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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ PR Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Câmpus Dois Vizinhos PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DOIS VIZINHOS, JUNHO DE 2014 VERSÃO ATUALIZADA: ABRIL DE 2016

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  • UNIVERSIDADE TECNOLGICA FEDERAL DO PARAN

    PR

    Ministrio da Educao

    Universidade Tecnolgica Federal do Paran

    Cmpus Dois Vizinhos

    PROJETO PEDAGGICO DO CURSO DE LICENCIATURA EM

    CINCIAS BIOLGICAS

    DOIS VIZINHOS, JUNHO DE 2014

    VERSO ATUALIZADA: ABRIL DE 2016

  • 2

    Reitor da UTFPR

    CARLOS EDUARDO CANTARELLI

    Pr-Reitor de Graduao e Educao Profissional

    MAURCIO ALVES MENDES

    Diretor do Cmpus Dois Vizinhos

    ALFREDO DE GUVEA

    Diretor de Graduao e Educao Profissional

    MARCELO MARCOS MONTAGNER

    Coordenao de Curso

    EVERTON RICARDI LOZANO DA SILVA

    Comisso para Elaborao do Projeto (Portaria n 073 de 15 de junho de 2012)

    Fernanda Ferrari

    Fernando Carlos de Sousa

    Glauber Sartori

    Rosangela Aparecida Botinha Assumpo

    Rosangela Maria Boeno

    Equipe responsvel pela elaborao do PPC

    Ncleo Docente Estruturante (Portaria n 025 de 14 de fevereiro de 2012 e n 089 de 18 de julho

    de 2013)

    Anelize Queiroz do Amaral

    Carolina Zabini

    Everton Ricardi Lozano da Silva (Presidente)

    Fernando Carlos de Sousa

    Marcela de Paiva Foletto

    Paulo Fernando Diel

    Rosangela Maria Boeno

    Thiago Cintra Maniglia

  • 3

    Colegiado de Curso (Portaria n 023 de 13 de fevereiro de 2014)

    Everton Ricardi Lozano da Silva - Presidente

    Membros Titulares Membros Substitutos

    Mara Luciane Kovalski Rosngela Maria Boeno

    Gustavo Sene Silva Fernanda Ferrari

    Diesse Aparecida de Oliveira

    Sereia

    Siderlene Muniz Oliveira

    Daniela Macedo de Lima Marciele Felippi

    Lilian de Souza Vismara Cristiane de Abreu Dias

    Samara Ernandes Cleverson Busso

    Patrcia Franchi de Freitas Fernando Carlos de Sousa

    Michele Potrich Elton Celton de Oliveira

    Emellyn Gabriela Ioris (Acadmica) Ana Cristina Algeri (Acadmica)

    Assessoria Pedaggica e Reviso

    Sandra Jubelli Mezzomo

    Rosngela Maria Boeno

    Equipe responsvel pela atualizao do PPC: verso 2016.

    - Ncleo Docente Estruturante (Portaria n 153 de 21 de setembro de 2015)

    Cleverson Busso

    Daniela Aparecida Estevan

    Daniela de Macedo Lima

    Elton Celton de Oliveira (presidente)

    Everton Ricardi Lozano da Silva

    Fernando Carlos de Sousa

    Gustavo Sene Silva

    Mara Luciane Kovalski

    Paulo Fernando Diel

  • 4

    - Colegiado do Curso (Portaria n 154 de 21 de setembro de 2015)

    Elton Celton de Oliveira Presidente

    Membros Titulares Suplentes

    Mara Luciane Kovalski Anelize Queiroz Amaral

    Fernanda Ferrari Gustavo Sene Silva

    Diesse Aparecida de Oliveira

    Sereia

    Lilian de Souza Vismara

    Marciele Felippi Daniela Aparecida Estevan

    Siderlene Muniz de Oliveira Paulo Fernando Diel

    Juliana Morini Kupper Cardoso

    Perseguini

    Cleverson Busso

    Marcela de Paiva Foletto Patrcia Franchi Freitas

    Michele Potrich Jucelaine Haas

    Lara Susan Marcos (Acadmica) Denis Damasio (Acadmico)

  • 5

    SUMRIO

    LISTA DE TABELAS .................................................................................................. 7 1 IDENTIFICAO DO CURSO ............................................................................... 10 1.1 HISTRICO DA UTFPR ...................................................................................... 11 1.2 HISTRICO DO CMPUS DOIS VIZINHOS ...................................................... 12 1.3 HISTRICO DO CURSO .................................................................................... 14 2 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 20 3 OBJETIVOS ........................................................................................................... 23 3.1 OBJETIVOS GERAIS .......................................................................................... 23 3.2 OBJETIVOS ESPECFICOS ............................................................................... 23 4 MISSO, VISO E VALORES .............................................................................. 25 4.1 MISSO .............................................................................................................. 25 4.2 VISO ................................................................................................................. 25 4.3 VALORES ........................................................................................................... 25 5 PERFIL DO EGRESSO E FUNDAMENTAO LEGAL ....................................... 26 5.1 REAS DE ATUAO ........................................................................................ 29 6 ORGANIZAO DIDTICO-PEDAGGICA ........................................................ 30 6.1 CONCEPO DO CURSO ................................................................................. 30 6.2 DAS DIRETRIZES PARA A EDUCAO EM DIREITOS HUMANOS ................ 32 6.3 HISTRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E INDGENA ............................... 33 6.4 EDUCAO AMBIENTAL .................................................................................. 36 7 GESTO ................................................................................................................ 38 7.1 COORDENAO DE CURSO ............................................................................ 38 7.2 NCLEO DOCENTE ESTRUTURANTE ............................................................. 38 7.3 COLEGIADO DE CURSO ................................................................................... 39 8 ESTRUTURA CURRICULAR ................................................................................ 40 8.1 GRADE CURRICULAR ....................................................................................... 46 8.2 PERIODIZAO ................................................................................................. 49 8.2.1 Regime de funcionamento ................................................................................ 49 8.2.2 Durao do curso ............................................................................................. 50 8.3 EMENTAS, BIBLIOGRAFIAS BSICAS E COMPLEMENTARES ...................... 54 8.3.1 Ementrio das disciplinas obrigatrias ............................................................. 54 8.3.2 Ementrio das disciplinas optativas ............................................................... 101 8.4 PRTICA DE ENSINO ...................................................................................... 179 9 METODOLOGIA .................................................................................................. 181 10 AVALIAO ...................................................................................................... 183 10.1 AVALIAO DO ENSINO-APRENDIZAGEM ................................................. 183 10.2 AVALIAO INSTITUCIONAL ........................................................................ 184 10.3 AUTO AVALIAO DO CURSO ..................................................................... 187 11 ATIVIDADES PRTICAS SUPERVISIONADAS (APS) .................................... 188 12 ATIVIDADES PRTICAS COMO COMPONENTE CURRICULAR (APCC) ..... 189 13 ATIVIDADES COMPLEMENTARES ................................................................. 190 14 ESTGIO SUPERVISIONADO .......................................................................... 192 15 TRABALHO DE CONCLUSO DE CURSO ..................................................... 193 16 ARTICULAO ENTRE ENSINO, PESQUISA E EXTENSO ......................... 195 17 TECNOLOGIA E INOVAO ............................................................................ 197 17.1 TECNOLOGIA DA INFORMAO E COMUNICAO TICs .......................... 198 18 APOIO AO DISCENTE ...................................................................................... 200 19 CURSO E COMUNIDADE ................................................................................. 204 20 INFRA-ESTRUTURA ......................................................................................... 208

  • 6

    20.1 SETOR ADMINISTRATIVO E DE APOIO ....................................................... 208 20.2 SALAS DE AULA ............................................................................................ 209 20.3 BIBLIOTECA E ACERVO BIBLIOGRFICO ................................................... 210 20.4 LABORATRIOS E UNIDADES DE ENSINO E PESQUISA .......................... 212 21 PLANO GERAL DE AES (PGA) .................................................................. 234 21.1 RELAO DE DOCENTES RESPONSVEIS PELAS DISCIPLINAS DO CURSO DE LICENCIATURA EM CINCIAS BIOLGICAS ................................... 234 21.2 INFRAESTRUTURA EM PROCESSO DE IMPLANTAO ............................ 236 22 PROJETOS ........................................................................................................ 239 22.1 PROJETOS IMPLANTADOS .......................................................................... 239 22.2 PROJETOS EM IMPLANTAO .................................................................... 245 22.3 PROJETOS A SEREM IMPLANTADOS ......................................................... 246 23 AVALIAO DO PROJETO .............................................................................. 249 REFERNCIAS ....................................................................................................... 251

  • 7

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 Ncleo de Contedos Bsicos do Curso de Licenciatura em Cincias Biolgicas da UTFPR Cmpus Dois Vizinhos. ...................................................... 46

    Tabela 2 Ncleo de Contedos Especficos do Curso de Licenciatura em Cincias Biolgicas da UTFPR Cmpus Dois Vizinhos. ...................................... 47

    Tabela 3 Ncleo de Atividades Integradoras do Curso de Licenciatura em Cincias Biolgicas da UTFPR Cmpus Dois Vizinhos. ...................................... 48

    Tabela 4 Totalizao de cargas horrias dos ncleos de contedos do Curso de Licenciatura em Cincias Biolgicas da UTFPR Cmpus Dois Vizinhos. ..... 48

    Tabela 5 Carga horria das Atividades Complementares e dos Estgios Curriculares. ............................................................................................................ 48

    Tabela 6 Carga horria total do curso. .................................................................. 49

    Tabela 7 Periodizao do Curso de Licenciatura em Cincias Biolgicas da UTFPR Cmpus Dois Vizinhos. .............................................................................. 50

    Tabela 8 Matriz curricular do Curso de Licenciatura em Cincias Biolgicas da UTFPR Cmpus Dois Vizinhos ............................................................................... 53

    Tabela 9 Instalaes do Setor Pedaggico da UTFPR - DV. .............................. 209

    Tabela 10 Acervo bibliogrfico e audiovisual da UTFPR - DV. .......................... 210

    Tabela 11 Nmero de livros por rea do conhecimento da UTFPR - DV. ......... 210

    Tabela 12 Nmero de peridicos por rea do conhecimento da UTFPR - DV. 211

    Tabela 13 Laboratrios e Unidades de Ensino e Pesquisa da UTFPR - DV. .... 212

    Tabela 14 Equipamentos existentes no Laboratrio de Anlise de Sementes da UTFPR - DV. ........................................................................................................... 213

    Tabela 15 Equipamentos existentes no Laboratrio de Ecologia e Botnica da UTFPR - DV. ........................................................................................................... 214

    Tabela 16 Equipamentos existentes no Laboratrio de Anatomia, Fisiologia e Reproduo Animal da UTFPR - DV. ................................................................... 214

    Tabela 17 Equipamentos existentes nos Laboratrios de Informtica da UTFPR - DV ......................................................................................................................... 215

    Tabela 18 Equipamentos existentes no Laboratrio de Tecnologia e Anlise de Alimentos da UTFPR - DV. .................................................................................... 215

    Tabela 19 Equipamentos existentes no Laboratrio de Tecnologia e Anlise de Alimentos da UTFPR - DV. .................................................................................... 216

    Tabela 20 Equipamentos existentes no Laboratrio de Microbiologia da UTFPR - DV. ........................................................................................................................ 216

    Tabela 21 Equipamentos existentes no Laboratrio de Solos da UTFPR - DV. ................................................................................................................................ 216

    Tabela 22 Equipamentos existentes no Laboratrio de Tecnologia da Madeira UTFPR - DV. ........................................................................................................... 217

    Tabela 23 Equipamentos existentes no Laboratrio de Qumica, Bioqumica e Qualidade do Leite da UTFPR - DV. ..................................................................... 218

    Tabela 24 Equipamentos existentes no Laboratrio de Topografia e Geoprocessamento UTFPR - DV. ......................................................................... 219

  • 8

    Tabela 25 Equipamentos existentes no Laboratrio de Fitossanidade e Microscopia I da UTFPR - DV. .............................................................................. 219

    Tabela 26 Equipamentos existentes no Laboratrio de Microscopia II da UTFPR - DV. ........................................................................................................................ 220

    Tabela 27 Equipamentos existentes no Laboratrio de Zoologia/ Entomologia/ Parasitologia da UTFPR - DV. ............................................................................... 220

    Tabela 28 Equipamentos existentes no Laboratrio de Controle Biolgico I e II da UTFPR - DV. ...................................................................................................... 220

    Tabela 29 Equipamentos existentes no Laboratrio de Horticultura da UTFPR - DV. .......................................................................................................................... 221

    Tabela 30 Equipamentos existentes no Laboratrio de Fisiologia Vegetal da UTFPR - DV. ........................................................................................................... 221

    Tabela 31. Equipamentos existentes no Laboratrio de Ensino de Cincias e Biologia UTFPR - DV. ............................................................................................ 222

    Tabela 32 Equipamentos existentes no Laboratrio de Bromatologia da UTFPR - DV. ........................................................................................................................ 225

    Tabela 33 Equipamentos existentes no Laboratrio de Secagem da UTFPR - DV. .......................................................................................................................... 226

    Tabela 34 Equipamentos existentes no Laboratrio de Anatomia e Fisiologia Humana da UTFPR - DV. ....................................................................................... 226

    Tabela 35 Equipamentos existentes na Unidade de Ensino e Pesquisa Suinocultura da UTFPR - DV. ............................................................................... 227

    Tabela 36 Equipamentos existentes na Unidade de Ensino e Pesquisa Agroindstria da UTFPR - DV. .............................................................................. 227

    Tabela 37 Equipamentos existentes na Unidade de Ensino e Pesquisa Avicultura e Cunicultura da UTFPR - DV. ............................................................ 229

    Tabela 38 Equipamentos existentes na Unidade de Ensino e Pesquisa Abatedouro UTFPR - DV. ...................................................................................... 229

    Tabela 39 Equipamentos existentes na Unidade de Ensino e Pesquisa Bovinocultura e Agrostolgico da UTFPR - DV. ................................................. 230

    Tabela 40 Instalao existente na Unidade de Ensino e Pesquisa Silvicultura e Viveiros da UTFPR - DV. ....................................................................................... 230

    Tabela 41 Equipamentos existentes na Unidade de Ensino e Pesquisa Silvicultura e Viveiros da UTFPR - DV. ................................................................ 230

    Tabela 42 Equipamentos existentes na Unidade de Ensino e Pesquisa Piscicultura da UTFPR - DV. ................................................................................. 231

    Tabela 43 Equipamentos existentes na Unidade de Ensino e Pesquisa Marcenaria da UTFPR - DV. .................................................................................. 231

    Tabela 44 Equipamentos existentes no Laboratrio de Fruticultura de espcies exticas da UTFPR - DV. ....................................................................................... 231

    Tabela 45 Equipamentos existentes no Laboratrio de Fruticultura espcies nativas da UTFPR - DV. ......................................................................................... 231

    Tabela 46 Equipamentos existentes na Unidade de Ensino e Pesquisa Apicultura da UTFPR - DV. ................................................................................... 232

    Tabela 47 Equipamentos existentes no Laboratrio de Culturas anuais da UTFPR - DV. ........................................................................................................... 232

  • 9

    Tabela 48 Equipamentos existentes no Laboratrio de Horta Medicinal e Olercolas da UTFPR - DV. .................................................................................... 232

    Tabela 49 Equipamentos existentes no Laboratrio de Povoamentos florestais da UTFPR - DV. ...................................................................................................... 232

    Tabela 50 Equipamentos existentes no Laboratrio de Produtos florestais da UTFPR - DV. ........................................................................................................... 233

    Tabela 51 Equipamentos existentes no Laboratrio de viveiro florestal da UTFPR - DV. ........................................................................................................... 233

    Tabela 52 Equipamentos existentes no Laboratrio de mudas hortcolas da UTFPR - DV. ........................................................................................................... 233

    Tabela 53 Instalao existente na Unidade de Ensino e Pesquisa Floresta Nativa da UTFPR - DV. .......................................................................................... 233

    Tabela 54 Instalao existente na Unidade de Ensino e Pesquisa Horta Medicinal e Olercolas da UTFPR - DV. ............................................................... 233

    Tabela 55 Relao de docentes pelas disciplinas obrigatrias do Curso de Licenciatura em Cincias Biolgicas da UTFPR, Cmpus Dois Vizinhos. ....... 235

  • 10

    1 IDENTIFICAO DO CURSO

    O curso de Licenciatura em Cincias Biolgicas do Cmpus Dois Vizinhos da

    Universidade Tecnolgica Federal do Paran (UTFPR-DV) tem por finalidade formar

    bilogos com slida formao pedaggica, que alm de atuar em todas as reas de

    competncia do bilogo constantes na legislao vigente no pas, estaro

    plenamente capacitados a atuarem na docncia e gesto educacional nos anos

    finais do ensino fundamental e no ensino mdio. O profissional tambm estar apto

    a progredir em sua formao para atuar no ensino superior. Para alcanar o perfil

    profissional pretendido, o curso est estruturado de forma a inserir os acadmicos

    nas etapas de produo do conhecimento, sua transmisso e socializao dos

    saberes cientficos na comunidade interna e externa universidade.

    O tempo necessrio formao do Licenciado em Cincias Biolgicas de

    oito semestres letivos, com uma carga horria total de 3.465 horas/aula para

    cumprimento de disciplinas obrigatrias, disciplinas optativas, estgio

    supervisionado, trabalho de concluso de curso e atividades complementares.

    Denominao do curso: Curso de Licenciatura em Cincias Biolgicas

    Titulao conferida: Licenciado em Cincias Biolgicas

    Modalidade de curso: Curso Regular

    Nvel do curso: Graduao

    Durao do curso:

    Tempo previsto - 8 semestres letivos

    Tempo mximo - 12 semestres letivos

    rea de conhecimento: Cincias Biolgicas

    Habilitao e/ou nfase e/ou ncleo formador: Licenciatura em Cincias

    Biolgicas

    Processo seletivo: a admisso dos alunos ser feita por processo seletivo

    definido pela UTFPR

    Regime escolar: o curso presencial e funcionar em regime semestral,

    contendo pr-requisitos, sendo a matrcula realizada por disciplina.

    Nmero de vagas ofertadas por semestre: 44 (quarenta e quatro) vagas

    totalizando 88 (oitenta e oito) vagas por ano

  • 11

    Turno de funcionamento: noturno

    Incio do funcionamento do curso: segundo semestre de 2011 (Resoluo

    do Conselho de Ensino Pesquisa e Ps-Graduao - COEPP 176/2010).

    1.1 HISTRICO DA UTFPR

    A histria da Universidade Tecnolgica Federal do Paran, autarquia de

    regime especial vinculada ao Ministrio da Educao, teve seu incio no comeo do

    Sculo XX, quando em 1909 foi fundada a Escola de Aprendizes e Artfices de

    Curitiba com oficinas de curtume e sapataria, como resultado da poltica instituda

    pelo Presidente Republicano Nilo Peanha. Em 1937, a Escola de Aprendizes do

    Paran transformou-se em Liceu Industrial de Curitiba, equivalendo escola de

    ensino bsico, demonstrando a ampliao necessria para formar trabalhadores

    com pensamento mais gil e flexvel na produo. Em 1942, o Liceu foi

    transformado em Escola Tcnica de Curitiba, responsvel no s pelo ensino

    bsico, mas tambm o mdio, sinalizando as novas alteraes do sistema. A Escola

    Tcnica de Curitiba foi ampliada pela Lei 3.552 em 1959, tornando-se escola tcnica

    federal, possibilitando-lhe maior autonomia administrativa e pedaggica, para

    atender as novas exigncias do mercado. Essa medida refletiu a necessidade de

    superao do modelo de ensino profissionalizante anterior, destinado formao de

    trabalhadores operacionais.

    As escolas tcnicas federais direcionavam-se para a formao de tcnicos

    especialistas em planejamento, controle e superviso da produo. A continuidade

    desse processo culminou com a liberao das escolas tcnicas para ministrarem

    cursos de curta durao em Engenharia de Operao, pelo Decreto-lei 796/1969.

    Em 1978, algumas escolas tcnicas, entre elas a do Paran, foram

    transformadas pela Lei 6.545 em Centros Federais de Educao Tecnolgica

    (CEFET) para ministrar cursos tecnolgicos, ensino superior e ps-graduao.

    O sistema CEFET-PR expandiu-se durante a dcada de 90, descentralizando

    unidades em vrias regies do Estado, com base no Programa de Expanso e

    Melhoria do Ensino Tcnico criado em julho de 1986 pelo Governo Federal. Esse

    programa ampliou a possibilidade do acesso ao ensino tcnico de 2 grau e de

  • 12

    Ensino Superior, para uma parcela significativa de alunos que deixaram de se

    deslocar para os grandes centros a fim de concorrer s vagas l ofertadas.

    Como resultados da poltica de expanso, foram criadas as Unidades de

    Ensino Descentralizadas do Paran (UNEDs). O CEFET/PR construiu e implantou

    cinco Unidades Descentralizadas: Unidade de Medianeira (1990); Ponta Grossa,

    Cornlio Procpio e Pato Branco (1993); Campo Mouro (1995).

    Em 1997 o governo federal instituiu o Programa de Reforma da Educao

    Profissional, atendendo s determinaes da Lei de Diretrizes e Bases da Educao

    (LDB) (BRASIL, 1996) e ao Decreto n 2.208 de 17 de abril de 1997 (este revogado

    posteriormente pelo Decreto n 5.154 (BRASIL, 2004)), que regulamentou o ensino

    tcnico. Tais determinaes desvinculavam o ensino mdio regular (2 grau) do

    ensino tcnico. O ensino tcnico passou a ser ofertado em trs modalidades: o

    Bsico para qualificao e requalificao profissional; Tcnico de nvel mdio (1,5 a

    2 anos) para os alunos que estivessem cursando o ensino mdio (2 ano) ou

    concludo; Tecnologia de nvel superior (3 a 4 anos) para aqueles que concluram o

    Ensino Mdio e ou Tcnico.

    Diante da restrio que a legislao impunha, de atuar apenas no ensino

    tcnico e possvel reduo de repasses de recursos, devido aos cursos de ensino

    superior e de ps-graduao, em 1997 proposta a transformao do CEFET-PR

    em Universidade Tecnolgica, uma vez que o pargrafo nico do artigo 52 da LDB

    faculta a criao de universidades especializadas por campo do saber.

    Finalmente, aps longa caminhada, o CEFET-PR foi transformado em

    Universidade Tecnolgica pela Lei Federal 11.184 de 07 de outubro de 2005,

    publicada no Dirio Oficial da Unio em 10 de outubro de 2005, passando a ter a

    denominao de Universidade Tecnolgica Federal do Paran - UTFPR.

    1.2 HISTRICO DO CMPUS DOIS VIZINHOS

    A histria da UTFPR Cmpus Dois Vizinhos resultado de inmeros esforos

    da comunidade sudoestina. Na dcada de 70, representantes polticos, comunitrios

    e com apoio do conjunto da populao, que mais tarde viria se constituir na

    Associao dos Municpios do Sudoeste do Paran AMSOP, buscavam

  • 13

    materializar a ideia de construir o que seria a primeira Escola Agrotcnica Federal

    (EAF) do Estado. Segundo IBGE (2007)1, o Sudoeste do Paran contava com uma

    populao de 565.513 (quinhentos e sessenta e cinco mil, quinhentos e treze)

    habitantes, economia voltada ao setor primrio, composto basicamente pelo

    minifndio, a exemplo do oeste catarinense e paranaense. A implantao desta

    Escola se tornou uma busca contnua na vida do Sudoeste do Paran e

    especialmente no municpio de Dois Vizinhos.

    Em 1992, por instruo da Secretaria da Educao Mdia e Tecnolgica -

    SEMTEC, do Ministrio da Educao e do Desporto, Dois Vizinhos foi contemplado

    com a criao da Escola, emitindo para tanto, parecer favorvel aquisio de uma

    rea com aproximadamente 200 hectares, indispensvel para a viabilizao do

    projeto, ficando evidenciado, portanto, a necessidade de uma contrapartida do

    Municpio. As exigncias do MEC e as normas do Programa de Expanso do Ensino

    Tecnolgico - PROTEC foram prontamente atendidas.

    Em agosto de 1993, o Municpio adquiriu 191,3 ha de terra, deixando assim

    evidenciada a vontade dos muncipes em edificar a futura EAF em Dois Vizinhos. No

    dia 20 de dezembro de 1996, a Prefeitura Municipal de Dois Vizinhos procedeu a

    inaugurao das obras j realizadas.

    Para o funcionamento desta instituio de ensino criou-se uma Unidade de

    Ensino Descentralizada - UNED (Portaria Ministerial 047, publicada no DOU em

    14/01/97), vinculada EAF de Rio do Sul - SC, a qual era uma Autarquia Federal

    vinculada ao MEC/SEMTEC criada pela Lei 8.670 de 30 de junho de 1.993 e

    autarquizada pela Lei 8.731 de 16 de novembro de 1.993.

    Em 14 de maro de 1997, procedeu-se o teste de seleo da primeira turma

    de alunos, para o Curso de Tcnico Agrcola com habilitao em Agropecuria, a

    qual colou grau em maio de 2000, sendo, portanto a turma pioneira de formados

    desta escola.

    Com os novos desafios propostos pela reforma da educao, em maro de

    1999, no seu terceiro ano de existncia, deu-se incio ao primeiro curso Tcnico

    Agrcola no sistema Ps-Mdio dentro dos moldes da reforma da educao, com

    habilitaes em Agricultura, Zootecnia e Agropecuria.

    1. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica. Censo 2007. Disponvel em: www.ibge.gov.br. Acesso

    em 21/01/2008.

  • 14

    A proposta inicial da autarquizao da UNED Dois Vizinhos foi buscada

    incessantemente, porm a poltica implementada pelo governo federal poca

    proibia a criao de novas autarquias federais. Alm disso, a manuteno da UNED

    - Dois Vizinhos vinculada EAF Rio do Sul trazia uma srie de problemas de ordem

    administrativa e de apoio pedaggico, devido, principalmente, distncia.

    Diante de tal realidade, em meados de 2001, buscou-se incorporar a UNED -

    Dois Vizinhos ao sistema CEFET-PR, por meio de uma comisso, com

    representantes de ambas as instituies, para a elaborao de um projeto de

    incorporao.

    No dia 19 de novembro de 2003, a Escola Agrotcnica de Rio do Sul repassou

    a Escola Agrotcnica Federal de Dois Vizinhos para o Sistema CEFET-PR, ficando

    esta vinculada administrativamente UNED Pato Branco. Com a transformao em

    2005 do Sistema CEFET-PR em UTFPR foi criado o Cmpus Dois Vizinhos,

    inicialmente com sede administrativa no Cmpus Pato Branco. No incio de 2007, a

    UTFPR Cmpus Dois Vizinhos passou a ter autonomia administrativa. Atualmente, o

    Cmpus Dois Vizinhos tem os cursos de Bacharelado em Zootecnia, Agronomia,

    Engenharia Florestal e Engenharia de Software, Licenciatura em Educao do

    Campo e em Cincias Biolgicas. Desde a sua transformao em Universidade,

    iniciou-se um processo gradativo de abertura de vagas para professores efetivos,

    comeando com a abertura do curso de Zootecnia (2007) e ampliado em 2008,

    atravs do projeto de Reestruturao e Expanso das Universidades (REUNI), com

    a abertura do curso de Engenharia Florestal (2008), Agronomia e Cincias

    Biolgicas (2011), Engenharia de Software (2014), Engenharia de Bioprocessos e

    Biotecnologia (2015) e previso de abertura de Arquitetura para 2018.

    1.3 HISTRICO DO CURSO

    A implantao de cursos de licenciatura nas instituies federais de ensino

    superior do Brasil (IFES) um dos compromissos que essas instituies possuem

    com o Programa de Apoio ao Plano de Reestruturao e Expanso das

    Universidades Federais - REUNI (Decreto no. 6.096, de 24 de abril de 2007).

  • 15

    Na Universidade Tecnolgica Federal do Paran - Cmpus Dois Vizinhos,

    entre os cursos possveis de serem implantados no mbito do REUNI e do Plano de

    Desenvolvimento Institucional, o curso de Licenciatura em Cincias Biolgicas foi

    considerado uma das alternativas mais pertinentes diante da realidade regional e

    estrutural do Cmpus, de acordo com o Relatrio da Comisso para estudo sobre a

    implantao de um curso de licenciatura no Cmpus Dois Vizinhos - Portaria 45 de

    30 de abril de 2009 e Portaria 73 de 30 de junho de 2009.

    Na regio sudoeste do Paran, at o ano de 2009 havia apenas duas

    instituies privadas e nenhuma pblica que ofertasse o curso de Licenciatura em

    Cincias Biolgicas. Essa pouca oferta do curso refletia na grande demanda por

    professores que detivessem, em especial, formao especfica para atuao no

    ensino de Cincias e Biologia na educao bsica. De acordo com dados levantados

    junto aos Ncleos de Educao e diretores de escolas estaduais da regio, a

    maioria dos professores atuantes no Sudoeste do Paran tinha formao apenas em

    Cincias pelo antigo Centro Universitrio Catlico do Sudoeste do Paran (UNICS),

    em Palmas, que s posteriormente foi federalizado tornando-se parte do Instituto de

    Educao, Cincia e Tecnologia do Paran (IFPR). Tornou-se notria, portanto, a

    escassez de instituies que ofereciam formao de profissionais para a educao

    bsica na rea das Cincias Biolgicas nesta regio do Estado.

    Associados carncia regional de professores para o ensino bsico, alguns

    fatores de ordem estrutural e de recursos humanos tambm foram decisivos para a

    definio pela abertura do curso de Licenciatura em Cincias Biolgicas. A estrutura

    fsica disponvel e tambm projetada, por exemplo, era constituda especialmente

    por laboratrios e reas experimentais mais ajustados a atender cursos da rea das

    cincias agrrias e biolgicas. Da mesma forma, a formao do corpo docente

    existente no Cmpus na poca do planejamento do curso, apesar de considerada

    diversa, estava mais voltada para a rea das cincias agrrias e biolgicas.

    Diante deste cenrio, a implantao do curso de Licenciatura em Cincias

    Biolgicas foi avaliada como a mais vivel para o Cmpus Dois Vizinhos. O curso

    visava atender a demanda de formao de recursos humanos e de agregao de

    conhecimento comunidade do municpio e da regio, devido a sua relevncia para

    o ensino e desenvolvimento da cincia e tecnologia na rea.

    Uma vez definido, o curso de Licenciatura em Cincias Biolgicas teve o

    incio da concepo do seu projeto de abertura no ano de 2009, o qual foi elaborado

  • 16

    por uma Comisso designada pelas Portarias n 104 de 03 de Novembro de 2009 e

    n 24 de 09 de maro de 2010, pelo Diretor Geral do Cmpus Dois Vizinhos -

    UTFPR. Aps formulao, o projeto foi encaminhado para anlise do (COEPP) em

    30 de setembro de 2010, tendo sido aprovado em 10 de dezembro de 2010

    (Resoluo no. 176/2010 - COEPP), mediante atendimento ou justificativa de todas

    as recomendaes.

    O curso iniciou seu funcionamento em regime semestral com a oferta de 44

    vagas e o ingresso da primeira turma ocorreu no segundo semestre de 2011. Os

    estudantes foram selecionados por meio do Sistema nico de Seleo (SISU/MEC),

    um processo seletivo cuja escolha dos candidatos s vagas efetuada com base

    nos resultados obtidos pelos estudantes no Exame Nacional do Ensino Mdio

    (ENEM).

    O atual Projeto Pedaggico do Curso de Licenciatura em Cincias Biolgicas

    foi aprovado pelo Colegiado do Curso em 01 setembro de 2014. A estrutura

    curricular atual do curso, tal como apresentada neste Projeto Pedaggico, passou

    por algumas modificaes ao longo de sua implantao, visando uma melhor

    formao do egresso. Os ajustes promovidos foram todos aprovados pelo Colegiado

    do Curso e pelo Conselho de Graduao e Educao Profissional (COGEP) desta

    Universidade e sero apresentados a seguir:

    - Resoluo no 66 de 25 de setembro de 2013 COGEP: aprovou a reestruturao

    da grade curricular em funo da incluso das disciplinas de Estgio Curricular

    Supervisionado em Cincias I e II e Estgio Curricular Supervisionado em Biologia I

    e II. Os estgios foram includos como disciplinas no quinto, sexto, stimo e oitavo

    perodos, respectivamente, computando, cada um, carga horria de 30 horas

    presenciais (2 horas-aula por semana) e 70 horas em atividades prticas,

    principalmente, as supervisionadas (APS). Para viabilizar este acrscimo de

    disciplinas no quinto perodo, ocorreu a migrao da disciplina de Libras I para o

    stimo perodo e a optativa 3 para o oitavo perodo. Alm do Estgio Curricular

    Supervisionado em Cincias I, no quinto perodo foi acrescido uma hora-aula terica

    na disciplina de Teoria e Prtica de Ensino de Cincias e Biologia 2. Tambm foi

    realizada a migrao da disciplina de tica, Profisso e Cidadania do sexto para o

    quinto perodo. No sexto perodo, adicionou-se a disciplina de Estgio Curricular

    Supervisionado em Cincias II no lugar da disciplina de tica, Profisso e Cidadania

    que migrou para o quinto perodo. No stimo perodo, a disciplina de Trabalho de

  • 17

    Concluso de Curso I (TCC I) foi reformulada, ficando com 30h de aulas presenciais

    e 30h de atividades prticas supervisionadas (APS). Com isso, viabilizou-se a

    insero da disciplina de Estgio Curricular Supervisionado em Biologia I. Ainda, a

    disciplina de Libras 2 migrou para o oitavo perodo, dando lugar a Libras 1 vinda do

    quinto perodo. No oitavo perodo, o mesmo procedimento adotado com a disciplina

    de TCC I foi empregado na disciplina de TCC II, a qual ficou com 30h de aulas

    presenciais e 30h de APS. Consequentemente, gerou-se espao para a adio da

    disciplina de Estgio Curricular Supervisionado em Biologia II.

    - Resoluo no 69 de 02 de outubro de 2013 COGEP: aprovou a incluso de novas

    disciplinas optativas na grade do curso, sendo elas: Fotografia para Biologia,

    Biotecnologia aplicada a microrganismos, Sistemtica e Evoluo, Poliquetologia,

    Comportamento Animal, Redao Cientfica, Histotcnica, Padres do

    Desenvolvimento, Bioqumica Experimental para Licenciatura, Marcadores

    moleculares aplicados na conservao da biodiversidade e Sementes florestais

    nativas: aspectos biolgicos e tecnolgicos.

    - Resoluo no 15 de 07 de maro de 2014 COGEP: aprovou a alterao na carga

    horria da disciplina optativa de Bioqumica Experimental, a qual passou de 2 horas

    para 3 horas semanais, sendo 2 h de aulas prticas e 1h de aulas tericas.

    - Resoluo no 76 de 14 de novembro de 2014 COGEP: aprovou a modificao na

    durao das aulas, que passaram de 50 para 45 minutos. Esta mudana no alterou

    a carga horria total do curso, pois houve uma compensao de carga horria com

    atividades prticas supervisionadas (APS), que anteriormente correspondiam a 5,5%

    do total e, aps a aprovao, passou a representar 15%. Embora esta modificao

    no tenha alterado as unidades curriculares, as ementas e a periodizao das

    disciplinas, foi suficiente para gerar uma nova matriz para o curso (matriz 22) e, com

    isso, ocorreu a migrao dos alunos regulares para esta nova matriz. Os alunos

    foram consultados e, em comum acordo, fizeram a opo pela nova grade.

    - Resoluo no 88 de 24 de novembro de 2015 COGEP: aprovou a alterao na

    carga horria das disciplinas optativas e dos Estgios Curriculares Supervisionados

    em Cincias e Biologia, referente ao nmero de APS. Aps a modificao efetuada

    pela resoluo no 76/14-COGEP, como descrito anteriormente, o nmero de

    atividades prticas supervisionadas de todas as disciplinas optativas e dos Estgios

    ficou desajustado. Assim, houve a necessidade desta correo para que a carga

    horria total do curso (3465 horas) fosse mantida. As disciplinas optativas com 2

  • 18

    horas-aula semanais passaram a apresentar um total de 6 horas-aula de APS e as

    disciplinas com 3 horas-aula semanais tiveram um ajuste para um total de 9 horas-

    aula de APS. Todas as disciplinas de Estgio Curricular Supervisionado, Cincias I e

    II e Biologia I e II, no haviam sido contabilizadas com carga horria de APS na

    resoluo no 76/14-COGEP e, desta forma, tiveram uma adio de 100 horas-aula

    de APS, dado as suas caractersticas singulares que envolvem ambientao,

    observao, planejamento de ensino e regncia, conforme descrito na resoluo no

    66/13-COGEP.

    - Resoluo no 89 de 24 de novembro de 2015 COGEP: aprovou a insero de

    novas disciplinas optativas na grade do curso, sendo que parte delas foram

    aproveitadas da grade de outros cursos do Cmpus Dois Vizinhos e a outra parte

    representou as novas demandas dos docentes. As disciplinas aproveitadas de

    outros cursos foram: Entomologia (Agronomia), Climatologia Ambiental (Agronomia),

    Bioinformtica (Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia), Enzimologia Aplicada

    (Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia), Anlise de Alimentos (Engenharia de

    Bioprocessos e Biotecnologia), Biotecnologia Animal (Engenharia de Bioprocessos e

    Biotecnologia), Biotecnologia Aplicada ao Melhoramento Vegetal (Engenharia de

    Bioprocessos e Biotecnologia), Recursos Genticos e Melhoramento Vegetal

    (Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia), Fitogeografia (Engenharia Florestal),

    Dendrologia e Fitossociologia (Engenharia Florestal), Poltica e Legislao: Florestal

    e Ambiental (Engenharia Florestal), Etnobiologia (Engenharia Florestal), Ecologia da

    Paisagem (Engenharia Florestal), Manejo e Conservao da Fauna Silvestre

    (Engenharia Florestal), Percias, Licenciamento e Avaliao de Impacto Ambiental

    (Engenharia Florestal), Manejo e Criao de Animais Silvestres (Zootecnia),

    Tecnologia da Informao e Comunicao na Educao (Engenharia de Software),

    Empreendedorismo e Inovao (Engenharia de Software), Fundamentos

    Sociolgicos e Antropolgicos da Educao (Licenciatura em Educao no Campo)

    e Histria e Cultura Afro-Brasileira (Licenciatura em Educao no Campo). As novas

    disciplinas optativas demandadas pelos professores do curso foram:

    Biomonitoramento, Ictiologia, Ensino de Gentica na Educao Bsica,

    Metodologias de Sequenciamento Gentico, Oceanologia Elementar, Fundamentos

    de Citogentica, O Ensino de Botnica na Educao Bsica, A Perspectiva de

    Ensino por Pesquisa no Ensino de Cincias e Biologia, Reflexes sobre o Trabalho

    do Professor de Cincias e Biologia, Mtodos para Anlise de Qualidade de gua,

  • 19

    Experimentao em Ecologia de Organismos Aquticos Fotossintetizantes,

    Interculturalidade e Diversidade na Educao, Bioterismo e Experimentao Animal,

    Fundamentos de Anatomia de Animais Domsticos, Neurocincia do Aprendizado,

    Neuroanatomia Funcional, Biologia e Cidadania e Mtodos de Ensino e Pesquisa em

    Anatomia e Fisiologia Humana.

  • 20

    2 JUSTIFICATIVA

    A Lei 11.184 de 7 de outubro de 2005 que transformou o Centro de Educao

    Tecnolgica Federal do Paran em Universidade Tecnolgica Federal do Paran em

    seu artigo quatro, que trata dos objetivos da universidade, j determinava que a

    instituio deveria ministrar cursos de licenciatura, bem como programas especiais

    de formao pedaggica, com vistas formao de professores e especialistas para

    as disciplinas nos vrios nveis e modalidades de ensino de acordo com as

    demandas de mbito local e regional.

    O Projeto Poltico Institucional (PPI) da UTFPR, elaborado em 2007 e

    reelaborado em 2013 afirma o compromisso com o ensino tecnolgico por se tratar

    de uma universidade especializada e que tem atuado nesta rea com excelncia por

    mais de 100 anos. Ao mesmo tempo o PPI reafirmou o compromisso com o ensino

    de licenciatura ao afirmar que o atuar nos diferentes nveis e modalidades de

    ensino (Art. 2, Lei n 11.184/05) constitui uma das trs dimenses fundamentais da

    UTFPR para a qual a universidade deve ofertar, entre outros tipos, cursos de

    licenciatura concebidos em consonncia com sua vocao histrica, com as

    diretrizes de seu Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) e com as demandas

    sociais.

    Ainda no ano de 2007, atravs do Decreto 6.096 de 24 de abril, foi institudo o

    Programa de Apoio ao Plano de Reestruturao e Expanso das Universidades

    Federais (REUNI) que, em seu artigo, determinava como uma das diretrizes do

    programa a diversificao das modalidades de graduao, preferencialmente no

    voltadas profissionalizao precoce e especializada. Assim, na elaborao do

    Plano de Reestruturao e Expanso da UTFPR, determinou-se para a expanso da

    graduao presencial a oferta de ao menos uma licenciatura em cada Cmpus da

    universidade. Com a abertura de cursos de licenciatura, o Plano de Reestruturao

    e Expanso da UTFPR buscava minimizar a carncia de professores para a

    educao bsica, principalmente para as reas da fsica, qumica, biologia e

    matemtica; e servir como referncia de qualidade na formao docente para as

    regies onde os campi esto instalados. Alm disso, a UTFPR entende que, por

    possuir importante atuao no segmento da educao profissional tecnolgica,

  • 21

    necessita de suporte didtico-pedaggico que os cursos de licenciatura iro

    disponibilizar a toda comunidade acadmica.

    Aprovado o referido Plano de Reestruturao e Expanso da UTFPR pelo seu

    Conselho Universitrio (COUNI) atravs da Deliberao n 17 em 20/12/2007 e pela

    Comisso de Homologao do MEC em 16/01/2008, firmou-se o Acordo de Metas n

    05 que foi assinado em maro de 2008 entre o MEC e a UTFPR e que estabeleceu,

    entre outras metas, que a universidade deveria saltar de um total de 24 cursos de

    graduao em 2007 para 56 cursos at 2012, sendo destes 13 no perodo noturno.

    Para indicar o curso noturno mais vivel no Cmpus Dois Vizinhos, foi

    designada pela Portaria 45 da Direo Geral, de 30 de abril de 2009, e prorrogada

    pela Portaria 73 de 30 de junho de 2009, a Comisso para Estudo Sobre a

    Implantao de um Curso de Licenciatura no Cmpus Dois Vizinhos. A comisso

    estabeleceu como objetivo identificar cursos de licenciatura que no fossem

    oferecidos por universidades pblicas na regio e optar por um curso que viesse de

    encontro s demandas locais e que pudesse ser ofertado aproveitando-se ao

    mximo a estrutura fsica e o corpo docente j instalado no Cmpus.

    Nos levantamentos da referida comisso constatou-se que no Sudoeste do

    Paran em 2009 havia 120 cursos de graduao. Destes 30 (25%) eram oferecidos

    em instituies pblicas de ensino e 90 (75%) em instituies privadas ou

    filantrpicas. No primeiro semestre de 2009, de acordo com a Associao dos

    Municpios do Sudoeste do Paran (AMSOP), havia 15.090 alunos matriculados em

    cursos de nvel superior no Sudoeste do Paran, dos quais 4.196 (27,8%) em

    instituies pblicas.

    No que se refere s licenciaturas, levantou-se que vinte cursos estavam

    sendo ofertados na regio abrangendo as reas de cincias, educao fsica,

    geografia, histria, letras, matemtica e pedagogia. Apenas sete licenciaturas eram

    oferecidas em instituies pblicas de ensino: matemtica e letras com habilitao

    em Ingls na UTFPR de Pato Branco; geografia e pedagogia pela Universidade

    Estadual do Oeste do Paran - Unioeste em Francisco Beltro; pedagogia e cincias

    com habilitao em biologia, fsica e qumica na Unicentro em Chopinzinho e a

    licenciatura em letras com habilitao em portugus e espanhol pela Universidade

    Federal da Fronteira Sul UFFS em Realeza. Alm destes, havia um curso

    itinerante em Educao do Campo oferecido pela Unioeste em Francisco Beltro.

  • 22

    Um processo que se considerou na anlise foi a possibilidade de

    incorporao de instituies privadas de ensino por instituies pblicas. Neste

    sentido, observou-se que a UNICS Palmas passou pelo processo de federalizao

    junto ao MEC, sendo incorporada ao Instituto Federal do Paran. O ento

    denominado IFPR Palmas possui cinco cursos de licenciatura: artes visuais,

    educao fsica, letras com habilitao em portugus e ingls, qumica e pedagogia.

    J a Faculdade Vizinhana Vale do Iguau - Vizivali, Dois Vizinhos, que pertence ao

    mesmo grupo da UNICS, possui cursos de licenciatura em artes visuais, letras e

    pedagogia e, recentemente, est encerrando suas atividades.

    Observou-se que no existiam universidades pblicas que oferecessem a

    modalidade de licenciatura em Cincias Biolgicas na regio sudoeste do Paran, o

    que reforou a viabilidade para a implantao desse curso no Cmpus Dois

    Vizinhos. Alm disso, nesta regio existia apenas o curso de Cincias da UFFS, com

    rea de concentrao em Biologia, e o curso de Cincias Biolgicas da UNICS-

    Palmas (instituio privada de ensino). Adicionalmente, observou-se que o curso

    apresentava demanda pelas mdias expressivas de concorrncia nos vestibulares

    das instituies pblicas nas diferentes regies do estado.

    Destaca-se ainda o fato de que em consulta feita pelos membros da

    comisso, alguns diretores de escolas estaduais vinculadas ao Ncleo Regional de

    Educao de Dois Vizinhos, quando questionados sobre as necessidades de

    professores, ressaltaram a carncia na rea de Cincias Biolgicas, sugerindo a

    implantao dessa licenciatura.

    Ao final dos trabalhos, a Comisso para Estudo Sobre a Implantao de um

    Curso de Licenciatura no Cmpus Dois Vizinhos definiu em seu relatrio final pela

    indicao do curso de Licenciatura em Cincias Biolgicas. A comisso justificou

    sua indicao considerando que a estrutura disponvel no Cmpus e a formao

    profissional do corpo docente j lotado eram mais relacionadas a essa rea do

    conhecimento. Considerou-se tambm que os professores que atuam na rea de

    Cincias Biolgicas na regio so, em sua maioria, oriundos de outras regies do

    estado demonstrando a carncia de formao de professores na prpria regio

    Sudoeste. Portanto, entendeu-se que um curso de Cincias Biolgicas em Dois

    Vizinhos aproveitaria a estrutura j instalada e atenderia a demanda de formao de

    professores na regio.

  • 23

    3 OBJETIVOS

    3.1 OBJETIVOS GERAIS

    O Curso de Licenciatura em Cincias Biolgicas do Cmpus Dois Vizinhos da

    Universidade Tecnolgica Federal do Paran tem por finalidade formar professores

    de cincias para os anos finais do ensino fundamental e de biologia para o ensino

    mdio. Alm disso, o profissional formado ser bilogo e poder atuar nas demais

    reas de competncia do bilogo, desde que atenda a legislao vigente no pas.

    3.2 OBJETIVOS ESPECFICOS

    Considerando que o campo de atuao do bilogo se estende pelas reas de

    educao, pesquisa e prestao de servio comunidade, busca-se:

    Formar professores para o Ensino de Cincias no Ensino Fundamental e de

    Biologia no Ensino Mdio, que considerem na sua prtica docente a relao entre

    teoria e prtica.

    Preparar educadores capazes de centralizar o processo de

    ensino/aprendizagem no aluno, considerando a necessidade de acolhimento e trato

    da diversidade.

    Instrumentalizar docentes para o uso de tecnologias da informao e da

    comunicao e de metodologias, estratgias e materiais de apoio inovadores, bem

    como para o desenvolvimento de hbitos de colaborao e de trabalho em equipe.

    Formar profissionais com esprito crtico e investigativo aptos a atuarem na

    pesquisa bsica e aplicada.

    Formar bilogos com conhecimento generalista na grande rea de Cincias

    Biolgicas e aptos a se especializarem por meio da ps-graduao para atuar nas

    subreas da Biologia no Ensino Superior.

  • 24

    Promover a formao bsica, permitindo ao aluno se capacitar por meio de

    formao continuada para atuar na orientao, assessoramento e prestao de

    consultoria, realizao de exames, percias, emisso de laudos tcnicos e pareceres

    de competncia do bilogo, de acordo com a legislao vigente no pas.

  • 25

    4 MISSO, VISO E VALORES

    4.1 MISSO

    Promover formao de excelncia em Cincias Biolgicas por meio do

    ensino, pesquisa e extenso, contribuindo para o desenvolvimento social, cientfico e

    tecnolgico da comunidade.

    4.2 VISO

    Ser referncia na formao de Bilogos licenciados, oferecendo slida

    fundamentao pedaggica de modo a tornar-se modelo na formao de

    professores.

    4.3 VALORES

    tica: atuar com base em valores ticos e legais para gerar e manter a

    credibilidade junto sociedade.

    Desenvolvimento humano: formar o cidado solidrio e integrado no contexto

    social de modo que sua prtica seja vinculada a realidade da comunidade.

    Integrao social: realizar aes interativas com a sociedade contribuindo

    para a popularizao do conhecimento e promovendo o desenvolvimento social e

    tecnolgico.

    Inovao: valorizar ideias e aes capazes de ampliar as possibilidades de

    ensino-aprendizagem, contribuir com a elaborao de estudos inovadores e

    promover o desenvolvimento tecnolgico.

    Qualidade e excelncia: promover a formao de profissionais qualificados

    para contribuir com a melhoria contnua dos servios oferecidos a sociedade.

  • 26

    5 PERFIL DO EGRESSO E FUNDAMENTAO LEGAL

    O profissional estar capacitado ao exerccio do trabalho em Cincias

    Biolgicas, em especial na rea de ensino, em todas as suas dimenses. O egresso

    ter amplo conhecimento biolgico, estando capacitado para atuar como sujeito

    transformador da realidade, considerando os parmetros bioticos e legais e

    buscando a melhoria da qualidade de vida.

    Enquanto licenciado dever ter conscincia de sua responsabilidade como

    educador. Ademais, trabalhar o contedo de forma integrada, contextualizada e com

    rigor cientfico, estando apto a atuar multi e interdisciplinarmente para estimular o

    raciocnio crtico, a criatividade e o compromisso dos alunos, no que se refere s

    questes fundamentais das cincias biolgicas e suas tecnologias, atuando assim

    de acordo com o Parecer CNE/CES n 1301/2001, de 06/11/2001.

    Portanto, o currculo do curso est organizado de modo que o egresso

    apresente as seguintes caractersticas:

    - Consciente de sua responsabilidade como educador, nos vrios contextos

    de atuao profissional;

    - Comprometido com os resultados de sua atuao, pautando sua conduta

    profissional por critrios humansticos, compromisso com a cidadania e rigor

    cientfico, bem como por referenciais ticos legais;

    - Apto a atuar multi e interdisciplinarmente nos mais diversos contextos

    educacionais e sociais;

    - Preparado para desenvolver ideias inovadoras e aes estratgicas,

    capazes de ampliar e aperfeioar sua rea de atuao.

    - Capacitado para atuar como gestor nas instituies educacionais, pautando-

    se nos princpios da gesto democrtica.

    - Generalista, crtico, tico e cidado, com esprito de solidariedade;

    - Detentor de adequada fundamentao terica, como base para uma ao

    competente, que inclua o conhecimento profundo da diversidade dos seres vivos,

    bem como sua organizao e funcionamento em diferentes nveis, suas relaes

    filogenticas e evolutivas, suas respectivas distribuies e relaes com o meio em

    que vivem;

  • 27

    - Consciente da necessidade de atuar tanto no ensino quanto na pesquisa

    com qualidade e responsabilidade em prol da conservao e manejo da

    biodiversidade, polticas de sade, meio ambiente, biotecnologia, bioprospeco,

    biossegurana, na gesto ambiental, tanto nos aspectos tcnico-cientficos, quanto

    na formulao de polticas, e de se tornar agente transformador da realidade

    presente, na busca de melhoria da qualidade de vida;

    - Comprometido com os resultados de sua atuao, pautando sua conduta

    profissional por critrios humansticos, compromisso com a cidadania e rigor

    cientfico, bem como por referenciais ticos legais;

    - Apto a atuar multi e interdisciplinarmente nos mais diversos contextos

    educacionais e sociais;

    - Preparado para desenvolver ideias inovadoras e aes estratgicas,

    capazes de ampliar e aperfeioar sua rea de atuao.

    O egresso tambm dever estar atento s Leis relativas ao Exerccio

    Profissional do Bilogo, as quais so regulamentadas pelo Conselho Federal de

    Biologia e pelos Conselhos Regionais de Biologia. Cabe citar as seguintes leis: Lei

    Federal 6684/79, que regulamenta as profisses de Bilogo e de Biomdico, cria o

    Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Biologia e Biomedicina, e d suas

    outras providncias; Lei Federal 7017/82, que dispe no artigo 1, sobre os

    Conselhos Federal e Regionais de Biomedicina e de Biologia, desmembrando-os em

    Conselhos Federal e Regionais de Biomedicina e Conselhos Federal e Regionais de

    Biologia, passando a constituir entidades autrquicas autnomas; Decreto

    88.438/83; a Resoluo CFBio n 005/85 explicita os termos genricos utilizados

    para discriminar as atividades profissionais do bilogo; Resoluo CFBio n 01/90

    (dispe sobre concesso de Termo de Responsabilidade Tcnica em Controle de

    Vetores); Resoluo CFBio n 11/91 (cria as COFEPs - Comisses de Orientao e

    Fiscalizao do Exerccio Profissional no mbito dos CRBios, define competncias e

    institui o Manual de Orientao e Fiscalizao do Exerccio Profissional MOFEP);

    CFBio n 12/91 (dispe sobre o registro profissional de Bilogos que exercem cargo

    ou funo no Magistrio de 3 grau); Resoluo CFBio n 01/93 (dispe sobre a

    Concesso de Termo de Responsabilidade Tcnica em Testes de Investigao de

    Paternidade por Anlise de cido Desoxiribonucleico (ADN) e outros Marcadores

    Genticos Moleculares); Resoluo CFBio n 12/93 (regulamenta a concesso de

    Termo de Responsabilidade Tcnica em Anlises Clnicas e d outras providncias);

  • 28

    Resoluo CFBio n 17/93 (Dispe sobre normas e procedimentos para a concesso

    do ttulo de Especialista em reas das Cincias Biolgicas); Resoluo CFBio n

    03/96 (regulamenta a concesso de Termo de Responsabilidade Tcnica em Anlise

    e Controle de Qualidade Fsico-qumica e Microbiolgica de guas, inclusive as de

    Abastecimento Pblico); Resoluo CFBio n 05/96 (institui a regulamentao para

    Concesso da Anotao de Responsabilidade Tcnica no mbito de servios

    inerentes Profisso de Bilogo); Resoluo CFBio n 03/99 (dispe sobre normas

    e procedimentos para a concesso do Termo de Responsabilidade Tcnica - TRT -

    nas diversas reas das Cincias Biolgicas); Resoluo CFBio n 06/00, adendo a

    Resoluo CFBio n 17/93 (dispe sobre normas e procedimentos para a concesso

    do Ttulo de Especialista em reas das Cincias Biolgicas); Resoluo CFBio n

    10/03 (dispe sobre as Atividades, reas e Subreas do Conhecimento do Bilogo);

    Resoluo CFBio n 30/04 (dispe sobre a Re-Ratificao da Resoluo n 11/03

    (dispe sobre a regulamentao para Anotao de Responsabilidade Tcnica ART

    por atividade profissional no mbito das atividades inerentes profisso de Bilogo);

    Resoluo CFBio n 60/05 re-ratifica as Resolues CFBio n 11/03 e n 30/04

    (dispem sobre a regulamentao para Anotao de Responsabilidade Tcnica

    ART por atividade profissional no mbito das atividades inerentes a profisso de

    Bilogo); Resoluo CFBio n 151/08 (dispe sobre a impossibilidade de registro nos

    CRBios de portadores de diplomas dos cursos de Educao a Distncia - EAD e do

    Programa Especial de Formao Pedaggica de Docentes (Lei N 9.424, de

    24/12/1996); Resoluo CFBio n 214/10 (dispe sobre a regulamentao para

    incluso ao Acervo Tcnico de atividades e servios profissionais regulamentados

    pelo CFBio, prestados por Bilogos fora do Brasil); Resoluo CFBio n 227/10

    (dispe sobre a regulamentao das Atividades Profissionais e as reas de Atuao

    do Bilogo, em Meio Ambiente e Biodiversidade, Sade e, Biotecnologia e

    Produo, para efeito de fiscalizao do exerccio profissional); e Resoluo CFBio

    n 300/12 (estabelece os requisitos mnimos para o Bilogo atuar em pesquisa,

    projetos, anlises, percias, fiscalizao, emisso de laudos, pareceres e outras

    atividades profissionais nas reas de Meio Ambiente e Biodiversidade, Sade e,

    Biotecnologia e Produo).

  • 29

    5.1 REAS DE ATUAO

    O egresso do Curso de Licenciatura em Cincias Biolgicas da UTFPR

    Cmpus Dois Vizinhos, na condio de bilogo poder atuar nas seguintes reas:

    1. Ensino: docncia de Cincias, no ensino fundamental; de Biologia, no

    ensino mdio e das subreas da Biologia no ensino superior em instituies de

    ensino do sistema pblico ou privado. Atuao em questes educacionais como

    novas propostas pedaggicas para o ensino de Cincias e Biologia, bem como

    trabalhar com educao ambiental em parques, reservas, zoolgicos e outros

    espaos no formais de ensino.

    2. Pesquisa: elaborao, coordenao e execuo de projetos de pesquisa

    bsica e aplicada.

    3. Prestao de servios comunidade: orientao, assessoramento e

    prestao de consultorias a empresas, fundaes, autarquias, sociedades e

    associaes de classe, no mbito de sua especialidade. Realizao de exames,

    percias, emisso e assinatura de laudos tcnicos e pareceres, de acordo com o

    currculo efetivamente realizado, conforme legislao vigente.

  • 30

    6 ORGANIZAO DIDTICO-PEDAGGICA

    6.1 CONCEPO DO CURSO

    A Biologia a cincia que estuda os seres vivos, a relao entre eles e o

    meio ambiente, alm dos processos e mecanismos que regulam a vida. Portanto, os

    profissionais formados nesta rea do conhecimento tm papel preponderante nas

    questes que envolvem o conhecimento da natureza.

    O estudo das Cincias Biolgicas deve possibilitar a compreenso de que a

    vida se organizou atravs do tempo, sob a ao de processos evolutivos, tendo

    resultado numa diversidade de formas sobre as quais continuam atuando as

    presses seletivas. Esses organismos, incluindo os seres humanos, no esto

    isolados, ao contrrio, constituem sistemas que estabelecem complexas relaes de

    interdependncia. O entendimento dessas interaes envolve a compreenso das

    condies fsicas do meio, do modo de vida e da organizao funcional interna

    prpria das diferentes espcies e sistemas biolgicos. Contudo, uma ateno

    particular deve ser dispensada s relaes estabelecidas pelos seres humanos,

    dada a sua especificidade. Em tal abordagem, os conhecimentos biolgicos no se

    dissociam dos sociais, polticos, econmicos e culturais.

    O Curso de Licenciatura em Cincias Biolgicas da UTFPR buscar como

    estratgia, a construo/produo do conhecimento de forma integrada, que gere a

    consolidao dos conhecimentos necessrios s competncias e habilidades do

    egresso.

    Para tanto, devero ser estimuladas aes que privilegiem a associao entre

    alunos, professores e funcionrios em atividades que vo alm do ensino, ou seja,

    que incluam a pesquisa e a extenso como parte integrante do processo de

    ensino/aprendizagem.

    Os alunos sero estimulados a entrar em contato com a realidade futura do

    meio de atuao profissional por meio da associao ensino, pesquisa e extenso;

    pela articulao das disciplinas s Atividades Prticas como Componente Curricular

    (APCC) e s Atividades Prticas Supervisionadas (APS); pelo estgio

    supervisionado; pelas atividades complementares e pelo trabalho de concluso de

  • 31

    curso. Tal processo possibilitar o conhecimento, desde a graduao, dos

    problemas, potencialidades e perspectivas a serem vivenciados futuramente,

    retroalimentando e revisando o conhecimento, bem como as atividades de ensino. A

    participao dos alunos em projetos de pesquisa e extenso assegura o papel social

    da universidade junto comunidade onde est inserida.

    O ensino prtico do curso ter suas possibilidades ampliadas pela associao

    entre universidade e comunidade, na forma de convnios e intercmbios

    institucionais promovendo um constante contato entre universidade e sociedade.

    A construo da grade curricular est baseada no estabelecimento de pr-

    requisitos mnimos, na oferta de disciplinas optativas e de atividades

    complementares de graduao, as quais oportunizaro aos acadmicos uma

    formao diferenciada, atendendo aos seus anseios individuais, dentro das

    possibilidades de formao e atribuio profissional legal, permitindo tambm

    atualizao constante.

    As atividades complementares de graduao devero ser estabelecidas de

    forma sistemtica e ofertadas aos alunos. Estas atividades permitiro o

    aprimoramento da formao profissional do egresso, sendo j normatizadas pelo

    Regulamento das Atividades Complementares dos Cursos de Graduao da UTFPR

    (aprovado pela Resoluo n 61/06 (COEPP) e retificado pela Resoluo n 56/07

    (COEPP)).

    Almeja-se que os alunos tenham participao efetiva nas atividades

    acadmicas do curso, assim como naquelas atividades extraclasse, com o uso

    frequente da estrutura da biblioteca, o contato constante com os professores fora

    dos horrios de aula para dirimir dvidas, trabalhos em grupo, atuao em projetos

    de pesquisa, extenso e ensino, comisses, movimentos estudantis, dentre outros,

    caracterizando uma formao mais ampla e cidad. A participao dos alunos

    nestas atividades, de forma complementar as disciplinas cursadas, sob a orientao

    dos professores, requisito fundamental formao desejada, alm do zelo

    necessrio pelo patrimnio pblico e do bom relacionamento com colegas,

    professores e tcnico-administrativos, atendendo ao Regulamento Disciplinar Do

    Corpo Discente da UTFPR, no 30 de 27 de maio de 2015.

    Para o corpo docente, as atitudes esperadas partem do princpio da

    indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extenso, desenvolvendo suas

    atividades em consonncia com os objetivos da UTFPR. Para tanto, o trabalho

  • 32

    docente deve ser embasado em princpios ticos e humansticos, atualizao

    tcnica e didtico-pedaggica contnua, insero cientfica, forte atuao junto aos

    discentes, participao na gesto acadmica e administrativa, promovendo cada vez

    mais a insero social do curso e, consequentemente, da universidade. Esse

    processo deve ocorrer de forma associada, visando produo do conhecimento e

    valorizao da pessoa humana, priorizando a interdisciplinaridade de modo a

    instigar nos acadmicos uma viso holstica do conhecimento e da realidade.

    6.2 DAS DIRETRIZES PARA A EDUCAO EM DIREITOS HUMANOS

    Os direitos humanos tem como marco a Declarao Universal dos Direitos

    Humanos (DUDH), proclamada pela Assembleia Geral das Naes Unidas em Paris

    em 1948, por meio da Resoluo 217 A (III) da Assembleia Geral, cujo objetivo

    estabelecer uma norma comum a ser alcanada por todos os povos e naes. Esta

    Declarao estabelece, pela primeira vez, a proteo universal dos direitos

    humanos.

    No Brasil, este direito est estabelecido na Constituio Federal de 1988, a

    qual contempla Direitos e Deveres Individuais e Coletivos, Direitos Sociais e Direitos

    Polticos.

    Atendendo ao que dispe a Resoluo CNE/CP N 1, de 30 de maio de 2012,

    que estabelece Diretrizes Nacionais para a Educao em Direitos Humanos, as

    instituies de ensino, dentre elas de Ensino Superior, cabe efetivao da

    Educao em Direitos Humanos, conforme o exposto em seu Art. 8: "A Educao

    em Direitos Humanos dever orientar a formao inicial e continuada de todos (as)

    os (as) profissionais da educao, sendo componente curricular obrigatrio nos

    cursos destinados a esses profissionais".

    A referida resoluo prope em seu Art. 6:

    A Educao em Direitos Humanos, de modo transversal, dever ser

    considerada na construo dos Projetos Poltico-Pedaggicos (PPP); dos

    Regimentos Escolares; dos Planos de Desenvolvimento Institucionais (PDI);

    dos Programas Pedaggicos de Curso (PPC) das Instituies de Educao

  • 33

    Superior; dos materiais didticos e pedaggicos; do modelo de ensino,

    pesquisa e extenso; de gesto, bem como dos diferentes processos de

    avaliao.

    Em seu Art. 7, a Resoluo apresenta as formas como esta temtica poder

    ser desenvolvida tanto na Educao Bsica, quanto na Superior, sendo: "I - pela

    transversalidade, por meio de temas relacionados aos Direitos Humanos e tratados

    interdisciplinarmente; II - como um contedo especfico de uma das disciplinas j

    existentes no currculo escolar; III - de maneira mista, ou seja, combinando

    transversalidade e disciplinaridade".

    Diante do exposto, o Curso de Licenciatura em Cincias Biolgicas trabalha o

    contedo de Direitos Humanos de modo transversal e interdisciplinar, dando nfase

    deste contedo nas disciplinas obrigatrias de Polticas Educacionais e tica,

    Profisso e Cidadania e nas disciplinas optativas de Histria e Cultura Afro-Brasileira

    e Interculturalidade e Diversidade na Educao.

    Alm disso, a instituio tem o Grupo de Estudos e Pesquisas em Educao

    (GREPE) com a linha de pesquisa "Histria e Cultura Afro-Brasileira; Literatura de

    Minorias; Gnero e Diversidade Sexual", a qual contempla os direitos humanos. Os

    membros do GREPE renem-se mensalmente para debater temas referentes s

    linhas de pesquisa, socializar informaes sobre pesquisas e promover outras

    atividades.

    Neste sentido, o Curso de Licenciatura em Cincias Biolgicas da UTFPR

    aborda essa temtica por meio do ensino, pesquisa e extenso, contemplando os

    trs eixos do trabalho universitrio.

    6.3 HISTRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E INDGENA

    A Lei n 10.639, de 9 de janeiro de 2003 que alterou a lei n 9.394, de 20 de

    dezembro de 1996 (LDB), tornou obrigatrio o ensino da Histria e Cultura Afro-

    Brasileira na Educao Bsica. Em 2004, o Conselho Nacional de Educao, por

    meio da Resoluo CNE/CP n 1, de 17 de junho de 2004, instituiu as Diretrizes

    Curriculares Nacionais para a Educao das Relaes tnico-Raciais e para o

  • 34

    Ensino de Histria e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Tais diretrizes devem ser

    observadas pelas instituies, em todos os nveis de ensino, em especial, por

    instituies que desenvolvem programas de formao inicial e continuada de

    professores.

    Em 10 de maro de 2008 a Lei 11.645 em seu artigo n 1, que altera o artigo

    26-A da Lei de Diretrizes e Bases, tornou obrigatria a incluso no currculo oficial

    da rede de ensino a temtica Histria e Cultura Afro-Brasileira e Indgena.

    Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino mdio,

    pblicos e privados, torna-se obrigatrio o estudo da histria e cultura afro-brasileira

    e indgena.

    1 O contedo programtico a que se refere este artigo incluir diversos

    aspectos da histria e da cultura que caracterizam a formao da populao

    brasileira, a partir desses dois grupos tnicos, tais como o estudo da histria da

    frica e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indgenas no Brasil, a cultura

    negra e indgena brasileira e o negro e o ndio na formao da sociedade nacional,

    resgatando as suas contribuies nas reas social, econmica e poltica, pertinentes

    histria do Brasil.

    2 Os contedos referentes histria e cultura afro-brasileira e dos povos

    indgenas brasileiros sero ministrados no mbito de todo o currculo escolar, em

    especial nas reas de educao artstica e de literatura e histria brasileira.

    A lei objetiva inserir nos processos de educao formal as temticas que

    historicamente ficaram excludas dos currculos e da formao escolar e

    universitria. A escola e a educao tambm so geradoras de excluso na medida

    em que se omitem de discutir os temas centrais que compem a histria e a cultura

    de povos que historicamente foram excludos.

    Os negros e os ndios tiveram desde a chegada dos colonizadores suas

    histrias negadas. Os ndios foram vtimas da colonizao, tiveram suas terras

    roubadas, seus povos foram destrudos e a sua cultura foi negadas pelos brancos.

    Os negros arrancados de sua terra, a frica, foram transplantados ao Brasil, sendo a

    marca desta histria, a escravido. Assim o Brasil carrega no seu cdigo gentico

    histrico a marca da escravido dos negros e do extermnio dos povos indgenas.

    Esta histria marcou a completa excluso social destes dois grupos. Mesmo

    aps o fim da escravido em 1888 e o advento da Repblica em 1889 os negros e

  • 35

    ndios no tiveram um mnimo de cidadania garantida pelo Estado e pela lei.

    Continuaram sendo os mais pobres, sem escola, sem sade, sem emprego e

    quando empregados, ganhando menos que os brancos.

    Apesar desta condio, os negros e os ndios deram uma contribuio

    inestimvel cultura brasileira, no deixando de contribuir para o desenvolvimento

    cultural do Brasil. Nesse sentido, a presente lei vem buscar corrigir distores que

    ainda esto presentes na educao, pois esta ainda possui uma cor branca. A

    educao brasileira tem de ser mestia, de mltiplas cores, mas marcada pelo senso

    da justia e da verdade. A referida legislao objetiva resgatar uma leitura crtica da

    nossa histria, bem como recuperar e desenvolver os elementos culturais destas

    duas culturas.

    Diante do exposto, ressalta-se a necessidade do trabalho com a histria e

    culturas Afro-Brasileira e indgenas nos cursos de licenciaturas, uma vez que estes

    tm como foco de sua formao a docncia na educao bsica. As resolues

    determinam de forma especial que as instituies de ensino superior incluiro, nos

    contedos de disciplinas e atividades curriculares dos cursos que ministram, a

    educao das relaes tnico-raciais e o tratamento de questes e temticas que

    dizem respeito aos afrodescendentes, nos termos explicitados na citada Resoluo

    CNE/CP 01-2004.

    Com o objetivo de atender a referida legislao, o curso de Licenciatura em

    Cincias Biolgicas da UTFPR apresenta uma unidade curricular obrigatria de

    Histria da Educao que contempla contedos relacionados Histria e a Cultura

    Afro-Brasileira e Indgena. Ainda, durante a fase final de implantao do curso, os

    professores do ncleo estruturante docente (NDE) e do colegiado verificaram a

    necessidade de ampliar a abordagem destes contedos por meio de duas novas

    unidades curriculares optativas que, atravs da resoluo no 89/15-COGEP, foram

    enxertadas na grade curricular do curso: Histria e Cultura Afro-Brasileira e

    Interculturalidade e Diversidade na Educao.

    Alm das disciplinas, sero promovidas uma srie de atividades

    extracurriculares com o objetivo de ampliar a incluso da temtica no processo de

    formao dos futuros docentes. Juntamente com o Departamento de Educao

    DEPED da UTFPR sero desenvolvidas atividades de extenso tais como: culturais

    (msica, danas, costumes, gastronomia e etc); projeo de filmes com debates em

    torno das temticas. O DEPED tambm desenvolve atividades voltadas s religies

  • 36

    africanas, mais precisamente o candombl e a umbanda. Atualmente a temtica

    tambm est includa no GREPE Grupo de Estudos e Pesquisa em Educao na

    linha de pesquisa: histria e cultura afro-brasileira; literatura de minorias; gnero e

    sua diversidade. Os membros do GREPE renem-se mensalmente para debater

    temas referentes s linhas de pesquisa, socializar informaes sobre pesquisas e

    promover outras atividades. Alm disso, os alunos sero sensibilizados a

    escreverem seus TCCs (Trabalho de Concluso de Curso) contemplando as

    temticas sugeridas.

    6.4 EDUCAO AMBIENTAL

    A Lei n. 9.795 de 27 de abril de 1999 dispe sobre a Educao Ambiental,

    instituindo a Poltica Nacional de Educao Ambiental (PNEA) por meio de diversas

    providncias, entre as quais, estabelece no Captulo I, Art. 1o:

    Entende-se por educao ambiental os processos por meio dos quais o

    indivduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades,

    atitudes e competncias voltadas para a conservao do meio ambiente, bem de

    uso comum do povo, essencial sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.

    Para tanto, estabelece por meio do Art. 2o que a educao ambiental um

    componente essencial e permanente da educao nacional, devendo estar presente,

    de forma articulada, em todos os nveis e modalidades do processo educativo, em

    carter formal e no formal.

    Recorrendo a referida lei, verifica-se no Art. 9 o entendimento de educao

    ambiental formal, como sendo aquela desenvolvida no mbito dos currculos das

    instituies de ensino pblicas e privadas, englobando:

    I - educao bsica:

    a. educao infantil;

    b. ensino fundamental e

    c. ensino mdio;

    II - educao superior;

    III - educao especial;

    IV - educao profissional;

  • 37

    V - educao de jovens e adultos.

    A referida lei tambm, no Art. 13, ressalta que a Educao Ambiental no

    formal diz respeito s aes e prticas educativas voltadas sensibilizao da

    coletividade sobre as questes ambientais e sua organizao e participao na

    defesa da qualidade do meio ambiente.

    Nesse sentido, verifica-se que a educao ambiental deve ocorrer em

    diferentes espaos formativos, levando o cidado a entender a problemtica

    ambiental do mundo atual, situar-se pessoal e coletivamente em relao a essa

    problemtica e ter capacidade de atuar em relao a essas questes.

    Para tanto, faz-se necessrio rever prticas pedaggicas tradicionais que

    muitas vezes so entendidas como prticas descontextualizadas, disciplinares,

    reducionistas e pragmticas.

    Tal posicionamento se refere a um processo que, alm de lidar com

    concepes e reflexes especficas e relevantes, no deve se restringir a simples

    oferta dessas informaes, mas trabalhar de modo amplo com conhecimentos,

    valores e aes para um posicionamento de ordem poltica.

    Com o objetivo de atender adequadamente ao cumprimento dos princpios e

    objetivos da Poltica Nacional de Educao Ambiental, o curso de Cincias

    Biolgicas da UTFPR Cmpus Dois Vizinhos PR desenvolve uma srie de

    atividades nos eixos: formal e no-formal.

    - Formal: Na grade curricular do curso a discusso sobre a Educao

    Ambiental est contemplada de maneira interdisciplinar/transdisciplinar em diversas

    disciplinas do curso. Adicionalmente, atividades voltadas especificamente para as

    questes socioambientais so apresentadas de maneira contnua, permanente e

    contextualizada com a realidade local nas disciplinas de Educao Ambiental,

    Gesto Ambiental, Ecologia e Ecologia de guas Continentais, Teoria e prtica do

    ensino de cincias e biologia.

    - No formal: O curso de Cincias Biolgicas da UTFPR Cmpus Dois

    Vizinhos PR desenvolve diversas prticas que promovem conforme o exposto na

    Poltica Nacional de Educao Ambiental: a) a difuso, por intermdio dos meios de

    comunicao de massa; b) ampla participao de escolas e comunidade na

    formulao e execuo de atividades vinculadas educao ambiental; c) a

    participao de empresas pblicas e privadas no desenvolvimento de propostas de

    educao ambiental em parceria com a escola e a universidade.

  • 38

    7 GESTO

    O processo de gesto do curso de Licenciatura em Cincias Biolgicas est

    organizado de forma que a participao democrtica nas decises esteja presente

    em cada ao. Para isso, a gesto do curso est organizada da seguinte forma:

    coordenao de curso, representada na figura do coordenador e respectivo

    substituto; ncleo docente estruturante (NDE), composto por professores lotados na

    Coordenao do Curso de Cincias Biolgicas (COBIO); e colegiado de curso,

    composto por professores lotados na COBIO, alunos e tcnicos administrativos.

    Assim, garantida a participao da comunidade, professores e alunos, onde

    juntos, auxiliam o coordenador do curso nas tomadas de decises.

    7.1 COORDENAO DE CURSO

    O Coordenador de Curso e seu substituto so indicados a partir de lista

    trplice, elaborada pelo Colegiado de Curso e encaminhada por meio da Diretoria de

    Graduao e Educao Profissional ao Diretor-Geral para escolha.

    As atribuies da Coordenao de Curso so previstas no Regimento dos

    Cmpus da UTFPR, conforme Deliberao n. 10/2009 de 25 de setembro de 2009.

    7.2 NCLEO DOCENTE ESTRUTURANTE

    O Ncleo Docente Estruturante (NDE) do curso de Cincias Biolgicas um

    rgo consultivo da Coordenao de Curso que, dentre as suas atribuies,

    responsvel pelo processo de concepo, consolidao e contnua atualizao do

    Projeto Pedaggico do Curso. O NDE atua diretamente na avaliao peridica do

    PPC, sugerindo modificaes na sua escrita e contedo. Ainda, analisa

    periodicamente a concepo do curso e, em caso de necessidade, sugere as

    alteraes na grade curricular.

  • 39

    O Projeto Pedaggico do Curso (PPC) do curso foi elaborado com o auxlio

    de todos os membros do NDE. Durante processo de implantao do curso, o NDE

    se reuniu mensalmente, conforme cronograma de reunies ordinrias, previamente

    aprovado, para a execuo das atividades. Aps o reconhecimento do curso e sua

    total implantao, o NDE continuou a se reunir mensalmente, buscando: 1- avaliar o

    curso por meio de um processo de auto avaliao que incluiu alunos e professores;

    2- reestruturar a grade curricular do curso e o PPC com base em dois critrios; i) nas

    sugestes apontadas pelos avaliadores do MEC e ii) nos resultados e sugestes

    obtidas no processo de auto avaliao do curso; 3- planejar novas disciplinas

    optativas que atendam a demanda do curso e equivaler disciplinas de outros cursos

    que podem funcionar como optativas pelos alunos de Cincias Biolgicas; 4- propor

    aes de desenvolvimento de atividades de pesquisa e extenso vinculadas a rea

    de atuao do licenciado em Cincias Biolgicas.

    O atual Ncleo Docente Estruturante do Curso de Cincias Biolgicas foi

    nomeado pela Portaria n 153 de 21 de setembro de 2015. As atribuies do NDE

    esto definidas pelo Regulamento do Ncleo Docente Estruturante dos Cursos de

    Graduao da UTFPR aprovado pela Resoluo n. 009/12-COGEP, de 13 de abril

    de 2012.

    7.3 COLEGIADO DE CURSO

    O Colegiado de Curso um rgo consultivo e deliberativo para os assuntos

    de poltica de ensino, pesquisa e extenso em conformidade com as diretrizes da

    instituio e suas atribuies esto previstas no Regulamento do Colegiado de

    Curso de Graduao e Educao Profissional da UTFPR, conforme resoluo

    015/12-COGEP de 22 de maio de 2012. Esse rgo formado por representantes

    docentes e discentes. Dessa forma, a participao de professores e alunos efetiva o

    processo de gesto democrtica.

  • 40

    8 ESTRUTURA CURRICULAR

    As disciplinas que compem o currculo do curso foram determinadas levando

    em considerao os conhecimentos necessrios para a atuao nas diversas reas

    de competncia do bilogo de acordo com a legislao vigente. Por se tratar de um

    curso de licenciatura existe a necessidade de partir do domnio do conhecimento e

    de sua aplicao tcnica e comercial para a capacidade de ensinar nos diversos

    nveis e modalidades da educao brasileira. Para tanto, respeitando a legislao

    vigente sobre a formao de professores, foram includos os componentes

    curriculares de formao pedaggica. A grade curricular incluiu tambm disciplinas

    que foram consideradas relevantes frente s necessidades regionais da rea de

    abrangncia da UTFPR e disciplinas decorrentes das caractersticas desta

    instituio de ensino. Partiu-se da nomenclatura das disciplinas comuns aos cursos

    de licenciatura da UTFPR e tambm das demais disciplinas bsicas comuns aos

    cursos de Licenciatura em Cincias Biolgicas do Brasil, bem como da normatizao

    do Conselho Federal de Biologia (CFBio).

    A carga horria do curso de 3465 horas aula distribudas entre aulas

    tericas, prticas, estgios e atividades complementares. Os critrios de

    organizao da matriz curricular, incluindo a alocao de tempo e espao na grade

    curricular para cada disciplina, foram pautados no Parecer CNE/CES 1.301/2001

    que trata das diretrizes curriculares nacionais para os Cursos de Cincias

    Biolgicas, Parecer 01/2010 do CFBio que trata das reas de atuao e requisitos

    mnimos para o bilogo atuar em pesquisa, projetos, anlises, percias, fiscalizao,

    emisso de laudos, pareceres e outros servios nas reas de meio ambiente, sade

    e biotecnologia, Resoluo CNE/CES 4/2009 que dispe sobre a carga horria

    mnima e procedimentos relativos integralizao e durao do curso de Cincias

    Biolgicas, Resoluo CNE/CP 2/2015 que institui a durao e carga horria dos

    cursos de licenciaturas para a formao de professores da educao bsica e a Lei

    9394/1996 que estabelece as diretrizes e bases da educao nacional.

    Com relao carga horria mnima para formao de professores da

    educao bsica, verifica-se que o Parecer 01/2010 o CFBio sugere uma carga

    horria mnima de 3600 horas estendendo-se para 4000 horas, quando se tratar de

    curso direcionado atuao do bilogo na rea de sade. J a Resoluo CNE/CES

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    04/2009 sugere uma carga horria mnima de 3200 horas para os cursos de

    Cincias Biolgicas. Por fim, a Resoluo CNE/CP 02/2015 fixou uma carga horria

    mnima de 3200 horas para todos os cursos de licenciatura que visam a formao de

    docentes para atuar na Educao Bsica.

    Para normatizar esta divergncia de cargas horrias entre os egressos, a

    Resoluo 213/2010 o CFBio determinou que para fins de atuao em pesquisa,

    projetos, anlises, percias, fiscalizao, emisso de laudos, pareceres e outros

    servios nas reas de meio ambiente, sade e biotecnologia os egressos dos cursos

    de Cincias Biolgicas que colarem grau at dezembro de 2013 devero atender a

    carga horria mnima de 2400 horas e os que colarem grau aps esta data devero

    atender a carga horria mnima de 3200 horas contemplando atividades obrigatrias

    de campo, laboratrios e adequada instrumentao tcnica conforme Parecer

    CNE/CES 1.301/2001 e Resolues CNE/CES 7/2002 e CNE/CP 4/2009.

    Com extino dos currculos mnimos o governo federal adotou a poltica de

    flexibilizao dos cursos de graduao, passando a propor apenas as diretrizes

    gerais e deixando que as instituies de ensino em conjunto com as entidades de

    classe determinassem os currculos dos cursos. Neste sentido, com base no Parecer

    CNE/CES 1.301/2001, foi promulgada a Resoluo CNE/CES 7/2002 que

    estabeleceu as diretrizes curriculares para os cursos de Cincias Biolgicas.

    De acordo com o Parecer CNE/CES 1.301/2001 os contedos curriculares

    dos Cursos de Cincias Biolgicas so agrupados em contedos bsicos, contedos

    especficos e pelos estgios e atividades complementares. Os contedos bsicos

    devem englobar conhecimentos biolgicos e das reas das cincias exatas, da terra

    e humanas, tendo a evoluo como eixo integrador. Os contedos considerados

    bsicos so os seguintes:

    Biologia Celular, Molecular e Evoluo: Viso ampla da organizao e

    interaes biolgicas, construda a partir do estudo da estrutura molecular e celular,

    funo e mecanismos fisiolgicos da regulao em modelos eucariontes,

    procariontes e das partculas virais, fundamentados pela informao bioqumica,

    biofsica, gentica e imunolgica. Compreenso dos mecanismos de transmisso da

    informao gentica, em nvel molecular, celular e evolutivo.

    Diversidade Biolgica: Conhecimento da classificao, filogenia,

    organizao, biogeografia, etologia, fisiologia e estratgias adaptativas morfo-

    funcionais dos seres vivos.

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    Ecologia: Relaes entre os seres vivos e destes com o ambiente ao longo

    do tempo geolgico. Conhecimento da dinmica das populaes, comunidades e

    ecossistemas, da conservao e manejo da fauna e flora e da relao sade,

    educao e ambiente.

    Fundamentos das Cincias Exatas e da Terra: Conhecimentos

    matemticos, fsicos, qumicos, estatsticos, geolgicos e outros fundamentais para

    o entendimento dos processos e padres biolgicos.

    Fundamentos Filosficos e Sociais: Reflexo e discusso dos aspectos

    ticos e legais relacionados ao exerccio profissional. Conhecimentos bsicos de

    Histria, Filosofia e Metodologia d