melodia, harmonia e ritmo: a mÚsica na construÇÃo do ... · atuam na vida prática ... teoria da...

9

Click here to load reader

Upload: phungbao

Post on 13-Dec-2018

212 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: MELODIA, HARMONIA E RITMO: A MÚSICA NA CONSTRUÇÃO DO ... · atuam na vida prática ... teoria da história: formas e funções do conhecimento ... sobre a aula-oficina e a construção

MELODIA, HARMONIA E RITMO: A MÚSICA NA CONSTRUÇÃO DO

CONHECIMENTO HISTÓRICO DE ADOLESCENTES E ADULTOS

Bruna Aparecida Gomes Coelho*

INTRODUÇÃO

O período histórico da Ditadura Civil-Militar no Brasil (1964 a 1985)1 é discutido e

divulgado amplamente na atualidade. Canções, como “O bêbado e a equilibrista” de João Bosco

e Aldir Blanc, interpretada por Elis Regina, retrata os exilados no final do regime militar e é

analisada para que possamos compreender o que ocorreu no Brasil. No trecho “Com tanta gente

que partiu / Num rabo de foguete / Chora! / A nossa Pátria / Mãe gentil / Choram Marias / E

Clarices / No solo do Brasil...” percebemos um relato das mães que choravam a ausência de

seus filhos. Enquanto isso, a canção “O divórcio” de Luiz Ayrão, relata o processo para

aprovarem o divórcio no Brasil na década de 1970. Anteriormente intitulada “Treze Anos”, foi

escrita “coincidentemente” quando a ditadura completava treze anos na direção do país,

afirmando “Treze anos eu te aturo/ Eu não aguento mais/ Não há Cristo que suporte/ Eu não

suporto mais”.

A cultura histórica possuí como base a diretriz de que tudo é um meio para que se possa

aprender história: mídia, museus, memória, canções, dentre outros. Assim, podemos definir

cultura histórica como o “campo em que os potenciais de racionalidade do pensamento histórico

atuam na vida prática”2. Na cultura histórica o entendimento é obtido através de três maneiras:

o sentido estético da percepção histórica, que é a forma; o sentido cognitivo, que é uma busca

pela verdade; e o sentido político, que está relacionado com os campos de embate e poder sobre

os fatos históricos3. Dentro deste contexto, as canções demonstram claramente seus aspectos

* Mestranda do Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) -

Bolsista Capes. 1 Reis (2000) aponta que o termo Ditadura Civil-Militar busca contrapor o de Ditadura Militar, por considerar que

este é pobre em sua dimensão do fato, excluindo os civis que participaram do processo histórico, desde o início

até o seu fim, englobando as lideranças civis, eclesiásticas, empresariais, dentre outras. O autor procura, desta

forma, não simplesmente retirar da obscuridade estas camadas que apoiaram o governo militar, mas também

compreender as complexas relações entre os militares e a sociedade ao longo da ditadura que se instaurou no país. 2 RÜSEN, Jörn. História viva: teoria da história: formas e funções do conhecimento histórico. Tradução de Estevão

de Rezende Martins – Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1ª impressão, 2010. 3 Idem.

Page 2: MELODIA, HARMONIA E RITMO: A MÚSICA NA CONSTRUÇÃO DO ... · atuam na vida prática ... teoria da história: formas e funções do conhecimento ... sobre a aula-oficina e a construção

2

nas três formas, pois possuem o estético em sua produção; buscam uma verdade que é

formulada por seus autores; e competem igualmente por uma posição de poder dentro de seu

campo, como a comparação de que os cantores de protesto eram politizados, enquanto os

cantores bregas seriam alienados.

Todavia, a consciência histórica surge como um objeto da aprendizagem histórica,

sendo uma teoria da aprendizagem se compreendermos que consciência histórica é um processo

mental, como um conjunto de operações da consciência4. Esse processo ocorre quando os

alunos constroem seu conhecimento histórico. Segundo Circe Bittencourt (2004), tal

conhecimento é elaborado a partir da transformação do conhecimento espontâneo em

conhecimento científico, ou seja, a partir das próprias vivências dos alunos como material na

transformação do senso comum em um saber científico sobre os conteúdos históricos.

Entretanto, como ocorre a construção do conhecimento histórico por parte de alunos do

Ensino Médio e do Ensino de Jovens e Adultos (EJA)? Entende-se que estes variados públicos

são distintos, o que produz uma unicidade em suas visões históricas e nos processos que

resultam em seus conhecimentos científicos.

Deste modo, propomos compreender os fatores que incidem na construção do

conhecimento histórico nas séries finais do Ensino Médio e da EJA, além de compará-los entre

si. Assim, observaremos o papel desempenhado pelos conhecimentos prévios dos alunos,

avaliando as semelhanças e diferenças nos dois processos e se os alunos conseguem construir

conceitos utilizados no campo da história, obtendo uma significação prática do conteúdo

aplicado em sala de aula, sendo possível avaliar sua alfabetização histórica.

Além disso, iremos analisar no decorrer da pesquisa os limites e possibilidades da

música como recurso didático, observando as interpretações dos alunos e sua validade como

fonte nas discussões em sala de aula. Iremos coletar os dados, inicialmente, com a aplicação de

um questionário prévio em que os alunos irão demonstrar seus conhecimentos sobre conceitos

básicos de história e sobre a Ditadura Civil-Militar; uma aula-oficina baseada no questionário

prévio, na qual discutiremos o conteúdo através das canções produzidas no período; um

questionário final em que colheremos os dados sobre a aula-oficina e a construção do

conhecimento histórico; e, por fim, à partir do último questionário selecionaremos alguns

4 RÜSEN, Jörn. Aprendizagem histórica: fundamentos e paradigmas / Jörn Rüsen com a colaboração de

Ingetraud Rüsen. Tradução de Peter Horst Rautmann, Caio da Costa Pereira, Daniel Martineschen, Sibele

Paulino – Curitiba: W. A. Editores, 2012.

Page 3: MELODIA, HARMONIA E RITMO: A MÚSICA NA CONSTRUÇÃO DO ... · atuam na vida prática ... teoria da história: formas e funções do conhecimento ... sobre a aula-oficina e a construção

3

alunos para compor um grupo focal em cada ciclo, no qual poderemos aprofundar algumas

respostas dos questionários finais, dando a oportunidade dos alunos exporem melhor suas

ideias.

DISCUSSÃO BIBLIORÁFICA

A didática da história, academicamente, passou a buscar respostas sobre suas perguntas

no que tange métodos de dar aulas e tecnologias de transmissão do conhecimento histórico,

relacionadas às dimensões básicas do manejo prático do conhecimento nas aulas. Assim, as

pesquisas sobre a aprendizagem histórica que possuem a consciência histórica como objeto

tiveram uma maior abordagem a partir do século XXI.

Autores internacionais, como Jörn Rüsen (Alemanha) e Isabel Barca (Portugal), se

tornaram referências em pesquisas nacionais. Rüsen possui inúmeras obras que abordam a

consciência histórica como um processo de aprendizagem, tendo apresentado tipologias e

etapas deste processo como, por exemplo, em seu livro “Aprendizagem histórica: fundamentos

e paradigmas”. Isabel Barca, além de desenvolver pesquisas no campo da consciência histórica,

é a criadora do conceito de aula-oficina, o qual coloca o professor como um investigador da

aprendizagem histórica e os alunos como agentes construtivos através de suas experiências.

Tais autores inspiraram pesquisas nacionais nesta área. É o caso da Profª Drª Maria

Auxiliadora Schmidt, que é autora de diversos textos como, por exemplo, “A formação do

professor de história” e “A formação da consciência histórica de alunos e professores e o

cotidiano em aulas de história”, nos quais a pesquisadora parte do conjunto de preocupações

relacionadas com o significado escolar do conhecimento histórico e sua participação no

processo de renovação da escola que, segundo ela, “tem uma terrível necessidade de ser

transformada”. É também orientadora de diversas pesquisas sobre a aprendizagem histórica,

tendo como parceira a Profª Isabel Barca.

A música como recurso didático também é abordada por grandes pesquisadores

nacionais, como Kátia Abud que escreveu o livro “Registro e representação do cotidiano: a

música popular na aula de História”. Nele, Abud afirma que a utilização de músicas colabora

na formação dos conceitos espontâneos dos alunos e na aproximação entre eles e os conceitos

científicos, pois permite que os alunos se aproximem das pessoas que viveram no passado,

elaborando a compreensão histórica sobre a vida dessas pessoas.

Page 4: MELODIA, HARMONIA E RITMO: A MÚSICA NA CONSTRUÇÃO DO ... · atuam na vida prática ... teoria da história: formas e funções do conhecimento ... sobre a aula-oficina e a construção

4

Circe Bittencourt se preocupou em demonstrar como ocorre a transformação dos

conhecimentos prévios em conhecimentos científicos. Seu livro “Ensino de História:

fundamentos e métodos” pode ser visto como básico nas pesquisas de ensino de história, pois

além de abordar o conhecimento histórico, apresenta os documentos como recursos didáticos

fundamentais no ensino, exemplificando os métodos que devem ser trabalhados em salas de

aula.

No campo da História da Música, Marcos Napolitano e Paulo César Araújo se destacam

como pesquisadores. Napolitano aborda a música como documento histórico, defendendo seu

uso, além de pesquisar as canções de protesto produzidas na ditadura. Araújo, em sua obra “Eu

não sou cachorro, não” desmistificou a música cafona como alienada, afirmando que a maior

censura sofrida pelos cantores bregas foi a moral.

OBJETIVOS

Avaliar o processo de construção do conhecimento histórico realizado por

estudantes das séries finais do Ensino Médio (3º ano) e da Educação de Jovens e

Adultos, comparando entre si os dois processos;

Compreender o papel dos conhecimentos prévios em tal construção do

conhecimento histórico realizada por esses estudantes;

Analisar as possibilidades e os limites da utilização da música como recurso didático

para o ensino de história, principalmente a receptividade das músicas engajadas e

das músicas cafonas nos diferentes públicos.

Observar a questão da memória na construção do conhecimento histórico dos

estudantes, sobretudo dos alunos da EJA.

METODOLOGIA E PLANO DE TRABALHO

Delimitamos como campo de atuação para a presente pesquisa a cidade de São João del-

Rei. Inicialmente será realizada uma coleta de dados sobre os conhecimentos prévios dos

alunos, através de um questionário que viabilizará uma primeira análise sobre o conhecimento

que eles possuem sobre o período da Ditadura Civil-Militar no Brasil (1964 a 1985). Este

Page 5: MELODIA, HARMONIA E RITMO: A MÚSICA NA CONSTRUÇÃO DO ... · atuam na vida prática ... teoria da história: formas e funções do conhecimento ... sobre a aula-oficina e a construção

5

período histórico foi estabelecido por sua proximidade com a atualidade, a qual se mostra mais

interessante para o desenvolvimento do projeto por ser um conteúdo trabalhado nas séries finais

de cada ciclo e possuir uma vasta produção de fontes musicais.

Neste questionário indagaremos aos alunos questões que nos permitam traçar um perfil

socioeconômico, a procedência do público com que estamos trabalhando e o seu consumo

midiático. Faremos isso através de perguntas sobre sua religião, sua renda familiar, sua

ocupação, qual o tipo de música eles preferem consumir, o ambiente em que essas músicas são

consumidas, dentre outras. Em seguida, formularemos questões que abordem conceitos básicos

sobre o ensino de história, como “o que é história? ”, o que esse aluno compreende sobre a

“relação passado, presente e futuro”, o que é “sujeito histórico”, etc. Por fim, questionaremos

aos educandos sobre o conteúdo histórico que será trabalhado como, por exemplo, o que eles

conhecem sobre o regime militar, se já tiveram contato com alguma obra que relata este período

(filmes, novelas, músicas, jornais), etc.

Após a primeira análise dos questionários prévios, serão executadas aulas-oficina

distintas em cada turma, trabalhando com as ideias históricas que forem apresentadas pelos

alunos. Será adotado o conceito de Aula-Oficina utilizado por Isabel Barca (2004), no qual os

alunos são os agentes de sua formação a partir de suas ideias prévias e experiências diversas,

cabendo ao professor ser o investigador social e o organizador de atividades que problematizem

o tema abordado.

As aulas-oficina terão como recurso didático fontes musicais, que possibilitam

representações e evidências das sociedades nas quais foram produzidas, além de serem meios

de crítica sobre o período da Ditadura Civil-Militar, adotando o uso de distintos intérpretes, os

quais visavam públicos diferentes e possuíam espaço midiático desigual no mesmo período.

Assim, criaremos a possibilidade de os alunos adentrarem no período por óticas distintas através

das fontes, o que talvez viabilize interpretações diferentes sobre o mesmo tema.

Em um contexto de ampliação da pesquisa acadêmica no campo da historiografia e da

educação, segundo Guimarães:

Tornou-se prática recorrente na educação escolar, no ensino e na pesquisa

realizados nas universidades, o uso de imagens, obras de ficção, imprensa,

filmes, programas de TV, músicas, internet e outros diferentes gêneros

textuais, no desenvolvimento de vários temas e metodologias de ensino

(GUIMARÃES, 2012: 257).

Page 6: MELODIA, HARMONIA E RITMO: A MÚSICA NA CONSTRUÇÃO DO ... · atuam na vida prática ... teoria da história: formas e funções do conhecimento ... sobre a aula-oficina e a construção

6

Circe Bittencourt (2004) também afirma que o uso de documento nas aulas de história

justifica-se pelas contribuições que esse oferece ao educando, como a compreensão do

conhecimento histórico através dos vestígios do passado, o que deve ocorrer através de uma

exploração abrangente da fonte. Portanto, a utilização da canção deve ser completa: a análise

da letra não deve ser dissociada da melodia, “pois apesar de a letra ser privilegiada nesses

estudos sua melodia, a harmonia, o ritmo da canção influência e muito na sua compreensão

facilitando o entendimento do mesmo” (NAPOLITANO, 2001: 08).

Refletindo sobre tais questões, utilizaremos as canções na perspectiva de vários

intérpretes do período do regime militar, ou seja, o objetivo é utilizar as músicas que tiveram

destaque e intérpretes que na atualidade são vistos como antagônicos. Um exemplo é a visão

atual que muitas vezes considera Chico Buarque um cantor de protesto do período

(NAPOLITANO 2001) e Waldick Soriano um cantor popular e cafona (ARAÚJO, 2002), sem

importar-se com o anacronismo em tais afirmações e o real contexto histórico de suas obras.

A partir de tais considerações formularemos quatro aulas-oficina para a aplicação desta

pesquisa, sendo que em duas utilizaremos a abordagem de músicas consideradas de protesto e

nas outras duas empregaremos como fonte canções consideradas cafonas. Assim, para cada

ciclo de nossa pesquisa existirá duas aulas-oficina: uma utilizando músicas de cantores de

protesto e outra com músicas de cantores bregas. Isso ocorrerá porque ao analisarmos os

questionários prévios realizaremos uma divisão em cada turma, para criarmos condições reais

de analisar a validade da música como recurso didático. Assim, a ditadura será discutida em

cada grupo a partir da canção selecionada, na qual os alunos irão, primeiro, analisar a fonte e

através de suas impressões discutir sobre o período histórico, possibilitando a construção de

seus conhecimentos históricos sobre a ditadura. Desta forma, teremos 4 grupos:

Grupo 1: trabalhará com a canção “Cartomante” de Ivan Lins e Victor Martins,

interpretada por Elis Regina.

Grupo 2: estudará a canção “Tortura de Amor”, interpretada por Waldick Soriano.

Grupo 3: Milton Nascimento e Chico Buarque gravaram a célebre música “Cálice” na

década de 1970, a qual foi escrita por Gilberto Gil e Chico.

Grupo 4: por fim, este grupo discutirá a música de Odair José, “Uma Vida Só (Pare de

Tomar a Pílula)”.

Page 7: MELODIA, HARMONIA E RITMO: A MÚSICA NA CONSTRUÇÃO DO ... · atuam na vida prática ... teoria da história: formas e funções do conhecimento ... sobre a aula-oficina e a construção

7

Posteriormente, será aplicado um questionário final, que possibilite recolher os dados

necessários para análise dos elementos mobilizados pelos alunos para a construção de

conhecimentos históricos sobre o regime militar. Indagaremos os alunos sobre o que eles

compreenderam das músicas, se eles acreditam que elas representam o período histórico, o que

aprenderam durante a aula-oficina sobre a ditadura e como eles colocariam esse conhecimento

de forma prática em suas vidas. A partir das respostas dos questionários, selecionaremos alunos

para comporem um grupo focal em cada ciclo, que é uma espécie de entrevista coletiva na qual

os participantes discutem sobre um tema específico (o foco da discussão) pré-determinado por

um moderador (pesquisador)5.

Nestes grupos, indagaremos os estudantes sobre determinadas respostas do questionário

final como, por exemplo, pedindo para falarem mais de algo específico que tenha sido citado

por eles anteriormente. Assim, tanto no questionário quanto no grupo focal investigaremos a

desconstrução do senso comum e a construção do conhecimento histórico; se o conhecimento

prévio foi utilizado na transformação de conhecimento espontâneo em conhecimento científico;

se os alunos conseguiram construir um conhecimento histórico significativo para as suas vidas

e, neste caso, se houve a construção de mais de um ponto de vista; e, por fim, se os alunos

conseguiram compreender os conceitos básicos de história que foram trabalhados nas aulas-

oficina.

Para analisar os questionários e os grupos focais, nos basearemos no conceito de Análise

de Conteúdo, formulado por Laurence Bardin, no qual a autora cria uma metodologia de análise

para as pesquisas qualitativas e quantitativas, divididas em quatro partes: história e teoria

(perspectiva histórica); parte prática (análise de entrevistas, de comunicação de massa, de

questões abertas e de testes); métodos de análise (organização, codificação, categorização,

inferência e informatização das análises); e técnicas de análise (análise categorial, de avaliação,

de enunciação, proposicional do discurso, de expressão e das relações)6.

RESULTADOS PARCIAIS

5 GATTI, B. A. Grupo focal na pesquisa em Ciências Sociais e Humanas. Brasília, DF: Líber Livro, 2005. 6 SANTOS, Fernanda Marsaro dos. Análise de conteúdo: a visão de Laurence Bardin. Revista Eletrônica de

Educação v. 6, n. 1, mai. 2012. Resenhas. ISSN 1982-7199. Programa de Pós-Graduação em Educação.

Page 8: MELODIA, HARMONIA E RITMO: A MÚSICA NA CONSTRUÇÃO DO ... · atuam na vida prática ... teoria da história: formas e funções do conhecimento ... sobre a aula-oficina e a construção

8

Em pesquisas anteriores, apenas com alunos de EJA, foi possível perceber que os

conhecimentos prévios só são úteis ao processo de aprendizagem quando são utilizados na

formulação da aula-oficina, figurando como ponto de partida para o trabalho do professor. Além

disso, constatou-se que a escolha das fontes foi fundamental para um bom resultado no processo

de ensino, tornando-se evidente que o uso das canções como documentos contribuiu

significativamente no processo de ensino e aprendizagem histórica.

Desta forma, elaboramos o plano de trabalho para a presente pesquisa de mestrado com

o intuito de aprofundarmos melhor sobre a construção do conhecimento histórico dos alunos da

EJA, além de iniciar estudos sobre o mesmo processo realizado por estudantes do Ensino

Médio.

BIBLIOGRAFIA

ABUD, K. M. Registro e representação do cotidiano: a música popular na aula de História.

Caderno Cedes. Campinas, v. 25, n. 67, p. 309-317, set/dez. 2005.

ARAÚJO, P. C. Eu não sou cachorro, não. Música popular cafona e ditadura militar. RJ:

Record, 2002.

BARCA, I. Literacia e consciência histórica. Educar, Curitiba, Especial, p. 93-112, 2006.

______. Aula Oficina: do Projeto à Avaliação. In: Para uma educação de qualidade: Atas da

Quarta Jornada de Educação Histórica. Braga, Centro de Investigação em Educação

(CIED)/Instituto de Educação e Psicologia, Universidade do Minho, 2004, p. 131-144.

BITTENCOURT, C. Ensino de História: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2004.

CERRI, L. F. Os conceitos de consciência histórica e os desafios da didática da história. Revista

de História Regional 6(2): 93-112, 2001.

GATTI, B. A. Grupo focal na pesquisa em Ciências Sociais e Humanas. Brasília, DF: Líber

Livro, 2005.

NAPOLITANO, Marcos. Fontes audiovisuais. A História depois do papel. In: PINSKY. Carla

B. & Outros. Fontes Históricas. São Paulo: Contexto, 2005.

_______. M. História e Música. História cultural da música popular brasileira. Belo Horizonte.

Ed. Autêntica, 2001.

REIS, D. A. Ditadura militar, esquerdas e sociedade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2000.

Page 9: MELODIA, HARMONIA E RITMO: A MÚSICA NA CONSTRUÇÃO DO ... · atuam na vida prática ... teoria da história: formas e funções do conhecimento ... sobre a aula-oficina e a construção

9

RÜSEN, Jörn. Didática da História: passado, presente e perspectivas a partir do caso alemão.

Práxis Educativa. Ponta Grossa: v. 1, n.2, p.07, 2006.

_______. Razão histórica. Teoria da história: os fundamentos da ciência histórica. Tradução

de Estevão de Rezende Martins. Brasília: Ed. UNB, 2001, 194p.

SCHMIDT, M. A.; CAINELLI, M. Ensinar história. São Paulo: Scipione, 2004.pag. 111-136

SIMAN, L. C. A temporalidade histórica como categoria central do pensamento histórico:

desafios para o ensino e a aprendizagem. In: ROSSI, V. L. S. de, ZAMBONI, E. O papel dos

mediadores culturais e da ação mediadora do professor no processo de construção do

conhecimento histórico pelos alunos. In: ZARTH, P. A. (Org.). Ensino de História e

Educação. Ijuí: Ed. UNIJUÍ: 2003.

SANTOS, Fernanda Marsaro dos. Análise de conteúdo: a visão de Laurence Bardin. Revista

Eletrônica de Educação v. 6, n. 1, mai. 2012. Resenhas. ISSN 1982-7199. Programa de Pós-

Graduação em Educação.