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Módulo Introdutório: Integração de Mídias na Educação Programa de Formação Continuada em Mídias na Educação Material de auxílio ao cursista (conteúdo on-line do curso; exceto multimídia e Textos de Apoio)

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Programa Federal de Formação Continuada (Material de apoio)

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Módulo Introdutório:Integração de Mídiasna Educação

Programa de Formação Continuada em Mídias na Educação

Material de auxílio ao cursist a(conteúdo on-line do curso; excetomultimídia e T extos de Apoio)

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Programa de Formação Continuada em Mídias na Educação

MÓDULO INTRODUTÓRIO: Integração de Mídias na Educação

Sumário

ETAPA 1 ................................................................................................................ 1

ETAPA 2 .............................................................................................................. 10

ETAPA 3 .............................................................................................................. 23

ETAPA 4 .............................................................................................................. 40

CRÉDITOS

Equipe Técnica da SEEDViviane de Paula Viana

Diretora de Produção e Capacitação de Programas em EADPatricia Vilas Boas

Coordenadora-Geral de Capacitação e Formação em EADAlexandre Mathias PedroCoordenação do Programa

Equipe Técnica de Implementação e AcompanhamentoAngela Maria Martins

Francisco Roberto Vasconcelos LimaLuciana dos Santos

Ronara de Castro Azevedo AlcântaraStela Fontes Ferreira da Cunha

Vania Barbosa

Autoria:José Manuel Moran

Maria da Graça Moreira da SilvaMaria Elizabeth B. de AlmeidaMaria Elisabette B. Brito Prado

Equipe de Desenho Educacional e Produção:Adriano TanganeliFlavio SapucaiaFelipe CasaburiRicardo Stein

Silvia Fernanda Correia

Produção (PDF) desse material: NCE/USP

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Programa de Formação Continuada em Mídias na Educação - SEED - MEC

Módulo Introdutório: Integração de Mídias na EducaçãoMaterial (PDF) produzido pelo NCE/USP

Estamos vivendo em um mundo em constantes mudanças. Essas mudanças foram aceleradas nos últimosdez anos, principalmente pelos avanços científicos e tecnológicos que, juntamente com as transformaçõessociais e econômicas, revolucionaram as formas como nos comunicamos, nos relacionamos com aspessoas, os objetos e com o mundo ao redor. Encurtaram-se as distâncias, expandiram-se as fronteiras, omundo ficou globalizado. As novas mídias e tecnologias estão relacionadas com todas essastransformações.

Nesta etapa, além de nos familiarizarmos com o ambiente virtual de aprendizagem - e-ProInfo - e nosconhecermos um pouco mais, vamos também iniciar nossa trajetória conhecendo o que são mídias etecnologias e seu papel na educação.

Objetivos específicos:

• Abordar o que são mídias e tecnologias.

• Entender a evolução do conceito de mídias.

• Conhecer novas terminologias como multimídia, hipertexto, hipermídia e tecnologias da informaçãoe comunicação.

• Refletir sobre o papel da tecnologia da informação e comunicação na educação.

Transcrição do áudio do vídeo

Esse é o início das 4 etapas do Módulo Introdutóriodeste curso. Participe professor! Vamos exploraresse ambiente virtual, como funcionam os seusdiferentes recursos e como realizaremos asatividades que envolvem leituras, debates nofórum e a produção de documentos por vocês.

Vamos lá! Contamos com a participação de todos!

Apresentação

Tecnologia e TICs

Antes de iniciar, temos que ter claros alguns conceitos-chave que serão trabalhados ao longo de todo ocurso. Vale lembrar que o foco de nossas atividades é o debate sobre a integração de mídias na educação.

- Mas... o que são mídias? O que é tecnologia?

- Quais mídias você utiliza em seu dia a dia?

Pense um pouco sobre seu dia de hoje:

- Como você acordou? Utilizou um despertador?- Como preparou seu café? Usou uma cafeteira? O leiteestava na geladeira?- Leu seu jornal? Assistiu às notícias no rádio ou TV?- Como foi para a escola? Observou a sinalização nocaminho?- Como foi sua aula? Leu um texto? Usou o computador? Ovídeo? Uma música? Dançou?- Como teve acesso a este curso? Usou alguma mídia?Alguma tecnologia?

ETAPA 1

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Quando ouvimos falar em tecnologia, normalmente nos vem à cabeça a idéia de complexos artefatostecnológicos, de forma que não nos damos conta de que utilizamos diversas tecnologias que já estãoincorporadas ao nosso cotidiano. Podemos citar como exemplos simples: canetas, lápis, talheres, óculos,termômetros etc.

Do grego tekhno- (de tékhné, ‘arte’,) e -logía (de lógos, ou‘linguagem, proposição’).

Tecnologia é um termo usado para atividades de domíniohumano, embasada no conhecimento, manuseio de umprocesso e ou ferramentas e que tem a possibilidade deacrescentar mudanças aos meios por resultados adicionais àcompetência natural, proporcionando desta forma, uma evoluçãona capacidade das atividades humanas, desde os primórdios dotempo, e historicamente relatadas como revoluçõestecnológicas.

A tecnologia pode ser vista, assim, como artefato, cultura, atividade com determinado objetivo, processo decriação, conhecimento sobre uma técnica e seus processos etc.

A terminologia TIC (tecnologias de informação e comunicação), especificamente, envolve a aquisição, oarmazenamento, o processamento e a distribuição da informação por meios eletrônicos e digitais, comorádio, televisão, telefone e computadores, entre outros. Resultou da fusão das tecnologias de informação,antes referenciadas como informática, e as tecnologias de comunicação, relativas às telecomunicações emídia eletrônica.

Mídias

Nos dias atuais, se tornou necessário criar espaços para a identificação e o diálogo entre várias formas delinguagem, permitindo que as pessoas se expressem de diferentes maneiras.

A linguagem por si só, já constitui um instrumento de interação entre o pensamento humano e o seu meio.Essa comunicação pode ocorrer de modo direto ou pode ser mediada por outros instrumentos e artefatos(tecnologias).

Considerando-se que o indivíduo se desenvolve e interage com o mun-do utilizando suas múltiplas capacidades de expressão por meio de va-riadas linguagens constituídas de signos orais, textuais, gráficos,imagéticos, sonoros, entre outros, as mídias passam a configurarnovas maneiras para os indivíduos utilizarem e ampliaremsuas possibilidades de expressão, constituindo novasinterfaces para captarem e interagirem com o mundo.

Termo usado para referenciar um vasto e complexo sistema deexpressão e de comunicação.

Literalmente “mídia” é o plural da palavra “meio”, cujos correspondentesem latim são “media” e “medium”, respectivamente.

Na atualidade, mídias é uma terminologia usada para: suporte de

difusão e veiculação da informação (rádio, televisão, jornal), paragerar informação (máquina fotográfica e filmadora).

A mídia também é organizada pela maneira como uma informação

é transformada e disseminada (mídia impressa, mídia eletrônica,mídia digital...), além do seu aparato físico ou tecnológico

empregado no registro de informações (fitas de videocassete, CD-ROM,DVDs).

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A palavra escrita, o discurso oral, o som, a imagem estática e em movimento formam o substrato da mídia.

Evolução da conceituação de mídia

Considerando a mutação das terminologias ao longo do tempo, bem como a amplitude que elas abarcamnos dias atuais, comumente é usado o termo “mídias”, no plural, pois como bem destaca Santaella:

“O termo mídias no plural visa pôr em relevo os traços diferenciais de cada mídia, para caracterizar a cultu-ra que nasce nos trânsitos, intercâmbios e misturas entre os diferentes meios de comunicação” (1992, p.138).

Assim, a palavra mídias foi adotada e redimensionada nas sucessivas décadas do século XX, com o intuitode ampliar e tornar flexível o conceito.

Acompanhe sua evolução:

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Com relação às tecnologias da mídia de massa, destacam-se três grandes transformações segundo Dizard(1998):

Abordaremos com mais profundidade, ao longo do curso, as diferentes mídias e como elas vão sendo oupodem ser incorporadas ao cotidiano das escolas.

Novas terminologias

Por efeito dos computadores e da digitalização, todas as formas e instrumentos da mídia estão cada

vez mais se fundindo em sistemas inter-relacionados (Dizard, 1998). A tecnologia computacionaltorna-se assim o elo para todas as formas de produção de informação e de entretenimento: som, vídeo,mapas e impressos.

Com o advento do computador, com a crescente importância de comunicação texto-áudio-visual e doacesso e utilização de informações em todos os campos de atuação dos indivíduos, novas formas decombinação de aparatos tecnológicos foram viabilizadas, bem como surgiram novas nomenclaturas parareferenciar as novas formas de comunicação e de aquisição, armazenamento, processamento, produção edistribuição de informação.

Diversos conceitos, já utilizados em contextos anteriores à era da informática, foram redimensionados eretornaram com novo vigor.

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Mídia antiga e nova mídia

Enfocando as transformações ocorridas na mídia, à medida em que as mesmas se adequavam às novasrealidades da era da informação, Dizard (1998) opta por adotar a nomenclatura mídia antiga e nova

mídia enquanto as formas de interação e de fusão entre as mesmas estão se configurando.

Uma lista parcial da nova mídia inclui os computadoresmultimídia, CD-ROM, discos laser, os aparelhos de fac-símile,bancos de dados portáteis, livros eletrônicos, redes devideotextos, telefones e satélites de transmissão direta detelevisão etc.

Tomadas em conjunto, as inovações tecnológicas detelecomunicações e de informação possibilitam o

fornecimento de informações praticamente em toda parte

e sob qualquer forma - verbal e sonora, impressa ou em vídeo.

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http://portaldoprofessor.mec.gov.br/journalContent.action?editionId=2&categoryId=8

Dizard (1998), adequando as novas tecnologias à definição de mídia de massa, destaca que a inovaçãomais importante é a distribuição de produtos de voz, vídeo e impressos num canal eletrônicocomum, muitas vezes em formatos interativos bidirecionais que dão aos consumidores mais controlesobre quais serviços recebem, quando obtê-los e sob que forma, ao contrário, por exemplo, das mídias demassa tradicionais, como a televisão e o jornal, onde o indivíduo tem um papel puramente passivo, de re-ceptor da informação.

TICs na educação

O advento das TICs revolucionou nossa relação com a informação. Se antes a questão-chave era como teracesso às informações, hoje elas estão por toda parte, sendo transmitidas pelos diversos meios decomunicação. A informação e o conhecimento não se encontram mais fechados no âmbito da escola, masforam democratizados. O novo desafio que se abre na educação, frente a esse novo contexto, é comoorientar o aluno a saber o que fazer com essa informação, de forma a internalizá-la na forma deconhecimento e, principalmente, como fazer para que ele saiba aplicar este conhecimento de formaindependente e responsável.

Segundo Almeida, compreender as diferentes formas de representação e comunicação propiciadas pelastecnologias disponíveis na escola, bem como criar dinâmicas que permitam estabelecer o diálogo entre asformas de linguagem das mídias, são desafios para a educação atual.

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Síntese

As conseqüências culturais e sociais provocadas por uma nova tecnologia emergente não podem sercompreendidas isoladamente. É importante analisar cada mídia integrada às demais mídias disponíveis emseu contexto espaço-temporal sempre considerando que velhas e novas mídias coexistem, assim como osmeios de comunicação ora se integram e complementam, ora competem entre si.

Agora que já conheceu um pouco mais sobre mídias e aevolução de seu conceito, retome a sua rotina. Pense emum dia típico de sua vida.

- Você já havia pensado em quantas tecnologias usa emseu dia-a dia?- Quais tecnologias usou hoje? Quais mídias?- Como as novas mídias interativas influenciam nosso diaa dia?

Pesquise na web os seguintes termos:

- Meios de comunicação- Veículos de comunicação- Comunicação em massa- Telecomunicação

Sugestão:

Pesquise na Wikipedia:Acesse o site http://pt.wikipedia.org/wiki

- Localize a opção Busca- Digite a palavra a ser pesquisada- Clique no botão busca

Boa navegação!

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/journalContent.action?editionId=2&categoryId=4

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Referências Bibliográficas

ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini de. Pedagogia de projetos e integração de mídia. Disponívelem: http://www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2003/ppm/tetxt5.htm. Acesso em 26/09/2005.

BELLONI, M. L. (2001) O que é mídia-educação / Maria Luiza Belloni - Campinas, SP: Autores Associados(Coleção polêmicas do nosso tempo; 78)

DIZARD, W. P. (1998) A nova mídia: a comunicação de massa na era da informação / Wilson DizardJr.; tradução [da 2ª ed.], Edmond Jorge; revisão técnica, Tony Queiroga - Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.

MC LUHAN (1979), M. Os meios de comunicação como extensões do homem. 5ª ed. São Paulo,Cultrix (trad. Brasileira).

SANTAELLA, L (1992). Cultura das mídias (2ª Ed. 1996) SP: Experimento.

Para a delimitação de terminologias foram consultados alguns pesquisadores por correio eletrônico, livros,bem como dicionários e enciclopédias eletrônicas (Houaiss, TechWeb (http://content.techweb.com) eWikipedia (http://www.wikipedia.org)).

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Transcrição do áudio do vídeo

Estamos entrando na segunda etapa durante essas duaspróximas semanas, onde continuaremos desenvolvendoa rede colaborativa de aprendizagem e como trabalharisso na sociedade da informação.

Por isso é muito importante que vocês desenvolvam asatividades e, principalmente, as discussões no fórum docurso.

ETAPA 2

Como a Educação está relacionada com as mudanças sociais, tecnológicas e culturais da nova Sociedade daInformação e Comunicação? Quais as demandas dessa nova Sociedade?

Nesta etapa serão tomados alguns dos olhares e vozes para condução e contribuição das discussões quetêm como palco a educação e a Sociedade da Informação e Comunicação.

Objetivos específicos:

• Debater questões sobre a Sociedade da Informação e Comunicação;

• Apresentar as novas competências para a Sociedade da Informação e Comunicação;

• Abordar as possibilidades de construção da rede colaborativa de aprendizagem;

• Analisar a recontextualização do papel da escola diante das demandas da sociedade atual;

• Refletir sobre a mudança de atitudes e concepções para conviver nessa sociedade.

Apresentação

Uma Sociedade em Mudança

Texto de Maria da Graça Moreira da Silva

Nas últimas décadas do século XX, assistimos a um acentuado movimento de mudanças nas organizaçõessociais, conseqüente e interdependente dos movimentos de mudanças políticas, econômicas, científicas eculturais.

Esse movimento impulsionou e foi impulsionado, de um lado, pelos avanços das pesquisas, das descobertascientíficas e do desenvolvimento dos mais sofisticados meios tecnológicos de informação e comunicação e,de outro, pelas complexas inter-relações do mercado internacional, cada dia mais globalizado.

Segundo Castells, três processos independentes começam a se gestar no final dos anos 60 e princípios dos70 e convergem hoje para a “gênese de um novo mundo”. São:

• a revolução das tecnologias da informação;

• a crise econômica tanto do capitalismo quanto do estadismo e sua subseqüente reestruturação;

• o florescimento de movimentos sociais e culturais - feminismo, ambientalismo, defesa dosdireitos humanos, das liberdades sexuais, etc.

”A interação desses três processos, paralelos, mas independentes, durante o último quarto do sécu-lo XX produz uma redefinição histórica das relações de produção, de poder e de experiência (indivi-dual e social) que acabaram produzindo uma nova sociedade.” (grifo nosso). RUIZ, Osvaldo.

2002.

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Estamos vivendo nesta nova sociedade em constante mudança, que está se organizando e reorganizando deacordo com as características da sociedade em rede, da globalização da economia e da virtualidade, as quaisproduzem novas e mais sofisticadas formas de exclusão. Apenas adentrando criticamente nessa sociedade ebuscando compreender seus instrumentos e dinâmicas de mobilização e expansão é que podemos nos apropriare utilizar seus recursos e meios de interação para a emancipação humana.

Essas características e contradições da sociedade atual vão gradativamente influenciando em nosso dia a dia,afetando a forma como nos comunicamos, trabalhamos, nos relacionamos com os demais, aprendemos eensinamos. Aos poucos vamos alterando nossos hábitos e nossas atividades cotidianas.

A Educação na nova sociedade

Texto de Maria da Graça Moreira da Silva

A educação em todos os níveis - desde o ensino fundamental até o curso de pós-graduação - não tem sidoalheia aos movimentos de mudanças, ao desenvolvimento científico-tecnológico nem aos movimentossociais, políticos e econômicos em curso na nova sociedade.

Durante muitos anos, acreditou-se que a escola fosse um lugar protegido, neutro, distante dasmanifestações sociais transformadoras, por imaginá-la um lugar inócuo, como se fosse possível concebê-lasem a sua história, sem suas inter-relações com a cultura ou com a realidade, sem os conflitos que lhe sãoinerentes. Atualmente não entendemos que a escola seja considerada de forma apartada de suacomunidade e da realidade que a cerca, ela está imersa na cultura, na comunidade, na representaçãosocial e política, em contínua interação com o seu contexto.

As Escolas e Universidades, muitas vezes consideradas como um mundo isolado, são:

“... um dos principais agentes de difusão de inovações sociais porque gerações após gerações dejovens que por ali passam, ali conhecem novas formas de pensamento, administração, atuação ecomunicação e se habituam com elas.” (Castells, 1999. p.380).

Dentre os principais agentes que vêem provocando o repensar da educação brasileira e explicitam anecessidade de mudanças em seus espaços, tempos e modos de trabalho, desde a última década doséculo XX, desponta o acesso à rede mundial de computadores - a Internet, viabilizado pela Rede

Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), que potencializou a incorporação das tecnologias de informaçãoe comunicação nas esferas culturais, administrativas, acadêmicas e científicas de suas atividades.

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Perto de 15% das escolas públicas brasileiras possuem laboratórios de informática, um percentual bemmaior dispõe de recursos de TV, vídeo, rádio e outras tecnologias. Não existe escola que não disponha dealgum recurso tecnológico, dos mais convencionais até computadores e Internet. As influências dessastecnologias se fazem presente no dia a dia das escolas mesmo que não estejam incorporadas ao ensino e àaprendizagem.

Os alunos trazem para as escolas questões que dizem respeito diretamente ao mundo interconectado pormeio das mídias fazendo com que os professores se sintam desafiados.

Sua escola participa das mudanças?

As tecnologias e as novas linguagens de comunicação que viabilizam invadem a sala de aula. A linguagem dasmídias, repletas de imagens, movimentos e sons, atrai as gerações mais jovens.

Criar espaços para o uso dessas novas formas de linguagem e o diálogo entre elas ajuda os alunos a trazerema sua realidade cotidiana para a sala de aula e a se expressarem conforme o seu mundo. Ao mesmo tempo,a discussão sobre as influências das mídias na sociedade ajuda a desenvolver o olhar crítico do aluno sobre ocomplexo jogo de poder e marketing que sutilmente permeia os meios de comunicação.

A mídia impressa, a televisão, o vídeo, o rádio, a Internet, a hipermídia são ótimos recursos para mobilizar osalunos em torno de problemáticas, quando se intenta despertar-lhes o interesse para iniciar estudos temáticos,desenvolver projetos ou trazer novos olhares para os trabalhos em andamento. Para tanto, é importanteconhecer quais os objetivos pedagógicos das atividades e quais as características principais das mídiasdisponíveis. Nesse último aspecto os alunos são excelentes parceiros dos professores.

- Em que aspectos as tecnologias influem no cotidiano desua escola?

- Como você analisa o papel da sua escola frente àsmudanças?

- Você se sente preparado para ensinar e aprender naSociedade da Informação e Comunicação?

- Quais os principais desafios da Sociedade da Informação eComunicação?

- De que maneira você pode utilizar nas suas atividadescom alunos os recursos tecnológicos disponíveis em suaescola?

Quais as possibilidades da Internet?

Texto de Maria da Graça Moreira da Silva

Atualmente é inquestionável que o advento da Internet vem possibilitando a ampliação e a rapidez noacesso à informação, provocando grande parte das mudanças e simbolizando a Sociedade da Informaçãoe Comunicação, ao propiciar:

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Estar “conectado” é uma condição para estar incluído na Sociedade da Informação e

Comunicação.

A escola pública e os telecentros podem representar as alternativas viáveis para que as classes menosfavorecidas tenham acesso a essa sociedade. Daí a necessidade de políticas públicas que possam diminuir ofosso entre os que têm acesso em casa, nas escolas e em diferentes espaços e aqueles que carecem detodos os recursos, dos mais básicos e essenciais às tecnologias de informação e comunicação.

Mas não basta o acesso, é preciso educação de qualidade para que os aprendizes consigam atribuirsignificado às informações e utilizem as tecnologias para resolver problemas de sua vida e de seu contexto.

É imprescindível ressignificar as idéias de Paulo Freire para o mundo digital. É preciso criar condições paraque os alunos das escolas públicas tenham condições de ler o mundo digital e reescrever a sua própriahistória; a história do mundo e da sociedade conectada, na qual ele se encontra inserido.

Sociedade Conectada

Texto de Maria da Graça Moreira da Silva

A conexão se expressa também pelos serviços de correio eletrônico, pela comunicação instantânea, nasconferências pelo computador dentre outras construídas a cada dia. O acesso à informação, ou ainda, àconexão, é, atualmente, uma definição de característica de vida.

Não só o acesso à informação, mas também às novas mídias e tecnologias da informação e comunicaçãocontribuem para:

“a formação de comunidades de aprendizagem que privilegiam a construção do conhecimen-to, a comunicação, a formação continuada, a gestão administrativa, pedagógica e de informações.”(ALMEIDA, 2001).

Permitem a incorporação de novos ambientes de aprendizagem nas escolas, e permitem tambémlevar esses ambientes para além dos muros das escolas rompendo com as limitações das gradescurriculares e fazendo da escola um espaço de produção de conhecimento articulado com outros espaçosque hoje também trabalham com o conhecimento. A produção científica também é impactada pelos novosambientes de aprendizagem e ignorar suas conseqüências no fazer pedagógico é crer em sua neutralidadee prejudicar uma geração de aprendizes.

Em diferentes graus, as instituições de ensino estão diante de novos desafios, provocados tanto pelosavanços tecnológicos como pelas conseqüentes demandas que trazem em seu bojo. A educação, apesar desuas enormes e diversificadas carências, tem incorporado gradualmente as tecnologias e outros agentesque compõem seu cenário atual e acenam para cenários futuros.

Na sociedade de hoje, a Sociedade da Comunicação e Informação, quais osprincipais desafios da educação?

Texto de autoria do Professor José Manuel Moran

Educar numa sociedade em mudanças rápidas e profundas nos obriga a reaprender a ensinar e a aprender,a construir modelos diferentes dos que conhecemos até agora. Ensinar e aprender hoje não se reduz aestar um tempo numa sala de aula. Implica em modificar o que fazemos dentro da sala de aula e organizarações de pesquisa e de comunicação que permitam a professores e alunos continuar aprendendo emambientes virtuais, acessando páginas na Internet, onde encontram textos, novas mensagens, salas de aulavirtuais, possibilidade de orientação a distância, etc.

Como em outras épocas, há uma expectativa de que as novas tecnologias nos trarão soluções rápidas paraa educação. Sem dúvida as tecnologias nos permitem ampliar o conceito de aula, o espaço e o tempo, acomunicação audiovisual e a estabelecer pontes novas entre o presencial e o virtual, entre o estar juntos eo estarmos conectados a distância.

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Mas se ensinar dependesse só de tecnologias já teríamos achado as melhores

soluções há muito tempo, não é mesmo?

Elas são importantes, mas não resolvem as questões de fundo. Ensinar e aprender são os desafios maioresque enfrentamos em todas as épocas e particularmente agora em que estamos pressionados pela transiçãodo modelo de gestão industrial para o da informação e do conhecimento.

Nosso desafio maior é caminhar para um ensino e educação de qualidade, que integre todas as dimensõesdo ser humano. Para isso precisamos de pessoas que façam essa integração do sensorial, intelectual,emocional, ético e tecnológico em si mesmas, que transitem de forma fácil entre o pessoal e o social, queexpressem nas suas palavras e ações que estão sempre evoluindo, mudando, avançando.

Uma mudança qualitativa no processo de ensino/aprendizagem acontece quando conseguimos integrardentro de uma visão inovadora todas as tecnologias: as telemáticas, as audiovisuais, as textuais, as orais,musicais, lúdicas e corporais.

Passamos muito rapidamente do livro para a televisão e vídeo e na seqüência para o computador e aInternet, sem aprender e explorar todas as possibilidades de cada meio, não é verdade?

Segundo a professora Maria da Graça, as novidades que essas novas tecnologias trouxeram para aeducação refletiram no repensar e na reconstrução de conceitos fundamentais. Os novos ambientesutilizados para a aprendizagem, os ambientes virtuais, viabilizados pelos sistemas tecnológicos na redemundial de computadores, reúnem professores e alunos no ciberespaço e possuem características nãoencontradas

Registro

Uma das características é a possibilidade de registro e de recuperação da trajetóriados alunos e dos docentes. O registro de acesso e das participações dos alunos nasatividades, nas discussões em grupos e nas diversas áreas dos ambientes virtuaispermite a análise da evolução e os avanços do processo de ensino e aprendizagem.

Hipertexto

O hipertexto, o desenho, a leitura e a navegação não-linear - antesmateriais impressos, portáveis, concretos e lineares e, agora, materiais fluidos,interligados e rizomáticos no ciberespaço - reconfiguram o espaço textual.

Essa nova forma de comunicação e de escrita da sociedade informático-midiática tornou-se também uma metáfora (Ramal, 2003) para outrasdimensões da realidade e das novas formas de pensar e de aprender e deuma nova ecologia, cognitiva e social.

O hipertexto confere ao usuário, segundo a sua trajetória, a possibilidade denavegação não- linear no texto, com a abertura de novas janelas, de novas associações e de informaçõesalcançáveis. Seu design sugere formas de organizar o pensamento multidimensional e não hierarquizado. Arede de computadores é fecunda para esse tipo de construção por meio da interligação de suas páginas:

“... o hipertexto permite - ou, de certo modo, em alguns casos até mesmo exige, a participação de

diversos autores na sua construção, a redefinição do papel de autor e leitor e a revisão dos mode-

los tradicionais de leitura e escrita. Por seu enorme potencial para se estabelecerem conexões, ele

facilita o desenvolvimento de trabalhos coletivamente. ..”

Ramal, 2003. p.87

Autoria coletiva

A participação coletiva na construção de hipertexto ou em diversas outrasconstruções no ciberespaço confere aos professores a autoria coletiva, nãomais solitária da sala de aula. Os hipertextos em construção podem ser

adensados por diversas contribuições e pelas participações de

diferentes atores e autores, como os próprios alunos - novos autorestambém do processo de ensino e não somente no processo deaprendizagem.

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Rede

Nascem novos autores, cujas obras podem ter o alcance multiplicadopela rede. A idéia de “rede” é expandida, e o que era entendidoapenas como a interconexão entre computadores passa a serentendido também como uma metáfora de organização dociberespaço onde todas as vozes podem ser ouvidas, onde flui aintersubjetividade, onde os conhecimentos se constroemcoletivamente:

“ Nenhum ponto é privilegiado em relação a outro, nem

univocamente subordinado a qualquer um; cada um possui

seu próprio poder (eventualmente variável com o decorrer

do tempo) a sua zona de incidência ou sua força

determinante original ...”

(Serres, s/d. Apud Ramal, 2003, p.140)

Tecnologias na escola e criação de redes de conhecimento

Texto de Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida

A rede tecnológica por si mesma não garante mudanças na educação, embora propicie novas formas delidar com a informação, de produzir conhecimento e de estabelecer comunicação entre as pessoas,permitindo conexões entre pessoas, idéias, conceitos, crenças e valores.

O uso das tecnologias de informação e comunicação para a criação de redes de conhecimentos favorece ademocratização do acesso à informação, a troca de informações e experiências, a compreensão crítica darealidade e o desenvolvimento humano, social, cultural e educacional. Tudo isso poderá levar à criação deuma sociedade mais justa e igualitária.

Como criar redes de conhecimentos? O que significa aprender quando se trabalha com redes deconhecimentos? Como inserir o uso de redes de conhecimentos na escola? O que cabe ao educador nessacriação?

A fim de saber mais sobre essas e outras questões relacionadas com acriação de redes de conhecimentos na escola, consulte o texto “Tecnologia na escola: criação de redes de conhecimentos “ , de MariaElizabeth Bianconcini de Almeida, disponível no livro:

Boletim do Salto para o Futuro, série Tecnologia na Escola.

Programa 2, 2001. Disponível em:

http://www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2001/tec/tectxt2.htm

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“Hoje dispomos de poderosíssimos instrumentos materiais e intelectuais para captar informações de umavastíssima porção da realidade, processar essa informação e compartilhar o resultado desse processamentopraticamente com toda a humanidade. Hoje cada indivíduo pode compartilhar conhecimentos e compatibilizarcomportamentos com um número surpreendente de outros indivíduos espalhados pelo planeta. Esse númerodeve crescer, chegando eventualmente a atingir toda a humanidade. Inconscientemente, estamos incorporandoesse compartilhar conhecimentos e compatibilizar comportamentos na nossa evolução biológica e intelectual.Estamos, inconscientemente, chegando à civilização planetária.” (DAMBRÓSIO, 2000, Salto para o Futuro,Série Tecnologia e Currículo).

As Novas competências

Texto de Maria da Graça Moreira da Silva

A Sociedade da Informação e Comunicação demanda por novas competências para aprender, ensinar,trabalhar e se relacionar com os demais.

“Competência é a faculdade de mobilizar um conjunto de recursos cognitivos (saberes, capacida-des, informações etc.) para solucionar uma série de situações”. Philippe Perrenoud

Conheça as obras de Philippe Perrenoud e saiba mais sobreas novas competências:

PERRENOUD, Philippe. 10 Novas Competências para

Ensinar. Porto Alegre. Editora Artmed. 2000.

PERRENOUD, Philippe et alli. Formando professores

profissionais. Quais estratégias? Quais competências?

Porto Alegre, Editora Artmed, 2001.

O autor apresenta o que é imprescindível saber para ensinar bem numasociedade em que o conhecimento está cada vez mais acessível:

1) Organizar e dirigir situações de aprendizagem;

2) Administrar a progressão das aprendizagens;

3) Conceber e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação;

4) Envolver os alunos em suas aprendizagens e em seu trabalho;

5) Trabalhar em equipe;

6) Participar da administração escolar;

7) Informar e envolver os pais;

8) Utilizar novas tecnologias;

9) Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão;

10) Administrar a própria formação.

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Modernização ou mudanças?

Texto de Maria da Graça Moreira da Silva

O uso das tecnologias da informação e comunicação pode imprimir na educação tanto a “modernização”como a “mudança” (Almeida, F., 2003):

A modernização está relacionada com a implantação de infra-estrutura tecnológica, como redes decomputadores, laboratórios de informática, acesso à Internet, bem como a disponibilização de recursosmultimídia para os alunos e professores, tais como lousas eletrônicas ou projetores multimídia.

A mudança pedagógica está proximamente relacionada com raízes mais profundas na educação e naemergência de novos paradigmas educacionais.

“... não se pode esperar que as tecnologias da informação e comunicação funcionem como

catalisadores dessa mudança, uma vez que não basta o rápido acesso a informações continuamen-

te atualizadas nem somente adotar novos métodos e estratégias de ensino e de gestão.”

(ALMEIDA, 2002. p. 41)

A escola é desafiada também a ultrapassar a lógica da exclusão social, cujo mapa das desigualdadessobrepõe-se ao da exclusão digital, da pobreza e da violência. Buscam-se oportunidades de acesso epermanência aos espaços do ensino e a utilização de novas mídias e das tecnologias da informação e dacomunicação.

Sob essa ótica, as instituições de ensino, para fazer frente às novas demandas e à formação deprofissionais qualificados para uma nova e mais competitiva entrada no mercado de trabalho, cada vezmais seletivo e excludente, necessitam operar e já operam diversas adequações.

O acesso à escola e às tecnologias não é suficiente por si só para promover a mudança educacional, poisnem mesmo num primeiro olhar pode ser considerado democrático ou igualitário. A alteração e aberturadas grades curriculares - uma mudança na ordenação, nos procedimentos e nos conteúdos - também nãotocam novas melodias, pois se desenham como variações sobre um mesmo tema.

Vale dizer que, como o mundo globalizado não se equaciona mais com a escola, nem com as ofertas doscursos universitários, o conhecimento científico-tecnológico e a pesquisa tornam-se as forças propulsoras,com imediatas repercussões nas áreas política e social. Isso acontece por meio do desenvolvimentodecorrente da pesquisa formal e pelos esforços aplicados na produção de conhecimentos abstratos, pormeio da educação formal e informal e do treinamento proporcionado pelas empresas.

Os países passam a ser classificados mundialmente pela possibilidade de geração e distribuição deconhecimentos bem como pela gestão do conhecimento produzido numa nova lógica de serviços que seimpõe ao capital e à indústria.

Por um lado, a globalização da economia e os avanços tecnológicos demandam, cada dia mais, a altaqualificação. Os países que não conseguem se adequar rapidamente às novas exigências correm o risco deaumentar a defasagem social, econômica e cultural entre os mais e os menos desenvolvidos. A educação é,então, uma chave para o desenvolvimento sustentável e para o aumento da empregabilidade.

Por outro lado, as exigências de alta qualificação profissional e as demandas da sociedade são fatores deconcentração de mercado, de renda, de competição global e de exclusão social.

Inovar nem sempre significa mudar

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Clique aqui para ler o texto "Dez novas competências para uma

nova profissão" (http://www.webeduc.mec.gov.br/midiaseducacao/material/introdutorio/pdf/etapa2_as_novas_competencias.pdf) doprofessor Philippe Perrenoud.

Que Educação queremos?

Texto de Maria da Graça Moreira da Silva

“A mudança da qual falamosÉ aquela que altera os rumos da sociedade, via educaçãoO que é a nova sociedade?Com participação democrática nas decisões políticas,Com justa distribuição de renda,Com oportunidade de trabalho digno para todos,Com equidade na fruição e produção da cultura,Com liberdade de expressão e acesso à educação e saúde etc.”Almeida, Fernando. 2003, p.2

Renova-se, a cada dia, a discussão sobre a mudança educacional e não se contesta a necessidade de novosparadigmas. A polifonia das discussões em torno dos rumos, do alcance, da sua penetração e da suaestrutura é mais do que instigante, ela é convergente. Portanto, é necessário tomar as perspectivas, a partirde múltiplos olhares para compreendê-la.

No entanto, as necessidades de mudanças vão além: as instituições de ensino necessitam voltar seu olharpara dentro de seus muros e repensar, reorganizar e reposicionar sua própria estrutura e seu currículo.

“Não se trata de substituir a educação presencial pela virtual, mas de analisar as potencialidades decada uma dessas modalidades e as possibilidades de criar uma dinâmica que as articule em umprocesso colaborativo... há necessidade de que as universidades propiciem o desenvolvimento depropostas inovadoras, assumindo uma postura de abertura e flexibilidade em relação a projetoscriativos, ousados e desafiadores.” (ALMEIDA, 2001).

Propostas inovadoras, conforme aponta Almeida, estão também neste momento, relacionadas àincorporação das tecnologias da informação e comunicação na educação - presencial ou a distância. Essaincorporação somente se dinamiza por meio da apreensão dessas pelos docentes. Essa apreensão não sedá de imediato, ao simples contato, sem o entendimento de seu significado, seu alcance, suaspotencialidades e limitações. Essa se dá por meio de processos de formação continuada no contexto queimplicam e mesclam-se com a reflexão sobre os paradigmas e temas emergentes da educação.

A discussão sobre novos currículos e práticas educacionais torna-se fundamental neste cenário, pois denada adiantaria trocar a roupagem de velhas práticas. Portanto, a inserção das tecnologias da informação ecomunicação - presencial ou a distância - é entendida em conjunto com novas oportunidades para serepensar e redesenhar os currículos e traduzir novas práticas à luz da discussão de novas aprendizagens.

Na sociedade atual aprendente, a trajetória da aprendizagem é desenhada ao aprender. As novasaprendizagens não cabem em velhos currículos. Não se entende por currículo “grade curricular” queaprisiona um conjunto de disciplinas e dita os tempos e espaços escolares em pequenas unidades, muitasvezes desconexas. Mas os novos currículos estão relacionados ao currículo moldado pelo professor(Sacristán, 2000) que se transformam e se formam na ação, dando lugar a novas aprendizagens.

Clique aqui para ler o texto "Situando o uso da mídia em

contextos educacionais" (http://www.webeduc.mec.gov.br/midiaseducacao/material/introdutorio/pdf/etapa2_1_situando_usoMidias_Beth.pdf) da professora MariaCecília Martins.

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Desafios com as novas mídias

Texto de autoria do Professor José Manuel Moran

A Internet, as redes, o celular, a multimídia estão revolucionando nossa vida no cotidiano. As tecnologiassão apenas apoios, meios. Mas elas nos permitem realizar atividades de aprendizagem de formasdiferentes às de antes. Podemos aprender estando juntos em lugares distantes, sem precisarmos estarsempre juntos numa sala para que isso aconteça.

Ensinar e aprender com tecnologias telemáticas são desafios que até agora não foram enfrentados comprofundidade. Temos feito adaptações do que já conhecíamos. O ensino presencial e a distância começa aser fortemente modificados e todos nós, organizações, professores e alunos são desafiados a encontrarnovos modelos em todas as situações. As tecnologias telemáticas, que começam a permitir ver-nos e ouvir-nos facilmente, colocam em xeque o conceito tradicional de sala de aula, de ensino e de organização dosprocedimentos educativos.

Manter o currículo e as normas tal como estão na prática é insustentável. As secretarias de educaçãoprecisam ser mais pró-ativas e incentivar mudanças, flexibilização, criatividade.

Professores, alunos e administradores podem avançar muito mais em organizar currículos mais flexíveis,aulas diferentes. A rotina, a repetição, a previsibilidade, tudo isso é uma arma letal para a aprendizagem. Amonotonia da repetição esteriliza a motivação dos alunos.

São muitos os recursos à nossa disposição para aprender e para ensinar. A chegada da Internet, dosprogramas que gerenciam grupos e possibilitam a publicação de materiais estão trazendo possibilidadesinimagináveis vinte anos atrás. A resposta dada pela escola até agora ainda é muito tímida, deixada acritério de cada professor, sem uma política institucional mais ousada, corajosa, incentivadora demudanças. Está mais do que na hora de evoluir, modificar nossas propostas, aprender fazendo.

Todos os que estamos envolvidos em educação precisamos conversar, planejar e executar açõespedagógicas inovadoras, com a devida cautela, aos poucos, mas firmes e sinalizando mudanças. Semprehaverá professores que não querem mudar, mas uma grande parte deles está esperando novos caminhos,o que vale a pena fazer.

Se não os experimentamos, como vamos a aprender?

Não basta tentar remendos com as atuais tecnologias. Temos quer fazer muitas coisas diferentemente. Éhora de mudar de verdade e vale a pena fazê-lo logo, chamando os que estão dispostos, incentivando-osde todas as formas - entre elas a financeira - dando tempo para que as experiências se consolidem eavaliando com equilíbrio o que está dando certo. Precisamos trocar experiências, propostas, resultados.

Síntese

Uma das reclamações generalizadas de escolas e universidades é de que os alunos não agüentam maisnossa forma de dar aula. Os alunos reclamam do tédio de ficar ouvindo um professor falando na frente porhoras, da rigidez dos horários, da distância entre o conteúdo das aulas e a vida.

Colocamos tecnologias nas escolas, mas, em geral, para continuar fazendo o mesmo de sempre - oprofessor falando e o aluno ouvindo - com um verniz de modernidade.

As tecnologias são utilizadas mais para ilustrar o conteúdo do professor do que para criar

novos desafios didáticos.

O cinema, o rádio, a televisão trouxeram desafios, novos conteúdos, histórias, linguagens. Esperavam-semuitas mudanças na educação, mas as mídias sempre foram incorporadas marginalmente. A aula continuoupredominantemente oral e escrita, com pitadas de audiovisual, como ilustração. Alguns professoresutilizavam vídeos, filmes, em geral como ilustração do conteúdo, como complemento. Eles não modificavamsubstancialmente o ensinar e o aprender, introduziam um verniz de novidade, de mudança, mas era maisna embalagem.

O computador trouxe uma série de novidades, de fazer mais rápido, mais fácil. Mas continua sendo utilizadomais como uma ferramenta de apoio ao professor e ao aluno. As atividades principais ainda estavam

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focadas na fala do professor e na relação com os textos escritos.

Hoje, com a Internet e evolução tecnológica, podemos aprender de muitas formas, em lugares diferentes,de formas diferentes. A sociedade como um todo é um espaço privilegiado de aprendizagem. Mas ainda é aescola a organizadora e certificadora principal do processo de ensino-aprendizagem.

Ensinar e aprender estão sendo desafiados como nunca antes. Há informações demais, múltiplas fontes,visões diferentes de mundo. Educar hoje é mais complexo porque a sociedade também é mais complexa etambém o são as competências necessárias. As tecnologias começam a estar um pouco mais ao alcance doestudante e do professor. Precisamos repensar todo o processo, reaprender a ensinar, a estar com osalunos, a orientar atividades, a definir o que vale a pena fazer para aprender, juntos ou separados.

Clique aqui para ler o texto "Tecnologias de comunicação e

interação" (http://www.webeduc.mec.gov.br/midiaseducacao/material/introdutorio/pdf/etapa2_Tec_com_e_interacao.pdf) doprofessor José Manuel Moran.

Com a Internet e outras tecnologias surgemnovas possibilidades de organização das aulasdentro e fora da Escola?

A escola e seus professores podem se organizarpara estas mudanças inevitáveis, da forma maisadequada, equilibrada e coerente?

Revista Nova Escola on-line

Vale a pena conferir os artigos:

”Os Novos Pensadores da Educação” (http://revistaescola.abril.com.br/edicoes/0154/aberto/mt_243601.shtml ou http://midiasnaeducacao-joanirse.blogspot.com/2008/12/os-novos-pensadores-da-educao.html)

”A democratização do ensino exige nova linguagem

em classe” (http://revistaescola.abril.com.br/edicoes/0177/aberto/mt_243192.shtml ou http://midiasnaeducacao-joanirse.blogspot.com/2008/12/democratizao-do-ensino-exige-nova.html)

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Referências Bibliográficas

ALMEIDA, Fernando J. Notas de aula da disciplina do curso de pós-graduação em Educação:Currículo daPUC SP. São Paulo: 2003.

____________. Aprendizagem colaborativa: o professor e o aluno ressignificados. In: ALMEIDA, Fernando(organizador). Educação a distância: formação de professores em ambientes virtuais e

colaborativos de aprendizagem. MCT/PUC SP São Paulo. 2001.

CASTELLS, Manuel. A Sociedade em Rede. A ERA DA INFORMAÇAO: ECONOMIA, SOCIEDADE E CUL V.1.São Paulo. Editora Paz e Terra. 2003.

ALMEIDA, Maria Elisabeth B. Formando professores para atuar em ambientes virtuais de aprendizagem. In:ALMEIDA, Fernando (organizador). Educação a distância: formação de professores em ambientes

virtuais e colaborativos de aprendizagem. MCT/PUC SP São Paulo. 2001.

PERRENOUD, Philippe. 10 Novas Competências para Ensinar . Porto Alegre. Ed. Artmed.

RAMAL, Andréa. Educação na Cibercultura . Porto Alegre. Ed. Artmed. 2003.

RUIZ, Osvaldo. Manuel Castells e a “Era da Informação”. 2002. http://www.comciencia.br/

reportagens/internet/net16.htm#1. Acesso em 20/08/2005.

SILVA, Maria da Graça Moreira. Novos Currículos, Novas Aprendizagens. Tese de doutorado. Programade Pós-graduação em Educação e Currículo. PUC SP. São Paulo. (2004)

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Transcrição do áudio do vídeo

Nas próximas duas semanas estaremos participando da terceiraetapa do Módulo Introdutório do curso de Mídias na Educação.

Esta é uma etapa bastante importante porque nela teremos umpanorama geral do uso das mídias e tecnologias na sala de aula.

Como a TV, o rádio e a Internet podem ser usados de formaarticuladas na educação? Neste módulo estaremos debatendo ediscutindo esses e outros temas e, principalmente, as novasrepresentações e as linguagens que essas novas mídias nosbrindam.

Apresentação

ETAPA 3

Os meios de comunicação exercem uma influência avassaladora na população. Só vinte por cento daspessoas lêem jornal, enquanto noventa e cinco por cento vêem televisão e ouvem rádio. A televisão e orádio dizem que só querem entreter, mas, ao mesmo tempo, vão disseminando idéias, emoções, valores.Eles educam informalmente, continuamente, voluntariamente, porque ninguém é obrigado a assistir. Sabemcomo se comunicar com a população, captar suas ansiedades e desejos. A escola não pode continuarignorando esses meios, precisa discuti-los, analisá-los e utilizá-los. Este é o propósito desta etapa do MóduloIntrodutório: Discutir os meios de comunicação e de informação e como utilizá-los melhor dentro e fora daescola.

Nesta etapa iremos conhecer as relações entre a comunicação e a educação.

Objetivos específicos

• Compreender que a educação é fundamentalmente um processo complexo de comunicação, queestabelece relações significativas para a aprendizagem.

• Conhecer como os meios possibilitam a comunicação com a população e como podemoscompreendê-los melhor na educação.

• Identificar as novas formas de aprender e ensinar com o uso das mídias destacando uma posturade leitor crítico e de autoria;

• Apresentar o papel das Mídias na Educação (TV, rádio, computador);

• Explorar diferentes linguagens e representações;

• Propiciar o desenvolvimento da visão integradora das mídias na prática docente.

Interações entre comunicação e educaçãoTexto de José Manuel Moran

“Um indivíduo consegue hoje um diploma de curso superior sem nunca ter aprendido a comunicar-se, a resolver conflitos, a saber o que fazer com a raiva e outros sentimentos negativos.”Carl Rogers

A comunicação educativa

A comunicação é um campo de trocas, de interações, que permitem perceber-nos, expressar-nos erelacionar-nos com os outros, ensinar e aprender. Comunicar-nos é entrar em sintonia, aproximar, trocar,intercambiar, dialogar, expressar, influenciar, persuadir, convencer, solidarizar, tornar transparente, comungar.

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Nos vários ambientes que freqüentamos, nos comunicamos como pessoas realizadas ou insatisfeitas,abertas ou fechadas, confiantes ou desconfiadas, competentes ou incompetentes, egoístas ou generosas,éticas ou aéticas. Todas essas variáveis interferem nos vários níveis e ambientes de comunicação pessoal,grupal e organizacional.

Como a educação se relaciona com a comunicação?

A educação é fundamentalmente um processo de comunicação e de informação. De troca de informações ede troca entre pessoas. Educar é colaborar para que professores e alunos - nas escolas e organizações -transformem suas vidas em processos permanentes de aprendizagem. É ajudar os alunos na construção dasua identidade, do seu caminho pessoal e profissional - do seu projeto de vida, no desenvolvimento dashabilidades de compreensão, emoção e comunicação que lhes permitam encontrar seus espaços pessoais,sociais e profissionais e tornarem-se cidadãos realizados e produtivos.

Todos nos educamos o tempo todo. Educamo-nos por meio das múltiplas formas de comunicação, dasinúmeras interações com as pessoas que convivemos e com as instituições de que participamos. Todos noseducamos e somos educados pelos demais. Estamos sempre ensinando e aprendendo por meio de múltiplasformas de comunicação.

Educar é ajudar a compreender a si mesmo, os outros, o mundo. É um processo de desvendamento eintegração de níveis mais complexos da realidade, aprendendo a encontrar significado para o que estásolto, disperso; integrando as dimensões externas e internas, passado e presente, o individual e o social. E,também, é um processo de aprender a “desaprender”, a deixar de lado o que não nos serve mais, o quenão nos ajuda mais a evoluir.

Educar também é ajudar a desenvolver todas as formas de comunicação, todas as linguagens: aprender adizer-nos, a expressar-nos claramente e a captar a comunicação do outro e a interagir com ele. 

Educar é aprender a comunicar-nos verdadeiramente: a ir tornando-nos mais transparentes,

expressando-nos com todo o corpo, com a mente, com todas as linguagens, verbais e não-

verbais, com todas as tecnologias disponíveis.

Informação e comunicação na educação

Cada pessoa vê o mundo de um jeito específico e este lhe parece tão firme, tão claro, que imagina que ooutro também deve enxergá-lo da mesma forma. Mas ao falar com ele, fica-se surpreso quando, às vezes,não se é bem compreendido, quando não se aceita imediatamente o que se considera evidente. O que éclaro para uma pessoa só é claro para ela. Não significa que o seja igualmente para o outro. O mundo que

alguém vê não coincide com o que o outro vê. Pode ser parecido, mas não o mesmo.

Reflita um pouco sobre as seguintes questões:

- Como você se percebe na relação com o outro?- Como você se relaciona com o mundo?- Como se relaciona com a cultura?- Como são os feedbacks que recebe de seuscolegas?

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O que determina a nossa visão de mundo?

O mundo que vemos é, em parte, orientado pela história de um povo, pela sua cultura, educação, religiãoe, em parte, pela nossa experiência pessoal, pelas nossas formas de interagir com o mundo, de comunicar-nos de forma aberta ou fechada, confiante ou desconfiada.

Estamos sempre dentro de um contexto maior, que nos envolve como os peixes na água e que nos parece “natural “. É tão natural que não o percebemos ou o damos por pressuposto. E, ao mesmo tempo, o contextoestá em nós. Queiramo-lo ou não, a sociedade está o tempo todo interagindo, comunicando-se conosco,orientando-nos, balizando a nossa percepção e a ação. A sociedade reforça certos comportamentos edesaprova outros. Envia-nos continuamente feedbacks de aprovação ou desaprovação, de incentivo - senão questionamos os princípios básicos - ou de desaprovação - se não os confrontamos.

Uma parte de cada um de nós está codificada, articulada, claramente organizada. Mas uma outra

parte nos escapa ; está desarticulada, parece desconexa, sem sentido. Há informações, em nós,claramente sistematizadas, que tanto nós como os outros captamos e agimos em função delas.

Mas e as outras? Se nem mesmo eu encontro o seu significado, se não consigo organizá-las,

como vou esperar que os outros as compreendam?

É no processo de comunicação que essa desorganização diminui, que consigo encontrar áreas designificação no caos, no “ inconsciente “ tanto meu como no do outro. O outro lê nas entrelinhas do não-verbal, do que sugiro, do que deixo escapar, da entonação e me devolve a sua leitura, que me ajuda a ler-me, a compreender-me a partir da sua leitura. Se as interpretações de muitas pessoas sobre mim sãoconvergentes, se coincidem no essencial, a minha leitura sobre mim mesmo se modificará.

A comunicação é educativa. Por que nos comunicamos?

Texto de José Manuel Moran e Maria Elizabeth Almeida

“A simples introdução dos meios e das tecnologias na escola pode ser a forma mais enganosa deocultar seus problemas de fundo sob a égide da modernização tecnológica. O desafio é como inserirna escola um ecossistema comunicativo que contemple ao mesmo tempo: experiências culturaisheterogêneas, o entorno das novas tecnologias da informação e da comunicação, além deconfigurar o espaço educacional como um lugar onde o processo de aprendizagem conserve seuencanto”. (MARTÍN BARBERO, 1996, p.12)

Pensando bem, a nossa visão de mundo é perpassada pelas relações que estabelecemos com ele, ou seja,todo o sistema de comunicação simbólica ( verbal, imagético, textual...) existente no mundo influi em nossoser. Ao nos comunicarmos com o outro também influímos em seu modo de ser, agir e pensar.

Somos sujeitos da construção da sociedade e vamos nos constituindo como pessoas nas relações que esta-belecemos com ela; à medida que modificamos o mundo, somos transformados por ele.

O mestre Paulo Freire nos alertava que a educação sozinha não pode transformar o mundo, mas algumacoisa ela pode fazer para modificá-lo.

Para saber mais sobre as idéias de Paulo Freirerelacionadas com a comunicação e a informática naeducação, leia:

Paulo Freire: Re-Leitura Para Uma Teoria Da InformáticaNa Educação, de autoria da Professora Margarita VictoriaGomez.

Disponível na Biblioteca Freiriana do Instituto PauloFreire: http://www.paulofreire.org/

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Clique aqui para ler o texto a Informação e comunicação na

educação (http://www.webeduc.mec.gov.br/midiaseducacao/material/introdutorio/pdf/etapa3_comunicacao.pdf) do Professor José ManuelMoran.

Integração tecnológica, linguagem e representação

Texto de Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida e Maria Elisabette Brisola Brito Prado

O uso de tecnologias como apoio ao ensino e à aprendizagem vem evoluindo vertiginosamente nos últimosanos, podendo trazer efetivas contribuições à educação, presencial ou a distância. Entretanto, para evitar ousuperar o uso ingênuo dessas tecnologias, é fundamental conhecer as novas formas de aprender e deensinar, bem como de produzir, comunicar e representar conhecimento, possibilitadas por esses recursos,que favoreçam a democracia e a integração social.

O uso das mídias digitais, especialmente da hipermídia, incorpora distintos recursos tecnológicos àtecnologia digital, proporciona o diálogo entre as diferentes linguagens, transforma as maneiras deexpressar o pensamento e de comunicar, interfere na comunicação social e induz mudanças observáveis naprodução dos materiais veiculados com suporte em outras tecnologias. Exemplos da interferência datecnologia digital na comunicação com suporte em outras tecnologias são observados nas imagens datelevisão, no design de material impresso, nos programas de rádio etc.

A natureza da incorporação às mídias digitais de linguagens e meios convencionais de comunicação (áudio,vídeo, animação, material impresso...), de uso consolidado antes do advento e da disseminação doscomputadores, evidencia a necessidade de um planejamento que considere as características específicas desuas linguagens e potencialidades tecnológicas, propiciando a criação de uma sinergia para a concepção erealização de ações educacionais inovadoras.

Para compreender o cenário de possibilidades que se descortina com a integração de tecnologias no ensinoe na aprendizagem, é necessário ter clareza das intenções e objetivos pedagógicos, das possíveis formasde representação do pensamento, das características de narratividade, roteirização e interação entre astecnologias. Por conseguinte, as mudanças dos ambientes educativos com a presença de artefatostecnológicos e linguagens próximas do universo de interesses do aluno proporcionam o acesso a uma gamadiversa de manifestações de idéias, permitem a expressão do pensamento imagético e criam melhorescondições para a aprendizagem e o desenvolvimento do ser humano e da civilização.

CYBER MOVIE - Telecine adotou a linguagem

“CyberMovie”: de olho nos jovens

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A integração entre tecnologias, linguagens e representações tem papel preponderante na

formação de pessoas melhor qualificadas para o convívio e a atuação na sociedade,

conscientes de seus compromissos para com as transformações de seu contexto, a

valorização humana e a expressão da criatividade.

O acesso às informações, que são veiculadas em distintas mídias e em diferentes linguagens, possibilitaque estejamos imersos na cultura da aldeia global e do mundo interconectado, o que traz influênci-as em nossos sistemas de representação pessoais e coletivos. Entretanto, os significados que atribuí-mos às informações que nos chegam de todos os lugares, a qualquer momento, dentro de um fluxoincontrolável, se desenvolvem pela apropriação das informações que nos são significativas, de acordo comnossas crenças, atitudes, valores e concepções, que retratam nosso modo de vida e as formas simbólicascompartilhadas.

Portanto, estamos diante de um sistema híbrido, que mescla o global com o particular, o contextocom o universal, o pessoal com o social, o convencional com o atual e com o virtual.

Compreender essa complexidade, refletir sobre a diversidade de fontes de informações, desenvolver acriticidade para reconhecer sua origem e veracidade, identificar suas potencialidades e contribuições paraarticular saberes cotidianos, científicos, técnicos, sociais, emocionais, artísticos e estéticos são ações queinduzem a reflexão sobre quem somos e para onde queremos ir, para a redescoberta do ser humano.

Original publicado em maio de 2005 para o Programa Salto para o Futuro. Disponível em: http://www.tvebrasil.com.br/salto/.

Redimensionando o ensinar e o aprender com o uso de tecnologias

Texto de José Manuel Moran e Maria da Graça Moreira da Silva

Buscamos identificar as contribuições das tecnologias de acordo com suas propriedades intrínsecas,redimensionar as práticas e alargar o olhar para englobar diferentes sistemas de conhecimentos e designificados, maneiras distintas de sentir, pensar, compreender, interpretar e representar o mundo, a vida ea si mesmo.

Há que se reencontrar o sentido mais humanístico, interativo e integrador da educação, que leveprofessores e gestores a repensar a necessidade de se tomar consciência de que o uso de tecnologiaspermite redimensionar os espaços de ensinar e aprender, sonhar e amar, vislumbrando a provisoriedade doconhecimento, as novas possibilidades das práticas da escola, a necessidade da formação continuada paraatender às características de mudança da sociedade atual e para resgatar o valor do saber e a sensibilidadedo ser.

Portanto, a intenção em abordar este tema é a de incitar a reflexão e novos estudos sobre:

• o entrelaçamento de elementos característicos das tecnologias utilizadas em educação, das maisconvencionais à mídia digital;

• as mudanças que ocorrem nesses elementos e nas práticas pedagógicas que apóiam, quandointegrados aos processos de produção e expressão de conhecimentos;

• as contribuições para transformar o ensino e melhorar a aprendizagem do aluno, sujeito na produção,gestão e uso de tecnologias.

Integrando a TV na Educação

Assista às experiências educacionais, apresentadas no Programa Salto

para o Futuro - Série Integração tecnológica, linguagem e

representação, veiculado no período de 02 a 06 de maio/2005.

Tais experiências retratam o uso articulado de diferentes tecnologias emídias, revelando as potencialidades de práticas pedagógicas, quefomentam a autoria dos alunos e o desenvolvimento de atitudescríticas e reflexivas sobre a sua realidade.

Caso não esteja conectado à internet, clique aqui (http://www.webeduc.mec.gov.br/midiaseducacao/material/introdutorio/pdf/integracao_tecnologica.pdf) para acessar o conteúdo.

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A TV e a educação

Texto de José Manuel Moran

A informação e a forma de ver o mundo predominante no Brasil provêm fundamentalmente da televisão.Ela alimenta e atualiza o universo sensorial, afetivo e ético que crianças e jovens - e grande parte dosadultos - levam a para sala de aula. Como a TV o faz de forma mais despretensiosa e sedutora, é muitomais difícil para o educador contrapor uma visão mais crítica, um universo mais abstrato, complexo e nacontramão da maioria como a escola se propõe a fazer.

A TV fala da vida, do presente, dos problemas afetivos - a fala da escola é muito

distante e intelectualizada - e fala de forma impactante e sedutora - a escola, em geral,

é mais cansativa, concorda?

O que tentamos contrapor na sala de aula, de forma desorganizada e monótona, aos modelos consumistasvigentes, a televisão, o cinema, as revistas de variedades e muitas páginas da Internet o desfazem nashoras seguintes. Nós mesmos, como educadores e telespectadores, sentimos na pele a esquizofrenia dasvisões contraditórias de mundo e das narrativas (formas de contar) tão diferentes dos meios decomunicação e da escola.

Percebeu que na procura desesperada pela audiência imediata e fiel, os meios de comunicaçãodesenvolvem estratégias e fórmulas de sedução mais e mais aperfeiçoadas: o ritmo alucinante dastransmissões ao vivo, a linguagem concreta, plástica, visível?

Mexem com o emocional, com as nossas fantasias, desejos e instintos. Passam com incrível facilidade doreal para o imaginário, aproximando-os em fórmulas integradoras, como nas telenovelas.

A escola precisa exercitar as novas linguagens que sensibilizam e motivam os alunos, e também combinarpesquisas escritas com trabalhos de dramatização, de entrevista gravada, propondo formatos atuais comoum programa de rádio uma reportagem para um jornal, um vídeo, onde for possível. A motivação dos

alunos aumenta significativamente quando realizam pesquisas, onde se possam expressar em

formato e códigos mais próximos da sua sensibilidade. Mesmo uma pesquisa escrita, se o alunopuder utilizar o computador, adquire uma nova dimensão e, fundamentalmente, não muda a propostainicial.

Clique aqui para ler o texto A linguagem da TV e

a Educação (http://www.webeduc.mec.gov.br/midiaseducacao/material/introdutorio/pdf/etapa3_TV_educacao.pdf) do Professor JoséManuel Moran.

Acesse os recursos educacionais no Portal

do professor (http://portaldoprofessor.mec.gov.br/main.action)eveja o vídeo De onde vem a televisão?

Caso no esteja conectado internet, cliqueaqui (http://www.webeduc.mec.gov.br/midiaseducacao/material/introdutorio/video/dominio-efsi-cie-0031.wmv) para acessar oconteúdo.

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Aprofunde essas idéias no artigo Debate:

televisão e educação de abertura dasérie do Salto para o Futuro, de autoriade Rosa Maria Bueno Fischer

Selecione o link Debate: Televisão e

Educação (http://www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2003/dte/index.htm)- 23/

06 a 27/06

Agora pense sobre:

- O que você assistiu na TV na última semana?- O que mais chamou sua atenção? Um filme? Umdocumentário? O Telejornal?- Você usaria esse programa em sala de aula?- Em que esse programa poderia atrair a atenção deseus alunos?

Como a televisão e as mídias se comunicam

Texto de José Manuel Moran, Maria Elizabeth Almeida e Maria da Graça Moreira da Silva

Por que será que os meios de comunicação cativam e provocam tanto impacto?

Os meios de comunicação, principalmente a televisão, desenvolvem formas sofisticadas multidimensionaisde comunicação sensorial, emocional e racional, superpondo linguagens e mensagens, que facilitam ainteração, com o público. A TV fala primeiro do “sentimento” - o que você sentiu”, não o que vocêconheceu; as idéias estão embutidas na roupagem sensorial, intuitiva e afetiva.

A televisão e o vídeo partem do concreto, do visível, do imediato, próximo, que toca todos os sentidos.Mexem com o corpo, com a pele, as sensações e os sentimentos - nos tocam e “tocamos” os outros, estãoao nosso alcance por meio dos recortes visuais, do close, do som estéreo envolvente.

Que pistas isso dá para nós, professores, no desenvolvimento da nossa ação

pedagógica na sala de aula?

Que desafios a escola precisa enfrentar diante do que é veiculado pela televisão?

Se a TV é um meio de comunicação tão presente no cotidiano de nossa vida e as informações que transmitesão tão importantes para o mundo atual, por que ela continua a despertar debates calorosos entreeducadores e pais enquanto nossos filhos passam horas diante da telinha? Como educadores o quesentimos ao assistir a programas que expõem a vida privada das pessoas e que tanto atraem crianças,adolescentes e jovens? O que eles dizem sobre esses programas? Qual o seu gosto estético?

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Clique aqui para ler o texto Como a televisão e as mídias se

comunicam (http://www.webeduc.mec.gov.br/midiaseducacao/material/introdutorio/pdf/etapa3_TV_e_midias.pdf) do Professor José ManuelMoran.

Livro on-line: Integração das Tecnologias na Educação

Outra sugestão interessante é a leitura do texto da Professora VaniKenski, que pode ser encontrado no artigo “As tecnologias invadem

nosso cotidiano” (pp 92-94).

O Livro encontra-se disponível na Internet para leitura e impressão, nosite do programa Salto para o Futuro do MEC.

Orientações:• Para visualizar as páginas é necessário que você utilize um

programa denominado Adobe Acrobat (http://www.acrobat.com/)

• Você pode copiar esse programa para seu computador, paratanto acesse o site http://www.adobe.com/products/

acrobat/main.htmle siga as orientações.

• Em caso de dúvidas, consulte o suporte técnico para ajudá-lo.

• Acesse o site: http://www.tvebrasil.com.br/salto/livro/

3sf.pdf

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O cinema na escola

Texto de Maria Elizabeth Almeida

Cinema é espetáculo; é arte em movimento; é poesia, emoção, alegoria, narração, mistério e realidade; écultura, beleza e entretenimento. Mas afinal, como aproximar o cinema da escola organizada em séries,disciplinas e grades de conteúdo? Como aproximar essa arte que tanto nos atrai das atividades de sala deaula?

A Professora Laura Maria Coutinho, da UnB, considera que o desafio

“para educadores e professores que se interessam por cinema como método de trabalho, poderia ser o

de estudar esse artefato cultural, indo além do enredo, a partir da decomposição de seus dois

elementos básicos - imagens e sons - abordados de várias formas, seja no grande plano-seqüência em

que se constitui o filme - do momento em que acende a luz ao instante em que se apaga.”

O que acontece com a escola quando novas tecnologias são introduzidas em seus espaços? E o que ocorrecom as tecnologias quando elas entram na escola? É possível fazer o casamento da escola com astecnologias?

Para saber mais, consulte Boletins 2005 do Salto para oFuturo, série Refletindo sobre a linguagem do cinema,de Laura Maria Coutinho.

Selecione o link Refletindo sobre a linguagem do

cinema - 04/04 a 08/04

Caso no esteja conectado internet, clique aqui para

acessar o conteúdo (http://www.webeduc.mec.gov.br/midiaseducacao/material/introdutorio/pdf/refletindo_sobre.pdf).

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Integrar as mídias na escola

Texto de José Manuel Moran e Maria Elizabeth Almeida

Antes de a criança chegar à escola, já passou por processos de educação importantes: pelo familiar

e pela mídia eletrônica. No ambiente familiar, mais ou menos rico cultural e emocionalmente, a criançavai desenvolvendo as suas conexões cerebrais, os seus roteiros mentais, emocionais e suas linguagens. Ospais, principalmente a mãe, facilitam ou complicam, com suas atitudes e formas de comunicação mais oumenos maduras, o processo de aprender a aprender dos seus filhos.

Sabemos todos que a criança também é educada pela mídia, principalmente pela televisão. Aprende ainformar-se, a conhecer - os outros, o mundo, a si mesmo - a sentir, a fantasiar, a relaxar, vendo, ouvindo,“tocando” as pessoas na tela, que lhe mostram como viver, ser feliz e infeliz, amar e odiar. A relação com amídia eletrônica é prazerosa - ninguém obriga - é feita por meio da sedução, da emoção, da exploraçãosensorial, da narrativa - aprendemos vendo as estórias dos outros e as estórias que os outros nos contam.

Mesmo durante o período escolar, a mídia mostra o mundo de outra forma - mais fácil, agradável,

compacta - sem precisar fazer esforço. Ela fala do cotidiano, dos sentimentos, das novidades.

A mídia continua educando como contraponto à educação convencional,

educa enquanto estamos entretidos.

Diante da constatação de que as mídias envolvem e estão envolvidas com um complexo sistema decomunicação que incorpora organizações de distintos setores (empresarial, financeiro, político...), se tornanecessário identificar suas influências nos espaços escolares e enfrentar o desafio de desenvolver aconsciência crítica dos alunos para que possam compreender a mídia como instrumentos que permitemtanto a manipulação do pensamento e a manutenção do poder como a emancipação humana e ademocratização da informação.

Para avançar além da leitura crítica, é preciso criar condições que propiciem aos alunos a

participação ativa no debate e na incorporação de mídias, trabalhando com as diferentes

linguagens de representação que caracterizam as mídias.

Novas linguagens

Texto de Maria Elizabeth Almeida

A educação escolar precisa compreender e incorporar mais as novas linguagens, desvendar os seuscódigos, dominar as possibilidades de expressão e as possíveis manipulações. É importante educar parausos democráticos, mais progressistas e participativos das tecnologias, que facilitem a evolução dosindivíduos e a formação de cidadãos responsáveis.

Se a educação fundamental é feita pelos pais e pela mídia é necessário:

• ações de apoio aos pais para que incentivem a aprendizagem dos filhos desde o começo das vidasdeles, por meio do estímulo, das interações, da orientação pelo exemplo, do afeto.

• a educação para as mídias, para compreendê-las, criticá-las e utilizá-las da forma mais abrangentepossível.

• Compreender que a educação para as mídias tem sentido quando se faz a educação por meio dasmídias.

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Não se trata de propor mudanças na educação pela ótica do domínio das tecnologias sob a justificativa damodernidade e sim de propiciar aos alunos a utilização das mídias para a expressão de idéias, a produçãode conhecimento, a comunicação e a interação social.

A educação para os meios começa com a sua incorporação na fase de alfabetização. Alfabetizar-se não

consiste só em conscientizar os códigos da língua falada e escrita, mas dos códigos de todas

as linguagens do homem atual e da sua interação. A criança, ao chegar à escola, já sabe ler históriascomplexas, como uma telenovela, com mais de trinta personagens e cenários diferentes.

E o que a escola faz com essas habilidades todas?

Elas são praticamente ignoradas pela escola.

Esta no máximo utiliza a imagem e a música como suporte para facilitar a compreensão da linguagemfalada e escrita, mas não pelo seu intrínseco valor. As crianças precisam desenvolver mais conscientementeo conhecimento e prática da imagem fixa, em movimento, da imagem sonora... e fazer isso parte doaprendizado central e não marginal. Aprender a ver mais abertamente, o que já estão acostumadas a ver,mas que não costumam perceber com mais profundidade (como os programas de televisão).

Rádio na educação

Texto de Maria Elizabeth Almeida e Maria da Graça Moreira da Silva

Você poderá se aprofundar no assunto ou trocar idéias sobreesse temas com outros professores na área Interação eComunicação do Portal do Professor:

• Acesse o Portal do Professor (http://portaldoprofessor.mec.gov.br/main.action)

• Pesquise o item Interação e Comunicação.

• Localize as salas de chat ou fóruns que tenha interesse.

• Navegue pelas diversas opções de Blogs

Observação - Esse espaço pode ser visitado sem estarlogado no Portal. Nesse caso, poderá ler os comentários masnão poderá interagir. Caso queira postar algum comentáriobasta se logar e acessar o espaço desejado: chat, fóruns. OsBlogs e Inovações interativas possuem acesso livre de senha,pois são links para outros espaços fora do Portal.

Endereço de acesso direto para a área de Interação eComunicação: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/

interaction.action

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Em educação, velhas e novas tecnologias podem conviver harmoniosamente e potencializar aaprendizagem se forem integradas às práticas pedagógicas com vistas à democratização da informação, dainteração social, da socialização de experiências, da produção e disseminação de conhecimentos.

Nesse sentido, a linguagem do rádio é um excelente instrumento de socialização por meio de práticas queincentivem o protagonismo do estudante e ampliem as possibilidades para que os alunos possam atribuirsignificado às informações que manipulam por meio de situações que lhes despertem o prazer peloaprender.

Integrar o rádio na educação para com e pelas mídias vem se constituindo prática freqüente dos sistemasde ensino, incentivada por programas públicos de formação de educadores, cujos programas educativosdestinados à capacitação de professores alfabetizadores de jovens e adultos vêem ajudando a reduzir osíndices de analfabetismos dessa população.

Escola Brasil

• Acesse o link da Escola Brasil:www.escolabrasil.org.br

• Selecione um programa

• Clique na opção

O Programa Escola Brasil é veiculado desegunda a sexta, às 20 horas (horário deBrasília), pelas rádios Nacional de Brasília(AM - 980 KHz), Nacional da Amazônia (OC -11.780 KHz/25m e 6.180 KHz/49m) e pelosatélite da Radiobrás para todo o Brasil(Banda C-3.770 MHz, polarização horizontal),além de outras emissoras parceirasespalhadas por todo o País.

Leia a entrevista Rádio pela Educação atinge 35 mil alunosno Pará em http://www.vflow.com.br/~midiativa/

blog/?p=294

Você encontrará mais fontes para leituras eaprofundamento relacionadas a esse tema noPortal do Professor:

• Acesse o Portal do Professor (http://portaldoprofessor.mec.gov.br/main.action)

• Pesquise no item Links

• Busque a opção Rádio Escola

• Navegue pelas diversas opções.

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A utilização do vídeo, CD e DVD na educação

Texto de José Manuel Moran

A partir de múltiplas experiências de pesquisa com vídeo com professores e alunos apresentamos umroteiro simplificado e esquemático com algumas formas de trabalhar com o vídeo, o CD e o DVD na sala deaula. Como roteiro não há uma ordem rigorosa e pressupõe total liberdade de adaptação destas propostasà realidade de cada professor e dos seus alunos.

A fim de ajudar a identificar em que situação as práticas pedagógicas mais usuais se encontram em relaçãoao uso do vídeo, relacione os tipos de utilização de vídeos comumente utilizados com a descrição:

R: 4, 5, 1, 3 e 2

- Você conhece alguma situação de utilização demídias como as apresentadas?- Conhece algum colega que tenha sedeslumbrado? Que tenha usado um vídeo parasubstituir uma ausência?- Como podemos fazer para usar o vídeo de modosignificativo, isto é, que traga contribuiçõessignificativas ao ensino e à aprendizagem?

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Orientações para utilização do vídeo, CD e DVD na sala de aula

Texto de José Manuel Moran

Após refletir sobre os tipos de utilização comuns, porém não necessariamente consistentes, apresentamossugestões dos principais tipos de utilização de vídeos, CD e DVD na sala de aula:

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Sugerimos começar por vídeos mais simples , mais fáceis e exibir depois vídeos mais complexos edifíceis, tanto do ponto de vista temático quanto técnico. Pode-se partir vídeos próximos à sensibilidade dosalunos, vídeos mais atraentes, e deixar para um segundo momento a exibição de vídeos mais artísticos,mais elaborados.

Clique aqui para ler o texto Utilização do vídeo, CD e DVD na sala de

aula (http://www.webeduc.mec.gov.br/midiaseducacao/material/introdutorio/pdf/etapa3_como_ver_o_video.pdf) do Professor José ManuelMoran.

- Escolha um vídeo conhecido.- Faça um resumo da história- Analise como conta a história para atrairnossa atenção (que recursos visuais e

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Síntese

As escolas hoje devem ser lugares onde o trabalho do conhecimento acontece.

O trabalho do conhecimento acontece depois de conhecer os fatos. Depois de ter acesso às principaisidéias ou idéias básicas, os estudantes são capazes de usar essa informação para construir oconhecimento e dar um sentido para os dados e informações recebidas.

A aquisição da informação, dos dados dependerá cada vez menos do professor. As tecnologias podemtrazer hoje dados, imagens, resumos de forma rápida e atraente. O papel do professor - o papel principal- é ajudar o aluno a interpretar esses dados, a relacioná-los, a contextualizá-los.

O desenvolvimento do conhecimento é um dos aspectos fundamentais da escola, juntamente deve seracompanhado do desenvolvimento de habilidades e de atitudes. Habilidades para poder caminharsozinho, interpretar os fenômenos, saber expressar-se melhor, comunicar-se com facilidade, dominaratitudes que ajudem o indivíduo a desenvolver a auto-estima, impulso para avançar, para quereraprender sempre, não se isolando, mas colaborando para chegar a ter uma sociedade mais justa.

Referências Bibliográficas

BABIN, Pierre e KOPULOUMDJIAN, Marie-France. Os novos modos de compreender; a geração do

audiovisual e do computador. São Paulo, Ed. Paulinas, 1989.

BARBOSA, Ana-Mae. A imagem no ensino da arte. São Paulo, Perspectiva/Iochpe, 1991.

BEZERRA, Wagner - Manual do telespectador insatisfeito. São Paulo, Summus, 1999.

Bourdieu, Pierre. Sobre a televisão. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 1996.

CABERO, Julio Almenara. Tecnología educativa; utilización didactica del vídeo. Barcelona, P.P.U.,1989.

Você sabia que no Portal do Professor poderá encontrarrecursos educacionais disponíveis para usar em suasaulas? São inúmeros arquivos de áudio, vídeo, imagens,mapas e experimentos práticos.

• Acesse o Portal do Professor

• Pesquise o item Recursos Educacionais.

• Selecione as opções de busca para localizar osrecursos .

• Clique em Pesquisar

Endereço de acesso direto para a área de RecursosEducacionais: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/

interaction.action

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Módulo Introdutório: Integração de Mídias na EducaçãoMaterial (PDF) produzido pelo NCE/USP

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____________. Televisão e Educação. São Paulo, Artes Médicas, 1996.

FUENZALIDA, Valerio. Educación para la comunicación televisiva. Santiago de Chile, Ceneca, 1986.

FUSARI, Maria Felisminda de R. Meios de comunicação na formação de professores: televisão e

vídeo em questão. São Paulo, Instituto de Psicologia da USP, 1990 (Tese de Doutorado).

FUSARI, Maria F. de Rezende & FERRAZ, Maria Heloísa C. de Toledo. Arte na educação escolar. SãoPaulo, Cortez, 1992.

GARCÍA MATILLA, Agustin. El vídeo educativo dentro de un modelo multimedia. Madrid, UniversidadComplutense, 1990 (Tese de Doutorado).

GERSTNER, Louis V. Reinventando la educación; Nuevas formas de gestión de las instituciones

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GREENFIELD, Patricia Marks. O Desenvolvimento do raciocínio da era da eletrônica ; Os efeitos daTV, dos computadores e videogames. São Paulo, Summus, 1988.

GUTIÉRREZ, Mario (org.). Video, tecnología y comunicación popular. Lima, IPAL, 1989.

LINS DA SILVA, Carlos Eduardo. Muito além do Jardim Botânico. São Paulo, Summus Editorial, 1984.

MACHADO, Arlindo. A arte do vídeo. São Paulo, Brasiliense, 1988.

MARCONDES, Beatriz, MENEZES, Gilda & THOSHIMITSU, Thaís. Como usar outras linguagens na sala

de aula. São Paulo, Contexto, 2000.

MARCONDES FILHO, Ciro. Televisão: a vida pelo vídeo. São Paulo, Editora Moderna, 1989.

MARTÍN BARBERO, Jesús. Heredando el Futuro. Pensar la Educación desde la Comunicación, inNómadas. Bogotá, Septiembre. 1996.

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NICKERSON, Raymond & ZODHIATES, Philip. Technology in Education: Looking toward 2020.

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NOVAIS, Adauto (org.). Rede imaginária: televisão e democracia. São Paulo, Companhia Brasileiradas Letras, 1991.

PENTEADO, Heloisa Dupas. Televisão e escola: conflito ou cooperação? São Paulo, Cortez, 1991.

ROCCO, Maria Thereza F. Linguagem autoritária; televisão e persuasão. São Paulo, Brasiliense, 1998.

SANTORO, Luis F. A Imagem nas mãos; o vídeo popular no Brasil. São Paulo, Summus, 1989.

VILLAFAÑE, Justo. Introducción a la teoría de la imagen. Madrid, Pirámide, 1990.

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Módulo Introdutório: Integração de Mídias na EducaçãoMaterial (PDF) produzido pelo NCE/USP

A integração de mídias na educação é um processo complexo que requer um olhar mais abrangente sobreas novas formas de ensinar, aprender, se relacionar com o conhecimento e com o mundo. Além disso, essenovo olhar incide tanto sobre as potencialidades e restrições das tecnologias, linguagens, representaçõescomo sobre os significados e sentidos socialmente construídos no âmago dos grupos sociais. Trata-se denão se limitar à análise crítica renegando qualquer uso das mídias pelos possíveis efeitos de manipulaçãoque possam gerar nem de submeter-se docilmente ao consumo dos meios.

A questão que se coloca é como encontrar as formas mais adequadas para produzir a incorporação porparte dos alunos desta nova linguagem e dos fatos sociais que ela gera, inserindo-os no universo midiáticode forma crítica e participativa.

Nesta última etapa do Módulo Introdutório do Curso Mídias em Educação, trataremos do contexto da escolae a integração de Mídias: necessidades e potencialidades.

Objetivos específicos

• Conhecer algumas experiências de integração de mídias em educação;

• Elaborar uma proposta de atividade de sala de aula que integre diferentes mídias em sua realiza-ção, conforme os objetivos pedagógicos e condições contextuais;

• Realizar a auto-avaliação da participação como aluno deste Módulo.

Transcrição do áudio do vídeo

A integração dos espaços escolares, a leitura crítica e a geraçãode novas mídias, são novos papéis que a escola deve incorporarpara o seu dia-a-dia.

Mas será que estamos preparados para isso?

Nessa etapa, vamos sintetizar os principais conceitos sobre aintegração de mídias, dando especial destaque àspotencialidades do uso das tecnologias e mídias na sala de aula.

Um bom curso a todos!

Apresentação

ETAPA 4

A convivência com velhas e novas mídias

Texto de José Manuel Moran

Ter acesso às mídias é um passo importante para utilizá-las em atividades educacionais, mas não ésuficiente para um uso educacional efetivo. Busca-se uma educação que conviva e discuta abertamente astensões criadas pelas mídias para que possa incorporar suas linguagens atenta ao cotidiano das pessoas, àssuas experiências de vida, demandas presentes e futuras diante das novas e velhas mídias.

Na integração de mídias, a leitura de palavras, imagens, gráficos, sons, outras mídias e hipermídiasevidencia-se como um elemento fundamental ao desenvolvimento do aluno-cidadão e à sua inclusão social.Para enfrentar esse contexto os professores devem promover o diálogo do aluno com o mundo e com todosos tipos de mensagem com as quais convive. Tudo isso pressupõe estabelecer inter-relações entre imagem,leitura e escrita; despertar o olhar do aluno para a cultura, as artes e o pensar.

Dois textos nos ajudam a pensar sobre a convivência com as novas e velhas mídias:

Integração do livro com as novas mídias

As possibilidades de integração do livro com as novas mídias com vistas ao desenvolvimento da leitura e daescrita, revalorizando a mídia impressa a partir daquilo que, além de ser atraente e seduzir o aluno,favorece a sua autoria.

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As Imagens e o cotidiano

As imagens fazem parte do nosso cotidiano de maneira cada vez mais intensa, invadem a mídia impressa etrazem novas significações aos textos.

• Selecione o link Salto para o Futuro

• Clique na opção ACESSE O BOLETIM no menu lateral

• Localize o link Para acessar os boletins das séries

já veiculadas pelo Salto:

• Clique no ano 2003 para acessar os Boletins

• Clique na Série Pedagogia de projetos e integração

de mídias

• Selecione o programa 4

• Selecione o link do Texto: Revalorização do livro

diante das novas mídias

Endereço de acesso direto ao texto: http://www.tvebrasil.com.br/SALTO/boletins2003/ppm/tetxt4.htm

Acesse as imagens existentes no Portal do Professor

• Acesse o Portal do Professor (http://portaldoprofessor.mec.gov.br/)

• Selecione o item Recursos Educacionais

• Clique sobre o ícone Imagem

• Busque a imagem mais adequada ao planejamento de sua aula

Endereço de acesso direto às imagens:

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/

resource.Page.action?start=10&limit=10#busca

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A convivência com velhas e novas mídias mostrou que a integraçãoentre imagem e texto antecede ao advento do computador e dahipermídia, sendo assim, reflita sobre as seguintes questões:

- O que o computador trouxe de novo para a integração de mídias?

- Como a educação está se apropriando das possibilidades deintegração de mídias?

- Há alguma novidade sobre a integração de mídias que possa serincorporada à sua prática pedagógica?

A integração das tecnologias na educação

Texto de José Manuel Moran

As tecnologias evoluem em quatro direções fundamentais:Do analógico para o digital (digitalização)

Do físico para o virtual (virtualização)

Do fixo para o móvel (mobilidade)

Do massivo para o individual (personalização)

Carly Fiorina, ex-presidente da HPackard

A digitalização permite registrar, editar, combinar, manipular toda e qualquer informação, por qualquer meio,em qualquer lugar, a qualquer tempo. A digitalização traz a multiplicação de possibilidades de escolha, deinteração. A mobilidade e a virtualização nos libertam dos espaços e tempos rígidos, previsíveis,determinados.

As tecnologias que num primeiro momento são utilizadas de forma separada - computador, celular, Internet,mp3, câmera digital - e caminham na direção da convergência, da integração, dos equipamentosmultifuncionais que agregam valor.

O computador continua, mas ligado à Internet, à câmera digital, ao celular, ao mp3, principalmente nospockets ou computadores de mão.

O telefone celular é a tecnologia que atualmente mais agrega valor: é wireless (sem fio) e rapidamenteincorporou o acesso à Internet, à foto digital, aos programas de comunicação (voz, TV), ao entretenimento(jogos, música-mp3) e outros serviços.

Estas tecnologias começam a afetar profundamente a educação, que sempre esteve e continua presa alugares e tempos determinados: escola, salas de aula, calendário escolar, grade curricular.

Há vinte anos, para aprender oficialmente, tínhamos que ir a uma escola. E hoje?

As tecnologias chegaram à escola, mas sempre privilegiaram mais o controle à modernização da infra-estrutura e a gestão do que a mudança. Os programas de gestão administrativa estão mais desenvolvidosdo que os voltados à aprendizagem. Há avanços na virtualização da aprendizagem, mas só conseguemarranhar superficialmente a estrutura pesada em que estão estruturados os vários níveis de ensino.

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Apesar de a resistência institucional, as pressões pelas mudanças são cada vez mais fortes. As empresasestão muito ativas na educação on-line e buscam nas universidades mais agilidade, flexibilização e rapidezna oferta de educação continuada. Os avanços na educação a distância com a LDB e a Internet estão sendonotáveis. A LDB legalizou a educação a distância e a Internet lhe tirou o ar de isolamento, de atraso, deensino de segunda classe.

A interconectividade que a Internet e as redes desenvolveram nestes últimos anos está

começando a revolucionar a forma de ensinar e aprender.

As redes, principalmente a Internet, estão começando a provocar mudanças profundas na educaçãopresencial e a distância. Na presencial, desenraizam o conceito de ensino-aprendizagem localizado etemporalizado. Podemos aprender desde vários lugares, ao mesmo tempo, on e off line , juntos eseparados. Como nos bancos, temos nossa agência (escola) que é nosso ponto de referência; só que agoranão precisamos ir até lá o tempo todo para poder aprender.

As redes também estão provocando mudanças profundas na educação a distância. Antes a educação adistância era uma atividade muito solitária e exigia muita autodisciplina. Agora, com as redes, a educação adistância continua como uma atividade individual, combinada com a possibilidade de comunicaçãoinstantânea, de criar grupos de aprendizagem, integrando a aprendizagem pessoal com a grupal.

A educação presencial está incorporando tecnologias, funções, atividades que eram típicas daeducação a distância, enquanto a educação a distância está descobrindo que pode ensinar de forma menosindividualista, mantendo um equilíbrio entre a flexibilidade e a interação.

Acesse a notícia Lousa digital, carteiras eletrônicas e

animações em 3D: ferramentas da escola do futuro

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Alguns problemas na integração das tecnologias na educação

A escola é uma instituição mais tradicional que inovadora.

A cultura escolar tem resistido bravamente às mudanças. Os modelos de ensino focados no professorcontinuam predominando, apesar dos avanços teóricos em busca de mudanças do foco do ensino para o deaprendizagem. Tudo isto nos mostra que não será fácil mudar esta cultura escolar tradicional, que as

inovações serão mais lentas, que muitas instituições reproduzirão no virtual o modelo

centralizador no conteúdo e no professor do ensino presencial.

Com os processos convencionais de ensino e com a atual dispersão da atenção da vida urbana, fica muitodifícil a autonomia, a organização pessoal, indispensáveis para os processos de aprendizagem à distância.

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Sem organização, o aluno poderá deixar passar o tempo adequado para realizar as atividades, participardas discussões, enfim em acompanhar o ritmo de um curso. Isso atrapalhará sua motivação, sua própriaaprendizagem e a do grupo, o que criará tensão ou indiferença. Alunos assim, aos poucos, poderão deixarde participar, de produzir e muitos terão dificuldade de retomar a motivação, o entusiasmo pelo cursodesenvolvido a distância. No presencial, uma conversa dos colegas mais próximos ou do professor poderáajudar a que queiram voltar a participar do curso. A distância será possível, mas não fácil.

Os alunos estão prontos para a multimídia, os professores, em geral, não. Os professores sentem cada vezmais o descompasso no domínio das tecnologias e, em geral, tentam segurar o máximo que podem,fazendo pequenas concessões, sem mudar o essencial. Creio que muitos professores têm receio de revelarsua dificuldade diante do aluno. Por isso e pelo hábito mantêm uma estrutura repressiva, controladora,repetidora.

Os professores percebem que precisam mudar, mas não sabem bem como fazê-lo e não estão preparadospara experimentar com segurança. Muitas instituições também exigem mudanças dos professores sem dar-lhes condições para que eles as efetuem. Freqüentemente algumas organizações introduzem computadores,conectam as escolas com a Internet e esperam que só isso melhore os problemas do ensino. Osadministradores se frustram ao ver que tanto esforço e dinheiro empatados não se traduzem em mudançassignificativas nas aulas e nas atitudes do corpo docente.

A maior parte dos cursos presenciais e on-line continua focada no conteúdo, na informação, no professor,no aluno individualmente e na interação com o professor/tutor. Convém que os cursos hoje - principalmenteos de formação - sejam focados na construção do conhecimento e na interação; no equilíbrio entre oindividual e o grupal, entre conteúdo e interação (aprendizagem cooperativa), um conteúdo em partepreparado e em parte construído ao longo do curso.

É difícil manter a motivação no presencial e muito mais no virtual, se não envolvermos os alunos emprocessos participativos, afetivos, que inspirem confiança. Os cursos, que se limitam à transmissão deinformação, de conteúdo, mesmo que estejam brilhantemente produzidos, correm o risco da desmotivaçãoa longo prazo e, principalmente, de que a aprendizagem seja só teórica, insuficiente para dar conta darelação teoria/prática. Em sala de aula, se estivermos atentos, podemos mais facilmente obter feedbackdos problemas que acontecem e procurar dialogar ou encontrar novas estratégias pedagógicas. No virtual,o aluno está mais distante, normalmente só acessível por e-mail, que é frio, não imediato, ou por umtelefonema eventual, que embora seja uma forma de comunicação, num curso a distância encarece o custofinal.

Mesmo com tecnologias de ponta, ainda temos grandes dificuldades no gerenciamento emocional, tanto nopessoal como no organizacional, o que dificulta o aprendizado rápido. As mudanças na educação dependem,mais do que das novas tecnologias, de termos educadores, gestores e alunos maduros intelectual,emocional e eticamente; pessoas curiosas, entusiasmadas, abertas, que saibam motivar e dialogar;pessoas com as quais valha a pena entrar em contato, porque dele saímos enriquecidos. São poucos oseducadores que integram teoria e prática e que aproximam o pensar do viver.

Os educadores marcantes atraem não só pelas suas idéias, mas pelo contato pessoal. Transmitem bondadee competência, tanto no plano pessoal, familiar como no social, dentro e fora da aula, no presencial ou novirtual. Há sempre algo surpreendente, diferente no que diz, nas relações que estabelecem, na sua formade olhar, na forma de comunicar-se, de agir. E eles, numa sociedade cada vez mais complexa e virtual, setornarão referências necessárias.

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A esperança dos educadores no sentido de criarem práticaseducativas mais condizentes com o mundo em que vivem osalunos de hoje continua a persistir e a se evidenciar nas escolase principalmente nos cursos de formação continuada a que elesacorrem em busca de soluções para o desinteresse dosestudantes e o mal-estar criado nos espaços escolares. Não bastaolhar para os problemas! É importante analisá-los e sair embusca de alternativas para superá-los.

- Será a integração de mídias uma alternativa viável parasuperar parte desses problemas?- Em que aspectos a integração de mídias poderá contribuir?- Quais mídias estão disponíveis hoje na realidade das escolaspúblicas?- O que podemos fazer para despertar a motivação de nossosalunos com os recursos midiáticos disponíveis?

Acesse a notícia Softwares on-line tornam as aulas mais

dinâmicas.

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Perspectivas para integração de mídias na educação

O uso em educação de diferentes meios de informação como livros, revistas, histórias em quadrinhos,jornais, publicações na Internet, contato por e-mail, software de referência, programas televisivos, rádio,celular, pressupõe compreender os elementos constituintes de suas linguagens e códigos e analisar asimplicações das mediações que propicia à formação dos sujeitos e ao processo educativo.

Para atuar nesta perspectiva o professor precisa estar preparado para compatibilizar formas de

diálogos e mediatizações entre as mídias, orientando o seu uso de forma significativa e

adequada ao contexto da sala de aula e à realidade da escola. Como?

Fazendo escolhas com critérios e tomando decisões que possam atender às necessidades e interesses dosalunos, contemplando os conteúdos curriculares na realização de atividades voltadas à aprendizagem comsentido e mobilizadoras do seu potencial cognitivo, afetivo e criativo, ao desenvolvimento de cidadãos,leitores críticos da palavra e do mundo, autores de suas histórias.

Uma das estratégias para viabilizar a integração de mídias naperspectiva da aprendizagem ativa é a pedagogia de projetos,por meio da qual o aluno aprende fazendo, pesquisando,

aplicando conceitos e desenvolvendo estratégias de

aprendizagem.

Pedagogia de projetos e integração de mídias

Texto de Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida e Maria Elisabette Brisola Brito Prado

O trabalho por projetos viabiliza a integração das mídias e de conteúdos de diferentes áreas doconhecimento, bem como o trabalho em grupo, que favorece o desenvolvimento de competências, as quaisse tornam cada vez mais necessárias na sociedade atual. Nessa forma de aprender contextualizada, abertapara novas relações entre os diversos conceitos, numa situação de grupo em que as interações seintensificam e se comprometem em termos de aprender e ensinar um com o outro, o papel do professor,sem dúvida, precisa ser reconstruído.

Nesta situação de aprendizagem, o professor precisa observar e analisar o desenvolvimento do aluno parafazer a mediação pedagógica, orientando, instigando e criando condições para que os alunos possamarticular e formalizar os conceitos utilizados na realização do projeto.

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A série do Salto para o Futuro, Pedagogia de Projetos e integração demídias, que foi ao ar no ano de 2004, apresentou cinco programas sobreo tema e traz vários artigos disponíveis em Boletins 2004, no site: http:/

/www.tvebrasil.com.br/salto

Não deixe de ler!

Como acessar:

• Acesse o site: http://www.tvebrasil.com.br/salto

• Clique na opção ACESSE O BOLETIM (http://www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2003/ppm/index.htm) nomenu lateral

• Localize o link Para acessar os boletins das séries já

veiculadas pelo Salto:

• Clique no ano 2004 para acessar os Boletins

Navegue e explore as séries

Pedagogia de Projetos: fundamentos e implicações

Texto de Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida e Maria Elisabette Brisola Brito Prado

Atualmente, uma das temáticas que vem sendo discutida no cenário educacional é o trabalho por

projetos.

Mas que projeto?

• O projeto político-pedagógico da escola?

• O projeto de sala de aula?

• O projeto do professor? O projeto dos alunos?

• O projeto de informática?

• O projeto da TV Escola? O projeto da biblioteca?

Essa diversidade de projetos que circula freqüentemente no âmbito do sistema de ensino, muitas vezes,deixa o professor preocupado para saber como situar a sua prática pedagógica em termos de propiciar aosalunos uma nova forma de aprender integrando as diferentes mídias nas atividades do espaço escolar.

Existem, em cada uma dessas instâncias do projeto, propostas e trabalhos interessantes; a questão é comoconceber e tratar a articulação entre as instâncias do projeto, para que de fato seja reconstruída na escolauma nova forma de ensinar, integrando as diversas mídias e conteúdos curriculares numa perspectiva deaprendizagem construcionista . Na pedagogia de projetos, o aluno aprende no processo de

produzir, de levantar dúvidas, de pesquisar e de criar relações, que incentivam novas buscas,

descobertas, compreensões e reconstruções de conhecimento.

E, portanto, o papel do professor deixa de ser aquele de ensinar por meio da transmissão de informações -que tem como centro do processo a atuação do professor-, para criar situações de aprendizagem cujo

foco incide sobre as relações que se estabelecem neste processo, cabendo ao professor realizar asmediações necessárias para que o aluno encontre sentido naquilo que está aprendendo.

O fato de a pedagogia de projetos não ser um método para ser aplicado no contexto da escola

dá ao professor uma liberdade de ação que habitualmente não acontece no seu cotidiano

escolar.

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Essa situação pode provocar um desconforto, pois seus referenciais norteadores do desenvolvimento daprática pedagógica não se encaixam nessa perspectiva de trabalho. Assim, surgem entre os professoresvários tipos de questionamentos que representam uma forma interessante na busca de novos caminhos.Mas, se o trabalho por projetos for visto tanto pelo professor como pela direção da escola como umacamisa-de-força, isto pode paralisar as ações pedagógicas e o seu processo de reconstrução.

Prática pedagógica e formação de professores com projetos: articulação entreconhecimentos, tecnologias e mídias

Texto de Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida

Para compreender as contribuições ao ensino e à aprendizagem, propiciada pela prática pedagógica comprojetos, com o uso de tecnologias, é importante considerar três aspectos fundamentais:

• A explicitação daquilo que se deseja atingir com o projeto e às ações que se pretenderealizar - o registro de intenções, processos em realização e produções.

• A integração das tecnologias e mídias, explorando suas características constitutivas, de modoa incorporá-las ao desenvolvimento de ações para agregar efetivos avanços.

• Os conceitos relacionados com distintas áreas de conhecimento , que são mobilizados noprojeto para produzir novos conhecimentos relacionados com a problemática em estudo.

Essa prática pedagógica é uma forma de conceber educação que envolve o aluno, o professor, astecnologias disponíveis, a escola e seu entorno e todas as interações que se estabelecem nesse ambiente,denominado ambiente de aprendizagem.

Tudo isso implica um processo de investigação, representação, reflexão, descoberta e

construção do conhecimento, no qual as mídias a utilizar são selecionadas segundo os objetivos daatividade.

No entanto, caso o professor não conheça as características, potencialidades e limitações das tecnologias emídias, ele poderá desperdiçar a oportunidade de favorecer um desenvolvimento mais poderoso do aluno.Isto porque para questionar o aluno, desafiá-lo e instigá-lo a buscar construir e reconstruir conhecimentocom o uso articulado de tecnologias, o professor precisa saber quais mídias são tratadas por essas

tecnologias e o que elas oferecem em termos de suas principais ferramentas, funções e

estruturas.

Evidencia-se, portanto, a importância da atuação do professor e respectivas competências em relação àmobilização e emprego das mídias, subsidiado por teorias educacionais que lhe permitam identificar em queatividades essas mídias têm maior potencial e são mais adequadas. Para que o professor possa desenvolvertais competências, é preciso que ele esteja engajado em programas de formação, participando decomunidades de aprendizagem e produção de conhecimento.

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Diante das leituras e reflexões anteriores, reflita sobre as seguintes questões:

- Como situar a prática pedagógica para propiciar aos alunos uma nova forma deaprender integrando as diferentes mídias nas atividades do espaço escolar?Exemplifique com uma situação concreta.

- Que novos questionamentos podem ser levantados em relação às práticassugeridas de integração de mídias na prática pedagógica?

- Que aspectos se sobressaem como necessários ao aprofundamento dacompreensão sobre a integração de mídias na prática pedagógica?

- Como fica a atuação do professor diante do fato que novas tecnologias, mídias elinguagens continuarão surgindo?

Para saber mais sobre exemplos de práticas com projetosdesenvolvidos na integração de mídias, consulte o textoPrática e formação de professores na integração de

mídias de Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida, BoletimSalto para o Futuro, 2003, publicado no site do Portal do

Professor (http://portaldoprofessor.mec.gov.br/link.linkFilter.action?ufId=RJ&categoryId=6&start=0&limit=12).

Link direto: http://www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2003/ppm/tetxt5.htm

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Síntese

O professor do futuro próximo

Texto de José Manuel Moran

Como será o professor do futuro?

Vejo o professor do futuro como alguém que poderá estar vinculado a uma instituição predominantemente,mas não exclusivamente. Participará de inúmeros momentos de cursos em outras organizações, deorientação de pesquisas em diferentes lugares e níveis. Desde qualquer lugar poderá conectar-se com seusalunos, vê-los e falar com eles. Haverá programas que facilitem a gestão de grupos grandes e de gruposmenores a distância. As conexões serão com fio e sem fio. Poderá entrar em contato com seus alunosdurante uma viagem de avião, na praia ou de outro país.

O professor será multitarefa, orientará muitos grupos de alunos, dará consultoria a empresas, treinamentoe capacitações on-line, alternando esses momentos com aulas, orientações de grupos, desenvolvimento depesquisas com colegas de outras instituições. A ciência será cada vez mais compartilhada edesterritorializada. Os pesquisadores não precisarão morar perto, o importante é que saibam trabalharjuntos virtualmente, que saibam cooperar a distância, que tenham espírito cooperativo mais do quecompetitivo. Em determinadas áreas do conhecimento, como em exatas ou biológicas, nas quais os projetosdependem de experimentação física e laboratorial, haverá maior necessidade de contato, de trocar maisinformações estando juntos do que em outras áreas, como em humanas, nas quais a flexibilidade espaço-temporal será maior.

O professor está começando a aprender a trabalhar em situações muito diferentes: com poucos e muitosalunos, com mais ou menos encontros presenciais, com um processo personalizado (professor autor-gestor)ou mais despersonalizado (separação entre o autor e o gestor de aprendizagem). Quanto mais situaçõesdiferentes experimentar, estará mais bem preparado para vivenciar diferentes papéis, metodologias,projetos pedagógicos, muitos ainda em fase de experimentação.

Quanto menor for a criança mais tempo permanecerá junto às outras fisicamente para aprender a conviver,a interagir, a viver em grupo. O acesso virtual nas crianças será complementar. À medida que a criança forcrescendo, porém, aumentará também o grau de virtualização audiovisual da aprendizagem. Na faseadulta, o predomínio do audiovisual virtual será muito mais forte. Não deixaremos nosso trabalho paraestudar ou para ensinar, a não ser em momentos iniciais para conhecer-nos e nos finais para avaliar oprocesso. Os Congressos terão forte componente de comunicação virtual. Mas nada impede que as pessoasviajem fisicamente até o local para conhecer lugares, pessoas, conviver. Em muitos casos a participaçãoserá on-line, a distância, conectados audiovisualmente.

- Quem é o professor do futuro? Quais questões ele terá consigo?- Quais serão as preocupações do professor do futuro?- Quais serão suas competências?- Como será a formação do professor diante do fato que novastecnologias, mídias e linguagens continuarão surgindo?- Podemos continuar a estudar da forma como o fizemos nesteMódulo? Será este o prenúncio de uma nova prática de formaçãocontinuada?

Transcrição do áudio do vídeo

Ensinar e aprender são processos complexos, que exigemmuito empenho dos professores para incorporar tecnologias emídias aos processos educacionais.

Durante este Módulo Introdutório tivemos a oportunidade devivenciar diversas situações de integração de mídias aosprocessos de ensinar e aprender.

Agora, professores, é com vocês, mãos à obra!

Continuem suas práticas inovadoras.