mesagro - inteligência e assertividade

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Inteligência e assertividade A complexidade tecnológica do atual ce- nário do setor sucronergético composto por sistemas de ERP e automação (in- dustrial e agrícola) junto à complexidade do processo produtivo necessitam urgentemente apresentar resultados de eficiência nos processos de produção de açúcar, etanol e energia por meio de ações proativas que resolvam problemas em toda a cadeia produtiva, tais como variabilidade das malhas, que eliminem controle feitos manualmente. Outra necessidade é melhorar o nível de asser- tividade dos planejamentos de balanço de massa e energia buscando sempre o melhor uso dos ativos. Atualmente, existem dificuldades de sinergia entre as áreas do processo produtivo, ocasionando demo- ra na tomada de decisão e dificuldade para definir a ação a ser tomada para solucionar problemas. Motivados por estes fatores e com as tecno- logias de informação e de automação disponíveis atualmente no mercado, desenvolveu-se um mode- lo de processo, baseado em variáveis, com origem em diversas fontes (moagem, tratamento, caldo, evaporação, fabricação de açúcar e álcool, etc.) ca- paz de integrar variáveis em uma única base de da- dos, produção de regras de negócio com alarmes e instruções para tomada de decisões de correção ou mudança do processo produtivo. Trata-se do MES (Manufacturing Execution Sys- tems), um conjunto de tecnologias responsável pelo gerenciamento de todas as etapas do processo de produção. É uma camada intermediária de tecnolo- gias entre o processo (chão de fábrica) e os sistemas de gerenciamento. É nessa camada que ocorrem, por exemplo, a apuração de produção (açúcar, ál- cool, vapor, energia), onde são feitos o controle de aproveitamento de ativos (paradas de moenda, de destilaria) e o acompanhamento do status das or- dens de produção. Essas integrações com dados de múltiplas fon- tes permitem: • Configurar os setpoints da automa- ção em caso de necessidade de mudança no ritmo do processo, baseados em infor- mações em tempo real de quaisquer pro- blemas que impeçam o funcionamento normal desta área. • Definir fluxos de informação, esta- belecendo hierarquia de tomada de deci- sões. • Definir as principais regras de negó- cio, com indicações para tomada de deci- sões em tempo real, seja por intermédio de instruções ou automaticamente. Indicadores cruciais para o gerenciamento das organizações do setor sucroenergético, tais como tempo de aproveitamento de ativos, produções e produtos em processo, ainda são baseados em da- dos coletados por operadores em formulários de papel. Uma das funções do MESAgro é automatizar a coleta de dados do nível operacional (chão de fá- brica), provendo assim indicadores de desempenho mais confiáveis e em menor tempo. A visibilidade de todo o processo pro- dutivo aumenta com o MESAgro, pois informações de todos os sistemas utilizados pela organização podem ser acessados em um só lugar, por meio de um portal web. O MESAgro também permite sistematizar as regras de produção, tornando o cotidiano operacio- nal mais simples e diminuindo o risco de falhas. Exemplo: na Área de Evaporação, o opera- dor monitora um indicador (taxa de evaporação) e toma uma ação quando esse indicador excede parâ- metros (quando a taxa é menor que 20% abre uma ordem de serviço para limpeza do evaporador). As tecnologias do MESAgro podem automatizar essa tarefa, por meio de monitoramento constante do indicador (verificação da taxa de evaporação a cada minuto) e execução da ação automaticamente (compara taxa real com a desejada, se estiver abaixo abre automaticamente a ordem de serviço). Os benefícios podem ser vistos em case re- alizado em um dos maiores grupos sucroenergéti- cos do Brasil. Ainda utilizando controles manuais devido à variação de matéria-prima, comum na produção sucroalcooleira, a empresa tinha gastos desnecessários com vapor e xarope com Brix (ex- pressa a porcentagem peso/peso dos sólidos solú- veis contidos em uma solução pura de sacarose, ou seja, mede o teor de sacarose de uma solução) mui- to variado, sendo entregue ao cozimento. Diante disso, o grande desafio era conseguir reduções na variabilidade dos processos e no con- sumo de vapor, consequentemente no de bagaço. A solução proposta foi a implantação do Controle Avançado de Processo. Foram levantadas as melhores práticas da operação de processo jun- to aos supervisores e operadores, que geraram a configuração para o sistema. O resultado foi surpre- endente. No período safra, a empresa obteve ganho médio do Brix do xarope de 20% e economizou 11 mil toneladas de bagaço e outros ganhos no proces- so que não foram contabilizados. É proibida a reprodução total ou parcial, de qualquer espécie, desta publicação sem autorização prévia. Artigo publicado no jornal CPI, edição 33, Jornalista responsável: Maria Emília Farto, MTB 27.731. Adilson Zem é diretor de novos negócios da PRX, formado pela UNIMEP em ciências, com habilita- ção em matemática e em tecnologia sucroener- gética, e tem MBA em investimento e gestão na agroindústria sucroenergético pela ESALQ.

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complexidade tecnológica do atual cenário do setor sucronergético composto por sistemas de ERP e automação (industrial e agrícola) junto à complexidade do processo produtivo necessitam urgentemente apresentar resultados de eficiência nos processos de produção de açúcar, etanol e energia por meio de ações proativas que resolvam problemas em toda a cadeia produtiva, tais como variabilidade das malhas, que eliminem controle feitos manualmente.

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Inteligência e assertividadeA

complexidade tecnológica do atual ce-nário do setor sucronergético composto por sistemas de ERP e automação (in-dustrial e agrícola) junto à complexidade

do processo produtivo necessitam urgentemente apresentar resultados de eficiência nos processos de produção de açúcar, etanol e energia por meio de ações proativas que resolvam problemas em toda a cadeia produtiva, tais como variabilidade das malhas, que eliminem controle feitos manualmente.

Outra necessidade é melhorar o nível de asser-tividade dos planejamentos de balanço de massa e energia buscando sempre o melhor uso dos ativos. Atualmente, existem dificuldades de sinergia entre as áreas do processo produtivo, ocasionando demo-ra na tomada de decisão e dificuldade para definir a ação a ser tomada para solucionar problemas.

Motivados por estes fatores e com as tecno-logias de informação e de automação disponíveis atualmente no mercado, desenvolveu-se um mode-lo de processo, baseado em variáveis, com origem em diversas fontes (moagem, tratamento, caldo, evaporação, fabricação de açúcar e álcool, etc.) ca-paz de integrar variáveis em uma única base de da-dos, produção de regras de negócio com alarmes e instruções para tomada de decisões de correção ou mudança do processo produtivo.

Trata-se do MES (Manufacturing Execution Sys-tems), um conjunto de tecnologias responsável pelo gerenciamento de todas as etapas do processo de produção. É uma camada intermediária de tecnolo-gias entre o processo (chão de fábrica) e os sistemas de gerenciamento. É nessa camada que ocorrem, por exemplo, a apuração de produção (açúcar, ál-cool, vapor, energia), onde são feitos o controle de aproveitamento de ativos (paradas de moenda, de destilaria) e o acompanhamento do status das or-dens de produção.

Essas integrações com dados de múltiplas fon-tes permitem:

• Configurar os setpoints da automa-ção em caso de necessidade de mudança no ritmo do processo, baseados em infor-mações em tempo real de quaisquer pro-blemas que impeçam o funcionamento normal desta área.

• Definir fluxos de informação, esta-belecendo hierarquia de tomada de deci-sões.

• Definir as principais regras de negó-cio, com indicações para tomada de deci-sões em tempo real, seja por intermédio de instruções ou automaticamente.

Indicadores cruciais para o gerenciamento das organizações do setor sucroenergético, tais como

tempo de aproveitamento de ativos, produções e produtos em processo, ainda são baseados em da-dos coletados por operadores em formulários de papel. Uma das funções do MESAgro é automatizar a coleta de dados do nível operacional (chão de fá-brica), provendo assim indicadores de desempenho mais confiáveis e em menor tempo.

A visibilidade de todo o processo pro-dutivo aumenta com o MESAgro, pois informações de todos os sistemas utilizados pela organização podem ser acessados em um só lugar, por meio de um portal web.

O MESAgro também permite sistematizar as regras de produção, tornando o cotidiano operacio-nal mais simples e diminuindo o risco de falhas.

Exemplo: na Área de Evaporação, o opera-dor monitora um indicador (taxa de evaporação) e toma uma ação quando esse indicador excede parâ-metros (quando a taxa é menor que 20% abre uma ordem de serviço para limpeza do evaporador). As tecnologias do MESAgro podem automatizar essa tarefa, por meio de monitoramento constante do indicador (verificação da taxa de evaporação a cada minuto) e execução da ação automaticamente (compara taxa real com a desejada, se estiver abaixo abre automaticamente a ordem de serviço).

Os benefícios podem ser vistos em case re-alizado em um dos maiores grupos sucroenergéti-cos do Brasil. Ainda utilizando controles manuais devido à variação de matéria-prima, comum na produção sucroalcooleira, a empresa tinha gastos desnecessários com vapor e xarope com Brix (ex-pressa a porcentagem peso/peso dos sólidos solú-veis contidos em uma solução pura de sacarose, ou seja, mede o teor de sacarose de uma solução) mui-to variado, sendo entregue ao cozimento.

Diante disso, o grande desafio era conseguir reduções na variabilidade dos processos e no con-sumo de vapor, consequentemente no de bagaço.

A solução proposta foi a implantação do Controle Avançado de Processo. Foram levantadas as melhores práticas da operação de processo jun-to aos supervisores e operadores, que geraram a configuração para o sistema. O resultado foi surpre-endente. No período safra, a empresa obteve ganho médio do Brix do xarope de 20% e economizou 11 mil toneladas de bagaço e outros ganhos no proces-so que não foram contabilizados.

É proibida a reprodução total ou parcial, de qualquer espécie, desta publicação sem autorização prévia.Artigo publicado no jornal CPI, edição 33, Jornalista responsável: Maria Emília Farto, MTB 27.731.

Adilson Zem é diretor de novos negócios da PRX, formado pela UNIMEP em ciências, com habilita-ção em matemática e em tecnologia sucroener-gética, e tem MBA em investimento e gestão na agroindústria sucroenergético pela ESALQ.