mergulho 148 - açores - nov 2008

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Reporgatem de Áthila Bertoncini e Maíra Borgonha sobre o Arquipélago dos Açores, publicado na Revista Mergulho.

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MMergulhar em condições ruins tem graça? Ô se tem... Depois de (merecidas?) férias no Caribe e dez dias mergulhando no azul quase “inexistente” do ABC do Mergulho – Aruba, Curaçao e Bonaire –, meu primeiro mergulho em águas brasileiras foi na Laje de Santos, num dia “meia-boca”: seis ou sete metros de visibilidade e olhe lá. Mas a manhã estava ensolarada, o bate-papo com novos e velhos amigos rolou solto ida e volta, a gentileza da tripulação do barco Atmosfera I (leia Dani e João Paulo) foi nota 10 como sempre... Enfim, para quem gosta de mergulhar, há todo um ritual que não é qualquer agüinha suja que vai estragar. E, para finalizar, dois mergulhos com um “pasto” de nudibrân-quios, tartarugas, dezenas de raias-prego (e não é modo falar, não...) e até uma rara, segundo me garantiram, raia-borborleta. Quisera eu ter dois mergulhos como aqueles todo dia.

Prova maior de que mergulhos ficam impressos na memória, trazemos o relato do experiente mergulhador Eduardo Kossatz sobre uma saída casca-grossa para a mesma Laje, que poderia ter tido conseqüências muito mais sérias do que um grande susto e um barco fedorento. Já Ary Amarante, que há muito tempo resolveu imprimir suas lembranças antes em filmes e mais recentemente em cartões de memória – sempre com indiscutível técnica e sensibilidade – nos traz registros de um dos surreais pontos de mergulho do Brasil: a Risca do Zumbi, no Rio Grande do Norte. Se bem que, em um dia normal, as formações que estão entre as mais bonitas do mundo, são envoltas por águas transparentes e quentes. Ali, o prazer de mergulhar faz o estilo “convencional”: lindos cenários, fauna

rica, água limpa. Assim como no além-mar de Açores, no outro lado do Atlântico. Um arquipé-lago feito sob medida para mergulhadores, mas ainda pouco conhecido pelas bandas de cá, radiografado nesta edição por Áthila Berton-cini e Maíra Borgonha, num texto que flutua entre o luso e o brasileiro naquela que Camões considerou “última flor do Lácio”: a língua portuguesa.

Agora, se tem alguém que não liga mesmo para pouca visibilidade é o fotógrafo Marcio Lisa. Pelo contrário, gosta tanto que já marcou viagem de volta à Indonésia e ao Estreito de Lembeh, paraíso do muck diving, tipo de mer-gulho que pode ser classificado como “sujo” (mas no bom sentido...). Foi ali, sem enxer-gar nada a um palmo do nariz, que Marcio encontrou criaturas tão impressionantes que ele divide a experiências com os leitores de Mergulho, com valiosas dicas para flagrar esses bichinhos escondidos na “penumbra sub”. E, at last but not least, para embasar de vez a tese de que a diversão não está necessária e diretamente ligada às condições do mergulho, trazemos a cobertura de mais uma edição dos Dive Games, uma grande festa realizada na capital gaúcha em água doce e clorada, mas quem disse que o pessoal não saiu da piscina de cabeça feita? Por isso, meu amigo, não se deixe enganar. Mergulhar é sempre melhor do que não mergulhar.

briefing

06 >> mergulho

Presidente e editor Ernani Paciornik Vice-Presidente Denise Godoy [email protected]

redação diretor de Produto Alcides Falanghe [email protected] editor Zé Lúcio Cardim [email protected] editor de arte Alexandre Sakihama [email protected] Tratamento de imagem Paulo Nery [email protected] estagiária Patricia Moya [email protected] Colaboraram nesta edição Ary Amarante, Áthila Bertoncini, Cezar Torres, Francisco

Nakahara, Eduardo Kossatz, João Paulo Cauduro Filho Marcio Lisa, Maria Borgonha, Maurício Carvalho, Osmar Luis Jr., Paulo Amorim, Rodrigo Guimarães e Rodrigo Thomé

endereço av. Brigadeiro Faria lima, 3064 – 10º andar CeP 01451-000 – São Paulo – SP – Tel.: (11) 2186-100

PuBliCidade executivos de Contas Nadia Bronze Verlangieri [email protected]

Gabriela Llovet [email protected] representante Paraná Gustavo Ortiz Sampaio [email protected] Produção gráfica Ana Paula Jacinto [email protected] marketing Monique Lopes [email protected] endereço av. Brigadeiro Faria lima, 3064 – 10º andar São Paulo – SP – Tel.: (11) 2186-1000

markeTing marketing/Projetos especiais Marcia F. H. de Melo Genovese [email protected]

CirCulação/aSSinaTuraS gerente de Circulação Heloísa Siqueira [email protected] assessor de Circulação Ricardo Rodrigues [email protected] relacionamento assinaturas Thalita Cordero [email protected] números atrasados Camila Leal www.mergulho.com.br/lojavirtual aTendimenTo ao leiTor Roberta Coelho [email protected] aTendimenTo ao aSSinanTe CenTral de aTendimenTo SP (11) 3512-9474 RJ (21) 4063-9507 BH (31) 40639703 Horário de atendimento: das 8h às 18h ou Pelo “Fale ConoSCo”: www.assinemergulho.com.br/fale conosco

rePreSenTanTeS rio grande do Sul Compágina Veículos de Comunicação - renato rosa rua Francisco Trein, 208 / 205 – Cristo redentor – Porto alegre – rS Cep 91350-200 – Tel.: (51) 3019.0919 / (51) 9955.5166 e-mail: [email protected]

Santa Catarina Yuri representações ltda – atanil Wagner Filho r. hilário Vieira, 49 – Centro – São José – SC – Cep.: 88103-235 – Tel.: (48) 3247.7804 / (48) 9980.6221 - e-mail: [email protected]

mergulho é uma publicação mensal da gr um editora ltda. iSSn 1413-408X. novembro 2008. Jornalista responsável: denise godoy mTb 14037.

artigos assinados não representam necessariamente a opinião da revista. Todos os direitos reservados. mergulho é distribuída com exclusividade no Brasil pela distribuidora nacional de Publicações – dinap. números atrasados poderão ser adquiridos mediante disponibilidade de estoque e ao preço da última edição em banca, mais as despesas de postagem, pelo site www.mergulho.com.br/loja. assinaturas: www.assinemergulho.com.br.

a editora garante aos assinantes desta publicação que a interrupção na entrega dos exemplares contratados implicará na restituição, em reais, do valor pago correspondente aos exemplares a entregar devidamente corrigido, de acordo com as disposições legais.

iBeP gráfica CTP, impressão e acabamento

Áthila Bertoncini e Maíra Borgonha

Zé LúCIo CARDIM

Eduardo Kossatz

Marcio Lisa

Page 3: Mergulho 148 - Açores - NOV 2008

ArquipélAgo de sonhosEm pleno Oceano Atlântico, a

aproximadamente 760 milhas de Lis-boa, encontra-se o Arquipélago dos Açores. O conjunto de nove ilhas de origem vulcânica - cujo nome é origi-nário de uma ave de rapina - estende-se por 500 quilômetros. São Miguel e Santa Maria constituem o grupo oriental das ilhas. Terceira, Graciosa, São Jorge, Pico e Faial, o grupo cen-tral; e Flores e Corvo, o grupo oci-dental. No passado, o arquipélago foi considerado importante rota e local de caça para os navios baleeiros e há quem diga que as ilhas sejam vestígios da lendária Atlântida... A viagem por solo e mar açorianos começa na ilha Terceira. Em meio a espetaculares imersões e felizes “intervalos de super-fícies”, passamos pelas ilhas do Faial e Flores até alcançar o destino final: a pacata ilha do Corvo. A ilha Terceira, que carrega o nome por ter sido a terceira ilha descoberta, é famosa por sediar as touradas portuguesas.

Deixando a algazarra das touradas de lado, seguimos rumo ao ilhéu das

Visibilidade que supera os 30 metros, montes submersos e muitas espécies de passagem. o mergulho em Açores é irresistível...Textos e fotos: Áthila Bertoncini Andrade e Maíra Borgonha

Cabras, localizado a menos de uma milha ao sul da Ilha, o qual abriga a conhecida gruta dos Ratões. Famosa pela concentração de “ratões” - raias da espécie Taeniura grabata que possuem formas bem arredondadas - a gruta apresenta uma plataforma rochosa aos 8 metros abrindo-se em um fundo arenoso com grandes rochas até os 24 metros de profundidade. Espécies comuns de serem avistadas no local são as castanhetas-amarelas (Chromis limbata), castanhetas-pretas (Abudefduf luridus), salemas (Sarpa salpa), garoupas (Serranus atricauda) e bicudas (Sphyrae-na viridensis) de passagem.

A seguir, ainda no sul da Ilha, en-contra-se o naufrágio do Vapor Lida-dor, de 78 metros de comprimento que fazia a linha Portugal/Brasil. Afundado em 1878, é parte do Parque Arqueológico Subaquático da baía de Angra do Heroísmo, onde repousa. O mergulho no local é raso (3 a 7 me-tros) e fácil, a saída é feita pelo centro náutico e não necessita de embarca-ção, estando todo ele muito bem sina-lizado, o que inclui placas informativas

Mergulho àportuguesa

o peixe-porco (Balistes carolinensis),

“arroz de festa” nos Açores

rascassos (scorpaena maderensis)

ouriço (sphaerechinus granularis)

Caneiro dos Meros : o melhor lugar em Açores

para encontrá-los

ilha das Flores

peixe-rainha (Thalassoma pavo)

golfinho (delphinus delphis)

ilhéu das Cabras

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fixadas na sua estrutura. No naufrágio são facilmente encontrados polvos (Octopus vulgaris), rascassos (Scorpaena maderensis), os simpáticos bochecha (Gobius paganellus) e caboz-lusitano (Parablennius ruber) e espécies nada comuns nos mergulhos na costa brasi-leira, apesar de ter parentes próximos, como as abróteas (Phycis phycis).

Além das inúmeras opções de mergulho autônomo, os Açores são repletos de “zonas balneares” que possuem piscinas naturais, excelentes para a prática do mergulho livre. Na face norte da Terceira, estão as famo-sas piscinas dos Biscoitos e Quatro Ribeiras onde uma apnéia exploratória permite encontrar os coloridos peixes-rainha (Thalassoma pavo), caboz-de-três-dorsais (Tripterygion delaisi) e as estrelas-do-mar (Ophidiaster ophidia-nus). Já no sul da ilha, a praia da Silvei-ra, Negrito, Salgueiros e Porto Martins são lugares que merecem uma parada. Os costões rasos e ricos fundos areno-sos, revelam belezas como os bodiões de areia (Xyrichthys novacula), inúme-ros predadores vorazes como peixes-lagarto (Synodus saurus), salmonetes (Mullus surmuletus) buscando alimento e os temidos vermes-de-fogo (Hermo-dice carunculata).

O mar dos Açores abriga cerca de um terço das 81 espécies de cetáceos existentes no mundo, com destaque para os cachalotes (Physeter macroce-phalus) e os golfinhos-comuns (Del-phinus delphis). Fatores como a situa-ção geográfica, a disponibilidade de alimento e a ausência de plataforma continental contribuem para o apare-cimento das espécies em migração e

as que habitam maiores profundida-des. As ilhas Terceira, São Miguel e Fayal contam com boa estrutura para realizar a observação de cetáceos (wa-lewhatching).

Deixar a Terceira e partir para o Faial é emocionante pela alegre che-gada na colorida marina da cidade da Horta. Local de referência para navegadores de todo o mundo, como recordação da passagem são deixadas incontáveis pinturas no chão da mari-na, pois se diz que os marinheiros que não o fizerem não chegarão ao seu porto de destino. Parada obrigatória na Horta é o Peter’s Café Sport, bar muito conhecido pelos navegadores que fazem escalas na ilha, que ali mes-mo deixam penduradas cartas para as embarcações que por lá passarão. No seu interior também há um museu contando a história do scrimshaw, a arte de entalhe em ossos e dentes de cachalote. Quando chegar ao Peter’s não deixe de pedir o famoso gin tôni-ca, marca registrada do bar.

Próxima parada: ilha das Flores. A designação ocorre em virtude da abundância de flores, especialmente hortências espalhadas por toda a ilha. Em Flores, as piscinas naturais do po-voado de Santa Cruz ficam em frente a uma tranqüila área de camping onde é possível descansar e curtir as belezas subaquáticas fazendo mergulho livre. Outro balneário que deve ser visitado está localizado no povoado da Fajã Grande. A espetacular vista das mon-tanhas ao fundo cortadas pela queda d’água de 90 metros do Poço do Baca-lhau contrastando com o azul do mar são um convite ao mergulho. Multi-

Além das inúmeras opções de scuba, Açores tem muitas piscinas naturais, excelentes para o mergulho livre

peixe-bochecha (gobius paganellus)

lírios (seriola rivoliana)

Casa-alugada-sedentário (Calcinus tubularis)

Moréia (Muraena robusta)

peixes-rainha (Thalassoma pavo)

Mero juvenil (epinephelus marinatus)

Marinha de Angra do heroísmo

espirografo (sabella spallanzanii)

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coloridos ouriços-de-espinho-curto (Sphaerechinus granularis), moréias-pretas (Muraena augusti), camarões-das-poças (Palaemon elegans) e outros invertebrados, como o espirografo (Sabella spallanzanii), fazem brilhar os olhos de qualquer mergulhador.

Partindo das Flores, é possível fazer o trajeto em direção a ilha do Corvo com barcos infláveis em uma travessia que dura cerca de 30 minutos, e ge-ralmente é acompanhada por paradas para observação de golfinhos dando um show à parte. O pacote inclui no retorno, um passeio costeando a ilha das Flores, com suas grutas e falésias que não deixam dúvidas do seu título de ilha mais bonita do Arquipélago.

Corvo possui inúmeras peculiarida-des, dentre elas a sua população que oscila em torno dos 400 habitantes onde o city tour não leva mais de 15 minutos. Em 2007 recebeu o reco-nhecimento internacional perante a Unesco – juntamente com a ilha da Graciosa – sendo classificada como Reserva da Biosfera (assim como o nosso Pantanal e Amazônia) integran-do as 482 reservas distribuídas em 102 países que buscam soluções para con-ciliar a conservação da biodiversidade com seu uso sustentável.

No final da década de 1990 a ilha do Corvo tornou-se um exemplo nacional, sendo o único local em solo português a possuir uma reserva vo-luntária. Sensibilizados com imagens dos enormes meros (Epinephelus mar-ginatus) próximos ao porto, os pró-prios pescadores decidiram abandonar a atividade na área. Vale ressaltar que em Portugal o mero equivale ao peixe

que figura na nossa cédula de R$ 100, a garoupa-verdadeira. O “Caneiro dos Meros”, ponto localizado em frente à simpática Vila Nova do Corvo, é local certo para o mergulho com os gran-des peixes que facilmente atingem os 30 quilos e são avistados nadando por entre os canais de basalto a cerca de 30 metros. Acostumados à presença dos mergulhadores, se aproximam, curiosos, exibindo-se de forma menos tímida que os encontrados em outras ilhas do arquipélago, chegando a ficar cara a cara com o mergulhador.

Ainda no Corvo as piscinas da Prai-nha são repletas de pequenos meros. Com um olhar atento é possível en-contrar os tímidos caranguejos (Perc-non gibbesi) entre as rochas e jovens solhas (Bothus podas) que se disfarçam sobre o fundo arenoso-escuro. Po-dem-se encontrar o bodião-azul-dos-Açores (Centrolabrus caeruleus) e os peixes-rei (Coris julis) com os machos cortejando seu harém de fêmeas com cores distintas, ou ainda juvenis da espécie “trabalhando” nas estações de limpeza – interações ecológicas tão comuns nos recifes tropicais.

Para quem dispõem de tempo no Arquipélago, outra grande pedida em termos de mergulho são os montes submarinos. Localizados em oceano aberto, essas particulares formações cônicas se elevam a mais de mil me-tros do fundo até poucos metros da superfície e o mergulho só é viável em condições excelentes de mar.

Dentre os montes três merecem destaque: Princesa Alice, localizado a 45 minutos a sudoeste da Ilha do Faial e profundidade mínima de 35

localizados em mar aberto, os montes

submarinos se elevam a mais de mil metros do fundo até poucos metros da superfície

golfinhos-comuns (delphinus delphis)

espirografo (sabella spallanzanii)

Caboz-de-três-dorsais (Tripterygion delaisi)

Marina de horta, Faial

garoupa (serranus atricauda)

Verme-de-fogo (hermodice carunculata)

Água-viva (pelagia noctiluca)

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A melhor época para conhecer o Arquipélago é o período que compreende o verão europeu, preferencialmente julho e agosto, onde ocorrem períodos prolongados de bom tempo. Todas as ilhas possuem conexão aérea, via operadora sATA. A conexão marítima é realizada entre os meses de maio a outubro pela empresa Açor-line, exceto entre as ilhas de Fayal, pico e são Jorge, onde o transporte marítimo dura o ano todo. Todas as ilhas possuem serviço de “auto-carros” (ônibus), táxis e aluguel de carros.

Vai lá

metros, pode ser alcançado em três horas de navegação partindo-se da marina de Horta. O Dollabarat, situ-ado a cerca de 20 minutos a nordes-te de Santa Maria com profundidade mínima de 5 metros, a 3 minutos do Ilhéu das Formigas. Por fim, o banco D. João de Castro, situado a 35 minutos da Ilha Terceira e a 38 minutos de São Miguel. O banco surgiu de uma erupção submarina em 1720 originando uma nova ilha, a qual desapareceu em 1722 devido à erosão marinha.

Os montes se destacam pela singu-laridade na geologia que compõem os fundos, pelas bactérias termófilas junto às fissuras de onde brotam água quente e bolhas de gás e pelas espécies de peixes de passagem como as enormes mantas (Manta birostris), bicudas (Sphyraena viridensis), serras (Sarda sarda), lírios (Seriola rivoliana) e tubarões (Carcharhinus galapagen-

sis), além de, claro, as espécies mais comuns dos costões das ilhas, em especial os peixes-porco (Balistes carolinensis), que são absolutamente vorazes no local.

Apesar dos bancos estarem locali-zados a dezenas de milhas das ilhas mais próximas, é possível realizar excelentes mergulhos com apoio dos centros de mergulho açorianos.

Para os fotógrafos sub, o mar dos Açores tem uma vasta oferta de cená-rios, que abrange do macro à grande angular, tanto em apnéia como em mergulho autônomo, contando com centros de mergulho em todas as ilhas e câmaras hiperbáricas em Faial e São Miguel. Ainda para os aficio-nados, uma dica é o Open de Foto Sub da ilha da Graciosa, evento que acontece a cada dois anos sendo o próximo agendado para o verão de 2010. Como diriam os portugueses, “um evento a não perder”!

Você deve imaginar que um arquipélago no meio do oceano, tenha sua economia baseada na... Agropecuária! não foi o que imaginou? pois bem, são os 500 milhões de litros anuais de leite que movem os Açores, com significativa produção de queijos, de-liciosos, diga-se de passagem. só depois vem a pesca (cerca de 10 mil toneladas/ano), seguida pelo turismo, que conquista mais adeptos a cada ano os quais se deslumbram com a hospitalidade do povo açoriano, suas festas tradicionais, arquitetura colonial e fabulosa gastronomia. entretanto, são as inúmeras e exuberantes paisagens que dão aos Açores o título de “paraíso Atlântico” com as ilhas e suas costas recortadas, baías, angras, lagoas, piscinas naturais, vulcões, campos, flora endêmica, e principalmente a rica biodiversidade marinha em um cenário perfeito para a prática do mergulho.

Mais sobre Açores

para os fotógrafos sub, Açores possui vasta oferta de assuntos, da macro a grande angular

peixes-porco (Balistes carolinensis)

garoupa (serranus

atricauda)

Moréia-preta (Muraena augusti)

Caboz-lusitano (parablennius ruber)

peixe-rei (Coris julis)

Tunicado (Clavelina lepadiformis)