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Mercados informação setorial Timor-Leste Alimentação e Bebidas Breve Apontamento Agosto 2016

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Mercados

informação setorial

Timor-Leste Alimentação e Bebidas – Breve Apontamento

Agosto 2016

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Timor-Leste – Alimentação e bebidas

Breve Apontamento (agosto 2016)

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Índice

1. Mercado de alimentação e bebidas – nota introdutória, dimensão e tendências 3

2. Evolução do consumo

2.1. Consumo e despesa do agregado familiar 4

2.2. Poder de compra 5

2.3. Níveis de preços 5

2.4. Marcas mais vendidas 7

3. Produção local 9

4. Importações timorenses 10

4.1. Principais fornecedores 19

4.2. Posicionamento de Portugal 20

4.2.1. Estrutura da importação de bens alimentares e bebidas portugueses 20

4.2.2. Perceção dos produtos alimentares e bebidas portugueses 24

4.2.3. Atividades de promoção de bens alimentares e bebidas portugueses 24

4.2.4. Análise SWOT do posicionamento dos bens alimentares e bebidas portugueses 25

5. Canais de distribuição e locais de compra 25

6. Legislação e regulamentação para importação e venda de bens alimentares e bebidas 26

7. Acesso ao mercado - barreiras 27

7.1. Barreiras alfandegárias 27

7.2. Barreiras não alfandegárias 27

8. Perspetivas, oportunidades e desafios do setor 28

9. Informação prática 28

9.1. Roadmap para entrada no mercado 28

9.2. Principais empresas importadoras e retalhistas de bens alimentares e bebidas 29

9.3. Despachantes e agentes aduaneiros 30

9.4. Feiras de produtos alimentares e bebidas 30

9.5. Fontes de informação 30

9.6. Imprensa generalista 31

9.7. Outros aspetos 31

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Timor-Leste – Alimentação e bebidas

Breve Apontamento (agosto 2016)

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1. Mercado de alimentação e bebidas – nota introdutória, dimensão e tendências

Segundo os censos realizados em 2015, a taxa de crescimento da população em Timor-Leste, foi de 9,46%

entre 2010 e 2015, totalizando 1 167 242 pessoas, um crescimento menor que o de 15,5%, registado entre

2004 e 2010. Díli continua a ser a cidade com mais população, com cerca de 21,7% do total. De acordo

com projeções da Direção-Geral de Estatística de Timor-Leste (DGE) realizadas em 2015, a população

poderá atingir os 2 milhões de pessoas até 2030.

A maior parte da população de Timor-Leste vive da agricultura e de uma economia de subsistência. A dieta

timorense tem como base sobretudo o arroz, mas também o milho e a mandioca, acompanhados de

vegetais e de elementos proteicos, como a carne de galinha, de porco e peixe, estes últimos ingeridos ainda

em quantidades insuficientes. Muitas famílias timorenses, sobretudo nas zonas rurais, não têm frigorífico,

nomeadamente nos sucos (aldeias), tendo por isso de fazer uso de métodos de conservação tradicionais de

conserva, como a seca da carne ou do peixe.

Ao longo dos últimos anos, têm-se registado algumas alterações relativamente a hábitos alimentares em

Timor-Leste. De acordo com alguns dados, a criação doméstica de animais, o aumento do consumo de

peixe e o crescimento do consumo de frango importado tem potenciado uma melhor nutrição e uma

evolução no desenvolvimento nutritivo das populações.

A produção local não consegue responder às necessidades alimentares do país. Por exemplo, Timor-Leste

importa grandes quantidades de arroz, a partir da Tailândia, do Vietname e da Indonésia.

Em Timor-Leste, o acesso a água potável ainda é um grande desafio, pelo que a população tem que

recorrer ao consumo de água potável engarrafada. Existe alguma produção local de água engarrafada, mas

não consegue suprir as necessidades da população.

Além da água, a cerveja e os refrigerantes são das bebidas mais consumidas em Timor-Leste, e são

atualmente importadas. No caso da cerveja, a Heineken Ásia e Pacifico é responsável pela importação de

95% das cervejas vendidas neste mercado, nomeadamente, as cervejas Bintang, Tiger, ABC, Heineken e

Sagres. De referir que a Heineken Ásia e Pacifico está a construir uma fábrica perto de Díli, que irá produzir

uma série de bebidas, incluindo cerveja, refrigerantes e água. Perspetiva-se que esta fábrica comece a

laborar a partir de dezembro de 2016.

O vinho é procurado por uma parte da população com maior poder económico e o seu consumo está a

aumentar. O vinho consumido no país é essencialmente importado.

Dada a inexistência de dados oficiais sobre a dimensão do mercado de alimentação e bebidas em Timor-

Leste, e atendendo a que a importação de produtos alimentares e bebidas representam a maioria do

mercado, sobretudo nas zonas urbanas, seguidamente são apresentados dados sobre a importação destes

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Timor-Leste – Alimentação e bebidas

Breve Apontamento (agosto 2016)

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bens, permitindo ter uma perspetiva aproximada do que pode ser a dimensão do mercado timorense. A

informação utilizada vai apenas até 2014, por falta de dados referentes ao Vietname, no ano de 2015.

De acordo com dados do ITC (International Trade Centre), entre 2012 e 2014 registou-se um aumento nas

importações de produtos alimentares e bebidas, acompanhado pelo aumento da quota de agroalimentares

no total das importações. Em 2012, registaram-se 147 milhões de dólares norte-americanos, com uma

quota de 21,1%, e em 2014, 217 milhões de USD, com uma quota de 32,8%.

2. Evolução do consumo

2.1. Consumo e despesa do agregado familiar

Apesar de existirem poucos dados disponíveis e atualizados sobre os gastos mensais em alimentação e

bebidas pela população timorense, o estudo e pesquisa de orçamentos e rendimentos em Timor-Leste,

realizado pelo departamento de estatística do Ministério das Finanças em 2011, refere que, em contexto

urbano, uma família despende do seu orçamento cerca de 206,04 USD por mês em bens alimentares, e

cerca de 89,04 em contexto rural.

A média de gasto mensal per capita em bens alimentares é de 30,18 USD em contexto urbano e 15,27 USD

em contexto rural.

Em contexto urbano, uma família despende do seu orçamento mensal cerca de 52,3% em alimentação e

em contexto rural, cerca de 71,8%.

147 74

217 548

440

446

21,1%

14,4%

32,8%

0%

10%

20%

30%

40%

0

100

200

300

400

500

600

700

800

2012 2013 2014

Qu

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Agr

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Milh

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de

USD

Evolução das importações timorenses

Outros produtosAgroalimentares e bebidas 147Quota de agroalimentares e bebidas nas importações 21,10%Linear (Quota de agroalimentares e bebidas nas importações 21,10%)

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A tabela seguinte discrimina os valores gastos por semana em produtos alimentares e bebidas nos

contextos urbanos e rurais.

Gastos em alimentação e bebidas por semana Contexto

Urbano (USD) Rural (USD)

Cereais 10,71 11,01

Tubérculos e Raízes 2,29 2,88

Peixe 3,47 0,84

Carne 6,64 3,08

Ovos e Leite 2,43 0,57

Vegetais 8,17 4,85

Miudezas 1,21 0,72

Frutos 2,32 0,87

Óleos vegetais 2,53 1,69

Ingredientes para bebidas 2,20 1,93

Especiarías 1,15 0,76

Outros alimentos 1,15 0,66

Refeições preparadas e bebidas 4,89 0,95

Bebidas alcoólicas 1,05 0,55

Tabaco 2,45 1,90

Total 52,66 33,25

Fonte: Timor-Leste Household Income and Expenditure Survey 2011

2.2. Poder de compra

De acordo com dados do Banco de Portugal, o PIB não petrolífero registou um crescimento entre 2012 e

2015, de 1 270 milhões de USD para 1 617 milhões de USD (+27%). No entanto, dados do Fundo

Monetário Internacional (FMI) indicam que o PIB per capita registou um decréscimo de 5 673 USD para

2 244 USD (-60%), no mesmo período.

Segundo a Direção-Geral de Estatística de Timor-Leste (DGE), a percentagem do PIB não petrolífero

relativo à alimentação e bebidas cresceu de 24,9%, em 2011, para 27,8%, em 2014.

Assim, com o decréscimo registado no poder de compra da população, a percentagem do rendimento

despendido em alimentação e bebidas aumentou.

2.3. Níveis de preços

O mercado timorense de alimentação e bebidas não alcoólicas tem assistido a uma ligeira descida de

preços. Todavia, segundo dados estatísticos da Direção-Geral de Estatística de Timor-Leste (DGE), os

níveis de preços entre 2014 e 2015 aumentaram nos produtos lácteos, nas refeições

preparadas/conservadas, nas bebidas alcoólicas e, em menor grau, no pão e nos cereais (exceto arroz).

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Fonte: Direção-Geral de Estatística de Timor-Leste (DGE)

Para 2016 prevê-se uma moderada variação nos preços dos alimentos, podendo registar-se uma pequena

descida. De acordo com a previsão de janeiro de 2016 da DGE, será de esperar uma taxa de inflação de

cerca de 1,1%, para 2016.

As tabelas seguintes apresentam preços médios indicativos dos produtos alimentares e das bebidas mais

vendidos em Timor-Leste, com base num levantamento local realizado pela AICEP em alguns dos principais

supermercados de Díli, em julho de 2016.

Alimentação Preço médio (USD)

Marcas portuguesas

Salsichas (lata) 1,80

Refeições preparadas 3,10

Atum (lata) 2,10

Leite (1L) 1,95

Azeite (1L) 12,50

Massas 1,55

Tomate enlatado 1,00

Cereais 1,50

Bacalhau 14,95

Bolachas 1,90

Azeitonas 1,80

Ketchup 2,10

Sardinha conserva (lata) 2,35

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beb

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Beb

idas

alc

licas

-4%

0%

4%

8%

Variação dos preços de alguns produtos alimentares entre 2014 e 2015

-1,3%

6,1%

0,2% -3,2% -0,1% -2,4% 1,2%

4,0% 4,4%

-3,3%

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Alimentação (continuação) Preço médio (USD)

Marcas de outras origens

Polpa tomate (Indonésia) 1,25

Noodles (Indonésia) 0,50; 1,40

Biscoitos (Indonésia) 0,75; 1,25

Leite (1L) (Austrália) 2,00

Leite (1L) (Indonésia) 1,75

Leite (16 cl) (Indonésia) 0,80

Chocolate (Indonésia) 0,20

Batatas fritas (pacote médio; grande) (Indonésia) 0,60; 1,50

Biscoitos (pacote pequeno; grande) (Indonésia) 0,45; 1,75

Café e cappuccino (Indonésia) 1,40

Atum (China) 1,35

Margarina (Unilever/Indonésia) 2,80

Bolachas de Chocolate (Mondelez/Indonésia) 0,75

Bebidas Preço médio (USD)

Água (1L) (Indonésia) 0,45

Sumo (33 cl) (China) 0,45

Sumo (33 cl) (Indonésia) 0,50

Sumo (62 cl) (Indonésia) 1,50

Sumo (1L) (Turquia) 1,70

Sumo (1L) (Portugal) 2,90

Sumo (1,25L) (Austrália) 3,80

Refrigerante (33 cl) (grupo Coca-Cola) 0,75

Cerveja (33 cl) (Portugal) 1,25

Cerveja (33 cl) (grupo Heineken - Singapura/Indonésia) 1,40

Vinho (Portugal) 5,85 a 10,80

Espumante (Portugal) 8,90 a 17,00

2.4. Marcas mais vendidas

Relativamente a marcas mais vendidas em Timor-Leste, existem poucos dados oficiais, pelo que a

informação presente neste ponto foi recolhida localmente pela AICEP em alguns dos mais importantes

supermercados de Díli, nomeadamente, Páteo, Kmanek, Lita, Leader, Jacinto e W Four, bem como

informação fornecida pela Heineken Ásia e Pacifico.

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Bens alimentares:

Atum em conserva Ramirez (Portugal), Deho (China)

Sardinhas em conserva Bon Appetit (Portugal)

Leite Terra Nostra (Portugal), Pauls Milk (Austrália), Indomilk, Enaak e Ultramilk (Indonésia)

Massas Milaneza e Nacional (Portugal)

Noodles Mie Sedaap (Indonésia)

Biscoitos Roma Biscuit e Monde Biscuit (Indonésia)

Bolachas Amanhecer e Masterchef (Recheio Cash&Carry) e Oreo (Indonésia)

Azeite Andorinha (Portugal)

Margarinas Blue Band (Unilever/Indonésia)

Azeitonas Jerónimos (Portugal)

Polpa de tomate ABC Syrup (Indonésia)

Chocolates Beng Beng (Indonésia)

Café e cappuccino Tugu Buaya (Indonésia)

Batatas em pacote Kusuka (Indonésia)

Estão também presentes diversos produtos da Nobre (enlatados, salsichas, refeições preparadas com

chouriço), vários produtos da Nestlé importados de Portugal, bem como bolachas, cereais para pequeno-

almoço, massas, bacalhau, frutas congeladas (sobretudo frutos vermelhos) e tomate enlatado do Continente

(Sonae).

Outros dos produtos mais vendidos nestes supermercados dizem respeito a comida tradicional, que é na

sua maioria importada das Filipinas, Tailândia e China, entre as quais estão anchovas, comida tradicional

chinesa (por exemplo, arroz e feijão) e conservas de atum provenientes das Filipinas (devido ao baixo

preço).

Bebidas não alcoólicas:

Água Danone Aqua e Aquase (Indonésia),

Sumos Compal (Portugal), Dellos (Indonésia), Sagiko (China), ABC Syrup

(Indonésia), Spring Valley (Austrália), Ice Cool (Singapura), Dimes

(Turquia), Cypriana (Chipre)

Refrigerantes Coca-Cola

Bebidas alcoólicas:

Vinhos Camilo Alves, Ganita, JP Azeitão, Grão Vasco, Lancers, Malaquias, Monte

Velho (Portugal)

Espumantes Lancers, Raposeira e Contemporal (Portugal)

Licores Licor Beirão (Portugal)

Cervejas Bintang, Tiger, ABC (grupo Heineken – Singapura/Indonésia)

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3. Produção local

Os níveis de produção e produtividade são baixos, e muitos agricultores não possuem qualificações para o

desenvolvimento de uma atividade empresarial. Cerca de 63% das famílias estão envolvidas na agricultura,

com destaque para a produção de milho, arroz, mandioca e vegetais. O arroz é um produto alimentar

básico, produzido nos distritos de Viqueque, Baucau, Bobonaro e Manatuto.

Segundo dados do Ministério da Agricultura e Direção Nacional de Agricultura e Horticultura, em 2012,

foram produzidas cerca de 119 166 toneladas de arroz, 62 839 toneladas de milho, cerca de 94 834

toneladas de mandioca e 34 012 toneladas de vegetais.

Para a produção de café, que constitui cerca de 80% das exportações não petrolíferas, o volume anual

produzido é de cerca de 12,5 mil toneladas. As principais áreas de produção são Aileu, Ainaro, Bobonaro,

Ermera, Liquiçá e Manufahi, sendo metade da produção proveniente de Ermera. O país exporta menos de

0,2% da oferta mundial de café mas tem a vantagem competitiva de ser o maior produtor de café orgânico

do mundo.

Relativamente à criação de animais, a tabela seguinte apresenta dados relativos ao período entre 2010 e

2014, e reflete o crescimento desta atividade em Timor-Leste.

Unidade: número de cabeças

Fonte: Timor-Leste em Números, Direção Geral de Estatística de Timor-Leste, 2014.

Na água engarrafada produzida em Timor-Leste, destaca-se a marca "Gota", com uma produção diária de

22,8 toneladas, e distribuição em Díli, Maliana, Oé-cusse, Ermera, Same, Ataúro, entre outros municípios.

Os níveis aproximados de preços para uma garrafa de água pequena situam-se em 0,15 centavos, para

uma garrafa grande em 0,36 centavos e para um galão de água (sem recipiente) em 0,65 centavos. Os

preços são competitivos e a qualidade apontada pelos consumidores revelam boas expetativas de

crescimento.

Como anteriormente mencionado, a Heineken Ásia e Pacifico, com sede em Singapura, já iniciou a

construção de uma fábrica para produção de cerveja e refrigerantes em Timor-Leste. Serão produzidas

cervejas da marca Bintang, Tiger, ABC, e está a ser ponderada a produção de cerveja da marca Sagres e

uma cerveja local, substituindo assim cerca de 95% das importações de cerveja deste país. Também se

perspetiva a produção de Pepsi e de água engarrafada.

Animais 2010 2011 2012 2013 2014

Galinhas 702 471 739 702 778 906 820 188 863 658

Suínos 330 435 345 635 363 954 383 243 403 555

Caprinos 152 360 160 435 168 938 177 892 178 581

Bovinos 161 654 170 223 173 115 176 059 176 280

Búfalos 96 484 98 122 103 324 108 801 109 022

Ovinos 41 854 49 388 58 278 68 767 69 001

Cavalos 57 819 55 739 53 734 51 798 52 266

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4. Importações timorenses

De acordo com dados do ITC, e como já referido, o total de importações de produtos alimentares e bebidas

em Timor-Leste, atingiu 217 milhões de dólares em 2014. O gráfico seguinte ilustra as principais categorias

de produtos importados e evidencia a importância relativa dos cereais e do açúcar nas compras ao exterior

(juntos, respondem por quase 50% das importações).

Fonte: ITC

Para cada grupo de produtos detalham-se, seguidamente, a evolução recente, os principais fornecedores e

os produtos mais importados em cada caso.

Apesar de, à data da realização deste estudo, ainda não estarem disponíveis valores globais do comércio

externo timorense para 2015 devido à inexistência de informação de alguns fornecedores importantes

como, por exemplo, o Vietname, o ITC já publicou dados relativos aos fornecimentos por parte de alguns

países. Assim, optou-se por incluir, também informação sobre os preços por tonelada dos diversos produtos

importados por Timor-Leste em 2015, tendo em conta a sua origem. Esta informação está ordenada por

ordem decrescente de quantidade fornecida ao mercado.

Carnes e miudezas comestíveis

As importações de Timor-Leste de carne e miudezas comestíveis, revelaram um ligeiro aumento entre 2012

e 2014, situando-se em cerca de 12,4 milhões de USD.

Bebidas 12%

Cereais; produtos de pastelaria

9%

Açúcar e produtos de confeitaria

19%

Gorduras e óleos 6%

Carne e miudezas 6%

Leite e laticínios, ovos e mel 4%

Prepar. alimentícias diversas 4%

Produtos da ind. de moagem

4% Cereais 28% Prepar./conservas de

carne e de peixe 3%

Frutas 1%

Peixe, crustáceos e moluscos 1%

Prepar. prod. hortícolas e frutas

1%

Produtos hortícolas 1%

Outros 1%

Importações por grupos de produtos em 2014

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Timor-Leste – Alimentação e bebidas

Breve Apontamento (agosto 2016)

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O principal fornecedor em 2014 foi Singapura com uma quota de mercado de cerca de 48,5%. A quota

portuguesa foi de cerca de 0,9%.

Fonte: ITC

As importações de carne de aves sofreram um ligeiro decréscimo entre 2012 e 2014, de 9,30 milhões para

8,46 milhões de USD. Em 2014, Singapura e Brasil foram os países com maior quota de mercado, 54,20%

e 45,64%, respetivamente.

As importações de carne de vaca baixaram entre 2012 e 2014, de 2,14 milhões de USD para 1,38 milhões.

Em 2014, a Nova Zelândia, Singapura, Austrália e Malásia foram os principais fornecedores de carne de

vaca congelada a Timor, com quotas de mercado de 62,25%, 18,11%, 13,16% e 6,47%, respetivamente.

As compras ao exterior de carne de porco cresceram a um ritmo rápido entre 2012 e 2014, de 0,62 milhões

para 2,02 milhões de USD. Singapura, Holanda, Espanha e Portugal foram os países que exportaram mais

carne de porco congelada para Timor-Leste em 2014, com quotas de mercado de 42,77%, 39,30%, 12,98%

e 2,28%, respetivamente.

Fonte: ITC

0 5 000 10 000 15 000

2012

2013

2014

Milhares USD

Evolução das importações de carnes

0207 - aves0203 - porco0202 - bovino congelada0204 - ovino e caprino0206 - Miudezas

1 260

1 611

1 016

1 240

3 143

2 303

6 484

11 000

2 667

3 711

1 462

5 000

0 4 000 8 000 12 000

Brasil

Singapura

EUA

Dinamarca

Portugal

Malásia

Nova Zelândia

Portugal

Holanda

Singapura

Brasil

Portugal

De

ave

sD

e va

caD

e p

orc

o

USD/tonelada

Preços das importações de carne congelada por origem em 2015

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Peixe, crustáceos e moluscos

Entre 2012 e 2014, as importações timorenses aumentaram de 1,78 milhões para 3,15 milhões de USD. Em

2014, Vietname, Singapura, China, Portugal e Indonésia foram os países com maior quota de mercado

nestes produtos com, respetivamente, 38,47%, 21,47%, 20,17%, 7,36% e 7,07%.

Fonte: ITC

As importações de peixe congelado aumentaram de 0,73 milhões de USD, em 2012, para 1,93 milhões de

USD, em 2014. Em 2014, o Vietname, a China, Singapura, Portugal, Austrália, Malásia e a Indonésia foram

os principais fornecedores, com quotas de 47,07%, 33,00%, 11,57%, 2,39%, 2,18%, 2,06% e 1,71%,

respetivamente.

As compras externas de filetes de peixe congelado baixaram de 0,34 milhões de USD em 2012, para 0,30

milhões de USD em 2014. Em 2014, os principais fornecedores deste produto foram Singapura e o

Vietname, com quotas de mercado de 43,43% e 36,36%, respetivamente.

Os moluscos apresentaram um crescimento entre 2012 e 2014, de 0,15 milhões para 0,24 milhões de USD.

Em 2014, destacaram-se como fornecedores Singapura, Indonésia e Portugal, com quotas de mercado de

54,66%, 28,81% e 9,75%, respetivamente.

Fonte: ITC

1 960

4 722

4 118

917

6 417

9 000

5 000

7 476

5 800

9 000

0 2 500 5 000 7 500 10 000

China

Portugal

Singapura

R. Coreia

Singapura

Portugal

Índia

China

Portugal

Singapura

Pei

xeco

nge

lad

oFi

lete

sco

nge

lad

os

Mo

lusc

os

USD/tonelada

Preços das importações de peixe e moluscos por origem em 2015

0 1 000 2 000 3 000 4 000

2012

2013

2014

Milhares USD

Evolução das importações de peixe, crustáceos e moluscos

0303 - peixe congelado exceto filetes0307 - moluscos0304 - filetes0305 - peixes secos, salgados ou em salmouraCrustáceosoutros

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Timor-Leste – Alimentação e bebidas

Breve Apontamento (agosto 2016)

13

Produtos lácteos, ovos e mel

As importações de Timor-Leste passaram de 7,72 milhões de USD em 2012 para 9,35 milhões de USD em

2014. Os principais fornecedores de Timor-Leste em 2014 foram a Indonésia e a Malásia, com valores de

6,59 milhões de dólares americanos e 1,56 milhões de dólares americanos, respetivamente a que

corresponderam quotas de mercado de 70,5% e de 16,7%.

Fonte: ITC

A aquisição ao exterior de leite e natas cresceram entre 2012 e 2014, de 0,83 milhões para 1,79 milhões de

USD. Em 2014, os principais fornecedores foram a Indonésia, a Austrália, a Nova Zelândia e Portugal, com

quotas de, respetivamente, 70,87%, 17,68%, 4,29% e 3,51%.

As importações de soro de leite e iogurtes também aumentaram no mesmo período, de 3,51 milhões para

4,27 milhões de USD. A Indonésia é líder de mercado, com uma quota de 98,48%.

As compras externas de queijos e requeijão registaram um comportamento semelhante, passando de 0,38

milhões de USD, em 2012, para 0,42 milhões de USD em 2014. Em 2014, Singapura, Nova Zelândia e

Portugal detinham as maiores quotas de mercado, de 35,63%, 26,13% e 12,59%, respetivamente.

Fonte: ITC

0 2 000 4 000 6 000 8 000 10 000

2012

2013

2014

Milhares USD

Evolução das importações de produtos lácteos, ovos e mel

0403 - Soro de leite e iogurte0401 - leite e nata não concentrados/adoçados0407 - ovos com casca0402 - leite e nata concentrados/adoçados0406 - queijo e requeijãooutros

948

639

938

1 914

3 700

9 111

9 714

7 667

0 2 500 5 000 7 500 10 000

Austrália

Portugal

Nova Zelândia

Portugal

Singapura

Nova Zelândia

Singapura

Portugal

Leit

e e

nat

asM

ante

iga

e io

gurt

esQ

uei

jo e

coal

ho

s

USD/tonelada

Preços das importações de produtos lácteos por origem em 2015

Qu

eijo

s e

req

uei

jão

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Timor-Leste – Alimentação e bebidas

Breve Apontamento (agosto 2016)

14

Cereais

Os cereais importados por Timor-Leste, incluindo o arroz, registaram uma subida bastante significativa entre

2012 e 2014, de 31,42 milhões para 60,86 milhões de USD.

O Vietname e a Tailândia foram os países que exportaram mais arroz para Timor-Leste em 2014. O

Vietname exportou 43,24 milhões de USD, correspondendo a uma quota de mercado de 71,11%, e a

Tailândia exportou 17,47 milhões de USD, com uma quota de mercado de 28,73%.

Não estando disponível, à data, informação para 2015 de fornecedores importantes como, por exemplo, o

Vietname, pode contudo avançar-se algum detalhe relativo aos preços de importação (por ordem

decrescente de quantidade exportada) de arroz com origem na Tailândia, Singapura e Portugal, os quais

em 2015 atingiram, respetivamente, 361 USD/ton., 324 USD/ton. e 1 000 USD/ton.

Cereais transformados

As importações timorenses de cereais transformados, amido, farinhas e produtos preparados a partir do

leite, revelaram um ligeiro aumento entre 2012 e 2014, de 18,94 milhões para 19,97 milhões de USD. A

Indonésia é líder de mercado, com uma quota de mercado de cerca de 95%, em 2014. No mesmo ano,

Singapura e Portugal registaram quotas de 1,82% e 1,13%, respetivamente.

Fonte: ITC

Os produtos mais importados são as massas e cuscuz, pão, biscoitos e doces de pastelaria. As importações

de massas e cuscuz aumentaram entre 2012 e 2014, de 11,35 milhões para 13,62 milhões de USD. A

Indonésia lidera o mercado, com uma quota de 98,85%, em 2014.

O pão, biscoitos e doces de pastelaria, revelaram um ligeiro decréscimo entre 2012 e 2014, de 5,90 milhões

para 5,10 milhões de USD. A Indonésia é líder, com 89,61% de quota de mercado em 2014. No mesmo

ano, Singapura, Malásia e Portugal registaram quotas de mercado de 3,63%, 2,47% e 2,33%.

0 5 000 10 000 15 000 20 000

2012

2013

2014

Milhares USD

Evolução das importações de transformados de cereais

1902 - Massas e cuscuz

1905 - Prod. de padaria, pastelaria ou da ind. de bolachas

1901 - Extratos de malte; prep. alimentícias de farinhas

1904 - Cereais p/ peq almoço e barras de cereais

1903 - Tapioca e sucedâneos

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Timor-Leste – Alimentação e bebidas

Breve Apontamento (agosto 2016)

15

Fonte: ITC

Preparações de hortícolas e frutas

As importações de Timor-Leste passaram de 2,24 milhões de USD, em 2012, para 2,27 milhões de USD,

em 2014. Os países que mais exportaram estes produtos para Timor-Leste em 2014 foram a Austrália,

Singapura e Indonésia, com quotas de mercado de 24,6%, 22,5% e 12,5%, respetivamente.

Fonte: ITC

As compras externas de sumos de frutas e vegetais cresceram entre 2012 e 2014, de 0,76 milhões para

0,95 milhões de USD. Em 2014, os principais fornecedores destes produtos foram a Austrália e a Indonésia,

com quotas de mercado de 56,03% e 17,00%, respetivamente. Portugal teve uma quota de mercado de

3,15%.

1 346

2 318

1 308

2 294

1 046

2 955

1 424

2 085

2 618

3 462

0 2 500 5 000 7 500 10 000

Indonésia

Singapura

Portugal

R. Coreia

Indonésia

Malásia

Índia

Filipinas

Portugal

Austrália

Pas

ta e

cusc

uz

Pão

, bis

coit

os

ep

aste

lari

a

USD/tonelada

Preços das importações de transformados de cereais por origem em 2015

0 500 1 000 1 500 2 000 2 500

2012

2013

2014

Milhares USD

Evolução das importações de preparações de hortícolas ou frutas

2009 - sumos de frutas e prod hortícolas2004 - prod hortícolas prepar/conserv congelados2005 - prod hortícolas prepar/conserv não congelados2008 - frutas e partes de plantas, prepar/conservadas2007 - doces, geleias, marmelades, purés e pastas de frutas2003 - cogumelos e trufas, preparados ou conservados2006 - prod. hortícolas, frutas conservados em açúcaroutros

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Timor-Leste – Alimentação e bebidas

Breve Apontamento (agosto 2016)

16

As importações de geleias de frutas e marmelada revelaram um decréscimo entre 2012 e 2014, de 0,27

milhões para 0,12 milhões de USD. Em 2014, O principal fornecedor foi a Indonésia, com uma quota de

53,45%, seguida da China, com 18,1%. Portugal teve uma quota de mercado de 4,31%. Não existe ainda

informação para 2015 de todos os fornecedores de Timor-Leste mas podem detalhar-se preços de

importação (por ordem decrescente de quantidade exportada) de sumos de fruta e vegetais com origem em

Singapura (230 USD/ton.), Indonésia (365 USD/ton), Portugal (1 053 USD/ton.), Austrália (2 415 USD/ton.),

Chipre (515 USD/ton.) e Turquia (769 USD/ton.).

Transformados de carne e conservas de peixe

As importações destes produtos atingiram 6,24 milhões de USD em 2012, sofrendo um ligeiro decréscimo,

para 5,71 milhões de USD, em 2014. Os países que mais exportaram estes produtos para Timor-Leste em

2014 foram Indonésia e Singapura. A Indonésia exportou 1,83 milhões de USD, com quota de mercado de

32,08%, e Singapura exportou 1,4 milhões de USD, com quota de mercado de 24,58%. Portugal exportou

0,36 milhões de USD, que corresponderam a 6,27% de quota de mercado.

Fonte: ITC

As compras ao exterior de preparações e conservas de peixe e caviar sofreram um decréscimo entre 2012

e 2014, de 3,04 milhões para 2,78 milhões de USD. Em 2014, os principais fornecedores de Timor-Leste

foram a Indonésia, o Vietname, a Tailândia e Portugal, com quotas de mercado de 63,23%, 20,74%, 6,16%

e 3,24%, respetivamente.

As importações timorenses de preparações e conservas de carne, miudezas ou sangue, aumentaram

ligeiramente entre 2012 e 2014, de 0,49 milhões para 0,53 milhões de USD. A China é líder de mercado,

tendo em 2014 alcançado uma quota de 60,19%. A quota de Singapura fixou-se nos 14,67%, seguida de

Portugal, com 11,81%.

As compras externas de enchidos e produtos semelhantes de carne, miudezas ou sangue, revelaram um

pequeno decréscimo entre 2012 e 2014, de 2,60 milhões para 2,31 milhões de USD. Em 2014, os principais

fornecedores foram Singapura, Brasil, Malásia e Portugal, com quotas de mercado de 51,95, 27,08%,

9,32% e 8,36%, respetivamente.

0 1 000 2 000 3 000 4 000 5 000 6 000 7 000

2012

2013

2014

Milhares USD

Evolução das importações de transformados de carne e conservas de peixe

1604 - preparados do peixe e caviar1602 - preparações e conservas de carne1601 - enchidos e produtos semelhantes de carne, miudezas ou sangue

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Timor-Leste – Alimentação e bebidas

Breve Apontamento (agosto 2016)

17

Fonte: ITC

Açúcar e produtos de confeitaria

As importações destes produtos foram das que mais cresceram entre 2012 e 2014, passando de 9,17

milhões para 41,99 milhões de USD. Em 2014, o principal fornecedor foi a Tailândia, com uma quota de

mercado de 94,2%. A quota portuguesa fixou-se em 0,57%.

Fonte: ITC

Os produtos mais importados são o açúcar de cana ou de beterraba e sacarose em forma sólida, que

registaram um aumento muito significativo entre 2012 e 2014, de 6,83 milhões para 40,21 milhões de

dólares americanos.

Não estando disponível, à data, informação para 2015 de todos os fornecedores, pode contudo avançar-se

algum detalhe relativo aos preços de importação de açúcar de cana ou de beterraba e sacarose sólida com

origem na Tailândia, Singapura, Indonésia e Portugal, os quais em 2015 atingiram, respetivamente,

378 USD/ton., 596 USD/ton., 596 USD/ton. e 1 000 USD/ton.

881

1 817

3 082

2 250

1 286

3 367

7 222

4 000

0 2 500 5 000 7 500 10 000

Brasil

Malásia

Portugal

Indonésia

Indonésia

Tailândia

Portugal

Singapura

Tran

sfo

rmad

os

de

car

ne

Co

nse

rvas

de

pe

ixe

USD/tonelada

Preços das importações de transformados de carne e conservas de peixe por origem - 2015

0 10 000 20 000 30 000 40 000 50 000

2012

2013

2014

Milhares USD

Evolução das importações de açúcares e produtos de confeitaria

1701 - Açúcares de cana ou de beterraba

1704 - Produtos de confeitaria sem cacau

Outros

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Timor-Leste – Alimentação e bebidas

Breve Apontamento (agosto 2016)

18

Bebidas

Os valores importados por Timor-Leste de bebidas - água mineral e gaseificada, bebidas não alcoólicas,

cerveja feita a partir do malte, vinhos de uvas frescas, bebidas espirituosas, licores e outras bebidas

alcoólicas - aumentaram entre 2012 e 2014, de 24,90 milhões para 26,02 milhões de USD.

Em 2014, os principais fornecedores foram a Indonésia, Singapura, Vietname, República da Coreia e

Portugal, com quotas de mercado de 56,98%, 32,20%, 6,53%, 5,17% e 5,00%, respetivamente.

Fonte: ITC

As importações de Timor-Leste de água mineral e gaseificada, aumentaram significativamente, de

1,87 milhões de USD, em 2012, para 4,26 milhões de USD, em 2014. A Indonésia lidera o mercado destes

produtos, com uma quota de 98,78% em 2014. Portugal apenas alcançou uma quota de mercado de 0,54%

Nas bebidas não alcoólicas (água e sumos de fruta), as importações sofreram um decréscimo entre 2012 e

2014, de 12,45 milhões para 9,79 milhões de USD. Os países fornecedores com maior quota de mercado

são a Indonésia e Republica da Coreia. Em 2014, estes países registaram quotas de mercado de 75,76% e

14,05%, respetivamente. Portugal teve uma quota de mercado de 0,57%.

As importações de cerveja aumentaram de forma significativa, de 7,71 milhões de USD, em 2012, para 9,07

milhões de USD, em 2014. Singapura, Indonésia e Vietname lideram o mercado. Em 2014, detinham quotas

de mercado de 51,86%, 33,00% e 14,09%, respetivamente. A quota de Portugal foi de 0,65%.

No vinho, o aumento das importações foi pouco relevante entre 2012 e 2014, de 1,40 milhões para 1,46

milhões de USD. O país que lidera o fornecimento deste produto a Timor-Leste é Portugal, com valores de

1,11 milhões de dólares americanos, em 2014, e uma quota de mercado de 75,74%, seguido da Austrália,

com 14,32%.

0 5 000 10 000 15 000 20 000 25 000 30 000

2012

2013

2014

Milhares USD

Evolução das importações de bebidas

2202 - Refrigerantes2203 - Cerveja2201 - Águas2208 - Licores, bebidas espirituosas2204 - VinhosOutras bebidas

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Timor-Leste – Alimentação e bebidas

Breve Apontamento (agosto 2016)

19

As bebidas espirituosas, licores e outras bebidas alcoólicas, revelaram um pequeno decréscimo das

importações entre 2012 e 2014, de 1,34 milhões para 1,23 milhões de USD. No último ano, os países com

maiores parcelas de mercado, foram Singapura, Austrália, Holanda e Portugal, com quotas de 71,56%,

20,29%, 4,81% e 2,93%, respetivamente.

Fonte: ITC

4.1. Principais fornecedores

Entre os principais fornecedores de produtos alimentares e bebidas portugueses, encontram-se Amanhecer

e Masterchef do Recheio Cash&Carry (Jerónimo Martins), Bacalhoa (vinhos), Continente (Sonae), Enoport

(vinhos), Goanvi-Parras (vinhos), José Maria da Fonseca (vinhos), Nobre (enlatados), Panike (padaria e

pastelaria), Sogrape (vinhos), Sovena (azeite) e Sumol+Compal (sumos e vegetais).

Os principais fornecedores de produtos estrangeiros são: Arira Pangindo (batatas fritas), Ben Foods (leite e

outros bens alimentares), Chia Khim Lee Food Industries (CKL) (sumos e outros bens alimentares), Deho

Canning & Co (atum em conserva), Dellos F&B Co (sumos), Heineken Ásia e Pacífico (cerveja), Heinz ABC

Indonesia (ketchup), Indofood CBP Sukses (noodles), Indraco Group Company (café e cappuccino), Innodis

(margarina e queijos), Karunia Alam Segar (noodles e molhos), Lucky Frozen SDN BHD (leite e outros bens

alimentares), Topseller Pte (leite e outros bens alimentares), Ultrajaya Milk Industry & Trading (leite e outros

bens alimentares).

1 482

289

865

743

1 450

3 049

4 900

1 857

3 857

9 785

5 737

789

10 235

4 429

890

969

811

786

1 045

500

857

0 4 000 8 000 12 000

Singapura

China

Portugal

Tailândia

Portugal

Austrália

Singapura

Espanha

Nova Zelândia

Singapura

Austrália

R. Coreia

Portugal

R. Unido

R. Coreia

Singapura

Malásia

Portugal

Austrália

Chipre

Turquia

Cer

veja

Vin

ho

Beb

idas

esp

irit

uo

sas

elic

ore

sB

ebid

as n

ão a

lco

ólic

as

USD/tonelada

Preços das importações de bebidas alcoólicas por origem em 2015

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Timor-Leste – Alimentação e bebidas

Breve Apontamento (agosto 2016)

20

4.2. Posicionamento de Portugal

De acordo com dados do ITC, Portugal exportou para Timor-Leste 2 milhões de USD em bens alimentares e

bebidas em 2012 e cerca de 3,1 milhões de USD em 2015, representando um acréscimo de cerca 50,5%.

Nos produtos agroalimentares e bebidas, Portugal detém quotas de mercado inferiores às dos principais

fornecedores de Timor-Leste. A Indonésia, Singapura, Vietname e Tailândia, não só pela proximidade

geográfica face a Timor-Leste, mas também pelos preços competitivos dos produtos, registam quotas de

mercado superiores.

No entanto, Portugal faz parte do grupo de países que mais exporta bens alimentares e bebidas para Timor-

Leste. Apesar da distância a que se encontra, o seu posicionamento é relevante neste mercado, uma vez

que os produtos portugueses são vistos como tendo grande qualidade, e existe potencial para aumentar a

quota de mercado em algumas categorias de produtos.

O gráfico seguinte apresenta a evolução das importações timorenses de alimentação e bebidas. A

informação utilizada vai apenas até 2014, por falta de dados referentes ao Vietname, no ano de 2015.

Fonte: ITC

4.2.1. Estrutura da importação timorense de bens alimentares e bebidas portugueses

O gráfico seguinte ilustra a importância relativa dos diversos produtos nas importações timorenses de

agroalimentares e bebidas a Portugal.

Destaca-se o facto de alguns produtos assumirem maior representatividade nas compras a Portugal do que

nas importações globais de agroalimentares realizadas por Timor. É o caso das bebidas, do leite, laticínios,

ovos e mel, das preparações de carne e conservas de peixe, do peixe, crustáceos e moluscos, do café, chá

e especiarias e das preparações de produtos hortícolas e frutas.

145

71

214

2

3

3

1,4%

4,1%

1,4% 0%

5%

10%

15%

20%

0

50

100

150

200

250

2012 2013 2014

Qu

ota

de

Po

rtu

gal

Milh

ões

de

USD

Evolução das importações timorenses de alimentação e bebidas

Produtos importados de Portugal Produtos importados de outros países

Quota de Portugal Linear (Quota de Portugal )

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Timor-Leste – Alimentação e bebidas

Breve Apontamento (agosto 2016)

21

Fonte: ITC

As importações de bebidas, líquidos alcoólicos e vinagres de Timor-Leste a Portugal aumentaram 15%

entre 2011 e 2015, ano em que atingiram os 1,05 milhões de USD, distribuídos do seguinte modo:

761 mil USD de vinhos de uvas frescas, com um crescimento de 11% entre 2011 e 2015.

174 mil USD de espirituosos, licores e outras bebidas alcoólicas (crescimento de 60%).

46 mil USD de vermutes e outros vinhos de uvas e aromatizados de plantas (crescimento de 101%).

32 mil USD de cerveja de malte (crescimento de 6%).

22 mil USD de bebidas não alcoólicas, água e sumos de fruta e vegetais (decréscimo de 4%).

19 mil USD de águas minerais e gaseificadas (crescimento de 25%).

Mil USD de vinagre e derivados (decréscimo de 8%).

Nos produtos lácteos, ovos e mel, as importações registaram um crescimento de 20% entre 2011 e 2015,

e fixaram-se em 209 mil USD no último ano:

76 mil USD de leite e natas, com um crescimento de 12% entre 2011 e 2015.

46 mil USD de queijos e requeijão (crescimento de 36%).

Mil USD de manteiga e iogurtes (sem dados que permitam apurar a evolução das importações).

2 mil USD de mel natural (crescimento de 15%).

Bebidas 42%

Prepar. cereais; produtos de

pastelaria 7%

Açúcar e produtos de confeitaria

1%

Gorduras e óleos 5%

Carne e miudezas 3%

Leite e laticínios, ovos e mel

8%

Prepar. alimentícias

diversas 3%

Prepar/conservas de carne e de

peixe 10%

Frutas 1%

Peixe, crustáceos e moluscos

8%

Café, chá, mate e especiarias

2%

Prepar. prod. hortícolas e frutos

secos e nozes 6%

Produtos hortícolas

1% Cacau e suas preparações

3%

Importações Timorenses de Agroalimentar e Bebidas a Portugal

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Timor-Leste – Alimentação e bebidas

Breve Apontamento (agosto 2016)

22

As importações de peixe, crustáceos, moluscos, invertebrados aquáticos atingiram 208 mil USD em

2015, o que correspondeu a um crescimento de 36% entre 2011 e 2015. Destacam-se, no último ano:

58 mil USD de moluscos, com um crescimento de 138% entre 2011 e 2015.

45 mil USD de peixe congelado (crescimento de 3%).

10 mil USD de peixe curado ou fumado (sem dados que permitam apurar a evolução das

importações).

45 mil USD de filetes de peixe e peças congelados (sem dados disponíveis para cálculo da

variação).

As compras de cereais transformados, farinha, amido e preparados a partir do leite de Timor-Leste a

Portugal aumentaram 24% entre 2011 e 2015, ano em que atingiram os 184 mil USD, distribuídos do

seguinte modo:

89 mil USD de pão, biscoitos e bolos de pastelaria, com um crescimento de 29% entre 2011 e 2015.

33 mil USD de cereais de pequeno-almoço e barras de cereais (crescimento de 11%).

Nas preparações e conservas de hortícolas e frutas, e frutos secos as importações atingiram 163 mil

USD em 2015 e um crescimento de 26% desde 2011. Destacam-se, no último ano:

77 mil USD de vegetais congelados e preparados, com um crescimento de 23% entre 2011 e 2015.

40 mil USD de sumos de fruta e vegetais não fermentados (crescimento de 32%).

23 mil USD de frutos em conserva (crescimento de 79%).

13 mil USD de tomate conservado e preservado (crescimento de 28%).

6 mil USD de geleias, frutas cristalizadas e marmelada em compota (decréscimo de 9%).

Mil USD de pepinos, cebolas e pickles conservados (decréscimo de 17%).

As compras timorenses a Portugal de gorduras animais e vegetais registaram 126 mil USD em 2015, o

que correspondeu a um crescimento de 4% entre 2011 e 2015. Destacam-se:

122 mil USD de azeite e derivados, com um crescimento de 3% entre 2011 e 2015.

3 mil USD de cártamo, óleo de girassol e óleo de seda (decréscimo de 4%).

As compras de carne e miudezas comestíveis a Portugal aumentaram 11% entre 2011 e 2015, ano em

que atingiram os 80 mil USD, sendo os principais produtos os que se seguem.

20 mil USD de carne de porco congelada, um decréscimo de 9% entre 2011 e 2015.

11 mil USD de carne de vaca congelada (sem dados disponíveis para cálculo da variação).

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Breve Apontamento (agosto 2016)

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Em 2015, as importações de preparações alimentícias diversas e refeições preparadas, registaram 73

mil USD, um crescimento de 23% entre 2011 e 2015. A informação seguinte revela dados mais detalhados.

32 mil USD de condimentos, o que correspondeu a um crescimento de 63% entre 2011 e 2015.

14 mil USD de refeições preparadas (decréscimo de 9%).

12 mil USD de sopas e caldos (crescimento de 14%).

As importações de cacau e preparados do cacau fixaram-se em 62 mil USD em 2015, o que correspondeu

a um crescimento de 55% entre 2011 e 2015. Destacam-se, no último ano:

38 mil USD de chocolate e preparados do cacau, com um crescimento de 54% entre 2011 e 2015.

2 mil USD de pasta de cacau (sem dados que permitam apurar a evolução das importações).

No café, chá e especiarias, as compras timorenses a Portugal atingiram 45 mil USD em 2015, o que

correspondeu a um crescimento de 33% entre 2011 e 2015.

25 mil USD de café em 2015, o que correspondeu a um crescimento de 25% entre 2011 e 2015.

7 mil USD de canela e flores de canela (aumento de 23%).

6 mil USD de gengibre, açafrão, tomilho e folha de louro (aumento de 72%).

2 mil USD de extratos e concentrados de café ou chá (crescimento de 15%).

Em 2015 Timor-Leste comprou a Portugal 16 mil USD de açúcares e produtos de confeitaria, um

aumento de 20% entre 2011 e 2015:

13 mil USD de açúcar de confeitaria em 2015, um crescimento de 33% entre 2011 e 2015.

3 mil USD de açúcar de cana, beterraba e sacarose no estado sólido (decréscimo de 4%).

Nas frutas, as importações de Timor- Leste a Portugal atingiram 13 mil USD em 2015, um decréscimo de

3% desde 2011. Destacam-se:

6 mil USD de frutos congelados e nozes, um decréscimo de 26% desde 2011.

4 mil USD de uvas frescas; frutos secos; e nozes (sem dados disponíveis para apurar variações).

As importações de cereais incluindo arroz, registaram 7 mil USD, um aumento de 2% entre 2011 e 2015.

Destacam-se as importações de arroz (6 mil USD, com um crescimento de 2% entre 2011 e 2015 e de

milho (mil USD; sem valores disponíveis que permitam calcular a variação).

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4.2.2. Perceção dos produtos alimentares e bebidas portugueses

Em geral os produtos oriundos de Portugal são do agrado dos consumidores das várias nações presentes

em Timor-Leste. O que diferencia os nossos produtos são a qualidade e a confiança que as marcas

portuguesas transmitem, e também o sabor. Os maiores consumidores e apreciadores de produtos

portugueses são os portugueses, timorenses e australianos.

No entanto, os preços pouco competitivos para alguns bens são apontados como desvantagem perante

outros produtos provenientes de outros países. Num país onde os rendimentos são baixos e os orçamentos

reduzidos, no geral, a população timorense procura produtos com os preços mais competitivos sem que a

qualidade seja o ponto mais forte na tomada de decisão no ato da compra. Todavia, a classe média e alta

da população timorense e a comunidade estrangeira têm preferência na compra de produtos portugueses,

ignorando o facto de terem preços mais elevados.

Os vinhos e licores portugueses são produtos muito procurados em Timor-Leste, revelando qualidade e

preços competitivos.

4.2.3. Atividades de promoção de bens alimentares e bebidas portugueses

Em finais de fevereiro de 2016, no âmbito do I Fórum Económico Global da CPLP, a Aicep Portugal Global,

promoveu no stand de Portugal a exposição de vários produtos portugueses, entre os quais produtos

alimentares e bebidas, nomeadamente, vinhos, sumos, conservas, queijos, enchidos, azeite e azeitonas, e

chocolates.

Alguns dos supermercados locais promovem, com alguma regularidade, os vinhos, queijos e enchidos,

assim como outros produtos alimentares e bebidas portugueses, em vários eventos institucionais e em

várias superfícies comerciais.

As receções do 10 de Junho têm promovido os produtos alimentares e as bebidas portuguesas, já que o

catering é na sua totalidade elaborado com produtos portugueses e o evento acaba por ser uma mostra da

gastronomia portuguesa. Os vinhos, a cerveja, as águas e os sumos servidos são todos de origem

portuguesa.

Em 2015, foi lançada em Timor-Leste uma marca de vinhos portugueses “Timor”, destinada a este mercado,

e desenvolvido de acordo com o gosto dos timorenses.

Em 2016, foi lançada uma campanha publicitária, sobretudo nos jornais em Timor-Leste, promovendo a

cerveja Sagres como o “Verdadeiro Sabor de Portugal”, associando a marca à seleção de futebol

portuguesa.

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4.2.4. Análise SWOT do posicionamento dos bens alimentares e bebidas portugueses

Pontos Fortes

Qualidade dos produtos

Boa imagem

Competência

Preços competitivos em algumas categorias de produtos

Pontos Fracos

Redução de custos

Preços pouco competitivos em algumas categorias de produtos

Distância geográfica

Instabilidade de fornecimento

Problemas operacionais

Poucas ações de promoção junto ao consumidor final

Oportunidades

Tendência de aumento da procura

Mercado em expansão

Mudanças demográficas

Falta de oferta de alguns produtos

Ameaças

Concorrência

Maior diversidade da oferta da concorrência

Barreiras burocráticas ao comércio

Fracas infraestruturas

Hábitos alimentares

Baixo poder de compra do consumidor timorense

5. Canais de distribuição e locais de compra

O retalho está concentrado sobretudo na cidade de Díli, com a presença de diversos supermercados,

nomeadamente o Supermercado Páteo, os Leader e Lita, os Kmanek, os W Four e os Supermercados

Jacinto. No canal grossista, destacam-se vários operadores, nomeadamente, Lisun Wholesaler &

Distributor, Globus e Oceanline.

Alguns operadores estão presentes, simultaneamente, nos dois canais. A título de exemplo, o

Supermercado Páteo faz a distribuição de produtos de grande consumo através das vendas em loja

(retalho), mas realiza também vendas através de uma cadeia de distribuição organizada (canal grossista)

que fornece supermercados, hotéis, restaurantes e também entidades oficiais, tais como, escolas, Governo

timorense e Embaixadas em Díli.

Relativamente ao grupo de supermercados Leader e Lita, pertencentes ao Grupo FHK, além do retalho,

detém um grossista, a distribuidora Lisun, que fornece produtos frescos e carne aos restaurantes, e também

funciona como o agente distribuidor para as marcas da Unilever, Bintang e Coca-Cola.

As cervejas vendidas pela Heineken (Bintang, Tiger, ABC, Heineken e Sagres) são distribuídas através do

mercado grossista e 70% através de canais mistos. O principal armazenista e distribuidor é o Lisun

Wholesaler & Distributor. Para a Heineken, o país está dividido em 4 áreas de venda: Díli, Zona Central,

Zona Ocidental e Zona Oriental, e existem 25 armazenistas distribuídos por 12 municípios. Em Díli,

encontram-se 7 vendedores pertencentes à distribuidora Lisun e 4 vendedores da Heineken. Nos

municípios, encontram-se 8 vendedores da Lisun e 3 vendedores da Heineken.

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6. Legislação e regulamentação para importação e venda de bens alimentares e bebidas

O quadro legal aduaneiro, tem sido objeto de uma profunda reforma por parte do Governo de Timor-Leste,

de modo a dotar o país de uma Administração Alfandegária moderna e ágil, quer ao nível dos

procedimentos (Diploma Ministerial n.º 5/2003, de 23 de julho), quer do relacionamento com os agentes

económicos. Cabe à Direção Geral das Alfândegas, do Ministério das Finanças, garantir o cumprimento das

formalidades aduaneiras, exercer ações de controlo sobre as mercadorias introduzidas no território e sobre

os locais de armazenamento dos bens.

A entrada no país de alguns produtos necessita de obtenção de licença de importação, nomeadamente, as

plantas e animais vivos, os produtos transformados de origem animal e alguns géneros alimentares, além

dos cosméticos e das máquinas agrícolas.

As mercadorias importadas estão sujeitas às imposições inscritas na Pauta Aduaneira de Timor-Leste

(PAT). A Nomenclatura das mercadorias segue o Sistema Harmonizado de Designação e Codificação das

Mercadorias e a tributação compreende – Direitos Aduaneiros de Importação, Imposto Seletivo de Consumo

(ISC) e Imposto sobre Vendas.

Sobre a maioria das importações incide uma taxa uniforme de 2,5% do valor aduaneiro das mercadorias a

título de Direitos Aduaneiros. Para além das tarifas alfandegárias, sobre as importações recaem, ainda: o

Imposto Seletivo de Consumo, para cervejas de malte (1,90 USD por litro), vinhos de uvas frescas,

vermutes e outras bebidas fermentadas (2,50 USD por litro), álcool etílico e outras bebidas alcoólicas (8,90

USD por litro). Para mais detalhes relativos à tributação das operações importações, as empresas deverão

aceder à Lei Tributária (Lei n.º 8/2008, de 30 de junho).

Importa referir que as pessoas coletivas que compram mercadorias ao exterior podem beneficiar do Regime

de Entreposto Aduaneiro, sendo-lhes permitido importar e armazenar os bens em regime suspensivo, só

pagando os impostos devidos no momento da sua introdução no consumo, à saída do entreposto aduaneiro

e nos termos e nas condições previstas na lei.

Recentemente, foi publicada a Lei n.º 8/2016, de 8 de julho (Lei de Proteção ao Consumidor), que

estabelece os princípios gerais em matéria de proteção ao consumidor. Esta lei exige que as informações

ao consumidor sobre a natureza, características e garantias de bens ou serviços oferecidos ao público no

mercado de Timor-Leste, quer as constantes de rótulos, embalagens, prospetos, catálogos, livros de

instruções, para utilização ou outros meios informativos, quer as facultadas nos locais de venda ou

divulgadas por qualquer meio publicitário, deverão ser prestadas numa das línguas oficiais, ou seja,

português ou tétum.

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Por último, já foi aprovado o Decreto-Lei que cria a Autoridade de Inspeção e Fiscalização da Atividade

Económica, Sanitária e Alimentar, IP (AIFAESA), Decreto-Lei nº 26/2016, de 29 de junho. Esta entidade é

indispensável à revisão dos normativos legais sobre segurança de produtos alimentares e serviços de

consumo, com particular relevo para o controlo da qualidade dos alimentos assim como das condições de

higiene e salubridade dos estabelecimentos e locais públicos, com o objetivo de eliminar, diminuir ou

prevenir riscos para a saúde pública e problemas sanitários. Em Conselho de Ministros, foi também

aprovado o Decreto-Lei que cria a Comissão Instaladora da Autoridade de Inspeção e Fiscalização da

Atividade Económica, Sanitária e Alimentar, IP (AIFAESA), que dentro em breve será promulgado e

publicado.

Mais legislação relevante pode ser consultada no website do Governo, através do tema: Legislação –

Importação/Exportação. Também o website do Ministério das Finanças disponibiliza diplomas legais na

página: Lei Aduaneira.

7. Acesso ao mercado - barreiras

7.1. Barreiras alfandegárias

As barreiras alfandegárias são muitas vezes apontadas pela difícil organização de documentação e

certificação para importação de produtos e pelos encargos aduaneiros, nomeadamente:

Difícil organização de documentação para importação de produtos em Timor-Leste.

Em relação à carne foi referido por diversas superfícies comerciais, que as autoridades

timorenses apenas permitem a entrada de produtos com certificação atribuída por países que

têm estabelecido medidas de controlo e segurança alimentar.

Elevados encargos aduaneiros: além das tarifas alfandegárias recaem ainda sobre as

importações, o Imposto Seletivo de Consumo, para as cervejas de malte, vinhos de uvas

frescas, vermutes e outras bebidas fermentadas, álcool etílico e outras bebidas alcoólicas;

Congestionamento do porto de Díli, devido ao processo de reabilitação que obriga ao pagamento

de sobretaxas devido à extensa permanência dos produtos na alfândega.

7.2 Barreiras não alfandegárias

Em Timor-Leste, existem alguns fatores que limitam o comércio. No que diz respeito ao setor de

alimentação e bebidas, os mais relevantes são os que se seguem.

Infraestruturas pouco adequadas e ainda pouco desenvolvidas, nomeadamente as condições do

porto de Díli e a inexistência de um entreposto frio junto do porto. Em breve será iniciada a

construção de um novo porto, junto a Díli, em Tíbar, que quando em operação suprimirá as

dificuldades atualmente apontadas relativamente ao porto de Díli.

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Falta de recursos humanos qualificados para as mais diversas áreas.

Distância de Timor-Leste a Portugal, o que aumenta o preço do transporte face ao dos produtos

provenientes de países mais próximos do mercado. Adicionalmente, os contentores (via marítima)

demoram pelo menos 60 dias até ao porto de Díli, e o atraso no fornecimento de mercadorias pode

comprometer a reposição de stocks dos produtos.

As altas taxas de juro praticadas pelo sistema bancário são também mencionadas como uma

dificuldade neste mercado.

8. Perspetivas, oportunidades e desafios do setor

O crescimento populacional, hábitos alimentares que gradualmente demonstram algumas alterações e,

acima de tudo, um país em desenvolvimento, que necessita de dar resposta a uma população em

permanente evolução, abrem boas perspetivas para o setor de alimentação e bebidas.

Para as empresas portuguesas interessadas em exportar ou reforçar a exportação de alimentos e bebidas

para Timor-Leste, as oportunidades estão, nomeadamente, no fornecimento de carne de porco, peixe

congelado, crustáceos e moluscos, enchidos, queijos, leite, cereais de pequeno-almoço, chocolates, açúcar

de confeitaria, águas minerais e gaseificadas e sumos de frutas ou vegetais. De referir que o mercado dos

vinhos continua em crescimento e representa uma oportunidade para os vinhos provenientes de Portugal.

O reduzido poder de compra da população timorense representa um desafio que pode condicionar a venda

ou preferência na compra de alguns produtos portugueses, dada a opção por bens de preço mais baixo e

de qualidade inferior. Efetivamente, os preços competitivos que o mercado oferece bem como a

concorrência dos mais variados produtos e marcas provenientes dos países vizinhos representam um

desafio para a oferta portuguesa. No entanto, este não deixa de ser um setor em crescimento, que revela

margem e oportunidade para que os produtos portugueses possam alcançar uma quota de mercado

superior à atual.

9. Informação prática

9.1. Roadmap para entrada no mercado de bens alimentares e bebidas

Para além da documentação geral que acompanha as transações comerciais internacionais (ex.: fatura

comercial e documentos de transporte), a importação dos produtos alimentares e bebidas está sujeita ao

cumprimento de formalidades específicas.

No caso da exportação de produtos agroalimentares para Timor-Leste, as empresas portuguesas

interessadas devem contactar sempre a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária, em Portugal (DGAV)

para apurarem da possibilidade de realização da respetiva operação de exportação.

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Os agentes económicos podem consultar informação pormenorizada relativa às barreiras não tarifárias às

exportações deste setor para países terceiros (nomeadamente Timor-Leste) na página relativa a

constrangimentos à exportação do Portal GlobalAgriMar, do Gabinete de Planeamento, Políticas e

Administração Geral, do Ministério da Agricultura e do Mar (MAM).

Os bens introduzidos no território aduaneiro são, a partir desse momento, passíveis de controlo e podem

ser submetidos a fiscalização alfandegária. Existem também requisitos sanitários e fitossanitários a cumprir,

assim como regras de quarentena (Decreto-Lei n.º 21/2003, de 31 de dezembro).

9.2. Principais empresas importadoras e retalhistas de bens alimentares e bebidas

Páteo (supermercado de produtos portugueses)

Rua D. Fernando, Díli

Qulina (supermercado português)

Rua Nu Laran nº9, Bairro dos Grilos, Díli

Igal Unipessoal, Lda (loja portuguesa)

Hotel Central, Rua Maria José Marques, Díli

Leader Supermercado e Lita Store (Supermercado)

Avenida Nicolau Lobato, Comoro, Díli

Avenida Marginal, Lecidere, Díli

Supermercados Kmanek

Palm Business and Trade Centre

Surikmas, Fatumeta- Bairro Pité, Hudi Laren, Díli

Supermercados Jacinto

Avenida Liberdade de Imprensa (Rua 15 de Outubro) Culuhun, Díli

W Four Supermarket

Avenida Nicolau Lobato, Timor Plaza, Díli

Landmark Supermarket

Avenida Mártires da Pátria, Díli

Dilimart Supermarket

Avenida 20 de Maio, Akadiruhun, Díli

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Supermercado Phoenix 368

Rua 30 de Agosto, Díli

Convenience Store

Palapaso (City West), Díli

9.3. Despachantes e agentes aduaneiros

Diretório de Despachantes Aduaneiros (Ministério das Finanças de Timor-Leste)

DHL Express

(+670) 331 1567

[email protected]

Lita Store

(+670) 724 2536

[email protected]

Maritime Services Agent

(+670) 725 0987

SDV Logística Timor-Leste (Bolloré Logistics)

(+670) 332 2818

Ben Line Agencies

(+65) 6225 3522

[email protected]

9.4. Feiras de produtos alimentares e bebidas

Não existem até à data feiras internacionais de produtos alimentares e bebidas em Timor-Leste. Contudo,

realizam-se algumas iniciativas relacionadas com promoção de produtos alimentares e bebidas no mercado.

9.5. Fontes de informação

ITC (International Trade Centre)

DGE (Direção Geral de Estatística)

Ministério das Finanças de Timor-Leste

Banco de Portugal

FMI (Fundo Monetário Internacional)

Ministério da Agricultura e Direção Nacional de Agricultura e Horticultura

Timor-Leste - Ficha de Mercado AICEP

Timor-Leste - Guia Prático de Acesso ao Mercado AICEP

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9.6. Imprensa generalista

Jornais locais e digitais:

Timor Post (Diário)

Jornal Nacional Diário (Diário)

Suara Timor Lorosae (Diário)

O Independente (Diário)

Jornal Matadalan

Business Timor

Lusa – Agência de Noticias de Portugal em Timor-Leste

Blogs generalistas:

Timor Hau Nian Doben

Timor Agora

9.7. Outros aspetos

Relativamente à cultura empresarial em Timor-Leste, pode ser consultado o Guia Prático de Acesso ao

Mercado disponível na biblioteca digital da AICEP. Contudo, existe um aspeto específico do setor de

alimentação e bebidas, em que alguns supermercados locais recorrem a fornecedores, como o Recheio

Cash & Carry e o Continente, que se encarregam de organizar cada contentor com uma oferta variada de

produtos, sem que sejam feitos contactos diretos com os produtores; esta situação é comum, por exemplo,

nos vinhos. No entanto, outros optam por ter um representante em Portugal que trata de toda a logística e

organização de contentores diretamente com os produtores.