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MINISTRIO DA EDUCAO
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZNIA
EMBRAPA AMAZNIA ORIENTAL
MARIA DE LOURDES SOARES OLIVEIRA
INDICADORES DA QUALIDADE DE SOLOS SOB DIFERENTES SISTEMAS DE
CULTIVO COM AS ESPCIES PARIC (Schizolobium parahyba var. amazonicum
HUBER ex DUCKE) E CURAU (Ananas comosus var. erectifolius [L. B. SMITH]
COPPENS & LEAL) NO MUNICPIO DE AURORA DO PAR (PA)
Belm
2009
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Livros Grtis
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MINISTRIO DA EDUCAO
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZNIA
EMBRAPA AMAZNIA ORIENTAL
MARIA DE LOURDES SOARES OLIVEIRA
INDICADORES DA QUALIDADE DE SOLOS SOB DIFERENTES SISTEMAS DE
CULTIVO COM AS ESPCIES PARIC (Schizolobium parahyba var. amazonicum
HUBER ex DUCKE) E CURAU (Ananas comosus var. erectifolius [L. B. SMITH]
COPPENS & LEAL) NO MUNICPIO DE AURORA DO PAR (PA)
Tese apresentada Universidade Federal Rural da
Amaznia e Embrapa Amaznia Oriental, como parte
das exigncias do Curso de Doutorado em Cincias
Agrrias: rea de concentrao Agroecossistemas da
Amaznia, para obteno do ttulo de Doutor. Orientadora: Eng Agnoma Prof
a. Dr
a Maria Marly de
Lourdes S. Santos. Co-Orientadoras: Eng Agnoma Prof
a. Dr
a Siu Mui Tsai.
Geloga Dra Maria de Lourdes Pinheiro Ruivo.
Belm
2009
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Oliveira, Maria de Lourdes Soares
Indicadores da qualidade de solos sob diferentes sistemas de cultivo
com as espcies paric (Schizolobium parahyba var. amazonicum
Huber ex Ducke) e curau (Ananas comosus var. erectifolius [L. B.
Smith] Coppens & Leal) no municpio de Aurora do Par (PA)/Maria
de Lourdes Soares Oliveira.- Belm, 2009.
135f.:il.
Tese (Doutorado em Cincias Agrrias) Universidade Federal
Rural da Amaznia, 2009.
1. Sistemas agroflorestais 2. Qualidade do solo 3. Paric 4.
Recuperao de solo alterado. 5. reas degradadas 6. Amaznia I.
Ttulo.
CDD 634.99
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MINISTRIO DA EDUCAO
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZNIA
EMBRAPA AMAZNIA ORIENTAL
MARIA DE LOURDES SOARES OLIVEIRA
INDICADORES DA QUALIDADE DE SOLOS SOB DIFERENTES SISTEMAS DE
CULTIVO COM AS ESPCIES PARIC (Schizolobium parahyba var. amazonicum
HUBER ex DUCKE) E CURAU (Ananas comosus var. erectifolius [L. B. SMITH]
COPPENS & LEAL) NO MUNICPIO DE AURORA DO PAR (PA)
Tese apresentada Coordenadoria do Curso de Ps-Graduao em Cincias Agrrias da
Universidade Federal Rural da Amaznia, rea de Concentrao Agroecossistemas da
Amaznia como parte das exigncias para obteno do grau de Doutor.
Aprovada em 30 de junho de 2009
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________________________
Maria Marly de Lourdes S. Santos, Doutora - Orientadora
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZNIA
_________________________________________________________________
Maria de Lourdes Pinheiro Ruivo, Doutora
MUSEU PARAENSE EMLIO GOELDI
_________________________________________________________________
Maria de Ftima Pinheiro, Doutora
ERSIDADE FEDERAL DO PAR
_________________________________________________________________
Jorge Luiz Piccinin, Doutor
MUSEU PARAENSE EMLIO GOELDI
_________________________________________________________________
Paulo Luiz Contente de Barros, Doutor
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZNIA
-
DEDICO
Ao meu filho Wagner pelo incondicional
apoio e incentivo em todos os momentos
e
minha inesquecvel, amantssima
e incansvel Me Maria Jos (in memorian)
-
AGRADECIMENTOS
Deus por ter me concedido a fora espiritual para transpor os obstculos durante a
realizao do presente curso;
minha amantssima me Maria Jos (in memorian) por ter me permitido a vida,
compartilhado comigo a criao de meu filho Wagner, alm de ter sido meu maior referencial
de amor, abnegao, coompreenso, sabedoria e renncia a favor do prximo;
Ao meu amado filho Wagner pelo constante incentivo na busca para realizar o
melhor, amor, carinho, compreenso, pela extrema dedicao e preocupao comigo, e
sobretudo por existir na minha vida;
Universidade Federal Rural da Amaznia pela oportunidade de realizar o
doutorado;
Empresa Tramontina Belm S/A, por conceder a rea experimental e acomodaes
durante a fase de coleta de campo;
Ao CENA, Centro de Energia Nuclear na Agricultura Laboratrio de Biologia
Celular e Molecular, por ter disponibilizado a sua estrutura para a realizao das anlises
moleculares;
FAPESPA, Fundao de Pesquisa do Estado do Par, pelo apoio finaceiro a este
estudo atravs do projeto Ncleo de pesquisa em avaliao de sistemas de uso do solo por
meio de indicadores de sustentabilidade ambiental, microbiolgico e bioqumicos em sistemas
florestais e agroflorestais;
Ao CNPq pelo apoio em termos de infraestrutura atravs do Instituto Nacional de
Cincia e Tecnologia/MPEG Uso da Terra e Biodiversidade;
professora Dra. Maria Marly de Lourdes Silva Santos pela orientao, estimulo e
confiana durante as etapas do curso;
minha co-orientadora Dra. Siu Mui Tsai pelo inestimvel apoio e amizade que
permitiram a realizao da parte prtica deste trabalho no Laboratrio de Biologia Celular e
Molecular do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA USP);
Dra. Maria de Lourdes Pinheiro Ruivo pela estimulante co-orientaao, apoio,
incentivos e abertura para a discusso de novas idias;
Dra. Iracema Maria Castro Coimbra Cordeiro, pela amizade, ajuda junto a
Empresa Tramontina Belm S/A e constante incentivo e apoio;
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Ao professor Paulo Luiz Contente de Barros pela disponibilidade em atender meus
apelos de ajuda, pacincia, pelos ensinamentos e sugestes referentes parte estatstica deste
estudo;
Ao colega Paulo Cerquera pela pacincia e apoio na confeco dos grficos deste
trabalho;
Dra. Flvia Pacheco e Dra. Daniela Campos, pela valiosa ajuda, colaborao e
suporte tcnico na realizao das anlises no Laboratrio de Biologia Celular e Molecular
(CENA);
Aos tcnicos do Laboratrio de Biologia Celular e Molecular Jos Elias Gomes,
Fbio Duarte e Wagner Piccinini por toda ajuda e apoio a mim dispensada;
Ao Dr. Jorge Piccinin pela amizade, companheirismo e pelo valioso apoio tcnico
durante as etapas de coleta de campo;
Dra. Aliete Vilecorta de Barros pelo apoio durante as anlises estatsticas;
secretria do Curso de Doutorado Shirley Costa pela ateno e considerao em
todos os momentos e situaes;
Ao Dr. Antnio Hernades, UFPA, pela valorosa colaborao nos estudos
taxonmicos;
E a todos aqueles que de alguma forma contriburam direta ou indiretamente para a
realizao deste trabalho.
-
um grande privilgio ter vivido uma vida difcil.
(Indira Gandhi)
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RESUMO
A maioria das atividades de explorao dos recursos naturais da Amaznia implicam na
destruio da sua cobertura vegetal expondo o solo a processos de degradao, originando
assim, grandes extenses de reas consideradas improdutivas. Visando contribuir para o
aumento do conhecimento sobre recuperao de solos alterados nessa regio, este trabalho
objetivou avaliar a melhoria da qualidade dos solos atravs de indicadores qumicos,
microbiolgicos e fsicos. O estudo foi realizado no campo experimental da Empresa
Tramontina Belm S. A. em Aurora do Par (PA), onde atravs de delineamento estatstico
em blocos completamente ao acaso com quatro repeties, foram implantados sistemas de
cultivo com as espcies paric (Schizolobium parahiba var. amazonicum [Huber ex Ducke]
Barneby), mogno (Swietenia macrophylla King), freij (Cordia goeldiana Huber) e curau
(Ananas comosus var. erectifolius [L.B. Smith]), que originaram os seguintes tratamentos: 1-
monocultivo com a espcie curau; 2 monocultivo com a espcie paric; 3 sistema
agroflorestal com as espcies paric+mogno+freij+curau; 4 sistema agroflorestal com as
espcies paric+curau; 5 Testemunha (Capoeira adjacente aos experimentos). Para
determinao das variveis qumicas, microbiolgicas e fsicas, foram coletadas em
novembro/2006, amostras de solo nas profundidades de 0 -10cm, 10-20cm e 20-40cm em
todas as parcelas de cada tratamento. Os dados obtidos foram submetidos anlise de
varincia e as mdias comparadas atravs do teste Student Newman Keuls (SNK), ao nvel de
95% de probabilidade. Os resultados indicaram que houve diferenas significativas entre as
coberturas vegetais, notadamente com relao aos parmetros qumicos MO (matria
orgnica), SB (soma de bases), T (capacidade de troca de ctions), V (saturao por bases) e
os ons Ca 2+
e Mg 2+
e aos indicadores microbiolgicos CBM (carbono da biomassa
microbiana), NBM (nitrognio da biomassa microbiana), qMIC (quociente microbiano) e
qCO2 (quociente metablico). Essas diferenas mostraram que o monocultivo com a espcie
paric, demonstrou maior capacidade de melhorar os atributos da qualidade do solo quando
comparado aos sistemas agroflorestais formados com essa mesma espcie. O estudo da
diversidade microbiana dos solos atravs de tcnicas moleculares com DNA e da visualizao
das caractersticas morfolgicas, mostrou a presena de bactrias das espcies Pseudomonas
fluorescens, Burkholderia cepacea, Burkholderia sp, Pseudomonas veronii, Pseudomonas
putida e Burkholderia cenocepacea; e dos gneros de fungos Absdia sp, Aspergillus sp,
Cladosporium sp, Penicillium sp, Trichoderma sp e Paecilomyces sp. No solo sob o
tratamento 3 foi observado maior diversidade de espcies microbianas.
Palavras chave: sistemas agroflorestais, qualidade de solo, paric, recuperao de solos
alterados, reflorestamento, bactrias do solo, fungos do solo, Amaznia, reas degradadas.
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ABSTRACT
OLIVEIRA, Maria de Lourdes Soares Oliveira, Federal Rural University of Amazonia
(Universidade Federal Rural da Amazonia UFRA). June, 2009. Indicators of Soils
Quality under different Cultivation Systems with species paric (Schizolobium parahiba
var. amazonicum [Huber ex Ducke]) and curau (Ananas comosus var. erectifolius [L. B.
Smith] Coppens & Leal) in Aurora do Par Municipality (Par State PA).
The natural resources of Amazonia are mostly explored through economic activities which
bring on the destruction of its natural vegetal covering, thus exposing the soil to a degradation
process giving place to large extensions of unproductive areas. In order to achieve a higher
level of scientific knowledge about altered soils recovering processes in the region of
Amazon Rain Forest, this work was aimed at the evaluation of the improvement of soils
quality through chemical, microbilogical and physical indicators. . The study was carried out
with experiments conducted in the Tramontina Belm S. A. Companys Experimental Field
in Aurora do Par Municipality (Par State PA), using an outline of random block design
with four replications, implanting cultivation systems with the species paric (Schizolobium
parahiba var. amazonicum [Huber ex Ducke] Barneby), mahogany (Swietenia macrophylla
King), friejo (Cordia goeldiana Huber) and curau (Ananas comosus var. erectifolius, [L.B.
Smith]), from which derived the treatments as following: 1 curaus monoculture system; 2
parics monoculture system; 3 combined paric+mahogany+friejo+curau species
agroforestry system; 4 combined paric+curau species agroforestry system; and 5 control
plot constituted by secondary forest next to the experiments. To determine chemical,
microbiological and physical variables the soil sampling was carried out in november of 2006
in the depths 0 to 10, 10 to 20 and 20 to 40 centimeters in all plots of each treatment. The data
was submitted to Analysis of Variance and the obtained means compared through Student
Newman Keuls Test (SNK) at 95% probability rate. The results presented substantial
differences among vegetal coverings numbers, specially as to OM (organic matter), CEC
(Cation Exchange Capacity), V% (Degree of Basis Saturation), Ca2+
and Mg2+
chemical
parameters as well as to microbiological indicators MBC (Microbial Biomass Carbon), MBN
(Microbial Biomass Nitrogen), qMIC (Microbial Quotient) and qCO2 (Metabolic Quotient).
Such differences have showed that the parics forestry monoculture presented a higher
capability of improving soils quality rates if compared to those agroforestry systems in which
this same species is used combined with others. The study of microbial diversity through in
the soil achieved by means of DNA molecular techniques and through the study of
morphological characteristics, detected the presence of the following species of bacteria:
Pseudomonas fluorescens, Burkholderia sp, Burkholderia cepacea, Pseudomonas veronii,
Pseudomonas putida and Burkholderia cenocepacea. As to fungi, were found the genera
Absdia sp, Aspergillus sp, Cladosporium sp, Penicillium sp, Trichoderma sp and
Paecilomyces sp. In the soil of treatment 3 it was observed higher level of diversity microbial
species.
Keywords: agroforestry systems, soils quality, amazonian native species paric.
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Distribuio temporal dos componentes dos sistemas no campo
experimental Tramontina Belm S.A. Aurora do Par, 2007. ................... 59
Tabela 2 - Seqncias dos oligonucleotdeos iniciadores internos para
amplificao do gene. ............................................................................... 68
Tabela 3 - Espcies de bactrias encontradas na profundidade 0-10 cm do solo
sob os diferentes tratamentos. ................................................................. 101
Tabela 4 - Relao de fitopatgenos onde rizobactrias do gnero Pseudomonas
tm sido utilizadas como agentes de controle. ........................................ 103
Tabela 5 - Rizobactrias produtoras de RCPs e seus derivados .............................. 104
Tabela 6 - Gneros de fungos predominantes nos solos sob os tratamentos
investigados. ........................................................................................... 106
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Organizao do operon do rRNA ribossmico ........................................ 52
Figura 2 Capacidade relativa de resoluo dos mtodos moleculares .................... 54
Figura 3 Croqui de acesso ao campo experimental da empresa Tramontina
Belm S.A. ............................................................................................... 55
Figura 4 Mapa de localizao do campo experimental da empresa Tramontina
Belm S.A no municpio de Aurora do Par (PA)................................... 56
Figura 5 Aspecto dos tratamentos por ocasio das amostragens do solo.Campo
experimental da Tramontina no municpio de Aurora do Par (PA),
2007. ........................................................................................................ 58
Figura 6 Tratamento 01: Curau solteiro a pleno sol ............................................. 59
Figura 7 Tratamento 02: Paric Solteiro ................................................................ 59
Figura 8 Tratamento 03: Paric, Curau, Freij e Mogno ...................................... 60
Figura 9 Tratamento 04: Paric e Curau ............................................................... 60
Figura 10 Aspecto de perfil aberto para a amostragem dos solos. ......................... 60
Figura 11 Gel de agarose da quantificao do DNA total das amostras de solos
na profundidade 10 cm dos tratamentos T1, T2, T3, T4 e T5, extrados
com o Kit PowerSoil DNA. ..................................................................... 66
Figura 12 DNA resultante da amplificao por PCR do gene 16S rRNA.............. 67
Figura 13 Teor de argila, silte, areia fina e areia grossa nos solos sob os
tratamentos. Campo experimental da Tramontina no municpio de
Aurora do Par (PA). Mdias seguidas pela mesma letra minsculas
no diferem estatisticamente entre si pelo SNK a 5% de significncia. .. 71
Figura 14 Efeito da profundidade de amostragem no teor de argila, silte e areia
grossa em solos sob os diferentes tratamentos. Campo experimental da
Tramontina em Aurora do Par (PA). Mdias seguidas pela mesma
letra minsculas no diferem estatisticamente entre si pelo SNK a 5%
de significncia. ....................................................................................... 72
Figura 15 Valor da densidade de partcula (Dpart) e densidade do solo (Dsolo),
nos solos sob os tratamentos. Campo experimental da Tramontina no
municpio de Aurora do Par (PA). Mdias seguidas pela mesma letra
file:///D:\TESE%20COMPLETA%20-%20Verso%20Final.doc%23_Toc245285415file:///D:\TESE%20COMPLETA%20-%20Verso%20Final.doc%23_Toc245285416file:///D:\TESE%20COMPLETA%20-%20Verso%20Final.doc%23_Toc245285417file:///D:\TESE%20COMPLETA%20-%20Verso%20Final.doc%23_Toc245285417file:///D:\TESE%20COMPLETA%20-%20Verso%20Final.doc%23_Toc245285425file:///D:\TESE%20COMPLETA%20-%20Verso%20Final.doc%23_Toc245285425file:///D:\TESE%20COMPLETA%20-%20Verso%20Final.doc%23_Toc245285425file:///D:\TESE%20COMPLETA%20-%20Verso%20Final.doc%23_Toc245285426 -
minsculas no diferem estatisticamente entre si pelo SNK a 5% de
significncia. ............................................................................................ 73
Figura 16 - Efeito da profundidade de amostragem no valor da densidade do solo
(Dsolo) em solos sob os diferentes tratamentos. Campo experimental
da Tramontina em Aurora do Par (PA). Mdias seguidas pela mesma
letra minsculas no diferem estatisticamente entre si pelo SNK a 5%
de significncia. ....................................................................................... 74
Figura 17 - Efeito das coberturas vegetais dos tratamentos sobre o pH e a matria
orgnica (MO) dos solos. Campo experimental da Tramontina em
Aurora do Par (PA). Mdias seguidas pela mesma letra minsculas
no diferem estatisticamente entre si pelo SNK a 5% de significncia. .. 75
Figura 18 Efeito da profundidade de amostragem no teor de matria orgnica
no solo sob os diferentes tratamentos. Campo experimental da
Tramontina no municpio de Aurora do Par(PA). Mdias seguidas
pela mesma letra minsculas no diferem estatisticamente entre si
pelo SNK a 5% de significncia. ............................................................. 76
Figura 19 Efeito das coberturas vegetais dos tratamentos sobre o teor dos
ctions K+.
, Ca2+
, Mg2+
,soma de bases (SB) e capacidade de troca de
ctions(T) no solo. Campo experimental da Tramontina no municpio
de Aurora do Par (PA). Mdias seguidas pela mesma letra
minsculas no diferem estatisticamente entre si pelo SNK a 5% de
significncia. ............................................................................................ 79
Figura 20 - Efeito da profundidade de amostragem no teor dos ctions K+ , Ca
2+,
Mg2+
, soma de bases (SB) e capacidade de troca de ctions (T) no solo
sob os tratamentos. Campo experimental da Tramontina no municpio
de Aurora do Par (PA). Mdias seguidas pela mesma letra
minsculas no diferem estatisticamente entre si pelo SNK a 5% de
significncia. ............................................................................................ 80
Figura 21 - Efeito das coberturas vegetais dos tratamentos sobre saturao por
bases (V) e saturao por alumnio (m) no solo. Campo experimental
da Tramontina no municpio de Aurora do Par (PA). Mdias seguidas
pela mesma letra minsculas no diferem estatisticamente entre si
pelo SNK a 5% de significncia. ............................................................. 81
-
Figura 22 - Efeito da profundidade de amostragem no valor de saturao por
bases (V) e saturao por alumnio (m) no solo sob os diferentes
tratamentos. Campo experimental da Tramontina no municpio de
Aurora do Par (PA). Mdias seguidas pela mesma letra minsculas
no diferem estatisticamente entre si pelo SNK a 5% de significncia. .. 82
Figura 23 - Efeito das coberturas vegetais dos tratamentos no teor de carbono
orgnico (CO) e nitrognio total (Nt) no solo. Campo experimental da
Tramontina no municpio de Aurora do Par (PA). Mdias seguidas
pela mesma letra minsculas no diferem estatisticamente entre si
pelo SNK a 5% de significncia. ............................................................. 83
Figura 24 - Efeito da profundidade de amostragem no teor de carbono orgnico
(CO) e nitrognio total (Nt) no solo sob os diferentes tratamentos.
Campo experimental da Tramontina no municpio de Aurora do Par
(PA). Mdias seguidas pela mesma letra minsculas no diferem
estatisticamente entre si pelo SNK a 5% de significncia. ...................... 84
Figura 25 - Efeito das coberturas vegetais dos tratamentos no carbono da
biomassa microbiana (CBM) e no nitrognio da biomasa microbiana
(NBM) no solo. Campo experimental da Tramontina no municpio de
Aurora do Par (PA). Mdias seguidas pela mesma letra minsculas
no diferem estatisticamente entre si pelo SNK a 5% de significncia. .. 86
Figura 26 - Efeito da profundidade de amostragem no carbono da biomassa
microbiana (CBM) e no nitrognio da biomassa microbiana (NBM) no
solo sob os diferentes tratamentos. Campo experimental da
Tramontina no municpio da Aurora do Par(PA). Mdias seguidas
pela mesma letra minsculas no diferem estatisticamente entre si
pelo SNK a 5% de significncia. ............................................................. 87
Figura 27 - Efeito das coberturas vegetais dos tratamentos na relao CBM:CO
(qMIC) e na relao NBM:Nt no solo. Campo experimental da
Tramontina no municpio de Aurora do Par (PA). Mdias seguidas
pela mesma letra minsculas no diferem estatisticamente entre si
pelo SNK a 5% de significncia. ............................................................. 89
Figura 28 - Efeito da profundidade de amostragem na relao CBM:CO (qMIC) e
na relao NBM:Nt no solo sob os diferentes tratamentos. Campo
experimental da Tramontina no municpio de Aurora do Par (PA).
-
Mdias seguidas pela mesma letra minsculas no diferem
estatisticamente entre si pelo SNK a 5% de significncia. ...................... 90
Figura 29 - Efeito das coberturas vegetais dos tratamentos na atividade
microbiana (CO2) no solo. Campo experimental da Tramontina no
municpio de Aurora do Par (PA). Mdias seguidas pela mesma letra
minsculas no diferem estatisticamente entre si pelo SNK a 5% de
significncia. ............................................................................................ 92
Figura 30 - Efeito da profundidade de amostragem na atividade microbiana (CO2)
no solo sob os diferentes tratamentos. Campo experimental da
Tramontina no municpio de Aurora do Par (PA). Mdias seguidas
pela mesma letra minsculas no diferem estatisticamente entre si
pelo SNK a 5% de significncia. ............................................................. 93
Figura 31 - Efeito das coberturas vegetais dos tratamentos no quociente
metablico (qCO2) no solo. Campo experimental da Tramontina no
municpio de Aurora do Par (PA). Mdias seguidas pela mesma letra
minsculas no diferem estatisticamente entre si pelo SNK a 5% de
significncia. ............................................................................................ 94
Figura 32 - Efeito da profundidade de amostragem no quociente metablico
(qCO2) no solo sob os diferentes tratamentos. Campo experimental da
Tramontina no municpio de Aurora do Par(PA). Mdias seguidas
pela mesma letra minsculas no diferem estatisticamente entre si
pelo SNK a 5% de significncia. ............................................................. 95
Figura 33 - Efeito das coberturas vegetais dos tratamentos na relao C/N
microbiano no solo. Campo experimental da Tramontina no municpio
de Aurora do Par (PA). Mdias seguidas pela mesma letra
minsculas no diferem estatisticamente entre si pelo SNK a 5% de
significncia. ............................................................................................ 97
Figura 34 Efeito das coberturas vegetais dos tratamentos no nmero de
bactrias e fungos no solo. Campo experimental da Tramontina no
municpio de Aurora do Par (PA). Mdias seguidas pela mesma letra
minsculas no diferem estatisticamente entre si pelo SNK a 5% de
significncia. ............................................................................................ 98
Figura 35 - Efeito da profundidade de amostragem no nmero de bactrias e
fungos no solo sob os diferentes tratamentos. Campo experimental da
-
Tramontina no municpio de Aurora do Par (PA). Mdias seguidas
pela mesma letra minsculas no diferem estatisticamente entre si
pelo SNK a 5% de significncia. ............................................................. 99
Figura 36 Absdia sp. ............................................................................................ 106
Figura 37 Aspergillus sp. ...................................................................................... 107
Figura 38 Cladosporium sp. ................................................................................. 107
Figura 39 Paecilomyces sp. .................................................................................. 108
Figura 40 Penicillium sp. ...................................................................................... 108
Figura 41 Trichoderma sp. ................................................................................... 109
-
SUMRIO
1 INTRODUO ................................................................................................. 19
1.1 HIPTESE .......................................................................................................... 22
1.2 OBJETIVO GERAL ........................................................................................... 22
1.3 OBJETIVOS ESPECFICOS .............................................................................. 22
2 REVISO BIBLIOGRFICA ......................................................................... 24
2.1 CONSIDERAES GERAIS ............................................................................ 24
2.2 CAUSAS DE ALTERAO DOS SOLOS NA AMAZNIA ......................... 26
2.2.1 Agricultura de derruba e queima .................................................................... 26
2.2.2 Pecuria .............................................................................................................. 26
2.2.3 Extrao de madeira ......................................................................................... 27
2.3 RECUPERAO DO SOLO ATRAVS DA COBERTURA
VEGETAL .......................................................................................................... 28
2.3.1 Monocultivos florestais ..................................................................................... 28
2.3.2 Sistemas agroflorestais ...................................................................................... 29
2.3.3 Capoeiras ............................................................................................................ 31
2.4 CARACTERIZAO DAS ESPCIES COMPONENTES DOS
SISTEMAS ESTUDADOS ................................................................................. 32
2.4.1 Caractersticas gerais da espcie paric .......................................................... 32
2.4.1.1 Classificao, descrio botnica ........................................................................ 32
2.4.1.2 Aspectos morfolgicos ........................................................................................ 32
2.4.1.3 rea de ocorrncia .............................................................................................. 34
2.4.1.4 Aspectos da madeira e usos ................................................................................. 35
2.4.2 Caractersticas gerais da espcie curau ......................................................... 35
2.4.2.1 Classificao e descrio botnica ...................................................................... 35
2.4.2.2 Aspectos morfolgicos ........................................................................................ 36
2.4.2.3 reas de ocorrncia ............................................................................................. 37
2.4.2.4 Usos e perspectivas ............................................................................................. 37
2.4.3 Caractersticas do freij .................................................................................... 38
2.4.3.1 Classificao e descrio botnica ...................................................................... 38
2.4.3.2 Aspectos morfolgicos ........................................................................................ 38
2.4.3.3 rea de ocorrncia .............................................................................................. 39
2.4.3.4 Aspectos da madeira e usos ................................................................................. 39
2.4.4 Caractersticas gerais do mogno (Switenia macrophylla, King) .................... 39
2.5 CONCEITO DE QUALIDADE DO SOLO ........................................................ 41
2.6 INDICADORES MICROBIOLGICOS DA QUALIDADE DO SOLO .......... 42
-
2.6.1 Atividade microbiana (CO2) ............................................................................. 43
2.6.2 Biomassa microbiana (C e N) e quociente microbiano (qMIC) ................... 44
2.6.3 Relao CBM: CO / NBM: N total e C/N ....................................................... 46
2.6.4 Contagens microbiolgicas ............................................................................... 46
2.6.5 Diversidade microbiana .................................................................................... 47
2.7 FUNDAMENTOS DA UTILIZAO DOS MTODOS
MOLECULARES NA IDENTIFICAO DE ESPCIES
MICROBIANAS. ................................................................................................ 49
2.7.1 Tecnologia do DNA recombinante ................................................................... 49
2.7.2 Reao de polimerase em cadeia (PCR) .......................................................... 50
2.7.3 Marcadores genticos ........................................................................................ 50
2.7.4 Sequenciamento de DNA .................................................................................. 51
2.7.5 Mtodos para o estudo da diversidade microbiana........................................ 51
3 MATERIAL E MTODOS .............................................................................. 55
3.1 LOCALIZAO DO EXPERIMENTO ............................................................ 55
3.2 PREPARO DA REA PARA INSTALAO DO EXPERIMENTO .............. 56
3.3 TRATOS CULTURAIS ...................................................................................... 57
3.4 IMPLANTAO E DESCRIO DOS TRATAMENTOS
ESTUDADOS ..................................................................................................... 57
3.5 COLETA DAS AMOSTRAS ............................................................................. 60
3.6 PARMETROS ANALISADOS ....................................................................... 61
3.6.1 Determinao das variveis microbiolgicas .................................................. 61
3.6.2 Determinao das variveis qumicas ............................................................. 61
3.6.3 Determinaes das variveis fsicas ................................................................. 61
3.7 METODOLOGIA UTILIZADA NA DETERMINAO DOS
PARMETROS MICROBIOLGICOS ............................................................ 62
3.7.1 Atividade respiratria dos microrganismos do solo....................................... 62
3.7.2 Avaliao do C e N da biomassa microbiana .................................................. 63
3.7.3 Quantificao de bactrias e fungos ................................................................ 64
3.7.4 Identificao de fungos ..................................................................................... 64
3.7.5 Identificao de espcies bacterianas por mtodos moleculares ................... 64
3.7.5.1 Extrao do DNA total do solo ........................................................................... 64
3.7.5.2 AAA A mmnmnb ................................................................................................ 66
3.7.5.2 Amplificao do gene que codifica para o 16S rRNA ........................................ 66
3.7.5.3 Purificao do DNA ............................................................................................ 67
-
3.7.5.4 Sequenciamento do gene 16s rRNA .................................................................... 68
3.7.5.5 Processamento e anlise filogentica das seqncias obtidas ............................. 69
3.8 METODOLOGIA UTILIZADA NA DETERMINAO DOS
PARMETROS QUMICOS ............................................................................. 69
3.9 METODOLOGIA UTILIZADA NA DETERMINAO DOS
PARMETROS FSICOS .................................................................................. 70
3.10 METODOLOGIA ESTATSTICA ..................................................................... 70
4 RESULTADOS E DISCUSSO ...................................................................... 71
4.1 INDICADORES FSICOS .................................................................................. 71
4.2 INDICADORES QUMICOS ............................................................................. 74
4.3 INDICADORES MICROBIOLGICOS ........................................................... 85
4.3.1 Carbono da biomassa microbiana (CBM) ...................................................... 85
4.3.2 Nitrognio da biomassa microbiana (NBM) ................................................... 85
4.3.3 Relao Carbono da biomassa microbiana/carbono orgnico
(CBM:C) ............................................................................................................. 88
4.3.4 Relao Nitrognio da biomassa microbiana/nitrognio total
(NBM:N) ............................................................................................................. 89
4.3.5 Atividade microbiana (CO2) ............................................................................. 91
4.3.6 Quociente metablico (qCO2) ........................................................................... 93
4.3.7 Relao C/N microbiano ................................................................................... 96
4.3.8 Contagens microbiolgicas ............................................................................... 97
4.3.9 Diversidade microbiana .................................................................................. 100
4.3.9.1 Bactrias ............................................................................................................ 100
4.3.9.1.1 Mecanismos de ao das rizobactrias ............................................................. 102
4.3.9.2 Fungos ............................................................................................................... 105
5 CONCLUSO ................................................................................................. 112
REFERNCIAS ................................................................................................................... 113
APNDICE A ...................................................................................................................... 134
APNDICE B ....................................................................................................................... 134
APNDICE C ...................................................................................................................... 135
-
19
1. INTRODUO
O desmatamento intensivo e crescente da Amaznia tornou-se uma preocupao
nacional e tambm internacional, pelos reflexos negativos que isso possa representar para a
regio. Aps a retirada da cobertura vegetal, normalmente, essas reas so preparadas pelo
uso do fogo, e usadas na agricultura tradicional com cultivos de ciclo curtos, ou com
pastagens para a criao de gado bovino.Com o tempo, as prticas incorretas de manejo do
solo durante essas atividades, provocam o empobrecimento gradativo do mesmo, originando
dessa forma, grandes reas com solo improdutivo ou alterado. Em geral, esse processo tende a
se acelerar devido alta acidez e baixa fertilidade dos solos amaznicos, onde a ausncia da
vegetao potencializa os efeitos da eroso.
Existe na atualidade uma preocupao crescente na implantao de processos que
visam a recuperao dessas reas atravs da revegetao do solo pela utilizao de diferentes
sistemas de manejo.Entre as alternativas que vm sendo praticadas, podem ser citados os
monocultivos florestais (reflorestamentos), que utilizam espcies madeireiras nativas da
regio, os sistemas agroflorestais, que se caracterizam pelo cultivo em consrcio entre
espcies arbreas e culturas temporrias em uma mesma rea, e ainda, os cultivos agrcolas
anuais.
Seguindo essa tendncia, a Empresa Tramontina Belm, objetivando a recuperao
de reas alteradas por pastagens, implantou um campo experimental no municpio de Aurora
do Par, onde foram introduzidos vrios sistemas de cultivo combinando as espcies florestais
paric (Schizolobium parahyba var. amazonicum [ Huber] Ducke), mogno (Switenia
macrophylla, King), freij (Cordia goeldiana Huber) e a espcie agrcola curau (Ananas
comosus var. erectifolius L.B. Smith). O desenvolvimento desses sistemas tem mostrado que
a interao entre as espcies foi bastante positivo, considerando o aumento significativo da
biomassa vegetal observado. As espcies paric e curau, por serem caractersticas de regies
tropicais, vm sendo amplamente cultivadas com o objetivo de recuperao de solos
degradados, neste experimento estas espcies foram avaliadas por Cordeiro (2007), que
evidenciou excelentes ndices de rendimento e produtividade para as mesmas.Esse fato pode
representar um indcio da regenerao da capacidade produtiva desses solos, o que
provavelmente pode estar relacionado com a melhoria de qualidade do mesmo.
Os sistemas de manejo e revegetao dos solos so considerados fatores decisivos
para a melhoria da qualidade dos mesmos, e resgatar sua fertilidade e capacidade
produtiva.Dentro de um contexto global, o interesse atual pela preservao da qualidade do
-
20
solo resulta da recente conscientizao de que o solo representa um recurso tanto para a
produo de alimentos e fibra quanto para o funcionamento global dos ecossistemas.(DORAN
et al., 1996)
Qualidade do solo tem sido definida como a capacidadade de um tipo especfico de
solo funcionar dentro dos limites do ecossistema manejado ou natural, como sustento para a
produtividade de plantas e animais, de manter ou aumentar a qualidade da gua e do ar e de
promover a sade humana (DORAN e PARKIN, 1994). Na avaliao da qualidade do solo, a
determinao dos atributos biolgicos representa um indicador potencial para o conhecimento
da produtividade do mesmo. Para aferir os atributos biolgicos do solo tem se utilizado cada
vez mais as caractersticas microbiolgicas como indicadores sensveis das transformaes
bioqumicas que ocorrem no mesmo e afetam sua qualidade.
Dentre as vrias justificativas para o uso de microrganismos e processos
microbiolgicos como indicadores da qualidade do solo, destacam-se a sua capacidade de
responder rapidamente mudanas no ambiente do solo derivadas de alteraes no manejo
e, o fato de que a atividade microbiana do solo reflete a influncia conjunta de todos os
fatores que regulam a degradao da matria orgnica e a transformao de nutrientes
(KENNEDY e PAPENDICK, 1995).
Os microrganismos representam uma grande e dinmica fonte de nutrientes em todos
os ecossistemas e participam ativamente em processos benficos como: a) a estruturao do
solo; b) a fixao biolgica de N; c) a solubilizao de nutrientes para as plantas; d) a reduo
de patgenos e pragas de plantas; e) a degradao de compostos persistentes aplicados ao
solo; f) formam associaes micorrzicas que beneficiam o crescimento vegetal (KENNEDY
e PAPENDICK, 1995).
Assim, um solo de alta qualidade possui intensa atividade biolgica e contm
populaes microbianas equilibradas. Entre os indicadores microbiolgicos que
frequentemente so utilizados para fornecer uma estimativa da qualidade do solo esto a
biomassa microbiana e quociente microbiano (qMIC), taxa de respirao do solo e o
quociente metablico (qCO2) e a diversidade microbiana.
A biomassa microbiana do solo considerada como a parte viva da matria orgnica
do mesmo, alm de armazenadora de nutrientes, pode servir como indicador rpido das
mudanas no solo (GRISI, 1995). Sua avaliao fornece indicao sobre ciclagem, fonte e
dreno de nutrientes por meio de processos de mineralizao e imobilizao (LUIZO et al.,
1992). Por ser mais rapidamente quantificada quando comparada avaliao direta da
produtividade vegetal, a biomassa microbiana pode ter grande aplicao para o conhecimento
-
21
da qualidade do solo (SILVEIRA et al., 2004). Assim, mudanas significativas na BM podem
ser detectadas muito antes que alteraes na matria orgnica possam ser percebidas,
possibilitando a adoo de medidas de correo evitando que a perda da qualidade do solo
seja mais severa (TOTOLA e CHAER, 2002).
O quociente microbiano (qMIC) representa a relao entre o carbono microbiano
(CM) e o orgnico (CO), e fornece uma medida da qualidade da matria orgnica presente no
solo. De acordo com Sparling (1992), as mudanas no qMIC podem estar diretamente
relacionados com os acrscimos de matria orgnica ao solo, assim como a eficincia de
converso do CO do solo para CBM e as perdas de C do solo.
A taxa de respirao basal do solo consiste na medida de produo do CO2
resultante da atividade metablica de microrganismos, de razes vivas e outros organismos
como minhocas, nematides e insetos (PARKIN et al., 1996). Podendo ser um indicador
sensvel da decomposio de resduos e do giro metablico do carbono orgnico do solo
(COS).( PAUL et al., 1999).
Uma outra varivel, o quociente metablico (qCO2), representa a razo entre o CO2
evoludo e o pool de carbono da biomassa microbiana, e indica o estado metablico dos
microrganismos podendo ser utilizada como indicador de perturbao ou estabilidade do
ecossistema (DePOLLI e GUERRA, 1997). Atravs dessa abordagem, tem sido demonstrado
que a biomassa microbiana responde de maneira diferenciada aos manejos agrcolas adotados
em cada agroecossistema (MOREIRA e SIQUEIRA, 2002)
A diversidade microbiana tem figurado como importante indicador da qualidade do
solo por representar um dos mais sensveis atributos para documentar as mudanas ocorridas
no ecossistema.As dificuldades iniciais encontradas para conhecer e interpretar a diversidade
estrutural e funcional dos microrganismos do solo, esto sendo gradualmente superadas pelo
uso crescente de ferramentas da biologia molecular. Os mtodos baseados no estudo do DNA
vm sendo freqentemente utilizados para estudar a estrutura gentica das comunidades
microbianas do solo, e assim possibilitando avaliar os impactos dos distrbios ambientais
sobre as mesmas (AXELROOD et al., 2002) .
Diante dos conhecimentos atuais tem se tornado concenso que a diversidade
microbiana possui importantes vantagens como indicador da qualidade do solo, em virtude de
os microrganismos estarem na base da cadeia trfica e intrinsecamente associados aos
processos ecolgicos do solo (TORSVIK e REAS, 2002).
-
22
Considerando o bom desenvolvimento dos sistemas de cultivos implantados no
campo experimental da Empresa Tramontina Belm no municpio de Aurora do Par, o
presente estudo avalia atravs de indicadores qumicos e microbiolgicos a melhoria da
qualidade do solo nesses sistemas de cultivo que foram constitudos com as espcies paric
(Schizolobium amazonicum (Huber) Ducke), curau (Anans erectifolius L.B. Smith), mogno
(Switenia macrophylla, King) e freij (Cordia goeldiana Huber), e dessa forma possa
contribuir para aumentar os conhecimentos sobre o crescimento e desenvolvimento de
espcies plantadas em solos alterados da Amaznia.
1.1 HIPTESE
Os sistemas agroflorestais, que se caracterizam por serem formados de mltiplas
espcies vegetais, representam atualmente uma importante alternativa para recuperao de
solos degradados, devido a capacidade que os mesmos tm de produzir uma abundante e
variada serapilheira, alm de melhorar as condies edafoclimticas, estimulando assim as
atividades biolgics no solo. Diante disso, a hiptese deste trabalho que, dentre os sistemas
de cultivos avaliados neste estudo, os sistemas agroflorestais apresentem os melhores
indicadores de regenerao da qualidade do solo.
1.2 OBJETIVO GERAL
Avaliar a capacidade dos parmetros qumicos, fsicos e microbiolgicos como
indicadores de qualidade do solo sob diferentes sistemas de cultivo com as espcies paric
(Schizolobium parahiba var. amazonicum [HUBER ex DUCKE]), curau( Ananas comosus
var. erectifolius L.B. SMITH), mogno (Switenia macrophylla, King) e freij (Cordia
goeldiana Huber).
1.3 OBJETIVOS ESPECFICOS
- Determinar os parmetros microbiolgicos (Biomassa microbiana, contagens de de
bactrias e fungos e atividade microbiana) nos solos sob os diferentes sistemas de cultivos;
-
23
- Quantificar os atributos qumicos e fsicos nos solos sob os sistemas de manejo
experimentados;
- Identificar atravs de tcnicas moleculares de DNA e de cultivos sobre substrato, as
espcies microbianas predominantes nos solos em estudo; e
- Com base nos resultados obtidos, identificar o(s) sistema de cultivo(s) que melhor
contriburam para aumentar a qualidade do solo.
-
24
2. REVISO BIBLIOGRFICA
2.1 CONSIDERAES GERAIS
O Municpio de Aurora do Par pertence mesorregio do Nordeste Paraense,
precisamente na Microrregio do Guam, possuindo uma rea de 1.811,83 Km2 e limitando-se
com os seguintes Municpios: Norte So Domingos do Capim; Leste Me do Rio e
Capito Poo; Sul Ipixuna do Par; Oeste Tom Au e So Domingos do Capim. A sede
Municipal tem as seguintes coordenadas geogrficas: 02 08 02 de latitude Sul e 47 33 32
de longitude Oeste de Greenwich, de acordo com os dados do INSTITUTO BRASILEIRO
DE GEOGRAFIA E ESTATSTICA IBGE ( 2006).
Apresenta clima Megatrmico mido, com temperatura mdia anual de 25 C,
umidade relativa do ar elevada, em torno de 85% e ndice pluviomtrico de 2.350 mm anual
(IBGE, 2006). As chuvas, apesar de regulares, no se distribuem igualmente durante o ano,
sendo que no perodo de janeiro a junho ocorre a sua maior concentrao (cerca de 80%). Os
solos do municpio de Aurora do Par so, dominantemente, o Latossolo Amarelo, textura
mdia; Latossolo Amarelo, textura argilosa; e Concrecionrio Latertico. Nas reas
inundveis, prximas ao Rio Capim, destaca-se a presena dos Solos Aluviais e
Hidromrficos. H tambm, Areia Quartzosa e Hidromrficos, em associaes (IBGE, 2006).
O relevo apresenta-se inserido no planalto rebaixado do Amazonas. Esto presentes
reas aplainadas, vrzeas e tabuleiros em reas sedimentares. A vegetao representada,
principalmente, por capoeiras, em estado avanado de desenvolvimento, com rvores de
pequeno porte e manchas de Mata Primitiva, bastante explorada (IBGE; GOVERNO DO
ESTADO DO PAR, 2006). A topografia, embora modesta, apresenta na sede municipal
cerca de 50 metros de altitude, devido s formas de relevo existentes.
Nesse municpio, o grupo Tramontina Belm S.A iniciou o reflorestamento em rea
degradada em 1980 levando em considerao os aspectos da sustentabilidade ambiental,
social e econmica. Na regio escolhida, a rea original apresentava floresta densa
representada pelas espcies como: angelim (Hymenolobium sp) e abiorana (Franchetella sp),
breu (Protium sp), copaba (Copaifera ssp), marup (Simaruba amara) (BRASIL, 1973).
Devido ao processo de ocupao iniciado no final da dcada de 70, quando da
abertura da Belm-Braslia, a vegetao original foi sendo gradativamente substituda. Os
trabalhadores dedicaram-se a explorao da madeira, a agricultura de corte e queima e ao
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25
cultivo de algodo e malva. Em 1960, em virtude do roado no ter dado resultados positivos,
muitos colonos abandonaram a regio. Posteriormente com a penetrao da colnia japonesa
(entre as dcadas de 70 e 80) oriunda de Tom-Au, houve a expanso do plantio de pimenta-
do-reino.
A decadncia da atividade agrcola levou os agricultores a abandonar as glebas e a
opo foi pecuria, porm os pastos sofreram com ataque de pragas e ficaram cada vez mais
improdutivos e, hoje, se encontram em declnio. O resultado foi um impacto negativo, tanto
para o ponto de vista ambiental, como do scio-econmico. Tal fato levou a Tramontina
Belm S.A a implantar e desenvolver um projeto com caractersticas especiais e particulares,
pois queria dar ao sistema produtivo um grande alcance ambiental e social (TEREZO, 2005).
Atualmente a propriedade abrange 1.043 hectares e apresenta diferentes sistemas de
plantios com espcies florestais e agronmicas. Para aumentar a variabilidade gentica do
plantio florestal e, com isso, garantir a conservao gentica do povoamento foi efetuado
plantio misto com espcies nativas com boas taxas de sobrevivncia, tais como: Ip (Tabebuia
serratifolia (Vahl) Nichols), Freij (Cordia goeldiana Huber), Jatob (Hymenaea courbaril
L.), Mogno (Swietenia macrophylla King) e paric (Schizolobium var. amazonicum.).
De modo a se manter ao mximo a proteo ao solo, nas reas com regenerao da
vegetao o plantio foi em linhas, formando assim, corredor ecolgico utilizado como
procedimento pode aumentar a deposio de sementes dispersadas por aves e assim, acelerar a
regenerao. Como forma de maximizar o uso da rea e minimizar os custos de implantao
do empreendimento espcies agronmicas como macaxeira (Manihot esculenta Crantz),
melancia (Citrullus vulgaris Schrad), Milho (Zea mays L) feijo caupi (Visgna ungiculata L.)
e ultimamente o cuaru vem sendo plantadas nas entrelinhas do plantio florestal.
A Empresa Tramontina Belm desde 1992 mantm a Estao Experimental de
Aurora do Par, onde j esto plantados 1.000 ha, que foram submetidos diferentes tipos de
plantio. Nessa rea vrios trabalhos esto sendo desenvolvidos com instituies cientficas
entre estas UFRA, EMBRAPA, Universidade de So Carlos, Universidade do Estado do Par-
UEPA e Museu Paraense Emlio Goeldi- MPEG. Estudantes de graduao, mestrado e
doutorado ligados a essas instituies vm desenvolvendo suas atividades de pesquisa nessa
rea.
O campo experimental tem uma rea de 1.043 ha e est situado entre as coordenadas
2 1000 latitude sul e longitude 47 3200 e seu acesso principal feito pela BR 010,
distante em linha reta 210 Km da cidade de Belm, capital do Estado do Par.
-
26
2.2 Causas de alterao dos solos na Amaznia
2.2.1 Agricultura de derruba e queima
Este sistema praticado pela grande maioria dos agricultores familiares da
Amaznia, por ser simples e de fcil operao, de conservar a fertilidade natural do solo pela
adio de cinzas, promover a correo da acidez do solo, pela supresso de plantas invasoras
e, controlar pragas e doenas (NYE e GREELAND, 1960).
Apesar dos efeitos benficos deste sistema no preparo da terra para o plantio,
Mackensen et al, (1996) verificaram que durante o processo de queima em uma capoeira de
aproximadamente 7 anos de vida ocorreram perdas de aproximadamente 96% de nitrognio,
76% de enxofre, 47% de fsforo, 48% de potssio, 35% de clcio e 40% de magnsio.
Estas perdas associadas intensificao destes sistemas com a reduo dos perodos
de pousio e repetidas capinas para controle das plantas expontneas, aliadas s estratgias de
manejo dos agricultores, na remoo dos resduos orgnicos, provoca a deteriorao das
propriedades do solo que refletem negativamente na produtividade das plantas (TIESSEN et
al., 1994).
2.2.2 Pecuria
No final da dcada de 60, com o advento da Lei de Incentivos Fiscais, o
desmatamento na Amaznia teve maior incremento e considerveis extenses de terra foram
deflorestadas no Par para ceder lugar ao estabelecimento de pastagens pelas fazendas de
pecuria bovina que foram implantadas na regio (FALESI, 1976).
Com o decorrer do tempo essas reas de pastagem sofreram um processo de declnio
de produtividade, alcanando o estgio de degradao e consequente invaso de plantas
indesejveis (DUTRA et al., 2000).
O uso do fogo para o contrle das ervas daninhas pode ser um dos fatores que
podem agravar a degradao das pastagens nas regies tropicais. Esse procedimento aliado s
prticas inadequadas de manejo, como o pastejo prematuro nas reas recm queimadas
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27
concorrem para a degradao qumica fsica e biolgica do solo em funo do aumento da
eroso e compactao e das perdas de nutrientes e matria orgnica desse solo (DIAS, 2003).
Em estudos realizados com pastagens na regio de Marab.PA, Muller et al, (2001)
constataram que a degradao da pastagem reduziu a cobertura do solo e a exposio chuva
e ao pisoteio do gado, resultou no aumento da densidade do solo e diminuio da floculao
da argila e da porosidade total.
2.2.3 Extrao de madeira
Desde o incio da colonizao, a extrao de madeiras na Amaznia era praticada em
pequena escala, principalmente por comunidades ribeirinhas. Entretanto, a construo de
rodovias e a exausto das florestas do Sul e Sudeste do Brasil aliados ao esgotamento
progressivo das florestas tropicais da sia responsveis por 70% do comrcio internacional de
madeira de acordo com Nectoux e Kuroda (1989), provocaram a instalao de indstrias
madeireiras na regio.
No comeo dos anos 70, apenas as espcies de alto valor econmico eram extradas e
os impactos na floresta eram reduzidos. Atualmente mais de cem espcies de rvores so
extradas e tratores de esteira abrem caminho atravs da floresta e arrastam as toras at os
ptios de armazenamento. Essa forma de explorao intensiva da madeira altera
significativamente a cobertura vegetal tornando-se potencialmente destrutiva (VERSSIMO et
al., 1996).
Geralmente, a explorao da madeira inicia o processo de degradao e uma nica
rea pode ser submetida a vrios eventos de extrao. Os madeireiros inicialmente exploram
as rvores maiores e de maior valor econmico. Depois, eles retornam duas ou trs vezes para
explorar rvores menores de espcies mais valiosas. Em regies de explorao intensiva como
em alguns municpios do Nordeste do Par, trinta rvores com dimetro 1,30 m do nvel do
solo maiores ou iguais a 10 cm ficam danificadas para cada rvore extrada, provocando uma
perda de 40 a 47% do dossel e uma abertura mdia de 663 m2 por rvore extrada (UHL et al.,
1991).
As florestas exploradas so mais susceptveis a incndios por causa do acmulo de
resduos vegetais e maior incidncia da radiao solar nas clareiras (HOLDSWORTH e UHL,
1997). E podem ocorrer em vrias intensidades e etapas destruindo ou danificando de 10 a
80% da biomassa remanescente (NEPSTAD et al., 1999).
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28
As atividades madeireiras e agropecurias realizadas principalmente nos ltimos
trinta anos, so responsveis por grande parte dos desmatamentos na floresta Amaznica. De
acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais ( INPE, 2005), j foram devastadas
cerca de mil quilmetros quadrados da floresta, o que equivale a 13,7% da mata. Desse total,
200 mil quilmetros foram abandonados pelos exploradores assim que os recursos naturais se
esgotaram. Resultando grandes extenses de reas sem cobertura vegetal onde o solo sofre
progressivos processos de degradao (http:// comciencia.br/reportagens/amaznia/ amaz 14
htm, acesso em 26/11/2007 ).
2.3 RECUPERAO DO SOLO ATRAVS DA COBERTURA VEGETAL
2.3.1 Monocultivos florestais
No Brasil o setor florestal est se desenvolvendo rpido, estimulado pela demanda
interna e externa. E a perspectiva de expanso do mercado para produtos madeireiros indicam
um crescimento anual de 3 a 4%, estimando-se que at o ano 2010 o dficit ser de 880
milhes de metros cbicos (SANTIN, 2007). O dficit de matria-prima florestal aliado s
caractersticas ambientais, como a proteo dos solos degradados, conteno de eroso e o
assoreamento dos cursos de guas, alm de se caracterizarem como culturas de ciclo longo e
com poucas intervenes, torna a silvicultura um dos setores da agricultura mais propcios a
receber investimentos (SEAG, 2007).
A silvicultura caracterizada pelos monocultivos florestais, integra valores ambientais
como a melhoria das propriedades do solo e sobretudo contribui para promover a regulao
do equilbrio climtico e reduzir a presso sobre os remanescentes florestais nativos. (SEAG,
2007).
No estado do Par, empresrios rurais em atendimento reposio florestal
obrigatria (BRASIL,1996) tm implantado projetos de reflorestamento adotando cultivos
puros ou consorciados onde so utilizadas espcies nativas e/ou exticas. Na mesorregio
nordeste paraense, os projetos de reposio florestal at 1997, ocupavam uma rea de 34.864
ha (GALEO, 2000).
Entre as espcies adotadas o paric (Schizolobium parahyba var. amazonicum Huber
ex Duck) destaca-se como sendo a mais cultivada, provavelmente por pertencer a flora
amaznica, ocorrendo nos macios paraenses, e tambm pelo rpido crescimento, facilidade
-
29
de obteno das sementes e custo de implantao satisfatrio durante os quatro primeiros anos
(GALEO, 2000).
Em recente amostragem efetuada entre nove empresas reflorestadoras localizadas
nessa mesorregio que cultivam tanto espcies nativas quanto exticas, verificou-se a
preferncia pelo cultivo do paric com um total aproximado de 7.400.000 rvores. Em
seguida a teca 584.716 rvores, e o freij com 317.814 rvores (FALESI et al., 2004).
2.3.2 Sistemas agroflorestais
As definies de SAFs referem-se a uma ampla variedade de formas de uso do solo
que combinam o plantio de espcies arbreas lenhosas (frutferas e/ou madeireiras) com
cultivos agrcolas e/ou animais, de forma simultnea ou em sequncia temporal e que
interagem econmica e ecologicamente (NAIR, 1989).
O objetivo desses sistemas a criao de diferentes estratos vegetais procurando
imitar um bosque natural, onde as rvores e/ou arbustos originam um microclima que resulta
em benefcios ambientais, entre estes destacam-se o melhor controle da temperatura, da
umidade relativa do ar e da umidade do solo (FASSBENDER e HEUVELDOP, 1985).
A modificao do microclima, na presena do componente arbreo, repercute sobre
o balano hdrico do solo, contribuindo para a elevao da umidade disponvel para as plantas
sob a copa das rvores(VAZ da SILVA, 2002). Esse acrscimo de umidade nos solos sob
coberturas vegetais so atribudos reduo de radiao que chega ao solo, o que influi
significamente na taxa de evaporao da gua contribuindo para a manuteno da
concentrao hdrica do solo (RIBASKI et al., 2002).
Nos SAFs, a sombra produzida pelas rvores um dos fatores responsveis pelo
aumento da disponibilidade de nitrognio no solo e, evidncias segundo (Aranguren et al,
1982) mostram que a taxa de mineralizao estimulada pelo sombreamento. De acordo com
Mafongoya et al (1997), a melhoria do ambiente do solo torna a atividade microbiana mais
efetiva na decomposio dos resduos orgnicos, resultando uma maior liberao de
nitrognio mineralizado.
Adicionalmente aos benefcios do sombreamento, as espcies que compem esses
sistemas exploram diferentes camadas de solo, e as razes profundas das rvores podem
interceptar os nutrientes que foram lixiviados das camadas superficiais e se acumulam no
-
30
subsolo, geralmente fora do alcance dos sistemas radiculares das culturas agrcolas, e
incorporando-os novamente no processo de ciclagem (YONG, 1989).
Um sistema com vrios componentes arbreos tem potencialmente maior capacidade
para reciclar de maneira mais uniforme ao longo o tempo, sem comprometer a capacidade
produtiva do stio (MAFONGOYA et al., 1997). Assim, em plantios heterogneos h uma
taxa mais constante de produo de folhedo e, consequentemente, uma contnua
decomposio do mesmo, aumentando no somente a disponibilidade de nutrientes, como
tambm a matria orgnica do solo, o que beneficia a atividade mineralizadora da microbiota
do solo (GAMA RODRIGUES e DePOLLI, 2000).
Entre as opes de coberturas vegetais para recuperao de reas alteradas, os
sistemas agroflorestais tm sido indicados, numa tentativa de reproduzir florestas (ALVIM,
1991). Pelo fato da estrutura desses agroecossistemas oferecerem condies de controlar a
eroso, melhorar a estrutura do solo, equilibrar atividade dos microrganismos propiciando o
retorno da fauna (SMITH, 1998).
Neste contexto, os sistemas agroflorestais podem se constituir em uma alternativa
em potencial para tornar produtivas reas degradadas, melhorando sua funo social e
ecolgica (FALESI e GALEO, 2004).
Na Amaznia vm sendo realizados estudos sobre a utilizao de SAFs na
recuperao de solos degradados com resultados satisfatrios. Perin et al(2000), com base
em resultados preliminares de anlise qumica do solo, verificou que a implantao de quatro
diferentes formulaes de sistemas agroflorestais em reas de pastagens degradadas oferecem
alternativas ecolgicas e econmicas adequadas para recuperao dessas reas em Latossolo
Amarelo argiloso de terra firme da Amaznia ocidental.
Utilizando a biota do solo como indicador em modelos agroflorestais, constatou-se
que esses sistemas contribuem para a recuperao dos solos degradados por pastagens de
forma mais rpida e eficiente do que a regenerao natural, observando-se tambm uma
relao positiva entre densidade, porosidade total e umidade do solo, sugerindo o papel da
macrofauna como um forte componente de sistemas agroflorestais (LOCATELLI et al.,
2005).
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31
2.3.3 Capoeiras
Capoeira representa a vegetao secundria que surge expontaneamente a partir do
abandono da rea utilizada aps o desenvolvimento de atividades como agricultura itinerante
e pecuria. Estima-se que 53% da rea total da microrregio Bragantina teve sua floresta
nativa removida e est coberta por este tipo de vegetao (ALENCAR et al., 1996).
Estudos realizados nas ltimas dcadas por Hedden-Dunkhorst et al, (2003),
comprovaram a importncia do papel da capoeira nos aspectos ambientais e scio-
econmicos, como componentes do sistema rotacional de uso da terra adotado por grande
parte dos agricultores da Amaznia, em especial do nordeste do Par.
Para a agricultura familiar na Amaznia, a presena das florestas secundrias, nas
diversas fases de seu desenvolvimento, so de fundamental valor pelas inmeras funes
benficas que proporcionam (SOMMER, 2000). Entre estas, a acumulao e reciclagem de
nutrientes de camadas profundas do solo citada por Nye e Greeland (1960), o controle de
eroso por MacDonald et al (2002), a supresso de plantas invasoras por Rouw (1995),
suprimento de madeira e lenha, e manuteno do biodiversidade (SANCHEZ, 1995).
A diversidade florstica, ainda, encontrada nas vegetaes secundrias abriga um
considervel nmero de espcies com diferentes capacidades de acumular nutrientes
essenciais que podem servir para sustentar as plantas na fase de cultivo agrcola (DENNICH,
1991).
A acumulao de serapilheira (litter) formada pelas espcies da capoeira discutida po
Cattnio (2002), influenciam a disponibilidade de matria orgnica, j que a composio
deste material influi na diversidade e na concentrao da mesofauna do solo e igualmente em
processos por ela mediados(DENICH, 1991)
O manejo deste tipo florestal constitui-se uma forma relativamente nova de uso
alternativo da terra, j existindo exemplos bem sucedidos de manejo de florestas secundrias
na Costa Rica (FINEGAN, 1992).
Estudos recentes tm apontado uma tcnica de melhoria da capoeira atravs da
introduo de rvores de rpido crescimento de forma acelerar o acmulo de biomassa e
nutrientes num menor perodo de tempo (DENICH et al., 2004). Essa tcnica proporciona a
reduo do perodo de pousio de 4-10 anos para 2 anos (BRIENZA JUNIOR, 1999).
No plantio de rvores de rpido crescimento recomendado um espaamento
mnimo de 2 x 2 afim de no comprometer a regenerao das espcies naturais da capoeira,
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32
garantindo assim, a manuteno da biodiversidade da vegetao nativa (VIELHAUER e S,
2000)
2.4 CARACTERIZAO DAS ESPCIES COMPONENTES DOS SISTEMAS
ESTUDADOS
2.4.1 Caractersticas gerais da espcie paric
2.4.1.1 Classificao, descrio botnica
Classe: Dicotiledonea
Famlia: Fabaceae (Leguminosae)
Sub-famlia: Caesalpinoideae
Nome cientfico: Schizolobium parahyba var. amazonicum (Huber ex Ducke)
Barneby (BARNEBY, R.C. Neotropical Fabales at NY: asides and oversights. Brittonia. V.
48, n. 2, p.174-187, 1996).
Sinonmias: Schizolobium amazonicum (Huber) Ducke Schizolobium excelsum var.
amazonicum Ducke ex. L. O Williams
Vernculos: Bacurubu, bandarra, birosca, caixeta, faveira, faveira-branca, ficheiro,
flexeiro, guapuruva, guapuruvu, paric, paric-grande, pinho-cuiabano, pinho-cuiabano-rosa
(CAMARGOS et al., 2001).
Conforme Barneby (1996), o S. parahyba var. amazonicum distingue-se do S.
parahyba var. parahyba por florescer sem folhas, apresentar folhas e frutos duas vezes
menores, pelas ptalas oblongas mais firmes e glabras e pelos pedicelos articulados.
2.4.1.2 Aspectos morfolgicos
a) Hbito: rvore caduciflia de grande porte, fuste reto e crescimento muito
rpido, ocorrendo em floresta primria e secundria de terra firme. Em geral mede de 15-40
m de altura e 50-100 cm com dimetro a altura do peito (DAP). uma espcie essencialmente
helifila, demandando bastante luz para um rpido crescimento.
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33
b) Copa: Possui ramificao cimosa. Nos primeiros anos de crescimento a copa no
tem ramificao lateral, porm quando adulta apresenta copa ampla e umbeliforme com ramos
laterais horizontais dispersos, o que possibilita passar bastante sol pelas suas folhagens.
c) Casca : quando a planta jovem apresenta-se esverdeada e delgada, tornando-se
mais tarde acinzentada esbranquiada, espessa, dura, rugosa e com carreiras verticais de
lenticelas; ao corte tem odor desagradvel almiscarado.
d) Tronco : caule/fuste reto e cilndrico, com pouca tortuosidade apresentando
sapopemas na sua base.
e) Folha : Folha alterna, composta bipinada, chegando a medir at 2 m de
comprimento em indivduos jovens e em indivduos adultos diminuem consideravelmente de
tamanho, variando entre 30-50 cm; rquis lenhosa; 6-15 pares de pinas; 12-20 pares de
fololos, opostos; quando perturbados os fololos se fecham.
f) Flor : As flores so dispostas em inflorescncia do tipo pancula ascendentes a
acropetalas; so hermafroditas, zigomorfas, pequenas, perfumadas com colorao amarela; as
ptalas so amarelas, glabras e oblongas; com clice receptculo com colorao creme-
esverdeada, tubular na base; corola imbricada de cinco ptalas, com a margem levemente
ondulada e espatulada na parte superior.
g) Fruto : um legume deiscente (criptosmara), oblongo-achatado. Apresenta asa
papircea, com colorao bege quando jovem e marrom quando maduro. Cada fruto apresenta
apenas uma semente na posio apical envolta pelo meso-endocarpo alado.
h) Semente: elptico-ovada, lateralmente achatada, pice agudo, base arredondada;
o tegumento liso, duro e brilhante, com colorao castanha e estrias finas; o hilo
punctiforme; a rafe linear; o endosperma abundante.
i) Fenologia: O incio dos eventos reprodutivos ocorre entre 8 e 10 anos, em reas
abertas e plantios, e aos 12 anos, na floresta. uma planta hermafrodita cuja polinizao
realizada principalmente pelas abelhas Anthophoridae (Xylocopa Spp e Centris spp) e
algumas Apidae (Melipona spp e Apis mellifera) (VENTURIERI, 2000). Floresce em estado
afilo destacando-se na mata pela colorao amarela clara (DUCKE, 1939). No Par, a
florao ocorre nos meses de maio, junho e agosto. A frutificao anual no perodo de
setembro a novembro com disperso anemocrica. Apresenta curta longevidade, variando de
20 a 40 anos se comparada com outras espcies da floresta primria (VENTURIERI, 1999).
j) Germinao : A germinao epgia criptocolinedonar. A plntula apresenta
hipoctilo cilndrico, verde-claro e semibrilhante; os cotildones foliceos so opostos, com
pice arredondado, base sagitada e duas estpulas; o epictilo cilndrico, verde e brilhante; o
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primeiro par de folhas oposto e paripinado, com 10-12 pares de fololos opostos, verdes,
membranceos, oblongos, pice apiculado e base arredondada, margem ciliada e puberulentos
em ambas as faces; o pecolo e a raque so canaliculados e recobertos por tricomas simples e
hialinos (COSTA, et al., 1999).
l) Fitossanidade: Embora a planta seja razoavelmente imune ao ataque de pragas e
doenas, algumas pragas foram verificadas em viveiro e plantios. Teixeira e Bianchetti,
(1997) verificaram em viveiro a presena de lagartas (Agrotis spp, Spodoptera spp -
Lepdoptera: Noctuidae, Ealsmopalpus lignoselus Lepdoptera: Phycitidae); Paquinha
(Neoccurtilla hexadactylla Orthoptera: Gryllotalpidae); Grilos (Gryllus assimilis
Orthoptera; Gryllidae); Sava (Atta spp. Hymenoptera: Formicidae); Formiga quenqum
(Acromyrmex spp. - Hymenoptera: Formicidae) e no plantio registraram a presena da broca-
da-madeira (Acanthoderes jaspidea) e mosca-da-madeira (Rhaphiorhynchus pictus). No
perodo chuvoso nos plantios jovens, pode ocorrer a incidncia da crosta-negra-das folhas
(Phyllachora schizolobiicola subsp. schizolobiicola)(TRINDADE et al., 1999). Esses mesmos
autores registraram ainda a ocorrncia de coleobroca (Micrapate brasiliensis) e serradores
(Oncideres dejeani e O. saga) nos ramos. A presena da cigarra (Quesada gigas Olivier) nas
razes e tronco foi verificada por Zanuncio et al (2004), em plantaes de paric nas cidades
de Paragominas (PA) e Itinga (MA).
2.4.1.3 rea de ocorrncia
O Schizolobium parahyba var amzonicum apresenta ampla distribuio geogrfica
em altitudes de at 800m. Ocorre na Amaznia brasileira, venezuelana, colombiana, peruana,
boliviana e equatoriana e toda a Amrica Central. No Brasil, a espcie encontrada nos
estados do Amazonas, Par, Mato Grosso, Rondnia e Acre, ocorrendo tambm na mata
atlntica (Santa Catarina a Bahia).
No Estado do Par a espcie ocorre em Altamira, Monte Alegre, bidos e
Trombetas. No Amazonas, freqente na mata da vrzea do baixo rio Madeira e do Solimes,
at a fronteira do Peru (DUCKE, 1939). A presena da espcie foi registrada no municpio de
Machadinho Doeste (RO) e no Acre.
uma rvore natural de florestas primria e secundria tanto em solos de terra firme
como em vrzea alta (DUCKE, 1939; PEREIRA et al., 1982). Fora de sua rea de
distribuio, o paric foi introduzido na Costa Rica, Fiji, Indonsia, Kenya, Sr Lanka e
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35
Estados Unidos, segundo o IITERNATIONAL CENTER OF RESEARCH IN
AGROFORESTERY (ICRAF, 2006).
2.4.1.4 Aspectos da madeira e usos
A madeira de paric branca, mole, leve segundo Ducke (1939); com densidade
bsica mdia de 0,30g/cm, e textura grossa, gr direita a irregular; cerne creme-avermelhado
e alburno creme claro; o comprimento e largura da fibra variam. O conjunto destas
caractersticas determinante para na fabricao de forros, palitos, fsforos, canoas, miolo de
painis e portas, laminados, compensados bem como, para formas de concreto, embalagens
leves, saltos de calados, brinquedos e maquetes (CARPANEZZI, 1983).
Melo (1983), aps realizar anlise qumica das estruturas da madeira, indicou a
espcie como fornecedora de matria-prima para obteno de celulose para papel, pois a
mesma possui fcil branqueamento. Seu processamento fcil e recebe bom acabamento, mas
possui baixa durabilidade natural, sendo susceptvel ao ataque de fungos, cupins e insetos
xilfagos.
A rvore indicada para plantios comerciais, sistemas agro-florestais,
reflorestamento e recuperao de reas degradadas, devido ao seu rpido crescimento e ao
bom desempenho tanto em formaes homogneas quanto em consrcios. Por sua arquitetura
e florao vistosa, pode ser empregada em arborizao de praas e jardins amplos. A casca
pode servir para curtume e as folhas so usadas como febrfugo por algumas etnias indgenas.
2.4.2 Caractersticas gerais da espcie curau
2.4.2.1 Classificao e descrio botnica
Classe: Monocotilednea
Famlia: Bromeliaceae
Sub-famlia: Bromelioideae
Nome Cientfico: Ananas comosus var. erectifolius (L. B. Smith) Coppens & Leal
(Morphology, anatomy and taxonomy, In: The pineapple: botany, production and uses.
Wallingford UK and New York USA. 2003b).
Sinonmias: Ananas erectifolius L.B.Smith; Ananas lucidis Mill
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Vernculos: Curau, curau-da-amaznia, abacaxi ornamental, abacaxi selvagem
Conforme Ledo (1967), h dois tipos distintos de curau: roxo e branco. O curau
roxo distingue-se do branco por apresentar colorao das folhas roxo-avermelhadas e por
apresentar maior desenvolvimento.
2.4.2.2 Aspectos morfolgicos
a) Hbito: O curau uma planta terrestre herbcea, rizomatosa, de sistema radicular
fasciculado, superficial, pouco exigente e que se adapta a diferentes tipos de solo e a
mudanas climticas.
b) Flor: No caso de Ananas, as flores so hermafroditas, trmeras, actino ou
zigomorfas, heteroclamdeas, com spalas coriceas e ptalas vivamente coloridas. Androceu
com 6 estames, em 2 sries de 3. Ovrio spero ou nfero, trilocular e multiovulado.
Inflorescncias com brcteas coloridas. A planta monica com flores hermafroditas e a
inflorescncia composta por vrias flores individuais que nascem formando inflorescncia
compacta em forma de espiga sobre um talo axial curto e robusto (WIKIPEDIA
FOUNDATION-WF, 2006).
c) Folha: Apresentam folhas eretas, coriceas, medindo cerca de 5 cm de largura, 5
mm de espessura, aproximadamente 1,5 m de comprimento; bordos lisos e escapo alongado,
pice provido de pequeno acleo terminal; fornece fibra de excelente qualidade e mucilagem.
Entre as bainhas das folhas, ou diretamente dos rizomas, brotam rebentos. Em geral apresenta
uma dilatao na base, em forma de concha, formando um reservatrio de gua de chuva,
orvalho (LEDO, 1967; WF, 2006).
d) Mudas : As mudas so obtidas a partir de: 1- rebento: brotao originada do caule;
2- filhote: brotao da parte superior do fruto, circundando a coroa; 3- coroa: estrutura que se
forma no pice do fruto, seu caule constitui-se um prolongamento do pednculo; 4
laboratrio: pelo processo de micropropagao (BORGES et al., 2003).
e) Fruto: O fruto se forma a partir do talo axial engrossado com as spalas se
desenvolvendo na hasta, numa fuso temporria com as adjacncias em sincarpo ou
infrutescncia, formando os frutos verdadeiros de forma ovide. semelhante em aspecto e
gosto ao abacaxi, porm de tamanho reduzido pequeno e mais fibroso e cido.
f) Fenologia: O incio dos eventos reprodutivos ocorre a partir do 1 ano. A
polinizao realizada principalmente pelos colibris. O perodo de florao dura um ms e
logo aps, as ptalas desprendem-se, mas as spalas so persistentes e tornam-se carnosas e
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9palahttp://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A9talahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Androceuhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Ov%C3%A1riohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Infloresc%C3%AAnciahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Br%C3%A1ctea -
37
junto com o ovrio e os eixos florais tambm carnosos formam uma estrutura nica que o
fruto (WF, 2006).
g) Fitossanidade: No curau o ataque de cochonilha (Dysmicoccus brevipes
Homptera: pseudococcidae), ocorre na axila das folhas, como tambm no sistema radicular
das plantas adultas e mudas. O principal dano causado cultura a transmisso da murcha, a
qual suga a seiva ocasionando a morte da planta (GALLO, 1998), porm o grau de infestao
por pragas no chega a comprometer economicamente a cultura (WIKIPDIA, 2006).
2.4.2.3 reas de ocorrncia
O curau considerado cultura pr-colombiana com ocorrncia natural na
Venezuela, Guiana Francesa e Brasil (WF, 2006). Na Amaznia ocorre nas regies dos rios
Xingu, Tocantins, Maicuru, Trombetas, Paru, Acar e Guam, nas partes altas da Ilha do
Maraj e estado do Amap, sendo encontrado ainda nos estados de Gois, Mato Grosso e
Acre (MEDINA, 1959). No estado do Par, o cultivo destaca-se nos municpios de Bragana
e Santarm e atualmente ocorre uma expanso no municpio de Santo Antnio do Tau, Moj,
Ponta de Pedras e Vigia. A plantao pode se dar por monocultivo e em consrcio com outras
espcies (MEDINA, 1959).
2.4.2.4 Usos e perspectivas
O potencial de aplicao das fibras de curau abrange diferentes mercados, como os
setores automobilstico, geotxtil, agrotxtil, mdico (a toxina encontrada no soro da planta
utilizada na produo de bactericidas) e tantos outros. uma fibra altamente resistente, com
longa vida e grande capacidade de absoro e sustentao. O curau pode ser de uso familiar,
bem como para a fabricao de papel, a partir da sobra do processo de desfibramento da
planta que resulta num composto viscoso chamado de mucilagem. Atualmente o Estado do
Par est produzindo 20 toneladas de fibra por ms, enquanto a necessidade da indstria
automobilstica e txtil gira em torno de mil toneladas de fibra/ms (SERVIO
BRASILEIRO DE APOIO S MICRO E PEQUENAS EMPRESAS SEBRAE, 2006).
http://pt.wikipedia.org/wiki/Venezuelahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Guiana_Francesahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil -
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2.4.3 Caractersticas do freij
2.4.3.1 Classificao e descrio botnica
Famlia: Boraginaceae
Nome cientfico: Cordia goeldiana Huber
Sinonmias:
Vernculos: Freij, cordia preta, frei jorge, freij cinza
2.4.3.2 Aspectos morfolgicos
a) Hbito: rvore grande semidecdua chegando atingir 40m de altura e 1,20-cm de
dimetro. Sua freqncia na floresta varia de 0,1-0,6 arv/ha e volume 0,3-1,1m/ha. Em
plantios o freij alcana 3 m em 2 anos (SILVA et al., 1977).
b) Copa: Copa irregular
c) Casca:. Casca muito grossa, fendilhada e escamosa.
d) Folha: Folha simples, alterna, glabra, oblonga/obavada com tamanho 5,5 x11,0.
e) Flor: Apresenta flor tubulosa de cor branca formando cachos. Apresenta 5 ptalas,
Pancula terminal, 7-12cm, branca durante florao, castanha durante frutificao, devido as
corolas marcescentes com esta colorao.
f) Fruto :. Seco de cor cinza com tamanho de 2 cm; Estilete e clice persistentes; a
corola tambm persistente, marcescente de cor castanha, que lembra um paraquedas,
planando facilmente. Os frutos colhidos diretamente da rvore devem ser deixados ao sol para
secarem e facilitar a eliminao das ptalas secas aderidas.
g) Semente: Ficam no interior do dos frutos. A retirada das spalas, bem como das
sementes que ficam no interior dos frutos praticamente impossvel, podendo ser plantadas
como se fossem verdadeiras sementes. Quando so secas e se consegue retirar as sementes
dos frutos obtm-se 37000 Sementes /Kg.
h) Mudas: Frutos com clice aderente devem ser postos para germinar logo que
colhidos em canteiros com substrato organo-arenosos cobertos com camada fina de substrato,
em ambiente semi-sombreado que devem ser regadas duas vezes ao dia. As mudas esto
prontas para plantio definitivo aos 4-5 meses.
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i) Fenologia. A florao ocorre nos meses de setembro, outubro, novembro e
dezembro e a frutificao nos meses de novembro, dezembro e janeiro. A disperso da
semente da forma anemocoria.
j) Fitossanidade. A madeira, em condies adversas, considerada de resistncia
moderada ao ataque de organismos xilfagos, segundo observaes prticas a respeito de sua
utilizao (LORENZI, 1992).
2.4.3.3 rea de ocorrncia
A espcie Cordia goeldiana apresenta distribuio geogrfica no Amazonas e Par
em floresta de terra firme.
2.4.3.4 Aspectos da madeira e usos
A madeira do freij moderadamente pesada (0,59) cerne pardo-claro-amarelado ou,
tambm, pardo-claro-acastanhado, eventualmente com reflexos rseos, uniforme, textura
mdia, gr direita, superfcie lustrosa, acentuadamente nas faces radiais, moderadamente
spera ao tato; cheiro peculiar, mas pouco acentuado; gosto imperceptvel. Madeira nobre
utilizada na construo civil e paisagismo. A madeira de freij, por ter cor pardacenta,
agradvel, com retratibilidade baixa e propriedades mecnicas mdias, particularmente
indicada para mveis finos, folhas faqueadas decorativas, lambris, painis; em construo
civil, como caixilhos, persianas, venezianas, ripas, acabamento interno, molduras, guarnies,
sarrafos; em construo da estrutura de hlices de pequenos avies, de barcos de recreio,
laterais de escada etc. (YARED, 1990).
2.4.4 Caractersticas gerais do mogno (Switenia macrophylla, King)
A famlia Meliaceae distribui-se principalmente nas regies tropicais e subtropicais
da Amrica, frica, sia e estendendo-se tambm na Nova Zelndia e ao longo da costa
Oriental da Austrlia (GONZLEZ, 1976). Dentre as espcies que pertence famlia
Meliacea encontra-se a espcie Swietenia macrophylla King conhecida vulgarmente como
mogno.
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uma rvore que ocorre naturalmente desde a pennsula de Yucatam, localizada na
parte sul do Mxico, na Amrica Central, estendendo-se pela Venezuela e Brasil. Adaptado a
grande variao de habitats, encontra timas condies para seu pleno desenvolvimento em
florestas tropicais com precipitaes pluviomtricas de cerca de 1000 a 2000 mm de chuvas
anuais, com fertilidade de solo de mdio a pesado, alcalino a neutro e bem drenado (LAMB,
1966). Em se tratando da importncia econmica desta espcie, uma madeira de lei de
grande valor no mercado, tanto interno quanto externo, apresentando propriedades fsicas e
mecnicas desejveis para ser empregada em usos nobres, como o mobilirio (GULLISON e
HUBBELL,1992).
O uso da madeira diversificado, tais como, na fabricao de mveis, portas, janelas,
construes civis, construes navais e aeronuticas, esculturas e instrumentos musicais
durabilidade. Apresenta estabilidade dimensional e facilidade de ser manuseada em
carpintaria (VERSSIMO et al., 1992). De colorao avermelhada, com um lustre dourado e
bastante perfumada (OLIVEIRA et al., 1986). Segundo Lorenzi (1992), S. macrophylla
possui como caractersticas dendrolgicas, ser uma espcie de porte elevado, que atinge uma
altura de 30m, tronco retilneo e cilndrico. As razes tabulares apresentam-se com baixa
frequncia. A copa das rvores jovens estreita e as das plantas mais velhas so ampla,
densa, e fortemente ramificada. A casca das rvores jovens acinzentada e lisa, tornando-se
marrom-acinzentada e gretada ao avanar da idade. rvore pereniflia com folhas pinadas
alternas com 25 a 45cm de comprimento. As pequenas flores de colorao creme-amarelada
esto inseridas em panculas de 15 a 25cm de comprimento. A florao varia no espao e no
tempo, em funo da estao climtica. O fruto constitudo por uma cpsula lenhosa de 12 a
16 cm de comprimento.
Nos plantios comercias de mogno o ataque da Hypsipyla grandella no broto apical
causa prejuzo na forma e no crescimento do fuste, mas mesmo em ataque severo, raramente a
planta morre. O ataque tende ser mais pronunciado em brotos mais novos, durante os
primeiros anos (3 a 6) e altura variando de 2 a 8m (MAYHEW e NEWTON, 1998). Devido
aos danos causados por H. grandella, 835.000 plantas de Swietenia e 1000.000 de Cedrella
foram efetivamente destrudas e abandonados no perodo de 1935 a 1943 em Porto Rico
(NEWTON et