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Universidade de São Paulo Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – Curso de Design 1º semestre de 2015 AUP - 0448 – ARQUITETURA E INDÚSTRIA

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Universidade de São PauloFaculdade de Arquitetura e Urbanismo – Curso de Design1º semestre de 2015

AUP - 0448 – ARQUITETURA E INDÚSTRIA

Metodologia de Projeto métodos técnicas

É o estudo dos métodos, técnicas e ferramentas e de suas aplicações à definição, organização e solução e problemas teóricos e práticos (BOMFIM, 1995).

Metodologia de Projeto métodos técnicas

É o processo utilizado para se chegar a uma solução, considerando todas as características e processos pelos quais um produto deverá passar para atender, satisfatoriamente, a funções pré determinadas.

Metodologia de Projeto métodos técnicas

São utilizadas, conforme a necessidade e/ou conveniência, para auxiliar no processo de desenvolvimento do projeto.

Metodologia, métodos e técnicas para o desenvolvimento deprodutos Definição Para o desenvolvimento de produtos, há uma vasta quantidade de métodos etécnicas que permitem enfrentar os problemas e questões que envolvem o entornomaterial dos produtos existentes e em desenvolvimento, mas não se pode dizer quehá um método ou técnica únicos que atendam a todas as situações possíveis. Cada arquiteto/designer se identifica com um método e/ou técnica específica e cadadesenvolvimento projeto implica em uma situação diferente e particular. Cada produto é resultado de um processo de desenvolvimento determinado porcondições e decisões.

Desse modo, a metodologia de projeto não tem o objetivo de estabelecer um únicométodo nem, tampouco, deve ser confundida com receita de bolo a qual, se seguidarigorosamente, permitirá alcançar o resultado previamente estabelecido.

Os métodos apresentam uma estrutura similar Problema: identificação e definição de uma necessidade/oportunidade de projeto.Levantamento de dados: coleta de informações teóricas e de mercado e, subsequente,análiseGeração de alternativas: definição de conceitosSeleção de alternativas: análise, seleção e teste da melhor alternativaDesenvolvimento do produto: produção

Considerações sobre métodos

Métodos servem para auxiliar no desenvolvimento de produtos, aumentando aschances de obter êxito.Não é possível utilizar um método padronizado de planejamento de produto para todosos casos.Métodos podem ser mesclados (e até reinventados) de acordo com a necessidade doprojeto e/ou equipe de desenvolvimento.Quanto mais dispendioso o desenvolvimento do produto, mais detalhado deve ser seuplanejamento, para justificar o investimento.

Alguns métodos utilizados pelos principais autores da área do design

Método de Löbach Processo de solução do problema Processo de desenvolvimento do produtoAnálise do problemaConhecimento do problemaColeta de informaçõesAnálise das informações Definição e clarificação do problema e definição dos objetivos

Análise do problema de designAnálise da necessidadeAnálise da relação social homem-produtoAnálise da relação produto-ambienteDesenvolvimento históricoAnálise do mercadoAnálise da funçãoAnálise estruturalAnálise da configuração (funções estéticas)Análise de materiais e processos de fabricaçãoPatentes, legislação e normasAnálise de sistema de produtosDistribuição, montagem, serviço a clientes, manutençãoDescrição das características do novo produtoExigências para com o novo produto

Geração de alternativasEscolha dos métodos de solucionar problemas Produção de idéias Geração de alternativas

Alternativas de designConceitos do designAlternativas de soluçãoEsboços de idéias, modelos

Avaliação das alternativasExame das alternativasProcesso de seleçãoProcesso de avaliação

Avaliação das alternativas de designEscolha da melhor soluçãoIncorporação das características ao novo produto

Realização da solução do problemaRealização da soluçãoNova avaliação da solução

Solução de designProjeto mecânicoProjeto estruturalConfiguração dos detalhes (raios, elementos de manejo, etc.)Desenvolvimento de modelosDesenhos técnicos, desenhos de representaçãoDocumentação do projeto, relatórios

Método de Archer

1. Fase analítica 1.1 Definição do problema e preparação do programa detalhado1.2 Obtenção de dados relevantes – informações1.3 Preparação de especificações1.4 Com base nestas atividades, realimentar a fase analítica 2. Fase criativa 2.1 Realização da análise e síntese dos dados para preparação das propostas de design2.2 Desenvolvimento de protótipos2.3 Preparação e execução de estudos e experimentos que validem o

design 3. Fase executiva 3.1 Preparação de documentos para a produção

Método de Munari

1. Problema2. Definição do problema3. Componentes do problema4. Coleta de dados (pesquisa de mercado, análise de tarefa,

de posto de trabalho, etc.)5. Análise dos dados6. Criatividade7. Pesquisa de materiais e tecnologia8. Experimentação9. Modelo10. Verificação11. Desenho de Construção12. Solução

Método de Gui Bonsiepe 1. Estruturação do problema projetual 1.1 Detectar uma necessidade 1.2 Avaliar a necessidade 1.3 Formulação geral do problema projetual 1.4 Formulação detalhada do problema 1.5 Subdividir o problema em subproblemas 1.6 Hierarquizar os subproblemas 1.7 Analisar as soluções existentes 2. Projetação 2.1 Desenvolver alternativas 2.2 Verificar e selecionar alternativas 2.3 Detalhar a alternativa escolhida 2.4 Construir o protótipo 2.5 Avaliar o protótipo 2.5.1 Introduzir eventuais alterações 2.5.2 Construir protótipo modificado 2.5.3 Preparar planos técnicos para a fabricação 3. Realização do projeto 3.1 Fabricar pré-série 3.2 Elaborar estudos de custo 3.3 Adaptar o design às condições específicas do produtor 3.4 Produzir em série 3.5 Avaliar o produto depois de lançado no mercado 3.6 Introduzir eventuais modificações

Método de Bomfim 1. Problematização 1.1 Compreensão da necessidade1.2 Descrição dos processos de soluções 1.2.1 Avaliação dos processos1.3. Compreensão do processo definido 1.3.1 Descrição dos subprocessos existentes e possíveis 1.3.2 Avaliação dos subprocessos 1.3.3 Descrição dos sistemas de produtos 1.3.4 Avaliação dos sistemas de produtos 2. Análise 2.1 Levantamento dos produtos do sistema eleito2.2 Análise dos produtos 2.2.1. Avaliação dos produtos 3. Desenvolvimento 3.1 Interação dos fatores do produto 3.1.1 Geração de alternativas dos fatores3.2 Geração de alternativas de produto 3.2.1 Representação das alternativas de projeto 3.2.2 Avaliação das alternativas de produto 4. Implantação 4.1 Meios de representação para o processo de fabricação 4.1.1 Testes de verificação dos protótipos4.2 Produção piloto4.3 Lançamento do produto no mercado 4.3.1 Comportamento do produto no mercado

Método de Asimov

1. Fases Primárias 1.1 Identificação da necessidade1.2 Estudo de factibilidade ou exequibilidade1.3 Projeto preliminar 2. Fases do ciclo de produção e consumo 2.1 Projeto detalhado2.2 Planejamento da produção2.3 Planejamento da distribuição2.4 Planejamento para o consumo2.5 Planejamento para a retirada

Processo de desenvolvimento de produto – principais técnicas

Processo Criativo Brainstorming

Discussão 66 Método 635 Clichês e Provérbios Analogias SinéticaBiônica

Processo Lógico Análise Comparativa de Produtos Concorrentes e Similares

Benchmarking Análise da Função Análise da Tarefa Análise de Necessidade do Mercado Análise MorfológicaDiferencial Semântico

Brainstorming

Atividade desenvolvida para explorar a potencialidade criativa do indivíduo.

Deve ser realizada, preferencialmente, em grupo composto de um líder e cerca de

cinco participantes regulares podendo, também, ter outros convidados.

O líder orienta o grupo, explicando qual o problema.

As sessões podem ser gravadas e as ideias geradas devem ser anotadas.

Entre as questões possíveis de serem tratadas por brainstorming estão:

•Encontrar uma solução para novo produto

•Encontrar uma solução de redesign para produto existente

•Nome para novo material/objeto/produto

•Novas maneiras para embalar um objeto

Esta técnica é composta, geralmente, por sete etapas

1.Orientação: determinação da natureza do problema, que deve ser proposta por escrito,descrevendo-se os critérios para aceitação da solução proposta. A maneira como oproblema é proposto condiciona o trabalho do grupo, que pode se limitar a procurarsoluções restritas ou mais criativas.

2.Preparação: reunião de dados relativos ao problema, como outros produtos existentes,concorrentes, existência de peças e componentes, materiais e processos de fabricação,preços e outros.

3.Análise: exame da orientação á luz dos critérios de aceitação, além de auxiliar nadeterminação das causas e efeitos do problema e, inclusive, se vale a pena prosseguir.

4.Ideação: é a fase criativa, quando são geradas as alternativas para a solução doproblema. O líder do grupo deve estimular a geração de ideias e evitar julgamentos.

5.Incubação: quando a ideação entra numa fase de frustração, a sessão pode ser suspensapor um período (um dia ou mais). Após esse período de relaxamento a solução poderáaparecer mais facilmente.

6.Síntese: análise das ideias, juntando as soluções parciais em uma solução completa doproblema.

7.Avaliação: julgamento das ideias, através da seleção das mesmas com o uso dos critériosdefinidos.

O brainstorming baseia-se no princípio de quanto mais ideias melhor (quantitativo).

As ideias iniciais normalmente são as mais óbvias, mas vão melhorando à medida

que se desenrola a sessão.

Quando ficam estagnadas, deve-se incubar e retomar a sessão em outro momento.

Essa técnica é bastante útil em certos casos, quando se quer uma pesquisa ampla,

mesmo sem muita profundidade.

Algumas derivações: brainstorming clássico;

brainstorming anônimo;

brainstorming didático;

brainstorming destrutivo/construtivo.

BRAINSTORMING CLÁSSICO

Seu objetivo básico é estimular um grupo de pessoas a detectar problemas e produzir

ideias e soluções, de maneira rápida e direta, para questões existentes.

Este grupo pode ter de 4 a 12 membros; é possível, também, aplicá-lo individualmente.

O tempo ideal de cada sessão varia de 30 a 45 minutos.

Há quatro regras básicas:

É proibido criticar

A fantasia é ilimitada

Quantidade precede qualidade

Não há direito de autor

O coordenador inicia a reunião dando orientações sobre princípios e regras. No final da

reunião, é possível revisar todas as ideias e estimular novas sugestões. Finalizada a

sessão, o coordenador deve revisar as ideias e classificá-las em categorias lógicas,

selecionando as mais promissoras.

BRAINSTORMING ANÔNIMO

Os participantes anotam suas ideias anteriormente, as quais são lidas na reunião e

parte-se para o desenvolvimento de novas ideias. Esta variação é utilizada para

problemas ou situações em que os participantes prefiram manter o anonimato das

ideias apresentadas.

BRAINSTORMING DIDÁTICO

Só o coordenador conhece o problema e conduz os membros passo-a-passo.

Exemplo:

1ª sessão - como carregar um objeto que pesa 3 kg?

2ª sessão - como carregar este objeto nas costas?

3ª sessão - como carregar uma pasta escolar nas costas com o peso de 3 kg?

BRAINSTORMING DESTRUTIVO/CONSTRUTIVO

Esta variação serve para detectar em produtos, sistemas, projetos, os aspectos

negativos e posteriormente propor soluções para os mesmos.

Na 1ª fase, são detectadas, através de uma sessão, as falhas do problema em questão,

que podem ser de natureza técnica, formal, estética, institucional, etc.

Na 2ª fase, as falhas são classificadas quanto à natureza e organizadas em grupos.

Um item pode pertencer a mais de um grupo.

Na 3ª fase, são procuradas soluções através de nova sessão para os problemas

encontrados.

Exemplo de aplicação da técnica

O problema apresentado foi o de desenvolver um sistema de embalagens ou

armazenamento para remédios, de tal forma que crianças não tivessem acesso ao

mesmo.

Algumas ideias geradas:

• Guardar os produtos num armário trancado

• Colocar os remédios em prateleiras altas

• Guardar os remédios num cômodo da casa, onde as crianças não tenham acesso

Nota-se um esforço maior da memória do que da criatividade, o que é comum no

início do brainstorming.

Mais ideias...

•Desenvolver um sistema de tampa ou acionamento da embalagem dos produtos de

tal forma que seu conteúdo só seja liberado através de um determinado princípio,

como o segredo de um cofre.

• Criar um sistema de abertura como um quebra-cabeça ou labirinto, cuja solução

acompanha a bula.

• Desenvolver um recipiente adequado, com sistema de fechamento com segredo para

guardar vários remédios, sem necessidade de chaves.

Observa-se o princípio da carona. A primeira ideia é transformada na segunda,

enquanto a terceira propõe uma solução mais simples.

Discussão 66

O objetivo desta técnica é encontrar soluções para um problema muito complexo ou mal

definido. O problema deve ser apresentado ao grupo de maneira mais clara possível,

familiarizando os integrantes da situação/problema. Em seguida, o grupo deve ser

dividido em subgrupos de seis indivíduos. Cada subgrupo delega um coordenador

(secretário) que controla o tempo e anota as propostas. Os participantes discutem

simultaneamente o problema e sugerem propostas de solução num intervalo de seis

minutos.

Este limitado tempo força os indivíduos a pensarem rapidamente e intensamente sobre

o problema. Após este tempo, o grupo maior se reúne e os secretários expõem as idéias e

anotam as dos demais grupos, para que todos tenham conhecimento de todas as

propostas. Em seguida, os subgrupos tornam a se reunir e iniciam com a discussão das

idéias expostas pelos outros grupos e retomam novas discussões por mais 6 minutos.

Este procedimento deve ser repetido até que se apresentem algumas soluções

concretas para o problema.

Método 635

Este método é uma sistematização do processo de caronas do brainstorming

Clássico e seu objetivo é procurar soluções para problemas através de uma equipe

multidisciplinar.

Para a realização desta técnica, em geral são formados grupos de seis

participantes, sendo que um de cada vez registra em um formulário padronizado

três sugestões em um intervalo de cinco minutos. Suas idéias podem ser

apresentadas através de esquemas, textos, gráficos, fórmulas, palavras, etc.

Após este tempo, seu formulário é entregue ao participante ao lado, que analisa as

propostas anteriores e propõe mais três em um intervalo de cinco minutos. Estas

propostas podem derivar de uma ou mais soluções anteriormente propostas ou

totalmente novas e desvinculadas das anteriores. A dinâmica termina quando o

formulário retornar ao participante original. A partir de então, são analisadas as

propostas e são escolhidas as melhores, que serão detalhadas.

  

   À esquerda, modelo de formulário utilizado para desenvolvimento do Método 635. À direita,modelo de um formulário preenchido, cujo problema era desenvolver um relógio portátil comindicação de horas e minutos para cegos, sendo que os princípios de solução deveriamexplorar os sentidos da audição ou tato.

Clichês e Provérbios Clichês e provérbios são ditos populares de diversas origens que podem ser aplicados emdiferentes situações. A técnica consiste em analisar como estes ditos se aplicariam ao problema que se querresolver. Sua vantagem é auxiliar o designer a fugir do pensamento convencional.

A água bate na rocha, mas quem paga é o mexilhão. A bom entendedor, meia palavra basta. A cavalo dado não se olham os dentes. A corda sempre arrebenta pelo lado mais fraco. A fé é a força da vida. A grandes males, grandes remédios. A justiça tarda, mas não falta. A língua resiste porque é mole; os dentes cedem porque são duros. A lua não fica cheia em um dia. A má erva depressa nasce e tarde envelhece. A mentira tem pernas curtas. A morte não espera. A necessidade ensina a lebre a correr. A necessidade faz a lei. A noite é boa conselheira. A prática é a base da perfeição. 

Clichês

A pressa é inimiga da perfeição. A união faz a força. Ações são melhores que palavras. Água mole em pedra dura tanto bate até quefura. Águas passadas não movem moinhos. Amigos, amigos; negócios, à parte. Antes só do que mal acompanhado. Antes tarde do que nunca. Aprenda com o povo, depois o ensine. As rosas caem os espinhos ficam Barco parado não faz viagem. Beleza não se põe a mesa. Cada macaco no seu galho. Caiu na rede é peixe. Candeia que vai à frente ilumina duas vezes.Casa arrombada, tranca na porta. Casa onde não entra sol entra o médico. Cobra que não anda não apanha sapo. Com fogo não se brinca. Da discussão nasce a luz. De algodão velho não se faz bom pano. De grão em grão a galinha enche o papo. 

Clichês

Depois da noiva casada não lhe faltam pretendentes. Depois da tempestade vem sempre a bonança. Devagar com o andor, que o santo é de barro. Diz-me com quem andas dir-te-ei quem és Dois é bom, três é demais. Dois erros não fazem um acerto. Duas cabeças pensam melhor que uma. É leve o fardo no ombro alheio. Em boca fechada não entra mosca. Em casa de ferreiro, espeto de pau. Em terra de cego, quem tem um olho é rei. Errando é que se aprende. Estamos todos no mesmo barco. Gato de luva não apanha ratos. Gato escaldado tem medo de água fria. Gato miador não é bom caçador. Há sempre um chinelo velho para um pé cansado.Uma caminhada de mil léguas começa com o primeiro passo. Uma imagem vale por mil palavras. 

Clichês

Longa viagem começa por um passo. Mais anda quem tem bom vento do que quem muito rema. Mais vale um pássaro na mão do que dois voando. Mate dois coelhos com uma cajadada. Melhor acender uma vela no escuro que praguejar contra a escuridão. Não basta dirigir-se ao rio com a intenção de pescar. Não chore sobre o leite derramado. Não conte com o ovo na barriga da galinha. Não é com palha que se apaga o fogo. Não ergas alto edifício sem fortes alicerces; se o fizeres viverás commedo. Não há que ser forte. Há que ser flexível. Não se ensinam novos truques a velhos cachorros. Não te metas a comprar o que não podes pagar Nem tudo que reluz é ouro. Nunca diga: desta água não beberei! O homem comum fala, o sábio escuta, o tolo discute. O que chega fácil parte fácil. Toda geração ridiculariza a moda antiga, mas segue fielmente à nova. Tudo é bom quando termina bem. Um dia é da caça, outro do caçador. Um grama de exemplos vale mais que uma tonelada de conselhos. Um homem está não onde mora, mas onde ama. Um olho no gato, o outro no prato.

Provérbios

O seguro morreu de velho. O silêncio é de ouro e muitas vezes é resposta. Obra apressada, obra estragada. Para baixo, todos os santos ajudam. Parecer sem ser é fiar sem tecer. Pássaros madrugadores comem as minhocas. Pedra que rola não cria limo. Por fora, bela viola, por dentro, pão bolorento. Pouco se aprende com a vitória, mas muito com a derrota. Pratica o bem sem olhar a quem. Pratique aquilo que você prega. Quando o gato está fora os ratos se divertem. Quanto mais alto, maior a queda. Quem comprar o que não precisa, venderá o que precisa. Quem não tem cão, caça com gato. Quem vê cara não vê coração. Querer é poder. Ri melhor que ri por último. Se fracassar da primeira vez, tente, tente, tente novamente. Se o sapato não apertar, use-o. Se quer manter limpa sua cidade, comece varrendo diante de sua casa.Tal pai, tal filho. Um tostão economizado é um tostão ganho. Uma andorinha só não faz verão. Vão-se os anéis, fiquem os dedos.

Provérbios

Exemplo de aplicação da técnica 1 - Clichês

Um fabricante de rações animais deseja desenvolver uma nova ração para gatos. Considerando que omercado é altamente competitivo, a empresa pensa em explorar alguma solução radicalmentediferente e, para isso, resolveu usar a lista de clichês e provérbios.

Tal pai, tal filho. Imagine o dono do gato como o pai e o gato como o filho. Poderíamos produzir umaração que o próprio dono gostaria de comer. Talvez uma comida pronta, aquecida no fornomicroondas. Talvez diferentes sabores em doses individuais. No sentido mais literal, qual era acomida dos antigos gatos? Podem-se fazer rações com gosto de ratos? Mate dois coelhos com uma só cajadada. Seria exagero fornecer a comida e a bebida na mesmaembalagem? Que tal uma tigela de comida junto com uma tigela de leite, separados por uma divisãoda embalagem?

Quem vê cara não vê coração. Será que os consumidores acreditam que dentro de uma belaembalagem há uma ração bem nutritiva? Talvez seja mais honesto usar embalagem transparentepara que o consumidor possa enxergar o conteúdo.

Se o sapato não apertar, use-o. Os consumidores pagariam um preço adicional por uma raçãoespecial para cada tipo de gato? Isso poderia sugerir uma linha especial para gatinhos e outros paragatos adultos.

Exemplo de aplicação da técnica 2 - Provérbios

A partir do problema verificado de desmame precoce de bebês por suas mães, buscou-se umasolução através de um produto que auxiliasse na tarefa de amamentar. Devido à soluçãoinovadora apresentada, foi necessário utilizar algumas técnicas durante a etapa dodesenvolvimento de alternativas, e a técnica de clichês e provérbios foi utilizada para a criação devários elementos durante o processo criativo. Após a definição de que era necessário quehouvesse tanto um frasco para armazenamento do leite materno, quanto um copo para servireste leite ao bebê, além de massagem manual e outros elementos importantes, buscou-se entãonovas possibilidades para apresentar este produto ao consumidor.

Antes tarde do que nunca. Mesmo que as bombas de sucção tenham seu espaço consagrado nomercado, nunca é tarde para incentivar a massagem manual através de um produto inovador eque beneficia a saúde da mulher e da criança. Desenvolver um produto incentivando a lactante afazer a massagem manual para a coleta do leite materno não seria a solução?

Tudo é bom quando termina bem. Um incentivo da utilização do copinho e não da mamadeirapara que o bebê não largue o seio da mãe seria o ideal? Fazendo com que o produto sejacomplementar à amamentação natural, mas que não cause a substituição dela?

Querer é poder. A massagem manual é o único método que incentiva a produção do leite emmulheres com problemas de baixa produção de leite. Um produto que permitisse que essasmulheres também pudessem amamentar não seria o correto?

Um tostão economizado é um tostão ganho. Projetar um produto de baixo custo em suaaquisição e econômico em sua utilização seria vantajoso para todas as classes sociaisconsumidoras?

Mate dois coelhos com uma só cajadada. Unir o frasco para armazenamento do leite com o daalimentação do bebê transformando os dois em um só produto seria o ideal?

O seguro morreu de velho. Um produto que evitasse a proliferação de microrganismospatogênicos que podem contaminar o leite e prejudicar a saúde do bebê seria a melhor opção desegurança para o bebê. A melhor maneira de prevenir a contaminação do leite seria isolar o seiodo ambiente no momento da ordenha?

Quem vê cara não vê coração. Utilizar um frasco transparente para armazenar o leite e colocar norecipiente uma etiqueta com a data da coleta seria mais seguro? O primeiro procedimentopermitiria que a mãe ou a pessoa que vai alimentar o bebê analisasse o estado do leite, o segundopermitiria o conhecimento da data de validade do leite.

Nem tudo o que reluz é ouro. Os produtos de ordenha por sucção e a mamadeira além de nãoresolverem o problema da lactante, ainda podem prejudicar o aleitamento natural e a saúde dobebê. Desenvolver um produto que não cause esses problemas seria o ideal?

Analogias

Analogia é uma forma de raciocínio em que as propriedades de um determinado objeto sãotransferidas para outro objeto diferente, com certas propriedades em comum. Há diversas maneiras de usar analogias no processo criativo, através de novas aplicações,novas funções ou novas configurações de um produto; podem também ser utilizadas paracriar soluções completamente novas, descobrindo-se como um problema semelhante éresolvido em um contexto diferente. Para utilizar analogias, procure seguir as seguintes regras: Pense na essência do problema, usando estas definições para estimular analogias, sem sefixar na forma atual do produto.

1 - Um abridor de latas é um objeto que remove parte da lata. 2 - Um copo é um recipiente. 3 - O cinto serve para amarrar ou apertar.

Encontre analogias que tenham um elemento ativo ou um movimento associado. Gere umalista de analogias, sem pensar diretamente no problema. Escreva então uma lista deassociações para cada analogia e não faça julgamentos precipitados sobre a importância dasmesmas para solucionar o problema. A partir de então, avalie as potencialidades de cadaassociação para resolver o problema. Existem basicamente quatro tipos de associações para cada analogia realizada: Proximidade - bule-xícara, sapato-meia, girafa-África, mesa-cadeira Semelhança - sapato-tênis, leão-gato, tv-monitor Contraste - gordo-magro, amargo-doce, quente-frio Causa-efeito - chuva-inundação, crise-desemprego, feriado-passeio

Exemplo de aplicação da técnica

Um fabricante de equipamentos para segurança doméstica está pensando em produtos novospara proteger a casa contra arrombamentos. A essência do problema é a "prevenção".

Analogias de“prevenção”

Associações Idéias geradas

Contraceptivos Pílula

Vasectomia

Dispositivo programado e acionado pelo CD-Player ou outro equipamento. Cortar o cabo de alimentação doequipamento. Torná-lo inacessível,recolhendo a ponta para dentro da caixa.

Cinto desegurança

Trava de segurança

Retração automática

Evitar o arrombamento de janelas. Travaautomática das janelas, quando a porta desaída for trancada.

Campanhas Face-a-face

Divulgação ampla

Disparar uma câmera com flash para flagrar orosto do intruso. Espalhar notícias sobre as conseqüências queesperam o intruso.

Coleta salva-vidas

Disparo repentino Dispositivo que dispara as luzes e todos osaparelhos de som no volume máximo.

Sinética

Sinética é uma técnica de criatividade desenvolvida por Willian J.J. Gordon e tem porobjetivo dirigir a atividade espontânea do cérebro e do sistema nervoso para aexploração e transformação de problemas e projetos. A palavra sinética é derivada do grego e significa juntar elementos diferentes,aparentemente não relacionados entre si. A técnica tem como objetivos:• Permitir que o indivíduo perceba a realidade de forma não corriqueira, fazendo comque um grupo de pessoas faça emergir, do nível inconsciente, várias idéias visando àsolução do problema proposto; • Aumentar a consciência e os mecanismos que podem ser utilizados para chegarsoluções novas de um problema; • Obter respostas de qualidade e não de quantidade.

A Sinética é uma espécie de brainstorming, com a diferença de que ao invés daquantidade de idéias procura-se a qualidade. Para tanto, o grupo participante da Sinética deve ser composto por profundosconhecedores de cada aspecto do problema a ser resolvido. Neste caso a criatividade ficareduzida em relação ao brainstorming, tendo em vista que os participantes estãoparametrizados justamente pelas experiências de que dispõem. Ganha-se em qualidade e objetividade, mas perde-se em criatividade.

Exemplo de aplicação da técnica de analogia/sinéticaUm grupo foi solicitado a desenvolver um telhado que tivesse maiores aplicações que os telhadostradicionais. A preparação do problema demonstrou que havia vantagem econômica em ter umtelhado branco no verão e preto no inverno. O telhado branco reflete os raios solares no verão,economizando energia do ar condicionado. O telhado preto pode absorver maior quantidade decalor durante o inverno, economizando energia para calefação. Iniciou-se então a discussão sobre o problema, com o questionamento de que elemento naturalmuda de cor. A partir das indicações, começaram então as análises de que forma tais elementos seutilizavam para tal. A indicação final foi o peixe linguado, que fica branco quando está nadandosobre areia branca e escurece quando sobre o lodo escuro. O integrante do grupo com conhecimento em biologia começou então a descrever o processo. Se não houvesse um especialista, poderia ser realizada uma pesquisa para tal finalidade. A solução final foi a seguinte:

Construiu-se uma analogia entre o linguado e o telhado, onde o material do telhado deveria serpreto, mas com pequenas bolinhas de plástico branco, embutidas nele. Quando o sol incidir sobre otelhado, este se aquece, e as bolinhas brancas se expandem. O telhado então se torna branco. Napele do linguado os pigmentos pretos vêm à tona e no telhado as bolinhas brancas de plástico vêmà superfície, quando o telhado aquece.

Biônica

No campo do design, a biônica pode ser definida como a análise e utilização de sistemas naturais,com seus princípios e características estruturais, formais e funcionais na identificação de princípiosde funcionamento e solução desses processos biológicos, que podem ser aplicados, se devidamenteadaptados, na solução de problemas de projeto através de objetos com formas ou funçõesanálogas. É muito importante que seja realizado um trabalho conjunto com profissionais da zoologia, biologia,tecnologia, cibernética, entre outras áreas, pois um sistema natural precisa ser muito bem analisadopara que seja aplicado com sucesso no design de produto. O estudo de sistemas naturais possibilita encontrar formas e funções de alto desempenho econfiabilidade para ser adaptado e utilizado na configuração de produtos com mais equilíbrio eharmonia. As formas e funções inspiradas na natureza são adequadas para projetar objetos, poispossuem características vastamente testadas e aperfeiçoadas naturalmente. Por este motivo, nãofaz sentido utilizar apenas formas, geometria ou cores encontradas nesses elementos naturais, poisos problemas construtivos não se resolvem imitando formas. É imprescindível que o estudo dossistemas naturais seja aprofundado, através da análise das funções, estruturas e morfologia para aaplicação em soluções de problemas de design.

Exemplo de aplicação da técnica

Desenvolvimento do Velcro.

O Velcro foi criado George de Mestral (1907-1990), inventor suíço.

A partir do exame ao microscópio das sementes de carrapicho presas à sua calça,

analisou como elas se prendiam tão firmemente ao tecido.

Ele viu que pequenos ganchos da semente se entrelaçavam com pequenos laços no

tecido. Mestral identificou então o princípio em que se baseia o carrapicho e em

seguida reproduziu este princípio.

BibliografiaBACK, N. Metodologia do projeto de produtos industriais. Rio de Janeiro: Guanabara, 1983.

BAXTER, Mike. Projeto de produto: guia prático para desenvolvimento de novos produtos. Trad.Itiro Iida. 1a. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 1998. BOMFIM, Gustavo A. Metodologia para desenvolvimento de projeto. João Pessoa:Universitária/UFPB, 1995.

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