mente e cerebro pnl

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Explorações mente e cérebro www.golfinho.com.br Mark Furman A Revista Anchor Point publicou estes artigos entre outubro de 1995 à setembro de 1997. Parte I A neurofísica da hipnose 2 Parte II Vida, morte e ancoragem 8 Parte III A dinâmica neocortical da metáfora 11 Parte IV A dinâmica neocortical da persuasão e da influência 17 Parte V As submodalidades através dos olhos de um neurocientista 22 Parte VI A neurofísica e o princípio da ancoragem 25 Parte VII Neurocibernética, auto-organização e ancoragem 32 Parte VIII Modelagem e engenharia do desempenho humano: ciência e prática 37 Parte IX Modelagem neurocognitiva: a arte e a ciência da captura do invisível 43 Parte X Fundações da modelagem neurocognitiva: o movimento dos olhos – uma janela para o cérebro 46 Parte XI Modelagem na velocidade da visão 53 Parte XII Mente, música e milagres 56 Referências 62 Glossário de termos de PNL - (1º/9/2006) 66 Glossário de termos de PNL - (para área de negócios) 75 Tradução de termos de PNL do inglês para o português - 18/8/2006 82 Sobre o autor: Mark E. Furman é consultor internacional de Desempenho Humano e criador da Modelagem e Engenharia do Desempenho Humano e da Remodelagem Neuro Sináptica. Já realizou palestras nos Estados Unidos e Europa. Ele é certificado pela The Society of NLP como Practitioner e membro da The New York Academy of Sciences, da The Cognitive Science Society, da The American Society for Training and Development e da The American Association for the Advancement of Science. Ele pode ser contatado pelo telefone (954) 255-0400 e pelo e-mail [email protected] da Furman Research Associates.

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  • Exploraes mente e crebro www.golfinho.com.br

    Mark Furman

    A Revista Anchor Point publicou estes artigos entre outubro de 1995 setembro de 1997.

    Parte I A neurofsica da hipnose 2Parte II Vida, morte e ancoragem 8Parte III A dinmica neocortical da metfora 11Parte IV A dinmica neocortical da persuaso e da influncia 17Parte V As submodalidades atravs dos olhos de um neurocientista 22Parte VI A neurofsica e o princpio da ancoragem 25Parte VII Neurociberntica, auto-organizao e ancoragem 32Parte VIII Modelagem e engenharia do desempenho humano: cincia e prtica 37Parte IX Modelagem neurocognitiva: a arte e a cincia da captura do invisvel 43Parte X Fundaes da modelagem neurocognitiva: o movimento dos olhos

    uma janela para o crebro46

    Parte XI Modelagem na velocidade da viso 53Parte XII Mente, msica e milagres 56 Referncias 62

    Glossrio de termos de PNL - (1/9/2006) 66

    Glossrio de termos de PNL - (para rea de negcios) 75

    Traduo de termos de PNL do ingls para o portugus - 18/8/2006 82 Sobre o autor: Mark E. Furman consultor internacional de Desempenho Humano e criador da Modelagem e Engenharia do Desempenho Humano e da Remodelagem Neuro Sinptica. J realizou palestras nos Estados Unidos e Europa. Ele certificado pela The Society of NLP como Practitioner e membro da The New York Academy of Sciences, da The Cognitive Science Society, da The American Society for Training and Development e da The American Association for the Advancement of Science. Ele pode ser contatado pelo telefone (954) 255-0400 e pelo e-mail [email protected] da Furman Research Associates.

  • Parte I - A neurofsica da hipnose Mark E. Furman e Maryann Reese

    Como Trainers de PNL ns sempre tivemos uma grande convico sobre a

    nossa disciplina; entretanto, nem sempre fomos capazes de explicar como a nossa tecnologia funcionava. Tambm somos conscientes de que a pesquisa na nossa tecnologia tem sido relativamente limitada. A Universidade raramente suportou os nossos esforos e, de fato, muitas vezes desencorajou a explorao da PNL como uma ferramenta cientfica. Ns temos considerado isso como uma sria limitao, e por essa razo, temos contribudo com diversos artigos e pesquisas para a literatura profissional.

    Junto com esse interesse na pesquisa, tambm estamos realizando investigaes para os embasamentos cientficos da PNL e criamos um novo campo chamado de Neuro Synaptic Remodeling Techonologies - (NSR) (Tecnologia de Remodelagem Neurosinptica) desenvolvida por Mark E. Furman. Ns descobrimos que o Sr. Furman foi capaz de integrar 26 campos cientficos interdisciplinares para desenvolver um nvel de conhecimento inteiramente novo para o Practitioner de PNL. O que se segue uma amostra do que ns consideramos que ir contribuir consideravelmente para o campo da PNL. (Ed & Maryann Reese, Southern Institute of NLP/International NLP).

    O crebro humano considerado como a organizao mais complexa da matria no universo conhecido. Durante os ltimos cem anos, mais de 26 campos interdisciplinares tentaram modelar a sua complexidade. Somente agora, atravs das tecnologias impressivas tais como a ressonncia magntica do crebro e da neurofsica, temos sido capazes de estabelecer as conexes entre as funes microscpicas e os padres macroscpicos do comportamento que ns observamos todos os dias. A fim de avaliar com preciso a assustadora tarefa de modelar a mente e o crebro, vamos comear mencionando alguns fatos sobre o crebro.

    O crebro humano mdio tem na ordem de 100.000 bilhes de clulas que esto todas presentes na hora do nascimento. Virtualmente nenhuma nova clula cerebral adicionada durante a vida. Essas clulas cerebrais so chamadas de neurnios e acredita-se que a unidade bsica da comunicao no crebro.

    Cada um desses neurnios ir se conectar com cerca de 1.000 a 100.000 de outros neurnios para formar um mnimo de 100 trilhes de conexes chamadas de sinapses. fcil imaginar que s atravs de uma fiao poderosa, a tarefa de rastrear a comunicao entre as clulas poderia ser difcil se no impossvel.

    Para complicar ainda mais o rastreamento, a mensagem pode passar de um neurnio para outro em apenas alguns milsimos de segundo. Aqui, a velocidade de transmisso se torna um outro desafio. Tambm importante notar que o crebro mantm a sua flexibilidade com suas 100 trilhes de comunicaes que no so ligadas por fios como um computador.

    O pequeno intervalo mencionado acima, a sinapse, permite que as mensagens eltricas sejam convertidas em mensagens qumicas as quais passam de clula para clula e, de novo, se convertem em mensagens eltricas. At agora, cerca de sessenta diferentes mensageiros neuro ativos qumicos foram identificados os quais se acredita que carreguem incomensurveis instrues diferentes atravs do crebro.

  • A partir desta matria prima, o crebro pode criar um nmero infinito de padres de seqncias eletroqumicas tornando extremamente difcil o trabalho do modelador. Uma imagem em corte do crebro chamada de SQUID (super conducting quantum interference device), capaz de detectar os campos magnticos intracelulares, resultantes da atividade cerebral que so 1 bilho de vezes menor que o campo magntico da terra. Esse dispositivo tem ajudado os neurocientistas a fazerem as conexes entre os padres das seqncias eletroqumicas no crebro e os comportamentos humanos macroscpicos tais como o aprendizado, a memria e o pensamento.

    Tecnologias modernas de imagens fornecem uma janela para resolver alguns dos mistrios do crebro. Muitos cientistas concordam que o conhecimento compreensivo do crebro somente poder ser atingido pela integrao de tudo que foi aprendido atravs de cada via da pesquisa dos ltimos cem anos.

    A investigao e a integrao so difceis, porque cada campo tem desenvolvido seu prprio vocabulrio muito especializado, especificamente voltado para sua rea de inspeo. A PNL oferece uma srie especfica de ferramentas de linguagem para desempacotar o vocabulrio de cada campo.

    Na tecnologia da PNL, os Practitioners tm segmentado para baixo ao nvel das submodalidades que so descritas nesse campo como os menores blocos da estrutura da gerao do comportamento. No campo da Remodelagem NeuroSinptica (RNS) a tarefa da modelagem dos nveis do segmento da mente e do crebro est abaixo do nvel das submodalidades.

    A RNS opera a partir do ndice relativo e simultneo dos vinte e seis campos interdisciplinares da pesquisa cientfica (veja relao abaixo). Cincia da Estrutura e Coordenao Dinmica dos Sistemas Complexos Teoria da Formao do Padro Espontneo Auto Organizado Sistemas Complexos No Equilibrados Auto Organizados Neuropsicologia Infocintica Sistemas Dinmicos No Lineares Biofsica Biomecnica Bioqumica Neurofsica Psicofsica Neurofisiologia Neuroanatomia Funcional Gentica Comportamental Psiconeuroimunologia Psicolingstica Neurolingstica Programao Neurolingstica Sinergtica Neuroendocrinologia Psicobiologia Biologia Molecular Neurobiologia

  • Neurocincia Cognitiva Mecnica Quntica Rede Neural Cognitiva

    Um dos temas de extremo interesse para os Practitioners de PNL, clnicos e mdicos o campo da hipnose. Perguntas habituais que so feitas: O que a hipnose? O que o transe? O que um estado alterado? Como funciona o fenmeno hipntico? Por que o crebro susceptvel a sugesto durante a hipnose? Por que ns podemos conseguir profundas mudanas durante o transe que parecem impossveis sob outras condies? Voc deve se perguntar: qual o proveito de sermos capazes de descrever o que est acontecendo na mente e no crebro durante o fenmeno hipntico?

    Certamente um critrio que muitos indivduos exigem uma descrio cognitiva para serem convencidos. Para explorar essa e outras perguntas vlidas, ns temos que comear acionando algumas crenas, pressuposies e vocabulrios diferentes.

    Ser que ns realmente temos uma mente consciente e uma inconsciente? Pesquisas atuais das cincias neurofsicas dizem que no. Em todas as pocas, a hipnose foi explicada com termos tais como consciente, inconsciente, pr-consciente, subconsciente, nveis de conscincia e profundidade do transe.

    No contexto da linguagem, todas essas palavras tm que ser des-substantivadas. A hipnose um exemplo. Para termos um claro entendimento de como a hipnose funciona, essencial que adotemos um novo vocabulrio para pensar sobre a funo do crebro. Pressuposies:

    -A mente uma qualidade emergente do crebro resultante da organizao dinmica e contnua de todas as informaes no crebro. Essa informao codificada pelos padres das seqncias eletroqumicas. Conscincia o estado do crebro ficar ciente de parte dessa informao.

    -A informao est acessvel (conscincia) ou no acessvel (no-conscincia). No pode existir nenhum outro modo.

    -A informao que pode se deslocar da no-conscincia para a conscincia chamada explicitamente de memria. A informao utilizada sem a ateno da conscincia chamada implicitamente de memria.

    -Toda a memria da aprendizagem e do comportamento dependente do estado. A informao disponvel a qualquer momento depende desse estado do crebro.

    Nesse ponto, ns precisamos agora des-substantivar a palavra "hipnose". Desde o

    princpio, os hipnotizadores clssicos tm se referido hipnose como um estado em que voc entra e que voc sai. Contanto que ns consideremos a hipnose e o transe como um estado, isso nos impede de entender como o processo funciona e o que est ocorrendo no crebro. A hipnose um processo externo de uso dos padres de comportamento para induzir o transe. uma interao dinmica envolvendo constantemente o clnico e o cliente.

    Para estabelecer um modelo que explique a hipnose, temos que comear no nvel da gerao de padres entre os neurnios. Esses padres de seqncias eletroqumicas so afetados pelo processo da hipnose em trs pontos bsicos: nvel da atividade, fonte da informao e ambigidade e intermitncia.

  • Nvel de Atividade

    Os padres das seqncias eletroqumicas se propagam em certas freqncias no crebro. Um dos principais objetivos de qualquer induo hipntica reduzir o nvel da atividade ou freqncia nos quais esses padres so gerados. Quando estiver induzindo o transe, muitos hipnotizadores diminuem o ritmo de suas vozes e falam mais baixo. Como a diminuio afeta o nvel de atividade do crebro? Dois princpios da neurofsica ajudam a explicar isso: a ressonncia forada e a fase fechada.

    A ressonncia forada um processo no qual a freqncia de uma fora motriz (o ritmo da voz) se iguala com a freqncia natural da estrutura (crebro) por um processo que ns conhecemos como compassar. O processo de compassamento conhecido como a fase fechada. A fora motriz (ritmo da voz) pode liderar o nvel da atividade ou a freqncia do crebro numa direo inibitria (para o transe) ou excitada (fora do transe) logo que sincronizada feche com a freqncia natural do crebro.

    Metaforicamente voc deve pensar sobre dois relgios pendurados na mesma parede. Se voc fizer um relgio funcionar balanando o pndulo e depois o outro, os pndulos iro permanecer fora de sincronia por um curto perodo de tempo. As vibraes conduzidas pela parede fornecero informaes com as quais os pndulos ficam em fase fechada. Na sua prxima olhada, voc ver os dois pndulos balanando igual. Uma vez atingida a fase fechada, os pndulos balanam na mesma direo e no mesmo ritmo.

    O princpio da ressonncia forada pode conduzir o crebro a baixar da atividade das ondas beta (aproximadamente de 12 a 30Hz) para a atividade das ondas teta (aproximadamente de 4 a 8HZ). Essa mudana na atividade do crebro pode ser facilmente vista num EEG que mede as ondas magnticas extracelulares.

    O significado da mudana do nvel da atividade do funcionamento do crebro das ondas beta para as tetas que todas as faculdades do crebro e da mente so dependentes delas e sujeitas as esses nveis de atividade ou estados globais do crebro (diminuir o nvel de atividade do crebro causa muitos fenmenos de transe como a catalepsia).

    Desse modo, faculdades como a visualizao, memria, ateno e vontade iro estar acessveis num nvel de atividade e no em outro. Quando o nvel da atividade do crebro decresce, existe uma troca na dominncia entre norepinefrina (NE) e acetilcolina. Quando a norepinefrina cai e a acetilcolina sobe, as imagens visuais se tornam mais vvidas e cai a capacidade de prestar ateno e exercer a vontade. Fonte de informao

    Quando cai o nvel de atividade na base do crebro, o input da fonte de informao avaliada pelo crebro, muda a predominncia do externo (exteriorizao) para o interno (interiorizao). Quando algum d menos ateno para a informao que vem dos sentidos, mais ateno dada para a informao interna resultante da interao dinmica entre os padres armazenados no crebro chamados de memria e o ambiente externo. Isso reportado como processamento em cima em baixo.

    Padres hipnticos geralmente procuram executar as duas tarefas simultaneamente. Como practitioners de hipnose, ns fomos instrudos para diminuir o ritmo da voz (reduz o nvel da atividade) e direcionar a ateno do assunto interior ao mesmo tempo.

  • Ambigidade e Intermitncia

    Hipnotizadores sabem h muito tempo que a ambigidade conduz a pessoa para o transe enquanto a especificidade conduz a pessoa para fora do transe. O uso da ambigidade, sinttica, fonolgica ou outra forma, o caminho mais rpido para induzir um indivduo para o transe.

    Para entender como isso ocorre, o transe precisa ser redefinido. O transe um processo interno de transio pelo qual a atividade eletroqumica do crebro reorganizada dinamicamente, permitindo que ela se desloque suavemente entre seus estados coletivos. Ela efetua isso desestabilizando os estados existentes e permitindo a reorganizao espontnea de novos estados. A informao disponvel em cada estado ou fase do crebro ser diferente.

    Um modo mais fcil de pensar sobre essa fase ou estado de transio compar-la com os estados ou fases da gua. Na fsica, a gua pode ser slida, lquida ou gasosa. Imagine que voc, ao lado de um poo, pega seis seixos e atira no poo. O impacto dos seixos na gua resulta num padro de seis crculos concntricos interferindo uns com os outros.

    E se esse padro representasse uma certa memria? Se a gua estivesse no ponto de congelamento e voc atirasse o seixo no mesmo lugar, voc esperaria que aparecesse o mesmo padro de crculos? A resposta no. E se o estado da gua fosse gasoso? A gua poderia ser capaz de produzir o mesmo padro a partir do mesmo input? De novo a resposta no.

    O crebro funciona todo o tempo sob essa restrio. Entretanto, ao invs dos trs possveis estados ou fases coletivas, o crebro pode entrar e sair de um nmero virtualmente infinito de estados ou fases. Essas fases formam atratores, reas na fase espacial onde atividades caticas entram em ordem auto organizadas e padres previsveis. A diversidade resultante do padro espao-temporal chamada de atratores de perspectiva. (veja NLP and Self-Organization Theory por Robert Dilts, AP, Junho 1995)

    O exemplo da gua ilustra porque a informao pode ficar presa dentro de estados e atratores diferentes do crebro. O acesso informao dependente da reproduo aproximada do padro de seqncias eletroqumicas. Como no exemplo da gua, ns no podemos esperar que o crebro produza os mesmos padres at que ele entre no estado ou fase no qual esses padres foram inicialmente codificados.

    O processo hipntico torna essa informao mais acessvel porque ele facilita a capacidade do crebro de mudar mais rapidamente entre os estados do crebro (padres e atratores). Para entender o efeito da ambigidade no crebro ns devemos explorar o processo de transio de um estado (fase) para outro.

    Em linguagem fsica, esse processo de transio chamado de transio da fase no equilibrada. Essa fase de transio o conceito individual mais crtico na compreenso da hipnose.

    Todo o complexo sistema no linear no universo conhecido mantm sua flexibilidade mudando rapidamente de um estado para outro. Os sistemas realizam isso atravs do processo da transio da fase no equilibrada. A pressuposio operacional que o estado do qual voc est saindo deve ser desestabilizado (trazido para o no equilbrio) a fim de mudar para o estado que voc quer entrar. Em resumo, o principal mecanismo

  • utilizado por qualquer sistema complexo incluindo o crebro, para entrar ou sair de um estado, a transio da fase no equilibrada.

    Por essa razo, o padro da linguagem hipntica atua como uma influncia paramtrica que pode manter o sistema perto ou entre os estados (atratores), menos neles. Isso prov o sistema com uma grande flexibilidade e fluidez. Em outras palavras, ao manter um sistema complexo perto da instabilidade, ns estamos dando ao sistema um acesso mais rpido aos seus estados coletivos, recursos e informaes que normalmente ficam presos pela codificao do estado dependente. Podemos ento determinar que quanto mais estvel for um padro ou estado, menos flexibilidade ter o sistema.

    Como o processo de hipnose desestabiliza os estados atuais a fim de passar para novos? A desestabilizao ocorre de duas maneiras. A primeira atravs da ambigidade.

    Quando um estmulo apresentado por um dos sistemas sensoriais ambguo, isso a causa para o crebro ficar mudando de uma para outra entre duas ou mais representaes (padres ou estados). A troca facilitada pela transio da fase no equilibrada (transe). Ao invs do sistema entrar numa representao reconhecvel, estvel (como acontece quando ns usamos especificidade), o crebro rapidamente troca entre as representaes possveis (padres ou estados). Essa condio chamada de intermitncia e uma marca registrada de todos os sistemas complexos no lineares.

    O mais difcil esclarecer o conflito, como o caso com a ambigidade fonolgica ou sinttica, que ser mais longo enquanto o sistema permanecer em intermitncia. No caso da intermitncia, o sistema subsiste perto ou entre os atratores (padres), menos neles. O sistema est numa transio.

    A segunda maneira em que a hipnose desestabiliza os padres existentes atravs da ressonncia forada e freqncia-fechada, um tipo de fase fechada. Todos os padres no crebro so dependentes da freqncia. Quando diminumos o ritmo da nossa voz, ns conduzimos o crebro pela ressonncia forada, devido a diminuio da freqncia da atividade.

    Num certo ponto, o crebro incapaz de manter um padro determinado por qualquer perodo de tempo e comea rapidamente a troca entre os padres. Esse fenmeno tambm pode ser visto no sono REM. Durante o sonho o crebro faz essas trocas muito facilmente, apesar de que os estados e os contextos, praticamente, no so controlveis pela pessoa sonhando. Mais tarde vamos discutir alguns dos mistrios comuns do transe e integrar essa informao.

    Uma das sensaes mais comuns experimentadas por algum em transe a sensao da profundidade. Agora ns podemos descrever num nvel neurobiolgico o que acontece a esse indivduo. A profundidade no transe experimentada como o resultado entre a norepinefrina e a acetilcolina na base do crebro.

    Quando o nvel de norepinefrina cai, o submetido hipnose sente sensaes similares quelas experimentadas quando se passa da viglia para o sono (os dois estados mais bsicos do crebro). Os nveis do transe experimentado pelo indivduo correspondem aos nveis da norepinefrina na base do crebro.

    Esse tipo de correspondncia temporal entre trocas de freqncia microscpica e nveis macroscpicos de funcionamento chamado de fractal. Um fractal um processo no qual os padres que ocorrem numa escala espacial ou temporal so repetidos em escalas sempre maiores. Nesse caso, a neurobiologia da base do crebro e os indicadores macroscpicos do transe que o submetido e o observador podem calibrar, constituem um fractal.

  • Uma outra experincia comum do transe a conservao ou economia do momento. Quando o nvel de acetilcolina na base do crebro aumenta, o pons, uma parte da base do crebro, envia um comando para os msculos esquelticos que inibem o movimento dos membros.

    Essa caracterstica da nossa neurobiologia particularmente til quando entramos no sono REM. Ela nos permite experimentar sonhos vvidos sem a corresponde atividade neuromuscular que poderia nos colocar em perigo bem como a outras pessoas prximas. Durante o sono REM, a atividade neuromuscular completamente desligada.

    Quando o submetido ao transe desperta, ns observamos o que chamamos de reao de reorientao, que consiste em sair de um estado sem movimento para este de movimentos normais e rpidos. Isso indica que o balano neuroqumico na base do crebro mudou de novo.

    Ao modelar o sistema crebro/mente atravs da lista de cerca de vinte e seis campos cientficos simultneos de pesquisa, a Remodelagem NeuroSinptica constri modelos estimulantes e teis para nos ajudar a entender e a influenciar o comportamento humano com grande preciso.

    O modelo terico da hipnose representa apenas a ponta do iceberg. O que ns podemos compreender sobre memria, aprendizagem, comportamento, hipnose e muitas outras intervenes teraputicas ser assunto nas prximas "Exploraes da Mente e do Crebro". Parte II - Vida, morte e ancoragem

    Mark E. Furman Quais so os limites de uma ncora?

    Uma srie de experincias realizadas por pesquisadores no campo da psiconeuroimunologia ("PNI") podem nos dar um indcio. A primeira srie desses experimentos foi realizada com ratos (resumidos por Chopra, 1990). O objetivo era estabelecer o fato de que o sistema imunolgico poderia ser levado a reagir previsivelmente a um s estmulo apresentado pelos sistemas sensoriais. Os ratos foram divididos em dois grupos. O grupo 1 foi injetado com ciclofosfomida que um conhecido imunodepressor. O grupo 2 foi injetado com Poly IC que um imuno estimulante popular.

    Essas injees foram usadas para induzir os estados imunofisiolgicos desejados. Quando as reaes esperadas do sistema imuno foram calibradas, os dois grupos de ratos foram ancorados ao mesmo estmulo. Os pesquisadores usaram cnfora como um estmulo olfativo e gua com sacarina com um estmulo gustativo, apresentados simultaneamente. Somente essa ncora dupla assegurava que o estado imuno fisiolgico previamente calibrado no poderia ser acionado acidentalmente pelos elementos comuns que entravam em contato pelo ambiente.

    Nesse ponto, os pesquisadores tinham estabelecido uma ncora confivel, que poderia ativar um estado imuno depressivo no grupo 1 e um estado imuno estimulante no grupo 2. (Ader, Felten, Cohen, 1991)

    O impressionante poder da ncora foi mostrado na fase 2 do experimento. Nessa fase, logo que os indicadores imuno fisiolgicos retornaram ao normal, os dois grupos foram injetados com uma dose substancial de um vrus comum de pneumonia. A ncora era

  • ento disparada. Dentro de 48 horas, os ratos no grupo 2 (imunoestimulados) apresentavam um pequeno sinal do vrus e dentro de aproximadamente 7 dias no havia mais nada.

    No mesmo espao de tempo, todos os ratos do grupo 1 (imunodepressivos) estavam mortos. Um projeto de pesquisa mais tarde duplicou esses resultados substituindo o vrus da pneumonia por injees de clulas vivas de cncer. Para esses ratos, o que fez a diferena entre a seleo dos estados fisiolgicos mais fundamentais de vida e morte, foi uma ncora. (resumido por Chopra, 1990)

    Sem dvida, voc j est imaginando as poderosas aplicaes biomdicas dessa impressionante ferramenta. Num experimento de pesquisa realizado mais tarde, o poder da ancoragem foi usado para ajudar a cortar o custo de uma dispendiosa terapia de tratamento do cncer.

    O objetivo da pesquisa era levar o sistema imuno de uma jovem a produzir Interlukin 2 ("IL-2") que era necessrio em grandes quantidades para combater o seu avanado cncer de fgado. Naquela poca, uma aplicao de IL-2 custava $40.000. Junto com a administrao de uma simples aplicao, a mesma ncora usada nos experimentos com os ratos foi estabelecida.

    Os pesquisadores ficaram surpreendidos ao descobrir que disparando essa ncora entre as aplicaes, atingiam nveis mais elevados de IL-2 do que os normalmente contidos numa simples aplicao.

    Por isto eu lhe devolvo a minha pergunta original, "Quais so os limites de uma ncora?" Parece que a nica limitao que pode existir a preciso da calibragem. No somente esses experimentos provaram que as ncoras podem influenciar a nossa simples existncia, mas para muitos pensadores produtivos foi estabelecida uma poderosa referncia para suportar a crena Se voc pode calibr-la, voc pode captur-la. Planejando novos mtodos de calibrao

    Como Practitioners de PNL, ns fomos treinados para calibrar primariamente com os nossos canais sensoriais. Esse mtodo nos limita para calibrar e capturar os distintos estados fisiolgicos. Embora investiguemos o uso de ferramentas de calibrao de ltima gerao, como scans PET, fMRIs e SQUIDS (superconducting quantum interference device), o impressionante poder da ancoragem se tornar virtualmente ilimitado. Entretanto, no necessrio tornar isso to aperfeioado para comear a criar muitas aplicaes exclusivas e efetivas para a ancoragem.

    Aps ter lido a pesquisa mencionada acima, minha mente comeou a procurar por mais ferramentas comuns disponveis que um practitioner poderia usar para explorar novas possibilidades. Naquela poca, meu pai estava sofrendo dos efeitos adversos da medicao para controle da presso sangunea e estava interessado em aprender como influenciar a sua presso por iniciativa prpria.

    Para executar isso, ns precisvamos de duas ferramentas, um indicador para calibrar continuamente a presso sangunea e uma ferramenta para influenciar o seu estado. Visto que os estados das ondas cerebrais alfa, teta e delta esto associados com baixa presso sangunea, ns precisvamos encontrar uma ferramenta que pudesse atuar como um parmetro de controle que quando escalado poderia conduzir o crebro atravs desses estados coletivos.

    Muitas empresas hoje produzem uma ferramenta auditiva que pode ser usada para esse propsito. Ns escolhemos uma fita cassete que foi gravada no canal do ouvido

  • esquerdo, um som puro de 100HZ e no canal direito um de 104HZ. Como esperado, pelo princpio da ressonncia forada, a atividade no background do crebro comea a oscilar a 4HZ (onda delta), que pode ser verificada com o EEG.

    Uma diminuio correspondente na presso sangunea podia ser vista imediatamente no indicador de presso do seu novo relgio Casio. Quando ele ouvia a fita, uma oscilao auditiva muito distinta era detectada a 2-4 ciclos por segundo. Como ter a fita disponvel na hora era restritiva, eu o fiz estabelecer ncoras visuais e cinestsicas que podiam recriar a imagem auditiva e o correspondente estado do crebro.

    Com apenas alguns minutos de prtica, ele era capaz de influenciar sua presso sangunea disparando sozinho a ncora. Mais tarde ns descobrimos pesquisas em que a atividade no background do crebro mudava de beta para alfa simplesmente fechando os olhos por alguns segundos. Quando conveniente, ns inclumos isso como a primeira etapa da estratgia seguida pela audio da imagem auditiva. Esse procedimento criou uma ampla bacia de atrao e um acesso mais fcil ao estado atrator da baixa presso sangunea. Essa somente uma das virtualmente ilimitadas maneiras que eu encontrei para comear a explorar as possibilidades da ancoragem via ferramentas de calibrao mais precisas. (Anchor Point, outubro 1995 parte 1 desta srie). Como a ncora funciona

    Nesse ponto seria til ter uma pequena discusso sobre como as ncoras so capazes de influenciar o sistema nervoso humano. Quanto mais ns entendermos sobre como as ancoras funcionam, maior flexibilidade ns teremos em planejar novos e efetivos usos. Muitos practitioners em treinamento j ouviram a frase "voc no pode, no ancore". Como um crebro humano testa o seu mundo exterior via seus cinco sentidos, uma representao desses eventos externos so codificados pela modificao sinptica. Modificao sinptica um processo no qual o sistema nervoso refora certos caminhos e enfraquece outros, resultando em exclusivos padres eletroqumicos de ativao. Em outras palavras, um padro de ativao eletroqumica codifica a atividade simultnea de todos os cinco sentidos como se fosse uma pea de informao.

    Ao mesmo tempo, o crebro tambm est testando seu mundo interior, via o crtex somatosensorial e codificando a reao fisiolgica de todo o corpo para o evento externo no mesmo padro de ativao. Qualquer coisa que reative esse nico padro eletroqumico de ativao tambm ativa a reao fisiolgica do corpo que estava codificada com este padro.

    O padro resultante da ativao pode ser referido como um estado atrator. Quanto mais efetivas se tornam as sinapses atravs da modificao, mais profundo e mais estvel fica o atrator. Cada codificao do sistema sensorial desse evento simultneo, uma trajetria conduzindo para o estado do atrator e capaz de reativar o padro codificado.

    O fenmeno resultante similar ao campo morfo-gentico (capaz de auto organizao espontnea). A propriedade mais importante desse tipo de campo que ele capaz de regulao, o que significa que qualquer parte do campo pode ativar todo o campo.

    O que isso significa para o Practitioner? O que est evidente na pesquisa da psiconeuroimunologia que cada reao psicofisiolgica incluindo a expresso do DNA (resultando em produo de IL-2), codificada neste padro de ativao. Quanto mais exclusiva for a ncora, provavelmente maior ser a trajetria que ela segue para conduzir para o padro de ativao planejado ou estado atrator.

  • ncoras visuais e a tomada de deciso humana

    Uma maneira fcil de juntar toda essa informao, entender como as ncoras so usadas distintamente pelo sistema nervoso humano no processo de tomada de deciso. O crtex frontal do crebro humano responsvel pelo estabelecimento do campo de memria de trabalho o qual ns usamos para pensar. Ele ativa os padres da memria de longo prazo e os indexa por localizao. Como um practitioner de PNL, voc considera esse processo como submodalidades.

    O seu trabalho no passado com submodalidades mostrou-lhe que a localizao de uma imagem extremamente importante no significado da codificao. A razo para isso que a localizao de uma imagem tambm indexado pelo sistema somatosensorial. Isso significa que quando voc ativa uma memria e a coloca na memria de trabalho, a localizao desta imagem se torna indexada pela mesma reao fisiolgica como a memria. (Goldman-Rkic 1992) (Damasio 1994)

    Imagine algo que voc est muito motivado para fazer. Perceba a sua localizao. Agora, imagine algo que voc no est motivado para fazer, mas sabe que precisa fazer. Observe como a memria de trabalho coloca essas duas imagens em locais diferentes. Observe tambm que quando voc olha para as duas possibilidades, existe uma diferena cinestsica que se torna facilmente perceptvel e que lhe permite saber qual delas voc quer fazer.

    Isso possvel porque cada local, agora codificado pelas clulas piramidais (Goldamn-Rakic 1992) no crtex frontal, foi distintamente ancorada sua reao fisiolgica por meio do sistema somatosensorial. Isso chamado de um marcador somtico. O uso disso surpreendente.

    Voc no apenas pode mover a imagem "desmotivada" para a posio "motivada" e se sentir diferente, como tambm pode distintamente influenciar outro estado fisiolgico do lado de fora, por meio da ancoragem do local de cada um com um gesto da mo. Voc ir descobrir que gesticulando distintamente para o local onde a pessoa guardou essas imagens, voc ser capaz de reativar a reao fisiolgica dela. Nesse caso, ao invs de estabelecermos ncoras artificiais, ns estamos utilizando o prprio sistema marcador somtico do crebro e com muita preciso compassando um modelo interno do mundo da pessoa.

    Como voc pode utilizar essa ferramenta no contexto de tomada de decises na vida real? A prxima vez que voc se encontrar vendendo um treinamento de PNL para um cliente em perspectiva, elicie uma ocasio em que a pessoa viu algo numa loja que ela sabia que precisa ter. Enquanto voc calibra, para ter certeza que essa a reao que voc quer, observe para onde os olhos dela se movem quando ela pensa sobre essa memria. Simultaneamente, ancore essa localizao exata com um gesto distinto da mo. Agora falando simplesmente sobre os benefcios do que voc tem a oferecer e gesticulando para esta localizao exata, voc ir ancorar o estado desejado para o treinamento de PNL.

    Tenho a confiana de que esses poucos exemplos iro irradiar alguma luz no impressionante poder no utilizado do seu kit de ferramentas de ancoragem. De um lado do espectro ns podemos influenciar a tomada de deciso, por outro lado, vida e morte em si. Quantas novas aplicaes voc pode criar no meio disso? Eu deixo esse desafio com voc.

  • Parte III - A dinmica neocortical da metfora

    Mark E. Furman O que Metfora?

    Quando a maioria de ns pensa numa metfora, ns prevemos a narrao de uma histria de imaginao potica. A metfora vista tipicamente apenas como uma caracterstica de linguagem, uma questo de palavras ao invs de pensamento ou ao (Lakoff & Johnson 1980). A inteno desse artigo elucidar a metfora como uma das ferramentas de linguagem mais fundamentais e intrigantes; cuja principal funo ser a organizadora da informao sensorial e do desenvolvimento das categorias funcionais no crebro humano. Atravs da metfora ns fazemos uso de padres e relacionamentos que so obtidos na nossa experincia fsica para organizar o nosso entendimento mais abstrato.

    Visto que a comunicao auxiliada pelos mesmos componentes neurais como o sistema conceitual que ns usamos no pensamento e na ao, a linguagem uma fonte importante de evidncia de como este sistema est organizado e direcionado. Quando ns aproveitamos para dar uma olhada mais profunda na comunicao humana, a evidncia lingstica suporta a noo de que a maior parte do nosso sistema conceitual metafrico por natureza. quase impossvel proferir uma nica frase sem o uso de metfora. Na forma lingstica mais bsica, a essncia da metfora o entendimento e a experimentao de um tipo de assunto em termos de outro.

    Um exemplo simples disso seria o conceito metafrico - o crebro um computador. Esse conceito metafrico tem a capacidade de estruturar e organizar as nossas percepes sensoriais, pensamentos e aes com relao ao crebro em termos de um objeto mais familiar para a nossa experincia sensorial, isto , um computador. A inteno dessa estrutura lingstica ajudar o leitor ou ouvinte a entender e experimentar o crebro em termos de uma estrutura mais comumente testada na vida diria pelos sistemas sensoriais do ser humano.

    Voc pode obter evidncia lingstica de que a estrutura bsica da metfora est em operao ao prestar ateno s expresses idiomticas. Embora a pessoa possa no estar consciente de que o seu sistema nervoso est organizando o "crebro" em termos de "computador", a sua linguagem ir refletir essa organizao atravs de afirmaes tais como "ele precisa de uma programao mais positiva" ou "voc pode repetir porque eu no consegui computar da primeira vez".

    Visto que esses padres lingsticos so muito comuns, ns tendemos a no prestar ateno para a estrutura oculta responsvel por gerar o padro em si. Todos ns temos ouvido frases como:

    "Eu preciso de algum tempo inativo; Eu preciso arquivar isso no meu banco de dados; Eu preciso de tempo para processar esta informao; Eu vou armazenar isto no fundo da minha mente; Eu no consigo receber mais nenhuma informao, eu estou sobrecarregado; Eu sou incapaz de acessar esta memria".

    Essas simples frases escapam todos os dias atravs da nossa conscincia e da estrutura da experincia daqueles que esto ouvindo-as, mesmo que ns nunca tenhamos afirmado claramente o fundamento de que o crebro um computador. Como isso possvel?

  • Uma maneira para entender esse fenmeno explorar os seus efeitos no nvel da ancoragem. As ncoras digitais auditivas estabelecem uma tremenda flexibilidade e poder discriminatrio no processo de re-categorizar os inputs sensoriais armazenados em novas estruturas. Uma ncora digital auditiva, como a palavra computador, tem a capacidade de acessar um rico conjunto de experincias sensoriais atravs de todas as modalidades sensoriais e sobre diversos contextos, cada um dos quais pode ser um subconjunto de outro conjunto de categorias e experincias de referncia. Isso conhecido pelos practitioners de PNL como qutruplos (4-tuple).

    Poucos sistemas de ancoragem tm o poder e a riqueza de acessar um conjunto to vasto de experincias conceituais e dados sensoriais como uma simples seqncia fontica. Para realmente entender o poder de tal sistema, ns precisamos descer temporariamente para o nvel da dinmica neocortical e examinar os processos corticais que ocorrem no crebro humano durante a percepo, o armazenamento e a formao da subseqente categoria de informao sensorial que entra. Como o nosso sistema nervoso processa a informao sensorial?

    Percepo e padres de armazenamento: a percepo um processo ativo e criativo (Kosslyn, et. al., 1994) em constante flutuao dinmica, em oposio ao detectar que um processo mais passivo. A imaginao interna, por meio de todos os nossos sistemas representacionais usada durante o processo de percepo.

    Um exemplo superior disso a nossa capacidade de perceber uma imagem parcial ou degradada. Muitos de ns j tivemos a experincia de ser capaz de reconhecer um amigo que no vamos h muitos anos. surpreendente como o crebro humano tem a capacidade de comparar inputs sensoriais e representaes internamente armazenadas que resultam no reconhecimento de um velho amigo, de qualquer ngulo, na maioria das vezes de qualquer distncia, pelo jeito de caminhar, pelo som da sua voz, pela imagem de um rosto envelhecido 15 anos ou mesmo pela parte que restou de uma fotografia rasgada ao meio.

    Essa extraordinria capacidade no seria possvel se ns tivssemos armazenado e recuperado "exatamente" aquilo que ns experimentamos. Um ato de percepo no a cpia de um estmulo que entra. Ao contrrio, ns armazenamos relacionamentos entre as coisas de uma maneira dinamicamente "acoplada e suave". O reconhecimento de qualquer imagem sentida pelo crebro exige simultaneamente a ativao da imaginao interna (Kosslyn, et. al., 1994).

    Um modo de pensar sobre a percepo que ela um processo de combinao entre o que chega no presente e os dados previamente armazenados. (Sem dvida, voc j percebeu que eu no consigo explicar o processo de percepo sem o uso de metfora.) Enquanto os nossos cinco sistemas sensoriais recolhem amostras de pores do mundo externo, uma ativao do padro de atividades eletroqumicas codifica a informao que chega.

    Esse processo, por algum tempo, foi conhecido pelos neurocientistas como modificao sinptica, uma noo postulada pela primeira vez por Donald Hebb em 1945 e validada mais tarde pelo campo da biologia molecular. A noo crtica, que por algum tempo passou despercebida por muitos neurocientistas, foi o conhecimento de que enquanto o sistema nervoso est recolhendo exemplos no mundo exterior ele, simultaneamente, est recolhendo exemplos no mundo interior da reao fisiolgica via uma elaborada diviso referida como sistema somatosensorial (Damasio, 1994).

  • O sistema somatosensorial recolhe os exemplos e codifica a reao fisiolgica do nosso corpo para cada evento que ocorre no mundo exterior. O padro de atividade eletroqumica exemplificada pelo sistema somatosensorial (perspectiva interna), est combinado com um padro de ativao, distribudo amplamente atravs do crebro, junto com o padro de atividade eletroqumica exemplificada pelos outros sistemas sensoriais (perspectiva externa).

    Em outras palavras, quando ns experimentamos o nosso mundo, o nosso sistema nervoso no somente registra os eventos de fora, mas tambm registra as reaes do nosso corpo a estes eventos pois assim, mais tarde, ns podemos formular uma reao fisiolgica adaptvel para qualquer evento similarmente percebido. Esse o motivo pelo qual ns humanos compartilhamos a experincia de sermos capazes de evocar uma imagem visual ou auditiva de um evento que ocorreu muitos anos atrs e, simultaneamente, experimentar os sentimentos ligados a este evento como se ele estivesse ocorrendo agora. Damasio sugere que esse simples processo a correlao neural do raciocnio e da tomada de deciso humana.

    O armazenamento ou codificao dos padres de ativao essencial para o processo de percepo e memria. Como Donald Hebb posicionou em 1945, parece que as clulas que se estimulam juntas, ficam ligadas. A reunio das clulas nervosas forma grupos de neurnios interconectados cujas sinapses se tornam mutua e simultaneamente fortalecidas pelo input dos neurnios durante a percepo e o aprendizado (sinapses de Hebbian).

    Desse modo, a experincia seleciona um certo padro de conexes celulares, seletivamente fortalecidas por um evento em particular. Mas como as conexes so extensamente partilhadas quando qualquer subconjunto de neurnios recebe um input familiar, a reunio inteira responde rapidamente. Isso considerado um fenmeno do campo morfogentico, isto , a regulao (Furman, AP, out 95 parte1 desse artigo).

    Os neurnios que participam no reconhecimento do cheiro da "serragem" tambm so afetados pela histria dos neurnios que codificam o cheiro da "banana". A histria tem precedncia sobre as representaes estticas de um estmulo. O ato de percepo consiste num salto explosivo (fuga de um atrator) do sistema dinmico da bacia de um atrator catico para outro (AP, out 95).

    A bacia de um atrator o conjunto das condies iniciais da qual o sistema entra para um comportamento particular. A bacia para cada atrator seria definida pelos neurnios receptores que foram ativados durante a percepo para formar a reunio das clulas nervosas. Quando um evento externo de alguma maneira se torna significativo pela primeira vez, um outro atrator adicionado perspectiva, e todos os outros so submetidos a uma leve modificao. Por outro lado, se um evento externo significativo logo, ele teve sua trajetria registrada diretamente para um atrator comportamental existente.

    Em essncia, a percepo capacita o crebro a planejar e preparar-se para a ao subseqente com base na ao passada, do input sensorial e da sntese perceptiva. Um ato de percepo no a cpia de um estmulo que entra. uma etapa da trajetria pela qual o crebro cresce, se organiza e se adapta ao seu meio.

    Os padres de conectividade so espaciais e temporais por natureza. As duas condies devem ser satisfeitas para ativar a reunio das clulas nervosas. Voc no pode simplesmente transgredir a natureza do tempo bloqueado dos padres de ativao. (Isso a essncia do que est por baixo dos procedimentos teraputicos mais efetivos hoje disponveis, isto , a interrupo de padro).

  • Como o crebro constri as categorias sem a informao que entra?

    As categorias da percepo e da ao so montadas a partir de mltiplos locais do crebro e interconexes, fundamentalmente com base nos cdigos temporais que ocasionam a flexibilidade e a singularidade. Embora os grupos de clulas coexistam e se sobreponham, suas atividades podem ser reconhecidas como distintas por causa de um cdigo temporal nico (Ferster e Spruston, Science, novembro 3,1995).

    A mesma clula ou grupos de clulas podem participar em diferentes montagens mudando seus relacionamentos temporais (degenerao), causando a sensibilidade do contexto extremo da reao perceptiva. Neste lugar se encontra a vantagem das oscilaes neurais casadas as quais no esto muito firmemente fase bloqueada (AP, Out 95).

    Um exemplo de codificao do tempo como um fenmeno pode ser ilustrado num experimento comum feito pelos neurocientistas usando gravaes eletrofisiolgicas do crtex de um rato. No crtex do rato, o conjunto dos neurnios de um campo receptivo oscilava em sincronia quando uma barra de luz era movida em uma direo e o mesmo campo se inflamava de uma forma sem correlao se a barra de luz era movida na direo oposta; deste modo transgredindo a natureza do tempo bloqueado do padro de ativao de um local receptor particular no espao.

    A noo de "estratgias" ilustra esse conceito numa escala mais macroscpica, pois ns no iramos questionar o fato de que existem diferenas qualitativas entre uma estratgia VAC e uma estratgia ACV a qual pode no ser empregada de maneira diferente para criar o mesmo estado ou comportamento.

    Uma categoria criada no contexto, numa trajetria da atividade interna "no tempo". A trajetria sempre um produto complexo do contexto imediato, realmente anterior a atividade interna, e a histria do mapeamento re-entrante entre os processos heterogneos que compe o sistema cerebral. A reentrada uma exigncia neural importante.

    Para efetuar dinamicamente a categorizao perceptiva, por um sistema no instrudo, duas redes neurais independentemente abstratas devem trabalhar simultnea e separadamente em reao a um estmulo e depois interagir pela reentrada para fornecer alguma ligao abstrata, uma ligao de "uma ordem mais elevada" da suas representaes. Em essncia, esse o verdadeiro processo da dinmica neocortical que auxilia o impressionante e ardiloso poder da metfora.

    A funo de uma metfora em termos de dinmica neocortical ativar simultaneamente duas ou mais trajetrias previamente disjuntivas, a qual define duas ou mais seqncias percepo-ao diferentes, para um simples padro de ativao. Em outras palavras, as ncoras digitais "computador" e "crebro" ativam simultaneamente os conjuntos das clulas nervosas, que antes estavam separados, e os extensamente distribudos padres de ativao conduzindo para um modo particular de pensar e de agir de acordo com "crebro" ou "computador".

    Uma metfora efetiva forma um atrator profundo e altamente estvel (conjunto da rede neural) capaz de capturar os dois padres de ativao antes disjuntivos (seqncias de pensamento-ao). Subseqentemente, as duas ncoras digitais so agora capazes de acessar o mesmo atrator comportamental (ncora pensamento). Esse processo permite que o crebro adaptativamente reaja a duas noes ("crebro" ou "computador") em termos da outra.

  • O processo completo altamente dependente das conexes neuronais livremente combinadas no crebro. Portanto, o uso da metfora ser sempre mais efetivo quando combinado com padres hipnticos que diminuem os nveis de ativao do crebro e afrouxem as conexes combinadas previamente estabelecidas (AP, out. 95).

    Desse modo, a metfora capaz de criar uma mudana espacial no conjunto coletivo das clulas nervosas resultando na (re)organizao espontnea do mapa neuronal. A atividade temporariamente correlacionada entre muitos neurnios a fora crucial por trs da reorganizao do mapa. Acredita-se que o movimento do mapa no envolva o movimento migracional ou o crescimento de neurnios, por si, mas antes uma mudana espacial na sua atividade coletiva.

    Aqui se encontra o correlativo neural do processo de ancoragem em si. Eu gostaria de sugerir aqui que no nvel da dinmica neocortical, a metfora uma forma de ancoragem auditiva digital elaborada e graciosa, to poderosa e penetrante que seus efeitos conversacionais so virtualmente invisveis.

    Uma experincia comum que todos ns compartilhamos o poder da metfora para re-organizar espontaneamente o mapa neuronal de tal modo que ns podemos experimentar aquele sentimento de esclarecimento "ah-ha" quando uma nova maneira de entendimento de alguma coisa nos atinge como uma tonelada de tijolos. Quantas vezes um excelente professor ou treinador ouviu um estudante dizer "Uau, eu nunca tinha pensado nisto desta maneira, isso muda tudo"? Uma mudana profunda no modo como ns percebemos ou entendemos alguma coisa desencadeia uma mudana igualmente profunda no modo como ns nos comportamos com respeito a esta coisa.

    Em concluso, a metfora certamente uma das mais poderosas ferramentas dos grandes oradores, hipnotizadores, professores, treinadores e pais. Um dos efeitos mais difceis de se compreender como as sugestes que ela carrega para a mente inconsciente podem ser "liberadas com o tempo". Como isso possvel? Acredita-se que o crebro possa processar bilhes de bits de informaes por segundo, embora ns somente estamos conscientes, em qualquer tempo, de aproximadamente 50 bits de informao por segundo. Tambm se acredita que para se formar os filtros perceptivos, o crebro precisa processar cada bit de informao antes de determinar quais as pores que iro alcanar o limiar da conscincia a qualquer momento dado (Roland, 1995).

    Isso significa que quando uma seqncia de eventos perceptivos ou mesmo um nico evento esttico comea a trajetria de interao, processos internos de reentrada, o traado dessa trajetria mantido por um perodo de tempo sem o reconhecimento consciente da contnua dinmica neocortical. Voc j teve a experincia de tentar se lembrar do nome de algum ou de alguma coisa para descobrir 3 horas mais tarde que ela estala de repente no consciente da conscincia vinda de "nenhum lugar"?

    O fenmeno hipntico e experincias comuns dirias como essa, nos sugerem que diversas trajetrias coexistentes podem ser colocadas em movimento em um s tempo sem estar consciente na conscincia (um processo paralelo). Uma vez que a conscincia do consciente um processo em srie, essas trajetrias podem permanecer fora da conscincia por algum tempo ou, possivelmente, podem nunca entrar na conscincia do consciente mas em vez disso, afetam os processo neocorticais sem jamais necessitar da representao neocortical.

    A confluncia dessas trajetrias previamente disjuntivas capaz de aglutinar e influenciar o pensamento ou o comportamento num tempo mais tarde. Logo que elas forem capturadas por um atrator comum e estvel, elas podem atingir um verdadeiro limiar

  • possibilitando a conscincia do consciente. Neste lugar encontra-se a dinmica neocortical a qual forma a base do uso da sugesto ps-hipntica via metfora.

    Na verdade, ns estamos entrando numa dcada excitante. Um tempo onde tcnicas poderosas do passado podem ser validadas e entendidas por meio de um conjunto ordenado de tecnologias impressivas de neuroimagens e modelagens neurocientficas do sistema mente-crebro. Eu o desafio para nos prximos meses anotar cuidadosamente o efeito das palavras e das metforas em voc mesmo e nos outros. O que as representaes dos qutruplos eliciam dessas palavras e metforas? Sabendo o que voc sabe agora, como isso ir mudar o modo como voc constri as metforas para seus colegas de empresa, amigos e para os entes queridos?

    As metforas influenciam, persuadem, criam entendimento, do forma as percepes e a ao direta. Use-as com a preciso de um laser. Voc est tecendo a estrutura do destino humano com todas as suas palavras. Parte IV - A dinmica neocortical da persuaso e da influncia

    Mark E. Furman

    O crebro humano a organizao da matria mais complexa conhecida no universo. Contendo cerca de 100 bilhes de neurnios abundantemente interconectados com outros 1.000 a 100.000 neurnios, o crebro forma um infinitamente complexo sistema dinmico no linear. O nmero potencial de estados emergentes e de comportamentos virtualmente ilimitado e o vasto sistema neuronal do crebro com suas atividades neurofisiolgicas nunca reside exatamente duas vezes no mesmo estado (Kelso, 1995).

    Ento por que ns abordamos a influncia desse sistema dinmico no treinamento de um vendedor com um arsenal de "tcnicas" e "linhas" estticas? Com esse estilo clssico de treinamento de persuaso, ns deixamos ao acaso muitos dos resultados, abandonando o pessoal de vendas, os negociadores e os gerentes a um destino inevitvel com chances nem um pouco melhores do que as de um cassino.

    Nos meus 15 anos treinando profissionais na cincia da persuaso e influncia, eu nunca vi um programa que foi construdo sobre as fundaes do que ns aprendemos nos ltimos 100 anos de pesquisa neurocientfica. Porque os dois campos mais vitais e interdependentes nunca trocaram informaes? uma das intenes da NSR Techonologies comear a fechar essa brecha.

    A persuaso e a influncia so tanto uma cincia como uma forma de arte. Treinamento com sucesso e implementao dessas habilidades requerem uma compreenso bsica dos princpios que dirigem a funo do crebro e uma extraordinria compreenso da forma de arte chamada de "aplicao". O profcuo campo de investigao para a integrao da persuaso e a dinmica neocortical estende-se da neurobiologia at a hipnose.

    O escopo desse artigo no permite um tratamento exaustivo da substncia desse assunto. Entretanto, a inteno inform-lo do fato de que muitas pesquisas e desenvolvimentos tm sido feito e est disponvel em muitas formas, desde livros at seminrios de treinamento de profissionais. O crebro como um sistema dinmico no linear

    Imagine a viso area de um labirinto em tamanho natural. O seu objetivo entrar de um lado e depois de muitas tortuosas tentativas e erros, emergir com sucesso pelo outro

  • lado. O labirinto um quadrado com paredes de 3 metros de altura e dentro as paredes formam intricadas curvas - praticamente um caminho conduzindo para lugar nenhum.

    Se isso fosse um labirinto linear, voc poderia entrar esperando encontrar sempre a entrada no mesmo lugar. Uma vez l dentro, voc poderia dobrar para a direita e se isso o conduzisse a um beco sem sada, voc poderia voltar e tentar a esquerda deixando o labirinto inalterado. Voc poderia eventualmente, atravs de muita tentativas e erros, sair com sucesso esperando encontrar sempre aquela entrada no mesmo lugar. No seria agradvel se o crebro que voc est influenciando fosse um sistema linear. Ele no !

    Agora imagine uma vista area de um labirinto "similar". Quando voc d uma olhada de mais perto do cho, voc observa que a entrada no est onde voc esperava que estivesse. E, de fato, cada vez que voc pretende iniciar a caminhada no labirinto, a entrada por onde comear nunca est no mesmo lugar. Voc circula em volta procurando por onde entrar. Quando voc finalmente entra, pode escolher entre ir em frente, para a direita ou para esquerda. Voc vira para a direita e quando voc perceber que chegou num beco sem sada, voc volta para o primeiro ponto de deciso para descobrir que no existe mais um caminho esquerda. Ao contrrio, voc descobre que so 3 novos caminhos.

    Voc de repente percebe que a cada passo que d, isso faz com que as paredes do labirinto se re-arranjem e se auto organizem num novo labirinto. impossvel voc tomar qualquer deciso sem alterar irreversivelmente o labirinto. Voc de repente percebe que no existe nenhuma maneira de comear de novo a partir do mesmo lugar. No existe nenhuma maneira em que voc possa memorizar a paisagem ou a topologia desse labirinto. A sua nica esperana para sair refinar os princpios pelos quais cada uma das suas aes ocasiona a auto-organizao do labirinto. Voc acabou de entrar no mundo no linear do crebro humano. Destruindo os mitos

    Tendo em mente o que j foi examinado, torna-se evidente para voc que muito do que ns ensinamos a um vendedor idiossincrtico, ao qual ns atribumos os nossos prprios sucessos e fracassos. Ao invs de um conjunto de princpios, ns tendemos a ensinar conjuntos estticos de comportamento que acreditamos foram a razo dos nossos sucessos passados.

    Ao vendedor novato ensinado a estender com firmeza a sua mo, ter um vigoroso aperto de mos, fazer contato ocular e dizer com clareza o seu nome e o da sua empresa. Na aparncia qualquer uma destas inocentes aes pode terminar num fracasso brutal e na perda do rapport devido a um timing imprprio. E se o cliente acabou de fazer uma cirurgia na mo?

    O que aconteceria se o cliente estivesse visualizando um antigo vendedor do qual ele desconfia enquanto voc est tentando manter o contato ocular? O que aconteceria se voc dissesse claramente o seu nome e o da empresa enquanto o seu cliente est experimentando um estado de impacincia, confuso ou frustrao? Que resultado voc esperaria se voc apresentasse o seu produto ou servio enquanto o seu cliente estivesse se sentindo descrente?

    Essas situaes no so incomuns. De fato, muitas vendas so perdidas antes mesmo que o vendedor se d conta disso. Entender alguns dos princpios do processamento da informao no crebro pode fazer o trabalho de influenciar a mente humana relativamente um pouco mais fcil.

  • Princpios da funo do crebro e do processamento da informao

    O crebro humano um sistema de informaes altamente complexo. Em toda a sua complexidade, a funo cuja finalidade a persuaso e influncia pode ser dividida em alguns princpios simples. Ativao do crebro e processamento da informao

    Durante o curso de um dia mdio, o crebro humano se desloca por muitos nveis de ativao. Esses nveis de ativao so auxiliados pela freqncia da atividade eletrofisiolgica produzida em qualquer momento pelo seu circuito neural (Hobson 1994).

    O nvel de ativao do crebro determina a velocidade do processamento da informao, preciso, motivao e direo da ateno (interna/externa). Se voc quer ser capaz de controlar como a informao processada pelo crebro, voc deve primeiro ser capaz de igualar a velocidade de entrada da informao para o presente nvel de atividade do crebro e depois, finalmente, arrastar o sistema nervoso para operar ao nvel de ativao necessria para acondicionar otimamente a informao pretendida (coordenar os estados internos com os objetos e eventos externos apropriados). Em neurofsica esse processo mencionado como a fase bloqueada (Exploraes Mente e Crebro - parte 1). Identificando os ritmos do crebro

    Os ritmos do comportamento humano refletem os ritmos intrnsecos do crebro em si. Como Practitioners de PNL, ns fomos ensinados a construir rapport pelo acompanhamento e conduo, combinao e espelhamento, mas raramente fomos ensinados qual que devemos usar e para quais finalidades. Muitas vezes o elemento mais essencial do acompanhamento omitido.

    "Fase bloqueada" ou algumas vezes conhecida como "freqncia bloqueada" o elemento mais essencial. Esse o processo de acompanhar o exato "ritmo" do sistema nervoso a fim de que a sua informao possa ser processada otimamente pelo crebro neste momento.

    Em outras palavras, a coisa mais proveitosa para compassar qualquer coisa que lhe d uma indicao da freqncia (velocidade ou ritmo) na qual o sistema nervoso est operando.

    Isso inclui a freqncia do piscar do olho, freqncia do movimento do olho (impulsos oculares motores), freqncia da respirao, freqncia da fala, extenso da frase, durao da pausa, freqncia do movimento dos membros, freqncia da mudana corporal, velocidade e freqncia dos gestos.

    Se voc estiver combinando esses ritmos e compassando a relao da sua fala com a respirao dele, voc pode ficar seguro de que voc tem condies timas para o processamento da sua mensagem. Se voc no estiver combinando essas relaes, isso pode causar confuso, desconforto e induzir a desconfiana intuitiva pois a interao dos sistemas nervosos est fora de sincronia.

    Entretanto, esse tipo de compassamento no necessariamente significa que voc est em rapport. Voc pode estar em perfeito ritmo e ainda violar as crenas ou os valores do cliente com pouca ou nenhuma chance de conseguir sair do labirinto.

  • Influenciando a qumica do crebro

    A informao que entra no sistema mente/crebro de pouco valor sem conduzir primeiro a atividade neural. O processo de conduo prepara o sistema de processamento da informao do crebro para a aceitao da nova informao pelo afrouxamento das prvias conexes neuronais e tornando o sistema cerebral mais fluente e flexvel. Os neuro moduladores na base do crebro esto numa constante interao dinmica.

    Quando um nvel de atividade do circuito cerebral est elevado, a base do crebro libera uma grande quantidade de norepinefrina (NE) no neocrtex (Hobson 1994). Isso causa um excessivo fortalecimento das sinapses, as quais podem causar interferncia entre os padres anteriormente armazenados bem como com os novos padres sensoriais que entram (Hasselmo e Barkai, outubro 1995).

    Isso pode resultar num padro comportamental correspondente de inflexibilidade a novas idias. O efeito do excessivo fortalecimento das sinapses pode ser evitado pela introduo da "atividade dependente da depresso" da fora sinptica. A reduo na fora das conexes sinpticas e uma maior fluncia ocorrem pela presena da acetilcolina (AC). A conduo deliberada dos ritmos neurais intrnsecos pelo efetivo uso da fase- bloqueada se torna uma ferramenta essencial para a persuaso e influncia ao conduzir o sistema cerebral para um estado fluente e frouxamente unido.

    Logo que ocorre a fase bloqueada dos ritmos, um vendedor pode comear a compassar o crebro do cliente para um nvel de atividade mais baixo, reduzindo gradualmente a sua prpria freqncia de comportamento (respirao, freqncia da fala, gestos, etc.).

    Isso por sua vez faz com que a base do crebro produza um nvel maior de AC a ser liberada no neocrtex, deste modo reduzindo a fora das conexes sinpticas e possibilitando uma aceitao mais fluente dos novos padres sensoriais (suas sugestes). Esse estado cerebral ideal tambm demonstrou que pode otimizar a induo da potencialidade de longo prazo (LTP) na regio do hipocampo do crebro, resultando num armazenamento de longo prazo e no reconhecimento dos padres sensoriais que recentemente foram introduzidos (sugestes ps-hipnticas).

    Acredita-se que a otimizao colinrgica na modificao sinptica v desempenhar um papel importante no armazenamento permanente da informao nas estruturas corticais.

    Evidncia comportamental importante pode ser encontrada ao se estudar a dinmica neocortical da hipnose e do transe. Constata-se que pessoas em transe tm uma maior recordao e susceptibilidade sugesto. A dinmica eletrofisiolgica discutida acima em grande parte responsvel por essas capacidades. Tambm foi descoberto que excessivo fortalecimento das sinapses intrnsecas podem conduzir para a ativao simultnea de todos os padres armazenados, resultando na perda da discriminao da recordao entre os padres (Hasselmo e Barkai, outubro 1995).

    O estado cerebral pode causar resistncia devastadora em virtude de sugesto persuasiva. Isso parecido com tentar assistir um programa de televiso sem uma antena. Tambm importante notar, nesse ponto, que a aprendizagem acelerada ocorre melhor durante esse estado de neuromodulao colinrgica e associada com ondas teta Classe II (Kandel, Schwartz, Jessel, 1991 e 1995).

    O excessivo fortalecimento das conexes sinpticas dentro do crtex tambm pode resultar na perda da especificidade ou da reao para padres de inputs especficos. Isso

  • comumente visto no cliente confuso, oprimido e vacilante que precisa de algum "tempo para pensar". O fortalecimento exagerado das conexes sinpticas pode resultar numa atividade cortical parecida com doenas repentinas originando fortes dores de cabea e desorientao. Em resumo, arrastar o sistema nervoso pelo compassamento e pela conduo para um nvel mais baixo de atividade, essencial para reduzir rapidamente a resistncia (interferncia entre os padres sensoriais) suas sugestes. Intensificando a emoo

    Outro beneficio da reduo do nvel de atividade do crebro humano antes da sugesto que o relacionamento entre a ativao hemisfrica comece a mudar. Os neurocientistas esto conscientes que o hemisfrio cortical direito tem conexes mais ricas com as estruturas subcorticais, incluindo aquelas do sistema lmbico (complexo amdala-hipocampo) o qual desempenha um papel crtico na coordenao dos estados emocionais que, com os apropriados padres sensoriais entram pelos eventos e pelos objetos externos.

    Combinado com as reas de associao, a amdala tambm essencial para a interpretao e a expresso do componente emocional da linguagem e por essa razo, pode ser ativada pelo tom emocional da sua sugesto. Durante a atividade dependente da depresso (diminuio na ativao neural e afrouxamento do engate neuronal), existe uma troca na atividade dominante do hemisfrio esquerdo para o direito e um aumento correspondente na intensidade da emoo experimentada pelo cliente, bem como uma forte excitao do sistema de recompensa lmbico do crebro (Kissin 1986).

    Essa troca na atividade hemisfrica permite que o vendedor tenha um controle muito maior sobre os estados emocionais e motivacionais necessrios para tomar uma deciso de compra. Tambm se acredita que exista um aumento de dopamina no tlamo e no crtex visual, permitindo a formao de imagens mais vvidas.

    O ltimo grande benefcio ao se conduzir deliberadamente o estado cerebral uma diminuio na ateno geral e um aumento para manter a ateno focada. Todas essas mudanas na funo cerebral facilitam uma maior receptividade para a sugesto e a influncia. A partir desse ponto de conduo neuronal (fase bloqueada), possvel agora conduzir cinestesicamente o estado de um cliente, mudando sutilmente o seu prprio estado.

    No momento em que voc determina o estado timo de receptividade sua sugesto e a iniciao do comportamento desejado, voc pode conduzir o cliente para este estado simplesmente voc mesmo entrando primeiro nesse estado. Deste modo, se a motivao o estado em que voc deseja que o seu cliente fique e voc calibrou previamente que os comportamentos desejados iro ocorrer neste estado, voc precisa bloquear a fase com o estado presente dele e depois, gradualmente, voc mesmo se tornar motivado.

    Nesse nvel, ao influenciar o sistema nervoso diretamente, voc ganha acesso a um dos princpios auto-organizados do ncleo do crebro e controle sobre diversas outras funes do crebro. A conduo dos ritmos intrnsecos do crebro lhe d acesso direto a:

    apropriadas emoes do estado-dependente, memrias e comportamentos; reao emocional intensificada; entrada de informao e freqncia do processamento sincronizados; e sistema de memria de longo prazo auxiliado pelas ondas teta Classe II, as quais

    permitem armazenamento de longo prazo e recordao das suas sugestes.

  • Em resumo, influenciar os estados fisiolgicos e comportamentos por meio dos princpios da neurofsica, lhe d o controle sobre um dos mais importantes processos que o responsvel pela organizao espontnea do labirinto (funo cerebral) em si.

    Desnecessrio dizer que voc pode reduzir bastante a complexidade da caminhada no labirinto ao influenciar diretamente a organizao do labirinto que voc pretende explorar. Isso o que voc pode fazer agora que entendeu a dinmica neocortical dessa poderosa ferramenta. Parte V - As submodalidades atravs dos olhos de um neurocientista

    Mark E. Furman

    As submodalidades tm sido, na verdade, um dos conceitos mais provocantes na PNL. Elas esto entre os componentes mais sutis e ilusrios que o crebro usa para construir os modelos internos do mundo. Elas so influenciadas pela interpretao da linguagem e controlam a sada da linguagem desde as prprias palavras at a sintaxe.

    Quando estamos nos comunicando, ns no podemos no influenciar as submodalidades. Biologicamente, as submodalidades so as ferramentas mais difundidas pela quais ns podemos influenciar a estrutura do prprio pensamento.

    As submodalidades no so novas para a comunidade da neurocincia. O que novo, a influncia deliberada desses componentes sutis do pensamento na construo de modelos para o desempenho humano e na difuso de tecnologias de mudanas. Como as submodalidades influenciam a funo cerebral

    Apesar de que as submodalidades esto por a h muito tempo, somente agora ns comeamos a explorar as aparentes possibilidades infinitas que esto a nossa disposio para influenciar nesse nvel a construo do modelo no crebro. A fim de ilustrar o seu poder, necessrio que voc tenha a noo de como diferentes submodalidades afetam a funo cerebral. Circuito do arrasto

    O primeiro princpio da funo cerebral necessrio para entender os efeitos das submodalidades o do circuito do arrasto. O circuito do arrasto um princpio bsico da arquitetura da formao das clulas nervosas o qual origina os loops da informao tipo ciberntico e todas as submodalidades fazem uso desse princpio da arquitetura.

    Os circuitos de arrasto so circuitos no crebro os quais so ligados ciberneticamente em estruturas elaboradas, em estruturas continuamente atualizando o feedback. Qualquer mudana que voc faa num circuito, isto imediatamente repassado para todos os circuitos participantes e vice-versa. Esse princpio sozinho o que d as submodalidades a sua difundida capacidade para afetar as emoes, comportamentos, a capacidade de generalizar e os mapas pelos quais ns organizamos e experimentamos o nosso mundo atravs do sistema mente/crebro.

    Um simples exemplo do uso do circuito de arrasto pode ser encontrado na submodalidade de distino de tamanho. Ns percebemos que quando aumentamos o tamanho de uma imagem, ns simultaneamente aumentamos a intensidade da emoo correspondente. Atravs de investigaes mais profundas dessa ligao ciberntica, ns

  • descobrimos que quando a intensidade da emoo diminui, o tamanho da imagem tambm diminui. Essa submodalidade singular depende no somente do circuito do arrasto, mas tambm de uma propriedade do sistema nervoso chamado de codificao da populao. Codificao da populao

    A codificao da populao um caminho no qual o sistema nervoso expressa a intensidade de um estmulo. Quanto maior a populao de neurnios ativados pelo estmulo, mais intensa o sentimento ou a emoo.

    O princpio da codificao da populao no est limitado ao sistema visual. Esse princpio mais simples de ser entendido em termos da intensidade da dor retransmitida atravs do sistema somatosensorial. Se uma pessoa queima acidentalmente toda a sua mo, os sinais da intensidade da dor que trafegam atravs do sistema somatosensorial sero muito maiores do que se a pessoa tivesse queimado somente um dedo - mesmo que as duas queimaduras tenham sido consideradas como sendo de segundo grau. Nesse caso, o mecanismo que codifica a intensidade da dor a populao ou o nmero de neurnios envolvidos na transmisso da mensagem.

    Usando esse exemplo, agora mais fcil entender como funciona esse princpio no sistema visual. Quando ns observamos um objeto ou um evento atravs dos nossos olhos, isso transmitido do crtex visual a pelo menos 30 outros circuitos distintos. Um desses circuitos chamado de V1. Essa rea do crtex visual mapeada relativamente ao espao e ao momento. Isso significa que o padro de atividade eltrica nessa parte do crebro se iguala ao padro de ativao que a imagem visual criou na retina do olho propriamente dito.

    Essa uma rea no crtex visual onde as conexes espaciais da imagem visual so preservadas quase do mesmo modo como os pixels de um monitor de TV preservam as conexes codificadas pela cmera de vdeo que capturaram inicialmente a imagem. Essa informao tambm transmitida para uma rea chamada de associao do crtex pr-frontal, que est localizado atrs da sua testa.

    aqui que a locao codificada pelos neurnios espaciais chamados de clulas piramidais. Nessa associao do crtex, a informao sobre o seu estado fisiolgico ligada com a informao sobre a imagem visual.

    O sistema somatosensorial que carrega a informao fisiolgica sobre o seu estado emocional e as sensaes no corpo, na realidade indexa a imagem visual sendo codificada por essas clulas piramidais. Em outras palavras, quando voc evoca as imagens visuais na operao da memria por meio do crtex pr-frontal, a locao espacial da coordenada de todas as imagens ativas marcada pelo estado fisiolgico codificado pelo seu sistema somatosensorial.

    Essa funo fornece um dos meios pelos quais voc pode mudar o significado de um evento previamente armazenado simplesmente pela troca de localizao da imagem visual. O circuito que auxilia essa funo to aperfeioado e poderoso que ele que torna possvel os processos mais importantes no crebro, tais como o raciocnio, a tomada de deciso, a soluo de problemas, o planejamento futuro e a codificao do prprio tempo. Sem esse circuito, essas funes cessariam de existir como ns as conhecemos.

    O princpio do circuito do arrasto atua em combinao com a codificao da coordenada para que quando voc aumentar o tamanho de uma imagem visual interna, um

  • aumento na populao de neurnios carregando esta informao ocorre tanto no V1 como no crtex pr-frontal.

    Os dois circuitos conduzem uma mudana de intensidade para todos os circuitos de arrasto participantes, um dos quais o sistema somatosensorial que conduz os sentimentos e emoes conectadas a esta imagem. Em outras palavras, como no exemplo da vtima de queimaduras, um aumento na populao ou no nmero de neurnios carregando informao ir resultar num sinal de intensidade aumentado em qualquer emoo ou sensao que foi originalmente codificada.

    Assim quando ns influenciamos o tamanho de uma imagem, ns fazemos uso do circuito de arrasto e da codificao da populao no crebro. O mesmo verdadeiro quando ns influenciamos cinestesicamente a intensidade e percebemos a correspondente mudana no tamanho de uma imagem visual.

    Esse tipo de ligao comumente mencionado pelos Practitioners de PNL como sinestesia. O que menos bvio que o mesmo princpio do circuito de arrasto torna possvel a linguagem influenciar uma submodalidade para, em seguida, influenciar a seleo de palavras que descrevem a experincia. Quando ns pedimos para algum olhar algo com mais ateno, se o objeto externo e eles se movem mais para perto dele, o objeto vai preencher uma poro maior do seu campo visual, da retina e da rea V1. Isso se torna possvel pela funo de codificao da populao. Quando ns olhamos de longe para algo externo, isso ir exigir uma populao neuronal menor.

    O mesmo verdade para uma imagem interna com a exceo de um conjunto adicional de circuitos, o crtex pr-frontal, o qual auxilia a manipulao elaborada da imagem interna, como foi mencionado antes. Assim, quando ns pedimos para olhar mais de perto uma imagem interna, a palavra mais perto se torna uma instruo para o sistema nervoso aumentar a codificao da populao e em seguida, a intensidade. O contrrio verdadeiro quando ns pedimos para uma pessoa ver as coisas de longe.

    O que torna isso possvel o projeto do circuito de arrasto entre as reas que auxiliam a linguagem (Brocas, Wernickes Area) e aquelas no crtex visual (crtex occipital), bem como aquelas entre o sistema somatosensorial e os crtices visuais. Em outras palavras, voc no pode no influenciar as submodalidades quando voc se comunica. Codificao da freqncia

    Outro poderoso sistema de codificao da informao, o qual origina as submodalidades, chamado de codificao da freqncia. Basicamente, a codificao da freqncia significa o nmero de vezes que um neurnio ou o caminho neuronal dispara em um dado perodo de tempo. Quanto maior o nmero de impulsos por segundo, maior a intensidade do estmulo. Quando o seu dedo toca ligeiramente no tampo de uma mesa, o sistema somatosensorial codifica a intensidade da transao enviando aproximadamente 1 impulso por segundo para o crebro. Mas, quando o mesmo dedo encosta no queimador de um forno a 300C, uma mensagem transmitida numa freqncia que ultrapassa 500 impulsos por segundo.

    Esse mesmo mecanismo opera no sistema visual. Quando os seus olhos percebem a luz de uma vela num quarto escuro, o crebro recebe somente alguns impulsos por segundo via os caminhos visuais, enquanto que a retina capaz de transmitir centenas de impulsos por segundo durante a observao direta do sol.

  • Assim, quando ns pedimos para algum para tornar mais clara uma imagem, ns lhe damos um comando para o sistema nervoso aumentar a codificao da freqncia de uma imagem existente e, em seguida, aumentar a intensidade das emoes e das sensaes codificadas com esta imagem.

    O contrrio verdadeiro quando ns pedimos para fazer uma imagem ficar mais embaada ou escura. Quando a pessoa usa esses termos em sua prpria linguagem enquanto descreve uma experincia, ela est de novo fazendo uso das conexes de arrasto entre os circuitos lingsticos e visuais no seu crebro.

    A codificao da freqncia pode tambm ser encontrada nos circuitos auditivos do lbulo temporal. Esse mecanismo auxilia a percepo do volume. Quanto mais alto um estmulo externo ou a imagem auditiva interna, maior a freqncia dos impulsos para os circuitos auditivos no crebro.

    Embora o que abordamos somente a ponta do iceberg, voc agora, certamente, j entendeu a idia que as submodalidades no so apenas uma construo da mente, mas pelo contrrio, uma qualidade emergente da manipulao precisa dos tecidos biolgicos no crebro. A explorao continuada das submodalidades tem originado amplas informaes que nos permitem comear a modelar o desempenho humano ao nvel neurocognitivo.

    Ns agora temos uma grande compreenso de porque os nossos olhos se movem quando ns pensamos e os processos biolgicos responsveis, de modo que modelos elusivos como memria fotogrfica, podem ser eliciados e formalizados.

    Um ramo relativamente novo da neurocincia, apresentado como mapeamento funcional do crebro humano, tambm tem nos fornecido confirmaes amplas do muito do que ns, Practitioners da PNL, originalmente acreditamos ser realizvel. Nunca na historia ns entramos num novo milnio to excitante. Eu o deixo agora com um desafio: que tipo de capacidades cognitivas humanas voc eliciaria e transferiria para voc se tivesse um modelo biologicamente-baseado para fazer isso? Parte VI - A neurofsica e o princpio da ancoragem

    Mark E. Furman

    A ancoragem sem dvida a ferramenta mais poderosa que um Practitioner de PNL tem no seu "arsenal de mudanas". No existe uma nica tcnica ou procedimento usado hoje na PNL que no faa uso da ancoragem tanto explcita como implicitamente. Os princpios da ancoragem so necessrios para a percepo, memria, aprendizagem, sade, tcnica de mudanas, decises, influncia e persuaso, estabilizao de novos comportamentos e estados, e so totalmente indispensveis na rea da modelagem do desempenho humano.

    Ento porque existem poucos treinamentos especficos na rea da ancoragem? Do ponto de vista neurociberntico, a ancoragem uma das habilidades essenciais que um agente de mudanas deve possuir. Desde que essa enorme brecha no conhecimento se tornou aparente para ns, temos desenvolvido programas nos quais o principal foco a obter a habilidade e conhecer a ancoragem. A inteno desse artigo comear a tornar explcitos os princpios e as condies cruciais para a efetividade de uma ncora. O que so ncoras?

  • ncoras so informaes. Pensando nas ncoras dessa maneira cria menos limitaes nos modelos mentais que ns criamos, os quais influenciam o uso da ancoragem.

    ncoras podem ser pensadas como marcas sensoriais, marcadores neurolgicos e pistas contextuais, gatilhos para caminhos efetivos sinapticamente no crebro, reaes condicionadas e mesmo como uma cola que mantm juntas as cadeias comportamentais (estratgias). ncoras ocorrem entre crebros e dentro dos crebros. Classes de ncoras

    A maioria da literatura de PNL que eu examinei fala apenas sobre um tipo de ancoragem. Na PNL, ns falamos predominantemente sobre a ancoragem de estados fisiolgicos. Nenhuma literatura que eu j examinei, nem mesmo sugere o fato de que voc pode ancorar comportamentos tanto abertamente como no. No caso da ancoragem dos estados fisiolgicos, usado predominantemente um tipo de ncora para marcar neurologicamente um estado que voc quer re-experimentar vontade ou usar como um recurso num contexto especfico tipo ponte ao futuro. Eu me refiro a esse tipo de ancoragem como "ancoragem de sinal". Ancoragem sinal

    Essa uma ncora que atua como a condio inicial necessria para colocar o estado vetor do crebro numa trajetria para o estado fisiolgico desejado. Pensar em ncoras somente deste modo, impe limitaes rigorosas na flexibilidade que a ancoragem poderia fornecer de outra maneira. Outra limitao comum que a ancoragem ensinada e utilizada explcitamente atravs do sistema cinestsico/tctil usando somente uma das mirades dos sistemas sensoriais possveis que existem tanto externa como internamente no sistema nervoso humano. Ainda que as ncoras visuais e auditivas sejam usadas implicitamente, os princpios e as condies para o seu correto desenvolvimento ainda no foram expostas de uma forma que possa ser ensinada e reproduzida. Eu acredito que isso cria uma grande desvantagem na jornada dos Practitioners de PNL para entender a mudana.

    Tambm descobri que a falta de conhecimento e habilidade nessa rea literalmente deixa mutilado o processo de modelagem do desempenho humano. Qual a vantagem de capturar e codificar a excelncia na forma de crenas, valores, estratgias, meta-programas, submodalidades, etc., a no ser que voc possa efetivamente "instal-las" em voc ou em outro ser humano?

    Muitas pessoas no mundo parecem tremer s de pensar em fazer uma simples mudana como perder peso, parar de fumar, etc. A instalao de mesmo um simples modelo de excelncia humana pode exigir cerca de 100 mudanas neurolgicas, considerando todas as crenas, valores, meta-programas, estratgias que devem ser mudadas a fim de que o modelo funcione inconsciente e permanentemente. Sem um conhecimento profundo dos princpios e condies necessrias para a efetiva ancoragem, como tal assustadora tarefa pode ser abordada? No de se admirar porque as pessoas fazem mudanas que no so mantidas.

    Apesar de que o domnio desses princpios somente pode ser adquirido dentro de um razovel perodo de tempo atravs de workshops experimentais, ns achamos necessrio expor um enquadramento bsico escrito com a inteno de fornecer alguma

  • preparao para os Practitioners de PNL curiosos. A ncora de sinal uma das duas principais classes de ncoras. A outra a ncora de confirmao/reforo. Vamos examinar primeiro as vrias classes de ncoras de sinal. ncoras de aparncia

    ncoras de aparncia podem ser consideradas como qualquer conjunto de condies iniciais que podem ser percebidas por qualquer um dos sistemas sensoriais internos ou externos do crebro humano. Em resumo, qualquer agente que pode ser completamente diferenciado por um receptor sensorial pode atuar como uma ncora de aparncia. A ncora de aparncia a nica classe principal de ncora que tratada explcitamente nos treinamentos de PNL. Em todos os casos, a aparncia de algum objeto, um som ou toque nos receptores do sistema sensorial que dispara o acesso a um particular estado fisiolgico ou estado. Essa descrio possui enormes limitaes como voc ver em breve.

    importante notar que existem muito mais do que cinco sistemas sensoriais capazes de responder s ncoras de aparncia. Um deles o sentido proprioceptivo que acompanha a posio e a velocidade dos membros no espao. Outro o sistema vestibular que acompanha o balano e a posio do corpo em relao a gravidade. E isso somente a ponta do iceberg! ncoras de desaparecimento

    Uma classe inteira de ncoras quase to vasta e verstil como as de aparncia so as ncoras de desaparecimento. ncoras de desaparecimento ocorrem em todos os lugares da vida mas raramente so vistas como ncoras. E como tal, se tornam um mtodo de ancoragem ilusrio e oculto.

    Um exemplo de uma ncora de desaparecimento ocorre quando uma esposa diz ao marido "Quando voc est aqui, eu me sinto como se pudesse conquistar o mundo, mas logo que voc sai, eu fico profundamente deprimida". Nesse caso a condio inicial de conduzir para a depresso no um objeto que pode ser visto, nem som nem toque, seno o desaparecimento de uma coisa possvel ou de todas estas coisas.

    Outro exemplo disso o estado que voc entra quando ouve a porta do seu carro bater com fora atrs de voc, voc olha para a sua mo e nota que as chaves do carro no esto l. Aqui de novo, no apenas o som da porta que a condio inicial para conduzir para este estado fisiolgico de pnico. As condies iniciais necessrias para entrar neste estado so totalmente dependentes do som mais o desaparecimento das chaves do lugar que deveriam estar na sua mo.

    Esse tipo particular de ncora tambm apresentado como ncora complexa ou composta. Essa ncora composta exige que as duas condies sejam satisfeitas a fim de disparar o estado de pnico. A primeira condio a aparncia auditiva do som da porta batendo atrs de voc. A segunda o desaparecimento visual das chaves do lugar que deveriam estar na sua mo. ncoras de trao

  • A ncora de trao possvel quando um estado muito forte. A fora do estmulo

    cria uma oscilao contnua dentro do sistema nervoso. Essa trajetria sustentada pode se tornar a condio inicial para disparar um especifico estado fisiolgico ou comportamento. Uma das maneiras de perceber se o estmulo ou o trao do estmulo de fato a ncora, acompanhar o perodo de tempo entre o forte estmulo e a reao. Se a demora longa, ento o trao a condio inicial necessria. Se a demora curta, ento o prprio estmulo forte a condio inicial. As ncoras de trao so algumas vezes chamadas de ncoras de pausa ou de demora. ncoras de intervalo de tempo

    O gnglio bsico do crebro humano coordena muitas funes ao seqenciar a atividade motora sensorial. Ele tambm tem a funo pela qual o crebro pode acompanhar os intervalos de tempo. A dopamina utilizada por esse circuito complexo da mesma maneira que a areia utilizada nas ampulhetas. Como resultado dessa precisa funo do crebro, o prprio tempo pode ser usado como uma ncora para qualquer estado fisiolgico ou comportamento desejado. Um exemplo sutil disso na vida diria a experincia de acertar o alarme do relgio para as 7:00 horas da manh e voc se descobrir bem acordado as 6:59. Nesse caso, o prprio intervalo de tempo foi o responsvel pela mudana da dominncia neurobiolgica na base do crebro da atividade colinrgica para aminrgica, desta maneira ocorrendo uma transio no crebro do estado adormecido para acordado (a mais fundamental de todas as transies fisiolgicas do estado cerebral).

    Um outro exemplo ocorre no nosso dia a dia quando voc se d conta de que o seu estmago ronca por comida todos os dias no mesmo horrio. Nesse caso, o prprio intervalo de tempo dispara as molculas mensageiras do sistema digestivo que resulta na sua sensao de fome e no um estmulo externo como o cheiro de comida, o jingle do Mc Donalds ou a viso de um hambrguer. ncoras complexas/compostas

    Como observamos nos exemplos anteriores, as ncoras compostas utilizam ou mais do que um receptor do sistema sensorial e/ou mais do que uma classe de ncoras. Uma das razes mais importantes para a utilizao de ncoras compostas para manter a singularidade das condies inicias pois assim o sistema nervoso pode facilmente diferenciar entre sinais que ordenam estados ou comportamentos especficos. Quanto maior a diferena, maior ser o nmero de estados coletivos possveis que podem ser disparados vontade.

    A utilizao das ncoras compostas nos permite ter uma flexibilidade muito maior. Outra vantagem da utilizao das ncoras compostas que quando voc utiliza especificamente um sistema sensorial, voc elimina a interferncia incontrolvel que pode ter ocorrido neste sistema sensorial que poderia enfraquecer a preciso da sua ncora.

    Um exemplo de ncora de sinal composta, que ocorre naturalmente no dia a dia, poderia ser o som da voz de algum combinado com a expresso do seu rosto que acompanha as suas palavras. Existem muitos estados fisiolgicos que podem ser somente disparados pela combinao da expresso facial e um certo tom de voz. Ns chegamos a presumir que essas duas coisas ocorram juntas.

  • Os comediantes so hbeis para fazer uso desse fenmeno ao combinarem a expresso facial com um certo tom de voz, ou vice versa, resultando numa gargalhada estrondosa da audincia. O estado do crebro imediatamente enviado para a fase de transio que fica oscilando entre os dois estados fisiolgicos incompatveis especificados pelo tom de voz e pela expresso. Isso resulta numa perplexidade moderada e risadas.

    Como mencionado antes, as ncoras compostas ou complexas podem existir entre os circuitos codificados do sistema sensorial bem como entre as diferentes classes de ncoras. Qualquer combinao de ncoras (aparncia, desaparecimento, trao ou de intervalo de tempo) pode ser considerada uma ncora complexa ou composta que causa uma grande versatilidade e uma forma de arte. ncoras de variao

    ncoras de variao dependem das submodalidades. Essa outra fonte muito rica de ncoras. A ncora de variao qualquer agente interno ou externo que pode ser escalado analogicamente como o brilho, a velocidade, o tamanho, o volume, a temperatura, etc. Dentro da ncora de variao, a variao do prprio estmulo ou a obteno de um ponto inicial especifico, pode disparar um estado fisiolgico ou comportamento,

    ncoras do ponto inicial so uma subespcie das ncoras de variao. Ns temos todos os estados fisiolgicos e comportamentos experimentados que eram dependentes do ponto inicial. Um exemplo comum da ncora de variao a luminescncia de um quarto. Quando ns escalamos a luz de um quarto desde o muito claro para algo prximo a luz de vela, ns podemos nos tornar muito romnticos. Desta maneira, tanto a prpria variao ou o ponto inicial considerado pelo sistema nervoso como a condio inicial que conduz para um estado fisiolgico de sentimento romntico. ncoras de variao ou do ponto inicial so tambm muito evidentes na parte do sistema nervoso que transmite as mensagens de dor. Grau de mudana / ncoras de acele