microeconomia 1 - parte 2

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Microeconomia 1

Microeconomia 1Captulo 1 Conceitos e fundamentos bsicos da teoria econmicaVimos que o problema que justifica e explica a existncia da Economia como cincia a escassez.

Pois, na realidade, os recursos disponveis so sempre insuficientes para satisfazer as necessidades do Homem, que so mltiplas e ilimitadas.

O nosso desejo de obter bens sempre superior sua disponibilidade, at porque o nmero das necessidades cresce incessantemente e com maior rapidez do que os meios que as satisfazem.Este problema entre os recursos (que so escassos) e as necessidades (que so ilimitadas) que coloca o principal desafio da cincia econmica, o chamado problema econmico.

E uma sociedade humana apenas poder sobreviver se achar um modo de resolver o problema econmico com um mnimo de eficincia.

esta a razo fundamental da existncia da cincia econmica: a gesto ptima dos recursos escassos, por forma a maximizar o bem-estar da populao.

A escassez dos recursos face ao carcter ilimitado das necessidades obriga-nos a escolher

Pois a oferta de recursos apenas permite produzir uma pequena parte dos bens e servios que as pessoas desejam.

Desta forma, necessrio proceder a uma escolha e, inevitavelmente, sacrificar algo.

Em economia, a esse sacrifcio que somos obrigados a fazer sempre que somos impelidos a escolher entre a satisfao de duas necessidades chamamos custo de oportunidade.

O custo de oportunidade de um bem traduz-se na alternativa que tem de ser sacrificada quando necessrio fazer uma opo.

Exemplo: Um aluno tem duas alternativas. Ir a discoteca ou comprar um livro. Mas s tem dinheiro suficiente para escolher uma alternativa

Se o aluno opta por comprar um livro em vez de ir discoteca, o custo de oportunidade a renncia ida discoteca.

Nota:

Os sacrifcios impostos pela escassez de recursos e consequentemente, os custos de oportunidade no so um exclusivo dos consumidores. Tambm as Empresas e o prprio Estado, sempre que tm que tomar decises sobre o que produzir, sacrificam a produo de algo da podermos tambm falar dos seus custos de oportunidade.

Uma vez que no dispomos de meios suficientes para produzir tudo o que gostaramos de possuir, tem de haver algum mecanismo que nos ajude a decidir o que se deve produzir e o que no se realizar: quais as necessidades que sero satisfeitas e quais ficaro por satisfazer?

Anlise do custo- benefcio

Princpio do custo-benefcio: No realize uma aco a menos que seu benefcio marginal seja no mnimo equivalente a seu custo marginal

A abordagem Custo benefcio das decisesGrande parte das opes estudadas pelos economistas pode ser enunciada da seguinte forma:

Exemplo:No caso dos amantes do cinema, fazer a actividade x? pode significar, por exemplo, devo ver Casablanca esta noite?Para a pessoa que participa num jantar, dever ser devo comer outra bolacha/entrada?

Devo fazer a actividade x?Os economistas respondem a estas questes comparando os custos e os benefcios envolvidos na actividade em questo.

Regra de deciso:Se C(x) indica os custos de fazer x e B(x) representa os benefcios, ento:

Se B(x) > C(x), faa x; se no, no o faaPara aplicar esta regra, precisamos de uma forma de definir e medir os custos e os benefcios.

Os valores monetrios so um denominador comum til para este fim, mesmo quando a actividade no envolve directamente dinheiro. Ento, definimos:B(x) como o valor mximo em unidades monetrias (Euro ou Dolr ou Escudo, etc) que est disposto a gastar para fazer x, mesmo que, na realidade, o dinheiro no mude de mos. C(x), por sua vez, o valor de todos os recursos que ter de deixar de lado para fazer x. Neste caso, tambm, C(x) poder no envolver necessariamente uma transferncia de dinheiro explcita para terceiros.

Exemplo 1:Est sentado a ouvir msica na rdio, quando se apercebe de que a prxima msica precisamente aquela de que no gosta.

O Benefcio de desligar a rdio no ter de ouvir a msica. O custo o incmodo de ter de se levantar

Se est muito confortvel e a msica for levemente incomodativa vai deix-la tocar. Mas caso contrrio, se for muito desagradvel vai par-la.

Mesmo nestas situaes possvel quantificar os custos e os benefcios. Como? Quantificar o custo de levantar da cadeira:Se algum lhe oferecesse 1 escudo para se levantar de uma cadeira confortvel e se no houvesse qualquer outra razo que no essa para o fazer, aceitaria a oferta?Se fosse como a maioria, de certeza que no.Mas se a oferta for de 10.000$, estaria de p no mesmo instante. Ento algures no intervalo entre 1 escudo e 10 contos est o seu preo de reserva.

Como encontr-lo? Preo de reserva da actividade x o preo ao qual uma pessoa fica indiferente entre fazer x ou no fazerA soluo passa por ir aumentado a oferta de 1 escudo para valores superiores at ao ponto onde vale minimamente a pena levantar-se.

No caso do benefcio:A metodologia a mesma, s que neste caso seria quanto estamos dispostos a pagar a algum para que desligue a rdio.

Hiptese:Custo = 100 escudosBenefcio = 75 escudosSabendo que x = desligar a rdio; B(x) = 75 escudos e C(x) = 100 escudos Concluso:B(x) B(x) Deveria ficar a trabalhar na investigao.

No entanto, algum que ignorasse o custo de oportunidade dos ganhos abandonados poderia optar incorrectamente e ir esquiar.

Armadilha 2: Incapacidade de ignorar os custos afundados

Um custo de oportunidade nem sempre parece ser um custo relevante, quando, na realidade, o .Uma outra armadilha na tomada de decises de, por vezes, uma despesa parecer ser um custo relevante, quando na realidade, no o .Tal muitas vezes o caso dos custos afundados (custo irrecupervel).

Um custo afundado um custo que j no recupervel no momento de tomada da deciso.Ao contrrio dos custos de oportunidade, esses custos (afundados) devem ser ignorados.

Exemplo:Imagina que planeia ir ao Tarrafal. Excepto no que respeita aos custos, -lhe indiferente ir de txi ou de viatura prpria.O preo do txi de 150$. Como no sabe quanto lhe custaria ir de automvel, telefona para uma empresa que lhe fornece os seguintes valores para uma viagem de 1000 km:Seguro 2000$; Gasolina e leo 1000$; Manuteno 1000$; TOTAL 4000$

Convertendo por cada km, d um valor de 4$ por kmConvertendo esses valores para a distncia daqui at o tarrafal (72 km), os custos seriam de 288$.

Uma vez que essa quantia ultrapassa os 150$, decide ir de txi.

Se decidir desta maneira, est a cometer o erro de contabilizar os custos afundados. O pagamento do seguro no varia consoante o numero de km que percorre durante o ano.

um custo afundado e assim permanecer quer v de txi ou de automvel.

De entre os custos considerados, o combustvel e a manuteno so os nicos que variam em funo dos km percorridos.

Assim, por 1000 km o custo seria ento de 2000$, ou seja, 2$ por km. Ento a viagem passaria a custar (72km * 2) 144$, que inferior a viagem de txi.

Uma das chaves para se pensar como um economista perceber que os custos e os benefcios que realmente interessam so aqueles que ocorrem na margem.

Um exemplo: quando se decide se se come outra fatia de pizza, os custos e os benefcios relevantes so os custos e benefcios de se consumir uma fatia adicional de pizza ou seja, os custos marginais e os benefcios marginais.O conceito da anlise marginalCusto marginal: o aumento no custo total que resulta de se executar uma unidade adicional de uma actividade

Benefcio marginal: o aumento do benefcio total que resulta de se executar uma unidade adicional de uma actividadeExemplo:Uma pizzaria oferece um almoo, onde se pode comer tudo o que se quiser, por 3 dlares. Paga-se entrada, e o funcionrio traz quantas fatias de pizza se quiser.

Neste caso, o custo marginal de comer mais uma fatia zero porque aqui o custo fixo de 3$.Vamos supr que, para um hipottico cliente, o benefcio marginal de comer mais uma fatia de pizza vai baixando. Para este cliente o beneficio da primeira fatia de 2$, a segunda fatia de 0,6$, 0$ na terceira fatia e -0,40$ na quarta, isto , ele estaria disposto a pagar para evitar comer a 4 fatiaA lgica da anlise marginal diz-nos que a regra de deciso ptima para o cliente consiste em continuar a comer pizza desde que o benefcio marginal exceda o custo marginal.

Vamos analisar isto graficamente:Concluso:Neste caso o cliente deveria parar de comer na 3 fatia