meio ambiente em bom jardim ma
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Meio ambiente bonjardinense. Bom Jardim – MA
Adilson Motta, 2015
Logo na origem de Bom Jardim nascem também nossos problemas ambientais. Com
as grandes roças sob queimadas e a mudança constante de agricultores repetindo essa
prática em vários locais fazendo desaparecer grande parte de nossas matas e florestas.
Segundo relatos de (-os) primeiros moradores de Bom Jardim, aqui existia mata fechada com muitos animais como onças, porcos, queixadas, tatu, paca, macaco, etc…
A forma primitiva de agricultura praticada até hoje no município e em muitos
municípios maranhenses é nociva ao meio ambiente, porque devastam nossas florestas, nossos cocais e vai extinguindo, consequentemente, a fauna da região. Nos 5.561
municípios que tem o Brasil, a decadência de nossas matas e florestas incluindo a redução
de nossa fauna está associada à ausência de um desenvolvimento sustentável e às vezes mal planejado, e quando às vezes planejado, não seguido, expondo o meio ambiente aos
riscos e degradação. Como o caso das roças sob queimadas, um processo que perdura,
gerando grandes roças e magras safras, em troca de magras florestas que ficam como
resultado. E o que ficará para as futuras gerações? A prefeitura municipal, através da lei orgânica do município deveria atuar no sentido
de assegurar a todos os cidadãos bonjardinenses o direito ao meio ambiente
ecologicamente saudável e equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à qualidade de vida (lei orgânica e constituição federal ART. 225).
Para assegurar tal direito o município deve articular-se com os órgãos competentes
estaduais, regionais e federais, e ainda quando for o caso, com outros municípios, objetivando a solução de problemas comuns relativos à proteção ambiental.
Listagem dos problemas ambientais de Bom Jardim
1. Derrubadas e queimadas de palmeiras;
2. Roças sob queimadas;
3. Lixões a céu aberto, sem aterro sanitário e sem tratamento. A maioria desses lixões se encontram nos braços dos igarapés (em declive), onde no inverno, as águas das
chuvas que ali caem, levam seus dejetos e contaminações para esses igarapés que poluem
e contaminam seus ecossistemas. Lembrando que esses igarapés desembocam no rio Pindaré (AbetelPimentaLimoeiroPindaré). Das atividades da pesca se alimenta grande
número de pessoas que vivem nas regiões ribeirinhas e lacustres. Há presença de entulhos
e focos de lixos dentro de alguns braços de igarapés, pondo consequentemente em risco
seu desaparecimento no futuro. A partir de um mapa dos igarapés que foi elaborado, recebendo um nome de “Mapa
Ambiental Urbano (ver página 26)”, ficou percebido que esses igarapés formam uma
espécie de “cinturão verde” – numa perspectiva ambiental - que envolvem e adentram o município (em especial no centro urbano).
4. pesca predatória (realizada antes do crescimento dos peixes ou na fase de
desova).
5- Temos também a questão dos esgotos, para os quais não existe uma rede de
tratamento, encontrando-se a céu aberto, permeando nosso ambiente social
e despejando seus poluentes e contaminações nos igarapés. O rio Pindaré, que atravessa o município tendo como afluente na margem esquerda o rio carú,
está em risco de desaparecimento em seu curso devido assoreamento causado
pelo desmatamento em suas margens, e uma alta carga de contaminação que
recebe dos esgotos das comunidades e cidades que se localizam nas regiões
ribeirinhas.
6- Diante da grande importância social e do potencial econômico dos rios Pindaré e Carú para o estado e região do vale do Pindaré – cabe não só a comunidade
através de campanhas de conscientização e educativas, mas, também ao
poder público e o Ministério do meio ambiente desenvolve projeto de preservação.
7- Ao longo da estrada Bom Jardim/São João do Carú, é visto a “matança” do
curso de muitos igarapés pela não-colocação de bueiros sobre os mesmos, que perpassam ao longo da estrada que interliga os dois municípios.
8-
Taxa de Desmatamento (km²) de Bom Jardim e algumas Cidades
Maranhenses entre 1988 e 2009
Os dados do Programa de Monitoramento da Floresta Amazônica por Satélite (PRODES),
evidencia que, no período de 2002 e 2009 alguns municípios no estado tiveram incremento
de desmatamento em áreas de biomas Amazônico entre 90 e 400 km², o que requer atenção
redobrada do sistema de monitoramento e fiscalização sobre estes territórios.
Tabela 1. Municípios do Maranhão com maior área de desmatamento no bioma
Amazônico, no período entre 2002 e 2009: Nº Município Área Territorial
do Município
KM²
Área natural de
Floresta
Amazônica. KM²
Incremento
absoluto de
desmatamento
entre 2002-
2009. Km²
Incremento relativo
de desmatamento
entre 2002-2009
%
1 Barra do Corda 8.054 5.551,4 400,5 7,2
2 Bom Jardim 6.647 5.584,9 399,6 7,2
3 Itinga do Maranhão 3.612 3.474,6 381,5 11,0
4 Amarante do
Maranhão
7.737 5.967,7 335,3 5,6
5 Açailândia 5.844 5.812,2 331,6 5,7
6 Centro Novo do
Maranhão
8.366 7.794,8 312,4 4
7 Grajaú 7.480 2.722,2 301,0 11,1
8 Bom Jesus das
Selvas
2.700 2.617,8 289,6 11,1
9 Buriticupu 2.567 2.514,5 279,0 11,1
10 São Domingos do
Maranhão
1.321 1.205,2 240,5 20,0
11 Tuntum 3.619 1.644,8 170,1 10,3
12 Santa Luzia 6.193 6.190,7 162,2 2,6
Segundo o relatório, 50% dos municípios listados como maiores desmatadores do bioma Amazônico
(2002-2009) não possuem registros de autorização para supressão vegetal para o período 2008-2010.
De acordo com os dados da pesquisa, no município de Bom Jardim, de 2002 a 2009 (no transcorrer de 7
anos) foram devastadas 399,6 km² de floresta natural (amazônica). Superior à área territorial do município
de Santa Inês, que é de 381 km².
18/07/2012
Segundo o documento Indicadores Ambientais do Maranhão (2009), o município de Bom
Jardim apresentou 1.438 focos de queimadas (anual). Já o índice de desflorestamento
global apresentado é de 52%, (significa que 48% das áreas florestais no município já
desapareceram).
Taxa percentual de desflorestamento, Hidrografia, Área de floresta existente
Município Taxa de desflorestamento do Município da Amazônia Legal 2007
Área de Floresta (%) Área d a Floresta (km²)
Hidrografia %
Hidrografia (km²)
Bom Jardim 51 32% 2.126 - 7 km²
Fonte: INPE, 2007
Destruição ou desmatamento em
grande escala de palmeiras -
estrada do povoado Rosário. Em
desconformidade com as leis
ambientais.
Igarapés que já desapareceram na área urbana de Bom Jardim
Igarapé Abetel (curso cortado) Igarapé do Abetel, ano: 12/2012
Finado Igarapé do Abetel. Por longos anos, era água corrente e servia de banho nos finais de semana
para muitas pessoas no município como lazer. Mataram suas nascentes e seus cursos construindo
estradas e ruas – a chegada nociva do progresso sem conciliar meio ambiente nem natureza – ou melhor,
sem planejamento nem desenvolvimento sustentável. Éste é apenas um dos defuntos hídricos de nosso
ecossistema local.
Medidas Corretivas ao Problema Ambiental do Município
de Bom Jardim
* Reflorestamento nas imediações dos igarapés.
* Fazer aterro sanitário no lixão e procurar lugares estratégicos e distante dos igarapés e lagos para depositar os futuros lixos.
* Conscientizar e proibir a população de jogar lixos nas imediações ou braços dos
igarapés e rios.
* Dragagem (drenagem) e recanalização do leito do rio Pindaré e Carú para que eles não venham a desaparecer.
* Reciclagem.
Lembrando que na zona urbana, que corresponde a 1,7% da área territorial do
município é onde se concentra 35,2 % da população total que corresponde a 12.126 habitantes (IBGE /2000). A densidade demográfica de todo município é de 5,2
habitantes/km². Em 2010, segundo o IBGE, o número de habitantes é de 39.049
habitantes. Se focalizarmos a densidade demográfica só na zona urbana, vamos encontrar
um número totalmente diferente: 107 Hab. / KM². Essas informações são de alta importância, pois nos permitem perceber que existe um alto aglomerado de pessoa por km²
Crescimento
desordenado e não
acompanhamento dos
órgãos oficiais como
Secretaria de Meio
Ambiente,
infraestrutura e
saneamento básico na
política pública local.
na área urbana merecendo por isso uma atenção especial à questão ambiental (da referida
área, sem excluir a zona rural).
Todos e cada um de nós estamos diretamente ligados ao meio ambiente, e
dependemos desse meio para sobreviver; é nesse meio onde moram os seres vivos dos quais também fazemos parte e dependemos; E está situada à escola e aqueles que a
frequentam.
Só a escola poderá não resolver os problemas detectados no meio ambiente bonjardinense, mas é o caminho viável para acelerar as ações do poder público com políticas
ambientais voltadas para a preservação. É possível conciliar desenvolvimento e meio
ambiente. A questão da preservação não é só uma iniciativa do poder público. E, não se deve, porém, excluir a participação de comunidade do processo de preservar. A comunidade
deve ser transformada em parceira essencial do poder público na promoção da ação
educativa e na formação de consciência da sociedade em favor da preservação ambiental
para as presentes e futuras gerações. “É necessário dentro desse grande país, com uma grande biodiversidade que temos,
construir uma nação com grande consciência ecológica. Já que somos considerados por
todos como o “pulmão do mundo”. E darmos exemplo e lição, e não sermos vistos como “bárbaros devastadores daquilo que é de todos inclusive das futuras gerações”.
Por Adão Alves, 2007
Pela ausência de infraestrutura em urbanismo, veja uma das
inundações em uma das ruas de Bom Jardim em junho de 2006.
Saneamento básico é o conjunto de medidas, visando preservar ou
modificar as condições do ambiente com a finalidade de prevenir
doenças e promover saúde. Investir em saneamento, principalmente
no tratamento de esgotos, diminui a incidência de doenças e
internações hospitalares e evita o comprometimento dos recursos
hídricos do município.
MAPA AMBIENTAL DE BOM JARDIM
O Mapa Ambiental do município de Bom Jardim visto anteriormente compreende
a circunferência hidrográfica do município onde, no inverno, se verifica sua integração
“arterial” - especialmente no período do inverno. Um fato verificado, quando na
elaboração do presente mapaé que, o mesmo expressa as “artérias” os igarapés e lagos do
município, os quais afluem ao rio Pindaré.
Outro fato verificado é a existência de grande quantidade de lixos e lixões nas
imediações ou adjacência desses igarapés – que, com seu chorume e poluentescontaminam
os ecossistemas desses mananciais. Contaminando também, os lençóis freáticos que são
reservatórios naturais de água potável que servem e servirão de consumo à população
atual, e as gerações futuras.
Igaarapé do abetel, antes e atualmente (2013).
Igarapé do Betel – Recebe alta carga de contaminações e dejetos do lixão mostrado abaixo
- que fica em terreno declive, propício para as águas das chuvas durante o inverno. Além
do mais, no referido lixão (onde até mesmo lixo hospitalar é jogado sem o mínimo de critério ou incineração) – muitas crianças, jovens e adultos caminham por dentre os
resíduos encontrados.
Foto tirada por: Natana, 2009.
Não é só o Meio Ambiente que é injustiçado, por muitos anos, os moradores desta casa e outros que se localizam a
menos de 100 metros sofreram (-em) os riscos do impacto das doenças que podem ser causadas pelo lixo.
Apesar da palavra de ORDEM do atual século ser: “Meio Ambiente & Preservação Ambiental”, em junho de
2009, a “matança” injustificada de muitas árvores no município, ao longo da BR 316, em pleno centro da cidade
gerou muita polêmica, discussão e insatisfação. Nas rádios locais foram o objeto de uma semana de especulação e debate e pelos recantos informais da cidade. Frente a situação, o nome de Bom Jardim até chegou a mudar! Muitos
chamaram de “A Cidade do Pau Pelado” outros: “A Cidade da Cara pelada”. Sem respostas para o ato, muitos se
perguntavam: “Será que a AVENIDA agora vai sair?
Autores: Adilson Motta e Sancler (pintor), 2004
07/2010
Fonte: Natana, 06/2009
E assim foi um dia... Depois da “pelação”
Por falta de comunicação, conscientização e sintonia com a comunidade, houve o incidente da
“devastação” para alguns, das árvores. Sendo em seguida recomposto com projeto de arborização.
1ª etapa da avenida: a
iluminação – 3 anos.
Logo nos três meses de governo, a
administração Beto/Lidiane Rocha
cumpriram o que prometiam em
palanque: Retirar o lixão do
inadequado local onde se
encontrava, como mostra as fotos ao
lado.
07/2011
Quem não se comunica, se trumbica... Se era a tão “sonhada avenida”, que nunca fora... ou arborização.
Porque o gestor não comunicou o fato com antecedência à comunidade?
Importância das árvores em uma cidade
As ÁRVORES desempenham um importante papel na diminuição da poluição atmosférica. Uma
VEGETAÇÃO densa representa um verdadeiro filtro contra as bactérias; As folhas das
ÁRVORES retêm a poeira;
Os ESPAÇOS VERDES podem ser um refúgio e lazer de sombras para homens, mulheres e
crianças –, um presente da natureza;
As ÁRVORES produzem oxigénio para a nossa respiração;
As ÁRVORES regularizam a umidade atmosférica e a temperatura;
Os ESPAÇOS VERDES atenuam o ruído da cidade;
As ÁRVORES diminuem a poluição causada pelos veículos motorizados;
E retiram gases tóxicos da atmosfera.
Cria uma certa umidade, que reduz a temperatura.