mensuraÇÃo no manejo florestal

15
A palavra dendrometria deriva dos vocábulos gregos "dendro" = árvore e "metrum" = medida. Consequentemente a dendrometria trata das medições ou variáveis de medida na árvore. Por muito tempo considerou-se sinônimos do termo dendrometria as expressões dasometria (dasos = floresta), silvimetria (silva = floresta) e mensuração florestal. Prodan et al. (1997) definem a mensuração florestal como a ciência que se ocupa da medição de florestas e seus produtos com a aplicação dos princípios básicos da matemática, estatística, geometria e física. Consequentemente a dendrometria também poderá ser definida como a matemática de medição quantitativa e qualitativa da árvore e seus produtos. Ferreira de Souza (1973) descreve a dendrometria como a determinação da massa lenhosa e das leis de crescimento, numa árvore e num grupo de árvores ou maciços florestais. Para fins didáticos a mensuração florestal pode-se classificar em três áreas principais de atuação: a dendrometria, que considera a árvore como objeto de medição; a dasometria ou inventário florestal, que lida com os povoamentos florestais; e a epidometria, que trata das relações das variáveis dendrométricas com a idade da árvore, basicamente do estudo das taxas de crescimento das árvores e dos povoamentos (florestas nativas). Ramo da ciência florestal que trata da determinação e/ou estimação das dimensões das árvores, povoamentos e florestas, de seu crescimento e seus produtos . Correlações: fraca entre altura x DAP; forte entre Vt x Vc; e média entre Dfuste x Dcopa. A determinação das variáveis mensuráveis apoiam-se em diretas e indiretas. Diz-se das diretas aquelas que se podem mensurar (equipamentos), já as indiretas são aquelas que se baseiam em estimativas e estatísticas (instrumentos óticos). Variáveis e Erros Uma variável que teoricamente pode tomar qualquer valor entre dois valores determinados chamar-se-á variável contínua, e se não for assim, tem-se uma variável discreta (são números inteiros). Em termos dendrométricos, os erros podem ser classificados em: a) erros grosseiros São os que independem do instrumento. São produzidos normalmente ao arredondar cifras ou ao aproximar valores ou erros de cálculos durante a análise dos dados.

Upload: humberto-barbosa

Post on 23-Jul-2015

595 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: MENSURAÇÃO NO MANEJO FLORESTAL

A palavra dendrometria deriva dos vocábulos gregos "dendro" = árvore e "metrum" = medida. Consequentemente a dendrometria trata das medições ou variáveis de medida na árvore. Por muito tempo considerou-se sinônimos do termo dendrometria as expressões dasometria (dasos = floresta), silvimetria (silva = floresta) e mensuração florestal.

Prodan et al. (1997) definem a mensuração florestal como a ciência que se ocupa da medição de florestas e seus produtos com a aplicação dos princípios básicos da matemática, estatística, geometria e física. Consequentemente a dendrometria também poderá ser definida como a matemática de medição quantitativa e qualitativa da árvore e seus produtos.

Ferreira de Souza (1973) descreve a dendrometria como a determinação da massa lenhosa e das leis de crescimento, numa árvore e num grupo de árvores ou maciços florestais. Para fins didáticos a mensuração florestal pode-se classificar em três áreas principais de atuação: a dendrometria, que considera a árvore como objeto de medição; a dasometria ou inventário florestal, que lida com os povoamentos florestais; e a epidometria, que trata das relações das variáveis dendrométricas com a idade da árvore, basicamente do estudo das taxas de crescimento das árvores e dos povoamentos (florestas nativas).

Ramo da ciência florestal que trata da determinação e/ou estimação das dimensões das árvores, povoamentos e florestas, de seu crescimento e seus produtos.

Correlações: fraca entre altura x DAP; forte entre Vt x Vc; e média entre Dfuste x Dcopa.

A determinação das variáveis mensuráveis apoiam-se em diretas e indiretas. Diz-se das diretas aquelas que se podem mensurar (equipamentos), já as indiretas são aquelas que se baseiam em estimativas e estatísticas (instrumentos óticos).

Variáveis e Erros

Uma variável que teoricamente pode tomar qualquer valor entre dois valores determinados chamar-se-á variável contínua, e se não for assim, tem-se uma variável discreta (são números inteiros).

Em termos dendrométricos, os erros podem ser classificados em:

a) erros grosseiros São os que independem do instrumento. São produzidos normalmente ao arredondar cifras ou ao aproximar valores ou erros de cálculos durante a análise dos dados.

b) erros de estimação ou estatísticos São provenientes de variações aleatórias da medida, devido a fatores não controlados. Ex: vento, temperatura.

c) erros sistemáticos, que ocorrem pelo defeito no aparelho, inabilidade do operador etc. Erros sistemáticos se repetem, com certa freqüência, sempre no mesmo sentido e são acumulativos.

Os erros influem diretamente na precisão ou exatidão da variável medida. Assim, a precisão refere-se a magnitude do erro presente na medida. A exatidão refere-se à maior aproximação das medidas da variável ao valor verdadeiro da grandeza.

MÉTODOS PARA MEDIR DISTÂNCIAS

Os métodos para medir distâncias podem ser classificados em diretos e indiretos.

MÉTODOS DIRETOS

a. MÉTODO DOS PASSOS: Conhecendo o comprimento do passo pode-se medir certas distâncias com certo grau de aproximação.

Page 2: MENSURAÇÃO NO MANEJO FLORESTAL

b. INSTRUMENTOS

Fitas métricas - As fitas métricas são normalmente empregadas para medir ou determinar distâncias horizontais

Rodas métricasSão instrumentos que medem a distância percorrida, através do número de vezes que gira a roda correspondente. São muito úteis quando é preciso medir distâncias superiores a 100 metros. A leitura é direta, numa janela digital, acoplada à roda.

DecâmetrosSão instrumentos que permitem medir distâncias horizontais em unidades equivalentes de dez metros.

TelêmetrosSão instrumentos óticos que servem para medir a distância entre o observador e um ponto normalmente inacessível. Também são conhecidos como distanciômetros. A leitura da distância é direta, normalmente aparece numa escala no próprio instrumento. Os telêmetros foram construídos para medir distâncias de 35 a 500 metros.

Telêmetro nos hipsômetros de Haga e Blume LeissHipsômetros são instrumentos que medem a variável altura. Nos hipsômetros Haga e Blume Leiss, instrumentos bastante empregados na prática dendrométrica, estão embutidos em alguns deles telêmetros para identificar distâncias fixas pré-estabelecidas de 15, 20, 25 e 30 metros.

Medidor de distância Ultra-somÉ um instrumento de última geração que funciona em base de ondas ou freqüências de som, com uma capacidade de medir distâncias desde 46 cm até 22 m.

MÉTODOS INDIRETOS

a. RELAÇÕES GEOMÉTRICASA base das relações geométricas é o Teorema de Pitágoras. Não precisa medir a distância da árvore para o observador

b. RELAÇÕES TRIGONOMÉTRICASNo emprego das relações trigonométricas, a lei dos senos e co-senos forma o alicerce dos cálculos correspondentes.

Clinômetro de AbneyÉ um instrumento que serve para medir com alta precisão ângulos e inclinações em valores de graus e percentuais. O instrumento é basicamente empregado em trabalhos de topografia, especificamente na determinação da declividade.

PentaprismaDestes instrumentos o mais utilizado na mensuração florestal é o pentaprisma duplo, que é um instrumento pequeno e prático, e fácil no seu manuseio. Recomenda-se o uso deste instrumento em levantamentos topográficos ortogonais, alinhamento de pontos e controle de ângulos retos e estacamento de curvas circulares. O instrumento permite a observação livre e direta por cima ou por debaixo do prisma. Para maior precisão, recomenda-se que o instrumento esteja sendo utilizado com um prumo.

A ÁRVORE DENDROMÉTRICA

À fim de aplicar os conceitos das medições dendrométricas, se entenderá como árvore ao indivíduo vegetal com DAP maior a 5 cm, de fuste elevado, normalmente maior a 3 metros de altura formando em sua parte superior extensa ramificação. Em termos gerais, a silvicultura classifica as árvores em função da altura, em

Page 3: MENSURAÇÃO NO MANEJO FLORESTAL

três categorias: árvores de grande porte, com alturas superiores a 30 m; árvores de médio porte, com alturas entre 15 e 30 m, e árvores de pequeno porte, com alturas inferiores a 15m. Outra classificação das árvores é dada em função da formação de madeira no fuste principal, que identifica como brinzal o indivíduo que ainda não apresenta o diâmetro mínimo exigido, latizal o indivíduo que pertence às primeiras classes diamétricas, e fustal a árvore com fuste comercial.

DIÂMETROS E CIRCUNFERÊNCIAS

Os diâmetros e circunferências são medidas fundamentais na dendrometria. Servem de base para medições e estimações da área basal, volume, crescimento, classificação de sítio, comparação de variáveis, etc. O valor da variável diâmetro ou circunferência, assim como de todas as variáveis dendrométricas, poderá ser determinado como:

a) medida direta, feita diretamente na variável; b) medida indireta, efetuada com ajuda de instrumentos óticos, c) medida estimada, baseada em métodos estatísticos.

A área basal é uma relação geométrica e não aritmética.

Medidores de CascaOs instrumentos empregados para medir a espessura da casca são o martelo medidor de casca que precisam adicionalmente de uma régua graduada em milímetros e o medidor de casca que já vem com uma graduação em milímetros.

Instrumentos para medir diâmetrosExistem vários instrumentos para medir direta ou indiretamente o diâmetro do fuste das árvores. A seguir são apresentados os mais conhecidos e utilizados.

Fita métricaPode-se utilizar qualquer fita ou trena graduada. Recomenda-se o emprego de unidades métricas (divididas em unidades de centímetros).

Fita diamétricaÉ um instrumento próprio para medir diâmetros de grandes dimensões, construída de tecido reforçado, graduada em intervalos de (3,1416), geralmente de comprimentos de 5m ou 10m. A unidade de medida proporciona diretamente os valores do diâmetro.

SutaA suta também chamada de calibre, forcípula ou compasso florestal é sem dúvida o instrumento mais utilizado nos levantamentos dendrométricos. O comprimento da régua, para se tornar fácil no seu manuseio, deve ser inferior a 120 centímetros. A suta permite efetuar leitura direta do diâmetro medido.

Em fustes cilíndricos efetivamente as fitas diamétricas assim como as sutas oferecem medidas com alta precisão. Para fustes não cilíndricos e quanto maior forem os diâmetros a serem medidos, a fita produz medidas mais precisas comparadas com medidas fornecidas pela suta. O uso da fita é muito aconselhável quando se mede a mesma árvore em períodos sucessivos. Porém quando se mede alguma centena de diâmetros os valores da suta se aproximam mais do diâmetro médio real, o que quer dizer que em trabalhos de inventários florestais de grandes áreas, a suta é mais precisa que a fita.

A régua de Biltmore oferece medidas menos precisas que os outros instrumentos e é empregada para trabalhos rápidos que não requerem muita precisão.

Princípio de construção da Régua de BiltmoreEncostando a régua horizontalmente na árvore, o zero da régua deve coincidir com uma das tangências do fuste. A outra tangência que ingressará na graduação da régua, fornecerá o diâmetro da árvore.

Page 4: MENSURAÇÃO NO MANEJO FLORESTAL

Suta de tarifa de BitterlichA suta de tarifa de diâmetro, também conhecido como visor de diâmetro, construído por Bitterlich corresponde a uma sofisticação da régua de Biltmore. Este visor possui um braço fixo, formando um ângulo de 135° com a base do braço que contém a graduação. Num extremo do braço fixo está fixada uma agulha, que indica a coincidência do ponto da leitura direta na escala de graduação. Essa graduação (leitura direta do diâmetro) acha-se numa curvatura côncava.

Relacópio de BitterlichO Relascópio de Bitterlich é um instrumento de alta precisão. O instrumento é composto por bandas de numeração e escalas de tangentes. Através de um sistema de prismas é possível observar simultaneamente tanto as bandas de numeração e escalas de tangentes, na parte inferior do visor, assim como as árvores a serem medidas, na parte superior do visor.

Pentaprisma de WheelerÉ um instrumento ótico próprio para medir diâmetros em diversas alturas. Nos Estados Unidos o seu uso é muito comum, já no Brasil é pouco conhecido. O seu uso é recomendável para determinar o diâmetro mínimo comercial em árvores em pé. A escala graduada permite obter um intervalo de medição entre 7,6 e 86,4 cm de diâmetro.

Garfo diamétricoO garfo diamétrico é um instrumento que permite identificar a classe diamétrica a que pertence o diâmetro medido. Este instrumento é útil quando as árvores apresentam diâmetros relativamente pequenos, até 20 ou 25 cm. A leitura da classe é direta, identificando apenas a classe diamétrica, na qual o fuste ingressa dentro do garfo.

Princípio de BitterlichO princípio de Bitterlich define basicamente a densidade de um povoamento, determinando a área basal por hectare através de leitura direta nas Parcelas de Área Variável. O operador mantendo a barra horizontalmente na altura do olho, efetua em torno de si um giro completo de 360o visando através da placa (formando assim um ângulo constante de visão) todas as árvores a altura de 1,30m. Esse ângulo constante na abertura de 2 cm identifica a distância “d”. Devem ser contadas todas as árvores cujo DAP seja maior ou igual à largura da placa (d). Analisando este procedimento, existem apenas três possíveis situações:

a) o ângulo produzido será menor que a largura da árvore visada, conseqüentemente o DAP é maior que o ângulo alfa. A árvore neste caso será contada;b) o ângulo produzido será igual à largura da árvore visada, conseqüentemente o DAP é igual ao ângulo á. A árvore nesta situação conta como metade;c) o ângulo produzido será maior que a largura da árvore visada, conseqüentemente o DAP é menor que o ângulo alfa. A árvore neste caso não ingressa na contagem.

Esses métodos supõem o conhecimento do índice de sitio (através da medição da altura das árvores dominantes do povoamento), idade e evidentemente a área basal.

Essa prova baseia-se no seguinte postulado enunciado por Bitterlich:

" o número de árvores (N) de um povoamento, cujo DAP de um ponto fixo aparece superior a um dado valor ( a) constante, é proporcional à sua área basal (AS) por hectare"

Uma das características mais importantes do método de Bitterlich é que a probabilidade de seleção das árvores não é igual, mas proporcional ao tamanho (DAP, no caso). No caso de parcelas de tamanho fixo a probabilidade de seleção das árvores é igual.

Page 5: MENSURAÇÃO NO MANEJO FLORESTAL

Pode-se obter a área basal por unidade de área de uma floresta com base no seguinte princípio do método de Bitterlich ou amostragem angular: o número de árvores contadas em um giro de 360º cujos diâmetros à altura do peito (DAP) observados a partir de um ponto fixo (centro da parcela) sejam superiores a um dado ângulo constante de projeção é proporcional à área basal por unidade de área.

Além da área basal por hectare, o procedimento de amostragem utilizando o princípio de bitterlich pode fornecer outras estimativas populacionais em um ponto de amostragem, exemplo: o número de árvores e o volume por hectare e a altura e o diâmetro médios.

Parcela de Área VariávelAs parcelas de área variável são conhecidas também como unidades amostrais relascópicas ou parcela de Bitterlich correspondendo a um tipo de parcelas de amostra probabilística, onde a probabilidade de selecionar uma árvore é proporcional à sua área basal.

A escolha do fator de área basal (k) depende de fatores como:Densidade populacional: Em florestas com muitos indivíduos por hectare, a utilização de fatores menores acarretará grande numero de árvores qualificadasDeclividade do localHeterogeneidade do povoamento: Florestas uniformes podem ser utilizados fatores maiores. Já nas nativas fatores menores

Relascópio de EspelhoPara medir a densidade de uma floresta ou povoamento através do Relascópio de Espelho, deve-se trabalhar com as bandas 1, 2 e com os quatro quartos. Essas bandas são também conhecidas como escalas ou faixas de numeração. Num giro de 360o graus, o número de árvores contadas será multiplicado pelo fator basimétrico indicado na própria banda. A determinação da área basal segue o princípio da barra de Bitterlich.

INSTRUMENTOS PARA MEDIR ÁREAS EM GRÁFICOS E MAPAS

PlanímetroInstrumento que serve para medir qualquer área ou superfície num mapa, seguindo seus limites.

Quadrículas de pontos

Balança de precisão

MÉTODOS DE MEDIÇÃO DA ALTURA

a. Métodos diretos ou expeditosQuando as medidas são tomadas diretamente na árvore. Em árvores em pé, são utilizadas varas graduadas, miras topográficas e réguas, dependendo do comprimento máximo desses instrumentos. Um processo quase que impraticável, é o uso de escadas ou subindo na árvore a fim de determinar a sua altura através de uma trena. Em árvores abatidas, a medida de altura (comprimento da árvore) se procederá empregando uma régua graduada ou trena.

b. Métodos indiretos ou de estimaçãoSão aqueles que precisam de instrumentos (hipsômetros) na determinação da altura correspondente. Dependendo da altura a ser medida e condições de trabalho, são produzidos erros de estimativa de até ± 5% do valor real. Estes instrumentos baseiam-se em princípios geométricos (que procuram a semelhança dos lados de triângulos semelhantes) ou princípios trigonométricos (que requerem conhecer um lado e um ângulo de triângulos retângulos).A medição de altura de árvores em fotografias aéreas baseia-se no princípio do deslocamento da sombra ou na visão estereoscópica.

Métodos baseados em princípios geométricos

Page 6: MENSURAÇÃO NO MANEJO FLORESTAL

Método das sombrasFixe-se ao chão, perto da árvore, uma baliza de altura conhecida, de tal forma que as sombras da árvore e da baliza fiquem projetadas, medindo assim o comprimento das sombras

Método da superposição de ângulosMétodo da caneta

Método da varaCom uma vara de comprimento superior ao comprimento do braço do operador, posicioná-la de tal forma que coincida com o comprimento do braço distendido do operador. Colocando posteriormente a vara em posição vertical, o operador deve se afastar da árvore até coincidir à altura desta com o comprimento da vara.

Hipsômetro de Merrit

Hipsômetro de Christen

INSTRUMENTOS DE PRINCÍPIOS TRIGONOMÉTRICOS

Quando é empregado instrumento construído em princípios trigonométricos, requer-se fazer duas leituras, uma visando a base da árvore e a outra ao ápice da copa, a uma distância horizontal fixa.

Hipsômetro HagaHipsômetro Blume LeissHipsômetro de WeiseClinômetro SuuntoRelascópio de BitterlichClinômetro de AbneyTeodolito

O que significa Hdom? Hdom é um termo advindo da Engenharia Florestal que significa “altura dominante”. Para vários autores, altura dominante é a média da altura total dos 20% das árvores mais grossas. Esta variável é utilizada na engenharia florestal para comparar a qualidade de diferentes sítios.

altura total - correspondente à distância vertical entre o terreno e o ápice da copa;altura do fuste - correspondente à distância vertical entre o terreno e a base da copa;altura da copa - é a diferença entre a altura total e a altura do fuste;altura comercial - depende da finalidade a que se destina a madeira. Pode ser considerada da altura de corte (toco) até os primeiros defeitos ou início da copa, ou ainda até um diâmetro mínimo exigido. Nas árvores com sapopemas a altura de corte em geral é no final destas.altura dominante - altura média das 100 árvores mais grossas de um povoamento.

RELAÇÕES HIPSOMÉTRICASA relação matemática entre as variáveis dendrométricas altura e diâmetro de uma árvore é denominada de relação hipsométrica.

Fatores que afetam a relação hipsométrica

IdadeEm idades mais jovens, o crescimento em altura das árvores é mais acentuado, o que não ocorre quando as árvores atingem a fase adulta. A influência da idade não deve ser desprezada ao se utilizar relações hipsométricas.

Page 7: MENSURAÇÃO NO MANEJO FLORESTAL

SítioEm locais mais produtivos a inclinação da curva h/d é mais acentuada do que em locais menos produtivos.

Posição SociológicaQuando a floresta tem seus estratos sociológicos bem definidos, as árvores pertencentes ao estrato dominante tendem a apresentar um menor ritmo de crescimento em relação as demais árvores. Em razão disso, para árvores dominantes, espera-se uma relação h/d menor que para árvores dominadas. É Importante lembrar que a altura é pouco afetada pelo espaçamento para árvores dominantes, o que não ocorre com as árvores dominadas, já que para estas árvores a influencia do espaçamento no desenvolvimento da altura é bastante acentuada. Por outro lado, a variável diâmetro, independentemente do estrato, é bastante afetada pelo espaçamento. Assim, para uma condição de maior competição, a razão h/d tende a ser maior do que quando a concorrência é mais baixa

MENSURAÇÃO E GERENCIAMENTO DE PEQUENAS FLORESTASDETERMINAÇÃO DA IDADE ÓTIMA DE CORTE

A determinação da idade ótima de corte de uma árvore ou floresta exige a explicitação do que se considera como idade ótima. Desta forma, definiremos duas idades ótimas de corte: aquela que maximiza a produção anual média (obtida pelo método de maximização do incremento médio anual) e aquela que maximiza o resultado econômico da floresta (obtida por métodos de determinação da maturidade financeira).

Método de Maximização do Incremento Médio AnualConsiderando a idade da floresta um fator de produção, nota-se nessa curva o efeito de uma lei bastante conhecida em economia: a lei dos rendimentos decrescentes. A ocorrência desse fenômeno é fundamental para a validade dos conceitos que serão apresentados. Denomina-se ICA ao crescimento em volume ocorrido no período de um ano, e IMA ao resultado da divisão do volume pela idade da floresta. A idade ótima é quando elas se encontram

Método de Determinação da Maturidade FinanceiraA determinação da maturidade financeira de um povoamento florestal apresenta similaridade com o problema de determinação do término de uma convenção. O encerramento de uma convenção é imposto pela necessidade dos participantes voltarem aos seus locais de origem e pela necessidade de se liberar o espaço ocupado pelo evento. O problema é otimizar a duração do evento de tal forma a conciliar necessidades, custos e benefícios.

Regra de Decisão: Um povoamento florestal está financeiramente maduro quando a sua taxa anual de incremento em valor se torna igual à taxa anual de juros paga pela melhor opção alternativa.

Modelos de regressão para determinação da volume

O objetivo central do inventário florestal é determinar o volume de madeira num povoamento. Para isso não é necessário determinar o volume de madeira de todas as árvores de um povoamento, por menor que ele seja. Faz-se na verdade, uma “estimativa”do volume das árvores a partir do volume de algumas árvores que são abatidas. Cubagem é o nome dado a esse processo de determinar o volume de uma árvore abatida.

O volume constitui uma das informações de maior importância para o conhecimento do potencial disponível em um povoamento florestal, haja vista que o volume individual fornece subsídios para a avaliação do estoque de madeira e análise do potencial produtivo das florestas.

O procedimento de maior uso na estimativa do volume individual é o emprego de equações em que o volume é a variável dependente, associado a variáveis independentes de fácil mensuração na floresta, como o diâmetro à altura do peito e a altura

No intuito de facilitar a obtenção de dados utilizados para o ajuste de funções de volume, e conseqüentemente reduzir os custos do inventário, tem-se recorrido à utilização da dendrocronologia, também denominada análise de tronco, a qual trata da reconstituição do crescimento passado da árvore.

Page 8: MENSURAÇÃO NO MANEJO FLORESTAL

Esta técnica considera cada ano de crescimento como uma árvore individual, permitindo a obtenção de um extenso conjunto de dados apropriados para ajustes de equações de volume, o que implica numa redução dos custos de obtenção de dados.

A seleção do melhor modelo de regressão segue os critérios em sequência: Maior Coeficiente de Determinação Ajustado (R2

Aj.), Menor Erro-Padrão da Estimativa (Syx) e Menor Coeficiente de Variação (CV%).

2.1. Tipos de VolumeQuando falamos no volume de uma árvore podemos nos referir a 3 tipos de volume.

a) VOLUME CILÍNDRICO: é o volume hipotético de uma árvore, supondo que o troncoé um cilindro cujo diâmetro é o diâmetro do tronco a 1,30 m, e altura total do tronco. Normalmente é expresso em m3.

b) VOLUME EMPILHADO: é o volume de madeira utilizável de uma ou mais árvores, quando os troncos são cortados em toras e empilhados. Esse volume é medido por uma unidade chamada ESTÉREO. (1 st – 1m3 de madeira empilhada).

O estéreo não faz parte do Sistema Internacional (SI). O estéreo não faz nenhuma restrição as dimensões das toras ou da pilha montada, nem ainda ao método de empilhamento e, por isso, é de medição rápida no campo e permite a fácil visualização da produção de madeira após o abate das árvores.O volume empilhado pode se referir tanto a produção da floresta (madeira em pé) quanto a produção em pilhas de madeira (madeira cortada).

Volume stéreo: É o volume de madeira empilhada geralmente é medido em estere (ou estéreo), que é uma medida correspondente ao volume aparente de uma pilha de madeira de dimensões de 1 m x 1 m x 1 m, incluindo, portanto, os espaços vazios. Essa medida quase sempre está vinculada à madeira para lenha ou celulose.

Fator de Empilhamento (FE) : converte o volume solido em volume empilhado, sendo utilizado para tornar compatível as estimativas de produção de madeira obtidas num inventario ou levantamento florestal (apresentadas na forma de volume solido) com as medidas de produção em campo (obtidas na forma de volume empilhado).Fator de Cubicação (FC) : converte o volume empilhado em volume solido, sendo, portanto o inverso do fator de empilhamento.

c) VOLUME SÓLIDO: é o volume que realmente se utiliza da árvore, sendo expresso em m3. Enquanto o volume cilíndrico depende somente das características da árvore (altura total e DAP), os volumes sólido e empilhado dependem da forma do tronco da árvore e também do que consideramos “utilizável” da madeira da árvore. Portanto, uma mesma árvore terá diferentes volumes sólidos se for destinada a produção de madeira serrada ou para celulose.

O FF permite obter o volume sólido de uma árvore em pé medindo-se apenas o seu DAP e altura. Como o fator de forma varia de árvore para árvore é necessário determiná-lo para várias árvores abatidas (no mínimo 10) e utilizar uma média.

Taper e Múltiplos volumesSão outras alternativas para estimar o volume dos fustes das árvores. Taper - os quais descrevem o

afilamento natural do fuste das árvores; Múltiplos volumes - Permite a estimação de volumes de partes do fuste das árvores para diversos usos. Este é um modelo não linear devido a não aditividade de seus parâmetros. Assim, há a necessidade de ajustá-lo através de programas computacionais.

MEDIÇÃO DE ALTURAA altura é uma informação essencial para a determinação do volume de madeira de árvores. Como é muito pouco prática a sua medição direta, lança-se mão de instrumentos que permitam a sua determinação indiretamente. Por isso a medição da altura está mais sujeita a erros que a medição do DAP.

Page 9: MENSURAÇÃO NO MANEJO FLORESTAL

Calculo da altura de árvores:angulo: H=D(tgalfa +/- tgbeta) para declividade menor que 10°Porcentagem: H=(D/100).(p1 +- p2)leitura direta: H= h1 +- h2

Prancheta DendrométricaO instrumento mais simples para a medição da altura de árvores é o conhecido como “Prancheta Dendrométrica”, sendo de fácil fabricação. A prancheta dendrométrica é uma tábua de 10 x 30 cm com uma escala em papel milimetrado numa das margens e o pêndulo fixado na margem oposta exatamente no meio da distância maior da tábua.

IMPORTÂNCIA DA MENSURAÇÃO NO MANEJO FLORESTAL

As seguintes questões são exemplos de problemas que podem demandar soluções através da Mensuração Florestal:

Qual o tratamento silvicultural que poderá resultar na melhor regeneração e crescimento da floresta ?

Quais as espécies mais aptas à reposição florestal ?

Qual o valor da madeira e da terra ?

Qual o potencial recreacional ?

Qual o potencial da fauna ?

Qual o status da biodiversidade na área ?

Qual o status da floresta como estoque de carbono ?

Existe madeira suficiente em quantidade e qualidade para aplicação industrial e para uma operação de exploração econômica ?

O Engenheiro Florestal necessita de informações para responder estas e outras questões e tomar decisões inteligentes. Tanto quanto possível, esta informação deve ser de algum modo QUANTIFICÁVEL.

MENSURAÇÃO COMO UMA FERRAMENTA PARA MONITORAR FLORESTAS

A floresta é um sistema dinâmico que muda continuamente o que pode ser evidenciado em poucos anos ou muitos anos. Algumas árvores aumentam suas dimensões, outras morrem e novas árvores germinam e a floresta continua. Obviamente que a informação obtida sobre o status da floresta em dado tempo é somente válida para um curto período de tempo o que depende da vegetação em si e do ambiente e pressões externas que afetam a floresta. isto significa que as informações devem ser atualizadas periodicamente por mecanismos de monitoramento que permitam a tomada de decisões apropriadas.

A elaboração de plano de manejo florestal exigem bons dados, os quais necessitam de boas ferramentas de análises dos impactos das atividades do manejo sobre as quantidades e fluxos de vários recursos florestais. A eficiência destas ferramentas exigem bons modelos e para funcionem de modo adequado, exigem dados de qualidade. A aquisição desses dados é um dos principais objetos da Mensuração Florestal.

HELMS (1998) afirmou que a mensuração florestal é a determinação das dimensões, forma, altura, volume, peso, crescimento e idade de árvores individuais ou coletivamente e as dimensões de seus

Page 10: MENSURAÇÃO NO MANEJO FLORESTAL

produtos. Portanto, uma ciência envolvida em parâmetros e dimensões. Certamente que no cenário atual e em face dos desafios das florestas tropicais, a mensuração florestal deve expandir seus horizontes.

Aspectos como o uso múltiplo exigem mudança de escopo, o que significa que a mensuração deve tratar também dos problemas da recreação, manejo da água, manejo da fauna, porém, não se pode esperar que a mensuração possa ser capaz de oferecer resposta aplicáveis a todos os problemas de medidas. Uma abordagem sobre parâmetros da floresta deve ser enfocado, pois a Mensuração Florestal em seu estágio atual não pode restringir-se aos métodos quantitativos puros, mas deve tratar adicionalmente de parâmetros sobre produtos não madeireiros, o que exige pesquisas nesse campo.

BASE CONCEITUAL - POVOAMENTO FLORESTAL

De acordo com husch et al. (2003, p. 162) povoamento é um grupo de árvores que ocupam uma determinada área e que têm algumas características ou combinação de características em comum tais como origem, composição de espécies, dimensões (dap, altura, diâmetro e altura de copa) ou idade estabelecidas a partir de outros grupos de árvores. Um número de povoamentos podem se juntar para formar uma floresta. Estrutura do povoamento é a distribuição das espécies e dimensões das árvores (dap, altura, diâmetro e altura de copa) dentro de um povoamento ou área florestal. A estrutura de um povoamento é o resultado do hábito de crescimento das espécies e das condições ambientais e práticas de manejo sob as quais o povoamento foi originado e desenvolvido. A estrutura de um povoamento pode também ser descrita usando composição de espécies, distribuição (dap, altura) e classes de copa (oliver e larson, 1996). Os parâmetros mais importantes para a caracterização da estrutura são a idade, composição de espécies, diâmetro e área basal, altura e copa, densidade e estocagem, volume, peso e qualidade de sítio.

A forma geométrica dos troncos das árvores não é constante, ou seja, seu diâmetro diminui do topo para a base irregularmente, produzindo toras com várias formas geométricas. Um método bastante difundido entre os madeireiros para a determinação do volume de toras é o volume ao quarto da circunferência. Para determinar o volume é necessário medir a circunferência ao meio do tronco com casca e utilizar a seguinte expressão: V=[(C x C)/16] x L, onde V é o volume, C é circunferência ao meio da tora e L é o comprimento da tora.

Várias fórmulas são utilizadas para a determinação do volume de madeira, a partir de dados coletados em inventários florestais. A seguir são apresentadas quatro equações para a determinação do volume. Considerando-se: V o volume, L o comprimento, gi área seccional da base, gf área seccional da ponta, gm

área seccional do meio e D o diâmetro da tora, abaixo têm-se a fórmula de Newton:

V= ((gi + 4 gm + gf)/6))L

Huber: V= AS1/2LSmalian: V=(AS1+AS2)/2)LFrancon: V=(C/4)L

Estatística associada ao diâmetro: Diâmetro médio quadrático q= raiz quadrada da média das áreas tranversais, multiplicada por 4 e dividivos por pi.

Fator de forma:

Fator de forma é definido pela razão entre o volume do fuste e o volume de um cilindro de altura igual à altura da árvore e com diâmetro igual ao diâmetro altura do peito (DAP).

Page 11: MENSURAÇÃO NO MANEJO FLORESTAL

O que pode acontecer no caso de se estimar a altura de uma árvore com a inclinação voltada para o operador, quando se utiliza aparelho de alta precisão como hipsômetro (haga ou blume leiss) e/ou teodolito? A estimativa da altura poderá ser superestimada.

O volume relativo (%) de casca de uma árvore decresce com a idade.

O volume sem casca de uma árvore pode ser determinado a partir de seu DAP, altura, fator de forma e percentagem de casca