memorial descritivo - projeto saneamento

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MEMORIAL DESCRITIVO 1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS O presente trabalho trata-se de um projeto e dimensionamento de um sistema de uma rede de esgoto sanitário de um loteamento, a qual posteriormente irá se ligar a futuras redes e tubulações que irão levar os resíduos ao seu destino final. Neste intuito foi projetado vários trechos entre as quadras deste loteamento os quais se ligaram aos coletores troncos que também serão dimensionados. A população inicial do projeto é de 2502 pessoas, com crescimento geométrico de 2 % ao ano sendo que o tempo do período de projeto será de 5 anos. Estimando-se assim uma população final de aproximadamente 2763 pessoas. 2 ASPECTOS TOPOGRÁFICOS Trata se de um loteamento onde a maior cota de nível é de 649,15 m localizado no ponto 97 e a menor de 621,9 localizada no ponto 78. A rede projetada possui um total de 9145,629 m de extensão. Ressaltando que o dimensionamento deste projeto compreende apenas o loteamento, os demais órgão do sistema sanitário como, estação de tratamento, interceptores, emissário, ligações com outras redes já existentes ou futuras não estão especificadas neste trabalho. As cotas dos pontos da rede de esgoto tanto de terreno quanto dos seus coletores estão especificadas em planta obedecendo a declividade mínima que a norma ABNT NBR 9649:1986 Projeto de Rede de Esgotos, exige. A rede de esgoto tem caimento para duas bacias as quais abrangem os rios que margeiam o loteamento.

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Page 1: Memorial Descritivo - Projeto Saneamento

MEMORIAL DESCRITIVO

1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O presente trabalho trata-se de um projeto e dimensionamento de um

sistema de uma rede de esgoto sanitário de um loteamento, a qual

posteriormente irá se ligar a futuras redes e tubulações que irão levar os

resíduos ao seu destino final. Neste intuito foi projetado vários trechos entre as

quadras deste loteamento os quais se ligaram aos coletores troncos que

também serão dimensionados.

A população inicial do projeto é de 2502 pessoas, com crescimento

geométrico de 2 % ao ano sendo que o tempo do período de projeto será de 5

anos. Estimando-se assim uma população final de aproximadamente 2763

pessoas.

2 ASPECTOS TOPOGRÁFICOS

Trata se de um loteamento onde a maior cota de nível é de 649,15 m

localizado no ponto 97 e a menor de 621,9 localizada no ponto 78. A rede

projetada possui um total de 9145,629 m de extensão. Ressaltando que o

dimensionamento deste projeto compreende apenas o loteamento, os demais

órgão do sistema sanitário como, estação de tratamento, interceptores,

emissário, ligações com outras redes já existentes ou futuras não estão

especificadas neste trabalho.

As cotas dos pontos da rede de esgoto tanto de terreno quanto dos seus

coletores estão especificadas em planta obedecendo a declividade mínima que

a norma ABNT NBR 9649:1986 Projeto de Rede de Esgotos, exige. A rede de

esgoto tem caimento para duas bacias as quais abrangem os rios que

margeiam o loteamento.

Page 2: Memorial Descritivo - Projeto Saneamento

3 DADOS PARA O CÁLCULO DE DIMENSIONAMENTO

Tabela 1-Dados para o dimensionamento

Nº de matrícula 922502

População Inicial Po 2502

Crescimento geométrico - Taxa R 2%

Tempo de período de projeto (anos) N 5

Consumo água per capita Q 190

Profundidade dos coletores z 1,5

Coeficiente de retorno c 0,8

Coeficiente de Máx vazão diária K1 1,7

Coeficiente de Máx vazão horária K2 1,2

Taxa de infiltração tinf 0,0001

Comprimento Total da rede (m) ∑L= 9145,63

Fonte: Os autores.

3.1 Fórmula utilizada nos cálculos

Vazão da demanda doméstica para início de projeto:

Vazão de demanda doméstica para final de projeto:

Page 3: Memorial Descritivo - Projeto Saneamento

Taxa de contribuição linear para início de projeto:

Vazão no trecho:

Onde os valores para este projeto são:

Qdi Qdf ti tf

5,282 9,91398316 0,000677544 0,001184

Para cada trecho foram utilizadas as seguintes fórmulas:

Vazão à Jusante:

Declividade do terreno:

Diâmetro do Coletor:

Lâmina d’água:

Velocidade

,

Page 4: Memorial Descritivo - Projeto Saneamento

Tensão Trativa

,

Velocidade Crítica

Os valores destes itens de cada trecho estão contidos na planilha em

anexo.

4.0 PROJETO DA REDE COLETORA

4.1 Traçado

Para elaboração do traçado da rede foi levado em consideração:

Coleta de todas as economias da área de projeto;

Economicidade pelo traçado, profundidade adequada e

interferências;

Local de lançamento ou posição do conjunto de equipamentos do

tratamento;

A rede projetada está subdividida em 18 coletores troncos os quais

estão especificados em planta juntamente com os coletores secundário e seus

detalhes. Há também o traçado de futuras ligações a rede dimensionada, como

também do interceptor que irá levar os dejetos até o emissário para que os

mesmo cheguem até a futura estação de tratamento.

4.2 Dimensionamento das redes coletoras

Page 5: Memorial Descritivo - Projeto Saneamento

As redes coletoras foram dimensionadas conforme a NBR 9649-

“Execução de Sistemas Públicos de Esgoto Sanitário”. Levando em

consideração que a tubulação será de PVC, para os cálculos de

dimensionamento foi utilizado o coeficiente de Manning (n).

Todos as fórmulas para os cálculos já foram apresentadas anteriormente

e os valores do dimensionamento como já dito estão em anexo a este

memorial.

4.3 Materiais

Em todo início de trecho há um terminal de limpeza. Entre trechos que

recebem poucas contribuições há caixa de passagem e nos demais com mais

contribuições, deflexões ou mudança de diâmetro das tubulações, foram

previstos poços de visita.

Tubos

O material utilizado nas tubulações será o do tipo PVC, próprio para

redes de esgoto sanitário.

Terminal de limpeza (TL)

Nas cabeceiras de rede estão previstos os terminais de limpeza, que

devem possuir dimensão que permita a introdução de aparelhos e

equipamentos de limpeza. Normalmente os TLs possuem diâmetro de 60 cm.

Poços de visita (PV)

Constitui-se de coroa de tijolos maciços com diâmetro interno de 1.00m

e altura variável, anéis de concreto diâmetro interno de 600 mm, anel redutor e

tampa concreto armado.

Caixa de Passagem (CP)

Possui diâmetro menor que o PV, de aproximadamente 600 mm, feito de

alvenaria com altura variável.

Page 6: Memorial Descritivo - Projeto Saneamento

5.0 ORÇAMENTO

O orçamento foi montado a partir da TCPO 13 e os valores utilizados

foram obtidos da tabela de insumos e serviços da SINAP de fevereiro de 2012.

Em anexo encontram-se as planilhas de cálculo dos quantitativos e os

respectivos orçamentos.

6.0 SERVIÇOS PRELIMINARES

Estes serviços estão relacionados à sinalização e segurança da obra,

locação da vala, bem como a mobilização da equipe de trabalhadores.

7.0 INSTALAÇÂO DA REDE

Estes serviços compreendem a retirada de pavimentação, escavação,

escoramento, esgotamento, assentamento da tubulação, reaterro da vala e

construção dos órgãos acessórios.

7.1 Retirada da pavimentação

A retirada de pavimentação e a primeira etapa da instalação da rede de

esgotos. Essa atividade pode ser exercida de forma manual ou mecânica,

sendo a picareta e britadeira as ferramentas mais comuns.

Para a remoção do pavimento deve-se prever 15 cm adicionais na

largura da vala, com a finalidade de se evitar acidentes com os operários que

nela irão realizar os serviços. Todo o material proveniente destas tarefas deve

ser imediatamente transportado para o “bota-fora”

7.2 Escavação

Para ABNT (1992), na NBR 12.266, a escavação de valas é a remoção

de solo desde a superfície natural do terreno ate a profundidade definida no

projeto. Um dos fatores que mais oneram a instalação de uma rede coletora de

esgotos e a presença de rochas e outros componentes do solo cujos preços

Page 7: Memorial Descritivo - Projeto Saneamento

não estavam computados no orçamento devido a um estudo de sondagem

ineficiente ou ate mesmo a falta deste. A escavação deve ser realizada no

sentido inverso do fluxo do esgoto, ou seja, de jusante para montante.

As ferramentas mais utilizadas para a escavação manual são a picareta,

enxada, enxadão e pá. A escavação mecânica, embora seja tida como mais

econômica, nem sempre pode ser realizada, principalmente em locais onde as

interferências não são muito bem apresentadas. Os equipamentos que são

mais freqüentemente usados são: retro escavadeira, escavadeiras hidráulicas,

drag-lines e pás-carregadeiras.

Na maioria dos casos o solo escavado pode ser utilizado para o reaterro

da vala, logo deve estar a uma distancia de, no mínimo, 0,60m a partir da

borda da vala. Se o solo escavado for de baixa qualidade, deve ser removido

para bota-fora de imediato, partindo do pressuposto que não será reutilizado

em hipótese alguma.

7.3 Escoramento

A finalidade do escoramento é manter a estabilidade do solo que formam

as paredes laterais das valas escavadas para o assentamento da rede, de

modo a evitar acidentes com os trabalhadores e garantir segurança para

prédios próximos às escavações. As valas com profundidades superiores a

1,25m devem obrigatoriamente (Portaria n°. 46 do Ministério do Trabalho) ser

escoradas. Recomenda que o escoramento descontínuo possua as seguintes

características:

Tábuas de 0,027 x 0,30m,

Espaçamento de 0,30m,

Travadas horizontalmente por longarinas de 0,08m x 0,16m em

toda a sua extensão,

As estroncas devem ser espaçadas de 1,35 m, sendo que a

primeira estronca deve estar colocada a 0,40m da extremidade da longarina,

Espaçadas verticalmente de 1,00m com estroncas de 0,20m.

Page 8: Memorial Descritivo - Projeto Saneamento

7.4 Esgotamento

As escavações nas valas não podem ter suas estabilidades

comprometidas em qualquer circunstância. Devido as chuvas ou infiltração do

lençol freático, devem ser previstas bombas para o esgotamento das águas

que porventura venham a adentrar nas valas, para que as mesmas não

comprometam a estabilidade das escavações e, assim, dificultem o

assentamento das tubulações.

7.5. Assentamento da tubulação

Algumas precauções são importantes para o assentamento dos tubos,

como transporte de onde o mesmo está localizado até o fundo da vala, que

pode ser realizado de forma manual ou mecânica através de equipamentos

adequados. Ultimamente, as companhias de saneamento estão utilizando

materiais de tubos que sejam mais fáceis de serem manuseados e instalados,

como tubos de PVC com juntas elásticas integradas.

Execução do assentamento deve ser realizada no sentido inverso do

fluxo do esgoto, ou seja, de jusante para montante. As tubulações podem ser

assentadas no próprio terreno (assentamento simples), em lastro de concreto

magro, laje e berço.

7.6 Reaterro

O reaterro é definido pelo encobrimento dos tubos com o material (solo)

proveniente das escavações ou de empréstimo. Sempre que a tubulação for

assentada, verificado o alinhamento, a declividade e a estanqueidade, e

importante que a vala seja aterrada de imediato.

A compactação do material pode ser realizada de forma manual com

socadores a cada camada, já a mecânica é feita a partir de pressão ou

vibração do solo e pode ser por: impacto, vibração, pressão estática ou

amassamento. Assim como na escavação, a utilização de maquinas de maior

porte para compactação mecânica e recomendada para valas de maior largura.

Page 9: Memorial Descritivo - Projeto Saneamento

As camadas a serem compactadas devem ser pouco espessas e não

excederem 20cm.

7.7 Execução/Construção dos órgãos acessórios da rede

O projeto do sistema de esgotamento sanitário deve especificar o tipo de

construção do poço de visita, com a laje de fundo podendo ser de concreto

armado ou simples. Os poços de visita podem ser construídos em alvenaria de

blocos de cimento ou tijolos maciços.

Os terminais de inspeção e limpeza podem ser construídos em alvenaria

ou em aduelas pré-moldados de concreto armado, podendo os mesmos ser

adquiridos fabricados em PVC (TIL radial). Para profundidades até 1,80m,

normalmente são construídos em alvenaria e em anéis pré-moldados até

profundidades de 3,00m no máximo.

8.0 SERVIÇOS COMPLEMENTARES

São serviços que complementam a implantação da rede coletora de

esgoto. Esses serviços compreendem o teste de estanqueidade das juntas dos

tubos, a recomposição do pavimento, instalação da ligação predial e limpeza

final da obra.

Page 10: Memorial Descritivo - Projeto Saneamento

MEMORIAL JUSTIFICATIVO

Através deste memorial iremos explicar algumas escolhas feitas durante

a fase de projeto.

O dimensionamento da rede foi feito apenas nos trechos que abrangiam

o loteamento. A rede foi traçada no eixo das ruas, pelo fato da planta proposta

não apresentar a divisão dos lotes, como os seus limites, para que a rede

pudesse ser traçada na calçada como é usual nos projetos de rede de esgoto.

Os demais trechos tracejados não foram calculados, apenas

desenhados em planta, estes correspondem ás ligações futuras da rede, como

por exemplo o trecho entre os pontos 42 e 28 no mapa, trata-se de uma

projeção futura de trechos que irão levar os resíduos até os interceptores de

cada bacia para que assim possam chegar ao emissário e depois à estação de

tratamento.

Os demais trechos não dimensionados são:

43-96

42-35

35-17

17-9

9-15

15-25

25-29

27-29

95-94

94-93

93-92

Dentro desses trechos foi colocado também uma Estação Elevatória –

EE2, entre o trecho 35-17, a qual foi pensada pelo fato de todos os coletores

troncos da bacia do lado leste do loteamento, desaguarem neste sentido, então

posteriormente para continuação da rede irá necessitar da EE2 para auxiliar no

escoamento dos dejetos provenientes dos pontos 26 e 17 até o ponto 9. Assim

Page 11: Memorial Descritivo - Projeto Saneamento

os mesmos serão ligados a interceptores para o posterior “desague” no

emissário que liga a extremidade final do interceptor á rede de tratamento.

Já entre os pontos 64 e 72, trecho real dimensionado em projeto, por

existir um curso d’água, foi divida a rede em duas bacias, fazendo-se

necessária a ligação do ponto 56 no 72, e do 64 no 71.

Atentando-se para o fato de que o ponto 64 é uma estação elevatória

(EE1), houve essa necessidade no projeto para que a rede pudesse atender os

pontos 71, 85, e 95 (de cota maior que a montante), para que através da

elevação tivessem a pressão necessária para levar todos os resíduos

provenientes destes coletores á segunda bacia, que está situada no lado oeste.

A EE1 será construída em um dos terrenos do loteamento próximo ao ponto

64.

Todo inicio de rede começa por um terminal de limpeza, este início deve ser

perpendicular a ligação dos lotes, porém como o projeto não específica os

limites dos terrenos todas as redes se iniciaram nas esquinas das quadras. No

trecho 26-75, houve a necessidade de uma caixa de passagem no meio deste,

pois o distanciamento usual para uma caixa de inspeção/passagem é de mais

ou menos 100 metros. A escolha de se utilizar caixas de passagem além dos

poços de visita, se deu pelo fato de as CP’s serem mais baratos e atenderem

as exigências dos trechos em questão. Dentre os materiais, foi escolhida a

tubulação do tipo PVC por ser a mais utilizada e de fácil dimensionamento.