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Investimentos da mineração serão de US$ 64,8 bilhões até 2015 EXPOSIBRAM 2011: garanta sua participação PNM 2030 determina metas para mineração brasileira Empresas se unem em solidariedade à população do Rio de Janeiro Vale Mina de Carajás Fevereiro de 2011 Ano VI - nº 41 Mineração indústria da

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Investimentos da mineração serão de

US$ 64,8 bilhões até 2015

EXPOSIBRAM 2011: garanta sua participação

PNM 2030 determina metas para mineração brasileira

Empresas se unem em solidariedade à população do Rio de Janeiro

Vale

Mina de Carajás

Fevereiro de 2011Ano VI - nº 41Mineração

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EDITORIAL

EXPEDIENTE | Indústria da Mineração - Informativo do Instituto Brasileiro de Mineração • DIRETORIA EXECUTIVA – Presidente: Paulo Camillo Vargas Penna / Diretor de Assuntos Minerários: Marcelo Ribeiro Tunes / Diretor de Assuntos Ambientais: Rinaldo César Mancin • CONSELHO DIRETOR – Presidente: José Tadeu de Moraes / Vice-Presidente: Luiz Eulálio Moraes Terra • Produção: Profissionais do Texto – www.ptexto.com.br / Jorn. Resp.: Sérgio Cross (MTB3978) / Textos: Flavia Agnello • Sede: SHIS QL 12 Conjunto 0 (zero) Casa 04 – Lago Sul – Brasília/DF – CEP 71630-205 – Fone: (61) 3364.7272 / Fax: (61) 3364.7200 – E-mail: [email protected] – Portal: www.ibram.org.br • IBRAM Amazônia: Av Gov. José Malcher, 815 s/ 313/14 – Ed. Palladium Center – CEP: 66055-260 – Belém/PA – Fone: (91) 3230.4066/55 – E-mail: [email protected] • IBRAM/MG: Rua Alagoas, 1270, 10º andar, sala 1001, Ed. São Miguel, Belo Horizonte/MG – CEP 30.130-160 – Fone: (31) 3223.6751 – E-mail: [email protected] • Envie suas sugestões de matérias para o e-mail [email protected].

O ano 2011 começou a toda ve-locidade para o IBRAM – Ins-

tituto Brasileiro de Mineração. Já no início deste ano o Instituto revisou o levantamento correspondente aos in-vestimentos das principais mineradoras que atuam no Brasil. Como mostra a manchete deste jornal, a indústria da mineração investirá US$ 64,8 bilhões no Brasil até 2015.

É um volume de recursos bastante sig-nificativo, ainda mais que vai representar, na prática, uma maior produção mineral, elevação nas exportações e na geração de emprego e renda para os brasileiros, um forte estímulo ao crescimento e de-senvolvimento econômico do País.

O montante também impõe um novo desafio: garantir uma mineração forte, competitiva e preparada para o desenvolvimento. Com este objetivo, o Governo Federal lançou, neste mês, o Plano Nacional de Mineração 2030. O programa norteará o setor mineral bra-sileiro nos próximos 20 anos. Entre as ações previstas, está a criação da Agên-cia Nacional de Mineração, do Conselho Nacional de Política Mineral, a consoli-dação do Marco Regulatório da Minera-ção, além de mudança na outorga dos títulos minerais e uma nova política para os royalties do setor.

No entanto, é preciso ter cuidado quando se toca na questão de aumen-to de royalties e da carga tributária da mineração, pois estes podem esvaziar os planos de expansão da atividade no

Instituto Aço Brasil promove Congresso

Brasileiro do Aço – 22ª edição & ExpoAço 2011

O congresso será realizado de 01 a 03 de junho de 2011, no Transamérica Expo Cen-ter, em São Paulo, com a participação dos principais representantes do setor, governo e fornecedores, que debaterão as perspectivas da siderurgia no Brasil e no mundo.

Além das muitas palestras, os congres-sistas poderão participar da ExpoAço 2011, feira de negócios com cerca de 3.700 m² de área construída, que reúne empresas si-derúrgicas, mineradoras e fornecedoras de equipamentos, serviços e inovações tecno-lógicas para a cadeia produtiva do aço. Na última edição, cerca de 3.500 executivos circularam pelos estandes durante o evento.

Aproveite e fAçA A suA inscrição em www.acobrasil.org.br/congresso2011/congressista.php. outrAs informAções pelo site:www.acobrasil.org.br/congresso2011

Investimentos na mineração batem novo recorde

Brasil, com a redução de investimentos e queda da competitividade internacio-nal. O Instituto prega um debate racio-nal, sem emocionalismos, lastreado em informações técnicas consistentes que devem, estas sim, orientar as ações de natureza política.

Não se pode esquecer, ainda, da ne-cessidade em estabelecer uma política mineral capaz de prever investimentos necessários em pesquisa, de modo a atrair mais recursos para o setor no Bra-sil. As discussões acerca do novo marco regulatório da mineração devem, obri-gatoriamente, abrir espaço para o tema da criação de incentivos às as empresas para estimulá-las a investir mais em ex-ploração mineral.

Estes e outros desafios para o setor farão parte das discussões da EXPO-SIBRAM 2011 e do 14º Congresso de Mineração, a serem realizados em se-tembro em Belo Horizonte – ambos promovidos pelo IBRAM.

Participar desses dois eventos é um ótimo caminho para quem pretende fazer negócios com esta indústria. Esta é uma boa oportunidade para empre-sários, técnicos e interessados no setor se candidatarem a compartilhar parte dos US$ 64,8 bilhões de dólares em in-vestimentos previstos para a mineração no País, além de ser um bom momento para debater com as lideranças nacio-nais e internacionais os desafios e tam-bém as novas tendências de incremento da sustentabilidade do setor.

InfoMine disponibiliza novo curso sobre estimativa

de Recursos/Reservas

Um novo curso já está disponível online no portal da InfoMine. É o Métodos Con-vencionais de Estimativa de Recursos/Reservas, que tem como autor Alastair J. Sinclair, com Bacharelado e Master em Engenharia Geológica na Universidade de Toronto (1957 e 1958) e doutorado em Geologia Econômica pela Universidade da Colúmbia Britânica (1964).

pArA mAiores informAções, fAvor entrAr em contAto com mArcelo villelA pelo e-mAil: [email protected], ou tAmbém pelo site: http://brasil.infomine.com

Ano VI - nº 41, fevereiro de 2011Indústria da Mineração 2

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Aumento de preços no mercado internacional,

produção crescente e maior esforço de arrecadação foram

principais estímulos, diz DNPM

Em pleno debate sobre o aumento dos royalties da mineração, o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) acaba de registrar uma arrecadação recor-de de R$ 1,08 bilhão em 2010. O valor é 45,84% superior ao registrado em relação ao volume de 2009. Este recurso foi reco-lhido pelos mineradores a título da Com-pensação Financeira pela Exploração dos Recursos Minerais (CFEM), como é chama-do o royalty do setor.

Para o Diretor-Geral do DNPM, Mi-guel Nery, o aumento da arrecadação é decorrente de três fatores: a recuperação da economia internacional com a elevação dos preços das commodities minerais que já atingem os níveis pré-crise financeira 2008/2009; o crescimento físico da produ-ção brasileira de bens minerais e o aumento da eficiência e da eficácia do Departamento no exercício de sua função de fiscalização, resultante da modernização tecnológica e da contratação de mais de seiscentos novos servidores nos últimos anos.

O Diretor de Procedimentos Arrecada-tórios do DNPM, Marco Antonio Valadares, lembra também que houve uma redução sig-nificativa da inadimplência no conjunto das receitas. Esta redução foi responsável por uma maior celeridade na tramitação dos processos de cobrança, bem como em decorrência da aplicação das sanções previstas na legislação de forma mais efetiva, além de se ter redu-zido o intervalo das fiscalizações do DNPM “in loco” nas empresas de mineração.

Ainda de acordo com Marco Antonio, há uma tendência de se elevar ainda mais a eficiência e eficácia do DNPM. Isso será

Arrecadação de royalties com produção mineral foi recorde em 2010

possível, tendo em vista resultados da expe-riência-piloto, realizada entre o DNPM e a Secretaria da Fazenda de Goiás em 2010, em que tem sido feito cruzamento de da-dos da CFEM recolhida. Ele disse ainda que com os relatórios anuais de lavra (RAL) e No-tas Fiscais muitos estados têm procurado o DNPM para solicitar a aplicação da mesma metodologia de cálculo para apurar eventu-ais diferenças no recolhimento da CFEM.

Arrecadação nos Estados

Segundo o DNPM, Minas Gerais é o Es-tado responsável por mais da metade dos royalties pagos pela exploração mineral brasileira, com R$ 534 milhões arrecadados em 2010. Em seguida vem o Pará com R$ 314,8 milhões. Só o município de Paraua-pebas (PA) - onde mais se recolhe CFEM no País devido ao complexo de Carajás - res-pondeu pela arrecadação de R$ 229 mi-lhões no ano passado. Para 2011, o DNPM estima que a arrecadação de suas receitas será maior do que a registrada no ano pas-sado, na ordem de R$ 1,26 bilhão.

Aumento da Contribuição

O governo brasileiro continua estudan-do uma fórmula de aumentar os royalties (encargos) cobrados da mineração. Uma elevação das alíquotas, no entanto, está diretamente ligada a avaliação dos tributos incidentes na atividade para que uma pres-são nos custos das empresas não implique em redução da competitividade dos produ-tos brasileiros no mercado externo.

Uma comissão com técnicos dos minis-térios de Minas e Energia e da Fazenda está discutindo a carga tributária do setor. Por enquanto não há decisão sobre aumento dos royalties e, muito menos, data para que um projeto de lei sobre o assunto seja enca-minhado ao Congresso Nacional.

“Não chegamos a uma conclusão ainda. Terminada a negociação com a Fazenda,

vamos elaborar um projeto e enviar para a Casa Civil”, afirmou o Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.

Lobão já disse várias vezes que os royalties pagos pela mineração brasileira são baixos. Isso porque, em média, correspondem a 2% do faturamento líquido das companhias mineradoras. Na Austrália, por exemplo, esse valor é superior a 7%. “Por outro lado, o Brasil parece que está cobrando tributos que a Austrália e a África (que tem royalties maiores que os do Brasil), por exemplo, não cobram”, explicou o Ministro.

Por isso, conforme Lobão, é preciso aguardar o diagnóstico do Ministério da Fa-zenda para saber o valor total de tributos pa-gos pelo setor de mineração. “Se tivermos que aumentar os royalties, temos que fazer dentro de certas medidas que não prejudi-quem as exportações”, acrescentou Lobão.

Distribuição dos recursos

A distribuição das receitas apuradas com o recolhimento da CFEM ocorre da seguinte forma, nos termos do Decreto Presidencial 1/91: 23% para os Estados e Distrito Federal, 65% para os Municípios e 12% para União.

CONTRIBUIçãO DOS ESTADOS

GO: 4,43SP: 3,46

BA: 2,5SE: 1,54

MS: 1,57

PA: 29,2

MG: 49,6

Outros: 7,7

Font

e: D

NPM

Indústria da Mineração Ano VI - nº 41, fevereiro de 2011 3

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Consagrados mundialmente, a EXPO-SIBRAM 2011 (Exposição Internacional de Mineração) e o 14º Congresso Brasileiro de Mineração, serão realizados simultanea-mente entre os dias 26 e 29 de setembro, no EXPOMINAS, em Belo Horizonte (MG).

Visando a aproximação e o diálogo com os mais diversos atores que compõem a extensa cadeia produtiva do setor de mi-neração, os eventos serão mais uma vez palco privilegiado para difundir o conhe-cimento, discutir os rumos e realizar análi-ses em profundidade sobre o quadro atual desta indústria.

Neste ano, assim como nos anterio-res, tanto a Exposição quanto o Congres-so reunirão especialistas de vários países. Passada a interrupção momentânea das expectativas promissoras causada pela cri-se financeira internacional, o setor mineral – especialmente no Brasil – demonstrou competência e capacidade de retomar ele-vados níveis de produção e investimentos,

EXPOSIBRAM 2011: garanta sua participaçãocontribuindo sobremaneira para minimi-zar os efeitos dessa mesma crise.

Para se ter uma ideia, o setor mineral anuncia grandes aportes financeiros no Bra-sil ao longo do período 2011-2015. Serão US$ 64,8 bilhões, dos quais a maior parte irá para os estados de Minas Gerais e Pará.

Vale destacar que essas inversões tam-bém representam uma nova era de compro-misso com a sustentabilidade, pois a condu-ção dos negócios, atendendo às exigências da competitividade local e global, ao mesmo tempo que contempla preceitos de respon-sabilidade socioambiental, representa um dos grandes desafios da indústria da mine-ração. A atividade vem intensificando suas ações neste campo a fim de promover um desenvolvimento sustentável, incorporando cada vez mais esses conceitos em suas estru-turas de governança e de operações.

Com esta expressiva retomada dos negó-cios, é preciso clarear as oportunidades que

se abrem às empresas, à Academia, aos tra-balhadores, às nações. Papel que a EXPOSI-BRAM 2011 e o 14º Congresso Brasileiro de Mineração pretendem cumprir com a maci-ça participação de brasileiros e estrangeiros.

Pretende-se aliar a prospecção de novos negócios da EXPOSIBRAM com debates e palestras de alto nível do Congresso por par-te de lideranças e especialistas nacionais e internacionais do setor mineral, autoridades dos governos federal, estaduais e municipais,

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Público visita estandes na edição da Exposibram 2009

Mais de 300 expositores de 27 países fecharam negócios na edição de 2009

Ano VI - nº 41, fevereiro de 2011Indústria da Mineração 4

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comunidade acadêmica e sociedade civil or-ganizada. Entre os objetivos estão os de:

Examinar, por meio de análises das ex-• periências em outros países mineiros, as relações entre políticas, marcos legais e competitividade da mineração; Discutir as novas tendências e abordagens • para o incremento da sustentabilidade so-cioambiental na indústria de mineração e a importância da incorporação destas va-riáveis nas estratégias empresariais; Apresentar experiências e “cases” relacio-• nados a inovações tecnológicas e aperfei-çoamentos em equipamentos, práticas e técnicas utilizados nas diferentes etapas da indústria da mineração (pesquisa mi-neral, desenvolvimento e lavra de jazidas e beneficiamento).

Possibilidade de novos negócios

“A indústria mineral planeja seus negó-cios com anos de antecedência e o elevado interesse de empresários em sondar negó-cios no Brasil é uma significativa sinalização para as próximas décadas”, diz o Presiden-te do IBRAM, Paulo Camillo Penna. Além disso, o Instituto faz o acompanhamento periódico dos projetos de mineração em planejamento e em execução. O levanta-mento indica que até 2015 a indústria da mineração investirá US$ 64,8 bilhões no Brasil. Até o último levantamento divulga-do, o valor previsto era de US$ 62 bilhões.

“A atividade mineral é o setor priva-do que mais investe no País atualmente, mesmo tendo sofrido as revezes da crise financeira internacional. E este volume ex-pressivo atrai as atenções do mundo para o Brasil”, diz Camillo Penna.

Formas de Pagamento:

Cartão de Crédito: Inscrições até 23/09/2011; Inscrições no local a partir de 26/09/2011; Parcelamento em até 03 vezes iguais. Boleto bancário: Inscrições até 13/07/2011 (parcelamento em até 03 vezes: 10dd/40dd/70dd); Inscrições até 13/08/2011 (parcelamento em até 02 vezes: 10dd/40dd); Inscrições a partir de 14/08/2011 (parcela única com 10dd, com vencimento final até 23/09/2011).

Prazo de Inscrição: até o dia 23/09/2011. após esta data, as inscrições poderão ser efetivadas, exclusiva-mente, na secretaria do evento, no eXPomInas, a partir das 9 horas do dia 26 de setembro de 2011.

(*) Valor válido para empresas que se associaram ao IBram até 30/09/2010. Obs: Área para construção de mezanino – mesmo preço de tabela, limitada a 40% de ocupação e disponível para estandes acima de 50m². Limite de construção com cobertura na Área externa: 40% de ocupação.os expositores terão direito a até cinco inscrições de congressistas com desconto de 10% em cada.

TABELA DE PREÇOS DAS ÁREAS DE EXPOSIÇÃO (preço por m²)

Categoria Início Término Somente Área

Montagem Básica

“Chave na Mão”

Área Externa Descoberta

mínimo de 18 m²

obrigatório até 16 m²

opcional de até 16 m²

mínimo de 100 m²

Associados* e Patrocinadores

15/02/11 25/03/11 R$ 560,00 R$ 660,00 R$ 715,00 R$ 240,00

28/03/11 09/09/11 R$ 700,00 R$ 805,00 R$ 860,00 R$ 300,00

Ex-Expositores 15/02/11 25/03/11 R$ 700,00 R$ 805,00 R$ 860,00 R$ 300,00

28/03/11 09/09/11 R$ 760,00 R$ 860,00 R$ 915,00 R$ 330,00

Demais 28/03/11 09/09/11 R$ 760,00 R$ 860,00 R$ 915,00 R$ 330,00

TAXAS DE InSCRIÇÃO

Categorias Até 29/07/2011 Até 23/09/2011 No Local

Associados R$ 660,00 R$ 925,00 R$ 1.190,00

Não associados R$ 925,00 R$ 1.320,00 R$ 1.720,00

Membros de Universidades (1) R$ 400,00 R$ 460,00 R$ 530,00

Profissionais Seniores (2) R$ 400,00 R$ 460,00 R$ 530,00

Estudantes (3) R$ 200,00 R$ 265,00 R$ 330,00

Inscrição para 1 dia R$ 305,00 R$ 440,00 R$ 565,00

(1) Universidade: destina-se a professores, mestrandos e doutorandos (mestrandos e doutorandos deverão enviar o comprovante pelo fax: (31) 3444-4794 ou e-mail: [email protected]).

(2) Profissional sênior (acima de 60 anos de idade): enviar cópia da carteira de identidade através do fax: (31) 3444-4794 ou e-mail: [email protected].

(3) estudante de nível técnico ou universitário das áreas de engenharia de minas e metalurgia, geologia, direito e meio ambiente: deverão enviar comprovante escolar através do fax: (31) 3444-4794 ou e-mail: [email protected].

43 mil pessoas prestigiaram a Exposição e o Congresso em 2009

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ARTIgO

Fernando Mendes ValVerde

Presidente Executivo da Anepac

Editorial do jornal O ESTADO DE SÃO PAULO, de 22 de janeiro, de título “Os

royalties dos minérios”, mostra que mi-neração brasileira está perdendo a batalha da comunicação, embora tenha sido o se-tor econômico que mais contribuiu para as exportações brasileiras nos últimos anos. O jornal até reconhece esse sucesso, mas dá mais ênfase a argumentos de políticos que advogam aumento do valor dos royalties pa-gos pelas mineradoras e aceita como válidos suas falsas alegações de que a mineração mais prejudica do que ajuda, como se cons-tata nos trechos abaixo.

“Os royalties pagos aos Estados e Mu-nicípios pelas mineradoras, por meio da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), superou, pela primeira vez, a casa de R$ 1 bilhão, ficando Minas Gerais com R$ 534 milhões e, em se-gundo lugar, o Pará com R$ 314 milhões. É um bom reforço para as finanças de ambos os Estados e para os municípios produtores, mas há queixas de que a alíquota da CFEM, de 2% sobre o faturamento líquido da produ-ção de minério de ferro, é insuficiente para cobrir os encargos públicos decorrentes da exploração das jazidas”. “E as áreas de mineração requerem muitos investimentos públicos, em decorrência da grande afluên-cia de trabalhadores a municípios frequen-temente despreparados para recebê-los: aumentam as demandas por educação, serviços de saúde, habitação, saneamen-to, etc., que cabe aos Estados e Municípios prover. Isso sem falar nos danos ao meio ambiente provocados pela mineração a céu aberto, que, além de poluir o ar, deixa fundas crateras no solo, que tornam essas áreas inaproveitáveis, durante anos, para a agropecuária ou o reflorestamento.”

Todos que militam na mineração sabem que para os grandes empreendimentos mi-nerais no Brasil a contribuição dos estados e municípios é mínima. Eles não têm de “co-brir os encargos públicos decorrentes da exploração das jazidas”. Estas jazidas a que o Editorial se refere ficavam quase sempre em locais ermos e desabitados para onde os investidores minerais tiveram de levar toda a infraestrutura para produzir e escoar o miné-rio e, implantada a mina, providenciar edu-cação, saúde e saneamento de qualidade a seus empregados e à população que vive em função da mina muito superior à propor-cionada por estados e municípios. Então, é exagero dizer que “as áreas de mineração requerem muitos investimentos públicos, em decorrência da grande afluência de tra-balhadores a municípios frequentemente despreparados para recebê-los” ou que “aumentam as demandas por educação, serviços de saúde, habitação, saneamen-to, etc., que cabe aos Estados e municípios prover”. De verdadeiro aí, só o fato de que os municípios continuam despreparados.

O Editorial afirma ainda que “as mine-radoras não recolhem ICMS.” O Estadão (como é conhecido o jornal paulista) incorre em erro muito comum aos meios de comuni-cação não habituados a tratar o assunto mi-neração: tomar a parte pelo todo. A exporta-ção de minérios pode estar isenta de recolher ICMS ou qualquer outro tributo sobre comer-cialização e o próprio jornal já manifestou vá-rias vezes opinião de que é burrice exportar tributos. E mais, quando vendas ocorrem no mercado interno, tributos são recolhidos.

Além disso, a mineração brasileira não se restringe ao minério de ferro nem aos expor-tados. Gama enorme de substâncias minerais é produzida em todo Brasil e são essenciais aos demais setores produtivos do País. A in-dústria brasileira consome inúmeros produ-tos minerais, desde o iconizado minério de ferro até a desconsiderada argila (popular

barro) e a vilipendiada areia; a agricultura moderna brasileira para ser produtiva pre-cisa, além de maquinário e know-how que é orgulho nacional, de insumos minerais, como fosfato e potássio muito reconhe-cidos por ser parte dos fertilizantes, até os desconhecidos calcário e dolomito, essen-ciais na correção da acidez do solo, e filito e outras rochas que, pulverizados, são usados como veículos de inseticida no combate a pragas. Construção de estradas e obras de arte, barragens, edificações de todos os ti-pos, saneamento básico, contenção de en-costas (assunto do momento), enfim toda a infraestrutura básica de uma sociedade moderna necessita de coisas prosaicas como areia e pedra, além de cimento, cerâmica e vidro, tudo obtido a partir da mineração.

O Estadão também cai no erro de querer causar impacto: acusa a mineração de danos ambientais (“isso sem falar nos danos ao meio ambiente provocados pela minera-ção a céu aberto, que, além de poluir o ar, deixa fundas crateras no solo, que tornam essas áreas inaproveitáveis, durante anos, para a agropecuária ou o reflorestamen-to”.) Ora, a mineração ocorre em fração mí-nima do território nacional. Somadas todas as atividades minerais do País, a área ocupada é menos que 1% do território do nacional (o MME diz que é no máximo 0,47% ou 39.900 km²), muitíssimas vezes menor que a ocu-pada por agricultura e pecuária, por indús-trias e pela urbanização. O grau de poluição provocada por qualquer cidade de cerca de 50.000 habitantes é muito maior que a pro-

Os royalties dos minérios e alguns esclarecimentos

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Grupo de trabalho de Cavernas se reúne no IBRAM

Reunião teve como um dos focos o licenciamento ambiental em áreas de caverna

O Grupo de Trabalho de Cavernas, criado pelo Instituto Brasileiro de Mineração há dois anos, se reuniu em fevereiro, na sede do IBRAM em Brasília. O encontro tratou de um dos temas mais polêmicos envolvendo o setor mineral nos últimos anos: o licenciamento ambiental de projetos nos quais possa haver a presença de cavidades naturais subterrâneas, no contexto da nova legislação de gestão do patri-mônio espeleológico brasileiro.

Um dos principais objetivos da reunião foi de estruturar um núcleo que auxiliará o IBRAM na construção de uma proposta para a revisão da Instrução Normativa MMA nº 02. Esta Instrução trata das metodologias de valoração de cavidades, que deve ser revista até agosto próximo.

Outro tema importante que foi discutido refere-se à necessidade urgente de ca-pacitação dos técnicos dos órgãos estaduais de meio ambiente, para o licenciamento ambiental de cavernas. Esta medida se torna necessária uma vez que ainda existem dezenas de processos emperrados para análise nos estados, muitos em razão da au-sência de profissionais capacitados. Nesta linha, decidiu-se pela oportunidade de apoio do IBRAM a um projeto do CECAV-ICMBio, que tem por foco capacitar técni-cos de 16 estados. Vale lembrar que o IBRAM é parte integrante do Comitê Técnico Consultivo, criado pelo ICMBio com a finalidade do acompanhamento e avaliação deste ato normativo nos processos de licenciamento ambiental e o aprimoramento das regras técnicas previstas na referida metodologia.

Estiveram presentes 35 representantes de empresas e entidades relacionadas à ex-tração de minério de ferro, manganês, cal siderúrgico e calcário agrícola, bem como representações dos setores do cimento e energia, onde se destacaram as presenças de: VALE, V&M, Gerdau Açominas, CSN, ICAL, Anglo Ferrous, Samarco, Votorantim Metais e Votorantim Cimentos, Holcim, Lafarge, BeloCal, Camargo Correa, Ferrous Resource, além da ABPC, ABRACAL, ABIAPE e SNIC.

vocada pelo maior projeto mineral do País, Carajás. E mais, a atividade de mineração é a mais cobrada pelos órgãos ambientais e é uma das poucas que efetivamente realiza a recuperação das áreas degradadas. Exemplo são as inúmeras áreas mineradas devolvidas para outros usos do solo.

Se um jornal da seriedade de O ESTADO DE SÃO PAULO estampa em seu editorial manifestação contra a mineração tão parcial e desabonadora, é que mineração e minera-dores perderam a guerra da comunicação. A revista Areia & Brita (abril/maio/junho/1998) publicou artigo de Sharon Pager (Mudan-do a idéia preconcebida dos americanos sobre a mineração), resumo de seu traba-lho de mestrado para a Universidade de Stanford, artigo originalmente publicado na Engineering & Mining Journal (fevereiro de 1997). Nele, consta que, numa pesqui-sa sobre aceitação pública entre 24 ativi-dades diversas feita em 1994, a mineração tinha a menor aceitação entre todas, 29%, abaixo do cigarro que ficou em penúltimo com 30%. A mesma pesquisa, excluindo-se quem declarara que “não conhecia a ativi-dade pesquisada”, mostrava outro quadro. A porcentagem subia para 67% saltando para o respeitável 11º lugar, acima, por exemplo, de bancos e emissoras de televisão. Pager se mostrava otimista: “A indústria mineral pode começar por estabelecer uma mudança geral na percepção da sociedade, ganhando uma visão mais positiva da opinião pública e, em conseqüência, melhorando as políticas pú-blicas para o setor mineral”. Mas também se mostrava realista: “Entretanto, fazer isso sig-nifica olhar o problema sob nova perspectiva que mude a forma com que a indústria mi-neral vem conduzindo seus negócios dentro do ambiente social, um efeito equivalente à mudança revolucionária que a tectônica de placas provocou sobre os geólogos nos anos 60. Senão, estes irritantes problemas vão continuar e sitiar a mineração no mundo in-teiro no século XXI e talvez além, tornando cada vez mais difícil praticar a atividade”.

No Brasil, parece que a Sharon Pager re-alista prevaleceu. A imagem da mineração nos meios de comunicação é a pior possível, dando chance para que, qualquer pessoa, sem nenhum conhecimento da mineração, publique artigos em jornais e revistas dene-grindo a atividade.

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Francisco Mourão, primeiramente o senhor poderia nos contar o histórico desse projeto. Como ele nasceu e uma breve definição?

A ideia do projeto nasceu a partir da inten-ção do IBRAM de neutralizar as emissões de gases de efeito estufa decorrentes da reali-zação do 12ª EXPOSIBRAM e do Congresso Brasileiro de Mineração, ocorridos em Belo Horizonte em 2007. Em função do congres-so ocorrido naquele ano, foram plantadas no interior do Parque Estadual da Serra do Rola Moça 400 mudas de árvores: 300 em 2007 e mais 100 em 2008.

Os trabalhos foram feitos através de parceria entre IBRAM, Instituto Estadual de Florestas – IEF e AMDA, contando ainda com o apoio da Prefeitura de Belo Horizonte (Parque das Mangabeiras) e da unidade industrial da Ar-celor Mittal em Juiz de Fora, instituições que cederam as mudas utilizadas. Os trabalhos de plantio receberam ainda apoio da Cons-trutora Jalk, que emprestou o maquinário para a escarificacação de solo compactado, em local onde existiu uma antiga estrada.

IBRAM finaliza

projeto para neutralizar o carbono emitido na

EXPOSIBRAM 2007

Ao fim da EXPOSIBRAM de 2007, o Instituto Brasileiro

de Mineração fez um acordo com a AMDA (Associação

Mineira de Defesa do Meio Ambiente) para neutralizar

o carbono emitido pelo evento. Essa neutralização

seria feita a partir de plantio de árvores no Parque

Estadual da Serra do Rola Moça. As ações do projeto

chegaram ao fim. Saiba agora quais foram os principais

resultados desta ação na entrevista realizada com

Francisco Mourão Vasconcelos, biólogo e membro do

Conselheiro Consultivo da AMDA.

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Ano VI - nº 41, fevereiro de 2011Indústria da Mineração 8

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Em 2009 e 2010 foram plantadas mais 150 mudas, para a neutralização das emissões de gases geradas por ocasião da realização da 13ª EXPOSIBRAM, ocorrida em 2009. Com este plantio somaram-se 550 árvores plantadas, possibilitando a recuperação de uma área de aproximadamente 1 hectare.

Como foi feita a escolha da área a ser contemplada?

A escolha da área se deveu à sua impor-tância ambiental, ao fato de estar degrada-da por atividades ocorridas no passado e por estar hoje protegida como unidade de conservação de proteção integral. Foi esco-lhido um trecho da cabeceira do ribeirão do Barreiro, importante manancial de água utilizado no abastecimento da cidade de Belo Horizonte, onde relatos indicam ter existido exuberante mata de galeria (mata de fundo de vale). Em função de sucessivas queimadas, ocorridas antes da criação da unidade de conservação, a vegetação flo-restal foi cedendo gradualmente espaço a gramíneas invasoras e a espécies típica do cerrado, mais resistentes ao fogo. Em parte da área existiu um trecho de estrada onde o solo se encontrava bastante compactado.

Em função da situação de degradação am-biental, a área escolhida vinha sofrendo pro-cesso de erosão, o que prejudicava a quali-dade da água captada pela Companhia de Abastecimento e Água - Copasa, a jusante.

Sob os aspectos da proteção da biodiversi-dade, os trabalhos de recuperação da área ajudarão a resgatar a função de corredor ecológico entre fragmentos florestais rema-nescentes neste setor do Parque, cuja função tem sido destacada, principalmente para o abrigo, alimentação e dispersão de espécies da fauna da unidade de conservação.

Quais os principais desafios encontrados durante o projeto?

A grande dificuldade foi re-estabelecer as condições naturais do solo, então bastan-te degradado. No trecho onde havia uma estrada antiga a compactação foi severa, em função do trânsito de veículos e do pro-cesso de laterização, decorrente da grande quantidade de ferro existente naturalmente no solo (gerando a formação de uma cros-

ta ferruginosa superficial). Para a realização do plantio, foi necessário um grande esfor-ço para quebrar esta crosta, conduzir cor-retamente a drenagem das águas de chuva, abrir as covas, adubá-las, antes do plantio das mudas. Foi necessário ainda utilizar adubação orgânica e palha de capim para a cobertura do terreno.

Como a sociedade pode contribuir com o desenvolvimento do projeto?

Estamos planejando a expansão dos tra-balhos de plantios de florestas e de outras formas de vegetação natural, não só em áreas do Parque da Serra do Rola Moça, mas também em propriedades particula-res, envolvendo parcerias com empresas e proprietários rurais. Alguns destes plantios serão realizados em esquema de mutirão. Dessa forma, a participação de empresas e pessoas físicas será muito bem vinda. Aqueles que tiverem interesse podem procurar a entidade.

Em uma época em que se fala muito de produção sustentável e há vários alertas sobre o aquecimento global qual a importância de ações como esta? Outras empresas deveriam seguir este exemplo?

Pequenas ações desse tipo, se somadas por todo o planeta, farão a diferença. Temos que pensar sempre no controle de nosso consumo – de produtos diversos e de ener-gia – através da busca de estilos de vida mais simples. É fundamental estarmos atentos a todos os mecanismos possíveis de reduzir as pressões sobre o meio ambiente. Em re-lação ao processo de aquecimento global, a reconstituição das florestas é, com certe-za, uma das mais importantes estratégias de capturar o carbono da atmosfera.

No caso das empresas, se iniciativas como esta forem adotadas com frequência, po-deremos assistir à reconstituição das flores-tas nativas em amplos espaços do território nacional que não cumprem nenhuma fun-ção socioambiental, representando hoje apenas terra degradada.

Podemos dizer que esta medida mostra que o desenvolvimento econômico pode e deve dialogar com o meio ambiente?

Claro. Sempre acreditei na possibilidade dessa conciliação. Para isso, entretanto, é necessário estarmos sempre atentos ao consumo consciente e à minimização dos impactos gerados em nossos processos produtivos.

estaMos assistindo a uMa recuperação

espantosa da área, ainda Mais se considerarMos

as condições de degradação

encontradas antes dos trabalhos

de recuperação. passados três anos

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3,5 Metros de altura.

Se o sr. pudesse enumerar, quais seriam os principais resultados?

Estamos assistindo a uma recuperação es-pantosa da área, ainda mais se considerar-mos as condições de degradação encon-tradas antes dos trabalhos de recuperação. Passados três anos do primeiro plantio, já há árvores com 3,5 metros de altura. Onde antes o solo se encontrava exposto, com-pactado e erodido, pode-se vê-lo quase que completamente coberto por vegeta-ção. Com isso, reduzimos sensivelmen-te o aporte de sedimentos ao manancial de água da Copasa, além de melhorar o abastecimento dos lençóis subterrâneos. A maior infiltração de água no solo, com cer-teza, deve estar ainda contribuindo para o controle da cheias no ribeirão Arrudas, que corta a área central de Belo Horizonte (a bacia do Barreiro onde foi feito o plantio é afluente do ribeirão Arrudas).

Indústria da Mineração Ano VI - nº 41, fevereiro de 2011 9

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O volume total de recursos investidos no setor de mineração no Brasil no período de 2011 a 2015 alcançará a marca de US$ 64,8 bilhões. É o que revela o primeiro levanta-mento, realizado neste ano, pelo IBRAM – Instituto Brasileiro de Mineração – junto às mineradoras do País. Este é o novo recorde de recursos financeiros destinados ao setor. O valor é mais de 4% maior do que o regis-trado no último estudo, em agosto de 2010, quando o valor chegou à cifra de US$ 62 bilhões (no período 2010-2014).

Para o Presidente do IBRAM, Paulo Ca-millo Penna, esse maior interesse por pro-jetos minerais tem como pano de fundo o cenário de demanda aquecida e preços ele-vados. “O setor aposta que a demanda vai continuar forte”, afirma.

Um exemplo da atual corrida por insu-mos minerais, principalmente da China, é a disparada no preço do minério de ferro. Em 2010, o preço do produto superou a casa dos 100% e a expectativa é de novos aumentos de preços ao longo deste ano, um dos fatores que ajudaram a produção mineral brasileira a registrar US$ 40 bi-lhões em 2010.

Este cenário contribui para que o setor continue apresentado bons resultados ao País. A perspectiva do IBRAM é de manu-tenção do crescimento. De acordo com o Instituto, a expectativa para os próximos 3 anos é de aumento do valor da produção mineral brasileira entre 10% a 13% ano.

Para onde vão estes recursos?

O principal destino desses valores será o minério de ferro com recursos que ultrapas-sam a cifra dos US$ 40 bilhões. Ou seja, 2/3 do total previstos para os próximos 5 anos vão para o carro-chefe das exportações do setor. O grande interesse no mineral pode ser

Investimentos da mineração serão de US$ 64,8 bilhões até 2015

Primeiro levantamento realizado pelo IBRAM em 2011 revela novo recorde nos investimentos das empresas no Brasil nos próximos 5 anos

observado devido a forte demanda chinesa e a recuperação da siderurgia europeia.

As previsões do IBRAM ainda mostram que o segundo segmento que deve receber mais investimentos é o do níquel, com orça-mento previsto de US$ 6,5 bilhões, seguido da cadeia de alumínio (alumina, bauxita e alumínio) que vai ficar com US$ 5,2 bilhões.

Segundo Paulo Camillo Penna, a pers-pectiva de crescimento da economia mun-dial, especialmente dos países emergentes, tem incentivado as companhias a ampliarem sua capacidade produtiva.

O Gerente de Dados Econômicos do IBRAM, Antônio Lannes, reforça essa preo-cupação das empresas. “A China precisa de-senvolver de uma forma muito rápida toda a infraestrutura das cidades, pois a população está cada vez mais urbana. Para se ter uma ideia, os chineses consomem 50% da produ-ção mundial de minério de ferro, além da-quilo que o País produz. A tendência é que este consumo seja cada vez maior”, avalia.

Estados que vão receber maior quantidade de recursos

Minas Gerais deve deixar de receber o maior volume de investimentos na minera-ção, entre todos os estados brasileiros. O levantamento do IBRAM aponta que o Pará será o novo líder do ranking,

com aportes estimados em mais de US$ 24 bilhões, nos próximos cinco anos.

Mas, mesmo sem deter o primeiro lugar, Minas tem registrado sucessivos aumentos nos aportes previstos para o setor mineral. “O Estado mineiro nos surpreende de forma muito positiva. Novos projetos surgem a todo o momento em áreas onde pensávamos que não haveria mais como extrair algum produ-to mineral”, alega Camillo Penna.

Investimentos estrangeiros

Além dos sinais da melhoria econômica do mundo, outros fatores impulsionam o aumento dos investimentos, como o eleva-do patamar de preço das commodities e a escassez de matérias-primas.

Neste último aspecto, o Brasil tem se destacado como importante fornecedor de recursos naturais. Como consequência, cada vez mais empresas estrangeiras apli-cam capitais no País. Uma indicação desta importância está no percentual de investi-mentos da mineração. De acordo com o Gerente de Dados Econômicos do Institu-to, 1/3 dos recursos que serão destinados a atividade econômica tem como origem o capital estrangeiro.

Ano VI - nº 41, fevereiro de 2011Indústria da Mineração 10

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Segundo reportagem do jornal Folha de São Paulo, a aposta no Brasil para receber estes aportes é apoiada no elevado po-tencial de exploração mineral e na segurança institucional do País, quando comparado a outras nações com jazidas disponí-veis, como as africanas. Alguns analistas também lembram que o interesse estrangeiro por negócios brasileiros é resultado do efeito globalização e a tendência é o Brasil continuar receptor de novos investimentos.

Os maiores investidores na mineração brasileira são Cana-dá, China, Reino Unido e Austrália. No entanto, o interesse chinês é o que mais cresce. Além disso, a comercialização do minério de ferro com a China foi responsável pela exportação de 48% do mineral.

Este crescimento é o que preocupa alguns especialistas e integrantes do governo. O país asiático desembolsou inicial-mente US$ 1,2 bilhão pela Itaminas. Mas, segundo o presi-dente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China, Char-les Tang, o pagamento ainda não foi efetuado por conta de disputas com acionistas minoritários. Os chineses também in-vestiram cerca de US$390 milhões na compra da Sul América Metais, do grupo Votorantim, e US$400 milhões na aquisição de participação minoritária na MMX, mineradora do grupo de Eike Batista. No total, os chineses aplicaram cerca de US$ 2 bilhões na mineração brasileira.

Vale lembrar que a China é o maior comprador de mi-nério de ferro do mundo e a ampliação de sua presença no Brasil tem por objetivo criar fontes seguras do produto e re-duzir o poder das grandes mineradoras na definição do preço internacional da commodity.

De acordo com a imprensa nacional, ciente deste avanço, o governo pode criar condicionantes para empresas de capital estrangeiro que pretendam explorar o mercado de mineração do País. A lista de exigências pode trazer, inclusive, a constru-ção de siderúrgicas. Estas possíveis novas regas devem fazer parte do novo código de mineração e estão em fase final de elaboração pelo Ministério de Minas e Energia (MME).

Questionado sobre a possibilidade da adoção de mecanis-mos de restrição ao capital estrangeiro na mineração no Brasil, sobretudo de chineses, o Presidente do IBRAM disse que é contra a imposição de obstáculos ao capital estrangeiro, mas defendeu o princípio da reciprocidade entre os países. “É claro que há um princípio de reciprocidade entre os países que tem de ser respeitado”, defende.

Paulo Camillo Penna lembra que o Brasil já aplicou res-trições pesadas para a exploração de minérios. As regras da Constituição de 1988 só foram revistas em 1995. Neste perí-odo, comenta Camillo Penna, os investimentos no setor caí-ram drasticamente. “É preciso tomar muito cuidado quando se fala em restrição ao capital estrangeiro. Algo que já foi feito num passado recente e não se obteve muito sucesso. Pelo contrário. Esta foi uma época em que a atividade, pratica-mente, deixou de existir no País”, recorda.

Principais Investimentos do Setor Mineral por Estado (x106)

MA – US$ 3.126Logística e Ouro

CE – US$ 250Fosfato e Urânio

RN – US$ 710Ferro

AL – US$ 250Cobre

BA – US$ 3.870Ferro, Ouro

e Vanádio

ES – US$ 4.214Ferro e Logística

RJ – US$ 2.200Logística

2011 a 2015 = US$ 64,8 bilhões

PA – US$ 24.050 (37,1%)Alumínio, Bauxita, Manganês, Cobre, Ferro, Níquel e Ouro

SC – US$ 340Cobre e Carvão

GO – US$ 500Níquel

MT – US$ 796Calcário, Zinco e Ouro

TO – US$ 220Fosfato e Ouro

MG – US$ 21.821 (33,6%)Bauxita, Alumina, Ferro, Fosfato, Ouro e Logística

AM – US$ 2.500Potássio

Esses investimentos estão espalhados por quase todo o

País. Os principais Estados mineradores

continuam sendo o Pará, que receberá

37,1% deste total, seguido de Minas

Gerais, com 33,6%.

Investimentos no Setor Mineral 2011 a 2015

Novos Investimentos no Setor Mineral 2011 a 2015: US$ 64,8 bilhões

Investimentos no Setor Mineral 2010 a 2014: US$ 62 bilhões

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01.

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200

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3042.3

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Ferro NíquelCadeia do Alumínio

Fosfato Cobre Ouro Manganês VanádioNióbioPotássio Zinco Calcário Carvão

Investimentos no Setor Mineral 2011 a 2015

Em bilhões de US$

70

60

50

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30

20

10

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2528

32

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57

47

2009-2013

2010-20142010-2014

4954

2008-2012

2011-2015

64,8

2010-2014

62

jan-07 mar-07 mai-07 jul-07 set-07 nov-07 jan-08 mar-08 mai-08 jul-08 set-08 mar-09 jan-10 abr-10 ago-10 jan-11

recorde

Fonte: IBRAM

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No encerramento desta edição aconte-cia em Toronto, Canadá, de 6 a 9 de março, o PDAC – International Convention & Tra-de Show, considerado o maior evento de classe internacional da indústria mineral. O evento reúne os mais expressivos represen-tantes em prospecção e pesquisa geológica, exploração e desenvolvimento mineral, in-cluindo governos, investidores oriundos da comunidade financeira, empresas dos seto-res de serviços, associações da indústria mi-neira, executivos, gerentes de exploração de empresas mineradoras, prospectores, engenheiros de minas e geólogos.

O PDAC é uma grande vitrine tanto para as empresas já consolidadas como para aquelas que buscam referências, investimen-tos ou parcerias, com destaque para as em-presas juniores. É um fórum completo, onde se pode avaliar tendências e medir a diretriz de investimento das maiores corporações da indústria mineral em escala global. E o Brasil marca presença no evento.

O BRASIL PAVILION, estande brasileiro no PDAC, é um esforço conjugado entre IBRAM, ADIMB - Agência Para o Desenvol-vimento Tecnológico da Indústria da Mine-ração, Governo Federal, empresas privadas, empresas estaduais de mineração, empresas prestadoras de serviços para prospecção e pesquisa mineral, consultorias, além de imprensa especializadas e outras entidades representativas do empresariado. Reunidos em um consórcio, todos trabalham para a construção de um espaço compartilhado visando à promoção organizada do setor mineral brasileiro no evento realizado anu-almente em Toronto. Este ano, além dos ór-gãos de governo e empresas, o Consulado Canadense é parceiro no estande.

Segundo o Presidente do IBRAM, Paulo Camillo Penna, eventos assim representam oportunidades para incrementar as relações entre os países mineradores. Ele sugere às empresas brasileiras participarem do PDAC, pois é uma excelente oportunidade para fe-

Brasil participa do maior evento mundial de exploração mineral

IBRAM EM EVENTOS INTERNACIONAIS

Desde 1998, o Brasil tem alcançado uma posição importante no mercado inter-nacional coincidindo com sua primeira participação organizada no PDAC. Por isso, a participação em eventos internacionais, para o IBRAM, é primordial para divulgar a mineração brasileira no exterior e para atrair novos investimentos para o País.

Pensando na evolução do mercado brasileiro de mineração, o Instituto participa também de fóruns e entidades internacionais como a Internacional Council on Mi-ning & Metals (ICMM), da Sociedade Interamericana de Mineração (SIM) do Orga-nismo Latino-americano de Mineração (OLAMI), e do World Economic Forum.

chamento de negócios e troca de experiên-cias. “É uma grande vitrine para todos”, diz.

Com o espaço destinado ao Brasil, bus-ca-se apresentar a realidade da mineração brasileira no sentido de motivar os visitantes e congressistas do PDAC a conhecerem me-lhor o setor mineral do País. Sendo um dos mais concorridos estandes presentes à feira, no BRASIL PAVILION os participantes ofere-cem os seus prospectos com potencialidade para descoberta de novas jazidas e abertura de novas minas, atraindo investidores, reali-zando joint-ventures ou divulgando as con-dições favoráveis com vistas à realização de novos negócios.

Além da oportunidade de exposição, a área do pavilhão tem duas salas privativas para os empresários que desejarem agendar reuniões. O Brasil também programou uma

série de seminários para apresentar as opor-tunidades de investimentos no setor mineral.

A comitiva brasileira está no Canadá com profissionais capazes de representar o País e de promover a visibilidade que o setor me-rece. Além disso, tanto o IBRAM quanto a ADIMB já começam a pensar na participa-ção do evento em 2012.

Os organizadores do Prospectores and Developers Association of Canada (PDAC 2011), o maior evento sobre exploração mi-neral do mundo, já esperam que a edição deste ano supere o público registrado em 2010, cerca de 22 mil pessoas.

informAções de como pArticipAr podem ser AdquiridAs por meio do site

www.pdac.com.br

Ano VI - nº 41, fevereiro de 2011Indústria da Mineração 12

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Plano abordará de forma integrada as diferentes

etapas da geologia, mineração e transformação

O mês de fevereiro foi marcado pelo lan-çamento do Plano Nacional de Mineração 2030, programa que norteará o setor mine-ral brasileiro nos próximos 20 anos.

Na apresentação do Plano, o Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, destacou que esse é o quarto documento com objeti-vo de planejar os rumos da mineração bra-sileira, mas o primeiro a ser elaborado para um horizonte de 20 anos. Segundo Lobão, o Plano “é uma ferramenta estratégica para nortear as políticas de médio e longo pra-zos para o setor”. Lobão também frisou a importância da atuação do IBRAM na bus-ca pelo desenvolvimento de uma atividade mais moderna e sustentável.

De acordo com o Ministro, o PNM - 2030 prevê investimentos de US$ 350 bilhões para o setor. Os investimentos in-cluem pesquisa mineral para expansão ou descoberta de jazidas e abertura de novas minas e implantação de unidades de trans-formação mineral. Lobão lembrou ainda que, em 2010, o faturamento do setor mi-neral no Brasil foi de US$ 157 bilhões, 10% do PIB, o que representa 25% das exporta-ções brasileiras.

Com estas iniciativas, a expectativa é que o setor cresça até cinco vezes, a pro-dução de minério de ferro, aço e cimento, assim como a geração de empregos, tripli-quem no período.

Paulo Camillo Penna, Presidente do IBRAM, disse que o plano é um bom co-meço, mas que o Brasil precisa focar na melhora da infraestrutura, na redução de impostos e no treinamento de profissionais. “Em primeiro lugar, temos a elevada carga tributária, uma das maiores do mundo”, lembra Penna.

sobre o Plano

Durante o evento, o Secretário de Ge-ologia, Mineração e Transformação Mine-ral (SGM/MME), Cláudio Scliar, apresentou uma síntese do PNM-2030. Segundo Scliar, o Plano consolida uma visão estratégica do governo para o setor mineral, pois tra-ta do panorama atual, de cenários futuros e previsão de demanda até o ano de 2030. “O plano traz parâmetros para a política mi-neral do País” afirmou o Secretário.

O documento é fruto de um processo de consulta ampla e de uma série de estudos, reuniões e oficinas coordenadas pelo MME.

O PNM - 2030 soma-se ao conjunto de iniciativas do Ministério que apontam para ampliar o conhecimento geológico do ter-ritório nacional, fortalecer a gestão dos re-cursos minerais e fomentar a agregação de valores e conhecimentos expressos em gera-ção de renda e emprego com a extração dos bens minerais.

Presente à mesa de abertura da soleni-dade, o Diretor-Geral do DNPM – Departa-mento Nacional de Produção Mineral, Mi-guel Nery, comentou que o PNM-2030 tem como base três diretrizes: de governança se-torial, de sustentabilidade da produção e de agregação de valor das matérias-primas com fortalecimento da indústria de transforma-ção. “Não há dúvidas que o Brasil cada vez mais se tornará um grande País minerador. O plano sinaliza as medidas que serão apoia-das pelo governo e o DNPM terá atuação de destaque nesse processo”, afirmou Nery.

Estão previstos ainda a criação da Agên-cia Nacional de Mineração e do Conselho Nacional de Política Mineral, a consolidação do marco regulatório da mineração, mudan-ças na outorga dos títulos minerais, e uma nova política de royalties. O plano reconhe-ce que a atual legislação sobre o pagamento de indenizações pela exploração da minera-ção apresenta fragilidades e inconsistências e que o modelo de tributação é distorcido e onera a agregação de valor dos produtos.

Fertilizantes

A gestão de minerais para uso na agricul-tura passou a ser estratégica para o governo federal. A diretriz consta no Plano Nacio-nal de Mineração 2030. Este foi o principal avanço para o setor agrícola desde o plano anterior de 1994. Ampliar a oferta de ferti-lizantes deve ser prioridade para um grande produtor de alimentos como o Brasil.

Os agrominerais – fosfato, potássio e en-xofre, aos quais se soma o nitrogênio oriun-do da indústria petrolífera – são usados na fabricação de fertilizantes, nutrientes que ampliam a produtividade do campo. A aplicação desses produtos em lavouras de soja, milho, trigo, arroz, feijão e cana-de-açúcar e outras é essencial para garantir a eficiência da produção. Atualmente, o Bra-sil importa 70% dos fertilizantes que conso-me, um total de 24,5 milhões de toneladas em 2010. Por isso, uma das linhas do plano governamental é reduzir a dependência ex-terna desses produtos.

O plano traça ainda uma meta de autos-suficiência na produção de fosfato em cinco ou seis anos. Hoje, o País produz 50% da necessidade interna de consumo. Para nitro-genados, informa-se que os investimentos já anunciados da Petrobras serão suficientes para atender a demanda brasileira.

PNM 2030 determina metas para mineração brasileira

Ministro Edison Lobão em lançamento do PNM 2030

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segurança e saÚde

GESTãO DE SEGURANçA E SAúDE DO TRABALHADOR

GUIA ATIVIDADES DA ANGLOGOLD ASHANTI

Valor número 1 da AngloGold Ashanti, a Segurança do Trabalho norteia as ativida-des da empresa. As ações têm como base a norma OHSAS 18001, com um sólido siste-ma de Gestão de Segurança nas operações brasileiras. A cada ano são implementadas melhorias, acompanhando as práticas inter-nacionalmente reconhecidas para eliminar, minimizar ou controlar os riscos relaciona-dos ao trabalho. Auditorias periódicas verifi-cam a conformidade das práticas realizadas.

Resultados positivos foram alcançados nas operações brasileiras em 2009, graças a um plano estratégico de Segurança do Trabalho. Por meio dessa iniciativa, foram direcionados esforços à gestão dos sistemas de Segurança, Saúde e Meio Ambiente e à manutenção de boas práticas de tecnologia, além de terem sido realizadas campanhas de conscientização sobre segurança das mãos, uso do cinto de se-gurança, sistema de bloqueio, entre outras.

Para se ter ideia, a partir destas práticas atin-giu-se 46,4% de redução na taxa de frequên-cia dos acidentes com perda de tempo (lesão e afastamento do empregado) em relação a 2008, superando a meta de 20%. Este foi o melhor resultado das empresas brasileiras nos últimos cinco anos. É importante desta-car que, em 2009, não se registrou nenhum acidente na lavra da Mina Cuiabá, na qual trabalham 240 pessoas, e houve recorde com mais de 2.485 dias sem acidentes no Sistema Rio de Peixe (geração de energia). Com isso, a Empresa deu mais um passo para atingir o Objetivo Estratégico de alcançar 70% na re-dução dos acidentes até 2013.

MINERAçãO ENTRA EM SEGUNDA FASE NESTE ANO

No dia 12 de abril deste ano será lançada oficialmente a 2ª fase do programa MINE-RAçãO. Este momento tem o objetivo de colocar em prática o Protocolo de Boas Práti-cas, uma espécie de guia para todas as ações que envolvem este Programa que tem como objetivo reduzir o número de acidentes de trabalho no setor da mineração. No lança-mento, estarão presentes os representantes das empresas de mineração, representantes do governo e todos aqueles que ajudaram o programa a se tornar realidade.

A data foi definida durante a 1ª Reunião Ge-rencial Geral sob a coordenação do GESST – Grupo Estratégico de Saúde e Segurança do Trabalho. O encontro foi realizado no dia 03 de fevereiro em São Paulo, na sede do SINDI-PEDRAS, um grande parceiro do Programa. Estiveram presentes 3 integrantes do grupo e convidados, totalizando 14 participantes.

Além da definição do dia de início dos tra-balhos oficiais da 2ª fase do MINERAçãO, foram resolvidas algumas dúvidas das novas empresas aderentes ao Programa. Na opor-tunidade também foram tomadas outra de-cisões pertinentes como ajustes no conteúdo do Banco de Dados/Acidentes, capacitação, dentre outras.

IBRAM PARTICIPA DE PROJETO DO MME PARA GESTãO DA SAúDE DOS

TRABALHADORES NAS MINAS

O IBRAM marcou presença na reunião de apresentação dos resultados finais da 1ª fase do projeto Mobilização e Capacitação do Setor Mineral para a Gestão da Saúde e Segurança dos Trabalhadores nas Minas do Brasil. O programa capacitou diversos tra-balhadores, a grande maioria integrantes de Comissão Interna de Prevenção de Acidente na Mineração (CIPAMIN), e do Programa de Gerenciamento de Risco (PGR).

Para garantir a qualidade do trabalho, o Ins-tituto levantou algumas falhas verificadas na conclusão do trabalho como, por exemplo, não mencionar pontos positivos e relevantes na área de SSO praticados pelas empresas participantes do referido projeto.

Com o intuito de mostrar a preocupação das empresas de mineração sobre o assunto, o IBRAM também apresentou aos presentes, sin-dicatos e governo, o MINERAçãO - Programa Especial de Saúde e Segurança na Mineração, ressaltando seu objetivo de reduzir o núme-ro de acidentes do trabalho no setor. As con-clusões do projeto serão encaminhadas pelo MME às empresas participantes desta 1ª fase.

atualidades

boa prática

GUIA AUXILIA ANáLISE DE ACIDENTES

O Ministério do Trabalho e Emprego preparou um Guia de Análise de Acidentes de Trabalho, voltado para auditores fiscais e profissionais de Saúde e Segurança do Trabalho. O material já está disponível para download no site do órgão e também em versão impressa. Para construí-lo, a equipe se baseou em publicação da instituição inglesa HSE (Health and Safety Executive – Executivo de saúde e Segurança), adaptando-a para a realidade brasileira.

Fonte: PROTEÇÃO - Revista Mensal de Saúde e Segurança do Trabalho – Dezembro/2010 – Ano XXIV

EPI – EQUIPAMENTO DE PROTEçãO INDIVIDUAL

Cientistas propõem a criação de um portal de informações sobre equipamentos de proteção de trabalhadores, conhecidos como EPI (Equipamento de Proteção Individual). O motivo, segundo eles, é a falta de conhecimento da correta utilização e manutenção dos mesmos.

Eles acreditam na importância de se centralizar a atualização do conhecimento relacionado à escolha dos EPIs, para que os responsáveis por sua escolha possam estar sempre informados e atualizados das mudanças ocorridas, facilitando essa tarefa e, assim, mantendo os trabalhado-res protegidos e suas empresas em conformidade com os requerimentos legais.

Fonte: AGÊNCIA NOTISA - Jornal Dia

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Com o objetivo de ajudar milhares de ví-timas das enchentes da Região Serrana do Rio de Janeiro e contribuir para a reconstru-ção da infraestrutura local e do bem-estar social, diversas mineradoras se aliaram em solidariedade à população fluminense.

A Rio Tinto destinou R$ 450 mil para as iniciativas da Cruz Vermelha do Brasil e da Fundação Abrinq/Save the Children na re-gião. “Nossos corações e pensamentos estão com as vítimas desta tragédia. Esta doação irá auxiliar para que suprimentos emergen-ciais de alimentos, medicamentos e água potável sejam encaminhados às vítimas das enchentes, disse Jacynthe Côté, Presidente da Rio Tinto Alcan.

Outra mineradora que não deixou de prestar socorro às vitimas foi a Anglo Ameri-can. A empresa estimulou o oferecimento de donativos entre os empregados, além de ter mobilizado também a participação de seus fornecedores. Cerca de 20 máquinas de mo-vimentação de terra que trabalham nas obras do mineroduto do projeto Minas-Rio foram transferidas para as áreas afetadas. A Unida-de de Negócio Níquel da Anglo American também enviou à Cruz Vermelha doações oferecidas pelos colaboradores da empresa.

Já a Camargo Corrêa, empresa responsá-vel pela implantação do mineroduto, partici-pou desta ação solidária em parceria com a Anglo American e com a Vale. Foram dispo-nibilizados, pelo menos, 39 equipamentos pesados para a região.

Por sua vez, a Unidade de Negócio Mi-nério de Ferro Brasil montou pontos de arrecadação de doações de água, roupas, lençóis, e material de higiene e limpeza no escritório corporativo do Rio de Janeiro e na área do Projeto Minas-Rio, especialmente nas cidades de Belo Horizonte, Conceição do Mato Dentro, Jatiboca, Itaperuna e em São João da Barra, para serem encaminha-dos à Cruz Vermelha.

A Vale colocou à disposição do Gover-no do Estado do Rio equipamentos pesa-dos e operadores para auxiliar no trabalho de resgate de vítimas e remoção de ter-ra e escombros na Região Serrana do Rio. A empresa adquiriu cestas básicas, pastilhas purificadoras de água e doses de vacina contra tétano para doação. Foram entregues pelo menos mais de 30 mil doses de vaci-na antitetânica aos necessitados, 5 mil ces-tas básicas e 24 mil pastilhas purificadoras. Cada pastilha tem a capacidade de tornar potáveis 500 litros de água.

Os empregados e fornecedores também foram mobilizados no apoio às milhares de vítimas dos deslizamentos. A minerado-ra abriu uma conta bancária em nome da Fundação Vale para receber doações em dinheiro de empregados, de seus familiares e amigos. A cada real doado até o dia 31 de janeiro, a Vale depositou mais R$ 2. O dinheiro arrecadado será usado diretamente na reconstrução de áreas atingidas.

Os empregados também puderam doar mantimentos, roupas, produtos de higiene e outros itens nos postos de recolhimento montados nos prédios da empresa no Rio. A Transportadora Della Volpe, que presta servi-ços à Vale, voluntariamente se encarregou de encaminhar as doações para os locais desig-nados pela Defesa Civil. Também foi monta-da uma estrutura de apoio aos empregados e seus familiares atingidos pelas chuvas.

A maior produtora de minério de ferro do mundo também utilizou as redes sociais em benefício da população fluminense. A Vale abriu uma conta no Twitter para ajudar os moradores da Região Serrana do Rio de Janeiro: www.twitter.com/VALE_solidaria. A empresa se comprometeu em depositar R$ 1 para cada retweet que fosse dado a partir do perfil @VALE_solidaria.

A empresa também trabalhou parceria com seus fornecedores para que estes deslo-

cassem, quando solicitado pelo Governo do Estado, equipamentos pesados para a região. Além da Camargo Corrêa, a U&M e Mega Energia cederam tratores, caminhões bascu-lantes, retroescavadeiras, pás mecânicas e geradores de energia. A fornecedora Trans-pés também auxiliou no transporte de alguns desses equipamentos, como os geradores.

A Direção da CSN também se sensibi-lizou com a catástrofe ocorrida em Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis. A Com-panhia trabalhou em parceria com a prefei-tura de Volta Redonda ao realizarem uma campanha solicitando para a população do município levarem donativos considerados prioritários pelas equipes que estão agindo nas cidades atingidas pelas chuvas.

Fatalidade

As chuvas provocaram a morte de mais de 800 pessoas e milhares de moradores ainda estão desabrigados ou desalojados. A expectativa é que muitas famílias pos-sam ser beneficiadas com estas parcerias, por meio da aquisição de matérias-primas para casas e escolas e alimentação básica. A tragédia é a maior catástrofe natural do Brasil e uma das 10 piores do mundo no último século.

Empresas se unem em solidariedade à população

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Indústria da Mineração Ano VI - nº 41, fevereiro de 2011 15

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