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MICHEL DE MONTAIGNE (1533-1592) A FAMA E A TRANQUILIDADE NUNCA PODEM SER COMPANHEIRAS

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  • 1. MICHEL DE MONTAIGNE (1533-1592)

2. REA TICA ABORDAGEM HUMANISMO 3. Ramo da filosofia que trata de questessobre como devemos viver e, portanto,sobre a natureza de certo e errado, beme mal, dever, obrigao e outrosconceitos. 4. Abordagem filosfica baseada nasuposio de que a humanidade acoisa mais importante que existe e queno pode haver conhecimento de ummundo sobrenatural caso ele exista. 5. Sculo IV a.C. Aristteles, em suatica a Nicmaco, argumenta que, paraser virtuosa, uma pessoa deve sersocivel e cultivar relacionamentosverdadeiros. S um homem bestial ouum deus podem ficar sozinhos 6. Final do sculo XVIII O Clrigoevanglico anglicano Richard Cecilafirma que A solido nos mostra o quedevemos ser; a sociedade nos mostra oque somos. 7. Final do sculo XIX Nietzschedescreve a solido como necessria paraa auto-investigao, afirmando que sela pode libertar os seres humanos datentao de seguir irrefletidamente amassa. 8. A tranquilidade dependedo desprendimento emrelao opinio dosoutros.Se buscamos fama que glria aos olhos alheios devemos buscar suaopinio favorvel.Se buscamos fama, noalcanamos odesprendimento.A fama e a tranquilidadenunca podem sercompanheiras. 9. Montaigne dedicou-se a um tema quetem sido popular desde os temposantigos: os perigos intelectuais e moraisde se viver entre os outros e o valor dasolido. 10. Montaigne no salientou a importnciada solido fsica, mas, maisexatamente, o desenvolvimento dacapacidade de resistir tentao deaquiescer indiferentemente s opiniese aes da massa. 11. Ele relacionou nosso desejo pelaaprovao de colega com o de estardemasiadamente ligado riqueza e posse. 12. Ambas as paixes que nos diminuem,afirmou Montaigne, mas ele noconcluiu que devemos renunciar a elas:apenas devemos cultivar odesprendimento. 13. Ao fazer isso, podemos desfrut-las eat mesmo nos beneficiarmos , masno nos tornaremos emocionalmenteescravizados por elas ou ficaremosdevastados se as perdermos. 14. Da solido considera como nossodesejo de aprovao pela massa estligado busca pela glria ou fama. 15. Ao contrrio de pensadores comoMaquiavel, que via a glria como umobjetivo digno, Montaigne acreditavaque o empenho constante pela fama amaior barreira paz de esprito outranquilidade. 16. Ele dizia, sobre aqueles que apresentama glria como um objetivo desejvel,que s tm seus braos e pernasdestacados da multido; suas almas,suas vontades, esto maiscomprometidas com ela do que nunca. 17. Montaigne no se preocupava sealcanamos ou no a glria. Seu pontoprincipal que devemos nos livrar dodesejo de glria aos olhos das outraspessoas 18. Que no devemos sempre pensar naaprovao e na admirao alheias comosendo valiosas. 19. Ele foi alm ao recomendar que, em vezde procurar a aprovao daqueles nossa volta, devemos imaginar quealgum ser verdadeiramente notvel enobre est sempre conosco, observandonossos pensamentos mais ntimos: 20. Um ser em cuja presena at os loucosesconderiam seus defeitos. Ao fazerisso, aprendemos a pensar clara eobjetivamente, nos comportando demaneira mais sria e racional. 21. Montaigne afirma que preocupar-sedemasiadamente com a opinio dosoutros pode nos corromper, porqueacabamos imitando aqueles que somaus ou ficando to consumidos pelodio contra eles que perdemos a razo. 22. Montaigne retomou seu ataque contraa busca pela glria em textosposteriores, mostrando que a aquisioda glria to recorrentemente umaquesto de sorte que faz pouco sentidoconsider-la com tal reverncia. 23. Muitas vezes vi [a sorte] sair frentedo mrito, e frequentemente muito frente, ele escreveu. 24. Montaigne tambm disse que encorajarhomens de Estado e lderes polticos avalorizar a glria acima de todas ascoisas, como Maquiavel fez, apenas osensina a nunca se esforar... 25. ... a menos que um pblico quemanifeste aprovao esteja disponvel,pronto e vido para testemunhar aextraordinria natureza de seuspoderes e realizaes. 26. O contgio muitoperigoso nas multides.Ou voc imita o perversoou o odeia.Michel de Montaigne 27. Montaigne sentiu os resultados daviolncia da massa irracional durante asGuerras Religiosas na Frana (1562-98),incluindo as atrocidades do Massacre doDia de So Bartolomeu, em 1572 28. Michel Eyquemde Montaignenasceu e cresceuno chteau da suarica famlia, pertode Bordeaux. 29. No entanto, foienviado para viver comuma famlia pobre decamponeses at aidade de trs anos,para se familiarizarcom a vida dostrabalhadores comuns. 30. Recebeu toda a suaeducao em casa e,at os seis anos, slhe foi permitidofalar em latim: ofrancs era, de fato,sua segunda lngua. 31. A partir de 1557 Montaigne passoutreze anos como membro doparlamento local, mas renunciou em1571, ao herdar as propriedades dafamlia. 32. Publicou o primeiro volume dosEnsaios em 1580, escrevendo mais doisvolumes antes da morte, em 1592. 33. Em 1580, iniciou uma extensa viagempela Europa, em parte para encontrar acura para clculos renais. Retornou poltica em 1581, quando foi eleitoprefeito de Bourdeaux, cargo quemanteve at 1585. 34. 1569 Apologia deRaymond Sebond 1580-81 Dirio deviagem 1580, 1588, 1595Ensaios (3 volumes)