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LEI Nº 1825, DE 20/12/2017. Dispõe sobre o Sistema Único de Assistência Social do Município de Arroio Trinta, e dá outras providências. CLAUDIO SPRICIGO, Prefeito Municipal de Arroio Trinta, faço saber a todos os Munícipes que Câmara de Vereadores aprovou e eu sanciono a seguinte Lei: CAPÍTULO I DAS DEFINIÇÕES E DOS OBJETIVOS Art. 1º A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é Política de Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento às necessidades básicas. Art. 2º A Política de Assistência Social do Município de ARROIO TRINTA tem por objetivos: I - a proteção social, que visa à garantia da vida, à redução de danos e à prevenção da incidência de riscos, especialmente: a) a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; b) O amparo às crianças e aos adolescentes carentes; c) A promoção da integração ao mercado de trabalho; d) A habilitação e reabilitação das pessoas com deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária e social. II - a vigilância soco assistencial, que visa a analisar territorialmente a capacidade protetiva das famílias e nela a ocorrência de vulnerabilidades, de ameaças, de vitimizações e danos;

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Page 1: Microsoft Word - PROJETO DE LEI Nᄎ XX SUAS  · Web view- universalidade: todos têm direito à proteção soco assistencial, prestada a quem dela necessitar, com respeito à dignidade

LEI Nº 1825, DE 20/12/2017.

Dispõe sobre o Sistema Único de Assistência Social do Município de Arroio Trinta, e dá outras providências.

CLAUDIO SPRICIGO, Prefeito Municipal de Arroio Trinta, faço saber a todos os Munícipes que Câmara de Vereadores aprovou e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I

DAS DEFINIÇÕES E DOS OBJETIVOS

Art. 1º A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é Política de Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento às necessidades básicas.

Art. 2º A Política de Assistência Social do Município de ARROIO TRINTA tem por objetivos:

I - a proteção social, que visa à garantia da vida, à redução de danos e à prevenção da incidência de riscos, especialmente:

a) a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à

velhice; b) O amparo às crianças e aos adolescentes carentes; c) A promoção da integração ao mercado de trabalho; d) A habilitação e reabilitação das pessoas com deficiência e a promoção de sua

integração à vida comunitária e social.

II - a vigilância soco assistencial, que visa a analisar territorialmente a capacidade protetiva das famílias e nela a ocorrência de vulnerabilidades, de ameaças, de vitimizações e danos;

III - a defesa de direitos, que visa a garantir o pleno acesso aos direitos no conjunto das provisões Soco assistenciais;

IV - participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no controle de ações em todos os níveis;

V - primazia da responsabilidade do ente político na condução da Política de Assistência Social em cada esfera de governo; e

VI - centralidade na família para concepção e implementação dos benefícios, serviços, programas e projetos, tendo como base o território.

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Parágrafo único. Para o enfrentamento da pobreza, a assistência social realiza-se de forma integrada às políticas setoriais visando universalizar a proteção social e atender às contingências sociais.

CAPÍTULO II DOS PRINCÍPIOS E DIRETRIZES

Seção I

DOS PRINCÍPIOS

Art. 3º A política pública de assistência social rege-se pelos seguintes princípios:

I - universalidade: todos têm direito à proteção soco assistencial, prestada a quem dela necessitar, com respeito à dignidade e à autonomia do cidadão, sem discriminação de qualquer espécie ou comprovação vexatória da sua condição;

II - gratuidade: a assistência social deve ser prestada sem exigência de contribuição ou contrapartida, observado o que dispõe o art. 35, da Lei Federal nº 10.741, de 1º de outubro de 2003 - Estatuto do Idoso;

III - integralidade da proteção social: oferta das provisões em sua completude, por meio de conjunto articulado de serviços, programas, projetos e benefícios soco assistenciais;

IV - intersetorialidade: integração e articulação da rede socioassistencial com as demais políticas e órgãos setoriais de defesa de direitos e Sistema de Justiça;

V - equidade: respeito às diversidades regionais, culturais, socioeconômicas, políticas e territoriais, priorizando aqueles que estiverem em situação de vulnerabilidade e risco pessoal e social.

VI - supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre as exigências de rentabilidade econômica; VII - universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da ação assistencial alcançável pelas demais políticas públicas;

VIII - respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios e serviços de qualidade, bem como à convivência familiar e comunitária, vedando-se qualquer comprovação vexatória de necessidade;

IX - igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem discriminação de qualquer natureza, garantindo-se equivalência às populações urbanas e rurais;

X - divulgação ampla dos benefícios, serviços, programas e projetos sócio assistenciais, bem como dos recursos oferecidos pelo Poder Público e dos critérios para sua concessão.

Seção II DAS DIRETRIZES

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Art. 4º A organização da assistência social no Município observará as seguintes

diretrizes: I - primazia da responsabilidade do Estado na condução da política de assistência social em cada esfera de governo

II - descentralização político-administrativa e comando único em cada esfera de gestão; III - cofinanciamento partilhado dos entes federados; IV - matricialidade sócio familiar;(PNAS BRASIL 2004); V- territorialização;

VI- fortalecimento da relação democrática entre Estado e sociedade civil;

VII- participação popular e controle social, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis;

CAPÍTULO III

DA GESTÃO E ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – SUAS NO MUNICÍPIO DE ARROIO TRINTA.

Seção I

DA GESTÃO

Art. 5º A gestão das ações na área de assistência social é organizada sob a forma de sistema descentralizado e participativo, denominado Sistema Único de Assistência Social – SUAS, conforme estabelece a Lei Federal nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, cujas normas gerais e coordenação são de competência da União.

Parágrafo único. O Suas é integrado pelos entes federativos, pelos respectivos conselhos de assistência social e pelas entidades e organizações de assistência social abrangida pela Lei Federal nº 8.742, de 1993.

Art. 6º O Município de ARROIO TRINTA atuará de forma articulada com as esferas federal e estadual, observadas as normas gerais do SUAS, cabendo lhe coordenar e executar os serviços, programas, projetos, benefícios sócio assistenciais em seu âmbito.

Art. 7º O órgão gestor da política de assistência social no Município de ARROIO TRINTA é a Secretaria Municipal de Assistência Social.

Art. 8º A Gestão do Sistema Único de Assistência Social municipal se estrutura

pelas seguintes áreas: I - Proteção Social Básica;

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II - Proteção Social Especial de Média Complexidade; III - Proteção Social Especial de Alta Complexidade;

IV - Vigilância Sócio assistencial e Planejamento - Cadastro Único e Programa Bolsa Família, monitoramento e avaliação, indicadores sociais e gerenciamento dos sistemas de informação;

V - Gestão Administrativa e Financeira - FMAS, Recursos Humanos, gerência administrativa de compras, logística e entidades conveniadas; VI - Secretaria Executiva do Conselho Municipal de Assistência Social.

Seção II

DA ORGANIZAÇÃO

Art. 9º O Sistema Único de Assistência Social no âmbito do Município de ARROIO TRINTA organiza-se pelos seguintes tipos de proteção:

I - proteção social básica: conjunto de serviços, programas, projetos e benefícios da assistência social que visa a prevenir situações de vulnerabilidade e risco social, por meio de aquisições e do desenvolvimento de potencialidades e do fortalecimento de vínculos familiares e comunitários;

II - proteção social especial: conjunto de serviços, programas e projetos que tem por objetivo contribuir para a reconstrução de vínculos familiares e comunitários, a defesa de direito, o fortalecimento das potencialidades e aquisições e a proteção de famílias e indivíduos para o enfrentamento das situações de violação de direitos.

Art. 10. A proteção social básica compõe-se precipuamente dos seguintes serviços

socioassistenciais, nos termos da Tipificação Nacional dos Serviços Sócio assistenciais, sem prejuízo de outros que vierem a ser instituídos:

I - Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família – PAIF; II - Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos - SCFV; III - Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio para Pessoas com

Deficiência e Idosas; Parágrafo único. O PAIF deve ser ofertado exclusivamente no Centro de Referência

de Assistência Social - CRAS. Art. 11. A proteção social especial ofertará precipuamente os seguintes serviços

sócio assistenciais, nos termos da Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais, sem prejuízo de outros que vierem a ser instituídos:

I – proteção social especial de média complexidade:

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a) Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos - PAEFI;

b) Serviço Especializado de Abordagem Social; c) Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida e de Prestação de Serviços à Comunidade; d) Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiência, Idosas e suas Famílias;

e) Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua;

II – proteção social especial de alta complexidade: a) Serviço de Acolhimento Institucional;

b) Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora; c) Serviço de Proteção em Situações de Calamidades Públicas e de Emergências. §1º. O PAEFI deve ser ofertado exclusivamente no Centro de Referência

Especializado de Assistência Social - CREAS. §2º. Os Abrigos ou Unidades de Acolhimento pertencentes ao serviço da proteção

social especial de alta complexidade devem funcionar 24 (vinte e quatro) horas por dia, sem interrupção dos serviços.

Art.12. As proteções sociais básica e especial serão ofertadas pela rede sócio assistencial, de forma integrada, diretamente pelos entes públicos ou pelas entidades e organizações de assistência social vinculadas ao SUAS, respeitadas as especificidades de cada serviço, programa ou projeto sócio assistencial.

§1º. Considera-se rede sócio assistencial o conjunto integrado da oferta de serviços,

programas, projetos e benefícios de assistência social mediante a articulação entre todas as unidades do SUAS.

§2º. A vinculação ao Suas é o reconhecimento pela União, em colaboração com

Município, de que a entidade de assistência social integra a rede sócio assistencial.

Art. 13. As proteções sociais, básica e especial, serão ofertadas precipuamente no Centro de Referência de Assistência Social –CRAS e no Centro de Referência Especializado de Assistência Social - CREAS, respectivamente, e pelos demais serviços tipificados no âmbito da política de assistência social governamentais ou não governamentais.

§1º. O CRAS é a unidade pública municipal, de base territorial, localizada em áreas

com maiores índices de vulnerabilidade e risco social, destinada à articulação dos serviços sócio assistenciais no seu território de abrangência e à prestação de serviços, programas e projetos sócio assistenciais de proteção social básica às famílias.

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§2º. O CREAS é a unidade pública de abrangência e gestão municipal, estadual ou regional, destinada à prestação de serviços a indivíduos e famílias que se encontram em situação de risco pessoal ou social, por violação de direitos ou contingência, que demandam intervenções especializadas da proteção social especial.

§3º. Os CRAS e os CREAS são unidades públicas estatais instituídas no âmbito do

Suas, que possuem interface com as demais políticas públicas e articulam, coordenam e ofertam os serviços, programas, projetos e benefícios da assistência social.

Art. 14. A implantação de novos equipamentos e outros serviços dar-se-ão mediante

a identificação de demanda social respaldada por diagnóstico social, com observância da legislação no âmbito do Estado Brasileiro, devendo observar as diretrizes da: I - territorialização: oferta capilar de serviços baseada na lógica da proximidade do cotidiano de vida do cidadão e com o intuito de desenvolver seu caráter preventivo e educativo nos territórios de maior vulnerabilidade e risco social;

II - universalização: a fim de que a proteção social básica seja prestada na totalidade dos territórios do município;

III - regionalização: prestação de serviços sócio assistenciais de proteção social especial cujos custos ou ausência de demanda municipal justifiquem rede regional e desconcentrada de serviços no âmbito do Estado.

§1º. Caberá a gestão municipal em conjunto com o Conselho Municipal de Assistência Social decidir sobre a implantação de novos equipamentos e serviços sócio assistenciais, cuja deliberação deverá ser ratificada por ato próprio do Prefeito Municipal.

§2º. Ficará a cargo gestão local coordenar os estudos, levantamento de demanda e o

impacto orçamentário que este novo equipamento trará ao município, podendo implantar novos equipamentos ou criar equipes volantes sempre que estes se fizerem essenciais para garantir o bom atendimento da população.

§3º. A implantação de novos serviços está condicionada a organização prévia de

instrumento normativo.

Art. 15. As instalações das unidades públicas estatais de assistência social devem ser compatíveis com os serviços neles ofertados, com espaços para trabalhos em grupo e ambientes específicos para recepção e atendimento reservado das famílias e indivíduos, assegurada a acessibilidade às pessoas idosas e com deficiência.

Art. 16. As ofertas de serviços sócio assistenciais nas unidades públicas pressupõem a constituição de equipe de referência na forma da NOBRH/SUAS e demais normatizações.

Parágrafo único. O diagnóstico sócio territorial atualizado e os dados de Vigilância

Sócio assistencial são fundamentais para a definição da forma de oferta da proteção social básica e especial.

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Art. 17. A Vigilância Sócio assistencial é um dos instrumentos da gestão para auxiliar no planejamento e ações e das proteções da assistência social que através de dados organizados identifica e previne as situações de risco e vulnerabilidade social e seus agravos no território, além de realizar a vigilância dos padrões dos serviços executados.

Parágrafo único. A Vigilância Socioassistencial organiza-se a partir de dois eixos

que se articulam para produzir a visão de totalidade, a vigilância de risco e vulnerabilidades e a vigilância sobre os padrões dos serviços. A partir destes eixos articulam-se, de um lado, as informações relativas às demandas ou necessidade de proteção socioassistencial da população e, de outro lado, as características e distribuição da rede de proteção social instalada para a oferta de serviços e benefícios.

Art. 18. São seguranças afiançadas pelo SUAS:

I - acolhida: provida por meio da oferta pública de espaços e serviços para a

realização da proteção social básica e especial, devendo as instalações físicas e a ação profissional conter:

a) condições de recepção; b) escuta profissional qualificada; c) informação; d) referência; e) concessão de benefícios; f) aquisições materiais e sociais; g) abordagem em territórios de incidência de situações de risco; h) oferta de uma rede de serviços e de locais de permanência de

indivíduos e famílias sob curta, média e longa permanência.

II - renda: operada por meio da concessão de auxílios financeiros e da concessão de benefícios continuados, nos termos da lei, para cidadãos não incluídos no sistema contributivo de proteção social, que apresentem vulnerabilidades decorrentes do ciclo de vida e/ou incapacidade para a vida independente e para o trabalho, via transferência de renda dos três entes federados;

III - convívio ou vivência familiar, comunitária e social: exige a oferta pública de rede continuada de serviços que garantam oportunidades e ação profissional para:

a) a construção, restauração e o fortalecimento de laços de pertencimento, de natureza geracional, intergeracional, familiar, de vizinhança e interesses comuns e societários;

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b) o exercício capacitador e qualificador de vínculos sociais e de projetos pessoais e sociais de vida em sociedade.

IV - desenvolvimento de autonomia: exige ações profissionais e sociais para: a) o desenvolvimento de capacidades e habilidades para o exercício da participação social e cidadania;

b) a conquista de melhores graus de liberdade, respeito à dignidade humana,

protagonismo e certeza de proteção social para o cidadão, a família e a sociedade; c) conquista de maior grau de independência pessoal e qualidade, nos laços sociais, para os cidadãos sob contingências e vicissitudes.

V - apoio e auxílio: quando sob riscos circunstanciais, exige a oferta de auxílios em

bens materiais e em pecúnia, em caráter transitório, denominados de benefícios eventuais para as famílias, seus membros e indivíduos.

Seção III

DAS RESPONSABILIDADES

Art. 19. Compete ao Município de ARROIO TRINTA, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social:

I - destinar recursos financeiros para custeio dos benefícios eventuais de que trata o art. 22, da Lei Federal nº 8.742, de 1993 (LOAS), mediante critérios e prazos estabelecidos em Resolução emitida pelo Conselho Municipal de Assistência Social, podendo para tanto contar com cofinanciamento do Estado conforme plano de trabalho apresentado e aprovado anualmente; II - efetuar concessão do auxílio-natalidade e o auxílio-funeral; III – executar os projetos de enfrentamento da pobreza, incluindo a parceria com organizações da sociedade civil; IV - atender às ações socioassistenciais de caráter de emergência, conforme o Plano Municipal de Contingências em conjunto com a Defesa Civil; V - prestar os serviços socioassistenciais de que trata o art. 23, da Lei

Federal nº 8742, de7 de Dezembro de 1993, e a Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais;

VI - implantar:

a) a vigilância socioassistencial no âmbito municipal, visando ao planejamento e à oferta qualificada de serviços, benefícios, programas e projetos socioassistenciais;

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b) sistema de informação, acompanhamento, monitoramento e avaliação para promover o aprimoramento, qualificação e integração contínuos dos serviços da rede socioassistencial, conforme Pacto de Aprimoramento do SUAS e Plano de Assistência Social;

c) uma equipe técnica de proteção social básica na Gestão do SUAS para atender as famílias residentes em territórios sem cobertura de CRAS;

d) um Centro de Referência de Assistência Social - CRAS em área de maior concentração de famílias em situação de vulnerabilidade social, respeitando o disposto no art. 14 desta Lei;

VII - regulamentar:

a) e coordenara formulação e a implementação da Política Municipal de Assistência Social, em consonância com a Política Nacional de Assistência Social e com a Política Estadual de Assistência Social, observando as deliberações das conferências nacional, estadual e municipal de assistência social e as deliberações de competência do Conselho Municipal de Assistência Social;

b) os benefícios eventuais em consonância com as deliberações do Conselho Municipal de Assistência Social;

c) a utilização compulsória do Sistema de Informações Municipais para inserir, consultar, conceder benefícios eventuais, registrar atendimentos socioassistenciais, acolhimentos,

realizar acompanhamento familiar e individual, além de outras informações socioassistenciais, implementando um banco de dados municipais dos usuários da assistência social, sistematizando e integrando em tempo real todos os setores da assistência social e as entidades parceiras que prestam serviços para a assistência social, inclusive dando acesso ao Conselho Tutelar como parceiro e integrante da rede de proteção da criança e do adolescente;

VIII – cofinanciar:

a) o aprimoramento da gestão e dos serviços, programas e projetos de assistência social, em âmbito local;

b) em conjunto com a esfera federal e estadual, a Política Nacional de Educação Permanente, com base nos princípios da Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do SUAS - NOB-RH/SUAS, coordenando-a e executando-a em seu âmbito.

c) a Secretaria Executiva dos Conselhos Municipais de Assistência Social e da Habitação, utilizando para tal finalidade recursos próprios e os percentuais mínimos de 3% dos recursos do Índice de Gestão do Programa Bolsa Família do Governo Federal - IGD-M e 3% dos recursos do Índice de Gestão Descentralizada do SUAS - IGD-SUAS para cofinanciar despesas de custeio e investimento necessários para o bom funcionamento do Conselho Municipal de Assistência Social.

IX – realizar:

a) o monitoramento e a avaliação da política de assistência social em seu âmbito local, podendo para tal tarefa utilizar as ferramentas da vigilância socioassistencial e outros

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indicadores da realidade local, sempre com o auxílio e fiscalização do Conselho Municipal de Assistência Social;

b) a gestão local do Benefício de Prestação Continuada - BPC, e do Programa BPC na Escola, estabelecendo cooperação técnica junto ao INSS nos processos de pré-habilitação e busca ativa para novos beneficiários, além de garantir aos beneficiários e suas famílias o acesso aos serviços, programas e projetos da rede socioassistencial, promovendo o referenciamento e acompanhamento de suas famílias junto aos CRAS e sua inserção junto a outras políticas setoriais;

c) em conjunto com o Conselho Municipal de Assistência Social, os fóruns e as conferências municipais de assistência social.

X – gerir:

a) de forma integrada, os serviços, benefícios e programas de

transferência de renda de sua competência; b) o Fundo Municipal de Assistência Social; c) no âmbito municipal, o Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal e o Programa Bolsa Família, bem como os programas instituídos pela União em parceria com o município; d) no âmbito municipal, programas e projetos instituídos em parceria

com a sociedade civil organizada. XI – organizar: a) a oferta de serviços de forma territorializada, em áreas de maior vulnerabilidade e risco, de acordo com o diagnóstico socioterritorial; b) e monitorar a rede de serviços da proteção social básica e especial, articulando as ofertas; c) e coordenar o SUAS em seu âmbito, observando as deliberações e pactuações de suas respectivas instâncias, normatizando e regulando a política de assistência social em seu âmbito em consonância com as normas gerais da União. XII – elaborar:

a) a proposta orçamentária da assistência social no Município, assegurando recursos do tesouro municipal;

b) e submeter ao Conselho Municipal de Assistência Social, anualmente, a proposta orçamentária dos recursos do Fundo Municipal de Assistência Social - FMAS;

c) e cumprir o plano de providências, no caso de pendências e irregularidades do Município junto ao SUAS, aprovado pelo CMAS e pactuado na CIB;

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d) eexecutar o Pacto de Aprimoramento do SUAS, implementando-o em âmbito municipal; e

e) executar a política de recursos humanos, de acordo com a NOB/RH - SUAS;

f) Plano Municipal de Assistência Social,a partir das responsabilidades e de seu respectivo estágio no aprimoramento da gestão do SUAS e na qualificação dos serviços, conforme patamares e diretrizes pactuadas nas instância de pactuação e negociação do SUAS ;

g) e expedir os atos normativos necessários à gestão do FMAS, de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo conselho municipal de assistência social;

XIII- aprimorar os equipamentos e serviços socioassistenciais, observando os

indicadores de monitoramento e avaliação pactuados;

XIV – alimentar e manter atualizado: a) o Censo SUAS; b) o Sistema de Cadastro Nacional de Entidade de Assistência Social – SCNEAS de que trata o inciso XI do art. 19 da Lei Federal nº 8.742, de 1993; c) conjunto de aplicativos do Sistema de Informação do Sistema Único

de Assistência Social – Rede SUAS; XV – garantir:

a) a infraestrutura necessária ao funcionamento do respectivo conselho municipal de assistência social, garantindo recursos materiais, humanos e financeiros, inclusive com despesas referentes a passagens, traslados e diárias de conselheiros representantes do governo e da sociedade civil, quando estiverem no exercício de suas atribuições;

b) que a elaboração da peça orçamentária esteja de acordo com o Plano Plurianual, o Plano de Assistência Social e dos compromissos assumidos no Pacto de Aprimoramento do SUAS;

c) a integralidade da proteção socioassistencial à população, primando pela qualificação dos serviços do SUAS, exercendo essa responsabilidade de forma compartilhada entre a União, Estados, Distrito Federal e Municípios;

d) a capacitação para gestores, trabalhadores, dirigentes de entidades e organizações, usuários e conselheiros de assistência social, além de desenvolver, participar e apoiar a realização de estudos, pesquisas e diagnósticos relacionados à política de assistência social, em especial para fundamentar a análise de situações de vulnerabilidade e risco dos territórios e o equacionamento da oferta de serviços em conformidade com a tipificação nacional;

e) o comando único das ações do SUAS pelo órgão gestor da política

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de assistência social, conforme preconiza a LOAS; XVI - definir: a) os fluxos de referência e contrarreferência do atendimento nos serviços socioassistenciais, com respeito às diversidades em todas as suas formas; b) os indicadores necessários ao processo de acompanhamento, monitoramento e avaliação, observado a suas competências. XVII - implementar: a) os protocolos pactuados na CIT; b) a gestão do trabalho e a educação permanente. XVIII- promover: a) a integração da política municipal de assistência social com outros

sistemas públicos que fazem interface com o SUAS; b) articulação intersetorial do SUAS com as demais políticas públicas e Sistema de Garantia de Direitos e Sistema de Justiça;

c) a participação da sociedade, especialmente dos usuários, na

elaboração da política de assistência social;

XIX - assumir as atribuições, no que lhe couber, no processo de municipalização dos serviços de proteção social básica;

XX - participar dos mecanismos formais de cooperação intergovernamental que viabilizem técnica e financeiramente os serviços de referência regional, definindo as competências na gestão e no cofinanciamento, a serem pactuadas na CIB;

XXI - prestar informações que subsidiem o acompanhamento estadual e federal da gestão municipal;

XXII - zelar pela execução direta ou indireta dos recursos transferidos pela União e pelos estados ao Município, inclusive no que tange a prestação de contas;

XXIII - assessorar as entidades de assistência social visando à adequação dos seus serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais às normas do SUAS, viabilizando estratégias e mecanismos de organização para aferir o pertencimento à rede socioassistencial, em âmbito local, de serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais ofertados pelas entidades de assistência social de acordo com as normativas federais.

XXIV - acompanhar a execução de parcerias firmadas entre os municípios e as entidades de assistência social e promover a avaliação das prestações de contas;

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XXVI - normatizar, em âmbito local, o financiamento integral dos serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social ofertados pelas entidades vinculadas ao SUAS, conforme §3º do art. 6º B da Lei Federal nº 8.742, de 1993, e sua regulamentação em âmbito federal.

XXVII - aferir os padrões de qualidade de atendimento, a partir dos indicadores de acompanhamento definidos pelo respectivo conselho municipal de assistência social para a qualificação dos serviços e benefícios em consonância com as normas gerais;

XXVIII - encaminhar para apreciação do conselho municipal de assistência social os relatórios trimestrais e anuais de atividades e de execução físico-financeira a título de prestação de contas;

XXIX - compor as instâncias de pactuação e negociação do SUAS;

XXX - estimular a mobilização e organização dos usuários e trabalhadores do SUAS para a participação nas instâncias de controle social da política de assistência social;

XXXI - instituir o planejamento contínuo e participativo no âmbito da política de assistência social;

XXXII- dar publicidade ao dispêndio dos recursos públicos destinados à assistência

social; XXXIII - garantir o acesso dos usuários a ouvidoria municipal para que os mesmos

possam manifestar qualquer tipo de dúvida, reclamação ou solicitação de esclarecimentos sobre os serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais ofertados pelo município de ARROIO TRINTA.

Seção IVDO PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

Art. 20. O Plano Municipal de Assistência Social é um instrumento de planejamento

estratégico que contempla propostas para execução e o monitoramento da política de assistência social no âmbito do Município de ARROIO TRINTA.

§1º A elaboração do Plano Municipal de Assistência Social dar-se a cada 4

(quatro)anos, coincidindo com a elaboração do Plano Plurianual e contemplará: I - diagnóstico socioterritorial; II - objetivos gerais e específicos; III - diretrizes e prioridades deliberadas; IV - ações estratégicas para sua implementação; V - metas estabelecidas;

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VI - resultados e impactos esperados; VII - recursos materiais, humanos e financeiros disponíveis e necessários; VIII - mecanismos e fontes de financiamento; IX - indicadores de monitoramento e avaliação; e X - tempo de execução.

§2º O Plano Municipal de Assistência Social além do estabelecido no parágrafo

anterior deverá observar: I - as deliberações das conferências de assistência social; II – metas nacionais e estaduais pactuadas que expressam o compromisso para o aprimoramento do SUAS; III - ações articuladas e intersetoriais.

CAPÍTULO IV DAS INSTÂNCIAS DE ARTICULAÇÃO, PACTUAÇÃO E DELIBERAÇÃO DO SUAS

Seção I

DO CONSELHO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

Art. 21. O Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS do Município de ARROIO TRINTA é órgão superior de deliberação colegiada, de caráter permanente e composição paritária entre governo e sociedade civil, vinculado à Secretaria Municipal de Assistência Social cujos membros, nomeados pelo Prefeito, têm mandato de 2 (dois) anos, permitida única recondução por igual período.

Subseção I

DA COMPOSIÇÃO E DA ELEIÇÃO

Art. 22. O CMAS é composto por 12 (doze) membros e respectivos suplentes indicados de acordo com os critérios seguintes: I – 06 (seis) representantes governamentais, assegurada a participação dos órgãos executores das políticas sociais básicas, direitos humanos, finanças e planejamento.

II – 06 (seis) representantes de entidades não governamentais de âmbito municipal de promoção, proteção, defesa e controle social da política de assistência social, organizações e entidades de trabalhadores do setor e representantes de usuários.

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Art. 23. Quanto à escolha dos membros titulares e suplentes que compõem o CMAS:

I - os representantes governamentais e seus respectivos suplentes serão escolhidos no âmbito do órgão representativo e referendado pelo Poder Executivo Municipal.

II - os representantes das entidades não governamentais prestadoras de serviços na área, da categoria profissional e dos usuários, serão indicados pelas entidades.

§ 1º A eleição dos representantes das entidades não governamentais deverá ser

divulgada com antecedência de 05 (cinco) dias da sua realização, através da divulgação de edital público de eleição.

§ 2º Os Conselheiros do CMAS serão empossados pelo Prefeito Municipal, através

de Decreto Municipal, no prazo de 20 (vinte) dias após a composição do mesmo.

Subseção II DO FUNCIONAMENTO

Art. 24. O CMAS será presidido por um de seus integrantes, eleito dentre seus

membros, para mandato de 2 (dois) anos, permitida única recondução por igual período, observada a alternância entre representantes da sociedade civil e governo.

Parágrafo único – O vice-presidente e secretário serão eleitos entre seus membros

titulares, conforme previsão do regimento interno. Art. 25. CMAS contará com uma Secretaria Executiva, a qual terá sua estrutura

disciplinada em ato do Poder Executivo. Art. 26. O CMAS terá seu funcionamento regido por Regimento Interno próprio e

obedecendo as seguintes normas: I – plenário como órgão de deliberação máxima; II – as sessões plenárias serão realizadas ordinariamente a cada mês e extraordinariamente quando convocadas pelo Presidente ou por requerimento da maioria dos seus membros. Parágrafo único. O Regimento Interno definirá, também, o quórum mínimo para o

caráter deliberativo das reuniões do Plenário, para as questões de suplência e perda de mandato por faltas.

Art. 27. As atividades dos membros do CMAS reger-se-ão pelas disposições

seguintes:

I - a participação dos conselheiros no CMAS é de interesse público e relevante valor social e não será remunerada;

II – os conselheiros serão excluídos do CMAS e substituídos pelos respectivos suplentes em caso de faltas injustificadas a 3 (três) reuniões consecutivas ou 5 (cinco) intercaladas.

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III – os membros do CMAS poderão ser substituídos mediante solicitação, da entidade ou da autoridade responsável, apresentada ao Prefeito;

IV – cada membro do CMAS terá direito a um único voto na sessão plenária;

V – as deliberações do CMAS serão consubstanciadas em resoluções.

Art. 28. Todas as sessões serão públicas e precedidas de ampla divulgação. Parágrafo único – As resoluções, bem como os temas tratados em plenário de

diretoria e comissões, serão objeto de ampla e sistemática divulgação. Art. 29. O Departamento de Ação Social prestará apoio administrativo necessário ao

funcionamento do CMAS. Art. 30. Para melhor desempenho de suas funções, o CMAS poderá recorrer a

pessoas e entidades, mediante os seguintes critérios:

I - consideram-se colaboradores do CMAS, as instituições formadoras de recursos humanos para a assistência social e as entidades representativas de profissionais e usuários dos serviços de assistência social sem embargo de sua condição de membro;

II - poderão ser convidadas pessoas ou instituições de notória especialização para assessoria do CMAS em assuntos específicos;

III - poderão ser criadas comissões internas constituídas por entidades - membros do CMAS e outras instituições, para promover estudos e emitir pareceres a respeito de temas específicos.

Art. 31. O controle social do SUAS no Município efetiva-se por intermédio do

Conselho Municipal de Assistência Social - CMAS e das Conferências Municipais de Assistência Social, além de outros fóruns de discussão da sociedade civil.

Subseção III

DA COMPETÊNCIA

Art. 32. Compete ao Conselho Municipal de Assistência Social:

I - elaborar, aprovar seu regimento interno;

II - convocar as Conferências Municipais de Assistência Social e acompanhar a execução de suas deliberações;

III - aprovar a Política Municipal de Assistência Social, em consonância com as diretrizes das conferências de assistência social;

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IV - apreciar e aprovar a proposta orçamentária, em consonância com as diretrizes das conferências municipais e da Política Municipal de Assistência Social;

V - aprovar o Plano Municipal de Assistência Social, apresentado pelo órgão gestor da assistência social;

VI - aprovar o plano de capacitação, elaborado pelo órgão gestor;

VII- acompanhar o cumprimento das metas nacionais, estaduais e municipais do Pacto de Aprimoramento da Gestão do SUAS;

VIII- acompanhar, avaliar e fiscalizar a gestão do Programa Bolsa Família-PBF;

IX- normatizar as ações e regular a prestação de serviços de natureza pública e privada no campo da assistência social de âmbito local;

X- apreciar e aprovar informações da Secretaria Municipal de Assistência Social inseridas nos sistemas nacionais e estaduais de informação referentes ao planejamento do uso dos recursos de cofinanciamento e a prestação de contas;

XI- apreciar os dados e informações inseridas pela Secretaria Municipal de Assistência Social, unidades públicas e privadas da assistência social, nos sistemas nacionais e estaduais de coleta de dados e informações sobre o sistema municipal de assistência social;

XII- alimentar os sistemas nacionais e estaduais de coleta de dados e informações sobre os Conselhos Municipais de Assistência Social;

XIII- zelar pela efetivação do SUAS no Município;

XIV- zelar pela efetivação da participação da população na formulação da política e no controle da implementação;

XV- deliberar sobre as prioridades e metas de desenvolvimento do SUAS em seu âmbito de competência;

XVI- estabelecer critérios e prazos para concessão dos benefícios eventuais;

XVII- apreciar e aprovar a proposta orçamentária da assistência social a ser encaminhada pela Secretaria Municipal de Assistência Social em consonância com a Política Municipal de Assistência Social;

XVIII- acompanhar, avaliar e fiscalizar a gestão dos recursos, bem como os ganhos sociais e o desempenho dos serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais do SUAS; XIX- fiscalizar a gestão e execução dos recursos do Índice de Gestão Descentralizada do Programa Bolsa Família-IGD-PBF,e do Índice de Gestão Descentralizada do Sistema Único de Assistência Social -IGD-SUAS;

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XX- planejar e deliberar sobre a aplicação dos recursos IGD-PBF e IGD-SUAS destinados à atividades de apoio técnico e operacional ao CMAS;

XXI - participar da elaboração do Plano Plurianual, da Lei de Diretrizes

Orçamentárias e da Lei Orçamentária Anual no que se refere à assistência social, bem como do planejamento e da aplicação dos recursos destinados às ações de assistência social,tanto dos recursos próprios quanto dos oriundos do Estado e da União, alocados FMAS;

XXII- aprovar o aceite da expansão dos serviços, programas e projetos socioassistenciais, objetos de cofinanciamento;

XXIII- orientar e fiscalizar o FMAS;

XXIV- divulgar, no Diário Oficial Municipal, ou em outro meio de comunicação, todas as suas decisões na forma de Resoluções, bem como as deliberações acercada execução orçamentária e financeira do FMAS e os respectivos pareceres emitidos. XXV- receber, apurar e dar o devido prosseguimento a denuncias;

XXVI- deliberar sobre as prioridades e metas de desenvolvimento do SUAS no âmbito do município;

XXVII-estabelecer articulação permanente com os demais conselhos de políticas públicas setoriais e conselhos de direitos.

XXVIII- realizar a inscrição das entidades e organização de assistência social;

XXIX- notificar fundamentadamente a entidade ou organização de assistência social no caso de indeferimento do requerimento de inscrição;

XXX- fiscalizar as entidades e organizações de assistência social;

XXXI- emitir resolução quanto às suas deliberações;

XXXII-registrar em ata as reuniões;

XXXIII- instituir comissões e convidar especialistas sempre que se fizerem necessários.

XXXIV - zelar pela boa e regular execução dos recursos repassados pelo FMAS

executados direta ou indiretamente, inclusive no que tange à prestação de contas; XXXV- avaliar e elaborar parecer sobre a prestação de contas dos recursos

repassados ao Município.

Art. 33. O CMAS deverá planejar suas ações de forma a garantir a consecução das suas atribuições e o exercício do controle social, primando pela efetividade e transparência das suas atividades.

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§1º O planejamento das ações do conselho deve orientar a construção do orçamento da gestão da assistência social para o apoio financeiro e técnico às funções do Conselho.

§2º O CMAS utilizará de ferramenta informatizada para o planejamento das

atividades do conselho, contendo as atividades, metas, cronograma de execução e prazos a fim de possibilitar a publicidade.

Seção IIDA CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

Art. 34. As Conferências Municipais de Assistência Social são instâncias periódicas

de debate, de formulação e de avaliação da política pública de assistência social e definição de diretrizes para o aprimoramento do SUAS, com a participação de representantes do governo e da sociedade civil.

Art. 35. As conferências municipais devem observar as seguintes diretrizes: I - divulgação ampla e prévia do documento convocatório, especificando objetivos, prazos, responsáveis, fonte de recursos e comissão organizadora; II - garantia da diversidade dos sujeitos participantes; III – estabelecimento de critérios e procedimentos para a designação dos delegados governamentais e para a escolha dos delegados da sociedade civil; IV - publicidade de seus resultados; V - determinação do modelo de acompanhamento de suas

deliberações; e VI - articulação com a conferência estadual e nacional de assistência social. Art. 36. A Conferência Municipal de Assistência Social será convocada

ordinariamente a cada quatro anos pelo Conselho Municipal de Assistência Social.

§1º Poderão ser convocadas Conferências de Assistência Social extraordinárias a cada 02 (dois) anos, conforme deliberação da maioria dos membros dos respectivos conselhos.

§2º Deverão ser realizadas etapas preparatórias às conferências, mediante a

convocação de pré-conferências, reuniões ampliadas do conselho ou audiências públicas, entre outras estratégias de ampliação da participação popular.

Seção III PARTICIPAÇÃO DOS USUÁRIOS

Art. 37. É condição fundamental para viabilizar o exercício do controle social e

garantir os direitos socioassistenciais o estímulo à participação e ao protagonismo dos usuários nos conselhos e conferências de assistência social.

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Art. 38. O estimulo à participação dos usuários pode se dar a partir de articulação

com movimentos sociais e populares e ainda a organização de diversos espaços tais como: fórum de debate, comissão de bairro, coletivo de usuários junto aos serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais.

Seção IV DA REPRESENTAÇÃO DO MUNICÍPIO NAS INSTÂNCIAS DE NEGOCIAÇÃO

E PACTUAÇÃO DO SUAS.

Art. 39. O Município é representado nas Comissões Intergestores Bipartite - CIB e Tripartite - CIT, instâncias de negociação e pactuação dos aspectos operacionais de gestão e organização do SUAS, respectivamente, em âmbito estadual e nacional, pelo Colegiado Estadual de Gestores Municipais de Assistência Social – COEGEMAS e pelo Colegiado Nacional de Gestores Municipais de Assistência Social - CONGEMAS.

Parágrafo único. O CONGEMAS e COEGEMAS constituem entidades sem fins

lucrativos que representam as secretarias municipais de assistência social, declarados de utilidade pública e de relevante função social, onerando o município quanto a sua associação a fim de garantir os direitos e deveres de associado.

CAPÍTULO V

DOS BENEFÍCIOS, DOS SERVIÇOS, DOS PROGRAMAS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL E DOS PROJETOS DE ENFRENTAMENTO DA POBREZA.

Seção I

Do Benefício de Prestação Continuada Art. 40. O Benefício de Prestação Continuada - BPC caracteriza-se por ser um

benefício ao cidadão brasileiro, cuja regulamentação é de competência da União, cabendo ao município via Secretaria Municipal de Assistência Social e Habitação, identificar entre os usuários da assistência social aqueles elegíveis ao benefício, realizar o acompanhamento familiar dos beneficiários que já conquistaram o direito ao recebimento do benefício, inserido os mesmos nas diversas políticas públicas municipais que garantam sua autonomia e melhores condições de vida.

Parágrafo único. Compete ao Município de Arroio Trinta na gestão do BPC:

I - realizar busca ativa na comunidade, orientando a população sobre seus direitos, critérios e procedimentos para acesso ao BPC;

II - encaminhar possíveis beneficiários ao INSS, auxiliando no processo de pré-habilitação e na identificação de possíveis beneficiários;

III - apoiar e acompanhar o processo de concessão do BPC, auxiliando com isenção de taxas e outros documentos que se façam necessários para concluir o pedido;

IV - organizar e distribuir junto aos CRAS do município listas territorializadas das famílias com beneficiários do BPC, favorecendo a inserção deste público prioritário no

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PAIF, cumprindo as metas mínimas estabelecidas segundo o Pacto de Aprimoramento de Gestão;

V - realizar o cadastramento dos beneficiários do BPC no Cadastro Único do Governo Federal, atingindo o percentual mínimo total de beneficiários do município cadastradas, conforme o Pacto de Aprimoramento de Gestão;

VI - articular com outros setores a inserção dos beneficiários do BPC nas diversas políticas públicas do município;

VII - participar do processo de revisão do BPC em conjunto com a agência local do INSS;

VIII - gerir o Programa BPC na Escola desenvolvendo ações intersetoriais, visando garantir o acesso e a permanência na escola de crianças e adolescentes com deficiência, de 0 a 18 anos, beneficiários do BPC, do Estado e do Município, tendo como principal diretriz a identificação das barreiras que impedem ou dificultam o acesso e a permanência de crianças e adolescentes com deficiência na escola e o desenvolvimento de ações envolvendo as Políticas de Educação, de Assistência Social, de Saúde e de Direitos Humanos, com vista à superação destas barreiras;

IX - garantir o acompanhamento dos beneficiários identificados como público do Programa BPC na Escola e suas famílias nos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS);

X - acompanhar e dar andamento as ações intersetoriais desenvolvidas pelo grupo gestor municipal do programa para superação dos diversos obstáculos de acesso e permanência na escola do público do Programa BPC na Escola.

Seção II

Do Cadastro Único Art. 41. O Cadastro único é um instrumento informatizado que identifica e

caracteriza as famílias do município, permite conhecer a realidade socioeconômica das famílias de baixa renda e traçar um mapa detalhado das vulnerabilidades sociais por território.

Art. 42. O Cadastro Único é o principal instrumento do Estado brasileiro para a

seleção e a inclusão de famílias de baixa renda em programas federais e municipais, sendo usado obrigatoriamente para a concessão de benefícios socioassistenciais instituídos nos âmbitos municipal, estadual e federal.

Parágrafo único. O Cadastro Único funciona como porta de entrada para as

famílias acessarem diversas políticas públicas, em especial a política de assistência social. Art. 43. A gestão Cadastro Único, e os programas sociais vinculados a

transferência de renda no âmbito municipal, é de competência da Secretaria Municipal de Assistência Social.

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Art. 44. O gestor municipal dos programas sócio assistenciais de transferência de renda e sua equipe têm as seguintes atribuições:

I - articulação com as áreas de educação, saúde - no acompanhamento das condicionalidades - e com a assistência social, no acompanhamento de famílias beneficiárias; II - gestão de benefícios; III - execução dos recursos financeiros (IGD-M); IV - acompanhamento e fiscalização das ações; V - fortalecimento do controle e da participação social. Art. 45. O cadastramento das famílias no Cadastro Único é função do município,

que deverá designar servidor do quadro efetivo e estável para gerir e coordenar este setor, devendo o mesmo ser designado por ato especifico do poder executivo.

Parágrafo único. Caberá a vigilância socioassistencial o planejamento,

monitoramento e fiscalização de todo o processo do Cadastro Único. Art. 46. Ao município caberá a alimentação e gerenciamento dos dados do

Cadastro Único, sendo estas informações processadas pelo governo que definirá o perfil das famílias e o coeficiente de pagamento para cada beneficiário.

Art. 47. O Governo Federal utilizando a base do Cadastro Único mede a

qualidade da gestão em âmbito municipal, gerando o Índice de Gestão Descentralizada (IGD-M) e, com base nele repassa recursos para apoiar as ações municipais conforme legislação em vigor.

Seção III DOS BENEFÍCIOS EVENTUAIS

Art. 48. Benefícios eventuais são provisões suplementares e provisórias prestadas

aos indivíduos e às famílias em virtude de nascimento, morte, situações de vulnerabilidade temporária e calamidade pública, na forma prevista na Lei federal nº 8.742, de 1993. (LOAS Art. 20 a 23)

Parágrafo único. Não se incluem na modalidade de benefícios eventuais da

assistência social as provisões relativas a programas, projetos, serviços e benefícios vinculados ao campo da saúde, da educação, da integração nacional, da habitação, da segurança alimentar e das demais políticas públicas setoriais.

Art. 49. Os benefícios eventuais integram organicamente as garantias do SUAS,

devendo sua prestação observar:

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I – não subordinação a contribuições prévias e vinculação a quaisquer contrapartidas; II – desvinculação de comprovações complexas e vexatórias, que estigmatizam os beneficiários; III – garantia de qualidade e prontidão na concessão dos benefícios; IV – garantia de igualdade de condições no acesso às informações e à fruição dos benefícios eventuais; V – ampla divulgação dos critérios para a sua concessão; VI – integração da oferta com os serviços socioassistenciais.

Art. 50. Os benefícios eventuais podem ser prestados na forma de pecúnia, bens

de consumo ou prestação de serviços. Art. 51. Os benefícios eventuais destinam-se aos cidadãos e às famílias com

impossibilidade de arcar por conta própria com o enfrentamento de contingências sociais, cuja ocorrência provoca riscos e fragiliza a manutenção do indivíduo, a unidade da família e a sobrevivência de seus membros.

§1º Terão prioridade na concessão dos benefícios eventuais a criança, a família, o

idoso, a pessoa com deficiência, a gestante, a nutriz e pessoas afetadas por situação de emergência e de calamidade pública.

§ 2º As contingências sociais são situações que podem deixar as famílias e

indivíduos em situações de vulnerabilidade, tais como acidentes, mortes, desempregos, enfermidades, calamidades, situações de emergência, entre outros.

Art. 52. Os benefícios eventuais são destinados a todos que deles necessitarem

com vistas ao atendimento das necessidades humanas básicas. Art. 53. O público alvo para acesso aos benefícios eventuais deverá ser

identificado pelo Município a partir de estudos da realidade social e diagnóstico elaborado, podendo utilizar-se de informações disponibilizadas pela Vigilância Socioassistencial, com vistas a orientar o planejamento da oferta.

Seção IVDA PRESTAÇÃO DE BENEFÍCIOS EVENTUAIS

Art. 54. Os benefícios eventuais devem ser prestados em virtude de nascimento,

morte, vulnerabilidade temporária e calamidade pública, observadas as contingências de riscos, perdas e danos a que estão sujeitos os indivíduos e famílias.

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Parágrafo único. Os critérios e prazos para prestação dos benefícios eventuais devem ser estabelecidos por meio de Resolução do Conselho Municipal de Assistência Social, conforme prevê o art. 22, §1º, da Lei Federal nº 8.742, de 1993.

Art. 55. São espécies de benefícios eventuais: I - auxílio natalidade; II - auxílio funeral; III - auxílio vulnerabilidade temporária; IV - auxílio calamidade pública.

Subseção IDO AUXÍLIO NATALIDADE

Art. 56. O auxílio natalidade no município de ARROIO TRINTA constitui-se em

uma prestação temporária, não contributiva da Assistência Social, a ser ofertado em pecúnia ou bens de consumo, ou em ambas as formas, conforme necessidade do requerente e disponibilidade da administração pública, para reduzir vulnerabilidade provocada por nascimento de membro da família.

§1º O valor do auxílio natalidade na forma pecuniária deverá ser no valor de um

salário mínimo nacional vigente. §2º Os bens de consumo consistem no enxoval do recém nascido, incluindo itens

de vestuário, utensílios para alimentação e de higiene, observada a qualidade que garanta a dignidade e o respeito a família beneficiária.

§3º Quando o benefício natalidade for concedido em bens de consumo, não

poderá ser em valor inferior ao estipulado nesta lei para o pagamento em pecúnia. Art. 57. A morte da criança não inabilita a família a receber o auxílio natalidade. Art. 58. O auxílio natalidade será devido família em número igual ao da

ocorrência desse evento. Art. 59. O auxílio natalidade poderá ser concedido diretamente a um integrante

da família beneficiária ou pessoa autorizada mediante procuração.

Subseção II DO AUXÍLIO FUNERAL

Art. 60. O auxílio funeral constitui-se em uma prestação temporária, não

contributiva da assistência social, ofertado em pecúnia, bens materiais e/ou serviços destinados a reduzir vulnerabilidade provocada por morte de membro da família.

§1º O Benefício Eventual concedido em virtude de morte atenderá:

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I - o custeio das despesas de urna funerária, velório e sepultamento, incluindo transporte funerário, utilização de capela, isenção de taxas e colocação de placa de identificação, dentre outros serviços inerentes que garantam a dignidade e o respeito à família beneficiária;

II - o custeio das necessidades urgentes da família para enfrentar riscos e vulnerabilidades advindas da morte de seus provedores ou membros; e

III - o ressarcimento, no caso de ausência do Benefício Eventual no momento em que este se fez necessário.

Art. 61. O Município deve garantir a existência de atendimento 24 horas para o

requerimento e concessão do Benefício Eventual concedido em virtude de morte, podendo este ser prestado diretamente pelo órgão gestor ou indiretamente, em parceria com outros órgãos ou instituições.

Art. 62. O valor do auxílio funeral será de até 1,0 (um) salário mínimo vigente. Parágrafo único – Em casos extraordinários em que houver necessidade de

pagamento de translado e o custo ultrapassar o estipulado no caput deste artigo, a concessão poderá ser avaliada mediante os instrumentos de estudo socioeconômico e social realizado por assistente social da Política Municipal de Assistência Social, que auxilie na concessão dos benefícios eventuais.

Art. 63. O auxílio funeral será devido família em número igual ao da ocorrência

desse evento.

Art. 64. O auxílio funeral poderá ser concedido diretamente a um integrante da família beneficiária ou pessoa autorizada mediante procuração.

Subseção III

DA SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE TEMPORÁRIA

Art. 65. O benefício prestado em virtude de vulnerabilidade temporária será destinado à família ou ao indivíduo visando minimizar situações de riscos, perdas e danos, decorrentes de contingências sociais, e deve integrar-se à oferta dos serviços sócio assistenciais, buscando o fortalecimento dos vínculos familiares e a inserção comunitária.

Parágrafo único. O benefício será concedido na forma de pecúnia ou bens de

consumo, em caráter temporário, sendo o seu valor e duração definidos de acordo com o grau de complexidade da situação de vulnerabilidade e risco pessoal das famílias e indivíduos, identificados nos processo de atendimento dos serviços.

Art. 66. A situação de vulnerabilidade temporária caracteriza-se pelo advento de

riscos, perdas e danos à integridade pessoal e familiar, assim entendidos:

I – riscos: ameaça de sérios padecimentos;

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II – perdas: privação de bens e de segurança material; III – danos: agravos sociais e ofensa. Parágrafo único. Os riscos, perdas e danos podem decorrer de:

I – ausência de documentação;

II – necessidadede mobilidade intraurbana para garantia de acesso aos serviços e benefícios socioassistenciais;

III – necessidade de passagem para outra unidade da Federação, com vistas a garantir a convivência familiar e comunitária;

IV – ocorrência de violência física, psicológica ou exploração sexual no âmbito familiar ou ofensa à integridade física do indivíduo;

V – perda circunstancial ocasionada pela ruptura de vínculos familiares e comunitários;

VI – processo de reintegração familiar e comunitária de pessoas idosas, com deficiência ou em situação de rua; crianças, adolescentes, mulheres em situação de violência e famílias que se encontram em cumprimento de medida protetiva;

VII – ausência ou limitação de autonomia, de capacidade, de condições ou de meios próprios da família para prover as necessidades alimentares de seus membros;

Art. 67. Os benefícios eventuais de vulnerabilidade temporária dar-seão nas

seguintes modalidades: I – auxílio documentação; II - auxílio alimentação; III - auxílio viagem; IV- auxílio emergência. Art. 68. O benefício eventual, na forma de auxílio documentação, constitui-se em

prestação temporária, não contributiva da assistência social, na forma de concessão de 6 (seis) fotos 3X4 exclusivamente para emissão de documentos.

Art. 69. O benefício eventual de auxílio alimentação, constitui-se em uma

prestação temporária, não contributiva da assistência social a ser ofertado em pecúnia ou bens de consumo, a critério da administração pública, para reduzir a vulnerabilidade das famílias provocadas pela falta de condições socioeconômicas para aquisição de mantimentos com qualidade e quantidade de forma a garantir uma alimentação saudável e com segurança às famílias e beneficiárias.

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Parágrafo único. A família terá direito ao auxílio alimentação enquanto perdurar a situação de risco e vulnerabilidade, devendo ser inserida em outros programas de transferência de renda, serviços e projetos socioassistenciais, que propiciem a superação, o mais rápido possível as situações de risco e vulnerabilidade social, conquistando as condições mínimas de prover sua subsistência.

Art. 70. O valor do auxílio alimentação na forma pecuniária não poderá ser

inferior ao valor pago pela administração em relação aos bens de consumo. Art. 71. O benefício eventual em forma de auxílio viagem constitui-se em uma

prestação temporária, não contributiva da Assistência Social, através do fornecimento de passagens rodoviárias conforme a legislação vigente, a outras cidades, com o objetivo de garantir aos cidadãos e às famílias, condições dignas de retorno à cidade de origem, visita de extrema urgência a parentes de até 2º grau em linha reta e colateral em caso de internação hospitalar ou morte, visitas especiais e retorno de internos a presídios e visitas especiais a instituições de abrigamento, mediante estudo e parecer social.

Art. 72. O auxílio emergência constitui-se em apoio na forma de bens de consumo

com o objetivo de restabelecer as condições mínimas de sobrevivência através da reposição de bens móveis básicos, a ser concedido aos cidadãos e às famílias que comprovadamente se encontrem em situações de risco social, pessoal ou emergência.

Parágrafo único. Os bens de consumo ofertados na forma de auxílio emergência são colchões, cobertores e travesseiros.

Subseção IV CALAMIDADE PÚBLICA

Art. 73. Os benefícios eventuais prestados em virtude de desastre ou calamidade

pública constituem-se provisão suplementar e provisória de assistência social para garantir meios necessários à sobrevivência da família e do indivíduo, com o objetivo de assegurar a dignidade e a reconstrução da autonomia familiar e pessoal, podendo ser concedido na forma de pecúnia ou bens de consumo.

Art. 74. As situações de calamidade pública e desastre caracterizam-se por

eventos anormais, decorrentes de baixas ou altas temperaturas, tempestades, enchentes, secas, inversão térmica, desabamentos, incêndios, epidemias, os quais causem sérios danos à comunidade afetada, inclusive à segurança ou à vida de seus integrantes, e outras situações imprevistas ou decorrentes de caso fortuito.

Art. 75. Os benefícios eventuais em casos de calamidade pública e situações de

emergência são os seguintes: I - Abrigos adequados; II - Aluguel social; III - Produtos de higiene pessoal;

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IV - Outros benefícios necessários devidamente comprovados pela Defesa Civil e/ou Assistente Social, conforme necessidade.

Art. 76. O benefício eventual na forma de aluguel social terá caráter excepcional,

transitório, não contributivo, concedido em pecúnia e destinado para pagamento de aluguel de imóvel de terceiros a famílias de baixa renda em situação habitacional de emergência, que não possuam outro imóvel próprio no Município ou fora dele, condicionando ao atendimento dos critérios e prazos, definidos pelo Conselho Municipal de Assistência Social.

Art. 77. O benefício eventual na forma de aluguel social não poderá ultrapassar

1/3 (um terço) do salário mínimo vigente, sendo que o mesmo tem por limite o prazo de 04 (quatro) meses.

Parágrafo único - Em casos excepcionais de acordo com o grau de complexidade

do atendimento de vulnerabilidade e risco pessoal das famílias e indivíduos afetados, o prazo poderá ser prorrogado mediante estudo e parecer social.

Art. 78. A equipe psicossocial que compõem as equipes de referência dos serviços

dos Centros de Referência de Assistência Social - CRAS e dos Centros Especializados em Assistência Social - CREAS, ao identificar demanda, de quaisquer dos Benefícios Eventuais descritos nesta lei, poderá concedê-los, após a acolhida. I - A acolhida é uma ação da equipe psicossocial de referência dos serviços socioassistenciais e é o momento em que os profissionais devem buscar compreender os múltiplos significados das demandas, vulnerabilidades e necessidades apresentadas pelas famílias identificando seus recursos e potencialidades e como tais situações se relacionam e ganham significado no território. II - Nestas condições, a equipe de referência psicossocial dos serviços socioassistenciais poderá conceder Benefícios Eventuais, de acordo com as normativas legais de cada profissão.

III - O atendimento das famílias com beneficiários que estão em serviços de acolhimento da rede sócio assistencial terá como foco a reconstrução e o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários, a reintegração familiar e a garantia dos direitos socioassistenciais.

IV - O atendimento das famílias residentes em territórios sem cobertura de CRAS, até sua implementação, e que não estejam em atendimento e acompanhamento pelo CREAS, será realizado por assistente social da Gestão do SUAS.

VI - A equipe do CRAS ou equipe técnica da proteção social básica deve atualizar, periodicamente, por meio de dados existentes e com o apoio da vigilância sócio assistencial, o diagnóstico do território, especificando a quantidade e as características das famílias com membros beneficiários de Benefícios Eventuais e os serviços sócio assistenciais necessários para atendimento destas famílias.

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Art. 79. O critério de renda não deve ser condicionante para o acesso ao Benefício Eventual, levando em consideração as contingências sociais como conceito para compreensão da necessidade do benefício.

Parágrafo único - nos casos em que for necessário, o critério de renda não poderá ser inferior a meio salário mínimo per capita.

Art. 80. De acordo com o Protocolo de Gestão Integrada de Serviços, Benefícios e

Transferência de Renda do SUAS a família ou pessoa beneficiada deverá ser encaminhada para cadastrar-se no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal – CADÚNICO, contudo não deverá constituir critério para acesso aos benefícios.

Art. 81. Ato normativo editado pelo Poder Executivo Municipal disporá sobre os procedimentos e fluxos de oferta na prestação dos benefícios eventuais.

Art. 82. Caberá ao órgão gestor da Política de Assistência Social no município:

I - coordenar e avaliar a prestação dos Benefícios Eventuais, bem como o seu financiamento;

II – elaborar as instruções e instituir formulários e modelos de documentos necessários à operacionalização dos Benefícios Eventuais;

III - garantir a descentralização da oferta dos Benefícios Eventuais conforme Art. 78 desta Lei;

IV - manter atualizado os dados sobre os benefícios concedidos, incluindo-se obrigatoriamente nome do beneficiado, registro do CADÚNICO, benefício concedido, valor, quantidades e período de concessão;

V - produzir anualmente estudo da demanda, revisão do tipo de benefício e revisão dos valores e quantidades;

VI - articular as políticas sociais e de defesa de direitos no município para o atendimento integral da família beneficiada de forma a ampliar o enfrentamento de contingências sociais que provoquem riscos e fragilizam a manutenção da unidade familiar, a sobrevivência de seus membros ou a manutenção da pessoa;

VII - promover ações permanentes de ampla divulgação dos Benefícios Eventuais e seus critérios de concessão;

VIII- prever dotação orçamentária anual para concessão dos benefícios elencados nesta Lei;

IX - elaborar anualmente o Plano de Aplicação e Relatório Descritivo especificando o número de famílias beneficiadas e apresentar ao Conselho Municipal de Assistência Social para apreciação e aprovação respectivamente; e

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Art. 83. Caberá aos órgãos de Controle Social por meio Conselho Municipal de Assistência Social:

I - acompanhar periodicamente a concessão desses benefícios, no âmbito do município, por meio da lista de concessões fornecidas pelo órgão gestor da Assistência Social;

II - acompanhar a relação dos tipos de benefícios concedidos e também dos benefícios negados e as justificativas da não concessão;

III - exercer o controle social sobre a regulamentação da prestação dos Benefícios Eventuais em consonância com a Política Nacional de Assistência Social – PNAS pelo Município de ARROIO TRINTA;

IV - fiscalizar a responsabilidade do Estado na efetivação do direito, a destinação de recursos financeiros aos municípios, a título de cofinanciamento do custeio dos Benefícios Eventuais;

V - acompanhar as ações do município de ARROIO TRINTA na organização do atendimento as (os) beneficiárias (os) de modo a manter a integração de serviços, benefícios e programas de transferência de renda;

VI - regulamentar os critérios e prazos para concessão de Benefícios Eventuais, conforme Lei municipal que os institui;

VII - fiscalização da aplicação dos recursos destinados aos Benefícios Eventuais, bem como a eficácia deste no município e propor, sempre que necessário, a revisão anual da regulamentação, da concessão e dos valores dos mesmos; e

VIII - deliberar a dotação orçamentária anual respectivamente para o cofinanciamento e concessão dos Benefícios Eventuais.

Seção V DOS RECURSOS ORÇAMENTÁRIOS PARA OFERTA DE BENEFÍCIOS

EVENTUAIS

Art. 84. As despesas decorrentes da execução dos benefícios eventuais serão providas por meio de dotações orçamentárias do Fundo Municipal de Assistência Social.

Parágrafo único. As despesas com Benefícios Eventuais devem ser previstas

anualmente na Lei Orçamentária Anual do Município - LOA.

Seção VI DOS SERVIÇOS

Art. 85. Serviços sócio assistenciais são atividades continuadas que visem à

melhoria de vida da população e cujas ações, voltadas para as necessidades básicas, observem os objetivos, princípios e diretrizes estabelecidas na Lei nº 8.742, de 1993, e na Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais.

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Seção VII

DOS PROGRAMAS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

Art. 86. Os programas de assistência social compreendem ações integradas e complementares com objetivos, tempo e área de abrangência definidos para qualificar, incentivar e melhorar os benefícios e os serviços assistenciais.

Art. 87. Os programas serão aprovados, deliberados e fiscalizados em

consonância com a Secretaria Municipal de Assistência Social e o Conselho Municipal de Assistência Social, obedecidos aos objetivos e princípios que regem a Lei Federal nº 8742, de 1993, com com prioridade para a inserção profissional e social.

Art. 88. Os programas voltados para ao idoso e a integração da pessoa com

deficiência serão devidamente articulados com o benefício de prestação continuada estabelecido no art. 20 da Lei Federal nº 8742, de 1993.

Seção VIII

PROJETOS DE ENFRENTAMENTO A POBREZA

Art. 89. Os projetos de enfrentamento da pobreza compreendem a instituição de investimento econômico-social nos grupos populares, buscando subsidiar, financeira e tecnicamente, iniciativas que lhes garantam meios, capacidade produtiva e de gestão para melhoria das condições gerais de subsistência, elevação do padrão da qualidade de vida, a preservação do meioambiente e sua organização social.

Seção IX

DA RELAÇÃO COM AS ENTIDADES DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

Art. 90. São entidades e organizações de assistência social aquelas sem fins lucrativos que, isolada ou cumulativamente, prestam atendimento e assessoramento aos beneficiários abrangidos pela Lei Federal nº 8.742, de 1993, bem como as que atuam na defesa e garantia de direitos.

Art. 91. A inserção de organizações da sociedade civil na Política Municipal de

Assistência Social, para a prestação de serviços de Assistência Social, dar-se-á mediante termo de colaboração, fomento e cooperação, ou outro instrumento jurídico previsto em legislação vigente ao tempo da parceria.

Parágrafo único. As entidades e organizações de assistência social podem ser

consideradas isoladas ou cumulativamente:

I - de atendimento: aquelas que, de forma continuada, permanente e planejada, prestam serviços, executam programas ou projetos e concedem benefícios de proteção social básica ou especial, dirigidos às famílias e aos indivíduos em situações de vulnerabilidades ou risco social e pessoal, nos termos da Lei nº 8.742 de 07 de dezembro de 1993, e Resolução CNAS nº 109, de 11 de novembro de 2009;

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II - de assessoramento: aquelas que, de forma continuada, permanente e planejada, prestam serviços e executam programas ou projetos voltados prioritariamente para o fortalecimento dos movimentos sociais e das organizações de usuários, formação e capacitação de lideranças, dirigidos ao público da política de assistência social, nos termos da Lei nº 8.742 de 1993 e respeitadas as deliberações do CNAS;

III - de defesa e garantia de direitos: aquelas que, de forma continuada, permanente e planejada, prestam serviços e executam programas ou projetos voltados prioritariamente para a defesa e efetivação dos direitos socioassistenciais, construção de novos direitos, promoção da cidadania, enfrentamento das desigualdades sociais, articulação com órgãos públicos de defesa de direitos, dirigidos ao público da política de assistência social, nos termos da Lei nº 8.742 de 1993 e respeitadas as deliberações do CNAS.

Art. 92. As entidades de assistência social e os serviços, programas, projetos e

benefícios socioassistenciais deverão ser inscritos no Conselho Municipal de Assistência Social para que obtenha a autorização de funcionamento no âmbito da Política Nacional de Assistência Social, observado os parâmetros nacionais de inscrição definidos pelo Conselho Nacional de Assistência Social.

Art. 93. Constituem critérios para a inscrição das entidades ou organizações de Assistência Social, bem como dos serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais:

I - executar ações de caráter continuado, permanente e planejado;

II - assegurar que os serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais sejam ofertados na perspectiva da autonomia e garantia de direitos dos usuários;

III - garantir a gratuidade e a universalidade em todos os serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais;

IV – garantir a existência de processos participativos dos usuários na busca do cumprimento da efetividade na execução de seus serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais.

V - garantir capacidade técnica conforme orientação expressa na NOB/RH SUAS.

Art. 94. As entidades ou organizações de Assistência Social no ato da inscrição

demonstrarão:

I - ser pessoa jurídica de direito privado, devidamente constituída; II - aplicar suas rendas, seus recursos e eventual resultado integralmente no território nacional e na manutenção e no desenvolvimento de seus objetivos institucionais; III - elaborar plano de ação anual; IV - ter expressado em seu relatório de atividades:

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a) finalidades estatutárias;

b) objetivos; c) origem dos recursos; d) infraestrutura; e) identificação de cada serviço, programa, projeto e benefício

socioassistenciais executado, informando respectivamente: 1) público alvo; 2) capacidade de atendimento; 3) recursos financeiros a serem utilizados; 4) recursos humanos envolvidos; 5) abrangência territorial; 6) demonstração da forma de participação dos usuários e/ou estratégias que serão utilizadas em todas as etapas do plano: elaboração, execução, avaliação e monitoramento.

Parágrafo único. Os pedidos de inscrição observarão as seguintes etapas de

analise: I – requerimento da inscrição; II - análise documental; III - visita técnica, quando necessária, para subsidiar a análise do processo; IV - elaboração do parecer da Comissão; V - pauta, discussão e deliberação sobre os processos em reunião

plenária; VI - publicação da decisão plenária; VII - emissão do comprovante; VIII - notificação à entidade ou organização de Assistência Social por ofício. IX - envio de documentação ao órgão gestor para inserção dos dados no Cadastro Nacional de Entidades de Assistência Social (CNEAS), conforme art. 19, XI da Lei nº 8.742, de 07 de dezembro de 1993. Art. 95. Em caso de interrupção de serviços, a entidade deverá comunicar ao

Conselho Municipal de Assistência Social, apresentando a motivação, as alternativas e as perspectivas para atendimento do usuário, bem como o prazo para a retomada dos serviços.

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§ 1º O prazo de interrupção dos serviços não poderá ultrapassar seis meses sob pena de cancelamento da inscrição da entidade e/ou do serviço.

§ 2º Cabe ao Conselho Municipal de Assistência Social acompanhar, discutir e

encaminhar as alternativas para a retomada dos serviços, programas e projetos interrompidos.

CAPÍTULO VI DO FINANCIAMENTO DA POLÍTICA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

Art. 96. O financiamento da Política Municipal de Assistência Social é previsto e

executado através dos instrumentos de planejamento orçamentário municipal, que se desdobram no Plano Plurianual, na Lei de Diretrizes Orçamentárias e na Lei Orçamentária Anual.

Parágrafo único. O orçamento da assistência social deverá ser inserido na Lei

Orçamentária Anual, devendo os recursos alocados no Fundo Municipal de Assistência Social serem voltados à operacionalização, prestação, aprimoramento e viabilização dos serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais.

Art. 97. Caberá ao órgão gestor da assistência social responsável pela utilização

dos recursos do respectivo Fundo Municipal de Assistência Social o controle e o acompanhamento dos serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais, por meio dos respectivos órgãos de controle, independentemente de ações do órgão repassador dos recursos.

Parágrafo único. Os entes transferidores poderão requisitar informações

referentes à aplicação dos recursos oriundos do seu fundo de assistência social, para fins de análise e acompanhamento de sua boa e regular utilização.

Seção I DO FUNDO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

Art. 98. O Fundo Municipal de Assistência Social – FMAS constitui-se fundo

público de gestão orçamentária, financeira e contábil, com objetivo de proporcionar recursos para cofinanciar a gestão, serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais.

Art. 99. Constituirão receitas do Fundo Municipal de Assistência Social – FMAS:

I – recursos provenientes da transferência dos fundos Nacional e Estadual de Assistência Social;

II – dotações orçamentárias do Município e recursos adicionais que a Lei estabelecer no transcorrer de cada exercício;

III – doações, auxílios, contribuições, subvenções de organizações internacionais e nacionais, Governamentais e não Governamentais;

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IV – receitas de aplicações financeiras de recursos do fundo, realizadas na forma da lei;

V – as parcelas do produto de arrecadação de outras receitas próprias oriundas de financiamentos das atividades econômicas, de prestação de serviços e de outras transferências que o Fundo Municipal de Assistência Social terá direito a receber por força da lei e de convênios no setor. VI – produtos de convênios firmados com outras entidades financiadoras;

VII – doações em espécie feitas diretamente ao Fundo;

VIII – outras receitas que venham a ser legalmente instituídas.

§1º A dotação orçamentária prevista para o órgão executor da Administração

Pública Municipal, responsável pela Assistência Social, será automaticamente transferida para a conta do Fundo Municipal de Assistência Social, tão logo sejam realizadas as receitas correspondentes.

§2º Os recursos que compõem o Fundo, serão depositados em instituições

financeiras oficiais, em conta especial sobre a denominação – Fundo Municipal de Assistência Social – FMAS.

Art. 100. O FMAS será gerido pela Secretaria Municipal de Assistência Social,

sob orientação e fiscalização do Conselho Municipal de Assistência Social. Parágrafo Único. O Orçamento do Fundo Municipal de Assistência Social –

FMAS integrará o orçamento da Secretaria Municipal de Assistência Social. § 1º Consideram-se despesas com gestão, serviços, programas, projetos,

benefícios socioassistenciais públicos de Assistência Social, referentes à:

I - vigilância socioassistencial;

II - proteção social básica;

III - proteção social especial de média complexidade;

IV - proteção social especial de alta complexidade;

V - benefícios socioassistenciais;

VI - gestão do Sistema Único de Assistência Social - SUAS envolvendo os serviços vinculados a esfera pública e as parcerias com a iniciativa privada, sem fins lucrativos;

VII - remuneração do pessoal ativo da área da Assistência Social em atividade nas ações de que trata este artigo, incluindo os encargos sociais;

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VIII - capacitação e qualificação do pessoal vinculado ao Sistema Único de Assistência Social - SUAS;

IX - investimento na rede física do Sistema Único de Assistência Social - SUAS, incluindo a execução de obras de recuperação, reforma, ampliação e construção de estabelecimentos públicos de assistência social;

X - desenvolvimento e aperfeiçoamento dos instrumentos de gestão, planejamento, administração e controle das ações de assistência social;

XI - provimento de recursos às entidades não governamentais vinculadas aos objetivos da Política Municipal de Assistência Social e inscritas no CMAS, conforme disposto na Lei Orgânica de Assistência Social;

XII - custeio das despesas dos Conselheiros e/ou Delegados em atos representativos dos Conselhos Municipais, tanto governamentais quanto não governamentais, para participações em conferências, seminários, cursos e eventos relevantes à Política Municipal de Assistência Social;

XIII - desenvolvimento de programas e projetos municipais.

§ 2º Não são consideradas despesas do Fundo Municipal de

Assistência Social, as relativas a:

I - pessoal ativo da área de assistência social, quando em atividade alheia a referida área;

II - ações de saúde, educação, integração nacional, habitação e demais políticas setoriais que não se caracterizem como Assistência Social.

Art. 101. Os recursos do Fundo Municipal de Assistência Social - FMAS serão aplicados em:

I - financiamento total ou parcial de programas, projetos e serviços de assistência social desenvolvidos pela Secretaria Municipal de Assistência Social ou por Órgão conveniado; II - em parcerias entre poder público e entidades de assistência social para execução de serviços, programas e projetos socioassistencial específicos;

III - aquisição de material permanente e de consumo e de outros insumos necessários ao desenvolvimento das ações socioassistenciais;

IV – construção reforma ampliação, aquisição ou locação de imóveis para prestação de serviços de Assistência Social;

V – desenvolvimento e aperfeiçoamento dos instrumentos de gestão, planejamento, administração e controle das ações de Assistência Social;

VI – pagamento dos benefícios eventuais, conforme o disposto no inciso I do art. 15 da Lei Federal nº 8.742, de 1993;

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VII- pagamento de profissionais que integrarem as equipes de referência,

responsáveis pela organização e oferta daquelas ações, conforme percentual apresentado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e aprovado pelo Conselho Nacional de Assistência Social - CNAS.

Art. 102. O repasse de recursos para as entidades e organizações de Assistência Social, devidamente inscritas no CMAS, será efetivado por intermédio do FMAS, de acordo com critérios estabelecidos pelo Conselho Municipal de Assistência Social, observando o disposto nesta Lei.

Art. 103. Os relatórios de execução orçamentária e financeira do Fundo

Municipal de Assistência Social serão submetidos à apreciação do CMAS, trimestralmente, de forma sintética e, anualmente, de forma analítica.

Art. 104. São atribuições da Secretaria Municipal de Assistência Social:

I - a gestão administrativa e financeira do Fundo Municipal de Assistência Social, na forma da legislação pertinente, mediante a utilização de estrutura organizacional própria, no âmbito da Secretaria Municipal de Assistência Social, podendo contar com suporte especializado;

II - estabelecer e executar as aplicações e movimentação dos seus recursos alocados no Fundo Municipal de Assistência Social;

III - acompanhar, avaliar e decidir sobre a realização das ações previstas no Plano Municipal de Assistência Social;

IV - submeter ao Conselho Municipal de Assistência Social o plano de aplicação a cargo do Fundo Municipal de Assistência Social, em consonância com o Plano Municipal de Assistência Social e com a Lei de Diretrizes Orçamentárias;

V - enviar o Relatório de Gestão ao Conselho Municipal de Assistência Social até o dia 30 de março do ano seguinte ao da execução financeira, cabendo ao Conselho emitir parecer conclusivo; VI - apresentar quadrimestralmente, em audiência pública na Casa Legislativa a execução financeira do Fundo Municipal de Assistência Social;

VII - submeter ao Tribunal de Contas, à Secretaria de Estado de Assistência Social e ao Ministério da Assistência Social as demonstrações contábeis bimestrais, semestrais e anuais, conforme a exigibilidade de cada órgão;

VIII - autorizar compras, ordenar despesas, autorizar pagamentos, mediante cheque nominativo, ordem bancária ou transferência eletrônica executadas pelo Fundo Municipal de Assistência Social;

IX - firmar termos de colaboração, termos de fomento, contratos, convênios, ou ajustes destinados à prestação de serviços, programas e projetos de Assistência Social que envolvam recursos financeiros do Fundo Municipal de Assistência Social;

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X - acompanhar a execução orçamentária financeira dos recursos do Fundo Municipal de Assistência Social;

XI - solicitar relatórios para acompanhamento, controle e prestação de contas dos recursos do Fundo Municipal de Assistência Social;

XII - manter o controle e prover demonstrações necessárias à execução orçamentária e financeira, o registro de liquidação e pagamento das despesas e apropriação das receitas do Fundo Municipal de Assistência Social.

Art. 105. O Fundo Municipal da Assistência Social terá vigência ilimitada, sendo

seu Gestor o Secretário Municipal de Assistência Social. Art. 106. O Fundo Municipal da Assistência Social será representado, em juízo,

pela Procuradoria-Geral do Município.

CAPÍTULO VII DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 107. Todos os benefícios implantados pela presente Lei, que não estavam

contempladas na Legislação anterior, serão efetivamente colocados a disposição dos munícipes, gradativamente, em conformidade com as condições financeiras e estruturais do Município.

Os pagamentos em pecúnia dos benefícios eventuais estarão ordenados e descritos a partir do Plano Plurianual e da Lei de Diretrizes Orçamentárias vigentes para o ano fiscal de 2019 e subsequentes.

Art. 108. Fica revogada a seguinte legislação:

I - Lei nº 1376/2009 DE 11 de fevereiro de 2009 – CRIA PROGRAMA DE AUXÍLIO FUNERAL.II - Lei nº 1051/2004 DE 18/08/2004 – AUTORIZA CRIAÇÃO DE CESTAS BÁSICAS.III - Lei nº 9245/2002 de 09 de outubro de 2002 - AUTORIZAÇÃO DE PASSAGENS. IV – Lei nº 662/97 de 26 de março de 1997 – Altera Redação do Art. 3º inc. I, II, III e IV do capítulo V, da Lei 626/95;V – Revogam-se as disposições em contrário da Lei nº 626/95 – Cria Conselho Municipal de Assistência Social e da Lei 656/97 que cria o Fundo Municipal de Assistência social.

Art. 109. Esta lei entra em vigor na data da sua publicação.

Arroio Trinta – SC, 20 de dezembro de 2017.

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Claudio SpricigoPrefeito Municipal

Esta lei foi publicada nesta Secretaria de Administração em 20 de dezembro de 2017.

Michel Junior SerighelliResponsável