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S3C3T2 Fl. 2 1 1 S3C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10480.721448/201120 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3302003.251 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 19 de julho de 2016 Matéria AUTO DE INFRAÇÃO CLASSIFICAÇÃO FISCAL Recorrente Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO:CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS Anocalendário: 2007, 2008, 2009 NULIDADE DO ACÓRDÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. CERCEAMENTO AO DIREITO DE DEFESA. É nulo o acórdão de primeira instância que não analisou a manifestação do contribuinte em relação à diligência, caracterizando preterição do direito de defesa. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Por unanimidade de votos, acordam os membros do colegiado, em declarar nula a decisão de primeira instância (assinatura digital) Ricardo Paulo Rosa Presidente (assinatura digital) Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza Relatora Participaram do julgamento os Conselheiros: Ricardo Paulo Rosa, José Fernandes do Nascimento, Domingos de Sá Filho, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Rodrigues Prado, Paulo Guilherme Déroulède, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e Walker Araujo. ACÓRDÃO GERADO NO PG ARF PROCESSO 10480.721448/2011-20 Fl. 2158 DF CARF MF Impresso em 15/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓPIA Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/08/2016 por SARAH MARIA LINHARES DE ARAUJO PAES DE SOUZA, Assinado di gitalmente em 12/08/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 11/08/2016 por SARAH MARIA LINHARES DE ARAUJO PAES DE SOUZA

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    S3C3T2 MINISTRIODAFAZENDACONSELHOADMINISTRATIVODERECURSOSFISCAISTERCEIRASEODEJULGAMENTO

    Processon 10480.721448/201120

    Recurson Voluntrio

    Acrdon 3302003.2513Cmara/2TurmaOrdinriaSessode 19dejulhode2016

    Matria AUTODEINFRAOCLASSIFICAOFISCAL

    Recorrente

    Recorrida FAZENDANACIONAL

    ASSUNTO:CLASSIFICAODEMERCADORIASAnocalendrio:2007,2008,2009

    NULIDADE DO ACRDO DE PRIMEIRA INSTNCIA.CERCEAMENTOAODIREITODEDEFESA.

    nulooacrdodeprimeira instnciaquenoanalisouamanifestaodocontribuinteemrelaodiligncia, caracterizandopreteriododireitodedefesa.

    Vistos,relatadosediscutidosospresentesautos.

    Porunanimidadedevotos,acordamosmembrosdocolegiado,emdeclararnulaadecisodeprimeirainstncia

    (assinaturadigital)

    RicardoPauloRosa

    Presidente

    (assinaturadigital)

    SarahMariaLinharesdeArajoPaesdeSouza

    Relatora

    Participaram do julgamento os Conselheiros: Ricardo Paulo Rosa, JosFernandesdoNascimento,DomingosdeSFilho,MariadoSocorroFerreiraAguiar,LenisaRodriguesPrado,PauloGuilhermeDroulde,SarahMariaLinharesdeArajoPaesdeSouzaeWalkerAraujo.

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    Fl. 2158DF CARF MF

    Impresso em 15/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA

    CPI

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    Documento assinado digitalmente conforme MP n 2.200-2 de 24/08/2001Autenticado digitalmente em 11/08/2016 por SARAH MARIA LINHARES DE ARAUJO PAES DE SOUZA, Assinado digitalmente em 12/08/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 11/08/2016 por SARAH MARIA LINHARES DE ARAUJO PAES DE SOUZA

    10480.721448/2011-20 3302-003.251 TERCEIRA SEO DE JULGAMENTO Voluntrio Acrdo 3 Cmara / 2 Turma Ordinria 19/07/2016 AUTO DE INFRAO - CLASSIFICAO FISCAL CAMIL ALIMENTOS S/A FAZENDA NACIONAL Processo Anulado Aguardando Nova Deciso CARF Sarah Maria Linhares de Arajo Paes de Souza 2.0.4 33020032512016CARF3302ACC Assunto: Classificao de Mercadorias Ano-calendrio: 2007, 2008, 2009 NULIDADE DO ACRDO DE PRIMEIRA INSTNCIA. CERCEAMENTO AO DIREITO DE DEFESA. nulo o acrdo de primeira instncia que no analisou a manifestao do contribuinte em relao diligncia, caracterizando preterio do direito de defesa. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Por unanimidade de votos, acordam os membros do colegiado, em declarar nula a deciso de primeira instncia (assinatura digital) Ricardo Paulo Rosa Presidente (assinatura digital) Sarah Maria Linhares de Arajo Paes de Souza Relatora Participaram do julgamento os Conselheiros: Ricardo Paulo Rosa, Jos Fernandes do Nascimento, Domingos de S Filho, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Rodrigues Prado, Paulo Guilherme Droulde, Sarah Maria Linhares de Arajo Paes de Souza e Walker Araujo. Trata-se de recurso voluntrio, proveniente de acrdo da DRJ/Recife, que teve origem com auto de infrao, que adveio da classificao fiscal de forma indevida no processo de importao de arroz, advindo de pases signatrios do Mercosul. No auto de infrao formalizada a exigncia de imposto de importao, multa de ofcio, multa de 30% do valor aduaneiro por falta de licenciamento e multa de 1% do valor aduaneiro por impreciso na descrio da mercadoria. Somadas tais parcelas, elas totalizam exigncia fiscal no valor de R$ 19.356.454,63.Segundo consta do relatrio fiscal, apurou-se que a Recorrente, no perodo de janeiro de 2007 a dezembro de 2009, promovera a importao de arroz e, quando da formulao dos despachos de importao, descrevera incorretamente o produto importado e o classificara erroneamente no cdigos 1006.30.29, quando deveria classific-lo no cdigo 1006.30.21.Nas declaraes de importao, a informao da Recorrente foi no sentido de que se tratava de arroz no parboilizado, semibranqueado, no glaceado, gro longo, tipo 1, em poucos casos, parboilizado. A fiscalizao entendeu, por sua vez, que o referido arroz passou por um processo de polimento e, portanto, houve inexatido e omisso na classificao fiscal. Da anlise das declaraes de importao, percebe-se a informao relevante partir dos laudos de classificao do arroz, que este polido. Os laudos so realizados de acordo com a Portaria MAPA 269/88 (Lei no 9.952/2000, Decreto no 3.664/2000 e Decreto no 6.268/2007), exemplificando, quem realiza em uma das declaraes de importao a empresa CLASSNOR - Classificao Nordeste, que se encontra credenciada junto ao Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento - MAPA. As avaliaes so realizadas em uma amostragem de 100g que o arroz polido.O Auto de Infrao, em sntese, entendeu que a Recorrente:(i) descreveu de forma incorreta o arroz importado no cdigo NCM 1006.30.29, quando deveria ter descrito no cdigo NCM 1006.30.21, sendo aplicada a multa de 1% do valor aduaneiro;(ii) por conseguinte, a Autoridade Fiscal desqualificou as licenas de importao (LI) e afirmou que a importao foi realizada desamparada de guia de importao ou documento equivalente, j que no condizia com a real mercadoria importada, sendo aplicada a multa de 30% do valor aduaneiro; (iii) por derradeiro, entendeu que as descries nos Certificados de Origem so incompatveis com o Produto, por entender que o enquadramento do arroz importado deve ser corrigido para os cdigos NCM 1006.30.11 e NCM 1006.30.21, desqualificando os Certificados e procedendo ao lanamento do imposto de importao.Para melhor compreenso, importante analisar alguns conceitos da Instruo Normativa n 6, de 16 de fevereiro de 2009, do Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento, que trata dos tipos de arroz:arroz beneficiado: :o produto maduro que foi submetido a algum processo de beneficiamento e se encontra desprovido, no mnimo, da sua casca; arroz descascado ou arroz integral (esbramado): o produto do qual somente a casca foi retirada; arroz em casca natural: o produto que antes do beneficiamento no passa por qualquer preparo industrial ou processo tecnolgico; arroz mal polido: o produto que aps o polimento apresenta estrias longitudinais visveis a olho nu; arroz parboilizado: o produto que foi submetido ao processo de parboilizao; arroz polido: o produto de que, ao ser beneficiado, se retiram o germe, o pericarpo e a maior parte da camada interna (aleurona); parboilizao: o processo hidrotrmico no qual o arroz em casca imerso em gua para uso em processos hidrotrmicos industriais, a uma temperatura acima de 58C (cinqenta e oito graus Celsius), seguido de gelatinizao parcial ou total do amido e secagem; Alm disso, a referida Instruo Normativa divide o arroz em dois subgrupos:I - subgrupos do arroz em casca: a) arroz natural; e b) arroz parboilizado; II - subgrupos do arroz beneficiado: a) arroz integral; b) arroz polido; c) arroz parboilizado integral; e d) arroz parboilizado polido. A impugnao tratou, basicamente, dos seguintes temas: i) cerceamento do direito de defesa; ii) exatido da classificao fiscal empregada; iii) impossibilidade de se utilizar a classificao do Ministrio da Agricultura; iv) impossibilidade de rever o lanamento em razo de erro de direito; v) no cabimento de multas administrativas por erro de classifio; vi) ausncia de prejuzo tributrio ao controle administrativo e fitossanitrio.No curso do processo administrativo, a autoridade julgadora observou divergncias entre as concluses assentadas nos certificados de classificao emitidos pelo MAPA e nos laudos periciais, acostados pela Recorrente. Assim, foi requisitada diligncia junto Nikkey Classificao Vegetal. Do resultado da diligncia, fls. 1953/1955, a contribuinte foi intimada, fls. 1958, e respondeu ao laudo da Nikkey, fls. 1960/1970, cuja manifestao foi considerada intempestiva.Do resultado da DRJ/Recife, colaciona-se, abaixo, a ementa do acrdo:ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 2007 a 2009 CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. INOCORRNCIA. No se fala em violao aos direitos ampla defesa quando os fundamentos da autuao foram devidamente citados, no tendo sido imposta limitao ao direito do sujeito passivo rebater ou contestar fatos, argumentos e interpretaes. ASSUNTO: CLASSIFICAO DE MERCADORIAS Data do fato gerador: 2007 a 2009 ARROZ POLIDO. O produto identificado como arroz polido (grau de polimento polido) em laudos de classificao subordinados regulamentao do Ministrio da Agricultura, classifica-se nas NCM 1006.30.11 (caso parboilizado) e 1006.30.21 (caso no parboilizado). DIVERGNCIA NA DESCRIO DA MERCADORIA. ERRO DE CLASSIFICAO FISCAL. REGIME DE ORIGEM DO MERCOSUL. CONSEQUNCIAS. Constatada diferena entre a descrio apresentada e a mercadoria importada, inclusive no que diz respeito classificao consignada no Certificado de Origem e a resultante da verificao aduaneira da mercadoria, resta afastada a preferncia tarifria prpria do regime do Mercosul. DIVERGNCIA NA DESCRIO DA MERCADORIA. ERRO DE CLASSIFICAO FISCAL. MERCADORIA SUJEITA A LICENCIAMENTO NO AUTOMTICO. CONSEQUNCIAS. mercadoria em divergncia com a efetivamente importada e sujeita a licenciamento no automtico, cabe imposio de penalidade por falta de Licena de Importao (LI). ERRO DE CLASSIFICAO FISCAL. MULTA ADMINISTRATIVA DE 1%. CABIMENTO.Em sede de recurso voluntrio, a Recorrente repisou os argumentos trazidos em sede de impugnao administrativa.Os autos chegaram a este Egrgio Tribunal Administrativo e, conforme relatado anteriormente, no curso do processo administrativo, a autoridade julgadora observou divergncias entre as concluses assentadas nos certificados de classificao emitidos pelo MAPA e nos laudos periciais, acostados pela Recorrente. Assim, foi requisitada diligncia junto Nikkey Classificao Vegetal.As informaes da diligncia, a fim de que a Recorrente se manifestasse durante o prazo de 30 dias, teve como data da cincia, compulsando os autos, o dia 13 de agosto de 2013, fls. 1958. No que concerne data de protocolo da manifestao da diligncia, h divergncia de datas, pois existe uma petio, fls. 1960, via da Secretaria da Receita Federal do Brasil, com a data de 13 de setembro de 2013 e, ao final do recurso voluntrio, h cpia, fls. 2113, da via da petio da contribuinte com a data de 12 de setembro de 2013.Assim, o feito foi convertido em diligncia, resoluo n 3302000.516, sob a minha relatoria, para nos seguintes termos:A fim de que no haja cerceamento no direito de defesa da contribuinte, retorne-se os presentes autos Unidade Preparadora, para que ela intime a contribuinte a fim de que leve a via original da petio protocolada da manifestao da diligncia. Posteriormente, que seja realizada uma conferncia entre a data contida nas fls. 1960 do e-processo, via da Secretaria da Receita Federal do Brasil, e a data da petio, via da contribuinte, com a finalidade de verificar a data correta do protocolo da manifestao . Ao final de concluda a diligncia, com a manifestao da data correta, que os presentes autos retornem a este tribunal.A contribuinte foi intimada pela unidade da Receita Federal em Recife, fls. 2147, a fim de que apresentasse a via original da petio de manifestao do resultado da diligncia da DRJ/Recife.Do relatrio de diligncia fiscal, fls. 2154/2155, extrai-se que:Em 20/04/2016, a empresa interessada apresentou a via original da manifestao do contribuinte ao resultado da Diligncia Fiscal referente ao Despacho n 3.086, anexado aos autos fl. 2153, em que consta no protocolo de recebimento do documento a data de 12/09/13, diferentemente do que consta no documento anexado pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, fl. 1960, do e-processo, datado em 13/09/13, pelo mesmo protocolo de recebimento.Quanto manifestao da data correta, entendemos que esta deciso no compete a esta Unidade Preparadora , mas to-somente a incluso do documento apresentado na via original pelo contribuinte, conforme solicitado na diligncia, e a verificao de que os dois protocolos de recebimento foram realizados pelo mesmo funcionrio que apostou duas datas diferentes. o relatrio.

    Conselheira Sarah Maria Linhares de Arajo Paes de Souza, Relatora1. Da tempestividade da manifestaoDiante do exposto e, em razo do retorno da diligncia fiscal, realizada com o intuito de verificar se havia divergncia de datas quanto ao protocolo, foi verificado que o funcionrio, realmente, protocolou datas diferentes na cpia da Receita Federal e na via da contribuinte. Assim, a manifestao da contribuinte em relao diligncia, fls. 1957, considerada tempestiva, uma vez que seu prazo para manifestar-se era de 30 (trinta) dias e ela foi cientificada em 13 de agosto de 2013 e apresentou a manifestao em 12 de setembro de 2013.Prev o artigo 25, I, do Decreto n 70.235, 6 de maro de 1972:Art.25. O julgamento do processo de exigncia de tributos ou contribuies administrados pela Secretaria da Receita Federal compete:I - em primeira instncia, s Delegacias da Receita Federal de Julgamento, rgos de deliberao interna e natureza colegiada da Secretaria da Receita Federal.Portanto, nula a deciso de primeira instncia, que no analisou a manifestao da Recorrente.2. ConclusoA fim de que no haja supresso de instncia, considera-se nula a deciso de primeira instncia e os autos devem retornar para a DRJ/Recife para anlise da manifestao da contribuinte em relao diligncia realizada junto Nikkey Classificao Vegetal.Sarah Maria Linhares de Arajo Paes de Souza

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    Relatrio

    Tratase de recurso voluntrio, proveniente de acrdo daDRJ/Recife, queteve origem com auto de infrao, que adveio da classificao fiscal de forma indevida noprocesso de importao de arroz, advindo de pases signatrios do Mercosul. No auto deinfraoformalizadaaexignciadeimpostodeimportao,multadeofcio,multade30%dovaloraduaneiroporfaltadelicenciamentoemultade1%dovaloraduaneiroporimprecisonadescriodamercadoria.Somadastaisparcelas,elastotalizamexignciafiscalnovalordeR$19.356.454,63.

    Segundoconstadorelatriofiscal,apurousequeaRecorrente,noperododejaneiro de 2007 a dezembro de 2009, promovera a importao de arroz e, quando daformulaodosdespachosdeimportao,descreveraincorretamenteoprodutoimportadoeoclassificara erroneamente no cdigos 1006.30.29, quando deveria classificlo no cdigo1006.30.21.

    Nasdeclaraesdeimportao,ainformaodaRecorrentefoinosentidodequesetratavadearroznoparboilizado,semibranqueado,noglaceado,grolongo, tipo1,em poucos casos, parboilizado.A fiscalizao entendeu, por sua vez, que o referido arrozpassouporumprocessodepolimentoe,portanto,houveinexatidoeomissonaclassificaofiscal.

    Daanlisedasdeclaraesdeimportao,percebeseainformaorelevantepartir dos laudos de classificao do arroz, que este polido. Os laudos so realizados deacordocomaPortariaMAPA269/88(Leino9.952/2000,Decretono3.664/2000eDecretono6.268/2007),exemplificando,quemrealizaemumadasdeclaraesdeimportaoaempresaCLASSNOR Classificao Nordeste, que se encontra credenciada junto ao Ministrio daAgricultura, Pecuria e Abastecimento MAPA. As avaliaes so realizadas em umaamostragemde100gqueoarrozpolido.

    OAutodeInfrao,emsntese,entendeuqueaRecorrente:

    (i) descreveu de forma incorreta o arroz importado no cdigo NCM1006.30.29,quandodeveriaterdescritonocdigoNCM1006.30.21,sendoaplicadaamultade1%dovaloraduaneiro

    (ii) por conseguinte, a Autoridade Fiscal desqualificou as licenas deimportao(LI)eafirmouqueaimportaofoirealizadadesamparadadeguiadeimportaoou documento equivalente, j que no condizia com a real mercadoria importada, sendoaplicadaamultade30%dovaloraduaneiro

    (iii) porderradeiro, entendeuque asdescriesnosCertificados deOrigemsoincompatveiscomoProduto,porentenderqueoenquadramentodoarrozimportadodeveser corrigido para os cdigos NCM 1006.30.11 e NCM 1006.30.21, desqualificando osCertificadoseprocedendoaolanamentodoimpostodeimportao.

    Paramelhorcompreenso,importanteanalisaralgunsconceitosdaInstruoNormativa n 6, de 16 de fevereiro de 2009, do Ministrio da Agricultura, Pecuria eAbastecimento,quetratadostiposdearroz:

    Fl. 2159DF CARF MF

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    CPI

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  • Processon10480.721448/201120Acrdon.3302003.251

    S3C3T2Fl.3

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    arrozbeneficiado::oprodutomaduroquefoisubmetidoaalgumprocesso de beneficiamento e se encontra desprovido, nomnimo,dasuacasca

    arroz descascadoou arroz integral (esbramado): o produto doqualsomenteacascafoiretirada

    arrozemcascanatural:oprodutoqueantesdobeneficiamentono passa por qualquer preparo industrial ou processotecnolgico

    arroz mal polido: o produto que aps o polimento apresentaestriaslongitudinaisvisveisaolhonu

    arrozparboilizado:oprodutoquefoisubmetidoaoprocessodeparboilizao

    arrozpolido:oprodutodeque,aoserbeneficiado,seretiramogerme, o pericarpo e a maior parte da camada interna(aleurona)

    parboilizao: o processo hidrotrmico no qual o arroz emcasca imerso em gua para uso em processos hidrotrmicosindustriais,aumatemperaturaacimade58C(cinqentaeoitograus Celsius), seguido de gelatinizao parcial ou total doamidoesecagem

    Almdisso,areferidaInstruoNormativadivideoarrozemdoissubgrupos:

    Isubgruposdoarrozemcasca:

    a)arroznaturaleb)arrozparboilizado

    IIsubgruposdoarrozbeneficiado:

    a)arrozintegral

    b)arrozpolido

    c)arrozparboilizadointegraled)arrozparboilizadopolido.

    A impugnao tratou, basicamente, dos seguintes temas: i) cerceamento dodireito de defesa ii) exatido da classificao fiscal empregada iii) impossibilidade de seutilizaraclassificaodoMinistriodaAgriculturaiv)impossibilidadedereverolanamentoemrazodeerrodedireitov)nocabimentodemultasadministrativasporerrodeclassifiovi)ausnciadeprejuzotributrioaocontroleadministrativoefitossanitrio.

    No curso do processo administrativo, a autoridade julgadora observoudivergncias entre as concluses assentadas nos certificados de classificao emitidos peloMAPA e nos laudos periciais, acostados pela Recorrente. Assim, foi requisitada dilignciajunto Nikkey Classificao Vegetal. Do resultado da diligncia, fls. 1953/19551, acontribuinte foi intimada, fls. 1958, e respondeu ao laudo da Nikkey, fls. 1960/1970, cujamanifestaofoiconsideradaintempestiva.

    1Todasasfolhascitadassoreferentesaoeprocesso.

    Fl. 2160DF CARF MF

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    CPI

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    DoresultadodaDRJ/Recife,colacionase,abaixo,aementadoacrdo:

    ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data dofatogerador:2007a2009CERCEAMENTODODIREITODEDEFESA.INOCORRNCIA.

    Nosefalaemviolaoaosdireitosampladefesaquandoosfundamentosdaautuaoforamdevidamentecitados,notendosido imposta limitao aodireito do sujeitopassivorebateroucontestarfatos,argumentoseinterpretaes.

    ASSUNTO:CLASSIFICAODEMERCADORIASDatadofatogerador:2007a2009ARROZPOLIDO.

    Oprodutoidentificadocomoarrozpolido(graudepolimentopolido) em laudos de classificao subordinados regulamentao doMinistrio daAgricultura, classificase nasNCM 1006.30.11 (caso parboilizado) e 1006.30.21 (caso noparboilizado).

    DIVERGNCIA NA DESCRIO DA MERCADORIA. ERRODE CLASSIFICAO FISCAL. REGIME DE ORIGEM DOMERCOSUL.CONSEQUNCIAS.

    Constatada diferena entre a descrio apresentada e amercadoria importada, inclusive no que diz respeito classificao consignada no Certificado de Origem e aresultante da verificao aduaneira da mercadoria, restaafastadaaprefernciatarifriaprpriadoregimedoMercosul.

    DIVERGNCIA NA DESCRIO DA MERCADORIA. ERRODE CLASSIFICAO FISCAL. MERCADORIA SUJEITA ALICENCIAMENTONOAUTOMTICO.CONSEQUNCIAS.

    mercadoria em divergncia com a efetivamente importada esujeita a licenciamento no automtico, cabe imposio depenalidadeporfaltadeLicenadeImportao(LI).

    ERRO DE CLASSIFICAO FISCAL. MULTAADMINISTRATIVADE1%.CABIMENTO.

    Emsedederecursovoluntrio,aRecorrenterepisouosargumentostrazidosemsededeimpugnaoadministrativa.

    Os autos chegaram a este Egrgio Tribunal Administrativo e, conformerelatadoanteriormente,nocursodoprocessoadministrativo,aautoridadejulgadoraobservoudivergncias entre as concluses assentadas nos certificados de classificao emitidos peloMAPA e nos laudos periciais, acostados pela Recorrente. Assim, foi requisitada dilignciajuntoNikkeyClassificaoVegetal.

    As informaes da diligncia, a fim de que a Recorrente se manifestassedurante o prazo de 30 dias, teve como data da cincia, compulsando os autos, o dia 13 deagostode2013,fls.1958.Noqueconcernedatadeprotocolodamanifestaodadiligncia,hdivergnciadedatas,poisexisteumapetio,fls.1960,viadaSecretariadaReceitaFederaldoBrasil,comadatade13desetembrode2013e,aofinaldorecursovoluntrio,hcpia,fls.2113,daviadapetiodacontribuintecomadatade12desetembrode2013.

    Fl. 2161DF CARF MF

    Impresso em 15/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA

    CPI

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  • Processon10480.721448/201120Acrdon.3302003.251

    S3C3T2Fl.4

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    Assim,ofeitofoiconvertidoemdiligncia,resoluon3302000.516,sobaminharelatoria,paranosseguintestermos:

    A fim de que no haja cerceamento no direito de defesa dacontribuinte, retornese os presentes autos UnidadePreparadora, para que ela intime a contribuinte a fim de queleve a viaoriginal da petio protocolada damanifestao dadiligncia. Posteriormente, que seja realizada uma confernciaentre a data contida nas fls. 1960 do eprocesso, via daSecretariadaReceitaFederaldoBrasil,eadatadapetio,viadacontribuinte,comafinalidadedeverificaradatacorretadoprotocolodamanifestao .Aofinaldeconcludaadiligncia,com a manifestao da data correta, que os presentes autosretornemaestetribunal.

    Acontribuinte foi intimadapelaunidadedaReceitaFederalemRecife, fls.2147, a fim de que apresentasse a via original da petio de manifestao do resultado dadilignciadaDRJ/Recife.

    Dorelatriodedilignciafiscal,fls.2154/2155,extraiseque:

    Em20/04/2016,aempresainteressadaapresentouaviaoriginalda manifestao do contribuinte ao resultado da DilignciaFiscal referenteaoDespachon3.086,anexadoaosautos fl.2153,emqueconstanoprotocoloderecebimentododocumentoadatade12/09/13,diferentementedoqueconstanodocumentoanexadopelaSecretariadaReceitaFederaldoBrasil,fl.1960,do eprocesso, datado em 13/09/13, pelo mesmo protocolo derecebimento.

    Quanto manifestao da data correta, entendemos que estadeciso no compete a esta Unidade Preparadora , mas tosomente a incluso do documento apresentado na via originalpelo contribuinte, conforme solicitado na diligncia, e averificao de que os dois protocolos de recebimento foramrealizados pelo mesmo funcionrio que apostou duas datasdiferentes.

    orelatrio.

    Voto

    ConselheiraSarahMariaLinharesdeArajoPaesdeSouza,Relatora

    1.Datempestividadedamanifestao

    Diantedoexpostoe,emrazodoretornodadilignciafiscal,realizadacomointuito de verificar se havia divergncia de datas quanto ao protocolo, foi verificado que ofuncionrio, realmente, protocolou datas diferentes na cpia da Receita Federal e na via dacontribuinte.

    Fl. 2162DF CARF MF

    Impresso em 15/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA

    CPI

    A

    Documento assinado digitalmente conforme MP n 2.200-2 de 24/08/2001Autenticado digitalmente em 11/08/2016 por SARAH MARIA LINHARES DE ARAUJO PAES DE SOUZA, Assinado digitalmente em 12/08/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 11/08/2016 por SARAH MARIA LINHARES DE ARAUJO PAES DE SOUZA

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    Assim, amanifestao da contribuinte em relao diligncia, fls. 1957, consideradatempestiva,umavezqueseuprazoparamanifestarseerade30(trinta)diaseelafoicientificadaem13deagostode2013eapresentouamanifestaoem12desetembrode2013.

    Prevoartigo25,I,doDecreton70.235,6demarode1972:

    Art.25. O julgamento do processo de exigncia de tributos oucontribuiesadministradospelaSecretariadaReceitaFederalcompete:

    I emprimeira instncia,sDelegaciasdaReceitaFederaldeJulgamento,rgosdedeliberaointernaenaturezacolegiadadaSecretariadaReceitaFederal.

    Portanto, nula a deciso de primeira instncia, que no analisou amanifestaodaRecorrente.

    2.Concluso

    Afimdequenohajasupressodeinstncia,considerasenulaadecisodeprimeirainstnciaeosautosdevemretornarparaaDRJ/RecifeparaanlisedamanifestaodacontribuinteemrelaodilignciarealizadajuntoNikkeyClassificaoVegetal.

    SarahMariaLinharesdeArajoPaesdeSouza

    Fl. 2163DF CARF MF

    Impresso em 15/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA

    CPI

    A

    Documento assinado digitalmente conforme MP n 2.200-2 de 24/08/2001Autenticado digitalmente em 11/08/2016 por SARAH MARIA LINHARES DE ARAUJO PAES DE SOUZA, Assinado digitalmente em 12/08/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 11/08/2016 por SARAH MARIA LINHARES DE ARAUJO PAES DE SOUZA