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UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO Curso de Administração Suellen Marques Aparecida de Oliveira 003200500088 A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO COMERCIAL NA OBTENÇÃO DE RESULTADOS São Paulo 2010

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Page 1: Meu Tcc Completo

UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO

Curso de Administração

Suellen Marques Aparecida de Oliveira – 003200500088

A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO COMERCIAL NA

OBTENÇÃO DE RESULTADOS

São Paulo

2010

Page 2: Meu Tcc Completo

Suellen Marques Aparecida de Oliveira – 003200500088

A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO COMERCIAL NA

OBTENÇÃO DE RESULTADOS

Monografia de estágio apresentada à Coordenação do Curso

de Administração da Universidade São Francisco, como

requisito parcial para a obtenção do Título de Bacharel em

Administração, sob a orientação do Professor Ms. José Carlos

Moreira

São Paulo

2010

Page 3: Meu Tcc Completo

Oliveira, Suellen Marques Ap. de

A importância da Gestão Comercial na Obtenção de

Resultados/Suellen Marques Ap. de Oliveira – São Paulo: USF, 2010.

120 p.

Monografia (graduação) – Universidade São Francisco,

(2010)

Orientador : José Carlos Moreira

Histórico da Administração de Vendas e Marketing 2 . Marketing x

Vendas 3. Administração de Relacionamento 4. A Importância do

Sistema de Informação de Marketing. 5. Planejamento Estratégico em

Vendas e Marketing (Gestão Comercial. Administração de Marketing.

Vendas. Competitividade)

I – A importância da Gestão Comercial na Obtenção de

Resultados

II – Moreira, José Carlos. (orientador)

III – Universidade São Francisco

Page 4: Meu Tcc Completo

Suellen Marques Aparecida de Oliveira – 003200500088

A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO COMERCIAL NA

OBTENÇÃO DE RESULTADOS

Monografia de estágio aprovada no Curso de Administração da

Universidade São Francisco, como requisito para a obtenção do título

de Bacharel em Administração.

Data de aprovação:

Banca Examinadora:

.........................................................................

Prof. Ms. José Carlos Moreira ( Orientador)

USF

...........................................................................

Prof. ................................(Examinador)

USF

...........................................................................

Prof. .................................(Examinador)

Page 5: Meu Tcc Completo

Aos meus professores pelos

ensinamentos, e especialmente aos

meus mestres em Marketing. E ao

meu Orientador pela confiança em

depositada.

Page 6: Meu Tcc Completo

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais pela criação e principalmente

por não me deixarem desistir nos momentos

de dificuldades em que passei. A todos o

meus amigos e em especial a Daniela, o

Douglas e o Serginho, por estarem ao meu

lado por todo esse período. A minha prima

Cleonice pela ajuda no estágio. E por ultimo

e não menos importante a Deus, ao Irmão

Sebastião dos Santos meu mentor espiritual e

ao meu São Chiquinho (São Francisco de

Assis).

Page 7: Meu Tcc Completo

“Suba o Primeiro degrau com fé. Não é necessário

que você veja toda a escada. Apenas de o primeiro

passo”.

Page 8: Meu Tcc Completo

OLIVEIRA,Suellen Marques Ap de. A importância da gestão comercial na obtenção de

resultados,00 pp. Monografia de Estágio, Curso de Administração, Universidade São

Francisco, São Paulo,2010.

RESUMO

Este trabalho trata da importância da gestão comercial na obtenção de resultados,

apontando as diferenças entre marketing x Vendas. Apresentando os principais

fundamentos sobre a Administração de Marketing como: planejamento estratégico;

administração de relacionamento e sistema de informação de marketing. Propõe, a partir

das considerações de estudiosos sobre o tema e resultados de uma pesquisa exploratória,

levantando questões básicas sobre o uso da gestão marketing e a utilização de seus

recursos. Coloca-se a perspectiva a relevância da gestão comercial nas organizações. Com

base nestas hipóteses, fez-se a investigação bibliográfica e o estudo de caso selecionando a

empresa Point Lux. A partir deste estudo, expõe que o uso de recursos da administração de

marketing é significativo, principalmente para o aumento das vendas. Por fim conclui que a

importância da gestão comercial é uma arma para as empresas manter a sua

competitividade.

Palavras - chave: Gestão Comercial. Administração de Marketing. Vendas.

Competitividade.

Page 9: Meu Tcc Completo

OLIVEIRA, Suellen Marques of Ap. The importance of management in achieving

business results, 00 pp. Monograph Internship, Course Directors, San Francisco

University, Sao Paulo, 2010.

ABSTRACT

This paper addresses the importance of commercial management in delivering results,

pointing out the differences between marketing x Sales. Presenting the key fundamentals of

the Marketing Management as strategic planning, relationship management and marketing

information system. Proposes, from considerations of scholars on the subject and results of

an exploratory, raising basic questions about the use of marketing management and use of

its resources. This raises the prospect of the relevance of business management in

organizations. Based on these assumptions, he became the research literature and case study

of selecting a company Point Lux. From this study, states that the use of government

resources to marketing is significant mainly for the increase in sales. Finally concludes that

the importance of business management is a weapon for companies to remain competitive.

Key - words: Business Management. Marketing Management. Sales. Competitiveness.

Page 10: Meu Tcc Completo

LISTAS DE TABELAS

1 – Tabela de Composto de Marketing 23

Page 11: Meu Tcc Completo

LISTA DE SIGLAS

CRM: Customer Relationship Management (Gestão de Relacionamento com o Cliente)

ROI: Retorno sobre o Investimento

SIG Sistema de Informação Gerenciais

SIM: Sistema de Informação de Marketing

SAC: Serviço de Atendimento ao Consumidor

SAP: Segmentação, escolha Alvo e Posicionamento

SWOT: strengths, weaknesses, opportunities and threats (forças, fraquezas, ameaças e

oportunidades)

SMV: Sistema de Avaliação Vertical

Page 12: Meu Tcc Completo

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 13

1. HISTÓRICO DA ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS E MARKETING... 15

1.1. Contexto Histórico do Comércio .................................................................... 15

1.2. A Evolução da Administração de Vendas ...................................................... 16

1.3. A Administração de Vendas para o Século XXI ............................................ 17

1.4. A Evolução Histórica do Marketing ............................................................... 19

1.5. Mas o que é mercado? ................................................................................... 21

2. MARKETING X VENDAS ........................................................................... 22

2.1. Administração de Vendas ............................................................................... 23

2.1.1. A Influencia da Atividade de Vendas .......................................................... 25

2.1.2. A importância da Venda Pessoal ................................................................. 25

2.2. Administração de Marketing ......................................................................... 26

2.2.1. Estágios do Marketing ................................................................................. 28

2.2.2. O Marketing como Orientação para as Empresas ....................................... 29

2.2.3. A Importância do Marketing na Administração de Vendas ........................ 30

2.2.4. As necessidades e os fatores que influenciam o comportamento do

consumidor ..................................................................................................

31

2.2.4.1 Fatores Culturais ........................................................................................ 32

2.2.4.2 Fatores Sociais ........................................................................................... 33

2.2.4.3 Fatores Psicológicos .................................................................................. 35

2.2.5. Composto Promocional ............................................................................... 37

2.2.4.4 Propaganda ................................................................................................ 39

2.2.4.5 Promoção ................................................................................................... 41

2.2.4.6 Relações Públicas ...................................................................................... 43

3. ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS OU DE RELACIONAMENTO ......... 45

3.1. Estratégias e Ferramentas do Marketing de Relacionamento ........................ 49

3.1.1. Atendimento a Reclamação ......................................................................... 49

3.1.2. Coleta de Sugestões (Idéias) ........................................................................ 50

3.1.3. Sistemas de Benefícios Progressivos ........................................................... 50

3.1.4. Rede de Relacionamentos ............................................................................ 51

3.1.5. Colaboração Interativa ................................................................................. 51

3.1.6. Customer Relationship Management – CRM .............................................. 52

3.1.7. Benchmarking .............................................................................................. 52

3.2. O Marketing de Relacionamento como meio de Fidelização do Cliente ....... 53

3.3. A importância do Pós – venda para o Relacionamento Cliente e sua

Fidelização .............................................................................................

57

3.3.1. Ferramentas de Ação de Pós – Venda ......................................................... 59

4. A IMPORTANCIA DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE

MARKETING .................................................................................................

60

Page 13: Meu Tcc Completo

4.1. A Importância da Informação para o Planejamento e Controle em

Marketing ................................................................................................

63

4.2. O Banco de Dados de Marketing como Ferramenta Estratégica nas

Tomadas de Decisões ..............................................................................

64

5. PLANEJAMENTO ESTRATEGICO DE MARKETING E VENDAS .... 68

5.1. Análise Estratégica e Definição dos Objetivos .............................................. 71

5.1.1. Análise Externa ............................................................................................ 72

5.1.2. Oportunidades e Ameaças ........................................................................... 72

5.1.3. Análise Interna ............................................................................................. 74

5.1.4. Definição dos Objetivos .............................................................................. 75

5.1.5. Formulação de Estratégias ........................................................................... 76

5.2. Posicionamento de Mercado .......................................................................... 77

5.2.1. Posicionamento e Reposicionamento .......................................................... 79

5.2.2. Segmentação e Diferenciação no Posicionamento ...................................... 80

5.2.3. Posicionamento Estratégico e a Segmentação ............................................. 81

5.3. Segmentação de Mercado ............................................................................... 83

5.3.1. Níveis de Segmentação de Mercado ............................................................ 85

5.3.1.1 Segmentação Geográfica ........................................................................... 86

5.3.1.2 Segmentação Demográfica ........................................................................ 87

5.3.1.3 Segmentação Psicográfica ......................................................................... 87

5.3.1.4 Segmentação Comportamental .................................................................. 88

5.3.1.5 Segmentação por Multiatributos ............................................................... 88

5.3.1.6 Segmentação por Comportamento de Compra .......................................... 88

5.4. Requisitos para uma Segmentação Eficaz ...................................................... 89

5.4.1. Coleta de Dados para a Segmentação .......................................................... 89

5.5. Definição do Marketing Mix para o Planejamento ........................................ 90

5.5.1. Produto ......................................................................................................... 90

5.5.1.1 Decisões sobre o Composto e Linha de Produto ....................................... 93

5.5.1.2 Modernização Caracterização da Linha de Produtos ................................ 94

5.5.1.3 Marca ......................................................................................................... 95

5.5.2. Preço ........................................................................................................... 96

5.5.2.1 O Papel da Precificação na Estratégia de Marketing ................................ 98

5.5.2.2 A Perspectiva do Vendedor do Comprador na Precificação ..................... 98

5.5.2.3 Estabelecimento de Preço .......................................................................... 100

5.5.2.4 Seleção do Objetivo de Preço e Determinação da Demanda .................... 100

5.5.2.5 Analise de Ofertas e Preços dos Concorrentes .......................................... 102

5.5.2.6 Seleção de um Método de Estabelecimento de Preço ............................... 102

5.5.2.7 Adaptação do Preço ................................................................................... 105

5.5.2.8 Preço geográfico ........................................................................................ 105

5.5.2.9 Descontos Concessões ............................................................................... 106

5.5.2.10 Preço Promocional .............................................................................. 107

5.5.3. Administração dos Canais de Marketing ..................................................... 107

5.5.3.1 Estratégias do Canal de Marketing ......................................................... 110

5.5.3.2 Participantes do Canal ............................................................................ 111

5.5.3.3 Sistemas de canais de marketing ou distribuição ................................... 112

Page 14: Meu Tcc Completo

6. METODOLOGIA DE PESQUISA ............................................................... 114

6.1. Pesquisa Bibliográfica .................................................................................... 114

6.2. Redação do Relatório ..................................................................................... 115

CONCLUSÃO...................................................................................................... 117

REFERÊNCIAS .................................................................................................. 119

Page 15: Meu Tcc Completo

13

INTRODUÇÃO

Este projeto de pesquisa foi desenvolvido, na área de da Administração

Mercadológica, tendo como subárea o departamento de vendas, estudando especificamente

a Importância da Gestão Comercial na Obtenção de Resultados.

Seu desenvolvido ocorreu, através de compilação de dados como referências

bibliográficas, leitura de artigos e revistas e trabalhos já elaborados, tendo objetivo

principal estabelecer uma relação entre a existência de uma estrutura de gestão comercial

com a obtenção de resultados na empresa.

As empresas de pequeno porte apresentam diversos problemas, entre eles a falta de

um departamento comercial atuando somente com vendedores (as), de um sistema

integrado, sendo assim os departamentos de vendas “tiram” seus pedidos manualmente, e

não há como obter um controle correto de seus produtos vendidos e fabricados, gerando

muitos problemas para vendas e possuindo também sua via de distribuição muito falha.

Resumindo, a maioria das organizações de pequeno porte, infelizmente ainda são muito

precária em sua gestão de vendas e muitas delas não apresentam sinais de mudanças

tecnológicas.

O objetivo desta pesquisa foi caracterizar a importância da gestão comercial na

obtenção de resultados e como problemática a influência do departamento de vendas na

ausência de um departamento comercial.

Apresentando como estratégias à importância de um sistema integrado entre vendas

e estoques, entre administração de relacionamento e a fidelização de clientes e o

investimento em propaganda, além de apresentar como planejar descontos e bonificações

para os mesmos. Também sugerimos alternativas de melhorias, como, a criação um banco

de dados para o marketing, para melhor elaboração de uma estratégia de comercialização e

apresentação da importância da venda pessoal.

Atualmente ouvimos muito de que estamos na época de “mimo ao cliente”. Investir

em um programa de qualidade no atendimento tanto antes, durante e depois da venda faz

com que o cliente crie uma fidelização à empresa. Saber como e quando me posicionar no

mercado e como atrair os meus clientes. Por isso se faz necessário um estudo sobre o

Page 16: Meu Tcc Completo

14

departamento de vendas e como a gestão comercial pode contribuir com a busca por

melhores resultados para empresa.

O trabalho esta dividido em cinco capítulos, o primeiro conta a história da

Administração de Vendas e sua evolução junto ao Marketing desde seus primórdios até aos

dias atuais. O segundo fala sobre a relação entre Marketing e Vendas e a importância de um

para o outro. Já no terceiro capítulo abordaremos sobre administração de relacionamento

com clientes e sua importância para a administração de vendas através da fidelização ao

cliente, o quarto retrata a necessidade de um Sistema Integrado de Marketing para Área de

Vendas o quinto sobre como desenvolver um planejamento estratégico de marketing para a

área de vendas e suas benevolências a empresa.

Pretendemos no decorrer desta pesquisa apresentar se realmente há influência no

resultados de vendas na ausência do departamento comercial?

Page 17: Meu Tcc Completo

15

1. HISTÓRICO DA ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS E MARKETING

A função de vendas tem evoluído no tempo como decorrência natural das mudanças

ocorridas no mundo dos negócios.

O comércio remonta à pré-história da humanidade. Este existe desde quando um

indivíduo possuía algo que ultrapassava as suas necessidades cotidianas e que poderia

vender excedentes a outro em troca do que necessitava.

1.1. Contexto Histórico do Comércio.

Em seu inicio, o comércio era feito somente dentro das pequenas vilas e cidades em

determinados locais públicos. Com o tempo ultrapassou as fronteiras das nações, através

dos transportes marítimos utilizando barcos e expandindo os comércios para outros

continentes. Ao final da Idade Média, surge o período das grandes descobertas marítimas e

como consequência a expansão do comércio para os países orientais, como Índia, China,

Japão etc. Com a invenção do navio a vapor as trocas tornam-se mais rápidas, mesmos

entre os comerciantes distantes.

As trocas inicialmente eram realizadas através das coisas ou mercadorias. Depois

inventou-se o padrão de troca, isto é, um determinado tipo de pedra ou mercadoria

utilizadas para efetuar as trocas. Cada coisa ou mercadoria valia tantas, pedras ou coisa

parecida.

[...] Com a invenção da moeda – como padrão de troca – surgiu a

condição básica para o aparecimento do comércio, pois a moeda

facilitava as trocas e simplificavam as contas. (CHIAVENATO,

1990 p.2)

O Século XX trouxe uma revolução nos transportes, com a invenção do avião e do

automóvel, e uma revolução nas comunicações tendo como invenção o rádio, o telefone e

da televisão. As comunicações e os transportes pressuporam um enorme desenvolvimento

do comércio, tornando-se um fenômeno mundial.

Page 18: Meu Tcc Completo

16

1.2. A Evolução da Administração de Vendas.

A função de vendas evolui muito com o passar do tempo e como decorrência natural

das mudanças ocorridas no mundo dos negócios.

Documentos relativos a Grécia Antiga revelam que nos escritos de

Platô, que a venda estava ali presente como a atividade de troca e

que o termo vendedor já era utilizado. (COBRA, 19947 p. 25).

Contudo, a profissão do verdadeiro vendedor tal qual é hoje concebida, datadas na

Revolução Industrial, na Inglaterra, na metade do século XVIII até a metade do século

XIX. Anteriormente a este período, havia os mercadores, artesãos e outras pessoas que

exerciam a atividade de vendas. Os antecessores dos marqueteiros contemporâneos eram

vistos como um membro da classe social desprezada pela sociedade.

Já na fase da Idade Média os primeiros vendedores porta-a-porta apareciam na

forma de mascates. Eles coletavam os produtos do campo e os vendiam nas cidades e em

contrapartida os produtos manufaturados nas cidades eram por eles comercializados no

campo.

Nessa função os mascates exerciam importante papel de marketing, identificando

necessidades, realizando compra de mercadorias, escolhendo sortimentos e redistribuindo

mercadorias.

A associação entre artesãos e mercadorias tornou-se a venda pessoal configurada

como atividade mercantil.

Cobra (1994) afirma que foi na Revolução Industrial que ocorreu a intensificação da

produção, gerando grandes quantidades de excedentes de consumo que começaram a

justificar o papel econômico do vendedor, pois as economias locais eram incapazes de

absolver o que era produzido. O comércio então começa a florescer entre as cidades e

mesmo internacionalmente.

Sendo assim, a economia de escala na produção estimula o crescimento de

mercados massivos em áreas geográficas distintas e dispersas que precisavam ser

alcançadas através do trabalho do vendedor.

Page 19: Meu Tcc Completo

17

1.3. A Administração de Vendas para o Século XXI

Administração de Vendas é uma área que, até há pouco tempo atrás, podia se dar ao

privilegio de custar pouco. Hoje, a Administração de Vendas teve que expandir suas

fronteiras e abrir seu corpo funcional, pois os cenários em que atua incluem fatores

absolutamente novos e desafiadores entre eles os canais de distribuição inovadores, sendo

estes não raro, mas mistos, exigindo um novo modo de relacionamento com o cliente, o

surgimento de novas tecnologias e sistemas de inteligência, demandando apoio técnico e

engenhosidade para quem lida com eles.

Las Casas (2005) afirma que ao final da década de 90 surgiram novos focos de

mudanças comportamentais e, também, a valorização do marketing, que não mais fazia

parte da área de comunicação, mas de planejamento e também a mudança de atividade de

vendas para gestão de vendas.

Esse momento foi quando as empresas preocuparam-se com a responsabilidade que

o varejista tinha com o consumidor, pois era ele que tinha contato com o cliente no local de

venda. A indústria passou a encarar o lojista como seu distribuidor, alguém com quem

deveria trabalhar em alinhamento.

O autor ainda ressalta que, a indústria que, tempos atrás, tinha como única tarefa

vender toda sua produção aos lojistas, começa a preocupar-se como este venderia ao

consumidor final; pois, esta ainda não tinha a percepção de captar o comprador final como

seu real cliente, passando assim em investir no trabalho em conjunto. A força não estava

mais nas mãos do produtor, mas sim nas mãos do varejista que é quem mantém contato

com o cliente. Inicia-se o processo de relacionamento. As Indústrias perceberam que para

continuar no mercado, precisavam conhecer agora, o cliente daquele que elas achavam que

era o cliente, mas era o distribuidor, o canal de vendas. Passam a juntar esforços com o

canal de vendas para ser eficiente com esse cliente, que é hoje assediado por várias opções

e oportunidades de consumo.

O mercado de bens de consumo de massa evoluiu, provocando o progressivo

amadurecimento de grande parte dos setores do mercado. As empresas, então, para

acompanhar o novo mundo de negócios que se solidificou como importante função na

sociedade foi condicionada a repensar suas políticas para satisfazer às exigências dos

Page 20: Meu Tcc Completo

18

consumidores. As indústrias, que já se encontravam em posições avançadas, por exemplo,

consideraram a necessidade de reavaliar as funções de seus negócios.

Reavaliaram a distribuição e fizeram escolhas comerciais de acordo com as

exigências dos operadores do setor. Entre outras descobertas importantes, pode ser

percebido que as mudanças nas relações entre produção e distribuição ganhariam em

eficácia se o novo vendedor tivesse em seu perfil uma competência comercial orientada

especialmente para as exigências do mercado.

O tempo passou, brevemente, a velocidade com que o setor expandiu foi percebida,

através da concorrência que aumentou assustadoramente, houve muita diversificação dos

canais de compra e o consumidor passou a ser mais exigente.

O consumidor, agora, exigia além de melhor preço, qualidade nos atendimentos;

obrigando assim as empresas mais uma vez reverem suas funções e atividades. As suas

margens de lucro foram estudadas, precisavam prestar um atendimento diferenciado e ainda

oferecer mais vantagens aos seus clientes. Foi o surgimento da cultura do bom atendimento,

envolvendo não só as pessoas da linha de frente (vendedores), mas todos os funcionários.

Os profissionais de gerência, que mantinham responsabilidades de liderança, passaram a

instruir seus subordinados para as atividades em equipe, os alertando da importância desta

ação.

Cobra (1994), afirma que atualmente, as empresas sabem da necessidade de não ter

mais pessoas que apenas tirem pedidos ou simplesmente atendam o cliente. É fundamental

ter qualidade e excelência na prestação de serviços e isso não é mais apenas um detalhe,

mas condições básicas de sobrevivência de um verdadeiro negócio.

O consumidor, em parte considerável, não compra pela necessidade, mas pelo

status, que é simbolizado pelo bem adquirido, e pelo simples gosto e disposição de

presentear. Hoje, o consumidor tem experiência, é mais seguro, é nacionalista, se comporta

de maneira muito racional. É leal com certas marcas e estabelecimentos, sempre que tem

suas necessidades satisfeitas pelo preço, qualidade de oferta e, principalmente, pelo

atendimento diferenciado e qualificado.

Page 21: Meu Tcc Completo

19

1.4. A Evolução Histórica do Marketing

Apesar de encontrarmos as raízes do marketing ao longo da história da humanidade,

na própria formação do comércio, este é um campo de estudo novo se comparando com os

demais campos do saber.

[...] O termo marketing é “uma expressão anglo-saxônica derivada,

da palavra mercari, do latim, que significa comércio ou ato de

mercar, comercializar ou transacionar”. (COBRA 1994, p. 36)

O estudo do mercado surgiu da necessidade dos industriais em administrar a nova

realidade oriunda da Revolução Industrial, que causou uma transformação de um mercado

de vendedores para um mercado de compradores. Neste estágio o marketing ainda é

inseparável da economia e da administração clássica, pois inicialmente sua preocupação era

puramente de logística e produtividade, com o intuito de maximização dos lucros. Os

consumidores não tinham qualquer poder de barganha e a concorrência era praticamente

inexistente.

Tal realidade se manteve inalterada até fins da segunda guerra mundial quando

então, reagindo ao crescimento da concorrência, mercadologos começaram a teorizar sobre

como atrair e lidar com seus consumidores surgiu então à cultura de venda a qualquer

preço.

Kotler (1998) descreve que em meados da década de 50, nasceram nos Estados

Unidos algumas disciplinas dedicadas ao estudo do mercado, congregando-se, nos seu

conjunto, em uma nova especialidade a mercadologia.

Cobra (1994) conceitua que o marketing, em quanto pratica conceito e ciência

apresenta uma evolução histórica, desde a Ásia Antiga quando utilizavam feiras para as

trocas de mercadorias. As pessoas utilizam mercadorias como moedas, pratica conhecida

como escambo. Na mesma década, com o pós – guerra o avanço da industrialização

mundial acirrou a competição entre as empresas e a disputa pelos mercados gerando novos

desafios. Já não bastava desenvolver e produzir produtos e serviços, com qualidade e a

custo competitivo para que as receitas e os lucros fossem alcançados. O cliente passou a

contar com o poder de escolha, selecionando a alternativa que lhe proporcionasse a melhor

relação entre custo e benefício.

Page 22: Meu Tcc Completo

20

Nos anos 70 destacou-se o fato de surgirem departamentos e diretorias de marketing

em todas as grandes empresas se tratando não mais de uma boa idéia, mas sim de uma

necessidade de sobrevivência. È nesta década que se multiplicam os supermercados, as

franquias e os shoppings centers.

De fato sua contribuição é tão notória no meio empresarial, que passa rapidamente a

ser adotada em outros setores da atividade em outros setores da atividade humana. Nessa

época o marketing envolve questões financeiras voltadas a teoria de vender a qualquer

custo, passando a ser vista de outra forma de satisfação e, primeiro lugar. Nos dias de hoje

o marketing esta praticamente em todas as áreas.

Las Casas (1997) afirma que já na década de 90, assim como fez em muitos outros

setores, o avanço tecnológico teve um forte impacto no mundo do marketing. O comércio

eletrônica foi uma revolução na logística, distribuição e formas de pagamento. O CRM

(Customer Relationship Management) e os serviços de atendimento ao consumidor, entre

outras inovações, tornaram possível uma gestão de relacionamento com os clientes em

larga escala. Surgiu também uma nova via de comunicação a Internet.

A satisfação do consumidor e a opinião pública passaram a estar diretamente ligada

à participação das organizações em causas sociais e a responsabilidade social transformou-

se numa vantagem competitiva.

Segundo Richers (2000 com à virada do milênio assistimos a democratização dos

meios de comunicação especialmente a internet que já se encontrava em um estágio maduro

o suficiente e nos primeiros anos desta década surgiram o comércio eletrônico e o web

marketing). Isso revolucionou a logística e a oferta de produtos e o cliente passou a ter

informações e poder de barganha como nunca antes visto. Era de se esperar que isso

influências e a maneira com a qual consumidores interagiam com as empresas e entre si. A

mídia espontânea, conseguida por esforços de assessoria de imprensa, relações públicas,

marketing social, começa a tomar o espaço da propaganda tradicional. Um dos fatores mais

atuais de marketing encontra-se na parte de ações coordenadas, onde a questão ética é

fundamentada em fatores básicos. Esta ação é coordenada através de um plano de

estratégico.

Page 23: Meu Tcc Completo

21

1.5. Mas o que é mercado?

Mercado é um mecanismo que permite ás pessoas realizar as trocas, normalmente

reguladas pela oferta e procura.

Segundo Kotler (1998) o mercado pode-se dividir em vários níveis:

a) Mercado potencial - consumidores com interesse potencial no produto;

b) Mercado disponível – consumidores com interesse potencial e com poder

de compra para o adquirir;

c) Mercado servido – segmento de mercado disponível que a empresa

decide servir;

d) Mercado penetrado – clientes do mercado servido que já adquiriram o

produto da companhia ou da sua concorrência direta.

Para Chiavenato (1990, p 05) “O mercado envolve transações entre vendedores (que

oferecem bens ou serviços) e compradores (que procuram bens e serviços)”. Através de do

mercado que identificamos as seguintes possibilidades:

De expansão der mercado servido (alterações geográficas);

De aumento do mercado potencial (promoção do produto e aumento do

desejo do cliente).

O mercado pode apresentar-se em três situações (Chiavenato, 1990 p.05).

a) Oferta: quando a oferta é mais do que procura. Nesta situação, os preços

tendem a baixar, devido à competição entre os vendedores, pois a oferta

de bens ou de serviços é maior que a procura deles.

b) Equilíbrio: quando a oferta é igual à procura. Nesta situação, os preços

tendem a se estabilizar.

c) Procura: quando a procura é maior do que a oferta. Nesta situação os

preços tendem a subir, devido à competição entre os compradores, pois a

procura de bens ou serviços é maior do que a oferta existente.

Page 24: Meu Tcc Completo

22

2. MARKETING X VENDAS

Como sabemos o departamento de vendas possui um grau de importância cada vez

maior dentro da empresa. Ele é um importante instrumento dentro de comunicação com o

qual a empresa conta para a geração de recursos.

A venda não é atividade isolada, ela depende de uma boa estratégia de marketing,

que inclui: produto, preço, propaganda, algumas atividades promocionais e um sistema de

distribuição bem elaborado. Sendo assim para qualquer estudo de vendas mais

aprofundado, se faz necessário à compreensão das demais atividades mercadológicas e de

seus relacionamentos.

A venda focaliza-se nas necessidades do vendedor, marketing nas

necessidades do comprador; A venda esta preocupada com a

necessidade do vendedor de transformar o seu produto em dinheiro;

Marketing com a idéia de satisfazer as necessidades do consumidor

por meio do produto e de um conjunto de valores associados com a

criação, entrega e finalmente seu consumo. (KOTLER, 1998 p. 37)

É no mercado, através de utilização das ferramentas de comunicação, que a empresa

gera recursos não só para fazer frente a todas as despesas como também para alcançar

outros objetivos.

Las Casas (2005) define que não há como entender vendas sem ter conhecimentos

básicos em marketing, pois segundo ele um esta relacionado ao outro, seu perfeito

entendimento somente é possível tendo uma visão global do assunto, o autor ainda defende

que para a compreensão das atividades mercadológicas, possíveis a uma empresa, este

pode ser definido da seguinte forma:

Marketing é uma área do conhecimento que engloba todas as atividades

concernentes as relações de troca, orientados para a satisfação dos desejos e

necessidades dos consumidores, visando alcançar os objetivos da empresa e

considerando sempre o ambiente o ambiente de atuação e o impacto que

essas relações causadas no bem estar da sociedade (LAS CASAS, 1987 p .

30)

Page 25: Meu Tcc Completo

23

No quadro a seguir podemos observar a afirmação de que o marketing engloba todas

as atividades concernentes as praticas de comercialização. Este quadro relaciona os

principais elementos que formam o composto.

I Produto II Preço III Distribuição IV Promoção

Teste de

desenvolvimento do

produto

Política de Preços Canais de Distribuição Propaganda

Qualidade Métodos para

determinação

Transportes

armazenagem

Publicidade

Diferenciação Descontos por

quantidades especiais

Centro de Distribuição Promoção de

vendas

Embalagem Condições de

pagamentos

Vendas

Marca Nominal Relações Públicas

Marca Registrada Marca Nominal

Serviços Marca Registrada

Assistência Técnica Embalagem

Garantia Merchandising

Tabela 2. Fonte: Las Casas (2005). Composto de Marketing. pag. 17

Os itens acima mencionados formam o composto de marketing que se subdividem

em varias ferramentas. Ao longo deste capitulo os estudaremos mais a fundo item por item.

Para Las Casas (2005) o composto de marketing é ainda mais complexo do que

conhecer o consumidor, pois é somente através deste composto, que conseguimos

determinar um ambiente mais adequado para tomadas de decisões, sendo complexas ou

não.

Page 26: Meu Tcc Completo

24

2.1. Administração de Vendas.

Administração de vendas é o planejamento, direção e controle, incluindo

recrutamento e seleção, treinamento, delegação determinação de rotas, supervisão,

pagamento e monitoração à medida que estas tarefas se aplicam à força de vendas.

Dentro do contexto mercadológico a atividade de venda é de suma importância para

a vitalidade da empresa. Além da necessidade de integração com as demais atividades de

comercialização para atingir os objetivos visados, o contato diário com os clientes da

empresa que é realizado através dos vendedores, que mediante a comunicação pessoal,

ajudam a formar a imagem que a empresa deseja projetar.

Como já sabemos o setor de vendas é a peça chave para qualquer empresa, pois sem

as vendas não há como gerar recursos e assim como manter a manutenção da atividade

empresarial, o aperfeiçoamento do produto e o desenvolvimento de profissionais, além de

sua importância para economia.

Adicionalmente a estas considerações, as técnicas utilizadas resultarão em maior ou

menor os retornos financeiros, que é o fator determinante na empresa.

Segundo Cobra (1994) A atividade de venda é classificada como ferramenta

promocional entre propaganda, promoção de vendas, merchandising e relações públicas.

A arte de vender gera diversas formas de vendas, como a pessoal, a impessoal

(virtual), porém a mais utilizada pelas empresas é a tradicional venda pessoal, pois através

desta há uma comunicação direta, um atendimento qualificado, pois como sabemos um

atendimento realizado com qualidade gera um cliente satisfeito criando-se assim um cliente

fidelizado.

No passado o setor de vendas era reconhecido como somente um “tirador de

pedidos”, já nos dias atuais o departamento de vendas é muito mais do que isso ele possui

um importante papel dentro das organizações, principalmente nas de pequeno porte onde

também tem que desenvolver o papel de marketing. O vendedor de hoje realiza um papel de

consultor de negócios passando a analisar o mercado, realizando vendas, acompanhando a

concorrência e elaborando estratégias e promoções de vendas.

Page 27: Meu Tcc Completo

25

2.1.1. A Influência da Atividade de Vendas.

Com sabemos a atividade de vendas possui um alto grau de importância para as

organizações. Mas não é só nas empresas que esta atividade possui sua importância, ela

também é uma ferramenta chave para a sociedade sendo uma das suas maiores

contribuições está na economia.

Las Casas (2005) esclarece que com as vendas maiores, os consumidores, se

beneficiam com mais produtos; consequentemente, crescendo a produção cresce o nível de

empregos e investimentos. Visando que vivemos em uma sociedade capitalista e as relações

de trocas são essenciais para a economia.

Além de melhorar o padrão de vida, já que novidades, aperfeiçoamentos, benefícios

são resultados dos esforços das organizações que se empenham em vender mais tendo

como consequência melhoras do padrão de vida da nossa sociedade. São os vendedores que

mantém o contato com os clientes recebem reclamações, sugestões ou elogios, o que

proporciona o aperfeiçoamento do produto. Assim como também sabemos que o

departamento de vendas desempenha papel relevante na obtenção de receita, uma vez que

sem vendas não há a manutenção da atividade empresarial.

2.1.2. A Importância da Venda Pessoal.

Apesar do mundo do marketing dar muita importância à propaganda, a verdade é

que a venda pessoal é e sempre foi à ferramenta de comunicação mais importante entre a

empresa e o seu mercado.

O principio da venda pessoal é uma arte antiga que o gerou um

grande número de publicações especializadas e muito princípios. Os

vendedores, eficazes possuem mais que instintos, são treinados em

métodos de análise de gerenciamento de clientes. (KOTLER, 2000

p.21).

A venda pessoal destaca-se por sua capacidade de expandir-se geograficamente, por

outro lado, esse modelo de vendas também se caracteriza como um serviço personalizado

Page 28: Meu Tcc Completo

26

com grande interatividade e confiança entre as partes, que o permite o desenvolvimento e a

manutenção de fortes relações com os clientes.

De acordo com Las Casas (2005) a venda pessoal é uma das mais eficientes

ferramentas de comunicação em marketing. Consiste na comunicação direta da empresa

com seus clientes através dos vendedores. Exatamente por ser pessoal, esta forma de

comunicação apresenta muitas vantagens. Entre elas o vendedor pode adaptar a mensagem

ou a apresentação de vendas de acordo com a necessidade da situação. Na venda pessoal as

duvidas e dificuldades podem ser esclarecidas no momento em que aparecem, ajudando

assim, a despertar no consumidor o desejo pela compra do produto. Apesar das vantagens

da venda pessoal é uma das formas mais caras de comunicação, uma vez que a manutenção,

de uma equipe de vendas exige treinamento, controle, gastos em transporte etc. Realmente

através da venda pessoal que identificamos as principais necessidades dos nossos clientes e

como atendê-los.

Cobra (1994) define a venda pessoal como a comunicação direta com uma audiência

qualificada de clientes. Tendo o vendedor como a fonte de transmissão e recepção de

mensagens.

O princípio da venda pessoal tem como propósito ajudar o vendedor a fechar uma

venda específica com o cliente. Porém, em muitos casos o vendedor não esta apenas

procurando fechar uma venda, mas sim, desejando conquistar um novo cliente para atendê-

lo por um longo tempo. O vendedor tenta demonstrar que possui as condições necessárias

para oferecer um atendimento diferenciado e de qualidade ao cliente e se propõe a firmar

um compromisso de relacionamento cliente-vendedor de longo prazo, é mais complexo que

o estabelecido pela venda pessoal. Trataremos deste assunto em marketing de

relacionamento.

2.2. Administração de Marketing.

A administração de marketing pode se definida como o processo de planejamento e

execução da concepção, entre preço, promoção e distribuição, bens e ou serviços e idéias

para criar trocas que satisfaçam as metas tanto individuais e organizacionais.

Page 29: Meu Tcc Completo

27

Essa definição reconhece que a administração de marketing é um processo que

engloba análise, planejamento, implementação e controle, que envolvendo bens, serviços e

idéias, que se fundamentam na noção de troca, que a meta é produzir satisfação para todas

as partes envolvidas.

Marketing é a área do conhecimento que engloba todas as

atividades concernentes às relações de troca, orientadas para a

satisfação dos desejos e necessidades dos consumidores, visando

alcançar determinados objetivos de empresas ou indivíduos e

considerando sempre o meio ambiente de atuação e o impacto que

essas relações causam bem-estar da sociedade. (LAS CASAS,

1997 p. 26).

Nesse contexto, então, Marketing trata-se de uma filosofia empresarial, que deve ser

praticado não somente pelos chamados departamentos, mas que deve estar impregnada em

todas as ações desenvolvidas pelas empresas.

Ao considerarmos a verdadeira visão do conceito de marketing dentro das

organizações, verifica-se que, em essência, ele deve se estender por praticamente toda a

organização, principalmente para aquelas diretamente relacionadas ao mercado.

Marketing é a atenção total ao cliente. Ele é o respeito total pelo cliente. Não a

bajulação, o sorriso forçado frente ao cliente. Mas sim uma preocupação constante em

identificar as necessidades reais do cliente, direcionando todas as atividades das empresas a

essas necessidades, buscando explorar uma oportunidade de negócio, surgida a partir dessas

necessidades.

De uma forma geral e simplista pode-se afirmar, de acordo com Kotler (1998), que

marketing é um processo social por meio do qual pessoas e grupos de pessoas obtêm aquilo

de que necessitam e desejam por meio de criação, oferta e troca de produtos e serviços.

Marketing é uma via de duas mãos entre o mercado e as organizações, em que estas

buscam no mercado informações sobre seus desejos e necessidades, recebendo como

retorno, nesta primeira fase, as informações e como segunda fase, as organizações passam a

oferecer ao mercado os produtos e serviços de acordo com as necessidades e desejos dos

clientes, tendo com retorno os recursos financeiros e o mais importante os clientes

satisfeitos.

Após identificar as necessidades, desejos e demanda de seu mercado consumidor, o

profissional de marketing deverá pensar no valor para entregar sua oferta e na satisfação

Page 30: Meu Tcc Completo

28

para controlar o sucesso de suas ações. Kotler (1998, p.33) diz que: “O produto ou oferta

alcançará êxito se proporcionar valor e satisfação do comprador-alvo”. O valor é a razão

entre o valor é a razão entre o que o cliente recebe e o que ele dá.

Kotler (1998) cria a seguinte equação que define o valor:

Valor = Benefícios / Custos = (benefícios funcionais + emocionais) / Custos de tempo +

Custos de energia + (Custos Psicológicos).

2.2.1. Estágios do Marketing.

O marketing se desenvolve dentro das empresas conforme seu porte financeiro e seu

tamanho, grandes empresas podem ter uma grande verba reservada para o marketing,

orçamentos extensos significam maior investimento, mas não garante o retorno esperado, é

necessário associar um bom investimento com uma boa equipe de marketing e ferramentas

mais eficazes. As pequenas empresas não possuem recursos financeiros para investir

pesado em marketing, mas isso não significa que elas não usam as ferramentas de

marketing, ao contrário, as pequenas empresas podem desenvolver meios menos onerosos

que podem lhe trazer ótimos resultados. Nesses casos é fundamental o uso da criatividade,

inovação e foco para que haja desperdícios.

Kotler (1998) divide em três estágios pelas quais a atividades de marketing pode

passar.

Empreendedor que é aplicado nas pequenas empresas e nas organizações

que estão começando a desenvolver negócios.

Profissionalizado mais presente nas medias e grandes empresas,

caracterizado por alto investimento em pesquisas e ações de marketing.

Burocrático ocorre quando grandes empresas abusam do marketing

profissionalizado gerando um nível de informação demasiado complexo e

pesado. Esse fluxo de informação pode causar confusão e poucos resultados.

Page 31: Meu Tcc Completo

29

2.2.2. O Marketing como Orientação para as Empresas

Definido o escopo de marketing, a empresa deve decidir sobre sua orientação para o

mercado. Kotler (1998) define cinco orientações concorrentes que marcam a maneira com

que as organizações conduzem suas atividades sendo elas: Orientação de produção, de

produto, de marketing e a orientação de marketing social. Casa empresa adota uma

estratégia para conseguir vender seus produtos e serviços. A orientação estratégica norteará

todos os negócios da empresa e a sua forma de agir diante do mercado e dos seus clientes.

As empresas orientadas à produção têm a visão de que os clientes darão preferência

aos produtos que sejam encontrados em qualquer lugar e com preço baixo. Assim, a

empresa procura produzir cada vez mais, visando baixar seus preços e colocar seus

produtos ou serviços no maior número possível de pontos de venda, para que os clientes os

encontrem com facilidade.

Já para as empresas orientadas para o produto consideram que os clientes darão

preferência aos produtos que oferecerem melhor qualidade, desempenho e benefícios.

Nesse caso, a empresa busca produzir produtos que apresentem esses atributos ou

características inovadoras.

Em relação às empresas orientadas para as vendas adotam o pensamento de que os

clientes não decidem, por si só, comprar. Desta forma, a empresa precisa induzi-los a tomar

a decisão, caso contrário não haverá a compra. Diversas empresas adotam esta orientação, e

com sucesso. O que ocorre é que elas não estão preocupadas com a satisfação das

necessidades dos clientes, e sim com a satisfação das suas próprias necessidades.

As empresas orientadas para o marketing guiam-se pela seguinte forma de agir e

pensar: procuram inteirar-se do que seus clientes desejam e oferecem exatamente o que eles

querem. Fazem isto antes dos seus concorrentes e de forma que os seus produtos se tornem

diferentes e atrativos para os clientes. Assim, terão clientes satisfeitos e, tendo clientes

satisfeitos, terão clientes fiéis. De acordo com Kotler (2000), as empresas orientadas para o

marketing têm uma preocupação constante com os desejos dos clientes. Quando esses

desejos mudam, as empresas procuram evoluir, orientando-se pelo que os clientes querem,

buscando formas que possam atendê-los.

Page 32: Meu Tcc Completo

30

2.2.3. A Importância do Marketing na Administração de Vendas.

Nos dias atuais, onde os clientes estão cada vez mais exigentes o marketing não

possui apenas o papel de desenvolver um bom produto ou estabelecer um preço atraente o

tornando mais acessível aos seus clientes-potenciais e o seu público em geral. Acaba-se

tornando inevitável que a empresa assuma o papel de comunicadora e promotora.

A comunicação de marketing é composta por cinco fatores de comunicação sendo

elas a propaganda, a promoção de vendas, a publicidade e relações públicas, a venda

pessoal e o marketing direto. Estes fatores que determinam a comunicação em marketing,

depois de traçado cada objetivo tópico a tópico e identificando o mercado – alvo e suas

características. Obteremos como resposta final à compra, a satisfação e a favorável

comunicação boca a boca.

Kotler (1998) afirma que o comportamento de compra é o resultado final de um

longo processo de tomada de decisão do consumidor. Temos que lembrar que para chegar à

decisão de compra o consumidor passa por vários estágios sendo um deles o processo de

compra este é composto por: reconhecimento de suas necessidades, a busca por

informações, a avaliação de alternativas, a decisão de compra e o comportamento pós –

compra. Temos que citar também as etapas entre a avaliação de alternativas e uma decisão

de compra são elas:

A avaliação das alternativas de compras;

A intenção de compra;

Atitudes dos outros ou fatores situacionais imprevistos; e

A decisão de compra.

As políticas de produto, preço, distribuição e promoção devem ser estabelecidas e

quantificadas de modo conjunto consistente entre si, atendendo ao comportamento dos

clientes-alvo e para a empresa o seu nível de venda pretendido.

Todos nós, enquanto consumidores, somos influenciados por uma série de fatores

que nos levam à decisão sobre o que comprar. Segundo Kotler (1998), são quatro os

principais fatores que influenciam o comportamento do consumidor sendo eles: cultural,

social, pessoal e o psicológico. Trataremos tópico a tópico deste assunto na seção a seguir.

Page 33: Meu Tcc Completo

31

2.2.4. As necessidades e os fatores que influenciam o comportamento do

consumidor.

A importância de se procurar entender como se processa o comportamento de

compra do consumidor, quais os fatores por ele considerados prioritários ou que agregam

mais valor aos seus objetivos principais, reside no fato de que, segundo Kotler (1998),

existe uma relação direta entre a satisfação do consumidor, qualidade do produto e serviço

e a rentabilidade da empresa.

Este estreitamento com o cliente externo deve fazer parte do planejamento

estratégico de uma empresa que busque aprimorar a qualidade de seus produtos, devendo a

mesma definir o seu posicionamento em relação ao seu mercado e à sociedade onde atua,

principalmente estabelecendo diretrizes para as suas decisões cotidianas.

Primeiramente, é importante salientar a diferença que existe entre necessidade e

desejo. Enquanto necessidade é um estado de privação de alguma satisfação básica, desejo

é algo que as pessoas buscam satisfazer embora o objetivo de desejo não vise suprir uma

necessidade básica.

Para lançar no mercado produtos que atinjam os objetivos do conceito de marketing

ou mesmo manter o nível satisfatório de atendimento, torna-se necessário entender a razão

forma pela qual os consumidores realizam suas compras. E é somente através do

entendimento do comportamento do consumidor, que é possível viabilizar produtos que

atendam exatamente aos desejos e necessidades.

De acordo com Richers (1984), caracteriza-se o comportamento do consumidor

pelas atividades mentais e emocionais realizadas na seleção, compra e uso de produtos para

a satisfação de necessidades e desejos. Para Kotler e Keller (2006), uma vez que o

propósito do marketing centra-se em atender e satisfazer às necessidades e aos desejos dos

consumidores torna-se fundamental conhecer o seu comportamento de compra.

Las Casas (1997) observa sobre o comportamento do consumidor que apesar de

aparentemente simples, o consumidor, diante de uma situação de compra, age em

decorrência de uma série de influências de ordem internas ou externas. O autor ainda define

como os fatores internos os componentes da estrutura psicológica do indivíduo, expondo

sua formação passada e expectativas futuras. Quando citamos as influências externa

Page 34: Meu Tcc Completo

32

ressaltamos o meio ambiente em que o ser humano vive, incorporando-as no seu

comportamento.

Todos nós enquanto consumidores, somos influenciados por uma série de fatores

que nos levam à decisão sobre o que comprar. Segundo Kotler (1998), são quatro os

principais fatores, comentados a seguir.

2.2.4.1. Fatores Culturais

Os fatores culturais exercem a mais ampla e profunda influência sobre o

comportamento do consumidor. Os papéis exercidos pela cultura, subculturas e classe

social do comprador são particularmente importantes. A cultura envolve valores,

percepções, preferências e comportamentos familiares. Kotler (1998, p.162) afirma que a

“Cultura é o determinante mais fundamental dos desejos e do comportamento de uma

pessoa”.

Em relação as subculturas envolvem as nacionalidades, religiões, grupos raciais e

regiões geográficas. Kotler (1998) esclarece que muitas das subculturas constituem

importantes segmentos de mercado, tornado-se assim inevitável que os profissionais de

marketing desenvolvam produtos e programas ajustados as suas necessidades.

De acordo com Kotler (1998, p.163), “classes sociais são divisões relativamente

homogêneas e duradouras de uma sociedade, que são ordenadas hierarquicamente e cujos

membros compartilham valores, interesses e comportamentos similares”.

Já para as classe sociais, estas são virtualmente, todas as sociedades humanas que

exibem estratificação social, as vezes a estratificação toma a forma de um sistema em que

os membros de diferentes castas são educados para certos papeis , não possuindo nenhuma

mobilidade social, se tomando forma de classes sociais.

Classes sociais são divisões relativamente homogêneas e

duradouras de uma sociedade, que são ordenadas hierarquicamente

e cujos membros compartilham valores, interesses e

comportamentos similares. (KOTLER, 1998 p. 163).

Page 35: Meu Tcc Completo

33

Podemos salientar de que as classes sociais têm diversas características. Primeiro, as

pessoas pertencentes a cada uma delas tendem a possuir comportamentos mais semelhantes

aos compararmos que com indivíduos de outra classe. Em segundo lugar, as, pessoas são

percebidas como ocupando posições inferiores ou superiores conforme suas classes sociais.

Já em terceiro, a classe social de uma pessoa é indicada por um conjunto de variáveis, como

ocupação, tendo, riqueza, educação e orientação de valor, em vez de por uma variável.

Quarto, os indivíduos podem mover-se de uma classe social para outra – para cima e para

baixo-durante sua vida.

2.2.4.2. Fatores Sociais

Na sequência têm-se os fatores sociais como grupos de referência, família, papéis e

posições sociais que acabam por influenciar o comportamento de compra (KOTLER;

KELLER, 2006).

Os grupos de referência para Churchill e Peter (2000, p.160), “[...]os grupos de

referência são aqueles grupos de pessoas que influenciam os pensamentos, os sentimentos e

os comportamentos do consumidor”. Kotler (1998, p.164) afirma que existem os grupos de

afinidade denominados “primários”, e os grupos de afinidade denominados “secundários”.

Os grupos primários são constituídos pela família, pelos amigos, pelos vizinhos e pelos

colegas de trabalho; com estes grupos a pessoa interage mais continuamente e são

informais. Já os grupos secundários são constituídos pelas religiões, sindicatos e profissões,

os quais tendem a ser mais formais e exigem interação menos contínua. Além disso, é fato

que as pessoas são também influenciadas por grupos de que não são membros, Churchill e

Peter (apud SCHIFFMAN; KANUK, 2000). Assim, os autores afirmam que grupos aos

quais uma pessoa gostaria de pertencer são chamados de “grupos de aspiração”.

Da mesma forma, existem aqueles grupos repudiados, que, segundo os mesmos

autores, são denominados “grupos de negação”. Ainda sobre os grupos de referência, é

importante ressaltar de que forma pode se dar a sua influência sobre os consumidores.

Churchill e Peter (2000) esclarecem que na maioria dos casos os grupos de

referência não dizem diretamente aos consumidores o que fazer, mas são os consumidores

Page 36: Meu Tcc Completo

34

que se deixam influenciar pela opinião do grupo ou por se preocuparem com os sentimentos

dos membros do grupo.

Ao falarmos de família Kotler e Keller (2006, p.177) afirmam que, “os membros da

família constituem o grupo primário de referência de maior influência”. Podem-se

distinguir entre duas famílias na vida do comprador: a de “orientação”, que é formada pelos

pais, e a de “procriação”, por esposa e filhos.

Contudo, destacamos que a organização familiar tradicional está diminuindo e, à

medida que isso acontece, as pessoas estão colocando ênfase ainda maior em irmãos,

amigos íntimos e outros familiares para ter companhia e apoio social.

Portanto, torna-se fundamental descobrir os papéis de cada membro na compra de

determinado bem, o que pode ser a chave do sucesso para as empresas que querem

permanecer competitivas no mercado (KOTLER; KELLER, 2006).

Nos diferentes grupos sociais nos quais as pessoas participam ao longo de suas

vidas, elas acabam assumindo diferentes papéis e posições sociais. Neste sentido, é fato que

as pessoas, como diz Kotler (1998), escolham produtos que comuniquem seu papel e status

na sociedade.

Churchill e Peter (2000, p.160) afirmam que “as pessoas de diferentes classes

sociais tendem a fazer escolhas diferentes em relação a suas roupas, decoração doméstica,

uso do tempo de lazer, escolha dos meios de comunicação e padrões de gastos e

poupanças”.

Ao descrevemos de fatores pessoais podemos dizer a respeito às características

particulares das pessoas, ou seja, momentos e vivências pelas quais um indivíduo está

passando, os quais acabam por interferir nos seus hábitos e nas suas decisões de consumo.

Kotler (1998) apresenta cinco elementos que constituem os fatores pessoais: idade e estágio

do ciclo de vida, ocupação, condições econômicas, estilo de vida e personalidade.

a) Idade e estágio do ciclo de vida: Salienta Kotler (1998, p.168) “que as

necessidades e os desejos das pessoas modificam-se ao longo de suas

vidas”. Nesse sentido, Churchill e Peter (2000, p.162) comentam a

existência dos ciclos de vida familiar, isto é, “conjunto de estágios pelos

quais as famílias passam e que influenciam suas necessidades e a

capacidade de satisfazê-las”.

Page 37: Meu Tcc Completo

35

b) Ocupação: Diz respeito à profissão que o consumidor exerce. “Um

presidente de empresa comprará ternos caros, passagens aéreas, títulos de

clube, um grande veleiro”, exemplifica Kotler (1998, p.169), ou seja, o

trabalho dos consumidores influencia seus padrões de consumo.

c) Condições econômicas: Renda disponível, poupança e patrimônio,

condições de crédito, atitudes em relação às despesas versus poupança.

Eis, de forma resumida, os elementos que determinam as condições

econômicas, as quais, tendo-se por base Kotler (1998), afetam

diretamente a escolha de produtos.

d) Estilo de vida: É o padrão de vida expresso em termos de atividades,

interesses e opiniões. Segundo Kotler (1998), é possível que empresas se

posicionem no mercado através de associações entre seus produtos e o

estilo de vida dos consumidores reais e potenciais dos mesmos.

e) Personalidade: Cada ser humano possui uma personalidade distinta, que

influenciará em seu comportamento de compra. Richers (1984, p.49)

afirma que “a personalidade de um indivíduo é composta de uma

multiplicidade de componentes que incluem valores, atitudes, crenças,

motivos, intenções, preferências, opiniões, interesses, preconceitos e

normas culturais”. De acordo com Kotler (1998), a personalidade é uma

variável importante para análise do comportamento do consumidor.

Contudo, é necessário classificar tipos de personalidade e estabelecer

correlações fortes entre certos tipos de personalidade e escolhas de

produto ou marca.

2.2.4.3. Fatores Psicológicos

Fatores psicológicos, segundo Kotler e Keller (apud Sant’Anna, 2006), para que um

consumidor tome a decisão de compra é preciso que na sua mente se desenvolvam os

seguintes estados: existência de uma necessidade, consciência desta necessidade,

conhecimento do objeto que a pode satisfazer, desejo de satisfazê-la e decisão por

determinado produto. Nesse sentido, conforme Kotler (1998), existem quatro importantes

Page 38: Meu Tcc Completo

36

fatores psicológicos que influenciam as escolhas dos consumidores: motivação, percepção,

aprendizagem e crenças e atitudes.

A Motivação de acordo com Kotler (1998, p.173), “um motivo ou impulso é uma

necessidade que está pressionando suficientemente para levar uma pessoa a agir”. Para

Schiffman e Kanuk (2000), a motivação é a força motriz interna dos indivíduos que os

impele à ação, a qual é produzida por um estado de tensão, que existe uma vez que há uma

necessidade não satisfeita.

A administração de marketing, de acordo com KOTLER e KELLER (2006, p. 183-

184), considera três teorias da motivação:

a) Teoria da motivação de Freud: Freud assumiu que as forças psicológicas

reais que moldam o comportamento das pessoas são inconscientes.

Assim, as pesquisas conduzidas tendo por base esta teoria têm levado a

hipóteses muito interessantes, como: os consumidores resistem às

ameixas secas porque elas são enrugadas e lembram pessoas velhas; os

homens chupam charutos como uma versão adulta de chupar o dedo e

outros;

b) Teoria da motivação de Maslow: para Maslow, as necessidades humanas

são organizadas numa hierarquia, partindo das mais urgentes às menos

urgentes. Maslow chegou a esta conclusão buscando responder por que

as pessoas são dirigidas por certas necessidades em ocasiões específicas;

c) Teoria da motivação de Herzberg: desenvolveu a teoria dos dois fatores:

insatisfatórios (aqueles que causam a insatisfação) e satisfatórios

(aqueles que causam a satisfação). São duas as implicações de tais

teorias: primeiro, devem-se evitar os fatores que causam a insatisfação;

depois, identificar os fatores que causam a satisfação.

No que diz respeito à percepção, Kotler (1998, p.174) diz que quando uma pessoa se

encontra motivada, está pronta para agir. Neste sentido, “percepção é a forma pela qual

uma pessoa seleciona, organiza e interpreta as informações para criar um quadro

significativo do mundo”. Schiffman e Kanuk (2000, p.103) definem percepção como “o

processo pelo qual um indivíduo seleciona, organiza e interpreta estímulos visando a um

quadro significativo e coerente do mundo”.

Page 39: Meu Tcc Completo

37

São três os processos de percepção (Kotler, 1998, p.175):

a) Atenção seletiva: é mais provável que as pessoas percebam estímulos

relacionados a uma necessidade atual, assim como é mais provável que

percebam estímulos previstos e estímulos cujos desvios sejam maiores

em relação a um estímulo normal;

b) Distorção seletiva: tendência de as pessoas interpretarem as informações

conforme suas intenções pessoais, reforçando suas pré-concepções ao

invés de contrariá-las;

c) Retenção seletiva: as pessoas tendem a reter as informações que

reforcem suas atitudes e crenças.

Em relação à aprendizagem Kotler afirma que (1998, p.175), “aprendizagem são

todas as mudanças ocasionadas no comportamento de um indivíduo em função de suas

experiências”. Esta teoria ensina que se pode desenvolver a demanda por um produto

associando-o a impulsos fortes, usando sugestões motivadoras e fornecendo reforço

positivo. Richers (1984, p.50) salienta que “o homem é capaz de aprender e alterar os seus

comportamentos através da ampla utilização de sua experiência passada”. O autor ainda

apresenta duas explicações psicológicas para a natureza do aprendizado: a cognitiva (por

meio da qual o indivíduo se conscientiza de um estímulo) e a afetiva (que ocorre quando

alguém começa a apreciar o estímulo após tornar-se consciente dele).

Através da ação e da aprendizagem, as pessoas adquirem suas crenças e atitudes.

Estas por sua vez, influenciam o comportamento de compra. O homem, enquanto

indivíduo, é dotado de razão e personalidade única. Nesse sentido, segundo Kotler (1998,

p.176), “crença é um pensamento descritivo que uma pessoa sustenta sobre algo”. Quanto

às atitudes, afirma que estas colocam as pessoas numa estrutura mental de gostar ou

desgostar de um objeto. Ainda, como afirma o Kotler (1998), uma atitude é duradoura

porque tende a persistir ao longo do tempo.

2.2.5. Composto Promocional.

A Comunicação como foi dito anteriormente, oferece à empresa e ao produto um

conjunto de ferramentas ou estratégias que lhe possibilitarão solucionar ou reduzir

problemas e efeitos negativos existentes no composto mercadológico.

Page 40: Meu Tcc Completo

38

Sem duvida, promoção e comunicação de marketing são elementos que mais

aparecem na estratégia de uma empresa. Isso não causa surpresa, já que as atividades

promocionais são necessárias para comunicar os recursos e benefícios de um produto para

os mercados desejados. Elas, incluem transmissão e compartilhamento de significados entre

compradores e vendedores, sejam com indivíduos, empresas, seja entre indivíduos e

empresas.

A comunicação integrada de marketing refere-se ao uso estratégias

coordenado, de elementos promocionais para garantir o máximo de

impacto persuasivo sobre os consumidores atuais e potenciais da empresa.

(FERREL, HARTELLINE, 2005 p.27).

Kotler (1998) define o composto de marketing como um conjunto de ferramentas

que a empresa utiliza para perseguir seus objetivos no mercado-alvo.

Essas ferramentas são classificadas em quatro grupos amplos denominados os 4P do

marketing são eles: produto, preço, praça (ponto – de – venda) e promoção.

A Comunicação Integrada de Marketing inicia-se com o consumidor, par

desenvolver um programa estratégico de comunicação persuasiva que leve em consideração

cada contato que ele terá em seu relacionamento com a empresa. A chave para a

comunicação integrada marketing é a coerência e a uniformidade da mensagem em todos os

elementos do composto promocional.

Ferrell, Hartelline (2005) ressalta que, a comunicação integrada obteve o

crescimento em importância por varias razões, mas destaca duas entre em potenciais, a

primeira por que permite que a empresa formente relacionamentos de longo prazo com os

consumidores. Ao coordenar todos os pontos de contato da comunicação, as empresas que

utilizam a comunicação integrada transmitem imagem de que realmente conhecem seus

consumidores e se importa com eles; Em segundo as empresas que esta ferramenta

desfrutam custos reduzidos e do uso mais eficiente dos recursos promocionais. Integrando –

se assim todas as comunicações, sendo assim as empresas podem reduzir ou eliminar

redundâncias ou desperdícios no programa promocional em geral. Os autores também

destacam que muitas empresas adotam a comunicação integrada de marketing porque a

propaganda de mídia tornou-se mais cara e menos previsível do que no passado e por fim o

desenvolvimento tecnológico que permite agora as empresas uma ligação direta com seus

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39

consumidores-alvo por meio de malas diretas, e-mails ou promoção on-line. Este foco é

mais intenso nos consumidores individuais e requer que o programa promocional geral

também seja integrado e focado. Ao selecionar os elementos promocionais para incluí-los

neste programa, é importante assumir uma perspectiva holística que não só coordene todos

eles, como também ajuste o programa, de marketing restante (estratégia de produto e de

preço). Essa abordagem permite a empresa, transmitir, de todos os ângulos possíveis, uma

mensagem coerente dos consumidores – alvo maximizando assim o impacto total sobre

eles.

O papel e a importância de elementos promocionais específicos também variam

dependendo da natureza do produto. Produtos industriais, como equipamentos pesados,

contam mais com a venda pessoal; produtos para consumidor requerem maior o uso da

propaganda, promoção de vendas e relações públicas. Essa variações também ocorre por

meio de estágios de ciclo de vida do produto.

2.2.5.1. Propaganda.

A propaganda é uma das ferramentas mais comuns que as empresas usam para

dirigir as comunicações persuasivas aos compradores e público-alvo.

Propaganda é qualquer forma paga de apresentação impessoal e de

promoção de idéias, bens ou serviços por um patrocinador

identificado. (KOTLER, 1998 p. 554).

Os anunciantes não são apenas empresas comerciais, profissionais liberais e órgãos

governamentais que divulgam suas causas a vários públicos alvos.

Kotler (1998) define os anúncios como formas eficazes em termos de custo

benefício para disseminar mensagens seja para desenvolver preferências.

As empresas tratam propaganda de diferentes maneiras. Nas pequenas empresas, ela

é atribuição de alguém de vendas ou do departamento de marketing, que trabalha com

alguma agencia de propaganda. Já nas empresas de grande porte possui um departamento

de propaganda própria.

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40

Ao desenvolver uma campanha de propaganda, os administradores de marketing

devem sempre iniciar pela identificação do mercado-alvo e dos motivos dos comparadores.

Kotler (1998) define como 5 M as principais decisões envolvidas no

desenvolvimento de um programa de propaganda sendo eles: Missão (quais os objetivos de

propaganda?); moeda/dinheiro (quanto pode ser gasto?); mensagens (que mensagem deve

ser divulgada); mídia (que veículos devem ser utilizados); mensuração (como resultados

devem ser avaliados).

A escolha de um veículo (meio) e da mensagem a ser divulgada dependem

fundamentalmente de qual o objetivo de negócio da empresa.

São veículos típicos de propaganda a mídia eletrônica: televisão, web e radio; mídia

impressa: revistas e jornais; e propaganda externa: outdoor, ônibus, metrô, fachadas e

prédios, etc.

Cada veículo tem suas características em termos do público a que destina e do

impacto que pode provocar na obtenção dos resultados almejados pelo anunciante.

Os objetivos da propaganda podem ser classificados em função de seu propósito em

informar, persuadir ou lembrar o consumidor.

a) Propaganda Informativa: è usada intensamente no estágio pioneiro de

uma categoria de produtos, em que o objetivo é de desenvolver a

demanda primária;

b) Propaganda Persuasiva: se torna importante no estagio competitivo,

quando o objetivo da empresa é desenvolver a demanda seletiva de uma

marca específica;

c) Propaganda de Lembrança: é de extrema importância no estagio da

maturidade do produto. Uma forma relacionada à propaganda de

lembrança é a propaganda de reforço, que procura assegurar aos

consumidores aos consumidores conquistados que eles fizeram a escolha

certa.

Las Casas (1997) estabelece que a propaganda pode ser institucional ou

promocional. A propaganda institucional visa divulgar a imagem de empresas marcas de

produtos, com a intenção de venda indireta, enquanto a promocional visa estimular a venda

imediata.

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41

Percebemos, portanto a diversidade de aspectos a serem considerados. Por esta

razão é que muitas vezes um planejamento inicial poderá ser modificado como

consequência de algumas destas considerações.

2.2.5.2. Promoção.

A promoção de vendas é um ingrediente chave nas campanhas de marketing.

A promoção de vendas consiste de um conjunto diversificado de

ferramentas de incentivo em sua maioria em curto prazo, que visa

estimular a compra mais rápida e / ou em maior volume de

produtos/serviços específicos por consumidores ou

comerciantes.(KOTLER, 1998 p. 577).

A tarefa da promoção de vendas, como podemos observar pela própria definição é

bastante diversificado. As empresas devem contar com esta ferramenta mercadológica para

completar os esforços de venda e propaganda. Portanto ela é uma atividade de apoio e deve

estar relacionada com as demais estratégias do composto marketing.

A promoção de vendas é uma atividade ou objeto que agrega valor para o

comprador, atuando como foi dito anteriormente como um incentivo ou indução a venda.

Pode ser dirigida para consumidores, intermediários do canal ou força de vendas. Em certos

aspectos, a promoção de vendas é o mais amplo de todos os elementos promocionais,

incluindo a totalidade das atividades de comunicação com exceção de propaganda, relações

públicas e venda pessoal.

A participação de promoções de vem aumentando gradativamente em relações

percentual a verba destinada à comunicação com o mercado, principalmente naquelas

empresas que comercializam produtos de consumo.

A ação de promover ocorre em virtude das mensagens utilizadas, do

destaque dados ao produto ou à empresa e do impacto que as

atividades promocionais provocam nos públicos, criando um

envolvimento entre estes e o produto promovido e maior índice de

consumo, gerando preferência de marca (LAS CASAS, 1997 p. 67).

Page 44: Meu Tcc Completo

42

A promoção de vendas inclui ferramentas para promoção ao consumidor (amostras

grátis, cupons, descontos, prêmios, brindes, experimentações gratuitas, garantias,

demonstrações, concursos e mercadorias grátis); e promoção para a força de vendas

(convenções de vendas, concursos e propaganda especializada).

As ferramentas de promoção de vendas são usadas pela maioria das organizações,

incluindo fabricantes, distribuidores, varejistas, associações comerciais, industriais e

organizações que não visam lucro.

Para os autores Ferrell, Hartline (2005); Kotler (1998) e Churchill e Peter (2000), a

promoção de vendas, no contexto da comunicação mercadológica moderna funcionam

como fatores vital importância dentro da concepção de comunicação integrada, podendo ser

utilizados sempre que ocorrem as seguintes situações e necessidades:

a) Como apoio à propaganda e à publicidade na formação e no

fortalecimento da imagem de produtos e empresas;

b) Na substituição dessas ferramentas conforme os objetivos traçados no

plano de marketing sempre que eles precisarem ser atingidos em prazos

mais curtos;

c) Quando não ocorrem grandes diferenciais entre os produtos

concorrentes, podendo, monetariamente, ser esse diferencial;

d) Quando os produtos com baixa participação de mercado não possuem

recursos para investir em propaganda maciça; como o fazem seus

grandes concorrentes;

e) Nas situações de demanda seletiva por preço, quando os consumidores

exigem preços menores;

f) Nos mercados mais competitivos onde os concorrentes são mais

agressivos e torna-se necessária uma tentativa de bloqueio;

g) Sempre que for necessário um estímulo adicional para a força de vendas

e outros públicos internos da empresa e para os distribuidores.

As ferramentas de promoção de vendas variam em termos de objetivos específicos.

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43

2.2.5.3. Relações Públicas

Como a propaganda e promoção de vendas, a relações públicas é outra importante

ferramenta de marketing. E tem como definição:

Relações Públicas são conforme o próprio nome, relações com

público. É a administração deste relacionamento com o objeto de

causar uma imagem favorável da empresa para maior eficiência.

Gozando de bom relacionamento com fornecedores, o

abastecimento pode ser assegurado em muitos casos, mesmo que

ocorram situações adversas como racionamentos, escassez etc.

(LAS CASAS, 1997 p 261).

A empresa não deve apenas se relacionar bem com seus consumidores, fornecedores

e revendedores, mas também com um amplo conjunto de públicos interessados.

Kotler define o público da seguinte maneira:

Público é qualquer grupo que tem interesse ou impacto real ou

potencial sobre as condições da empresa atingir seus objetivos.

Relações Públicas (RP) envolve uma variedade de programas

destinados a promover e/ou proteger a imagem de uma empresa ou

produtos. (KOTLER, 1998 p.286).

Relações Públicas é o elemento de um programa de Comunicação Integrada de

marketing que acompanha atitudes públicas, identifica questões que possam evocar

preocupações públicas e desenvolver programas para criar e manter um relacionamento

positivo entre a empresa e o seu público.

As relações públicas podem melhorar a percepção geral do público em relação a

companhia e criar imagens específicas como qualidade, inovação e valor ou preocupação

com questões sociais.

Um público pode facilitar ou impedir as condições de uma empresa atingir seus

objetivos. Os departamentos de relações públicas desempenham cinco atividades, mas nem

todas apoiando os objetivos de marketing da empresa:

Relações com a imprensa: Divulgar notícias e informações favoráveis sobre

a organização.

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Publicidade de produtos: Empreender vários esforços para divulgar produtos

específicos;

Comunicações Corporativas: Promover a organização com as comunicações

internas externas.

Lobbying: Trabalhar junto a legisladores e órgãos governamentais visando à

aprovação ou ao veto a legislações e regulamentações;

Aconselhamento: Orientar a Administração sobre assuntos públicos, posição

e imagem da empresa. Isso inclui envolver – se quando a falha de produto

abala a credibilidade da organização.

Anteriormente a designação dada para o marketing de relações públicas era a

publicidade, vista como a tarefa destinada a assegurar espaço editorial gratuito nas mídias

impressas e eletrônicas ou a dar maior dimensão a um produto ou pessoa.

Kotler (1998) afirma que as relações públicas de marketing vão além da simples

publicidade e exerce um papel importante nas seguintes tarefas; Dar assistência ao

lançamento de novos produtos; Auxiliar o reposicionamento de um produto maduro;

Desenvolver o interesse por determinada categoria de produto; Influenciar grupo alvo

específico; Defender produtos que enfrentam o descrédito público e construir imagem

corporativa projetada favoralvemente sobre seus produtos. O autor ainda esclarece que à

medida que o poder da propaganda de massa se enfraquece, os gerentes de marketing estão

voltando-se cada vez mais para o uso de relações públicas de marketing.

Claramente, relações públicas têm potencial para criar impacto sobre a consciência

do público por apenas uma fração do custo da propaganda.

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45

3. ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS OU DE RELACIONAMENTO

O marketing de relacionamento é um diferencial competitivo que as empresas estão

buscando para liderar mercados. Consiste não somente em atrair novos clientes, mas em

reter os já existentes, ou seja, enfatiza o relacionamento a longo prazo com o mercado,

buscando a fidelização dos clientes. O relacionamento com clientes tem recebido atenção

crescente, desde que se percebeu que fidelidade e rentabilidade caminham lado a lado, no

mesmo ritmo da satisfação dos consumidores.

O conceito de marketing de relacionamento é relativamente novo na Administração.

Seu surgimento se deu (segundo a maioria dos autores) a partir da década de 1990 e, em

função disso, seus conceitos ainda não são muito conhecidos.

[...] Marketing de Relacionamento é essencial ao desenvolvimento

da liderança no mercado, à rápida aceitação de novos produtos e

serviços e à consecução da fidelidade do consumidor (BOGMANN,

2002 p.23).

Durante a década de 1990, devido às situações imprevisíveis que ocorriam

constantemente as organizações não conseguiam prever o futuro do mercado e passaram a

se concentrar somente no presente para obter objetivos esperados. Entre estas mudanças

estão as unidades de comunicação, unidade de moeda, a produção cooperativa, agregação

de novos mercados, novas tecnologias, além da velocidade das informações e muitas

outras. (Kotler, 2000).

Como resposta a essa nova realidade, nos anos de 1990, uma nova orientação

surgiu, denominada como "marketing de relacionamento", pois os consumidores passaram

a ser mais exigentes, exigindo respostas claras, precisas, rápidas e em tempo real, além de

quererem ser tratados de forma diferenciada.

De acordo com McKenna (1993), marketing de relacionamento ou pós-marketing

significa construir e sustentar a infra-estrutura dos relacionamentos de clientes. É a

integração dos clientes com a empresa, desde o projeto, desenvolvimento de processos

industriais e de vendas. De maneira geral, consiste em uma estratégia de negócios que visa

construir pró-ativamente relacionamentos duradouros entre a organização e seus clientes,

contribuindo para o aumento do desempenho desta e para resultados sustentáveis. O

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46

processo de marketing de relacionamento deve se iniciar com a escolha certa do cliente, a

identificação de suas necessidades, a definição dos serviços prestados e agregados ou

produtos consumidos e seu período de nova aquisição, a busca da melhor relação

custo/benefício e ter funcionários motivados e capacitados a atender estes clientes

adequadamente. O contexto de administrar o relacionamento com o cliente serve para que a

empresa adquira vantagem competitiva e se destaque perante a concorrência. O objetivo

maior torna-se manter o cliente através da confiança, credibilidade e a sensação de

segurança transmitida pela organização.

Analisando a citação do autor acima entende-se que o marketing de relacionamento

é uma forte ferramenta para se obter a liderança de mercado e atrair novos clientes.

Marketing de relacionamento definitivamente é atrair, realçar e

intensificar o relacionamento com clientes finais, fornecedores,

clientes intermediários, parceiros e entidades governamentais e não

governamentais, através de uma visão de longo prazo.

(MADRUGA, 2006, p. 20).

O marketing de relacionamento pressupõe, conforme sugerido por Mckenna (1993),

a interatividade, a conectividade e a criatividade, para que o cliente realmente possa ser

parte da estratégia da organização no planejamento de produtos e serviços de valor em um

processo dinâmico e contínuo. Estas ações não comprometidas com o feedback de mercado

não estão alinhadas com a estratégia de marketing de relacionamento. O feedback dos

clientes desenvolve a capacidade dos administradores de terem intimidade com o mercado,

a ponto de poderem prever as reações destes diante das mudanças ambientais.

Os benefícios do marketing de relacionamento para o cliente consistem na obtenção

contínua ou periódica de serviços ou produtos que são pessoalmente importantes e

customizados às suas necessidade, na redução do risco da compra, por já conhecerem o

fornecedor, também na oferta benefício social (status) por estarem recebendo um serviço

personalizado e por fim no maior bem-estar e qualidade de vida, por facilitar o processo

decisório de compra, principalmente quando se trata de situações tais como, adquirirem um

produto ou serviço mais complexo, que envolva o ego dos clientes ou riscos financeiros.

Na concepção de McKenna (1989), portanto, o vendedor, no sentido tradicional do

termo, aquele que empurra o produto para o consumidor está morto. Em seu lugar surge o

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47

facilitador, o agente capaz de criar uma relação com o consumidor baseada na confiança e

ganhos mútuos ao longo do tempo.

De acordo Las Casas (2002, p. 102) marketing de relacionamento é "o processo de

criar, manter e intensificar relacionamentos fortes e valiosos com os clientes".

Vavra (1993) define o marketing de relacionamento como o processo de garantir

satisfação contínua e reforço aos indivíduos ou organizações que são clientes atuais ou que

já foram. Assim, devem ser identificados, reconhecidos, comunicados, em relação à

satisfação e respondidos. Alguns estudiosos acreditam que a mensuração da satisfação dos

clientes pode ser o diferencial dentro de uma organização bem-sucedida em relação a

outras. A empresa precisa ter essa mensuração externa por uma ou todas as razões

seguintes:

Satisfação de clientes é frequentemente equiparada à qualidade.

O compromisso por um programa de satisfação de clientes demonstra

liderança em uma categoria de negócios.

Mensurações internas de satisfação de clientes podem ser inadequadas ou

impróprias.

Ouvindo os clientes, as empresas podem se beneficiar e passar a ser voz

ativa no mercado.

Muitos clientes não reclamam abertamente porque podem achar que nada

vai ser feito.

Um programa de satisfação de clientes é uma poderosa ferramenta para

estimular a melhoria dos produtos ou serviços.

Os concorrentes podem já ter adotado programas de satisfação de clientes

bem-sucedidos (VAVRA, 1993).

O Marketing de Relacionamento representa uma nova postura na interação entre

uma empresa ou entidade e seus clientes. Kotler (1998) afirma que uma das principais

maneiras das empresas se diferenciarem é prestar serviços de alta qualidade. A chave do

sucesso da empresa é atender e exceder as expectativas dos consumidores-alvos. Todo o

histórico de experiências vividas pelo consumidor compõe as expectativas futuras. É o

relacionamento vinculado à qualidade dos serviços/produtos.

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48

Por algum tempo, o marketing de relacionamento foi considerado uma abordagem

que se referia somente às relações entre comprador e vendedor, sendo assim, a organização

buscaria estabelecer, fortalecer e desenvolver relações de longo prazo com clientes

potenciais e atuais.

Hoje, sabemos que existem outros relacionamentos relevantes que não levam em

consideração uma simples troca de benefícios. Uma empresa deve possuir um bom

relacionamento com seus fornecedores de bens ou serviços, colaboradores internos,

concorrentes, organizações não lucrativas, sindicatos, governo e também, com seus

clientes. Dessa forma, todas as atividades dirigidas a criar, fortalecer e desenvolver relações

são envolvidas pelo marketing de relacionamento. Diante disso, para que este

relacionamento comece de maneira satisfatória as empresas necessitam formular suas

estratégias de ação entendendo quais os desejos e necessidades deverão ser atendidos para o

bom funcionamento de tais relações.

Kotler (apud Drucker 1998) elegeu algumas regras fundamentais para a utilização

do marketing de relacionamento na busca por vantagem competitiva:

O relacionamento com o cliente é de responsabilidade da empresa. Qualquer

reclamação ou conflito por parte do cliente é provocado por uma falha

empresarial.

A empresa deve perguntar-se constantemente o que pode ser feito para

facilitar e melhorar a vida de seus clientes.

Nesse sentido, COBRA (2003) define marketing de relacionamento como a tarefa

de criar forte lealdade dos consumidores em relação a uma determinada marca.

Segundo Kotler (1998, p.155) "Marketing é a ciência e a arte de conquistar e manter

clientes e desenvolver relacionamentos lucrativos com eles". Para o autor, o objetivo do

Marketing de Relacionamento é a manutenção de uma base de clientes rentáveis. Porém,

esse objetivo se contrapõe ao comportamento de algumas empresas que insistem em

prospectar clientes indefinidamente a fim de suprir outros que já não mais consomem seus

produtos e serviços por falha no relacionamento. Além do serviço, o marketing de

relacionamento dispõe de várias ferramentas com o objetivo de instrumentalizar e

monitorar toda essa interação e suas variáveis, como, por exemplo, banco de dados,

pesquisa, promoção, assistência técnica.

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49

Las Casas (2005), por sua vez, enfatiza os altos custos dispensados pelas empresas

para se conquistar cada cliente. Além disso, outras empresas concorrentes também se

empenham em conquistá-los. Assim, o autor completa que além dos gastos em conquista e

fidelização de clientes, a perda de clientes implica na perda de vendas imediatas e futuras.

O Marketing de relacionamento aumenta a rentabilidade e diminui os custos com a redução

das prospecções.

3.1. Estratégias e Ferramentas do Marketing de Relacionamento

As ferramentas do marketing de relacionamento estão relacionadas diretamente com

suas próprias características. Através delas é possível estreitar os laços com os clientes com

a intenção de não perder o contato e identificar suas necessidades e desejos. Mckenna

(1989); Vavra (1993) Destacam como ferramentas importantes no marketing de

relacionamento serviços como: Atendimento a Reclamação, Coleta de Sugestões (Idéias),

Sistema de Benefícios Progressivos, Rede de Relacionamentos, Colaboração Interativa e

Benchmarking.

As sete ferramentas citadas, que serão descritas abaixo são de grande importância

para as empresas de todos os porte. Pois mesmo através de programas simples e baratos que

podem ser aplicados, garantindo um bom resultado no que concerne a manutenção e

fidelização de clientes.

3.1.1. Atendimento a Reclamação

Esta ferramenta tem como finalidade de estar sempre pronto para atender ao cliente,

mesmo que seja para que o mesmo faça reclamação. A empresa precisa verificar nesse

atendimento, nessa reclamação uma opção, ou uma oportunidade para que a mesma consiga

propor novas ações. Conforme Mckenna (1989) todo cliente que é ou está fidelizado está

apto a fazer reclamações. A maioria das empresas aplica essa ferramenta de maneira

discreta, seja por uma simples folha de papel ao lado de uma caneta no local de compra e

também pelo serviço de SAC (serviço de atendimento ao cliente).

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50

Para Ferrell e Hartline (2005), as reclamações podem ser por correspondência, e-mail,

pessoalmente ou por telefone. As empresas que se importam com a satisfação do consumidores

farão das reclamações deles uma importante ferramenta para seus esforços em busca das

soluções.

Para uma organização ter uma nova recompra de seus clientes se faz necessário ouvir

suas necessidades e saber como está à imagem da própria empresa perante este consumidor.

Esta ação tem por objetivo manter um cliente freqüente na organização e alavancar possíveis

clientes. Uma é a ferramenta utilizada com frequência que é o telemarketing.

3.1.2. Coleta de Sugestões (Idéias)

Algumas empresas investem em consultores para trazerem idéias e sugestões e

infelizmente não incentivam e recompensam os seus clientes ou colaboradores para isso.

Essa ferramenta é amplamente conhecida como SAC (serviço de atendimento ao cliente).

Utilizada não somente para obter sugestões ou reclamações, mas também, para uma maior

interação com o cliente. Através da disponiblização de serviços, promoções, consultas,

entre outros.

Vavra (1993) ressalta que o SAC é uma ferramenta de grande valor para as

empresas que sabem como utilizá-la. Pois, pode funcionar como uma "consultoria" feita

pelos próprios clientes através de suas reclamações, sugestões ou avaliações. Hoje, diversas

empresas de grande porte utilizam o SAC como meio de redução de custos, centralizando

seu atendimento em cidades distantes e esquecendo que muitos consumidores gostariam de

ser atendidos sem demora, no entanto, existem vários casos de empresas que estão obtendo

sucesso na aplicação dessa ferramenta. Alguns exemplos seriam as empresas de telefonia,

companhias aéreas, além de algumas empresas que não vendem somente serviços, mas

também produtos que vendem bens tangíveis através do SAC.

3.1.3. Sistemas de Benefícios Progressivos

Uma das melhores maneiras de reter consumidores é oferecer incentivos para que

permaneçam fiéis com o passar do tempo.

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51

As empresas aéreas as administradoras de cartões de crédito tornaram-se

especialistas em programas de milhagem e fidelização, vendendo a idéia de que quanto

mais o cliente usufruir dos serviços da empresa mais esta fará por ele, reforçando o

processo de reciprocidade que faz parte da base de um relacionamento. No entanto, outras

empresas têm adaptado essa ferramenta para seu uso. Através de cartões fidelidade,

pequenas empresas oferecem desconto na aquisição de produtos após uma determinada

quantidade de compras. Ferrell, Hartline (2005) ressalta de que não esquecendo também

aquelas organizações que a utilizam de maneira simples, pois geralmente são

microempresas, oferecendo prazos estendidos ou descontos para os clientes que compram

com maior frequência.

3.1.4. Rede de Relacionamentos

Segundo Ferrell, Hartline (2005) as empresas estão cada vez mais interessadas em

aprender a utilizar a rede de relacionamento para a propagação de idéias e vender produtos

e serviços, a fim de tornar o cliente o melhor vendedor da empresa.

Muitas empresas do segmento de cosméticos utilizam essa ferramenta,

transformando seus clientes em vendedores. Além disso, outras organizações apostam na

rede de relacionamentos para gerarem receita através dos próprios relacionamentos.

3.1.5. Colaboração Interativa

As empresas oferecem oportunidades dos clientes desenvolverem relacionamentos

entre si. Um exemplo poderia ser um supermercado ajudar um grupo de donas de casa a

trocarem receitas, livrarias podem ajudar seus clientes a encontrar outros que gostem do

mesmo gênero literário, agências de viagens podem gerar oportunidades de troca de

experiências entre seus clientes. Conforme Vavra (1993), esta ferramenta ainda é pouco

utilizada no mercado. Através dessa ferramenta, usuários de determinados produtos podem

mostrar algum outro uso do produto para outros clientes, agregando valor para a empresa

vendedora ou fabricante.

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52

3.1.6. Customer Relationship Management – CRM

CRM (Customer Relationship Management) sua tradução“gestão de relacionamento

com o cliente” : Tem como objetivo principal aproveitar cada contato com o cliente para

conhecê-lo melhor, a fim de proporciona-lhe um tratamento exclusivo. Funcionando como

uma espécie de prontuário médico que detalha o que aconteceu de importante em cada

contato e quais foram às reações do cliente. O CRM é definido como uma estratégia de

negócio voltada ao entendimento e à antecipação das necessidades dos clientes atuais e

potenciais de uma empresa. Do ponto de vista tecnológico, CRM envolve a captura dos

dados do cliente ao longo de toda a empresa, consolidando todos os dados capturados

interna e externamente em um banco de dados central, analisa os dados consolidados,

distribui os resultados dessa análise aos vários pontos de contato com o cliente e usa essa

informação ao interagir com o cliente através de qualquer ponto de contato com a empresa,

servindo para aumentar a rentabilidade da base de clientes da empresa e reter clientes de

alto valor.

CRM é uma estratégia de negócios voltada para otimizar a

lucratividade de vendas e satisfação dos clientes, através da

organização da empresa em torno de segmentos de clientes, da

adoção de comportamentos voltados para satisfação dos clientes e

da implementação de processos e tecnologias que suportem

interações coordenadas com os clientes através de canais de

relacionamento.(MARCUS, 1990 p.78)

Pode-se dizer que o CRM trata do gerenciamento do relacionamento com o cliente,

cujo objetivo é aumentar os lucros e garantir a fidelização, já que ele possui informações

sobre seus clientes, ou seja, a organização sabe o que ele quer e deseja, consequentemente

poderá se antecipar em atendê-los, deixando seus clientes mais satisfeitos.

3.1.7. Benchmarking

É a ferramenta que visa obter as melhores práticas do mercado em relação aos

concorrentes, seja isto feito através da observação na própria concorrência ou em outro

segmento de mercado. É a técnica por meio da qual a organização compara o seu

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53

desempenho com o da outra. Por meio deste, uma organização procura imitar umas as

outras, concorrentes ou não, do mesmo ramo de negócios ou de outros, que façam algo de

maneira particular bem feita. AMARU (2004) define como uma idéia central desta

ferramenta é a busca das melhores práticas da administração, como forma de identificar e

ganhar vantagens competitivas. As melhores práticas podem ser encontradas nos

concorrentes ou numa organização que esteja num ramo completamente diferente de

atuação.

O benchmarking é uma ferramenta de grande valor, pois através dela, os gestores da

organização ganham tempo no processo de aprendizagem de medidas que visam melhorias,

sejam elas em relação aos clientes ou estruturais, com as tentativas de acerto que acabam se

tornando erros. Dessa forma, ganham tempo e conseguem se antecipar às mudanças do

mercado.

3.2. O Marketing de Relacionamento como meio de Fidelização do Cliente.

A fidelização deve ser um compromisso estabelecido na missão e cultura de toda a

empresa, onde reter e fidelizar clientes devem ser encarados como fator de sobrevivência.

Algumas empresas não estão preparadas para se relacionar com seus clientes, gerando

desentendimento ao se relacionar com os clientes, pois os funcionários não têm acesso a

todas as informações do produto e ou serviço que a empresa produz ou atende. Os

funcionários não têm pró-atividade e comprometimento com os clientes no atendimento e a

cultura da empresa não tem por objetivo fidelizar os clientes atuais, assim passando para a

concorrência todo um cliente em potencial.

Com isso, as empresas atualmente vêm estabelecendo valores aos profissionais

qualificados através de treinamento de sua equipe, pois no momento que o funcionário

entra em contato com um cliente é necessário um grau de pró-atividade e conhecimento

sobre o produto para que ele possa agir com confiança e autoridade, assim passando ao

cliente um grau de satisfação e confiança elevado, possibilitando um relacionamento longo

e duradouro.

Page 56: Meu Tcc Completo

54

Para Kotler (2000) a palavra fidelidade tem sua importância ressaltada dentro do

marketing sendo conhecida como a expressão fidelidade à marca, que a partir da marca do

produto tem-se a fidelidade do cliente.

Segundo o dicionário OXFORD (2000), fidelizar significa ter a “qualidade daquele

que é leal, verdadeiro, presente” Segundo Las Casas (apud Moutella, 2002), no mercado,

fidelizar clientes significa reter os clientes, assim evitando que os mesmos partam para a

compra na concorrência. O que torna um cliente fiel com a empresa é a forma de

relacionamento em longo prazo que gera um grau de confiança, respeito e atenção que

torna difícil que ele “prove” o produto da concorrência. Já segundo Bogmann (2002) no

ambiente comercial, fidelizar um cliente é ter seu envolvimento, fazendo que ele não vá

para a concorrência, e efetue compras com frequência, sempre que necessite um produto.

Segundo Bogmann (2002, p.21) “Se o mercado estiver bem, estará melhor para você, se o

mercado estiver com problemas, eles serão menores para a sua organização.” ou seja,

manter um cliente fiel em momentos de crise ameniza o impacto em relação a quedas das

vendas. Com isso para fidelizar clientes uma organização tem que ter iniciativas de

marketing, e estar preparada para garantir os produtos e serviços de seus clientes de acordo

com a demanda vinda do canal de comunicação. Este esforço empresarial para reter o

cliente provindo do mercado através da comunicação por um longo tempo é chamado de

fidelização estratégica.

As ações que tem por objetivo proporcionar valores agregados no negócio realizado

junto ao cliente potencial, assim direcionando todos os esforços para os segmentos mais

importantes da carteira de clientes, são conhecidos como fidelização tática.

Hoje, o marketing de relacionamento se configura como uma das

ferramentas essenciais para a fidelização de clientes. “Os

investimentos em marketing de relacionamento oferecem ótimo

retorno com clientes que apresentam expectativas positivas para os

negócios à longo prazo.” (KOTLER, 2000, p. 660).

De acordo com Kotler (1998), todo cliente espera sair satisfeito de uma transação

comercial e também espera que a empresa esteja empenhada em satisfazê-lo. Mas ter um

cliente satisfeito não garante sua fidelidade. Fatores que influenciam na satisfação dos

clientes:

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55

Produtos e serviços de qualidade

Preço percebido como justo;

Condições de pagamento satisfatórias;

Cumprimento de prazos e compromissos assumidos pela empresa;

Disponibilidade de produtos/serviços;

Entrega adequada;

Escuta atenciosa;

Diálogo de compromisso

Descontos e ofertas especiais;

Facilidade da compra (localização, tempo de espera, burocracia, interação,

flexibilidade).

A satisfação se mede através da relação entre o que um cliente recebeu ou percebeu

e o que esperava ver (percepção x expectativa). Se a percepção é maior do que a

expectativa, o cliente fica muito mais satisfeito do que esperava, mas se for menor, frustra-

se e não registra positivamente a experiência. As expectativas dos clientes aumentam com o

tempo, eles tendem a não mais se satisfazerem se a empresa não conseguir acompanhar as

mudanças de suas necessidades e desejos, o que demanda tempo e investimento. A

satisfação pode ser obtida em uma única transação, mas a fidelidade se conquista em longo

prazo. Nada garante que um cliente satisfeito recusará as ofertas da concorrência. Já um

cliente fiel pensará duas vezes antes de trair. A tênue linha que separa a satisfação total da

fidelidade deve ser coberta por um escudo de confiança. Somente através de uma relação de

confiança entre clientes e empresa podem-se criar barreiras para a ação da concorrência. As

pessoas confiam em quem os respeita, os ouve e os surpreende. E são fiéis quando confiam.

Bogmannm (2000) afirma que a fidelização do cliente está fortemente ligada à

questão da qualidade de serviços e, essa fidelização, integra o processo filosófico do

marketing de relacionamento. O autor ainda defende que para conseguir a fidelidade dos

clientes, a empresa pode trabalhar no sentido de ter uma marca forte que crie lealdade dos

consumidores e envolva os clientes pelos serviços que oferece, uma vez que os

consumidores fiéis a uma marca são identificados e cadastrados em bancos de dados. Isso

permite aos executivos de marketing contatar os clientes pela mala direta que é uma

estimativa em termos de custos. Fidelizar é transformar um comprador eventual em um

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56

comprador freqüente. É fazer que esse cliente compre cada vez mais e até divulgue a

empresa.

Para Las Casas (2002), define que para tornar um cliente fiel a sua empresa se faz

necessário um investimento. Primeiramente, os clientes precisam ser identificados, porque

não se estabelece uma relação com quem não se conhece. A partir daí, aprender sobre eles,

suas necessidades e seus desejos utilizando essas informações para estreitar o

relacionamento e conhecê-los cada vez mais. Isso dará à empresa um diferencial que os

concorrentes não têm: o conhecimento de seus clientes. O principal objetivo dos chamados

"programas de fidelidade" é identificar os melhores clientes e entender melhor suas

necessidades, tornando o relacionamento único; único na empresa para cada cliente, único

para o cliente com aquela empresa. Isso cria estruturas de confiança tornando inconveniente

a migração para um concorrente, porque o novo relacionamento começaria do zero, sem

nenhum conhecimento de ambas as partes.

A transformação dos conhecimentos sobre o cliente em

relacionamentos duradouros e lucrativos requer a adoção de uma

abordagem flexível, criativa e dinâmica por parte de todos os

setores da empresa. (SHAPIRO, 1994, p.1)

Algumas regras básicas devem ser respeitadas: desenvolver um ciclo de

comunicação com o cliente; ouvir cuidadosamente; pesquisar respeitosamente; descobrir a

força da propaganda de resposta direta; transformar compradores em adeptos. Nessas

“regras”, fica explícita a importância da mensuração, ou seja, de se desenvolver pesquisas

sistemáticas com os clientes, desde que o mesmo se disponha a cooperar, devendo analisar-

se a possibilidade de recompensá-lo, pois ouvir e pesquisar leva a conclusões que

direcionam os próximos contatos. Clientes muito satisfeitos produzem diversos benefícios

para a empresa. Clientes satisfeitos são menos sensíveis aos preços, falam bem da empresa

e de seus produtos as pessoas e permanecem fiéis por um período mais longo. Contudo, a

relação entre a satisfação e a fidelidade do cliente varia muito, dependendo do setor e da

atuação competitiva. Em todos os casos na medida em que a satisfação aumenta, também

aumenta a fidelidade.

Além de simplesmente atrair e reter bons clientes, as empresas precisam aumentar

constantemente sua participação no cliente. Precisam conquistar uma participação maior

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57

nas compras do cliente para suas categorias do produto, seja transformando-se no único

fornecedor dos produtos que o cliente está comprando corretamente, seja persuadindo-o a

comprar produtos adicionais da empresa.

Nos dias de hoje a meta não é conseguir uma pequena parcela da preferência de

muitos clientes, é conquistar a preferência total dos clientes existentes e tentar maximizar a

participação de clientes está na ordem do dia.

3.3. A importância do Pós – venda para o Relacionamento Cliente e sua

Fidelização.

Manter um bom relacionamento com os clientes é, hoje em dia, um fundamento

básico no mundo dos negócios. É através da manutenção de uma carteira de clientes fiéis

que uma empresa pode minimizar a dependência de estar continuamente conquistando

novos clientes, numa frenética luta com um número cada vez maior de concorrentes. Esta

acirrada perseguição a novos clientes tem aumentado dramaticamente os custos de

marketing e, por esta razão, seguidamente ouvimos falar que manter os clientes

conquistados sai mais barato do que atrair clientes novos.

Muitas empresas acreditam que produto entregue é sinônimo de negócio concluído.

Mas isso hoje não e mais assim. De acordo com os especialistas, o mercado ingressou na

“era do mimo ao cliente”. Nela, manter um relacionamento pós-venda entre vendedor e

consumidor deixou de ser mero diferencial para se tornar regra de gestão.

Segundo Vavra (1993), o pós-venda aumenta a probabilidade de que os clientes

atuais comprarão outros produtos da mesma empresa, em vez de procurarem um

concorrente quando necessitam de tais produtos, o pós-venda também mensura a extensão

da satisfação dos clientes pelos produtos ou serviços atuais. A atividade e esforços de pós-

venda deixam os clientes satisfeitos após a compra. Também para Vavra (1993), o pós-

venda deve ser utilizado pelas empresas porque ajuda na identificação da base de clientes,

faz o reconhecimento dos clientes como indivíduos e reconhece suas necessidades e

expectativas, fortalece os canais de comunicação e faz uma demonstração ativa de

sentimento de reconhecimento a eles.

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58

Dessa forma, os clientes esperam que o serviço pós-venda seja um atributo do

produto tanto quanto a qualidade, o design, seu rendimento e o preço. A satisfação que um

produto proporciona não é relacionada apenas ao produto em si, mas também ao pacote de

serviços que o acompanha. A função do pós-venda é garantir esta satisfação, ajudando a

fidelizar o cliente e divulgar a boa reputação da empresa também para outros possíveis

compradores.

Stone (1992) afirma que esta ação é indicada para os serviços que já possuam uma

posição no mercado e é a ferramenta com maior eficiência, quando diz respeito ao

relacionamento entre as organizações e seus clientes no momento do pós-vendas. E muitas

das organizações utilizam-se deste meio, para a atualização de cadastro de clientes.

Há também diversos fatores sociais, econômicos e concorrenciais se combinam para

justificar o crescente interesse pelas questões relacionadas com o pós-venda e explicar

porque através do serviço pós-venda uma empresa pode se diferenciar de seus concorrentes

e ganhar a lealdade de seus clientes.

Trata-se de um processo de aprendizado e melhoria contínua das relações da

empresa com o cliente. Ao verificar se o cliente está satisfeito, o comerciante ou prestador

de serviços estabelece um diferencial em relação à concorrência, gerando informações que

permitirão correções no processo de venda, além de identificar oportunidades de novas

vendas, surpreendendo o cliente logo após a venda. Pequenos detalhes, como um cupom de

desconto para a próxima compra colocado dentro do pacote, um cartão de agradecimento

ou um brinde representa muito, fazendo-o perceber que não é importante somente naquele

momento em que vendemos, mas que desejamos que ele volte e permaneça como cliente. A

melhor maneira de manter um cliente é fazer com que ele participe da empresa. Deixe que

eles se sintam importantes e felizes. É tudo o que eles querem.

As empresas que realiza a pós-venda possuem informações completas sobre o

cliente e os produtos adquiridos. Assim poderá identificar carências e oportunidades de

novas vendas, oferecendo orientações complementares, solucionando possíveis problemas.

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59

3.3.1. Ferramentas de Ação de Pós – Venda

O trabalho de pós-venda tem sido cada vez mais valorizado pelas pequenas

empresas, pois elas já percebem que, ao contrário de outras formas de marketing, a pós-

venda não exige maiores investimentos. A pós-venda deve focar os principais atributos de

qualidade dos produtos, serviços e, sobretudo, do atendimento proporcionado pela empresa.

Entre os atributos mais valorizados e que devem ser avaliados estão a rapidez no

atendimento, o prazo de entrega, a prontidão e cordialidade da equipe – vendedores, caixas

e entregadores.

Dentre as ações mais comuns de pós-venda, utilizada em 90% dos casos, destaca-se

o telemarketing. Outras alternativas são visitas aos clientes, contatos por email, chats ou

pelo correio. Vavra (1993) cita alguns exemplos de ação de pós-venda:

a) Telemarketing – 0800: Esse tipo de ação, apesar de apresentar

resultados rápidos, pode gerar aborrecimento se utilizado com muita

frequência. O telemarketing pode tornar-se algo irritante, o que pode

trazer como consequência uma antipatia do cliente em relação à empresa.

Invista no telemarketing receptivo, mantendo os funcionários sempre

bem informados sobre as características dos produtos e dúvidas que

poderão surgir. Divulgue e recomende sempre ao cliente que faça um

contato para solucionar qualquer tipo de dúvida, novidades e deixe bem

claro que estará sempre pronto a ajudar.

b) Treinamento: Dentre as opções gratuitas de serviços pós-venda, a oferta

de treinamento, ao cliente, é uma das bem recebidas. A maioria dos

consumidores sente dificuldades, principalmente na primeira compra, ao

instalar um aparelho ou utilizar um software, por exemplo.

c) Assessoria/Acompanhamento: Outra ação de pós-venda é a

disponibilização dos serviços de acompanhamento técnico, sem custo

adicional.

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60

4. A IMPORTANCIA DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE

MARKETING (SIM).

O Marketing ligado ao avanço tecnológico passa por transformações que definem o

perfil das organizações modernas. Há sistemas que integram às informações tornando-as

mais velozes no contexto da comunicação dos negócios tradicionais e eletrônicos. As

empresas planejam e buscam estratégias que possam combater com eficácia a concorrência.

O Sistema de Informação Gerencial ligado ao marketing, e aos níveis do planejamento

entra como ferramenta indispensável nesta luta para tornar a empresa cada vez mais

competitiva diante dos desafios do mercado.

Na área de Sistemas de Informação Gerencial, e a sua atuação como ferramenta

indispensável para o desenvolvimento das estratégias do marketing analisou-se as questões

paradigmáticas do clima organizacional numa visão de gestão de tecnologia e informação.

“a informação necessária para os profissionais de marketing pode

ser obtida por intermédio de registros internos da empresa, serviço

de inteligência de marketing”. (KOTLER, 2000 p.75)

É necessário que um sistema de informação gerencial seja eficiente para um

processo organizado de decisões. Na visão do mercado globalizado a análise do cliente

quanto aos benefícios, e quanto aos custos da compra tendem a ser mais eficientes a partir

de estratégias idealizadas no planejamento. Um sistema de informação deve ser gerido e

adequado de acordo com as necessidades da empresa, pois o seu objetivo é atingir o cliente.

É um fato: o gerente moderno precisa de informações a fim de obter

sucesso em suas atividades. Outro fato: os computadores são

instrumentos perfeitos para fornecer informações, uma vez que

armazenadas grande parte dos dados para gerar informações

executivas. (POLLONI, 2000, p. 4).

Conforme Kotler (2000, p. 74), “as informações podem ser também coletadas

infiltrando gente nas operações de negócios com clientes”. É um processo estratégico.

O gerenciamento da informação de sistemas integrados dispõe da ciência acelerada

da tecnologia, da capacitação e treinamento de pessoal. A integração da informação através

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61

dos processos promove um encontro de componentes inter-relacionados, que trabalham

juntos para coletar os dados, recuperá-los, para depois processar a informação, armazenar e

distribuí-la.

A finalidade da informação é a de facilitar o planejamento, o

controle, a coordenação, a análise, e o processo decisório do

marketing das empresas adaptadas a este avanço. No modelo do

sistema de informação gerencial e seu desenvolvimento: “o sucesso

do SIG depende do modelo da estrutura de decisão. Se a

administração for encarada como um processo de transformação da

decisão em ação, esse argumento fica mais claro”. (POLLONI,

2000, p. 28).

Nesta afirmação do autor percebe-se a importância de combater o paradigma

organizacional. As barreiras tornam as ações lentas, e o processamento da informação pode

ser deturpado caso não haja capacitação, treinamento e conscientização do novo modelo de

gestão proposto pela empresa.

O Sistema de Informação de Gerenciamento do marketing oferece apoio às

atividades gerenciais nas áreas de desenvolvimento do produto, distribuição, decisões de

preços, eficácia promocional e previsões de venda. O sistema de integração da informação

gerenciada aceita entradas de fontes como a concorrência, pesquisa de mercado e o plano

estratégico. Logo, os subsistemas incluem o desenvolvimento e o relatório do produto,

análise do local, promoção e publicidade, fixação de preço do produto e pesquisa de

marketing.

O Sistema de Informação Gerencial é utilizado como ferramenta indispensável para

o desenvolvimento das estratégias atua baseado nos níveis do planejamento, sendo eles:

operacional, gerencial ou tático, e estratégico. O gerenciamento estratégico baseado no

nível operacional está ligado às atividades do dia-a-dia do colaborador dentro dos

departamentos da empresa, onde a comunicação se efetiva e se define buscando a sintonia

entre as atividades meio da organização. Já o planejamento em nível gerencial visa atuar

com ações táticas de curto e médio prazo nos processos indeterminados. O planejamento

estratégico é de longo prazo, sendo este trabalhado e ajustado ao nascimento de cada nova

necessidade de mudança estratégica para o mercado consumidor.

Cobra (1993) ressalta que o Sistema de Informações de Marketing, como sistema de

controle, permite levantar os parâmetros das suas funções básicas, através deles, controlar

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62

os desempenhos em face do mercado, dos problemas e das oportunidades mercadológicas.

Mattar e Santos (1999) acrescentam que o SIM monitora os resultados da empresa e o

ambiente externo, além de buscar, captar, avaliar, selecionar, tratar, condensar, indexar,

analisar, interpretar, classificar, armazenar, recuperar, transmitir e disseminar dados e

informações externos e internos à empresa, pertinentes e relevantes para a tomada de

decisões em marketing.

De acordo com Kotler (2006), um Sistema de Informações de Marketing é

constituído de pessoas, equipamentos e procedimentos; que executem a coleta, análise e

distribuição das informações. Para fornecer à empresa as informações necessárias para a

tomada de decisões e emitir uma visão ampla do mercado, é necessário que o SIM tenha:

a) Um sistema de registros internos, com informações sobre o ciclo pedido

pagamento, relatórios de vendas e bancos de dados;

b) Um sistema de inteligência que permita aos tomadores de decisões uma

visão geral do ambiente de marketing; e

c) Um sistema de pesquisa que permita a coleta, análise e distribuição de

dados de marketing pertinentes a um problema específico estudado.

Kotler (2006) conceitua, ainda, o chamado sistema de inteligência de marketing,

que fornece dados a respeito de eventos. A definição é análoga à do SIM. Constitui um

conjunto de procedimentos e fontes usados pelos executivos para obter informações sobre

os acontecimentos relacionados ao ambiente de marketing.

Complementando, Kotler (2006), ainda relata uma atribuição importante do trabalho

de marketing, no que diz respeito ao sistema de informações, é levar a empresa a lucrar

com a exploração de oportunidades e necessidades não atendidas no mercado.

Já para Mattar (1996) relaciona vantagens que a adoção de um SIM pode trazer

para as empresas e para os executivos. Ele explica que o SIM integra informações que estão

dispersas pelas áreas das grandes empresas, recuperando essas informações de forma

seletiva e ainda apura o uso dos seus dados históricos. O Sistema de Informações de

Marketing pode ainda reduzir as reclamações de gerentes com relação ao excesso,

irrelevância, dispersão, omissão, atraso, imprecisão e falta de comprometimento com as

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63

informações. Finalizando, o SIM permite a exploração do marketing aplicável à orientação

da empresa para o cliente, agregando valor para todos os públicos.

O modelo de Sistema de Informações de Marketing de Kotler (1998) considera o

ambiente de marketing, o desenvolvimento das informações e o papel dos gerentes de

marketing. Para representar o desenvolvimento das informações, o modelo apresenta quatro

subsistemas: de inteligência, pesquisa, registros internos e a análise de apoio às decisões de

Marketing. Esses subsistemas interagem entre si para, por um lado, enviar e, por outro lado.

Suportar as decisões dos gerentes de marketing sobre as necessidades de informações e a

distribuição dessas informações. Além disso, é a interação dos subsistemas que processa os

dados coletados no ambiente, transformando-os em informações relevantes.

O modelo aborda as variáveis mercadológicas, classificando-as em:

a) Mercados-alvo. Pode ser entendido como o tamanho do mercado da

empresa, a participação nesse mercado, o nível de saturação etc.

b) Canais de Marketing. As condições de distribuidores, revendedores,

pontos de venda, lojas próprias etc.

c) Concorrentes. Posicionamento e estratégias de marketing dos

concorrentes.

d) Público. Critérios de decisão de compra do público, o posicionamento da

marca sob a ótica do cliente, perfil do consumidor etc.

e) Forças Macro-ambientais. Condições políticas, econômicas, sociais e

culturais que influenciam o mercado.

f) Maior administração do marketing mix (produto, preço, praça e

promoção).

4.1. A Importância da Informação para o Planejamento e Controle em Marketing

Uma das formas mais importantes de reduzir o risco da administração de marketing

é dispor do máximo de informações, através dela dispomos do conhecimento e

compreensão necessárias do comportamento das inúmeras variáveis externas e internas

ligadas à empresa. Muitas vezes a empresa dispõe de grande quantidade de informações,

mas irrelevantes e (ou) de baixa qualidade, comprometendo todo o seu processo de

marketing e planejamento futuro, já em outras vezes, a empresa possui de grande

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64

quantidade de informações relevantes e de boa qualidade, porém os gestores não percebem

a importância do seu uso e tomam decisões baseadas unicamente nas suas intuições e

experiências.

Para que o exercício de planejamento de marketing seja adequadamente executado,

é preciso, portanto, que ele repouse sobre uma base sólida. Para tanto, é imperativo que se

coloque à disposição dos responsáveis pelo planejamento todas as informações possíveis a

respeito: dos desejos e necessidades dos consumidores; das ações dos concorrentes; da

evolução do mercado; das capacitações e recursos disponíveis da empresa; da evolução das

vendas e lucros da empresa; do comportamento das variáveis ambientais; etc.

Somente com base em informações desse porte é possível avaliar corretamente os

riscos e as consequências das várias linhas de ação alternativas e escolher aquela que

melhor convenha à empresa na ocasião.

Conforme Richers (2000) as contínuas e aceleradas mudanças sociais, econômicas,

tecnológicas e culturais que caracterizam o ambiente de marketing da empresa moderna,

associada às mudanças vividas no seio das próprias organizações com acréscimos e perdas

de capacitações, novas estruturações, alterações nas políticas e estratégias, aquisições e

incorporações, disponibilidade ou não de recursos de vários tipos, dificuldades

momentâneas etc., fazem com que a tarefa do administrador fique cada vez mais complexa

e arriscada. A forma de reduzir este risco é dispor do máximo de conhecimento a respeito

dessas variáveis.

4.2. O Banco de Dados de Marketing como Ferramenta Estratégica nas Tomadas

de Decisões

Ocorreu uma época em que era possível realizar um atendimento personalizado. Os

comerciantes sabiam o nome de cada cliente, conheciam os seus hábitos e preferências e,

portanto, podiam ser mais eficientes no atendimento às suas necessidades. A ampliação dos

mercados, a industrialização e a produção em massa trouxeram uma espécie de

acomodação, nesse ambiente, o cliente individual desaparece para o surgimento de um

mercado de massa onde o que importa para as empresas é a parcela do mercado

conquistada.

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65

Hoje, com a evolução da tecnologia da informação, aliada a interatividade da

Internet possibilitam um retorno ao atendimento personalizado e o acesso instantâneo aos

dados do cliente e a utilização dessas informações para os atendimentos de suas

necessidades específicas.

Em nossa sociedade atual, a informação é o nosso principal recurso estratégico. O

problema da sociedade moderna não é a falta de informações, mas sim conseguir

acompanhá-las.

Nem todos os clientes são iguais, e estão cada vez mais exigentes, sendo assim o

banco de dados de marketing permite a empresa manter informações essenciais sobre os

clientes e ou clientes em potencial, possibilitando criação e implementação de programas

de comunicação mais eficientes. Tornando-se assim uma ferramenta muito importante para

os seus programas de marketing.

O banco de dados de marketing é um método de longo prazo, voltado para o cliente

e profundamente baseado em informações. Podendo ser utilizado para interligação e

orientação dos esforços de marketing atuais, assim como para construir uma base completa

de informações, de modo a orientar futuros projetos.

Kotler define o banco de dados de marketing como:

Um conjunto organizado de dados abrangentes sobre consumidores

atuais, consumidores potenciais (prospects) ou consumidores

prováveis (suspects), preparado de acordo com os propósitos de

marketing, como geração e qualificação de eventuais interessados

(leads), venda de um produto ou serviço ou manutenção de

relacionamentos com os consumidores. (KOTLER, 1998 p. 118)

Alguns tipos de sistemas de informação tornaram-se especialmente críticos para a

prosperidade e a sobrevivência da empresa no longo prazo. Tais sistemas, que são

poderosas ferramentas para permanecer à frente dos concorrentes, são chamados de

sistemas estratégicos de informação. Os sistemas estratégicos podem ser utilizados em

todos os níveis organizacionais, seu alcance é muito mais amplo e tem raízes mais

profundas do que outros tipos de sistemas ocasionais.

Gonçalves e Jamil (2002), afirmam que um banco de dados é uma coleção

organizada de itens de dados (informações) que caracterizam uma certa entidade (objeto) e

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66

que permitem operações de armazenamento, recuperação, manutenção (atualização, apagar,

alteração), apresentação e transmissão de dados.

Os autores ainda afirmam, que o objetivo do banco de dados é criar e sustentar um

fluxo de comunicação nos dois sentidos entre a empresa e seus clientes. Para conseguir

isso, é necessário o desenvolvimento e a conservação das informações sobre os clientes e

sobre o relacionamento da empresa com eles.

Um banco de dados pode ser definido como um conjunto de arquivos relacionados

entre si, dividindo a mesma relação geral de contexto, isto é, são arquivos ou sistemas com

uma estrutura regular que organizam informações específicas. Ele armazena elementos

usados pelos diversos subsistemas ou unidades de uma organização.

Para a criação de um banco de dados informatizado, Mattar (1997), afirma que ele

deve conter informações sobre consumidores e que possa ser acessado facilmente. E ainda

acrescenta dois escopos principais para o banco de dados de marketing que são o marketing

para clientes e o para não clientes, ou, prospects (cliente potencial). E retifica que cada

iniciativa de marketing pode se basear nos contatos anteriores com o cliente e,

normalmente, influencia o curso da subseqüente retenção e de vendas futuras ao cliente.

Mattar (1997) ainda ressalta que, após todas as informações compiladas no banco de

dados conseguimos obter as seguintes informações gerenciais:

Em relação à Segmentação: Aumentar a eficiência da segmentação, Identificar

nichos de mercado, Auxiliar na seleção de mercados, customizar ofertas a

segmentos de clientes e clientes potenciais e Isolar grupos de consumidores,

Identificar segmentos, merchandising ou lojas com desempenho abaixo da média,

Auxiliar no planejamento de localização de lojas.

Em relação ao Relacionamento com o Cliente: Identificar e entender clientes

atuais e potenciais como indivíduos e/ou grupos, Criar laços com o cliente, Estreitar

o relacionamento loja/consumidor, Voltar ao relacionamento pessoal com o cliente,

Entender os melhores consumidores, Criar e desenvolver relacionamento com o

consumidor, Desenvolver e/ou prolongar o relacionamento para estimular vendas,

Melhorar o serviço de atendimento ao consumidor.

Em relação ao Comportamento do Consumidor: analisar o perfil dos

consumidores, analisar compradores não responsivos ou compradores que

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67

consumiram apenas uma vez os seus produtos, analisar atividades de compras dos

clientes, predizer as possibilidades de o consumidor comprar determinado produto,

prever e prevenir ao abandono por parte dos consumidores, compreender os

consumidores.

Em relação a Composto Promocional: aumentar a eficiência da customização,

promover malas-diretas aos consumidores, beneficiar o cliente e aumentar a

lucratividade da empresa, obter e ampliar vantagem competitiva, avaliar as

respostas a promoção e propaganda, reduzir o custo de aquisição de novos

consumidores, auxiliar na venda cruzada, realizar promoções de eventos dirigidas e

fornecer suporte à administração de vendas

Em um contexto geral, os benefícios adquiridos pelo banco de dados de marketing,

são sempre evidentes. Porém, estes benefícios dependem de quão o banco de dados tenha

sido projetado e para atender aos seus propósitos. Devemos lembrar que é uma necessidade,

não um simples fator a mais o conhecimento do ambiente externo para qualquer

organização. Neste sentido, um sistema de informação de marketing e o seu banco de dados

é uma ferramenta essencial para traduzir dados coletados em informações para a tomada de

decisões.

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68

5. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE MARKETING E VENDAS

A constante evolução mercadológica tem proporcionado situações em que cada vez

mais as empresas precisam se organizar e definir seus objetivos e estratégias anuais, para

que possam atingir resultados esperados e, até mesmo, contornar possíveis situações que

comprometeriam o sucesso dos negócios.

Para Kotler (1998) os conceitos que fundamentaram o planejamento estratégico

começaram a ser manifestado nos meados da década de 70, como resultado de uma suceção

de vários, acontecimentos que impactaram as indústrias norte-americanas, como crise de

energia, a inflação de dois dígitos, a concorrência japonesa e a estagnação da economia.

Anteriormente essas empresas, apenas confiam em suas projeções de crescimento simples

para o seu planejamento de vendas, produção e lucro.

No conceito geral, Planejamento Estratégico é o processo de tomada de decisões

para direcionar o futuro da organização. É o planejamento da direção da empresa visando à

eficácia, pois orienta os esforços na direção mais correta. Sendo uma das ferramentas mais

importantes no processo de gestão de marketing é o desenvolvimento de um Planejamento

Estratégico. Inúmeras empresas, de diversos segmentos e independente de seu porte, ficam

literalmente perdidas por não possuírem um guia que oriente sua atuação no mercado.

O planejamento estratégico é, na verdade a construção de um projeto comum que

pode ser visualizado e compartilhado por todos os integrantes da equipe responsável pela

gestão da empresa.

O planejamento estratégico é o processo gerencial de desenvolver e

manter um ajuste viável entre objetivos, habilidades e recursos de

uma organização e as oportunidades de um mercado em contínua

mudança. O objetivo do planejamento estratégico é dar formas ao

negócio e produtos de uma empresa, de modo que possibilitem os

lucros e o crescimento almejado.(COBRA, 1994 p. 73).

Kotler (1998) ressalta que para a elaboração de um planejamento estratégico de

marketing é necessária ação em três áreas – chaves. Sendo a primeira para que a

organização determine seus negócios como um portfólio de investimentos. Lembrando que

cada negócio tem o seu potencial de lucros diferentes e que os recursos da empresa devem

ser devidamente alocados. Já a segunda engloba uma avaliação cuidadosa de cada negócio,

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69

sempre considerando de que a taxa de crescimento de cada mercado e a posição e

adequação da empresa naquele mercado. Não tendo apenas como único o lucro, atual

gerado pelas vendas. A última e não menos importante para elaboração do planejamento é a

estratégia. Para cada negócio que a organização pretende desenvolver, ela deverá elaborar

um plano específico de ação para que seu objetivo seja atendido.

Em sua essência o planejamento estratégico na área de vendas

consiste, a partir dos objetivos empresariais, em analisar as

situações internas e externas; fazer uma previsão do que pode

acontecer, preparar-se para atender e executar essa previsão e

controlar o trabalho que tais objetivos sejam alcançados. (LAS

CASAS, 2005 p.71).

Segundo Kotler (1998) o planejamento Estratégico é um conjunto de conceitos que

incorporam este termo, e são aplicados na gestão estratégica das organizações:

a) Planejamento Estratégico: técnica administrativa que objetiva manter

uma organização como um conjunto apropriadamente integrado a seu

ambiente, identificando oportunidades e ameaças, pontos fortes e fracos

para o cumprimento de sua missão.

b) Administração Estratégica: processo contínuo e iterativo que visa

capacitar a organização de forma a permitir que as tomadas de decisões

estejam de acordo com as decisões estratégicas.

c) Decisão Estratégica: é toda aquela que resulta numa nova maneira de

distribuir ou utilizar os recursos básicos da empresa; nem toda decisão

estratégica é de longo prazo, embora seja, necessariamente, de longo

alcance. Envolve, portanto, os escalões superiores da organização.

Dentro do planejamento estratégico de marketing compreende: a fixação de

objetivos, a avaliação de oportunidades, planejamento de estratégias, desenvolvimento dos

planos e do programa de marketing.

O plano de marketing apresenta um roteiro de ação útil na justificativa de

investimentos, reúne todas suas ferramentas e princípios, seu valor e contribuição serão tão

bons quanto forem às informações e análises em que se fundamentou.

As fases do planejamento estratégico são as seguintes:

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70

Avaliação Estratégica – análise do ambiente interno (forças e fraquezas da

empresa) e ambiente externo (oportunidades e ameaças do mercado).

Definição das Prioridades – identificação e definição dos principais focos de

necessidades e objetivos da empresa, visando potencializar suas forças e

minimizar ou eliminar suas fraquezas, convertendo – as em possíveis forças.

Programação das Ações – definir que vai fazer, o que será feito, como será

feito, quando será feito e quanto custará para ser realizado.

Monitoração – acompanhar todas as etapas para garantir que seguirão o

planejamento previsto e atingir o sucesso almejado.

Muito mais do que conquistar e reter consumidores satisfeitos, uma organização

com sucesso no mercado sempre deve estar preparada para adaptar-se às mudanças

contínuas que ocorrem no mercado e um planejamento orientado diretamente para o

mercado cumpre esta função, buscando manter uma flexibilidade viável em seus objetivos,

adequando às habilidades e recursos para manter seu vínculo com o sucesso nas vendas dos

produtos, gerando o lucro necessário para os investimentos em melhorias na estrutura da

organizacional.

Uma estratégia de marketing pode ser composta por um ou mais

programas de marketing. Cada programa consiste em dois

elementos: pelo menos um mercado-alvo e um composto de

mercado (às vezes conhecidos como os 4 P’s de produto, preço,

praça e promoção). Para desenvolver uma estratégia de marketing,

uma organização deve escolher a combinação de certo mercado(s)

alvo(s) e composto(s) de marketing a fim de criar vantagens

competitivas distintas sobre seus rivais (FERRELL, HARTLINE,

2005, p. 15).

Os autores ainda esclarecem que uma vantagem competitiva é algo que a

organização faz melhor do que seus concorrentes e que lhe dá certa prioridade, para atender

as necessidades dos consumidores e ou manter relacionamentos mutuamente satisfatórios.

São vários modelos de planejamento de marketing e é impossível dizer que um

único formato possa atender a todo tipo de necessidade da organização. As peculiaridades

do mercado de atuação e da própria organização devem ser consideradas na escolha ou

construção do modelo de planejamento de cada empresa. O mais importante, no entanto, é

que empresa adote um modelo que seja adequado às suas necessidades e crie a cultura do

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71

planejamento e ações baseadas no mesmo. Sendo assim para a realizar um bom

planejamento estratégico, completo e sem medidas é necessário para pelas seguintes etapas:

análise estratégia, a definição de objetivos e estratégias, definição do marketing mix, plano

de ação, a implementação e acompanhamento; os Controles e Métricas e Revisões ajustes e

replanejamento.

5.1. Análise Estratégica e Definição dos Objetivos

A Análise SWOT (do inglês strengths, weaknesses, opportunities and threats) é uma

ferramenta do planejamento estratégico, que possui sua aplicabilidade no jogo de empresas,

essa ferramenta tem por objetivo a avaliação das forças, fraquezas, oportunidades e

ameaças de uma organização em seu ambiente competitivo. Essa dever ser a primeira etapa

do planejamento estratégico a ser exercida pela administração da organização.

De acordo com Kotler (2000), a análise SWOT subdivide-se em análise do ambiente

interno (forças e fraquezas) e externo (oportunidades e ameaças). A análise do ambiente

externo é composta pelo monitoramento de forças macroambientais como o cenário

econômico-demográfico, o contexto sociocultural e as modificações tecnológicas e de

agentes econômicos importantes para a organização, sendo os clientes, competidores,

(fornecedores e distribuidores). A análise do ambiente interno refere-se ao desempenho dos

fatores controláveis pela organização, relativamente aos seus competidores diretos, como

produtividade da mão-de-obra, inovação tecnológica, capacidade de autofinanciamento das

operações, imagem, amplitude da distribuição, localização, entre outros. O mesmo autor

ainda ressalta, que por meio da análise do ambiente externo, a organização consegue

reconhecer as oportunidades e as ameaças ao seu negócio. Ao identificar as oportunidades

existentes à organização é capaz de lucrar ao atender às necessidades dos consumidores que

são mal supridas pelos demais concorrentes. Já as ameaças ambientais são um desafio

imposto por uma tendência desfavorável do mercado que, na ausência de uma ação

defensiva de marketing, levaria à deterioração das vendas e dos lucros das empresas.

É importante nessa fase que se busque compatibilizar as informações obtidas na

análise interna e externa. Através da análise dos pontos fortes e fracos, os gestores e suas

equipes poderão determinar com mais clareza as prioridades em termos de ameaças e

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72

oportunidades existentes no ambiente externo. Com isso, eles terão as informações

necessárias para determinar os objetivos e as estratégias que possam aproveitar melhor as

competências da empresa e equacionar os problemas internos identificados, assim como

resolver às ameaças e oportunidades identificadas externamente.

5.1.1. Análise Externa

Chiavenato (1993) explica que se trata de uma análise das condições externas que

rodeiam a empresa que lhe impõem desafios e oportunidades. Um dos fatores de sucesso na

aplicação desta ferramenta é a capacidade de adaptação que a administração tem em relação

às mudanças de ambiente, fazendo com que a organização se antecipe aos seus

concorrentes.

O mesmo autor ressalta que o gestor que sabe utilizar esses instrumentos de

planejamento de forma coerente, adaptando-os a essa realidade e às suas necessidades, pode

então obter uma excelente arma competitiva.

Ao utilizá-la eficazmente, é importante que os gestores conheçam bem cada um dos

elementos do planejamento e suas funções, assim como as mudanças que estão ocorrendo

no contexto competitivo, as quais estão influenciando na própria prática do planejamento e

lançando alguns desafios para a sua gestão nas empresas.

5.1.2. Oportunidades e Ameaças

Uma das práticas importantes de um bom planejamento dentro da análise externa é a

verificação dos aspectos do macro e do micro ambientes, deve-se partir para uma síntese,

visando identificar as principais oportunidades e ameaças encontradas.

As oportunidades são fatores do ambiente geral que, se bem aproveitadas, podem

fornecer uma vantagem competitiva para a empresa. Podemos citar como exemplo as

falhas apresentadas pelo concorrente, que podem ser aproveitadas pela empresa como uma

oportunidade para melhorar o seu produto e ganhar em diferencial.

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73

Para Kotler (2000), a chave de oportunidades se uma empresa repousa sobre a

questão de se pode fazer mais por essa oportunidade que os concorrentes. O autor ainda

esclarece que as oportunidades podem ser classificadas de acordo com a atratividade e a

probabilidade de sucesso. A probabilidade de sucesso da empresa não depende apenas da

força de seu negócio das exigências básica para ser bem sucedidas em um mercado-alvo,

mas também de suas competências para superar seus concorrentes. A mera competência

não constitui uma vantagem competitiva. A empresa de melhor desempenho será aquela

que pode gerar o maior valor para o consumidor e sustentá-lo ao longo do tempo.

Já as ameaças, por sua vez, são fatores que podem vir a perturbar o funcionamento

da empresa, causando dificuldades para a sua gestão e desempenho.

Ameaça Ambiental é um desafio decorrente de uma tendência ou

desenvolvimento desfavorável que levaria, na ausência de ação

defensiva de marketing, a deterioração das vendas ou do lucro

(KOTLER, 1998, p. 87)

Entretanto, é importante ressaltar que o planejamento não deve ser definido com

base em todas as oportunidades e ameaças identificadas. É necessário que a administração

faça uma triagem das oportunidades e ameaças mais relevantes em relação à sua empresa.

Essa seleção deve priorizar as oportunidades do ambiente que a empresa pode

aproveitar com reais chances de sucesso, ou seja, as oportunidades para as quais a empresa

possui as competências necessárias. Já, no caso das ameaças, devem ser selecionadas

aquelas que consistirem em maior preocupação para a gerência, ou seja, aquelas que afetam

mais diretamente a empresa e o ambiente em que ela atua.

De acordo com Kotler (1998) as ameaças, devem ser classificadas conforme seu

grau de relevância e probabilidade de ocorrência. O mesmo autor esclarece que uma vez

que a administração identificou as principais oportunidades e ameaças enfrentadas por uma

unidade de negócio específica, é possível identificar sua atratividade global. Obtendo

quatro possíveis resultados de negócios sendo eles:

Ideal: quando é alto em termos de oportunidades e baixo em ameaças;

Especulativo: sendo alto tanto em termos de oportunidades como de

ameaças;

Maduro: é baixo em termos tanto de oportunidades como de ameaças;

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74

Arriscado: possui um nível baixo em oportunidades e alto em ameaças.

5.1.3. Análise Interna

De acordo com Chiavenato (1993), a análise interna trata-se de uma análise

organizacional, ou seja, de uma análise das condições internas para permitir uma avaliação

dos principais pontos fortes e fracos que a empresa possui. O autor ainda afirma que através

desta análise pode se identificar os principais pontos fortes e fracos da empresa para nortear

o processo de planejamento, pois é a partir dessa análise que se saberá quais os recursos

com que se pode contar e também quais são o pontos vulneráveis no momento de se

estabelecerem as estratégias da empresa.

O jogo de forças e fraquezas consiste num confronto das qualidades

e limitações de uma empresa em relação ás outras do seu setor. Este

é um conceito antigo, mas que continua a nos agradar por que não

requer muita pesquisa e desde que as pessoas sejam honestas

consigo mesma podem realizar um confronto rápido e eficiente

entre a sua organização e as de seus principais concorrentes

(RICHERS, 2000, p.43).

Para que ocorra este sucesso, deve ser considerado de suma importância, que as

organizações busquem a participação de todos e em diferentes cargos, também se verifica

sob uma análise interna onde o gestor irá avaliar as competências e as falhas da empresa, o

que servirá como referência e complemento na realização do diagnóstico.

Richers (2000) destaca que esse diagnóstico não só sensibiliza quanto aos

problemas que a empresa enfrenta, mas também quanto à importância de suas

consequências, pois esta análise é necessária não só para compreender o ciclo de vida, que

a empresa se encontra, mas também para a tomada de decisões visando as correções, novos

alvos estratégicos e a longo prazo de sobrevivência .

Essas definições mostram que a estratégia pode ser fruto de um processo conduzido

por todos dentro de uma empresa, de forma sistemática. Como também pode surgir de um

processo emergente, sendo formulado a partir da prática, através de um processo contínuo

de aprendizado.

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75

5.1.4. Definição dos Objetivos

Toda organização existe para realizar algo. Geralmente, sua missão específica ou

propósito é clara desde o inicio do negócio. Com o decorrer do tempo alguns gestores

podem perder interesse pela missão ou ela pode perder sua relevância em função das

mudanças das condições de mercado, tornando a missão obscura à medida que a

organização lança novos produtos e os acrescenta ao portfólio.

Quando a gestão sente que a empresa esta se desviando de sua missão, esta de deve

se renovar e buscar um novo propósito.

Para Kotler (apud Drucker, 1998) é neste momento que a empresa deve levantar

algumas questões fundamentais como: Qual é o nosso negócio? Quem é o meu

consumidor? O que é valor para o meu consumidor? Qual era e o que deve ser o nosso

negócio? Aparentemente essas são questões simples, porém são as mais difíceis de ser

respondidas pela organização.

O autor ainda argumenta que para a elaboração da missão de cada empresa se é

necessário cinco elementos, sendo eles: a história da Empresa; preferências atuais dos

proprietários e da administração; ambiente de mercado; recursos e competências distintivas.

As organizações desenvolvem declarações de missão para

compartilhá-las com seus gerentes, funcionários e (em muitos

casos) consumidores. Uma declaração de missão bem preparada

proporciona aos funcionários da empresa um senso único de

propósito, direção e oportunidade. A declaração da missão da

empresa funciona como uma “mão-invisível” que orienta

funcionários geograficamente dispersos a trabalhar

independentemente e, todavia, coletivamente para realizar as metas

da organização. (KOTLER, 1998, p.76).

Com a formulação dos objetivos a empresa consegue elaborar quais são os pontos a

serem alcançados no mercado e impedir que os concorrentes cheguem primeiro no posto

almejado pela organização. Além de definir quais serão as estratégias usadas, estas

estratégias devem ser claramente ligadas ao tamanho da empresa, seu porte produtivo e

principalmente serem viáveis;

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76

Segundo Kotler (1998) as declarações de missões são melhores quando orientadas

por uma visão, como a de um “sonho impossível”, que fornece uma direção para longo

prazo. O autor ainda ressalta que elas sejam revisadas de pouco e pouco anos, para

responder e corresponder a cada nova mudança econômica.

As declarações de missão possuem três importantes características:

Primeiro: focam um número limitado de metas.

Segundo: as declarações de missão destacam as principais políticas e valores

que a empresa deseja honrar.

Terceiro: definem os principais escopos de competência em que a empresa

operará sendo eles: do setor industrial, de produto e aplicações, de

competência, de segmento de mercado, vertical e geográfico.

Após a elaboração da declaração de missão da empresa, cabe aos gestores de

marketing ainda criar uma declaração de missão específica para cada unidade de negócio,

porém dentro da missão mais ampla da empresa.

5.1.5. Formulação de Estratégias

Após identificarmos o ambiente em que a organização se encontra instalada, quais

são suas principais ameaças e oportunidades, bem como seus pontos fortes e fracos. É

chegada a hora de definir quais serão suas estratégias usadas, sendo que estas devem ser

claramente ligadas ao tamanho da empresa, seu porte produtivo e principalmente analisar se

esta será viável a organização ou não.

Podemos conceituar estratégia como:

[...] a busca, de um caminho para a empresa como um todo. O

aspecto busca enfatizar as duvidas e a preocupação com as idéias, a

análise e ponderação, o desejo de esclarecimento e a insegurança

quanto ao futuro e, ainda, quanto ao esforço de encontrar consensos

e uma linguagem comum na empresa a qual una todos os seus

membros, em torno de um objetivo central [...] (RICHERS, 2000

p.29)

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77

Sabemos que no fundo toda estratégia é dirigida aos nossos concorrentes, não no

sentido de combatê-los, mas com o intuito de atingir melhores resultados do que eles. Neste

sentido Richers (2000) define as diferenças entre essas duas atitudes é fundamental: sempre

lembrando de que não devemos encarar nossos concorrentes como inimigos, mas, como

padrões comportamentais em relação aos quais podemos medir nossas forças e fraquezas.

As organizações elaboram estratégias funcionais para proporcionar uma total

integração dos esforços voltados para os objetivos declarados da área.

Para Ferrell, Hartelline (2005) as decisões estratégias não podem ser desenvolvidas

no vácuo, elas devem:

Se adequar às necessidades e propósitos da área funcional com o respeito ao

cumprimento de metas e objetivos;

Ser realista, tendo em vista os recursos disponíveis e o ambiente da

organização; e

Ser coerente com a missão, metas e objetivos da organização.

Resumi em três tipos genéricos que fornece um bom ponto de

partida para o pensamento estratégico: liderança total em custos,

diferenciação e foco. As empresas que adotam a mesma estratégia

dirigida ao mesmo mercado ou segmento de mercado-alvo formam

um grupo estratégico. Aquelas que aplicam melhor essa estratégia

obtêm os maiores lucros. (KOTLER apud POTER, 1998 p. 265).

Neste contexto do processo geral de planejamento estratégico, cada estratégia

funcional deve ser avaliada para determinar seu efeito sobre vendas, custos, imagem, e

lucratividade.

5.2. Posicionamento de Mercado

O posicionamento de mercado pode ser visto como uma visão focada nas

percepções de público-alvo, quanto também a partir de uma visão que ressalta a ação do

planejamento estratégico.

Posicionamento é o ato desenvolver a oferta e imagem da empresa,

de maneira que ocupem uma posição competitiva distinta e

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78

significativa nas mentes dos consumidores-alvos. (KOTLER,

1998, p. 265)

McKenna (1989) considera o posicionamento um processo multidimensional,

envolvendo o produto, o mercado e a própria empresa, trata-se de estágios interconectados

que devem formar o posicionamento como uma atividade empresarial total.

[...] é o mercado que de fato posiciona os produtos. Mas se as

companhias entendem as engrenagens do mercado, elas podem

influenciar o modo como o mercado posiciona seus produtos [...].

(MCKENNA,1989 p 35),

Nestes termos, a ação estratégica das organizações enquanto um processo interativo

e, então, o posicionamento encontra suporte tanto na visão do público-alvo quanto na

perspectiva interna e processual da oferta, ou seja, tanto a empresa precisa conhecer a

percepção que o público-alvo tem de seu posicionamento como também deve agir

estrategicamente no sentido de transmitir sua posição no mercado.

Kotler (1998) ressalta que posicionar a marca no mercado baseia-se normalmente

num produto e seus atributos físicos, comparados a seus competidores. O posicionamento

perceptual, ou como a marca se posiciona na mente do consumidor, inclui o

posicionamento de mercado, mas não se limita a ele, pois o anunciante vai além dos

atributos físicos. A publicidade faz isto ao criar uma mitologia de marca que transmite

benefícios baseados no produto ou de cunho emocional/psicológico. A mudança de

posicionamento pode ocorrer de forma lenta ou brusca, conforme as necessidades de

realinhamento da organização frente a novas realidades e, se tratado enquanto ação

estratégica consistente tem papel essencial para as organizações em seus esforços pela

busca e manutenção de sustentabilidade no ambiente.

A percepção de posicionamento está ligado ao modo e às variáveis usadas para

definição dos pontos de referência, e quanto mais os posicionamentos forem semelhantes,

maior deve ser a percepção de grupos de referência. Estes desenvolvem um papel duplo: ao

mesmo tempo em que servem para consolidação da percepção de um elemento como

fazendo parte de uma categoria de produto ou grupo estratégico, podem também contribuir

para um processo de diferenciação ou padronização de referenciais.

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79

A importância do conceito de categoria de produto é clara nos conceitos de

posicionamento. Tipicamente, os profissionais de marketing assumem que os clientes

agrupam produtos em níveis variados de especificidade, de forma hierárquica. Na mente

dos clientes, produtos são inicialmente agrupados em classes, depois em categorias de

produto, tipo de produto e, ao final, por marca. A organização em categorias de produto que

está na memória do cliente tem um importante papel em sua tomada de decisão

McKenna (1989) vê o posicionamento sob um enfoque tridimensional,

compreendendo o posicionamento do produto, o posicionamento do mercado e o

posicionamento da empresa.

5.2.1. Posicionamento e Reposicionamento

Em sua maioria as ações estratégicas das organizações ocorrem em um ambiente

dinâmico e, sob diferentes aspectos, as organizações tanto influenciam quanto são

influenciadas pelas mudanças.

As mudanças ambientais nas últimas décadas chamam a atenção para questões

relacionadas ao ambiente de competição, globalização dos mercados, comportamento do

consumidor, evolução tecnológica, dentre outros tópicos que afetam as diversas áreas da

empresa e com especial interesse para a área de marketing.

Kotler (1998) apresenta o desenvolvimento da estratégia de posicionamento em

quatro etapas, incluindo a avaliação da posição atual, a escolha da posição desejada, o

planejamento da estratégia para atingir a posição desejada e, finalmente, a implementação

da estratégia. Já o reposicionamento pode envolver, dentre outros fatores, a adição de novos

produtos, o abandono de produtos já ofertados ou afastamento de determinados mercados e

pode ser motivado principalmente por mudanças na atividade competitiva, mudanças

tecnológicas ou mudanças internas.

Ferrell, Hartline (2005) ressaltam que ao passo em que as empresas de certo modo

já ocupam uma posição na mente de seus públicos, se torna evidente que a maior parte das

ações estratégicas ligadas ao posicionamento das organizações diz respeito ao

reposicionamento, ou seja, o fenômeno de mudança de posição em relação a um estado

anterior.

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80

Entretanto, para McKenna (1989, p 12), “o posicionamento é sempre competitivo”,

no sentido de que os clientes pensam em produtos e empresas sempre em relação a outros

produtos ou empresas, estabelecendo uma hierarquia em suas mentes.

Com a constante transformação do ambiente na atualidade, McKenna (1989)

apresenta o conceito de “posicionamento dinâmico” como o posicionamento que se

desenvolve gradativamente, tal como uma personalidade vai adquirindo significado e

modificando-se à medida que o próprio meio se modifica. Sendo assim encontramos um

suporte para a definição de reposicionamento, como um fenômeno não necessariamente

ocorrendo em um ponto específico no tempo, ou seja, a transição pode ocorrer de modo

gradativo.

5.2.2. Segmentação e Diferenciação no Posicionamento

Sob uma perspectiva do mercado, o posicionamento localiza a empresa em seu

ambiente de competição. Assim, uma das bases do posicionamento é a definição dos

mercados-alvo por meio da segmentação.

O processo de agregação de consumidores com características

homogêneas, diferenciadas de outros grupos, com o objetivo de

planejar programas de marketing que se aproximem mais da

satisfação de desejos e necessidades do grupo ou grupos escolhidos

como mercados-alvo. (LAS CASAS, 1989 p 110)

Para Richers e Lima (1991), a segmentação diz respeito a uma concentração

consciente e planejada da empresa em parcelas específicas do mercado e implica em uma

opção voluntária em concentrar os esforços de marketing em determinados segmentos em

detrimento de outros.

Não é possível para uma empresa satisfazer todos os consumidores

de um dado mercado, ou pelo menos, da mesma maneira. Um único

composto de marketing raramente é adequado para atender às

necessidades e desejos de todo o mercado de um produto.

(FERREIRA, 2002, p 23).

A segmentação do mercado permite atender consumidores de maneira mais eficaz.

As organizações segmentam seus mercados, escolhem um ou mais segmentos e

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81

desenvolvem produtos que se adequem aos seus consumidores, gerando modo mais

vantajoso sobre seus concorrentes, e a partir do conhecimento das necessidades e desejos

dos consumidores que a empresa define o composto adequado para inserir assim então seu

planejamento ao mercado.

Além da segmentação e definição do mercado-alvo, a empresa deve tratar da

diferenciação.

[...] a diferenciação como o ato de desenvolver um conjunto de

diferenças significativas para distinguir a oferta da empresa da

empresa das ofertas concorrentes de seus concorrentes. (KOTLER,

1998 p.254)

McKenna (1989) conceitua que qualquer que seja as bases de diferenciação

utilizadas pelas organizações convém estarem atentas às mudanças ambientais. Seguindo

esta direção, o importa é que elas busquem estabelecer estratégias e fundamentos sólidos,

alem de compreender a estrutura do mercado e desenvolver relações estratégicas com

perspectivas de durabilidade. O mesmo autor ressalta que dentre estas considerações sobre

o posicionamento, às organizações, precisam compreender o que os clientes pensam, quais

seus preconceitos, suas preferências e aversões e o que desejam ouvir, e a partir de então o

posicionamento deve se ajustar às atitudes do mercado.

O desempenho financeiro, específicamente a rentabilidade, pode ser apontada como

sendo o fator de maior importância no posicionamento da empresa, uma vez que se os

lucros declinam, se gera desconfianças e questionamentos no mercado em relação à

empresa.

5.2.3. Posicionamento Estratégico e a Segmentação

A segmentação e o posicionamento estratégicos destacam-se como eficientes

instrumentos do Marketing Estratégico.

Kotler (1998) descreve que o ponto central do marketing estratégico é descrito

como “SAP”: Segmentação, escolha do Alvo e Posicionamento. O objetivo da segmentação

é agrupar pessoas que possuam necessidades e desejos semelhantes para focar os esforços

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82

de marketing melhorando a posição competitiva da empresa além de alinhar as estratégias

às competências da mesma.

Podemos encontrar grupos de consumidores homogêneos em diversas partes do

mundo, já que a globalização, o avanço da comunicação, viagens internacionais e o

progresso econômico permitem um maior aceso a produtos e serviços antes regionais,

criando uma tendência de consumo homogêneo. Essa característica do consumo

globalizado gera segmentos semelhantes em países distintos e muitas vezes distantes não só

geograficamente como culturalmente, justificando esforços de marketing na busca de

segmentos em escala global e no ajuste e na adaptação de seus produtos e serviços.

Quanto às semelhanças dos consumidores, todos terão semelhanças e diferenças

entre si. A questão é identificar como essas semelhanças e diferenças podem ser usadas

para agrupar consumidores em um determinado segmento de acordo com de acordo com as

relações entre suas características e comportamento de compra, nível de exigência,

expectativas, sensibilidade ao mix de marketing (produto, preço, praça e promoção).

O Posicionamento é a contrapartida da segmentação e ambos representam as

contribuições mais importantes que o marketing oferece à gestão estratégica. Enquanto a

segmentação identifica grupos homogêneos de clientes potenciais, a pesquisa de

posicionamento mostra como estes clientes percebem os produtos e serviços concorrentes.

Tanto a segmentação quanto o posicionamento são, portanto, meios de aumentar a nitidez

de um quadro que mostra como os clientes podem ser agrupados em um determinado

mercado e como esses clientes agrupam os produtos e serviços oferecidos.

O posicionamento de mercado inicia-se com a identificação e seleção de um

mercado ou segmento deste, que represente um potencial de negócio, no qual possam ser

identificados os competidores e para o qual possa ser divisada uma estratégia para

competir. O processo envolve o critério determinante para o sucesso competitivo, através

da visualização do que o mercado quer e necessita das forças e fraquezas da empresa e dos

competidores, do desenvolvimento de habilidades para alcançar o que o mercado demanda

de uma forma melhor em relação aos competidores.

O resultado final do posicionamento é a criação bem-sucedida de

uma proposição de valor focada no mercado, uma declaração

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83

simples do motivo pelo qual um dado mercado-alvo deve comprar

certo produto (KOTLER, 1998, p. 265).

Sendo assim, posicionamento é o ato de desenvolver a oferta e a imagem da

empresa, de maneira que ocupem uma posição competitiva distinta e significativa nas

mentes dos consumidores-alvos.

5.3. Segmentação de Mercado

O mercado em sua grandiosidade impede que uma organização o atenda por inteiro,

com uma enorme gama de produtos diferenciados e seus milhares de consumidores que

possuem gostos, necessidades e exigências diferentes, sendo uma das soluções, que se

apresenta como ponto de apoio para as tomadas de decisões do administrador, é o processo

de segmentação de mercado. Esta tem sido definida como estratégia de marketing, de

fundamental importância para o sucesso de uma empresa.

A segmentação de mercado possui fundamentos relativamente simples, se baseando

na idéia de que um produto comum não pode satisfazer necessidades e desejos de todos os

consumidores. Por um simples motivo: os consumidores são muitos, dispersos em diversas

regiões; têm hábitos de compra variados, gostos diferenciados e variam em suas

necessidades, desejos e preferências.

Kotler (1998) reconhece que, a segmentação de mercado está no centro da estratégia

de marketing. Segundo ele, a segmentação, é a idéia mais recente para orientar a estratégia,

começa não com a distinção de possibilidades de produto, mas sim com a distinção de

interesses ou de necessidades de clientes, ela é a subdivisão do mercado em subconjuntos

homogêneos de clientes, em que qualquer subconjunto pode, ser selecionado como meta de

mercado a ser alcançada com um composto de marketing distinto.

Como podemos perceber, a segmentação, no conjunto, em um todo é à base da

estratégia de marketing, pois primeiro se segmenta o mercado; logo em seguida, escolhe-se

o alvo com que se quer trabalhar, assim diferenciando os produtos e serviços de modo a

atender necessidades e desejos do público-alvo e, posteriormente, se posiciona o produto

como forma de expressar as diferenças existentes. Ela é estratégia que auxilia a empresa a

penetrar em focos escolhidos, facilitando o acesso ao consumidor por intermédio do ajuste

da oferta à demanda, e do produto ao mercado. É importante observar que o conceito de

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84

segmentação tem relação direta com o mercado. Kotler (1998) afirma que o que se

segmenta é o mercado e não setores de atividades, produtos, canais de distribuição. Os

produtos e canais de distribuição são ajustados em decorrência do alvo escolhido, e ao

decidir segmentar o mercado, a organização, dispõe de poucas variáveis que estão sob

controle do administrador de marketing.

A empresa deve enfocar suas opções de segmentação sob quatro

ângulos distintos: o do setor, que é problema de concorrência; o dos

segmentos, que é problema de oportunidade; o dos produtos, que é

problema de adaptação; o de distribuição e comunicação, que é

problema de escolha. Dessas quatro variáveis, somente as duas

últimas se prestam à manipulação e devem, portanto, ser exploradas

como as primeiras a ter-se em vista. (RICHERS, 1991 p.22)

O objetivo básico da segmentação é concentrar esforços de marketing em

determinados alvos, que a empresa entende como favoráveis para serem explorados

comercialmente, em decorrência de sua capacidade de satisfazer a demanda dos focos, de

maneira mais adequada. Sendo assim, cada segmento deverá ser constituído por grupos de

consumidores que apresentem o mínimo de diferenças entre si, do ponto de vista das

características adotadas, e o máximo de diferenças em relação aos demais segmentos.

Através da segmentação de mercado, pode-se conhecer melhores as necessidades e

desejos dos consumidores, tal conhecimento é cada vez mais aprofundado, à medida que

novas variáveis de segmentação são combinadas entre si, proporcionando conhecimento

mais individual do consumidor.

Com a segmentação de mercado, a empresa procura obter uma série

de vantagens sinérgicas. Essas vantagens incluem: (1) domínio de

tecnologia capaz de produzir bens preferidos por certas classes de

compradores; (2) maior proximidade ao consumidor final; (3)

possibilidade de oferecer bens e serviços a preços altamente

competitivos; (4) disponibilidade de pontos de venda adequados aos

seus produtos ou serviços; (5) existência de veículos de publicidade

que se dirijam direta e exclusivamente aos segmentos visados, etc.

(RICHERS, 1991 p.17)

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85

Através desse conjunto de vantagens propicia à organização melhores condições

para localizar e avaliar as oportunidades de marketing, assim como para auxiliar o gestor na

avaliação das forças e vulnerabilidade da concorrência, e com isso tomar decisões que

possam minimizar os pontos fracos da empresa e otimizar seus pontos fortes.

Segundo Richers e Lima (1991) a primeira vista, a segmentação de mercado não é

tarefa difícil, e por muito tempo foi entendida como um conceito que consistia apenas em

dividir o mercado em segmentos. Mas no decorrer do tempo, foi percebido que a

segmentação de mercado constitui poderosa arma estratégica, cujas implicações decorrem

da escolha de segmentos bem definidos para o delineamento de estratégias competitivas. Os

mesmos autores também ressaltam que a segmentação é bem mais do que um conjunto de

técnicas úteis à formulação e implementação de políticas mercadológicas é acima de tudo,

uma estratégia capaz de facilitar a penetração em mercados pré-estabelecidos, conquistar a

preferência por marcas de determinados clientes e enfrentar a grande concorrência. Tem

como objetivo básico, concentrar esforços de marketing em determinados alvos, que a

empresa entende como favoráveis para serem explorados comercialmente, em decorrência

de sua capacidade de satisfazer a demanda dos focos, de maneira adequada. Cada segmento

deverá ser constituído por grupos de consumidores que apresentem entre si um mínimo de

diferenças e o máximo de diferenças em relação aos demais segmentos

5.3.1. Níveis de Segmentação de Mercado

Ao falarmos de segmentação de mercado, o gestor de marketing, deve levar em

conta o comportamento do consumidor. Isso porque os compradores são pessoas com

necessidades e desejos diversos e o mesmo produto não consegue mais atrair todo o mundo.

Portanto, deve-se conhecer o comportamento, as atividades, as motivações, os benefícios e

as vantagens que os diferentes grupos de consumidores estão buscando.

Segundo Churchill (2000), a definição de marketing de massa é um único composto

de marketing, ou seja, o mesmo produto para todos os clientes, sendo um só segmento. O

por segmento é uma ferramenta do composto, feito para atender um único alvo, ou

compostos de marketing separados para atender às necessidades de diferentes alvos. Já o de

nicho serve para descobrir quais indivíduos tem os mesmos desejos e necessidades para

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com isso concentrar-se num único mercado. O diferenciado procura projetar estratégias

diferentes umas das outras para agradar diferentes segmentos. No individual, cria-se valor

para cada indivíduo. No individual, cria-se valor para cada indivíduo.

Através da segmentação, a organização pode vir a obter muitas vantagens, entre

elas realizar um melhor trabalho frente à concorrência, se dedicando a fatias do mercado

que tenha melhores condições de atender. Os mercados se diferem de várias formas, quanto

aos desejos, recursos, localidades, atitudes de compra e práticas de compra, enfim os

mercados podem ser segmentados de várias maneiras, para tanto, é necessário estimar o

tamanho atual do mercado, identificar os concorrentes e respectivas participações, e o

potencial de crescimento deste mercado.

Logo após, é necessário separar os consumidores em grupos, de tal forma que a

necessidade genérica a ser atendida tenha pontos específicos, que são semelhantes para os

que pertencem ao mesmo grupo e diferentes dos demais grupos. Conforme Churchill

(2000) esta divisão pode ocorrer segundo critérios geográficos, demográficos, psicográficos

ou comportamentais. Os segmentos resultantes desta divisão devem ser avaliados segundo

o tamanho, potencial de crescimento e atratividade, em relação aos objetivos e recursos da

empresa.

5.3.2. Segmentação Geográfica

A segmentação geográfica é a divisão de um mercado em áreas geográficas,

sendo diferentes unidades, como: regiões, estados, países, cidades, bairros ou domicílios.

Sendo que empresas podem operar em uma ou algumas áreas geográficas e podendo ainda

dividir as áreas determinadas em menores.

Segundo Kotler (1998) as regiões geográficas podem ser usadas para segmentar

mercados para esforços de marketing especializados. Geralmente a segmentação geográfica

é usada em conjunto com outros descritores de segmentação

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87

5.3.3. Segmentação Demográfica

Na segmentação demográfica é dividido em variáveis como: idade, sexo, renda,

raça e ciclo de vida da família. As variáveis demográficas são as mais comuns para

distinguir grupos de consumidores, sendo associada aos desejos e preferência do

consumidor. Já que a segmentação demográfica é a mais comum a se identificar dentre

outras segmentações, COBRA (1997) relata cada um de suas variáveis, esclarecendo-as.

Idade e ciclo de vida do consumidor: já que os desejos e as capacidades dos

consumidores mudam com a idade, a empresa para poder responder às necessidades

de seus clientes, precisa estar em constante mutação, pois, todavia, a idade e o ciclo

de vida podem ser variáveis enganadoras. A idade serve como base para estabelecer

preços para alguns produtos como seguro de vida e seguro de saúde. É importante

correlacionar o estágio do ciclo de vida e a sensibilidade para cada tipo de produto.

Sexo: alguns produtos são específicos para homens ou apenas para mulheres. E esta

segmentação é aplicada nos setores de vestuário, produtos de cabelos, cosméticos,

revistas, absorventes, cigarros e agora outro setor que está começando a se

desenvolver á o automobilístico.

Renda: nem sempre a renda prevê os melhores consumidores para determinado

produto. Sendo que compradores com renda baixa pode comprar produtos de alto

valor, já ao contrário, as pessoas de alto poder aquisitivo podem passar a comprar

produtos de baixo valor. Não podendo dessa maneira, se assegurar na renda de cada

indivíduo.

Raça: é constituída por um grupo de pessoas que tem características físicas comuns,

com bases biológicas hereditárias. Vendo assim qual é a raça predominante de cada

país, cidade ou estado.

5.3.4. Segmentação Psicográfica

Sua segmentação é baseada pelos perfis do estilo de vida dos diferentes

consumidores. Segmenta os grupos na classe social, na personalidade, nas atitudes e na

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88

percepção. Para Kotler (1998) a segmentação psicográfica produz uma descrição muito

mais rica de um mercado-alvo potencial do que seria possível de outro modo. Essas bases

de segmentação permitem que o profissional de marketing entenda verdadeiramente o

funcionamento interno de consumidores potenciais antes de desenvolver um composto de

marketing dirigido para eles.

5.3.5. Segmentação Comportamental

É o melhor ponto de partida para segmentar o mercado. Cobra (1997) afirma

que são segmentos tomando como ponto de partida seu conhecimento, atitude, uso ou

resposta para um determinado produto. Estão entre estas variáveis: Influência na compra,

hábitos de compra, intenção de compra.

5.3.6. Segmentação por Multiatributos

Esse tipo de segmentação de mercado, parte do princípio de conglomerados

geográficos, que proporcionam informações mais ricas sobre os consumidores.

Para Kotler (1998) nesta segmentação, cruzam-se várias variáveis, em um

esforço de identificar grupos – alvo menores e melhores definidos.

5.3.7. Segmentação por Comportamento de Compra

Os profissionais de marketing podem segmentar o mercado de acordo com o

comportamento de compra do consumidor. Segundo Kotler (1998) o comportamento de

compra pode ser: prudente, impulsivo, pessimista, tradicional e confiante. A segmentação

baseada no comportamento dos consumidores geralmente centra-se em alguma combinação

de frequência de uso, situação de lealdade e situação de usuário.

Page 91: Meu Tcc Completo

89

5.4. Requisitos para uma Segmentação Eficaz

Após a identificação dos segmentos de mercado potenciais, estes devem ser

analisados, pois como citados anteriormente, existem diversas formas de segmentação, mas

nem todas são efetivas. Conforme Kotler (1998) para serem úteis, os segmentos precisam

ser:

Mensuráveis: possível medir o seu tamanho, poder de compra, e outras

características dos segmentos. As preferências de diferenças para os produtos

devem ser identificáveis e capazes de ser mensurável.

Substanciais: são suficientemente grandes e ou lucrativos

Acessíveis: podem ser atingidos e servidos com programas direcionados;

Diferenciáveis: são conceitualmente distintos e respondem diferentemente a

diversos programas e elementos do marketing-mix. Devem existir diferenças claras

nas preferências do consumidor pelo produto.

Acionáveis - programas eficazes podem ser formulados para atrair e servir os

segmentos.

5.4.1. Coleta de Dados para a Segmentação

Os dados para segmentar mercado pode ser obtidos de fontes internas e

externas. Cobra (1997) os define como:

Fontes Internas de Dados: constitui de informações sobre clientes existentes e

potenciais. Essa base de dados de clientes pode ser muito valiosa. Os dados internos

estão imediatamente disponíveis para as empresas e podem ser extremamente

valiosos no desenvolvimento de compostos de marketing customizados.

Fontes Externas de Dados: São as informações que são coletadas de empresas

privadas e públicas que públicam dados valiosos para as empresas que querem

segmentar seus mercados.

Escolha de Mercados-Alvo (Target Market): O processo de selecionar, segmentar,

analisar e esboçar um perfil de um mercado potencial para melhor atingi-lo com um

composto de marketing

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90

5.5. Definição do Marketing Mix para o Planejamento

O marketing mix é um componente estratégico que acrescenta eficácia a

empresa e a ajuda a atingir seus objetivos a médio e longo prazo a tingindo seus objetivos

sendo o mais racional possível. É a partir daí convém que se defina primeiro a estratégia

para depois ajustar o mix a ela, por que dependendo da escolha da estratégia, o composto

deverá ser diferente.

Kotler (1998) ressalta que a padronização de produto, propaganda, canais de

distribuição e outros elementos do composto de marketing assegura custos menores porque

nenhuma mudança importante será introduzida. Já em outro extremo está idéia de um

composto adaptado, em que o fabricante ajusta os elementos deste a cada mercado-alvo.

Sendo assim entre os dois extremos, há muitas possibilidades.

Para Richers (2000) mesmo sem especificar qual é o(s) produto(s) ou a linha a

que se refere à estratégia. Ao usar a difusão o gestor de marketing procura colocar seus

produtos em qualquer ponto do mercado e oferece-los a qualquer pessoa,

independentemente da idade, origem ou maneira de ser. O inverso ocorre quando ele usa a

estratégia de segmentação. Neste caso, ele procura atingir determinadas faixas do mercado

predefinidas e específicas.

Neste sentido o mesmo autor ressalta que para elaborar um bom marketing mix,

a organização precisa ponderar os objetivos do produto, seu mercado e a dosagem do

instrumental mais adequado para atingi-lo. Para facilitar essa tarefa, importantíssima para

quem adota uma política de marketing e consequente.

5.5.1. Produto

O produto é elemento chave na oferta de mercado. O produto ocupa o núcleo da

estratégia de marketing. É importante lembrar que os produtos referem-se a algo mais do

que bens tangíveis, eles geralmente são uma combinação de bens, serviços, idéias,

conceitos ou até mesmo pessoas.

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91

Kotler (1998, p. 383) define produto como é algo que pode ser oferecido a um

mercado para satisfazer a um desejo ou necessidade.

O planejamento do composto de marketing começa com a formulação de uma

oferta para atender às necessidades e desejos dos consumidores-alvos. O consumidor

julgará a oferta por três elementos básicos: características e qualidade do produto,

composto de serviços e qualidade e preço apropriado da oferta. Sendo assim o uso deste

três elementos devem estar mesclados em uma oferta competitivamente atraente.

Para Ferrell e Hartline (2005) os produtos de uma organização pode ser divido

em três partes interdependentes: o central, o suplementares e atributos simbólicos ou

experienciais. Sendo o produto central é a parte da oferta da oferta que proporciona o

benefício central desejado pelos consumidores. Este deve ser de qualidade suficiente para

atender às necessidades dos consumidores ou a empresa terá poucas chances de sucesso. Os

produtos suplementares são bens ou serviços que agregam valor ao produto central,

diferenciando assim, das ofertas de produto da concorrência. Já os atributos simbólicos e

experienciais, tais como imagem, estilo ou prestigio, também podem ser usados para

diferenciar produtos.

Dada a complexa composição de muitos produtos, a melhor

maneira de abordar a estratégia de produto é pensar em produtos

como pacotes de atributos físicos (tangíveis), de serviço

(intangíveis) e simbólicos (perceptuais) planejados para satisfazer

as necessidades e desejos dos consumidores. Uma boa estratégia de

produto tem como foco todos os elementos – e não apenas um – do

pacote do produto. Empresas que competem em setores em que o

produto central tornou-se basicamente uma commodity devem

esforçar-se para incrementar os atributos suplementares e

simbólicos/experienciais de sua oferta de produto. Observe que isso

significa focar principalmente os aspectos intangíveis do produto, e

não seus elementos tangíveis, o que torna a estratégia de produto

um desafio ainda maior na empresa. Também requer a estratégia de

produto esteja completamente integrada à precificação, distribuição

e promoção. (FERRELL, HARTLINE, 2005, p. 183)

Ao planejar sua oferta no mercado, a empresa precisa considerar cinco níveis de

produtos sendo eles: o benefício, o produto genérico, esperado, ampliado e potencial. Para

Kotler (1998) cada nível acrescenta mais valor para o consumidor e os cincos constituem

uma hierarquia de valor para o consumidor, sendo o nível mais fundamental o benefício-

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92

núcleo. O serviço ou benefício fundamental que o consumidor esta comprando. Em um

segundo nível, a organização precisa transformar o benefício núcleo em um produto básico.

Já em um terceiro nível, a empresa prepara um produto esperado, a saber, um conjunto de

atributos e condições que os compradores, normalmente, esperam e concordam quando

compram esse produto. O produto ampliado é o quarto nível, onde a empresa prepara algo

que atenda aos desejos dos consumidores além de suas expectativas. Essencialmente, a

concorrência de hoje ocorre no nível de produto ampliado. Este leva a empresa a examinar

o sistema de consumo total do consumidor , sendo a maneira pela qual o comprador de um

produto desempenha tarefa total realizada quando produto. Assim, a empresa reconhecerá

muitas oportunidades para ampliar suas oferta de maneira competitiva e eficaz.

Assim definimos a nova concorrência como:

A nova concorrência não está entre o que as empresas produzem em

suas fabricas, mas entre o que acrescentam a seus produtos na

forma de embalagem, serviços, propaganda, sugestões do

consumidor, financiamento, condições de entrega, armazenagem e

outras coisas que as valorizam. (KOTLER apud LEVITT 1998,

p. 384)

Entretanto algumas coisas devem ser observadas sobre a estratégia de produto

ampliado. Primeiro cada ampliação custa dinheiro para a organização. Ela tem que se

questionar se os consumidores pagarão pelo custo extra. Segundo, os benefícios ampliados

se tornam, em breve, benefícios esperados. Em terceiro, à medida que as empresas

aumentam o preço de seu produto ampliado, alguns concorrentes podem reverter a situação

e oferecer um produto simples a um preço menor. Já para o quarto nível está o produto

potencial, que envolve todas as ampliações e transformações que o produto pode sofrer no

futuro. Assim considerando que o produto ampliado descreve o que está incluído no

produto. É neste nível que as empresas buscam agressivamente por novas maneiras de

satisfazer aos consumidores e distinguir suas ofertas.

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93

5.5.1.1. Decisões sobre o Composto e Linha de Produto

O composto de produtos de uma organização tem certa abrangência, extensão,

profundidade e consistência.

Neste contexto Kotler (1998) específica estes aspectos como:

Abrangência do composto de produtos refere-se ao número de linhas de

produtos diferentes que a empresa oferece;

Extensão do composto retrata ao número total de itens de seu composto de

produtos;

Profundidade são as variações que são oferecidas a cada produto da linha; e

Consistência refere-se ao grau relacionamento das diversas linhas de

produtos em termos de uso final, especificações de produção, canais de

distribuição ou a outra maneira.

Essas quatro dimensões de composto de produtos fornece as bases para definir a

estratégia de produto da empresa. Esta pode expandir seu negócio de quatro maneiras.

Podendo acrescentar novas linhas de produtos, ampliando assim, seu composto de

produtos. Podem ampliar também cada linha de produto, alem de poder acrescentar mais

variações a cada produto e aprofundar seu composto de produto.

Composto de Produto é conjunto de todos os produtos e itens que um vendedor

específico coloca a venda para os compradores (Kotler, 1998, p. 387)

O planejamento deste composto é largamente de responsabilidade dos

planejadores estratégicos da empresa. Eles devem avaliar, com as informações fornecidas

pelo pessoal do marketing, como se as linhas de produtos devem crescer, ser mantidas,

exploradas ou eliminadas. Sabemos que um composto de produtos consiste em varias linhas

de produtos.

A Linha de Produtos é constituída por um grupo de produtos

diretamente relacionados porque desempenham uma função similar,

são vendidos aos mesmos grupos de consumidores, comercializados

pelos mesmos canais ou vendidos dentro de uma faixa de preço

específica. (KOTLER, 1998, p. 388).

Page 96: Meu Tcc Completo

94

O objetivo da organização influencia a extensão da linha de produtos.

Organizações que procuram maior participação de mercado e crescimento trabalharão com

linhas mais extensas. Elas ficam menos preocupadas quando alguns itens não contribuem

para o lucro. Empresas que enfatizam a alta rentabilidade trabalharão com linhas mais

restritas, constituídas de itens cuidadosamente escolhidos. As linhas tendem a estender-se

no decorrer do tempo.

Para Kotler (1998) o excesso de capacidade de produção pressiona o gestor da

linha de produtos a desenvolver novos itens. A força de vendas e os distribuidores também

pressionam por uma linha de produtos mais completa para satisfazer a seus consumidores.

Entretanto, à medida que novos itens são acrescentados, surgem diversos custos

com: design e engenharia, estocagem, mudanças no processo de produção, processamento

de pedidos, transportes e custos promocionais. Torna-se eventualmente, necessária a

paralisação do processo de proliferação de itens. O autor ainda ressalta que uma

organização pode ampliar a extensão de sua linha de produtos de duas maneiras: pela

ampliação ou pela complementação da linha.

A ampliação da linha de produtos de qualquer empresa cobre parte da

abrangência total possível. Kotler (1998) ressalta que a ampliação da linha de produtos

ocorre quando uma empresa estende a sua linha além de sua faixa atual. Ela pode ampliá-la

para cima, para baixo ou em ambas direções.

5.5.1.2. Modernização Caracterização da Linha de Produtos

Mesmo quando a extensão da linha de produtos for adequada, pode ser

necessário moderniza-la. A questão é saber se a linha deve ser renovada por etapas ou por

completo, a renovação por etapas permite à empresa verificar como os consumidores e

revendedores aceitarão o novo estilo. Essa pode ser uma opção que drene menos o fluxo de

caixa da organização.

Para Kotler (1998) esta opção apresenta uma grande desvantagem porque

permite que os concorrentes percebam as mudanças e comecem a redesenhar suas próprias

linhas.

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95

Em mercados de produtos que mudam rapidamente, a modernização ocorre

continuadamente. As empresas programam suas melhorias de produtos para estimular a

migração de consumidores para itens mais valorizados e de preço superior. Às vezes, uma

empresa constata que uma das esferas de sua linha está vendendo bem, enquanto a outra

“vai de mal a pior”. Essa empresa pode tentar aumentar a demanda desses itens mais fracos,

principalmente se forem produzidos em uma fábrica que está ociosa por falta de demanda.

Kotler (1998) argumenta que a empresa deve promover os itens que vendem bem, em vez

de tentar levantar as vendas dos que vendem mal. Os itens com vendas fracas podem ser

identificados por meio de análise de vendas e de custos. O autor ainda ressalta que

tipicamente, as empresas reduzem suas linhas em períodos de forte demanda e as ampliam

em fases de fraca demanda. Uma outra ocasião para a eliminação de produtos ocorre

quando a empresa não possui capacidade de produção suficiente. O gestor deve concentrar

a produção de itens com as margens mais elevadas.

5.5.1.3. Marca

Ao desenvolver uma estratégia de marketing para produtos individuais, o

vendedor tem que enfrentar a decisão da marca. Marca é assunto de importante da

estratégia de produto. Talvez a habilidade mais diferenciadora dos profissionais de

marketing é sua habilidade para criar, manter, proteger e enriquecer marcas.

Marca é um nome, termo sinal, símbolo ou combinação dos

mesmos, que tem o propósito de identificar bens ou serviços de um

vendedor ou grupo de vendedores e de diferencia-los de

concorrentes. (KOTLER, 1998, p. 393).

Em essência, uma marca identifica o vendedor ou fabricante. A marca

registrada é protegida por lei que garante direitos exclusivos de o proprietário propagar-se.

Para Kotler (1998) o desenvolvimento de marca para um produto exige um

grande investimento a longo prazo, principalmente em propaganda, promoção e

embalagem.

Page 98: Meu Tcc Completo

96

Em sua essência uma marca representa a promessa de o vendedor entregar um

conjunto específico de características, benefícios e serviços aos compradores. As melhores

marcam trazem uma qualidade.

Kotler (1998) afirma que uma marca é um símbolo ainda mais complexo. Ela

pode conduzir níveis de significados como: atributos, benefícios, valores, cultura,

personalidade e usuário. O autor ainda ressalta que se uma empresa trata a marca apenas

pelo nome, comete a falha de não lhe dar destaque. O desafio da definição de marca é

desenvolver um conjunto profundo de significados a ela. Quando esta obtém uma audiência

pode visualizar as suas seis dimensões, ela pode ser denominada de profunda; caso

contrario trata-se de uma maracá superficial.

Dados os seis níveis de significados de uma marca, as organizações devem

decidir que nível ou níveis ancorar profundamente as identidades de suas marcas. Neste

sentido Kotler (1998) afirma que é um erro promover apenas atributos da marca, sendo que

em primeiro lugar o comprador esta mais interessado nos benefícios do que nos atributos,

em segundo, os concorrentes podem facilmente copiar nossos atributos e em terceiro, os

tributos atuais podem ser desvalorizados depois, prejudicando a marca que estiver

relacionada aos seus atributos específicos. Porém promover uma marca apenas em um ou

mais benefícios pode ser arriscado.

Os significados mais consistentes de uma marca são seus valores, cultura e

personalidade. Eles definem a essência da marca.

5.5.2. Preço

Todas as organizações que visam o lucro e muitas que não visam estabelecem

preços para seus produtos ou serviços, porém não existe outro componente do composto de

marketing que mais encante as organizações do que a precificação.

Através da história, os preços têm sido fixados por compradores e vendedores

que negociam entre si, os vendedores pedem um preço acima do que esperam receber e os

compradores oferecem menos do que esperam pagar, e através da negociação, chegam a um

preço mutuamente aceitável.

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97

Para Ferrell, Hartline (2005) há pelo menos três razões para a atenção que é

dada a precificação. Sendo a primeira: a equação da receita é bastante simples; ela é igual

ao preço vezes a quantidade vendida. Existem apenas dois caminhos para a empresa

aumentar a receita: aumentar o preço ou aumentar o volume de produtos vendidos. A

segunda razão para que a empresa se enamore da precificação é ser esta uma das variáveis

de marketing mais fáceis de mudar, embora que as mudanças feitas no produto e em sua

distribuição ou promoção possam levar meses ou até mesmo anos, já as mudanças de preço

podem ser executadas imediatamente, em tempo real. Já a terceira razão para a importância

da precificação é que as empresas têm muito trabalho para descobrir e antecipar as

estratégias e táticas de precificação das organizações rivais, rastrear os preços dos

concorrentes é vital para manter a competitividade da empresa e de sua oferta e produto.

O preço é o único elemento do composto que gera receita e lucro; os outros

elementos geram somente o custo. Para Kotler (1998) o preço é também um dos elementos

mais flexíveis do composto de marketing pela facilidade em que ele pode ser modificado.

Ao mesmo tempo, o estabelecimento do preço e a concorrência de preço são os principais

problemas enfrentados por muitos executivos da área, todavia muitas organizações não

lidam bem com o preço, os erros mais comuns cometidos são os seguintes:

Preços muito orientados para custos;

Preços não revisados não o suficiente para capitalizar as mudanças de

mercado;

Preços estabelecidos independentemente dos demais componentes do

composto de marketing, em vez de ser assumidos como um elemento

intrínseco da estratégia de posicionamento de mercado;

O preço não suficientemente variado para itens de produtos, segmentos de

mercado e ocasiões de compra diferentes.

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98

5.5.2.1. O Papel da Precificação na Estratégia de Marketing.

O fato de os preços serem fáceis de mudar não significa que a maioria das

empresas faça um bom trabalho em termos da fixação dos mesmos. Muitos dos fabricantes,

atacadistas e varejistas prontamente admitem que se preocupam mais com o preço do que

realmente gerenciam uma estratégia de precificação.

A precificação deve levar em conta, a forma como se encontra o mercado e a

demanda pelo produto, comparando o preço do produto com produtos concorrentes;

comparação do custo de fabricação e avaliação da forma como o consumidor percebe o

preço do produto em relação ao preço do produto concorrente. Por tanto, os pequenos

empresários devem está atentos para estratégias simples, como rever os preços com

frequência para capitalizar mudanças no mercado, pensar no preço como elemento de

estratégia no mercado, mudá-los de acordo com diferentes itens de produtos, ocasiões de

compra, personalizá-los com base no valor e nos custos dos segmentos, ou seja, o preço

deve estar sempre favorável a decisão de compra do cliente e também suficiente para gerar

lucros a empresa, deve haver um meio termo onde os dois lados saiam a ganhando.

5.5.2.2. A Perspectiva do Vendedor do Comprador na Precificação

Por sua própria natureza, aqueles que vendem tendem a inflar os preços porque

querem receber o máximo possível em troca com o comprador.

Uma sólida estratégia de precificação deve ignorar sentimento de

valor e, em vez disso, focar os fatores de mercado que afetam o

processo de troca. Da perspectiva do vendedor, quatro questões

fundamentais tornam-se importantes em estratégia de precificação:

(1) custo, (2) demanda, (3) valor do consumidor e (4) preços dos

concorrentes. (FERRELL, HARTLINE, 2005, p. 218).

O custo é uma importante consideração em qualquer estratégia de precificação.

A empresa que não consegue cobrir tanto os custos diretos, quanto os custos indiretos não

terá lucro. As empresas ganham dinheiro com a margem de lucro, mesmo que um tanto

pequena, é vital para a viabilidade da empresa. Para Ferrell, Hartline (2005) a maioria das

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99

estratégias de precificação inteligentes incorpora uma margem de lucro-alvo como se fosse

um custo. Sendo assim, quando a disponibilidade do produto é limitada, as empresas devem

levar em consideração dos custos de oportunidades em sua estratégia de precificação. Os

autores ainda ressaltam que a demanda de mercado também é uma questão fundamental em

estratégia de precificação.

Em certos casos a essa estratégia deve abranger mais do que produto e seu

preço. O impacto final ou valor entregue ao consumidor geralmente é uma questão

importante na fixação de preços viáveis.

Sob muitos aspectos, a perspectiva do comprador na precificação é o oposto da

perspectiva do vendedor. Onde os vendedores tendem a elevar os preços, compradores

geralmente vêem os preços como sendo os mais baixos do que esta sendo ditado pela

realidade do mercado.

Para os compradores, o preço é o que será dado em troca por um

produto. O mais importante para a empresa que vende, e para o

desenvolvimento da estratégia de precificação, é determinar de

quanto o comprador irá dispor. As empresas também devem

reconhecer que os compradores dispõem de muito mais do que seu

dinheiro quando compram bens e serviços. Da perspectiva do

comprador, duas questões fundamentai determinam a estratégia de

precificação para a maioria das empresas: (1) o valor percebido e

(2) a sensibilidade ao preço. (FERRELL, HARTLINE, 2005, p.

218).

O que os compradores dão em troca de um produto depende em grande parte do

valor que percebem no produto. Ao entendermos as relações entre os componentes de da

equação do valor, empresa se encontra em posição muito melhor para estabelecer preços

que os consumidores vêm como sendo justos. Ferrell, Hartline (2005) ressaltam que

diferentes compradores diferentes mercados-alvos têm diferentes perspectivas de valor.

Embora o preço monetário seja certamente fundamental, alguns compradores dão mais

importância a outros elementos da equação de valor.

Devemos sempre considerar também que para outros compradores, o bom valor

tem a ver com conveniência. A importância do valor destaca uma importante consideração

na estratégia da precificação: as percepções de preço do comprador estão intimamente

ligadas a outros elementos do composto de marketing. Consequentemente, as empresas

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100

devem sempre lembrar que qualquer mudança no preço terá repercussões em todo o

programa de estratégia de marketing.

5.5.2.3. Estabelecimento de Preço

Uma organização deve estabelecer um preço pela primeira vez quando

desenvolve ou adquire um novo produto. Ela deve decidir onde posicionar seu produto em

termos de qualidade e preço.

Para Kotler (1998) eles podem posicioná-lo no centro do mercado, três níveis

acima ou três níveis abaixo, obtemos então os seguintes sete níveis: definitivo, luxo,

necessidades especiais, médio, facilidade e ou conveniência, convencional e ou mais barato

e orientado para preço. Assim, em muitos mercados, há uma marca definitiva (padrão de

ouro), seguido pela marca de luxo, abaixo vem às marcas que atendem a uma necessidade

especial, na posição media são marcas que estão em grande número. Uns níveis abaixo

estão às marcas que fornecem, principalmente, o benefício funcional, abaixo estão às

marcas que, embora mais baratas, têm desempenho satisfatório. Na posição inferior estão as

marca cujo único apelo é o preço. Com este esquema o autor nos demonstra que os setes

níveis de posicionamento de produtos podem não concorrer entre si, mas penas dentro de

um determinado grupo, contudo pode haver concorrência entre os segmentos preço-

qualidade.

5.5.2.4. Seleção do Objetivo de Preço e Determinação da Demanda

O primeiro passo que a organização deve decidir é sobre o que deseja realizar

com um produto específico. Se ela selecionou cuidadosamente seu mercado alvo, sua

estratégia de composto de Marketing, incluindo preço ela estará no caminho correto.

Kotler (1998) afirma que quanto mais claros os objetivos de uma organização,

mais fácil será o estabelecimento do preço, assim ela pode perseguir qualquer um entre seis

grandes objetivos através da fixação de preço entre elas: sobrevivência, maximização do

lucro, faturamento, do crescimento de vendas, da desnatação de mercado ou liderança de

produto-qualidade. Sendo eles citados abaixo.

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101

Sobrevivência: as empresas perseguem a sobrevivência como principal

objetivo como principal quando enfrentam o excesso de capacidade de

produção, concorrência intensa ou mudança nos desejos dos consumidores;

Maximização do lucro: muitas empresas tentam estabelecer o preço que

maximizar o lucro atual. Estimam a demanda e os custos associados a preços

alternativos e escolhem aquele que produz lucro máximo, fluxo de caixa,

positivo ou alta taxa de retorno sobre o investimento,

Maximização do faturamento: algumas empresas estabelecem um preço

para maximizar o faturamento. A maximização do faturamento requer

apenas a estimativa da função da demanda;

Maximização do crescimento de vendas: outras organizações desejam

maximizar as vendas unitárias. Acreditam que um maior volume de vendas

levará a custos unitários e lucro maiores a longo prazo. Estabelecem um

preço mais baixo, assumindo que o mercado é sensível a preço. Esta prática

é denominado preço de penetração no mercado.

São três as condições que favorecem o estabelecimento de um preço baixo: (1)

o mercado é altamente sensível a preço e este baixo estímulo maior crescimento do

mercado; (2) os custos de produção e distribuição caem com a experiência acumulada de

produção; e (3) um preço baixo desencoraja a concorrência real ou potencial.

Maximização da desnatação do mercado: muitas empresas favorecem o

estabelecimento de preços altos para desnatar o mercado.

O desnatamento do mercado faz sentido nas seguintes condições: (1) um

número suficiente de compradores que apresenta alta demanda; (2) o custo unitário de

produção para pequenos volumes não é muito alto o ponto de anular a vantagem de cobrar

um preço que o mercado suporte; (3) o alto preço inicial não atrai mais concorrentes; (4) o

preço alto da idéia da imagem de um produto superior.

Liderança de produto qualidade: uma organização pode visar a liderança

de produto-qualidade no mercado. A estratégia de preço alto/qualidade

proporciona à empresa taxa retorno acima da media;

Outros objetivos de preço: as organizações públicas e as que não visam o

lucro podem adotar alguns outros objetivos de preço.

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102

5.5.2.5. Análise de Ofertas e Preços dos Concorrentes

Dentro de uma variedade de preços possíveis determinados pela demanda de

mercado e custos, os custos, preços e possíveis reações de preços dos concorrentes ajudam

a empresa a estabelecer em que nível fixar seus preços.

Para Kotler (1998) desde que a empresa esteja consciente dos preços e das

ofertas dos concorrentes, pode usá-los como ponto de referência para o seu próprio preço.

Se sua oferta for similar a do principal concorrente. Se ela for inferior, não poderá cobrar

mais do que o concorrente. Se for superior, poderá cobrar mais.

Entretanto, a empresa também deve estar consciente de que os concorrentes

podem responder mudando seus preços.

5.5.2.6. Seleção de um Método de Estabelecimento de Preço.

Dados a programação de demanda dos consumidores, função custo e preço dos

concorrentes, a empresa estará preparada para selecionar um preço. Este estará entre um

que seja muito baixo para gerar demanda suficiente.

Kotler (1998) resume as três principais considerações envolvidas no

estabelecimento de preço sendo elas: custo de produto, preços dos concorrentes e dos

produtos substitutos e características exclusivas do produto. Os custos sinalizam um piso

para o preço. Os preços dos concorrentes e de bens substitutos fornecem um ponto de

referência que a empresa tem que considerar ao estabelecer seu preço. A avaliação dos

compradores sobre as características exclusivas do produto da empresa estabelece o preço-

teto.

Existem várias maneiras de se calcular o preço de um produto Kotler (1998) da

uma visão geral de como o mesmo pode se apresentar, considerando-se os seguintes

métodos: preço de markup, preço de retorno-alvo, preço de valor percebido, preço de

mercado e preço de licitação. Segue algumas considerações sobre cada um desses métodos.

O método de markup é um dos mais fáceis de se lidar. Basta que seja

acrescentado uma parte fixa ao custo do produto. Vários profissionais lidam com esta

maneira de se chegar a um preço ideal. Até que ponto isso é possível? Kotler (1998) aponta

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103

que é impossível tal êxito se não forem consideradas a demanda, a concorrência e o valor

percebido na hora de sua determinação. Apesar disso, aponta as razões que fazem com que

esse método tenha tanta simpatia no meio empresarial.

Os vendedores são mais seguros sobre os custos do que sobre a demanda;

quando todas as empresas na indústria utilizam esse método, os preços

tendem a ser similares e a concorrência entre os preços é minimizada; muitas

pessoas acreditam que o preço acima do custo é mais justo tanto para os

consumidores quanto para os vendedores.

A equação de custo unitário do fabricante é dada por:

Custo unitário = custo variável + custos fixos

Unidades vendidas

Preço de markup dado por:

Preço de markup = custos unitários ____

(1 – taxa de retorno desejado sobre vendas)

Outro método a considerar é o de preço de retorno-alvo. Este método considera

o retorno sobre o investimento (ROI). É usado fundamentalmente por empresas de maior

porte podendo ser calculado pela seguinte fórmula:

Preço de retorno-alvo desejado = custo unitário + retorno desejado x capital investido

Unidades vendidas

Preço no valor percebido é outra maneira que as empresas encontraram para

basear seu preço de venda. O cliente terá um peso fundamental nessa nova maneira de tratar

o preço do produto. Nesse sentido, volta-se aquele raciocínio de saber quanto cada

comprador está realmente disposto a pagar por um determinado bem. Tudo irá depender

dos benefícios a mais que ele espera receber em troca do valor que o bem lhe concede.

Para que os consumidores percebam esse algo a mais nos produtos são

introduzidos alguns elementos no mix de marketing, que promovam uma interação maior

com o consumidor. Esse tipo de abordagem, o custo deixa de ser o fator chave para se

chegar ao melhor preço.

Page 106: Meu Tcc Completo

104

Quando se considera um preço de valor, o que se torna fundamental é a

excelente qualidade que o produto oferece quando comparada ao preço, ou seja, preço

baixo para um produto de alta qualidade. Nesse tipo de raciocínio, o que o consumidor tem

em mente é valorizar ao máximo a quantia que está disposto a pagar por um determinado

bem, mesmo tratando-se de um bem de alta qualidade. Deste modo a estratégia é

imprescindível que a empresa tenha consciência que isso só será um bom negócio se ela

conseguir minimizar custos frente à concorrência.

No preço baseado no mercado, o que interessa para a empresa é saber como a

concorrência está se comportando na determinação dos seus preços. Poderá adotar um

preço acima, abaixo ou da mesma forma que a concorrência. A variação dependerá de

como funciona o mercado em que o produto está inserido. Tem a vantagem de proporcionar

um melhor conhecimento do setor, favorecendo uma política de preços mais justa.

Finalmente, temos o preço de licitação, que ocorre quando as empresas

participam de licitações. Muito comum no setor público. Nessa situação, as empresas não

levam em conta o custo ou a demanda. Também não podem colocar seus preços abaixo dos

custos, mas deverão ter o cuidado ainda de não colocar seus preços muito acima dos custos,

sob pena de perder a licitação.

Mesmo optando por qualquer dos métodos acima, a empresa deve também levar

em consideração outros fatores quando da determinação do preço de venda, quais sejam:

preço psicológico, estratégia geral de marketing, qualidade do produto, fundamentalmente,

e fatores externos ao ambiente.

Quanto ao custo, que representa um dos principais elementos quando se

determina o preço de um produto, faz-se necessário elaborar algumas considerações ao seu

respeito. A importância de se conhecer os custos dos negócios nos dias atuais se faz

necessário primordialmente devido à alta competitividade vigente nos mercados. Hoje, são

vários os concorrentes vendendo o mesmo tipo de produto, consequentemente, terá maiores

chances aquele que estiver mais bem informado. Deverá, pois, estar a par de sua política de

preços, da sua margem de contribuição, da análise da estrutura de seus custos fixos, prazos

de compras e vendas e muitas outras análises, dependendo do tamanho e do tipo de

negócio, para que possa com tais informações maximizar seus resultados. Entretanto

Ferrell, Hartline (2005) consideram o custo total compreendido em três itens: custo de bens

Page 107: Meu Tcc Completo

105

ou serviços; custo de venda e custo de despesas gerais. De acordo com esses autores, para

que uma empresa maximize resultados, necessita adotar um preço que cubra tais custos e

tenha um lucro padrão. Também chamam a atenção para os custos variáveis totais e para os

custos fixos totais. Os primeiros aumentam quando há um aumento na mesma proporção da

quantidade comercializada. Quanto aos custos fixos, independentemente da quantidade

vendida, mantêm uma constância. A pequena empresa precisa conhecer bem esses custos

para poder tratá-los de forma diferenciada quando for praticar um preço que considera

adequado. Agir dessa forma, na visão desses autores, significa basear seu cálculo num

preço médio, acontecendo quando o custo total em um período anterior é dividido pela

quantidade vendida no período atual. Esse custo irá determinar o preço hoje.

5.5.2.7. Adaptação do Preço.

Muitas vezes as empresas não estabelecem um preço único, mas elaboram uma

estrutura de preços que reflitam nas variações na demanda geográfica e nos custos, as

exigências de dos segmentos de mercado, a época da compra, volume de pedidos e outros

fatores. Kotler (1998) através desses fatores obtemos como resultado os resultados dos

descontos, concessões e gastos promocionais, uma empresa, raramente, realiza o mesmo

lucro em cada unidade do produto que vende.

5.5.2.8. Preço geográfico

Esta estratégia envolve a decisão da empresa em como estabelecer o preço de

seus produtos para consumidores localizados em diferentes localidades ou paises. Um outro

problema é se a empresa deve cobrar preços maiores para consumidores localizados mais

distantes para cobrir os custos mais elevados de transporte e o risco de perder dinheiro.

Ferrell, Hartline (2005) ressaltam que o preço geográfico é baseado em custos

de transporte ou na distância entre o vendedor e o comprador.

As organizações geralmente declaram preços em termos de reduções ou

aumentos baseados em custos de transportes ou na distancia física real entre o vendedor e o

comprador.

Page 108: Meu Tcc Completo

106

5.5.2.9. Descontos Concessões

As maiorias das empresas modificam seu preço básico para recompensar os

consumidores que pagam pontualmente, os clientes que adquirem os produtos de baixa

estação e os que compram em grande volume.

Definem desconto e concessões como concessão aos compradores,

reduções de preço, incluindo desconto descontos por pagamentos

em dinheiro, desconto por pagamentos em dinheiro, descontos por

quantidade, descontos sazonais ou recompensas comerciais por

participações em propaganda ou em programas de suporte de

vendas. (FERRELL, HARTLINE, 2005 p. 245)

Kotler (1998) ressalta que muitas organizações estão tão preocupadas em

garantir descontos, concessões e condições especiais a seus revendedores e consumidores

que podem deixar de perceber o pequeno lucro que isso representa. Elas devem mensurar o

custo de cada desconto ou concessão em relação ao mercado em relação a seu impacto na

geração de venda.

Kotler (1998) apresenta cinco tipos de descontos sendo eles:

Desconto para pagamento à vista: trata-se de reduzir o preço aos

compradores que pagam pontualmente, ou a vista. Estes são comuns em

muitos setores e atendem ao propósito de melhorar nas organizações sua

liquidez, reduzindo assim o custo com cobrança e as perdas com devedores

duvidosos.

Desconto por quantidade: é uma redução concedida aos compradores que

adquirem em grande volume.

Desconto funcional: são denominados como descontos comerciais, estes são

oferecidos pelo fabricante aos membros do canal de distribuição de seus

produtos se estes exercerem certas funções como venda, armazenagem e

controle de estoque.

Descontos sazonais: trata-se de uma redução de preço para compradores que

adquirem mercadorias ou contratam serviços fora da estação, este permite

que o vendedor mantenha estabilizado durante todo ano.

Page 109: Meu Tcc Completo

107

Concessões: são outros tipos de redução do preço de lista. As concessões

promocionais são pagamentos ou reduções de preço para recompensar os

revendedores pela participação em campanhas de propaganda e de apoio a

vendas.

5.5.2.10. Preço Promocional

As organizações utilizam varias técnicas de fixação de preço para estimular a

compra antecipada. Kotler (1998) apresenta alguns modelos de preços promocionais entre

eles estão: preço isca, preço de ocasião, cupons de desconto, financiamentos a juros baixos,

maior prazo para pagamento, garantia e contrato de serviços e desconto psicológico.

As estratégias de preço promocional é um jogo arriscado, caso funcionem os

concorrentes rapidamente as copiarão e elas perderão a eficácia para a empresa individual,

mas em caso de não funcionarem, geram um grande desperdício de dinheiro que a

organização poderia alocar em outras ferramentas de impacto permanentes, como melhorar

a qualidade do produto e melhorar a imagem do produto e ou serviço através da

propaganda.

5.5.3. Administração dos Canais de Marketing

Os fabricantes, em grande parte, não vendem seus produtos diretamente aos

consumidores finais. Entre um extremo e outros existem muitos intermediários, cada um

realizando funções específicas.

Para Kotler (1998), esses intermediários constituem um canal de marketing,

também chamado canal comercial ou canal de distribuição. Segundo (Coughlan et al., 2002,

p.20) “[...] um canal de marketing é um conjunto de organizações interdependentes

envolvidas no processo de disponibilizar um produto ou serviço para uso ou consumo”. Já

para Ferrell. (2000, p.98), canal de marketing “é um sistema de organizações pelo qual um

produto, recursos, informações e ou propriedade flui de produtores a consumidores”.

Page 110: Meu Tcc Completo

108

Canais de marketing também podem ser definidos como a rota do fornecedor

até o consumidor e seu relacionamento externo com o mesmo, em sua essência é como

produtores e consumidores interagem. Os canais escolhidos afetam as decisões de

marketing. A partir da análise desta interligação envolvendo os componentes do canal,

percebe-se que a atenção que se deve reservar ao preço estabelecido pela empresa e às

decisões sobre a divulgação do produto ou serviço.

Segundo Kotler (1998) as decisões sobre os canais de marketing envolvem

compromissos relativamente de longo prazo, o que resulta na necessidade de parceria

constante.

No gerenciamento do composto de marketing, as maiores dificuldades estão nos

seus canais, os quais podem ser percebidos até mesmo em empresas com grande força em

produtos, preço e promoção. Para que o produto chegue ao consumidor, é preciso

acrescentar as utilidades de tempo, lugar e posse. Somente dessa forma o produto estará

pronto, do ponto de vista da satisfação das necessidades dos clientes. Os canais de

marketing atuam como responsáveis por colocar o produto onde o consumidor deseja.

Kotler (1998) afirma que os fabricantes obtêm diversas vantagens com a

utilização de intermediários:

muitos fabricantes não dispõem de recursos financeiros para comercializar seus

produtos diretamente;

em alguns casos, a comercialização direta simplesmente não é viável; e

os fabricantes que estabelecem seus próprios canais podem obter um retorno

maior investindo mais em seu negócio principal, pois se uma empresa obtém um

retorno de 20% sobre a fabricação e de apenas 10% sobre o varejo, não tem

sentido pensar em estabelecer um varejo próprio.

De acordo com Churchill (2000), as tarefas, ou funções, objetivam tornar o

canal mais eficiente e eficaz. São executadas por produtores ou por vários intermediários,

de acordo com a estratégia do canal. As principais funções dos canais de distribuição são:

a) transacionais - compra e venda de produtos de vários fabricantes para gerar

trocas, podendo tornar os canais mais eficientes;

b) logísticas - movimentação e combinação de bens em quantidades que os tornem

fáceis de comprar; e

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109

c) facilitação – financiamento de transações, graduação de produtos e coleta de

informações de marketing, tornando mais fáceis os processos de compra e venda.

Produtores e intermediários podem trabalhar juntos para criar valor para seus

clientes, por meio de previsões de vendas, análises competitivas e relatórios sobre as

condições do mercado, de modo a descobrir o que os clientes desejam.

Canal de nível zero, ou canal de marketing direto em que um

fabricante vende diretamente para o consumidor final. São

exemplos desse tipo de canal: vendas feita de porta em porta,

reuniões em domicílio com demonstrações (reuniões de vendas),

mala-direta, telemarketing, venda pela televisão, venda pela internet

e lojas do próprio fabricante. (KOTLER, 2000, p. 512).

O fabricante e o consumidor final fazem parte de todos os canais. O número de

níveis intermediários é que caracteriza a extensão de um canal. Kotler (2000, p.512). “Um

canal de um nível conta com um único intermediário de vendas, como um varejista. Um

canal de dois níveis conta com dois intermediários”. O autor ainda defende de que a

extensão de um canal também pode ser afetada pelo porte do fabricante, por sua capacidade

financeira e por seu desejo de controle.

De acordo com Kotler (1998) para projetar um sistema de canal, é preciso

analisar as necessidades do cliente; estabelecer os objetivos do canal; e identificar e avaliar

as principais alternativas do canal. Após definir seu mercado-alvo e o posicionamento

desejado, uma empresa deve identificar suas opções de canal.

Kotler (1998) apresenta três elementos como opção de canal: tipos de

intermediários de negócios disponíveis; número de intermediários; e condições e

responsabilidades de cada membro do canal.

Quando é estruturado um canal é formado por atacadistas e varejistas, o

fabricante espera a cooperação do canal para que haja maiores lucros a cada componente do

canal. Para Kotler (1998), existem três tipos de conflitos de canais sendo:

Vertical significa conflito entre diferentes níveis do mesmo canal.

Horizontal significa o conflito entre membros do mesmo nível de um canal.

Multicanal existe quando o fabricante forma dois ou mais canais que vendem

para o mesmo mercado.

Page 112: Meu Tcc Completo

110

5.5.3.1. Estratégias do Canal de Marketing

A fim de distribuir os produtos com eficiência as empresas precisam avaliar

com critério os tipos básicos de canais disponíveis para atuar. Esta decisão deverá ser

rodeada de cuidados, análises e estudos; pois implicará diretamente na presença dos seus

produtos e ou serviços no mercado, consequentemente nos seus resultados.

Kotler afirma que as estratégias de marketing são “os princípios

amplos pelos quais a empresa espera alcançar uma vantagem sobre

a concorrência, tornando-se atraente aos compradores e conquistar a

plena exploração de seus recursos” (KOTLER, 2000, p.502).

Contudo os canais desempenham um papel de grande importância na estratégia

de marketing pelo fato de servirem como meios pelos quais os produtos e serviços são

deslocados até os consumidores finais. As estratégias de canais podem ser iguais ou mais

importantes do que as outras variáveis estratégicas do composto de marketing (produto,

promoção e preço), como também de suma importância para os objetivos estratégicos da

organização.

Segundos os autores Ferrell, Hartline (2005), Churchill (2000) e Coughlan et

al.(2002) para alcançar tais objetivos de distribuição as empresas precisam concentrar suas

ações em seis decisões básicas de gerenciamento: (1) Qual o papel da distribuição nos

objetivos e estratégias gerais da empresa? (2) Qual o papel da distribuição no marketing

mix? (3) Como os canais de marketing devem ser desenhados para que os objetivos de

marketing sejam atingidos? (4) Quais os tipos de membros dos canais devem ser

escolhidos? (5) Como gerenciar a organização externa de contatos para implementar o

desenho de canal de forma eficaz e eficiente? (6) Como avaliar o desempenho dos membros

do canal?

Diante da impossibilidade de que um fabricante tem em assegurar, que ele

próprio e em sua totalidade, em realizar tarefas e funções relações de troca que dizem

respeito às expectativas dos potenciais compradores. Surge então a necessidade de um

circuito de distribuição para a comercialização de um produto. Logo, o recurso a

intermediários implica, para a empresa, uma perda do controle sobre certos elementos do

Page 113: Meu Tcc Completo

111

processo de comercialização, que os levam a subcontratação de uma parte das funções que,

por ela deveria ser exercida. Do ponto de vista do fabricante, a escolha de um circuito de

distribuição é uma decisão de importância estratégica que deve ser compatível não só com

as expectativas do segmento visado, mas também com os objetivos da organização, além

disso, a escolha de um canal de distribuição é uma decisão difícil de alterar.

5.5.3.2. Participantes do Canal

Após a organização escolher sua alternativa de canal, seus intermediários

devem ser selecionados e posteriormente avaliados.

“Os revendedores num canal de distribuição também são chamados

de intermediários”. A decisão de escolha para utilizar

intermediário(s) ou não é de extrema importância para a atuação da

empresa no mercado como também elemento mais básico da

estrutura do canal. (CHURCHILL E PETER 2005, p.368),

Quando a organização decide em não utilizar intermediários, esta deve verificar

se realmente possui capacidade necessária para vender diretamente aos consumidores,

desempenhando todos os fluxos de canal, essa análise incluiu as condições e instalações de

armazenamento, estrutura da força de vendas para promover e vender os produtos, aptidões

de comunicação e promoção, estruturas para serviços de pós-venda, recursos financeiros

para a manutenção de estoque e a utilização do próprio sistema de pedido e pagamento.

Diante disso, poucas são as empresas que escolhem a venda direta como

modelo de distribuição. Uma vez decidido utilizar intermediários no processo de

distribuição, a empresa escolhe entre intermediários varejistas ou intermediários não

varejistas.

Para Coughlan et al. (2002), algumas perguntas devem ser respondidas para

efetuar tal escolha: (1) Qual o fluxo ou quais os fluxos de canal devem ser desempenhados

pelos intermediários para atender às demandas por prestação de serviços dos usuários

finais? (2) Quais parceiros varejistas ou não varejistas estão dispostos e disponíveis para

participar dos esforços de canal do produtor? (3) Há sinergia na utilização em mais de um

fluxo para um único intermediário? (4) Como os usuários finais efetivamente compram os

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112

produtos? (5) Qual intermediário ou quais intermediários específicos devem ser escolhidos

dentre as opções disponíveis, considerando a escolha de se utilizar um determinado tipo de

intermediário? Portanto, intermediários são os membros dos canais de marketing que

operacionalizam o sistema. O uso de intermediários na distribuição deve ser encarado como

possibilidade de melhorar a eficiência dos diversos processos empresariais, principalmente

os de produção, compra e venda, aumentando a percepção de valor pelos consumidores.

Segundo Churchill e Peter (2005), os intermediários podem realizar as funções

do canal de forma mais eficiente e eficaz, reduzindo, inclusive, o risco de que os produtos

venham se deteriorar ou tornar-se ultrapassados. Para os autores, intermediários habilidosos

não somente conseguem realizar as funções do canal, como também se tornam especialistas

em seus mercados. Já Richers (2000) ressalta ainda que a escolha dos intermediários deve

ser feita levando em consideração a sua localização, eficiência na manipulação dos bens, a

estrutura da força de vendas, os serviços de monitoramento do mercado e a imagem que

esses membros repercutem no mercado.

Para Kotler (2000), os fabricantes devem avaliar periodicamente o desempenho

de seus intermediários em relação a padrões como quota de vendas, nível médio de estoque,

tempo de entrega, troca de mercadorias avariadas e danificadas, cooperação nos programas

promocionais e treinamentos.

5.5.3.3. Sistemas de canais de marketing ou distribuição

Os canais de marketing são dinâmicos. Surgem novas instituições de atacado e

varejo e novos sistemas de canais. Estes sistemas podem ser convencionais, verticais,

horizontais ou multicanal.

Segundo Kotler (1998) um canal de marketing convencional é formado por um

fabricante independente, atacadista(s) e varejista(s). Cada um é uma empresa independente

que busca maximizar seus lucros, mesmo que isso reduza o lucro do sistema como um todo.

Segundo KOTLER (1998), CHURCHILL e PETER (2005) O sistema vertical,

utilizado pela indústria, é formado pelo fabricante, pelo(s) atacadista(s), e pelo(s)

varejista(s), todos atuando como um sistema unificado e centralizado. Neste sistema

encontra-se ainda, o Sistema Vertical Corporativo (SVM corporativo) que mescla estágios

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113

sucessivos de produção e distribuição a cargo de um único proprietário, ou seja: uma única

empresa controla a maior parte do canal, o Sistema Vertical Administrado (SVM

administrado) que coordena os sucessivos estágios de produção e distribuição devido ao

tamanho e ao poder de um dos membros – um membro do canal exerce o poder de

administrá-lo, de forma que as decisões beneficiem todo o canal – e o Sistema Vertical

Contratual (SVM contratual) que consiste em empresas independentes em diferentes

estágios de produção e distribuição que entregam seus programas a contratos para

conseguirem mais economia, redução de custos ou aumento de vendas do que conseguiriam

se trabalhassem sozinhas.

Kotler (1998) define o sistema horizontal de canal, como duas ou mais

empresas não relacionadas unem recursos ou programas para explorar uma nova

oportunidade de mercado. Cada empresa sozinha carece de capital, know-how ou recursos

de produção e marketing para se aventurar sozinha no mercado. Desta forma, estas

empresas podem trabalhar em conjunto em bases permanentes ou temporárias ou criar

ainda uma joint-venture. O mesmo autor ainda ressalta sobre o sistema multicanal ocorre

quando uma única empresa utiliza dois ou mais canais de marketing para atingir um ou

mais segmentos de clientes.

Page 116: Meu Tcc Completo

114

6. METODOLOGIA DE PESQUISA

A caracterização desta seção ocorre pela descrição de todos os métodos

utilizados em cada etapa da monografia, compreendendo desde o levantamento da literatura

ligada ao tema até as formas utilizadas para análise final desta pesquisa.

A elaboração de uma pesquisa é um processo em que, a partir de uma

necessidade se escolhe um tema, define-se um problema e formas para solucioná-los. Nas

pesquisas são utilizadas classificações com base em seus objetivos, e estas pesquisas podem

ser classificadas em três grupos: exploratória, descritiva e explicativa.

A pesquisa exploratória tem o objetivo de levantar características novas onde se

cria a possibilidade de se estabelecer prioridades para os estudos secundários. De seus

objetivos se desenvolvem hipóteses e as preposições que irão redundar as pesquisas

complementares, sendo assim, a pesquisa se esforça para melhor definir novos conceitos a

serem estudados. Sua finalidade é proporcionar informações sobre o assunto:

Que vai investigar;

Facilitar delimitação do tema da pesquisa;

Orientar a fixação dos objetivos e a formulação das hipóteses;

Descobrir um novo tipo de enfoque para o assunto.

Vergara (2003) coloca que a investigação exploratória é realizada em uma área

há qual se tem pouco conhecimento acumulado e sistematizado. Por sua natureza de

sondagem não comporta hipótese que, todavia poderão surgir no final da pesquisa.

O processo de pesquisa envolve precisamente teoria e realidade. A parte teórica

baseia–se em processos metodologias diferenciadas para esta monografia que será

desenvolvida na área de Administração Mercadologia, sobre o tema a Importância da

Gestão Comercial na Obtenção de Resultados a metodologia será utilizada é baseada na

pesquisa bibliográfica através de uma pesquisa exploratória sobre o assunto acima citado.

6.1. Pesquisa Bibliográfica

Segundo Gil (2002, p.44)

A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já

elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos.

Page 117: Meu Tcc Completo

115

Embora em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de

trabalho desta natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente

á partir de fontes bibliográficas. Boa parte dos estudos exploratórios

pode ser definida como pesquisas bibliográficas. As pesquisas sobre

ideologias, bem como aquelas que se propõem a análise das

diversas posições acerca de um problema, costumam ser

desenvolvidas quase que exclusivamente a partir de fontes

bibliográficas.

Ainda segundo o mesmo autor (2002) os objetivos conduzem à realização de

uma pesquisa bibliográfica são a redefinição de um problema, obtenção de informações,

obtenção de dados em reposta ao problema formulado e interpretação de resultados.

Ainda Segundo Gil (2002, p.62) define a partir da decisão encontrada para o

problema devemos estabelecer claramente os objetivos para que os próximos passos da

pesquisa seja satisfatório. O desenvolvimento da pesquisa se da através das seguintes fases.

Determinação dos objetivos

Elaboração do plano de trabalho

Identificação das fontes

Localização das fontes e obtenção do material

Leitura do material

Tomada de apontamentos

Redação do trabalho

O autor ressalta que a principal vantagem da pesquisa bibliográfica é a de

permitir ao investigador a cobertura de teorias de fenômenos muito ampla do que aquela

que poderia pesquisar diretamente.

Pesquisa bibliográfica é o estudo sistematizado desenvolvido com

base em material públicado em livros, revistas, jornais, redes

eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral. Fornece

instrumento analítico para qualquer outro tipo de pesquisa, mas

também pode esgotar-se em si mesma. (VERGARA, 2003 p.48)

6.2. Redação do Relatório

Para Gil (2002, p.142) os relatórios referentes a estudos constituídos de um

único caso tradicionalmente foram elaborados sob a forma de uma narrativa. Estudos que

envolvem múltiplos casos, por sua vez, muitas vezes foram apresentados individualmente,

Page 118: Meu Tcc Completo

116

como narrativas em capítulos ou tópicos separados. Atualmente, porém, verifica-se a

tendência para apresentar os relatórios de pesquisas, envolvendo partes destinadas a

apresentação do problema, à metodologia empregada, aos resultados obtidos a conclusões.

É uma forma de demonstrar que o estudo de caso constitui procedimento cientifico e não

tem propósitos literários.

Page 119: Meu Tcc Completo

117

CONCLUSÃO

O trabalho objetivou discutir o papel e a importância da gestão comercial na

obtenção de resultados, buscando ressaltar interdependência entre as vendas e o marketing.

Desenvolvendo este trabalho e após inúmeras pesquisas e levantamentos

bibliográficos, foi possível verificar que as vendas não são uma atividade isolada, e que esta

depende de uma boa estratégia de marketing, que inclui: produto preço, propaganda,

algumas atividades promocionais e um sistema de distribuição bem elaborado, a promoção

de vendas também é uma atividade de vendas que agrega valor para o comprador, atuando

como um incentivo ou indução a venda. Esta pode ser dirigida para os consumidores

intermediários do canal de vendas, em certos aspectos, ela é o recurso mais amplo de todos

os elementos promocionais, além de sua totalidade nas atividades de comunicação,

incluindo também as atividades que podem ser desenvolvidas pela propaganda e a venda

pessoal, esta por ser dessa forma apresenta muitas vantagens inclusive identificarmos as

principais necessidades dos nossos clientes bem como atendê-los e com a estratégia criar

melhores formas de personalizar o atendimento com grande interatividade e confiança entre

as partes, que o permite o desenvolvimento e a manutenção de fortes relações com os

clientes. A fidelização inicia-se a partir do momento em que o cliente adquire o produto, de

forma que este satisfaça suas necessidades que acaba agregando um valor sobre o produto.

Para isso é necessário que a qualidade não só do atendimento, mas a produto se sobressaía

sobre seus concorrentes. Sendo assim é através da administração de relacionamento pode

tornar a empresa competitiva e conquistar seu espaço em um mercado cada vez mais

concorrido é imprescindível de que ela preste um serviço de qualidade que a diferencie do

restante do mercado. Mas apenas a qualidade não basta; a organização tem que ter uma

interação entre seus colaboradores e seus clientes, isso ocorre a partir do momento que se

faz o uso adequado das ferramentas de marketing de relacionamento com o cliente.

Outro importante fator para o bom desempenho da gestão comercial é o uso do

sistema integrado de marketing, este permite que se tenha o histórico do cliente, assim

como informações necessárias para uma próxima venda.

Mas o fator crucial para qualquer área dentro da empresa é o planejamento

estratégico, este é uma importante ferramenta para tomada de decisões nas organizações,

Page 120: Meu Tcc Completo

118

através deste processo gerencial conseguimos elaborar e manter um ajuste viável entre os

objetivos, experiências e a escassez dos recursos e suas variáveis mutações do mercado, se

principal objetivo e moldar e remoldar os negócios e produtos da empresa com o propósito

de crescimento e lucro.

Considerando também que é através do planejamento, que desenvolvemos

estratégias do composto de marketing, ou seja, a decisão sobre os nossos produtos e como

manter ou criar uma marca para o mercado, o preço ou valor que agregaremos a ele, como

iremos promovê-lo e como iremos posicioná-lo e segmentá-lo ao mercado e por ultimo e

não menos importante qual será a estratégia de distribuição.

Por fim podemos afirmar que a importância da gestão comercial na obtenção de

resultados é nos dias de hoje uma realidade, que tem que ser colocada em pratica todos os

tipos de organização, para que elas ou alcancem ou mantenham a sua competitividade.

Page 121: Meu Tcc Completo

119

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www.dearahujo.ecn.br

www.aicep.pt/pdf/SemMkt_AICEP_JanFev2006_MktRelacional_6.pdf

www.portaldomarketing.com.br

www.administradores.com.br

www.sebrae.com.br

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