Brasil buscará a

integração econômica, geográfica, política e educacional dos povos da América Latina.

b) Construir uma sociedade livre, justa e solidária é um dos fundamentos da República Federativa do Brasil.

c) A cooperação entre os povos para o progresso da humanidade constitui objetivo fundamental da República Federativa do Brasil.

d) Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação é princípio que rege a República Federativa do Brasil nas suas relações internacionais.

e) O repúdio ao terrorismo e ao racismo é princípio que rege a República Federativa do Brasil nas suas relações internacionais.

Resp.:E Comentários: Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: I - independência nacional; II - prevalência dos direitos humanos; III - autodeterminação dos povos; IV - não-intervenção; V - igualdade entre os Estados; VI - defesa da paz; VII - solução pacífica dos conflitos; VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; X - concessão de asilo político. 73. Marque a opção incorreta. a) O civilmente identificado pode ser submetido à

identificação criminal, nos termos da lei. b) Será admitida ação privada nos crimes de ação

pública, se esta não for intentada no prazo legal. c) O Brasil admite a prisão civil por dívida. d) A lei não poderá restringir a publicidade dos atos

processuais. e) O Brasil admite a pena de morte. Resp.:D Comentários: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: ... LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;

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74. Marque a opção correta. a) Todos podem reunir-se pacificamente, sem

armas, em locais abertos ao público, entretanto, exige-se prévio aviso à autoridade competente.

b) Inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo o sigilo da correspondência, por ordem judicial.

c) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo, por determinação judicial após as 18 horas e durante o dia para prestar socorro, em caso de flagrante delito ou desastre.

d) Exige-se o trânsito em julgado da decisão judicial para que as associações tenham suas atividades suspensas.

e) Os tratados e convenções internacionais sobre direitos fundamentais que forem aprovados, no Congresso Nacional, serão equivalentes às emendas constitucionais.

Resp.:A Comentários: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: ... XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente; 75. Marque a opção incorreta. a) É vedado aos Estados manter relação de aliança

com representantes de cultos religiosos ou igrejas, resguardando- se o interesse público.

b) A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento dos Estados far-se-ão por lei complementar federal, após divulgação dos Estudos de Viabilidade, apresentados e publicados na forma da lei.

c) Incluem-se entre os bens dos estados as terras devolutas não compreendidas entre as da União.

d) O número de Deputados à Assembléia Legislativa corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados.

e) Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação.

Resp.:B e D (passível de recurso) Recurso: O gabarito, de forma acertada, assinala a alternativa com o conteúdo a seguir como incorreta: A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento dos Estados far-se-ão por lei

complementar federal, após divulgação dos Estudos de Viabilidade, apresentados e publicados na forma da lei. Porém, a alternativa com o conteúdo: o número de Deputados à Assembléia Legislativa corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados também está incorreta, pois, de acordo com o artigo 27 da Constituição Federal temos que o número de Deputados à Assembléia Legislativa corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze. Portanto, esta resposta está incompleta. Desta forma, entendemos que também está incorreta; assim sendo, pedimos a anulação da questão por ter duas respostas. 76. Marque a opção correta. a) Os Estados-membros se auto-organizam por

meio da escolha direta de seus representantes nos Poderes Legislativo e Executivo locais, em que haja qualquer vínculo de subordinação por parte da União.

b) Ao exercitarem o seu poder constituinte derivado-decorrente, os Estados-membros, a teor do disposto na Constituição Federal, respeitam os princípios constitucionais sensíveis, princípios federais extensíveis e princípios constitucionais estabelecidos.

c) Os Estados-membros em sua tríplice capacidade garantidora de autonomia se autoadministram normatizando sua própria legislação e regras de competência.

d) A autonomia estadual também se caracteriza pelo autogoverno, uma vez que ditam suas respectivas Constituições.

e) Os Estados poderão, mediante lei complementar federal, instituir regiões metropolitanas, constituídas por regiões administrativas limítrofes.

Resp.:B Comentários: Os princípios constitucionais sensíveis são assim denominados, pois se não forem observados poderão acarretar a “intervenção”, já os princípios federais extensíveis são normas centrais comuns a todos os órgãos da Administração direta, sendo de observação obrigatória no poder de organização do Estado, por fim, os princípios estabelecidos tem por base diversas normas encontradas no texto constitucional e além de organizarem a própria federação estabelecem regras gerais a serem observadas pelos Estados membros em sua auto-organização, sendo normas de competência e de preordenação.

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77. Marque a opção incorreta. a) Os atos de improbidade administrativa

importarão a indisponibilidade dos bens sem prejuízo da ação penal cabível.

b) A administração fazendária e seus servidores fiscais terão precedência sobre os demais setores administrativos dentro de suas áreas de competência.

c) A proibição de acumular cargos estende-se a empregos e funções e abrange as sociedades de economia mista, como é o caso do Banco do Brasil S/A.

d) As funções de confiança serão preenchidas por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei.

e) É vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público.

Resp.:D Comentários: Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 78. Marque a opção correta. a) O servidor estável do Distrito Federal pode ser

exonerado a fim de que o limite legal de despesa com pessoal seja observado.

b) Fica autorizada a existência de mais de um regime próprio de previdência social para os servidores titulares de cargos efetivos, desde que pertencentes a mais de uma unidade gestora, nos termos da lei.

c) Em caso de invalidez permanente, os servidores abrangidos pelo regime de previdência, nos termos da Constituição Federal, receberão proventos integrais.

d) Eventual ocupante de vaga de servidor reintegrado, se estável, será reconduzido ao cargo de origem mediante prévia e justa indenização proporcional ao tempo de serviço.

e) O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será contado para efeito de disponibilidade, nos termos da Constituição Federal.

Resp.:A Comentários: Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar. § 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para assegurar o cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, o servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 79. Marque a opção correta. a) A lei que instituir o plano plurianual

compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente.

b) O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor modificação a projeto de lei relativo ao orçamento anual desde que não finalizada a votação, na Comissão mista, da parte cuja alteração é proposta.

c) A lei orçamentária anual compreenderá o orçamento de investimento das empresas, fundos e fundações mantidas pelo Poder Público.

d) Os projetos de lei relativos ao plano plurianual serão apreciados pelo Senado Federal.

e) Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos na Constituição Federal serão elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional.

Resp.:E Comentários: Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: § 4º - Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição serão elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional.

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28 - ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO -SP 24/05/2009 SIGA RESOLVE

80. Quanto aos princípios orçamentários, marque a opção correta. a) O Princípio da universalidade da matéria

orçamentária estabelece que somente deve constar no orçamento matéria pertinente à fixação da despesa e à previsão da receita.

b) O Princípio da Programação preconiza a vinculação necessária à ação governamental, assegurando-se a finalidade do plano plurianual.

c) O Princípio da não-afetação da receita preconiza que não pode haver transferência, transposição ou remanejamento de recursos de uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro sem prévia autorização legislativa.

d) O Princípio da reserva de lei estabelece que os orçamentos e créditos adicionais devem ser incluídos em valores brutos, todas as despesas e receitas da União, inclusive as relativas aos seus fundos.

e) O Princípio do Equilíbrio Orçamentário estabelece que a lei orçamentária não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa.

Resp.: B Comentários: Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: I - o plano plurianual; II - as diretrizes orçamentárias; III - os orçamentos anuais. § 1º - A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada. Art. 167. São vedados: I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual;