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MÉTODOS E TIPOS DE PESQUISA EM
ARTIGOS SOBRE ESTRATÉGIA
PUBLICADOS NO ENEGEP
Miriam Karla Rocha (UFERSA )
Saulo de Tarso Alves Dantas (IFRN )
Aline Soares Dantas (UFRN )
RAFAEL RODRIGUES DA SILVA (IFRN )
Este trabalho tem como objetivo identificar os tipos de pesquisas mais
usuais nos artigos dos Anais do ENEGEP nos anos de 2005 a 2013 os
quais tratem da estratégia como tema principal ou contribua para o
tema em questão para, assim, identificar alguma tendência. Adotou-se
a tipologia proposta por Filippini (1997) e posteriormente utilizada
por Berto e Nakano (1999), para classificar os trabalhos de acordo
com o tipo de pesquisa utilizado, e os resultados foram comparados
aos encontrados por Berto & Nakano nos anais do ENEGEP nos anos
de 1996 a 1998. Os resultados apresentam que os estudos de casos é o
tipo de pesquisa que vêm crescendo mais aceleradamente e já supera,
em quantidade de artigos, os outros tipos de pesquisa na área de
Engenharia de Produção.
Palavras-chaves: Educação, engenharia de produção, métodos de
pesquisa, estratégia.
XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10
Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.
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1. Introdução
Todo e qualquer artigo científico necessita algum método de pesquisa como mecanismo de
desenvolvimento das hipóteses levantadas em seus problemas com a finalidade de comprová-
las apresentando-as em seus resultados.
As pesquisas científicas na área de Engenharia de Produção (EP) podem ser consideradas
recentes quando comparadas à outras áreas da ciência já bem amadurecidas quanto à
construção de novos conhecimentos, em outras palavras, a produção de artigos no campo
teórico/conceitual se destaca. Isso poderia explicar a perceptível ausência de um método de
pesquisa bem estabelecido. A EP se caracteriza por sua multidisciplinaridade surgindo,
portanto, um grande desafio para conseguir classificar os diversos assuntos tratados. As áreas
da Engenharia de Produção vêm tomando forma com diversas mudanças e aperfeiçoamento
ao longo dos anos. Segundo a Associação Brasileira de Engenharia de Produção (ABEPRO),
a Engenharia de Produção, hoje, pode ser divididas em dez sub-áreas que podem ser
consultadas no tópico quatro. A EP ainda não possui tradição na utilização de algum método
em específico, contudo este trabalho mostrará que existe uma tendência que vem se
consolidando ao longo dos anos.
Um assunto de destaque dentre os diversos temas tratados pela EP é a estratégia em todas as
suas formas, a qual envolve todos os outros assuntos da EP em diferentes níveis e frequências.
Segundo Porter (1986), estratégia significa desempenhar atividades diferentes das exercidas
pelos rivais ou desempenhar as mesmas atividades de maneira diferente.
Estratégias podem ser vistas como objetivos que definem os modos pelos quais diversas
ferramentas de gestão são usadas, ou seja, elas regulam a maneira como o conhecimento em
gestão é aplicado em uma organização. A estratégia funciona como uma linha reguladora, um
conceito que engloba todas as funções administrativas existentes em uma organização. A
estratégia funciona como pilar central que unifica múltiplas áreas administrativas existentes
em uma organização (MACEDO et al, 2009). Devido a essa propriedade, este assunto se
tornou de grande interesse de pesquisa por parte dos acadêmicos.
Com o exposto acima, é possível notar que estudos sobre os métodos de pesquisa empregados
nas pesquisas em EP carecem de investigação. Unindo-se a isto o fato da estratégia ser um
assunto inerente a EP, dentro do contexto multidisciplinar em que ela se encontra, fica
evidente que o resultado de um levantamento dos tipos de métodos de pesquisa em artigos,
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que abordam a estratégia como um dos temas principais ou contribui para este tema, pode
revelar a tendência dos métodos aplicados aos estudos dos artigos em EP para os próximos
anos, ou mesmo identificar métodos que já se encontram bem estabelecidos.
Espera-se que o resultado deste trabalho mostre quais são os métodos de pesquisas mais
usados em publicações científicas na área de EP e qual é a tendência para os próximos anos.
Sendo assim, do ponto de vista de seu objetivo, esta pesquisa caracteriza-se como descritiva,
na definição de Gil (2010).
O objetivo, assim, busca identificar os tipos de metodologias de pesquisa mais utilizadas nos
artigos publicados como o tema de Estratégia Organizacional na EP. Tomando-se como
verdade que o Encontro Nacional de Engenharia de Produção (ENEGEP), por ser um
congresso de abrangência nacional, e por seu rigor na avaliação dos artigos submetidos,
representa o estado da arte das pesquisas feitas no Brasil na área de EP, realizou-se um
levantamento dos artigos publicados nos Anais deste encontro. O escopo de tempo analisado
envolveu os anos de 2005 a 2013, ENEGEP’s (2005 a 2013).
Este trabalho pretende comparar os resultados obtidos nos anos de 2005 a 2009 com o
resultado de Berto & Nakano (1999) que realizou uma pesquisa similar. Para tanto, será
utilizada mesma classificação dos métodos de pesquisa, apresentada no referencial teórico,
adotada por esses autores. Berto & Nakano (1999) também comparou seu trabalho com
trabalhos internacionais de mesma finalidade. Este artigo, contudo, procura dar continuidade
ao assunto apenas dentro do escopo nacional.
A organização do presente estudo inicia-se com essa abordagem introdutória, seguida pela
seção 2, fundamentos teóricos, na qual se aborda a área de estratégia empresarial e a matriz
importância-desempenho. A seção 3, método de pesquisa, traz os métodos utilizados durante
o atual estudo. Posteriormente, a seção 4 expõe os estudos de caso realizados nas empresas A
e B dentro das áreas estratégicas escolhidas. Em seguida, os resultados dessas análises podem
ser observados na seção 5. Na seção 6, encontram-se as considerações finais do estudo, além
de sugestões para possíveis trabalhos futuros e finalmente na seção Referências são
apresentadas as bibliografias utilizadas na pesquisa.
2. Fundamentação
Este tópico se faz necessário para elucidar conceitos inerentes aos métodos de pesquisa
realizados e a profissão do Engenheiro de Produção.
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2.1. Tipos de Pesquisa
Conforme Schindler e Cooper (2003, p. 33), “pesquisa é uma investigação sistemática que
visa a oferecer informações para resolver problemas gerenciais”
Utilizou-se a estrutura de pesquisa proposta por Silva, Lima e Costa (2009), esquematizada na
Figura 1, a qual se constitui por oito etapas: seleção da base de dados; seleção e triagem mais
refinada dos artigos sob os critérios apresentados no tópico três; obtenção dos resultados;
comparações feitas com estudos anteriores; e resultados.
Figura 1: Etapas da pesquisa
Fonte: SILVA; LIMA; COSTA (2009)
Os enfoques de uma pesquisa consistem em procedimentos que dirigem toda a atividade de
investigação e servem como diretrizes para a aproximação e focalização do problema ou do
elemento que se tenciona estudar, auxiliando na assimilação dos métodos e tipos de pesquisa
mais apropriados para a solução aspirada ou confirmação de hipóteses. Estão sujeitos á
natureza do problema e dos elementos que o compõe, da fundamentação teórica para o seu
entendimento, e do nível de domínio dos assuntos relativos ao componente de estudo pelo
pesquisador. Intuição na percepção da importância dos dados e das afinidades entre variáveis
é bem vinda. Alteram o contorno de como os planos de pesquisa e investigação são
estruturados, sistematizando e guiando a revisão bibliográfica, a coleta de dados, as análises e
conclusões. (LAKATOS; MARCONI, 1991; CERVO; BERVIAN, 1996).
Como em Berto e Nakano (1999), manteve-se os critérios para a classificação dos artigos que
se dão da seguinte forma.
a) Modelagem: uso de técnicas matemáticas para descrever o funcionamento de um sistema
ou de parte de um sistema produtivo;
b) Simulação: uso de técnicas computacionais para simular o funcionamento de sistemas
produtivos, a partir de modelos matemáticos;
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c) Survey: uso um único instrumento de coleta de dados (em geral um questionário),
aplicado a amostras de tamanho grande, com o uso de técnicas de amostragem e análise
estatística;
d) Estudo de Caso: análise aprofundada de um ou mais objetos (casos), com o uso de
múltiplos instrumentos de coleta de dados e interação entre o pesquisador e o objeto de
pesquisa;
e) Estudo de Campo: outros métodos de pesquisa (principalmente de enfoque qualitativo).
Presença de dados de campo, sem estruturação formal do método de pesquisa. Também
foram classificados como estudo de campo os trabalhos que fizeram uso de entrevistas
(sem o aprofundamento necessário de um estudo de caso), pesquisa participante, pesquisa
ação, tipos específicos de análise, coleta de dados de campo sem estrutura ou declaração
sobre o tipo de pesquisa ou método;
f) Experimento: estudo da relação causal entre duas variáveis de um sistema sob condições
controladas pelo pesquisador;
g) Teórico / conceitual: Discussões conceituais a partir da literatura, revisões bibliográficas.
Modelagens conceituais, baseadas na percepção e experiências do autor.
2.2. Engenharia de Produção
No Brasil, o número de cursos de graduação e pós-graduação em Engenharia de Produção
(EP) vem crescendo de forma acelerada. Atualmente, já existem 358 cursos de graduação em
todo o Brasil, dentre eles, 50 com ênfase em Mecânica, 12 em Civil, 7 em Agroindústria, 6
em Química, e 5 em Elétrica, além de ênfases mais específicas. Este número é um dos
indicadores da vitalidade e da importância desta área para o país (ABEPRO, 2011).
De acordo com sua definição clássica, adotada tanto pelo American Institute of Industrial
Engineering (A.I.I.E.) como pela Associação Brasileira de Engenharia de Produção
(ABEPRO),
"Compete à Engenharia de Produção o projeto, a implantação, a melhoria e a manutenção de
sistemas produtivos integrados, envolvendo homens, materiais e equipamentos, especificar,
prever e avaliar os resultados obtidos destes sistemas, recorrendo a conhecimentos
especializados da matemática, física, ciências sociais, conjuntamente com os princípios e
métodos de análise e projeto da engenharia".
A Engenharia de Produção possui além do conjunto de conhecimentos técnicos relacionados
às áreas de produção, qualidade, economia, produto, estratégia organizacional, conhecimento,
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meio ambiente, pesquisa operacional, ergonomia e segurança no trabalho, também foca a área
da gestão das organizações tornando o profissional valorizado pelas organizações. O
Engenheiro de Produção atua no processo produtivo enquanto que outras engenharias
trabalham mais no desenvolvimento de produtos, dos processos e da tecnologia. Ele trabalha
mais na redução de custos, na melhoria da qualidade dos produtos, na distribuição e na gestão
dos processos de forma geral atuando numa interface entre as áreas das engenharias e das
ciências da administração. Ao passo que a Administração focaliza na questão da gestão dos
processos administrativos, processos de negócio e na organização estrutural da empresa, a
Engenharia de Produção é centrada na gestão dos processos produtivos (FURLANETTO;
NETO; NEVES, 2006).
No Brasil, podem-se distinguir dois tipos de cursos de Engenharia de Produção: os cursos
plenos e os cursos concebidos como habilitações específicas de um dos ramos tradicionais da
Engenharia. O curso pleno concentra boa parte da carga horária profissionalizante no estudo
da gestão da produção, enquanto que os cursos com ênfases específicas dividem essa carga
entre esse estudo e o dos sistemas técnicos normalmente priorizando este último.
(FURLANETTO; NETO; NEVES, 2006)
2.2.1. Áreas de Engenharia de Produção
Diversos enfoques e tipos de pesquisa foram desenvolvidos em Engenharia de produção nos
últimos anos e isso tem contribuído para discussões sobre os temas principais que compõe a
profissão na esfera internacional. Existem cursos de engenharia de produção elétrica, de
produção civil, de produção mecânica, entre outros.
A Engenharia de Produção possui uma diversidade muito ampla de assuntos quando
comparada a outras áreas da Engenharia, e é esta multidisciplinariedade característica
(LOVEJOY, 1996), que faz da Engenharia de Produção uma área em que os métodos de
pesquisa também variem desde métodos quantitativos á métodos qualitativos.
A Associação Brasileira de Engenharia de produção (ABEPRO) divide a Engenharia de
Produção em 10 subáreas que estão relacionadas no Quadro 1.
Quadro 1 – Áreas de Engenharia de Produção
SUBÁREA DEFINIÇÃO
ENGENHARIA DE OPERAÇÕES E PROCESSOS
DA PRODUÇÃO
Projetos, operações e melhorias dos sistemas que criam
e entregam os produtos (bens ou serviços) primários da
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empresa.
LOGÍSTICA Técnicas para o tratamento das principais questões
envolvendo o transporte, a movimentação, o estoque e o
armazenamento de insumos e produtos.
PESQUISA OPERACIONAL Resolução de problemas reais envolvendo situações de
tomada de decisão, através de modelos matemáticos
habitualmente processados computacionalmente.
ENGENHARIA DA QUALIDADE Planejamento, projeto e controle de sistemas de gestão
da qualidade que considerem o gerenciamento por
processos, a abordagem factual para a tomada de
decisão e a utilização de ferramentas da qualidade.
ENGENHARIA DO PRODUTO Compreende desde a concepção até o lançamento do
produto e sua retirada do mercado com a participação
das diversas áreas funcionais da empresa.
ENGENHARIA ORGANIZACIONAL Conjunto de conhecimentos relacionados à gestão das
organizações englobando em seus tópicos, entre outras
coisas, o planejamento estratégico e operacional, as
estratégias de produção.
ENGENHARIA ECONÔMICA Formulação, estimação e avaliação de resultados
econômicos para avaliar alternativas para a tomada de
decisão, consistindo em um conjunto de técnicas
matemáticas que simplificam a comparação econômica.
ENGENHARIA DO TRABALHO Projeto, aperfeiçoamento, implantação e avaliação de
tarefas, sistemas de trabalho, produtos, ambientes e
sistemas para fazê-los compatíveis com as
necessidades, habilidades e capacidades das pessoas.
ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE Planejamento da utilização eficiente dos recursos
naturais nos sistemas produtivos diversos, da destinação
e tratamento dos resíduos e efluentes destes sistemas,
bem como da implantação de sistema de gestão
ambiental e responsabilidade social.
EDUCAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Universo de inserção da educação superior em
engenharia e suas áreas afins; a organização didático
pedagógica, especialmente o projeto pedagógico de
curso; as metodologias e os meios de
ensino/aprendizagem.
Fonte: ABEPRO (2011)
Analisando o Quadro 1, percebe-se que a Engenharia de Produção é muito ampla que
contempla todos ou na pior das hipóteses a maioria dos temas que envolve as indústrias de
bens e serviços.
3. Método de Pesquisa
Foram analisados todos os artigos que possuíam a estratégia como tema central ou
considerados de relevância para a contribuição ao tema compreendendo os anos de 2005 a
2009 do Encontro Nacional de Engenharia de Produção (ENEGEP).
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Os artigos foram selecionados por meio do mecanismo de busca no site dos anais do
ENEGEP. Na aba de busca foi colocada a palavra estratégia e suas derivadas para cada ano
separadamente. Com os trabalhos apresentados pelo mecanismo de busca, foi feita uma
triagem pelos autores para verificar se o artigo estava em consonância com o tema estratégia.
Nos anos de 2005, 2006, 2007, 2008, 2009, 2010, 2011, 2012 e 2013 foram encontrados,
respectivamente, 357, 74, 88, 120, 194, 0, 0, 140 e 138 artigos ao utilizar a palavra estratégia
como referência no buscador da base de dados por se entender que um artigo com o tema
estratégia conteria, no mínimo uma vez, esta palavra. No entanto, vale salientar que nem
todos passaram na triagem, pois não possuíam estratégia como tema central ou de relevância
para esse tema segundo critério dos autores. Portanto, a figura 1 mostra como ficou a
distribuição final dos artigos.
A triagem dos artigos encontrados se utilizou da condição de aceitação a qual seriam
considerados os artigos que se referissem a estratégia como uma diretriz de decisões e que
contivessem ao menos um dos assuntos que seguem:
Alinhamento de operações com uma estratégia
Estratégia de negócio, corporativa, de operações, e de produção
Sucesso estratégico
Planejamento estratégico
Estratégias competitivas ou como diferencial competitivo
Gestão estratégica.
Não foram considerados os artigos que se utilizavam do termo ‘estratégia’ apenas como um
modo de se executar alguma tarefa ou ferramenta de gestão.
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Figura 1 - Distribuição dos artigos em relação aos anos
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
71
61
75
26
82
0 0
5851
Nº
de
art
igo
s
Ano
Fonte: Elaboração própria.
Depois desta triagem os artigos foram classificados baseados na divisão utilizada por Berto e
Nakano (1999), a saber: modelagem, simulação, survey, estudo de caso, estudo de campo,
experimento e teórico/conceitual. Para entender melhor os critérios que traduzem esta
classificação ver a seção dois sobre a fundamentação teórica e a tipologia empregada.
4. Resultados
Neste tópico são apresentados os resultados em relação ao tipo de estudo de pesquisa tendo
estratégia como tema central ou de relevância no artigo.
Na tabela 1 e figura 2, são mostrados os resultados da pesquisa.
Tabela 1: Tipos de pesquisa (2005-2013)
2005 % 2006 % 2007 % 2008 % 2009 % 2010 2011 2012 % 2013 %
Modelagem 1 1,4 4 6,6 8 10,7 1 3,8 1 1,2 0 0 2 3,4 0 0,0
Simulação 2 2,8 1 1,6 2 2,7 0 0,0 1 1,2 0 0 1 1,7 0 0,0
Survey 1 1,4 3 4,9 1 1,3 0 0,0 3 3,7 0 0 4 6,9 4 7,7
Estudo de Caso 29 40,8 17 27,9 25 33,3 14 53,8 40 48,8 0 0 29 50,0 28 53,8
Estudo de Campo 17 23,9 13 21,3 15 20,0 5 19,2 13 15,9 0 0 9 15,5 11 21,2
Experimento 0 0,0 5 8,2 3 4,0 0 0,0 1 1,2 0 0 0 0,0 2 3,8
Teórico / Conceitual 21 29,6 18 29,5 21 28,0 6 23,1 23 28,0 0 0 13 22,4 7 13,5
Total 71 61 75 26 82 0 0 58 52
Fonte: autoria própria
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Figura 2: Tipos de pesquisa (2005 – 2013)
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
Fonte: autoria própria
Os resultados obtidos por Berto e Nakano (1999) são apresentados na figura 3.
Figura 3: Tipos de Pesquisa
Fonte: Berto e Nakano, 1999
Nos anos de 2005, 2007, 2008, 2009, 2012 e 2013 os artigos com o método de pesquisa de
estudo de caso tiveram maior destaque, apenas no ano de 2006 os teóricos conceituais ficaram
em primeiro lugar. O estudo de campo ficou em terceiro lugar em todos os anos, com exceção
de 2013. A modelagem, survey, simulação e experimento obtiveram baixa relevância em
todos os anos.
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Supondo que o resultado da pesquisa realizada neste trabalho pode refletir o comportamento
similar para toda a população de artigos, nota-se um crescimento vertiginoso de artigos
voltados para estudos de caso e uma ligeira queda nas pesquisas teórico conceituais em
comparação com a análise de Berto e Nakano (2009).
Para análise dos dados, foi usado o coeficiente de determinação (R²) que é a proporção da
variação de y observada que pode ser explicada pela variável independente x. No caso
estudado, a variável dependente (y) seria número de artigos publicados e a váriável
independente (x) seria cada ano em questão.
O coeficiente de determinação varia de 0 a 1 e quanto mais alto é o valor de R2, mais o
modelo de regressão linear simples consegue explicar a variação de y.
A Tabela 2 mostra o coeficiente de determinação (R²) entre os tipos de pesquisas em relação
aos anos de 2005 a 2013, no entanto os anos de 2010 e 2011 foram retirados da análise, pois
mostraram um comportamento atípico.
Tabela 2: Coeficiente de determinação (R²)
Tipo de Pesquisa R²
Modelagem 0,16
Simulação 0,38
Survey 0,48
Estudo de Caso 0,09
Estudo de Campo 0,25
Experimento 0,06
Teórico / Conceitual 0,33
Fonte: autoria própria
Todos os tipos de pesquisa apresentam um coeficiente de determinação (R²) abaixo de 50%,
isto significa dizer que variabilidade da variável dependente (número de artigos publicados)
não é explicada de forma satisfatória pela variável dependente (ano).
Apesar da interdisciplinaridade do tema estratégia, não se tem um estudo mais aprofundado
de correlação destes artigos com os demais e, assim, não se pode inferir um resultado preciso
para todos artigos do ENEGEP. No entanto esta análise indica a preferência corrente dos
pesquisadores que publicam no ENEGEP.
5. Considerações Finais
O objetivo proposto foi alcançado na medida em que se apresentou os tipos de pesquisas mais
utilizados pelos pesquisadores nos artigos do ENEGEP. Vale ressaltar que a hipótese do
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problema só poderá ser respondida em plenitude após a análise dos tipos de estudo
encontrados nos artigos deste ano e dos próximos anos para ratificar, ou não. Caso seja
confirmada, será suficiente estudar apenas os artigos relacionados a estratégia para produzir
inferências sobre toda a população.
É importante observar que quando a pesquisa é filtrada para o tema estratégia fica evidente
que o número de artigos classificados como estudo de casos é predominante. Contudo, não se
pode inferir com precisão que os resultados se refletem para toda a população, ou seja, todos
os artigos do congresso. O afunilamento para estratégia foi o meio encontrado para que a
pesquisa fosse feita em tempo hábil e ao mesmo tempo pudesse compreender os artigos de
EP.
No entanto, não se pode ignorar o fato de que houve um crescimento no número de
publicações no ENEGEP sobre os temas medição de desempenho e modelos de gestão, que
estão intimamente ligados à estratégia, nos anos de 1999 e posteriormente concentração de
publicação no período 2002-2004 contendo 46,54% da quantidade total de artigos seguindo de
quantidades bem próximas nos anos posteriores (Ribeiro da Silva; de Lima; da Costa, 2009).
Este trabalho serve de incentivo para que estudos mais aprofundados e mais completos sobre
os tipos de pesquisa utilizados na EP possam emergir completando o presente estudo, dando
continuidade a ele, ou mesmo o corrigindo em pontos que possivelmente não foram
considerados.
REFERÊNCIAS
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em: 23 MAI. 2011.
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CERVO, A C., BERVIAN, P. A Metodologia científica. 4.ed.. São Paulo : Makron, 1996. 203p.
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LAKATOS, E. M.; MARCONI, M.D. A. Fundamentos de metodologia científica. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
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MACEDO, F. M. F. et al. Análise do Processo Estratégico Desenvolvido em Empresas de Construção Civil
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Bookman,Apresentadas em ordem alfabética e de acordo com a norma da ABNT - NBR 6023, detalhada, por
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