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Meus filhos, min
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CARTA AOS FUNDADORES
assaram-se dez anos de vida e de
trabalho da Fundação Agrisus.
Lembro-me de haver me dirigido
a vocês por e-mail em 23 de mar-
ço de 2001 confessando que:
“desde a venda do controle da Manah ve-
nho remoendo a ideia de fazer algo pela
nossa agricultura, a qual me proporcionou
razoável sucesso comercial e uma gratifi-
cante carreira profissional. Aconselharam-
me a instituir uma nova fundação, de con-
trole familiar, a qual faria um convênio com
a FEALQ. E, segundo espero, [todos] empe-
nhados em manter a entidade viva e coroa-
da de sucesso.”
A 24 de abril de 2001, novo e-mail noticiava
a escritura instituindo a Fundação:
“sentimo-nos muito felizes em poder tomar
essa iniciativa e muito orgulhosos do apoio
recebido dos filhos. Estamos certos de que
vocês sentem o mesmo.”
No mesmo dia, distribuímos nota à impren-
sa noticiando a Fundação Agrisus:
“A agropecuária e as pessoas que a integram
me proporcionaram uma gratificante car-
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ha mulher,reira profissional, sendo justificável pensar no
futuro desse setor, cujo alicerce se apoia na fer-
tilidade do solo e no meio ambiente favorável.
A Fundação, em conjunto com a FEALQ, vai
somar esforços na formação de profissionais ca-
pazes de gerar sólida tecnologia e de promover
uma agricultura progressista, econômica e es-
tável, em benefício das gerações futuras.”
Decorridos oito anos de atividade, começa-
mos a nos preocupar com o futuro. Em nosso
Programa de Atividades para 2009, assim nos
expressamos:
“Acreditamos que a Fundação já tem vida pró-
pria - além de um elevado conceito -, o que
lhe dá oportunidade de trazer para sua admi-
nistração pessoas ligadas ao professorado, à
pesquisa e à produção agropecuária, preocu-
padas com a fertilidade do solo como fator
básico para uma agricultura sustentável. Ten-
cionamos... tornar o Conselho Curador repre-
sentativo da comunidade agrícola e agronô-
mica do país.”
Em janeiro deste ano de 2011, ao formular
convites para a renovação do Conselho de
Curadores, após estudos e amadurecimento,
manifestamos nossa confiança nos resultados:
“Temos certeza de que a unificação diretiva
das duas entidades – FEALQ e Agrisus – no
âmbito da ESALQ, virá assegurar a continui-
dade da missão dirigida à sustentabilidade da
agricultura baseada na melhoria e conserva-
ção do solo agrícola do país, bem como das
condições ambientais envolvidas. Os
instituidores da Fundação Agrisus, nas pes-
soas de minha família, incluindo o signatá-
rio, sentem-se confiantes na identidade de
propósito e no entusiasmo dos novos
curadores, além da importante contribuição
que trarão a esta instituição”.
E agora, a 14 de março de 2011, noticiando a
eleição do novo Conselho, dissemos que:
“a Fundação Agrisus dá um passo fundamen-
tal para sua continuidade e futuro ao confiar
seu destino a um corpo seleto de curadores
ligados à classe agronômica do país, inspira-
dos pelos ideais e empreendedorismo de Luiz
de Queiroz e irmanados no espírito da Escola
que leva seu nome.”
Passaram-se dez anos de trabalho contínuo e
pertinaz em ambiente de dedicação e de ide-
alismo, sempre com foco no progresso e na
sustentabilidade de nossa agropecuária. Uma
tarefa antes “de formiguinha” do que de gran-
des e heróicas conquistas.
Por vezes reconheci que a administração
da Agrisus estava carente de “mocidade”.
A cada ano que passava maior era essa sen-
sação. Agora chegou a vez de uma injeção
de sangue novo, sem prejuízo de nossa vi-
são e missão.
Nesses dez anos de presidência executiva,
no limiar da era de três dígitos, procurei
exercer a profissão de agrônomo no limite
de minha capacidade, com a intensidade
própria de quem vibra com a produção e
ama a agronomia.
O apoio que recebi dos fundadores, a soli-
dariedade dos companheiros, a colaboração
dos que participaram, o exemplo dos que
inspiraram, a esperança que trazem os no-
vos curadores, levam a uma só conclusão:
valeu a pena!
Agradeço penhorado a todos que participaram
da Agrisus nesta década. Sinto-me orgulhoso
e gratificado da confiança com que me distin-
guiram a família, os amigos e os colegas.
Muito obrigado a todos.
Fernando Penteado Cardoso
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HISTÓRIA
undei a Agrisus porque queria compensar a agricultura pelo muito que ela me
deu”, revela o idealizador, fundador e presidente da Fundação Agrisus – Agri-
cultura Sustentável, Fernando Penteado Cardoso. Uma iniciativa da família do
renomado engenheiro agrônomo, também fundador do Grupo Manah (fertili-
zantes e gado de corte) e seu diretor e presidente de 1947 a 2000, a Fundação
Agrisus surgiu em 2001 para dar continuidade ao ideal de pesquisas agrícolas realizados até
então pela Manah, que passou posteriormente ao controle de uma multinacional. Sua grande
marca é ser a única entidade privada e sem fins lucrativos no país dedicada ao financiamen-
to, com fundos particulares, de projetos de ensino, pesquisa, desenvolvimento e divulgação
de novas tecnologias relacionados à conservação, melhoramento e fertilidade do solo.
A Agrisus, há 10 anos, atua conjuntamente com a Fundação de Estudos Agrários Luiz de
Queiróz (FEALQ) na apreciação e avaliação dos pedidos de financiamento para projetos no
setor agropecuário, conservação e melhoria do solo e meio ambiente. Sua atuação para o
fomento do uso e da qualidade do Sistema de Plantio Direto na Palha impulsionou a aplica-
ção em todo o Brasil, devido aos excelentes resultados obtidos nas lavouras, inclusive nas
então improdutivas terras do Cerrado.
“F
Fomento à educaçãoO financiamento de projetos se enquadra emtrês categorias:
• Educação Individual: por meio da qualsão financiadas bolsas de estudo (especiali-zação, mestrado e doutorado). Também háauxílio para participação em eventos e via-gens de estudo;
• Educação Coletiva: engloba a realiza-ção e/ou apoio de eventos – congressos, se-minários, simpósios, mesas-redondas, oficinas,workshops e dias de campo – para difusão doconhecimento a empresários, pesquisadores,estudantes e produtores. Além de apoio fi-nanceiro para publicação de livros e suporteàs bibliotecas.
• Embasamento de educação: investi-mentos em Pesquisas Agronômicas e Pesquisassobre o Estado da Arte do Plantio Direto, queresultam em conhecimento baseado em dadosconfiáveis. O objetivo é levar informações ao
produtor rural sobre novas formas para aumen-tar a produtividade e a qualidade da lavoura,respeitando o meio ambiente
Diante do contexto mundial que busca umnovo modelo de desenvolvimento baseado nasustentabilidade para preservação da vida naTerra, a produção de alimentos em larga escalaexigirá a adoção de novas tecnologias. Nestesentido, a Fundação Agrisus considera impor-tante que os agricultores estejam aptos parareceber a próxima geração de sementes geneti-camente modificadas (OGM). Por isso, investena formação daqueles que precisam dominaras tecnologias e os procedimentos para boautilização dos novos cultivares.
“Cumpre ter a coragem de mudar os con-ceitos, de renovar o inconsciente, de reformularas apostilas, de ousar eliminar a aração anualda terra. Vamos difundir o novo ambiente deprodução agrícola. Vamos praticar eficiente-mente uma agricultura tropical onde faz calore chove, com estiagem para as colheitas”,enfatiza Cardoso.
UM sonho SEMEADO
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Balanço dos projetosDe 2001 a 2010, foram recebidos 768 pedidos de financiamentos, dos quais 392foram aprovados, pois se adequaram às finalidades da entidade e apresentaramevidência satisfatória de viabilidade.
Educação Individual
Bolsa e auxílios
Educação Coletiva
Eventos TécnicosCursos e TreinamentosLivros e Bibliotecas
Embasamento da Educação
Pesquisa AgronômicaPesquisa do Estado da Arte
TOTAL
CONCLUÍDOS
119
104288
749
342
ANDAMENTO
8
091
311
50
TOTAL
127
104379
10510
392
Marcos históricosBoa colheita em solo fértilEm 1995, a convite da Manah S.A., o cientistaNorman Borlaug – considerado o “pai” da cha-mada “Revolução Verde” e Prêmio Nobel da Pazem 1970, por sua contribuição para a paz atra-vés do aumento na produção de alimentos –veio ao Brasil conhecer o Cerrado. Na ocasião,emitiu o inédito elogio “de que a transformaçãode terras fracas em solos férteis de alta produti-vidade na região era o maior acontecimentomundial na história da agricultura do século XX”.
Em 2004, Borlaug retornou para acompanharas evoluções do solo do Cerrado, em companhiado Professor Ed Runge, da Universidade TexasA&M, e do Presidente da Fundação Agrisus,Fernando Penteado Cardoso, quando visitou osestados do Paraná, Mato Grosso do Sul, MatoGrosso, Goiás, Minas Gerais e São Paulo. Apósextenso programa, reafirmou por carta ao presi-dente da Agrisus: “O progresso alcançado por seupaís é fantástico. A rápida expansão da soja emmuitas áreas de solo ácido, com produtividadescrescentes, é por si só uma conquista fantástica.”
Em prol da sustentabilidade agrícolaEm outubro de 2006, a Fundação Agrisus, emparceria com a Federação Brasileira de PlantioDireto na Palha (FEBRAPDP), entregou à ex-pri-meira ministra da Noruega, Gro HarlemBrundtland, uma das principais lideranças mun-
diais em questões relativas ao desenvolvimentosustentável e à saúde pública, um relatório sobrea sustentabilidade agrícola no Brasil. O estudo,com ênfase aos benefícios e resultados do plantiodireto, foi elaborado pelo engenheiro agrônomoe consultor da Agrisus, Bernardo van Raij.
ReconhecimentoEm junho de 2008, o Instituto Agronômico con-cedeu à Fundação Agrisus o Prêmio IAC 08 –Agência de Fomento à Pesquisa –, em reco-nhecimento ao trabalho de apoio e financia-mento às pesquisas e aos projetos referentes àfertilidade do solo. Em março de 2009, o Presi-dente da Agrisus, Fernando Penteado Cardoso,recebeu a Medalha “Luiz de Queiroz”, quehomenageia personalidades relevantes ao de-senvolvimento da Agricultura.
Dividir para multiplicarEm reunião extraordinária do Conselho deCuradores, realizada em 7 de junho de 2010,ficou estabelecida a reforma do Estatuto Soci-al. A entidade mantém seus objetivos, masamplia a participação de representantes da co-munidade no Conselho Curador. Desde então,podem ser eleitos profissionais ligados ao ensi-no, à pesquisa e à produção agropecuária, pre-ocupados com a qualidade do solo como fatorbásico para uma agricultura sustentável.
Dr. Cardoso (à esq.) e ocientista Norman Borlaug, emsua visita ao Brasil em 1995
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A FUNDAÇÃO E OS AGRICULTORES
PARCERIA DE SUCESSOAgrisus desempenha papelfundamental no processo deeducação dos atores doagronegócio nacional visandoà sustentabilidade do solo naprodução agropecuária. O
dedicado trabalho de fomento à pesquisa e à for-mação de profissionais, por meio da capacitaçãoindividual e coletiva, contribui também para ofortalecimento e a excelência do agronegócio emtodas as suas dimensões, inclusive a humana. Pois,o incentivo ao constante aperfeiçoamento das téc-nicas que beneficiam o solo e a lavoura resgata aimportância e agrega valores técnico, profissio-nal e ético ao agricultor.
“Os agrônomos e pesquisadores já têm ple-no conhecimento e reconhecem o papel daAgrisus no ambiente técnico-científico. E osprodutores rurais têm se aproximado cada vezmais da Fundação por meio de suas organiza-ções e associações, em especial daquelas quese preocupam com novas formas de cultivosustentável do solo”, salienta Ondino CleanteBataglia, secretário executivo da Fundação.
Embora nobre, esta missão apresenta aindamuitos desafios já que implementar uma “agri-
A
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cultura progressista, econômica e estável no Bra-sil” é de grande complexidade, especialmenteno que refere aos sistemas de informação quechegam aos produtores rurais. “Essa informa-ção precisa ser transcrita de forma clara paraque as tecnologias sejam usadas de forma corre-ta. Por isso, o papel da Agrisus no processoeducativo é fundamental. Apesar de ser um re-curso modesto diante dos montantes emprega-dos pelas grandes empresas e instituiçõespúbicas, o investimento com foco bem definidoleva a excelentes resultados. Prova disto é o cres-cimento e a melhoria de qualidade do plantiodireto na agricultura brasileira”, pondera Bataglia.
“Hoje notamos na maior parte dos produto-res rurais, uma preocupação muito grande nacontinuidade e perpetuidade do seu sistema agrí-cola, evitando que esteja sujeito à erosão, à per-da de fertilidade e a uma decadência próxima.Na mente de todo agricultor está marcado: ‘Te-nho que continuar. Minha terra é muito impor-tante, para minha família ou para terceiros’. Poisa terra é emprestada das gerações futuras, da-queles que irão nos suceder. Portanto, temos queentregá-la em boas condições”, ressalta o agrô-nomo Fernando Penteado Cardoso.
Ondino CleanteBataglia, secretário
executivo da Agrisus(à esq.) e FernandoPenteado Cardoso,
presidente da Agrisus
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PLANTIO DIRETO
UMA VERDADEIRAREVOLUÇÃO AGRÍCOLA
solo, como um organismovivo, necessita de proteçãopara manter seu desempenho,qualidade e produtividade. Eo sistema de plantio direto(SPD) atua neste sentido e tam-
bém na recuperação de áreas degradadas, pre-servando fauna e flora naturais do solo. Istoporque a cobertura morta (a celulose e os pro-dutos dela derivados) protege o solo e ao sedecompor transforma-se em alimento para bac-térias, plantas e animais. Além disso, propor-ciona boas condições vegetativas, evitandooscilações bruscas de temperatura, ideais paramanter um nível de umidade constante, au-mentando a fertilidade e a vida do solo.
O SPD tem a grande vantagem de atuar napermeabilidade do solo. A terra recoberta vaipouco a pouco aumentando a capacidade deinfiltração das águas das chuvas, praticamenteeliminando o escorrimento. Quando os resí-duos são abundantes, mesmo com chuvas tor-renciais, se ocorre algum escorrimento, é len-to e não resulta em assoreamento de rios e bai-xadas. Estudos conduzidos no Estado do RioGrande do Sul revelaram que 88% da área ga-úcha de produção de grãos adotam o plantiodireto, diminuindo muito a deposição de sedi-mentos em lagos e riachos, melhorando inclu-sive a qualidade da água.
Importante salientar ainda que o SPD eas pastagens permanentes proporcionam am-bientes favoráveis à formação de húmus, comaumento do seu teor no solo, sendo assimrecursos inigualáveis para o desenvolvimen-to sustentável.
O SPD pode ser aplicado também a cultu-ras permanentes de citrus e café. Ouro Fino(MG), região de clima muito chuvoso, é umbom exemplo onde a plantação de braquiáriaspromove a proteção e a fertilidade do solo. Nocultivo da cana-de-açúcar, a própria colheitacrua faz o plantio direto, pois a palha já ficaestendida na superfície. Experiências recentesda Estação Experimental do Instituto Agronô-
mico de Campinas (IAC) ,em Ribeirão Preto (SP),indicaram que, em muitos casos, o preparo dosolo pode ser dispensado na plantação de cana-de-açúcar.
Reconhecido por sua excelência agrícola,o plantio direto na palha passou a ser estimula-do também pelo Governo Federal. De acordocom o Ministério da Agricultura, Pecuária eAbastecimento (MAPA), a expectativa é que em2020 a atual área cultivada sob os princípiosdo SPD seja substancialmente ampliada.
O
Soja em sistema deplantio direto em palhadade tanzania + ruziziensis
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PROJETOS
Um dos principais projetos apoi-ados pela Fundação Agrisus éo Rally da Safra, realizado emparceria com a empresaAgroconsult. Desde 2004, a
expedição avalia os resultados do plantio e dacolheita de grãos em safras de vários estadosbrasileiros, em propriedades que adotaram o sis-tema de plantio direto. Equipes de profissionaisda Agronomia percorrem aleatoriamente as prin-cipais regiões produtoras de milho e soja a fimde avaliar a produção coletando dados sobreespaçamento, população de plantas, peso, nú-mero e umidade de grãos, ocorrência de pragase doenças. Anualmente, cerca de 1.500 propri-edades são avaliadas. “O Rally da Safra foi insti-tuído com a finalidade de fazer uma avaliaçãoobjetiva e mensurada da safra, que viria a ser
ESTADO DA ARTE DOPLANTIO DIRETORally da Safra
colhida proximamente”, explica Fernando Pen-teado Cardoso, presidente da Agrisus.
Por demanda da Fundação, as equipes ava-liam o estado do plantio direto em cada áreavisitada medindo o percentual de cobertura compalhada e o tipo de resíduo remanescente dasculturas anteriores e entrevistam agricultoressobre seus sistemas de cultivo. “Nas avaliaçõesde campo sobre a cobertura de resíduos, o pro-jeto já acumula informações relevantes de umasérie de cinco anos consecutivos. Fica muitoclaro que nas regiões de agricultura mais anti-ga no Sul do país, o porcentual de lavourascom boa cobertura de solo é bastante elevado,com mais de 60% das lavouras visitadas seenquadrando na categoria de muito resíduo”,avalia Ondino Cleante Bataglia, secretárioexecutivo da Agrisus. “Nas regiões de agricultu-ra mais recente – Centro Oeste, Norte e Nor-deste –, nota-se um aumento progressivo dasáreas com boa cobertura, atingindo em 2010mais de 40% de locais com muito resíduo.”
A oitava edição do Rally da Safra, em 2011,registrou uma indicação clara de crescimento,não só da área coberta com plantio direto, masprincipalmente da qualidade de palhada. Apon-tou também que 98% da área cultivada de soja,contra 95% do ano anterior, e 80% da áreacom milho estão no SPD. O aumento da ado-ção do Sistema de Plantio Direto, verificada pormeio dos questionários, demonstra o nível detecnologia aplicada nos lavouras brasileiras e apreocupação de conservação do solo por partedos produtores.
No Rally de 2009, a Agrisus encomendouuma amostragem de solo procedida pelas equi-pes de trabalho. Da análise desses solos, nas-ceram os projetos Fósforo e Bases Trocáveis.
A cada ano as técnicas agrícolas evoluem ese aperfeiçoam, permitindo assim uma radio-grafia detalhada da agricultura brasileira. ORally é considerado o mais completo estudo decampo já realizado no setor agrícola.
Rally da Safra, projeto éconsiderado o mais completo
estudo de campo. Na foto,Carlos Humberto fazendo
amostragem de solo
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Brasil fez uma revolução naagricultura nos últimos 40anos. Transformou milhões dehectares de solo ácido e po-bre em terras férteis. Essa é a
principal conclusão de projetos conduzidos pelaConplant Consultoria, com financiamento daFundação Agrisus, e disponíveis no sitewww.agrisus.org.br na forma de relatórios so-bre o fósforo e bases trocáveis.
Os estudos usaram um formidável bancode dados, com mais de 60 mil i tensgeorreferenciados e informações detalhadasde cada ponto amostrado. Os dados incluemo percentual de cobertura do solo com resí-duos, a textura e as análises químicas de solonas 2.342 amostras coletadas em 1.171 síti-os nas regiões produtoras de soja e milho du-rante o Rally da Safra 2009, nas camadas de0-5 cm e de 5-10 cm de profundidade.
Há clara evidência da opção dos produto-res de milho e soja pela tecnologia do plantiodireto e sua preocupação com a correção dossolos mediante aplicação superficial de calcário.Em pelo menos 85% dos pontos, os solos apre-sentavam saturação por bases de 50% ou mais,nas duas profundidades.
Com a aplicação por anos seguidos de fór-mulas de adubação contendo fósforo, ficouevidente o acúmulo desse nutriente de formamais pronunciada nas regiões onde o plantiodireto ocorre há mais tempo. Nas regiões deagricultura mais recente, apesar de mais bai-xos, os teores de fósforo ainda ocorrem dentrode faixa considerada adequada. Os dadosmostram aumento de fósforo nos solos argilo-sos dentro de cada região, quando comparadoaos arenosos.
A conclusão final destes projetos indica queas análises de solo mostraram que os níveis defósforo em solo cultivado com a adoção do SPDevoluíram para um novo ambiente nutricionalque precisa ser bem avaliado pelos agriculto-
res. Os dados mostram também uma significa-tiva preocupação de todos os agricultores emrelação à correção da acidez do solo. Por ou-tro lado, as regiões de agricultura mais recenteainda mostram necessidade de investimento emadubos potássicos.
O
Relatórios comprovamtransformação de milhõesde hectares de solo ácidoe pobre em terras férteis
FERTILIDADE DOS SOLOSSOB PLANTIO DIRETOProjetos Fósforo e Bases Trocáveis
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Integração Lavoura/Pecuária
(ILP) é o nome dado ao apro-
veitamento da terra durante o
intervalo de duas culturas de
verão, ou seja, plantação e cri-
ação se alternam na mesma área. A Fundação
Agrisus financia projetos desta natureza em todo
o Brasil, com resultados mensurados muito po-
sitivos. A ILP visa maximizar o uso da terra ao
diversificar e verticalizar a produção, minimizar
custos e agregar valores aos produtos por meio
do aproveitamento dos recursos. Assim, auxi-
lia o agricultor a obter renda extra após o ve-
rão, com a produção de leite e carne.
O aproveitamento do solo no inverno acon-
tece com a plantação de pasto, a chamada
safrinha forrageira, para alimentação do gado. A
integração traz benefícios para a fertilização do
solo, porém, mesmo com benefícios comprova-
dos, a aplicação da técnica ainda enfrenta resis-
tência por parte de alguns agricultores, por acre-
ditarem que o pisoteio animal no período das
chuvas gere compactação e prejudique a produ-
tividade da próxima lavoura. Dados indicam
que na região de São Paulo, o pisoteio se dá no
período de pouca chuva e por isso a compactação
é bem pequena. No Rio Grande do Sul, estado
de maior umidade no inverno, agricultores rela-
tam que o pisoteio compacta cerca de cinco cen-
tímetros, rompidos no próximo plantio com fer-
ramentas apropriadas.
No município de Santo Ignácio (PR), o pro-
jeto foi desenvolvido na estância JAE, sob su-
pervisão do engenheiro agrônomo Fernando
Sichieri. O acompanhamento cuidadoso dos
procedimentos permitiu controle técnico e re-
sultado econômico satisfatório capazes de con-
solidar a conclusão da viabilidade da produ-
ção de forragem pastoril de baixo custo e alta
qualidade no intervalo entre dois plantios su-
cessivos de soja. O projeto foi realizado em
parceria com a Universidade Estadual de
Maringá (UEM) e também incluiu visitas a 44
propriedades na região noroeste paranaense
para avaliar o uso da ILP , além da organiza-
ção de 12 dias de campo.
Em São Paulo, a Faculdade de Engenharia
de Ilha Solteira (UNESP/FEIS), conduziu projeto
de ILP na fazenda da própria faculdade. Ao fi-
nal, concluiu-se que o milho de outono consor-
ciado com espécies forrageiras pode aumentar a
produção de palha, contribuindo para viabilizar
o SPD, sem afetar a produção de grãos.
No Rio Grande do Sul, trabalhos da Uni-
versidade Federal do Rio Grande do Sul
(UFRGS) mostraram a possibiidade de produ-
zir animais super-precoces em pastagens pro-
duzidas sob ILP. O pastejo correto estimulou
melhor agregação e atividade microbiana do
solo com impactos positivos nos atributos
químicos e sem compactação dos solos.
A Integração Lavoura Pecuária tem, comofinalidade básica, a produção de forragem queé a base da alimentação dos animais, seja paracarne ou leite. Ao proporcionar pastagem abun-dante e de boa qualidade, a prática se refletirádiretamente no lucro do produtor. Segundo opresidente da Agrisus, Fernando Penteado Car-doso, “a pastagem obtida no intervalo das cul-turas de verão apresenta custos do mesmo ní-vel que os pastos formados em terra nova demata alta, que proporcionaram a grande ex-pansão pecuária dos últimos anos”.
INTEGRAÇÃO LAVOURA E PECUÁRIA
A
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PROJETOS
ILP maximizauso da terra aodiversificar everticalizar aprodução,minimizarcustos eagregar valoresaos produtos
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PROGRAMA BOA COBERTURA
MUITOS OUTROS PROJETOS
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O
ally da Safra, Projetos Fósfo-
ro e Bases Trocáveis, e
Integração Lavoura/Pecuária
são apenas três dos muitos
projetos que a Fundação
Agrisus apoia e financia. Juntos, Agrisus e ins-
tituições de pesquisas apontam novas possi-
bilidades e técnicas para cuidar do precioso
solo. Pesquisa recente no Paraná revelou que
quando a palhada tem leguminosas e existe
nitrogênio no sistema, a humificação é mais
rápida e eficaz do que quando a palhada tem
pouco nitrogênio (chamada de relação C/N
muito larga). E, neste caso, se decompõe em
gás carbônico ao invés de se tornar húmus.
Os resultados mostraram que é essencial não
apenas formar a palhada, mas, sobretudo, sa-
ber qual o tipo e a qualidade de palha utili-
zar para que haja uma decomposição pro-
veitosa e consequente nutrição para o solo.
“Na Agronomia sempre surgem novas dúvi-
das e é preciso estudar sempre mais. Essa é a
razão pela qual esta ciência é tão fascinan-
te”, entusiasma-se o empreendedor Fernando
Penteado Cardoso.
Outras pesquisas com resultados científi-
cos e técnicos podem ser acessados no site
da Fundação. Todos os projetos já concluí-
dos foram reunidos num catálogo onde apa-
recem os autores, os procedimentos experi-
mentais, os principais resultados e também
as indicações de acessibilidade, a literatura
produzida e contatos. Para conhecê-los, visi-
te www.agrisus.org.br
R
Plantio Diretoem culturapermanente
sistema de Plantio Direto (SPD) é considerado “uma verdadeira revolução na agricultura” pelo fundador eatual presidente da entidade, Fernando Cardoso Penteado. “Eu diria que em quase 75 anos de vida profissi-
onal, este é o maior evento que aconteceu na minha carreira de engenheiro agrônomo.” Embora a pesquisa agrícolajá tenha metodologia e tecnologia adequadas para se obter uma boa cobertura, ainda há campo para aperfeiçoamen-to das práticas a fim de obter um acréscimo do volume de resíduos.
Por isso, a Fundação Agrisus financia e realiza o “Programa Boa Cobertura”, projeto de educação coletiva,lançado em agosto de 2010, incentivando a melhoria da qualidade do plantio direto. Seu lema: mostrar para seracreditado. Encontros e dias de campo são promovidos para que os agricultores conheçam os benefícios diretos daboa cobertura. A meta é levá-los a aperfeiçoar práticas para alcançar maior nível de eficiência na lavoura.
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Antonio Roque
Dechen, vice-reitor de
Administração da USP
Tive a honra de participardesde os entendimentosiniciais para a implantaçãoda Fundação, articular o re-lacionamento com aFEALQ e participar da di-retoria da Agrisus desde oinício. A Agrisus apoiou,nestes 10 anos, o treina-mento de pesquisadores eestudantes, concedendo
grande número de bolsas; a realização de even-tos técnicos, congressos, dias de campo e a par-ticipação de profissionais nos mesmos. É muitogratificante e harmonioso o convívio com os di-retores da Fundação e é uma enorme satisfaçãousufruir dos conhecimentos e experiência do Dr.Cardoso. É admirável a atitude de nobreza e des-prendimento da família Cardoso em instituir umaFundação com objetivos de preservar aquilo quenos sustenta: o solo.
tir os termos da 4ª Carta de SãoPaulo, resultado do EncontroPaulista de Fundações da APF,para evidenciar o sucesso dainiciativa do Eng. Agr.Fernando P. Cardoso e sua fa-mília, cujo exemplo de altru-ísmo e limpidez de propósitosao apoio da pesquisa e even-tos técnico-científicos parauma agricultura sustentável,contribuiu para que oagronegócio represente hoje,cerca de 25% do PIB.
Eliseu Alves, pesquisador e um
dos fundadores da Embrapa
A Agrisus propõe-se defender o meio ambiente.Herdeira que é da tradição conservacionista, a
defesa é baseada em sólidosargumentos, oriundos de pes-quisas, inclusive daquelas queela financia e estimula, da tra-dição das ciências agrárias,fundamentada nos princípiosdo método científico e naracionalidade da argumenta-ção. Ou seja, a Agrisus finan-cia pesquisas que enriquecema base científica, não foge aodebate, e procura iluminar acarga emocional que cerca otema, com as luzes da ciênciae da boa argumentação.
Fernando Sichieri,
engenheiro agrônomo e pesquisador
Falar da Fundação é falar de paixão, trabalho e gra-tidão em prol da agropecuária. Tudo o que foi con-quistado tem suas raízes fixadas em solo fértil mane-jado por um eterno amante da Agropecuária, cha-mado carinhosamente de Dr. Cardoso, que junta-
mente com seu estimado amigoDr. Norman Borlaug, puderamver e contribuir para grandes re-voluções tecnológicas. Não pos-so deixar de destacar a IntegraçãoLavoura/Pecuária, sendo estaFundação sua grandeincentivadora. Agrisus, você éa mãe dos trabalhos de pesqui-sa que buscam incansavelmentea validação de seus bons resul-tados e a transferência dastecnologias para quem mais pre-cisa delas, os agropecuaristas.
OPINIÃO
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André Pessôa, diretor da Agroconsult,
organizadora do Rally da Safra
A Fundação Agrisus traz para o agronegócio apossibilidade de ter entidades totalmente dedicadasao fomento de tecnologia sustentável. Somos tes-temunhas de quanto esse trabalho traz de benefí-cios para a comunidade acadêmica. Temos nota-
do também o desenvolvimentodo relacionamento com os pro-dutores. A Fundação acabaexercendo o papel de cataliza-dor entre a demanda dos pro-dutores e o que os pesquisado-res podem gerar e acredito queé a sua principal contribuição.Como pesquisador e como usu-ário dos recursos da Agrisuspara desenvolver vários proje-tos, estou muito satisfeito, soumuito agradecido à Fundaçãopela oportunidade.
Dora Silvia Cunha Bueno, presidente da
Associação Paulista de Fundações (APF)
“É preciso afirmar e reiterar, sempre: a limpidezde propósitos e o altruísmo caracterizam a ins-tituição de fundações, pois elas nascem da von-tade de elevar a qualidade de vida e a dignida-de de cada pessoa.” Tomo a liberdade de repe-
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John Landers, fundador e diretor honorário
da Associação de Plantio Direto no Cerrado
A Agrisus prima pela qualidade prática de infor-mações técnicas, probidade e ausência de buro-cracia. Sob a batuta do Eng. Agr. Fernando P.Cardoso, segue a tradição da Manah S.A., emse associar aos descor-tinamentos tecnológicos noCerrado, na fertilidade dos so-los, com o Instituto de Pesqui-sas IRI e em Plantio Direto,com o Projeto Morrinhos-GO.Hoje é referência em apoio àpesquisa e extensão práticas,visando resultados para o pro-dutor rural, e integrando esfor-ços dos setores privado e deensino. A APDC agradece aAgrisus pela contribuição aos14 milhões de hectares dePlantio Direto no Cerrado.
ce. Sem paixão ou preconcei-to, a fundação sob a lideran-ça deste extraordinário enge-nheiro agrônomo brasileiro,Fernando P. Cardoso, apontapara o futuro, iluminando-ocom as luzes da razão, dobom-senso, do equilíbrio, daverdade. É por esta razão,motivo e júbilo de todos aque-les que militam no difícil se-tor da agropecuária e tambémno do agronegócio.
Manoel H. Pereira (Nonô), agricultor
pioneiro no SPD
A dedicação desta Fundação no apoio a tra-balhos técnicos e eventos, que são desenvol-vidos e divulgados em prolda Agricultura Sustentável eProteção do Meio Ambiente,é simplesmente notável.Servede modelo para o Brasil etambém para outros países.Graças à incansável partici-pação e empenho do Dr.Fernando Penteado Cardosoe equipe, os resultados têmsido muito objetivos e bemfocados, vindo ao encontroao que mais necessário sefaz: o cuidado com o meioambiente, o solo e a agua.
Sônia Dechen, pesquisadora do Instituto
Agronômico de Campinas
A Fundação Agrisus, idealizada e conduzidapelo Dr. Fernando P. Cardoso, fiel seguidordos princípios de Luiz de Queiroz tem, entresuas características principais, a de ser umaFundação voltada inteira-mente para Agricultura e suasustentabilidade. Além deprover recursos indispensá-veis para a pesquisa econsequente desenvolvimen-to da Agricultura, a Funda-ção ainda tem a característi-ca adicional de ter uma Se-cretaria Executiva que coope-ra para que os pesquisadoresdirecionem sua pesquisa sobo ponto de vista prático: o re-sultado da pesquisa deve serpassível de uso imediato.
Luís I. Prochnow, Diretor do Programa
IPNI no Brasil
Cada vez mais será necessário conciliar eficiên-cia em termos agronômicos, econômicos,ambientais e sociais.A agricultura terá de ser du-rável e sustentável. A missão daAgrisus está em perfeita harmo-nia com essas necessidades. Oseu trabalho é evidente, forta-lecendo as bases para atingir-mos a otimização da fertilida-de do solo e dos sistemas deprodução com sustentabilidade.A Fundação Agrisus é um exem-plo a ser seguido. Um exemploque todos os brasileiros devemse orgulhar. O sucesso daAgrisus, sem dúvida, guardaconsonância com o sucesso daagricultura que almejamos.
Roberto Rodrigues, coordenador do
Centro de Agronegócio da FGV, presidente do
Conselho Superior do Agronegócio da Fiesp,
foi ministro da Agricultura
O grande desafio da humanidade no século XXIé compatibilizar a produção de alimentos coma preservação dos recursos naturais. Todos aque-les que se dedicam honestamente ao estudodeste tema darão uma contribuição inestimá-vel para o futuro do planeta. A fundação Agrisusé uma destas extraordinárias instituições quetrata este tema com a seriedade que ele mere-
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ASAS PARA O fut
INOVAÇÃO
Fundação Agrisus - Agricultu-ra Sustentável - comemoraseus dez anos em 2011vivenciando uma nova fase apartir da eleição do Conselho
de Curadores. A escolha dos novos membros,em março de 2011, já seguiu as diretrizes pro-movidas pela mudança do estatuto, permitin-do o ingresso de profissionais ligados ao ensi-no, à pesquisa e à produção agropecuária, pre-ocupadas com a fertilidade do solo como fatorbásico para uma agricultura sustentável.
A
Siu Mui Tsai
Fernando PenteadoCardoso Filho
José Maria deArruda Mendes Filho Ricardo Shirota
Wilson RobertoSoares Mattos
RicardoCaiuby deFaria
José OctávioMachado
Menten
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uro EXPEDIENTE
“Agora, o Conselho de Curadores é mui-to próximo ao da FEALQ, de modo que ha-verá uma espécie de irmandade entre asduas fundações independentes. As pessoasjurídicas serão separadas, porém possuemuma direção superior comum, já que oConselho Curador que zela pela política,pela continuidade e pelo futuro é o mes-mo”, detalha Fernando Penteado Cardoso,presidente da Agrisus. “Os ConselheirosCuradores são pessoas inspi radas noempreendedorismo e no idealismo de Luizde Queiroz e irmanados no espírito da es-cola que leva seu nome”.
Pelo convênio em vigor, cabe à Funda-ção de Estudos Agrários Luiz de Queiroz –FEALQ todo o controle operacional dos pro-jetos por ela analisados e aprovados pelaFundação Agrisus.
Os novos membros do Conselho Curadorsão: José Octávio Machado Menten, enge-nheiro agrônomo e professor do Departamen-to de Fitopatologia e Nematologia da ESALQ;Ricardo Shirota, engenheiro agrônomo e pro-fessor do Departamento de Economia, Admi-nistração e Sociologia da ESALQ; FernandoPenteado Cardoso Filho, engenheiro agrôno-mo, presidente da Connan S.A – Suplemen-tos Minerais e pecuarista), José Maria deArruda Mendes Filho, engenheiro florestal ediretor da Votorantin Celulose e Papel S/A;Ricardo Caiuby de Faria, engenheiro agrôno-mo e diretor da Sucral – Soluções em Açú-car, Etanol e Cogeração; Siu Mui Tsai,engenheira agrônoma, professora e pesqui-sadora do Centro de Energia Nuclear na Agri-cultura (CENA) órgão da ESALQ; WilsonRoberto Soares Mattos, engenheiro agrôno-mo e professor do Departamento de Zootecniada ESALQ.
A atual diretoria da Agrisus foi confirmada pelonovo Conselho até a eleição de seus sucessores.
Revista Agrisus 10 anos
Diretoria
Fernando Penteado Cardoso (Presidente)
Antonio Roque Dechen
Mario Alves Barbosa Filho
Conselho Curador
Fernando Penteado Cardoso Filho (Presidente)
José Maria de Arruda Mendes Filho
José Octávio Machado Menten
Ricardo Caiuby de Faria
Ricardo Shirota
Siu Mui Tsai
Wilson Roberto Soares Mattos
Apoio Logístico
Denice Dumas Pereira Silva
Conselho Editorial
Fernando Penteado Cardoso
Ondino Cleante Bataglia
Maria Luiza de Araujo
Editora e jornalista responsável
Marlene Simarelli (MTb 13.593)
Redação
Isabella Monteiro e Larissa Stracci
Direção e Produção Editorial
ArtCom Assessoria de Comunicação
(19)3237-2099
www.artcomassessoria.com.br
Direção de Arte e Produção Gráfica
Patrícia Barboni
Impressão e Acabamento
Gráfica Modelo
Foto de capa
Alf Ribeiro
Fotos
Agradecimentos à Ondino Cleante Bataglia,
Fernando Sichieri e ao projeto Rally da Safra pela
cessão das fotos
É permitida a reprodução parcial do conteúdo des-ta edição, desde que citada a fonte.Todos os direitos reservados à Fundação Agrisus.
FUNDAÇÃO AGRISUSR.da Consolação 3367,cj 12 - CEP. 01416.904S.Paulo/SP, tel. 11 [email protected] - www.agrisus.org.br
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Terra Plantada*Composição: José Fortuna
É calor de mês de agosto, é meados de estação
Vejo gente trabalhando e poeira no espigão
Lavrador plantando a terra, dá de longe a impressão
De bordados cor de palha desenhados pelo chão
Terra plantada é promessa, de um
futuro que desperta
No quarto verde dos campos, a grande cama coberta
Onde o parto das semente faz brotar de suas covas
O fruto da natureza cheirando a criança nova
Terra plantada, solo sagrado chão quente
Esperando que a semente, venha lhe cobrir de flor
Também minh’alma, ansiosa espera confiante
Que em meu peito você plante, a semente do amor
Terra plantada é criança, deitada num berço verde
Com a boca aberta pedindo para o céu
matar-lhe a sede
Lá na fonte ao pé da serra, é o seio do sertão
A água é o leite da terra alimenta a plantação
A palhada se faz verde, vem o botão vem a flor
Depois da flor a semente, o pão do trabalhador
Debaixo das folhas mortas, a terra dorme segura
Pois nos dará para o ano, novo parto de fartura
VisãoFazer da Fundação uma
entidade reconhecida por
promover a melhoria e a
conservação da fertilidade
da terra e das condições
ambientais envolvidas,
visando a produção
agropecuária econômica e
sustentável, de interesse,
tanto dos produtores como
da sociedade consumidora.
MissãoEstimular a capacitação e o
aperfeiçoamento profissional,
bem como incentivar a
pesquisa agronômica e a
extensão rural, com a
finalidade de gerar,
desenvolver e difundir
tecnologias destinadas a
otimizar a fertilidade da terra
de forma sustentável e
favorável ao meio ambiente.
(*) Adaptação de “Terra Tombada” feita por FernandoPenteado Cardoso, em 2 de março de 2009, em São
Paulo (SP), tendo em vista o sistema de plantio direto. Amúsica adaptada acabou por se transformar num hino à
técnica inovadora.