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NOVA Medical School

Faculdade de Ciências Médicas

Universidade Nova de Lisboa

Mestrado Integrado em Medicina

Relatório Final de Estágio

Profissionalizante

12 de Setembro 2016 – 2 de Junho 2017

Ana Sofia Martins Rodrigues Aluna nº 2011461 Lisboa, Julho 2017

Relatório Final de Estágio Profissionalizante || Ana Sofia Rodrigues 1

ÍNDICE

INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................................. 2

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ESTÁGIOS PARCELARES

1. CIRURGIA GERAL ....................................................................................................................................... 3

2. MEDICINA INTERNA .................................................................................................................................... 3

3. GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA ................................................................................................................ 4

4. SAÚDE MENTAL .......................................................................................................................................... 4

5. MEDICINA GERAL E FAMILIAR .................................................................................................................. 5

6. PEDIATRIA GERAL .................................................................................................................................. 5

MEDICINA INTERNA – Estágio Clínico Opcional ................................................................................................... 5

PREPARAÇÃO PARA A PRÁTICA CLÍNICA – Integração de Conhecimentos ..................................................... 6

ELEMENTOS VALORATIVOS ................................................................................................................................ 6

REFLEXÃO CRÍTICA .................................................................................................................................................... 6

ANEXOS ANEXO I – ATIVIDADES EXTRA-CURRICULARES – CERTIFICADOS DE PARTICIPAÇÃO

a) CERTIFICADO “CURTOS ESTÁGIOS MÉDICOS EM FÉRIAS” ................................... 11

b) CERTIFICADO “CURSO TEAM” .................................................................................... 12

c) CERTIFICADO “CONGRESSO NACIONAL DE ESTUDANTES DEMEDICINA” ................................................................................................................. 13

Electrocardiograma: Fisiologia e Patologia Básica

Internato médico no Estrangeiro

Técnicas de comunicação: como convencer um público

Avaliação hemodinâmica Invasiva

d) CERTIFICADO “SEXUALIDADE” ................................................................................... 14

e) CERTIFICADO “O MÉDICO DO FUTURO: MESA REDONDA” ................................... 15

ANEXO II – CASUÍSTICA DO ESTÁGIO DE CIRURGIA GERAL ...................................................................... 17

ANEXO III – CASUÍSTICA DO ESTÁGIO DE MEDICINA INTERNA ................................................................ 18

ANEXO IV – CASUÍSTICA DO ESTÁGIO DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA ............................................. 19

ANEXO V – CASUÍSTICA DO ESTÁGIO DE PSIQUIATRIA ............................................................................. 20

ANEXO VI – CASUÍSTICA DO ESTÁGIO DE PEDIATRIA ................................................................................ 21

ANEXO VII – TRABALHOS REALIZADOS NO ÂMBITO PROFISSIONALIZANTE………………...………..…...22


INTRODUÇÃO

O presente relatório tem como objectivo fulcral documentar o estágio profissionalizante do 6º ano do

Mestrado Integrado em Medicina (MIM) da NOVA Medical School do ano lectivo 2016/2017. A estrutura

e conteúdo do mesmo visam obedecer às orientações para a prova final do MIM.

Sendo o 6º ano do MIM um ano profissionalizante, tem como finalidade consolidar, integrar e

complementar os conhecimentos teóricos previamente adquiridos, bem como aprimorar aptidões

práticas e dotar capacidade de auto-aprendizagem, essencial para a prática clínica. O objectivo final é

a aproximação do estudante à prática clínica autónoma que irá dominar a sua vida profissional futura,

através do desenvolvimento de competências inerentes à formação do médico.

Perante isto, delineei competências consideradas fundamentais na graduação em Medicina e

procurei aprimorar, de um modo geral: a técnica de colheita de anamnese e execução do exame

objectivo completo e orientado, com a compreensão do doente como um todo; o aperfeiçoamento do

raciocínio clínico e a execução de procedimentos práticos; as técnicas adequadas de comunicação,

através do estabelecimento das relações interpessoais, com os profissionais de saúde mas também a

relação médico-doente/ médico-doente-família; e, não menos importante, a autonomia referente a

decisões clínicas no que concerne à prevenção, diagnóstico, terapêutica e prognóstico.

O presente relatório visa descrever as actividades realizadas ao longo do 6ºano e destacar a

importância de cada estágio no cumprimento das competências globais definidas, visto os objectivos

específicos de cada estágio parcelar já terem sido avaliados/discutidos nos respectivos relatórios

parcelares. Desta forma, o relatório encontra-se estruturado em 5 partes: a presente Introdução,

seguindo-se uma sumária Descrição das actividades desenvolvidas em cada um dos estágios

parcelares deste ano, descritos por ordem cronológica, bem como na unidade curricular opcional, nas

aulas da unidade curricular de preparação para a prática clínica e nos elementos valorativos. Sucede-

se uma Reflexão Crítica com análise das competências adquiridas / não adquiridas em cada estágio e

uma posição crítica acerca dos mesmos e, termino com Anexos que, a meu ver, contribuíram para

atingir as competências esperadas.

“A função da educação médica pré-graduada é preparar licenciados médicos com atributos profissionais adequados e com um núcleo

de conhecimentos e competências que lhes permita aprender autonomamente ao longo de toda a carreira médica.”

in “O Licenciado Médico em Portugal”


DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

ESTÁGIOS PARCELARES

1. ESTÁGIO DE CIRURGIA GERAL

O estágio de Cirurgia, com a duração de 8 semanas, decorreu no Hospital Beatriz Ângelo, com início

a 12 de Setembro de 2016 e término a 4 de Novembro de 2016, sob a orientação da Dr.ª Rita Garrido.

Foi organizado de forma a 4 semanas decorrem no Departamento de Cirurgia Geral, 2 semanas na

opcional de Unidade de Cuidados Intensivos (UCI), 1 semana no serviço de urgência e 1 semana de

sessões teóricas e teórico-práticas. Acompanhei a minha orientadora nas diversas valências da

Cirurgia Geral, nomeadamente nas consultas externas, enfermaria, serviço de urgência, sala de

pensos e bloco operatório. Esta última valência é indubitavelmente a mais gratificante pois permitiu-me

a participação em alguns procedimentos cirúrgicos como segunda ajudante, com aquisição de novas

competências e um aperfeiçoamento da técnica de desinfecção, tão importante nesta especialidade.

Por um período de duas semanas frequentei a UCI onde acompanhei as actividades quotidianas de

doentes em estado crítico (observação dos doentes, de técnicas invasivas, de exames ecográficos, de

entubações oro-traqueias). Seguiu-se a semana de rotação pelo Serviço de Urgências, onde passei

pelo posto de observação rápida, posto de estadia curta, trauma/SO, área verde/azul e pequena

cirurgia, com oportunidade de assistir à chegada de doentes com sintomas de especificidade e

gravidade variáveis. Durante as 8 semanas acompanhei a visita médica e assisti às reuniões de

serviço, seminários teóricos e teórico-práticos e apresentação de casos clínicos. Apresentei

conjuntamente com 2 colegas, no Minicongresso do Hospital Beatriz Ângelo, um caso clínico intitulado

“Não estou torcido, estou entupido”, que trata de um caso raro, um GIST e redigi o relatório parcelar.

2. ESTÁGIO DE MEDICINA INTERNA

O estágio parcelar de Medicina Interna, sob a orientação da Dr.ª Isabel Madruga, com início no dia

7 de Novembro e término no dia 13 de Janeiro, decorreu no Hospital Egas Moniz. As 8 semanas de

duração do estágio foram organizadas de forma a acompanhar o dia-a-dia de um internista nas

diversas actividades disponíveis no Serviço 1 B de Medicina Interna. Este estágio distinguiu-se dos

restantes pela elevada autonomia que me foi proporcionada, por se tratar de um estágio

extremamente prático, e por ter sido, desde o primeiro dia, integrado como elemento activo nas


actividades clínicas do serviço. Desta forma, frequentei maioritariamente a enfermaria, observando os

doentes internados, com respectiva colheita de anamnese e realização de exame objectivo, registo no

diário clínico, e posteriormente discussão com o médico responsável, requisição de exames

complementares de diagnóstico e instituição de terapêutica e, apresentação dos mesmos na visita

clínica. Também tive oportunidade de assistir a consultas externas, de participar no serviço de

urgência do Hospital S. Francisco Xavier (HSFX) nas diferentes vertentes (salas de observação e

decisão clínica, balcão de atendimento, sala de reanimação), e de acompanhar, semanalmente,

visitas clínicas, reunião de notas de alta, sessões clínicas, sessões formativas e Journal Club.

Apresentei um caso clínico com revisão bibliográfica do tema “Síncope” e elaborei o relatório parcelar.

3. ESTÁGIO DE GINECOLOGIA E OBSTETRICIA

O estágio de Ginecologia e Obstetrícia decorreu durante 4 semanas, tendo início a 23 de Janeiro de

2017 e fim a 17 de Fevereiro de 2017, no Hospital Lusíadas, sob a orientação da Dr.ª Andreia

Rodrigues. A destacar deste estágio a organização do mesmo ao permitir uma visão geral das

actividades desenvolvidas pela especialidade, participando nas diversas valências, quer na

componente médica, quer na cirúrgica. Para isso contribuiu o contacto nos diferentes tipos de consulta

(ginecologia e obstetrícia, infertilidade), bloco operatório, serviço de urgências, ecografias, laboratório e

bloco PMA. Durante o estágio, tive a oportunidade de frequentar o serviço de urgência contactando

com um leque variado de patologias da especialidade de Ginecologia e Obstetrícia, discutindo os

exames complementares a serem prescritos bem como a melhor abordagem terapêutica a instituir. No

final do estágio, fui sujeita a uma avaliação com base na apresentação de um caso clínico e revisão

bibliográfica, do tema “Gravidez ectópica na cicatriz de cesariana” e realizei o relatório parcelar.

4. ESTÁGIO DE SAÚDE MENTAL

O estágio parcelar de Saúde Mental decorreu no Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, sob a

orientação da Dr.ª Sofia Charro com a duração de 4 semanas, com início no dia 20 de Fevereiro e

término no dia 17 de Março. Os dois primeiros dias de estágio decorreram na Faculdade de Ciências

Médicas de Lisboa sob a forma de seminários, leccionados pelo Professor Doutor Miguel Xavier e o

último dia reservado à Avaliação Final também no mesmo local. Nos restantes dias, acompanhei as

diversas actividades do Serviço de Estabilização e Triagem de Agudos, vivenciando o dia-a-dia de um


psiquiatra, onde me foi permitido acompanhar maioritariamente o internamento, mas também assisti a

consultas externas, estive presente no SU do Hospital São José, onde observei doentes em

descompensação psiquiátrica aguda, a sua abordagem diagnóstica e terapêutica e ponderação de

internamento ou referenciação a consulta. Assisti a algumas sessões que contribuíram para a minha

formação pedagógica: sessões e reunião clínica do SETA, sessões do Internato Médico, sessões de

apresentação das NOCs do SNS e outras sessões. No final do estágio efectuei o relatório parcelar.

5. ESTÁGIO DE MEDICINA GERAL E FAMILIAR

O estágio parcelar de Medicina Geral e Familiar decorreu no Centro de Saúde de Alfa Beja, sob a

orientação da Dr.ª Madalena Valente, com início a 20 de Março e término a 21 de Abril de 2017. O mais

gratificante e marcante neste estágio foi a oportunidade de realizar os vários tipos de consultas de

forma autónoma (consulta de Doença Aguda, de Planeamento Familiar, de Saúde Infantil e Juvenil, de

Saúde Materna, de Adultos, de seguimento da Diabetes e da Hipertensão arterial) com execução da

anamnese, exame objectivo e proposta de plano com posterior discussão com a tutora da melhor

abordagem na prescrição de meios complementares de diagnóstico e terapêutica a instituir ou a rever

com vista à optimização. Realizei o “Diário de Exercício Orientado” com posterior avaliação oral.

6. ESTÁGIO DE PEDIATRIA

O estágio de Pediatria, sob a regência do Prof. Doutor Luís Varandas e orientação da Dr.ª Mafalda

Paiva, teve a duração de 4 semanas, tendo decorrido entre o período de 24 de Abril a 9 de Maio de

2017, no Hospital de Dona Estefânia (HDE). Foi-me concedida a possibilidade de acompanhar e

vivenciar o dia-a-dia em algumas das áreas disponíveis ao nível da pediatria: a enfermaria de Pediatria

Geral, o serviço de urgência, as consultas externas de Pediatria Geral, de Imunoalergologia, de

Reumatologia e de Hematologia e as sessões clínicas do HDE. Tive igualmente o privilégio de

acompanhar a Unidade Móvel de Apoio Domiciliário (UMAD) numa manhã. Ao longo do estágio realizei

uma apresentação sobre o tema intitulado de “SAPHO”, uma história clínica sobre um caso de

Bronquiolite, diários clínicos, notas de entrada, notas de alta e o relatório parcelar.

MEDICINA INTERNA – Estágio Clínico Opcional

O estágio opcional de Medicina Interna, com a duração de 2 semanas, decorreu no Hospital Santa

Maria Maior, durante o período do dia 22 de Maio a 2 de Junho de 2017, sob orientação da Dr.ª Marta


Costa. Neste estágio observei/participei nas diferentes actividades pertencentes ao quotidiano da

especialidade: enfermaria, consulta externa, serviço de urgência e sessões clínicas.

PREPARAÇÃO PARA A PRÁTICA CLÍNICA – Integração De Conhecimentos

Esta unidade curricular, regida pelo Prof. Doutor Roberto Palma dos Reis, decorreu entre o dia 15

de Setembro de 2016 a 19 de Janeiro de 2017. As sessões multidisciplinares com cerca de três horas

de duração, apresentadas quinzenalmente, com a visão de diferentes especialidades, privilegiaram o

raciocínio clínico e a integração de conhecimentos, transversais às várias áreas da Medicina.

ELEMENTOS VALORATIVOS

Antes de iniciar o ano lectivo 2016/2017 realizei um Curto Estágio Médico em Férias por um período

de 2 semanas na área da Medicina Interna. No decorrer do presente ano lectivo, assisti e participei nas

seguintes actividades/congressos: Curso TEAM; Congresso Nacional de Estudantes de Medicina, com

participação nos seguintes workshops: “Electrocardiograma: fisiologia e patologia básica”; “Técnicas de

comunicação: como convencer um público” e “Avaliação hemodinâmica Invasiva” e na palestra:

“Internato médico no Estrangeiro”; Workshop: “Técnicas da abordagem da sexualidade”; Mesa

Redonda: “Os médicos do Futuro”. Os respectivos certificados encontram-se em anexo (anexo I).

REFLEXÃO CRÍTICA

O Estágio Profissionalizante, que integra o último ano do curso de Medicina, é indubitavelmente

aquele em que a componente prática enquanto aluna de Medicina se destaca em todos os momentos,

pelo que parti para o mesmo com elevadas expectativas. Findo o 6º ano, é tempo para avaliar as

competências que me propus cumprir tendo em conta cada estágio parcelar individualmente.

O estágio de Cirurgia Geral, de uma forma geral, é um pouco limitado para os estudantes de

medicina, na medida em que apresenta técnicas específicas e exige muitos anos de treino cirúrgico.

Acresce o facto da relação 3 alunos para 1 tutor dificultar a realização de procedimentos cirúrgico

quanto o que considero desejável. Apesar destes aspectos, foi um estágio que se mostrou bastante

produtivo, na medida em que tive a possibilidade de contactar com as diversas vertentes da

especialidade e com as múltiplas patologias que lhe são inerentes. Assim, tive a oportunidade de

assistir/participar em cirurgias distintas, observar doentes em contexto de enfermaria e consultas


externas, com patologias variadas e presenciar os principais motivos de deslocação ao serviço de

urgência (anexo II). Foi muito gratificante ter ficado na opcional de UCI, não só pela diversidade de

patologias observadas mas também porque me remeteu para a importância da decisão médica,

nomeadamente a nível de entubação/extubação, realização de traqueostomias permanentes e realçou-

me que, embora as técnicas invasivas sejam muitas vezes Lifesaving não estão isentas de riscos. Por

último, apesar de maioritariamente ter observado doentes não cirúrgicos durante a semana de

permanência no SU, permitiu-me a aquisição de competências, comportamentos e atitudes que não

são possíveis em doentes na enfermaria, assim como um contacto com certos sintomas e patologias

que surgem apenas em contexto de urgência.

No que diz respeito ao estágio de Medicina Interna considero que este estágio se destacou dos

restantes, não só por ser uma área que cativa a minha atenção, mas também porque marcou a

diferença com o ganho de autonomia que me foi atribuído. Foi sem dúvida, o estágio onde adquiri

maior destreza ao nível de todas as competências propostas, com a atribuição diária de doentes e

posterior registo no sistema informático do diário dos doentes que estavam sob a minha supervisão.

Saliento a capacidade autónoma na colheita de sangue arterial que serviu para aperfeiçoar a técnica

de colheita. Outro aspecto que considero positivo foi a actividade no SU, com o desenvolver da

capacidade de resolução de problemas e pensamento em contexto de maior rapidez. Consegui estar

presente no balcão de atendimento, na sala de observação e decisão clínica e na reanimação, onde

assisti à realização do suporte avançado de vida, declaração da hora de óbito e, posteriormente,

comunicação desta informação à família. Este é um dos aspectos, que apesar de difícil, senti

necessidade de presenciar, já que brevemente serei confrontada com essa situação e nunca tivemos

muita prática a comunicar más notícias ou falar com familiares. Gostaria ainda de ressalvar alguns

aspectos casuísticos que me apercebi ao longo do estágio: é o sexo feminino o mais prevalente em

termos de internamento, enfermaria e ida ao SU, sexo que apresenta maior longevidade; os idosos

foram o grupo etário mais prevalente ao nível destas valências; uma vez que estamos na presença de

uma população cada vez mais idosa e com muitas co-morbilidades, há tendência para a

polimedicação, o que se pode traduzir por mais iatrogenias; no SU mais de metade dos doentes

necessitava de internamento, o que demonstra a gravidade do quadro clínico apresentado (anexo III).


O estágio de Ginecologia e Obstetrícia foi, a meu ver, o estágio em que me foi atribuído menos

autonomia. Foi um estágio sobretudo observacional, onde apenas me foi possibilitada a participação

numa cirurgia e numa cesariana. Apesar destes aspectos negativos, o estágio possibilitou-me uma

visão geral das actividades desenvolvidas pela especialidade, observando as diversas valências, quer

na componente médica, quer na cirúrgica. Para isso contribuiu o contacto nos diferentes tipos de

consulta (ginecologia e obstetrícia, infertilidade), bloco operatório, serviço de urgências, ecografias,

laboratório e bloco PMA (anexo IV).

Quando iniciei o estágio de Saúde Mental serviço SETA no CHPL fiquei muito feliz porque senti

que, por estagiar num hospital psiquiátrico dedicado, com todas as suas características inerentes ao

relacionamento com os doentes, iria conseguir alcançar as minhas expectativas, contactar com uma

realidade clínica, quotidiana e pragmática, que até então não tinha tido a possibilidade de contactar. De

facto, penso que os objectivos referentes a este estágio foram alcançados, com a possibilidade de

observar de perto as patologias psiquiátricas mais prevalentes, em termos de enfermaria, consulta

externa e serviço de urgência, e o modo como afectam não só os doentes, como as famílias a nível

orgânico, mental, social e laboral (anexo V). Como aspecto negativo friso o facto de não ter sido possível

a rotação pelas várias valências da Psiquiatria, nomeadamente a Pedopsiquiatria.

Relativamente ao estágio de Medicina Geral e Familiar, foi realmente proveitosa a oportunidade

de realizar o mesmo numa zona rural, pois tal permitiu familiarizar-me com outras realidades,

comparando os diferentes recursos e acessibilidade aos cuidados médicos. O mais gratificante e

marcante foi a oportunidade de realizar os vários tipos de consultas de forma autónoma com execução

da anamnese, exame objectivo e proposta de plano com posterior discussão com a tutora. Foi um

estágio que me possibilitou contactar com uma ampla variedade de patologias e faixas etárias, e desta

forma foi extremamente rico no desenvolvimento de praticamente todas as competências a atingir.

Por último, no que concerne ao estágio de Pediatria, penso que este estágio ficou marcado pelo

leque variado de patologias que observei e que enriqueceu francamente a minha formação durante

este estágio. O apoio formativo da Dr.ª Mafalda Pavia fez deste um dos melhores estágios parcelares,

não só pela autonomia proporcionada e conhecimentos transmitidos, como também pela sua rápida

disponibilidade em mover recursos para que a minha experiência na pediatria fosse a mais


diversificada possível: enfermaria, serviço de urgência e consultas de reumatologia, hematologia,

pediatria geral e imunoalergologia. A destacar alguns aspectos casuísticos: na enfermaria as

bronquiolites foram a patologia pediátrica mais observada; a maioria das consultas era de seguimento;

o grupo etário com menos de 2 anos foi o que mais recorreu ao SU por quadros infecciosos cuja

etiologia era sobretudo do tracto respiratório, seguida do sistema dermatológico e, por último, do tracto

gastro-intestinal (anexo VI). Relativamente à UMAD, foi uma experiência única que senti necessidade de

vivenciar, já que brevemente serei confrontada com situações de crianças com patologias crónicas e,

por vezes, incapacitantes, e nunca houve muita prática a comunicar com as mesmas e com a família. A

este nível foi-me mostrada a importância da compaixão, tolerância e compreensão perante uma criança

e família com doença crónica complexa ou com necessidade de cuidados paliativos.

Destaco ainda a unidade curricular opcional de Medicina Interna que, apesar desta

especialidade ser abordada ao longo do MIM, nem sempre o contacto com procedimentos práticos é o

mais profícuo para a aprendizagem do estudante bem como para a sua autonomia no desempenho das

normais competências profissionais que se requerem a um médico. Por esse motivo, decidi fazer no

verão um CEMEF nesta especialidade, no Hospital Santa Maria Maior, um hospital mais pequeno, com

menos profissionais de saúde e fiquei admirada com a autonomia que me foi concedida, razão pela

qual optei por realizar o estágio opcional no mesmo hospital.

Termino assim o sexto e último ano do curso de Medicina sentindo-me mais enriquecida a nível

pessoal e profissional para a toma de decisões correctas e adequadas a cada contexto clínico. Por

tudo o que foi referido anteriormente, pelo conhecimento adquirido também em anos prévios na

FCM|UNL, bem como pela participação nas diversas actividades extra-curriculares, sinto que tenho

instrumentos necessários à boa prática médica, para que facilmente consiga ultrapassar obstáculos

que possam surgir, nunca esquecendo a importância da relação “médico-doente”, “médico-doente-

família” bem como a dinâmica da equipa e a interacção entre médicos. Por último, e concluindo este

relatório, gostaria de expressar o meu agradecimento a todos os meus tutores e profissionais de saúde

que despenderam parte do seu valioso tempo com a minha aprendizagem, tornando este estágio uma

experiência inesquecível e extremamente proveitosa para a minha formação enquanto futuro Médico.

“Ser médico é mais do que experiência clínica e habilidade”

In Congresso Nacional de Estudantes de Medicina, Dr.ª Sofia Serrano


ANEXOS


ANEXO I: ACTIVIDADES EXTRA-CURRICULARES

a) CERTIFICADO “CURTOS ESTÁGIOS MÉDICOS EM FÉRIAS”


b) CERTIFICADO “CURSO TEAM”


c) CERTIFICADO “CONGRESSO NACIONAL DE ESTUDANTE DE MEDICINA”


d) CERTIFICADO “TÉCNICAS DE ABORDAGEM DA SEXUALIDADE”


e) CERTIFICADO “O MÉDICO DO FUTURO: MESA REDONDA”


12%

28%

20%

12%

4%

4%

4%

4% 12%

Sleeve Gástrico

Colecistectomia ViaLaparoscópica

Hernioplastias

Herniorrafia

Excisão de lipoma

Hemicolectomia Direita

Laparoscopia deEstadiamento

Gastrectomia Subtotal

Colocação de Implantofix

ANEXO II: CASUÍSTICA DO ESTÁGIO DE CIRURGIA GERAL

22%

34% 11%

22%

11%

Apendicectomia

Gastrectomia

Abcesso perineal

Pancreatite agudalitiásica

Pielonefrite Aguda

Gráfico 4: Motivo de ida ao SU no estágio de Cirurgia Geral

40%

20%

10%

10%

10%

10%

Traumatismo

Hemorragias

Tumefação Axilar

Ferida com má evolução

Fournier

Colecistite Aguda

Gráfico 1: Cirurgias observadas no estágio de Cirurgia Geral

Gráfico 2: Patologias observadas na enfermaria no estágio de Cirurgia Geral

20%

6%

23%

3%

3%

14%

6%

8%

6%

11%

Vesicula Biliar

Banda Gástrica

Hérnias

Lipomas

Neo recto

Neo estômago

Quisto sacrococcígeo

Fissura Anal

PSOF

Outros

Gráfico 3: Patologias observadas nas consultas no estágio de Cirurgia Geral


17%

28% 48%

4% 3% < 5 Medicamentos

5-9 Medicamentos

10-15 Medicamentos

16-20 Medicamentos

≥ 21

38%

58%

4%

Alta para domicílio

Internamento

Morte

ANEXO III: CASUÍSTICA DO ESTÁGIO DE MEDICINA INTERNA

56%

44%

Mulheres

Homens

6% 0%

17%

65%

12% ≤ 60 Anos

61-69 Anos

70-79 Anos

80-89 Anos

90-99 Anos

Gráfico 11: Nº de medicamentos no domicílio dos doentes internados no Serviço de Medicina Interna

73%

27%

Mulheres

Homens

30%

70%

< 5 Medicamentos

≥ 5 Medicamentos

27%

21% 37%

15%

≤ 60 Anos

61-69 Anos

70-79 Anos

80-89 Anos

Gráfico 5: Sexo dos doentes observados na enfermaria do serviço de Medicina

Interna

Gráfico 6: Sexo dos doentes observados nas consultas de Medicina Interna

62%

38%

Mulheres

Homens

Gráfico 7: Sexo dos doentes observados no SU no estágio

de Medicina Interna

Gráfico 12: Nº medicamentos no domicílio dos doentes das Consultas de Medicina Interna

24%

33%

33%

10%

≤ 60 Anos

61-69Anos

70-79Anos

80-89Anos

6% 0%

17%

65%

12% ≤ 60 Anos

61-69 Anos

70-79 Anos

80-89 Anos

90-99 Anos

Gráfico 8: Idade dos doentes observados na enfermaria do serviço de Medicina Interna

Gráfico 9: Idade dos doentes observados nas consultas de Medicina Interna

Gráfico 10: Idade dos doentes observados no SU no estágio de Medicina Interna

Gráfico 13: Destino dos doentes do SU


ANEXO IV: CASUÍSTICA DO ESTÁGIO DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA

20%

20%

40%

10%

10%

1ª consulta deinfertilidade

Consulta após FIV

Ecografia vaginal – contagem folículos (FIV)

Tentativa de novaFIV

Ecografia vaginal – dimensão do folículo (IIU)

Gráfico 16: Motivo das Consultas de Infertilidade

50%

34%

8% 8%

Consulta deRotina

Aconselhamentoanticoncepional

Tumor ovário

Mioma uterino

Gráfico 14: Motivo das Consultas do foro

ginecológico

27%

13%

13% 7%

7%

13%

13% 7%

Dor pélvica

Vulvovaginite

Corrimento vaginal

Amenorreia

Aborto retido

Tumefação (vaginal oumamária)

Contracções

Diarreia, vómitos

Gráfico 18: Motivo das Consultas de urgência do foro ginecológico

17%

11%

21% 17%

7%

10%

10% 7%

Consulta 1º trimestresem queixasConsulta 2º trimestresem queixasConsulta 3º trimestresem queixasQueixas de azia

Consulta revisão póspartoConsulta deprogramação partoInfecção urinária

Teste harmony baixorisco

Gráfico 15: Motivo das Consultas do foro obstétrico

64% 9%

9%

9% 9%

Histerectomia viavaginal

Cistocelo

Histerectomia viaAbdominal

Ooforectomia

LaparoscopiaDiagnóstica

Gráfico 17: Cirurgias observadas no bloco operatório


ANEXO V: CASUÍSTICA DO ESTÁGIODE SAÚDE MENTAL

11%

11%

11%

11%

22%

34%

Depressão

Perturbação do Stress-póstraumático

Transtorno da Personalidade

Demência alcoólica

Esquizofrenia

Doença Bipolar

Gráfico 19: Doentes observados no Internamento SETA no estágio de Saúde Mental

Gráfico 20: Doentes observados na Consulta Externa no estágio de Saúde Mental

46%

13%

8%

8%

4%

13%

4% 4%

Depressão

Psicose

Perturbação da Ansiedade

Dependência de Alcool

Esquizofrenia

Doença Bipolar

Perturbação Obsessiva-Compulsiva

Perturbação da Hiperactividade eDefice Atenção


41%

30%

29% ≤ 1 mês

2-6 meses

7-14 meses

28%

22%

12%

10%

28%

Pediatria geral

Reumatologia

Hematologia

Imunoalergologia

1ª consultas de todas asespecialidades

41%

30%

29% 1 Mês - 23 Meses

2-5 Anos

6-14 Anos

ANEXO VI: CASUÍSTICA DO ESTÁGIO DE PEDIATRIA GERAL

35%

18% 18%

29%

Bronquiolite

Pielonefrite Aguda

Pneumonia

Outras (febre,hipoglicémia, bacteriémia,trissomia 21,hiperbilirrubinémiaconjugada)

47%

13%

20%

20%

Amigdalites, otites,bronquiolites

Gastroenterite

Estrófulo

Outras ( abcessodentário, perdaponderal,candidíase)

Gráfico 21: Motivo de internamento dos doentes observados na enfermaria de Pediatria Geral

Gráfico 22: Idade dos doentes observados na enfermaria de Pediatria Geral

Gráfico 23: Consultas de seguimento em 72% dos casos (28% em Pediatria geral, 22% em Reumatologia, 12% em Hematologia e 10% em

Imunoalergologia) e 28% dos casos são referentes a 1ªs consultas

Gráfico 25: Idade dos doentes observados no Serviço de Urgência no estágio de Pediatria Geral

Gráfico 24: Patologias dos doentes observados no Serviço de Urgência no estágio de Pediatria Geral


ANEXO VII: TRABALHOS REALIZADOS NO ÂMBITO PROFISSIONALIZANTE

UNIDADE

CURRICULAR

TEMA E AUTORES

Cirurgia Geral

Tema: “Não estou torcido, estou entupido” - GIST

Autores: Ana Sofia Rodrigues, Diana Correia, Marisa Pereira

Medicina Interna

Tema: “Síncope” – Apresentação de um caso clínico e

Revisão bibliográfica

Autores: Ana Sofia Rodrigues, Beatriz Grenho, Margarida Roquette

Ginecologia e

Obstetrícia

Tema: “Gravidez ectópica na cicatriz da cesariana”:

Apresentação de um caso clínico e revisão bibliográfica

Autora: Ana Sofia Rodrigues

Pediatria

Tema: “SAPHO”: Apresentação de um caso clínico e revisão

bibliográfica

Autores: Ana Sofia Rodrigues, Diana Correia, Marisa Pereira

mestrado integrado em medicina relatório final de … sofia...mestrado integrado em medicina (mim)...

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