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MENTIRAS QUE MINHA CALCULADORA E COMPUTADOR ME CONTARAM – EXERCÍCIOS 1
EXERCÍCIOS Revisão técnica: Ricardo Miranda Martins (IMECC/Unicamp)
1. Faça uma conjectura sobre o valor de
2 20
1 1lim senx x x
æ ö÷ç - ÷ç ÷çè ø
e determine quando parar de calcular antes que a perda de dígitos significativos destrua o seu resultado. (A resposta vai depender de sua calculadora.) Então encontre a resposta precisa utilizando um método de cálculo apropriado.
2. Faça uma conjectura sobre o valor
0
ln (1 )lim h
hh
+
e determine quando parar de calcular antes que a perda de dígitos significativos destrua o seu resultado. Desta vez, a subtração prejudicial ocorre no interior da máquina; expli-que como (supondo que a série de Taylor com centro a = 1 é utilizada para aproximar ln x). Então encontre a resposta precisa utilizando um método de cálculo apropriado.
3. Mesmo os problemas de cálculo de aparência inocente po-dem levar a números que ultrapassam o alcance da calcula-dora. Mostre que o valor máximo da função
2
( )(1,0001)x
xf x =
é maior que 10124. [Dica: Use logaritmos]. Qual é o limite de f(x) quando x ¥?
4. Qual é uma expressão numericamente confiável para subs-tituir 1 cos ,x- especialmente quando x é um número pe-queno? Você vai precisar usar identidades trigonométricas. (Lembre-se de que alguns pacotes de computador sinaliza-riam uma condição de erro desnecessário, ou até mesmo mudariam para aritmética complexa, quando x = 0.)
5. Tente calcular
D = ln ln(109 + 1) — ln ln(109)
na sua calculadora. Esses números são tão próximos que você provavelmente vai obter 0 ou apenas alguns dígitos de precisão. No entanto, podemos usar o Teorema do Valor Médio para conseguir uma precisão muito maior.
(a) Seja f (x) = ln ln x, a = 109, e b = 109 + 1. Então o Teorema do Valor Médio dá
f ¢(b) – f (a) = f ¢(c) (b – a) = f ¢(c)
onde a < c < b. Como f ’ está diminuindo, temos f ¢(a) > f ¢(c) > f ¢(b). Use isso para estimar o valor de D.
(b) Use o Teorema do Valor Médio uma segunda vez para descobrir por que as quantidades f ¢(a) e f ¢(b) no item (a) são tão próximas umas das outras.
6. Para a série de 1,0011 ,n n¥ -
=S estudada no texto, exatamente de quantos termos precisamos (em teoria) para tornar o erro inferior a 5 na nona casa decimal? Você pode usar as desi-gualdades a partir da prova do Teste da Integral:
11
( ) ( ) ( ) N N
n Nf x dx f n f x dx
¥¥ ¥
+= +
< <åò ò
7. Arquimedes descobriu uma aproximação para 2p consideran-do o perímetro p de um polígono regular de 96 lados inscrito em um círculo de raio 1. Sua fórmula, em notação moderna, é
96 2 2 2 2 3p = - + + +
(a) Realize os cálculos e compare com o valor de p a par-tir de fontes mais precisas, por exemplo, p = 192 sen (p/96). Quantos dígitos você perdeu?
(b) Realize a racionalização para evitar subtração de núme-ros aproximados e conte os dígitos exatos novamente.
8. Este exercício está relacionado ao Exercício 2. Suponha que o seu dispositivo de computação tenha um excelente algoritmo para a função exponencial exp(x) = ex, mas um programa fraco para ln x. Use a identidade
ln ln 1b
ba ea b
e
æ ö- ÷ç ÷ç= + + ÷ç ÷çè ø
e Desigualdade de Taylor para melhorar a precisão de ln x.
9. A equação cúbica
x3 + px + q = 0
onde assumimos por simplicidade que p > 0 tem uma fórmu-la de solução clássica para a raiz real, chamada fórmula de Cardano:
1/32 3
1/32 3
27 729 10813 2
27 729 1082
q q px
q q p
é æ öê ÷+ +ç ÷çê ÷= ç ÷÷çê è øëùæ ö ú÷- +ç ÷ç ú÷+ç ÷÷ç úè ø û
Para um usuário de uma calculadora de bolso, bem como para um programador inexperiente, a solução apresenta di-versos obstáculos. Primeiro, o radicando do segundo termo é negativo e a tecla de potência fracionária pode não lidar com isso. A seguir, mesmo que tal tecla funcione, quando q é pequeno em magnitude e p é de tamanho médio, o pequeno número x é a diferença de dois números próximos de /3.p
(a) Mostre que todos esses problemas são evitados pela fórmula
2/3 2 2/3
93 9
qxa p p a-
-=
+ +
onde 2 327 729 108
2q q p
a+ +
=
Dica: Use a fórmula de fatoração3 3
2 2A BA B
A AB B+
+ =- +
(b) Calcule
( ) ( )2/3 2/34
2 5 1 2 5u -=
+ + + +
2 MENTIRAS QUE MINHA CALCULADORA E COMPUTADOR ME CONTARAM – EXERCÍCIOS
Se o resultado é simples, relacione-o com a parte (a), isto é, restabeleça a equação cúbica cuja raiz é u escrito nesta forma.
10. (a) Considere a série de potências
1( )
100 1
n
nn
xf x¥
==
+å
É fácil de mostrar que o seu raio de convergência é r = 100. A série irá convergir muito lentamente para x = 99: descubra quantos termos fará o erro menor de 5 ´ 10–7.
(b) Nós podemos acelerar a convergência da série, na parte (a). Mostre que
( )100 100
x xf x fx
æ ö÷ç= - ÷ç ÷çè ø-
e determine o número de termos da presente série transformada que leva a um erro inferior a 5 ´ 10–7.
[Dica: Compare com a série 1 ( /100 ),n nn x¥=S cuja soma
você conhece.]
11. Os números positivos1 1
0x n
na e x dx-= ò
podem, em teoria, ser calculados a partir de uma fórmula de redução obtida por integração pelas partes: a0 = e –1,
an = nan–1 – 1. Prove, usando 1 £ e1 – x £ e e o Teorema do Confronto que limn¥ an = 0. Em seguida, tente calcular a20 da fórmula de redução usando a calculadora. O que deu errado?
O termo inicial a0 = e – 1 não pode ser representado exatamente na calculadora. Vamos chamar c aproximação do e – 1 que podemos inserir. Verifique a partir da fórmula de redução (por meio da observação do padrão após alguns passos) que
1 1 1 !1! 2! !na c n
né ùæ ö÷çê ú= - + + + ÷ç ÷ê úç ÷è øë û
e lembre-se de nosso estudo da série Taylor e Maclaurin que
1 1 11! 2! !n
+ + +
converge para e – 1 quando n ¥. A expressão entre col-chetes converge para c – (e – 1), um número diferente de zero, que fica multiplicado por um fator n! de crescimento rápido. Conclui-se que, mesmo se todos os cálculos poste-riores (depois de introduzir a0) foram realizados sem erros, a imprecisão inicial faria com que a sequência computado-rizada {an} divergisse.
12. (a) Um consolo após o resultado catastrófico do Exercício 11: Se reescrevermos a fórmula de redução para ter
11 n
naa
n-+
=
podemos usar a desigualdade utilizada no argumento do Teorema de Confronto para obter melhorias das aproxi-mações de an. Tente a20 novamente utilizando esta abor-dagem inversa.
(b) Usamos a fórmula de redução invertida para calcular quantidades para as quais temos fórmulas elementares. Para ver que a ideia é ainda mais poderosa, desenvol-va-a para as integrais
1 10
n xx e dxq- -ò
onde q é uma constante, 0 < q < 1, e n = 0, 1,.... Para tal q as integrais não são mais elementares (não so-lucionáveis em “termos finitos”), mas o número pode ser calculado rapidamente. Encontre as integrais para a determinada escolha 1
3q = e n = 0, 1, ..., 5 com cinco dígitos de precisão.
13. Uma calculadora avançada tem uma chave para uma função peculiar:
1 se 0( ) 1 se 0
x
xE x e x
x
ì =ïïïï= í -ï ¹ïïïî
Depois de tantos avisos sobre a subtração de números pró-ximos, você pode perceber que a definição
12senh ( )x xx e e-= -
dá resultados imprecisos para x pequeno, onde senh x está próximo de x. Mostre que a utilização da função E(x) cal-culada acuradamente ajuda a restaurar a precisão de senh x para x pequeno.