miles | n.º 2 | fevereiro 2014

8
MILES Militia Sanctae Mariae | Fevereiro 2014 | N.º 2 Nesta ediçao A Regra na MSM ......................... 2 Comentário à Regra .................... 2 Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial do Doente 2014 ...... 3 Excerto da Mensagem do Papa Fran- cisco para a Quaresma 2014 ....... 3 A MSM no Brasil ......................... 4 Ecos do Brasil (1) ......................... 5 Ecos do Brasil (2) ......................... 6 S. Nuno de Santa Maria .............. 7 Como deve ser o Cavaleiro de Santa Maria ......................................... 8 MILES de volta ao formato papel Fizemos uma pausa nas nossas edições em papel. Precisávamos de reflecr sobre o nosso percurso. Como estávamos a chegar aos nossos leitores. Como é que estes estavam a receber-nos. É tempo, pois de reaparecermos. Diferentes. Sempre com os mesmos objecvos: órgão da Milia Sanctæ Mariæ - cavaleiros de Santa Maria, associação católica, laical e internacional, para a formação dos seus membros e amigos e informação destes sobre o que é o trabalho que aquela desenvolve ao serviço da Igreja, em comunhão com os nossos Bispos e, por estes, com o Santo padre. A Milia Sanctae Mariae cavaleiros de Santa Maria é uma associação marcadamente mariana, inscrita da tradição benedina e cisterciense e nas Ordens de Cavalaria, filhas da Igreja. O seu Fun- dador, Dom Gérard Lafond OSB, que foi monge benedino em S. Wandrille e depois Dom Abade de S. Paul de Wisques, quis que fosse uma associação para o nosso tempo que constrói futuro mas cujas raízes fossem beber ao passado no que este tem de melhor e mais puro. Dom Lafond não quis restaurar nada, quando do final da primeira metade do século XX fundou a MSM. O Fundador teve somente uma preocupação: colaborar com a Igreja e com todos os homens de boa vontade em alargar cá em baixo as fronteiras do Reino de Deuse sempre, como nos exorta S. Paulo : a tempo e contra-tempo”. O primeiro reconhecimento da Igreja foi na Diocese de Chartres ( França) em 1969, na vigília de Natal desse ano, depois de vários anos de acolhimento fraterno e amigo de Dom Gontard, Dom Abade de S. Wandrille, mosteiro onde o nosso Fundador havia entretanto professado. Depois, seguiram-se outros reconhecimentos diocesanos de vários países. Em Portugal, tal aconte- ceu em 26 de Outubro de 1976, com o aplauso incondicional do Arcebispo Primaz da época, Dom Francisco Maria da Silva, que, com a anuência entusiásca do Cabido Primacial, nos acolheu na Capela de S. Geraldo, da Sé Catedral de Braga, onde, desde então, tem a sua sede canónica para Portugal. É nesta Capela onde a MSM tem celebrado várias das suas cerimónias e onde o Arcebispo Primaz, Dom Eurico Dias Nogueira, agora Emérito, conferiu a benedico novi milis a vários freires portugueses. A MSM é uma Companhia militante e regular. De leigos. O nosso bolem - MILES - (palavra que significa soldado, cavaleiro) só tem um objecvo: SERVIR A IGREJA. Pela sua leitura, os nossos freires e amigos podem conhecer-nos melhor, rezar connosco e por nós, disponibilizarem-se para colaborar no nosso trabalho na cidade de Deus assim Deus nos ajude!

Upload: filipe-amorim

Post on 24-Jul-2016

221 views

Category:

Documents


5 download

DESCRIPTION

MILES é o boletim informativo da Militia Sanctae Mariae, cavaleiros de Nossa Senhora. http://www.msm-portugal.org http://miles.msm-portugal.org/

TRANSCRIPT

Page 1: MILES | n.º 2 | fevereiro 2014

MILES Militia Sanctae Mariae | Fevereiro 2014 | N.º 2

Nesta ediça o

A Regra na MSM ......................... 2

Comentário à Regra .................... 2

Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial do Doente 2014 ...... 3

Excerto da Mensagem do Papa Fran-cisco para a Quaresma 2014 ....... 3

A MSM no Brasil ......................... 4

Ecos do Brasil (1) ......................... 5

Ecos do Brasil (2) ......................... 6

S. Nuno de Santa Maria .............. 7

Como deve ser o Cavaleiro de Santa Maria ......................................... 8

MILES de volta ao formato papel Fizemos uma pausa nas nossas edições em papel. Precisávamos de reflectir sobre o nosso percurso.

Como estávamos a chegar aos nossos leitores. Como é que estes estavam a receber-nos. É tempo,

pois de reaparecermos. Diferentes. Sempre com os mesmos objectivos: órgão da Militia Sanctæ

Mariæ - cavaleiros de Santa Maria, associação católica, laical e internacional, para a formação dos

seus membros e amigos e informação destes sobre o que é o trabalho que aquela desenvolve ao

serviço da Igreja, em comunhão com os nossos Bispos e, por estes, com o Santo padre.

A Militia Sanctae Mariae – cavaleiros de Santa Maria é uma associação marcadamente mariana,

inscrita da tradição beneditina e cisterciense e nas Ordens de Cavalaria, filhas da Igreja. O seu Fun-

dador, Dom Gérard Lafond OSB, que foi monge beneditino em S. Wandrille e depois Dom Abade de

S. Paul de Wisques, quis que fosse uma associação para o nosso tempo que constrói futuro mas

cujas raízes fossem beber ao passado no que este tem de melhor e mais puro. Dom Lafond não quis

restaurar nada, quando do final da primeira metade do século XX fundou a MSM. O Fundador teve

somente uma preocupação: colaborar com a Igreja e com todos os homens de boa vontade em “

alargar cá em baixo as fronteiras do Reino de Deus” e sempre, como nos exorta S. Paulo : “ a tempo

e contra-tempo”.

O primeiro reconhecimento da Igreja foi na Diocese de Chartres ( França) em 1969, na vigília de

Natal desse ano, depois de vários anos de acolhimento fraterno e amigo de Dom Gontard, Dom

Abade de S. Wandrille, mosteiro onde o nosso Fundador havia entretanto professado.

Depois, seguiram-se outros reconhecimentos diocesanos de vários países. Em Portugal, tal aconte-

ceu em 26 de Outubro de 1976, com o aplauso incondicional do Arcebispo Primaz da época, Dom

Francisco Maria da Silva, que, com a anuência entusiástica do Cabido Primacial, nos acolheu na

Capela de S. Geraldo, da Sé Catedral de Braga, onde, desde então, tem a sua sede canónica para

Portugal. É nesta Capela onde a MSM tem celebrado várias das suas cerimónias e onde o Arcebispo

Primaz, Dom Eurico Dias Nogueira, agora Emérito, conferiu a benedictio novi militis a vários freires

portugueses.

A MSM é uma Companhia militante e regular. De leigos. O nosso boletim - MILES - (palavra que

significa soldado, cavaleiro) só tem um objectivo:

SERVIR A IGREJA. Pela sua leitura, os nossos freires e amigos podem conhecer-nos melhor, rezar

connosco e por nós, disponibilizarem-se para colaborar no nosso trabalho na cidade de

Deus assim Deus nos ajude!

Page 2: MILES | n.º 2 | fevereiro 2014

Pro logo

3. Neste combate sem trégua nem des-

canso, vais ficar inerte correndo o risco

de te deixares também tu, submergir

pelas trevas? A vitória está ao teu alcan-

ce; o Senhor te diz: tende confiança, Eu

venci o mundo1; e: a vitória que venceu

o mundo é a nossa Fé2.

Já que Cristo nosso Rei te escolheu,

afasta para longe de ti toda a indolência

ou tibieza, toda a apatia ou compromis-

so, lembrando-te que o Senhor vomita

os tíbios3. Prepara-te pelo contrário a

lutar virilmente, segundo o preceito do

Apóstolo: tomai, portanto, a armadura

de Deus para que possais resistir no dia

mau, e ficar de pé4. E mais do que o

inimigo já vencido, teme por ti esta

condenação infamante: Maldito o que

faz com moleza a obra do Senhor! Mal-

dito o que recusa o sangue à sua espa-

da5!

1 - Jo. XVI,33

2 - I Jo. V,4

3 - Apoc. III, 16

4 - Ef. VI, 13

5 - Jer. XLVIII, 10

Ao lermos estas palavras do prólogo da Regra da Militia Sanctae Mariae, facilmente somos confrontados com uma

palavra que muitas vezes se repete: o COMBATE. Na realidade, a Regra da Militia é um apelo ao combate por

Cristo pelo Seu Reino.

A Regra da MSM que livremente decidimos seguir, empurra-nos a travar uma luta sem tréguas contra o mal e

contra Satanás seu príncipe. Este apelo ao combate (que aparece cerca de 40 vezes na Rega) é realmente uma

pertença natural da condição de Cristão. Na realidade, o Batismo que recebemos é a marca pela qual somos cha-

mados a entrar nesta guerra, não sendo algo que um outro possa fazer em nosso lugar. Todos e cada um de nós

temos a nossa quota parte de responsabilidade neste combate pelo Reino de Deus. Por outro lado, a condição de

Cristão é um chamamento continuo ao combate, não pela força das armas, mas pelo exemplo, pelo perdão, pela

caridade. Jesus, o CAMINHO, a VERDADE e a VIDA, aquando da sua passagem pelo meio de nós mostrou-nos qual

a forma de combater este bom combate: quando chegaram para o prender, “armados com espadas e varapaus”,

mostrou-se sereno, calmo, dialogou… quando Pedro puxou da espada e cortou a orelha com criado do sumo

sacerdote, Jesus mandou embainhar a espada e curou a orelha… quando todos se preparavam para apedrejar a

pecadora, Jesus perdoou… e na cruz, quando estava prestes a chegar a sua hora terrena, Jesus não condenou

ninguém, muito pelo contrário pediu ao Pai o perdão para aqueles que lhe tiravam a vida.

A historia da Igreja é claramente marcada por um combate constante contra os inimigos da fé. O passado mostra-

nos que muitos daqueles que nos antecederam travaram por certo grandes combates. Muitos tombaram em

nome de Cristo… mas este combate não está terminado, e a Igreja de Jesus sofre todos os dias ataques ferozes. Se

em tempos passados o combate se fazia pela força das armas, ceifando vidas, hoje em dia, o ataque é dissimula-

do; mas provavelmente muito mais feroz… muito mais forte… O passado recente mostra-nos que ser mártir não é

uma coisa do passado porque o número daquele que morrem na defesa de Cristo não para de aumentar.

Tal como vimos na liturgia do 5º Domingo, que se assinalou no passado fim-de-semana, na terra, somos chama-

dos a ser sal e a luz. Somos chamados a deixar o conforto e o comodismo, para sermos o sal que dá sabor ao

mundo e que testemunha a eternidade do projeto salvador de Deus; ao mesmo tempo, temos a responsabilidade

de ser como que a ser uma luz que aponta no sentido das realidades eternas, que vence a escuridão do sofrimen-

to, do egoísmo, do medo e que conduz ao encontro de um “Reino” de liberdade e de esperança.

A vida cristã é, e será cada vez mais, uma vida de combate. É uma luta constante que tem por base a liberdade

que nos foi dada e que nos permite no nosso dia-a-dia escolher a estrada tomar. O combate que somos chamados

a travar reside na escolha de seguir o caminho fiel ao ensinamento divino.

Que à semelhança de S. Paulo possamos ao chegar ao fim da nossa vida na terra afirmar tal como ele “Combati o

bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé”, e dessa forma poderemos ter a certeza de que a nossa

vida foi um encontro total com Cristo.

Filipe Amorim

“Cristão que te preparas para esta Regra, liberta por um instante o teu espírito das preocupações terrestres e mergulha o teu olhar no mistério de Deus…”

A Regra na MSM

O Prólogo da Regra da Milícia de Santa Maria

– MSM – abre com estas palavras que são

uma autentica convocatória:

“Cristão que te preparas para esta Regra,

liberta por um instante o teu espírito das

preocupações terrestres e mergulha o teu

olhar no mistério de Deus…”

A vida contemporânea traz-nos tão agitados,

tão apressados e estonteados que o parar

para “olhar o mistério de Deus” é um desafio

difícil de vencer. Não temos tempo para nada

e o pouco tempo que temos como sobras mal

dá para serenarmos um bocado! Contudo,

Deus está à nossa espera. À nossa escuta.

Disponível para falar connosco. Como é possí-

vel vivermos a nossa liberdade nesta aliena-

ção de todos os dias? Deus, que nos criou

livres, deseja-nos livres. Livres também para

Ele. A Regra da MSM convida-nos a viver na

terra em diálogo com Deus! Aliás é este um

dos desafios da Páscoa: viver em Cristo res-

suscitado. Sempre. Um esforço de cada dia. E

de Todos os dias.

Por isso, o MILES, a cada mês publicará o

comentário à Regra que foi feito em cada um

dos capítulos.

2

Page 3: MILES | n.º 2 | fevereiro 2014

Em que consiste enta o esta pobreza com a qual Jesus nos liberta e torna ricos?

É precisamente o seu

modo de nos amar, o seu

aproximar-Se de nós como

fez o Bom Samaritano com

o homem abandonado

meio morto na berma da

estrada (cf. Lc 10, 25-37).

Aquilo que nos dá verda-

deira liberdade, verdadei-

ra salvação e verdadeira

felicidade é o seu amor de

compaixão, de ternura e

de partilha. A pobreza de

Cristo, que nos enriquece,

é Ele fazer-Se carne, tomar

sobre Si as nossas fraque-

zas, os nossos pecados,

comunicando-nos a miseri-

córdia infinita de Deus. A

pobreza de Cristo é a

maior riqueza: Jesus é rico

de confiança ilimitada em

Deus Pai, confiando-Se a

Ele em todo o momento,

procurando sempre e

apenas a sua vontade e a

sua glória. É rico como o é

uma criança que se sente

amada e ama os seus pais,

não duvidando um mo-

mento sequer do seu

amor e da sua ternura. A

riqueza de Jesus é Ele ser o

Filho: a sua relação única

com o Pai é a prerrogativa

soberana deste Messias

pobre. Quando Jesus nos

convida a tomar sobre nós

o seu «jugo sua-

ve» (cf. Mt 11, 30), convi-

da-nos a enriquecer-nos

com esta sua «rica pobre-

za» e «pobre riqueza», a

partilhar com Ele o seu

Espírito filial e fraterno, a

tornar-nos filhos no Filho,

irmãos no Irmão Primogé-

nito (cf. Rm 8, 29).

(da mensagem do Papa Francisco

para a Quaresma2014)

Fe e caridade: «Tambe m no s devemos dar a vida pe-los nossos irma os» (1Jo 3, 16) MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO PARA O XXII DIA MUNDIAL DO DOENTE 2014

1. Por ocasião do XXII Dia Mundial do Doente, que este ano tem como tema Fé e caridade: também nós deve-

mos dar a vida pelos nossos irmãos» (1Jo 3, 16), dirijo-me de modo particular às pessoas doentes e a quantos

lhes prestam assistência e cura. A Igreja reconhece em vós, queridos doentes, uma presença especial de

Cristo sofredor. É assim: ao lado, aliás, dentro do nosso sofrimento está o de Jesus, que carrega connosco o

seu peso e revela o seu sentido. Quando o Filho de Deus subiu à cruz destruiu a solidão do sofrimento e ilumi-

nou a sua escuridão. Desta forma somos postos diante do mistério do amor de Deus por nós, que nos infunde

esperança e coragem: esperança, porque no desígnio de amor de Deus também a noite do sofrimento se abre

à luz pascal; e coragem, para enfrentar qualquer adversidade em sua companhia, unidos a Ele.

2. O Filho de Deus feito homem não privou a experiência humana da doença e do sofrimento mas, assumindo

-os em si, transformou-os e reduziu-os. Reduzidas porque já não têm a última palavra, que é ao contrário a

vida nova em plenitude; transformados, porque em união com Cristo, de negativas podem tornar-se positi-

vas. Jesus é o caminho, e com o seu Espírito podemos segui-lo. Como o Pai doou o Filho por amor, e o Filho se

doou a si mesmo pelo mesmo amor, também nós podemos amar os outros como Deus nos amou, dando a

vida pelos irmãos. A fé no Deus bom torna-se bondade, a fé em Cristo Crucificado torna-se força para amar

até ao fim também os inimigos. A prova da fé autêntica em Cristo é o dom de si, o difundir-se do amor ao

próximo, sobretudo por quem não o merece, por quantos sofrem, por quem é marginalizado.

3. Em virtude do Batismo e da Confirmação somos chamados a conformar-nos com Cristo, Bom Samaritano

de todos os sofredores. «Nisto conhecemos o amor: no facto de que Ele deu a sua vida por nós; portanto,

também nós devemos dar a vida pelos nossos irmãos» (1Jo 3, 16). Quando nos aproximamos com ternura

daqueles que precisam de cura, levamos a esperança e o sorriso de Deus às contradições do mundo. Quando

a dedicação generosa aos demais se torna estilo das nossas ações, damos lugar ao Coração de Cristo e por Ele

somos aquecidos, oferecendo assim a nossa contribuição para o advento do Reino de Deus.

4. Para crescer na ternura, na caridade respeitadora e delicada, temos um modelo cristão para o qual dirigir o

olhar com segurança. É a Mãe de Jesus e nossa Mãe, atenta à voz de Deus e às necessidades e dificuldades

dos seus filhos. Maria, estimulada pela misericórdia divina que nela se faz carne, esquece-se de si mesma e

encaminha-se à pressa da Galileia para a Judeia a fim de encontrar e ajudar a sua prima Isabel; intercede

junto do seu Filho nas bodas de Caná, quando falta o vinho da festa; leva no seu coração, ao longo da peregri-

nação da vida, as palavras do velho Simeão que lhe prenunciam uma espada que trespassará a sua alma, e

com fortaleza permanece aos pés da Cruz de Jesus. Ela sabe como se percorre este caminho e por isso é a

Mãe de todos os doentes e sofredores. A ela podemos recorrer confiantes com devoção filial, certos de que

nos assistirá e não nos abandonará. É a Mãe do Crucificado Ressuscitado: permanece ao lado das nossas

cruzes e acompanha-nos no caminho rumo à ressurreição e à vida plena.

5. São João, o discípulo que estava com Maria aos pés da Cruz, faz-nos ir às nascentes da fé e da caridade, ao

coração de Deus que «é amor» (1 Jo 4, 8.16), e recorda-nos que não podemos amar a Deus se não amarmos

os irmãos. Quem está aos pés da Cruz com Maria, aprende a amar como Jesus. A Cruz «é a certeza do amor

fiel de Deus por nós. Um amor tão grande que entra no nosso pecado e o perdoa, entra no nosso sofrimento

e nos confere a força para o carregar, entra também na morte para a vencer e nos salvar... A Cruz de Cristo

convida-nos também a deixar-nos contagiar por este amor, ensina-nos a olhar sempre para o outro com mise-

ricórdia e amor, sobretudo para quem sofre, para quem tem necessidade de ajuda» (Via-Sacra com os jovens,

Rio de Janeiro, 26 de Julho de 2013).

Confio este XXII Dia Mundial do Doente à intercessão de Maria, para que ajude as pessoas doentes a viver o

próprio sofrimento em comunhão com Jesus Cristo, e ampare quantos deles se ocupam. A todos, doentes,

agentes no campo da saúde e voluntários, concedo de coração a Bênção Apostólica.

Vaticano, 6 de Dezembro de 2013. 3

Page 4: MILES | n.º 2 | fevereiro 2014

Proví ncia de S. Nuno de Santa Maria

Por decisão do mestre da Milita

Sanctæ Mariæ e do seu Conselho,

foi criada em 15 de Agosto de

2013, a Província de S. Nuno de

Santa Maria. Esta decisão baseia-se

no facto de a anterior Província de

Portugal ter passado a englobar os

freires de Espanha e os cada vez

mais numerosos brasileiros, além,

como é lógico os portugueses. Não

fazia, pois, sentido a Província

chamar-se de Portugal.

Ao ter atribuído esta designação, o

Mestre quis esbater as diferenças

naturais que existem entre povos

irmãos, mas diferentes e, simulta-

neamente, dar-lhes como patrono

o Santo cavaleiro que foi S. Nuno

de Santa Maria, modelo de cidadão

comprometido com o mundo e

cristão sem medo, piedoso e servi-

dor dos mais frágeis da sociedade,

tal como deve ser aquele que

recebeu o sacramental da

“Benedictio novi militis”.

Por indicação do Mestre, o Provincial

criou um novo Preceptorado, com

sede na cidade e Arquidiocese de S.

Paulo (Brasil), tendo sido nomeado

seu primeiro Preceptor o Escudeiro-

Donato Michel Pagiossi da Silva.

A MSM no Brasil Por incumbência do nosso Mestre, tive o

enorme privilégio de ser seu representante

para a recepção dos nossos primeiros freires

brasileiros, 6 jovens promissores na tarefa

que nos cabe: “alargar cá em baixo as fron-

teiras do Reino de Deus”. Assim, parti do

Porto às 7 horas da manhã de 31 de Janeiro

de 2014, num voo da TAP. Eram 18 horas,

hora local (20 em Portugal) quando aterrei em

S. Paulo e tive a imensa alegria de abraçar o

Michel Pagiossi Silva e o Kleber de Barros. O

seu sorriso abriu-me logo as portas da frater-

nidade sincera, alegre e típica da MSM. O

nosso Irmão Kleber e sua Esposa, a Renata,

fizeram questão de me convidar e acolher em

sua casa. Com o Michel e o Bruno, tivemos

um jantar excelente num ambiente de amiza-

de fabuloso. Depois do jantar começámos a

trabalhar, preparando o dia seguinte, até

cerca das 2 horas da manhã!

O dia 1 de Fevereiro foi inesquecível. De ma-

nhã, reuni com todos os nossos noviços (seis)

no salão nobre da paróquia de Santa Cecília,

gentilmente cedido pelo pároco. Foram mais

de duas horas de franco e aberto debate,

questões levantadas, curiosidades sobre a

MSM. Os nossos candidatos, creio, ficaram

muito satisfeitos e ainda mais interessados

em fazer o seu compromisso na MSM na

tarde desse dia. Depois foi um almoço simples

e simpático num restaurante perto da igreja.

Quando se terminou o almoço, rumámos para

a paróquia de Santa Generosa. Aqui fomos

acolhidos pelo respectivo Vigário, P. Fábio,

que foi de uma excepcional atenção e disponi-

bilidade. Convidado a participar no Capítulo

que iria ter lugar a seguir, aceitou e ficou até

ao fim, participando como já fosse nosso

Capelão! O Capítulo começou com a leitura

do 1º parágrafo do Prólogo e o Provincial fez

o respectivo comentário, simples e, sobretu-

do, chamando a atenção dos presentes que

escolher a MSM, é escolher um caminho

difícil mas seguro para uma verdadeira mu-

dança de estilo de vida, numa perspectiva de,

todos os dias nos aperfeiçoarmos. Ser freire

da MSM é estar sempre pronto para o comba-

te pelo Reino de Deus, em nós e no mundo. O

P. Fábio chamou a colação o facto de termos

a obrigação da intransigência para com o mal

e que a indiferença, nos cristãos, não é defen-

sável. Terminada esta fase, que seguiu o nos-

so ritual na abertura, como Provincial recebi

quatro Servos de Nossa Senhora, que haviam

sido admitidos em 8.Dez.2013, via internet e

que já deveriam ter sido admitidos como

Freires de Armas tendo de imediato recebido

dois postulantes como Freires de Armas.

Encerrou-se o Capítulo, pois urgia prepararmo

-nos para a Missa paroquial, na igreja de

4

Foto: Raul Narevicius

Participação na Missa, em Igreja de Santa Generosa (S. Paulo)

Page 5: MILES | n.º 2 | fevereiro 2014

“Ser freire da MSM é estar sempre pronto para o combate pelo Reino de Deus, em nós e no mundo”

Santa Generosa. Fez-se um rápido ensaio sobre o

modo de entrar e estar na Missa. À entrada, a orga-

nista u um hino a Nossa Senhora da Conceição, cuja

letra é do Provincial e música de Dr. Manuel Cardo-

so, músico português. Este hino foi muito bem aco-

lhido. No início da Missa, o celebrante, P. Fábio,

apresentou a MSM à sua comunidade. As leituras da

Missa, da Apresentação do Senhor, foram feitas por

três freires brasileiros. No final da homilia, recebi,

como Provincial e mandatado pelo Mestre, quatro

dos Freires de Armas como Escudeiros-Donatos, que

emitiram os seus compromissos e receberam o man-

to cinzento, benzido anteriormente pelo celebrante.

Terminada a Missa, dirigimo-nos para a sacristia

onde agradecemos ao P. Fábio a sua amizade e fo-

mos cumprimentados por muitas pessoas que quise-

ram conhecer-nos. À noite, uma Senhora activa

nesta paróquia recebeu todos os membros da MSM

presentes e alguns amigos, num jantar fraterno,

amigo e muito divertido. Sentimo-nos em casa! Ter-

minámos com júbilo esta jornada.

No dia seguinte, dia 2, ainda houve tempo para um

novo encontro na Missa e num almoço entre irmãos. Depois, foi

o “ adeus”, com muitas saudades e lágrimas nos olhos de mui-

tos… e partimos para o aeroporto.

No final desta jornada, tão cansativa como bela, poderei dizer

com salmista:

Ecce quam bonum et jucundum habitare fratres in

unum… (Salmo 132)

Carlos Aguiar Gomes (Provincial)

Foi com imensa alegria que nos dias 31 de

janeiro, 01 e 02 de fevereiro que a MSM

oficialmente iniciou seus trabalhos no

Brasil, quando o provincial, o senhor Carlos

Aguiar, foi recebido pelos irmãos brasilei-

ros. Vivendo um clima fraterno, os irmãos

tiveram uma sequência árdua de trabalho e

reuniões e que apontou os rumos da MSM

no Brasil e foram recebidos seis freires-

d´armas. Estes dias tiveram seu ápice na

Santa Missa da Apresentação do Senhor,

onde, em um clima solene e emocionante,

foram recebidos os primeiros três escudei-

ros-donatos brasileiros.

Michel Pagiossi (Preceptor do Preceptorado de S. Paulo,

Brasil)

5

Ecos do Brasil (1)

Foto: Raul Narevicius

Foto: Raul Narevicius

Admissão de 6 Freires de Armas (paróquia de Santa Generosa)

Page 6: MILES | n.º 2 | fevereiro 2014

“o vigário paroquial, frisou o papel de vivermos seguindo a luz de Cristo…”

Ecos do Brasil (2)

O último dia 01 de fevereiro foi de muita honra e trabalho para

os irmãos brasileiros. Honra porque acolheram, na família do

freire Kleber e sua esposa Renata, o provincial Carlos Aguiar.

Trabalho porque foram sucessivas reuniões e definições para o

futuro da MSM no Brasil

O primeiro evento foi um colóquio sobre a MSM no Brasil, na

paróquia Santa Cecília, região central da cidade de São Paulo. Em

seguida, na igreja de Santa Generosa, celebrou-se um Capítulo

presidido pelo senhor provincial e tendo a presença do reveren-

do padre Fábio Fernandes. Ali, o provincial lembrou-lhe as exi-

gências de se ser um verdadeiro cavaleiro, em seguida, foram

recebidos seis irmãos brasileiros como freires-d´arma.

O coroamento dos trabalhos deu-se na missa celebrada na mes-

ma igreja. Na homilia, celebrava-se a “Apresentação do senhor”,

o vigário, frisou o papel de vivermos seguindo a luz de Cristo.

Esta terminada, os freires que já haviam cumprido o tempo ne-

cessário foram chamados pelo provincial ao Presbitério onde

professaram que defenderiam a fé, vivendo a conversão dos

costumes e tornaram-se os três primeiros escudeiros-donatos

brasileiros. A Santa Missa prosseguiu, sendo celebrada com

solenidade e piedade.

Em seguida, houve um jantar festivo, onde os irmãos viveram em

clima fraterno.

Michel Pagiossi, (Preceptor do Preceptorado de S. Paulo, Brasil)

6

Foto: Raul Narevicius Foto: Raul Narevicius

Foto: Raul Narevicius

1º Capítulo do Preceptorado de S. Paulo

Caminhando para a profissão dos 3 Escudeiros-Donatos Bruno Farias recebe o manto de Escudeiro-Donato

Page 7: MILES | n.º 2 | fevereiro 2014

BREVES

Irma Aguiar come-mora 100º aniver-sa rio

A Irmã Aguiar, que é do

nosso Corpo de Apoio

Espiritual desde a funda-

ção da MSM em Portugal ,

no dia do seu 100º aniver-

sário ( 2.Nov. 2013 ).

Miles congratula-se com a

efeméride e deseja mais

anos de vida, com a alegria

que esta doroteia tem

irradiado toda a vida!

Congresso – S. Bento Patrono da Europa

Realiza-se nos próximos

dias 21 e 22 de março, o

Congresso S. Bento, Patro-

no da Europa. A participa-

ção é gratuita, mas de

inscrição obrigatória.

O prazo para a inscrição

termina em 28 de feverei-

ro, e pode ser feita para

[email protected]; nos

Serviços Centrais da Arqui-

diocese (Rua de S. Domin-

gos, 94 B, 4710-435 Bra-

ga); no Hotel S. Bento (Rua

1, n.º 99, 4845-026 Rio

Caldo / 253 141 580 ou

965 525 386

O nosso padroeiro - S. Nuno de Santa Maria, o Santo Condesta vel

Em 6 de Março de 2006, os Bispos portugueses publi-

caram uma Nota Pastoral, que, com a devida autori-

zação, a MSM editou, dedicada a assinalar a próxima

canonização de D. Nuno Álvares Pereira que ocorreria

a 26 de Abril desse ano.

Esta Nota Pastoral tinha este título: “S. Nuno Álvares

Pereira - exemplo heroico em tempo de crise” cujas

últimas palavras são: “Os Bispos de Portugal pro-

põem, portanto, aos homens e mulheres de hoje o

exemplo da vida de Nuno Álvares Pereira, pautada

pelos valores evangélicos, orientada pelo maior bem

de todos, disponível para lutar pelos superiores

interesses da Pátria, solícita por servir os mais des-

protegidos e pobres. Assim seremos parte activa na

construção de uma sociedade mais justa e fraterna

que todos desejamos.” É um programa de vida tal

como nos recomenda a Regra, a nossa Regra.

Desde o momento do seu

reconhecimento, em Portu-

gal, os freires portugueses

decidiram adoptar como seu

padroeiro celeste precisa-

mente o Santo Condestável.

Portanto, desde 1976 que

estamos sob a sua protecção

celeste. E procuramos imitá-

lo como nos recomendam os

Bispos de Portugal na Nota

referida e na passagem cita-

da.

Desde 15 de Agosto deste

ano, 2013, que S. Nuno é

também Padroeiro da Provín-

cia que engloba o Brasil, a

Espanha e Portugal!

Na realidade, S. Nuno é mo-

delo, exemplo heróico em

tempo de crise. Como nos

recordam os Bispos portu-

gueses:

“Vivemos em tempo de crise

global, que tem origem num

vazio de valores morais. O

esbanjamento, a corrupção, a

busca imparável do bem-

estar material, o relativismo

que facilita o uso de todos os

meios para alcançar os pró-

prios benefícios, um quadro de desemprego, de an-

gústia e de pobreza que ameaçam as bases sobre as

quais se organiza a sociedade. Neste contexto, o

testemunho de vida de D. Nuno constituirá uma força

de mudança em favor da justiça e da fraternidade, da

promoção de estilos de vida mais sólidos e solidários

e de iniciativas de partilha de bens….”

Ao ser canonizado, D. Nuno Álvares Pereira, passou a

ser modelo para a Igreja universal. De hoje e para o

futuro.

É este o Homem e o Santo que nós, na MSM, quere-

mos imitar. É este o nosso sentir a cavalaria. A sua

vida, neste tempo de crise global, é, tem de ser, inspi-

radora para quem não contenta nem se resigna á

mediocridade, tal como foi a sua vida. Tal como nos

pede a nossa Regra.

7 Xilogravura da «Crónica do Condestrabre», na edição de 1554

Page 8: MILES | n.º 2 | fevereiro 2014

1. Aquele que entrou na Ordem de Santa Maria tomou a Cruz e fez a Cristo o sacrifício de sua,

aceitando de antemão os combates, as contradições, as humilhações e a morte que o Senhor

Jesus, no seu imenso amor para com todos os homens, se dignou tomar sobre Si e partilhar com

os seus amigos. Recebe por lei o Código de Honra Cavaleiresca, expressão de sua absoluta fideli-

dade a Deus:

I - O Cavaleiro combate por Cristo e pelo Seu reino.

II - O Cavaleiro serve a sua Dama a Virgem Maria.

III - O Cavaleiro defende a Santa Igreja até ao sangue.

IV - O Cavaleiro mantém as tradições dos seus antepassados.

V - O Cavaleiro combate pela Justiça, pela Ordem Cristã e pela Paz.

VI - O Cavaleiro trava contra o mundo e o seu Príncipe uma guerra sem trégua nem descanso.

VII - O Cavaleiro honra e protege os pobres, os fracos os deserdados.

VIII - O Cavaleiro despreza o dinheiro e os poderes deste mundo.

IX - O Cavaleiro é humilde, magnânimo e leal.

X - O Cavaleiro é puro e cortês, ardente e fiel.

2. Segundo a conceção de S. Bernardo, o Cavaleiro de Santa Maria é soldado de Deus: une à vida

contemplativa a vida ativa para travar com os inimigos de Cristo o duplo combate, sobrenatural e

natural, e derrotá-los no duplo combate.

3. Soldado, ele é o primeiro no sentido do Bonus Miles Christi Jesu. Deve trazer junto de si a

decisão de não recuar, como os primeiros cristãos, em face ao paganismo, pois que se trata para

ele de mudar a vida no mundo e à face dum mundo que renegou Cristo. A fé em Cristo na fideli-

dade à Igreja é o rochedo inabalável sobre o qual se apoia não uma fé mutilada, anêmica, edul-

corada, mas uma fé em toda a sua integridade, pureza e vigor. A sua primeira vitória, deve-a

obter sobre si mesmo por uma verdadeira conversão; o seu primeiro objetivo, é a conquista de si

mesmo. Então, mas só então, pode atacar diretamente os inimigos visíveis da Igreja e da Cristan-

dade, com a certeza de vencer.

COMO DEVE SER O CAVALEIRO DE SANTA MARIA

Co digo de Honra Cavaleiresca

I - O Cavaleiro combate por Cristo e

pelo Seu reino.

II - O Cavaleiro serve a sua Dama a

Virgem Maria.

III - O Cavaleiro defende a Santa

Igreja até ao sangue.

IV - O Cavaleiro mantém as tradições

dos seus antepassados.

V - O Cavaleiro combate pela Justiça,

pela Ordem Cristã e pela Paz.

VI - O Cavaleiro trava contra o mundo

e o seu Príncipe uma guerra sem

trégua nem descanso.

VII - O Cavaleiro honra e protege os

pobres, os fracos os deserdados.

VIII - O Cavaleiro despreza o dinheiro

e os poderes deste mundo.

IX - O Cavaleiro é humilde, magnâni-

mo e leal.

X - O Cavaleiro é puro e cortês, ar-

dente e fiel.

FICHA TE CNICA

Tí tulo: MILES

Director: Filipe Amorim

Propriedade: Militia Sanctae Mariae

Periodicidade: Mensal

ISSN: 1646-9313

Tiragem: 1000 exemplares

Depo sito Legal: 27363/08

MILITIA SANCTÆ MARIÆ

Rua de Guadalupe, n.º 73

4700-298 BRAGA

Telefone: 256 611 609

Email: [email protected]

www.msm-portugal.org

(CONTINUA)...

Foto: Raul Narevicius