menino de engenho - trabalho

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Ficha Técnica da obra Título: MENINO DE ENGENHO Autor: Rego, José Lins do. ISBN: 8503003414 Gênero: Infantil e Juvenil - Juvenil Páginas: 160 Formato: 14X21 Preço: R$ 24,00 Ano de Publicação da 1ª edição: 1932 4

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Ficha Tcnica da obra

Ficha Tcnica da obra

Ttulo: MENINO DE ENGENHO

Autor: Rego, Jos Lins do.

ISBN: 8503003414

Gnero: Infantil e Juvenil - JuvenilPginas: 160

Formato: 14X21

Preo: R$ 24,00

Ano de Publicao da 1 edio: 1932

Resumo Crtico da obra: Menino de Engenho

( Personagens:

*Carlinhos: Personagem autobiogrfico. Ele um personagem totalmente plano, que muda seu comportamento e amadurece, aprendendo coisas da vida ao longo da trama. Ele muda tanto seu interior quanto seu exterior. Era um menino que vivia na cidade, era criado com mimo e acostumado com luxo. Ao chegar no engenho, percebe as desigualdades sociais, vive romances e se adapta de acordo com o que a vida o exige, pois ele vai ao engenho rfo de pai e me. Ao chegar no engenho, depara se com sua tia, que o prende da vida, mas existe tambm seu tio Juca, que, aos poucos, o ensina a viver. Quando tia Maria se casa, Carlinhos vive com a Tia Sinhazinha, da, ela o ensina mais sobre a vida e ele cai em tentaes, se aprimorando e vendo o que ele no deveria ter feito, pois existe o certo e o errado.

*Tio Juca: Um dos tios de Carlinhos. um personagem totalmente plano, pois no muda durante todo o romance. Ele quem ensina seu sobrinho a viver no engenho, no campo. Tio Juca um desocupado e mulherengo, que j se deitou com vrias escravas e teve diversos filhos pela regio do engenho. Ele mulherengo no incio da histria e permanece assim at o final.

*Tia Maria: Tia de Carlinhos. Ela uma personagem esfrica, pois tem de se submeter mudanas tanto fsicas quanto emocionais, psicolgicas, etc... Com a morte da irm e de sua filha mais nova e a chegada de seu sobrinho ao engenho, ela se submete tais mudanas. uma mulher de garra, carinhosa, emocional e que est sempre pronta a ajudar os outros.

*Coronel Jos Paulino: o av de Carlinhos. Um personagem plano, pois no sofre mudanas perceptveis durante o romance. Ele dono do engenho e cuida dos escravos e da produo. respeitado e conhecido por todos, alm de ser um bom homem e gostar muito de seu neto.

*Tia Sinhazinha: Mulher encarregada de cuidar de Carlinhos aps o casamento de Tia Maria. Ela totalmente plana. uma mulher que ensina Carlinhos a viver a vida. Durante todo o romance ela ruim, fria, de mau corao e que no sabe viver e ensinar a responsabilidade. Ela entende mais dos assuntos da vida do que os outros personagens, o que a torna tambm respeitada.

Menino de Engenho

(Adaptao-Livro de Jos Lins do Rego)

Seu nome Carlos, mas, todos o chamam de Carlinho ou Carlinhos.Ele tinha apenas quatro anos quando sua me morreu.Ele estava no seu quarto e escutou um forte estalar de um tiro, quando foi ver, sua me havia sido morta pelo seu pai.Ela era doce, terma e calma, no havia quem no a amasse, seu nome era Clarisse.Correu para abra-la, mas no pode, mal sabia ele que para sempre lamentaria aquela dor de uma perda.Seu pai era um homem alto, de cabelos e bigodes negros, e olhos grandes.Estava sempre consigo e fazia tudo que ele queria.A desgraa o ocorreu, ele enlouqueceu aps matar a me de Carlos e dez anos depois, ele morreu.

Poucos dias aps o ocorrido levaram-no para o engenho de seu av, Coronel Jos Paulino.Ali, teria sua minha segunda me, sua doce, eterna, carinhosa e amorosa tia Maria. Ela o tratava como se fosse seu filho, e ele tambm a amava.Era criado no mais puro luxo da qual pudera desfrutar, pois, todos queriam o seu bem.Tio Juca tambm gostava dele e vice-versa.Quando chegou, levou-o para o Poo das Pedras e ele tomou um banho de gua fria.Inclusive brincaram: Agora voc j est batizado.

Ele no tinha ningum com quem brincar, a no ser os negrinhos escravos de seu av.Dentro da semana, chegaram seus primos, que eram um pouco mais velhos do que ele, apenas prima Lili tinha a sua idade.Seus primos mais velhos eram sapecas e moleques, ficavam o dia todo correndo, fazendo coisas proibidas, e muito mais.A sua Tia Sinhazinha era uma velha que todos tomavam distncia, pois, era malvada e no queria o bem de quase ningum.Sua prima Lili era branquinha, de cabelos loiros e olhos azuis, mas, era fraca e doente, devido a isto, no podia sair para brincar.Um dia ela amanheceu doente, muito doente.No dia seguinte, para sua tristeza e de todos, ela morreu.

Antnio Silvino era um dos cangaceiros mais temidos do Pilar, municpio onde ficava o Engenho de Santa Rosa(o do seu av) e daquela regio do Nordeste.Certo dia veio um homem com um bilhete na mo, este bilhete era para o av de Carlinhos e dizia que Antnio Silvino faria uma visita naquela noite.Apesar de tudo, foi apenas uma visita, e, no ocorreu nada de mais.No dia seguinte eles foram ao stio de seu Lucino, brincaram e se divertiram, foi um bom dia.A velha Sinhazinha sempre dava um jeito para que ficassem com mais dio dela.Quando ele estava brincando de peo, o brinquedo escorregou e caiu encima do p dela, Carlos levou uma surra que nunca mais esqueceu.

H dias relampejava nas cabeceiras, era um sinal de chuva.Seu av disse que desde 1.875 o rio Paraba no enchia tanto a ponto de causar mortes e enchentes, fazendo com que a safra fosse toda destruda.Com pouco tempo deram as notcias de que estava comeando a cheia.Infelizmente, este ano o Paraba repetira tal faanha, mas, com mais fora e voracidade.Seu av, um homem generoso, doou comida s vtimas, mas, at a fazenda estava para perder a safra estocada na casa de purgar.Felizmente isto no ocorreu, mas, para precauo, tiveram de ir para casa do Velho Amncio.Tudo voltou ao normal e foram para o engenho novamente.

Antes desses episdios, Tia Maria tentava ensin-lo as letras, mas, distrado com outras coisas, acabou no aprendendo.Devido ao fracasso, levaram-no na casa de um Dr. Figueiredo, mas, quem me ensinava era uma bela negra chamada Judite, ele gostava muito dela.Infelizmente, concluiu que ela apanhava de seu marido.O outro professor que tentou te ensinar, foi Jos Guedes.Ele acabou te ensinando apenas besteiras.Seu av tinha o maior e mais prspero engenho de toda a regio, ficava o dia a contemplar sua beleza.Se isto no bastasse, ele ainda tinha mais oito engenhos.Quando ele levou o neto, Carlinhos, para passear, soube de uma histria de escravo que engravidou escrava e no queria casar-se.Este negro, de nome Firmino Carpina, foi para o tronco.Apesar de tudo ele negou, mas, no final, a negra confessou que tinha sido era o Tio Juca.

Na Semana Santa e em dias de festa, descobriam o pano que cobria o oratrio, assim, todos o admiravam.Na Mata do Rolo, estava aparecendo Lobisomem, contavam-no uma dezena de histrias, e, ele acreditava em todas elas.De quando em vez, a velha Totonha bate porta do engenho e fica l durante toda tarde, contando-os histrias e contos, dos quais os meninos se encantam.Todos gostavam dela.Mesmo aps a escravido ser abolida, os negros no deixaram a Senzala.Era ali que viviam quatro negras que cresceram no engenho: Maria Gorda, Generosa, Galdina e Romana.Vira e mexe, pelo fato de meu av ser coronel e prefeito da cidade, vinha um criminoso ou uma famlia pedir sua ajuda.

Agora ele j estava mais velho e foi conhecer o Engenho do Oiteiro.Quando voltaram de l, conheci primos diferentes, inclusive uma um pouco mais velha que ele, de nome Maria Clara.Ele tinha oito anos.Antes de conhec-la, havia ganhado um carneiro lindo, da qual servia para sua montaria, ele tambm criava canrios.Depois da chegada de Maria, seu tempo era s para ela, um dia antes dela ir embora, beijou-a e escondeu-se. No dia seguinte, estava muito triste, pois ela partiria.Ela foi e nunca mais se lembrou dele.O Santa F era um engenho praticamente abandonado e que se situava ao lado do Santa Rosa.Enquanto seu av expandia seus domnios, o Santa F no crescia nem diminua um palmo se quer.O dono deste engenho educara sua filha com a mais rude e excelente educao que se podia ver.

O Engenho do Partido da Pacincia havia pegado fogo, foram muitos homens tentar apagar o fogo, que se expandia rapidamente, seu av perdeu muita cana, mas o fogo apagou-se.Para a tristeza de Carlinhos, Tia Maria casar-se-ia dentro de pouco tempo, para a festa at mataram seu carneiro Jasmim, que ele montava e corria pelo engenho.Esqueci-me de dizer que, antecedendo todos esses fatos, Carlos tambm sofreu de asma.Demorou a curar-se, mas nunca sarou completamente.Aps o casamento de sua tia, passou um ms e foi mandado para um internato.Aos doze anos voltou ao engenho e apaixonou-se por Zefa Caj, da qual perdeu sua virgindade com ela.Para piorar, pegou uma doena devido ao ocorrido.Ficou bem mais de um ms sem ir para o colgio.Agora todos os olhares sobre ele eram diferentes.Felizmente curou-se.Agora ele ia sabendo de tudo, adiantado nos anos, era eu um Menino Perdido, Menino de Engenho.

Jos Lins do Rego

Jos Lins do Rego, jornalista, romancista, cronista e memorialista, nasceu no Engenho Corredor, Pilar, PB, em 3 de julho de 1901, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 12 de setembro de 1957. Eleito em 15 de setembro de 1955 para a Cadeira n. 25, na sucesso de Ataulfo de Paiva, foi recebido em 15 de dezembro de 1956, pelo acadmico Austregsilo de Athayde.

Filho de Joo do Rego Cavalcanti e de Amlia Lins Cavalcanti, fez as primeiras letras no Colgio de Itabaiana, PB, no Instituto N. S. do Carmo e no Colgio Diocesano Pio X de Joo Pessoa. Depois estudou no Colgio Carneiro Leo e Osvaldo Cruz, em Recife. Desde esse tempo revelaram-se seus pendores literrios. de 1916, por exemplo, o primeiro contato com O Ateneu, de Raul Pompia. Em 1918, aos 17 anos portanto, Jos Lins travou conhecimento com Machado de Assis, atravs do Dom Casmurro. Desde a infncia, j trazia consigo outras razes, do sangue e da terra, que vinham de seus pais, passando de gerao em gerao por outros homens e mulheres sempre ligados ao mundo rural do Nordeste aucareiro, s senzalas e aos negros rebanhos humanos que a escravido foi formando.

Passou a colaborar no Jornal do Recife. Em 1922 fundou o semanrio Dom Casmurro. Formou-se em 1923 na Faculdade de Direito do Recife. Durante o curso, ampliou seus contatos com o meio literrio pernambucano, tornando-se amigo de Jos Amrico de Almeida, Osrio Borba, Lus Delgado, Anbal Fernandes, e outros. Gilberto Freyre, voltando em 1923 de uma longa temporada de estudos universitrios nos Estados Unidos, marcou uma nova fase de influncias no esprito de Jos Lins, atravs das idias novas sobre a formao social brasileira.

Ingressou no Ministrio Pblico como promotor em Manhuu, MG, em 1925, onde entretanto no se demorou. Casado em 1824 com Filomena (Nan) Masa Lins do Rego, transferiu-se em 1926 para a capital de Alagoas, onde passou a exercer as funes de fiscal de bancos, at 1930, e fiscal de consumo, de 1931 a 1935. Em Macei, tornou-se colaborador do Jornal de Alagoas e passou a fazer parte do grupo de Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz, Aurlio Buarque de Holanda, Jorge de Lima, Valdemar Cavalcanti, Alosio Branco, Carlos Paurlio e outros. Ali publicou o seu primeiro livro, Menino de engenho (1932), chave de uma obra que se revelou de importncia fundamental na histria do moderno romance brasileiro. Alm das opinies elogiosas da crtica, sobretudo de Joo Ribeiro, o livro mereceu o Prmio da Fundao Graa Aranha. Em 1933, publicou Doidinho, o segundo livro do "Ciclo da Cana-de-Acar".

Em 1935, j nomeado fiscal do imposto de consumo, Jos Lins do Rego transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde passou a residir. Integrando-se plenamente no ambiente carioca, continuou a fazer jornalismo, colaborando em vrios jornais com crnicas dirias. Foi secretrio geral da Confederao Brasileira de Desportos de 1942 a 1954. Revelou-se, ento, por essa poca, a faceta esportiva de sua personalidade, sofrendo e vivendo as paixes desencadeadas pelo futebol, o esporte de sua predileo.

Romancista da decadncia dos senhores de engenho, sua obra baseia-se quase toda em memrias e reminiscncias. Seus romances levantam todo um sistema econmico de origem patriarcal, com o trabalho semi-escravo do eito, ao lado de outro aspecto importante da vida nordestina, ou seja, o cangao e o misticismo. O autor destacou como desejaria que a sua obra romanesca fosse dividida: Ciclo da cana-de-acar: Menino de engenho, Doidinho, Bang, Fogo morto e Usina; Ciclo da cangao, misticismo e seca: Pedra Bonita e Cangaceiros; Obras independentes: a) com ligaes nos dois ciclos: Moleque Ricardo, Pureza, Riacho Doce; b) desligadas dos ciclos: gua-me e Eurdice.

Prmios recebidos:(Prmio da Fundao Graa Aranha, pelo romance Menino de engenho (1932);

( Prmio Felipe dOliveira, pelo romance gua-me (1941), e Prmio Fbio Prado, pelo romance Eurdice (1947).

Obras:

ROMANCE: Menino de engenho (1932); Doidinho (1933); Bang (1934); O moleque Ricardo (1935); Usina (1936); Pureza (1937); Pedra Bonita (1938); Riacho Doce (1939); gua-me (1941); Fogo morto (1943); Eurdice (1947); Cangaceiros (1953); Romances reunidos e ilustrados, 5 vols. (1980).

MEMRIAS: Meus verdes anos (1956).

LITERATURA INFANTIL: Histrias da velha Totnia (1936).

CRNICA: Gordos e magros (1942); Poesia e vida (1945); Homens, seres e coisas (1952); A casa e o homem (1954); Presena do Nordeste na literatura brasileira (1957); O vulco e a fonte (1958).

VIAGEM: Bota de sete lguas (1951); Roteiro de Israel (1955); Gregos e troianos (1957).

FILMES: Pureza, direo de Chianca de Garcia (1940); Menino de engenho, direo de Valter Lima (1965); Fogo morto, direo de Marcos Farias (1976).

Menino de Engenho

Na obra "Menino do engenho" Carlos Melo narra, com um tom saudoso, a infncia vivida no engenho Santa Rosa. Carlos, ou melhor, Carlinhos, ficou rfo de pai e me e foi viver no engenho Santa Rosa, que pertencia ao seu av materno, o Coronel Jos Paulino. A infncia de Carlinhos "dividida" entre o "bem e o mal", ou seja, na companhia de sua tia seu comportamento era mais terno, j quando convivia com seus primos era extrovertido e libertino dos primos.

Vivendo no engenho, Carlinhos conheceu as desigualdades sociais entre os senhores de engenho e os seus empregados; o cangao, ele chegou a pedir ao cangaceiro Antnio Silvino para segui-lo junto ao bando; e, ali, Carlinhos conheceu tambm o amor, primeiro com a prima Lili, que veio a falecer ainda criana e, depois com outra prima, chamada Maria Clara, que morava no Recife e foi passar alguns dias no engenho. Maria Clara era um pouco mais velha que Carlinhos e, contava a ele as diverses e novidades da cidade. Mas o romance durou pouco, a prima voltou para Recife e, logo em seguida, Carlinhos perdeu a sua "segunda me", sua tia Maria casou-se e o garoto ficou aos cuidados da fria e austera tia Sinhazinha.

No entanto, a Austeridade da tia Sinhazinha faz com que Carlinhos torne-se ainda mais libertino a ponto de o garoto, com apenas doze anos, ficar glico (sfilis).

A sada encontrada para colocar o garoto nos "eixos" foi envi-lo para o colgio.

Contexto Histrico 1932

Eventos

9 de Julho - Revoluo Constitucionalista em So Paulo contra o governo de Getlio Vargas.

Manuel Teixeira Gomes publica Cartas a Columbano.

Fundao da Lego por Ole Kirk Christiansen.

Carnaval

A Estao Primeira de Mangueira vence o primeiro desfile no-oficial de escolas de samba no Rio de Janeiro. A vice-campe a Portela.

O prefeito/interventor Pedro Ernesto oficializa as comemoraes do carnaval carioca.

Primeiro Baile do Teatro Municipal do Rio de Janeiro.

Nascimentos

5 de Janeiro - Umberto Eco, autor e acadmico italiano

18 de Fevereiro - Milo Forman, cineasta tcheco naturalizado estado-unidense.

19 de Maro - Jos Evandro Pires de Carvalho (Evandro do Bandolim), msico brasileiro

4 de Abril - Andrei Tarkovski, cineasta sovitico

20 de Abril - Artur Correia, cineasta portugus

25 de Abril - Agostinho dos Santos, cantor e compositor brasileiro.

28 de Junho - Pat Morita, ator norte-americano

7 de agosto - Ivan Freitas, pintor brasileiro

18 de agosto - Almir Gabriel, poltico brasileiro.

15 de Setembro - Antnio Abujamra, ator e diretor teatral brasileiro

27 de Outubro - Sylvia Plath, escritora estado-unidense.

29 de Novembro - Jacques Chirac, estadista francs.

8 de Dezembro - Eusbio Oscar Scheid, cardeal brasileiro.

Falecimentos

7 de Janeiro - Andr Maginot, poltico Francs

2 de Julho - Manuel II de Portugal, ltimo rei de Portugal.

23 de Julho - Morre Alberto Santos Dumont

Prmios Nobel

Fsica - Werner Karl Heisenberg.

Qumica - Irving Langmuir.

Medicina - Sir Charles Scott Sherrington, Edgar Douglas Adrian.

Literatura - John Galsworthy.

Paz - no atribudo.

Poltica e presidentes de 1932

Getlio Dornelles Vargas - Advogado, nascido na cidade de So Borja, estado do Rio de Grande do Sul, em 19 de abril de 1883. Iniciou sua vida poltica como deputado estadual (1909 - 1912; 1917 - 1921) pelo Partido Republicano Rio Grandense (PRR), e na mesma legenda foi indicado e eleito, em outubro de 1922, Cmara dos Deputados e, em 1924, reeleito deputado federal (1923 - 1926). Com a posse do presidente Washington Lus, em 15 de novembro de 1926, assumiu a pasta da Fazenda permanecendo no cargo at dezembro de 1927. Eleito presidente do Rio Grande do Sul tomou posse em 25 de janeiro de 1928. Em agosto de 1929, formou-se a Aliana Liberal, coligao oposicionista de mbito nacional que lanou as candidaturas de Getlio Vargas e Joo Pessoa presidncia e vice-presidncia da Repblica, respectivamente. Derrotado nas urnas pelo candidato paulista Jlio Prestes, Vargas reassumiu o governo do Rio Grande do Sul, e articulou o movimento de deposio do presidente Washington Lus, que culminaria com a Revoluo de 1930. Aps o exrcito da junta governativa, Getlio Vargas tomou posse como chefe do governo provisrio em 3 de novembro de 1930. Com a promulgao da Constituio de 1934, foi eleito presidente da Repblica pela Assemblia Constituinte. Em 10 de novembro de 1937 anunciou a dissoluo do Congresso e outorgou nova Carta, dando incio ao Estado Novo. Governou o pas at ser deposto, em 29 de outubro de 1945. Elegeu-se senador (1946-1949) na legenda do Partido Social Democrtico (PSD) e concorreu s eleies presidenciais de 1950 pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), agremiao que fundara em 1945. Vargas recebeu 48,7% dos votos, vencendo por larga maioria seus opositores, e tomou posse em 31 de janeiro de 1951. Suicidou-se, no Rio de Janeiro, em 24 de agosto de 1954.1 perodo presidencial - Getlio Vargas iniciou o governo de um pas que contava com aproximadamente 37 milhes de habitantes, dos quais 70% viviam na rea rural. Ao longo de seus quinze anos de governo, o Brasil teve duas Constituies federais: a primeira, promulgada em julho de 1934, com caractersticas liberais; a segunda, outorgada em novembro de 1937, comprometida com o pensamento autoritrio. Nesse perodo, diversas leis trabalhistas mudaram o cenrio social do trabalhador brasileiro, com o estabelecimento da jornada diria de oito horas de trabalho na indstria e no comrcio, a regulamentao do trabalho feminino e dos menores nos estabelecimentos comerciais e industriais, a instituio da carteira profissional, do salrio mnimo e das comisses mistas de conciliao, alm de outras leis que indicaram sobre a organizao sindical e patronal. Foram criados, tambm, os ministrios da Educao e Sade Publica, da Agricultura e do Trabalho, Indstria e Comrcio. Outros rgos, como o Departamento Nacional do Caf (DNC), o Instituto do Acar e do lcool (IAA), o Servio do Patrimnio Histrico e Artstico Nacional (SPHAN) e o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), so exemplos da grande reforma da administrao pblica que marcou a era Vargas. O governo promoveu tambm uma srie de manifestaes nacionalistas na rea educacional e cultural, que incluam desfiles monumentais nas datas cvicas, com corais de estudantes regidos pelo maestro Villa-Lobos e coreografias que deveriam exalar a grandeza do Estado Novo. Na poltica interna, o governo combateu a Revoluo Constitucionalista, movimento antigetulista deflagrado em So Paulo em 1932; a Aliana Nacional Libertadora (ANL), liderada por Lus Carlos Prestes, e o movimento comunista de 1935. Nesse contexto, o Congresso promulgou a Lei de Segurana Nacional. Em 1938, enfrentou o levante integralista, movimento golpista de extrema-direita empreendido por conspiradores ligados recm-extinta Ao Integralista Brasileira (AIB), liderada por Plnio Salgado. No plano econmico, a crise internacional de 1929 atingiu o pas em todos os setores: a reduo das exportaes desorganizou as finanas pblicas, diminuiu o ritmo da produo e o poder aquisitivo dos salrios. A crise da economia cafeeira obrigou o novo governo a comprar e destruir estoques de caf, tendo em visa a queda dos preos do produto no mercado internacional. A partir da dcada de 1940, verificou-se um efetivo crescimento industrial, com a entrada de capitais privados norte-americanos no pas. Em 31 de agosto de 1942, pressionado pelas naes aliadas sobretudo os Estados Unidos, e a opinio pblica interna, o governo brasileiro declarou guerra aos pases do "Eixo". Em 1944 enviou Itlia a Fora Expedicionria Brasileira (FEB), para combater junto s foras norte-americanas. A participao do Brasil no conflito, alm de permitir um investimento nas foras armadas brasileiras, contribuiu com o emprstimo financeiro dos Estados Unidos. Iniciando em 1937, o Estado Novo encerrou-se em 1945, com o fim da guerra e as conseqncias de presses por parte da sociedade pela volta democracia. Nesse mesmo ano foram anistiados os condenados pelo Tribunal de Segurana e convocada a Assemblia Nacional Constituinte. As disputas em torno da sucesso presidencial foram atravessadas pelo queremismo, que tinha como palavra de ordem queremos Getlio e, como proposta, o adiantamento das eleies diretas para presidente e a manuteno de Vargas no poder, concomitante instalao da Constituinte. A campanha, apoiada pela classe operaria, os sindicatos e os comunistas, gerou forte reao nos meios militares e na chamada oposio liberal, e seria considerada um dos motivos para a deposio de Vargas, em 29 de outubro de 1945.

O Brasil e o mundo - Em 1931 foi inaugurado um dos principais cartes postais do pas, a esttua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. A extenso do direito de voto s mulheres e a realizao do primeiro concurso de escola de samba no Rio de Janeiro so alguns dos acontecimentos que marcaram o ano de 1932. A fundao da Universidade de So Paulo, em 1934, compartilhou o panorama intelectual com o lanamento de Evoluo poltica do Brasil, de Caio Prado Jnior, Casa grande e senzala, de Osvald de Andrade. As pastorinhas, de Noel Rosa e O que que a baiana tem?, de Dorival Caymmi, bem como filmes estrelados por Carmem Miranda, e Limite, de Mrio Peixoto, ilustravam a produo artstica nacional do perodo. No cenrio internacional, os anos 1930 assistiram ascenso de nazistas e fascistas ao poder na Alemanha e na Itlia, e do franquismo e salazarismo na Espanha e Portugal. Em 1937, o bombardeio alemo cidade de Guernica, na Espanha, imortalizou-se no painel pintado por Pablo Picasso. Em 1939 morreu em Londres o criador da psicanlise, Sigmund Freud e iniciou-se, com a invaso da Polnia pelos alemes, a Segunda Guerra Mundial, que se encerraria em 1945 com a rendio dos pases do "Eixo" s naes aliadas.2 perodo presidencial - Em 3 de outubro de 1950, Getlio Vargas foi reeleito presidente, passando a governar um pas que contava 53 milhes de habilitantes. O segundo perodo presidencial caracterizou-se por uma poltica econmica de tendncia nacionalistas e que buscou conciliar as demandas populares com as exigncias das aceleraes do crescimento econmico, alm de atender ao pacto poltico que garantiria a permanncia de Vargas no poder. Tendo como ministros da Fazenda Horcio Lafer e, posteriormente, Osvaldo Aranha, o governo projetou duas diretrizes que visavam superao do estgio de desenvolvimento brasileiro: por um lado, a participao decisiva do Estado e de setores privados nacionais no processo de industrializao e, por outro, o estmulo entrada de capital estrangeiro. O Brasil enfrentava uma tendncia inflacionria, derivada do aumento das divisas geradas pelos altos preos alcanados pelo caf no mercado internacional, expandindo a quantidade de moeda em circulao. A inflao decorrida, tambm, do endividamento com as importaes promovidas por receio de uma crise internacional que se anunciaria com a guerra da Coria. Finalmente, um outro problema com que se defrontava o pas era relativo ao prprio crescimento industrial, incompatvel com a estrutura energtica e de transportes ento existente. No plano externo, o governo brasileiro recuou-se a participar da interveno das Naes Unidas na Coria do Norte e encontrou entraves obteno de recursos americanos em razo das crticas ao processo de remessa de lucros das empresas estrangeiras para o exterior, atitude reafirmada por meio de decreto publicado em 4 de janeiro de 1952, que restringia essas remessas. Internamente, o governo sancionou uma nova lei do salrio mnimo com o aumento de aproximadamente 300% sobre o nvel anterior, e revogou a exigncia de atestado ideolgico para os sindicatos, que marcaram a histria poltica brasileira, dentre eles, o Instituto de Aposentadoria e Penses dos Industririos (IAPI), em 1951; o Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico (BNDE), em 1952; e, aps uma grande campanha, a Petrobrs, em 1953, e o Plano de Valorizao Econmica da Amaznia (que se transformaria na Sudam). Em janeiro de 1954 assistiu-se, ainda, criao do Instituto de Imigrao e Colonizao (INIC). Em 1954, Vargas enfrentava a oposio da Unio Democrtica Nacional (UDN), dos militares e da imprensa, representada em especial por Carlos Lacerda, e mesmo da estrutura burocrtica. Politicamente isolado, Vargas suicidou-se em 24 de agosto de 1954, deixando para o pas o documento conhecido como Carta-testamento. As razes para esse desfecho so atribudas, sobretudo, ineficcia do plano econmico de estabilizao: o recurso emisso monetria desequilibrou as alianas polticas do governo, tanto em relao aos trabalhadores, quanto aos setores da elite que sustentava, receosa dos efeitos que a poltica trabalhista poderia gerar. O atentado praticado contra o jornalista Carlos Lacerda, em 5 de agosto, na rua Toneleros, no Rio de Janeiro, e que resultou na morte do major-aviador Rubens Vaz, teve ampla repercusso no pas, e considerado como o incidente que precipitou a crise do governo. A morte de Vargas reverteu, no plano simblico, a situao poltica que poderia t-lo conduzido renncia, levando o povo s ruas em defesa do pas dos pobres. O Brasil e o mundo - No primeiro ano do mandato de Vargas, os meios de comunicao se expandiram: a TV Tupi instalou-se no Rio de Janeiro e foi lanado no Brasil o primeiro disco 33 rpm. Nesse ano foi promulgada a Lei Afonso Arinos, que considerou o racismo uma contraveno penal, e foi aberta a 1 Bienal de Artes Plsticas no Museu de Arte Moderna (MAN). Os testes da bomba atmica no deserto de Nevada e da bomba H pelos Estados Unidos marcaram o cenrio internacional, assim como ao das tropas da ONU contra os comunistas na Coria. Em 1952, o general Fulgnio Batista tomou o poder em Cuba e a Alemanha Ocidental recebeu milhes de exilados da Alemanha Oriental. No Brasil, por iniciativa de dom Helder Cmara, foi criada a Conferncia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Os testes nucleares continuaram em 1953, quando explodiu a primeira bomba H da Unio Sovitica. Em julho, chegou ao fim a guerra da Coria, por meio de um acordo entre as Naes Unidas, a China e a Coria do Norte. Ainda em 1953, So Paulo tornou-se a sede da montadora de automveis da Volkswagen e o Brasil conquistou o prmio de melhor filme de aventura, em Cannes, com O cangaceiro, de Victor Lima Barreto. Assinalou-se, em 1954, a comemorao do IV Centenrio da cidade de So Paulo e, no cenrio internacional, a diviso do Vietn em dois pases, a descoberta da vacina contra poliomielite por Jonas Salk e o lanamento, pela IBM, do crebro eletrnico ou computador.

No incio da dcada de 1930, a situao havia mudado o rdio se tornara um veculo mais popular. Em So Paulo (que oferecia os maiores salrios do pas) um aparelho de rdio custava em torno de 80$000 e o salrio mdio de uma famlia de trabalhadores era de 500$000 por ms. Em maro de 1932, atravs do Decreto Lei n 21.111, o governo regulamentou e liberou a irradiao da propaganda comercial pelo rdio, reiterando que considerava a radiodifuso como um setor de interesse nacional com de finalidades educacionais.

Ainda em 1932, no ms de maio, o rdio dava amostras de sua capacidade de mobilizao poltica. A cidade de So Paulo exigia a deposio do ento Presidente Getlio Vargas, as rdios paulistas, em especial a rdio Record se transformavam em poderosas armas. Em julho, teve incio o movimento que ficou conhecido como a Revoluo Constitucionalista, que tinha como principal exigncia a convocao de eleies para a formao de uma Assemblia Constituinte: o pas necessitava de uma nova Constituio. A cidade logo foi cercada pelas foras federais, isolada, utilizou as emissoras de rdio para divulgar os acontecimentos a outras partes do pas. Em outubro So Paulo entregava as armas. O rdio saiu do conflito revigorado por sua destacada atuao. Alguns profissionais do setor, como o locutor Csar Ladeira, se tornaram conhecidos em mbito nacional. Ao longo da dcada de 1930 o rdio foi se mostrando um veculo de publicidade economicamente rentvel. A Legislao promulgada em 1932 oferecia solues para o problema da sobrevivncia financeira das emissoras, ao mesmo tempo que garantia ao Estado uma hora diria da programao em todo o territrio nacional para a transmisso do programa oficial do governo. O Programa Nacional previsto por Lei em 1932, somente alcanou plenamente os objetivos esperados em 1939 com a criao da Hora do Brasil. Atravs desse programa o governo pretendia personalizar a relao poltica com cada cidado sem que necessitasse montar um sistema de emissoras prprio. Para atrair o publico ouvinte o Departamento de Imprensa e Propaganda-DIP convidava artistas famosos para se apresentarem no programa Hora do Brasil que era formado por quadros de notcias, de carter geral, entretenimento e informes polticos.

O estilo de Jos Lins do Rego era o modernismo. O primeiro momento do Modernismo no Brasil foi expresso direta do que ocorreu na Semana de Arte Moderna, colocando-se acima de tudo o desejo de renovar as formas e os temas de literatura nacional. O esprito emancipador das vanguardas alcanou, finalmente, a libertao das formas poticas. Os versos ganham um ritmo mais fluente, marcado no pela contagem de slabas, mas pela prpria expressividade. As estrofes tambm mudam, passam a agrupar um nmero irregular de versos ou simplesmente desaparecem. E permanecem ainda - por que no? - poemas com estrofes tradicionais. Outra forma tpica desse perodo foi o poema-piada, frequente na produo de Oswald de Andrade. Apesar de sua aparente falta de poeticidade, o poema-piada funciona como elemento de crtica. A ruptura com o passado manifesta-se, portanto, formal e tematicamente. Os aspectos formais ou estticos marcam-se pela linguagem popular, pardia, versos livres. No aspecto temtico, a primeira fase privilegia um nacionalismo crtico, em que assumem relevncia as manifestaes da cultura popular e do folcloreConcluso

Menino de Engenho, de Jos Lins do Rego uma obra autobiogrfica, que faz uso de pseudonomes e relata, com nfase, as desigualdades sociais presentes no serto e as dificuldades que o povo que ali habitava. Com esta obra pudemos concluir e observar diversos fatos da poca.

Conclumos que a obra depende no apenas da literatura, mas tambm do contexto histrico presente ao redor da vida de Lins.Pudemos ver que ele baseou se principalmente na sua vida no engenho de seu av. Percebemos tambm que os traos modernistas se fazem marcantes na obra, o que nos leva a pensar como ou por qu Lins escreveu Menino de Engenho, seu primeiro livro. O contexto da poca tambm nos leva a deduzir melhor e a perceber e concluir mais amplamente.

No contexto de 1932, quando Vargas era presidente, vimos certa inspirao para criao do livro. Antes de escrever seu primeiro livro, Lins escreveu crnicas e participou de jornais, o que gera mais um ponto de vista para o por qu da escrita do livro. Conclumos que a obra de Lins no apenas um mero romance, mas tambm uma maneira de crtica indireta, tanto vida quanto ao governo, o que perceptvel aos olhos de leitores mais informados e atualizados.

Uma das hipteses para a escrita da obra vai alm do contexto histrico, chega na bibliografia e na biografia do autor. Vasculhando a, podemos perceber que vrios de seus livros relatam a vida num engenho e que sua vida foi vivida num engenho, junto sua famlia. Esta outra das diversas hipteses que conclumos.

Conclumos que o modernismo um estilo literrio mais livre, sem preocupaes com recebimento de crticas ou presses do governo. Alm de tudo, esse estilo veio para romper com o parnasianismo, que criava modelos de escrita. Tais caractersticas se acentuam na obra e podem tanto ser analisadas e criticadas quanto podem ser apenas lidas e aproveitadas. Nesse livro, devido ao estilo literrio, o leitor tem total liberdade de expresso e de criao, alm de poder viajar e criar imagens, iluminar a imaginao e vivenciar a infncia e o crescimento de Carlinhos, personagem de Lins.

H muito que se escrever sobre esse livro, alm de se refletir sobre a ltima frase: Menino perdido, menino de engenho. Mas ao final, conclumos o seguinte: Cada autor tem seu estilo e a obra Menino de Engenho, tem todos e mais um pouco, agradando a gregos e a troianos.

Bibliografia

REGO, Jos Lins do.MENINO DE ENGENHO; 1932; Jos Olympio; Macei Alagoas.

www.wikipedia.org

www.abl.org.br

www.filologia.org

www.suabusca.com.br

www.releituras.com

www.mundocultural.com.br

Anexos

Resumo Crtico

Menino de Engenho Toda a experincia e maestria de Jos Lins do Rgo so transpassadas s linhas no livro Menino de Engenho. Desde os objetos concretos at os personagens, todos os elementos h histria recebem um ar de doura. Um romance que nos ensina que o simples tambm bem elaborado e apaixonante, afinal atravs de elementos simples que a histria do livro feita.

O comeo trgico, onde a me do personagem central morre inesperadamente e choca a todos os moradores da casa, inclusive o prprio garoto. Uma morte violenta a me encontrada estendida no cho com o pai sobre ela feito um louco que faz ser essa a pior lembrana do menino protagonista.

O carinho que o pai tinha pelo seu filho Sempre que estava comigo era a me beijar, a me contar histrias, a me fazer os gostos no era o mesmo que tinha pela sua mulher. Ambos, como em qualquer famlia atual, viviam discutindo. O que mostra que costumes antigos tambm esto presentes nos dias de hoje.

O trgico incio da histria dado pelo cime excessivo que o pai nutria pela esposa. Como diz o prprio menino: o amor que tinha pela esposa era o amor de um louco. E na pouca idade que tinha o menino, foi necessrio algum tempo para que compreenda que tanto amor assim fez com que o pai agisse dessa forma num ato de desespero. Este foi parar num presdio, para tristeza e solido do garoto.

O personagem central ento, vai morar com seu av materno em um engenho o livro se faz uma excelente fonte de informao sobre tempos antigos. O desespero da morte da me do garoto e da priso de seu pai fazem contraste com a novidade do novo lar, nova famlia e novos amigos um mundo novo se abrira a mim.

no engenho que o menino comea uma nova vida. Levado pelo tio Juca, figura tpica do homem do campo, Carlinhos (o menino) segue em direo ao engenho. Para o menino era um lugar mgico e alegre pois tinha ele lembranas das coisas boas de que diziam sua me e suas criadas sobre o engenho.

Figura nobre e quieta, o av do garoto representa bem um senhor de engenho das histrias contadas pelo povo. Patriarca, dono, srio so caracterstica bem atribudas ao mesmo.

Confundida por Carlinhos como a sua verdadeira me, a tia Maria a verdadeira herona boazinha da histria. ela quem cuida dos meninos, da casa, dos empregados e com ela que o menino vive seus melhores momentos e suas lembranas da me falecida. A tia Maria , sem dvida, uma figurinha carimbada em qualquer boa histria. A personagem que mais sofre e esconde mgoas e est sempre pronta a ajudar quem precisar, como se houvesse, na vida real um anjo com to boas qualidades e prestativa como a tia Maria.

O extremo sempre mostrado em livros comuns. De um lado, a magnitude e bondade de tia Maria. Do outro, a perversidade de tia Sinhazinha. A ltima odiada por Carlinhos, ao passo que a primeira idolatrada. Sinhazinha designada pelo personagem como uma velha ranzinza com temperamento esquisito e turbulento, segundo as palavras do garoto. A velha considerada m e de pssima ndole. Outra figura que tem presena constante em qualquer histria, seja em um livro ou em uma telenovela. Todos a odeiam as negras, o garoto, os moradores da casa, os meninos em geral mas ela continua, como numa incgnita, a assombrar os personagens, principalmente os mais frgeis.

H, no livro, grandes costumes que estariam completamente errado para o tempo em que se passa a histria. Um exemplo claro disso o fato de tia Sinhazinha Ter se separado de seu marido desde os comeos do matrimnio. Afinal, atitudes como essa eram reprovadas e vistas com maus olhos pela sociedade, inclusive em uma ambiente recatado e preconceituoso como era onde se passa a histria.

Em contrapartida, histrias caluniosas que se encontram em qualquer engenho ou mesmo cidades interioranas da atualidade so representadas fielmente no livro. H a presena de vrios sertanejos que contam histrias mirabolantes assim como os causos de lobisomem contados pelo personagem Manuel Severino Eu vi o vulto vindo para cima de mim, e larguei as pernas num carreiro de cavalo desembestado. As histrias, contadas com to grande entusiasmo que se semelhavam a fatos da realidade, eram o pesadelo de Carlinhos, que acreditava em tudo isso e no dormia pois fez de sua mente uma rua transitada por seres infernais.

O folclore brasileiro foi bem representado em Menino de Engenho desde o caso do lobisomem at as histrias contadas pela velha Totonha, que no texto de Jos Lins pode ser bem facilmente confundida com a lendria Dona Benta do Stio do Picapau Amarelo, obra de Monteiro Lobato. Como dizia o menino, f assumido da contadora de histrias: A velha Totonha era uma grande artista para dramatizar, o que faz dessa personagem um ser bem interessante.

A histria da pobreza dos trabalhadores do engenho mostrada sem d algum, como seria mesmo na realidade. Meninos brincando com brinquedos criados por eles mesmo em terras sujas, cheias de bichos e vermes que adentram os ps descalos dos garotos. As mulheres ,simples objetos reprodutores, engravidavam a toda hora, aumentando cada vez mais a prole, davam a luz em camas sujas sem o material necessrio, na mais completa porquido e acobertavam as confuses dos maridos. Estes, trabalhavam sempre, postos diariamente em baixo de ardente brilho do sol, que queimavam-lhes os corpos.

A desigualdade social era vista na diferena de tratamento entre os filhos dos trabalhadores e Carlinhos, o neto do senhor do engenho. Enquanto os primeiros tinham contato permanente com a terra, este era cercado de cuidados nfimos e protegido de tudo e de todos.

O grande sonho do garoto protagonista ir para a escola, sonho esse que finalmente obtido por Carlinhos no final da histria. Mas matria nenhuma aprendida na escola se faz valer tanto quanto os conhecimentos adquiridos no contato gil com a vida.

*Marcelo

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