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Memorial descritivo sobre o processo de criação de um filme curta metragem em chroma key. Trabalho de conclusão de curso de Comunicação Social (Publicidade e Propaganda) da Universidade Católica de Brasília.

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RODRIGO SARMENTO CALDEIRA BRANT

OTO: REALIZAÇÃO DE UM FILME CURTA-METRAGEM EM CHROMA KEY Memorial descritivo apresentado ao curso de graduação em Comunicação Social da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel em Comunicação. Orientador: Alex Vidigal Rodrigues de Sousa

Brasília 2012

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Aos meus pais que sempre me incentivaram a buscar uma formação acadêmica de acordo com minhas afinidades.

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AGRADECIMENTO

Deixo meus sinceros agradecimentos a todos os professores que souberam

me ensinar com carinho e didática, mas agradeço principalmente aos que me

desafiaram e me fizeram crescer de um modo que não imaginava. Com vocês todos

tive experiências únicas que foram úteis para meu crescimento moral e profissional.

Muito obrigado por todas as cobranças, trabalhos, debates e por todos os recursos

em mim investidos, espero sinceramente conseguir responder a altura. Agradeço

também a todos os colaboradores da Universidade Católica de Brasília que são

responsáveis por oferecer um ambiente organizado, limpo e por atenderem nossas

dúvidas e solicitações. Vocês também tem grande influência sobre o que é

construído no campo do saber dentro da academia, pois o trabalho muitas vezes

subvalorizado é um dos mais valorosos e essenciais. Muito obrigado também a

TVCEI que forneceu o estúdio para as gravações, a Moviecenter que alugou o

Chroma key e fez um preço camarada, a equipe do CRTV (Centro de Rádio e

Televisão da Universidade Católica de Brasília) que sempre ajudou o projeto, os

colegas de curso e a todos os que acreditaram em mim e colaboraram com

pensamentos positivos para a conclusão de mais essa etapa. Agradeço ao meu

querido orientador Alex Vidigal, que tive a honra de ter como colega de trabalho e

orientador mas que acima de tudo para mim é um grande amigo. Um agradecimento

especial a minha família. Meu irmão Henrique, minha irmã Gabriela, meu pai Zé

Ricardo que tem a competência de me suportar até hoje apesar dos inúmeros

problemas que já causei. A minha mãe que tenho certeza que intercede por nossa

família da pátria espiritual e a minha sensacional namorada Thaina Luiza, com quem

tem a honra de compartilhar muitos dos melhores momentos que vivo atualmente.

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No desempenho dos deveres cristãos,

não aguarde recursos externos para

c u m p r i - l o s . O m e l h o r

p a t r i m ô n i o q u e vo c ê p o d e d a r

à s b o a s o b r a s é o s e u próprio

coração.

Chico Xavier

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RESUMO

Referência: BRANT SARMENTO CALDEIRA, Rodrigo. Oto, realização de um

filme curta-metragem em chroma key. 2012. Comunicação Social, Publicidade e

Proaganda, Universidade Católica de Brasília

O projeto aqui apresentado descreve a produção de um filme curta-metragem

em chroma key. É relatado o processo de criação desde a concepção inicial da

ideia até a estrutura de computação gráfica utilizada para criação de cenários e

elementos de cena necessários para construção do curta Oto. Para o autor foi uma

oportunidade para por em prática conhecimentos obtidos no decorrer da graduação

e da prática profissional na área audiovisual, bem como pesquisar sobre novos

temas teórico-técnicos para o desenvolvimento do projeto.

Palavras-chave: cinema, chroma key, curta-metragem, computação gráfica

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ABSTRACT

Reference: BRANT SARMENTO CALDEIRA, Rodrigo. Oto, making a film short film

in chroma key. 2012. Media, Advertising and Propaganda, Catholic University of

Brasilia

The project presented here describes the production of a film short film in

chroma key. We report the creation process from initial conception of the idea to the

structure of computer graphics used to create scenarios and scene elements needed

to build the short film Oto. For the author was an opportunity to put into practice

knowledge acquired during the graduate and professional practice in the audiovisual

field, as well as research on new theoretical and technical issues for the development

of the project.

Keywords: movies, chroma key, short film, computer graphics

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SUMÁRIO

1 DEFINIÇÃO DO OBJETO DE PESQUISA............................................................ 09

2 OBJETIVO............................................................................................................. 11

3 OBJETIVO ESPECÍFICO...................................................................................... 12

4 JUSTIFICATIVA .................................................................................................... 13

5 METODOLOGIA.................................................................................................... 16

6 CRONOGRAMA.................................................................................................... 18

7 ROTEIRO............................................................................................................... 19

8 PRÉ-PRODUÇÃO.................................................................................................. 21

9 CHROMA – KEY.................................................................................................... 23

10 DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA.............................................................................. 27

11 SELEÇÃO DE ENSAIOS..................................................................................... 29

12 GRAVAÇÕES...................................................................................................... 31

12.1 Primeiro dia de gravações.............................................................................. 31

12.2 Segundo dia de gravações............................................................................. 32

12.3 Terceiro dia de gravações.............................................................................. 32

13 PÓS-PRODUÇÃO................................................................................................ 34

14 CONCLUSÃO...................................................................................................... 38

15 APÊNDICE........................................................................................................... 39

15.1 Apêndice A - Primeiras ideias........................................................................ 39

15.1.1 Conceito......................................................................................................... 39

15.1.2 Gênero........................................................................................................... 39

15.1.3 Proposta de Storylines................................................................................... 39

15.1.4 Descrição das Personagens.......................................................................... 40

15.1.5 Descrição das Sequências............................................................................. 41

15.2 Apêndice B, Roteiro – Oto.............................................................................. 42

15.3 Apêndice C, Story Board................................................................................ 53

15.4 Apêndice D, Processo de composição de plano ........................................ 98

15.5 Apêndice E - Ficha Técnica...........................................................................105

16 REFERÊNCIAS...................................................................................................107

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1 DEFINIÇÃO DO OBJETO DE PESQUISA

Desde de pequeno sou fascinado por filmes. Recordo que sempre pedia de

aniversário, natal, dia das crianças e qualquer outra data que eu tivesse

possibilidade de receber algum presente, as fitas vhs dos lançamentos da Disney. O

primeiro making of (vídeo dos bastidores do filme que mostra os processos de

produção) que vi foi em uma dessas fitas e me despertou interesse em saber como

os filmes eram feitos.

O cinema sempre mexeu com as emoções de seus espectadores, seja pela

"veracidade" das imagens mostradas ou pela maneira como ele transforma e

intensifica os fatos da vida de um indivíduo. MARTIN (1990, p.25), comenta que "no

cinema o público verte em lágrimas diante de cenas que, ao vivo, não o tocariam

senão mediocremente." Isso é possível graças a linguagem cinematográfica. A

característica visual predominante do filme, consegue mostrar conceitos complexos

a partir de imagens, algo que, se não fosse impossível descrever, certamente

precisaria de muitas palavras.

No curso de comunicação social pude ver meu interesse pelas produções

audiovisuais crescer exponencialmente, entendendo uma pequena parcela de como

elas mexem com nossas emoções, incentivado por disciplinas do curso e pela troca

de opiniões com colegas. A medida que esses estudos se intensificavam nascia

também a necessidade de produzir algo próprio.

A minha primeira oportunidade de produzir um vídeo foi quando minha irmã

teve um trabalho para o colégio onde ela teria que aparecer em um videoclipe

cantando uma música em inglês. Fiz toda produção, conseguindo os objetos, local

para gravação, câmera, equipe, transporte e edição do material captado. Foi o

melhor trabalho da turma e a professora o usava como referência para os outros

alunos, isso foi um grande incentivo para meu crescimento nessa área.

Algum tempo depois de entrar no curso de comunicação social iniciei estudos

na área de computação gráfica focada no audiovisual e depois de algumas

produções independentes e universitárias comecei notar que algumas cenas de

filmes poderiam ficar “melhores” com alguns ajustes digitais simples ou poderiam ter

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parte de sua produção cenográfica reduzida. Ao iniciar o meu projeto experimental

em comunicação como trabalho de conclusão de curso, resolvi tentar algo novo

dentro da universidade e fazer um filme inteiro tendo a computação gráfica como

aliada.

Apesar da opção por fazer um filme todo em chroma key, sempre tive em

mente a construção de uma estória que pudesse agregar valor ao curta, de modo

que ele não se tornasse apenas uma experiência visual. Assim, procurei desde o

início do projeto ter todo o cuidado para realizar todas as etapas de estudos e

produção da maneira mais zelosa possível, a fim de que a estória pudesse ser

construída em toda sua plenitude e que pudesse ter a capacidade de mudar

positivamente o íntimo algum telespectador. Semelhante a vários momentos de

filmes simples e sinceros puderam mudar meu olhar diante da vida.

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2 OBJETIVO

Produzir um filme em estúdio utilizando chroma key, e apresentar o processo de produção de computação gráfica relativo a primeira cena.

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3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Escrever o roteiro para um filme entre 5 e 10 minutos;

Fazer a pré-produção do filme;

Realizar as filmagens;

Fazer a pós-produção;

Me tornar um melhor profissional na área de audiovisual com a produção do

curta.

Divulgar o filme através de festivais de cinema e negociações em canais de tv

e/ou espaços para exibição.

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4 JUSTIFICATIVA

O aprimoramento do cinema ganhou força inicialmente em 1900 quando este

começou a se organizar como indústria e desenvolver técnicas que ampliaram a

linguagem.

Se no início as obras consistiam em planos únicos, com um único rolo de película, agora esses filmes de 15 a 20 minutos pediam cenas variadas (mesmo porque exigia mais de um rolo) - o que levou ao desenvolvimento do corte e da montagem. BORGO, Érico; FORLANI, Marcelo; HESSEL, Marcelo (2009, p.14)

Dizem também que D. W. Griffith foi responsável por inovações na linguagem

como flashback (quebra de uma sequência linear para mostrar um evento ocorrido

no passado), cross-cutting (mostrar ações simultâneas em locais diferentes), fade-

in/fade-out (onde o fade-in é a transição gradual do preto para a imagem e fade-out

o processo inverso) e close-up (plano que destaca um elemento específico, seja o

rosto de um ator ou objeto de cena). Griffith ainda tornou padrão o formato longa-

metragem, filme com duração superior a 70 minutos, com Nascimento de uma nação

(Birth of Nation, 1915).

Com o aumento do tempo de filme, o custo de produção da indústria

cinematográfica encareceu e começaram a passar da casa dos milhões de dólares e

mantêm isso até os dias atuais.

Mas porque para produzir um filme é necessário tanto investimento?

Ainda que seja difícil obter números específicos, temos uma boa ideia sobre onde os estúdios gastam seu dinheiro. O orçamento de produção de um filme inclui todos os custos incorridos em pré-produção, filmagem, pós-produção e promoção. ROOS (2010, p.2)

Assim pode-se dizer que são todos os gastos efetuados desde a contratação

de atores, construção de cenários, aluguel de equipamento, etc, até a divulgação do

filme.

A utilização de computação gráfica trouxe inúmeras possibilidades criativas

ao realizador de cinema, pois um objeto/cenário/personagem já não precisaria existir

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fisicamente para ser utilizado em um filme. Podemos dizer que ela emplacou em

maio de 1977 nos EUA com o filme Guerra nas Estrelas (Star Wars, 1977). Na

época as empresas de efeitos especiais haviam falido devido a baixa credibilidade

dos filmes de ficção científica. Junto aos investidores e o diretor George Lucas teve

que criar tudo do zero. Essa necessidade para a produção do filme demandou a

criação de empresas para produção de efeitos sonoros e visuais, sendo a Industrial

Light and Magic responsável ela parte de computação gráfica a qual criou diversas

técnicas e aprimorou as existentes, o que aumentou as possibilidades criativas.

Uma técnica utilizada em conjunto com a computação gráfica é o chroma key.

De acordo com TEIXEIRA (2010) “...é uma técnica de efeito visual que consiste em

colocar uma imagem sobre uma outra através do anulamento de uma cor padrão,

como por exemplo o verde ou o azul.” Esse sistema permite a composição de

diversos elementos de fontes diferentes em uma única cena, como os atores

filmados, modelo 3d e fotografias em um software próprio. O aprimoramento desta

técnica possibilitou a partir do final dos anos noventa e a primeira década dos anos

dois mil a realização de filmes inteiros em cenários virtuais, como é o caso de

Capitão Sky e o Mundo de Amanhã (Sky Captain and the World of Tomorrow, 2004),

Sin City - A Cidade do Pecado (Sin City, 2005) ou 300 (300, 2006). O chroma key

pode ser utilizado em estúdio ou em filmagens externas, utilizado como plano de

fundo parcial ou total de um plano. Mais detalhes sobre o processo do chroma key

serão apresentados em um tópico específico.

A gravação em estúdio permite um controle sobre as condições de gravação,

principalmente na parte de direção de fotografia, pois possibilita a produção da

condição ideal de luz e enquadramento (dependendo do tamanho do estúdio), fator

essencial para um melhor resultado de pós-produção. Sem contar a contensão de

gastos com montagem de locações, transporte de equipamento, entre outros.

O formato de gravação utilizado foi o digital, pois evitar rolos de filme,

revelação e transfer (processo onde a película é digitalizada, bem como o processo

inverso), gera significativa economia para produção do curta. Outra vantagem do

processo digital é a possibilidade de rever imediatamente o material gravado e

também o seu fácil manuseio para as ilhas de edição onde é realizada a pós-

produção.

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Segundo REIS (2010) "Num passado não muito distante, driblar situações

adversas pedia outros tipos de invenções, especialmente quando os efeitos

especiais eram muito caros ou simplesmente não existiam." O sistema de produção

digital de cenários/objetos, se tornou acessível a realizadores cinematográficos

menores com o advento dos softwares de computação gráfica e assim, abriu novas

portas para produções independentes à indústria, tendo início assim a ‘era digital’ do

cinema.

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5 METODOLOGIA

Como o objeto de estudo é um filme, o método é baseado no estudo e

realização dos processos de produção cinematográfica. São estudadas as etapas

para produção de roteiro, pré-produção, filmagens, pós-produção, finalização e

promoção. A realização desses processos funcionou de acordo com as

possibilidades de produção, bem como com os prazos estabelecidos no

cronograma.

Foi realizado um estudo sobre qual a ideia central que conduziria o filme e, a

partir desta, foram buscadas referências criativas para auxiliarem a composição do

roteiro, bem como nos processos de pré-produção do filme, que foi feito a partir da

seleção de pessoal técnico, como testes de luz, seleção de elenco, ensaios, estudos

de cenários e objetos virtuais, etc.

Quanto à parte técnica a proposta foi manter a menor equipe possível, no

entanto, o acúmulo de funções foi analisado com cautela e o número de integrantes

poderá aumentar ou diminuir de acordo com a demanda solicitada pela produção.

Mas de início as funções básicas serão as seguintes:

Diretor

Produtor(a)

Assistente de direção

Diretor(a) de fotografia

Assistente de fotografia

2 Roteiristas

2 Operador(a) de som

1 Operador(a) de câmera

Maquiadora

Figurinista

Preparador de elenco

Logger

Continuista

Montador(a) / Editor(a)

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Compositor(a) After Effects

Compositor(a) de trilha sonora

Designer de som

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6 CRONOGRAMA

O cronograma apresentado é variável, pois adversidades podem atrasar os

processos, bem como podem ser necessárias atividades não-previstas. Os itens

tachados foram concluídos, os demais estão em desenvolvimento ou ainda serão

realizados.

Período Atividades

Janeiro / Fevereiro de 2011 - Pesquisa e escolha da ideia base de argumento do filme - Estudos gráficos de 3d e composição

Março / Abril de 2011

- Estudos gráficos de 3d e composição - Apresentação da ideia base do filme à equipe - Primeira versão do roteiro - Segunda versão do roteiro

Maio / Junho de 2011 - Estudos gráficos de 3d, composição - Versão final do roteiro

Julho / Agosto de 2011

- Montagem de storyboard - Seleção de equipe técnica - Terceira versão do roteiro - Quarta versão do roteiro

Setembro / Outubro de 2011 - Seleção de equipe técnica - Testes de fotografia

Novembro / Dezembro de 2011 - Seleção de equipe técnica - Casting e ensaio com elenco

Janeiro / Fevereiro de 2012 -Ensaio com o elenco -Quinta versão do roteiro -Definição do cronograma de gravações -Sexta versão do roteiro -Gravações -Montagem

Março / Abril de 2012 - Montagem e início de pós-produção

Maio / Junho de 2012 - Pós-produção - Composição de trilha sonora - Mixagem de som

Julho / Agosto de 2012 - Finalização - Divulgação

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7 ROTEIRO

Segundo COMPARATO (1995, pg. 20) “O roteiro é o princípio de um

processo visual, e não o final de um processo literário.” Diferente de um livro onde a

estória é completa em sua forma escrita, o roteiro é a descrição escrita de um

processo visual, no caso deste projeto, um filme curta-metragem.

O conflito é a base toda e qualquer estória. O protagonista, personagem

principal, enfrenta um problema que o leva a agir para fazer tudo voltar ao normal.

Este problema principal é que dá toda estrutura para criação da estória. Em O

Senhor dos Anéis (The Lord of The Rings, 2001), por exemplo, o hobbit Frodo vive

tranquilamente até aparecer o anel que ele precisa destruir antes que Sauron, o

vilão, o recupere e escravize a Terra Média.

A discussão da ideia é algo importantíssimo no processo criativo por isso,

optei trabalhar o roteiro com meu amigo Robson Quirino. Há algum tempo

compartilhávamos o desejo de criar um projeto autoral que pudesse mudar o mundo

para melhor, contando uma estória bonita. Particularmente gostaria de que tivesse

um viés espiritualista. Não um espiritualismo doutrinário, impositivo, mas de modo

que pusesse o espectador a repensar seus valores, e quem sabe, muda-los. Assim,

a base do processo era criar uma estória que fosse positiva e que tivesse uma

temática espiritualista.

Uma das obras consultadas para estudo de roteiro foi a Story, escrita por

Robert Mckee. Para mim é muito mais que um livro sobre como escrever roteiros. A

visão de mundo que ele apresenta ao estudar a construção de roteiros mudou meu

ponto de vista sobre a escrita e aumentou muito a minha vontade de criar um filme

bem contado. E apesar da minha humilde pesquisa sobre roteiro, já tenho tenho

certeza que ele é o melhor tanto em didática quanto em profundidade de conteúdo

no assunto.

Criamos cerca de seis argumentos que não achamos válido desenvolver, não

só por questões da estória, mas pelas limitações técnicas que filmagem em chroma

key e o orçamento reduzido nos traria, como cenários e situações complexas que

necessitariam de uma produção maior. O sétimo argumento foi o escolhido. Surgiu a

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partir de ideias de casas mal-assombradas e crianças. Um tema bastante explorado,

mas que decidimos contar a partir da amizade de um garoto vivo com um garoto

‘morto’ mas que parecesse ser uma amizade normal. Escolhido o argumento

iniciamos o processo de desenvolvimento e estruturação do roteiro.

O desenvolvimento da estória foi espontâneo, onde um aparecia com uma

ideia e o outro a completava. Em questão de algumas horas de conversa os

acontecimentos principais estavam definidos.

Se você acha que uma cena funciona, não conserte o que funciona. Mas, na maioria das vezes, um primeiro tratamento é fraco ou parece forçado. Nossa tendência é reescrever o diálogo, esperando poder trazê-la à vida ao parafrasear discursos... até atingirmos uma estrada sem saída. Pois o problema não está na atividade da cena, mas em sua ação; não em como as personagens estão conversando ou se comportando na superfície, mas no que elas fazem sob suas máscaras. (MCKEE, 2006 pg. 239)

O primeiro tratamento não foi diferente. O receio de estragar algo que

funciona de certa forma nos limitou e ficamos apenas reescrevendo os diálogos.

Com um pouco mais de estudo percebi que não deveria ter medo de mexer nas

ações da cena. Logo começamos a observar ação por ação, de modo a inverter os

valores das cenas do positivo para o negativo e vice-e-versa, nos esforçando para

trabalhar o conflito do micro ao macro da estória.

Todas as cenas devem virar. Esse é o nosso ideal. Nós trabalhamos para finalizar cada cena, do início ao fim, transformando o valor em questão da vida de uma personagem do positivo ao negativo, ou do negativo ao positivo. Aderir a esse princípio pode ser difícil, mas não impossível. (MCKEE, 2006 pg. 47)

O dois últimos tratamentos do roteiro foram feitos depois de iniciados os

ensaios e produção de objetos de cena, pois a partir desse momento foi que pude

perceber como os diálogos soariam, o que não funcionava e o que teria que ser

modificado por impossibilidade de produção.

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8 PRÉ-PRODUÇÃO

Com a ideia do projeto encaminhada e o roteiro pré-finalizado comecei a

viabilizar a estrutura para produção do curta. Teria que montar equipe, elenco,

conseguir equipamento e um estúdio com chroma key para as gravações. E a

medida que esse processo se desenvolvia percebi que teria que estender o prazo do

projeto para mais um semestre de curso.

A Tvcei é a tv do Conselho Espírita Internacional. Entrei lá no começo de

2009 e desde então trabalho como editor, na edição dos programas, criação de

vinhetas e vídeos publicitários. Posso dizer que foi o emprego mais me proporcionou

aprendizado moral e profissional, sendo catalisador de uma mudança de rumo em

minha vida, pois me permitiu a quebra de preconceitos e paradigmas íntimos não só

relativos ao espiritismo, mas a minha maneira de encarar a vida. No meio de 2011

conversei com Luis Hu e Joseval Junior, coordenadores da tv, expliquei a ideia do

meu TCC e manifestei o desejo de utilizar o espaço do estúdio para as gravações.

Como um colega de trabalho havia feito como trabalho de conclusão de curso, um

documentário sobre mediunidade com o apoio da tv, acreditei que também receberia

apoio semelhante. Os coordenadores concordaram em apoiar o projeto com a

condição de que o mesmo fosse disponibilizado na programação, além do nome da

tv nos créditos do filme.

No quesito equipamento a situação estava com certo encaminhamento.

Poderia contar com os equipamentos para iluminação, som e filmagem da

universidade, mas como a câmera disponível tinha uma imagem bem distante da

imagem de cinema optei por deixa-la de estepe e pesquisei opções de câmera

melhores para o projeto. Por fim o diretor de fotografia disse que teria possibilidade

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de conseguir uma câmera Canon 7D1 e as lentes emprestadas, o que felizmente

ocorreu.

No decorrer do projeto várias pessoas se juntaram à equipe. Por volta da

metade de 2011 meu orientador Alex Vidigal me pediu para dar uma ajuda na edição

de um curta que alguns alunos do curso tinham produzido para inscrição no festival

Claro Curtas. Assim conheci Felipe Todeschini e Rafael Homero, que futuramente

seriam os responsável pela captação do som durante as gravações.

1 A Canon 7D tem sido uma das câmeras mais utilizadas em produções

cinematográficas de baixo orçamento por ter uma imagem semelhante a a da película, gravar em 24fps e permitir o uso de lentes fotográficas Canon.

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9 O Chroma key É uma técnica de processamento de imagens. Seu objetivo é eliminar o fundo de uma imagem com a finalidade de isolar os personagens ou objetos de interesse que posteriormente serão combinados com outra imagem de fundo. As formas de se identificar o fundo da imagem a ser processada, quais os pontos e qual a área a eliminar deste fundo, são as maiores dificuldades da técnica. (WRIGHT, 2010)

As principais cores utilizadas são o azul e o verde, pois são cores primárias

no sistema de cor-luz, também conhecido como RGB. São as que mais diferem do

tom avermelhado da pele humana, por serem complementares à vermelha. Outras

cores também podem ser utilizadas, mas como seus resultados são inferiores o

maior uso ainda permanece com azul e verde.

SAWICKI (2007) comenta que

[...] o processo de tela azul foi usado no período do cinema mudo para a geração de composições de alta qualidade nos filmes preto e branco, através do processo Pomeroy Dunning. Com o passar dos anos e o surgimento do filme colorido, muitos artistas de efeitos especiais adaptaram a ideia de usar uma tela azul para isolar fotograficamente um elemento para criar composições coloridas. Um dos primeiros exemplos do processo foi desenvolvido por Lawrence Butler para um filme de Alexander Korda, em 1940: O Ladrão de Bagdá. (SAWICKI, 2007, pg. 157)

E mais a frente explica o funcionamento do processo

A separação é, na verdade, um filme em preto e branco que contém apenas um dos componentes de cor. Ela é feita sobrepondo-se a cor negativa sobre o filme preto e branco e expondo este a uma cor primária. Este processo foi feito três vezes para criar as cores vermelho, verde e azul em filmes preto e branco. Os registros das cores em preto e branco são exatamente os mesmos utilizados atualmente nos canais de cores dos processos digitais. (SAWICKI, 2007, pg. 158)

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Legenda: Em muitos casos nesse processo a imagem final gera um espectro azul, sendo essa a principal desvantagem.

Assim, no início isolar uma cor de um filme era um processo bastante

trabalhoso e demorado, e com a desvantagem que caso a matriz da cor a ser

isolada tivesse alguma variação o resultado seria um recorte com as bordas do

fundo recortado, algo semelhante a uma aura.

SAWICKI (2007) ainda diz que o processo de chroma key foi aprimorado

apenas na década de 50 gerando um método mais preciso de diferenciação de cor

que conseguia eliminar as bordas de maneira mais eficaz. Petro Vlahos foi o

inventor responsável pelo aperfeiçoamento e esse sistema fez tanto sucesso que se

manteve até a atualidade.

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Legenda: Representação do sistema criado por Vlahos. Neste exemplo foi criado

uma máscara no ponto azul do cartão para ele não ficasse transparente e exibisse o

fundo.

Houveram também estudos sobre o tipo de tela de fundo utilizada para gerar

a cor mais pura possível e possibilitar um melhor recorte. Dentre as várias tentativas

apresento um exemplo retirado do livro de Sawicki:

Uma alternativa comum era usar tinta na tonalidade azul profundo em superfícies planas e aumentar a pureza da cor iluminando o local com duas luzes azul intenso em ângulos de de 45 graus. Este esquema de iluminação tornava o azul puro, mas a um custo enorme devido à quantidade de luz utilizada, uma vez que o filtro azul utilizado nas lâmpadas remove 90 por cento da emissão de luz por meio da absorção. (SAWICKI, 2007, pg. 161)

Hoje já temos empresas especializadas na produção de tintas e tecidos

específicos para chroma key como a ROSCO. Esses produtos são feitos para

emitirem o comprimento de onda específico da cor de modo a facilitar o recorte.

Porém o avanço dos softwares de composição permite que um tecido ou tinta não

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específicos para essa função possibilitem um isolamento de cor considerável se

iluminados adequadamente. No fim das contas a decisão de utilizar produtos

profissionais ou alternativos vai depender do orçamento disponível para a produção.

Em vídeo o chroma key possui basicamente dois tipos de recorte. Um é feito

no momento da filmagem, muito utilizado nos telejornais para previsão do tempo,

onde o sinal da cor verde/azul é isolado e transformado em canal alpha# e o fundo é

adicionado possibilitando assim a interação cenário repórter. Geralmente esse tipo

de recorte é realizado através de equipamentos especializados para tal função, não

permitindo composições complexas. O outro tipo de recorte de chroma é realizado

após as filmagens via software de edição/composição. Nesse processo a cor de

fundo é eliminada através de algoritmos que calculam as variações da cor

selecionada e a eliminam gerando o canal alpha. Esse segundo método é o mais

utilizado em cinema por possibilitar um recorte mais preciso e customizável.

Um dos aspectos a ser analisado ao se filmar em chroma é a sensibilidade da

câmera utilizada nas gravações. De acordo com o fabricante e modelo o sensor

pode captar com mais saturação o verde ou o azul dando um melhor recorte dos

elementos e/ou atores. A tela azul por bastante tempo dominou o mercado, pois a

extração de cor no processo fotoquímico era mais fácil. O verde especificamente

reflete mais luz, necessitando assim de menos iluminação para um recorte efetivo,

porém os elementos de cena precisam ficar o mais longe possível do fundo para

evitar reflexos.

Nesse projeto específico não tivemos o luxo de escolher a cor do chroma key,

pois o estúdio da universidade tem o fundo azul apenas na parede em forma de L e

não tinha espaço suficiente para as gravações de Oto. Precisaríamos de um estúdio

maior por conta da movimentação dos atores e para um melhor posicionamento

deles em relação ao fundo para evitar o máximo de reflexos do chroma. Assim, nas

gravações utilizamos o fundo verde do estúdio da Tvcei. Desse modo, tivemos que

construir a direção de arte de modo a evitar a cor verde nos atores e objetos.

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27

10 DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA

A fotografia é a arte de capturar uma imagem dentro de um enquadramento

com a iluminação desejada. MOURA (2009, pg. 19) afirma que “Todos os problemas

da fotografia se resumem a estas questões: onde se coloca o refletor, em que

direção, com que força e de que tipo ele é.” Assim podemos afirmar que a direção

de fotografia é responsável por definir e iluminar os enquadramentos de um filme.

O filme em chroma key exige um sistema de trabalho diferente em relação a

produções onde o cenário existe fisicamente. Numa produção com cenário já

definido podemos posicionar os atores/objetos, fazer a iluminação de cena e a partir

disso definir o enquadramento, como será o corte de um plano para outro, o uso de

mais de uma câmera simultânea na gravação, entre outros aspectos.

A necessidade do chroma key preencher todo espaço de fundo, faz com que

ele se torne o ponto fixo, e todos os elementos: atores, luzes e câmeras se

posicionem em função dele.

Storyboard é um filme contado em quadros, um roteiro desenhado. Lembra uma história em quadrinhos, sem balões. Mas, existe uma diferença fundamental apesar da semelhança de linguagem e recursos gráficos, uma história em quadrinhos é a realização definitiva de um projeto, enquanto que um storyboard é apenas uma etapa na visualização de algo que será realizado em outro meio. (TOGNI, 2007)

Tendo em vista a especificidade do projeto, criar um storyboard se tornou

indispensável, pois assim seria possível ter a noção espacial do cenário bem como

definir os enquadramentos do filme.

A ideia inicial era montar o storyboard a partir de fotografias no próprio

estúdio utilizando o fundo em chroma key para definir quadros. Bastou apenas uma

noite de trabalho para descobrir o quão improdutivo seria esse processo, por que

não daria a noção espacial correta do cenário como posição de portas, janelas,

móveis, etc. A partir desse estudo ficou claro que a montagem do storyboard teria

que ser realizada no cenário definitivo, ou pelo menos em sua base espacial. Com

isso foi realizada uma modelagem básica dos cenários dos filmes (que será

Page 28: Memorial Descritivo - Oto, realização de um filme curta-metragem em chroma key - Rodrigo Brant

28

comentada com detalhes no tópico de computação gráfica) e para representar os

atores foram utilizados personagens 3d gratuitos que podem ser baixados em sites

de estudos de 3d.

Nesse projeto específico, os planos fechados facilitam o recorte do chroma

key, pois podemos posicionar os atores o mais longe possível do fundo verde, já que

eles não aparecerão de corpo inteiro, evitando assim que a cor de fundo reflita

neles. Essa opção também reduz parte do trabalho de computação gráfica, pois

como os atores ocupam maior parte do enquadramento, a parte digital a ser

construída é menor do que em planos abertos. Sendo assim, o storyboard foi

montado com o maior número possível de planos fechados, e os abertos utilizados

apenas quando exposição do cenário se tornou imprescindível para a estória.

Após a montagem do storyboard me reuni com o diretor de fotografia,

Anderson Brasil. Ele me orientou a respeito dos enquadramentos, dizendo o que

funcionaria e o que era excesso e poderia ser retirado. Reduzimos o número de

planos por cena, o que facilitou o trabalho nas filmagens e ainda deixava uma boa

margem de corte para montagem do filme.

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11 SELEÇÃO DE ENSAIOS

Segundo GERBASE (2010, pg. 22), definir os atores de um filme é um

processo delicado e decisivo, pois muito fatores devem ser levados em

consideração como cachê, disponibilidade, tipo físico, experiência, estilo de

interpretação, afinidade com diretor, etc. A escolha do ator correto para o papel

muitas vezes pode definir o sucesso ou fracasso de um filme, pois um ator que não

acredita no próprio personagem não fará ninguém acreditar nele.

Fiz alguns cartazes informativos sobre a seleção de elenco para o curta

metragem e coloquei nos principais teatros da cidade e faculdades de comunicação.

No dia de seleção algumas pessoas confundiram o endereço, por erro meu em não

perceber que o mesmo era semelhante ao de outro local. Consequentemente

apareceram apenas duas mulheres para realizar o teste para o papel de mãe e um

garoto para o papel de um dos meninos. As duas mulheres não combinavam com a

personagem. Além de serem fisicamente diferentes e muito mais velhas do que

imaginei a mãe de Moisés, não tinham a atuação compatível e por mais que as

orientasse ainda assim ficavam muito longe do ideal para a personagem. O garoto,

apesar de não ter experiência alguma em interpretação, fisicamente e

psicologicamente era próximo à Moisés, então depois de alguns testes estava quase

certo que deveria investir nele para o papel.

Com endereço corrigido e uma idade mais baixa para as mulheres, distribuí

novamente os cartazes, com visual diferente para não ser confundido com o

anterior, com uma segunda data para seleção, que agora contava com um

preparador de elenco para ajudar nos testes de interpretação e me orientar em

relação ao trabalho que teríamos para preparar os escolhidos para o filme.

Reuni com Leandro Sena, que iria preparar o elenco, discutimos as

características dos personagens e ele sugeriu alguns exercícios e dinâmicas

individuais e em grupo para fazer com os candidatos aos papéis. A partir delas seria

possível uma melhor avaliação de quem estaria apto aos papéis.

No dia da segunda seleção foram três mulheres para o papel de mãe e dois

garotos. Michelline e Lucca, mãe e filho, foram fazer os testes juntos e eram ideais

Page 30: Memorial Descritivo - Oto, realização de um filme curta-metragem em chroma key - Rodrigo Brant

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para os papéis propostos, tanto fisicamente quanto psicologicamente, assim o

elenco do filme fechou com eles.

Ensaiamos durante o mês de Janeiro, aos sábados e na semana que

antecedia as gravações e fizemos alguns ensaios extras. Inicialmente eram em

minha casa, o que gerava um certo deslocamento para os atores, mas

posteriormente Lucas Simões, que estava na produção, conseguiu uma sala no

Teatro Nacional Cláudio Santoro e reservamos os horários dos próximos ensaios.

Além do espaço adequado a localização também poupava tempo, fato que

possibilitou os ensaios no meio da semana, que seriam inviáveis caso não

conseguíssemos um local em Brasília ou próximo.

A primeira reunião com elenco foi para estudo do roteiro e lapidação das

personagens com os atores. Fizemos a primeira leitura e pedimos para cada ator

explicar o que tinha captado de seu personagem, e a medida que eles falavam

corrigíamos o que destoava. Fizemos também um exercício onde sugeríamos

situações e os atores imaginaram como seria a reação das personagens. No geral

esse primeiro ensaio foi bastante produtivo, pois estava aberto a sugestões para

modificações em falas ou atitudes de cada um de modo a agregar valores a estória,

mas sempre com cuidado para não denegrir as personagens.

Optei por filmar alguns ensaios para assistir posteriormente, isso permitiu

pontuar as atuações em parceria com o Leandro e também como referência para os

atores quando ele não se lembravam como tinham interpretado em tal cena. No

geral os ensaios foram produtivos, tive certa dificuldade apenas nos em que o

preparador não podia comparecer, pois não sou muito bom em entreter e controlar

crianças.

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12 GRAVAÇÕES

12.1 Primeiro dia de gravações, 04/02/2012

Marcamos a chegada no set para as 7:30, mas me atrasei um pouco pois fui

buscar parte da equipe antes de ir. Não consegui contatar a logger, que é a

responsável por descarregar e organizar os arquivos das gravações, no caminho e

já contava com a possibilidade dela não ir por conta disso, mas por volta das 9:00

horas ela apareceu no estúdio e se desculpou pelo atraso.

De início gravaríamos as cenas com a mãe, para liberar a atriz e ficar

somente com os garotos, mas como ela estava rouca e não teria condições de

gravar nesse fim de semana, mudamos a ordem de gravação e começamos com as

cenas com os garotos.

A previsão era gravar quatro cenas, mas por falta de alguns objetos de

cenografia (bola de futebol e rolo de macarrão) não poderíamos realizar duas delas

imediatamente. O Lucas Simões que estava de produtor não poderia continuar

devido a uma outra gravação que já estava previamente agendada, e apesar de

muita procura na noite anterior ás gravações estávamos sem produtor. Como último

recurso falei com meu irmão para assumir a produção. Ele não tinha experiência

alguma na área, mas expliquei do que se tratava e ele disse que poderia fazer. Para

minha surpresa e do assistente de direção ele se mostrou um ótimo produtor

conseguindo atender todas as necessidades cenográficas, bem como

providenciando a alimentação e atendendo prontamente o que lhe era solicitado.

A principal dificuldade foram os atores. Frequentemente olhavam para a

câmera, microfone, equipe, e muitas vezes esqueciam algumas falas ou gestos.

Devido a isso muitos dos planos tiveram mais de dez repetições para conseguir

duas ou três tomadas boas, o que tornou a gravação de alguns planos bem

cansativa. A dispersão e questionamentos constantes dos atores também foi algo

que tivemos problemas, principalmente quando o preparador de elenco precisou ir

ao trabalho. Problema que não foi maior pois a maquiadora, Thaina Luiza, ficava

com os atores entretendo-os e evitando que eles entrassem no set antes da hora.

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Conseguimos fechar apenas duas cenas no fim do dia, metade do que estava

previsto. Mas apesar de todos as dificuldades achei o dia produtivo, pois não

imaginava que a equipe estaria tão bem sintonizada, pois para muitos era a primeira

vez que participavam de um set de filme. Todos conseguiram se adaptar

rapidamente as funções e os que tinham uma experiência maior ajudaram de boa

vontade com as dificuldades que ocorriam.

12.2 Segundo dia de gravações, 05/02/2012

Assim como no primeiro dia busquei parte da equipe, que agora não iria

contar com a presença do continuista, pois ele teve compromissos que o impediram

de comparecer á gravação. Sendo assim, a Pâmela que estava de logger assumiu

também a função de continuista batendo a claquete e fazendo o relatório das

tomadas. Também não pudemos contar com o preparador de elenco, pois devido a

um imprevisto ele teve que se ausentar das gravações.

As gravações nesse dia foram mais tranquilas, pois além da equipa já estar

entrosada e num ritmo de trabalho bacana, o preparador de elenco cuidava dos

atores e os preparava antes da cena de modo que eles não precisavam ficar no set

enquanto nos preparávamos para a gravação da cena seguinte.

12.3 Terceiro dia de gravações, 11/04/2012

Busquei parte da equipe e chegamos ao estúdio ás 07:30. O meu irmão que

estava cansado por conta de uma insônia não pôde produzir o café da manhã e

então pedi para assistente de direção, Guilherme Sadeck, que providenciou a

comida e eu levei o café.

No dia anterior a gravação tinha falado com meu amigo Jonas para que ele

fosse as gravações para fazer registros para making of, no entanto como

esquecemos a filmadora e as pilhas de uma das máquinas fotográficas ele acabou

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registrando apenas alguns momentos. Porém ele deu uma ajuda com os aspectos

da produção já que o Henrique não pôde comparecer, e providenciou tudo que era

solicitado.

Começamos a montar as coisas para a gravação e o Leandro, nosso

preparador de elenco teve que se ausentar por questões pessoais dando um

desfalque à equipe. Nesse dia fizemos as cenas com a mãe que puderam ser

gravadas mais rapidamente por conta da presença apenas de um dos meninos e do

profissionalismo da Michelline que atuou como mãe. Na cena 9 em que ela conta a

Moisés que o amigo dele está morto ela chegou a chorar tamanho a emoção

dedicada a interpretação. Depois das gravações com a mãe fomos fazer algumas

cenas que eram apenas com o Raul. Com o passar do tempo ele foi reduzindo o

número de acertos e consequentemente a produtividade, chegando a um ponto

onde senti que tanto a equipe quanto ele estavam quase esgotados. Digo também

por mim, pois em certo ponto das gravações já estava desorientado e não conseguia

mais pensar nos planos já lembrando de como eles funcionariam na montagem.

Confesso que fiquei com medo nesse momento pois não saberia se os planos

funcionariam da maneira adequada na hora da edição.

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13 PÓS-PRODUÇÃO

Devido ao tempo disponível para produção do projeto o relato corresponde o

processo de computação gráfica da primeira cena do curta não sendo

obrigatoriamente o mesmo padrão utilizado para as demais cenas.

Na pós-produção, as filmagens são editadas e o filme é montado de acordo

com roteiro sendo passível de modificações pelo diretor. Após a definição dos

trechos estarão na versão final os elementos de computação gráfica, cenários,

objetos, personagens ou até mesmo um plano ou cena inteira, são inseridos e é feito

o tratamento digital das imagens para corrigir as cores e a iluminação, de modo que

os elementos inseridos fiquem “naturais” no filme. Desse modo é possível evitar

custos mais altos de produção de cenários e muitas vezes criar cenas impossíveis

de serem realizadas em situações reais.

Computação gráfica, também conhecida pela sigla CGI (Computer-generated

imagery), é toda imagem inserida no filme através de um computador, não sendo

assim captada pela câmera no momento da filmagem.

Quando CGIs são motivados por uma estória forte, como FORREST GUMP - O CONTADOR DE HISTÓRIAS ou HOMENS DE PRETO, o efeito desaparece por trás da estória que conta, enriquecendo o momento sem chamar atenção para si. (MCKEE, 2006, pg. 36)

Quando ocorre o inverso e o efeito visual se torna o centro das atenções, a

estória perde força e os comentários do público são sobre a qualidade técnica visual

em denegrimento da importância da trama. Assim, a ideia era ter a CGI como aliada

para contar uma estória e não como a protagonista do filme.

Em Oto, a proposta inicial de computação gráfica era utilizar o mesmo cenário

modelado para o storyboard, fazendo os ajustes necessários para torna-lo o mais

realista possível na interação dos atores. Essa proposta porém foi cancelada, pois

necessitaria de uma equipe ou mais tempo para eu conseguir fazer tudo sozinho, já

que as pessoas se propuseram a ajudar nessa área não puderam se comprometer

com a demanda. Sendo assim, decidi montar o cenário do filme por meio de

composição de imagens produzindo sempre que possível as que seriam utilizadas.

Page 35: Memorial Descritivo - Oto, realização de um filme curta-metragem em chroma key - Rodrigo Brant

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A composição em computação gráfica funciona de modo semelhante a outros

tipos de composições. No caso de uma composição musical por exemplo; as notas e

o os tempos são agrupados de modo a formar pequenas melodias, que por sua vez

são combinadas e formam blocos maiores. Essa construção se repete com todos os

instrumentos e posteriormente são combinados formando assim a música que

ouvimos, ou pelo menos o processo é esse em boa parte delas. É semelhante à a

composição em CGI ou a de um texto, pois a regra é sempre construir o todo a partir

de pequenas partes.

Entre os diversos softwares existentes no mercado optei pelo uso do Adobe

After Effects na versão CS5. É que uso no dia-a-dia profissional, pois é o mais

utilizado no mercado audiovisual de Brasília para criação de vinhetas, efeitos visuais

e composição. E devido a sua popularidade também é um dos que mais tem tutoriais

em vídeo explicando ferramentas, efeitos e modos de trabalho dentro do programa.

Em Oto, tomei por base para o recorte do chroma um tutorial feito por Andrew

Kramer2, o advanced soft keying.

Para o Oto, o processo de composição estabelecido funciona nas seguintes

etapas básicas:

1. Eliminar o fundo verde do chroma key;

2. Colocar o elemento de fundo principal e secundários. Geralmente o

principal ocupa a maior parte do fundo, como por exemplo uma parede, e

os secundários podem ser uma porta, um vaso de planta, interruptor, etc;

3. Corrigir a cor e iluminação dos elementos de fundo para ficarem próximas

à da gravação em estúdio;

4. Colocar o reflexo do fundo criado em CGI nas imagens gravadas em

estúdio, de modo a simular a presença física dos elementos filmados no

ambiente virtual, conhecido também como light warp;

5. Fazer a correção geral de cor e iluminação.

2 www.videocopilot.net

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Tais etapas são realizadas em cada plano do filme. Como o enquadramento

difere de um plano para o outro todas as etapas tem ser refeitas, não sendo possível

a criação de um padrão dentro do software de composição que possa apenas ser

copiado plano a plano.

No decorrer do processo de composição tive que produzir alguns elementos

de cena, como os quadros da parede da casa de Moisés, que são fotos3 de quadros

da minha própria casa. Em outro momento tive que ir ao estúdio tirar fotos do sofá

que foi usado nas gravações, pois não o tínhamos na posição correta dele para

composição.

Em alguns planos tive que remover alguns objetos frame a frame, como é o

caso do sofá da casa de Moisés. Nas filmagens ele foi colocado na posição correta

de acordo com o storyboard, mas infelizmente a posição não funcionava para a

composição. É um processo trabalhoso, exigindo assim bastante paciência e tempo

para sua execução.

No início de maio tirei 3 semanas de férias para trabalhar somente na parte

de CGI do filme. Trabalhei cerca de 8 a 12 horas por dia durante esse período. De

acordo com meus cálculos se conseguisse fazer a média de uma cena a cada dois

dias conseguiria fechar a pós produção. Meta essa que caiu logo na primeira

semana de trabalho, pois além do trabalho de composição eu teria que produzir

algumas imagens como elementos de cena, como casas, móveis, quadros, etc.

Além é claro de problemas no render devido a sobrecarga no computador4, falta de

espaço5 em disco e a remoção de alguns objetos que não deveriam ter sido filmados

junto com os atores. Assim ao fim de minhas férias havia terminado três cenas do

3 A câmera utilizada foi uma Nikon D80, no entanto uma máquina digital com boa lente,

resolução e iluminação adequada, pode suprir muito bem a demanda de fotos para composição. 4 O computador utilizado no projeto para composição em CGI foi um Intel(R) Core(TM) i5-

2310 CPU @ 2.90GHz 2.90GHz com 16 GB de memória RAM e placa de vídeo NVIDIA GeForce GTX 460. 5 Cada arquivo de 1 min de filme renderizado no After Effects equivale em média a 9 GB,

utilizando o formato Quicktime na configuração Animation em qualidade máxima, na resolução de 1080p.

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filme, muito menos do que imagina, porém o máximo que o tempo disponível

permitiu.

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14 CONCLUSÃO

Na academia somos incentivados a questionar. O professor desce do

pedestal da infalibilidade, e se torna um companheiro de aprendizado disposto a ser

questionado em suas opiniões e a admitir quando não possui a informação

solicitada. E essa vontade de querer sempre aprender a partir do auto-

questionamento é o maior ensinamento que tive nesses anos de universidade.

Quando cheguei ao momento de realizar o meu projeto experimental em

comunicação, tomei por base esse ensinamento e me propus criar algo inédito para

mim e para o curso, dando ênfase na característica experimental da disciplina.

Proposta essa que sempre tentei manter o mais simples possível, desde as

primeiras ideias até o relacionamento com os que me ajudaram e ajudam nesse

projeto.

A criação integral do filme permitiu explorar áreas que não tenho muita

prática, bem como ingressar em outras que não tinha experiência, como direção,

seleção e ensaio de elenco. Desse modo, a pesquisa me fez crescer bastante como

profissional, me dando um novo olhar sobre tópicos que eu julgava já estarem

resolvidos por conta do conhecimento adquirido com o trabalho de editor. Mudei

minha ideia de mundo lendo um livro sobre como escrever roteiros e aumentei ainda

mais a minha vontade de contar estórias.

Fiquei muito feliz e bastante emocionado com todo o carinho e atenção que

recebi no decorrer do projeto. A ideia foi bem acolhida e todos que participaram do

projeto ajudaram de boa vontade, o que permitiu um ambiente harmônico durante o

processo. Por essa ser minha primeira experiência em um set de filmagem sob

minha direção posso ter ficado com a impressão errada sobre a sintonia da equipe e

desenvolvimento das filmagens. Porém acredito que o amor foi o catalisador de

todas as conquistas desse projeto e é o sentimento que tento sempre colocar na

direção da minha vida de modo a criar sempre algo belo e útil para para o mundo.

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15 APÊNDICE

15.1 Apêndice A - Primeiras ideias

15.1.1 Conceito

Um filme de cunho espiritual para pessoas não espiritualistas.

15.1.2 Gênero

Drama

15.1.3 Proposta de Storylines

Uma menina conversa com um mendigo sobre o porque as pessoas passam

e sequer olham para ele. No final é mostrado que ele não é visto por ser um espírito.

Um jovem perde sua namorada. A partir disso ele se foca em seu trabalho em

tempo integral já que sua vida não tem mais sentido. Um mensagem então começa

a chegar a ele de inúmeras formas e ao pesquisar seu significado ele descobre que

é o símbolo que sua namorada desenhava.

Um pessoa está vivendo seus últimos dias em um quarto de hospital. E um

amigo através de brincadeiras, histórias e gestos simples de ajuda e motivação

consegue transformar estes dias nos mais maravilhosos possíveis.

Um homem está internado em um hospital. Sem família e amigos ele está

abandonado a própria sorte. Um enfermeira então começa a lhe dar os cuidados

necessários com todo amor e carinho que ele jamais recebeu e ao receber alta ele

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resolve procurar a enfermeira que o ajudou e descobre que ela já havia morrido há

vários anos.

Um homem desempregado faz suas atividades diárias, ele pega o ônibus e

não paga passagem e procura emprego, sem grande visibilidade das pessoas que

estão ao seu redor. Ele parece estar sempre melancólico e cabisbaixo então é

revelado que ele já está morto vendo o convite para o culto ou missa de mês ou ano

de sua morte.

Uma mulher cuida do jardim com esmero. e em dado momento ela fica fraca

de espírito o jardim se torna feio e com aspecto ruim. Ela tenta modificar o jardim e

nada acontece. É quando ela percebe que está morta e da sua influencia quanto ao

estado do jardim.

Proposta escolhida - Um garoto vai todo dia brincar com outro em uma casa.

Até que um dia o garoto que vai a casa descobre por meio de uma reportagem que

seu amigo já morreu. Ele corre para a casa e nota que ela está depredada, senta a

frente dela e começa a chorar. Daí espírito do outro garoto aparece. Os dois do casa

com o aspecto anterior

15.1.4 Descrição das Personagens

Moisés - O garoto vivo, 10. Ele mudou-se para a nova cidade no período de

férias. Por morar a pouco tempo não tem amigos. Ele está triste pela condição atual.

Curioso, sério, esperto e com uma leve introspecção.

Oto - O garoto morto, 10. Alegre, divertido e brincalhão. Sua família teve uma

morte brutal em uma tentativa de assalto. Os criminosos não foram pegos. Desde

então seu espírito vive em sua antiga casa. Ele não sabe que está morto.

Mãe de Moisés - Coadjuvante. Ela é uma mãe solteira e dedicada. Sempre

pergunta ao filho como está, possuem uma relação carinhosa.

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15.1.5 Descrição das Sequências

Sequência 1 - Apresentação de Moisés e sua mãe. informações quanto ao

estado dos dois, a mudança repentina no período de férias para uma nova cidade.

Sequência 2 - Moisés encontra uma casa e vê algo dentro dela que desperta

seu interesse. Ele chuta propositalmente uma bola para dentro como desculpa para

entrar na casa. Dentro da casa ele encontra com Oto. Os dois se apresentam e se

tornam amigos.

Sequência 3 - Moisés volta pra casa feliz e fala pra mãe que arrumou um

amigo. Sua mãe fica feliz com a notícia, diz que quer conhecer ele e os pais.

Sequência 4 - Moisés vai para a casa de Oto e eles brincam. Oto ouve a

mensagem na secretária eletrônica; era sua mãe mandando beijos e dizendo que

logo estaria em casa. Após a tarde de brincadeiras Moisés vai embora.

Sequência 5 - Moisés chega em casa e vê a foto de Oto na televisão. Diz

para sua mãe que aquele é o seu novo amigo. Ela olha com cara de horror para o

filho, desliga a televisão e o chama para conversar, pois a reportagem falava sobre a

prisão dos criminosos que assassinaram a família de Oto.

Sequência 6 - Moisés sai em prantos de casa e ao chegar em frente à casa

de Oto a visualiza abandonada e com sinais de desgaste pelo tempo, bastante

diferente de quando a viu pela primeira vez. Senta-se na varanda e Oto sai pela

porta e pergunta o porque da tristeza de Moisés explica que seu amigo havia

morrido e por isso ele estava triste. Após juras de amizade de Oto, que não sabe

que ele é o amigo que morreu, Moisés volta a enxergar a casa como era antes,

bonita e conservada, e tem a certeza de que eles continuarão a ser amigos.

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15.2 APÊNDICE B, Roteiro - Oto

Oto

Robson Quirino

Rodrigo Brant

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#1 INT. NOITE - CASA DE MOISÉS/SALA DE ESTAR

A sala possui uma mesa com várias caixas de papelão fechadas. A

mãe de Moisés, 35/40 anos, retira objetos de dentro de uma das

caixas. Barulho de uma porta batendo forte. A mãe olha em direção

ao barulho.

MÃE Que que isso meu filho?

MOISÉS Essa cidade idiota não tem ninguém legal! mãe Que que foi querido? Me conta...

MOISÉS Os meninos da rua ficam me enxendo o saco!

A mãe vai até o filho e se abaixa para ficar da altura dele.

MÃE Ô meu filho, fica assim não. Assim que aulas começarem você

vai arrumar um monte de amigos.

MOISÉS Mas e se eu não arrumar?

MÃE Claro que você vai arrumar meu filho. Você é um menino

inteligente, simpático...

Moisés levanta a cabeça e esboça um sorriso.

MÃE Agora vai pro seu quarto desempacotar suas coisas Te amo

querido!

Moisés vai para o quarto.

fade out

#2 INT. DIA - CASA DE MOISÉS/SALA DE ESTAR

Moisés sai correndo do seu quarto carregando um boneco debaixo do

braço.

MOISÉS Mãe tô indo brincar na rua.

MÃE [em off]

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Tá, mas não vai pra longe e nem dê conversa pra estranhos. MOISÉS Eu não vou sair da rua não!

#3 EXT. DIA - RUA DE MOISÉS

A rua possui casas de médio porte, estilo classe média do

interior de Minas, algumas com cerca de madeira, outras com

mureta, portas e janelas de madeira viradas para a rua e algumas

com gramado. Moisés anda pela rua.

MOISÉS [fazendo a voz do boneco] Capitão Gaiden é chamado! Preciso voar o mais rápido

possível. Ativar acelerador turbo... Vruum!

Moisés simula o vôo do boneco. Um brilho na janela de uma casa chama a atenção de Moisés. Ele olha fixamente para a janela da casa. É uma casa com uma

pequena varanda de entrada, com portas e janelas voltadas para a

rua. Nela há um tapete na frente da porta. Moisés vê uma escultura de anjo pela janela. Desconfiado, Moisés olha para os lados e não vê ninguém na rua.

Ele anda até a porta, com cautela. A porta está entre aberta.

Pisa no tapete e lê a frase 'bem vindo'. Sorri e entra na casa.

#4 INT. DIA - SALA DE ESTAR - CASA DE OTO

A casa não apresenta quase nenhum aspecto fora do comum exceto

algumas esculturas. Um telefone toca ao fundo. Moisés observa

curioso o ambiente andando devagar. Ao ver o anjo, ele larga o

boneco, vai em direção à escultura e estende a mão para pegá-la. O som de uma porta batendo assusta Moisés que esbarra no anjo que

cai no chão. Moisés se abaixa com intuito de pegá-lo. A mão de outra pessoa segura a de Moisés. É de Oto, 10 anos.

OTO

Não mexe nisso aí não!

Moisés olha com cara de assustado para Oto e se levanta. Oto pega

a escultura do anjo e a coloca no lugar em que estava.

OTO Quem é você? E o que que tá fazendo na minha casa?

MOISÉS Desculpe... Meu nome é Moisés. Tava brincando na rua, vi o

anjo e entrei pra ver...

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Oto se move e pega a boneco de Moisés.

OTO Meu nome é Oto. Tá aqui ó

Oto sorri e entrega o boneco de Moisés.

MOISÉS Obrigado Oto... ei, seu nome é engraçado!

OTO É... meu pai falou o que era mas nem me lembro...

Moisés olha para a pequena escultura do anjo.

MOISÉS E esse anjinho aqui?

OTO

Meu pai fez pra mim quando eu nasci, para me proteger.

MOISÉS Entendi... legal!

OTO

E então você quer brincar?

OFF – VOZ FEMININA [secretária eletrônica]

Oi filho, seu pai e eu voltamos logo, não esquece de arrumar

o quarto viu?

Oto olha na direção em que a voz veio e logo em seguida se vira

novamente para Moisés.

OTO E aí, você vai querer brincar ou não?

MOISÉS Claro, só não posso demorar muito...

OTO Beleza!

Os dois saem em direção ao quarto de oto.

#5 EXT. DIA - VARANDA DA CASA DE OTO

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Moisés e Oto estão sentados na varanda. Moisés de pernas cruzadas

e Oto com a as pernas esticadas se apoiando com os braços.

MOISÉS Foi divertido hoje hein?

OTO Foi muito doido, principalmente a hora que te massacrei no

videogame!

MOISÉS Não massacrou nada, mentira! Mentira!

OTO Claro que massacrei, tinha que ver a sua cara. Hehehe.

Moisés olha para o relógio e se assusta com o horário.

MOISÉS Ih... Tenho que ir Oto, se não minha mãe vai brigar comigo.

OTO Ah, que pena... mas blz. Vê se ela deixa você vir amanhã de

novo.

MOISÉS

Tá bom, vou falar com ela!

Moisés se despede de Oto com um aperto de mão estilizado e sai de

cena.

MOISÉS Tchau!

OTO Tchau Moisés... [acenando com a mão]

#6 INT. NOITE - CASA DE MOISÉS / SALA DE ESTAR

Moisés entra em casa e sua mãe está na cozinha.

MÃE EM OFF Moisés?

MOISÉS Oie mãe...

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A mãe de Moisés chega na sala

MÃE Onde você estava minino?

Ela se abaixa e abraça Moisés.

MÃE Já estava ficando preocupada!

MOISÉS

Desculpa, tava brincando na casa de um menino que eu conheci.

MÃE Então você arrumou um amiguinho?

MOISÉS É... O nome dele é Oto.

MÃE E ele é legal e esperto como você?

MOISÉS Eu gostei dele.

A mãe de Moisés esfrega a cabeça dele e lhe dá um beijo na testa.

MÃE Que bom meu filho, mas eu tenho que conhecer a mãe desse menino.

Vai tomar banho agora.

MOISÉS Ah não mãe... mãe

Você tem que jantar e se preparar pra dormir... tu já passou o

dia na rua.

MOISÉS Mas eu posso ver tv antes de deitar?

MÃE Pode, mas só se for pro banheiro agora!

A mãe de Moisés dá uma tapinha em sua bunda. Moisés sai correndo

para o banheiro fazendo barulhos com a boca como se fosse um

carro.

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#7 INT. DIA - QUARTO DE OTO

O quarto está bagunçado. A cama está desforrada e há brinquedos

espalhados por todos os cantos. Moises e Oto brincam. Os bonecos

são animados pelas mãos dos garotos. eles estão escondidos atrás

do baú deixando visível apenas a parte de cima do corpo.

OTO[voz para o boneco] E então capitão Gaiden, você vai contar a fórmula secreta do

gás vespeno?

MOISÉS [voz para o boneco] Nunca! Isso não pode cair em mãos erradas!

OTO [VOZ PARA O BONECO] Então acho que o rolo compressor irá te fazer falar!

Oto pega um rolo de macarrão e o coloca próximo ao boneco de

Moisés.

MOISÉS [VOZ PARA O BONECO] Eu nunca irei falar!

OTO [VOZ PARA O BONECO] Olha a pizza saindo... sabor Gainden!

Oto começa girar o rolo de macarrão em direção ao boneco. Moisés

pego outro boneco e faz como se ele voasse.

MOISÉS [VOZ PARA O BONECO] Surge no céu o Super Cobra! Tchuuuuu....

O boneco Super Cobra chuta o rolo de macarrão que cai de cima do

baú.

OTO [VOZ PARA O BONECO] Mas que droga! Você sempre querendo acabar com a diversão!

MOISÉS [VOZ PARA O BONECO] Super Cobra que bom que você chegou, sabia que você viria!

Oto pega uma caixa e coloca em cima do boneco Super Cobra.

OTO [VOZ PARA O BONECO] Hahá! Com essa você não contava Super Cobra!

MOISÉ

Oxi! Ele não tem esse poder...

OTO

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Esse tem... é importado!

MOISÉS Ah... assim até eu...

OTO Cansei dessa brincadeira, bora fazer outra coisa?

MOISÉS Bora! A gente pode ir lá em casa aí você conhece minha

mãe...

OTO Ih... não posso...

MOISÉS Ué... porque?

OTO Não posso sair até arrumar o meu quarto.

MOISÉS Então arruma logo ué...

OTO Ah não... depois eu arrumo! Bora jogar bola?

MOISÉS Bora!

Oto pega a bola e os dois saem do quarto.

#8 INT. DIA - SALA DE ESTAR - CASA DE OTO

Moisés e Oto correm pela sala, Oto está com uma bola debaixo do

braço. O telefone começa a tocar.

OTO Eu vou ser o Ronaldo!

MOISÉS Então eu vou ser o Marcos e defender tudo!

Eles param e se olham.

MOISÉS Tu não vai atender não?

OTO

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Ah... a secretária atende.

MOISÉS Então tá.

Os dois continuam e saem pela porta em direção a rua. O telefone

para de tocar e se inicia a gravação da secretária eletrônica.

OFF - VOZ FEMININA [SECRETÁRIA ELETRÔNICA]

Oi filho, seu pai e eu voltamos logo, não esquece de arrumar

o quarto viu? A gente tá levando uma surpresa. Beijo, te

amamos.

fade out

#9 INT. DIA - CASA DE MOISÉS / SALA DE ESTAR

A mãe de Moisés está vendo TV enquanto lê uma revista. Ela se

divide nas duas ações.

VOZ FEMININA EM OFF Passado mais de um ano, finalmente foram presos hoje os

assassinos da família Souza. O crime ocorreu quando a

família chegava do supermercado. Os pais, Leonardo Souza e

Margarida Souza, foram brutalmente assasinados... Moisés chega do banho enxugando a cabeça com uma toalha.

VOZ DA TV EM OFF ...ao tentar proteger o filho Oto que estava na casa no

momento do assalto e também morreu no incidente.

Moisés vê a imagem de Oto na televisão e sorri.

MOISÉS

Olha mãe, o menino que eu brinco aqui da rua...

MÃE Né não meu filho... tem certeza? Moisés sorri.

MOISÉS

É sim! Que que ele tá fazendo na tv?

Neste momento a trilha sonora sobe e não se escuta o diálogo dos

personagens e nem o som ambiente. A mãe olha para Moisés com cara

de espanto, coloca a revista ao lado, desliga a tv, e chama-o

para se sentar no sofá. Ela então fala a Moisés que presta

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atenção e depois abaixa a cabeça chora. Ela o consola.

fade out

#10 EXT. dia - RUA DE MOISÉS

Moisés anda choroso pela rua enquanto ocorrem flashs dos momentos

em que esteve com Oto. Ao olhar para casa de Oto ela se

transforma. As janelas estão quebradas, tinta descascada, aspecto

de abandonada. Ele vai até a varanda senta-se no degrau, abaixa a

cabeça e chora. Uma mão encosta em seu ombro.

OTO Porque você está chorando? O que aconteceu?

Moisés chora com a cabeça baixa.

MOISÉS É que meu amigo morreu.

OTO Nossa, que triste. Mas ó, não se preocupa não. Eu vou ficar

com você até essa sua tristeza ir embora viu?

Moisés levanta a cabeça, vê Oto e se assuta.

MOISÉS Mas você... como? (enxugando as lágrimas)

OTO É...

MOISÉS Então porque você ainda está aqui?

OTO Deve ser porque eu ainda nao arrumei meu quarto.

MOISÉS Entendi. E você vai pro céu quando arruma-lo?

OTO Não sei, mas sempre vou estar aqui pra gente brincar.

Moisés sorri.

OTO

Ah, aqui uma prova que não irei te abandonar.

Oto tira do bolso a escultura do anjo e a estende para Moisés.

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MOISÉS Não! É seu! seu pai que...

OTO Você precisa mais do que eu, meu pai disse que vai te

proteger...

Moisés pega o anjo e sorri. Os dois se olham com um sorriso

alegre no rosto e se abraçam. A casa de Oto se modifica para o

aspecto original e conservado que Moisés sempre viu.

fade out

FIM

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15.3 Apêndice C, Story Board Figura 1 – Story Board, capa de cena

Figura 2 – Story Board, plano 1.1

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Figura 3 – Story Board, plano 1.2

Figura 4 – Story Board, plano 1.3

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Figura 5 – Story Board, plano 1.4

Figura 6 – Story Board, plano 1.5

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Figura 7 – Story Board, plano 1.6

Figura 8 – Story Board, plano 1.7

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Figura 9 – Story Board, capa de cena

Figura 10 – Story Board, plano 2.1

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Figura 11 – Story Board, plano 2.2

Figura 12 – Story Board, plano 2.3 .

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Figura 13 – Story Board, capa de cena

Figura 14 – Story Board, plano 3.1 .

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Figura 15 – Story Board, plano 3.2

Figura 16 – Story Board, plano 3.3 .

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61

Figura 17 – Story Board, plano 3.4

Figura 18 – Story Board, plano 3.5 .

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62

Figura 19 – Story Board, plano 3.6

Figura 20 – Story Board, plano 3.6 .

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63

Figura 21 – Story Board, plano 3.7

Figura 22 – Story Board, capa de cena .

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Figura 23 – Story Board, plano 4.1

Figura 24 – Story Board, plano 4.2 .

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65

Figura 25 – Story Board, plano 4.3

Figura 26 – Story Board, plano 4.4 .

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Figura 27 – Story Board, plano 4.5

Figura 28 – Story Board, plano 4.6 .

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Figura 29 – Story Board, plano 4.7

Figura 30 – Story Board, plano 4.8 .

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Figura 31 – Story Board, plano 4.9

Figura 32 – Story Board, plano 4.10 .

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Figura 33 – Story Board, plano 4.11

Figura 34 – Story Board, plano 4.12 .

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Figura 35 – Story Board, plano 4.13

Figura 36 – Story Board, plano 4.14 .

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Figura 37 – Story Board, plano 4.15

Figura 38 – Story Board, plano 4.16 .

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72

Figura 39 – Story Board, capa de cena

Figura 40 – Story Board, plano 5.1 .

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73

Figura 41 – Story Board, plano 5.3

Figura 42 – Story Board, plano 5.2 .

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74

Figura 43 – Story Board, plano 5.4

Figura 44 – Story Board, capa de cena .

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75

Figura 45 – Story Board, plano 6.1

Figura 46 – Story Board, plano 6.2 .

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Figura 47 – Story Board, plano 6.3

Figura 48 – Story Board, plano 6.4 .

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77

Figura 49 – Story Board, plano 6.5

Figura 50 – Story Board, plano 6.6 .

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Figura 51 – Story Board, capa de cena

Figura 52 – Story Board, plano 7.1 .

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Figura 53 – Story Board, plano 7.2

Figura 54 – Story Board, plano 7.3 .

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Figura 55 – Story Board, plano 7.4

Figura 56 – Story Board, plano 7.5 .

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81

Figura 57 – Story Board, plano 7.6

Figura 58 – Story Board, plano 7.7 .

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82

Figura 59 – Story Board, plano 7.8

Figura 60 – Story Board, plano 7.9 .

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Figura 61 – Story Board, plano 7.10

Figura 62 – Story Board, capa de cena .

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Figura 63– Story Board, plano 8.1

Figura 64 – Story Board, plano 8.2 .

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85

Figura 65 – Story Board, plano 8.3

Figura 66 – Story Board, plano 8.4 .

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86

Figura 67 – Story Board, plano 8.5

Figura 68 – Story Board, plano 8.6 .

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87

Figura 69 – Story Board, capa de cena .

Figura 70 – Story Board, plano 9.1 .

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88

Figura 71 – Story Board, plano 9.2

Figura 72 – Story Board, plano 9.3 .

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Figura 73 – Story Board, plano 9.4 .

Figura 74 – Story Board, capa de cena .

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Figura 75 – Story Board, plano 10.1 .

Figura 76 – Story Board, plano 10.2 .

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Figura 77 – Story Board, plano 10.3 .

Figura 78 – Story Board, plano 10.4 .

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Figura 79 – Story Board, plano 10.5 .

Figura 80 – Story Board, plano 10.6 .

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Figura 81 – Story Board, plano 10.7 .

Figura 82 – Story Board, plano 10.8 .

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Figura 83 – Story Board, plano 10.9 .

Figura 84 – Story Board, plano 10.10 .

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Figura 85 – Story Board, plano 10.11 .

Figura 86 – Story Board, plano 10.12 .

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Figura 87 – Story Board, plano 10.13 .

Figura 88 – Story Board, plano 10.14 .

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Figura 89 – Story Board, plano 10.15

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15.4 Apêndice D, Processo de composição de plano Figura 1 – Filme bruto, cena1, etapa 1

Figura 2 – Supressão da cor verde, cena 1, etapa 2

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Figura 3 – Remoção do fundo a partir da máscara gerada com o isolamento do verde, cena 1, etapa 3

. Figura 4 – Adição do fundo que formará a parede, cena 1, etapa 4

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Figura 5 – Inserção de uma textura de madeira para simular o chão, cena 1, etapa 5

. Figura 6 – Inserção de uma textura de madeira para simular o rodapé, cena1, etapa 6

.

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Figura 7 – Inserção de uma foto de porta, cena 1, etapa 7

. Figura 8 – Inserção de uma foto de quadro, cena 1, etapa 8

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Figura 9 – Inserção de uma foto do sofá, cena 1, etapa 9

Figura 10 – Inserção de uma textura de madeira para simular o rack, cena 1, etapa 10

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Figura 11 – Inserção de uma foto de uma televisão, cena 1, etapa 11

. Figura 12 – Inserlção de uma textura de tomada, cena 1, etapa 12

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Figura 13 – Criação de sombra nos elementos da composição, cena 1, etapa 13

Figura 14 – Correção de luz e cor dos elementos de fundo, cena 1, etapa 14

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Figura 15 – Correção de cor geral do fundo, cena 1, etapa 15

Figura 16 – Correção de cor geral da cena, cena 1, etapa 16

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15.5 Apêndice E - Ficha Técnica

Estrelando Raul Sanches, Lucca Calatroni e Michelline Calatroni

Participação Especial de Thaina Luiza e Victor Hugo Santos

Assistente de direção: Sadeck Cunha

Logger: Francisco Pereira, Pâmela Bernardino e Sadeck Cunha

Continuista: Artur Cabral e Pâmela Bernardino

Direção de Fotografia: Anderson Brasil

Assistente de Fotografia: Mila Lima

Direção de Arte: Luana Wernik

Figurino: Luana Wernik e Thaina Luiza

Preparador de Elenco: Leandro Sena

Maquiagem: Thaina Luiza

Montagem: Rodrigo Brant

Som Direto: Felipe Todeschini e Rafael Homero

Trilha Sonora: Jonas Santos

Roteiro: Robson Quirino e Rodrigo Brant

Produção: Jonas Santos, Lucas Simões e Henrique Brant

Direção: Rodrigo Brant

Duração: 10 min.

Ano: 2012

País: Brasil

Gênero: Infantil

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16 REFERÊNCIAS

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falsidade/ acessado em 22 de agosto de 2011. ROOS, Dave. HowStuffWorks - Por que produzir filmes custa tão caro?. Publicado em 14 de janeiro de 2010 (atualizado em 14 de janeiro de 2010) http://lazer.hsw.uol.com.br/produzir-filmes-custa-caro1.htm - acessado em 24 de outubro de 2010. SAWICKI, Mark. Filming the Fantastic: A Guide to Visual Effects Cinematography. Oxfor, UK.: Elsevier Inc., 2007 TEIXEIRA, Hélio. Chroma Key: 80 anos e ainda atualíssimo!. Publicado em 23 de fevereiro de 2010. http://comunicacaochapabranca.com.br/?p=10109 - Acessado em 19 de novembro de 2010 TOGNI, Ana Cecília. Construindo objetos de aprendizagem. Publicado em 2007. Acessado em 17 de maio de 2012.

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http://www.meep.univates.br/ppgece/docs/materiais_2010/construindo_objetos.pdf WRIGHT, Steve. Digital Compositing for Film And Video. 2ª ed. United States of America, 2001. Outras fontes pesquisadas: http://www.imdb.com/title/tt0346156/ Acessado em 11/05/12 http://www.lowel.com/edu/lesson_green_screen.html Acessado em 02/07/11 http://generalspecialist.com/2006/10/greenscreen-and-bluescreen-checklist.asp Acessado em 02/07/11 http://www.destudiodublin.com/Facilities/Greenscreen-deStudio.htm Acessado em 02/07/11 DANCYNGER, Ken. Técnicas de edição para Cinema e Vídeo. Rio de Janeiro : Elsevier, 2007. DANIEL FILHO. O Circo Eletrônico. Rio de Janeiro : Jorge Zahar Ed., 2003. KOZLAKOWSKI, A. O Grotesco Digital: Colaborações da Tecnologia para a Estética Fílmica. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO, 29., 2006, Brasília. Anais... São Paulo: Intercom, 2006. CD-ROM MARNER, Terence. A Realização cinematográfica. Lisboa : Edições 70, 2004. REGO, A.V.B.S.. Montagem da imagem/montagem na imagem O cinema sensacional. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO, 28., 2005. Rio de Janeiro. Anais... São Paulo: Intercom, 2005. CD-ROM.