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Mensagem ao Congresso Nacional 2011 Presidência da República

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Presidncia da Repblica

Mensagem ao Congresso Nacional 2011

Presidncia da Repblica

Mensagem ao Congresso Nacional

2011

Copyright 2011 Presidncia da Repblica do Brasil Permitida a reproduo sem fins lucrativos, parcial ou total, por qualquer meio, se citada a fonte e/ou stio da Internet no qual pode ser encontrado o original (www.presidencia.gov.br).

Crdito das fotos: Secom/Divulgao, Petrobrs/Divulgao, Casa Civil/Divulgao, Arquivo MDA, MDS, MD e MMA/Divulgao Tiragem: 4.000 exemplares Impresso no Brasil

Dados Internacionais de catalogao na publicao (CIB)B823m

Brasil. Presidenta (2011-: D. V. Rousseff) Mensagem ao Congresso Nacional, 2011: 1 Sesso Legislativa Ordinria da 54 legislatura. Braslia: Presidncia da Repblica, 2011. 412p. (Documentos da Presidncia da Repblica) 1. Mensagem Presidencial - Brasil, 2011. 2. Desenvolvimento Econmico - Brasil. 3. Desenvolvimento Sustentvel - Brasil. 4. Poltica Econmica - Brasil. 5. Incluso Social - Brasil. 6. Poltica Social - Brasil. 7. Crescimento Econmico Brasil. I. Roussef, Dilma, 1947-. II. TtuloCDD - 341.25117

Repblica Federativa do Brasil Presidenta da Repblica Dilma Rousseff Vice-Presidente da Repblica Michel Temer Ministro de Estado da Justia Jos Eduardo Cardozo Ministro de Estado da Defesa Nelson Jobim Ministro de Estado das Relaes Exteriores Antnio Patriota Ministro de Estado da Fazenda Guido Mantega Ministro de Estado dos Transportes Alfredo Nascimento Ministro de Estado da Agricultura, Pecuria e Abastecimento Wagner Rossi Ministro de Estado da Educao Fernando Haddad Ministra de Estado da Cultura Ana de Hollanda Ministro de Estado do Trabalho e Emprego Carlos Lupi Ministro de Estado da Previdncia Social Garibaldi Alves Ministra de Estado do Desenvolvimento Social e Combate Fome Tereza Campello Ministro de Estado da Sade Alexandre Padilha Ministro de Estado do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior Fernando Pimentel Ministro de Estado de Minas e Energia Edison Lobo Ministra de Estado do Planejamento, Oramento e Gesto Miriam Belchior Ministro de Estado das Comunicaes Paulo Bernardo

Ministro de Estado da Cincia e Tecnologia Alozio Mercadante Ministra de Estado do Meio Ambiente Izabella Teixeira Ministro de Estado do Esporte Orlando Silva Ministro de Estado do Turismo Pedro Novais Ministro de Estado da Integrao Nacional Fernando Bezerra Coelho Ministro de Estado do Desenvolvimento Agrrio Afonso Florence Ministro de Estado das Cidades Mrio Negromonte Ministra de Estado da Pesca e Aquicultura Ideli Salvatti Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidncia da Repblica Antnio Palocci Ministro de Estado Chefe da Secretaria-Geral da Presidncia da Repblica Gilberto Carvalho Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Relaes Institucionais da Presidncia da Repblica Luiz Srgio Oliveira Ministra de Estado Chefe da Secretaria de Comunicao Social da Presidncia da Repblica Helena Chagas Ministro de Estado Chefe do Gabinete de Segurana Institucional da Presidncia da Repblica Jos Elito Carvalho Siqueira Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Assuntos Estratgicos da Presidncia da Repblica Moreira Franco Advogado-Geral da Unio Luis Incio Lucena Adams Ministro de Estado Chefe da Controladoria Geral da Unio Jorge Hage Sobrinho Ministra de Estado Chefe da Secretaria de Polticas de Promoo da Igualdade Racial da Presidncia da Repblica Luiza Bairros Secretria de Polticas para as Mulheres da Presidncia da Repblica Iriny Lopes Secretria dos Direitos Humanos da Presidncia da Repblica Maria do Rosrio Secretrio de Portos da Presidncia da Repblica Lenidas Cristino

SumrioApresentao, 10 I - DESENVOLVIMENTO COM EXPANSO DO EMPREGO E DISTRIBUIO DE RENDA II DESENVOLVIMENTO INCLUSIVO E ERRADICAO DA POBREZA EXTREMA 1. Poltica de Desenvolvimento Produtivo, 27 a) Programas para o Fortalecimento da Competitividade, 28 b) Programas para Consolidar e Expandir a Liderana, 29 c) Programas Mobilizadores em reas Estratgicas, 31 d) Programa Destaques Estratgicos, 32 e) Comrcio Exterior, 33 f) Inovao Tecnolgica, 38 g) Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial, 39 h) Propriedade Industrial, 41 i) Comrcio e Servios, 43 j) Microempresas e Artesanato Brasileiro, 44 k) Desenvolvimento Regional da Amaznia, 45 2. Agronegcio, 47 a) Crdito Rural e Apoio Comercializao, 48 a.1) Crdito Rural, 48 a.2) Apoio Comercializao, 48 a.3) Apoio Cafeicultura, 49 b) Gerenciamento de Riscos Climticos, 50 b.1) Zoneamento Agroclimtico , 50 b.2) Subveno ao Prmio do Seguro Rural, 51 c) Defesa Agropecuria, 52 c.1) Aes de Sade Animal, 52 c.2) Sanidade Vegetal, 53 c.3) Qualidade de Insumos e Produtos Agropecurios, 54 c.4) Sistema Laboratorial e Vigilncia Internacional, 55 c.5) Programa Mais Cincia, Mais Tecnologia, 55 d) Fomento e Organizao da Produo, 55 e) Negociaes Internacionais e Promoo Comercial do Agronegcio, 56 e.1) Negociaes Internacionais Bilaterais e Multilaterais, 56 e.2) Promoo Comercial do Agronegcio, 56 e.3) Designao dos Adidos Agrcolas, 57 e.4) Desempenho Exportador do Agronegcio, 57 f) Pesquisa Agropecuria, 58 g) Agroenergia, 60 3. Turismo, 61 a) Planejamento e Gesto da Poltica Nacional de Turismo e Normatizao, 61 b) Infraestrutura Turstica, 62 c) Captao de Financiamentos e Promoo de Investimentos, 62 d) Regionalizao e Ordenamento Turstico, 63 e) Promoo do Turismo e do Produto Turstico Brasileiro, 63 f) Promoo Internacional do Turismo Brasileiro, 64 g) Qualificao e Certificao em Turismo, 65 h) Desenvolvimento Local e Turismo de Base Comunitria (TBC), 66 i) Produo Associada ao Turismo, 66 j) Programa Turismo Sustentvel e Infncia (TSI), 66 k) Ecoturismo, 67 4. Trabalho e Emprego, 67 a) Evoluo do Mercado de Trabalho Formal, 67 b) Estmulo ao Investimento e Gerao de Emprego e Renda, 68 c) Valorizao do Salrio Mnimo, 70 d) Garantia dos Direitos dos Trabalhadores, 70 e) Fomento Democratizao das Relaes de Trabalho, 74 f) Polticas de Emprego, Trabalho e Renda que Promovem Incluso Social, 75 g) Estmulo Economia Solidria, 78 5. Incluso Bancria e Microcrdito, 79 a) Crdito, 79 b) Fomento aos Investimentos, 80 c) Acesso a Servios Bancrios, 80 c.1) Contas Correntes Simplificadas, 80 c.2) Crdito Consignado, para Aposentados e Pensionistas do INSS, 81 c.3) Banco Postal, 81 d) Microcrditos e Microfinanas, 81 6. Incentivo Aquicultura e Pesca, 82 a) Acesso ao Crdito, 83 b) Infraestrutura Pesqueira, 83 c) Formao Profissional, Pesquisa e Desenvolvimento e Assistncia Tcnica, 83 d) Aquicultura, 84 e) Monitoramento, Controle e Gesto Participativa, 84 7. Agricultura Familiar e Reforma Agrria, 85 a) Agricultura Familiar, 85 a.1) Crdito Rural do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), 85 a.2) Seguro da Agricultura Familiar (SEAF), 86 a.3) Garantia- Safra, 87 a.4) Apoio Comercializao, 88 a.5) Biodiesel e Agricultura Familiar, 88

a.6) Assistncia Tcnica e Extenso Rural para a Agricultura Familiar, 89 a.7) Programa Nacional de Desenvolvimento Sustentvel de Territrios Rurais, 89 a.8) Programa Arca das Letras, 90 a.9) Polticas para as Mulheres Rurais, 91 a.10) Poltica Internacional para Agricultura Familiar e Reforma Agrria, 93 a.11) Programa Territrios da Cidadania, 93 b) Reforma Agrria, 95 b.1) Assentamentos e Incorporao de Terras Reforma Agrria, 95 b.2) Investimentos em Qualidade dos Assentamentos, 95 b.3) Programa Nacional de Crdito Fundirio (PNCF), 96 b.4) Regularizao Fundiria, 97 8. Desenvolvimento Regional, 99 a) Poltica Nacional de Desenvolvimento Regional, 99 b) Infraestrutura Hdrica, 101 c) Defesa Civil, 103 9. Meio Ambiente para o Desenvolvimento Sustentvel, 104 a) Mudana do Clima, 104 a.1) Poltica e Plano Nacional sobre Mudana do Clima, 105 a.2) Fundo Nacional sobre a Mudana do Clima, 105 b) Preveno e Controle do Desmatamento e das Queimadas, 106 c) Resduos Slidos Urbanos, 107 d) Recursos Hdricos, 108 d.1) Reviso e Atualizao do Plano Nacional de Recursos Hdricos, 109 d.2) Conjuntura dos Recursos Hdricos, 109 d.3) Conselho Nacional de Recursos Hdricos (CNRH), 110 d.4) Planos de Recursos Hdricos de Bacias Hidrogrficas, 110 d.5) Revitalizao de Bacias Hidrogrficas, 110 d.6) Cobrana pelo Uso dos Recursos Hdricos, 111 d.7) Pr-Conferncia Nacional de guas Pr-CONGUAS, 111 e) Licenciamento Ambiental, 111 f) Zoneamento Ecolgico-Econmico, 112 g) Gerenciamento Costeiro, 113 h) Gesto Ambiental Rural, 113 i) Povos e Comunidades Tradicionais, 114 j) Concesses Florestais, 114 k) Sistema Nacional de Informaes Florestais e Inventrio Florestal Nacional, 115 l) Manejo Florestal Comunitrio, 115 m) Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal, 115 n) Esfera Internacional, 116 o) Unidades de Conservao, 116 p) Pesquisa em Biodiversidade, 117 10. Pesquisa e Desenvolvimento Tecnolgico, 118 a) Expanso e Consolidao do Sistema Nacional de Cincia, Tecnologia e Inovao, 120 a.1) Formao de Recursos Humanos, 120 a.2) Infraestrutura e Fomento Pesquisa, 120 b) Promoo da Inovao Tecnolgica nas Empresas, 123 c) Pesquisa, Desenvolvimento e Inovao em reas Estratgicas, 125 c.1) Mar e Antrtica, 127 c.2) Defesa Nacional, 128 d) Cincia, Tecnologia e Inovao para o Desenvolvimento Social, 129

III - IGUALDADE DE DIREITOS E DE OPORTUNIDADES 1. Reduo das Desigualdades, Proteo Social e Segurana Alimentar e Nutricional, 135 a) Reduo das Desigualdades, 135 b) Polticas de Proteo Social e Segurana Alimentar e Nutricional , 137 b.1) Transferncia de Renda: o Programa Bolsa Famlia, 137 b.2) Gerao de Oportunidades s Famlias Pobres, 139 b.3) Ampliao dos Servios Socioassistenciais, 141 b.4) Segurana Alimentar e Nutricional, 145 2. Juventude, 148 3. Educao, 149 a) Educao Bsica, 149 b) Educao Superior, 153 c) Alfabetizao e Educao de Jovens e Adultos, 156 d) Educao Profissional e Tecnolgica, 156 e) Educao e Diversidade, 157 f) Cooperao Internacional, 159 g) Financiamento da Educao, 159 h) Democratizao da Gesto Nacional da Educao, 161 i) Indicadores e Avaliaes, 161 j) Aes Integradas, 162 4. Sade, 164 a) Ateno Bsica, 165 a.1) Sade da Famlia, 165 a.2) Sade Bucal, 165 a.3) Alimentao e Nutrio, 166 a.4) Hipertenso e Diabetes, 166 a.5) Sade no Sistema Penitencirio, 167 a.6) Sade Mental, 167 a.7) Sade da Mulher, 168 a.8) Sade da Criana, 168 a.9) Sade de Adolescentes e Jovens, 169 a.10) Sade da Pessoa com Deficincia, 169 a.11) Sade do Idoso, 170

a.12) Sade do Homem, 170 b) Ateno Especializada de Mdia e Alta Complexidade, 171 b.1) Sade Auditiva, 171 b.2) Poltica Nacional de Ateno ao Portador de Doena Renal, 171 b.3) Hospitais de Ensino, 171 b.4) Hospitais Filantrpicos, 172 b.5) Terapia Intensiva, 172 b.6) Ateno s Urgncias e s Emergncias, 172 b.7) Transplantes, 172 b.8) Assistncia Cardiovascular, 173 b.9) Sangue e Hemoderivados, 173 b.10) Poltica Nacional de Ateno Oncolgica, 174 c) Pesquisa e Desenvolvimento em Sade, 174 d) Desenvolvimento e Inovao no Complexo Industrial da Sade, 175 e) Assistncia Farmacutica, 176 f) Preveno e Controle de Doenas e Agravos, 177 g) Vigilncia Sanitria, 178 h) Polticas de Qualificao de Pessoal e da Gesto do Trabalho em Sade, 179 i) Sade Indgena, 180 j) Gesto Descentralizada e por Resultados, 180 k) Ouvidoria, Participao Popular e Auditoria, 181 l) Sade Suplementar, 182 5. Polticas Afirmativas, 183 a) Igualdade Racial, 183 a.1) Programa Brasil Quilombola, 185 b) Igualdade de Gnero, 186 b.1) Plano Nacional de Polticas para as Mulheres, 186 b.2) Pacto Nacional pelo Enfrentamento Violncia contra as Mulheres, 186 b.3) Educao e Cultura, 188 b.4) Trabalho, 189 b.5) Participao das Mulheres nos Espaos de Poder e Deciso, 190 b.6) Participao e Controle Social, 190 b.7) Estudos e Pesquisas, 190 b.8) Iniciativas no Plano Legislativo, 191 b.9) Articulao Internacional, 191 c) Promoo e Proteo dos Povos Indgenas, 192 6. Diretos Humanos, 193 a) Temas Estruturantes, 193 b) Registro Civil de Nascimento e Documentao Civil Bsica, 194 c) Incluso de Pessoas com Deficincia, 195 d) Crianas e Adolescentes, 196 e) Grupos e Temas Especiais, 198 f) Garantia, Proteo e Defesa de Direitos, 198 g) Atuao Internacional, 199 h) Pauta Legislativa, 200 7. Previdncia Social, 200 a) Regime Geral de Previdncia Social (RGPS), 201 a.1) Incluso Social, 201 a.2) Ampliao da Cobertura Previdenciria, 202 a.3) Sade do Trabalhador, 202 a.4) Atendimento ao Cidado, 202 b) Regimes Prprios de Previdncia Social (RPPS), 203 c) Relaes Internacionais da Previdncia Social, 204 d) Previdncia Complementar, 205 8. Cultura, 206 9. Esporte, 210 a) Programa Segundo Tempo, 210 b) Programa Esporte e Lazer da Cidade, 211 c) Programa Incluso Social pelo Esporte, 211 d) Infraestrutura Esportiva, 211 e) Desenvolvimento do Esporte de Alto Rendimento, 212 f) Preveno Violncia nos Estdios, 213 g) Preparao para a Copa do Mundo FIFA 2014 e para os Jogos Olmpicos e Paraolmpicos Rio 2016, 213 h) Jogos Mundiais Militares, 213 i) Lei de Incentivo ao Esporte, 214 j) Participao Social, 214 10. Programa Luz para Todos (LPT), 215 11. Incluso Digital, 215 a) Banda Larga - GESAC, 215 b) Telecentros, 216 c) Programa Nacional de Banda Larga (PNBL), 216 12. Justia e Segurana Pblica, 217 a) Programa Nacional de Segurana Pblica com Cidadania (Pronasci), 217 b) Sistema nico de Segurana Pblica (Susp), 218 c) Fora Nacional de Segurana Pblica (FNSP), 219 d) Rede Nacional de Altos Estudos em Segurana Pblica (Renaesp), 219 e) Programas e Projetos Especiais em Segurana Pblica, 219 f) Combate Criminalidade, 220 g) Sistema Penitencirio Federal, 222 h) Defesa do Consumidor e da Ordem Econmica, 223 i) Direitos Difusos, 224 j) Defensoria Pblica Geral da Unio (DPU), 224 k) Reforma do Judicirio e Democratizao do Acesso a Justia, 225 l) Assuntos Legislativos, 226 m) Combate Lavagem de Dinheiro e Cooperao Jurdica Internacional, 227

n) Enfrentamento ao Trfico de Pessoas, 227 o) Combate Pirataria, 227 p) Anistia Poltica, 228 13. Preveno Quanto ao Uso de Drogas, 229 IV - INFRAESTRUTURA PARA TODOS: DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE VIDA 1. Energia, 233 a) Energia Eltrica, 233 a.1) Gerao e Transmisso, 234 a.2) Leiles de Gerao e de Linhas de Transmisso, 234 a.3) Expanso da Gerao e de Linhas de Transmisso, 236 a.4) Planejamento do Setor Eltrico, 236 a.5) Programa de Incentivo s Fontes Alternativas (Proinfa), 236 a.6) Eficincia Energtica, 236 a.7) Regulao e Fiscalizao do Setor Eltrico, 237 a.8) Licenciamento Ambiental dos Projetos do Setor Eltrico, 237 b) Petrleo, Gs e Biocombustveis, 238 b.1) Marco Legal do Setor de Petrleo e Gs, 239 b.2) Contrato de Cesso Onerosa, 239 b.3) Rodadas de Licitaes de Blocos, 240 b.4) Refino e Petroqumica, 240 b.5) Mercado de Gs Natural, 241 b.6) Infraestrutura de Transporte de Gs Natural, 241 b.7) Hidrognio, 242 b.8) Biocombustveis, 242 b.9) Regulao, Fiscalizao e Expanso do Setor de Petrleo, Gs Natural e Combustveis Renovveis, 245 c) Geologia e Recursos Minerais, 247 2. Transportes, 248 a) Transporte Rodovirio, 248 a.1) Manuteno de Rodovias: Conservao e Restaurao, 248 a.2) Sinalizao nas Rodovias Federais (ProSinal), 249 a.3) Controle de Velocidade, 249 a.4) Plano Nacional Diretor Estratgico de Pesagem, 249 a.5) Investimentos nos Empreendimentos Rodovirios Construo e Adequao, 249 a.6) Concesses Rodovirias, 252 a.7) Transporte Rodovirio Interestadual e Internacional de Passageiros, 252 a.8) Transporte Rodovirio de Cargas, 253 b) Transporte Ferrovirio, 253 b.1) Expanso da Malha Ferroviria, 253 b.2) Adequao e Melhoria da Malha Ferroviria, 255 b.3) Programa Nacional de Segurana Ferroviria em reas Urbanas (Prosefer), 255 b.4) Transporte Ferrovirio de Passageiros em Alta Velocidade (TAV), 255 c) Transporte Hidrovirio, 255 d) Fomento Indstria Naval, 256 e) Infraestrutura Porturia, 256 3. Aviao Civil e Infraestrutura Aeroporturia, 259 4. Comunicaes, 263 a) Universalizao dos Servios de Telecomunicaes, 263 b) Avanos na Regulao, 264 c) Inovao em Telecomunicaes e TV Digital, 264 d) Fiscalizao dos Servios de Telecomunicaes, 265 e) Servios Postais, 265 e.1) Universalizao dos Servios Postais, 265 e.2) Exportao por Remessas Postais, 266 e.3) Atuao no mbito Internacional, 266 e.4) Inovaes dos servios, 266 f) Radiodifuso, 266 f.1) Radiodifuso Comunitria, 266 f.2) Demais Servios de Radiodifuso, 266 f.3) Digitalizao dos Servios de Radiodifuso Sonora, 267 5. Saneamento, 267 6. Habitao, 273 a) Poltica Nacional de Habitao, 273 b) PAC - Habitao, 274 b.1) Transferncias Obrigatrias ao Setor Pblico, 274 b.2) Financiamento ao Setor Pblico, 275 b.3) Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV), 276 b.4) Desenvolvimento Institucional e Cooperao Tcnica, 277 b.5) Qualidade e Produtividade, 277 b.6) Perspectivas para 2011, 278 7. Planejamento e Gesto Territorial Urbana, 279 8. Mobilidade Urbana, 281 a) Transporte Metroferrovirio, 282 9. Trnsito, 284 V - SOBERANIA NACIONAL: PRESENA ATIVA DO BRASIL NO MUNDO 1. Poltica Externa, 289 a) Cooperao Tcnica, 293 b) Negociaes Econmico-Comerciais, 294 c) Comunidades Brasileiras no Exterior, 294 2. Soberania, 295 a) Participao do Governo Brasileiro em Misso das Naes Unidas para a Estabilizao no Haiti (Minustah) e outras Misses de Paz, 298 b) Operaes Combinadas e Conjuntas, 298

VI - DILOGO SOCIAL E CIDADANIA 1. Informao ao Cidado, 307 2. Conselho de Desenvolvimento Econmico e Social (CDES), 309 3. Conferncias Nacionais, Conselhos e Fruns de Dilogo, 310

4. Relaes Institucionais, 315 a) Articulao com o Poder Legislativo, 315 b) Articulao Federativa, 317

VII - TICA, TRANSPARNCIA E QUALIDADE NOS SERVIOS AO CIDADO 1. Eficincia na aplicao dos Recursos Pblicos, 323 a) Arrecadao Tributria Federal, 325 b) Resultado Fiscal, 325 c) Administrao da Dvida Pblica, 326 d) Fortalecimento do Investimento Pblico, 326 e) Apoio aos Estados e Municpios, 327 f) Dvida Ativa da Unio, 327 g) Programa Nacional de Educao Fiscal (PNEF), 328 2. Informatizao de Servios Investimento em TI, 328 3. Transparncia na Administrao e Controle Social, 329 4. Produo e Disseminao de Informaes, 331 5. Valorizao dos Servidores, 332 6. Gesto, 334 a) Modernizao dos Instrumentos de Planejamento e Gesto, 334 a.1) Planejamento de Longo Prazo, 336 b) Gesto do Patrimnio da Unio, 337 c) Fortalecimento da Capacidade Institucional em Regulao, 338 c.1) Projeto Melhor Regulao: Reduzindo a Sobrecarga Regulatria nos Negcios, 339 d) Regulao e Superviso do Sistema Financeiro Nacional, 340 e) Regulao de Mercados, 341 f) Fortalecimento da Estrutura de Regulao da Comisso de Valores Mobilirios (CVM), 341 g) Mercado de Seguro e Resseguro, 342 7. Combate Corrupo, 342 a) Aes de Preveno, 342 b) Controle Interno, 344 c) Medidas Corretivas, 346 d) Aes de Capacitao, 347 e) Aes de Ouvidoria, 348 f) Combate Lavagem de Dinheiro, 349 g) Combate aos Crimes contra a Previdncia Social, 350 8. Consultoria, Assessoramento Jurdico e Defesa Judicial da Unio, 350

ANEXO RELATRIO ANUAL SOBRE A SITUAO DO MINISTRIO PBLICO NO PAS E AS ATIVIDADES DO CONSELHO (ART. 130-A, 2, V DA CONSTITUIO)

Senhoras e Senhores Parlamentares, com muita honra que encaminho, pela primeira vez neste mandato que me foi concedido pelo povo, esta Mensagem por ocasio da abertura dos trabalhos do Congresso Nacional. Trata-se de uma oportunidade mpar para detalhar nossos planos com vistas ao exerccio que se inicia e reafirmar nosso compromisso com o dilogo e com a relao independente e harmoniosa entre os Poderes da Repblica. O Brasil vive o mais longo perodo de estabilidade democrtica de sua histria republicana. A transio democrtica, a Constituio de 1988 e as sucessivas eleies livres fortaleceram e aprimoraram as nossas instituies. O povo brasileiro conquistou um ambiente de liberdade e participao efetiva na elaborao de polticas pblicas e na conduo dos rumos do Pas. nosso dever consolidar e ampliar esta vivncia democrtica. ela, afinal, que possibilita, avaliza e garante o amplo processo de transformaes vivido por nosso Pas nos ltimos anos. A democracia nos abriu um horizonte mais promissor de justia social, reduo das desigualdades sob todas as suas formas e consolidao de nosso desenvolvimento econmico e social. Uma democracia ampla exige atitudes, impe responsabilidades e cobra dos seus governantes compromissos em relao a todos os cidados, independentemente de gnero, idade, credo ou raa. Para que a democracia seja exercida plenamente por todos, todos precisam ter oportunidades reais de crescimento pessoal, todos precisam ter assegurados no apenas na letra da lei, mas no dia a dia os seus direitos bsicos de alimentao, moradia, emprego digno, educao de qualidade, acesso sade e cultura. O nosso Governo, este Parlamento, as instituies do Estado de Direito, a sociedade em geral tm a responsabilidade de ampliar e aprofundar a democracia, comeando por aquela que nossa misso mais bsica: erradicar a pobreza extrema do Pas. O Brasil no pode aceitar mais que milhares de pessoas continuem vivendo na misria, que no tenham alimentao suficiente, que no tenham um teto para viver. vergonhoso que, em um pas capaz de produzir no ano passado 149,5 milhes de toneladas de cereais, leguminosas e oleaginosas, ainda haja cidados que passem fome. Esta no uma misso que se restringe a nosso Governo. uma misso de todos os brasileiros. Porque, para ser verdadeiramente democrtico, o Brasil precisa criar oportunidades para todos. Lutarei, firme e decididamente, para acabar com a misria em nosso Pas. Conto com o apoio e a dedicao das senhoras e dos senhores parlamentares, representantes legtimos do povo, nesta luta histrica. A superao da pobreza extrema e a ampliao das oportunidades para todos os brasileiros no constituem ato voluntarista, mas

Apresentao

sim a consequncia natural de uma poltica macroeconmica consistente, capaz de gerar um longo ciclo de crescimento sustentado. O crescimento econmico combinado com uma ampla rede de proteo social possibilitou nos ltimos oitos anos que 27 milhes e 900 mil brasileiros obtivessem uma renda maior e ultrapassassem a linha da pobreza. A manuteno de uma poltica macroeconmica compatvel com o equilbrio fiscal com aes firmes de controle inflao e rigor no uso do dinheiro do contribuinte ser um dos pilares fundamentais do nosso Governo. Manteremos a estabilidade econmica como valor absoluto. Reafirmo que no permitiremos, sob nenhuma hiptese, que a inflao volte a corroer nosso tecido econmico e a penalizar os mais pobres.

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Vivemos hoje um momento indito na histria do Pas, em que o nmero de trabalhadores formais superou o de trabalhadores

informais. Entre 2003 e 2010, foram criados 15 milhes de empregos. A adoo da poltica de valorizao do salrio mnimo permitiu que este alcanasse o maior nvel dos ltimos 40 anos, beneficiando diretamente trabalhadores ativos, aposentados e pensionistas. No entanto, preciso ir ainda mais longe, superando o quadro atual e instituindo regras estveis, de longo prazo, que permitam a continuidade dessa poltica. Para tanto, encaminharei ao Congresso Nacional proposta de poltica de longo prazo de reajuste do salrio mnimo, conforme estabelece a Lei n 12.255, de 15 de junho de 2010. A manuteno de regras estveis que permitam ao salrio mnimo recuperar o seu poder de compra um pacto deste Governo com os trabalhadores. Asseguradas as regras propostas, os salrios dos trabalhadores tero ganhos reais sobre a inflao e sero compatveis com a capacidade financeira do Estado. Estado este para o qual a grande massa da populao dirige seus anseios e do qual cobra respostas a suas demandas. Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios devem estar em condies de responder a essas necessidades com crescente presteza e qualidade. Adotaremos, para este fim, aes efetivas e integradas com todos os entes da Federao, em particular nas reas da sade, da educao e da segurana, atendendo s justas aspiraes do povo brasileiro. Conclamo as senhoras e os senhores representantes do Poder Legislativo, governadores e prefeitos a se reunirem em torno de um pacto de avano social neste Pas. Uma parceria slida que acabe com a misria, que amplie e melhore o acesso sade e educao, que garanta a segurana e que proporcione s brasileiras e aos brasileiros oportunidades reais de crescimento social. Este pacto pode ter como smbolo o esforo deste Governo e, tenho certeza, das senhoras e dos senhores tambm para que nunca mais se repita a tragdia das chuvas que roubaram centenas de vidas e destroaram os sonhos de milhares de famlias na Regio Sudeste neste incio de ano. Nenhum pas imune aos riscos de tragdias naturais. Mas, no Brasil, no podemos e no iremos esperar o prximo ano, as prximas chuvas para chorar as prximas vtimas. Determinei, junto aos ministros responsveis, a implantao de um sistema nacional de preveno e alerta de desastres naturais. A partir da conjugao de dados meteorolgicos e geofsicos ser possvel alertar para que as populaes sejam retiradas das reas de risco. Durante dcadas, criou-se uma cultura em que a Defesa Civil limitou-se a trabalhar apenas com foco em emergncias. O que aconteceu na regio serrana do Rio mostra que isso no pode continuar. Investiremos pesadamente na gerao de dados confiveis que possam alertar a populao a tempo e com preciso; apoiaremos os Estados na identificao das reas de risco; juntamente com os Municpios, realizaremos obras de preveno; e ofereceremos aos moradores das reas atingidas a possibilidade de novas habitaes, atravs do programa Minha Casa, Minha Vida. Este Governo est aberto s senhoras e senhores parlamentares, governadores e prefeitos para, juntos, montarmos um arcabouo das responsabilidades e compromissos de cada ente federativo, de forma a impedir que o drama provocado pelas chuvas se repita com tamanha intensidade. A educao ser uma das prioridades centrais do nosso Governo. Somente com avano na qualidade de ensino poderemos formar jovens preparados para desenvolver atividades produtivas tecnologicamente sofisticadas e aptos a conduzir o Pas aos plenos benefcios da sociedade da tecnologia e do conhecimento.

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Hoje, milhares de jovens afrodescendentes, indgenas e das periferias so os primeiros de suas famlias a conquistar um diploma universitrio. O ensino tcnico federal est cada vez mais acessvel em todo o Pas. A universalizao do ensino fundamental, alcanada nas ltimas duas dcadas, coloca-nos o desafio de melhorar sua qualidade e aumentar as vagas no ensino infantil e no ensino mdio. Para isso, vamos dar decidido apoio aos Municpios na tarefa de ampliar a oferta de creches e de pr-escolas. No ensino mdio, alm da expanso da rede de escolas tcnicas e do aumento do investimento pblico, vamos estender a bemsucedida experincia do PROUNI educao profissional e tcnica de nvel mdio, oferecendo milhares de vagas para que nossos jovens recebam uma formao educacional e profissional de qualidade. De forma a que todas essas diretrizes sejam viabilizadas, de fundamental importncia a valorizao do professor. Em parceria com Estados e Municpios, consolidaremos o processo de focalizao do ensino na figura do professor, j iniciado com a criao do piso salarial. A oferta de sade pblica de qualidade, por meio da consolidao do Sistema nico de Sade SUS, ter primazia no nosso mandato. O SUS deve ter como foco o atendimento efetivo das necessidades dos usurios, oferecendo os melhores instrumentos de diagnstico e tratamento, tornando os medicamentos acessveis a todos e fortalecendo as polticas de preveno e promoo da sade. Para esse fim, sero considerados trs pilares: financiamento adequado e estvel para o SUS; valorizao das prticas preventivas; e organizao dos vrios nveis de ateno aos usurios, garantindo atendimento bsico e ambulatorial nas unidades de Sade e nas Unidades de Pronto Atendimento as UPAs. Em relao s UPAs, destaco que ser de fundamental importncia a parceria da Unio com os Estados e Municpios. A meta de implantao de 500 UPAs para garantir atendimento mdico adequado a urgncias de baixa e mdia complexidade e reduzir a superlotao das emergncias dos grandes hospitais ser alcanada com o investimento de R$ 2,6 bilhes. Investiremos, ainda, R$ 5,5 bilhes em mais de 8 mil Unidades Bsicas de Sade (UBS) destinadas a ampliar oferta da ateno bsica e integral, criar infraestrutura de apoio s equipes de sade da famlia e ofertar servios de atendimento de rotina nas mais variadas reas mdicas. Outro pilar das prioridades governamentais a segurana. Reitero nosso compromisso de agir no combate s drogas, em especial ao avano do crack, que desintegra nossa juventude e fragiliza as famlias. A ao integrada de todos os nveis de Governo, juntamente com a participao da sociedade, o caminho para a reduo da violncia que tanto mal causa ao Pas.

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Trabalharemos permanentemente para garantir a presena do Estado em todas as regies mais sensveis ao da criminalidade e das drogas, em forte parceria com Estados e Municpios. Para esse fim, atuaremos diretamente por meio da Polcia Federal, da Fora Nacional de Segurana Pblica e, quando necessrio, das Foras Armadas. Estimularemos e ampliaremos experincias exitosas, como a criao das Unidades de Polcia Pacificadora as UPPs , no Estado do Rio de Janeiro, e promoveremos a ao coordenada das foras de segurana. O avano social tem que ser feito, necessariamente, por meio da valorizao da diversidade cultural. A cultura a alma de um povo, essncia de sua identidade. Vamos investir em cultura, ampliando, em todas as regies, a produo e o consumo de nossos bens culturais e expandindo a exportao da nossa msica, cinema e literatura, signos vivos de nossa presena no mundo.

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As senhoras e os senhores ho de concordar que so desafios gigantescos. Mas tenho a certeza de que so superveis. Estou convencida disso porque tive o privilgio de participar ativamente dos anos de esforo e trabalho da equipe do presidente Lula, quando muitas metas consideradas excessivamente ousadas vieram a ser superadas e uma imensa mobilidade social se verificou em todas as regies do Brasil. Hoje, vivemos em um Pas que cresce a taxas sustentveis e que mantm a produo e o mercado interno aquecidos, mesmo durante perodos turbulentos da economia mundial. Mais do que isto: temos no futuro prximo a oportunidade nica de transformar o Brasil, definitivamente, em uma nao economicamente desenvolvida e socialmente justa. Retomamos com o Programa de Acelerao do Crescimento o PAC a capacidade de planejar a longo prazo e de levar adiante gigantescas obras de infraestrutura, que transformam nossa geografia e nossa economia. A determinao do Governo em induzir o crescimento do Pas ser aprofundada, j em 2011, com a consolidao do PAC 2 e da segunda fase do Programa Minha Casa, Minha Vida. No PAC 2 esto programados para o perodo 2011-2014 investimentos em infraestrutura da ordem de R$ 955 bilhes, sendo R$ 48,4 bilhes em rodovias; R$ 43,9 bilhes em ferrovias; R$ 40,6 bilhes em gua, recursos hdricos e Luz para Todos; R$ 57,1 bilhes em saneamento, pavimentao e mobilidade urbana e preveno em reas de risco, R$ 461,6 bilhes em energia (dos quais R$ 281,9 bilhes em petrleo e gs natural, R$ 113,7 bilhes em gerao e R$ 26,6 bilhes em transmisso de energia eltrica) e R$ 23 bilhes em equipamentos urbanos e sociais nas reas de sade, segurana, creches, pr-escolas e esportes. No Programa Minha Casa, Minha Vida est prevista a construo de 2 milhes de novas habitaes, at 2014, envolvendo investimento de R$ 278,2 bilhes. Os investimentos previstos para a Copa do Mundo e para as Olimpadas sero planejados e articulados com vistas a assegurar benefcios permanentes de qualidade de vida para os cidados. Com suas sedes localizadas em Estados onde moram mais de dois teros da populao, a Copa do Mundo servir de vetor para a entrega populao de centenas de obras de infraestrutura urbana e de logstica. Sobre esse ltimo item, chamo a ateno para as nossas diretrizes na rea de aviao civil. Temos urgncia em ampliar e melhorar nossos aeroportos e beneficiar parcelas cada vez mais amplas da populao que passam a ter acesso ao transporte areo. O Pr-Sal, nosso passaporte para o futuro, em si mesmo fruto do avano tecnolgico brasileiro e de uma moderna poltica de investimentos em pesquisa e inovao. Articulado com polticas para o avano cientfico e social e acompanhado por medidas de cuidado ambiental, o Pr-Sal ser importante fator de valorizao da empresa nacional e seus investimentos sero geradores de milhares de novos empregos. Conforme determina o seu marco regulatrio, aprovado em 2010 por este Congresso Nacional, as riquezas produzidas pelo Pr-Sal sero convertidas, atravs do Fundo Social, em poupana de longo prazo, de modo a propiciar recursos para o desenvolvimento sustentvel. Os recursos oriundos do Pr-Sal sero canalizados para a qualidade dos servios pblicos, a reduo da pobreza e a valorizao do meio ambiente. Trabalharei sem descanso para que a principal parcela das riquezas do Pr-Sal seja investida na melhoria da qualidade de vida do povo brasileiro por longo perodo. A oportunidade que pela primeira vez se coloca para o Brasil de se tornar uma nao desenvolvida no pode ser desperdiada. O nosso Governo est comprometido com um projeto de desenvolvimento associado preservao das reservas naturais e manuteno da matriz energtica mais limpa do mundo. Por meio da Poltica Nacional de Mudanas Climticas, aprovada por esta Casa,

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o Brasil definiu, voluntariamente, uma meta de 36% a 39% de corte das emisses de gases de efeito estufa at 2020, demonstrando que far sua parte para combater o problema da mudana do clima. Continuaremos, nesse contexto, a incentivar o etanol e o biodiesel e as fontes de energia hdricas, bem como fontes alternativas como a biomassa, a elica e a solar. O crescimento da infraestrutura e da produo industrial e agropecuria ocorrer em sintonia com a preservao ambiental. Desde 2003, o Brasil reduziu os ndices de desmatamento na Amaznia em mais de 75%. Somos uma potncia mundial da agroenergia. E ocupamos a vanguarda no combate aos graves efeitos das mudanas climticas. Continuaremos mostrando ao mundo que possvel associar uma economia dinmica e um forte crescimento com o respeito ao meio ambiente. Nossa poltica externa estar baseada nos valores clssicos da tradio diplomtica brasileira: promoo da paz, respeito ao princpio de no interveno, defesa dos Direitos Humanos e fortalecimento do multilateralismo. Nossa participao nas Foras da ONU especialmente na Misso para a Estabilizao do Haiti emblemtica do nosso compromisso com a paz e a estabilidade democrtica. O Brasil reitera, com veemncia e firmeza, a deciso de associar seu desenvolvimento econmico, social e poltico ao da Amrica do Sul. Se geografia destino, como se diz na geopoltica, estamos muito felizes com o nosso destino. Juntamente com nossos vizinhos sul-americanos, poderemos transformar nossa regio, que vemos como um espao de paz e crescente cooperao, em componente essencial do mundo multipolar que se anuncia, dando consistncia cada vez maior ao Mercosul e Unasul. Continuaremos fortalecendo nossas reservas para garantir o equilbrio das contas externas. Nos fruns multilaterais, defenderemos com vigor polticas econmicas saudveis e equilibradas, protegendo o Pas da concorrncia desleal e do fluxo indiscriminado de capitais especulativos e contribuindo para a estabilidade financeira internacional. Continuaremos defendendo a reforma dos organismos de governana mundial, em especial as Naes Unidas e seu Conselho de Segurana. natural que um pas como o nosso, que busca internamente ser cada vez mais justo, tambm sustente na esfera internacional a necessidade de democratizao das relaes entre os Estados. O desafio de consolidao de um mundo multipolar corresponde, no plano externo, ao projeto, essencialmente brasileiro, de proporcionar a todos o acesso s mesmas oportunidades. As mudanas virtuosas vividas pelo Brasil formam um ambiente no qual possvel avanarmos ainda mais. E isso ser feito a partir do dilogo e da criao de consensos com toda a sociedade brasileira e suas entidades representativas, contexto em que se destacam as senhoras e os senhores como representantes eleitos pelo povo. Trabalharemos em conjunto com esta Casa para a retomada da agenda da reforma poltica. So necessrias mudanas que fortaleam o sentido programtico dos partidos brasileiros e aperfeioem as instituies, permitindo mais transparncia ao conjunto da atividade pblica. A reforma tributria tambm tema essencial, a fim de que o sistema tributrio seja simplificado, racionalizado e modernizado, apontando para uma base de arrecadao mais ampla e com a desonerao de atividades indutoras do crescimento, em especial dos investimentos, assim como dos bens de consumo popular. Promoveremos a melhoria da qualidade do gasto pblico, de modo a preservar o aumento dos nveis de investimento em relao aos gastos de custeio. Isso no se far sem grandes esforos e sem a imprescindvel colaborao do Congresso Nacional. A qualidade da despesa pblica deve representar nosso compromisso com o presente e o futuro do Pas, com as atuais e futuras geraes.

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Durante os ltimos oito anos, na condio de Ministra de Estado das Minas e Energia e, posteriormente, como Ministra de Estado Chefe da Casa Civil, tive a feliz oportunidade de estabelecer as melhores relaes de entendimento e coordenao com o Congresso Nacional. Agora, como presidenta, quero reiterar minha determinao e desejo de estreitar esses laos. Tendo por meta os superiores interesses do Pas, que unem a todos os brasileiros, conclamo novamente as senhoras e os senhores a uma parceria em favor do Brasil. Uma parceria em favor da democracia, da erradicao da misria, do desenvolvimento econmico e social sustentveis. Tendo sempre presente o respeito autonomia e independncia dos Poderes e ao princpio federativo, trabalharemos em consonncia com o Legislativo e o Judicirio, bem como com a parceria de governadores e prefeitos, para continuarmos a desenvolver nosso Pas, aperfeioando nossas instituies e fortalecendo nossa democracia. Muito obrigada.

Dilma RousseffPresidenta da Repblica Federativa do Brasil

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I - Desenvolvimento com Expanso do Emprego e distribuio de Renda

I DESENVOLVIMENTO COM EXPANSO DO EMPREGO E DISTRIBUIO DE RENDANo perodo de oito anos, entre 2003 e 2010, o Pas experimentou um salto no crescimento econmico e no enfrentamento da pobreza e da desigualdade. Os indicadores evidenciam a expressiva melhoria nas condies de vida da populao. A poltica econmica fortaleceu de maneira indita as polticas de distribuio de renda e de incluso social, promovendo um novo modelo de desenvolvimento baseado na produo e consumo de massa o qual permitiu a formao de vigoroso mercado interno no Pais. Estas conquistas se somaram ao compromisso com a estabilidade macroeconmica, o desenvolvimento sustentvel e a expanso do emprego e da renda. Essa trajetria exitosa teve incio com a adoo de medidas econmicas que reverteram o ambiente econmico adverso vigente no incio de 2003. Desde ento, o Governo Federal tem reafirmado seu compromisso com o respeito aos contratos e obrigaes do Pas, a preservao do supervit primrio, a manuteno do cmbio flexvel, do regime de metas para a inflao, e a reduo da vulnerabilidade externa. No decorrer do perodo as diretrizes econmicas voltadas para o crescimento, a criao de empregos, a estabilidade macroeconmica e a reduo da pobreza e da desigualdade foram preservadas. Para tanto, o Governo Federal se props a efetivar a manuteno do controle inflacionrio, reduzir gradativamente a taxa de juros, preservar o princpio da responsabilidade fiscal com reduo da relao dvida/PIB, ampliar as transferncias de renda aos mais pobres, valorizar o salrio mnimo, ampliar o acesso e o volume de crdito, e apoiar o crescimento e a realizao de investimentos em infraestrutura e em atividades estratgicas. Nos ltimos oito anos a economia acumulou crescimento mdio real de aproximadamente 4% e em 2010 o Produto Interno Bruto (PIB) deve alcanar expressivo crescimento da ordem de 7,5%. As polticas de distribuio de renda foram componentes fundamentais na implantao do novo modelo de desenvolvimento. Duas iniciativas se destacam: os programas de reduo da pobreza e o aumento real do salrio mnimo. O nmero de famlias beneficiadas pelos programas sociais aumentou de forma acelerada, contribuindo fundamentalmente para a reduo da pobreza e da desigualdade. O Programa Bolsa Famlia que tem como condicionantes a freqncia escolar das crianas e o atendimento de requisitos relativos nutrio e sade, alcanou, em dezembro de 2010, 12,8 milhes de famlias beneficirias com volume de recursos da ordem de R$ 13,46 bilhes. Milhes de brasileiros foram amparados pela rede de proteo social que transformou o Brasil. A desnutrio infantil diminuiu 62%, caindo de 12,5% (2003) para 4,8% (2008), estando prxima de ser zerada em 2010. Por sua vez, o ndice de Gini vem demonstrando importante melhoria na distribuio de renda (queda de 0,5886 em 2002 para 0,5448 em 2009). Os programas sociais foram implantados juntamente com acelerado crescimento da ocupao, provocando queda na taxa de desemprego (de 12,4% no acumulado no ano de 2003 at novembro para 6,87% no perodo de janeiro a novembro de 2010), forte aumento na participao do emprego formal no total da ocupao (de 44,5% em novembro de 2003 para 50,8% em novembro de 2010 no acumulado de 12 meses) e especialmente, um significativo aumento real entre 2003 e 2010 no salrio mdio efetivo e na massa salarial efetiva (de 21,4% e 25,7%, respectivamente, no acumulado at outubro de cada ano). A partir desse novo contexto no mercado de trabalho, outros mecanismos estimularam o desenvolvimento do mercado domstico. Um dos primeiros foi a criao do crdito consignado, surgido no final de 2003, com impacto bastante relevante no consumo. O desenvolvimento nos mercados de crdito, de forma geral, foi notvel desde ento. O crdito livre atingiu o volume de R$ 1,1 tri-

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lho em novembro de 2010, ou aproximadamente 30% do PIB. As emisses primrias de aes e debntures bateram recordes at a ecloso da crise no ultimo trimestre de 2008. Medidas na rea de incluso financeira (aumento de pontos de atendimento, contas simplificadas, fortalecimento do microcrdito, e apoio a cooperativas) se somaram ao renovado mpeto dos mercados creditcios em condies de baixa inflao e crescimento em acelerao. O mercado imobilirio foi igualmente estimulado pelas medidas de iseno tributria contidas na Lei 11.196 de 21 de novembro de 2005, que perenizou os incentivos fiscais da chamada MP do Bem, pelos incentivos decorrentes dos Fundos de Investimento Imobilirio, e posteriormente pelo Programa Minha Casa, Minha Vida, criado pela Lei 11.977 de 2009. Os bancos pblicos tiveram atuao destacada na oferta de crdito e especialmente na superao da crise internacional. No incio de 2009, o Governo disponibilizou crdito de 3,3% do PIB ao BNDES, o que possibilitou a oferta de linhas especiais de curto prazo ao setor produtivo. O Banco do Brasil e a Caixa Econmica Federal passaram a oferecer recursos a setores produtivos, a exemplo da agropecuria, construo civil, produo de insumos bsicos e de bens de consumo durveis. Superada a crise, o crdito direcionado atingiu 34% do crdito total, em novembro de 2010, comparado a 29% do crdito total em novembro de 2008. Destaque para o crdito habitacional (que alcanou R$ 126,6 bilhes em novembro de 2010) e para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES), cujos desembolsos atingiram R$ 172,5 bilhes no acumulado de 12 meses at novembro de 2010. O crdito agrcola foi beneficiado pela expanso do valor do Plano Safra, que subiu de R$ 53,5 bilhes em 2005-2006 para R$ 116 bilhes em 2010-2011. As taxas de inflao (medidas pelo IPCA) foram reduzidas progressivamente a partir de 2003, tendo se mantido desde 2005 no interior do intervalo de confiana estabelecido pelo Conselho Monetrio Nacional (CMN). As presses inflacionrias, verificadas em 2007, em decorrncia de choques adversos oriundos da oferta de alimentos num contexto de atividade econmica aquecida, e, em 2008, como resultado da elevao nos preos internacionais das commodities, foram combatidas com aes de poltica monetria (elevao da taxa bsica de juros) e tambm de poltica fiscal (ampliao do resultado primrio e desoneraes tributrias localizadas) at o advento da crise financeira internacional. Com a recuperao econmica em 2010 e o temor de um sobreaquecimento da economia, a taxa Selic foi elevada a partir de abril de 2010 num total de 2 pontos percentuais (200 pontos bsicos), at ser fixada em 10,75% a.a. em julho de 2010, tendo sido mantida constante at o final do ano, que terminou com a inflao dentro do intervalo de confiana da meta pelo sexto ano consecutivo, contribuindo para a manuteno da trajetria de queda nas taxas reais de juros praticadas na economia brasileira. A acelerao do crescimento econmico e o aumento de arrecadao proporcionaram receita adicional que foi destinada a aumentar o resultado primrio - reduzindo assim o tamanho da dvida pblica em relao ao PIB - e a ampliar os valores destinados aos programas de transferncia de renda. A reduo da relao dvida/PIB do setor pblico perdurou at o incio da crise de 2008, e recentemente retomou sua trajetria declinante, tendo se beneficiado tambm da reorganizao da estrutura da dvida. Trs iniciativas na execuo da poltica fiscal se destacam nos ltimos anos: i) elevao do salrio mnimo (que cresceu, em termos reais, mais de 50% entre abril de 2003 e janeiro de 2011); ii) priorizao ao aumento do investimento pblico do governo federal, especialmente aps a adoo do Programa de Acelerao do Crescimento (PAC), a partir de 2007, e do Programa Minha Casa, Minha Vida em 2009; e iii) a reestruturao das carreiras e salrios dos servidores pblicos, compreendendo aumentos salariais para as carreiras exclusivas de Estado e outros segmentos do servio pblico, ampliao das contrataes por concurso pblico e substituio da mo de obra terceirizada. O PAC recuperou a capacidade de induo governamental ao investimento e modernizao da economia. O Governo Federal passou a aumentar fortemente o investimento pblico em infraestrutura e a apoiar a formao de capital por parte da Petrobras e do setor privado, por meio de coordenao e financiamento de investimentos, e de desoneraes tributrias. Desse modo, os

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investimentos do Governo Central como proporo do PIB passaram de uma mdia de 0,54% em 2003-2006 para 1,0% do PIB em 2007-2010. J o investimento das empresas estatais passou de uma mdia de 1,0% do PIB entre 2003-06 para 1,6% do PIB entre 2007 e 2010. Devido a tais iniciativas, diante da crise internacional, o Governo Federal dispunha de espao fiscal para tomar medidas anticclicas necessrias e, simultaneamente, manter inalterados os gastos programados com previdncia e assistncia, bem como o aumento do salrio mnimo, sustentando desta forma o consumo das famlias. Alm disso, as desoneraes tributrias temporrias para estimular as vendas e o consumo permitiram a pronta recuperao do setor produtivo. Outro incentivo importante foi a sustentao do investimento atravs da equalizao da taxa de juros do Programa de Sustentao do Investimento (PSI) e o lanamento do Programa Minha Casa, Minha Vida com vistas a incentivar a produo em um setor intensivo em trabalho e em insumos produzidos no Pais. O alto nvel de reservas internacionais tambm foi um dos componentes para a superao da crise, na medida em que permitiu a ao preventiva do Banco Central nos mercados cambiais. Superada a crise especulativa do incio do Governo Lula, o cmbio evoluiu em nveis adequados manuteno da competitividade brasileira nos mercados internacionais at 2005. As exportaes cresceram mais do que as importaes, ampliando o saldo em conta corrente da economia. Posteriormente foram retomadas gradualmente as linhas externas de financiamento economia brasileira, com elevao no saldo lquido de investimento estrangeiro e do crdito comercial fornecido pelo resto do mundo ao Brasil. A combinao do aumento no saldo em conta corrente com a elevao do financiamento externo aumentou as reservas internacionais, dando espao para que o Brasil pudesse quitar a dvida com o Fundo Monetrio Internacional (FMI) ao final de 2005. Entre 2006 e 2008, a valorizao cambial e a expanso do nvel de atividade motivaram progressiva reduo do supervit em conta corrente. A queda no saldo em conta corrente foi compensada pela entrada macia de capitais externos, refletindo, especialmente, o forte crescimento interno, mas tambm o diferencial de juros e a expectativa de apreciao do Real. Nesse contexto, o Governo optou por contrapor-se apreciao do cmbio mediante acmulo de reservas. A crise financeira provocou em 2009 uma reduo dos valores exportados (de US$ 197,9 bilhes, em 2008, para US$ 153 bilhes, em 2009) com posterior recuperao em 2010 (US$ 202 bilhes). As importaes aceleraram a partir de 2006, reduzindo o saldo comercial bem como o saldo de transaes correntes. A evoluo desse ltimo mostra que o dficit em transaes correntes de 1,5% do PIB registrado em 2002 transformou-se num supervit de 1,8% em 2004; mas, logo voltou a registrar dficits, sendo que no acumulado do ano de 2010 atingiu 2,28% do PIB Apesar da piora do cenrio internacional num contexto marcado por menor crescimento mundial, acirramento da concorrncia internacional e desvalorizaes competitivas de moedas, a economia brasileira tem apresentado bom desempenho, refletindo os efeitos positivos das medidas econmicas adotadas desde a ecloso da crise internacional. O ano de 2010 caracterizou-se pela recuperao econmica do Pas frente aos efeitos advindos da crise financeira internacional: estimulados pelas medidas anti-cclicas tomadas pelo Governo, os empresrios e consumidores retomaram a confiana ensejando o aumento da demanda, o crescimento do consumo das famlias e a recuperao dos nveis de investimento. O crescimento do PIB em 2010 ser, provavelmente, o maior desde 1986. A crise foi enfrentada sem descontrole inflacionrio, com gerao de empregos e equilbrio fiscal. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED/MTE), em 2010, pela primeira vez, o numero de empregos formais gerados no ano alcanou 2,524 milhes A taxa mdia de desemprego de 6,7%, em 2010, a menor da srie histrica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE).

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Afirmou-se novamente o papel do Estado no combate desigualdade na distribuio de renda (metade do gasto primrio federal so transferncias), reduzindo de forma contnua a desigualdade da renda e a pobreza. A emergncia da nova classe mdia (mais da metade da populao total, de acordo com o CPS/FGV) incluiu parcela expressiva da populao a novo patamar de consumo com maior acesso ao crdito, aos bens de consumo durveis e moradia. A cooperao entre Estado e mercado na superao dos gargalos ao crescimento na forma de desoneraes, novos e ampliados mecanismos de financiamento, seguro e garantias, planejamento e parcerias, tambm apresentou avanos. O estoque das operaes de crdito do sistema financeiro totalizou R$ 1,7 trilho em novembro de 2010, representando 46,3% do PIB, ante 44,4% em igual perodo de 2009.

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O investimento pblico e privado voltou a se acelerar em 2010. O Governo fez crescer o total do investimento pblico, com o prosseguimento dos principais programas, o PAC e o Programa Minha Casa, Minha Vida. As medidas temporrias de incentivo por meio de desonerao foram progressivamente retiradas na medida em que a economia se recuperava. Os bancos pblicos foram fundamentais na superao da crise. Os desembolsos do BNDES mantiveram-se em patamares recordes e o Programa de Sustentao do Investimento (PSI) permitiu o apoio ao investimento nos setores mais vulnerveis retomada do crescimento. Os bancos pblicos sustentaram o crescimento do crdito na crise, especialmente para capital de giro e imobilirio, e o setor bancrio privado voltou a expandir o crdito em 2010. A poltica monetria anticclica, que havia levado a taxa Selic para 8,75% a.a. no incio de 2010, foi revertida a partir de abril, e a taxa elevou-se a 10,75% a.a. at o final do ano, de modo a evitar uma maior acelerao na inflao neste ano, especialmente tendo em vista as presses verificadas nos preos dos alimentos. A poltica fiscal, que havia contribudo com destaque para estimular a recuperao econmica, foi progressivamente ajustada, com a retirada dos incentivos para estmulo a vendas e consumo. A dvida lquida recuou para 40,1% do PIB em novembro de 2010, consolidando a retomada de sua trajetria declinante. A arrecadao federal tambm se recuperou, como resultado da retomada do crescimento. A taxa de investimento pblico (Unio + Estatais) atingiu em novembro a marca de 3,25% do PIB. O processo de capitalizao da Petrobras, no total de R$ 120,3 bilhes, reforou o caixa da empresa, possibilitando a implementao do plano estratgico de investimentos no valor global de US$ 224 bilhes at 2014. Um dos principais programas para enfrentamento da crise econmica internacional e reduo do dficit habitacional, o Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV), j apresenta resultados. Desde o incio das operaes do PMCMV em 2009, at dezembro de 2010, j foram contratadas mais de um milho de moradias com volume de recursos da ordem de R$ 53,16 bilhes. As reservas internacionais continuaram aumentando, atingindo US$ 288,6 bilhes em dezembro de 2010. A reduo da dvida externa bruta e as altas reservas ajudaram a dvida externa lquida a permanecer negativa, conforme ocorre desde 2007. No acumulado de 2010, as exportaes atingiram US$ 202 bilhes, um aumento de aproximadamente 32% sobre o resultado de 2009. No mesmo perodo, as importaes aumentaram 42%, alcanando cerca de US$ 182 bilhes em 2010 de modo que o saldo comercial diminuiu de US$ 25 bilhes, em 2009, para US$ 20 bilhes, em 2010. A corrente de comrcio alcanou US$ 384 bilhes em 2010, representando um crescimento de 36,6% em relao ao verificado em 2009. Em 2010, as exportaes, as importaes e a corrente de comrcio registraram recorde histrico. O Governo aumentou a taxao do IOF sobre capitais externos em 2010, como forma de diminuir a volatilidade e combater a apreciao do cmbio. A economia brasileira voltou, assim, a crescer de forma consistente, consolidando as conquistas sociais dos ltimos anos e preparando um futuro melhor para os brasileiros. As aes do Governo fizeram o Pas atravessar a fase mais crtica da crise financeira

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internacional sem desestabilizao de sua economia, de forma mais rpida que os demais pases. Contrariamente s expectativas pessimistas prevalecentes no final de 2008 e incio de 2009, o emprego, a produo e os investimentos foram prontamente recuperados aps a crise, consolidando o novo ciclo de desenvolvimento da economia brasileira. O Pas atualmente possui estrutura produtiva diferenciada, de base industrial diversificada e de larga escala. Os investimentos em cincia, tecnologia e inovao vem aumentando a competitividade e a produtividade dos setores produtivos, ampliando a presena externa de empresas brasileiras. As descobertas na regio denominada Pr-Sal, nas bacias martimas de Santos e Campos, no Sudeste do Pas, totalizam de 22,2 a 33,5 bilhes de boe (barris equivalente de petrleo), volume equivalente ao dobro das reservas provadas de petrleo e gs natural brasileiras em 2009, que foram de 15,1 bilhes de boe. A produo de energias renovveis tambm vm se expandindo ao longo dos ltimos anos, com previso, em 2011, de acrscimo na capacidade de gerao de energia eltrica no Brasil da ordem de 1.735,4 MW de fonte hidrulica. O Brasil hoje um Pas com economia madura, sistema financeiro saudvel, instituies slidas, democracia plena e que vem adotando um processo de incluso social crescente. O Pas tem um legado valioso na rea econmica e um quadro social menos desigual: 28 milhes de brasileiros saram da pobreza e 36 milhes ingressaram na classe mdia. O Estado recuperou sua capacidade de realizar e induzir investimentos e de planejar no longo prazo. A ampliao dos investimentos e a expanso das conquistas sociais sero fundamentais para a manuteno desse novo modelo de crescimento, e a poltica macroeconmica procurar se manter compatvel com o equilbrio fiscal, o controle inflacionrio e a adoo de medidas que dinamizem o mercado interno. A perspectiva de estimular a produo nacional e a exportao, alm da adoo de polticas regionais para promover um desenvolvimento mais harmnico do Pas. Polticas pblicas diversas industrial, agrcola, energtica, infraestrutura sero centrais para a transformao produtiva do Pas. So diversos os desafios nessas reas: conciliar o desenvolvimento de empresas dos mais variados portes, favorecendo a gerao de empregos; estimular o empreendedorismo, qualificando profissionais e ampliando mercados; fortalecer o agronegcio e a agricultura familiar, com mais crdito e apoio tecnolgico; ampliar a infraestrutura logstica impulsionando o crescimento econmico; incentivar a eficincia energtica e o uso de energia renovvel. A implementao da carteira de investimentos do PAC 2 propiciar a superao de obstculos que limitam o crescimento da economia, especialmente no transporte ferrovirio e rodovirio, nos portos, aeroportos e nas condies de armazenagem. Outras questes relacionadas qualidade de vida da populao brasileira, a exemplo do saneamento bsico e da habitao continuaro sendo prioritrias. O desafio atual consiste em erradicar a pobreza extrema e prosseguir reduzindo desigualdades, promovendo a igualdade de direitos e ampliao das oportunidades para todos. O Programa Bolsa Famlia continuar tendo papel da maior relevncia, sendo complementado com polticas para gerao de emprego e renda, proteo ao trabalhador, sade, educao e segurana pblica e investimentos em habitao, saneamento, transporte e energia. Destacam-se ainda as aes necessrias realizao da Copa do Mundo FIFA 2014 e dos Jogos Olmpicos e Paraolmpicos Rio 2016 e ao desenvolvimento de infraestrutura para massificar o acesso Internet em banda larga a preos acessveis aos cidados. Em 2011, o Governo dar continuidade poltica de contedo local de bens e servios do setor petrolfero, prosseguindo com a reativao da indstria brasileira, em especial a naval.

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Na rea de segurana pblica, o PAC 2 prev investimentos at 2013 de R$ 1,6 bilho com a implantao de 720 bases de polcia comunitria permitindo a ambincia necessria para o acesso das comunidades aos demais servios pblicos. Destaca-se ainda em 2011 a implementao da poltica nacional de resduos slidos e a formao do Fundo Social com recursos oriundos da explorao do petrleo nas reas do Pr-Sal que sero destinados aos programas e projetos nas reas de combate pobreza e de desenvolvimento da educao; da cultura; do esporte; da sade pblica; da cincia e tecnologia; do meio ambiente; e de mitigao e adaptao s mudanas climticas. Ser ainda apreciado pelo Congresso Nacional o Projeto de Lei n 8.051 que dispe sobre os royalties devidos e sua distribuio em funo da produo de petrleo, de gs natural e de outros hidrocarbonetos fluidos sob o regime de partilha de produo, em reas do Pr-Sal e em reas estratgicas. A medida visa a aprimorar o aspecto alocativo e distributivo de recursos no rateio com entes da Federao, fortalecendo assim os laos federativos e ampliando o funding para a implementao de polticas no mbito dos Estados. Em resumo, as perspectivas para os prximos anos compreendem a consolidao do crescimento, a erradicao da pobreza extrema, e o fortalecimento da estrutura produtiva nacional ampliando a qualidade de vida de todos os brasileiros, em especial dos menos favorecidos.

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II - Desenvolvimento Inclusivo e Erradicao da Pobreza Extrema

II - DESENVOLVIMENTO INCLUSIVO E ERRADICAO DA POBREZA EXTREMA 1. Poltica de Desenvolvimento ProdutivoDiversas iniciativas de cunho estrutural, tomadas antes da ecloso da crise de 2008 e mantidas desde ento, ajudaram o Brasil na superao de restries provocadas pela reduo das taxas de crescimento das economias centrais. Dentre essas iniciativas, cabe destacar o aumento da proteo social, a expanso dos investimentos pblicos, as desoneraes tributrias, a ampliao do financiamento e as condies de crdito ao setor empresarial. A abordagem de enfrentamento pelo Governo tambm foi importante para que a crise no se aprofundasse. As polticas adotadas Acelerao do Crescimento (PAC) e desonerar tributariamente setores estratgicos da economia incentivaram empresrios e trabalhadores a produzir e a consumir, a fim de que no se formasse um crculo vicioso decorrente da postergao dos investimentos e do consumo, o que implicaria em desemprego e estagnao econmica. Em 2010, as polticas pblicas voltadas para o desenvolvimento produtivo continuaram a focar principalmente: o fortalecimento do mercado interno, visando a mitigar os efeitos da crise internacional; a ampliao e a diversificao dos mercados e destino das exportaes do Pas; a internacionalizao de empresas de capital brasileiro; os instrumentos de defesa comercial, metrologia e qualidade industrial e de propriedade intelectual, alm das negociaes de acordos internacionais de comrcio. Alguns dos indicadores que o Brasil apresenta hoje so resultados de polticas pblicas que priorizaram os investimentos estratgicos, a adequao de marcos legais e regulatrios que minimizaram riscos como os de quebra de contrato e de direito de propriedade e o fortalecimento de instituies pblicas. Isso colocou o Brasil prximo aos padres de governana corporativos exigidos internacionalmente. Entretanto, os desafios para os prximos anos continuaro a exigir articulao ainda maior entre o setor pblico e o privado, para consolidar e aumentar o nmero de empresas exportadoras, agregar valor aos produtos nacionais e aumentar o esforo de inovao tecnolgica das empresas para incentivar de forma sustentada o aumento da produtividade e da competitividade dos bens e servios brasileiros. Lanada em maio de 2008, a Poltica de Desenvolvimento Produtivo (PDP) um instrumento de promoo da competitividade industrial de mdio e longo prazo, que contribui para o aumento da capacidade de crescimento e sustentao da economia do Pas. Essa poltica est estruturada em programas de ao direcionados a sistemas produtivos, abrangendo reas como tecnologia de informao e comunicao (TIC), biotecnologia, nanotecnologia e complexos de defesa e de sade e energia nuclear, bem como em reas de destaques estratgicos, como micro e pequenas empresas, exportaes, desenvolvimento regional, desenvolvimento limpo e integrao com a Amrica Latina, Caribe e frica. Os trabalhos da PDP so realizados em conjunto entre diversos rgos governamentais, o que contribui para a ampliao da integrao entre os programas de governo e o aprofundamento da articulao com o setor privado, no mbito dos Fruns de Competitividade. A integrao com outros programas de Governo se realiza pelas interfaces dos programas que compem a PDP com outras iniciativas governamentais, tais como: o Plano de Ao para Cincia, Tecnologia e Inovao (PACTI), o PAC, o Plano de Desenvolvimento da Educao (PDE) e o Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV), dentre outros.

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visando a aumentar a oferta de crdito pelos bancos pblicos, manter os investimentos dos programas sociais e do Programa de

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O ano de 2009 foi marcado pela retomada do crescimento da economia brasileira no ps-crise. Desde o incio de 2009, a produo da indstria vem crescendo a taxas expressivas, o que possibilitou ao Brasil alcanar, no primeiro trimestre de 2010, patamares similares aos observados antes da crise, na qual a produo da indstria teve uma queda da ordem de 20%.

a) Programas para o Fortalecimento da CompetitividadeEm 2010, a poltica industrial brasileira foi marcada por metas bem definidas; pela inovao, requisito para o alcance de novo patamar de competitividade; e pela ampliao da presena externa de empresas brasileiras. O trabalho intragoverno e o dilogo entre o Governo e o setor produtivo foram importantes para esses resultados. Os Programas para o Fortalecimento da Competitividade apresentaram resultados diversos, em decorrncia das caractersticas inerentes aos segmentos produtivos associados. A seguir, ressaltam-se os resultados j alcanados e as medidas de destaque a serem adotadas: Na cadeia produtiva da Construo Civil foi publicada pela Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT) a Norma Tcnica NBR-ISO 12006-2:2010, que organiza informaes da construo e define um padro nacional, e institudo um sistema de classificao de componentes para a construo. O desembolso do Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES) para o Programa Construo Civil, no perodo de maio de 2008 a dezembro de 2010, foi de, aproximadamente, R$ 16,5 bilhes em 32,3 mil operaes. Em 2011, pretende-se dar sequncia ao desenvolvimento da construo individualizada e implantao da coordenao modular no Pas; No segmento de Plsticos, em 2010 foi criado o Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Plstico (BNDES Proplstico), com recursos da ordem de R$ 700 milhes e vigncia at setembro de 2012. O desembolso do BNDES para o segmento, no perodo de maio de 2008 a dezembro de 2010, foi de, aproximadamente, R$ 2,9 bilhes, para 11,6 mil operaes. Em 2011, objetiva-se fortalecer as empresas da 3 gerao na modernizao de tcnicas (mquinas, insumos e moldes) e inovao gerencial; No setor de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosmticos, houve a concluso do Plano de Desenvolvimento Setorial (PDS), o convnio SEBRAE-ABDI-ABIHPEC e a aprovao de critrios para acordos de simplificao de procedimentos de controle sanitrio de produtos no mbito do Mercosul. Em 2011, objetiva-se proporcionar maior agregao de valor aos produtos da cadeia com observncia aos aspectos sanitrios; No setor de Eletroeletrnica de Consumo, houve a elaborao do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnolgico da Indstria de Iluminao para estimular a maior produo nacional de lmpadas fluorescentes compactas e de Light Emitting Diode (LED) e Organic Light Emitting Diode (OLED). O desembolso do BNDES para o setor, no perodo de maio de 2008 a dezembro de 2010, foi de, aproximadamente, R$ 2 bilhes, para cerca de duas mil operaes. Em 2011, objetiva-se ampliar a escala do mercado domstico para a linha branca; desenvolver projetos para a linha marrom; e fomentar as exportaes para a linha de portteis para o Mercosul e Pases Andinos; No setor de Bens de Capital, o Programa de Sustentao do Investimento (PSI), criado em julho de 2009, foi o destaque para a retomada do investimento na indstria de mquinas e equipamentos, que tradicionalmente era o ltimo setor a se recuperar das crises. No perodo de maio de 2008 at o ms de dezembro de 2010, as 455 mil operaes aprovadas e contratadas atingiram R$ 116 bilhes; Na Indstria Martima, em 2011, sero priorizadas melhorias na regulamentao do Fundo Garantidor da Construo Naval, importante instrumento para estimular e viabilizar o crescimento e fortalecimento desse Setor. O desembolso do BNDES para a

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indstria, no perodo de maio de 2008 a dezembro de 2010, foi de, aproximadamente, R$ 5,4 bilhes, para 662 operaes; No Complexo Automotivo, foi extinto o redutor de 40% que incidia sobre o Imposto de Importao (II) de autopeas destinadas produo e tambm reduzido, no mbito do Mercosul, para 2% o referido imposto em 116 itens do segmento. Houve ainda a realizao de estudos com recomendaes sobre a adoo de novas tecnologias para o aumento da eficincia energtica e a reduo das emisses. Em 2011, pretende-se dar sequncia implantao ou ao aprimoramento de acordos internacionais, principalmente nas negociaes com a Unio Europeia para troca de ofertas de condies de acesso e com a Venezuela e o Uruguai para quotas de veculos. O desembolso do BNDES para o setor, no perodo de maio de 2008 a dezembro de 2010, foi de, aproximadamente, R$ 9,5 bilhes, para cerca de cinco mil operaes; Para os setores de Txtil, Vesturio e Confeces pode ser destacada a implantao do Novo Revitaliza, uma linha de financiamento voltada s atividades produtivas intensivas em mo de obra. O desembolso do BNDES para os setores, no perodo de maio de 2008 a dezembro de 2010, foi de aproximadamente R$ 3,5 bilhes, para cerca de 45 mil operaes; Para o setor de Madeira e Mveis, com o intuito de estimular a insero internacional do produto, foi estendido o prazo para a concesso de financiamentos no mbito do Programa de Financiamento s Exportaes (PROEX) de quatro para doze meses. O desembolso do BNDES para o setor, no perodo de maio de 2008 a dezembro de 2010, foi de aproximadamente R$ 2,0 bilhes, para cerca de 16 mil operaes; No Complexo de Servios, destaque para a desconcentrao das exportaes de servios mediante a ampliao em 50% dos Projetos Setoriais de Servios da Agncia de Promoo de Exportaes do Brasil (Apex-Brasil). O desembolso do BNDES para o complexo, no perodo de maio de 2008 a dezembro de 2010, foi de aproximadamente R$ 35 bilhes, para 159 mil operaes; Para o setor de Couro, Calados e Artefatos tambm foi estendido o prazo para a concesso de financiamento no mbito do PROEX para at 12 meses. O desembolso do BNDES para o setor, no perodo de maio de 2008 a dezembro de 2010, foi de aproximadamente R$ 1,2 bilho, para cinco mil operaes; Para a Indstria de Brinquedos foram criados estmulos fiscais e creditcios, sendo que a atividade relacionada ao design de brinquedos foi inserida na lista de itens financiveis pelo Carto BNDES. Tal medida constituiu uma ao de incentivo produo de design de brinquedos no Brasil, considerado atualmente o elo frgil da cadeia produtiva. O desembolso do BNDES para a indstria, no perodo de maio de 2008 a dezembro de 2010, foi de aproximadamente R$ 35 milhes, para 495 operaes; Para o complexo agroindustrial, houve a incluso de produtos agropecurios e de cooperativas no drawback, a ampliao do acesso ao crdito rural pelo produtor e a criao de linhas de crdito com regras de enquadramento diferenciadas. O desembolso do BNDES para o complexo, no perodo de maio de 2008 a dezembro de 2010, foi de aproximadamente R$ 59,5 bilhes, para 282 mil operaes; e Para o segmento do trigo foi implementado o Sistema Nacional de Certificao de Unidades Armazenadoras de Trigo. O desembolso do BNDES para o segmento, no perodo de maio de 2008 a dezembro de 2010, foi de aproximadamente R$ 470 milhes, para um total de cerca mil operaes.

b) Programas para Consolidar e Expandir a LideranaOs Programas para Consolidar e Expandir a Liderana contriburam para o desenvolvimento das empresas lderes locais, bem

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como de seus fornecedores. As medidas de destaque envolvem a criao ou a melhoria das condies de financiamento, implantao de centros de pesquisa e aprimoramentos regulatrios. Complexo Aeronutico: foi implantado o Regime Especial para a Indstria Aeronutica Brasileira (Retaero) pela Lei n 12.249, de 11 de junho de 2010. O regime permite que bens e servios utilizados como insumo na cadeia aeronutica tenham a suspenso de tributos, quando da aquisio no mercado interno ou na sua importao. O desembolso do BNDES para o complexo, no perodo de maio de 2008 a dezembro de 2010, foi de, aproximadamente, R$ 7,4 bilhes, para 481 operaes; Petrleo, Gs e Petroqumica: Plano de Negcios da Petrobras 2010-2014, com previso de investimentos da ordem de US$ 224 bilhes e concluso do processo de capitalizao da empresa em setembro de 2010, com captao de recursos da ordem de US$ 70 bilhes. Criao do Departamento da Cadeia Produtiva de Petrleo e Gs no BNDES. Criao de Comits de P&G por federao estadual das indstrias, para identificar oportunidades e desenvolver os investimentos da cadeia nacional de fornecedores de bens e servios. O desembolso do BNDES para o setor, no perodo de maio de 2008 a dezembro de 2010, foi de, aproximadamente, R$ 64 bilhes, para cerca de 4,6 mil operaes; Bioetanol: aprovado o zoneamento agroecolgico da cana-de-acar e estabelecidas normas para as operaes de financiamento ao setor sucroalcooleiro. Regulamentao dos procedimentos para a conexo entre a usina e o sistema eltrico. A medida foi implantada por meio da criao de oito Instalaes de Transmisso de Interesse Exclusivo de Centrais de Gerao para Conexo Compartilhada (ICG). O desembolso do BNDES para o segmento, no perodo de maio de 2008 a dezembro de 2010, foi de, aproximadamente, R$ 15,7 bilhes, para cerca de 5,2 mil operaes; Carnes: consolidao de empresas brasileiras como principais players mundiais. Pacto contra o desmatamento (moratria da carne) no Bioma Amaznia. Desonerao das importaes de fosfato biclcico e cido fosfrico para suplementao mineral do gado. Elaborao do estudo Plano de Logstica e Transporte identificando solues logsticas multimodais para a cadeia de carnes. O desembolso do BNDES para o segmento, no perodo de maio de 2008 a dezembro de 2010, foi de, aproximadamente, R$ 16,2 bilhes, para 66 mil operaes; Papel e Celulose: consolidao empresarial e saneamento de passivos, com a retomada do investimento tanto em expanso da base florestal quanto das plantas industriais, assegurando a sustentabilidade ambiental e do crescimento da produo. O desembolso do BNDES para o segmento, no perodo de maio de 2008 a dezembro de 2010, foi de, aproximadamente, R$ 6,5 bilhes, para oito mil operaes; Siderurgia: investimentos para ampliao da capacidade na siderurgia brasileira em 9,6 milhes de toneladas/ano, alm da adio de cinco milhes de toneladas/ano da Usina Siderrgica da CSA-ThyssenKrupp). Criao da Linha BNDES Florestal e elevao do limite por cliente do Programa de Plantio Comercial e Recuperao de Florestas (PropFlora) para R$ 300 mil para incentivar a siderurgia a carvo vegetal, que contar com financiamento para projetos de reflorestamento e plantio. Poltica de atrao de investimentos em semiacabados. O desembolso do BNDES para o setor, no perodo de maio de 2008 a dezembro de 2010, foi de, aproximadamente, R$ 10,8 bilhes, para cerca de 5,1 mil operaes; e Minerao: elaborao de anteprojeto de lei do novo Cdigo de Minerao. Criao de novas empresas em minerao, inclusive com a atrao de investidores estrangeiros como a NAMISA e a MMX, alm da entrada de novas empresas estrangeiras como a Anglo American, Anglo Ferrous, Mirabela Nickel, dentre outras. O desembolso do BNDES para o setor, no perodo de maio de 2008 a dezembro de 2010, foi de, aproximadamente, R$ 6,6 bilhes, para 3,6 mil operaes.

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c) Programas Mobilizadores em reas EstratgicasOs Programas Mobilizadores em reas Estratgicas esto em estgios diversos, em decorrncia das caractersticas inerentes aos segmentos produtivos e da experincia pregressa na implantao de programas correlatos no mbito do Governo. Alm disso, as medidas relacionadas a projetos de infraestrutura ou projetos de pesquisa e desenvolvimento tm longo prazo de maturao, o que interfere na identificao de resultados nesta fase de implementao da PDP. Biotecnologia: aprovados no mbito do fundo setorial de Biotecnologia com destaque para a Bioescala (implantao de estruturas e apoio para escalonamento de produtos e processos biotecnolgicos) e a Rede GENOPROT (Rede integrada de estudos genmicos e protemicos). Adicionalmente, em 2010 foram obtidos os seguintes resultados: coordenao e participao do setor privado e do Governo na divulgao de biotecnologia brasileira para o mundo no maior evento do segmento, a BIO2010 em Chicago (EUA); misso Cingapura, com o propsito de avaliar o sistema de inovao e o desenvolvimento tecnolgico em Biotecnologia da Sade Humana; realizao do II Enconit-Biotec em Belo Horizonte, que contou com a participao de aproximadamente 150 empresrios do setor durante os trs dias de evento; Complexo Industrial da Defesa: apoiados 25 projetos estratgicos, no mbito da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Desse total, seis foram escolhidos como projetos-piloto para implementao da fase de industrializao. So eles: Mssil Ar-Ar A-Darter; Fibra Carbono de Alto Desempenho; Viatura Blindada para Transporte de Pessoal; Laboratrio de Microondas de Potncia; Radares de vigilncia area SABER; e Sistemas Inerciais para Aplicao Aeroespacial. O desembolso do BNDES para o complexo, no perodo de maio de 2008 a dezembro de 2010, foi de, aproximadamente, R$ 42,5 milhes, para 127 operaes; Nanotecnologia: foram selecionados oito institutos nacionais de nanotecnologia (Edital n 15/2008 MCT/CNPQ/FNDCT/CAPES/ FAPEMIG/FAPERJ/FAPESP Institutos Nacionais de Cincia e Tecnologia), com atuao nas Regies Norte, Nordeste e CentroOeste. Foi realizada seleo pblica de propostas para apoio a atividades de pesquisa e desenvolvimento de produtos, processos e servios inovadores em nanotecnologia; Nuclear: foi licitada a explorao conjunta da Mina Santa Quitria e formada a parceria INB-Galvani. O investimento previsto de R$ 600 milhes a serem aportados pela Galvani para construo de planta de beneficiamento de fosfato, que dever gerar como subproduto 1.500t/ano de concentrado de urnio. Foram aprovados a construo do Laboratrio Nacional de Fuso Nuclear (LNF) e o projeto do reator multipropsito; Sade: foram realizadas nove parcerias entre o setor pblico e setor privado para o desenvolvimento tecnolgico de 14 produtos, num montante de R$ 650 milhes e iniciado projeto de verticalizao da produo de antirretrovirais (FINEP/MCT e MS R$ 45 milhes). O desembolso do BNDES para o setor, no perodo de maio de 2008 a dezembro de 2010, foi de, aproximadamente, R$ 1,7 bilho, para 1,8 mil operaes; e Tecnologia da Informao e Comunicao (TIC): inaugurada unidade de produo da CEITEC S.A., empresa pblica de produo de semicondutores (componentes microeletrnicos); consolidao de empresas brasileiras no setor de Software, Totvs, por exemplo; 425 Municpios com sinal da TV Digital terrestre, alcanando cerca de 90 milhes de habitantes em 20,3 milhes de famlias em dezembro de 2010. O desembolso do BNDES para o setor, no perodo de maio de 2008 a dezembro de 2010, foi de, aproximadamente, R$ 11,6 bilhes, para 14,2 mil operaes.

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d) Programa Destaques EstratgicosO Programa Destaques Estratgicos trata de questes fundamentais ao desenvolvimento da indstria e ao Pas, perpassando diversos complexos produtivos. Foram estabelecidas iniciativas para as seis dimenses desse Programa, com destaque para: Integrao Produtiva com a Amrica Latina e o Caribe: criado o Programa de Integrao Produtiva (PIP) e o Fundo Mercosul de Garantias para Micro, Pequenas e Mdias Empresas para viabilizar o acesso de pequenas empresas ao crdito bancrio e promover maior integrao econmica na Regio; Integrao com a frica: cooperao com Angola, Libria, Mali e Moambique para apoio tcnico ao desenvolvimento industrial destes pases, com a gerao de oportunidades de negcios;

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Micro, Pequenas e Mdias Empresas (MPEs): regulamentado o consrcio simples de exportao para MPEs e da fiscalizao orientadora; expanso do acesso ao crdito e ao financiamento, com ampliao das linhas do Carto BNDES, do FCO Empresarial e do fomento s MPEs dos bancos oficiais, alm da criao do Fundo de Garantia de Operaes (FGO), pelo Banco do Brasil, e do Fundo Garantidor para Investimentos (FGI), pelo BNDES; extenso do Fundo de Garantia Exportao (FGE) s micro, pequenas e mdias empresas. Alm disso, o ano de 2010 correspondeu consolidao das atividades do Projeto de Apoio Insero Internacional de PMEs brasileiras (PAIIPME), maior programa de cooperao tcnica internacional do Brasil e uma das iniciativas mais importantes que a Unio Europeia possui com pases latino-americanos. O PAIIPME conta com a parceria de 29 instituies brasileiras, pblicas e privadas, e com um oramento global de 44 milhes de euros. Ao todo, so 33 projetos desenvolvidos por entidades parceiras locais, regionais e nacionais, pblicas e privadas. Foram realizados mais de 2.660 dias de Assistncia Tcnica Internacional, com alcance em todos os Estados brasileiros. As aes de formao e de intercmbios, iniciadas no terceiro trimestre de 2008, somaram em torno de 60 misses tcnicas realizadas no Brasil e nos pases da Unio Europeia. O desembolso do BNDES para MPEs, no perodo de maio de 2008 a dezembro de 2010, foi de, aproximadamente, R$ 42,2 bilhes, para 741 mil operaes; Regionalizao: reformulado o Programa de Zonas de Processamento de Exportao (ZPE); criado o Fundo Nordeste fundo de investimento em empresas emergentes; executada a Poltica Nacional de Arranjos Produtivos Locais; ampliado o financiamento a microempreendedores; instalados 19 Ncleos Estaduais e criado o RENAPI (Rede Nacional de Agentes de Poltica Industrial) para apoio implantao da PDP. O desembolso do BNDES para as Regies Norte e Nordeste, no perodo de maio de 2008 a dezembro de 2010, foi de, aproximadamente, R$ 71 bilhes, para 173 mil operaes; Produo Sustentvel: divulgao e ampliao do debate sobre os benefcios da utilizao de sistemas de aquecedores solares residenciais, levando incluso desse equipamento como item financivel do programa Minha Casa, Minha Vida em suas unidades. O desembolso do BNDES para a produo sustentvel, no perodo de maio de 2008 a dezembro de 2010, foi de, aproximadamente, R$ 321 milhes, para 120 operaes; e Exportaes: instituio de procedimento especial para o ressarcimento de crditos tributrios da contribuio para o PIS-Pasep, Contribuio para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); aperfeioamento e consolidao dos atos normativos aduaneiros; eliminao de restries nos diferentes regimes de drawback, implantao do Siscomex Carga. O desembolso do BNDES para operaes de comrcio exterior, no perodo de maio de 2008 a dezembro de 2010, foi de, aproximadamente, R$ 45 bilhes, para 2,8 mil operaes. No mbito das aes de apoio ao design brasileiro, em 2010 o Governo trabalhou na elaborao de proposta e diretrizes, estratgias e aes para compor a Agenda Nacional Institucional do Design para o perodo 2011-2014. Foi realizada a terceira edio da Bienal

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Brasileira de Design, em Curitiba (PR) que contou com mais de 250 mil visitantes. Em 2011, os trabalhos vo se concentrar no planejamento da prxima Bienal Brasileira de Design, que ser realizada em 2012, em Belo Horizonte. Em consonncia com os compromissos firmados pelo Governo na 15 Conferncia das Partes das Naes Unidas, em Copenhague, de reduo de emisses de gases de efeito estufa, ser desenvolvido o Plano Setorial de Reduo de Emisses da Siderurgia, bem como o Projeto de Modernizao da Produo de Carvo Vegetal no Brasil. Buscando atender a critrios de diversidade setorial e prioridades de desenvolvimento regional, a atuao em relao a Arranjos Produtivos Locais (APL) priorizou 267 APLs. Em 2011 pretende-se concluir o desenvolvimento do Sistema Integrado de Gesto do Conhecimento em APLs, o que permitir o monitoramento e a gesto dos conhecimentos produzidos pelos APLs, alm de promover a interao entre os atores produtivos e institucionais envolvidos. Como instrumento de integrao produtiva, em 2010, o Subgrupo de Trabalho Indstria (SGT 7) do Mercosul priorizou a agenda de cooperao em APLs. Em 2011, junto com a 5 Conferncia Brasileira de APLs, dever ser realizado o Encontro de Clusters/APLs Mercosul e Pases Associados. Esses eventos serviro como forma de aprimorar as polticas pblicas e estimular o desenvolvimento local, promovendo a troca de informaes e de experincias no desenvolvimento das empresas e empreendedores organizados em APLs. Como incentivo a investimentos, o mecanismo de desonerao do imposto de importao sobre bens de capital no produzidos no Brasil, Ex-Tarifrio, no ano de 2010, reduziu a tarifa incidente sobre 1.869 itens de bens de capital e de informtica e telecomunicao, com investimentos globais esperados, associados aos projetos, no valor de US$ 27,1 bilhes. Em 2010 foram publicadas 55 portarias de Processo Produtivo Bsico (PPB), um instrumento de benefcios s empresas que cumprem etapas de produo, para empreendimentos no Polo Industrial de Manaus (PIM) e no restante do Pas com os incentivos da Lei de Informtica. Do nmero total de portarias, 43 foram relativas a bens industrializados no PIM e 12 para bens de informtica. A Rede Nacional de Informaes sobre o Investimento (RENAI) se constitui em uma rede de informaes sobre a atividade de investimento no Pas, com o apoio de parceiros como rgos estaduais de fomento de investimentos e entidades de classe empresariais. A rede visa a tornar disponveis estas informaes para ampla utilizao e consulta por parte de investidores, entidades de fomento do desenvolvimento, rgos de pesquisa, organismos pblicos e agncias internacionais, entre outras. Sua criao permitiu uma maior integrao e o estabelecimento de uma intensa parceria entre o Governo e seus homlogos na esfera estadual, na sua busca pela implantao de investimentos produtivos. Como resultado das aes para a promoo de investimento desenvolvidas pela RENAI, as informaes disponveis na Internet (http://investimentos.desenvolvimento.gov.br), com destaque para o banco de oportunidades de investimento, tm registrado em torno de cinco mil acessos mdios mensais, a partir de mais de 120 pases. Alm do grande volume de acessos originados de empresas brasileiras, os principais pases que consultaram as informaes da RENAI, no perodo de 2007 a 2010, foram Portugal (28,2%), Itlia (9,9%), Japo (9,4%) e Mxico (6,9%). Em 2010, o Governo Federal trabalhou tambm para ampliar a qualificao de gestores estaduais para atender potenciais investidores. Em 2011 sero priorizados seminrios internacionais e recepes de misses empresariais estrangeiras, com maior nfase na divulgao das oportunidades de investimento decorrentes da Copa do Mundo FIFA 2014 e dos Jogos Olmpicos e Paraolmpicos Rio 2016.

e) Comrcio ExteriorA implementao de medidas previstas na Poltica de Desenvolvimento Produtivo (PDP) e no PAC, assim como outras iniciativas que

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objetivam conferir maior competitividade s exportaes brasileiras, so fundamentais para garantir o equilbrio das contas externas nacionais e a estabilidade econmica. Dentre os desafios que compem a agenda de trabalho da PDP, o Comit Executivo de Exportaes destacou cinco: i) aumentar a competitividade da base exportadora brasileira; ii) agregar valor s exportaes; iii) aumentar a base exportadora, principalmente de pequeno porte; iv) ampliar o acesso a mercados; e v) incrementar as exportaes de servios. Em 2010, a balana comercial brasileira acumulou exportaes no valor de US$ 201,916 bilhes e importaes no valor de US$ 181,638 bilhes, o que representou um crescimento de 31,98% e de 42,22%, respectivamente, em relao ao mesmo perodo de 2009. Em 2010, a corrente de comrcio totalizou US$ 383,554 bilhes, um crescimento de 36,63% sobre 2009, apesar de o supervit comercial, US$ 20,278 bilhes, ter sido 19,77% inferior ao registrado no mesmo perodo de 2009. No ano, as exportaes, as importaes e a corrente de comrcio registraram recorde histrico.

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Balana Comercial Brasileira - 2009/2010

Fonte: Secretaria de Comrcio Exterior SECEX/MDIC

Em 2010, as exportaes de manufaturados somaram US$ 79,563 bilhes, um aumento de 18,14% em relao ao mesmo perodo do ano anterior; os produtos bsicos registraram vendas de US$ 90,005 bilhes, com crescimento de 45,27%, e os semimanufaturados US$ 28,207 bilhes, um crescimento 37,60%. O expressivo incremento nas exportaes de bsicos, em decorrncia da recuperao dos preos internacionais de commodities agrcolas e minerais, fez com que os produtos manufaturados (39,40% das exportaes) deixassem de representar a maior parcela das exportaes brasileiras, posio que passou a ser ocupada pelos produtos bsicos (44,58%). Na classificao por segmento, no ano de 2010 o grupo que mais se destacou foi o de minrios metalrgicos, que exportou US$ 30,839 bilhes (15,27% do total). Destacaram-se tambm as exportaes de petrleo e derivados, com US$ 22,890 bilhes (11,34%); material de transporte, com US$ 21,748 bilhes (10,77%); complexo de soja, com US$ 17,115 bilhes (8,48%); acar e etanol, com US$ 13,776 bilhes (6,82%); produtos das indstrias qumicas, com US$ 13,477 bilhes (6,67%); carnes, com US$ 13,292 bilhes (6,58%); produtos metalrgicos, com US$ 12,948 bilhes (6,41%); e mquinas e equipamentos mecnicos, com US$ 8,187 bilhes (4,05%).

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Em 2010, os trs principais pases de destino das exportaes foram a China, alcanando o valor de US$ 30,786 bilhes (15,25%), seguida dos Estados Unidos, com US$ 19,462 bilhes (9,64%), e Argentina, com US$ 18,523 (9,17%). Em termos de participao, a sia manteve-se como o principal comprador dos produtos brasileiros (27,87%), seguida da Amrica Latina e Caribe (23,77%), Unio Europeia (21,36%), Estados Unidos (9,64%), Oriente Mdio (5,21%), frica (4,59%) e Europa Oriental (2,37%). Na sia, o destaque foi o expressivo aumento das exportaes para a China (46,57%) e o Japo (67,24%). Em relao s importaes brasileiras, por mercados fornecedores, aumentaram, em 2010, as compras de todas as regies: Amrica Latina e Caribe (35,99%), Estados Unidos (34,99%), Europa Oriental (43,62%), Unio Europeia (33,87%), sia (55,34%), Oriente Mdio (48,94%) e frica (33,51%). A sia continua como a maior fornecedora de bens, respondendo por 30,91% de nossas importaes, seguida da Unio Europeia (21,54%), Amrica Latina e Caribe (17,03%), Estados Unidos (15,00%), frica (6,22%), Oriente Mdio (2,58%) e Europa Oriental (1,66%). Por pases, os Estados Unidos so o principal fornecedor (15,00%), com a China em segun