mergulho diário edição 17

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Atleta mais completo do mundo vem a Juiz de Fora em julho Hospital do Ursinho mergulhodiário 23 de junho de 2016 Facom/ UFJF Edição 17 Ashton Eaton é campeão olímpico, recordista e especialista no decatlo p.9 Política Cientista política avalia que cenário nacional de corrupção deve influenciar eleições municipais p. 5 Economia Governo autoriza a importação de feijão da Argentina, Bolívia e Paraguai devido ao aumento do preço p. 3 Projeto auxilia crianças a perderem o medo de hospitais p. 6

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Page 1: Mergulho diário edição 17

Atleta mais completo do mundo vem a Juiz de Fora em julho

Hospital do Ursinho

mergulhodiário23 de junho de 2016 Facom/ UFJF Edição 17

Ashton Eaton é campeão olímpico, recordista e especialista no decatlo p.9

Política Cientista política avalia que cenário nacional de corrupção deve influenciar eleições municipais

p. 5

Economia

Governo autoriza a importação de feijão da Argentina, Bolívia e Paraguai devido ao aumento do preço

p. 3Projeto auxilia crianças a perderem o medo de hospitais p. 6

Page 2: Mergulho diário edição 17

mergulhodiário

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O susto do vovôCrônica

EXPEDIENTEJornal Laboratório da

Faculdade de Comunicação Social da Universidade Federal de Juiz de Fora, produzido pelos alunos de Técnica de

Produção em Jornalismo Impresso.

ReitorProf. Dr. Marcus David

Vice-ReitoraProfª. Drª. Girlene Alves da Silva

Diretor da Faculdade de Comunicação Social

Prof. Dr. Jorge Carlos Felz Ferreira

Vice-diretoraProfª. Drª. Marise Pimentel Mendes

Coordenadora do Curso de Jornalismo

IntegralProfª. Drª. Claúdia de Albuquerque Thomé

Chefe do Departamento de metódos aplicados e técnicas laboratoriais

Profª.Drª. Maria Cristina Brandão de Faria

Professores Orientadores

Prof. Me. Guilherme Moreira FernandesProfª. Me. Marise Baesso Tristão

Projeto GráficoBruna Luz, Bruno Marangon, Bruno Paiva,

Débora Alves, Isabella Gonçalves, Lucas Alves, Lucas Guedes, Moisés Fialho, Naiara Neves, Rafael Antunes, Prof. Me. Rodrigo Barbosa

EdiçãoCaroline Ferreira

Igor SantosLarissa Garcia

DiagramaçãoPaula Breviglieri

Raquel CataldiVictor Ferreira

RepórteresCarla GonçalvesCarolina TosettiCarolina Leonel

Leticya BernadeteMariana Dias

Mariana MeirellesMatheus Bertolini

Pedro SoaresRuth Gonçalves

[email protected]

facebook.com/mergulhodiario(32) 2102-3612

Editorial

Larissa Garcia

23/06/2016

Em 2003, minha avó paterna infelizmente faleceu. Desde en-tão, meu avô veio morar na minha casa. Para ser mais precisa, no meu quarto. Sim, eu disse aos meus pais para ele ficar comigo, e isso seria um prazer pra mim.

Era um dia normal da nossa casa. Fomos todos dormir. nessa época eu não ficava tanto tempo online. Mas estava completamen-te sem sono e, então, resolvi fazer algumas orações. Eu já tinha re-zado uns três pai nosso, duas ave marias, quando meu avô começou a gritar muito e bater as pernas na cama. “Aaaaaaaah, aaaaaah”. Eu levei muito, muito susto e comecei a gritar junto: “Paaaaapai, paaapai, paaaapai!!!!!”.

Enquanto isso, no quarto deles, meu pai e minha mãe acordaram assustados: “Corre, Tadeu, corre que entrou um homem no quarto da Larissa”, alertou minha mãe. Meu pai ficou tão desesperado que, no escuro, errou o caminho e bateu o pé com tudo na porta da sala. Até

que ele chegou no meu quarto, que é do lado do dele, e acendeu a luz: “Que que foi pai, que isso Larissa, o que tá acontecendo?”“O vovô começou a gritar muito, papai, eu fiquei com medo”, falei“Oh menina! Pra que isso, Larissa? Eu apenas sonhei que estava preso numa construção, e eu não conse-guia sair. Mas acordei assustado com seus gritos”, calmamente o vovô explicou.“Filha, desse jeito você mata seu pai. Pensei que estavam roubando a casa”, disse o papai.

Quando tudo se acalmou, passei a noite rindo. Depois, contei essa história infinitas vezes para mi-nhas amigas, demonstrando como ele gritava. Esse foi apenas um dos grandes episódios que eu vivi ao lado do meu saudoso vovozinho.

Em 2009, ele resolveu fazer com-panhia para vovó, é uma das perdas mais dolorosas pra mim. Desde en-tão, fico apenas com as boas lem-branças que sempre acabam em lá-grimas, de choro e de riso.

Como se a vida já não estivesse fácil, chega mais uma dificuldade para complicar o dia-a-dia do brasi-leiro. É aumento no preço do feijão, alimento fundamental na dieta do povo. Não era de hoje que o pro-duto estava mais caro, assim como tudo o que a gente compra no su-permercado, o feijão também subiu de preço. Mas nos últimos tempos, o que se viu foi um exagero total. De acordo com o Índice de Preços só Consumidor Amplo (IPCA), o grão já acumula uma alta de 40% neste ano, até o mês de maio. O fei-jão carioca chegou aos R$10,00 em vários estados. A disparada no preço foi justificada

pela pouca oferta do produto devido à seca em vários estados produtores de feijão. Para conter o problema, o governo anunciou a importação de feijão vindo de três vizinhos de Mer-cosul. E ainda existe a possibilidade de importação de grãos vindos do México e da China. O motivo é sim-ples: aumentando a oferta do produ-to no mercado, o preço cai.

O lado perverso dessa his-tória é que quem mais sofre é a população de baixa renda. A cor-da sempre é mais fraca pra essa parcela da população. E ela arre-bentou mais uma vez, para quem já sofre com a crise econômica, o desemprego e a inflação.

Page 3: Mergulho diário edição 17

mergulhodiárioPOLÍTICA 23/06/2016

Política nacional pode influenciar eleitores na hora da escolha de candidatos municipais

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Para cientista político, não há como se desvencilhar o quadro do país das situações regionais, porém, ainda é cedo para definir possíveis relações

Eleitores tendem a pesquisar mais sobre seus candidatos para as eleições de outubro

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IL de apoio mútuo. Além disso, o que se desenha no cenário local é uma aproximação entre o PMDB do atual prefeito Bruno Siqueira e o PSDB do chefe do Legislativo, Ro-drigo Mattos. Com a possibilidade de os tucanos apoiarem a candida-tura à reeleição de Bruno, ficando com o nome do vice na chapa.

Sobre a disputa local, Gustavo Paravi acredita que ela irá ganhar nuances particulares em função das características regionais, da própria disposição dos partidos, especialmente em Juiz de Fora, já que, historicamente, a cidade apresenta partidos relativamente já consolidados.

A participação política da popu-lação de Juiz de Fora nos últimos meses tem sido bastante significa-tiva. O cientista político acredita que essas manifestações, apesar de inicialmente não estarem relacio-nadas à participação de partidos, houve uma grande fidelização dos próprios partidos, crendo, portan-to, que o cenário político irá se desenhar de forma mais clara ain-da mais próximo das eleições.

Para os eleitores, resta uma aná-lise crítica dos acontecimentos nacionais, mas, principalmente, os locais. “Perceber como alguns representantes se unem em torno do que o partido ordena me fez pensar também nesse outro lado mais crítico, além da pesquisa sobre o candidato separadamente. Nessa eleição, vou procurar en-tender mais o contexto que esses candidatos se inserem”, expôs a eleitora Kátia Ribeiro.

Os escândalos de corrupção em série que vêm ocorrendo na política em nível nacional devem influenciar as eleições municipais de outubro deste ano. A avaliação é feita por cientistas políticos, que analisam, ainda, o posicionamento partidário em nível regional. Entre os últimos episódios de corrupção, está o que envolve o presidente afastado da Câmara dos Deputa-dos, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Ontem (22), o Supremo Tribu-nal Federal (STF) abriu ação penal contra Cunha pelo recebimento de R$ 5 milhões de propina em con-tas não declaradas na Suíça. Com a decisão, o político vai responder pelos crimes de corrupção, lava-gem de dinheiro e evasão de divi-sas e passará à condição de réu em duas ações penais que tramitam na Corte, oriundas da Operação Lava Jato.

Estes episódios acabam com-prometendo a imagem da classe política em geral. Muitos eleitores admitem que estão analisando es-sas repercussões para escolher seus representantes municipais. Esse é o caso da estudante Kátia Ribeiro,

21 anos: “Eu não tenho um parti-do pelo qual milito, sempre avalio os candidatos individualmente. Mas desde as votações no Senado e, principalmente, na Câmara dos Deputados, tenho ficado atenta a certos partidos que têm protago-nistas envolvidos em artimanhas, delações e denúncias”, comenta a eleitora juiz-forana.

O cientista político Gustavo Pa-ravi analisou os últimos aconteci-mentos e, desdobrando para a re-alidade do município, acredita que há grande possibilidade de uma “contaminação” do cenário políti-co local com o nacional, sendo esse contágio verificado no fechamento das candidaturas, das chapas e de que formas eles estarão atrelados a políticos tanto no nível estadual quanto nacional. “É muito difícil especificar de que forma o cenário local vai ser influenciado pelo na-cional, embora não tenha como se pensar numa política local desven-cilhadas das temáticas nacionais”, afirmou.

Em nível regional, o Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido do Movimento Democrático Brasilei-ro (PMDB) não têm uma relação

ELEIÇÕES 2016

Pedro Soares

Page 4: Mergulho diário edição 17

mergulhodiárioSAÚDE 23/06/2016

52,5% dos brasileiros estão acima do peso. A diabetes também está ligada à obesidade

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Especialistas alertam para risco de diabetes em pessoas sedentárias e acima do pesoMá alimentação também contribui para aumento do perigo da doença, que hoje atinge 7,4% da população no país, segundo Ministério da Saúde

Dia 26 de junho é conhecido como o Dia Nacional de Combate ao Diabetes, uma doença silenciosa que atinge 7,4% dos brasileiros, de acordo com a última pesquisa re-alizada pela Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde. Em Juiz de Fora, 8.531 das pesso-as registradas na Atenção Primária do SUS são diagnosticadas com a doença, sendo 1.565 registradas no Serviço de Controle da Hiperten-são, Diabetes e Obesidade (Schdo) da Secretaria de Saúde.

Em 2006, o Ministério da Saúde apontava que 5,5% dos brasileiros haviam sido diagnosticados com diabetes. Segundo o endocrinolo-gista Felipe Esteves, o crescimento no número de pessoas com a do-ença está relacionado a três fato-res: má alimentação, sedentarismo e falta de prevenção. “Cada vez mais, as pessoas estão ficando me-nos ativas e fazendo pouca ativi-dade física, além de não manterem uma alimentação saudável. O não conhecimento sobre a doença e o histórico familiar também podem ser causas, já que é uma doença dita como silenciosa”, explica.

Cuidados no dia a diaUma pessoa com diabetes deve

ter um maior cuidado com a ali-mentação, principalmente no que diz respeito a alimentos ricos em açúcar. “Não misturo alimentos da terra, como por exemplo, inhame e cenoura, por causa do açúcar. Não como nada doce, e minhas refeições são feitas diferentes e separadas”, explica Edna.

Para quem ainda não foi diag-nosticado, a prática de atividades físicas e cuidados também com a alimentação ajudam na prevenção da doença que, segundo Felipe Esteves, pode se desenvolver de-vido à má nutrição. “Quanto mais você se alimentar com doce ou fizer refeições ruins, com muita gordura trans e carboidrato, se a pessoa tiver o histórico de diabe-tes na família, principalmente, ou for sedentário e não tiver uma vida regrada, está chamando a doença para si. Essa pessoa tem a tendên-cia muito grande de realmente fi-car diabética”, informa.

O endocrinologista também aler-ta para outra pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde em 2015, que apontava que 52,5% dos bra-sileiros estavam acima do peso, e, destes, 17,9% eram considerados obesos. “As gerações futuras, com trabalho mais “intelectual”, fazendo menos atividade física e se alimen-tando erroneamente com fast foo-ds, com carboidratos e gordura em demasia, têm a tendência de ficar diabéticas precocemente. Por isso a gente acredita também que, no futu-ro, a diabetes estará muito ligada à questão da obesidade. Hoje você vê que mais da metade da população brasileira não está no seu peso ide-al. Isso já colabora para a questão do diabetes”, finaliza.

Ainda de acordo com Felipe Esteves, tais valores não repre-sentam a realidade brasileira. Há muitas pessoas que têm a doença, mas ainda não foram diagnosti-cadas. “Acredito que o número de brasileiros com diabetes deve estar entre 20% a 30%. A maioria da população hoje ainda não sabe que é diabético, então, na verda-de, quem faz parte desses 7,4% é quem tem o conhecimento que é diabético, mas o valor é muito maior”, explica.

A dona de casa Edna Botelho descobriu que tinha diabetes por acaso. Ela passou mal por conta de problemas pessoais, e sua gli-cose subiu. Na época, pensou que era algo emocional, mas logo foi diagnosticada com a doença. En-frentando diferentes problemas no dia a dia, Edna procura man-ter o controle sobre a doença. “Eu tomo remédios todos os dias, mas a glicose tem consequências. Por exemplo, se ela está muito alta, a gente transpira tanto que molha a roupa em um segundo, como se você entrasse debaixo de uma ducha. Se ela cai muito, você che-ga a desmaiar. Eu já passei pelas duas situações. É uma doença sem cura, mas que tem tratamen-to e é possível controlar”.

Leticya Bernadete

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CONSCIENTIZAÇÃO

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mergulhodiárioECONOMIA 23/06/2016

Preço do quilo do feijão dispara e Governo Federal libera importação do produto

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Queda na oferta e aumento da demanda fizeram os valores do alimento subir em vários estados; em JF, o tipo carioquinha chegou a R$ 10,00

Juiz de Fora registou uma variação de 59,2% no preço do produto na última semana

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Brasil, o combinado ‘arroz com fei-jão’ faz parte da casa de praticamen-te todas as famílias”. Segundo ele, a tendência é de que as classes mais pobres comprem menos feijão, por não haver um produto similar que possa fazer uma substituição.

O item é considerado essencial na mesa do brasileiro, e a alta no preço atinge todas as famílias. A jornalista Letícia Nery observa as dificuldades que vieram com a crise atual: “Está difícil fazer compras, ir no supermercado. A gente está tendo que economizar em outras coisas que também são fundamen-tais no nosso dia a dia para a gente conseguir fazer compras e se sus-tentar. Mas não só o feijão, todos os outros alimentos. Percebemos uma alta muito grande no preço.” Letícia

consume normalmente o feijão vermelho, mas diz que trocaria por causa da situação atual. “Não dá muito pra ficar escolhendo, a preferên-cia acaba sendo o mais barato.”

O economista Fer-nando finaliza, alertan-do que, se houver outros

problemas com a produção, o preço pode voltar a subir. “Já chegou num patamar tão alto que a gente fica até pensando, vai subir para onde mais? Eu espero que a oferta normalize, e que a liberação momentânea dos produtos importados, para poder aumentar a oferta interna, traga um preço mais acessível para o consu-midor”, conclui.

O Governo Federal anunciou que vai liberar a importação de fei-jão vindos de Argentina, Paraguai e Bolívia, como forma de evitar o preço elevado dos supermercados brasileiros atualmente. A medida foi anunciada ontem pelo Palácio do Planalto, que vai estudar ainda a possibilidade de ampliar essa au-torização para países como China e México.

O aumento ocorreu devido à seca que atingiu grande parte dos estados produtores de feijão. O economista Fernando Agra explica que o tipo do feijão que apresentou mais aumento foi o carioquinha, ultrapassando até o valor de R$10,00. Ele observa a relação que ocorre com os produ-tos in natura: “São produtos muito sensíveis à lei de oferta e deman-da, se há um excesso de demanda, a tendência do preço é subir, se há excesso de oferta, o preço cai.” Ele aponta que problemas climáticos e prejuízos na safra são possíveis

causadores dessa alta.Para Fernando, a liberação da

importação do feijão é uma ação positiva, porque assim aumentará a oferta. A concorrência do importa-do com o nacional forçará uma que-da no preço, dando então mais liberdade para o consumidor, um leque maior de opções.

Em Juiz de Fora, segundo dados da última pesquisa do Guia do Consumidor realizada pela Secre-taria de Agropecuá-ria e Abastecimento da Prefeitura, o feijão preto tipo 1 mais barato custava, em média, R$ 5,23, com o mais caro podendo chegar a R$ 6,99; sendo assim, a variação en-tre o menor e o maior preço foi de 59,2%.

O economista Fernando Agra fala do impacto que esse aumento causa ao consumidor: “O prato de comi-

ALIMENTAÇÃO

Ruth Gonçalves

Para economista, o feijão é essencial na mesa do brasileiro e a alta vai afetar diretamente no valor

do prato.

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mergulhodiárioCIDADE 23/06/2016

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Projeto incentiva crianças a perderem medo de hospital com atividades lúdicasIniciativa de saúde pública, realizada na UFJF e na Faculdade Suprema, faz parte de ONG internacional de estudantes do curso de medicina

O projeto “Hospital do Ursinho” tem como proposta reconstruir o ambiente hospitalar de forma lúdi-ca em creches e escolas públicas. A iniciativa faz parte da ONG Inter-national Federation of Medical Stu-dents Associations e é realizada em diversos países. Em Juiz de Fora, é desenvolvido pelos comitês locais da organização na UFJF e Faculda-de Suprema.

O medo de hospitais é comum nas crianças e, segundo a pediatra e orientadora do projeto na Suprema,

curativos. Elas realmente entram no universo que a gente cria”, comenta Patrícia.

Mas não são só as crianças que ganham com a iniciativa. A estu-dante de medicina, Mariana Ga-zolla, argumenta que o projeto pro-picia maior contato como o público infantil. “Normalmente muitos alu-nos de medicina têm um certo re-ceio em lidar com crianças por uma percepção de que são difíceis e também por insegurança. Depois de participar, a gente acaba perdendo esse medo, estimulando essa rela-ção médico-paciente”.

A estudante de medicina, Caroli-na Delgado, diz perceber uma mu-dança nas crianças. “Elas chegam com um certo receio, mas depois de um tempo se soltam e entram na brincadeira. É algo que realmente modifica o comportamento delas”.

A organização recebe durante todo o ano doações de bichos de pelúcia que serão repassados às crianças. Para saber como doar, basta enviar e-mail para: [email protected] ou entrar em contato através do link facebook.com/ifmsasuprema.

Patrícia Boechat, “o objetivo é mo-dificar a forma com que a criança lida com o hospital e com a consul-ta médica. Queremos desmistificar esse medo e modificar a relação com o médico”.

As salas das creches se transfor-mam em consultórios, salas de ci-rurgia, raio-x, farmácia e enferma-ria. Cada criança ganha um bicho de pelúcia e passa por todas as se-ções cuidando do ursinho como se fosse um paciente. “Elas acham que os bichinhos que elas ganham estão realmente doentes, falam as quei-xas dos bichinhos e querem fazer os

Mariana Dias

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RELAÇÃO MéDICO-PACIENTE

Projeto atende crianças de até 12 anos e prioriza escolas e creches públicas

Segundo a orientadora da iniciativa, a comunicação é ampliada tanto nas crianças quanto nos acadêmicos de medicina

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Page 7: Mergulho diário edição 17

mergulhodiárioCIDADE 23/06/2016

SEGURANÇA PÚBLICA

Quatro acusados pela morte de Matheus Goldoni vão a júri popular em Juiz de ForaJovem foi morto em novembro de 2014 próximo a uma casa noturna; data do julgamento ainda será marcado no Fórum Benjamin Colucci

Acusados pela morte de Ma-theus Goldoni vão a júri popular por homicídio triplamente quali-ficado. O jovem foi encontrado morto em novembro de 2014, próximo a uma casa noturna . Fo-ram indiciados o gerente opera-cional da boate, dois seguranças e um ex-segurança. A denúncia foi aceita pelo Tribunal do Júri da Comarca de Juiz de Fora. O juiz Paulo Tristão Machado Júnior proferiu a sentença nesta quarta-feira (22) . A data do júri ainda não foi divulgada

A primeira audiência do caso aconteceu no Fórum Benjamin

Colucci, no dia 18, e durou cer-ca de 14 horas. Foram ouvidas 28 testemunhas e os quatro réus indiciados pela Delegacia Espe-cializada de Homicídios (DEA) da Polícia Civil.

A denúncia informa que a ví-tima estava no interior da boate quando se envolveu em uma briga com clientes e seguranças, sendo expulso do local. A vítima ainda entrou em conflito do lado de fora da casa noturna com um dos acusados e saiu correndo, sen-do perseguido por dois homens, também indiciados. Também foi denunciado um ambulante, que

teria dado carona de moto a um denunciado, perseguindo a víti-ma e alcançando-a em uma trilha que dá acesso a uma cachoeira, próxima do local.

O Ministério Público, em de-núncia, declara que dois dos in-divíduos acusados mataram a vítima por meio de asfixia por afogamento na cachoeira, en-quanto os outros dois vigiavam a entrada da trilha. O corpo da ví-tima foi encontrado três dias de-pois em uma mata no Bairro Vale do Ipê, próximo à cachoeira.

Bairro Santo Antônio recebe Base Móvel da PM Ação visa a aproximação da comunidade com a corporação

A unidade da Base Comunitária Móvel da Polícia Militar vai refor-çar a segurança no Bairro Santo An-tônio, Zona Leste, por um período de 30 dias. O anúncio foi feito pela corporação nesta quarta-feira (22). A finalidade da ação é aproximar a comunidade da PM e criar confian-ça junto aos moradores do bairro.

De acordo com o capitão Teixei-ra, da 135ª Cia da PM, a incidên-cia criminal na área é recorrente, enquanto o número de denúncias é baixo. A proximidade com os mili-tares é uma forma de incentivo ao uso do Disque Denúncia 181. Ante-riormente, a Base Comunitária es-tava no Centro da cidade, em uma ação para dar apoio à população em situação de rua. JF possui apenas uma base móvel, que atua em bairros da cidade para reforçar a presença da PM

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mergulhodiárioUFJF 23/06/2016

A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) sedia pela primei-ra vez o Colóquio Narrativa e Tex-tualidade Hoje. O evento, que terá programação nos dias 23 e 24 de junho, reúne dois grupos de pesqui-sa interinstitucional formados pelas universidades UFMG, UnB, PUC-Rio e UFJF e tem como objetivo estudar o texto nas suas mais diver-sas expressões na cena contempo-rânea.

De acordo com o professor da Faculdade de Letras e um dos orga-nizados do evento, Fernando Fábio Fiorese Furtado, “o projeto foi cria-do há dois anos na Universidade de Brasília, com o nome Textualidades Contemporâneas.Os eventos acon-tecem a cada seis meses. O primeiro foi no Rio e o segundo em Brasília. Agora, realizamos esse pela primei-ra vez na UFJF. O próximo, prova-velmente, será na UFMG. Além disso, a proposta é que os trabalhos apresentados se transformem em

para a maioria. Mas, infelizmente, nem todos podem comparecer.”

Para a mestranda em Comuni-cação Laura Gomes, “um evento como esse é importante para os estudantes e interessados terem contato direto com pessoas que trabalham nessa área, além de um panorama das oportunidades desse tipo de estudo”.

Laura ainda acredita que os mes-trandos possuem maior interesse por esse tipo de realização. “Vejo maior procura pelo mestrado tan-to o da Letras como o da Comu-nicação, provavelmente pela busca por referências nos seus trabalhos, inspirações, autores relacionados e gente que já está mais à frente nes-se tipo de estudo. Ambas as áreas convergem com o propósito do evento: narrativas, estrutura tex-tual, produção de sentido, escrita, estilo.”

Para quem se interessar em par-ticipar, o evento acontece até ama-nhã, 24, no auditório da Faculdade de Letras. A inscrição é gratuita e confere certificado a quem tiver 75% de frequência.

um livro.”Fiorese comenta também sobre

a integração entre as faculdades de Letras e Comunicação, que para ele, têm muitos pontos em comum. “Es-sas duas faculdades conversam en-tre si, no que diz respeito à temática e aos interesses. Temos uma maior participação da Comunicação, tanto em questão de palestrantes, quanto dos alunos. Acredito que isso se dá muito devido à grade horária. Como é um evento que traz pales-trantes de fora, tentamos uma data e um horário que fossem melhores

Mariana MeirellesMatheus Bertolini

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Colóquio Narrativa e Textualidade Hoje é realizado pela primeira vez na UFJFEvento, já sediado em universidades como PUC-Rio e UnB, reúne pesquisadores de Letras e Comunicação, nos 23 e 24 de junho

ESPAÇO DE CONVERSAFo

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O evento será espaço para discussão e mostra de pesquisas nas temáticas narrativa e textualidades contemporâneas

Page 9: Mergulho diário edição 17

mergulhodiárioESPORTE 23/06/2016

O atleta estadunidense Ashton James Eaton é da delegação de atletismo dos Estados Unidos, co-missão que será uma das nove que treinarão na UFJF para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Eaton tem 28 anos, é especialista na competição decatlo, campeão olímpico e bi-campeão mundial. Ele é um esportistas confir-mados para estar em Juiz de Fora, a partir do próximo mês. O norte-americano foi o segundo atleta na

tlo, com sete provas. Os atletas inscritos no declato competem num programa de dois dias. e so-mam pontos de acordo com seu desempenho em cada prova. Ven-ce o que conseguir mais pontos ao final da disputa

O declato é uma competição importante porque o vencedor dessa modalidade é considerado o atleta mais completo do mun-do, ou seja, um superatleta. Isso porque o conjunto de provas exi-ge, ao mesmo tempo, resistência e desenvolvimento de diferentes aptidões físicas.

história a superar a marca de 9 mil pontos nas Olimpíadas e, ainda, quebrou seu próprio recorde no

mundial de Pequim, em 2015 - mundiais de atle-tismo são disputados de dois em dois anos.

A competiçãoDecatlo é uma com-

petição de atletismo composta por dez pro-vas. Nos Jogos Olím-

picos, é exclusivamente prati-cada por homens. O equivalente feminino desta prova é o hepta-

Carolina Leonel

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JF recebe atleta mais completo do mundoMedalhista de ouro no decatlo pelos Estados Unidos, Ashton Eaton deve chegar à cidade no próximo mês para treinar na UFJF

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De acordo com informações do site da universidade, a Faculdade de Educação Física planeja a reali-zação do Congresso de Ciências do Esporte, com os profissionais das delegações, nos dias 3 e 4 de agosto. Também estão previstos workshops para crianças e jovens dos projetos de extensão de Atletismo e parce-rias com outros cursos da UFJF.

Juiz de Fora será a cidade de Minas Gerais com o maior número de delegações devido a sua pro-ximidade com a cidade sede dos Jogos Olímpicos e infraestrutura. A presença, não só de Ashton Ea-ton, mas dos mais de 330 profis-sionais envolvidos diretamente nas atividades esportivas entre equipe técnica e atletas, “trará um poten-

cial de interações acadêmicas mui-to forte nesse período”, conforme afirmou o reitor da UFJF, Marcus David, em entrevista coletiva rea-lizada no último dia 15. Além dis-so, em contrapartida, a instituição prevê a realização de oficinas e a participação de alunos, técnicos e professores em atividades para in-tercâmbio de conhecimento.

JF receberá 330 profissionais olímpicos

Atleta norte-americano

foi segundo esportista a

superar a marca de 9 mil pontos nas Olimpíadas.

Page 10: Mergulho diário edição 17

mergulhodiárioCIDADE 23/06/2016

Organizado por um grupo de cinéfilos em Juiz de Fora, ao longo de suas 14 edições ininterruptas, o Festival foi visto por cerca de 70.000.

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Inscrições abertas para Primeiro Plano 2016Evento é uma produção do Luzes da Cidade, Grupo de Cinéfilos e Produtores Culturais de Juiz de Fora; inscrições vão até dia 5 de agosto

As inscrições para a 15ª edição do Primeiro Plano – Festival de Ci-nema de Juiz de Fora e Mercocida-des já estão abertas e vão até o dia 5 de agosto, exclusivamente pelo site www.primeiroplano.art.br. O evento está previsto para acontecer entre os dias 24 e 29 de outubro.

As inscrições podem ser feitas para duas competições. A Mostra Competitiva Regional, que reúne os curtas-metragens realizados por cineastas residentes em Juiz de Fora e Zona da Mata, e a Mos-tra Competitiva Mercocidades, que exibe os filmes dirigidos por cineastas estreantes dos países da

Além da programação envolven-do os filmes, há a preocupação de realizar atividades culturais gra-tuitas oferecidas ao público por meio de oficinas.

Na edição passada, o evento recebeu cerca de 250 inscrições, exibiu longas e 50 curtas-metra-gens, além de promover debates e oficinas. O curta juiz-forano “Marlene – Historias de um for-ró”, de Jéssica Ribeiro, levou os prêmios Incentivo Primeiro Pla-no e Voto do Público na Mostra Competitiva Regional. Na Mos-tra Competitiva Mercocidades, o curta vencedor de melhor filme foi “Verão 98”, da diretora chile-na Valentina Azúa.

América do Sul. Em ambos os casos, as produções precisam ter sido finalizadas a partir de janei-ro de 2015 e ter duração máxima de 20 minutos.

Na Mostra Competitiva Regio-nal, os participantes que são uni-versitários ainda podem concor-rer ao Prêmio Incentivo Primeiro Plano, que concede ao vencedor um valor de R$ 7 mil para realizar uma nova produção. Para a Mostra Mercocidades, o festival é voltado exclusivamente para diretores que estão estreando na função.

O Festival realiza há quatro anos, sessões em Benfica e tem plano de ampliar as exibições nos bairros periféricos da cidade.

Matheus Bertolini

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CINEMA EM JF

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mergulhodiárioCULTURA 23/06/2016

Para as apresentações em julho a companhia traz nova roupagem em cenários e integrantes

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Corpus Núcleo de Dança apresenta “Pique” e “Peter Pan”, no Teatro Pró-MúsicaTemáticas distintas serão mostradas no palco pelos bailarinos da companhia juiz-forana no dia 2 de julho

A Corpus Núcleo de Dança re-apresenta os espetáculos “Pique” e “Peter Pan” em Juiz de Fora no dia 2 de julho, no Teatro Pró-Mú-sica, às 20h. Ambos foram apre-sentados em 2015 pela primeira vez e voltam ao palco com novas montagens depois do sucesso de público.

“Pique” se originou de estudos e reflexões sobre a obra “A Poéti-ca do Espaço” do filósofo Gaston Bachelard. A partir de observa-ções acerca da narrativa poética, a professora e coreógrafa, Ana Paula Neves, propõe a cada intér-prete “tomar o espaço”, de acordo com suas percepções. “‘Pique’ é um trabalho que fala de contem-plação. Hoje em dia não se con-templa quase nada. O mundo ace-lerado em que vivemos nos cega e nos cala. ‘Pique’ se divide em dança, imagem, música, sons, fala... é um jogo que permite ao público se divertir e escolher pra onde ir. Na estreia, no ano passa-

se Milward, explica a iniciativa. “Avaliamos que a reapresentação alcançaria um público do perfil que tivemos na Bienal e propor-cionaria um amadurecimento do trabalho. Assim, nossa expectati-va é dar uma maior visibilidade ao trabalho de dança contemporâ-nea desenvolvido na Corpus”.

Peter PanEm releitura do clássico infan-

til, o espetáculo “Peter Pan” traz o núcleo infantojuvenil de baila-rinos da Corpus e bailarinos pro-fissionais nos papéis principais da trama. Dentro da temática, serão apresentadas coreografias de balé clássico. Denise Milward fala so-bre a escolha do tema e as expec-tativas para a próxima apresen-tação. “Foi um dos espetáculos mais empolgantes que fizemos, daí a vontade de reapresentar. Tanto para os alunos quanto para o público, será uma oportunida-de de aproveitar a magia de Peter Pan”.

Com público ainda em expan-são, a dança em Juiz de Fora tem experimentado novos olhares, principalmente, a partir de espe-táculos e cursos oferecidos pelas academias da cidade. Sobre estes eventos, a diretora comenta: “O retorno é sempre a divulgação do nosso trabalho e, consequen-temente, o seu reconhecimento. A cada ano, temos contado com maior público e também mais alunos.”

ServiçoOs ingressos podem ser adqui-

ridos na secretaria da Corpus Nú-cleo de Dança, Avenida Rio Bran-co, 4.491. A inteira custa R$ 20,00, e a meia entrada, R$ 10,00.

do, ficamos muito satisfeitos, pois o público se sentiu liberto deixan-do suas imaginações livres”, ex-plica Ana Paula.

Um outro “Pique”A apresentação estreou em ou-

tubro do ano passado e foi um dos espetáculos de dança contempo-rânea contemplados pela Funalfa por meio do Edital de Incentivo à Criação e Pesquisa em Dança para artistas e grupos locais. Este ano, a apresentação vem com nova montagem como conta a coreógrafa e criadora do espetá-culo, Ana Paula Neves. “Reapre-sentar o ‘Pique’ é acima de tudo instigante, nos permite uma nova reflexão da alma humana, já que metade do elenco foi modificado. Outros corpos, habilidades e ini-ciativas foram propostos, fazendo com que se chegasse a uma nova construção cênica, no entanto, a essência do trabalho se mantém. É, com certeza, um outro ‘Pique’! Uma nova poesia!”

A diretora da Corpus, Deni-

Carolina Tosetti

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BALé