minerais e rochas: base material da aventura humana

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Claudio Scliar Minerais e rochas Base material da aventura humana Legado

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O livro apresenta ao público a importância da mineração para a sociedade e os impactos positivos e negativos dessa atividade. Apresenta-se dados e informações sobre a atividade extrativa mineral que gera renda, emprego e riqueza nas regiões onde atua mas que no entanto, quando não realizada de forma sustentável pode resultar em degradação ambiental e desajuste social e econômico. Aponta a ampliação do consumo de bens minerais em decorrência do desenvolvimento econômico de muitos países nas Américas, África e Ásia. Destaca-se a ampliação do aproveitamento de alguns bens minerais que servem como base de indústrias fundamentais para a sociedade como, por exemplo, a automotiva, energética, fertilizantes, química e informática. Isto é, considerando que a demanda mundial por minérios deverá aumentar no futuro, os municípios, estados e países que possuam reservas minerais devem conhecer mais e melhor essa indústria de forma a aproveitar –ou não– as riquezas que possuem em seus

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Page 1: Minerais e rochas: base material da aventura humana

Claudio Scliar

Minerais e rochasBase material da aventura humana

Legado

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1Nossa casa, o planeta Terra

Minerais e rochasBase material da aventura humana

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2 Minerais e rochas – Base material da aventura humana

Page 4: Minerais e rochas: base material da aventura humana

3Nossa casa, o planeta Terra

Minerais e rochasBase material da aventura humana

Claudio Scliar

Legado

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4 Minerais e rochas – Base material da aventura humana

Copyright (c) 2013 Claudio Scliar

Produção EditorialCarolina Magalhães da Rocha

RevisãoDenice Alves PêgoMarília de Oliveira Scliar

Revisão PedagógicaRosangela Viana Vieira Neri

Ilustração Carlos Jorge

Imagens da capaShutterstock

Legadocontato: [email protected]

Todos os direitos reservados. Reprodução proibida.Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Scliar, ClaudioMinerais e rochas: Base material da aventura hu-mana / Claudio Scliar. - Belo Horizonte : Legado, 2013.

104p. ; il. maps.ISBN: 978-85-67435-00-8

1. Recursos Minerais. 2. Geologia. 3. Geodiversi-dade. 4. Mineração no Brasil. I. Título.

CDD: 622.21CDU: 330.524:553

R291m

Informação bibliográfica deste livro, conforme a NBR 6023:2002 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT):

SCLIAR, Claudio. Minerais e rochas: base material da aventura hu-mana. Belo Horizonte: Legado, 2013. 104 p. ISBN 978-85-67435-00-8.

Page 6: Minerais e rochas: base material da aventura humana

5Nossa casa, o planeta Terra

Sumário

Introdução .............................................................1 Nossa casa, o planeta Terra ......................................

Sociedade humana no planeta Terra ............................Geodiversidade e o lugar das minas .............................Impactos positivos e negativos da mineração .................Indicadores de sustentabilidade .................................Mineração sustentável ............................................

2 Origem e aproveitamento dos bens minerais .................Os minerais .........................................................As rochas ............................................................Matéria orgânica fossilizada .....................................Os solos ..............................................................Aproveitamento dos bens minerais ..............................

3 Bens minerais e sociedade .......................................Primórdios da civilização .........................................Idade do Bronze (3000 a 1200 anos antes de Cristo) .........Idade do Ferro (início 1200 anos antes de Cristo) ............Idade Média (455 a 1300 anos depois de Cristo) ..............Da Renascença ao Século XX (1300 a 2000 anos depois de Cristo) ............................Presente e futuro da produção e consumo dos bens minerais ....................................Os 3 Rs do reaproveitamento ....................................Discutindo o presente e o futuro dos recursos minerais .....Uso dos bens minerais na nossa vida ............................

4 Mineração no Brasil ...............................................Breve histórico da mineração no Brasil .........................Planejamento e políticas minerais (1945 - 2002) .............Novo tempo, novas políticas minerais (2003 - hoje) .........

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Aspectos econômicos da mineração brasileira ................Os minerais estratégicos para o Brasil ..........................Mineração em pequena escala ...................................Mineração e meio ambiente no Brasil ..........................Sítios geológicos e paleontológicos .............................Cavernas ............................................................

5 Mineração no Ensino ...............................................Ensino Fundamental ...............................................Ensino Médio ........................................................Mineração no ensino universitário e técnico ..................

Referências ............................................................Glossário ...............................................................Informações de geologia e mineração ............................

Órgãos públicos e empresas federais ...........................Empresas estaduais ................................................Entidades científicas ..............................................Faculdades de Geologia e Engenharia de Minas por região ...............................Escolas Técnicas de Geologia e Mineração por região .......Museus de Geologia, Mineralogia e Paleontologia por região .......................................

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Page 8: Minerais e rochas: base material da aventura humana

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O livro se destina aos interessados em conhecer a importân-cia da mineração para a sociedade. Destaca-se o objetivo de ser utilizado como material didático para os professores e alunos do Ensino Fundamental, Médio, Técnico e Universitário que tenham em seus cursos disciplinas com conteúdos relativos aos impactos positivos e negativos do aproveitamento dos bens minerais em todo ciclo produtivo.

Nos diferentes níveis de ensino, são propostos objetivos que dependem da maturidade dos alunos, o que está expresso nas grades curriculares. Um ponto comum que potencializa o aprendi-zado em todos os níveis é levar para a sala de aula temas e exem-plos vivenciados pelos estudantes na sua vida cotidiana.

Para a redação deste livro, aproveitou-se textos publicados pelo autor, em especial, Mineração, base material da aventura humana, em 2004, e Mineração e geodiversidade do planeta Terra, em 2009.

O capítulo 1, Nossa casa, o planeta Terra, mostra as carac-terísticas do espaço físico onde a sociedade constrói sua história. Nesse capítulo, é descrita a estreita e contínua relação da mine-ração com a história da sociedade humana.

No capítulo 2, Origem e aproveitamento dos bens minerais, apresentam-se as propriedades físicas e químicas dos minerais, rochas, solos e materiais orgânicos fósseis que fazem parte e cons-tituem o espaço físico onde vivemos. Também estão apresenta-das as propriedades e os usos das principais substâncias minerais aproveitadas pela sociedade.

Introdução

Page 9: Minerais e rochas: base material da aventura humana

8 Minerais e rochas – Base material da aventura humana

No capítulo 3, Bens minerais e sociedade, descrevem-se as diferentes fases do aproveitamento dos bens minerais pela socie-dade. Enfoca-se também a questão da exaustão mineral e dos pro-cessos de reaproveitamento dessas matérias-primas.

No capítulo 4, Mineração no Brasil, relacionam-se dados e informações sobre a história e a situação atual da produção mine-ral, incluindo mapa com a localização das principais minas em atividade. Apresentam-se também o histórico e as políticas públi-cas vigentes para a mineração. Destacam-se dados e informações econômicas e de sustentabilidade.

O capítulo 5, Mineração no Ensino, destaca os conteúdos mais relevantes para os professores e estudantes, tendo como referên-cia as principais disciplinas do ensino fundamental e médio e de cursos técnicos e universitários.

Bibliografia, glossário e informações adicionais sobre geologia e mineração

A bibliografia e as informações adicionais foram cuidadosa-mente selecionadas de maneira a oferecer aos leitores as fontes que melhor contribuam para estudar os assuntos de interesse.

Nas Informações de geologia e mineração apresenta-se os en-dereços eletrônicos de órgãos públicos e empresas federais e es-taduais que tratam de geologia e mineração. Também estão lista-das as principais entidades científicas, as faculdades de geologia e engenharia de minas, as escolas técnicas e os museus de geologia, mineralogia e paleontologia de todo o país.

O glossário se propõe a contribuir na leitura do texto, apre-sentando conceitos utilizados na Geologia, Geografia, Engenharia de Minas e outras áreas de conhecimento.

A construção do conhecimento sobre a geologia, a geodiver-sidade e a mineração exige a observação direta da natureza, dos materiais que a constituem e dos processos industriais usados para bem aproveitá-los.

Page 10: Minerais e rochas: base material da aventura humana

Introdução 9

Coleção de minerais e rochas

As rochas e os minerais da coleção que acompanha o livro são pequenas amostras das substâncias que constituem a geodiversi-dade do mundo. Além de servirem para a construção do conheci-mento sobre mineração, as amostras contribuem para a montagem de coleções individuais, ou de museus nas escolas, integrando in-formação e beleza nos locais onde estiverem expostas.

O texto que acompanha a coleção de minerais e rochas, deta-lha as características físicas e químicas das amostras, contribuindo para os professores desenvolverem exercícios e práticas em sala de aula.

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10 Minerais e rochas – Base material da aventura humana

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Os primeiros vestígios da presença da espécie humana apareceram há mais de um milhão de anos, sobre uma pequena faixa da superfície do planeta Terra — a crosta terrestre — cons-tituída por solos, rochas, água, ar, organismos vivos e fossilizados. As principais características da superfície terrestre habitada e uti-lizada pela sociedade estão sintetizadas a seguir:

FinaA sociedade humana vive sobre a crosta continental, camada

superior do planeta Terra. A crosta está envolta pela atmosfera, coberta e permeada pela hidrosfera e acolhe a biosfera, da qual nós, seres humanos, fazemos parte. Essas geosferas garantem as condições naturais para a sobrevivência humana.

A obtenção dos recursos minerais está limitada a poucos mi-lhares de metros de profundidade. Por exemplo, as minas de ouro de Western Deep, na província de Gauteng, na África do Sul, que chegam a 3,6 quilômetros, e as minas de Nova Lima, no estado de Minas Gerais, Brasil, com 2,5 quilômetros, são as mais profundas.

Tendo como referência o nível do mar, a altitude máxima da superfície terrestre atinge 8.848 metros, no Monte Everest, entre a China e o Nepal. Os locais mais profundos são as fossas oceâni-cas, como a Fossa das Marianas, no noroeste do Oceano Pacífico, que chega a 11.033 metros de profundidade.

A figura a seguir mostra a relação entre a dimensão do planeta Terra e da faixa habitada pela sociedade humana. Ao comparar os 6.378 km até o centro da Terra com o espaço físico onde vivemos, percebe-se como é fina a faixa acessada e utilizada pela sociedade.

Nossa casa, o planeta Terra

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12 Minerais e rochas – Base material da aventura humana

Estreita Mais de 70% da superfície terrestre estão submersas nas águas

dos oceanos, conforme se observa na figura a seguir. E mesmo nos continentes, a presença humana é limitada, pois diversas regiões possuem condições ambientais inóspitas, como os desertos, os pântanos, as escarpas, os cumes das montanhas e as geleiras.

Água e terra na superfície terrestre

Nossa casa, o planeta Terra

Fonte: adaptado de Marshak, 2001.

Faixa habitável: do nível do mar até 5 km de altitude

Centro da Terra: 6.378 km

Diâmetro da Terra: 12.756 km

Hemisfério Norte Hemisfério Sul

Fonte: adaptado de Open University, 1994; Press, 2006; Teixeira, 2010.

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13Nossa casa, o planeta Terra

HistóricaA crosta continental está em contínua transformação devido a

eventos geológicos que ocorrem na superfície, como o intemperis-mo e a erosão, ou gerados em profundidade, como o magmatismo, o metamorfismo e o tectonismo. Esses fenômenos podem provocar mudanças nas condições de vida na faixa habitável em prazos que variam de poucos dias, como a erupção de um vulcão, a milhões de anos, como a deriva continental.

A deriva continental é explicada pela Teoria da Tectônica Global, segundo a qual a superfície terrestre está dividida em placas que se movimentam alguns centímetros a cada ano, umas em relação às outras.

Os mapas a seguir mostram a movimentação das placas ao longo de centenas de milhões de anos, criando e recriando os con-tinentes e o fundo dos oceanos.

Deriva continentalDistribuição dos continentes e dos oceanos

Permiano Triássico

Cretáceo

280 Ma 135 Ma

105 Ma 85 Ma

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14 Minerais e rochas – Base material da aventura humana

Finita Os recursos minerais conhecidos são considerados reservas

medidas, indicadas ou inferidas, dependendo do estudo sobre suas características e a possibilidade de aproveitamento. Enquanto a extração reduz as reservas medidas, os estudos geológicos per-mitem acrescentar novas reservas a serem aproveitadas, o que depende de fatores econômicos, tecnológicos e ambientais.

Sociedade humana no planeta Terra

Nessa fina, estreita, histórica e finita porção do planeta Terra, instalou-se a sociedade humana.

Nas sociedades primitivas, o número de habitantes de uma área dependia da força muscular empregada para autoproteção, para a caça e a coleta dos alimentos encontrados nos locais onde viviam.

A descoberta de novas técnicas para o manejo de plantas, a criação de animais, o aproveitamento das rochas, dos minerais e do solo ampliaram a produção de alimentos e viabilizaram a construção de um ambiente artificial mais confortável e seguro, contribuindo para a permanência das populações no mesmo lugar e o seu crescimento.

A população humana aumentou de 10 para 300 milhões de ha-bitantes com o processo de sedentarização. No entanto, o grande

Distribuição dos continentes e dos oceanos atualmente

Fonte: modificado de Open University, 1994; Press, 2006; Teixeira, 2010.

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15Nossa casa, o planeta Terra

salto ocorreu após a Revolução Industrial, no século XVII, período de intensa urbanização e de avanço nas áreas médica e sanitária que contribuíram, entre outros fatores, para essa verdadeira ex-plosão demográfica. O gráfico a seguir mostra o crescimento de-mográfico mundial desde 1400 até o final do século XX.

Crescimento da população nos últimos 600 anos

O crescimento da população tornou-se um dos vetores na pressão sobre os recursos ambientais, inclusive os bens minerais. É importante destacar que a ampliação da demanda por produto mineral está relacionada ao aumento de consumidores e a me-lhora da qualidade de vida em alguns países. No entanto, também se associa ao consumismo, quando segmentos mais ricos esbanjam as mercadorias pelo prazer de soberba.

Geodiversidade e o lugar das minas

A localização das minas se associa à história geológica, que permitiu a geração de substância mineral, sua concentração e a formação do jazimento. Porém, mesmo havendo concentração anô-mala de minérios, sua descoberta, dimensionamento, extração, beneficiamento e transformação nos produtos finais dependerão do engenho e investimento humano. Cabe às comunidades e aos países

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16 Minerais e rochas – Base material da aventura humana

estabelecerem políticas e ações que viabilizem o bom aproveita-mento dessas riquezas minerais.

Fatores como o crescimento demográfico dos últimos 200 anos e a crescente urbanização e industrialização intensificaram as disputas pela ocupação e pelo aproveitamento do espaço físico. Destacam-se cinco usos diferenciados desse espaço, às vezes com-plementares, às vezes conflitantes:

• fonte de lazer, contemplação, proteção e conservação da natureza;

• obtenção de recursos ambientais, entre os quais os bens minerais;

• produção agrícola e criação de gado;• construção de obras de engenharia e arquitetônica na ci-

dade e no campo;• assimilador de resíduos domésticos e industriais.

A definição das políticas para priorização ou convivência dos dife-rentes usos do território necessita de fóruns adequados para conciliar os interesses comuns e resolver os conflitos. O ordenamento territorial tendo como base um mapa da geodiversidade, em escala apropriada, permite aos administradores públicos e às comunidades discutir e im-plementar ações que organizem o uso do solo e subsolo, considerando suas características físicas e as necessidades da população.

No caso da mineração, os agravos ambientais às vezes se ma-nifestam de formas drásticas, como o rompimento das barragens de rejeito, ou ao longo do tempo, como a contaminação da água no lençol freático. O importante é a previsão dos problemas e o encaminhamento de soluções que viabilizem a sustentabilidade para a geração atual e para as próximas gerações.

Impactos positivos e negativos da mineraçãoA atividade extrativa mineral, ao produzir bens utilizados pela

sociedade, gera renda, emprego e riquezas nas regiões onde atua, mas também pode provocar degradação ambiental e desajuste social e econômico quando não realizada de forma sustentável. Os principais impactos positivos e negativos ocasionados pela ex-tração mineral estão sintetizados no quadro a seguir.

Page 18: Minerais e rochas: base material da aventura humana

17Nossa casa, o planeta Terra

Impactos da mineração

Positivos Negativos

Produção de bens minerais usados pela sociedade.Implantação de infraestrutura básica.Geração de renda e emprego.Recebimento de tributos.Atração de outras indústrias e serviços.

Redução dos recursos minerais dis-poníveis.Desvalorização dos terrenos mi-nerados.Enclave e especialização econômica.Não agregação de valor ao minério extraído.

Influências culturais externas.Construção de escolas, hospitais e clubes.Fundação de sindicatos e outras en-tidades representativas.

Influências culturais externas.Enclaves sociais e culturais: dife-renças entre empregados e não empregados da mineradora; pros-tituição.

Conhecimento geológico do espaço físico.Geração de recursos para a recupe-ração dos passivos ambientais passa-dos e políticas ambientais.

Degradação e poluição do solo e das águas.Instabilidade do maciço rochoso.Poluição atingindo comunidades no entorno.Alteração da paisagem.

O saldo entre benefícios e prejuízos da mineração deve ser

analisado considerando os impactos ocasionados em toda a cadeia produtiva e na região mineradora, isto é, na pesquisa, na extração, no beneficiamento e no pós fechamento de mina.

Indicadores de sustentabilidade Para garantir a sustentabilidade da mineração, é fundamental

o acompanhamento por todos os interessados das atividades reali-zadas, desde a pesquisa até o pós fechamento da mina. A escolha de indicadores se torna um fator importante para que as autori-dades, a comunidade, os trabalhadores da mina e a empresa mine-radora possam avaliar criticamente as diversas etapas do aprovei-tamento do bem mineral. A seguir, são apresentados os temas que podem servir para a definição dos indicadores de sustentabilidade:

1. Ordenamento do território para usos simultâneos ou se-quenciais.

2. Saúde e segurança dos trabalhadores e da comunidade di-retamente afetada.

3. Aproveitamento das rochas movimentadas na lavra.4. Disseminação de aerossóis, ruídos e efluentes.

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18 Minerais e rochas – Base material da aventura humana

5. Sustentabilidade em todo o ciclo de vida do minério.6. Renda e emprego em atividades vinculadas à mineração.7. Retorno social e econômico para a comunidade e para a

região minerada.8. Consumo e economia de energia e água.9. Educação ambiental para os trabalhadores e a comunidade.10. Medidas econômicas, sociais e ambientais após o fecha-

mento da mina.

Os indicadores servem de referência no acompanhamento da atividade mineral e, para isso, precisam ser definidos por todos os segmentos impactados, positiva e negativamente, pela mineração.

Mineração sustentável

A articulação das políticas públicas de geologia e mineração com as políticas ambientais e industriais é o caminho para a cons-trução de alternativas que melhor aproveitem os recursos minerais disponíveis na natureza.

A extração de bens minerais continuará nos próximos séculos, pois os seres humanos necessitam dos materiais geológicos para construírem boas condições de proteção, conforto e transporte. Inclusive, a maioria dos produtos sintéticos são fabricados com matérias-primas originadas das substâncias minerais. As ações que permitem a sustentabilidade da extração mineral estão sintetiza-das no quadro a seguir:

Mineração sustentável: sonho possível e necessário

Espaço físico Extração mineral convivendo e preparando o solo para outros usos sustentáveis.

Condições sociais

Mineração contribuindo para a geração de renda e emprego aliados a boas condições de vida, trabalho e meio ambiente.

Condições econômicas

Custo x benefício da atividade mineral avaliado no ciclo de vida de todo material geológico movimentado.

Meio ambiente Produção mineral participando e contribuindo na gestão susten-tável do território, para o presente e o futuro.

Condições políticas Normatização e gestão federal, estadual e municipal que ga-rantam o aproveitamento dos bens minerais, que pertencem à União, no interesse nacional.

Page 20: Minerais e rochas: base material da aventura humana

19Nossa casa, o planeta Terra

Leituras sugeridas

ALMEIDA, F. F. O dia em que o olhar sobre o mundo mudou. Rio de Janeiro: Ciência Hoje, v. 31, n. 181, p. 120-124, 2002.COSTA, V. A andança dos continentes. Rio de Janeiro: Ciência Hoje, v. 21, n. 126, 1997.FRANÇA, G. S.; ASSUMPÇÃO, M. Reflexos no Brasil de terremotos dis-tantes. Rio de Janeiro: Ciência Hoje, v. 42, n. 249, p. 21-25, 2008.PACCA, I. G. O interior da Terra. São Paulo: Ciência Hoje, 1(5), 1983.PRESS, F.; SIEVER, R.; GROTZINGER, J.; JORDAN, T. H. Para entender a Terra. Porto Alegre: Bookman, 2006.SALGADO-LABOURIAU, M. L. História ecológica da Terra. São Paulo: Editora Edgard Blucher, 1994.SCHMITT, R. S. Como se avalia a idade das rochas? Rio de Janeiro: Ciência Hoje, v. 265, 2009.SCLIAR, C. Mineração, base material da aventura humana. Belo Hori-zonte: Editora Legado, 2004b.SKINNER, B. J. Recursos minerais da Terra. São Paulo: Editora Edgard Blucher, 1996.SUGUIO, S.; SUZUKI, V. A evolução geológica da Terra e a fragilidade da vida. São Paulo: Editora Edgard Blucher, 2003.TEIXEIRA, W. et al. Decifrando a Terra. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2010.

Page 21: Minerais e rochas: base material da aventura humana

20 Minerais e rochas – Base material da aventura humana

Page 22: Minerais e rochas: base material da aventura humana

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Os 112 elementos químicos estão organizados na Tabela Periódi-ca concebida pelo cientista russo Dimitri Mendeleeff, em 1869, como mostra a figura abaixo. Na atualidade, quase todos os elementos da Tabela Periódica são encontrados na natureza e aproveitados, isoladamente ou em composição com outros elementos químicos.

Tabela Periódica dos elementos

Origem e aproveitamento dos bens minerais

2

Os minerais

Os minerais são compostos formados por um ou mais elemen-tos naturais, com características homogêneas e propriedades físi-cas e químicas definidas. A cal, o aço e o cimento, fabricados pela

Page 23: Minerais e rochas: base material da aventura humana

22 Minerais e rochas – Base material da aventura humana

engenhosidade humana, e as pérolas, os ossos e as conchas, substân-cias produzidas por organismos vivos, não são considerados mine-rais. Os minerais ocorrem na natureza como sólidos. Duas impor-tantes exceções são a água e o mercúrio, encontrados em estado líquido nas Condições Normais de Temperatura e Pressão.

Ligações químicas das substâncias mineraisA estrutura nuclear dos minerais apresenta diferentes ligações

entre os íons, os átomos e as moléculas. A espécie e a intensidade dessas forças são fundamentais na

configuração das propriedades físicas e químicas dos minerais. As ligações químicas podem ser iônicas, covalentes, intermoleculares (Van der Waal) ou metálicas. A estrutura nuclear de muitas subs-tâncias é constituída por mais de um tipo de ligação química, cujas propriedades estão resumidas no quadro a seguir.

As ligações químicas

Iônica Covalente Metálica Van der Waals

Natureza Atração eletros-tática entre íons de carga dife-

rente

Compartilha-mento de um

par de elétrons

Elétrons compartilha-dos movem-se livres entre os

átomos

Ligações frágeis entre átomos

neutros

Propriedades estruturais

Coordenação elevada entre os íons, estrutura

densa

Coordenação frágil, estrutura

pouco densa

Coordenação muito elevada,

estrutura muito densa

Coordenação muito elevada, estrutura muito

densa

Propriedades mecânicas

Ligação forte Ligação forte Ligação variável

Ligação frágil

Propriedades térmicas

Temperatura de fusão muito

elevada

Temperatura de fusão elevada

Temperatura de fusão variável

Temperatura de fusão baixa

Propriedades elétricas

Isolantes medianos

Isolantes Condutores Isolantes

Exemplo de mineral

Halita Diamante Prata Muscovita

Fonte principal: Dercourt et al, 1995.

Page 24: Minerais e rochas: base material da aventura humana

Origem e aproveitamento dos bens minerais 23

Propriedades físicasEstrutura cristalinaOs minerais apresentam geometria externa regular e cons-

tante, refletindo a organização da estrutura cristalográfica. Con-siderando os ângulos a (entre os eixos a e b), b (entre os eixos a e c) e g (entre os eixos b e c), estão definidos sete sistemas crista-lográficos, conforme o quadro a seguir:

Estrutura cristalográfica dos minerais

Sistema

Exemplo Mineral

Eixos e ângulos Representação

Isométrico ou cúbico

Galena, fluorita

a = b = c

a = b = c = 900

Tetragonal

Cassiterita, rutilo

a = b c

a = b = c = 900

Trigonal ou

romboédrico

Calcita, quartzo

a1 = a2 = a3

a1 = a2

a3 900

Hexagonal

Berilo, apatita

a1 = a2 = a3 c

a = b = 900

c = 1200

Ortorrômbico

Topázio, crisoberilo

a b c

a = b = c = 900

Monoclínico

Mica, ortoclásio

a b c

a = c = 900

b 900

Triclínico

Albita, cianita

a b c

a b c 900

= =

= = =

= =

=

= =

=

=

=

Fonte principal: Klein & Hurlbut, 1999.

Page 25: Minerais e rochas: base material da aventura humana

24 Minerais e rochas – Base material da aventura humana

A estrutura cristalográfica dos minerais é constante, e as faces do cristal guardam relação definida com essa estrutura. Por isso, os ângulos entre as faces dos cristais do mesmo mineral são iguais, desde que medidos em temperatura idêntica.

ClivagemPropriedade que os minerais possuem de quebrar seguindo

planos paralelos a uma face possível do cristal, sendo uma conse-quência direta de sua estrutura cristalina.

DurezaRepresenta a resistência dos minerais a uma ação mecânica

externa, em particular ao risco. A Escala de Mohs é usada como pa-drão para definição da dureza dos minerais. A escala é relativa, de tal modo que o diamante, que tem dureza 10, é quatro vezes mais duro que o córindon, que tem dureza 9. Veja o quadro a seguir.

Dureza dos minerais

Dureza Minerais

Riscados pela unha 1 Talco

2 Gipsita

Riscados por canivete ou

vidro

3 Calcita

4 Fluorita

5 Apatita

6 Ortoclásio

Riscam o vidro

7 Quartzo

8 Topázio

9 Córindon

10 Diamante

Esta propriedade também tem relação direta com a estrutura

cristalina. Por exemplo, a grafita e o diamante, ambos formados pelo elemento carbono, apresentam durezas muito diferentes. Veja o quadro a seguir.

Page 26: Minerais e rochas: base material da aventura humana

Origem e aproveitamento dos bens minerais 25

Dureza e estrutura cristalográfica

Mineral Diamante Grafita

Cristal

Fórmula química Carbono Carbono

Dureza 10 1,5

Sistema cristalográfico Isométrico Hexagonal

Fonte principal: Klein & Hurlbut, 1999.

Peso específicoO peso específico dos minerais é a relação entre seu peso

e o peso de um volume igual de água na temperatura de 4 0C. O peso específico varia segundo a cristalização e o peso atômico dos átomos e íons que compõem a substância mineral, como mostra o quadro a seguir.

Peso específico x Peso atômico de cátions

Mineral Fórmula química Peso atômico do

cátion

Peso específico

do mineral

Anidrita CaSO4 (Sulfato de cálcio) Cálcio = 40,08 2,89 — 2,98

Barita BaSO4 (Sulfato de bário) Bário = 137,33 4,5

Anglesita PbSO4 (Sulfato de chumbo) Chumbo = 207,19 6,2 — 6,4

Fonte principal: Klein & Hurlbut, 1999.

TenacidadeTenacidade é a resistência dos minerais à quebra, à moagem,

à dobra ou ao rasgamento. A tenacidade depende da coesão da estrutura cristalina. Conforme a resistência, os minerais podem ser: friáveis (reduzidos a pó quando submetidos à pressão), sécteis (cortados por canivete), maleáveis, dúcteis, plásticos ou elásticos.

Page 27: Minerais e rochas: base material da aventura humana

26 Minerais e rochas – Base material da aventura humana

MagnetismoPropriedade de alguns minerais de serem atraídos por imãs.

Considerando os minerais mais comuns, apenas dois apresentam essa propriedade: a magnetita e a pirrotita.

Propriedades físicas relacionadas à luzOs feixes de luz incidentes sobre um corpo são refletidos ou

refratados. A luz refletida ou absorvida permite a observação da cor e do brilho do mineral, enquanto a quantidade de luz refratada indica a transparência.

CorA cor é definida como a aparência dos minerais ao refletirem ou

absorverem os raios de luz. Na natureza, encontram-se diferentes minerais com a mesma cor e o mesmo mineral com várias cores.

As micas, por exemplo, ocorrem em diversas cores: biotita (preta), muscovita (transparente), lepidolita (rosa) e flogopita (amarela) em função da sua composição química.

No caso das gemas, alguns metais que fazem parte da sua com-posição química, como cromo, ferro, cobalto, cobre, manganês, níquel e vanádio, causam a variação da coloração. Observe o quadro a seguir.

Cores das gemas

Coríndon Rubi: vermelho; Safira: azul

Granada Piropo: incolor; Almandina: vermelha; Espessartita: castanha; Grossu-lária: incolor, verde, castanha; Andradita: amarela esverdeada a preta; Uvarovita: verde

Berilo Esmeralda: verde; Água-marinha: azulado; Heliodoro: amarelo; Morgani-ta: róseo; Goshenita: incolor

Crisoberilo Olho de gato e Alexandrita (cor vermelha em luz artificial e verde na luz natural)

Espodumênio Kunsita: rosa, lilás; Hiddenita: verde

Quartzo Ametista: violeta; Citrino: amarelo; Morion ou Enfumaçado: preto; Prásio: verde; Quartzo-róseo: rosa; Quartzo-leitoso: branco; Cristal de Rocha: incolor; Aventurina: quartzo com inclusões de mica ou hematita; Cabelo de Vênus: quartzo com inclusões de Rutilo

Turmalina Afrisita/Shorlita: preto; Indigolita: azul; Acroita: incolor; Rubelita: ver-melha/rosa; Elbaíta: verde; Dravita: parda

Topázio Topázio: incolor, azul, verde; Imperial: amarelo

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Origem e aproveitamento dos bens minerais 27

BrilhoA aparência da superfície de um mineral à luz refletida pode ser

metálica (por exemplo a hematita) ou não metálica. Entre os bri-lhos não metálicos destacam-se os seguintes: vítreo – parece vidro (quartzo); resinoso – parece resina industrial; nacarado ou perláceo – parece pérola (talco); graxo – brilho de aspecto gorduroso (apatita); sedoso – parece tecido seda (crisotila); adamantino – similar ao brilho do diamante; terroso – similar a terra (caulim).

TransparênciaPropriedade dos materiais de permitir a passagem da luz. O

coeficiente de transparência é calculado pela relação entre luz incidente e luz refratada, base para a classificação mostrada no quadro abaixo.

Tipos de transparência

Classificação Minerais

Transparente Calcita transparente, kunzita, quartzo hialino

Translúcido Quartzo enfumaçado

Opaco Hematita, cromita

TraçoCor do pó de um mineral ao riscar uma superfície porosa.

Embora a cor dos minerais varie, a cor do traço é geralmente constante. O quadro a seguir apresenta a cor do traço de alguns minerais.

Traços de alguns minerais

Minerais Cor do traço

Hematita Vermelho

Cassiterita Branco

Psilomelano Avermelhado

Cromita Castanho-escuro

Limonita Castanho-amarelado

Galena Cinza-escuro

Page 29: Minerais e rochas: base material da aventura humana

28 Minerais e rochas – Base material da aventura humana

Classificação química dos mineraisA classificação mais comum dos minerais tem como base sua

composição química, conforme o quadro a seguir.

Classificação química dos minerais

Composição Exemplo Fórmula química

Elementos nativos OuroDiamante

AuC

Sulfetos PiritaGalena

FeS2PbS

Sulfossais Enargita CuAsS4

Hidróxidos LimonitaBauxita

FeO.OH.nH2OAl2O3.2H2O

Óxidos CoríndonHematita

Al2O3FeO

Nitratos e Boratos Salitre KNO3

Tungstatos Scheelita CaWO4

Halogênicos Fluorita CaF2

Carbonatos CalcitaDolomita

CaCO3MgCaCO3

Fosfatos MonazitaApatita

(Ce, La, Y, Ta) PO4Ca5(F,Cl,OH)PO4)3

Sulfatos BaritaGipsita

BASO4Ca SO4

Silicatos QuartzoTurmalina

TopázioCrisotila

TalcoBerilo

Muscovita

SiO2(Na,Ca)

(Mg,Al)6B3Al3Si6(O,OH)30AlSi3O8(Na,K)

3MgO2.SiO2.H2OMg3(Si4O10)(OH)2

Be3Al2(SiO3)6KAl2(AlSi3O8(OH)2

As rochasAs rochas são agregados naturais constituídos de um ou mais

minerais e se formam obedecendo a condições geológicas, físicas e químicas. No ambiente natural, as rochas são melhor observadas nas variações bruscas de relevos naturais ou artificiais, como bar-rancos de rios, quedas de água e cortes realizados nas margens das rodovias.

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Origem e aproveitamento dos bens minerais 29

As rochas são classificadas em magmáticas, sedimentares e metamórficas. A figura a seguir mostra diversos eventos que provo-cam mudanças e a formação de novas rochas.

Ciclo de formação das rochas

Fonte: modificado de Open University, 1994; Press, 2006; Teixeira, 2010.

Rochas magmáticasAs rochas magmáticas ou ígneas resultam da cristalização de

material rochoso em estado de fusão, chamado de magma. Depen-dendo da profundidade onde ocorre a solidificação do magma, as rochas magmáticas são denominadas de plutônicas ou vulcânicas.

As rochas plutônicas ou intrusivas representam corpos mag-máticos consolidados em grande profundidade. Nessas rochas, os minerais cristalizam-se lentamente, desenvolvendo cristais vi-síveis a olho nu.

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30 Minerais e rochas – Base material da aventura humana

As rochas vulcânicas ou extrusivas resultam do resfriamento de magma (lava) que chegou à superfície terrestre. A rápida varia-ção de temperatura e pressão provoca a cristalização dos mine-rais em pequenas dimensões, somente observados com auxílio de microscópio.

Rochas magmáticas

Fonte: modificado de Open University, 1994; Press, 2006; Teixeira, 2010.

Rochas sedimentares As rochas sedimentares resultam da deposição, compactação

e cimentação de fragmentos e solutos provenientes de diferentes processos geológicos. As etapas para constituição das rochas sedi-mentares são as seguintes:

• desagregação ou solubilização das rochas e minerais pre-existentes pelo intemperismo físico, químico ou biológico;

• transporte do material intemperizado pela erosão fluvial, eólica, marinha ou glacial;

• acumulação dos fragmentos e precipitação dos solutos numa bacia sedimentar;

• consolidação dos materiais depositados (litificação/diagênese).

Vulcão

Lava que ao se solidificar forma as rochas vulcâni-cas ou extrusivas

Magma

Magma que ao se solidificar forma as rochas plutônicas ou intrusivas

Magma

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Origem e aproveitamento dos bens minerais 31

Fonte: modificado de Open University, 1994; Press, 2006; Teixeira, 2010.

Rochas metamórficasO metamorfismo provoca o rearranjo mineralógico, textural

e/ou estrutural das rochas preexistentes, praticamente sem que ocorram grandes mudanças na sua composição química. Conside-rando que o metamorfismo é produzido por aumento de tempera-tura e/ou pressão, as rochas resultantes dependerão também da composição da rocha original e da presença de fluidos.

Os processos de formação das rochas sedimentares servem de testemunho da história geológica da região, em especial quando ocorre a preservação de fósseis. As rochas sedimentares são cha-madas de detríticas, se formadas por deposição de grãos de diver-sos tamanhos; químicas, se originadas por substâncias químicas precipitadas em lagos ou mares; e biogênicas, se formadas a partir da deposição de restos de animais ou plantas que se alteram e constituem importantes depósitos de turfa, linhito e carvão mi-neral ou petróleo e gás.

Rochas sedimentares

Intemperismo e erosão

Transporte e sedimentação promovidos pela água e vento

As correntes oceânicas transportam e depositam materiais pela corrente e pela precipitação química.

À medida que se acumulam novos sedimentos, os estratos inferiores transformam-se em rochas sedimen-tares.

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32 Minerais e rochas – Base material da aventura humana

Os ambientes geológicos onde ocorrem alterações metamórfi-cas servem para denominar o tipo de metamorfismo:

Metamorfismo de contato: no entorno das intrusões mag-máticas e nas regiões de afundamento das Placas Tectônicas.

Metamorfismo cinemático: nas zonas onde acontecem rup-turas e movimentações das rochas, provocando cisalhamento e aumento de temperatura e pressão.

Metamorfismo regional: nos pacotes rochosos afundados a grande profundidade, onde ocorre aumento gradual da tempera-tura e pressão. Esse é o metamorfismo mais comum, afetando ter-renos de milhares de quilômetros quadrados.

A figura a seguir mostra o ciclo geológico dos processos inter-nos e externos que agem no planeta e resultam na geração dos diferentes tipos de rochas metamórficas.

Rochas metamórficas

Fonte: modificado de Open University, 1994; Press, 2006; Teixeira, 2010.

Matéria orgânica fossilizada

O acúmulo e a transformação de materiais biológicos são respon-sáveis pela geração de bens minerais intensivamente empregados pela sociedade, tais como a turfa, o carvão mineral, o petróleo e o gás.

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Origem e aproveitamento dos bens minerais 33

O carvão mineral é gerado pela transformação termoquímica sofrida por massas de vegetais acumuladas em bacias sedimenta-res, situadas em ambiente continental.

O óleo e o gás são gerados por micro-organismos planctônicos acu-mulados em bacias sedimentares marinhas. Para gerar um depósi-to de óleo ou gás, é necessária a disposição sequencial de rocha geradora, contendo abundante biomassa, de rocha reservatório, porosa, que permita a migração e o acúmulo de gás e óleo, e de rocha capeadora, que interrompa a movimentação desses fluídos em direção à superfície, como mostra a figura.

Depósito de óleo e gás

Fonte: modificada de Teixeira, 2010.

Os solos

Os solos resultam da contínua alteração das rochas por fa-tores climáticos, como a chuva, o gelo, o vento e a variação de temperatura, com a contribuição de organismos vivos. Às vezes, eles se formam no mesmo local onde se encontra a rocha-matriz, ou após deslocamento, recobrindo outras rochas na mesma região.

Os solos são constituídos por fragmentos de rocha, argilomine-rais gerados pela alteração química dos minerais da rocha-matriz e matéria orgânica. Dependendo da rocha e dos eventos externos,

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34 Minerais e rochas – Base material da aventura humana

formam-se diferentes tipos de solo. A figura a seguir apresenta o per-fil de solo, com os horizontes que se desenvolvem a partir da rocha.

Perfil de solo

Fonte: modificado de Press, 2006 e Teixeira, 2010.

Alguns depósitos minerais são formados pela alteração das rochas, como é o caso de diversas jazidas de bauxita, caulim e níquel. O intemperismo das rochas também gera solos agricul-turáveis e jazidas de argila, amplamente empregada na construção civil e na indústria cerâmica de tijolos, telhas e azulejos.

Aproveitamento dos bens minerais

As substâncias minerais aproveitadas pela sociedade apresen-tam seis características básicas:

1. Resultam de complexos fenômenos geológicos que levaram milhões de anos para se completarem. Os depósitos ocorrem em áreas determinadas, sendo encontrados nos locais onde a história geológica viabilizou sua concentração, o que é chamado de rigidez locacional.

2. As minas apresentam condições geológicas e mineralógicas particulares, necessitando contínuo investimento em pesquisa, desenvolvimento e inovação para serem encontradas, desenvolvi-das e seus minérios aproveitados com sustentabilidade.

O – horizonte ou camada superficial, de constituição orgânica, cor cinza a cinza-escura

A – horizonte mineral e orgânico, su-perficial. Proporção variada de argila e matérias orgânicas

B – horizonte mineral com máxima con-centração de argilas e ferro deslocados do horizonte acima

C – horizonte mineral rico em argila e minerais em decomposição onde ainda se reconhece a estrutura da rocha origi-nal

Page 36: Minerais e rochas: base material da aventura humana

Origem e aproveitamento dos bens minerais 35

3. As minas possuem quantidade finita de minério, e a lavra provoca a redução das reservas até sua exaustão.

4. A extração e o beneficiamento precisam de cuidados espe-ciais para que não sejam afetados o meio ambiente, a saúde e a segurança dos trabalhadores e da comunidade no entorno da mina.

5. Alguns bens minerais são reaproveitados, como a areia, a brita e a maioria dos metais.

6. Por motivos estratégicos e/ou econômicos, muitos bens mi-nerais têm sido substituídos na sua aplicação por outros minérios ou por produtos sintéticos.

Depósitos mineraisOs métodos e os processos para a extração dos bens minerais

variam segundo as características geológicas do depósito e da substân-cia mineral, e isso é determinante quanto ao custo e aos impac-tos positivos e negativos do empreendimento. As lavras podem ser classificadas em quatro tipos principais:

1. Leito de rio, quando ocorrem em aluvião situado no leito ou na margem do rio. As principias substâncias extraídas são areia, diamante, ouro e cassiterita.

2. Céu aberto, quando se realizam em cavas cuja dimensão varia de dezenas a poucas centenas de metros. Destacam-se as minas de ferro, carvão, areia e calcário.

3. Subterrânea, quando o bem mineral é acessado através de poços e galerias para extrair ouro, cobre, zinco, gemas e carvão.

4. Operação especial, quando é necessária a perfuração de poços que atingem os locais onde se acumulam petróleo, gás e água.

Com a descoberta da jazida, realizam-se os estudos geológicos e econômicos para que sejam definidos a quantidade e o teor dos miné-rios classificados como reservas medida, indicada e inferida. Chama-se reserva provada a soma da reserva medida com a reserva indicada.

Nas minas em atividade, a quantidade do minério classifica-do como reserva provada modifica-se continuamente. Enquanto a lavra reduz a reserva, a quantidade de minérios disponíveis para extração é ampliada por pesquisas geológicas, novas tecnologias ou aumento do preço, que viabilizam o aproveitamento de bens minerais antes desconhecidos ou descartados.

Page 37: Minerais e rochas: base material da aventura humana

36 Minerais e rochas – Base material da aventura humana

Propriedades e usos das substâncias mineraisSubstâncias minerais Propriedades Uso final

Água

Potável Consumo humano

TermalMedicamentosa

Balneário turísticoBalneário terapêutico

Outros Agricultura, energia, higiene

Fosfatos e sais de potássio Fertilizantes

Agricultura Turfa, vermiculita, zeólita Condicionadores de solo

Calcário magnesiano, dolomito Corretivos de solo

Carvão, turfa, linhito, folhelho betuminoso

Fósseis sólidosCombustíveis

EnergiaPetróleo, gás Fósseis líquidos e gasosos

Urânio, tório Radioativos

Ferro Principal constituinte do aço

Siderurgia

Manganês, cromo, silício, molibdênio, níquel, tungstênio, vanádio

Aumentam a dureza

Cromo, silício, molibdênio, tungstênio, titânio, nióbio

Aumentam a resistência à corrosão

Manganês, silício, níquel, vanádio, titânio, nióbio

Aumentam a resistência mecânica

Areia, brita, cascalho Agregados, argamassa

Construção civilCalcário, argila, gipsita Cimento

Granito, gnaisse, mármore, sienito Rochas ornamentais

Ardósia, quartzito, varvito Rochas de revestimento

Alumínio, titânio, magnésio Metais para estruturas leves

Cobre, chumbo, zinco, estanho Metais básicos não ferrosos

Muscovita, quartzo Elétrica e eletrônica

Halita, pirita, fluorita, enxofre, iodo, bauxita, cromita, magnesita

Química

Cianita, magnesita, crisotila, bauxita Refratários

Muscovita, vermiculita, crisotila Isolantes

Diamante, calcedônia, sílex, granada, bauxita, grafita, coríndon

Abrasivos e de fricção

Caulim, quartzo, feldspato, calcita, talco Vidros e cerâmicas

Atapulgita, diatomita, crisotila, sílica Filtros e absorventes

Zinco, titânio, barita, cromo, cádmio, chumbo, ferro, grafita, cobre, estanho

Pigmentos de cor para tintas

Esteatito (pedra sabão), quartzo, sodalita, hematita, argila, gemas

Materiais resistentes, belos, trabalháveis

Ouro, prata, grupo da platina, gemas Materiais resistentes, duráveis

Page 38: Minerais e rochas: base material da aventura humana

Origem e aproveitamento dos bens minerais 37

Leituras sugeridas

ALMEIDA, S. L. M.; BENVINDO A. (Ed.). Manual de agregados. Rio de Janeiro: MCTI/CETEM, 2012.CARVALHO, I. S. (Org.). Paleontologia. Rio de Janeiro: Interciência, 2004.CASTAÑEDA, C. et al. Gemas de Minas Gerais. Belo Horizonte: SBG-MG, 2001.DANA, J. Manual de mineralogia. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1978.DEER, W. A. Minerais constituintes das rochas. Uma introdução. Lis-boa: Calouste Gulbenkian, 2000.PRESS, F.; SIEVER, R. GROTZINGER, J.; JORDAN, T. H. Para entender a Terra. Porto Alegre: Bookman, 2006.SCHUMANN, W. Gemas do mundo. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 2002.SCLIAR, C. Geopolítica das minas do Brasil. Rio de Janeiro: Editora Revan, 1996.SKINNER, B. J. Recursos minerais da Terra. São Paulo: Editora Edgard Blucher, 1996.TEIXEIRA, W. et al. Decifrando a Terra. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2010.

Page 39: Minerais e rochas: base material da aventura humana

38 Minerais e rochas – Base material da aventura humana

Page 40: Minerais e rochas: base material da aventura humana

39

Desde a Antiguidade, o homem extrai rochas, minerais e ma-térias orgânicas fossilizadas para a fabricação de utensílios e fer-ramentas, levando os historiadores a denominarem os primeiros períodos civilizatórios de Idades da Pedra Lascada, Pedra Polida, Bronze e Ferro. A denominação dos períodos pré-escrita com o nome de materiais rochosos ou metalúrgicos refletiu a preservação destes materiais por serem mais resistentes às intempéries, servin-do como testemunho das antigas civilizações.

As matérias-primas empregadas na indústria sempre foram escolhidas por sua adaptação a um determinado uso. Nos últimos 100 anos, as pesquisas desenvolvidas nos laboratórios de Física e Engenharia dos Materiais tornaram-se fundamentais na descoberta de materiais sintéticos, levando as indústrias a demandarem ma-teriais para cumprirem funções específicas.

A introdução no mercado desses novos materiais provocou mu-danças significativas na procura por matéria-prima, pois o foco não é mais o material tradicionalmente conhecido, mas os materiais naturais ou sintéticos que possuem as propriedades desejadas para a fabricação de determinados equipamentos, obras ou serviços.

Nesse cenário produtivo, a indústria mineral reduziu seu poder econômico, e a indústria química tornou-se o principal segmento industrial no fornecimento de matérias-primas, inclu-sive fabricando minerais sintéticos, como o quartzo e o diamante industrial.

O quadro a seguir mostra os recursos minerais aproveitados nos diferentes momentos históricos, destacando-se as relações econômicas dominantes em cada período.

Bens minerais e sociedade

3

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40 Minerais e rochas – Base material da aventura humana

Bens minerais e tecnologias na história da humanidade

Relações econômicas Idade/Período Marcos históricos e bens minerais

Capitalismo globalizado Socialismo real Capitalismo Industrial Imperialismo

Capitalismo mercantil

Feudalismo

Escravismo

Sociedades asiáticas

Comunismo Primitivo

Século XXIIdade dos materiais avan-çados e plásticosSéculo XX Revolução IndustrialSéculo XVIII

Renascimento1.300 anos depois de Cristo.

Idade Média455 anos depois de Cristo

Império Romano500 anos depois de Cristo

Idade do Ferro Inicio 2.000 anos antes de Cristo

Idade do Bronze2.000 a 3.000 anos antes de Cristo

Neolítico / 3.000 a 8.000 anos antes de Cristo. Pedra Polida

Paleolítico / mais de 8.000 anos antes de Cristo. Pedra Lascada

Estação orbital, compósitos, polímeros

Nióbio, Berílio, Cerâmicas Avançadas, Sílica, Urânio, Zircônio, Cádmio, Boro e PlatinaHomem na Lua

Primeiros explosivos usados em mineração. Primeira máquina a vapor.Terras Raras, Barita, Vanádio, Tungstênio, Petróleo, Molibdênio, Titânio, Magnésio, Berilo, Fluorita, Cobalto, Diamante, Ami-anto, Enxofre, Fosfato, Cromo, Manganês, Potássio, Alumínio, NíquelPrimeiro poço de petróleo. Primeiro gerador de energia.Plutônio, Boro, Cádmio, Urânio, Zircônio, Sílica, Lítio

Primeiro livro sobre mineração. Da Re Metalica (1556)Antimônio, Platina, BismutoChegada dos Portugueses no Brasil

Início do uso de Carvão Mineral na fabri-cação de açoAço, Feldspato

Primeiros aquedutosZinco, Cimento

Primeiras estradasPrimeira irrigaçãoGemas, Mercúrio, Ferro, Mármore

Primeiros utensílios metálicosAlabastro, Talco, Estanho, Cobre, Cobalto, Prata, Chumbo

Primeiras construções de pedraÂmbar, Cerâmica, Ouro

Ocre, Chert / Obsidiana, Sílex

Primeiros utensílios, Seixos, Minerais e rochas duras, Sílex

Fontes principais: Open University, 1994; Wolfe, 1984.

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41Bens minerais e sociedade

Primórdios da civilização

No Paleolítico, o homem utilizava seixos encontrados na su-perfície para se defender ou caçar. Passou depois a fabricar ins-trumentos cortantes empregando sílex, vidro vulcânico, outros minerais e rochas duras na Idade da Pedra Lascada.

Posteriormente, foram desenvolvidos procedimentos para po-lir os minerais e as rochas na Idade da Pedra Polida. A contínua sofisticação técnica da indústria mineral na Idade da Pedra Polida é documentada pela evolução das facas de sílex que se tornavam cada vez mais finas e menores.

A sociedade de então ganhava tanto na economia de matéria--prima como na qualidade do corte executado pelas facas, como mostra a figura a seguir.

Evolução das facas fabricadas com sílex

Fonte: Daumas, 1965.

Muitos povos antigos encontraram depósitos de sílex e obsidi-ana nos territórios onde viviam. Os que não acharam esses minerais utilizaram rochas duras e cortantes como granito, basalto e outras.

No início da agricultura e da criação de animais domestica-dos, a necessidade impulsionou a procura de novos materiais e o desenvolvimento de técnicas para fabricação de instrumentos e armas mais eficazes.

Idade do Bronze (3000 a 1200 anos antes de Cristo)

O crescimento das cidades na Europa e na Ásia impulsionou a extração de substâncias minerais para a construção civil e a meta-lurgia do bronze, liga de cobre com estanho. A fundição dos metais para obter o bronze e a fabricação de vasos vidrados se faziam em fornos que chegavam a temperaturas acima de 800 oC.

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42 Minerais e rochas – Base material da aventura humana

As ferramentas de bronze revolucionaram a carpintaria e a cantaria, pois os instrumentos metálicos facilitaram a manipu-lação das madeiras e rochas. Os egípcios construíram obras ar-quitetônicas fabulosas, como as pirâmides, manejando ferramen-tas fabricadas com bronze.

Pirâmide de Queops (IV dinastia)

Na Idade do Bronze empregavam-se ouro, prata, cobre, estanho, chumbo, mercúrio e ferro, além de areia, argila e rochas usadas na construção civil.

Idade do Ferro (início 1200 anos antes de Cristo)

O foco de desenvolvimento técnico transferiu-se para a peri-feria das antigas civilizações. Os indianos, os persas, os gregos e, posteriormente, os romanos, empregaram nas suas atividades os materiais descobertos pelos povos que habitavam os vales dos rios Nilo, Tigre, Amarelo, Indo e Yangtzé.

A fabricação de ferro na Antiguidade se dava em pequenas fornalhas de barro ativadas por foles manuais. A gusa produzida era transformada através de martelagem em barras de ferro.

Na Grécia, foram construídos prédios colossais, empregando--se mármores cortados, polidos e moldados com ferramenta de bronze e ferro, como o Partenon de Atenas, que é um exemplo da

Page 44: Minerais e rochas: base material da aventura humana

43Bens minerais e sociedade

eficiência técnica dos engenheiros e da beleza dos prédios edifica-dos naquela época.

Durante o Império Romano, o ferro serviu para fabricar as ar-mas do exército que conquistou a Europa e a Ásia. Outro material amplamente utilizado foi o cimento, que se tornou uma marca do Império. Ainda hoje se destacam prédios como o Coliseu de Roma, construído com cimento naquele período.

Coliseu de Roma/Itália

Idade Média (455 a 1300 anos depois de Cristo)

A queda do Império Romano resultou no declínio da autori-dade centralizada, refletindo-se sobre as atividades de mineração e metalurgia, controladas rigorosamente pelos romanos que as consideravam estratégicas.

A produção de ferro se disseminou nos países onde foram de-senvolvidas técnicas que aproveitaram a força hidráulica, o carvão vegetal e as jazidas de minério, mesmo quando as reservas conhe-cidas eram de pequeno porte.

Em 1556, é publicado o livro Da Re Metalica (Da natureza dos metais), redigido pelo médico alemão, Giorgius Agricola (1494–1555), estudioso da geologia e da mineração, contendo descrições detalhadas das práticas mineiras empregadas na Europa central.

Page 45: Minerais e rochas: base material da aventura humana

44 Minerais e rochas – Base material da aventura humana

A figura a seguir reproduz um dos belos desenhos que ilustram o livro de Agricola.

Trabalho nas minas (século XVI)

Fonte: Agricola, 1956.

No final do Período Medieval, as viagens comerciais promovi-das por Espanha, Portugal e Inglaterra alcançaram todas as regiões habitadas do mundo. A procura e a lavra de gemas e metais precio-sos em países distantes da Europa tornaram-se comuns, inaugu-rando o comércio de bens minerais por via marítima.

Da Renascença ao Século XX (1300 a 2000 anos depois de Cristo)

Entre a metade do século XV e o final do século XVII, o capita-lismo europeu se consolidou como principal modo de produção, estabelecendo profundas mudanças nos métodos e nas práticas direcionadas para o acesso e aproveitamento dos recursos am-bientais.

As tecnologias desenvolvidas serviram para a construção de equipamentos e processos que ampliaram o uso dos recursos mine-rais, o que será uma das principais marcas da sociedade moder-na. Desenvolveram-se inovações tecnológicas na metalurgia e na

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45Bens minerais e sociedade

química, aumentando a quantidade e a variedade dos bens minerais consumidos, o que impulsionou a abertura de minas na Europa. A presença de minas de ferro e carvão mineral na Inglaterra, França e Alemanha representou um fator-chave no desenvolvimento da siderurgia e da indústria metalúrgica.

Nos países que primeiro desenvolveram a metalurgia, a na-tureza pagou alto preço pela intensa produção de carvão vegetal. A cobertura florestal da Europa foi parcialmente destruída para fornecer lenha aos fornos siderúrgicos e caldeiras, o que somente foi revertido com a utilização de carvão mineral.

No início do século XIX, mais de 3/4 da produção mundial de bens minerais se referiam ao ouro, ao carvão e ao cobre. Na meta-de do século XIX, os novos processos siderúrgicos multiplicaram o uso de ferro, manganês, cromo e outros metais dirigidos para a fabricação de aços especiais e ligas metálicas.

Nos séculos XVIII, XIX e metade do XX, a crescente extração de bens minerais resultou da ampliação da fronteira econômica dos países europeus que controlavam política e economicamente a maioria dos países africanos, asiáticos e americanos.

A partir da segunda metade do século XX, o aumento das reservas e da extração de bens minerais teve como importante fator as inovações tecnológicas na pesquisa, extração, beneficia-mento e industrialização. O aumento da população, que passou de 2 bilhões de pessoas, em 1900, para 6,5 bilhões, em 2000, as-sociado à industrialização e à urbanização ampliou a demanda de bens minerais, empregados na produção de equipamentos e obras de infraestrutura que servem de base para o estilo de vida e con-sumo da sociedade contemporânea.

Presente e futuro da produção e consumo dos bens minerais Ao se observar o consumo per capita do cimento, aço, agre-

gados e alumínio em diversos países mostrados no quadro a seguir, pode-se afirmar que, para a melhora de vida das populações nos países mais pobres e em desenvolvimento, será fundamental a am-pliação do consumo de bens minerais.

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46 Minerais e rochas – Base material da aventura humana

Consumo per capita de materiais selecionados

Material Europa EUA China Brasil Mundo

2008 2011 2011

Agregados (t) 6,0-10 9,0 n.d. 3,5 3,5

Cimento (kg) 400-1.200 425 900 338 487

Aço (kg) 400-700 396 330 192 192

Alumínio (kg) 20-30 30 7,8 3,9 6,0

Fonte: MME/DTTM, 2013. Nota: não foi considerado, para o Brasil, o consumo de metais oriundos de reciclagem; o que aumenta o consumo per capita entre 10 e 20%.

A figura a seguir mostra em quais países as atividades mineiras cresceram a partir da segunda metade do século XIX e que deverão sediar as minas para suprir o aumento do consumo de bens mine-rais. Enquanto os países mais industrializados estão na fase de exaustão das suas minas, os países pobres e em desenvolvimento possuem jazimentos ainda não lavrados. Essa é uma oportunidade que precisa ser bem aproveitada, de forma que a extração mineral contribua para o desenvolvimento sustentável do país.

Minas em atividade no mundo (% da mineração mundial)

Fonte: London Metal Exchange, 2013; Raw Materials Data, Stockholm 2004.

Nos últimos 50 anos, as discussões quanto à quantidade de recur-sos minerais disponíveis para a sociedade tornaram-se recorrentes.

Europa

EUA

China

URSS/CEI

Austrália/Canadá

Brasil + 5 países em desenvolvimento

Page 48: Minerais e rochas: base material da aventura humana

47Bens minerais e sociedade

As substâncias minerais, comumente classificadas como re-cursos não renováveis, formam-se em complexos processos geo-lógicos ao longo de milhões de anos. As plantas e os animais, chamados de recursos renováveis, possuem ciclo de vida contados em poucos meses ou anos.

Costuma-se apontar a exaustão como atributo exclusivo dos re-cursos não renováveis. No entanto, enquanto a degradação do meio ambiente e o manejo incorreto de recursos renováveis têm provocado a extinção de diversas espécies de animais e plantas, não é conhe-cida nenhuma substância mineral exaurida na superfície terrestre.

Para melhor implementar as políticas públicas necessárias para a gestão do ciclo de vida dos recursos naturais, pode-se classificá-los em sustentáveis e não sustentáveis, segundo a descrição a seguir:

• Recursos sustentáveis são os que não se exaurem física, econômica ou ambientalmente se houver manejo racional, como a grande maioria das plantas e dos animais, mas também as rochas, os minerais e os metais passíveis de reaproveitamento e cuja ex-tração possa ser compatibilizada com outros usos do território através de zoneamento econômico ecológico.

• Recursos não sustentáveis, são aqueles cujo aproveitamento se torna impeditivo por razões como a redução da quantidade, a falta de economicidade e a inviabilidade ambiental para iniciar ou continuar a extração. Por exemplo, os animais e as plantas em extinção porque seu ambiente natural sofreu mudança radical ou foi destruído, e os recursos minerais para os quais não existem tecnologias para reaproveitamento ou se encontram em regiões com outras prioridades de uso.

Assim, os recursos naturais, sejam plantas, animais, rochas ou minerais, devem ser aproveitados através de um manejo sus-tentável, onde esteja prevista sua manutenção para as próximas gerações.

Os 3 Rs do reaproveitamento

Segundo cálculos do Compromisso Empresarial para Reci-clagem (CEMPREM), o Brasil produz cerca de 7 milhões de tonela-das diárias de lixo urbano.

Page 49: Minerais e rochas: base material da aventura humana

48 Minerais e rochas – Base material da aventura humana

O reaproveitamento dos materiais e produtos ocorre pela re-ciclagem, reuso e refabricação que permite ampliar a vida das reservas minerais conhecidas. Os materiais obtidos pelo reaprovei-tamento se tornaram importantes fontes no fornecimento de di-versos metais e bens minerais em geral, para a indústria em todo o mundo. O quadro a seguir apresenta o percentual de alguns ma-teriais comercializados, reciclados no Brasil e no mundo.

Reciclagem em 2012

Brasil Mundo

Alumínio (latas) 38 % 29 %

Aço (latas) 44 % nd

Chumbo (baterias) 58 % 57 %

Cobre 32 % 13 %

Vidro (embalagens) 20 % nd

Fonte: MME/SGM/DTTM, 2013.

A maior vantagem do reaproveitamento é completar o ciclo de vida dos minérios extraídos das minas, fazendo-os retornar ao mercado como matéria-prima, o que significa grande economia de energia e recursos naturais.

Discutindo o presente e o futuro dos recursos mineraisDiversas conferências, encontros e debates internacionais e

nacionais têm discutido a questão da exaustão dos recursos mine-rais e os impactos provocados pela mineração.

Destaca-se a Conferência Mundial do Meio Ambiente, reali-zada no Rio de Janeiro, em 1992, onde foi aprovada a Agenda 21.

Como na Agenda 21 não havia nenhuma citação referente à mineração, foi organizado o Fórum Minerais, Metais para o Desen-volvimento Sustentável – MMSD, com direção compartilhada entre setor privado, coordenado pela International Council on Mining and Metals – ICMM, governos de países mineiros (destaque para o Canadá) e a participação dos trabalhadores, organizados pela International Federation of Chemical, Energy, Mine and General Workers – ICEM. O resultado dessa expressiva articulação mundial

Page 50: Minerais e rochas: base material da aventura humana

49Bens minerais e sociedade

foi a inserção, no Plano de Implementação da Agenda 21, de um tópico relativo à mineração. Veja abaixo a proposta discutida e aprovada no tópico 46, durante a Conferência Mundial Rio + 10, realizada em Johanesburg, África do Sul, em 2002:

A mineração, os minerais e os metais são importantes para o desen-volvimento econômico e social de muitos países. Os minerais são es-senciais para a vida moderna. Para potencializar sua contribuição ao desenvolvimento sustentável, é necessário que sejam adotadas medi-das em todos os níveis para:a) apoiar os esforços envidados para tratar dos impactos e benefícios am-bientais, econômicos, da saúde e sociais, incluindo a saúde e segurança dos trabalhadores, a mineração, os minerais e metais durante o seu ciclo de vida útil, e mecanismos existentes nos níveis nacional e internacional, tais como as parcerias entre Governos, organizações intergovernamen-tais, empresas e trabalhadores mineiros e outros grupos de interesse, a fim de envidar melhores esforços e mais transparência e responsabili-dade na sustentabilidade da indústria mineira e dos minerais;b) aumentar a participação dos grupos de interesse, das comunidades locais e indígenas e das mulheres, para que desempenhem um papel ativo no desenvolvimento dos minerais, metais e mineração durante todo o ciclo de vida útil das operações mineiras, inclusive após o seu fechamento por questões de reabilitação, em conformidade com as normas nacionais, levando em conta os impactos significativos;c) fomentar práticas de desenvolvimento nos países com economias em transição, de modo a otimizar a exploração mineira e o processamento de minerais, inclusive a exploração em pequena escala e, quando possível e ade-quado, melhorar a elaboração do valor agregado, atualizar as informações científicas, tecnológicas e recuperar e reabilitar os sítios degradados.

Desde a Conferência de Johanesburg em 2002, diversas ações ocorreram no esforço de viabilizar uma mineração que respondesse aos questionamentos dos trabalhadores e das comunidades. Mes-mo havendo controles maiores nos países industrializados, a mine-ração continua provocando sérios problemas de ordem econômica, social e ambiental, quando realizada sem acompanhamento técni-co e articulação com os trabalhadores das minas e as comunidades direta ou indiretamente afetadas.

Na Conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sus-tentável, Rio + 20, realizada em junho de 2012, novamente no Rio de Janeiro, não ocorreu a articulação internacional ou nacional

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50 Minerais e rochas – Base material da aventura humana

dos segmentos econômicos e sociais que debatem os impactos po-sitivos e negativos da mineração.

Os empresários, coordenados pelo International Council on Mining and Metals (ICMM) e pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), organizaram diversos eventos e debates nos quais discutiram aspec-tos da sustentabilidade da mineração.

Os trabalhadores, os movimentos sociais e os ambientalistas organizaram, paralelamente à Conferência Mundial, um evento denominado Cúpula dos Povos da Rio + 20 por Justiça Social e Am-biental. Nesse evento foram realizadas discussões e apresentações relativas aos impactos negativos da mineração no meio ambiente e para os trabalhadores e as comunidades vizinhas às minas. Des-tacam-se os trabalhos apresentados pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais – IBASE e pela FASE Solidariedade e Educação.

Uso dos bens minerais na nossa vida

No geral, as pessoas desconhecem a importância dos bens minerais, mesmo estando presentes em quase todos os produtos e serviços, pois muitas vezes não aparecem aos olhos do consumidor:

• Quem admira um veículo considerando os minérios responsáveis pela estrutura, pelo conforto e pela segurança como ferro, manganês, cromo, nióbio, alumínio, titânio e tantos outros?

• Quem come uma hortaliça ou cereal percebendo a im-portância do potássio, da rocha fosfática ou do calcário na sua produção?

• Quem lê um livro, jornal ou revista atento aos pigmentos minerais que deram cores às letras e figuras e ao caulim que participa da fabricação do papel?

Propriedades e usos das substâncias mineraisAs figuras a seguir mostram a quantidade de minas necessá-

rias para a construção de casas, lâmpadas e pilhas.

Page 52: Minerais e rochas: base material da aventura humana

51Bens minerais e sociedade

Minas para uma casa, uma lâmpada e uma pilha

Na agricultura, além dos bens minerais usados para a fabri-cação de equipamentos e veículos, utiliza-se potássio, fosfato, ni-trogênio, enxofre, calcário e rocha fosfática para a produção de corretivos e fertilizantes.

As substâncias minerais podem ser aproveitadas in natura, com pequenos beneficiamentos ou após complexas modificações físicas e químicas com adição de outros materiais.

Mais de vinte minas para construir uma casa

Telhado: Minas de argila, calcário, areia, criso-tila;Fundação, paredes, laje e forro: Minas de areia, brita, hematita(ferro), minas de calcário, argila e gipsita (cimento);Acabamento de paredes e piso: Minas de granito, mármore, ardósia, quartzito, minas de caulim e feldspato (azulejo);Encanamento e janela: Petróleo (PVC) e minas de hematita (ferro), minérios de cobre e de zinco, bauxita (alumínio), cassiterita (estanho);Louça sanitária: Minas de caulim, feldspato, ar-gila;Pintura: Petróleo (resina), minas de caulim, cal-cário, pigmentos naturais

Oito minas para fabricar uma lâmpada

Ampola de vidro: Minas de quartzo e feldspatoFilamento: Minas de scheelita (tungstênio)Haste: Minas de hematita (ferro) e minério de níquelSoquete: Minas de bauxita (alumínio)Bulbo: Minas de minério de cobreBase: Minas de minério de zinco

Seis minas para produzir uma pilha

Tampa e revestimento: Minas de ferro, man-ganês, níquel e cromoRecipiente: Minas de zincoBastão: Minas de grafita

Page 53: Minerais e rochas: base material da aventura humana

52 Minerais e rochas – Base material da aventura humana

Leituras sugeridas

BRASIL, MINISTÉRIO DE MEIO AMBIENTE. A gestão dos recursos mine-rais e a mineração. Brasília: ANA, 2006.CASTRO, P. T. A. Entendendo a mineração no quadrilátero ferrífero. Belo Horizonte: Ecológica, 2011.ENRIQUEZ, M. A. Mineração. Maldição ou dádiva? São Paulo: Signus Editora, 2008.FIGUEIREDO, B. R. Minérios e meio ambiente. Campinas: Editora Uni-camp, 2010.JARDIM, W.; FADINI, P. S. A. A origem do mercúrio nas águas do Rio Negro. Rio de Janeiro: Ciência Hoje, v. 30, n. 177, p. 62-64, 2001.MEDINA, H. V. Reciclagem de materiais: tendências tecnológicas de um novo setor. Rio de Janeiro: CETEM/MCT, 2007.MENEGAT, T. R.; ALMEIDA-SILVA, G. (Orgs.). Desenvolvimento susten-tável e gestão ambiental nas cidades: estratégias a partir de Porto Alegre. Porto Alegre: Editora da Universidade/UFRGS, 2004.NERI, A .C.; SÁNCHEZ, L. E. Guia de boas práticas de recuperação ambiental em pedreiras e minas de calcário. São Paulo: ABGE, 2012.PRESS, F., SIEVER, R. GROTZINGER, J.; JORDAN, T. H. Para entender a Terra. Porto Alegre: Bookman, 2006.SCLIAR, C. Geopolítica das minas do Brasil. Rio de Janeiro: Editora Revan, 1996.SHINZATO, M.; HYPOLITO, R. Como reciclar Alumínio. Rio de Janeiro: Ciência Hoje, v. 29, n. 169, p. 66-68, 2001.TEIXEIRA, W. et al. Decifrando a Terra. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2010.

Page 54: Minerais e rochas: base material da aventura humana

53

O Brasil se situa na Placa Sul-Americana, distante tanto da Dorsal do Atlântico, onde as Placas Sul-Americana e Africana se separam, como da costa do Pacífico, onde a Placa de Nazca entra por baixo da Placa Sul-Americana. Como o território brasileiro se encontra longe da região onde as Placas se chocam ou se afastam, livrou-se dos grandes terremotos e vulcões, comuns nessas áreas.

Brasil e as placas tectônicas

Mineração no Brasil

4

Fonte: modificado de Open University, 1994; Press, 2006; Teixeira, 2010.

Page 55: Minerais e rochas: base material da aventura humana

54 Minerais e rochas – Base material da aventura humana

Mas nem sempre foi essa calmaria. O mapeamento geológico descobriu movimentos de separação (distensão) e choque (compressão) de placas tectônicas desde o Arqueano, há mais de 3 bilhões de anos, até os dias atuais.

A diversidade geológica do território brasileiro que possui 8,5 milhões de km2 emersos e 3,5 milhões de km2 imersos na Plata-forma Continental, também conhecida como Amazônia Azul, tor-nou o Brasil importante produtor de bens minerais.

A localização das principais minas em atividade e sua idade geológica estão assinaladas no mapa e no quadro a seguir.

Principais minas do Brasil

Page 56: Minerais e rochas: base material da aventura humana

55Mineração no Brasil

Fanerozóico. Rochas mais novas que 540 milhões de anos

Nº no mapa Substância Município UF

123456789101112131415

CaulimBauxitaBauxitaBauxitaCaulimEstanhoGipsitaPotassioBarita

Bauxita, ZircãoNióbioFosfatoFosfatoCarvãoCarvão

Laranjal do JaríTrombetasAlmeirim

ParagominasRio CapimRondôniaAraripina

Rosário do CateteCamamu

Poços de CaldasAraxá Tapira

CatalãoCriciúmaCandiota

APPAPAPAPARDPESEBAMGMG MGGOSCRS

Pré-cambriano. Rochas mais velhas que 540 milhões de anos

Nº no mapa Substância Município UF

16

17

18192021222324252627282930

Estanho, Nióbio, Tântalo

Ferro, Níquel, Cobre, Manganês, CobaltoMagnesita, Talco

OuroUrânio

CrisotilaNíquelNíquel

Ferro, ManganêsChumbo, Zinco

OuroGrafita

Ferro, Manganês, Ouro Rochas OrnamentaisRochas Ornamentais

Pitinga

Carajás

BrumadoFazenda Brasileiro

Lagoa RealMinaçu

NiquelandiaBarro AltoUrucumParacatuParacatu

Pedra Azul Quadrilátero Ferrífero

ItapemirimNova Venécia

AM

PA

BABABAGOGOGOMSMGMGMGMGES ES

Fonte: CPRM, 2003.

Breve histórico da mineração no Brasil

Os portugueses aportaram em Porto Seguro, atual estado da Bahia, em 22 de abril de 1500. No dia 24 de abril, Pedro Álva-res Cabral, comandante da esquadra, pediu para que trouxessem a bordo alguns aborígenes que estavam na praia, conforme des-crição de Pero Vaz Caminha, em carta dirigida ao rei de Portugal:

Page 57: Minerais e rochas: base material da aventura humana

56 Minerais e rochas – Base material da aventura humana

O capitão, quando os dois índios convidados a ir a bordo para en-contrar Pedro Álvares Cabral vieram, estava assentado em uma cadeira, uma alcatifa aos pés por estrado, e bem-vestido, com um colar de ouro mui grande ao pescoço. Um deles pôs o olho no colar do capitão e começou a acenar com a mão para a terra e depois para o colar. Como que nos dizia que havia em terra ouro e também viu um castiçal de prata, e assim mesmo acenava para a terra e então para o castiçal, como que havia também prata. (modificado de Pero Vaz de Caminha)

Contrariando os primeiros habitantes recebidos por Pedro Álva-res Cabral, os depósitos de ouro somente foram encontrados no final do século XVII, no Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais, dando início ao Ciclo do Ouro, que durou de 1690 a 1790. Quanto às minas de prata, estas ainda não foram descobertas no território brasileiro.

Além do estágio civilizatório dos habitante originais, que mo-tivou este “engano” relatado por Caminha, quatro outros fatores dificultaram a descoberta das jazidas de ouro, prata e gemas de-sejadas pelos navegadores lusitanos:

1. Os Incas e os Astecas que habitavam o oeste do continente americano não só conheciam a localização das minas como tinham desenvolvido tecnologias para sua extração, beneficiamento e uso tanto do ouro como da prata. Isto é, eram povos mineiros;

2. Os portugueses não tinham a experiência dos espanhóis na pesquisa e extração de bens minerais;

3. Os depósitos se encontravam em aluviões ou veios nas regiões centrais do país;

4. A história geológica do Brasil não propiciou a geração de concentrações anômalas de prata, como aconteceu na costa oeste das Américas, onde ocorreu intenso vulcanismo durante a for-mação da Cordilheira dos Andes.

A política mineral dos governos brasileiros sempre privilegiou o comércio internacional, tendo como referência principal quais bens minerais o Brasil produz muito e pode exportar e quais bens minerais não produz e precisa importar.

Desde o final do século XIX, o incremento do consumo de minérios pela indústria e a melhoria do transporte de longa distância levaram as

Page 58: Minerais e rochas: base material da aventura humana

57Mineração no Brasil

grandes empresas mineradoras dos países industrializados a disputar o controle dos recursos minerais em escala mundial. Essa ação tornou-se ainda mais urgente e lucrativa porque começava a exaustão das minas situadas em seus territórios (veja a figura na página 46).

A extração e comercialização de manganês e ferro no Brasil, co-bre no Chile e petróleo no Oriente Médio são exemplos da atuação internacional das grandes mineradoras sediadas nos países industri-alizados. No Brasil, a articulação da mineração no processo de in-dustrialização teve seu ponto alto nos anos 1940, no governo Getúlio Vargas. Por exemplo, para a construção da Companhia Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda, RJ, inaugurada em 1946, mobilizaram--se investimentos para o aproveitamento de depósitos de ferro, man-ganês, cromo, carvão mineral e outras substâncias minerais.

Planejamento e políticas minerais (1945 - 2002)

A redemocratização do país, em 1945, levou a implementação de Planos Setoriais, como o Plano de Metas (1956-1961), que pro-punha políticas para setores que utilizam minérios na sua cadeia produtiva, tais como energia nuclear, petróleo e derivados, ferti-lizantes, siderurgia, cimento, alumínio e álcalis. Também visava aumentar a exportação de minério o que nunca deixou de ser visto como fator importante nas políticas governamentais.

No governo militar foi publicado o I Plano Mestre Decenal (I PMD) para Avaliação de Recursos Minerais do Brasil que abrangia o período de 1965/1974. Subordinado ao I PMD, estava o Programa Quadrienal, organizado em três etapas com a previsão dos recursos financeiros necessários para realizá-las: Carta Geológica do Brasil ao Milionési-mo, Projetos Básicos e Projetos Específicos de Pesquisa Mineral.

A publicação do Código de Mineração, em 1967, expressou o for-talecimento do controle cartorial dos bens minerais, com mudanças le-gais que resultaram no aumento dos requerimentos de pesquisa mine-ral e de concessões de lavra. É importante destacar a criação da CPRM, em 1969, para executar os objetivos do Plano Quadrienal referentes ao mapeamento geológico e ao desenvolvimento da pesquisa mineral.

O II Plano Decenal de Mineração (II PDM) – 1981/1990 – teve como objetivo avaliar a execução do I PMD e propor diretrizes que

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58 Minerais e rochas – Base material da aventura humana

norteassem a política mineral nos próximos dez anos. Os parâmetros considerados pelo II PDM foram os seguintes:

• potencialidade do subsolo brasileiro, no que se refere aos recursos minerais;

• dependência do subsolo alheio para suprimento de nossas necessidades;

• importância fundamental das matérias-primas de origem mineral para a economia geral da Nação;

• desenvolvimento coordenado do setor mineral.

Nos governos militares (1964-1985), a mineração foi conside-rada estratégica para fortalecer os laços com os grandes grupos econômicos mundiais. Além disso, expressava a política de forta-lecer o país como representante regional do bloco mundial coman-dado pelos EUA.

Em 1994, foi publicado o Plano Plurianual para o Desenvolvi-mento do Setor Mineral (PPDSM). O Plano Plurianual apresentava os seguintes objetivos:

• dimensionar adequadamente e consolidar a administração federal para o setor;

• alcançar um marco legal simplificado e estável; • promover o desenvolvimento da indústria mineral, visando

à produtividade, competitividade internacional, integração ao processo de desenvolvimento regional e redução dos efeitos adversos sobre o meio ambiente;

• ampliar o conhecimento sobre o subsolo brasileiro.

Em 2000, a Secretaria de Minas e Metalurgia (SMM/MME) atu-alizou parte do PPDSM, especificamente a correspondente aos in-vestimentos necessários para a expansão de jazidas e de capaci-dade produtiva mineral para atender ao consumo interno e às exportações, bem como à demanda de recursos humanos.

O Plano Plurianual, publicado em 1994, e sua revisão, publi-cada em 2000, serviram como referência para fomentar o investi-mento privado na mineração brasileira, acompanhando a política mais geral do governo federal de redução do estado nas atividades econômicas. Essa posição resultou, no setor mineral, na venda

Page 60: Minerais e rochas: base material da aventura humana

59Mineração no Brasil

de empresas estatais, dentre as quais a CVRD, as empresas side-rúrgicas e as produtoras de fertilizantes. Da mesma forma pro-moveu o enfraquecimento orçamentário e de pessoal tanto da Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais (CPRM) como do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).

Em síntese, a visão do I e II Plano Mestre Decenal de for-talecer o interesse nacional foi substituída, nos anos 1990, por políticas que acreditavam no mercado como suficiente para re-solver os conflitos e promover o desenvolvimento do setor.

Novo tempo, novas políticas minerais (2003 - hoje)

A partir de 2003, com a chegada à Presidência da República de Luiz Inácio Lula da Silva, implementaram-se políticas para garantir o interesse nacional através de ações como o fortalecimento da Secretaria de Minas e Metalurgia (SMM), do Departamento Nacio-nal da Produção Mineral (DNPM) e da Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais (CPRM), a retomada do levantamento geológico e aerogeofísico, e o planejamento setorial.

Os desafios, as ações, os investimentos públicos realizados e as propostas para a mineração brasileira nos próximos 20 anos foram consolidados no Plano Nacional de Mineração 2030 (PNM-2030), cuja redação foi coordenada pela Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral (SGM/MME) e lançado em fe-vereiro de 2011.

O PNM-2030 se fundamenta em três diretrizes básicas: gover-nança pública eficaz para promover o aproveitamento dos bens minerais extraídos no país no interesse nacional; agregação de valor e adensamento de conhecimento em todas as etapas da atividade mineral e sustentabilidade ao longo da cadeia produtiva mineral.

O Plano Nacional de Mineração, os relatórios das Oficinas e os estudos contratados para sua realização podem ser acessados no endereço eletrônico da Secretaria de Geologia, Mineração e Trans-formação Mineral do Ministério de Minas e Energia. Nesse mesmo endereço eletrônico, estão disponíveis os Planos Nacionais ante-riores que tratam de geologia e mineração.

Page 61: Minerais e rochas: base material da aventura humana

60 Minerais e rochas – Base material da aventura humana

O quadro a seguir apresenta os objetivos estratégicos e as ações do PNM–2030.

Objetivos estratégicos e ações do Plano Nacional de Mineração - 2030

1. Governança Pública

Eficaz

- Conselho Nacional de

Política Mineral

- Novo modelo regulatório

- Agência de Mineração

- PL dos royalties

2. Conhecimento

geológico

- Ampliação dos mapea-

mentos

- Participação dos estados

e universidades

- Geologia marinha

3. Minerais estratégicos

- Potássio

- Fosfato

- Minerais “portadores do

futuro”

4. Mineração em áreas com restrição- Agendas mineral e ambiental compatíveis

- Planos de manejo nas UCs- Mineração em terras indígenas

5. Formalização e fortalecimento de MPEs

- Modernização de MPEs- Promoção de APLs, cooperativas e outras

formas de associativismo- Extensionismo mineral

6. P, D & I- Ampliação de recursos do CT-Mineral- Criação do CT-Transformação Mineral

7. Recursos humanos- Formação

- Qualificação e treinamento

8. Infraestrutura- Inserção das ações de planejamento- Potencial mineral em macro-eixos

9. Produção Sustentável- Saúde e segurança- Eficiência energética

- Minimização de CO2

- Recursos hídricosReciclagem10. Agregação de valor com

competitividade- Adensamento das cadeias produtivas11. Desenvolvimento sustentávelAmazônia- Agenda 21 mineral

Zoneamento ecológico econômico- Uso sustentável das rendas minerais

Fonte: Brasil, 2011.

Na lógica de fortalecer a ação do estado, em junho de 2013 foi enviado ao Congresso Nacional, pela presidenta da república, projeto de lei propondo profundas mudanças no marco regulatório e nos órgãos do setor mineral. Com essas políticas, o governo fede-ral reforça a presença do estado, sem o autoritarismo que carac-terizava as políticas da ditadura militar, nem a omissão do estado no seu papel de gestor e fiscalizador desses bens que pertencem à União, como aconteceu de 1990 a 2002.

Os momentos marcantes da indústria mineral brasileira e os principais instrumentos legais na história da mineração estão des-tacados no quadro a seguir:

Page 62: Minerais e rochas: base material da aventura humana

61Mineração no Brasil

Destaques da mineração no Brasil

Período Direito Minerário/Lei maior Eventos importantes

Hoje

Nova República

1985

Direito da UniãoBem mineral pertence à União a partir de 1988

Reforma Constitucional de 1995

Constituição de 1988

2011 – Plano Nacional de Mineração 20302010 – inclusão dos estudos geológicos no Plano de Aceleração do Crescimento - PAC2008 - Cartografia da Amazônia. Levanta-mento aerogeofísico, geológico, náutico e cartográfico 2006 - Levantamento geológico no Projeto Piloto de Investimento (PPI)2006 – Lançamento do Mapa Geodiversidade do Brasil na escala 1:2.500.0002004 - Lei 10.848/2004, 15% da cota-parte dos royalties do MME, para geologia2004 - Rede GeoChronos, integra laboratórios de universidades no RS, SP, DF e PA;2004 – Retomada do levantamento geofísico e mapeamento geológico pela CPRM - Pronageo2000 – Publicação da Norma Regulamenta-dora 22 - saúde e segurança nas minas1997 - Término do monopólio da Petrobrás. Incentivo a parcerias 1997 – Privatização da Companhia Vale do Rio Doce1996 – Aprovação da Lei 9.314 com profundas alterações do Código de 19671994 – Plano Plurianual para o Desenvolvi-mento do Setor Mineral1992 – Fundação da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Setor Mineral1990 - Desregulamentação da Indústria do Carvão1988 – Assembleia Nacional Constituinte re-define politicas para a mineração

1984

Ditadura Militar

1965

“Res Nullius”Bem mineral considerado

“coisa de ninguém”Geridos pelo Governo

FederalConstituição e Código de

Mineração de 1967

1984 – Início da redemocratização. “Diretas Já”. 1980 - II Plano Decenal de Mineração1978 – Fundação do Centro de Tecnologia Mineral / CETEM1972 – Início do Projeto Reconhecimento Global da Margem Continental / Remac1970 – Início do Projeto Radar da Amazônia - Radam1969 – Fundação da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais / CPRM1968 – Fundação Nuclebrás1968 – Descoberta da Província Mineral de Carajás1965 - I Plano Mestre Decenal para Avaliação dos Recursos Minerais

cont. >

Page 63: Minerais e rochas: base material da aventura humana

62 Minerais e rochas – Base material da aventura humana

Período Direito Minerário/Lei maior Eventos importantes

1964

Demo-cracia

Populista

1946

“Res Nullius”Bem mineral considerado

“coisa de ninguém”Geridos pelo Governo

FederalConstituição de 1946

1964 – Tomada do poder pelos militares. Iní-cio da Ditadura Militar1962 – Lei 4118. Monopólio da União para os Minerais Radioativos 1953 – Criação da Petrobrás1953 – Aprovação da Lei 2004. Monopólio da União para o Petróleo1951 – Bethlehem Steel assume a lavra de Manganês no Amapá1948 - Acordo Brasil - EUA para mapeamento do Quadrilátero Ferrífero 1946 – Inauguração da Companhia Siderúrgica Nacional/CSN

1945

Ciclo Vargas

1931

“Res Nullius” Bem mineral considerado “coisa de ninguém” (até 1988). Geridos pelo Go-

verno Federal. Código de Minas (1940)

Constituição e Segundo Código de Minas (1934)

1945– Produção de alumínio em Ouro Preto, Minas Gerais1945 – Derrubada de Getúlio Vargas1939 a 1945 – II Guerra Mundial. Intensa ex-tração mineral no país1942 – Fundação da Companhia Vale do Rio Doce/CVRD1939 – Primeiro poço de Petróleo comercial em Lobato, Bahia 1934 – Publicação do Código das Águas1934 – Criação do Departamento Nacional da Produção Mineral/DNPM

1930

República Velha

1890

Direito Fundiário ou de Acessão

Bens minerais pertencem ao proprietário da terra

(1891-1934)Constituição de 1891

Lei Simões LopesPrimeiro Código de Minas

(1921)

1930 – Getúlio Vargas assume o governo1930 – Descoberta de Manganês no Amapá 1917 a 1919 - I Guerra Mundial. Intensa ex-tração mineral no país1908 – Criação do Serviço Geológico e Mine-ralógico do Brasil1902 – Manganês em Conselheiro Lafaiete1889 – Proclamação da República

1889

Império

1823

Direito DominialBens minerais pertencem

ao Estado (1824-1891)Constituição de 1824

1876 – Início da extração de Carvão em Santa Catarina1876 – Fundação da Escola de Minas de Ouro Preto1875 – Criação da Comissão Geológica do Im-pério1872 – Início da extração de Carvão no Rio Grande do Sul1822 – Fundação da Siderúrgica “Patriota” em Congonhas/MG, por Eschwegue

1822

Colônia

1500

Direito RegalianoBens minerais pertencem

ao Rei1603 – Ordenação Filipina

1512 – Ordenação Ma-nuelina

1790 – Fim do Ciclo do Ouro. Exaustão das maiores jazidas de Ouro aluvionar1730 - Descoberta de Diamante em Diamantina1690 – Descoberta de Ouro aluvionar no Quadrilátero Ferrífero / MG1554 – Anchieta anuncia presença de Ferro em São Paulo1524 – Carta Pero Vaz de Caminha

Antes de 1500

Uso dos recursos naturais pelos povos que aqui viviam

Page 64: Minerais e rochas: base material da aventura humana

63Mineração no Brasil

Aspectos econômicos da mineração brasileiraFatores como dimensão continental, grande população, po-

tencialidade geológica, órgãos federais de geologia e mineração bem organizados, parque industrial doméstico diversificado, uni-versidades e centros de pesquisa de alta tecnologia fazem da mineração brasileira uma indústria importante para o desenvolvi-mento do país e, em especial, de algumas regiões onde ocorreram eventos geológicos e investimentos públicos e privados que viabi-lizaram a descoberta e o desenvolvimento de minas.

Mesmo o Brasil produzindo muitos bens minerais, necessita importar outros para suprir a demanda da indústria e da agricultu-ra nacional.

O gráfico a seguir mostra o expressivo crescimento do Valor da Produção Mineral de 2001 a 2012. É importante ressaltar que o principal fator para a grande variação no valor da produção, a par-tir de 2000, foi o aumento dos preços dos metais. Por exemplo, em 2000, foram exportados 212,52 milhões de toneladas de minério de ferro a US$ 50 dólares a tonelada e, em 2011, foram exportados 390 milhões de toneladas a US$ 190 dólares a tonelada. O minério de ferro representou mais de 80% dos minérios exportados pelo Brasil.

Valor da Produção Mineral (bilhões de dólares) (1978 - 2012)

Fonte: IBRAM, 2012. Nota: sem gás/petróleo.

Page 65: Minerais e rochas: base material da aventura humana

64 Minerais e rochas – Base material da aventura humana

RECURSOS MINERAIS BRASILEIROS

A figura a seguir mostra o quadro geral da economia mineral brasileira, com os dois grandes eixos da produção doméstica e da importação de bens minerais para nossa indústria e agricultura.

Indústria Mineral 2011

PRODUTO DA INDÚSTRIA EXTRATIVA MINERAL

US$ 86,5 bilhões(1)

PRODUTO DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO MINERAL: metais, cimento, químicos, fertilizantes, etc.

US$ 105,5 bilhões(1)

Fontes: DNPM/DIPLAM, IBGE, BACEN.*Informações incluem petróleo + gás natural. (1)Valor adicionado estimado a preços básicos.

Os minerais estratégicos para o Brasil

O conceito “mineral estratégico” foi amplamente utilizado durante e após a II Guerra Mundial (1939-1945) e referia-se à necessidade dos países de se precaverem quanto à possível es-cassez de minerais para a fabricação de equipamentos para as forças armadas. Atualmente tem sido usado como sinônimo de recurso mineral escasso, crítico ou essencial para o desenvolvi-mento do país.

No Plano Nacional de Mineração 2030 (PNM-2030), foram defi-nidos três grupos de bens minerais estratégicos para o Brasil:

PRODUTO INTERNO BRUTO – PIB

US$ 2.109,4 bilhões(1)

IMPORTAÇÃO DOS BENS PRIMÁRIOS MINERAIS, PRODUTOS QUÍMICOS, SEMIMANUFATURADOS E MANUFATURADOS: ferro, manganês, aço e suas ligas, etc.

US$ 96,6 bilhões

RECICLAGEM, RECU-PERAÇÃO DOMÉSTICA DE SUCATA: alumínio, chumbo, cobre, zinco, estanho, etc.

IMPORTAÇÃO DE PRODUTOS QUÍMICOS, SEMIMANUFATURADOS E MANUFATURADOS: aço e suas ligas, cobre, alumínio, fertilizantes, etc.

US$ 49,2 bilhões

IMPORTAÇÃO DOS BENS PRIMÁRIOS MINERAIS: petróleo, carvão, enxofre, etc.

US$ 25,4 bilhões

RECURSOS MINERAIS DE ORIGEM EXTERNA

Indústria Extrativa

Minas, garim-pos, pe-dreiras, etc.

Indústria da trans-formação

Siderurgia, metalur-gia, refino, etc.

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Page 66: Minerais e rochas: base material da aventura humana

65Mineração no Brasil

1. minerais importados em grande escala, tais como o potás-sio e o carvão metalúrgico;

2. minerais cuja demanda deverá se expandir nas próximas décadas, como terras-raras e lítio, denominados minerais “porta-dores do futuro”;

3. minerais com vantagens comparativas naturais e liderança internacional em reserva e produção, como o ferro, e em reservas, produção e tecnologia, como o nióbio.

O conceito de mineral estratégico para um país deve ser en-tendido como a capacidade técnico-científica e de inovação para aproveitar os recursos naturais que possui ou necessários para suas atividades e empreendimentos. Assim, os grupos de minerais des-critos a seguir apresentam desafios além da balança comercial, que tem a ver com políticas nacionais e internacionais para me-lhor aproveitá-los ou substituí-los por outros materiais naturais ou sintéticos.

Minerais de que o país é dependentePotássioA expansão das fronteiras agrícolas cada vez mais impulsiona

a demanda de fertilizantes, em que o potássio é um importante componente. A produção de potássio fertilizante no Brasil se origina de um único depósito, o Complexo Mina/Usina Taquari-Vassouras, localizado no estado de Sergipe, operado pela Vale, que lavrou, em 2011, o volume de 423 mil toneladas. O consumo de potássio, em 2011, foi de 5 milhões de toneladas. A produção atual corresponde a cerca de 10 % do consumo nacional para atender à indústria de fertilizantes do tipo NPK (nitrogênio, fósforo e potássio).

Para suprir este déficit, o Brasil importou, em 2011, mais de US$ 3,5 bilhões de minério de potássio necessário para a agricultu-ra. A abertura de novas minas é uma questão estratégica para viabilizar a ampliação da produção agrícola com o aumento da produtividade por hectare. A importação de potássio, em 2011, veio principalmente da Bielorrússia e do Canadá.

No Amazonas, encontram-se expressivas reservas de silvinita, mi-nério de potássio, como Fazendinha e Nova Olinda, que perten-cem à

Page 67: Minerais e rochas: base material da aventura humana

66 Minerais e rochas – Base material da aventura humana

Petrobras e que somam 1 bilhão de toneladas, com teor médio de 18,47%. Diversas áreas pesquisadas no país, em especial no Ama-zonas e Sergipe, possuem reservas que permitirão reduzir a depen-dência nacional nos proximos anos.

Carvão metalúrgicoO Brasil depende 100% da importação de carvão metalúrgico

para a siderurgia. Em 2011, foram importados 22 Mt de carvão, com dispêndio de US$ 5,2 bilhões.

O potencial geológico brasileiro conhecido para carvão mine-ral encontra-se na bacia sedimentar do Paraná e mais de 99% das reservas nacionais estão localizadas nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. As reservas totais somam 32 bilhões de tone-ladas, das quais pelo menos 1 bilhão apresenta economicidade comprovada.

A produção nacional de carvão mineral restringe-se ao forne-cimento para a geração de energia elétrica. Atualmente são pro-duzidas 6 milhões de toneladas beneficiadas por ano. Cerca de 90% desse volume alimenta as 10 usinas termelétricas a carvão no Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

O Plano Decenal de Expansão de Energia Elétrica – PDEE 2007-2016 – prevê que a geração termelétrica a carvão no país aumen-tará de 700 MW para 1600 MW, o que duplicará os atuais níveis de produção anual. O Plano Nacional Energético – PNE 2030 – prevê a adição de 5000 MW termelétricos a carvão, o que representa adi-cionar 19 Mt de carvão à produção anual atual.

Associa-se ao aproveitamento do carvão mineral pelas usinas termelétricas a possibilidade de instalação de indústrias que utili-zam seus subprodutos como insumos para a produção de cimentos, fertilizantes e vapor, permitindo o desenvolvimento de projetos integrados.

Estudos da Agência Internacional de Energia – IEA – indicam que em 2030, cerca de um quarto da energia no mundo terá como fonte a combustão de carvão mineral. Considera-se um incremen-to superior a 50% na demanda e que a participação do carvão na geração de energia elétrica no mundo crescerá de 38% para 45%.

Page 68: Minerais e rochas: base material da aventura humana

67Mineração no Brasil

Os números apresentados confirmam o importante papel do carvão mineral como fonte de energia no cenário mundial, po-dendo ser considerado vital para o desenvolvimento da economia mundial.

Minerais do futuroTerras-rarasOs elementos e compostos de terras-raras apresentam pro-

priedades químicas e físicas singulares, as quais lhes conferem múltiplas possibilidades de aplicação industrial de alta tecnologia. Os metais de terras-raras estão incorporados em supercondutores, magnetos miniaturizados, catalizadores utilizados no refino de produtos diversos, componentes para carros híbridos e monitores de LCD, entre outros. Em 1970, o consumo mundial de concen-trado de terras-raras foi da ordem de 20 mil toneladas, enquanto que, em 2011, o consumo ultrapassou 133 mil toneladas, compro-vando a tendência de grande crescimento futuro. Diversos proje-tos estão avançados na pesquisa e desenvolvimento de jazidas de terras raras em Minas Gerais, Goiás e Bahia.

O Brasil, atualmente, não lavra nem produz nenhum compos-to de terras-raras. A posição de monopólio da China na produção e comercialização resultou no aumento do preço dessas substâncias e o direcionamento de investimentos para a descoberta de novos jazimentos.

LítioAs reservas brasileiras de lítio ocorrem nas províncias peg-

matíticas contendo minerais de espodumênio, ambligonita e le-pidolita, nos estados de Minas Gerais e Ceará. A produção de lítio no Brasil é feita pela CBL – Companhia Brasileira de Lítio – a qual extrai minério de espodumênio de pegmatitos, com a finalidade de alimentar sua planta industrial produtora de óxido e carbonato de lítio no vale do Jequitinhonha (MG).

As aplicações mais tradicionais do lítio são a utilização do hidróxido de lítio (LiOH.H2O) na produção de graxas lubrificantes especiais e, na forma anidra, na absorção de gás carbônico em

Page 69: Minerais e rochas: base material da aventura humana

68 Minerais e rochas – Base material da aventura humana

submarinos e naves espaciais. O segundo produto do lítio em im-portância é o carbonato de lítio (Li2CO3), usado na indústria de vidro e cerâmica.

O mercado que aponta para o lítio como um mineral do futuro é o de baterias de telefones celulares, computadores portáteis, baterias de íon lítio para veículos elétricos e demais equipamentos eletrônicos portáteis.

Minerais que temos competividadeFerroEm 2011, o Brasil era o terceiro produtor mundial de minério

de ferro (398 milhões de toneladas), após a China com 1,2 bilhão de toneladas e a Austrália com 480 milhões de toneladas. No en-tanto, quando se considera o alto teor médio do minério brasileiro (53%), a importância estratégica do minério brasileiro se destaca no cenário mundial. As maiores empresas produtoras no Brasil são: Vale, CSN, Samarco, MMX e Usiminas. Os principais estados produ-tores no Brasil são: Minas Gerais e Pará.

Da produção nacional de 398 Mt, o mercado interno absorveu 123,3 Mt, sendo 33,2 Mt para a fabricação de ferro-gusa e 62,4 Mt para a produção de pelotas. Em 2011, as exportações de minério de ferro e pelotas totalizaram 330 Mt, com faturamento de US$ 41,8 bilhões, 91%, em valor, das exportações de minerais e 16,3% das exportações totais do país.

Em 2011 o maior comprador de minério de ferro brasileiro foi a China, 51%, e o segundo maior comprador foi o Japão, com 11 % do minério exportado.

Como descrito na página 63, o minério de ferro tem posição fundamental na economia brasileira. Isso demonstra a grande ca-pacidade de aproveitar esse bem mineral, destacando-se o pa-pel da estatal CVRD fundada em 1942, e privatizada em 1997 que conseguiu requerer os melhores depósitos minerais e construiu a logística de transporte e os melhores métodos para a pesquisa, a extração, o desenvolvimento e a comercialização desse minério.

NióbioO elemento nióbio foi descoberto em 1801, mas somente a

partir dos anos 1920 começa a ser aproveitado substituindo o tungstênio

Page 70: Minerais e rochas: base material da aventura humana

69Mineração no Brasil

na produção de aços para ferramentas. Nos anos 1930, novos usos metalúrgicos comprovaram a eficácia do nióbio em ligas contra a corrosão intergranular em aços inoxidáveis. No entanto, por ser obtido em pequena quantidade, como subproduto no beneficia-mento de outros minerais, não existia condições econômicas para ampliar seu aproveitamento industrial.

A descoberta dos jazimentos de pirocloro (minério de nióbio) no Canadá e em Araxá, Minas Gerais, pelo geocientista Djalma Guimarães, em 1953, propiciou a produção de nióbio em quanti-dade e qualidade que viabilizou a substituição de elementos tradi-cionais na indústria do aço e seu aproveitamento em novos usos tecnológicos.

Além de Minas Gerais, as reservas de nióbio no Brasil se en-contram nos estados de Goiás, Amazonas, Rondônia e Paraíba. Na atualidade os estados com empresas que produzem nióbio são Mi-nas Gerais e Goiás com capacidade de produção de seis milhões de toneladas por ano (6 Mt/ano) e 0,9 Mt/ano de minério de piro-cloro, respectivamente.

Os principais produtos de interesse industrial são o ferronióbio e óxidos de alta pureza. O ferronióbio é a ferroliga utilizada para colocar nióbio nos aços. Essa ferroliga, com um teor médio de 66% de nióbio, responde por cerca de 90% do consumo do elemento no mundo.

O nióbio é empregado na fabricação de aços inoxidáveis, ligas de metais não ferrosos e de materiais resistentes ao calor e à cor-rosão. Essas ligas, devido à resistência, são utilizadas para a fa-bricação de tubos condutores de fluidos como água, gás e petróleo a longas distâncias.

A quantidade de nióbio necessária para produzir melhori-as significativas nas propriedades mecânicas de um produto é pequena. Por exemplo, para a produção de uma tonelada de aço são acrescentados 400 gramas de nióbio. Nos aços microligados de alta resistência e baixa liga - ARBL - o nióbio é adicionado em quantidades que variam de 0,01 a 0,10% do peso do material produzido.

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70 Minerais e rochas – Base material da aventura humana

O Brasil atende cerca de 95% da demanda mundial de nióbio, seguido pelo Canadá e outros fornecedores menores.

O codinome de mineral brasileiro para o nióbio se refere, principalmente, à capacidade de técnicos e empresários brasilei-ros conseguirem inseri-lo no disputado mercado mundial de maté-rias primas para a indústria siderúrgica.

Mineração em pequena escala

Considera-se a mineração como de pequena escala quando a produção anual não ultrapassa 50 mil toneladas de minério bruto. Essa atividade, embora pequena, emprega grande número de tra-balhadores por unidade de produto, tendo expressiva capacidade de integração e articulação com a economia local e regional.

Dispersa em todo o território nacional, a mineração em peque-na escala concentra-se na produção de dois grupos distintos de bens minerais: um de grande valor econômico unitário, como as gemas, o ouro, e o diamante, e outro de baixo valor econômico unitário, como a areia, o cascalho, o saibro, as rochas para brita e as argilas.

A produção desses bens minerais constitui um expressivo per-centual da produção mineral brasileira, tanto em valor como em volume e número de trabalhadores. Por exemplo, quanto ao vo-lume de material movimentado, o país produziu, em 2011, 346 milhões de toneladas de areia, um pouco menos do volume de mi-nério de ferro que chegou a 398 milhões de toneladas, no mesmo ano. Como os dados do DNPM se referem exclusivamente às lavras regulares, pode-se considerar que a produção de areia tenha sido bem maior, em volume, que a produção de minério de ferro.

Três aspectos da pequena mineração merecem destaque:1. A quase exclusividade de produção de alguns bens minerais,

como as gemas, a areia e a argila, os dois últimos fundamentais para as obras de infraestrutura do país.

2. O número de postos de trabalho que absorve, pois são in-tensivas em mão de obra e demandam pouca qualificação técnica.

3. Os problemas ambientais que ocasionam, em particular a extração da areia, brita e argila, por se situar na maioria das ve-zes, em regiões urbanizadas.

Page 72: Minerais e rochas: base material da aventura humana

71Mineração no Brasil

A informalidade tem sido o principal problema da mineração em pequena escala, pois traz consigo a inobservância de cuidados ambientais, de saúde e segurança dos seus trabalhadores e das comunidades que vivem no entorno da extração.

Mineração e meio ambiente no Brasil

No Período Colonial, no Império e na República Velha, pou-cas ações foram implementadas para conter a degradação pro-vocada pela mineração. As antigas minas, garimpos e barragens abandonados são testemunhos que permanecem na paisagem dos estados onde ocorreram extrações minerais, com destaque para Minas Gerais, Bahia, Goiás e São Paulo, ainda acarretando proble-mas ambientais.

Em 1934, o governo federal aprovou as primeiras políticas públicas referentes à proteção do meio ambiente no Código Flores-tal, das Águas e das Minas. Em 1937, foi publicado o Decreto Lei para proteger o patrimônio histórico, cultural e natural do país.

Na década de 1970, a questão ambiental entrou definitiva-mente na agenda do governo federal com a criação da Secretaria Especial do Meio Ambiente - SEMA (1973). A partir de então, foram editadas leis e decretos regulando o assunto. Nesse período, o II Plano Nacional de Desenvolvimento Econômico (PNDE) traçou as li-nhas-mestras das políticas para preservação ambiental, nas quais se considerava que o desenvolvimento econômico não deveria ser barrado por “preocupações ambientalistas”.

Nos anos 1980, destacaram-se diversas políticas e ações direcio-nadas ao meio ambiente promovidas por estados, municípios e movi-mentos sociais que resultaram, posteriormente, em acordos na As-sembleia Nacional Constituinte e foram promulgados na Constituição de 1988. Por exemplo, para a extração mineral, segundo o Artigo 225, tornou-se obrigatória a recuperação do meio ambiente degradado.

Diversas políticas públicas federais, estaduais e municipais or-ganizam a preservação, conservação e uso ordenado de regiões com características especiais. Destacam-se, a nível federal, as Unidades de Conservação e os Sítios Geológicos e Paleontológicos que, além dos estudos para serem criados, possuem formas de gestão colegiadas.

Page 73: Minerais e rochas: base material da aventura humana

72 Minerais e rochas – Base material da aventura humana

As cavernas também possuem legislação específica, pois são considera-das, quando de expressivo valor científico, turístico ou religioso, como patrimônio nacional e serão descritas a seguir.

Unidades de Conservação e outras áreas especiaisAs Unidades de Conservação são territórios com característi-

cas relevantes, legalmente instituídas pelo Poder Público. As Unidades de Proteção Integral se propõem a preservar to-

talmente a natureza. Por isso, é admitido apenas o uso indireto dos recursos naturais, ou seja, somente para atividades educacio-nais, científicas e recreativas. No quadro a seguir, estão listadas as características das Unidades de Proteção Integral, onde a mi-neração é proibida.

Unidades de Proteção Integral

Unidades Características. Posse e domínio

Estação Ecológica

Preservação da natureza e a realização de pesquisas científicas. Posse e domínio público.

Reserva Biológica

Proteção integral da biota e demais tributos naturais existentes, sem interferência humana direta ou modificações ambientais, excetuando-se as medidas de recuperação dos ecossistemas alterados. Posse e domínio público.

Parque Nacional

Preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas, de desenvolvimento de atividades de educação ambiental, recreação e turismo ecológico. Posse e domínio público.

Monumento Natural

Preservação de sítios naturais raros, singulares ou de grande beleza cênica. Pode ser constituído por áreas degradadas. Pode ser particular.

Refúgio de Vida Silvestre

Proteção de ambientes naturais onde se asseguram condições para a existência ou reprodução de espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória. Pode ser particular.

As Unidades de Uso Sustentável objetivam compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos re-cursos naturais ali existentes. A mineração é permitida se estiver prevista no Decreto que cria a Unidade e se o Plano de Manejo estipular as áreas onde e como possa ocorrer.

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73Mineração no Brasil

Unidades de Uso Sustentável

Unidades Características. Posse e Domínio

Área de Pro-teção Ambien-tal (APA)

Área extensa, com certo grau de ocupação humana, dotada de atribu-tos físicos, biológicos, estéticos e culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem estar das populações humanas. Tem como objetivo básico proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar sustentabilidade e uso dos recursos naturais. Terras públicas ou privadas.

Área de Rele-vante Interesse Ecológico (ARIE)

Área em geral de pequena extensão, com pouca ou nenhuma ocupação humana, com características extraordinárias ou abrigando exemplares raros da biota regional, exigindo cuidados especiais de proteção. Po-dem ser privadas.

Floresta Nacional

Área com cobertura florestal de espécies predominantemente nativas tendo como objetivo o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica. Posse e domínio público.

Reserva Extrativista

Áreas utilizada por populações extrativistas tradicionais, cuja sub-sistência baseia-se no extrativismo e, complementarmente, na agri-cultura de subsistência e criação de animais de pequeno porte. Tem como objetivo básico proteger os meios de vida e a cultura dessas populações. Domínio público com uso pela população local.

Reserva de Fauna

Área natural com populações animais de espécies nativas, terrestres ou aquáticas, residentes ou migratórias, adequadas para estudos técnico-científicos sobre manejo econômico sustentável de recursos faunísticos. Posse e domínio público.

Reserva de DS* Área natural que abriga populações tradicionais, cuja existência ba-seia-se em sistemas sustentáveis de exploração dos recursos naturais, desenvolvidos ao longo de gerações e adaptados às condições ecológi-cas locais e que desempenham um papel fundamental na proteção da natureza e na manutenção da diversidade biológica. Domínio público.

Reserva Par-ticular do PN**

Área privada, gravada com perpetuidade, com objetivo de conservar a diversidade biológica. Área privada.

* DS=desenvolvimento sustentável; ** PN= patrimônio natural

Sítios geológicos e paleontológicosO Brasil é signatário da Convenção Internacional para Pro-

teção de Sítios Culturais e Naturais da Unesco. Para escolher e preparar a base de dados dos sítios geológicos e paleontológicos brasileiros, os Geoparques, foi constituída a Comissão Brasileira dos Sítios Geológicos e Paleontológicos.

No quadro a seguir, são apresentados alguns Sítios Geológicos e Paleontológicos do Brasil cuja listagem completa pode ser acessada no endereço eletrônico da Comissão, inclusive com descrição deta-lhada, mapa de localização e outras informações importantes para conhecer esses sítios de preservação da história natural do país.

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74 Minerais e rochas – Base material da aventura humana

Sítios Geológicos e Paleontológicos do Brasil

Idade Município, Estado

Mamíferos Pleistoceno Araxá, Minas Gerais

Vertebrados e pinturas rupestres

Pleistoceno – Holoceno Cavernas Minas Gerais, Bahia

Vertebrados e insetos Eocretáceo Chapada do Araripe, Ceará

Corumbella werneri Neopproterozóico Corumbá, Mato Grosso

Textura spinifex em ko-matitos

Arqueano Crixás, Goiás

Feições de origem glacial Carbonífero – Permiano Itu, São Paulo

Mesosaurus Permiano Montividiu – Perolândia, Goiás

Alcalibasaltos Terciário Pico do Cabuji, Rio Grande do Norte

Flora Glossopeteris-Gangamopteris

Permiano Santa Catarina

Vertebrados e floresta petrificada

Triássico Santa Maria, Rio Grande do Sul

Pavimento estriado glacial Neoproterozóico Serra da Água Fria, Minas Gerais

Coluna White (estratigrafia clássica)

Devoniano ao Cretáceo Serra Geral, Santa Catarina

Arenitos com estruturas sedimentares

Devoniano Sete Cidades, Piauí

Pegadas de dinossauro Eocretáceo Sousa, Paraíba

Floresta petrificada Permiano Teresina, Piauí

Dinossauros Neocretáceo Uberaba, Minas Gerais

Cavernas

As cavernas são formadas, principalmente, em rochas solúveis, especialmente os calcários, constituídas de carbonato de cálcio (CaCO3). Existem cavernas em outros tipos de rochas, como quartzitos e arenitos, mas são mais raras.

A dissolução química das rochas carbonáticas resulta da com-binação da água da chuva ou de rios subterrâneos com o dióxido de carbono (CO2) vindo da atmosfera ou das raízes da vegetação. O resultado é uma solução de ácido carbônico (H2CO3), água ácida, que corrói e dissolve alguns minerais da rocha. O escoamento dessa água ácida ocorre através de fraturas e/ou planos de estratificação.

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75Mineração no Brasil

Os minerais removidos são arrastados para rios subterrâneos ou para camadas geológicas inferiores, onde sedimentam novamente.

As cavernas são compostas de um sistema formado por gale-rias, condutos e salões, que pertencem a uma bacia de drenagem subterrânea. Um dos aspectos mais importante desse sistema é possuir entradas e saídas da água.

Formação de grutas em rochas calcáriasNas cavernas, ocorrem eventos geológicos importantes quan-

do se localizam acima do lençol freático. Se trata da deposição

de minerais no teto, nas paredes e nos pisos produzindo formas e ornamentos chamados de espeleotemas. Os espeleotemas são classificados em função da sua forma e do fluxo da água na sua for-mação. Os mais frequentes são formados por gotejamento da água infiltrada que passa por fraturas nas rochas. Quando se formam de cima para baixo, chamam-se de estalactites, e quando se formam de baixo para cima, chamam-se de estalagmites.

Solo

Água dissolve CO2

H2O + CO2 H2CO3

Água acidulada que penetra pelas fraturas/planos de estratificação e dissolve o calcário

Calcário (CaCO3) H2CO3 + CaCO3 Ca(HCO3)2

Estalactite

Estalagmite

>>>>

Precipitação de carbonatos (CaCO3)

Ca(HCO3)2 CaCO3 + H2O + CO2

>>

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76 Minerais e rochas – Base material da aventura humana

Leituras sugeridas

BRASIL, MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA. Áreas de Relevante Inte-resse Mineral: Uma proposta Metodológica de Avaliação. Brasília: SGM 2008.BRASIL, MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA. Plano Nacional de Mine-ração – 2030. Brasília: SGM, 2011.CASTRO, P. T. A. Entendendo a mineração no quadrilátero ferrífero. Belo Horizonte: Ecológica, 2011.CPRM/MME. Geologia, tectônica e recursos minerais do Brasil. Bra-sília: CPRM/Serviço Geológico do Brasil, 2003.CPRM/MME. Mapa geodiversidade do Brasil 1.2:500.000, Legenda ex-pandida. Brasília: CPRM/Serviço Geológico do Brasil, 2006. CPRM/DNPM/MME. Sítios geológicos e paleontológicos do Brasil. Bra-sília: SIGEP, DNPM e CPRM, 2003.DNPM/MME. Geodiversidade do Brasil. Brasília: DNPM, 2005 (texto Pierluigi Tossato).MACHADO, I. F. Recursos minerais: política e sociedade. São Paulo: Editora Edgard Blucher, 1989.MARTINS, R. B.; BRITO, O. E. A. História da mineração no Brasil. São Paulo: Empresa das Artes, 1989.MATOS, G. M. et al. Áreas de relevante interesse mineral do Brasil. Brasilia: CPRM, 2009.SCLIAR, C. Geopolítica das minas do Brasil. Rio de Janeiro: Editora Revan, 1996.

Page 78: Minerais e rochas: base material da aventura humana

77

Os conceitos de contextualização e interdisciplinaridade são fun-damentais para o ensino em todos os níveis. A contextualização auxi-lia na discussão dos saberes, fazendo que o aluno sinta a necessidade de adquirir conhecimentos ainda desconhecidos. Todavia, a aprendi-zagem se dá pela elaboração do pensamento e pela capacidade de abstração, de modo que não se pode confundir a contextualização com uma diluição de informações genéricas e superficiais.

Da mesma forma, a interdisciplinaridade é mais que a mera justaposição de metodologias e linguagens das disciplinas. Significa trazer para a sala de aula a complexidade do diálogo para conhe-cer e compreender a realidade que exige ultrapassar os limites de uma única disciplina.

As contribuições didáticas do livro para o ensino básico serão descritas tendo como referência conteúdos temáticos de discipli-nas selecionadas nos Parâmetros Curriculares Nacionais, conforme publicações da Secretaria de Educação Básica do MEC.

Nos programas dos cursos universitários e técnicos de geolo-gia, mineração e metalurgia e em disciplinas de outros cursos uni-versitários os temas relacionados à mineração podem contribuir para que o estudante conheça a história e os desafios do aprovei-tamento dos recursos minerais do seu município, estado e país.

Importante salientar que os professores e alunos interessados em conhecer a indústria mineral devem programar excursões e visitas às minas, usinas de beneficiamento e fábricas que tenham minérios como matéria-prima, onde terão oportunidade de acom-panhar o aproveitamento desses recursos ambientais e conversar com especialistas da área.

Mineração no Ensino 5

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78 Minerais e rochas – Base material da aventura humana

Ensino Fundamental

GeografiaA Geografia é a disciplina para compreender como diferentes

sociedades interagem com a natureza na construção de seu es-paço, as singularidades do lugar em que se vive, o que o diferencia e o aproxima de outros lugares e, assim, adquirir consciência dos vínculos afetivos e de identidade estabelecida com ele. Também podem-se conhecer as múltiplas relações de um lugar com outros lugares, mesmo que distantes.

Contexto da mineraçãoMineração é a indústria que pesquisa, extrai, beneficia e co-

mercializa recursos minerais concentrados em determinados locais do território. A mineração, muitas vezes, é determinante nos im-pactos positivos ou negativos na vida econômica, social e ambien-tal da região, afetando diretamente a comunidade.

Exercícios e práticas1. Nos municípios com tradição de mineração, diversas ex-

posições, práticas e exercícios podem ser desenvolvidas para demonstrar o papel da indústria mineral na produção do território, da paisagem e do lugar, considerando relatos de antigos mora-dores, coleção de fotos, mapas e livros.

2. O filme Em busca do ouro, dirigido e encenado por Charles Chaplin, em 1925, descreve a “corrida do ouro” no Alaska, sendo um excelente exemplo da procura pelos metais preciosos.

HistóriaA História tem como principal desafio fazer os alunos refletir,

analisar e problematizar a história enquanto parte integrante da sua vida, de forma a possibilitar uma compreensão sistemática e crítica da realidade.

Contexto da mineraçãoA mineração em muitas regiões do Brasil é exercida desde

o Período Colonial. A história da mineração nessas cidades se ar-ticula com a história da produção e do consumo de bens minerais

Page 80: Minerais e rochas: base material da aventura humana

79Mineração no Ensino

no país e no mundo. Noções do tempo geológico e do tempo da sociedade são excelentes para mostrar a relação entre a natureza e a sociedade humana. O papel e a importância histórica da mi-neração que deu nome a estados, cidades e rios e marca grandes períodos econômicos do Brasil desde a chegada dos portugueses oferecem excelentes exemplos para exposições e práticas.

Exercícios e práticas1. Nas cidades mineradoras, exposições, exercícios e práticas

poderão ser desenvolvidas aproveitando a relação dos estudantes com a mineração. Destaca-se a relação dos repertórios histórico-culturais do presente e do passado impressos na arquitetura, nas manifestações culturais e na própria história da cidade e do país.

2. Relatos, mapas, livros, filmes podem servir como material para ilustrar a história das cidades, considerando tanto a evolução dos diferentes usos do território em função da geodiversidade, da evolução dos equipamentos e produtos fabricados ao longo do tempo.

Ciências naturaisOs objetivos das Ciências Naturais no Ensino Fundamental são

concebidos para que o aluno desenvolva competências que lhe permi-tam compreender o mundo e atuar como indivíduo e como cidadão, utilizando conhecimentos de natureza científica e tecnológica.

Contexto da mineraçãoDesde os povos primitivos, os bens minerais são usados como

instrumentos e materiais para melhorar as condições de vida da sociedade. Ao acompanhar a evolução da sociedade humana desde os primórdios, é possível ilustrar o acesso e a transformação dos recursos naturais.

Exercícios e práticas1. Descrição de bens minerais utilizados na fabricação dos

produtos que usamos cotidianamente como exemplo do aprovei-tamento do mundo natural, tendo como ferramenta o desenvolvi-mento da pesquisa e da inovação tecnológica.

2. Compare a evolução histórica do aproveitamento dos bens minerais, considerando exemplos na sala de aula.

Page 81: Minerais e rochas: base material da aventura humana

80 Minerais e rochas – Base material da aventura humana

Ensino Médio

GeografiaA Geografia prepara o aluno para localizar, compreender e

atuar no mundo complexo, problematizar a realidade, formular proposições, reconhecer as dinâmicas existentes no espaço geo-gráfico, pensar e atuar criticamente em sua realidade tendo em vista a sua transformação. A partir dessas premissas, o professor deverá proporcionar práticas e reflexões que levem o aluno à com-preensão da realidade.

Contexto da mineraçãoA mineração ocorre em regiões onde existem condições geo-

lógicas, econômicas e sociais para organizar a produção mineral. As minas, a produção e o comércio dos bens minerais na escala lo-cal, regional, nacional e mundial oferecem muitos elementos para o professor construir exposições, exercícios e práticas que levarão seus alunos a grandes viagens. Os aspectos da geodiversidade do ter-ritório permitirão ao professor contextualizar a relação das comu-nidades com as diferentes adequabilidades e restrições da região.

Exercícios e práticas1. Descreva exemplos que mostrem as relações entre a mine-

ração, o desenvolvimento do município, do estado e do país, bem como os impactos positivos e negativos na produção desses bens minerais.

2. Visite e relate os pontos positivos e negativos de uma mina na sua cidade.

HistóriaO estudo da História constitui um desafio que requer ações

educativas articuladas. Trata-se de oferecer aos alunos um con-traponto que permita ressignificar suas experiências no contexto e na duração histórica da qual fazem parte, e também apresentar os instrumentos cognitivos que os auxiliem a transformar os acon-tecimentos contemporâneos e aqueles do passado em problemas históricos a serem estudados e investigados.

Page 82: Minerais e rochas: base material da aventura humana

81Mineração no Ensino

Contexto da mineraçãoEnquanto a evolução do planeta Terra iniciou há mais de 4 bi-

lhões de anos, a história escrita da humanidade não passa de alguns milhares de anos. Em várias regiões e países, a indústria mineral é ex-pressão importante do passado, presente e futuro daquela sociedade. A exaustão dos jazimentos e a evolução dos processos de extração e industrialização são referências basilares de muitas histórias a serem desenvolvidas em sala de aula. A indústria mineral é protagonista im-portante da história de muitos municípios e estados e está associada às mudanças econômicas, sociais e ambientais na região.

Exercícios e práticas1. Comparar o tempo geológico com o tempo da história da nossa

sociedade. Aproveitar exemplos da evolução do uso dos materiais.2. Comente os filmes Germinal, da obra de Emile Zola, dirigi-

do por Claude Berri, em 1993 e Diamantes de Sangue, de Edward Zwick, filmado em 2006.

FísicaA Física se apresenta como um conjunto de competências es-

pecíficas que permite perceber e lidar com os fenômenos naturais e tecnológicos, presentes tanto no cotidiano mais imediato quanto na compreensão do universo distante, a partir de princípios, leis e modelos por ela construídos.

Contexto da mineraçãoA evolução do conhecimento sobre o planeta Terra, sua for-

mação e a geração dos depósitos minerais em algumas regiões e não em outras são temas que permitem organizar, sistematizar e identificar os fenômenos naturais que acumularam os minérios. A indústria mineral propicia excelentes exemplos de como a evolução do conhecimento cientifico e tecnológico ampliou o aproveitamen-to dos bens minerais. Os minerais são constituídos por átomos que se organizam com características físicas bem definidas.

Exercícios e práticas1. Descreva as característica físicas da faixa habitável do

planeta Terra, destacando quais são os fatores que permitem a manutenção da vida.

Page 83: Minerais e rochas: base material da aventura humana

82 Minerais e rochas – Base material da aventura humana

2. Compare a grandeza entre os átomos, os minerais, as rochas, o planeta Terra e o Sistema Solar.

QuímicaA Química deve fazer o aluno reconhecer e compreender, de

forma integrada e significativa, as transformações químicas que ocorrem nos processos naturais e tecnológicos em diferentes con-textos, encontrados na atmosfera, hidrosfera, litosfera e biosfera, e suas relações com os sistemas produtivo, industrial e agrícola.

Contexto da mineraçãoOs constituintes da geodiversidade são substâncias químicas.

As características dessas substâncias são fundamentais para serem aproveitadas pela sociedade. A indústria mineral na fase do bene-ficiamento e da transformação utiliza amplamente dos conheci-mentos de química para extrair e aproveitar os elementos úteis.

Exercícios e práticas1. Explique como a alteração química das rochas provoca a

concentração de alguns bens minerais, como o níquel e o alumínio.2. Classifique os minerais por sua composição química.

BiologiaAs ciências biológicas reúnem algumas das respostas às inda-

gações formuladas pelo ser humano, ao longo de sua história, para compreender a origem, a reprodução, a evolução da vida, e da vida humana, em toda sua diversidade de organização e interação.

Contexto da mineraçãoA Biologia é a disciplina que estuda a evolução dos organismos

vivos no tempo histórico e sua relação com a geodiversidade. Os estudos de biodiversidade são utilizados para definir as unidades de conservação ambiental. A integração da biodiversidade com a geodiversidade é o caminho para avaliar os potenciais e as res-trições de uma região.

Exercícios e práticas1. Compare o tempo geológico em relação ao tempo de exis-

tência da vida.2. Quais são os processos para a formação de petróleo e carvão

mineral a partir da matéria orgânica fossilizada?

Page 84: Minerais e rochas: base material da aventura humana

83Mineração no Ensino

Mineração no ensino universitário e técnico

Para os cursos universitários e técnicos de Geologia, Engenha-ria de Minas, Mineração e Metalurgia, os conteúdos do livro con-tribuem para a consolidação de temas estudados em diversas dis-ciplinas, sem pretender substituir o aprofundamento necessário. Quanto aos cursos universitários de Geografia, História, Química, Biologia e Física, nos itens do Ensino Fundamental e Médio apre-senta-se conteúdos relacionados a mineração para essas áreas de conhecimento.

Para os cursos universitários de Direito, Turismo e Economia o tema mineração oferece variados conteúdos para os professores e alunos.

Turismo (estuda o planejamento, a organização e a gestão de atividades ou empreendimentos relacionados ao turismo). A história da mineração no mundo e no Brasil, oferece importantes elementos para o estudo e ensino de turismo. Os Geoparques, as grutas e o patrimônio histórico da indústria extrativa mineral apresentam significativos roteiros para visitação em todo o país.

Direito (estuda a posse e os direitos minerários, ambientais e outros relativos à mineração). No Brasil, os bens minerais per-tencem à União e sua extração depende de licenças ambientais e outorgas minerárias estabelecidas em legislações que organizam os procedimentos para o acesso e aproveitamento dos minérios. Nesse momento está em discussão um novo modelo legal e institu-cional para a mineração brasileira.

Economia (estuda a economicidade dos depósitos de bens minerais). A indústria mineral se caracteriza por exercer profunda influência econômica desde o município onde se localiza a mina até a balança comercial do país. O Brasil é grande exportador de ferro e nióbio, sendo também importador expressivo de carvão mineral e potássio, o que torna os bens minerais importantes para a economia do país.

Page 85: Minerais e rochas: base material da aventura humana

84 Minerais e rochas – Base material da aventura humana

Leituras sugeridas

BRASIL, SECRETARIA DE EDUCAÇÃO BÁSICA. Orientações curriculares para o ensino médio. v.1:Linguagem, Código e suas Tecnologia v.2: Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias 3. Ciências Hu-manas e suas Tecnologias. Brasília: Ministério da Educação, 2008.BRASIL, SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. Programa de desen-volvimento profissional continuado. v.1,2: Terceiro e Quarto Ciclos do En-sino Fundamental (5° a 8° séries). Brasília: Ministério da Educação, 1999.BRASIL, SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. PCN para o ensino fundamental. Brasília: Ministério da Educação e do Desporto, 1997.BRASIL, SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. PCN para o ensino médio. Brasília: Ministério da Educação e do Desporto, 2002.CARNEIRO, C.R., TOLEDO, M.C., ALMEIDA, F.F.M. Dez motivos para a inclusão de temas de geologia na educação básica. Revista Brasileira de Geociências, v.34, n.4, p.553-560, 2004.GUIMARÃES, E.M. O mineral nosso de cada dia: Tema para Formação de Habilidades Previstas nos PCN. São Paulo: Revista do Instituto de Geociências – USP, v.3, 2005.SALGADO-LABOURIAU, M.L. História ecológica da terra. São Paulo: Editora Edgard Blucher, 1994.SCLIAR, C. Três dias descobrindo a terra e o amor. Belo Horizonte: Editora Formato, 2004a.SCLIAR, C. Mineração, base material da aventura humana. Belo Hori-zonte: Editora Legado, 2004b.TALARICO, T.E. e FREITAS, P.L. Minha terra, meu futuro. Rio de Ja-neiro: Embrapa Solos, 2005.

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91

Atmosfera: a camada de ar que envolve a Terra se chama Tropos-fera, da superfície terrestre até 12 km de extensão. A Ionosfera se estende de 12 km até 200 km de altitude.Átomo: menor partícula que ainda caracteriza um elemento químico.Bacia sedimentar: região rebaixada da crosta terrestre, onde o material proveniente da alteração e desagregação das rochas é depositado e preservado.Beneficiamento: processo de concentração de metal ou substân-cia mineral que seja objeto de interesse econômico.Biodiversidade: variedade dos componentes biológicos da na-tureza. A biodiversidade de uma região compreende o total de genes, espécies, populações e ecossistemas nela contidos. Biomassa: conjunto da massa orgânica existente num determina-do espaço em dado momento.Biosfera: zona da superfície terrestre onde são encontradas todas as formas de vida.Carvão mineral: rocha de origem sedimentar orgânica usada como combustível fóssil em termelétricas e na siderurgia, como coque. Caverna: cavidade natural rochosa com dimensões que permitam acesso a seres humanos. Ocorre com maior frequência em ter-renos formados por rochas sedimentares quimicas, mas também em rochas ígneas e metamórficas, além de geleiras e recifes de coral.Corretivo de solo: substância que corrige a acidez dos solos.Crosta: camada mais externa da Terra, subdivide-se em crosta continental, com composição granodiorítica e crosta oceânica, com composição basáltica.

Glossário

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Deriva continental: deslocamento de áreas continentais que se afastam ou se aproximam dependendo do deslocamento das placas tectônicas.Desenvolvimento sustentável: desenvolvimento que atende às necessidades das gerações atuais sem comprometer as demandas das gerações futuras.Dorsal oceânica: faixa contínua, sísmica e vulcânica de relevo positivo compondo cadeias montanhosas no fundo oceânico.Dureza: resistência dos minerais a uma ação mecânica externa, em particular o risco.Efluente: líquidos ou gases que escoam de um sistema de coleta artificial.Escala de Mohs: escala de dureza dos minerais desenvolvida pelo cientista alemão Friderich Mohs, em 1825.Erosão: processos de degradação da superfície terrestre, incluin-do transporte, ação mecânica e química tendo como causadores a água corrente, o vento, o gelo ou os organismos.Exaustão: esgotamento das reservas de uma mina: exaustão físi-ca – esgotamento das reservas conhecidas; exaustão econômica – esgotamento do minério com economicidade para ser extraído; exaustão ambiental – continuidade da extração que acarreta danos irreparáveis ao meio ambiente.Fertilizante: substância mineral ou orgânica, natural ou sintética, fornecedora de um ou mais nutrientes às plantas.Fóssil: registro de eventos ou testemunhos de vida no tempo ge-ológico, encontrado nas rochas; Garimpo: depósito que permite aproveitamento imediato do bem mineral que, por sua natureza, dimensão e localização pode ser lavrado com poucos trabalhos prévios de pesquisa. Empregado como sinônimo de mineração informal e mineração artesanal.Gema: mineral passível de ser transformado em joia, ornamento ou objeto de arte.Geodiversidade: 1. variedade dos componentes que formam e ca-racterizam o solo e o subsolo de uma região. A geodiversidade com-preende o total dos solos, rochas, minerais e fósseis que caracteri-zam o espaço físico utilizado pela sociedade humana, conformando

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o relevo e as principais características que servem de fundamento para sua paisagem e geração das riquezas minerais; 2. variedade de elementos e de processos geológicos, sob qualquer forma, a qualquer escala e a qualquer nível de integração, existente no nos-so Planeta (do grego gê, Terra + latim diversitate, diversidade); 3. natureza abiótica (meio físico), constituída por uma variedade de ambientes originados por fenômenos e processos geológicos que dão origem às paisagens, às rochas, aos minerais, aos fósseis, aos solos, às águas e aos outros depósitos superficiais, que dão suporte ao desenvolvimento da vida na Terra; 4. variabilidade possível de um território quanto ao número e à qualidade dos registros geo-lógicos de interesse para a ciência e educação; 5. tal como a bio-diversidade, a geodiversidade é o valor máximo a proteger no que diz respeito à Geologia e não apenas aqueles locais e aspectos geológicos por todos considerados magníficos e, por isso mesmo, expressamente classificados e protegidos por lei. Ou seja, o que se há de proteger é a geodiversidade e não apenas o patrimônio geológico; 6. conceito integrador fundamental que engloba todos os materiais e fenômenos geológicos que dão corpo ao Planeta e o modificam (a sua estrutura e a sua superfície) e que, em conju-gação com a biodiversidade, define a essência material da Terra e o modo como ela se transforma e evolui. Geosfera: camadas que constituem o planeta Terra. Refere-se também ao conjunto de organismos (biosfera), águas (hidrosfera) e ar (atmosfera) fundamentais para o ser humano.Geoparque: área com limite bem-definido que apresenta patrimônio geológico e possibilidades de ações para o desenvolvi-mento sustentável.Hidrosfera: envoltório aquoso englobando toda a água do planeta Terra.Intemperismo: processo de alteração das rochas, como resultado da exposição a agentes naturais físicos, químicos e orgânicos;Íon: espécie química eletricamente carregada, geralmente um átomo ou molécula que perdeu ou ganhou elétrons. Íons carrega-dos negativamente são os ânions, enquanto íons com carga posi-tiva são os cátions.

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Jazida: massa individualizada de substância mineral ou fóssil com valor econômico.Lavra: conjunto de operações para a extração dos bens minerais para aproveitamento econômico.Magma: material rochoso em estado de fusão que, ao se consoli-dar, dá origem às rochas magmáticas.Magmatismo: processos geológicos que envolvem a presença do magma.Meio ambiente: conjunto de condições, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite e abriga a vida.Metal: materiais sólidos geralmente possuindo alto ponto de fusão e sendo bons condutores térmicos e elétricos.Metamorfismo: processo de reajustamento químico, mineralógico e estrutural de rochas sólidas em condições físicas e químicas im-postas externamente.Mina: local de extração de bens minerais. Pode ser a céu aberto, subterrânea, em leito de rios ou ter processos especiais de ex-tração.Mineral: elemento ou substância inorgânica natural com com-posição química e propriedades físicas definidas.Minério: 1. mineral, rocha ou fóssil que tenha, no momento pre-sente, valor econômico; 2. mineral ou rocha útil para a sociedade;Molécula: entidade eletricamente neutra que possui mais do que um átomo.Paisagem: processos naturais e sociais que ocorrem em uma área. A paisagem é construída pela síntese dos elementos presentes em um local cuja apreensão é a imagem resultante dela.Peso específico: relação entre o peso do mineral e o peso de um volume igual de água na temperatura de 4 oC. O peso específico varia segundo a cristalização e o peso atômico dos átomos e íons que compõem a substância mineral.Placa tectônica: parte da litosfera terrestre dotada de movimento horizontal sobre a superfície do planeta, individualizada lateral-mente por zonas de significativa atividade sísmica.Quilate: 1. Medida de peso usada para gemas, igual a 200 mili-gramas; 2. Proporção do conteúdo de ouro nas ligas em que 24

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quilates é o ouro puro, ou seja, ouro de 18 quilates significa uma liga de 18/24 ou 750 milésimos de ouro e 6/24 ou 250 milésimo de outro metal (cobre, prata, platina, etc.).Reaproveitamento: processo de aproveitamento dos materiais e produtos descartáveis que pode ocorrer por reparo, reuso, refabri-cação ou reciclagem.Reciclagem: aproveitamento das matérias-primas constituintes dos produtos descartados.Recurso mineral: somatório das reservas conhecidas e não conhe-cidas de uma região, país ou do mundo.Recurso natural: conjunto das riquezas naturais aproveitadas pela sociedade humana.Recurso não sustentável: aquele cujo aproveitamento se torna impeditivo por redução da quantidade (exaustão física), falta de economicidade (exaustão econômica) e inviabilidade ambiental (exaustão ambiental).Recurso sustentável: aquele que não se exaure física, econômica ou ambientalmente.Refino: processos químicos e físicos de separação e concentração de substâncias para obtenção dos produtos finais.Região: área da superfície terrestre que apresenta características naturais e humanas que a diferencia das outras áreas vizinhas. Rejeito: material retirado da mina e descartado por não ser aproveitável.Reserva: quantidade de minério estudada e determinada em uma mina.Rigidez locacional: característica dos depósitos minerais de serem encontrados em locais específicos onde processos geológicos via-bilizaram sua concentração.Rocha: agregado natural de um ou mais minerais. As rochas se dividem em três grandes famílias: magmática, sedimentar e meta-mórfica.Solo: camada superficial da superfície terrestre possuidora de vida microbiana. Em alguns locais, o solo é espesso e em outros não foi formado.Tectônica Global: teoria segundo a qual a superfície terrestre está dividida em placas que se movimentam umas em relação às outras.

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Tectonismo: processos geológicos que envolvem a movimentação, quebra, compressão e distensão das rochas.Território: área terrestre, seu espaço aéreo e marinho organizado em Estado soberano. Turfa: combustível mineral fóssil rico em restos vegetais com es-truturas preservadas. Ocorrem normalmente em pântanos e áreas alagadiças.Unidade de conservação: espaço territorial instituído pelo poder público, com características naturais relevantes, tendo como ob-jetivo a conservação dos recursos naturais.Zoneamento Econômico Ecológico: instrumento para racionalizar a ocupação e redirecionar as atividades, servindo de subsídio às estratégias e às ações de planos regionais para o desenvolvimento sustentável.

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Órgãos públicos e empresas federais

Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). www.anp.gov.brAgência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). www.aneel.gov.brCentro de Tecnologia Mineral (CETEM). www.cetem.gov.brComissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). www.cnen.gov.brCompanhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM). www.cprm.gov.brDepartamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). www.dnpm.gov.brEletrobras. www.eletrobras.comEmpresa de Pesquisa Energética (EPE). www.epe.gov.brInstituto de Engenharia Nuclear. www.ien.gov.brMinistério de Minas e Energia (MME). www.mme.gov.brPetrobras. www.petrobras.com.br

Empresas estaduais

Companhia de Mineração de Tocantins (MINERATINS). Tocantins. www.mineratins.to.gov.brCompanhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM). Bahia. www.cbpm.com.brCompanhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (CO-DEMIG). Minas Gerais. www.codemig.com.brDepartamento de Recursos Minerais (DRM). Rio de Janeiro. www.drm.rj.gov.br

Informações de geologia e mineração

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Minerais do Paraná (MINEROPAR). Paraná. www.mineropar.pr.gov.brCompanhia Rio Grandense de Mineração (CRM). Rio Grande do Sul. www.crm.gov.br

Entidades científicas

Associação Brasileira de Águas Subterrâneas (ABAS). www.abas.orgAssociação Brasileira de Geologia de Engenharia e Ambiental (ABGE). www.abge.org.brSociedade Brasileira de Espeleologia (SBE). www.sbe.com.brSociedade Brasileira de Geofísica (SBGf). www.sbgf.org.brSociedade Brasileira de Geologia (SBG). www.sbgeo.org.brSociedade Brasileira de Geoquímica (SBGq). www.sbgq.org.brSociedade Brasileira de Paleontologia (SBP). www.sbpbrasil.orgSociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). www.sb-pcnet.org.br

Faculdades de Geologia e Engenharia de Minas por região

NorteCentro Universitário Luterano de Palmas (CEULP/ULBRA). Enge-nharia de Minas. www.ulbra-to.brUniversidade Federal do Amazonas (UFAM). Geologia. www.ufam.edu.brUniversidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA). Geologia. www.ufopa.brUniversidade Federal do Pará (UFPA). Geologia e Engenharia de Minas (campus Marabá). www.ufpa.brUniversidade Federal de Roraima (UFRR). Geologia. www.ufrr.br

NordesteUniversidade Federal da Bahia (UFBA). Geologia (campi Salvador e Barreiras) e Engenharia de Minas. www.ufba.brUniversidade Federal de Campina Grande (UFCG). Engenharia de Minas. www.ufcg.edu.br Universidade Federal do Ceará (UFC). Geologia. www.ufc.brUniversidade Federal de Pernambuco (UFPE). Geologia e Engenha-ria de Minas. www.ufpe.br

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Informações de Geologia e Mineração 99

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Geologia. www.ufrn.brUniversidade Federal de Sergipe (UFS). Geologia. www.ufs.br

Centro-oesteUniversidade de Brasília (UNB). Geologia. www.unb.brUniversidade Federal de Goiás (UFG). Engenharia de Minas. www.ufg.brUniversidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Geologia. www.ufmt.br

SudesteCentro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG). Engenharia de Minas (Unidade Araxá). www.cefetmg.brFaculdade Adjetivo Cetep. Engenharia de Minas. www.adjetivo-cetep.com.brFaculdade de Engenharia de João Monlevade (FaEnge - UEMG). En-genharia de Minas. www.faenge.uemg.brFaculdades Kennedy. Engenharia de Minas. www.kennedy.brFaculdade do Noroeste de Minas (FINOM). Geologia e Engenharia de Minas. www.finom.edu.brFaculdade Presidente Antônio Carlos (UNIPAC). Engenharia de Mi-nas (Unidade Conselheiro Lafaiete). www.unipac.brInstituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (IFES). Engenharia de Minas (Cachoeiro de Itapemirim). www.ifes.edu.brUniversidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Geologia. www.uerj.brUniversidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Geologia. www.unicamp.brUniversidade Estadual Paulista (UNESP). Geologia (campus Rio Cla-ro). www.unesp.br Universidade Federal de Alfenas (UNIFAl) Engenharia de Minas (campus Poços de Caldas). www.unifal-mg.edu.brUniversidade Federal do Espírito Santo (UFES). Geologia. www.ufes.brUniversidade Federal Fluminense (UFF). Geologia. www.ufff.br

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100 Minerais e rochas – Base material da aventura humana

Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Geologia e Enge-nharia de Minas. www.ufmg.brUniversidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Engenharia Geológica e Engenharia de Minas. www.ufop.brUniversidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Geologia. www.ufrj.brUniversidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Geologia. www.ufrrj.brUniversidade de São Paulo (USP). Geologia e Engenharia de Minas. www.usp.br

SulUniversidade Federal do Pampa (Unipampa). Geologia (campus Caçapava do Sul). www.unipampa.edu.brUniversidade Federal do Paraná (UFPR). Geologia. www.ufpr.brUniversidade Federal de Pelotas (UFPel). Engenharia Geológica. www.ufpel.edu.brUniversidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Geologia e Engenharia de Minas. www.ufrgs.brUniversidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Geologia. www.ufsc.brUniversidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). Geologia (uni-dade São Leopoldo). www.unisinos.br

Escolas Técnicas de Geologia e Mineração por região

NorteInstituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amapá (IFAP). Mineração (Macapá). www.ifap.edu.brInstituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA). Mineração (Belém e Santarém). www.ifpa.edu.brInstituto Tecnológico e Ambiental da Amazônia (ITAM). Mineração. www.itamazon.com.br

NordesteInstituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA). Geologia (Salvador) e Mineração (Jacobina). www.ifba.edu.br

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Informações de Geologia e Mineração 101

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB). Mineração (Campina Grande). www.ifpb.edu.brInstituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí (IFPI). Mineração (Paulistana). www.ifpi.edu.brInstituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN). Geologia (Natal), Geologia e Mineração (Natal), e Mineração (Natal). www.ifrn.edu.br

Centro-oesteInstituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFGO). Mineração (Goiânia). www.ifgoias.edu.br

SudesteCentro Educacional Roberto Porto (CERP). Geologia e Mineração (João Monlevade e Itabira). www.cerpmg.blogspot.com.brCentro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG). Mineração (Araxá). www.cefetmg.brCentro Paula Souza - ETEC Dr. Demétrio Azevedo Júnior. Mineração (Itapeva). www.centropaulasouza.sp.gov.brCentro Tecnológico e Formação Profissional (CENTEP). Mineração. www.centep.com.brColégio Técnico Cotemar. Mineração (Itaúna e Pitangui). www.cotemar.com.brConhecer Escola Técnica. Mineração. www.conhecerescola.com.brEscola Politécnica Belo Horizonte (PolitecBH). Geologia. www.po-litecbh.com.brFaculdade Adjetivo Cetep. Mineração. www.adjetivocetep.com.brFaculdade ASA de Brumadinho. Mineração. www.faculdadeasa.com.brInstituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (IFES). Mineração (Nova Venécia e Cachoeiro de Itapemirim). www.ifes.edu.brInstituto Federal de Minas Gerais (IFMG). Mineração (Congonhas e Ouro Preto). www.ifmg.edu.brMeta Escola Técnica. Mineração. www.metaescolatecnica.com.brUNITEC Escolas Integradas. Geologia e Mineração. www.unitecpa-racatu.com.br

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102 Minerais e rochas – Base material da aventura humana

SulAssociação Beneficente da Indústria Carbonífera de Santa Catarina (SATC). Mineração (Criciúma). www.portalsatc.com

Museus de Geologia, Mineralogia e Paleontologia por região

NorteBelém - PAMuseu Paraense Emílio Goeldi. (91) 3219-3300. www.museu-goeldi.br

NordesteMossoró – RNMuseu de Paleontologia Professor Vingt-Un Rosado (UFERSA). (84) 3315-0538. www2.ufersa.edu.br/portal/museus/paleontologiaNatal – RNMuseu Câmara Cascudo (UFRN). (84) 3342-4912. www.mcc.ufrn.brSalvador – BAMuseu Geológico da Bahia. (71) 3336-3498. www.sicm.ba.gov.br/Pagina.aspx?pagina=mgbSantana do Cariri - CEMuseu de Paleontologia de Santana do Cariri (Geopark Araripe - URCA). (88) 3102-1237. www.geoparkararipe.org.brSão Luiz - MACentro de Pesquisa de História Natural e Arqueologia do Maranhão. (98) 3218-9906. www.cultura.ma.gov.br/portal/cphna/index.php

Centro-oesteBrasília - DFMuseu de Geociências (UnB). www.unb.br/ig/museuCampo Grande – MSMuseu das Culturas Dom Bosco. (67) 3326-9788. www.mcdb.org.br

SudesteBelo Horizonte – MGEspaço TIM UFMG do Conhecimento. (31) 3409-8350. www.espaco-doconhecimento.org.br

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Informações de Geologia e Mineração 103

Museu de Ciências Naturais (PUC-MG). (31) 3319-4152. www.puc-minas.br/museuMuseu de História Natural e Jardim Botânico (UFMG). (31) 3409-7600. www.mhnjb.ufmg.brMuseu das Minas e do Metal. (31) 3516-7200. www.mmm.org.brMarília – SPMuseu de Paleontologia de Marília. (14) 3413-6238. www.dinosem-marilia.blogspot.com.brMonte Alto – SPMuseu de Paleontologia Professor Antônio Celso de Arruda Campos. (16) 3242-1123. www.montealto.sp.gov.br/index.php?url=cidade/paleontologiaOuro Preto - MGMuseu de Ciência e Técnica da Escola de Minas (UFOP). (31) 3559-3119 www.museu.em.ufop.brRio de Janeiro - RJMuseu de Ciências da Terra (DNPM-CPRM). (21) 2295-7596 www.cprm.gov.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=341&sid=19Museu da Geodiversidade (UFRJ). (21) 2598-9461. www.geologia.ufrj.br/museuMuseu Nacional (UFRJ). (21) 2562-6900. www.museunacional.ufrj.brRio Claro - SPMuseu de Minerais e Rochas Heinz Ebert (UNESP). (19) 3526-9279. www.rc.unesp.br/museudpm/entrar.htmlSão Paulo - SPEstação Ciência (USP). (11) 3871-6750. www.eciencia.usp.brMuseu de Geociências (USP). (11) 3091-3952. www.igc.usp.br/museuMuseu Geológico Valdemar Lefèvre. (11) 3673-6797. www.mugeo.sp.gov.brTaubaté – SP Museu de História Natural de Taubaté. (12) 3631-2928. www.mu-seuhistorianatural.comUberaba - MGMuseus dos Dinossauros de Peirópolis (UFTM). (34) 3338-1502. www.uftm.edu.br/museudosdinossauros

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104 Minerais e rochas – Base material da aventura humana

SulImbé – RSMuseu de Ciências Naturais (UFRGS). (51) 3627-1309. www.ufrgs.br/ceclimar/extencao/museuMafra-SCCentro Paleontológico da Universidade do Contestado (UnC). (47) 3641-5514. www.mfa.unc.br/index.php?pagina=categoria_txt&desc_cat=Cenp%E1leo&id_cat=22Porto Alegre – RSMuseu de Ciências e Tecnologia (PUC-RS). (51) 3320-3521. www.pucrs.br/mctMuseu de Geologia (CPRM). (51) 3406-7300. www.cprm.gov.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=93Museu de Mineralogia Luiz Englert (UFRGS). (51).3308-4087. www.museumin.ufrgs.brSanta Maria – RSMuseu Vicente Pallotti. www.pallotti.com.br/museu

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Claudio Scliar é geólogo, formado em 1972 pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Trabalhou no Brasil e no exterior em prospecção de petróleo e outros bens minerais. Foi professor do Departamento de Geologia do Instituto de Geociências da Uni-versidade Federal de Minas Gerais, de 1980 a 2010. Em 2003, foi nomeado Secretário-Adjunto de Minas e Metalurgia do Mi-nistério de Minas e Energia e, de 2005 a 2012, exerceu o cargo de Secretário Nacional de Geologia, Mineração e Transformação Mineral.

Em 1994 publicou o livro Geopolítica das minas do Brasil, com segunda impressão em 1996, pela Editora Revan. O livro Amianto: mineral mágico ou maldito foi publicado pela Editora CDI em 1998, em português e espanhol; a publicação em espanhol teve o apoio da Sociedade Cubana de Geologia. Também em 1998, o autor publicou o livro Três dias descobrindo a terra e o amor pela Editora Formato/Saraiva.

Doutor em Política e Economia Mineral pela Universidade

Estadual de Campinas – Unicamp, cursou o Mestrado de Ciên-cias Políticas no Departamento de Ciências Políticas da Univer-sidade Federal de Minas Gerais e os cursos de especialização em Economia Mineral e Saúde dos Trabalhadores na Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro.

Nomeado em novembro de 2012 Pró-reitor da Comunidade,

Cultura e Extensão – PROCCE – da Universidade Federal do Oeste do Pará – UFOPA, cargo que exerceu até agosto de 2013.

978-85-67435-00-8