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  • EDSON MARCELO HNGARO

    MODERNIDADE E TOTALIDADE em defesa de uma categoria ontolgica

    MESTRADO EM SERVIO SOCIAL

    PUC/SP So Paulo, 2001

  • EDSON MARCELO HNGARO

    MODERNIDADE E TOTALIDADE em defesa de uma categoria ontolgica

    Dissertao apresentada Banca

    Examinadora da Pontifcia Universidade

    Catlica de So Paulo, como exigncia parcial

    para obteno do ttulo de MESTRE em

    Servio Social sob a orientao do Prof.

    Doutor Jos Paulo Netto.

    PUC/SP So Paulo, 2001

  • ________________________________________

    ________________________________________

    ________________________________________

  • Autorizo, exclusivamente para fins acadmicos e cientficos, a reproduo

    total ou parcial desta dissertao por processos fotocopiadores ou

    eletnicos.

    Assinatura:____________________ Local e data:________________

  • AGRADECIMENTOS

    Aos colegas do NEAM, Ncleo de Estudos e Aprofundamento Marxista, que

    participaram diretamente da elaborao deste trabalho, tanto pelas crticas

    feitas, quanto pelas sugestes que deram;

    Aos amigos Wilson Luiz Lino de Souza, Adalberto de Souza Santos e Genny

    Aparecida Cavallaro pela amizade de sempre;

    Ao meu amigos Dr. Armando Nova Fornari e Angelo Vicente Bredariol (este,

    tambm, meu tio) pelo apoio que me deram na reta final da elaborao desta

    dissertao;

    banca de qualificao composta pelo Prof. Dr. Antnio V. Ghiraldelli e pela Profa.

    Dra. Maria Carmelita Yazbek pelas crticas e sugestes que fizeram;

    Ao meu amigo e orientador Prof. Dr. Jos Paulo Netto pela precisa orientao que

    fez com que este trabalho fosse confeccionado e a quem devem ser creditados

    todos os possveis mritos que ele possa ter, mas a quem no se deve atribuir as

    possveis limitaes;

    minha companheira Susana Regina Vaz Hngaro pelos comentrios sempre

    inteligentes e pela precisa e detalhada reviso dos originais.

  • DEDICATRIA

    Antes de qualquer pessoa, dedico este trabalho a Susana:

    Se ao te conhecer dei pr sonhar, fiz tantos desvarios, rompi com o mundo, queimei meus navios. (Chico Buarque de Holanda, Eu te amo)

    O sentimento, mais rico em matria do que em palavra, se glorifica de sua substncia e no de seu ornamento. S os mendigos podem contar as suas riquezas. Meu verdadeiro amor cresceu at o excesso, de tal modo que no mais posso somar a metade de meu tesouro. (William Shakespeare, Romeu e Julieta)

    Aos meus pais, a quem devo a possibilidade de ter continuado a estudar e o meu

    amor pela humanidade;

    Ao meu irmo, a quem amo e que me estimulou a querer conhecer Marx e o

    comunismo;

    minha famlia: minhas avs Encarnao e Luza; minha cunhada Slvia; meus

    sobrinhos Vitor, Igor e Andr; pelo amor que me dedicam;

    E ao meu amigo e orientador Jos Paulo Netto, um exemplo de vida para mim e a

    quem julgo que so merecidas estas palavras de Bertolt Brecht:

    H homens que lutam um dia e so bons. H outros que lutam um ano e so melhores. H os que lutam muitos anos e so muito bons. Mas, h os que lutam toda vida, esses so imprescindveis.

  • RESUMO

    Na presente dissertao, que ora apresentamos, so estudadas algumas

    questes contemporneas. So analisadas as crticas ps-modernas Modernidade,

    principalmente categoria da totalidade, luz da teoria social de Marx e de um dos

    seus principais intrpretes, Lukcs. Chegamos concluso de que o chamado debate

    ps-moderno uma nova forma de irracionalismo, que lhe falta histria em sua anlise

    e que uma possvel crtica a ele seria a retomada da impostao ontolgica presente na

    anlise de Marx , que foi brilhantemente desenvolvida por Lukcs.

  • ABSTRACT

    In this dissertation are studied some contemporary matters. The post-modern

    criticisms about Modernity are analysed, especially the criticism about the category

    of totality, using the social theory of Marx and one of his most important

    interpreter, Lukcs. We concluded the called post-modern debate is a new form of

    irrationalism, there is no history in its analysis and a possible criticism about it could

    be resume the ontological collocation present in Marxs analysis, wich was brilliantly

    developed by Lukcs.

  • SUMRIO

    APRESENTAO........................................................................................8 INTRODUO.........................................................................................17 I- A CRTICA PS-MODERNA: contexto e contedo.............................................38 1. Ps-Modernidade: a desconsiderao da histria..........................................................................................38 2. As transformaes sociais recentes: o contexto da ps-modernidade...................................................41 3. O debate Modernidade/Ps-Modernidade: a crtica totalidade............................................................56 4. A crtica ps-moderna a Marx...........................................................................................................................74 II- FIM DA MODERNIDADE?.......................................................................80 1. CONTEXTO HISTRICO DA MODERNIDADE...........................................................................................93 1.1. A crise do feudalismo e o fortalecimento da burguesia...........................................................................97 1.2. O Renascimento do comrcio: o primeiro passo rumo ao fortalecimento da burguesia..................103 1.3. O Estado Nacional: mais um passo rumo ao surgimento da burguesia................................................106 1.4. A burguesia avana: o desenvolvimento da indstria...............................................................................113 1.5. O passo definitivo: a conquista do poder poltico.....................................................................................118 2. AS EXPRESSES DEO-CULTURAIS DO PERODO: o Projeto da Modernidade............................124 2.1. O Renascimento: a aurora do capitalismo...............................................................................................129 2.2. A Filosofia Moderna: o golpe final no esprito medieval........................................................................135 2.3. Descartes e a busca pelo mtodo................................................................................................................140 2.4. Hume: a expresso radical do Empirismo Ingls......................................................................................147 2.5. A tentativa de sntese: Kant.........................................................................................................................151 2.6. A crtica Kant: a dialtica hegeliana........................................................................................................162 2.7. As heranas progressistas de Descartes e Hume: racionalismo, humanismo e mtodo.................170 2.8. As heranas progressistas de Kant e Hegel: sistema e totalidade.....................................................174 3. O ABANDONO DOS ELEMENTOS PROGRESSISTAS DA MODERNIDADE: a burguesia como classe conservadora................................................................................................................................................179 III- EM DEFESA DA TOTALIDADE...............................................................187 1. A dimenso ontolgica da atividade humana..............................................................................................189 IV- CONSIDERAES FINAIS....................................................................196 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS..................................................................203

  • 8

    APRESENTAO

    Galileu (...) Ora, a maior parte da populao conservada, pelos seus prncipes, donos da terra e padres, numa bruma luminosa de supersties e afirmaes antigas, que encobrem as maquinaes dessa gente. A misria de muitos velha como as montanhas, e, segundo os plpitos e as ctedras, ela indestrutvel, como as montanhas. O nosso recurso novo, a dvida, encantou o grande pblico, que arrancou o telescpio de nossas mos, para apont-los para os seus carrascos. Esses homens egostas e violentos, que se haviam aproveitado avidamente dos frutos da cincia, logo sentiram que o olho frio da cincia pousara numa misria milenar, mas artificial, que obviamente poderia ser eliminada, atravs da eliminao deles. Eles nos cobriram de ameaas e de ofertas de suborno, irresistveis para almas fracas. Entretanto, seremos ainda cientistas, se nos desligarmos da multido? Os movimentos dos corpos celestes se tornaram mais claros; mas os movimentos dos poderosos continuam imprevisveis para os seus povos. A luta pela mensurao do cu foi ganha atravs da dvida; e a credulidade da dona-de-casa romana far que ela perca sempre de novo a sua luta pelo leite. A cincia, Sarti, est ligada s duas lutas. Enquanto tropea dentro de sua bruma luminosa de supersties e afirmaes antigas, ignorante demais para desenvolver plenamente as suas foras, a humanidade no ser capaz de desenvolver as foras da natureza que vocs descobrem. Vocs trabalham para qu? Eu sustento que a nica finalidade da cincia est em aliviar a canseira da existncia humana. E se os cientistas, intimidados pela prepotncia dos poderosos, acham que basta amontoar saber, por amor do saber, a cincia pode ser transformada em aleijo, e as suas novas mquinas sero novas aflies, nada mais. Com o tempo possvel que vocs descubram tudo que haja por descobrir, e ainda assim o seu avano h de ser um