migraÇÃo e formaÇÃo humana notas1 · o capital em seu processo dialético de crise e...

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MIGRAÇÃO E FORMAÇÃO HUMANA NOTAS 1 Jackson Vital Souto 2 [email protected] - SEDEC/PMJP GT6: Educação: Formação, ensino e prática docente RESUMO Por que relacionar educação e mundo do trabalho? Pelas demandas surgidas durante os trabalhos de campo realizados durante as pesquisas de graduação e de mestrado. Esse artigo é uma tentativa de aproximação, por tratar-se de domínios em constante mudança, aos temas sem presunção ou natureza conclusiva. Mais indagações do que propriamente respostas ou achados de pesquisa é que nos propomos delinear neste artigo: por que contraditoriamente o numero de trabalhadores migrantes, após períodos de abandono e evasão escolar, retomam nos locais de destino o estudo formal e a formação? A tese burguesa da meritocracia e da qualificação continuada mediada pelo conhecimento científico é relevante no flexível e precário mercado de trabalho no Brasil? O que explica na origem o fechamento de escolas 1 Trata-se de aproximação ao debate e se Engels em Literatura de refugiadosestava correto ao indicar os nexos do trabalho com formas fetichizadas no complexo social da reprodução social como ocorre com a educação e o acesso ao conhecimento científico, é preciso considerar as especificidades conjunturais e determinações históricas e sociais do período atual. Vale chamar a atenção para a datação do texto, fim do século XIX, localizado na Europa, mas que mostra, pela generalização e atualidade, a permanência de determinadas estruturas. Engels informa os leitores sobre as concepções de emigrantes poloneses, franceses, e russos sobre os acontecimentos revolucionários em seus países. Os problemas tratados em cada formação social ajuda-nos a compreensão mais profunda do movimento revolucionário nesses países e considerando as experiências da Comuna de Paris intermediam importantes conclusões para o desenvolvimento de uma estratégia e tática de luta proletária. Ao mesmo tempo o autor tinha a intenção de trazer ainda mais fortemente à consciência da classe trabalhadora a conexão da sua luta com o movimento revolucionário internacional. (Engels, 2013, p.17). Artigo apresentado no IV ENGPECT e X Fórum Estado, Capital, Trabalho ocorrido entre os dias 9 a 11 de agosto de 2017 no campus de São Cristovão da Universidade Federal de Sergipe UFS. 2 Professor da rede municipal de ensino. Bacharel e Mestre em geografia na linha de pesquisa Espaço Agrário, Movimentos Sociais e Políticas Públicas pela Universidade Federal de Pernambuco-UFPE com orientação do Profº. Dr. Caio Augusto Amorim. Dissertação de mestrado defendida em 2012, com o título: Resistência e Trabalho no Campo no município de Santana dos Garrotes/PB.

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MIGRAÇÃO E FORMAÇÃO HUMANA – NOTAS1

Jackson Vital Souto2

[email protected] - SEDEC/PMJP

GT6: Educação: Formação, ensino e prática docente

RESUMO

Por que relacionar educação e mundo do trabalho? Pelas demandas surgidas durante os

trabalhos de campo realizados durante as pesquisas de graduação e de mestrado. Esse artigo é

uma tentativa de aproximação, por tratar-se de domínios em constante mudança, aos temas

sem presunção ou natureza conclusiva. Mais indagações do que propriamente respostas ou

achados de pesquisa é que nos propomos delinear neste artigo: por que contraditoriamente o

numero de trabalhadores migrantes, após períodos de abandono e evasão escolar, retomam

nos locais de destino o estudo formal e a formação? A tese burguesa da meritocracia e da

qualificação continuada mediada pelo conhecimento científico é relevante no flexível e

precário mercado de trabalho no Brasil? O que explica na origem o fechamento de escolas

1 Trata-se de aproximação ao debate e se Engels em “Literatura de refugiados” estava correto ao indicar os nexos

do trabalho com formas fetichizadas no complexo social da reprodução social como ocorre com a educação e o

acesso ao conhecimento científico, é preciso considerar as especificidades conjunturais e determinações

históricas e sociais do período atual. Vale chamar a atenção para a datação do texto, fim do século XIX,

localizado na Europa, mas que mostra, pela generalização e atualidade, a permanência de determinadas

estruturas. Engels informa os leitores sobre as concepções de emigrantes poloneses, franceses, e russos sobre os

acontecimentos revolucionários em seus países. Os problemas tratados em cada formação social ajuda-nos a

compreensão mais profunda do movimento revolucionário nesses países e – considerando as experiências da

Comuna de Paris – intermediam importantes conclusões para o desenvolvimento de uma estratégia e tática de

luta proletária. Ao mesmo tempo o autor tinha a intenção de trazer ainda mais fortemente à consciência da classe

trabalhadora a conexão da sua luta com o movimento revolucionário internacional. (Engels, 2013, p.17).

Artigo apresentado no IV ENGPECT e X Fórum Estado, Capital, Trabalho ocorrido entre os dias 9 a 11 de

agosto de 2017 no campus de São Cristovão da Universidade Federal de Sergipe – UFS.

2Professor da rede municipal de ensino. Bacharel e Mestre em geografia na linha de pesquisa Espaço Agrário,

Movimentos Sociais e Políticas Públicas pela Universidade Federal de Pernambuco-UFPE com orientação do

Profº. Dr. Caio Augusto Amorim. Dissertação de mestrado defendida em 2012, com o título: Resistência e

Trabalho no Campo no município de Santana dos Garrotes/PB.

rurais e a reprodução histórica da baixa escolaridade de parte dos trabalhadores migrantes? O

domínio ideológico burguês dentre eles o fetiche ao progresso pelos estudos continuados não

estão, na origem, cumprindo uma função social quando reproduz a ideologia da continuidade

dos estudos pelo conjunto mais amplo dos trabalhadores, em especial os migrantes? Como

operamos e como estamos? Alguns achados de campo resultaram de revisão bibliográfica;

outros de observação direta com uso de cadernos de campo e a aplicação de questionário e

uns tantos com o uso de entrevistas semiestruturadas. Alem desses instrumentos nossa prática

em sala de aula na rede oficial de ensino especialmente junto a adultos e trabalhadores muitos

deles migrantes de outras regiões reforça os sentidos de nosso trabalho. As notas indicam que

a temática da educação segue sendo desafio, em virtude da centralidade que assumiu a

organização dos trabalhadores migrantes na dissertação, mas que apontam a continuidade de

fenômenos históricos tais como: migração institucionalizada com baixa escolarização;

fechamento de escolas rurais. Nosso recorte espaço temporal foi a ultima quadratura do século

XX e a primeira do XXI com o estudo realizado na escala do município de Santana dos

Garrotes, localizado na mesorregião do sertão da Paraíba, Nordeste do Brasil.

PALAVRAS-CHAVE: Trabalho Migrante, Teleologia, Progresso, Educação Socialista.

INTRODUÇÃO

Nosso estudo aproximativo relacionou educação e trabalho migrante, seus desafios e

potencialidades na produção de espaços sociais contra hegemônicos frente às formas de

dominação e superexploração que o Capital e o Estado burguês engendram. Pensar a

educação e os processos formativos mais amplos, seus limites e possibilidades na formação

dos jovens trabalhadores migrantes tornou consequente diante do fetichismo que assume a

partir da chamada reestruturação produtiva do trabalho, o complexo social de ideias e valores

do progresso. Esta noção é renovada tanto no aparato ideológico conciliatório via produção de

consenso quanto via coerção e violência, necessários à conciliação dos diferentes interesses de

classes sociais então em vigor na sociedade.

Dentre aquelas estão o complexo de ideias e praticas pedagógicas burguesas no

domínio da educação escolar e formal tais como: meritocracia; educação de jovens e adultos;

qualificação continuada para a empregabilidade no mercado de trabalho; competitividade; e

pedagogia das competências. Produtos do acesso, mesmo que dividido, ao conhecimento, à

formação e qualificação científica superiores. São discursos que garante o passaporte para a

aquisição da concorrência necessária e exigida nas vagas de (des) emprego atuais. Esse

apanhado de ideias é um produto histórico que a educação adquiriu na reprodução social com

efeitos devastadores de grande intensidade numa fração da classe trabalhadora: fragmentação,

precarização, superexploração simultaneamente à esvaziamento de sentidos, alienação,

reificação e estranhamentos especialmente junto aos trabalhadores migrantes.

Nacionalmente a última quadratura do século XX conhecida por “milagre brasileiro”

provou-se insustentável diante da escalada mundial que assumiu o quadro de crise estrutural

do capital. Os momentos econômicos de dificuldade tornaram-se mais frequentes, longos e

foram intercalados por crescimento pífio, sem muita expressão. Crises estruturais articuladas

às conjunturais especialmente em nações dependentes expõem com mais força os limites

concretos e as possibilidades sociais frente ao controle sociometabólico do capital.

No entanto essa primeira quadratura de século XXI caracteriza-se como período de

contrarreformas de tipo neoconservadoras que assumem a forma da intensificação do controle

social, sobretudo, no domínio da educação, com reformas que não traduz a necessidade

popular, mas o avanço do capital sobre o trabalho e no mercado da educação: II Plano

Nacional da Educação – PNE; Reforma do Ensino Médio; Movimento Escola Sem Partido;

Base Nacional Comum Curricular – BNCC; expansão da privatização de educação, expansão

da educação técnica e superior à distancia, privatização e abertura do sistema nacional de

educação para o mercado internacional e de capitais estrangeiro, fusões e aquisições de

grupos nacionais por grandes empresas multinacionais do setor de ensino.

O Brasil, seus trabalhadores e a sociedade não passaram imunes aos últimos 12 anos

de política neodesenvolvimentista de caráter assistencialista dos governos LULA e Dilma do

Partido dos Trabalhadores – PT. As estratégias da incorporação pela integração via mercado

de consumo de parte dos trabalhadores mostrou-se artificial e sem qualquer alteração das

estruturas econômicas e sociais. Por outro lado, mesmo em período considerado de recuo e de

retração das lutas e organização classista dos trabalhadores a expansão geométrica de greves,

movimentos paredistas classistas ou não de forma coletiva ou espontânea são expressões de

que as lutas outrora adormecidas entram em movimento repondo o contraditório.

O movimento de renovação do conhecimento em geografia mostrou que a “caminhada

no chão da noite3” esteve e está permeada por crises e debates às vezes “homéricos” embora

ás vezes em círculos. Como recorda a autora, a dinâmica social rompe e possibilita avanços

focados em temáticas diversas e que por vezes,

[...] significou para o campo científico e educacional a ampliação e consolidação de

diferentes referenciais interpretativos da realidade, que se revelavam mais complexos que

aqueles modelos macro de análise, fundados nas chamadas “metanarrativas”. Abriram-se,

assim possibilidades para a inclusão no cenário acadêmico de reflexões e propostas de

leitura da realidade pós modernas e pós estruturalistas. [...]

3 Obra de José de Souza Martins que reflete a condição social, de vida e de trabalho dos camponeses, suas lutas,

conquistas e derrotas.

Essa área ganhou espaço acadêmico, profundidade teórica, amplitude temática. A

pesquisa passou a focar temas diversificados e a sugerir abordagens, 4[...].

(CAVALCANTI, 2016, p. 405).

Por uma questão de método, mas de relação teoria e prática há autores que repõem o

espaço nos discursos contraditórios com o fim de ponderar a organização da vida social,

tornar inteligíveis as práticas sociais e intervir em sua conduta e consequências5 (Gregory,

1996, p. 91). Se estivermos corretos parece consequente perguntar mais do que responder e os

achados de pesquisa, diante dos complexos sociais que adquire a sociedade, razão pela qual

optamos pelas “Notas” mero recurso aproximativo.

Por que contraditoriamente o fluxo e a dinâmica dos trabalhadores migrantes, com

certa especificidade os Estados da Paraíba e da Bahia, não cessaram ou reduziram? Após

longos períodos de abandono e evasão escolar o que leva os trabalhadores retomarem os

estudos formais nos lugares de destino? A tese burguesa da meritocracia e da qualificação

continuada mediada pelo conhecimento científico é relevante no mercado de trabalho ocupado

pelos jovens trabalhadores migrantes? O que explica o fechamento de aproximadamente

trezentas escolas estaduais especialmente junto às comunidades rurais e a reprodução histórica

da baixa escolaridade dos trabalhadores migrantes? O fetiche do progresso pela via

continuada da educação e dos estudos está a serviço de quem? Valores hegemonizados pelo

capital cumprem, no interior do trabalho alienado dos migrantes, que função social?

Estas são provocações que não temos pretensões de responder neste formato de artigo,

mas que estão a indicar a relevância e centralidade do complexo do trabalho e as mediações

que assume o complexo reprodutor da educação na forma de desenvolvimento de

conhecimentos e habilidades. Passaremos a tentar costurar os fios invisíveis, seus nós e

amarras. Qual a área de estudo? Os mapas abaixo demonstram os municípios da mesorregião

do Sertão do Estado da Paraíba com maiores registros de migração de jovens trabalhadores,

Nordeste do Brasil.

4 Grifos nosso.

5 Grifos nossos para o sentido que assume as praticas no espaço, seus limites e consequências. A prática em sala

de aula na escola, a prática nos sindicatos, as intervenções acadêmicas ou não.

O detalhe da mesorregião do Sertão que historicamente se constituiu como espaço

ocupado e povoado por fluxos diversos e mobilidades espaciais renovadas conforme as

tensões produzidas na base territorial. Migrações temporárias, rural urbana, rural rural,

migração permanente do Sertão para a Zona da Mata, e mais recentemente para o corte de

Cana de açúcar no Estado de São Paulo. Os municípios com registro mais intenso, a partir de

dados do Serviço Pastoral de Migrantes, estão ligados à questão da elevada concentração de

terras, portanto da propriedade capitalista, da ausência de empregos e de educação

qualificada.

O mapa acima aponta a relação de municípios de origem com maior mobilidade

espacial da força de trabalho com destino ao corte de cana de açúcar no estado de São Paulo.

São jovens trabalhadores com baixa escolaridade e com experiências em práticas agrícolas e

na criação de animais. Passemos a descrever a conjuntura para então uma aproximação teórica

aos complexos sociais.

Desenvolvimento

Novos níveis de concorrência, crise estrutural do regime de acumulação e expansão

das novas configurações do trabalho no centro do sistema capitalista repercutiram com mais

força nos mercados de trabalho em países dependentes e periféricos como o Brasil,

especialmente na região Nordeste. Novos conceitos adquiriram funcionalidade: padrão

racional de organização e gestão científica do trabalho sob o discurso vigoroso da

modernização; imposição de novos limites à natureza e a sociedade com degradação da vida;

precarização e superexploração da força de trabalho articulados ao desemprego estrutural;

flexibilidade; fragmentação associados à integração coercitiva e consensual. O capital em seu

processo dialético de crise e reprodução desenvolve uma diversidade de complexos sociais.

A ordem metabólica do capital responde à crise, contraditoriamente, com aumento da

produtividade do trabalho, institucionalização das migrações, espaços escolares a serviço de

práticas pedagógicas voltadas à competitividade e meritocracia; expansão da produção, acesso

e aquisição ao conhecimento científico reprodutor de habilidades e comportamentos a serviço

da divisão do trabalho e da sociedade de classes. São valores no interior das escolas e do

complexo educacional com função social que atende as demandas do mercado e do (des)

emprego. Sem escapar da divisão da sociedade em classes sociais o complexo social da

educação reproduz em seu interior condições estruturais as quais o trabalho está subsumido.

Se estivermos corretos a saída para o conjunto dos trabalhadores desse momento

contrarrevolucionário de arrefecimento histórico das conquistas perpassa em repor a origem,

função social e nexos do complexo reprodutor do trabalho alienado com os processos mais

amplos de formação restrita e ampla, inclusive o papel das práticas pedagógicas no espaço

formal das escolas e das diversas instituições educativas. Refletir o elo dos pores teleológicos

do mundo do trabalho migrante, seus nexos com a formação ampla e as razões da captura dos

complexos sociais, inclusive o domínio da educação, pelo sistema metabólico do capital é o

que nos move.

Se o trabalho é a origem e fundação ontológica do ser social, não de qualquer trabalho

é verdade, a permanência na condição social de desempregado estrutural, excedente e

flexibilizado características presentes no trabalho migrante, estamos diante de um limite ao

desenvolvimento social ou será esse o momento de rupturas?

Migrantes: Integração e Incorporação Precária

Historicamente a dinâmica de classes estabeleceu formações sociais pautadas em

estruturas econômicas desiguais, permeadas por contradições. Relações de dominação e de

cooperação se apresentam em diversas escalas: classes, nações, regiões e mundial. A

produção da relação social Capital presume seu contrario, sua negação, a (re) produção

socioespacial do trabalho. No entanto a (re) produção do trabalho em países dependentes

como o Brasil especialmente no Sertão do Nordeste desenvolveu-se sobre especificidades

históricas dentre elas as múltiplas formas e dinâmicas migratórias como observa os autores:

O Estado do Maranhão perdeu importância como absorvedor de migrantes, [...]. Essas

mudanças afetaram o volume de migração intrarregional no Nordeste, havendo, no período

entre 1950 e 1970, crescimento da migração interregional. Nesse período 5,7 milhões de

pessoas deixaram a área rural do Nordeste, [...](MOURA, 1980, p.1044).[...]

Apesar da importância crescente das migrações interregionais em direção ao Sudeste, os

fluxos migratórios rurais-urbanos intrarregionais continuaram sendo o tipo mais expressivo

na região Nordeste na década de 1960. No entanto, os Estados da Paraíba e Bahia foram

exceção a essa regra, apresentando migração para fora da região Nordeste mais

significativa do que dentro da própria região6. (MENEZES e SATURNINO, 2007, p. 233)

Diante da complexa trama histórica que assumiu as migrações na formação social do

Brasil, suas origens e destinos, as tensões entre o partir e o ficar reflete tendências e

contratendências no desenvolvimento social. Em outro momento histórico e espacial Engels

dá o tom acerca da formação política dos trabalhadores,

[...] sua série de artigos, promoveu a continuada delimitação ideológica e política do

movimento revolucionário dos trabalhadores em relação a doutrinas socialistas pequeno

burguesas. Desse modo, apoiou também o processo de esclarecimento entre os emigrantes

revolucionários. [...] se ocupou e seus aportes refletiram as concepções de grupos

revolucionários da emigração política [...] (ENGELS, 2013, p. 19).

Noutro tempo e espaço a história da mobilidade humana no Brasil dinamizou não só as

condições de emprego e de realização do trabalho ao aprofundar sistemas distintos de

acumulação (primitivo/ ampliado) com alteração das relações de trabalho, o que reforça a tese

das consequências negativas para o conjunto mais amplo de trabalhadores do campo e das

cidades, produto da reestruturação produtiva e do mundo do trabalho (Harvey, 2009).

Na escala da mesorregião do Sertão Nordestino o trabalho migrante é realizado por

jovens os que constituem o tipo mais recorrente, sendo que em muitas comunidades a

6 Grifo nosso.

migração de jovens é institucionalizada funcionando mesmo como um rito de passagem para

o mundo adulto (Menezes e Saturnino, 2007).

O espaço do Sertão com suas especificidades dentre elas o clima semiárido e a

pecuarização subordinada a outras regiões como a Zona da Mata expressa o avanço da divisão

do trabalho simultaneamente ao sistema de acumulação primitiva. O movimento de

expropriação da terra dos trabalhadores do campo que resulta em processos de migração

forçada é gênese dos processos de superexploração dos trabalhadores migrantes que pela

acumulação ampliada do capital são inseridos no trabalho alienado em regiões e estados de

destino.

Em nossa pesquisa de mestrado achamos que alguns municípios do estado da Paraíba

a redução contínua da população rural evidencia a expansão da estrutura agrária concentrada e

a mobilidade espacial da força de trabalho o horizonte e a perspectiva dos trabalhadores. O

município agrícola de Santana dos Garrotes com uma população total de 7.266, sendo rural

3.530, e urbana 3.736, sua extensão territorial é de 354 Km2, densidade demográfica em torno

de 20,54 hab/Km2. A sede municipal está localizada nos quadrantes 37.98º de longitude e

7.38º de latitude, especificamente na porção sudoeste do Estado da Paraíba. O quadro abaixo

nos permite a observação acerca da evolução da população, conforme IBGE (2011):

Tabela 1 – População residente no município de Santana dos Garrotes

População Total (hab.) Rural (hab.)

Censo 1991 8.064 5.643

Censo 2000 7.882 4.210

Censo 2010 7.266 3.530

Fonte: www.ibge.gov.br/cidadessat/painel.php.Resultados do Censo 2010. Organizado por Jackson Souto

Embora no sertão da Paraíba de clima semiárido e vegetação xerófita típica de

caatinga o município de Santana dos Garrotes está localizado próximo à bacia do Rio Piancó e

seus afluentes como o rio Gravatá e têm na cultura do arroz da terra parte da chamada “roça

principal” combinado a sistemas intensivos de criação de gado, em regime de minifúndios.

Não á toa quando indagamos ao conjunto dos trabalhadores migrantes do município de

Santana dos Garrotes a respeito da função que os processos migratórios exercem sobre o

conjunto mais amplo dos trabalhadores e os limites que a mobilidade espacial impõe na

organização dos trabalhadores a afirmativa é unanime no sentido do esvaziar as lutas inclusive

nos processos de formação que os sindicatos e as associações dos trabalhadores locais

promovem em momentos anteriores de organização das lutas.

Outra demanda observada foram os relatos de fechamento de escolas rurais nas redes

estadual e municipal, a falta de professores e de estrutura adequadas nas comunidades rurais o

que reforça a importância, o acesso ao conhecimento científico nas escolas.

Informação que podemos aferir dos dados observados na tabela é a queda, em números

absolutos, do total da população o que demonstra em linhas gerais que a população do

município enfrenta sérios desafios à reprodução social e a permanência. Com a virada do

milênio a mudança observada é a predominância da população residindo no espaço urbano,

algo que ocorrera no Brasil na década de 1970 (IBGE, 2010).

A falta de perspectiva no desenvolvimento social reflete a condição e a posição de

classes não apenas no fechamento de escolas, mas, sobretudo no domínio que a burguesia

realiza sobre o complexo social da educação em sua forma restrita e ampla. A expansão do

complexo social do trabalho e o desenvolvimento e natureza da divisão do trabalho assumem,

contraditoriamente, a negação ao trabalho ao negar o acesso aos conhecimentos e habilidades

necessárias e requeridas. Ao complexo social do trabalho migrante basta o conhecimento

básico e elementar das técnicas e tecnologias enquanto para as classes dominantes o acesso

amplo e irrestrito ao conhecimento superior, especialmente o domínio da gestão e organização

do trabalho.

Ainda na escala do município de Santana dos Garrotes observamos nos territórios

pesquisados que para efeito de organização dos trabalhadores quando indagamos ao

presidente da Associação de Trabalhadores do distrito de Pitombeira a respeito das

consequências que a instituição do trabalho migrante reproduz, a resposta da liderança dá o

tom dos efeitos da divisão e hiperespecialização do trabalho:

Os mais comuns são pedreiros, carpinteiros e diversas outras coisas como também a

questão de trabalhar de camelo, trabalhar por conta própria. Também no corte de

cana ocorre. Pra ser verdade ela desestabiliza um pouco por que a pessoa nem fica lá

e nem fica cá e fica essa “fagancia7”. Não contribui assim de certa maneira muito

positiva. Era pra ser na realidade a fixação dessas pessoas ou desses associados e

dessas famílias aqui na própria comunidade para que ela não precisasse sair lá pra

fora (JOÃO ALEXANDRE, DISTRITO DE PITOMBEIRA, 2012).

O desenvolvimento do complexo social do trabalho na sociedade moderna e a

generalização da capacidade teleológica, em diferentes momentos históricos, com a virada do

regime de acumulação ampliado para o sistema flexível fez da aquisição de habilidades e

conhecimentos relevante momento de realização social. Vale lembrar que historicamente o

7 Fagancia no sentido de esvaziamento na organização dos trabalhadores.

desenvolvimento da sociabilidade baseada na divisão do trabalho adquiriu autonomia em

relação à atividade humana e passou de condição à determinante nos processos de trabalho e

de produção:

De modo tão marcante como o trabalho, [...] esse planejamento mental que

antecede o trabalho tenha sido no inicio apenas coleta e aplicação de experiências,

assim como que – no curso do aperfeiçoamento do processo laborativo – esse

pensar que precede ao próprio pôr, essa elaboração mental de pôr fins e meios de

realização, teve de se generalizar e, com o desenvolvimento da divisão do trabalho,

também teve que se autonomizar (LUKÁCS, 2010, p. 236).

De crise em crise o capital chama a mediar relações o agente representante dos seus

interesses: o Estado. A desregulamentação do mercado de trabalho com o desemprego

estrutural, a flexibilização das relações de trabalho e a financeirização da vida estão a garantir

a renovação de jovens com seus braços e mentes dispostos e prontos à mobilidade espacial

para tentar uma vida melhor nas grandes e pequenas cidades. O desenvolvimento da atividade

na origem e no destino é consequência do aumento qualitativo das demandas e de

determinadas atividades impostas pela intensificação da divisão do trabalho aos trabalhadores

que:

[...] Devido à ampliação qualitativa do campo de atividades humanas (a agricultura,

pecuária, e etc. em comparação com o período de coleta), devido ao

desenvolvimento extensivo e intensivo da divisão do trabalho, devido à

diferenciação dos problemas internos das sociedades (surgimento de classes), e às

atividades que por consequência aumentam quantitativamente e que se diferenciam

fortemente etc., esse âmbito de possibilidades se amplia de forma constante e

necessária, tanto quantitativamente como qualitativamente, em cada membro

singular da sociedade e na totalidade de sua cooperação (LUKÁCS, 2010, p. 221).

Nos Manuscritos econômicos e filosóficos de 1848, Marx destaca que “[...] as grandes

cidades industriais perderiam, em pouco tempo, a sua população de trabalhadores, se não

recebessem a cada instante dos campos vizinhos recrutamentos contínuos de homens sadios,

de sangue novo” (MARX, 2006, p. 38). Se a posição e a condição de classe interdita

ontologicamente a possibilidade de desenvolvimento social pela subsunção dos complexos

reprodutivos e do trabalho aos ditames da burguesia que função e natureza deve ter á

educação, como mediação entre o trabalho e a natureza, no desenvolvimento social? Caso

estejamos correto quais os limites ao desenvolvimento social diante do momento de crise

estrutural?

Posição Teleológica8 e Educação – (In) Dependência Ontológica?

8 Por posição teleológica categoria essencial materializada nos seres sociais do trabalho constitutiva da relação

entre o homem e o mundo natural. A constituição primária do trabalho busca atender à necessidade da

Historicamente os pores teleológicos estiveram presentes com o trabalho o ato

fundamental de constituição do ser social e a formação de complexos sociais refletindo o

desenvolvimento histórico e social. A humanidade saltou ontologicamente da condição

inorgânica para a constituição do ser social guardando especificidades na dinâmica das

categorias e nas múltiplas determinações de ordem contraditórias. Há dependência ontológica

entre os seres (inorgânico, orgânico e social) e a conformação legal e categorial constituem

diferentes seres que se eleva em formas mais complexas.

O ser social da educação assumiu certa dependência e autonomia frente ao trabalho

embora chame atenção às especificidades das categorias e das múltiplas determinações a que

cada salto ontológico deu origem, desde a formação dos seres inorgânicos até os seres sociais.

Na relação do trabalho com a educação o primeiro é o ser geral, fundador do ser social,

enquanto o outro é mediação entre o desenvolvimento do ser social e o trabalho Maceno

(2017).

Se historicamente durante os séculos XVIII, XIX e primeira quadratura do XX a

expansão do capital industrial exigiu uma formação mínima aos trabalhadores já que sua

atividade era simples e rotineira, o mesmo não ocorre atualmente. Na origem os processos de

educação foram pautados coletivamente pelos operários, no movimento dos trabalhadores

(proletariado industrial) e por frações da burguesia liberal e progressista e só no século XX

foram arrefecidas.

A institucionalização da educação enquanto complexo social e o domínio da escola

pela burguesia assumiu na França e na Inglaterra o caráter de promoção da cidadania e acesso

aos bens comuns. Como recorda o autor à escolarização resultou da ampliação das

reivindicações das frações superiores do proletariado que pela integração dos trabalhadores

suprimiu o antagonismo de classes com forte conteúdo ideológico (Oliveira, 2013). Atender

algumas bandeiras de luta fez parte das concessões necessárias para que a burguesia

continuasse o projeto de dominação pela conciliação.

No entanto a conjuntura social de disputas ideológicas e tensões exigira a

universalização do acesso às escolas e a institucionalização do ensino, mediados pelo Estado.

O discurso da escola pública e gratuita adquiriu estatuto de compromisso burguês com os

trabalhadores, uma “conquista cidadã”.

reprodução social dando origem objetiva ao desenvolvimento de vários outros complexos sociais, como a

educação Maceno (2017).

No período histórico em questão de maneira liberal e burguesa Carvalho ao rever os

achados de Max Weber no campo da educação reforça a interpretação equivocada e

inconsequente que a centralidade psicológica exerce sob o comportamento humano e os

hábitos. Assim a concepção pedagógica weberiana apoiada na neutralidade axiológica afirma

que a escola deve ser um espaço reformador:

[...] cumpre ao professor não reivindicar o direito de se portar como reformador da cultura.

Os cidadãos devem permanecer livres para escolher o deus ou demônio que querem seguir.

[...] no início do século XX, ao contrário, a dedicação a uma tarefa, como ser professor ou

cientista, deve ser exercida nos limites de suas atribuições, sem qualquer interferência de

sentimentos de amor ou de ódio. “É de mau gosto misturar assuntos pessoas à análise

especializada dos fatos”. [...] (CARVALHO, 2004, p. 258).

Essa abstração positivista se opõe ao posicionamento e condição que as classes sociais

impõem aos indivíduos e à coletividade. Foi um momento que exigia resignificar a natureza

positiva e o desenvolvimento social do trabalho, muito embora esvaziados de sentido pelo

avanço da divisão do trabalho. A dialética negativa da racionalização do “mundo

desencantado” com a liberdade impediu que autores como Max Weber e seguidores

considerassem a categoria da totalidade e as particularidades na universalidade do mundo.

Para o autor não há princípios gerais nem determinações na ação pedagógica humana, logo

não há universalidade possível no mundo desencantado.

É preciso notar que o desenvolvimento do complexo social da educação assumiu o

caráter universal no desenvolvimento do ser social com os conteúdos da educação adquirindo

complexidade. A educação de forma restrita com o espaço forma da escola cumprindo função

social reprodutora dos conteúdos, esses só são transmitidos com elevado grau de consciência.

Nesse processo de especificidade o caráter universalizado deixa de,

[...] existir com o aparecimento das classes sociais e com a transformação de antigas

sociedades comunais em formações assentadas nos modos de produção asiático e

escravista. Isto é, deixa de existir na sua forma fenomênica de manifestação típica de uma

sociedade sem classes sociais, pois, nas suas determinações mais essenciais, o complexo da

educação, tal como antes, continua a operar como uma mediação atuante sobre todos os

indivíduos sociais. Assim, no sentido mais ontológico do ser do complexo da educação,

afirma-se a sua universalidade. Com as sociedades de classes desaparece aquela

possibilidade de acesso socialmente irrestrito aos conteúdos imateriais produzidos e

acumulados pelas comunidades primitivas, os quais a educação se encarregaria de

transmitir. A atividade mediadora da educação continua, assim como antes, a se realizar em

todos os sujeitos sociais, porém de modo desigual, em conformidade com a natureza de

classe dessas sociedades (MACENO, 2017, p. 115).

A gênese e desenvolvimento da história da educação no Brasil, a expansão do

discurso9 da universalidade e do acesso ao ensino básico, à instrumentalização técnica da

formação foi à forma eficaz e eficiente da expansão e controle burguês do complexo social da

educação no Brasil. Dos jesuítas á hegemonia da pedagogia tecnicista passando pelos

movimentos de renovação o equívoco esteve vinculado à transposição do sistema fabril ao

espaço formal das escolas sem considerar as especificidades do processo educativo. Segundo

o autor é preciso articular escola e processos produtivos por meio de mediações necessárias

(Saviani, 2010, p. 382).

Qual a natureza e função social do discurso burguês da qualificação da força de

trabalho para o mercado de trabalho? A empregabilidade é uma contradição pedagógica que

repõe a qualificação e o uso do trabalhador migrante de baixa escolaridade, reprodução esta

reduzida aos valores e custos da reprodução social dentre eles a educação da classe

trabalhadora. Nesse sentido conforme destacam os autores,

[...], quanto menor for o tempo de formação profissional exigido por um trabalho,

menos será o custo de produção do operário e mais baixo será o preço de seu trabalho,

de seu salário. [...] Eis a razão por que o preço de seu trabalho será determinado pelo

preço dos meios de subsistência necessários. (K. Marx, Trabalho Assalariado e

Capital, II; In: Marx e Engels, 2004, p. 89).

Projetos e programas são criados nos estados de destino para integrar e absorver força

de trabalho e excedente humano jovem, migrantes. Desenvolve-se biotecnologias,

mecanização agrícola e inovação na gestão flexível do trabalho, aparato tecnológico e

organizacional reflexo dos ajustes do capital, reorientação em escala mundial. Como lembra-

nos os autores,

Essa reestruturação do setor sucroalcooleiro no interior paulista favoreceu um

redirecionamento das correntes migratórias do Estado da Paraíba. Dessa forma, além da

clássica migração para regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e das

migrações sazonais do agreste e do brejo Paraibano paras as usinas da Zona da Mata na

Paraíba e no Estado de Pernambuco, as migrações sazonais do Sertão Paraibano para a

região canavieira de São Paulo começaram a ter visibilidade e a ganhar importância

desde meados da década de 199010

. (MENEZES e SATURNINO, 2007, p. 237)

9 Para o autor o dialogo da geografia humana com a teoria social esboça o que entende por discurso e sua

incapacidade imposta nas disciplinas. Observa que essas divisões disciplinares não correspondem a qualquer

interrupção natural no panorama intelectual: elas não são respeitadas pela vida social e as ideias fluem por elas.

É este o movimentado tráfego de cruzar fronteiras que tenho em mente quando falo de “discurso” (Gregory,

1996, p. 93).

10 Grifos nosso para destacar o papel central que joga a região do Sertão como celeiro de camponeses e

trabalhadores do campo especialmente os migrantes como força de trabalho constante a alimentar a diferentes

regimes de acumulação do capital muito embora historicamente estão á garantir a reprodução social do trabalho

À guisa de um debate (in) concluso

A divisão do trabalho revoluciona relações de trabalho e de produção e a pecuarização

com a monocultura expressa e reforça o esvaziamento de sentidos do mundo do trabalho.

Serve a dois senhores: ao latifúndio com seu regime de acumulação primitiva e ao

agronegócio das usinas de cana de açúcar, acumulação ampliada que amplia os significados

do precariado no espaço do campo.

Os sentidos concretos das migrações revela a dialética da fragmentação e da unidade

mediado pelo discurso da melhoria das condições de vida e de trabalho nas regiões de destino.

A possibilidade de fracasso na organização coletiva dos trabalhadores do campo de Santana

dos Garrotes é concreta e deve-se além daquela dialética do partir e do ficar à crise por que

passa parte das organizações classistas como os sindicatos de trabalhadores rurais – STR’s.

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nos seguintes moldes, segundo os trabalhadores: a ajuda à família que fica no campo e a composição de

remuneração de tal maneira a fixar residência nas cidades médias e pequenas de origem. Do importante papel

que joga o fornecimento de mão de obra e força de trabalho do campo para as cidades ver partes sexta e sétima

do volume VI do livro O Capital de Karl Marx (1991). Aqui o autor envereda pelo debate importante da natureza

das rendas, suas origens e desenvolvimento e de como a acumulação primitiva se apresenta na gênese e

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