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MINISTÉRIO DA FAZENDA Secretaria de Acompanhamento Econômico Subsecretaria de Análise Econômica e Advocacia da Concorrência Coordenação-Geral de Transportes, Infraestrutura Urbana e Recursos Naturais PARECER SEI Nº 2/2018/COGTR/SUCON/SEAE-MF Brasília, 09 de janeiro de 2018. Assunto: Audiência Pública nº 25/2017, da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que dispõe sobre proposta de: (i) edição de emenda ao Regulamento Brasileiro da Aviação Civil (RBAC) nº 103, intitulado “Operação desportiva de veículos ultraleves”; (ii) edição de emenda ao RBAC nº 01, intitulado “Definições, regras de redação e unidades de medida para uso nos RBAC”; (iii) edição de emenda ao RBAC nº 61, intitulado “Licenças, habilitações e certificados para pilotos”; (iv) edição de emenda ao RBAC nº 183, intitulado “Credenciamento de pessoas”; (v) edição de emenda ao RBAC nº 91, intitulado “Requisitos gerais de operação para aeronaves civis”, submetido à Audiência Pública Anac nº 17/2015; (vi) edição de emenda ao RBAC nº 141, intitulado “Certificação e requisitos operacionais: centros de instrução de aviação civil”, submetido à Audiência Pública Anac nº 26/2012; e (vii) alteração da Resolução Anac nº 377, de 15 de março de 2016, que regulamenta a outorga de serviços aéreos públicos para empresas brasileiras e dá outras providências. Acesso: Público. Introdução 1. A Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda (Seae/MF) apresenta, por meio deste parecer, considerações sobre a Audiência Pública nº 25/2017, da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), com a intenção de contribuir para o aprimoramento do arcabouço regulatório do setor de aviação civil e de infraestrutura aeroportuária nos termos de suas atribuições definidas no art. 19 da Lei nº 12.529, de 30 de novembro de 2011, e no art. 42, Anexo I, do Decreto nº 9.003, de 13 de março de 2017. 1. A mencionada audiência pública trata da proposta de: (i) edição de emenda ao Regulamento Brasileiro da Aviação Civil (RBAC) nº 103, intitulado “Operação desportiva de veículos ultraleves”; (ii) edição de emenda ao RBAC nº 01, intitulado “Definições, regras de redação e unidades de medida para uso nos RBAC”; (iii) edição de emenda ao RBAC nº 61, intitulado “Licenças, habilitações e certificados para pilotos”; (iv) edição de emenda ao RBAC nº 183, intitulado “Credenciamento de pessoas”; (v) edição de emenda ao RBAC nº 91, intitulado “Requisitos gerais de operação para aeronaves civis”, submetido à Audiência Pública Anac nº 17/2015; (vi) edição de emenda ao RBAC nº 141, intitulado “Certificação e requisitos operacionais: centros de instrução de aviação civil”, submetido à Audiência Pública Anac nº 26/2012; e (vii) alteração da Resolução Anac nº 377, de 15 de março de 2016, que regulamenta a outorga de serviços aéreos públicos para empresas brasileiras e dá outras providências. 2. A agência informa que a elaboração da proposta do RBAC nº 103 buscou modernizar e alinhar a regulamentação de aerodesporto (aviação esportiva) aos parâmetros internacionais vigentes, especialmente os estabelecidos nos Estados Unidos da América (EUA) e na França, o que implicou 3. SEI/MF - 0271290 - Parecer https://sei.fazenda.gov.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimi... 1 de 5 09/01/2018 15:41

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MINISTÉRIO DA FAZENDASecretaria de Acompanhamento EconômicoSubsecretaria de Análise Econômica e Advocacia da ConcorrênciaCoordenação-Geral de Transportes, Infraestrutura Urbana e Recursos Naturais

PARECER SEI Nº 2/2018/COGTR/SUCON/SEAE-MF

Brasília, 09 de janeiro de 2018.

Assunto: Audiência Pública nº 25/2017, da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que dispõe sobreproposta de: (i) edição de emenda ao Regulamento Brasileiro da Aviação Civil (RBAC) nº 103, intitulado“Operação desportiva de veículos ultraleves”; (ii) edição de emenda ao RBAC nº 01, intitulado “Definições,regras de redação e unidades de medida para uso nos RBAC”; (iii) edição de emenda ao RBAC nº 61,intitulado “Licenças, habilitações e certificados para pilotos”; (iv) edição de emenda ao RBAC nº 183,intitulado “Credenciamento de pessoas”; (v) edição de emenda ao RBAC nº 91, intitulado “Requisitos geraisde operação para aeronaves civis”, submetido à Audiência Pública Anac nº 17/2015; (vi) edição de emendaao RBAC nº 141, intitulado “Certificação e requisitos operacionais: centros de instrução de aviação civil”,submetido à Audiência Pública Anac nº 26/2012; e (vii) alteração da Resolução Anac nº 377, de 15 de marçode 2016, que regulamenta a outorga de serviços aéreos públicos para empresas brasileiras e dá outrasprovidências.

Acesso: Público.

Introdução1.

A Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda (Seae/MF) apresenta, pormeio deste parecer, considerações sobre a Audiência Pública nº 25/2017, da Agência Nacional deAviação Civil (Anac), com a intenção de contribuir para o aprimoramento do arcabouço regulatório dosetor de aviação civil e de infraestrutura aeroportuária nos termos de suas atribuições definidas no art.19 da Lei nº 12.529, de 30 de novembro de 2011, e no art. 42, Anexo I, do Decreto nº 9.003, de 13 demarço de 2017.

1.

A mencionada audiência pública trata da proposta de: (i) edição de emenda ao Regulamento Brasileiroda Aviação Civil (RBAC) nº 103, intitulado “Operação desportiva de veículos ultraleves”; (ii) ediçãode emenda ao RBAC nº 01, intitulado “Definições, regras de redação e unidades de medida para usonos RBAC”; (iii) edição de emenda ao RBAC nº 61, intitulado “Licenças, habilitações e certificadospara pilotos”; (iv) edição de emenda ao RBAC nº 183, intitulado “Credenciamento de pessoas”; (v)edição de emenda ao RBAC nº 91, intitulado “Requisitos gerais de operação para aeronaves civis”,submetido à Audiência Pública Anac nº 17/2015; (vi) edição de emenda ao RBAC nº 141, intitulado“Certificação e requisitos operacionais: centros de instrução de aviação civil”, submetido à AudiênciaPública Anac nº 26/2012; e (vii) alteração da Resolução Anac nº 377, de 15 de março de 2016, queregulamenta a outorga de serviços aéreos públicos para empresas brasileiras e dá outras providências.

2.

A agência informa que a elaboração da proposta do RBAC nº 103 buscou modernizar e alinhar aregulamentação de aerodesporto (aviação esportiva) aos parâmetros internacionais vigentes,especialmente os estabelecidos nos Estados Unidos da América (EUA) e na França, o que implicou

3.

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uma reestruturação de todo o arcabouço normativo vinculado ao tema. Segundo a Anac, os dispositivosexistentes apresentam-se desatualizados e/ou em conflito, o que gera certa insegurança jurídica ao nãoestabelecer de forma clara o limite de atuação da agência. Objetiva-se, portanto, clarificar tanto para oagente fiscalizador quanto para os usuários do sistema de aviação civil a forma como o aerodesporto éregulamentado e deve ser praticado e desenvolvido no Brasil. Neste sentido e com o fim de suprir estalacuna regulatória, além da proposta do RBAC nº 103, os demais regulamentos acima elencados estãosendo revistos conforme as propostas apresentadas nesta audiência pública.

A seguir são destacadas as alterações tidas como relevantes pela agência reguladora:4.

RBAC nº 01: nova definição de veículo ultraleve;

RBAC nº 61: substituição da figura dos certificados de piloto de recreio e/ou desportivo previstos noRegulamento Brasileiro de Homologação Aeronáutica (RBHA) nº 103A e do atual Certificado dePiloto Aerodesportivo (CPL) estabelecido no RBAC nº 61; revisão das exigências relacionadas àexperiência recente para operação de planadores e balões livres tripulados; revisão da validade dahabilitação de piloto instrutor para as categorias planador e balão livre; revisão da idade mínima paraoperação de planadores; revisão da necessidade de licença de piloto de balão livre para prática sob oRBAC nº 103, sendo a licença direcionada exclusivamente para aqueles que pretendam voar com finscomerciais ou profissionais; eliminação das habilitações de piloto rebocador de planador e pilotolançador de paraquedista e substituição por endosso na Caderneta Individual de Voo (CIV) por instrutorhabilitado e critérios de experiência recente; abertura no regulamento para a realização da instrução eexames teóricos e práticos por associações credenciadas no âmbito do aerodesporto;

RBAC nº 91: inclusão do requisito de aeronave leve esportiva e exclusão de sua aplicabilidade àsaeronaves regidas pelo RBAC nº 103;

RBAC nº 103: adequação da norma tendo em vista a Lei nº 11.182, de 27 de setembro de 2005 (lei decriação da Anac), e alinhamento com as parâmetros e melhores práticas internacionais;

RBAC nº 141: inclusão do Apêndice R referente aos requisitos de certificação de cursos e centros deinstrução dedicados à formação do piloto aerodesportivo;

RBAC nº 183: inclusão da Subparte E voltada para as regras de credenciamento de associaçõesaerodesportivas, em que se prevê o credenciamento de associações para ministrar instrução prática,exames de saúde periciais para emissão do Certificado Médico Aeronáutico (CMA) de 4ª Classe(previsto no RBAC nº 67), aplicação de exames teóricos e práticos e cadastro de aeronavesaerodesportivas e de pilotos aerodesportistas;

Resolução ANAC nº 377/2016: inclusão do "voo de experimentação desportiva" como modalidade deserviço aéreo especializado público; por oportuno, será realizada a atualização do texto com vistas aadequar o percentual de capital pertencente a brasileiros em empresas aéreas nacionais ao previsto naLei nº 7.565, de 19 de dezembro de 1986 (Código Brasileiro de Aeronáutica – CBA).

Sobre esse último item da alteração na Resolução Anac nº 377/2016, que trata do percentual de capitalpertencente a brasileiros, é importante mencionar que o veto à Medida Provisória nº 714, de 1º demarço de 2016, torna o atual texto da resolução derrogado, sem maiores implicações nos demaisaspectos analisados.

5.

2. Metodologia Proposta e Melhores Práticas Regulatórias

A clara identificação do problema, a apresentação de justificativa para a proposição e a explicitaçãodos normativos legais que fundamentam a proposta são parte fundamental das melhores práticas

6.

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regulatórias e são essenciais para a melhor compreensão da matéria pela sociedade. Avalia-se que, nopresente caso, a Anac atendeu a esses pré-requisitos por explicitar, no formulário de análise paraproposição de ato normativo,[1] elementos básicos de uma análise de impacto regulatório, além de umajustificativa com detalhamento do escopo do trabalho e com uma avaliação teórica do que se propõe.

2.1. Efeitos da Regulação sobre a Sociedade

A distribuição dos custos e dos benefícios entre os diversos agrupamentos sociais deve sertransparente, até mesmo em função de os custos da regulação, de um modo geral, não recaírem sobre osegmento social beneficiário da medida.

7.

Os principais agentes envolvidos são as associações aerodesportivas e as empresas de serviços aéreosespecializados.

8.

Segundo a Anac, os custos decorrentes dos normativos em tela são aqueles necessários para demonstrarcumprimento dos requisitos elencados. As associações aerodesportivas que pretendam se credenciarjunto à agência deverão dispor de infraestrutura necessária, conforme estabelecido em detalhamentoregulamentar. O piloto deverá arcar com o custo de obtenção/renovação da licença/habilitaçãoespecífica, quando aplicável, incluindo ainda gastos com instrução. Para a agência, a regulamentaçãoacarretará custo de registro, de análise das solicitações de credenciamento de associaçõesaerodesportivas, de análise das solicitações para autorização operacional e constituição de empresa deServiço Aéreo Especializado (SAE), além de custos relacionados à emissão de certificados ehabilitações para o piloto. Inclui-se, ainda, o custo do sistema informatizado para cadastro deaerodesportistas e de ultraleves motorizados.

9.

Conforme a Anac, os benefícios do conjunto de normativos em tela são diversos: i) potencial parareduzir as inúmeras demandas derivadas da falta de conhecimento da estrutura regulatória aplicável aosaerodesportos com a função adicional de incentivar a prática consciente das diferentes modalidades; ii) sistema de credenciamento de associações aerodesportivas, que permite o fortalecimento dodesenvolvimento do setor, provendo celeridade e maior eficiência aos regulados; iii) aumento dosprazos de validade de habilitações e redução de exigência relativa à experiência recente para diversaspráticas aerodesportivas, o que colabora para reduzir o ônus da atividade e reconhece o caráterdiferenciado de modalidades puramente desportivas; e iv) modernização e alinhamento do sistemabrasileiro à prática internacional, trazendo para a legalidade dispositivos que vinham operando deforma marginal, simplificando e desburocratizando a operação de pequenos dispositivos de cunhoexclusivamente desportivo e instituindo mecanismo mais eficaz de fiscalização difusa e de garantia dasegurança operacional.

10.

3. Análise do Impacto Concorrencial

O impacto concorrencial de uma medida regulatória pode ocorrer por meio de: i) limitação no númeroou variedade de fornecedores; ii) limitação na concorrência entre empresas; iii) diminuição doincentivo à competição; e iv) limitação das opções dos clientes e da informação disponível[2].Considerando tais critérios, não foram verificados indícios de que a proposta em análise resulte emimpactos concorrenciais negativos.

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4. Considerações Finais

Ante o exposto, a Seae considera, no âmbito de suas competências e dado o teor da matéria, que nãocabem recomendações para o aperfeiçoamento das propostas em tela, dadas as informaçõesdisponibilizadas até o presente momento.

12.

À consideração superior.

[1] A Anac apresenta, dentre os documentos que constituem o material da audiência pública: Formulário deAnálise para a Proposição de Ato Normativo; Minuta de Resolução; e justificativa da proposta.

[2] OCDE (2011). Guia de Avaliação da Concorrência. Versão 2.0. Disponível em: http://www.oecd.org/daf/competition/49418818.pdf.

Documento assinado eletronicamente

CAROLINA AVELINO CARVALHO

Chefe de Divisão

Documento assinado eletronicamente

JÔNATAS BEZERRA DE SOUZA

Coordenador de Transportes, Infraestrutura Urbana e Recursos Naturais

Documento assinado eletronicamente

ANDREY GOLNER BAPTISTA SILVA

Coordenador-Geral de Transportes, Infraestrutura Urbana e Recursos Naturais

De acordo.

Documento assinado eletronicamente

DANIEL PALARO CANHETE

Subsecretário de Análise Econômica e Advocacia da Concorrência, Substituto

Documento assinado eletronicamente por Carolina Avelino Carvalho Tomázio, Chefe de Divisão, em09/01/2018, às 10:50, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, doDecreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.

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Documento assinado eletronicamente por Jônatas Bezerra de Souza, Coordenador(a), em09/01/2018, às 10:58, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, doDecreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.

Documento assinado eletronicamente por Andrey Goldner BapƟsta Silva, Coordenador(a)-Geral deTransportes, Infraestrutura Urbana e Recursos Naturais, em 09/01/2018, às 11:00, conforme horáriooficial de Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.

Documento assinado eletronicamente por Daniel Palaro Canhete, Coordenador(a)-Geral deAdvocacia da Concorrência em Setores Regulados, em 09/01/2018, às 15:02, conforme horáriooficial de Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.

A auten cidade deste documento pode ser conferida no site h p://sei.fazenda.gov.br/sei/controlador_externo.php?acao=documento_conferir&id_orgao_acesso_externo=0, informando ocódigo verificador 0271290 e o código CRC 212375EB.

Referência: Processo nº 18101.100108/2017-85 SEI nº 0271290

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