michael arruda street hypnosis sem segredos 2.0

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MICHAEL ARRUDA 2.0

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Hipnose sem segredos

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  • MICHAEL ARRUDA

    2.0

  • Street Hypnosis Sem Segredos

    Hipnotize Qualquer Pessoa,

    em Qualquer Lugar, a Qualquer Momento

    Por

    MICHAEL ARRUDA

    Criador do Canal

    Vitria

    2015

  • Dedico esta obra a minha amada, Rafaela Juliany Mendes,

    que me hipnotiza com seu amor todos os dias.

  • AGRADECIMENTOS

    A gratido o nico tesouro dos humildes. (William Shakespeare)

    Nenhuma obra nasce sozinha, h sempre muitas pessoas por trs que ajudam direta ou

    indiretamente. Este livro, que demorou muito mais que o planejado, o resultado de muito

    apoio e incentivo, no s de amigos e parceiros, mas principalmente dos visitantes do (humilde)

    canal Mestre da Hipnose.

    Dentre muitas pessoas que ajudaram ativamente, gostaria de dizer um especial obrigado

    ao Rodrigo Arajo e Luiz Souza, que esto sempre disponveis, e proporcionaram toda a

    estrutura digital para que todos os projetos pudessem avanar; aos amigos Alberto Dellisola,

    Douglas Solano, Thas Ribeiro e Weslley Carvalho, pois alm das timas conversas produtivas

    sobre o tema, esto sempre dispostos a ajudar no for necessrio; aos recentes, mas j grande

    parceiros e amigos Carlos Ribeiro e Djana Gyatsu pelas orientaes e ensinamentos na rea de

    neurologia e psiquiatria respectivamente; Cheryl Elman por ser sempre receptiva e atenciosa

    s informaes que eu precisava; Larry Elman por tudo o que ensinou, alm da amvel

    mensagem que escreveu para este livro; ao Gerald Kein pela criao de contedos incrveis,

    que foram meu principal aprendizado na hipnoterapia; ao grande amigo Pedro Olivel que

    sempre acreditou e auxiliou a me tornar quem sou; a minha famlia por estar sempre presente;

    Mariana do Carmo pela pacincia e interesse de realizar todo o copidesque do livro; Rafaela

    Juliany, alm de ser sempre a primeira voluntria para as experincias hipnticas (tanto como

    sujeito, quanto como hipnotista), realizou a formatao e finalizao do material.

  • SOBRE O AUTOR

    Meu nome Michael Soares Arruda, natural de Campo Grande (MS), criado em

    Braslia. Minha me formou-se em psicologia pela UnB, onde participava de um grupo de

    estudos de hipnose teraputica. Para no ficar sozinho em casa tive de acompanh-la por

    diversas vezes. Assim, durante minha infncia, tive bastante contato com o tema, o que

    resultou num adolescente com grande curiosidade e interesse pelos mistrios da mente e do

    comportamento humano.

    Aos 13 anos, minha famlia mudou-se para uma cidade bem pequena, no interior do

    Esprito Santo, chamada So Mateus. Na poca, meu interesse pelo assunto aumentava,

    entretanto o local no possua livrarias, muito menos cursos sobre o assunto. Alm disso, havia

    pouco material na internet, principalmente em portugus (o Youtube, por exemplo, ainda no

    existia), mas acabei por encontrar um livro chamado Curso Prtico de Hipnse, que misturava

    hipnose com uma espcie de poder paranormal. Dessa forma, comecei a praticar com amigos

    que gostavam de experimentar minhas experincias. Obviamente, falhava quase sempre, mas

    pude aprender relativamente bem com meus erros nessas brincadeiras.

    Aps 2 anos neste processo, sem muita evoluo e at um pouco desanimado, vi pela

    primeira vez o Fbio Puentes na televiso hipnotizando pessoas em segundos e, posteriormente,

    dizendo que aprendeu o que sabia no exterior. Por curiosidade, fiz uma pesquisa sobre materiais

    de hipnose em ingls e descobri que havia uma imensido de livros na internet. Meu ingls

    ainda era muito bsico, apesar de sempre ter tido o interesse em aprender.

    Motivado pela gama de informao que poderia obter, busquei todo o tipo de dicas,

    tcnicas e mtodos de aprendizagem acelerada, passei a estudar ingls sozinho e buscando ajuda

    na internet. Aps pouco mais de um ano, alcancei o domnio necessrio para ter o que precisava.

    A partir da, alm do estudo dos materiais, comecei a buscar fruns de discusses ou qualquer

    outra fonte de informao, apenas em ingls. Anthony Jacquin ainda no havia escrito seu livro

    que mais tarde viria revolucionar a street hypnosis, logo, ele sempre discutia com outros

    membros sobre tcnicas e conceitos, alm de sempre indicar os caminhos para as melhores

    fontes de informaes sobre hipnose.

    Havia relativamente poucos materiais lanados na internet (Igor Ledochowski ainda

    possua apenas um curso, em udio), ento no foi difcil acompanhar, estudar e praticar os

    lanamentos a medida que surgiam. Nesse sentido, continuei pelo caminho buscando sempre

    as novidades da hipnose, apenas como um passatempo.

    No mbito profissional, estive me dedicando ao mercado de investimentos,

    particularmente de aes e cmbio. Quando, em 2009, fui convidado para morar em So Paulo

    a fim de criar um projeto (com Hipnose e PNL) para ajudar no preparo psicolgico de

    investidores desses mercados. Um dos colaboradores com quem convivia mais de 10 horas por

    dia era Master Trainer em PNL, pela Sociedade Brasileira de PNL - sendo assim, no pude

    deixar de aproveitar a situao para aprimorar meu conhecimento tambm nesta rea.

  • Paralelamente, usei o tempo livre para trabalhar com hipnoterapia, no me apaixonei pela rea.

    Desse modo, passei a ensinar amigos apenas com o intuito de ter mais parceiros para hipnotizar

    comigo em shoppings e festas, puramente por diverso.

    Nesta poca, eu e Alberto Dell'isola j ramos amigos por conta de jogos de RPG online

    e pelo meu interesse na rea de memorizao. Por acaso, comeamos a conversar sobre hipnose

    e percebemos que "falvamos a mesma lngua" sobre o assunto, uma vez que ele tambm

    estudara pelas mesmas fontes: os maiores mestres da hipnose do mundo. Assim sendo,

    passamos a compartilhar experincias e discutir ideias, mas sem muita empolgao, pois as

    novidades no eram muitas, j que o conhecimento era o mesmo.

    Em 2013, surgiu novamente a curiosidade de pesquisar como estavam os materiais de

    hipnose em portugus. S ento percebi que a hipnose no Brasil estava h anos de atraso em

    relao ao ensinado no exterior. Havia pouca informao de qualidade em portugus. Por vezes,

    tcnicas ultrapassadas eram dadas como novidades, enquanto tcnicas comuns para muitos l

    fora eram desconhecidas aqui. Alm disso, no havia nenhuma fonte de informao prtica,

    completa e acessvel para que qualquer um pudesse aprender hipnose.

    Conversando com Alberto, descobri que partilhava da mesma opinio que a minha:

    necessrio um maior e mais fcil acesso s informaes dos grandes nomes da hipnose.

    Portanto, decidi contribuir de alguma forma, para que um conhecimento de qualidade estivesse

    disposio de qualquer pessoa com real interesse.

    Por esse motivo, surgiu a ideia do canal Mestre da Hipnose, para compartilhar os

    ensinamentos dos mestres. Agora, este livro, para ser um guia completo dos "segredos"

    ensinados pelos melhores do mundo.

  • APRESENTAO

    Certa vez, um grande amigo que mora em outra cidade, aps saber que alguns de nossos

    amigos em comum tinham aprendido hipnose comigo, me falou que tinha a curiosidade de

    aprender hipnose, apenas para brincar em festinhas de vez em quando, assim me perguntou:

    Michael, j que voc est longe, me fala um livro ou vdeo para eu aprender sozinho por aqui?

    Ento percebi que no tinha uma resposta para essa pergunta. Fiquei confuso, pois ou

    ele deveria ler diversos materiais e ver diversos vdeos, aproveitando um pouco de cada, ou

    deveria fazer cursos (que no so baratos e muitos no ensinam o que o aluno espera). No

    entanto, ele no tinha um interesse profundo na hipnose, apenas queria aprender o suficiente,

    sem precisar estudar dezenas de coisas ou investir nisso. O mais prximo de uma resposta

    correta pergunta dele, seria o livro Reality is Plastic do Anthony Jacquin, mas ele no

    dominava o ingls.

    Se fosse buscar sozinho com seu pouco interesse inicial, certamente ficaria desmotivado

    e desistiria por no encontrar de forma fcil uma fonte clara e objetiva. Nessa mesma

    perspectiva, pensei em outras pessoas que, por falta de oportunidade, deixariam de ser grandes

    hipnotistas, ajudando ou divertindo muita gente, devido dificuldade em dar o primeiro passo.

    Estas pessoas so culpadas de no terem interesse ou pacincia o bastante para filtrarem e se

    aprofundarem em um monte de livros? Eu acho que no.

    Ento decidi criar um material de fcil leitura, para que qualquer um possa aprender

    hipnose de forma fcil e rpida. Assim sendo, acredito que com este fcil acesso ao tema,

    surgiro pessoas que continuaro os estudos e faro a diferena com esta tima ferramenta. Se

    este livro ajudar apenas uma pessoa a causar uma mudana positiva ao prximo, j estar pago

    todo o esforo gasto na criao deste material.

  • PREFCIO

    Geralmente, as pessoas chegam at a hipnose por meio da PNL ou do ilusionismo.

    No entanto, o meu caminho foi bem diferente. Fiquei nacionalmente conhecido por ser o

    primeiro brasileiro a treinar suas habilidades de memorizao a ponto de poder realizar

    apresentaes consideradas impressionantes, como a memorizao da ordem de cartas de

    baralho, nmeros aleatrios, binrios, datas, todos os dgitos e o respectivo produto de 500

    cdigos de barra e muito mais. Quando decidi me tornar o homem-memria, decidi me

    dedicar ao mximo. Para isso, em 2005, ingressei na faculdade de Psicologia da UFMG.

    Foi na faculdade que tive meu primeiro contato com a fenomenologia de Husserl e,

    consequentemente, a psicologia de Merleau Ponty e Carl Rogers. Ao aprofundar os estudos

    na abordagem centrada na pessoa de Carl Rogers, me deparei com os trabalhos do famoso

    psiquiatra Milton Erickson.

    Curiosamente, a partir da hipnose Ericksoniana, acabei conhecendo a hipnose

    clssica. Desde o primeiro contato com o trabalho de Erickson, passei a estudar

    exaustivamente todos os grandes hipnotistas da hipnose clssica contempornea como Dave

    Elman, Ormond Mcgill, Gil Boyne, Charles Tebbetts, dentre outros.

    Infelizmente, grande parte dos hipnotistas do Brasil nunca ouviram falar de qualquer

    um desses gnios da hipnose. Muitas vezes, a culpa no deles. Eles investem muito dinheiro

    realizando cursos ministrados por outros hipnotistas que tambm nunca ouviram falar de

    qualquer um desses grandes nomes da hipnose. A esses hipnotistas costumamos chamar de

    os donos da hipnose.

    Os donos da hipnose no querem que voc aprenda hipnose de verdade. Muitos

    deles, at sabem hipnotizar. No entanto, temem que voc aprenda e possa colocar a carreira

    deles em risco.

    Felizmente, alguns hipnotistas no se importam com os donos da hipnose. Como

    eu, esses profissionais consideram que o importante que cada dia mais pessoas saibam

    sobre hipnose e, consequentemente, os mitos sobre essa prtica caiam por terra mais

    rapidamente. Dentre esses profissionais, destaca-se o Michael Arruda.

    Assim como eu, Michael sabe que a hipnose que costuma ser ensinada no pas

    extremamente defasada em relao a hipnose praticada nos pases desenvolvidos. Alm de

    ser um grande amigo, ele certamente uma das pessoas que mais conhece sobre hipnose

    clssica no pas. Se voc queria aprender hipnose de uma vez por todas, certamente fez a

    escolha certa. Aps essas aulas, o seu mundo nunca mais ser o mesmo.

    Alberto DellIsola

  • SUMRIO

    NOTAS DA VERSO 2.0 ....................................................................................................... 11

    MENSAGEM DE ELMAN ...................................................................................................... 12

    INTRODUO ........................................................................................................................ 13

    TERMOS USADOS ............................................................................................................. 15

    MESTRES DA HIPNOSE .................................................................................................... 15

    TEORIA .................................................................................................................................. 17

    AS 3 REAS DA HIPNOSE ................................................................................................ 18

    A HIPNOSE DIRETA E INDIRETA ................................................................................... 19

    A HIPNOSE .......................................................................................................................... 19

    O TRANSE ........................................................................................................................... 20

    NVEIS DA HIPNOSE ......................................................................................................... 21

    O HIPNOTISTA ................................................................................................................... 22

    O MAGO .............................................................................................................................. 22

    MITOS DA HIPNOSE ......................................................................................................... 23

    MITOS DOS MITOS DA HIPNOSE ................................................................................... 24

    O CREBRO ........................................................................................................................ 27

    A MENTE ............................................................................................................................. 29

    AS REGRAS DA MENTE ................................................................................................... 30

    O MODELO DA MENTE (por Gerald Kein) ...................................................................... 31

    OS PR-REQUISITOS PARA HIPNOSE ........................................................................... 32

    PRTICA ................................................................................................................................ 34

    1. A ABERTURA DO GRUPO ......................................................................................... 36

    2. A ESCOLHA DO SUJEITO ......................................................................................... 38

    3. O TESTE DO SUJEITO ................................................................................................ 41

    4. A INDUO ................................................................................................................. 44

    5. APROFUNDAMENTO ................................................................................................ 52

    6. O CONTROLE DA SITUAO .................................................................................. 54

    7. A SUPER SUGESTO ................................................................................................. 55

    8. OS FENMENOS ......................................................................................................... 56

    9. O ACORDAR ................................................................................................................ 60

    EXTRA .................................................................................................................................... 62

  • MORAL E TICA ................................................................................................................ 63

    SEGURANA ...................................................................................................................... 63

    POSSVEIS REAES EMOCIONAIS ............................................................................. 64

    AB-REAES ..................................................................................................................... 65

    MAS E O RAPPORT? .......................................................................................................... 66

    HIPNOSE COM FAMILIARES .......................................................................................... 68

    PERMANOSE ...................................................................................................................... 69

    FENMENOS SEM TRANSE ........................................................................................... 69

    MOS COLADAS (SEM TRANSE) ................................................................................... 70

    FLASH HIPNTICO (Hipnose em Segundos) ................................................................. 73

    PERGUNTAS ESPECFICAS ................................................................................................. 76

    CONSIDERAES FINAIS ................................................................................................... 78

    QUAL PRXIMO PASSO? Como ser um hipnoterapeuta ..................................................... 81

    CANAIS RECOMENDADOS ................................................................................................. 84

  • 11

    NOTAS DA VERSO 2.0

    Nesta verso foi atualizada a lista dos mestres da hipnose cujo contedo serviu de base para o livro. Tambm foram acrescentados os captulos: Mos coladas (sem transe),

    Flash Hipntico (Hipnose em segundos), Como ser um hipnoterapeuta, Canais

    Recomendados e dentro captulo A INDUO, foi acrescentado Indues de choque

    Alm disso, foram alterados alguns pequenos trechos que no so relevantes de nota,

    pois no alteraram o sentido anterior.

  • 12

    MENSAGEM DE ELMAN (Mensagem do filho de Dave Elman dedicada a este livro)

    Estou muito empolgado e feliz por ajudar na expanso da hipnose no Brasil. Os

    brasileiros que conheci quando fui estudante no MIT, e aqueles que conheci muitos anos

    depois nos meus trabalhos no pentgono, eram de mentes muito abertas e grandes

    visionrios. Essa exatamente a atitude que Dave Elman achava e amava quando tinha um

    timo mdico em seus cursos. Meu pai sempre dizia a seus alunos na ltima aula: Estude

    mais busque mais conhecimento. Ele professava que nenhum hipnotista sabia tudo, ento

    mantenha uma mente aberta e aprenda com outras pessoas. Enquanto fizer, lembre-se de que

    tambm aprender com seus clientes, as pessoas com quem usar a hipnose, enquanto eles se

    curam, lhe ensinaro muito.

    Aproveite e compartilhe os mtodos de Dave Elman. Ele ficaria honrado que seus

    ensinamentos chegaram no longe.

    Com meus melhores votos,

    H. Larry Elman

    Filho de Dave Elman

  • 13

    INTRODUO

    A nica ideia deste livro fazer voc aprender Street Hypnosis (Hipnose de Rua)

    sozinho e de graa, ou seja, o tornar capaz de hipnotizar qualquer pessoa, em qualquer lugar,

    em qualquer situao. Aqui voc ter uma espcie de caminho das pedras para tornar-se um

    grande hipnotista de rua, com a habilidade de dar experincias incrveis s pessoas a sua volta,

    em qualquer momento.

    Porm, caso voc seja hipnoterapeuta ou esteja interessado nesta rea, este material

    tambm pode ser muito til para aprimorar sua velocidade e eficincia de induo. A ideia de

    indues rpidas na clnica unnime entre os maiores hipnotistas, o motivo simples: se voc

    gasta menos tempo com o processo da hipnose, possui mais tempo para o trabalho da terapia,

    resultando em uma sesso de maior qualidade para o cliente.

    Antes de tudo, importante ressaltar que a hipnose uma rea com uma abrangncia de

    interesse cientfico enorme, porm, ao mesmo tempo, com relativamente poucas teorias

    comprovadas em ambientes controlados. O resultado disso a falta de consenso entre as

    definies e teorias que envolvem esta prtica. Diferentes escolas e autores muitas vezes

    utilizam termos distintos para representar a mesma coisa, alm de possurem teorias diferentes

    ou at contraditrias entre si. Portanto, todo contedo apresentado aqui no tem inteno de ser

    considerado verdade absoluta, mas sim, ensinar a prtica da hipnose da forma mais rpida e

    fcil. Praticamente 100% deste material composto de informaes objetivas, visando apenas

    o necessrio para aprendizado prtico. Desta maneira, no existiro aqui contedos

    motivacionais, humor, histrias, relatos, ou nenhum outro artifcio para que a leitura seja mais

    prazerosa. Tambm sero evitadas teorias de senso comum (a menos que sejam realmente

    significativas) e teorias de carter meramente informativo, como histria da hipnose ou as

    origens das tcnicas apresentadas*. Porm, ainda sim, sero abordados e esclarecidos alguns

    detalhes tericos raramente explorados, mesmo pelos mestres da hipnose, por exemplo, estudos

    cientficos recentes que nunca foram citados em nenhum livro (at o momento da criao deste

    livro). Saber esses detalhes o tornar um hipnotista mais seguro e embasado, e facilitar o

    estudo a outras reas da hipnose.

    Todas as informaes deste material so embasadas pela linha terica principalmente

    do Dave Elman e linha terica/prtica do Gerald Kein, Igor Ledochowski, Jonathan Chase,

    Jeffrey Steffens, Jrgen Rasmussen e Anthony Jacquin - certamente os mais renomados e

    experientes do mundo em suas reas da hipnose, os mestres da hipnose. A nica coisa criada

    por mim neste material a metodologia e a forma de esclarecimento de alguns conceitos. J

    utilizei essa metodologia para ensinar (gastando menos de 20 minutos) pessoas sem

    conhecimento algum sobre hipnose, a como colocar outras pessoas em transe em menos de 1

    minuto, efetivamente.

    * Caso tenha interesse na histria da hipnose, o livro em portugus mais completo sobre isso Hipnose e

    Psicoterapia: Etiologia e prxis.

  • 14

    STREET HYPNOSIS SEM SEGREDOS VERSO 2.0

    At hoje, nenhum material de hipnose foi escrito com uma metodologia de ensino to

    clara e eficiente como a deste livro, nem mesmo os livros de hipnose em ingls. Aqui voc

    aprender de forma detalhada e lgica: o que fazer, quando fazer, como fazer e por que fazer.

    No decorrer do texto, poder haver links de vdeos demonstrativos ou explicaes extras (caso

    esteja com a verso impressa fornecida nos cursos, ao lado do link h o nome do vdeo para ser

    pesquisado no Youtube). Neste objetivo, apenas com este livro voc aprender mais do que em

    muitos cursos presenciais que existem no Brasil hoje.

    O presente livro dividido em 3 partes: a parte terica introduz a base necessria para

    compreender exatamente os processos da hipnose; a parte prtica detalha os passos do processo;

    e, por fim, a parte extra traz explicaes sobre situaes no to comuns, e comenta as principais

    perguntas enviadas pelos leitores.

    Esta a segunda verso do livro, que um material dinmico, atualizado sempre que

    possvel, para o acrscimo de novos links ou novos contedos. Para garantir que sua verso seja

    sempre a mais completa, cadastre-se em: www.mestredahipnose.com

    Este livro tambm serve como material complementar para cursos em DVDs, ou para

    cursos presenciais de Street Hypnosis que se baseiam nos modelos de curoso do Igor

    Ledochowski, Anthony Jacquin ou Sean Michael Andrews (como os ministrados por mim,

    juntamente com Alberto Dellisola), pois este material reforar, de forma mais direta, os

    princpios praticados em curso.

  • 15

    STREET HYPNOSIS SEM SEGREDOS VERSO 2.0

    TERMOS USADOS

    Fator Crtico: Parte analtica ou racional, que busca entender, comparar, medir ideias e decidir

    conscientemente.

    Fenmeno: Qualquer experincia ou fato que ocorra com o sujeito por causa da hipnose, seja

    intencionalmente criado, ou no (amnsia, alucinaes etc.)

    Hipnose: Ato de atravessar o fator crtico e estabelecer um pensamento exclusivo. Ou estado

    ou situao em que o fator crtico est sendo ignorado, ao mesmo tempo que h um pensamento

    dominante.

    Hipnotista: Voc, aquele que vai hipnotizar.

    Sujeito: A pessoa que est sendo hipnotizada.

    Transe: Estado alterado onde a atividade cerebral menor e a concentrao maior.

    Transe hipntico: Estado de transe e hipnose ao mesmo tempo.

    MESTRES DA HIPNOSE

    Segue uma pequena descrio dos maiores mestres da hipnose clssica que serviram de

    grande base para a criao deste livro. Os materiais deles representam praticamente tudo o que

    h de mais atual (e confivel) hoje, na hipnose e hipnoterapia.

    Dave Elman (1900 1967): Tornou-se um hipnotista de palco muito famoso ainda adolescente,

    e aps vrios caminhos diferentes que percorreu na vida, nunca deixou de realmente melhorar

    suas habilidades hipnticas, colocando prova todas as teorias que existiam at ento. Assim,

    conseguiu sintetizar a hipnose em processos simples e claros e passou a dar cursos de hipnose

    para mdicos e dentistas. Ele s considerava uma tcnica verdadeira, aps muitos de seus

    alunos conseguirem aplicar com constncia. Os conhecimentos adquiridos em toda sua vida

    foram publicados no livro Hypnotherapy, que ainda a maior fonte sobre a hipnose clssica,

    explorando assuntos que ainda so desconhecidos por muitos, principalmente no Brasil. Aps

    Elman, praticamente no houve nenhum avano prtico na hipnose clssica, infelizmente. Aqui

    junto com Dave, tambm consideramos o Larry Elman e Cheryl Elman, filho e cunhada do

    Dave Elman, que so os maiores divulgadores de suas tcnicas.

    Milton Erickson (1901 1980): Foi um psiquiatra americano que ficou mundialmente

    conhecido por suas tcnicas indiretas de hipnose, sendo muito efetivo em seus tratamentos.

    Hoje, tem seus mtodos ensinados em todo o mundo. Acreditava-se que Erickson no usava a

    hipnose clssica, entretanto trouxe algumas boas contribuies nesta rea.

  • 16

    STREET HYPNOSIS SEM SEGREDOS VERSO 2.0

    Gerald Kein (1939 - ): Criador do mais renomado instituto de treinamento em hipnose no

    mundo, OMNI Hypnosis Trainer Center. nico aluno seguidor do Elman atualmente vivo, foi

    pupilo do grande mestre, e tutor de hipnotistas renomados mundialmente, como Sean Michael

    Andrews, Mark Cunningham, Brain Weiss e Hansruedi Wipf. Gerald Kein pode ser

    considerado o maior hipnotista atualmente.

    Jrgen Rasmussen (1945 - ): Autor do livro Provocative Hypnosis, o qual explora e coloca

    prova alguns conceitos ensinados por Elman. Um dos poucos hipnotistas que tentaram testar e

    evoluir o conhecimento da hipnose a partir do que Elman nos deixou.

    Jonathan Chase (1950 - ): Um dos maiores hipnotista de palco de Las Vegas, e tutor de

    renomados hipnotistas e terapeutas, como Jeffrey Stephens.

    Jeffrey Stephens (1959 2015): Considerado por Igor Ledochowski um dos hipnoterapeutas

    mais rpidos do mundo. Causava mudanas permanentes em seus clientes em uma nica sesso

    de 20 minutos ou menos. Tambm foi muito reconhecido pelos seus timos mtodos de ensino

    da hipnose, fazendo seus alunos hipnoterapeutas incrveis em muito pouco tempo.

    Hansruedi J Wipf (1965 - ): Sucessor do lendrio Gerald Kein, hoje presidente da OMNI

    Hypnosis Training Center, mundialmente. Considerado por Kein e por Larry Elman um dos

    maiores hipnotistas e instrutores de hipnose atualmente. Aps Hans ter se tornado responsvel

    geral pela OHTC, j obteve diversas conquistas, que est fazendo a OMNI se tornar cada vez

    mais o principal centro de ensino da hipnose no mundo.

    Igor Ledochowski (1974 - ): Provavelmente o instrutor com mais diferentes cursos de hipnose

    no mundo, com mais de 10 cursos diferentes em DVDs sobre todos os tipos de hipnose.

    Desenvolveu seus prprios meios metdicos e detalhistas de ensinar os conceitos dessa arte, de

    forma fcil e rpida para que qualquer um possa aprender, mesmo sozinho.

    Anthony Jacquin (1974 - ): O mais famoso hipnotista de rua, autor do primeiro livro sobre o

    assunto, que ainda o melhor livro sobre hipnose de rua, Reality is Plastic.

    Todas as informaes contidas neste livro so ensinamentos repassados por um ou mais

    dos hipnotistas acimas e resumidas de forma objetiva e clara. Por motivos prticos, no ser

    especificado o nome do autor em cada conceito apresentado aqui.

  • 17

    Teoria

  • 18

    STREET HYPNOSIS SEM SEGREDOS TEORIA

    AS 3 REAS DA HIPNOSE

    A hipnose uma s, podendo ser usada em contextos bem diferentes que classificam-se

    basicamente em 3: hipnose de palco, hipnoterapia e hipnose de rua.

    A hipnose de palco uma apresentao de hipnose, com o objetivo de entreter o pblico.

    Do ponto de vista prtico da hipnose, essa a rea mais fcil para hipnotizar, h um grande

    nmero de pessoas, de onde o hipnotista pode selecionar o sujeito mais fcil de ser hipnotizado.

    Alm disso, muitas pessoas vo ao show para serem hipnotizadas, por isso no h resistncias

    praticamente.

    Por outro lado, a hipnose de palco como um todo no to simples, no basta s saber

    hipnotizar. Na prtica, o hipnotista est fazendo um show, necessrio ter vrias habilidades

    de apresentao em pblico, para saber entreter os espectadores e lidar com o que possa ocorrer.

    A hipnoterapia uma terapia usando a hipnose. Comeou a ganhar grande repercusso

    por possibilitar tratamentos rpidos, s vezes com uma sesso apenas, para transtornos e fobias

    que muitas vezes levam meses em terapias convencionais.

    Do ponto de vista da hipnose, uma modalidade no mnimo confortvel, pois o hipnotista

    espera por seu paciente e faz (ou tenta fazer) seu trabalho. Se o hipnotista no conseguir, pode

    tentar novamente em outra sesso, ou at acreditar que o cliente no est ajudando ou est

    resistindo.

    Obviamente, necessrio ter um domnio das tcnicas de tratamento para usar aps o

    sujeito estar hipnotizado. Tais tcnicas no sero tratadas neste livro, mas em breve ser

    legendado um curso de um dos melhores hipnoterapeutas da atualidade, Jeffrey Stephens.

    Por ltimo, a street hypnosis (hipnose de rua), tambm chamada de hipnose

    improvisada, a hipnose feita em qualquer lugar que no seja um palco ou consultrio

    teraputico. Considerada a rea mais difcil na parte prtica da hipnose. Normalmente, o

    hipnotista introduz o assunto da hipnose, tendo que lidar com pessoas incrdulas, brincadeiras

    ou at pessoas que tentam atrapalhar a demonstrao dele.

    Similar s outras reas, hipnose de rua tambm no se limita apenas ao aprendizado da

    hipnose em si. Street Hypnosis como um mini show improvisado de hipnose, raramente voc

    estar s com o sujeito, so necessrias habilidades sociais para liderar as pessoas, divertindo

    todos os presentes. Tambm preciso uma boa autoridade no assunto, para lidar com aqueles

    que podem atrapalhar o processo, alm de saber como agir quando tudo d errado. Por tais

    motivos, comum hipnoterapeutas com anos de experincia se recusarem fazer demonstraes

    em lugares pblicos, muitas vezes at evitando o assunto para que ningum pea para ser

    hipnotizado. O prprio Anthony Jacquin relata que era um desses, antes de praticar a street

    hypnosis.

  • 19

    STREET HYPNOSIS SEM SEGREDOS TEORIA

    A HIPNOSE DIRETA E INDIRETA

    Na Hipnose direta, ou clssica dado instrues claras para o sujeito entrar em outro

    estado, usado um processo chamado induo, o qual sugere diretamente qual experincia ele

    ter, e geralmente o sujeito fica de olhos fechados. a hipnose como popularmente conhecida.

    Hipnose indireta, ou conversacional, qualquer forma de hipnose sem mencionar

    termos relacionados a hipnose tradicional, como durma, transe, relaxe. Esse um campo

    bem amplo, pois qualquer tipo de convencimento ou alterao de estado em outra pessoa (com

    ou sem usos de tcnicas) pode ser considerado uma hipnose indireta. Um lder religioso que

    prega com a inteno de conseguir doaes ou mais fiis, est praticando uma hipnose indireta,

    mesmo no tendo conscincia disso ou tendo as melhores intenes.

    A Hipnose Ericksoniana normalmente usada como sinnimo de hipnose indireta.

    Realmente uma hipnose indireta, porm particularmente caracterizada por um conjunto de

    padres lingusticos especficos (que eram usados por Milton Erickson), mas que no

    representam todas as possibilidades para uma hipnose indireta. Toda hipnose Ericksoniana

    indireta, mas nem toda hipnose indireta Ericksoniana.

    J outras pessoas entendem a hipnose indireta como uma forma de induzir um estado de

    transe no sujeito, sem que ele perceba ou mesmo contra sua vontade. Porm, hipnose e transe

    so duas coisas distintas, como ser visto a seguir. (Embora haja autores e cientistas que se

    referem hipnose como sinnimo de transe e vice-versa).

    A HIPNOSE

    A maioria dos estudos cientficos analisam a hipnose como sendo um estado de transe,

    no h ainda uma definio exata do que a hipnose ou como funciona. Porm, atravs de

    escaneamentos cerebrais de sujeitos hipnotizados (hipnose clssica), foi observado uma

    diminuio geral da atividade cerebral, principalmente aquela responsvel por julgamentos

    (fator crtico), enquanto h aumento da atividade responsvel pela concentrao.

    O interessante que essas observaes se encaixam perfeitamente com a definio de

    Dave Elman, para a hipnose: atravessar o fator crtico e estabelecer um pensamento

    exclusivo.

    O fator crtico a parte da mente que decide se algo faz sentido ou no, se certo ou

    errado, que busca a lgica das coisas. A segunda parte da definio cita um pensamento

    exclusivo, que o foco em apenas uma ideia, a ateno focada em uma nica coisa. Note que,

    por essa definio, em nenhum momento necessrio relaxamento ou transe para que exista a

    hipnose, como comumente associado. Porm usaremos o transe como aliado, para facilitar o

    processo.

  • 20

    STREET HYPNOSIS SEM SEGREDOS TEORIA

    Eu considero essa definio, tambm ensinada pelos mestres da hipnose j citados,

    como a melhor definio atualmente, por se encaixar mais situaes. Por esse motivo, neste

    livro, nos basearemos apenas por essa definio. Lembrando que nenhuma definio at hoje

    se encaixa em todos os casos, e no o objetivo deste material discutir teorias, e sim aprender

    a prtica da hipnose.

    Aqui usaremos a palavra hipnose para representar duas coisas: um estado e um

    processo. Ser estado quando falar da situao de um sujeito que est hipnotizado (de acordo

    com a definio acima), poder ser escrito, por exemplo: ele entrou em hipnose. Ser

    processo quando se referir ao ato da hipnose em si, da prtica de hipnotizar, por exemplo: A

    hipnose fcil.

    A hipnose algo natural que acontece com todas as pessoas. O exemplo mais clssico

    desse fenmeno a paixo. Quando o sujeito est apaixonado, ele sente emoes fortes pela

    outra pessoa, independentemente do que sua razo diga, ou mesmo que ache que no deva

    gostar da outra pessoa, as emoes esto ali, fazendo com que ache aquela pessoa mais bonita

    e a mais interessante que exista. Em outras palavras, seu fator crtico est sendo ignorado, pois

    no importa o que pense, as emoes pelo outro no param. E tambm, ocorre a tendncia de

    pensar na pessoa amada a todo momento, ou seja, pensamento exclusivo estabelecido.

    Outro exemplo a crena religiosa. Normalmente, as pessoas que possuem alguma forte

    doutrina religiosa acreditam nisso sem se importarem com que outras pessoas falem, por mais

    razoveis que sejam, isso quer dizer que o fator crtico est sendo ignorado. J o pensamento

    exclusivo existe quando essas crenas moldam o comportamento e at alteram a personalidade

    do sujeito. Exemplo: sempre realizar boas aes por acreditar que ser recompensado.

    importante frisar que o fato da paixo ou religio serem exemplos de hipnose, no

    significa que so coisas a serem evitadas. Pelo contrrio, em geral, o fato de podermos passar

    por essas hipnoses naturalmente na vida, apenas nos fazem pessoas melhores e mais felizes.

    Na hipnose clssica, o fator crtico atravessado por um processo denominado induo

    e o pensamento exclusivo representa as sugestes. Mas, do ponto de vista do sujeito, em geral

    a hipnose imperceptvel at o momento em que ele sinta uma sugesto significativa

    funcionando, pois no h um ponto de referncia interno que diferencie o estado de no hipnose

    para o de hipnose.

    O TRANSE

    um estado alterado principalmente da mente, mas que tambm altera o corpo. Durante

    o transe, a frequncia cerebral diminui (de beta para alpha) fazendo a concentrao e

    imaginao aumentarem, enquanto faz o corpo relaxar e a frequncia respiratria diminuir. O

    transe ocorre naturalmente quando descansamos, deitamos para dormir, ou mesmo meditamos.

    Como j foi abordado, a hipnose em si no tem relao com essa definio de transe.

    Por outro lado, induzir ao transe, s vezes, pode levar hipnose. Porm, comum (e til) induzir

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    STREET HYPNOSIS SEM SEGREDOS TEORIA

    o transe no processo hipntico, pois normalmente facilita a concentrao e foco, o que ajuda

    muito no processo. Alm disso, esse estado muito agradvel para a maioria das pessoas, ento

    por que no aproveit-lo?

    Quando se associa o transe hipnose, guiando o sujeito a esse estado atravs de

    sugestes, ocorre alguns indcios especficos, que no podem ser fingidos, por isso podem ser

    usados para identificar se o processo j est acontecendo (a ausncia de alguns sinais no quer

    dizer que no funcionou ainda). Os principais sinais caractersticos de um transe hipntico so:

    movimento tremulo das plpebras; aumento da lacrimao; vermelhido dos olhos; aumento da

    temperatura corporal geral (em alguns sujeitos, isso causa a diminuio da temperatura das

    extremidades do corpo, como as mos); tendncia dos olhos girarem para cima.

    NVEIS DA HIPNOSE

    H diversas escalas de hipnose, porm estas resumem praticamente todas elas, alm de

    ser o padro ensinado pelos mestres da hipnose j citados.*

    Leve a mdio Esses nveis considerados inteis para hipnose, uma vez que possvel alcanar

    o prximo nvel com muita facilidade. Aqui possvel obter relaxamento fsico e analgesia

    atravs de sugestes.

    Profundo (sonamblico) o estado mais usado na hipnose, pois h uma comunicao direta

    e eficiente com a mente subconsciente. Em estado de sonambulismo o sujeito consegue

    alcanar, atravs de sugestes, fenmenos como: relaxamento mental, amnsia, anestesia,

    regresso e qualquer tipo de alucinao.

    Coma hipntico (Estado Esdaile) Descoberto por James Esdaile, posteriormente estruturado

    e ensinado por Dave Elman. Nesse estado, ocorre uma anestesia geral no corpo, sem nenhuma

    sugesto. H documentos comprovando que alunos do Elman, com sua superviso, fizeram uma

    cirurgia cardaca apenas utilizando esse estado, pois o paciente no podia receber nenhum tipo

    de anestesia qumica. Por outro lado, esse nvel to prazeroso para o sujeito que ele no se

    importa tanto com as sugestes do hipnotistas, por isso no responde bem a elas.

    Ultra depth (Estado de Sichort) Ultra profundo em traduo livre, descoberto por acaso por

    Walter Sichort, hoje patenteado e pesquisado por James Ramey. Alegam que, aps terem feito

    diversos estudos sobre esse nvel, descobriam que neste estado o corpo se recupera de 6 a 10

    vezes mais do que o normal, sendo possvel realizar auto curas incrveis. Observao: Nunca

    experimentei nem induzi nenhum sujeito a esse nvel.

    * Neste material, o foco ser apenas o nvel de sonambulismo.

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    STREET HYPNOSIS SEM SEGREDOS TEORIA

    O HIPNOTISTA

    Algo muito falado quando o assunto hipnose: voc deve criar expectativa.

    Criar expectativa: um conceito importante e interessante. Segundo o livro do Anthony

    Jacquin, voc deve se tornar O HIPNOTISTA, no um hipnotista, no algum que sabe

    hipnotizar ou algum que fez um curso de hipnose. Voc deve transmitir absoluta confiana,

    competncia e segurana, para que o sujeito entregue e confie a mente dele aos seus cuidados.

    um conceito importante porque a expectativa criada no sujeito, de que voc ir

    hipnotiz-lo rapidamente e faz-lo passar por uma tima experincia, realmente facilita o

    processo. O que a mente espera tende a acontecer. Isso um dos motivos pelo qual seja mais

    difcil hipnotizar amigos prximos ou familiares. Eles no conseguem enxerg-lo como o

    hipnotista.

    Por outro lado, um conceito interessante porque est escrito na maioria dos livros que

    esse tipo de expectativa algo essencial, e isso faz muitas pessoas pensarem erroneamente que

    a hipnose s um efeito placebo, que funciona porque o sujeito acredita que est funcionando.

    Na verdade, esse tipo de expectativa no necessria, apesar de sempre surgir uma expectativa

    mnima. A hipnose (mesmo a direta) pode acontecer sem o sujeito acreditar ou at mesmo saber

    que ser hipnotizado, sendo um familiar ou no. Basta que seja usado a abordagem e o processo

    correto.

    De qualquer forma, fato que a expectativa e o psicolgico ajudam muito,

    aproveitaremos disso no processo para sempre facilitar o que for possvel. Ainda assim, minha

    ideia que voc se torne algo alm do hipnotista, voc deve buscar se tornar o mago.

    O MAGO

    A ideia de ser um mago na hipnose foi criada por Alberto Dellisola, aps a adaptao

    de um conto do livro Estrutura da Magia I (Richard Bandler e John Grinder) e de diversas

    metforas usadas por Igor Ledochowski em seus cursos.

    O mago seria aquele que possui uma confiana inabalvel para hipnotizar qualquer um,

    em qualquer situao. Mas para facilitar o entendimento desse conceito, dividi os nveis de

    conhecimento na Street Hypnosis:

    1. Curioso

    2. Aprendiz

    3. Um hipnotista

    4. O hipnotista

    5. Mago

    Quando voc apenas um hipnotista, bem provvel que no consiga hipnotizar

    muitas pessoas, voc passaria uma falta de segurana no que est fazendo, ento apenas as

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    STREET HYPNOSIS SEM SEGREDOS TEORIA

    pessoas muito interessadas, ou j preparadas conseguiriam entrar em hipnose com voc. J

    quando voc o hipnotista, voc passa confiana no que faz, facilitando muito o processo,

    conseguindo hipnotizar todo tipo de pessoa. Na prtica, a diferena de um hipnotista para o

    hipnotista, que, apesar de ambos saberem hipnotizar, o hipnotista j falhou muito mais

    vezes, pois no tem medo de tentar algo novo. Porm, quando voc se torna O MAGO, as coisas

    ficam ainda melhores, pois voc hipnotiza mesmo as pessoas que no acreditam em voc.

    Para se tornar O MAGO voc deve alcanar 2 coisas: confiana inabalvel, atravs do

    conhecimento e prtica para agir em qualquer situao em que estiver hipnotizando; e ter

    conscincia do nvel de seu conhecimento diferenciado.

    Aqui voc ver como alcanar este conhecimento, porm, s a prtica e o tempo lhe

    daro essa confiana inabalvel. Mas, ainda que no seja um mago completo, apenas adquirindo

    o conhecimento do mago j o suficiente para fazer coisas incrveis com a hipnose, e este

    material mostrar o caminho.

    Nos cursos ministrados por mim ou pelo Dellisola, o conceito do mago internalizado

    atravs de prticas intensas, colocando os alunos em situaes extremas para absorverem os

    conceitos rapidamente. Alm disso, usamos a prpria hipnose nos alunos para os ajudarem a se

    tornarem magos at o ltimo dia do curso.

    Aqui, usaremos muito a denominao mago para que voc se acostume com a ideia

    de se tornar o Mago da Hipnose, aquele que tem confiana para hipnotizar qualquer pessoa, em

    qualquer situao.

    https://www.youtube.com/watch?v=oA40lcQhZ0Y Hipnose - A confiana e a Roupa do

    Mago.

    MITOS DA HIPNOSE

    comum a maioria dos sites e materiais sobre hipnose, explicarem e desmistificarem

    muitos mitos populares da hipnose. Mas ser que as explicaes dadas s essas questes so

    realmente corretas? Primeiro veremos os mitos e como so normalmente explicados:

    O hipnotista pode controlar o sujeito.

    Ningum faz em hipnose aquilo que no faria se estivesse acordado, no age contra suas

    crenas ou vontades.

    O sujeito pode contar seus segredos durante a hipnose.

    Na hipnose, o sujeito tem controle de tudo, s fala o que deseja.

    O sujeito perde a conscincia quando hipnotizado.

    Durante a hipnose o sujeito fica num estado alterado de conscincia, na verdade a

    conscincia fica at mais aflorada, ouvindo ainda mais tudo ao seu redor.

    A hipnose perigosa.

    Depende. Se for aplicada por pessoas sem formao adequada, ou sem cautela, pode ser

    perigosa para o sujeito.

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    STREET HYPNOSIS SEM SEGREDOS TEORIA

    possvel nunca mais voltar do transe.

    Se o sujeito estiver num transe profundo, o que pode acontecer o transe mudar para

    um sono fisiolgico, e acordar aps um tempo.

    MITOS DOS MITOS DA HIPNOSE

    Em muitos casos, vlido no informar ao sujeito todas as possibilidades da hipnose,

    pois surgiriam medos desnecessrios, por isso as explicaes acimas encontradas em sites so

    ideais para o pblico geral. Da mesma forma, um mdico no informa aos pacientes os riscos

    que so praticamente impossveis de acontecer em um procedimento hospitalar, por exemplo.

    Porm, como um estudioso e praticante do assunto, voc deve conhecer a fundo todas as

    possibilidades, verdades e mentiras que so contadas. Portanto, vamos analisar melhor algumas

    das explicaes comuns dadas aos mitos populares:

    Se o sujeito estiver num transe profundo, o que pode acontecer o transe mudar para um

    sono fisiolgico.

    Esse mito (e sua explicao) surgiu de alguns casos bem raros, em shows de hipnose,

    quando pessoas hipnotizadas no despertavam com o comando do hipnotizador, vindo despertar

    aps alguns minutos, ou mesmo horas (h relatos de sujeitos que s despertaram no dia

    seguinte). O que acontece que essas pessoas entram num estado conhecido como coma

    hipntico (ou estado esdaile), que um estado de euforia e bem-estar to intenso, onde as

    pessoas param de se importar com o mundo externo. Mesmo escutando as sugestes do

    hipnotista, se recusam, preferem continuar aproveitando aquele momento to prazeroso, da

    mesma forma que algum em estado normal pode recusar uma sugesto de entrar em hipnose.

    Sobre o sono, segundo Elman, nunca houve nenhum caso de algum dormir enquanto

    estava hipnotizado, o mximo que acontece um relaxamento e at uma diminuio da

    conscincia, mas o sono fisiolgico no estabelecido. O motivo disso : a hipnose aumenta a

    conscincia e o foco, enquanto o sono comum causa o efeito contrrio.

    O sono fisiolgico pode surgir por um relaxamento intenso e contnuo, ento o sujeito

    adormece antes de se estabelecer a hipnose. Por outro lado, o contrrio possvel: associar a

    hipnose ao estado do sono fisiolgico, o que nos leva ao prximo mito.

    O sujeito perde a conscincia quando hipnotizado.

    Na hipnose tradicional, isso realmente um mito. O sujeito nunca perde a conscincia,

    ao invs disso, ela se intensifica. Porm, um ponto importante a ser frisado, pois muitos

    hipnotistas parecem no entender isso na prtica, apesar de falarem isso na teoria.

    Algo muito comum um hipnotista colocar o sujeito em transe, e, se precisar falar com

    outra pessoa, abaixar a voz ou mesmo sussurrar, afastando-se um pouco do sujeito, na inteno

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    STREET HYPNOSIS SEM SEGREDOS TEORIA

    de que ele no escute. Ou ainda, assim que o sujeito parece inconsciente, o hipnotista comea

    a falar dele aos outros, como se ele no estivesse escutando.

    Durante o transe hipntico, a ateno e seus sentidos esto ampliados, principalmente

    para a voz do hipnotista. Se outra pessoa consegue ouvir o seu sussurro, pode ter certeza que o

    sujeito em transe escutar ainda melhor. Isso no mnimo perturba o sujeito, podendo at acabar

    com a hipnose de sujeitos menos suscetveis.

    Numa situao em que precisar falar com outra pessoa enquanto seu sujeito estiver em

    transe, a melhor coisa a fazer avisar ao sujeito que ele pode aproveitar o estado sem se importar

    com a sua conversa com a outra pessoa, ento converse normalmente com quem precisar.

    Ainda assim, esse mito verdade para o caso comentado no tpico anterior, a hipnose

    associada ao sono. Nesse estado, o sujeito est inconsciente, pois est dormindo. um timo

    estado para hipnoterapia em clientes muito analticos, ou para aplicar sugestes de anestesias

    para casos mais intensos, como partos. Assim, o sujeito acorda com o efeito da sugesto, mesmo

    sem se lembrar dela conscientemente.

    Ningum faz em hipnose aquilo que no faria se estivesse acordado, no age contra suas

    crenas ou vontades. O sujeito tem controle de tudo e no contaria um segredo.

    De forma nenhuma como se a pessoa estivesse em estado normal. David Spiegel, um

    mdico que estuda a hipnose para tratamentos de cncer e dores crnicas, tem uma palestra que

    explica um pouco sobre isso.

    Durante a hipnose, nosso foco e ateno concentrado cada vez mais em uma nica

    ideia, fazendo que todo o resto (crenas, vontades, inibies) fiquem mais distantes por um

    momento. anlogo a quando algum est numa festa com amigos, todos se divertindo muito

    no momento e acabam fazendo ou falando algo sem pensar (mesmo sem estarem bbados), e

    no outro dia sempre surge aquele pensamento: Onde eu estava com a cabea quando fiz isso?.

    Por isso, perfeitamente possvel algum fazer algo que no faria em estado normal. Por

    exemplo, nosso fator crtico, que julga algo como sendo um segredo, est bem distante e naquele

    momento e pode no se importar em compartilhar aquilo. Porm, isso no quer dizer que basta

    entrar em transe hipntico que as pessoas contariam os segredos ou fariam qualquer coisa. Se

    o hipnotista der uma sugesto que contra a vontade do sujeito e ele ainda no estiver com o

    fator crtico bem desligado, provvel que ele rejeite a sugesto.

    Alm disso, possvel criar contextos no qual o sujeito no se sente contrariando

    nenhuma de suas crenas ou vontades. Derren Brown fez um experimento, conseguiu que uma

    pessoa roubasse um banco e at tentasse atirar em outra pessoa, apenas usando a hipnose.

    George Estabrooks, que teve a fama de programar hipnoticamente os agentes americanos na

    segunda guerra mundial, bem claro em seu livro falando que totalmente possvel hipnotizar

    algum para fazer qualquer coisa, at mesmo ser um espio de guerra.

    Como curiosidade, h teorias que dizem que o assassinato de um presidente americano,

    John Kennedy, foi cometido por um homem hipnotizado, mesmo aps condenado ele no

    demonstrava nenhum tipo de remorso e insistia no lembrar do ocorrido. Isso possvel?

    Segundo Estabrooks perfeitamente possvel.

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    STREET HYPNOSIS SEM SEGREDOS TEORIA

    Se quiser entender mais sobre isso, recomendado ver o filme alemo chamado A Onda.

    Uma produo baseada em histria real, onde um professor faz a experincia de tentar criar

    uma turma de seguidores fanticos, sem que eles percebessem que estavam sendo manipulados.

    https://www.youtube.com/watch?v=PlFaIxTv1_w - Mind-Body Interactions (Palestra do Dr.

    David Spiegel, em ingls)

    https://www.youtube.com/watch?v=90xfZJQzAhc - Derren Brown ~ Assassin ~ Full Episode

    (Experimento do Derren Brown, em ingls. Futuramente ser legendado pela equipe Mestre da

    Hipnose)

    https://www.youtube.com/watch?v=ZbyCJEIRBaA - A Onda (Die Welle) Trailer

    LEGENDADO

    A hipnose perigosa para o sujeito, se for aplicada por pessoas sem formao adequada,

    ou sem a cautela necessria.

    A hipnose algo natural de qualquer ser humano, ento no poderia ser perigosa. Como

    diz Fbio Puentes: O perigoso o hipnotista.

    Mas tudo o que explicado no tpico anterior no deve ser motivo de preocupao. Para

    fazer tais programaes hipnticas, fazendo o sujeito agir contra suas crenas, so necessrio 3

    coisas: conhecimento muito especfico e avanado; contexto e tempo. Seria raro um hipnotista

    (principalmente no Brasil) ter essas habilidades. Alm disso, no fcil existir esse contexto

    adequado e tempo suficiente para criar essa mudana psicolgica, ou seja, no possvel numa

    nica sesso de hipnose, programar o sujeito dessa forma.

    Porm, vlido salientar que o fato da pessoa ser um hipnotista ou no, irrelevante.

    Existindo essas 3 coisas, no necessrio que algum seja um hipnotista tradicional para ser

    perigoso, pois a manipulao acontecer de qualquer forma, como demonstrado no filme A

    Onda. Um exemplo mais recorrente so lderes religiosos que fazem seus fies entregarem

    praticamente todos os bens de boa vontade.

    Em relao ao processo da hipnose, no h perigos comprovados para o sujeito, como

    de deixar sequelas, ou criar problemas psicolgicos. Os perigos reais da hipnose de rua e de

    palco so acidentes fsicos, ainda assim raros. Alm disso, h algo ainda mais raro, a ab-reao

    espontnea, que acontece em mdia com 1 a cada 500 mil sujeitos hipnotizados (de acordo com

    relatos dos mestres da hipnose).

    Repetindo: A hipnose no perigosa e deve ser incentivada. Basta usar o bom senso,

    no dar sugestes que possam ser perigosas e evitar regresses de idade (o motivo ser

    comentado depois). Mesmo que voc no saiba nada sobre hipnose, pode comear a testar, sem

    medo de que causar algum mal.

    https://www.youtube.com/watch?v=xJDVbxPkhFI - Dicas para fazer Street Hypnosis com

    segurana

    https://www.youtube.com/watch?v=v_y0CZyME3s - Pastor Marco Feliciano enganando fiis

    e induzindo a entregar tudo o que tem

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    STREET HYPNOSIS SEM SEGREDOS TEORIA

    O CREBRO

    Muitos entusiastas ficam inseguros em praticar hipnose porque no entendem como algo

    to simples pode fazer as pessoas dormirem, ou terem alucinaes. Hipnose no mgica,

    truque, ou s efeito psicolgico. um fenmeno natural e real, que acontece no crebro de

    qualquer ser humano.

    No necessrio conhecer o funcionamento do crebro para hipnotizar pessoas, o

    objetivo deste captulo mostrar e reforar com fatos como a hipnose real.* Voc, para ser

    um mago, deve ter ao menos uma noo de como funcionam todas as partes do processo que

    quer dominar. O importante aqui que voc aprenda, mesmo que de forma bem superficial, a

    funo de algumas reas do crebro e como a hipnose se relaciona com elas. Para ento, ter

    conscincia que voc criar um processo real no crebro do sujeito. Cada fenmeno criado com

    a hipnose tem um motivo neurofisiolgico que o torna possvel como experincia para o sujeito.

    Ter esse conhecimento o tornar mais competente e confiante.

    Por outro lado, apesar de haver muitas comprovaes, principalmente de psiquiatras e

    neurocientistas sobre o efeito da hipnose, ainda h bastantes coisas para serem descobertas

    * Todas as informaes deste captulo foram revisadas por Djana Gyatsu Dasa (psiquiatra e hipnoterapeuta do EUA, conselheiro da O.M.S) e por Carlos Alberto Ribeiro (neurologista, neurocirurgio e hipnoterapeuta - CRM:

    98604)

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    STREET HYPNOSIS SEM SEGREDOS TEORIA

    nessa rea. Algumas perguntas ainda sem respostas: Por que temos a capacidade de sermos

    hipnotizados? Como a hipnose acontece no crebro? Por que as pessoas respondem de formas

    diferentes aos fenmenos?

    Crtex pr-frontal:

    Essa regio basicamente onde mora o consciente. Essa parte do crebro est

    relacionada a pensamentos complexos, tomadas de decises, criao de correlaes de causa e

    efeito, manipulao social.

    Em hipnose, essa regio do crebro quase desligada, assim as informaes recebidas

    no so analisadas ou julgadas, permitindo se comunicar diretamente a outras reas do crebro.

    Tlamo:

    uma regio que funciona basicamente como uma secretria. Ele direciona os estmulos

    do crebro para as demais partes do corpo, ou o inverso, estmulos sensoriais do corpo para as

    suas determinadas regies no crebro. (O olfato o nico sentido que no passa pelo tlamo)

    Por exemplo, quando seus olhos veem uma imagem, a informao convertida em sinal

    eltrico e vai para o tlamo, ento direcionada para a parte de trs do crebro (regio occipital),

    s ento, o consciente pode analisar o que est vendo.

    Na hipnose, essa regio afetada principalmente em sugestes de anestesia, diminuindo

    a atividade do tlamo, fazendo com que o estimulo da dor no chegue ao destino final. Tambm,

    em sugestes de sinestesia, acredita-se que a atividade do tlamo alterada.

    Hipotlamo:

    responsvel por alguns processos metablicos e atividades do sistema nervoso

    autnomo. O hipotlamo liga o sistema nervoso ao sistema endcrino, sintetizando a secreo

    de neuro-hormnios, que esto relacionados tambm com as emoes. Alm disso, ele controla

    a temperatura corporal, fome e sede, impulso sexual.

    O prprio pensamento pode alterar a atividade do hipotlamo. Por exemplo, visualizar

    mentalmente sua comida preferida por algum tempo, pode fazer voc salivar e sentir fome.

    Amgdala:

    Tambm ligada ao tlamo e hipotlamo, uma parte do crebro ligada ao instinto de

    fugir, lutar ou parar (flight, fight or freeze). A principal funo da amigdala de criar memria

    emocional, para proteger a sobrevivncia.

    Por exemplo, em uma situao que o crebro entendeu como muito perigosa, a amigdala

    pode criar uma forte emoo com a situao e guard-la para que a pessoa nunca mais passe

    por isso, podendo assim, desenvolver uma fobia.

    Durante a hipnose, a amgdala se desliga, desativando o instinto fight, flight, or

    freeze impedindo que possa ocorrer qualquer gatilho emocional. Quando a amigdala est

    desligada, o corpo e sistema imunolgico funcionam de forma mais efetiva.

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    STREET HYPNOSIS SEM SEGREDOS TEORIA

    Hipocampo:

    Possui relao com a amgdala, j que tambm faz parte do sistema lmbico. O

    Hipocampo tem atividades relacionadas com inibio, formao de novas memrias e

    orientao espacial. Porm, ainda no h experimentos ou teorias que relacionam diretamente

    o efeito da hipnose ao hipocampo.

    Tambm h diferenas fsicas no crebro das pessoas que entram em hipnose mais

    facilmente. Mais especificamente, no crebro dos grupos altamente hipnotizveis, o crtex pr-

    frontal dorsolateral (regio responsvel pelo controle executivo e ateno) aparenta ser ativado

    em conjunto com o crtex cingulado anterior (responsvel pelo foco e ateno). H uma maior

    ligao neural entre essas duas regies, o que possibilita o indivduo ter um maior controle

    consciente de sua ateno.

    A MENTE

    Antes de se pensar em um conceito para a mente, necessrio entender que no h uma

    definio perfeita e funcional para todos os contextos. No existe uma parte no corpo chamada

    mente, tampouco possvel coloc-la num microscpio e analis-la. Assim, cada terico

    possui definies diferentes.

    O crebro, juntamente com a mente, um dos maiores mistrios do universo. Ainda no

    foram nem mesmo mapeadas as regies do crebro responsveis por atividades unicamente

    humanas (como entender uma linguagem, pensamento moral etc.). As perguntas mais

    fundamentais ainda se encontram sem resposta.

    O que se pode afirmar que a mente existe como um modelo, que recebe a informao

    do mundo exterior, a entende de acordo com os prprios parmetros, criando experincias

    nicas. Dessa forma, cada experincia s existe efetivamente na mente e nica para cada

    pessoa.

    Ainda assim, fcil observar que inmeras variveis podem alterar a experincia de

    algum. Por exemplo, uma pessoa num momento muito feliz e outra em um momento de tristeza

    tero percepes diferentes de uma mesma festa. Provavelmente a pessoa feliz ver muitos

    motivos para se animar ainda mais com a festa, e a pessoa triste achar motivos para se sentir

    pior. A experincia subjetiva, pois tudo acontece na mente, antes de acontecer como realidade

    (como diz o ttulo do livro do Anthony Jacquin, A Realidade Plstica*).

    * Traduo do ttulo The reality is Plastic, livro publicado apenas em ingls.

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    STREET HYPNOSIS SEM SEGREDOS TEORIA

    AS REGRAS DA MENTE

    A mente, como todas as coisas, funciona sobre regras especficas. Hipnoterapeutas, aps

    muitas observaes, chegaram a alguns princpios sobre isso. E voc, como o mago, deve

    conhec-las e domin-las, para que nunca aja em desacordo com nenhuma delas.

    Todo pensamento ou ideia causa uma reao fsica.

    O que a mente espera acontecer, tende a acontecer.

    A imaginao mais poderosa do que conhecimento, quando se lida com a mente.

    Cada sugesto aceita diminui a resistncia para a sugesto seguinte.

    Quanto maior o esforo consciente, menor a resposta subconsciente.

    Assim que uma ideia aceita pelo subconsciente, ela se mantm at que outra ideia a

    substitua.

    Alm disso, quando o fator crtico escuta uma sugesto, para determinar se a deixar

    passar para nveis mais profundos da mente, como se tomasse alguma das 4 atitudes:

    Gostar da sugesto e saber que funcionar.

    Ser neutro e no se importar com o que acontecer.

    Achar que desconfortvel, ou que contra as crenas morais.

    Gostar da sugesto e torcer que funcione.

    A mentalidade ideal do sujeito para a hipnose acontecer deve ser a primeira ou no mximo

    a segunda opo. O problema da ltima opo a mente consciente tentar ajudar no processo,

    por querer muito que funcione, assim, se a mente consciente est participando, o fator crtico

    no pode ser atravessado.

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    STREET HYPNOSIS SEM SEGREDOS TEORIA

    O MODELO DA MENTE* (por Gerald Kein)

    * Neste livro, para facilitar a leitura, inconsciente e subconsciente so usados como sinnimos.

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    STREET HYPNOSIS SEM SEGREDOS TEORIA

    OS PR-REQUISITOS PARA HIPNOSE

    Segundo Jeffrey Stephens, para a hipnose ser possvel necessrio existir apenas duas

    coisas: contexto e inteno. Isso seria o pr-requisito para qualquer forma de hipnose, mesmo

    uma hipnose sem transe clssico, que ser visto na parte final.

    O contexto surge quando as pessoas sentem que voc o mago, ou pelo menos sabem

    que voc um hipnotista. A funo do contexto criar expectativa nas pessoas, e cada pessoa

    tem uma expectativa do que um hipnotista faz, ou sobre o que hipnose, isso j o suficiente

    para suas mentes se alinharem com o processo. Note que expectativa diferente de acreditar

    em hipnose ou que podem ser hipnotizados.

    A inteno j algo que est em voc, uma vontade e pensamento que aquela pessoa

    ser hipnotizada. Voc deve ter em mente tudo o que pretende fazer, desde o momento que

    seleciona o sujeito at o momento que vai tir-lo da hipnose e ter a expectativa de que tudo ser

    como voc espera. Apesar de parecer algo subjetivo, quando voc sabe o que fazer e acredita

    nisso, ocorrem mudanas sutis no seu comportamento e modo de falar, o que o faz expressar

    confiana e tranquilidade (e como consequncia, aumenta a expectativa e a confiana do sujeito

    em voc).

    Alm disso, o Igor Ledochowski traz uma boa contribuio para a inteno, no conceito

    do H+. O H (Hypnosis) a prpria inteno, e o + um desejo de dar algo positivo para aquela

    pessoa, dar uma tima experincia e no esperar nada dela. Um mago sabe o poder que tem, e

    como pode ajudar as pessoas com esse poder. Ele no se importa se o sujeito no quer ser

    hipnotizado, ou mesmo se no seguir as instrues, pois quem perde com isso o prprio

    sujeito.

    A inteno voc deve carregar sempre com voc, isso natural, isso se torna

    natural com a prtica e com a ideia do mago. O contexto pode ser criado facilmente, no

    momento que as pessoas descobrem que voc um hipnotista. Seguindo os passos da parte

    prtica, voc conseguir fazer isso sempre que desejar. Por fim, para a hipnose clssica h mais

    dois pr-requisitos, alm desses: o sujeito no ter um medo real em relao experincia e

    seguir as instrues que o hipnotista falar.

    Segundo Elman, existe uma nica barreira que pode impedir a hipnose: o medo. Como

    j foi explicado, o prprio sujeito quem se hipnotiza e todo processo acontece em sua prpria

    mente. Dessa forma, a mente nunca se submeteria a algo que teme. Ento, no existir medo

    tambm pode ser considerado um pr-requisito. Mas, esse o caso de um medo real, e no

    apenas uma insegurana do desconhecido. Muitas pessoas falaro que tem medo, mas na

    verdade esto muito interessadas em ter uma experincia, ou seja, esse tipo de medo no

    atrapalha.

    E, a partir do momento que voc quem sabe como dar essa experincia ao sujeito, e

    ele quer experimentar isso, obviamente ele deve seguir todas as suas instrues, pois se no o

    fizer, no funcionar. Em geral, isso acontece naturalmente, porque no momento voc tem a

    autoridade como o especialista desse assunto.

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    STREET HYPNOSIS SEM SEGREDOS TEORIA

    Ento, se tiver a inteno clara e positiva, criar o contexto, o sujeito seguir suas

    instrues e no tiver um medo real, voc hipnotizar SEMPRE! Agora veremos como fazer

    tudo isso na prtica.

    https://www.youtube.com/watch?v=2h49kYxmaJ0 - Igor Ledochowski - H+ vs Inseguranas

    https://www.youtube.com/watch?v=s1HAszIHYso - J.Stephens - Congruncia na Hipnose

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    Prtica

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    STREET HYPNOSIS SEM SEGREDOS PRTICA

    Esta parte contm a hipnose de rua em 9 passos, desde o momento em que voc decide

    hipnotizar at o momento em que termina a hipnose. A metodologia em cada passo, em geral,

    seguir esta sequncia:

    Perguntas que voc saber como responder quando tiver aprendido aquele passo.

    Objetivo geral daquele passo.

    Sequncia do que deve ser feito e obtido naquele passo.

    Exemplos de como poderia ser feito (famoso script, ou roteiro).

    Explicao de cada ponto da sequncia que a explicar e a relacionar com o exemplo,

    alm de fazer algumas observaes e explicar alguns detalhes.

    Uma espcie de soluo de problemas, explicando como agir se algo ocorrer de forma

    diferente do esperado.

    Complemento, onde haver links para vdeos relacionados com aquele passo e

    informaes gerais de contedo um pouco mais avanado, talvez no to essencial para

    o funcionamento do passo.

    O mais importante saber e entender a sequncia do passo em questo, todas as outras

    informaes servem apenas para reforar isso.

    Todo o processo ser detalhado de forma bem completa, com o mximo de detalhes e

    segredos relevantes para que a hipnose seja rpida e fcil. Isso quer dizer que pode haver

    muitos outros detalhes e passos extras que so ensinados em outros lugares, mas so

    irrelevantes, pois praticamente no ajudam em nada, quando ajudam. A prtica ensinada aqui

    a mesma usada pelos maiores mestres da hipnose. Se voc fizer corretamente apenas 50% do

    que est aqui, j conseguir resultados excelentes.

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    STREET HYPNOSIS SEM SEGREDOS PRTICA

    1. A ABERTURA DO GRUPO

    Qual primeiro passo para hipnotizar um estranho?

    Como fazer para introduzir o assunto da hipnose a estranhos?

    Como deixar as pessoas interessadas serem hipnotizadas?

    O objetivo iniciar o processo, criando o contexto e interesse, porque at ento os

    sujeitos no sabem da sua existncia. Lembre-se de que o processo se inicia com o contexto e

    que necessria a receptividade do sujeito, a fim de que sigam suas instrues.

    1.1. Antes de tudo, voc deve ter em mente que voc vai hipnotizar algum, porque voc

    quer hipnotizar, e que isso ser uma experincia incrvel PARA eles. Mesmo sabendo que voc

    pode estar ali para praticar hipnose, tenha em mente que sua prtica ser algo bom PARA eles,

    afinal, voc O MAGO.

    1.2. Caminhe at o grupo, capte a ateno aplicando o eyebrow flash e sorrindo somente

    aps o contato visual do grupo.

    1.3. D um elogio simples e sincero ao grupo.

    1.4. Se apresente, diga que um hipnotista profissional (ou crie uma denominao) e diga o

    que est fazendo.

    1.5. Faa uma pergunta aberta com uma sugesto indireta para se interessarem.

    Exemplo 1: Ol. Vocs parecem um grupo divertido. Meu nome Michael, sou um hipnotista

    profissional e estava aqui fazendo umas demonstraes. Algum de vocs sabe o que a hipnose

    ou j teve curiosidade de passar por uma experincia incrvel com o poder da mente?

    Exemplo 2: E a, galera. Vocs parecem um grupo interessante. Meu nome Michael, sou o

    hipnotista mais rpido de So Paulo e estava aqui demonstrando o poder que a mente das

    pessoas tm. Algum de vocs j pensou do que nossa mente capaz e de como possvel sentir-

    se timo, agora, ativando sua mente?

    Entendendo o processo:

    1.1. Este ponto j deve estar claro para voc, aps ler a teoria. Quando voc faz isso voc

    muda sua fisiologia e seu comportamento, se tornando mais congruente com o que falar e

    demonstrando mais confiana.

    1.2. A ateno captada quando o grupo olha para voc, por causa da saudao (Ol ou

    E a, galera). O eyebrow flash explicado no vdeo complementar, um gesto feito por todos

    os primatas, quando se reconhece que algum faz parte do seu grupo. O sorriso feito aps obter

    a ateno demonstra de forma inconsciente que voc sorriu por causa deles, e no foi s sorriso

    automtico que comum socialmente. algo sutil, mas as pessoas que recebem um sorriso

    assim, com um pouco de atraso, se sentem melhores, sem saber explicar o porqu.

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    STREET HYPNOSIS SEM SEGREDOS PRTICA

    1.3. Todas as pessoas gostam, consciente e inconscientemente, de receber elogios. Quando

    recebemos elogios, nos abrimos mais para o que vir a seguir. Mas, por motivos bvios, o elogio

    deve ser curto e sincero, para no soar falso ou bajulador, causando a reao oposta.

    1.4. Este ponto faz voc demonstrar de forma rpida, qual sua inteno, sem levantar

    nenhum tipo resistncia no grupo, alm disso, cria o contexto necessrio para hipnose. ainda

    mais poderoso quando voc cria uma denominao, porque assim o grupo passa a v-lo como

    um hipnotista raro. Se for do seu estilo, e ainda melhor se conseguir fazer com que riam de sua

    denominao, pois isso elimina imediatamente o desconforto de estarem interagindo com um

    estranho. (Dicas de denominao: hipnotista mais engraado, hipnotista mais jovem, hipnotista

    mais bonito etc.)

    1.5. Uma pergunta aberta, nesse caso, seria algo que os deixariam curiosos pela sua resposta.

    Assim, mesmo que no queiram ser hipnotizados no momento, h uma abertura para

    perguntarem mais sobre isso. A sugesto indireta acontece quando voc d a ideia de que ser

    algo bom para eles, por exemplo: experincia incrvel, poder da sua mente, sentir-se

    timo.

    Complemento:

    https://www.youtube.com/watch?v=XJJmAEqDiKg Abordagem na Hipnose de Rua

    https://www.youtube.com/watch?v=KBdtfP8LtmA "Truque" para Rapport Instantneo

    (Para mais detalhes sobre o eyebrow flash, veja o curso Conversational Hypnosis Mastery, do

    Igor)

    Um dos principais motivos que leva a hipnose falhar a abordagem. A sua inteno

    conseguir total cooperao do sujeito e eliminar qualquer forma de resistncia, se estiver com

    dificuldade de criar essa cooperao inicialmente, experimente no usar a palavra hipnose e

    ver a diferena da cooperao do grupo. Por outro lado, quando se usa a palavra hipnose,

    possvel fazer todo o processo com muito mais rapidez, pois voc no precisa explicar o que

    est fazendo, as prprias pessoas criaro suas expectativas e o permitiro realizar o processo.

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    2. A ESCOLHA DO SUJEITO

    Como deix-los interessados a serem hipnotizados?

    Como agir se estiverem com medo?

    Quem devo escolher para hipnotizar?

    Quais os mais fceis de serem hipnotizados?

    O Objetivo selecionar a pessoa com maior chance de obter os fenmenos mais

    impressionantes. Ou, se no houver uma escolha fcil, aumentar mais a expectativa e comear

    a estimular a imaginao, a fim de facilitar o processo da hipnose em seguida.

    Explicao e Teste de Sugestionabilidade (Opcional):

    2.1. Lidar com medos e resistncias aparentes sobre a hipnose.

    2.2. Oferecer um procedimento para diminuir a resistncia e obter feedback (se necessrio).

    2.3. Verificar quem respondeu melhor ao procedimento anterior.

    Exemplo 1: Hipnose sobre o poder do inconsciente, uma capacidade que todo ser humano possui. Quanto mais forte sua mente inconsciente, mais fcil e mais rpido voc pode entrar

    num incrvel estado de transe, se desejarem. Antes de fazer a hipnose, vamos fazer s um jogo

    primeiro para verem como a mente funciona, faam assim com as mos *Fazer algum teste analgico* o que sentiram?

    Exemplo 2: Sabe quando est vendo um filme, ou lendo um livro muito interessante, e, quando percebe, est totalmente envolvido com aquilo, se deixando levar, talvez at se emocionando,

    mesmo sabendo que no real? Isso como estar hipnotizado. Agora, a gente pode induzir o

    mesmo estado, s que mais fundo e melhor. Quem j teve curiosidade de saber o poder do seu

    inconsciente? Quem quiser descobrir agora, acompanhe esse teste, fazendo assim com as

    mos *Fazer algum teste analgico* o que sentiram?

    Entendendo o processo:

    Os passos anteriores apenas devem ser executados se o grupo precisar. Aps o passo 1

    (abertura do grupo) voc deve verificar, pela linguagem corporal, se o grupo est interessado e

    aberto para a hipnose ou est desconfiado (Esto o olhando desconfiados? Cruzaram os braos?

    Se afastam ou demonstraram medo?). Se estiverem interessados voc escolhe o sujeito e segue

    para o passo 3, caso contrrio, voc far o famoso pr-talk (uma rpida conversa inicial,

    introduzindo a hipnose).

    2.1. A ideia aqui, alm de responder possveis perguntas, colocar a hipnose como algo

    interessante, natural e bom para eles. Este ponto funciona para diminuir a resistncia e gerar

    interesse por ser hipnotizado, afinal ser uma experincia agradvel. A forma que fizer isso no

    importa, contando que seja breve, pois seu objetivo apenas dar a eles uma experincia e no

    ensin-los sobre hipnose. Se no houverem perguntas, no gaste mais que 1 minuto neste ponto.

    2.2. Esse ponto tambm conhecido como teste de sugestionabilidade, ser feito com 2

    objetivos: diminuir a resistncia e verificar quem o melhor sujeito para os fenmenos. Os

    testes analgicos so aqueles que os sujeitos podem responder em diferentes nveis, como as

    mos magnticas. Assim, qualquer resposta mnima j pode ser considerado um sucesso, diferente de uma rotina de mos coladas, por exemplo, que sim ou no as pessoas ficam com as mos coladas ou no (fenmeno binrio).

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    STREET HYPNOSIS SEM SEGREDOS PRTICA

    Em seguida, se no conseguir decidir qual sujeito escolher ou se ningum responder de

    uma forma satisfatria (aproximou as mos), pode-se perguntar o que acharam e o que sentiram.

    Muitas vezes, sujeitos que mexeram pouco as mos estavam resistindo s sugestes, ento

    quando so feitas essas perguntas, normalmente se empolgam e acham incrvel o que sentiram,

    j esperando a prxima experincia (esse seria um timo sujeito). Mas em geral, no ser

    necessrio nem perguntar, porque ficar evidente quem mais gostou e mais sentiu o poder da hipnose.

    2.3. Primeiro, voc deve buscar as pessoas que se focaram e se impressionaram mais com a

    experincia. Dessas, voc verifica quem respondeu melhor ao teste (aproximou as mos mais

    rapidamente), se houver.

    Uma pessoa muito atenta e impressionada pela experincia melhor que uma pessoa que

    aparentemente respondeu muito bem, mas est desconcentrada ou com pouco interesse.

    Complemento:

    https://www.youtube.com/watch?v=5Uind7MA2_o Anthony Jacquin escolhendo o sujeito

    O vdeo acima demonstra o teste das mos magnticas e a escolha do sujeito. Desde o

    incio, Anthony comea a reparar que as meninas da direita estavam animadas demais ao ponto de levar o processo na brincadeira, alm disso cruzaram as pernas sem a instruo dele,

    ou seja, no estavam seguindo s suas instrues. Apesar das meninas da direita terem

    respondido aparentemente melhor (as mos se juntaram mais rpido), Anthony escolheu a

    menina da esquerda, sem mesmo perguntar como foi a experincia, pois percebeu que a reao

    dela era genuna e estava mesmo concentrada com o processo.

    Ainda no h estudos definitivos sobre a possibilidade de reconhecer um sujeito

    sonamblico, sem de fato hipnotiz-lo. Alm disso, uma pessoa no sonamblica que realmente

    deseje ser hipnotizada pode responder como um sonamblico. Mesmo assim, por algumas

    caractersticas do sujeito, possvel saber com uma preciso relativamente boa se ele ser ou

    no hipnotizado facilmente. Algumas caractersticas positivas para hipnose: crianas ou

    adolescentes at por volta dos 20 anos; pessoas interessadas em misticismo; pessoas muito

    emotivas ou sonhadoras; pessoas que j usaram drogas; artistas e atores em geral.

    O que pessoas assim tm de diferente? Tudo se baseia nos pr-requisitos da hipnose:

    quanto menor o medo e mais o sujeito seguir as instrues, melhor. Todas essas caractersticas

    tendem a demonstrar esses pr-requisitos. Por exemplo, adolescentes so mais inconsequentes,

    possuem mente aberta para novas experincias, por isso menor medo. Artistas, atores ou

    pessoas interessadas em misticismo usam muito a imaginao, no tentam analisar e entender

    tudo, o que facilitaria seguir as instrues da hipnose alm de imaginar melhor as sugestes.

    Pessoas que j usaram drogas, no mnimo, o medo das consequncias no os impediram de

    buscar uma nova experincia.

    Isso apenas uma dica para o caso de voc querer sugerir a hipnose, a algum com essas

    caractersticas, numa situao qualquer. Mas, em situaes normais, no preciso saber os

    antecedentes ou profisso das pessoas para praticar a hipnose de rua.

    Portanto, importante frisar que este passo sobre escolher o sujeito, e no sobre

    realizar testes de sugestionabilidade ou conversar sobre hipnose, j que isso muitas vezes no

    necessrio. Mas, inicialmente, faa esse passo completamente algumas vezes, no intuito de

    praticar e aprender, pois com a prtica voc mesmo ver que o pr-talk e testes no so to

    necessrios.

    Por outro lado, h algumas situaes que, mesmo no sendo necessrio, voc deveria

    conversar mais e realizar os testes. Por exemplo, quando h um grupo grande (mais de 5

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    pessoas), e vrias delas demonstram grande interesse pela hipnose. Nesse caso, voc deveria

    dedicar sua ateno a todos eles, e no isolar a experincia num nico sujeito. O objetivo

    garantir a diverso do grupo, pois quando faz uma experincia mais abrangente, est

    satisfazendo a vrias pessoas ao mesmo tempo e fornecendo valor ao grupo, antes de escolher

    uma pessoa para ter as experincias sozinha.

    https://www.youtube.com/watch?v=LL-RKo6jVvk Hipnose - Dedos magnticos (Uma alternativa para mos magnticas)

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    STREET HYPNOSIS SEM SEGREDOS PRTICA

    3. O TESTE DO SUJEITO

    Como saber se esto preparados para hipnose?

    Como saber se uma induo instantnea funcionar?

    Como saber se esto levando a srio?

    Como saber se no esto resistindo?

    O objetivo desse passo verificar se o sujeito quer e est pronto (consciente e

    inconscientemente) para ser hipnotizado com uma induo instantnea.

    3.1. Criar o contrato hipntico com o aperto de mo. (Verificao inicial pelas mos)

    3.2. Conduzir o sujeito, dando instrues simples e verificar como ele responde. Tambm

    chamado de yes-set. (Se a resposta for positiva, pular diretamente para o passo 3.3)

    3.3. Eliminar sua resistncia e medos conversando mais sobre a hipnose, ento repetir o

    ponto 3.1.

    3.4. Fazer o olhar hipntico e verificar a respirao inconsciente.

    Exemplo 1: Tudo bem? Pronto para a hipnose? *Cumprimentar* Pode dar um passo aqui?

    Isso, deixa os ps juntos. Olha aqui

    Exemplo 2: Tudo bem? Pronto para ser hipnotizado? *Cumprimentar* Pode dar um passo

    aqui? Isso, relaxa, porque a hipnose s vai mostrar o poder da sua concentrao, para isso

    acontecer voc precisa permitir e querer que acontea, tudo acontece na sua mente, vou apenas

    conduzir. Voc tem alguma pergunta sobre a hipnose, antes de comear? D mais um passo,

    pra c

    Entendendo o processo:

    3.1. Na nossa cultura, acordos so normalmente finalizados com um aperto de mo, ento,

    ao perguntar se est pronto para ser hipnotizado e apertar sua mo, ele est criando uma espcie

    de compromisso inconsciente com voc de que aceitar e seguir suas instrues. Apenas com

    esse passo, voc elimina praticamente todo o pr-talk.

    A segunda parte, verificar o estado das mos dele, se elas estiverem muito midas ou

    frias, pode ser uma indicao de que o sujeito est com medo ou nervoso. Se isso acontecer,

    redobre sua ateno nos passos seguintes e d preferncia induo de Elman, ao invs de uma

    induo instantnea. Observao: Essa verificao das mos no funcionam muito bem em

    ambientes muito frio, ou com ar condicionado.

    3.2. A ideia perceber se o sujeito est seguindo suas instrues, sem hesitar (um dos pr-

    requisitos). Se ele ainda no consegue seguir uma instruo simples, no conseguir seguir uma

    mais complexa, para entrar na hipnose. Na verdade, isso apenas uma ltima verificao, pois

    se seguiu as etapas anteriores, o sujeito dificilmente ter problemas neste ponto. Caso voc

    perceba qualquer hesitao ou dvida do sujeito em seguir suas instrues, voc deve lidar com

    isso no passo 3.3.

  • 42

    STREET HYPNOSIS SEM SEGREDOS PRTICA

    Aqui tambm a oportunidade para voc estabelecer um contato fsico maior com o sujeito, o

    deixando confortvel com seu toque. Quando movimentar o sujeito de lugar coloque a mo no

    ombro dele, como se estivesse o guiando e a partir deste ponto, no perca mais o contato fsico

    com ele.

    3.3. Voc deve deixar o sujeito confortvel e tranquilo em relao a hipnose, talvez ele tenha

    algum medo inconsciente que est o deixando hesitante, ou simplesmente no est confortvel

    em fazer isso naquele lugar, com aquelas pessoas. Esse tambm o momento para perguntar se

    ele tem alguma dvida, assim ele poder falar sobre o que tem medo.

    3.4. O olhar hipntico o teste final. Surgir de preferncia de forma no verbal, para que

    ele fixe o olhar nos seus olhos (aponte para seus olhos, enquanto o olha fixamente), ento

    mantenha o olhar por aproximadamente 7 segundos. Isso causar uma situao incomum

    socialmente, pois no estamos acostumados a olhar fixamente nos olhos de algum por mais de

    3 segundos. Por esse motivo, se ele no estiver totalmente pronto e disposto a ser hipnotizado,

    no conseguir fixar o olhar por tanto tempo. Ir rir, ficar nervoso, olhar para os amigos, ou

    falar alguma coisa. Independentemente da reao do sujeito, mantenha o olhar fixo, pois cedo

    ou tarde ele se focar e tambm fixar a ateno apenas nos seus olhos. Algumas observaes:

    A ideia manter o olhar do sujeito focado por 7 segundos. Ou seja, se ele se focou por 6 segundos, e riu ou desviou o olhar, recomece segurando o olhar por mais 7 segundos.

    Caso o sujeito ria, interessante falar Tudo bem, voc pode rir, sempre o deixe vontade, mas continue olhando fixamente seus olhos, assim ele comear a se focar.

    Durante o olhar, no recomendado contar o tempo, apenas tenha em mente sua inteno (H+). 7 segundos o tempo mximo aproximado que algum consegue fixar o olhar

    sem estar confortvel com a outra pessoa. Se o sujeito segura o olhar por 7 segundos, sem rir

    ou sem desviar, provavelmente conseguiria por 60 segundos sem problemas.

    Mantenha as mos nos ombros do sujeito e se aproxime um pouco mais do que o normal enquanto o estiver olhando. Isso ajuda aumentar o desconforto do olhar, fazendo aumentar a

    expectativa de que algo est prestes a acontecer ou o forando a desistir se no estiver

    realmente preparado.

    Aps esse olhar, o sujeito estar pronto para uma induo instantnea. O que acontece que voc fora uma situao desconfortvel socialmente enquanto se coloca numa posio de

    autoridade, e a nica forma dele eliminar o desconforto desistir, desviando o olhar e recuando,

    ou se entregar parando de se importar com a situao (diminuindo o prprio fator crtico) e

    confiando em voc.

    Ainda neste ponto, h algo extra que foi chamado de verificar a respirao

    inconsciente. Isso , aps a fixao do olhar, voc respira profundamente e verifica se o sujeito

    acompanha sua respirao, tambm respirando profundamente. Se o fizer, bem provvel que

    seja um sonamblico (dica do Jeffrey Stephens). Saber isso serve apenas para agilizar ainda

    mais o processo dos fenmenos, como ser visto no passo 8.

  • 43

    STREET HYPNOSIS SEM SEGREDOS PRTICA

    Observao: este processo um teste para uma induo instantnea, que so as recomendadas

    na rua. Porm, caso opte pela induo de Elman, s necessrio o passo 3.1.

    Complemento:

    https://vimeo.com/116645077 - Testando o sujeito pelo aperto de mo

    Elman explicava que uma temperatura um pouco acima do normal representava um bom

    sujeito, pois o aumento da temperatura corporal um dos sinais de hipnose, ento se o sujeito

    j estivesse com a temperatura um pouco acima, ele seria mais suscetvel. Porm, ainda estou

    buscando evidncias prticas sobre isso, pois nem mesmo seu filho Larry Elman, ou seu aluno

    Gerald Kein relatam essa relao. Porm, a relao de uma baixa temperatura nas mos com

    medo, isso fato.

    https://www.youtube.com/watch?v=2mtXI4XeV-M Fazendo o teste do sujeito

    (complacncia)

    Como dito, este pon