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Disciplina de Engenharia de Proteínas Curso de Ciências Biológicas 2º Semestre de 2018 Aula 2: Purificação de Proteínas (revisão) e Determinação de Estruturas (difração de raio-X) Prof. Marcos Túlio de Oliveira [email protected] Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias de Jaboticabal Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”

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Disciplina de Engenharia de Proteínas

Curso de Ciências Biológicas

2º Semestre de 2018

Aula 2: Purificação de Proteínas

(revisão) e Determinação de Estruturas

(difração de raio-X)

Prof. Marcos Túlio de Oliveira [email protected]

Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias de Jaboticabal

Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”

Trabalhando com Proteínas

• Compreensão sobre estrutura e função de proteínas proteínas individuais.

• Separadas de outras de forma pura considerando suas propriedades.

• Proteína pura essencial para que suas propriedades e atividades sejam determinadas.

Análise de Proteínas

• Absorbância;

• Eletroforese em gel desnaturante;

• Western blot (imunoblot).

A280

• A colorimetria é uma técnica que avalia a capacidade dos solutos absorverem a luz em comprimentos de onda específicos.

• A medida da luz absorvida permite interferir sobre a concentração de soluto em uma determinada solução ou material biológico.

Métodos de Quantificação Proteica

Principais ensaios de quantificação de proteínas

Fonte: http://www.labome.com.br/method/Protein-Quantitation.html

Eletroforese de Proteínas (SDS-PAGE)

• Eletroforese: separação com base na migração de proteínas carregadas em um campo elétrico.

• Não é utilizado para purificar proteínas porque afetam sua estrutura e a função.

Eletroforese de Proteínas

• Géis de polímero de acrilamida - poliacrilamida.

• Migração afetada pela massa-carga e forma da proteína.

Eletroforese de Proteínas

SDS-PAGE

• SDS (sodium dodecyl sulfate)

• 1 molécula de SDS para cada 2

resíduos de aminoácidos.

• Contribui com grande carga negativa.

• SDS desdobra parcialmente as proteínas, assumindo forma semelhantes.

Eletroforese de Proteínas

• Método analítico: útil tanto para separar quanto para visualizar proteínas.

• Estimar rapidamente o número de diferentes proteínas presentes em uma amostra ou o grau de pureza.

• Permite determinação da

massa molecular

aproximada.

Eletroforese de Proteínas

• Visualização com Coomassie ou Nitrato de Prata.

• Aproximação da massa

molecular para proteínas

desconhecidas.

Western blot (imunoblot)

Trabalhando com Proteínas

Como purificar uma proteína

Métodos clássicos

Diferença de propriedades das proteínas: carga,

tamanho, ligantes.

Métodos modernos

Clonagem de DNA, sequenciamento

genômico, proteínas recombinantes, etc.

Trabalhando com Proteínas

• Proteína nova precedentes estabelecidos e bom senso.

• Mais de um método de purificação utilizado.

• Escolha do método: empírico.

• Levar em consideração métodos descritos para proteínas semelhantes.

• Iniciar com métodos de baixo custo.

Purificação Proteica: Fonte Proteica

Estratégia Geral para Obtenção da

Proteína Purificada

• Extração Isolamento

1. Material de Partida ------ Extrato Bruto

2. Desintegração celular

Fracionamento

•Solubilidade

•Tamanho

•Carga

•Afinidade Ligação

Separação

Diálise

Ultra filtração

Coluna Cromatografica

Purificação Proteica: Isolamento

Extrato Bruto

Métodos Cromatográficos

• Poderoso método de fracionamento.

• Diferença de tamanho, carga, afinidade de ligação e outros.

• Velocidade da migração depende da propriedade da proteína.

Cromatografia em Coluna

Lehninger, 6ª ed. 2010

Métodos Cromatográficos

Tipos de Cromatografia em Coluna:

o Troca Iônica (Aniônica e Catiônica);

o Gel-filtração ou Exclusão por tamanho;

o Afinidade;

o Cromatografia Líquida de Alta Performance (HPLC).

Blue-Sepharose

C+ Ind S FT W1

0.25 M NaSCN Gradient 0.4-1.2 M NaSCN 1.5 M NaSCN

Fosfocelulose

S FT W1 W2

Gradient 60-100 mM KPO4 150 mM KPO4

1 2 3 4

Coloração com Prata

Yuxun Wang et al. J. Biol. Chem. 1997;272:13640-13646

©1997 by American Society for Biochemistry and Molecular Biology

Western Blot

Proteínas Recombinantes

Cromatografia de Afinidade

Fonte:V. Gaberc-Porekar, V. Menartr, 2001.

Cromatografia de Afinidade – Ni-NTA

Cromatografia de Afinidade – Ni-NTA

Cromatografia de Afinidade – Ni-NTA

Coloração com

Coomassie Blue Western Blot

Cromatografia de Afinidade – Ni-NTA

Coloração com

Coomassie Blue Western Blot

Anticorpos que

reconhecem

Poli-histidina!!!

Como produzir a proteína contendo

a cauda de poli-histidina?

Sistemas de Expressão

Representação Esquemática de um Vetor

de Expressão Procariótico

Fonte: Hanning e Makrides, 1998.

Representação Esquemática de um Vetor

de Expressão Procariótico

Fonte: Hanning e Makrides, 1998.

Representação Esquemática de um Vetor

de Expressão Procariótico

Fonte: Hanning e Makrides, 1998.

6 códons para His (CAT ou CAC)

ou

Inclusão dos códons de His

Representação Esquemática de um Vetor

de Expressão para Células Sf9

Representação Esquemática de um Vetor

de Expressão para Células Sf9

Representação Esquemática – Vetor de

Expressão para Células Humanas

Tags de Fusão de Proteína Comuns

Proteínas Recombinantes então

resolvem dois problemas comuns da

purificação de proteínas nativas:

1 - Abundância

2 - Especificidade pela Coluna

Cromatográfica

Exemplo: a DNA polymerase γ de

Drosophila melanogaster

Nativa Recombinante

Expressão em Sf9

Extrato Celular

Coluna de Fosfocelulose

Precipitação com (NH4)2SO4

Sedimentação em Gradiente de Glicerol

Coluna de Ni-NTA

Quilos de ovos de D. melanogaster

Centrifugação diferencial

Coluna de Fosfocelulose

Precipitação com (NH4)2SO4

Sedimentação em Gradiente de Glicerol

Coluna de DNA-celulose

Extrato Celular Coluna de Octil-sefarose

Coluna de Blue-agarose

Exemplo: a DNA polymerase γ de

Drosophila melanogaster

Nativa vs

Recombinante

Determinação da Estrutura Tridimensional de Proteínas por

Difração de Raios-X

Níveis estruturais das proteínas

Fonte: Lehninger, 2010. 5ªed.

Estrutura proteica

• A conformação tridimensional (3D) depende da sequência de aminoácidos

• A função depende da estrutura

• Cada proteína existe em um ou em pequeno número de formas estruturalmente estáveis

• As principais forças para a estabilização de estruturas são forças não-covalentes

Estrutura tridimensional

• Arranjo espacial de todos os átomos de uma proteína conformação

• As conformações possíveis de uma proteína incluem qualquer estado estrutural que ela possa assumir sem a quebra das ligações covalentes.

• Porém, poucas são as conformações nativas.

• Algumas proteínas são formadas por mais de um complexo polipeptídico (quaternária)

Determinação da estrutura

tridimensional proteica

• O primeiro passo para o estudo sobre as propriedades de um composto orgânico é a determinação de suas estruturas cristalinas.

• Diversas propriedades estão intimamente ligadas à maneira como os átomos estão dispostos pela molécula.

Mas...o que são cristais?

• Cristais são arranjos atômicos ou moleculares cuja estrutura se repete numa forma periódica tridimensional.

• Exemplo: NaCl, cuja estrutura consiste em átomos de Sódio e Cloro dispostos de forma que um átomo de sódio terá sempre átomos de cloro como vizinhos e vice-versa.

Sólidos cristalinos

• Formas regulares e simétricas assim como a ordenação das partículas que os formam.

Como observar os cristais?

• O estudo da estrutura cristalina não é possível através da microscopia óptica.

• Os microscópios ópticos possuem uma limitação

física, ditada pelo comprimento de onda da luz visível.

Como observar os cristais?

• Para resolver objetos tão pequenos quanto proteínas, precisamos usar raios X, que possuem comprimentos de onda na faixa de 0,7 a 1,5 Å (0,07 a 0,15 nm).

Cristalografia de raios-x

• Uma das técnicas mais conhecidas para a determinação dos padrões de uma estrutura é cristalografia por difração de raios-X.

• O primeiro passo é obter proteína com alto grau de pureza!!!

• Segundo, obter cristais!!!

Cristalografia de raios-x

Cristalografia de raios-x

• Raio X incide no cristal, onde parte de sua energia é absorvida e reemitida em todas as direções (cada átomo se torna uma fonte secundária de raios X);

Padrão de difração dos raios x

Fonte: Paula Kuser Falcão.

Cristalografia de raios-x

• Não há lentes que reagrupem os raios X para formar a imagem.

• Ao invés disso, o padrão de difração dos raios X é coletado diretamente e a imagem é reconstruída por técnicas matemáticas.

Cristalografia de raios-x

• A difração de raios-X aplicada à análise de cristais de macromoléculas biológicas tem influenciado a bioquímica estrutural, tendo contribuído para o conhecimento da estrutura 3D de proteínas, ácidos nucleicos, vírus e outras macromoléculas.

Padrão de difração dos raios x

Cristalografia de raios-x

• A quantidade de informação obtida em uma cristalografia por raios X depende do grau de organização estrutural da amostra.

• Informações da estrutura 3D detalhadas precisam de cristais proteicos altamente ordenados.

• Dificuldade em cristalizar várias proteínas.

Cristalografia de raios-x

• O ambiente físico em um cristal não é idêntico ao em solução ou na célula viva.

• Poucas informações são fornecidas em termos de movimentos moleculares no interior da proteína.

A partir da cristalografia de raios-x, é

possível...

• Compreender melhor os princípios básicos da arquitetura proteica;

• Estudar em nível atômico os centros catalíticos de enzimas;

• Compreender a especificidade das reações que as enzimas catalisam;

• Compreender a relação existente entre sequencia primária, estrutura e função.

ESQUEMA DA DETERMINAÇÃO DA ESTRUTURA 3D DE PROTEÍNAS

Exemplo de proteínas cristalizadas

Fonte: Paula Kuser Falcão.

Oliveira et al. 2015. Genome Biol Evol.

Disciplina de Engenharia de Proteínas

Curso de Ciências Biológicas

2º Semestre de 2018

Próxima aula 21/08: Prática – Entendendo Cristalografia

e Visualizando Estruturas Proteicas