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cartilha sobre o meio ambiente

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O Centro de Recursos Ambientais (CRA) é uma autarquia criada palaLei Delegada nº 31, de 3 de março de 1983, reorganizada pelas Leis nº6.424, de 26 de outubro de 1992 e 7.799, de 7 de fevereiro de 2001,vinculada à Secretaria do Planejamento, Ciência e Tecnologia (Seplantec),com personalidade jurídica de direito público, e jurisdição em todo oterritório do Estado da Bahia.

Ao CRA compete, dentre outras atribuições:

�I � coordenar a execução da política estadual de administração dosrecursos ambientais;II � elaborar, em articulação com a Secretaria do Planejamento, Ciênciae Tecnologia, o Plano Estadual de Meio Ambiente a ser incorporado aoPlano Plurianual do Estado;III � propor ao CEPRAM o estabelecimento denormas para conservação, defesa emelhoria do meio ambiente;IV � propor ao CEPRAM normas ecritérios para o licenciamentoambiental e para a exigência eelaboração de estudo prévio deimpacto ambiental e demais estudosambientais;V � emitir parecer, com base emanálise prévia de projetos específicose laudos técnicos, para concessão daslicenças de competência do CEPRAM, dos processos que este avocar,ou daqueles que lhe forem submetidos;VI � conceder autorizações, anuências prévias, manifestações prévias elicenças ambientais de empreendimentos ou atividades efetiva oupotencialmente causadoras de impactos ambientais, excetuados os casosde competência do CEPRAM;VII � submeter ao CEPRAM, quando for o caso, processos delicenciamento que não se enquadrem no disposto nos incisos VIII eIX, do art. 6º, deste Regulamento;VIII � emitir parecer técnico por solicitação dos órgãos federais emunicipais, no caso de licenciamento ambiental de competência dosmesmos;IX � exercer o poder de polícia administrativa, preventiva ou corretiva,no que concerne ao controle, disciplina e fiscalização das atividadesefetiva ou potencialmente degradadoras;

X � manter sistema de informação relativo ao meio ambiente, bem comosobre as fontes, causas e níveis da poluição e degradação ambiental;XI � assessorar o CEPRAM na regulamentação de espaços territoriaise seus componentes a serem especialmente protegidos;XII � administrar os espaços territoriais especialmente protegidos quelhe forem atribuídos, expedindo as licenças, autorizações ou anuênciasprévias para execução de obras ou atividades em seu interior ou áreascircundantes;XIII � exercer a gestão do Fundo de Recursos Ambientais � FERFA;XIV � aplicar as penalidades administrativas de advertência, multasimples ou diária, apreensão, embargo e interdição temporários, na formaprevista neste Regulamento;XV � determinar, se necessário e sem prejuízo das penalidadespecuniárias cabíveis, a redução das atividades geradoras de poluição,

para manter as emissões gasosas, efluenteslíquidos e os resíduos sólidos dentro das

condições e limites estipulados nalicença ou autorização ambiental;

XVI � emitir certidão relativa aocumprimento das obrigações dalegislação ambiental;XVII � promover e estimular acelebração de convênios e

acordos entre entidades públicas,privadas e organizações não

governamentais, nacionais e estrangeiras,tendo em vista a articulação e otimização do SEARA;XVIII � promover meios de conscientização pública para a proteçãodo ambiente;XIX � expedir normas técnicas e administrativas necessárias aocumprimento do disposto neste regulamento;XX � promover medidas judiciais e administrativas visandoresponsabilizar os causadores de poluição ou degradação ambiental;XXI � promover, isoladamente ou em colaboração com outros órgãos,a consolidação dos inventários dos recursos naturais, a proposição deindicadores de qualidade e o estabelecimento de critérios para melhoriadesses recursos;XXII � emitir pareceres sobre assuntos submetidos à sua apreciação;XXIII � representar perante as autoridades federais competentes, sempreque se fizer necessário e pertinente�.(Art. 7º do Decreto Estadual 7.967, de 5/6/2001).

Centro de Recursos Ambientais - CRA

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CoordenaçãoJoão Moreira (Diretor Adjunto)

Pesquisas e TextosJorge Ramos (Assessor de Comunicação Social)Regina Meirelles (Gestora Governamental)Rosemar Brito (Coord. de Planejamento Estratégico)

FotografiasAristides Alves, AGECOM e Arquivo do CRA

Governo do Estado da BahiaGovernadorOtto Alencar

Secretaria do Planejamento, Ciência e Tecnologia (SEPLANTEC)Secretário

José Francisco Neto

Centro de Recursos Ambientais (CRA)Diretor Geral

Fausto Azevedo

Revisão de TextosIsadora Browne Ribeiro

Coordenação de DesignFábio Bastos, João Tadeu e Paulo Souza

Projeto GráficoQuality Design

Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) pelo Centro deInformações e Memória Ambiental.

B151 BAHIA. SEPLANTEC. Centro de Recursos Ambientais.Meio ambiente de A a Z: ações do CRA entre 1999 e 2002 / Centro de

Recursos Ambientais. � Salvador: CRA, 2002.72 p. ; 22 cm.

1. Administração do meio ambiente � Bahia � Obra de referência. 2. Meio Ambiente� Administração pública. I. Secretaria do Planejamento, Ciência e Tecnologia. II. Centrode Recursos Ambientais. III. Título.

CDU 502.35(813.8)(03)

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Apresentação

Ação AmbientalAgenda 21Área de Proteção Ambiental (APA)Arquivo Técnico AmbientalAtendimento ao PúblicoAtendimento EmergencialAtivos AmbientaisAtlas EcológicoAuditoria no FerfaAuto-Avaliação para o Licenciamento Ambiental

Bacia do Cobre/São Bartolomeu (APA)Bacia do Rio de Janeiro (APA)Baía de Camamu (APA)Baía de Todos os Santos (APA)Balanço AmbientalBalneabilidade das PraiasBases BiorregionaisBiblioteca AmbientalBTS para Sempre

Cadastro Estadual de Entidades AmbientalistasCadastro Técnico Estadual de Consultoria Especializadana Área AmbientalCampus do Meio AmbienteCaraíva/Trancoso (APA)Casa da BTSCasas de Recursos NaturaisCentro de Informações e Memória AmbientalCertificação pela QualidadeCombate à Pesca PredatóriaComissão Técnica de Garantia AmbientalComitês que o CRA integraCompanhia de Polícia de Proteção AmbientalCondicionantes do LicenciamentoConselho Estadual de Meio Ambiente

Conselho Nacional do Meio AmbienteCoroa Vermelha (APA)Corredores EcológicosCosta de Itacaré/Serra Grande (APA)

Defesa e Promoção da BiodiversidadeDemanda JudicialDesenvolvimento SustentávelDireito AmbientalDisque Licenciamento com Hora MarcadaDisque Meio AmbienteDunas e Veredas do Baixo Médio São Francisco (APA)

Educação Ambiental

Fiscalização AmbientalFundo de Recursos para o Meio Ambiente

GeoprocessamentoGerenciamento CosteiroGestão AmbientalGestão das APAsGrupo Analisador de LicenciamentoGrupo Analisador de MultasGrupo Revisor de MultasGruta dos Brejões/Vereda do Romão Gramacho (APA)Guaibim (APA)

Hidrografia

Indicadores AmbientaisIndicadores FinanceirosInfoestrutura TecnológicaInstrumentos de Licenciamento Ambiental

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Sumário

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Joanes/Ipitanga (APA)

Lago de Pedra do Cavalo (APA)Lagoa de Itaparica (APA)Lagoa Encantada (APA)Lagoas de Guarajuba (APA)Lagoas e Dunas do Abaeté (APA)Legislação AmbientalLicenciamento AmbientalLinha EditorialLitoral Norte (APA)

Mangue Seco (APA)Mapa AmbientalMarimbus/Iraquara (APA)Mestrados e EspecializaçãoMissãoMonitoramento da Qualidade das ÁguasMunicipalização da Gestão AmbientalMural das APAs

Normas AmbientaisNúcleo da Memória AmbientalNúcleo de Avaliação Tecnológica e AmbientalNúcleo de Estudos Avançados do Meio Ambiente

Operação Organização Limpeza e OrdemOperações Especiais de Fiscalização Ambiental

Parcerias e ConvêniosPolítica Ambiental das EmpresasPonta da Baleia/Abrolhos (APA) Portal Bahia AmbientalPratigi (APA)Prêmio FERFA

Prêmios Conquistados pelo CRAPrograma Nacional do Meio AmbienteProposta para Novo Sistema de Meio Ambiente

Qualidade Ambiental (Ar e Águas Subterrâneas)Quintas-Feiras Ambientais

Reestruturação do CRARelatório Mensal de ResultadosRio Capivara (APA)

Santo Antônio (APA)São Francisco VivoSerra Branca/Raso da Catarina (APA)Serra do Barbado (APA)Sistemas de Áreas ProtegidasSistema de Gestão da QualidadeSistema de Informações sobre Riscos de Exposição QuímicaSistema Estadual de Administração dos Recursos AmbientaisSistema Estadual de Informações Ambientais

Tecnologias LimpasTermo de Responsabilidade AmbientalTG-CRATinharé/Boipeba (APA)

Unidades Regionais de Fiscalização

Valorização do Capital HumanoVeículosVisitas Técnicas

Xique-Xique

Zoneamento Ecológico-Econômico  

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Sumário

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Apresentação

Este não é um simples relatório de atividades, um mero elencodos feitos da gestão à frente do órgão ambiental da Bahia noquadriênio 1999/2002. Mais do que isso, é um inventárioambiental.

As ações ora aqui registradas são fruto de um trabalhoenvolvente, que resulta de princípios, compromissos esentimentos para com o meio ambiente e o processo dedesenvolvimento sustentável. Valores que compartilhamoscom todos os servidores do CRA, em meio a dúvidas,questionamentos e debates. Não teríamos alcançado o graude desempenho que atingimos sem o esforço individual e aatuação coletiva dos nossos colaboradores. Com o sonho decada um, a realidade se constrói por todos.

A multiplicidade e diversidade dessas ações, executadas e emandamento, revelam-se abrangente a tal ponto que o seumostruário contempla esta forma de compreensão tãoelementar quanto estratégica e integral: o A a Z. Temas delargo espectro - como gestão ambiental, biodiversidade,tecnologias limpas, corredores ecológicos, gerenciamento

costeiro, licenciamento, fiscalização, avaliação ambiental, etc- estão aqui conceituados e demonstrados. O que fizemos,como e para que fizemos cada uma das nossas ações, nosdiversos campos, fica enumerado neste registro.

Para isso reconheça-se, como ato de justiça, o apoio sempreindispensável e permanente que o CRA obteve dosgovernadores César Borges e Otto Alencar e dos titulares daSecretaria do Planejamento, Ciência e Tecnologia, Luiz Carreirae José Francisco de Carvalho Neto.

Neste período, o CRA ampliou e consolidou suarepresentatividade e atuação. Principalmente criou e aperfeiçoouos meios para agir, no presente, em suas funções originais e,além disso, avançou na firme disposição de promover um de-bate multidisciplinar sobre o meio ambiente e a sociedade. Coma preocupação de estimular o pensamento científico e oconfronto de idéias pretendemos obter sempre odesenvolvimento sustentável, princípio da política ambientalda Bahia, que concilie crescimento econômico, justiça social e adevida proteção dos recursos naturais para as futuras gerações.

Fausto AzevedoDiretor Geral do CRA

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AAção Ambiental

O CRA, sempre por ocasião do Dia Mundial do MeioAmbiente (5 de Junho), editou e distribuiu à sociedade ojornal tablóide Ação Ambiental. A publicação destina-se aapresentar as principais ações e programas desenvolvidosna Bahia, em diversas esferas de atuação governamental,na defesa do meio ambiente e do desenvolvimentosustentável.

O Ação Ambiental em 2000apresentava alguns resultadosdo modelo de gestão da políticaambiental da Bahia, imple-mentado em parceria com acomunidade em busca dodesenvolvimento sustentável.Mostrou o processo de descen-tralização da gestão ambiental;o funcionamento das Casas deRecursos Naturais (que abrigamas Unidades Regionais de Fis-

calização Ambiental ) doCentro de Recursos Ambi-entais (CRA), em parceriacom a Diretoria de Desenvol-vimento Florestal (DDF) eSuperintendência de RecursosHídricos (SRH); a integraçãodas comunidades locais nagestão das Áreas de ProteçãoAmbiental (APAs); o processo derecuperação das matas ciliares eo programa para tratamento dosresíduos sólidos nos municípiosbaianos.

A edição de 2001 destacou a nova Lei Ambiental da Bahia(7.799, de 7/2/01) e a criação de novos mecanismos dedefesa dos recursos naturais e da promoção dodesenvolvimento sustentável. Com a lei foram ampliadasas formas de participação da sociedade na defesa epromoção da biodiversidade, preservando o patrimôniogenético para as gerações futuras. Trouxe também ofortalecimento institucional do CRA e a sua consolidaçãocomo centro de excelência em gestão do meio ambienteem nível nacional.

Em 2002, o Ação Ambiental foi publicado sob forma derevista e apresentou uma reportagem especial sobre oNúcleo de Estudos Avançados do Meio Ambiente (Neama),implantado pelo CRA para ser um centro de conhecimentopara promoção de pesquisas e capacitação técnico-científicasvoltado para a gestão ambiental.

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Agenda 21

A Agenda 21 é um dos projetos mais audaciosos e abrangentes natentativa de promover, em escala planetária, um novo padrão dedesenvolvimento, conciliando métodos de proteção ambiental,justiça social e eficiência econômica para este século. Trata-se deum roteiro de planejamento para conduzir o crescimentoeconômico sem abrir mão do desenvolvimento sustentável.

Organizado em 40 capítulos, o documento foi assinado por 179países na Rio 92, II Conferência das Nações Unidas sobre MeioAmbiente e Desenvolvimento Sustentável, realizada em junho de1992, no Rio de Janeiro.

Inspirados na proposta para uma Agenda 21 mundial, empresas egovernos podem criar a sua própria agenda. Na Bahia, a implementaçãoda Agenda 21 local iniciou-se sob a coordenação do CRA.

A elaboração desse documento de intenções envolve todos ossegmentos sociais (governos municipais, segmento privado e oterceiro setor), num processo aberto, amplo e participativo, emque é diagnosticada a situação atual e projetado o cenário futuroque se pretende concretizar, visando a melhoria da qualidade devida e o desenvolvimento sustentável local.

Na Bahia, no período 1999/2002, 111 municípios iniciaram aelaboração de sua Agenda 21, incentivados e apoiados tambémpor outras instituições. O CRA tem promovido vários semináriosde divulgação e orientação e tem prestado assessoria a municípiosque desejam disparar seus processos de construção de umaAgenda 21.

Área de Proteção Ambiental (APA)

APA é uma Unidade deConservação que visa aproteção da vida silvestree a manutenção de bancosgenéticos, bem como dosdemais recursos naturais,através da adequação eorientação das atividadeshumanas na área, promo-vendo a melhoria daqualidade de vida dapopulação. Trata-se deuma forma de conserva-ção que disciplina o uso ea ocupação do solo,através do zoneamento,procedimentos de contro-le e fiscalização e progra-mas de educação ambi-ental. Para isso é indispensável a articulação com os órgãosdo poder executivo, com os municípios envolvidos,universidades, organizações não governamentais e ascomunidades locais.

Ao criar uma APA o poder público estabelece normas quelimitam ou proíbem a implantação ou o desenvolvimento deatividades que afetem as características ambientais dessas áreas,suas condições ecológicas ou ainda que ameacem as espéciesda biota regional.

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A Bahia possui 26 APAsestaduais, todas administradaspelo CRA: Mangue Seco, LitoralNorte, Lagoas de Guarajuba, RioCapivara, Joanes-Ipitanga,Lagoas e Dunas do Abaeté, Lagode Pedra do Cavalo, Baía deTodos os Santos, Bacia do Cobre/São Bartolomeu, Guaibim,Tinharé/Boipeba, Pratigi, Baíade Camamu, Costa de Itacaré/Serra Grande, Lagoa Encantada,Santo Antônio, Coroa Vermelha,Caraíva/Trancoso, Ponta daBaleia/Abrolhos, Ser ra doBarbado, Marimbus/Iraquara,Gruta dos Brejões/Vereda doRomão Gramacho, Bacia do Riode Janeiro, Lagoa de Itaparica,Dunas e Veredas do Baixo MédioSão Francisco e Serra Branca/Raso da Catarina. Elastotalizam 2.477.225 ha deáreas protegidas, repre-sentando 4,4% do territóriobaiano.

As APAs Baía de Todos osSantos, Baía de Camamu,Serra Branca/Raso daCatarina e Bacia do Cobre/São Bartolomeu foram

criadas na gestão 1999/2002. Juntas representam 266,37 milha protegidos. No mesmo período foram ampliados os limitesdas APAs Joanes/Ipitanga, Bacia do Rio de Janeiro e Pratigi,representando mais 501,45 mil ha preservados.

Arquivo Técnico Ambiental

O Arquivo Técnico Ambiental funciona na Central deAtendimento onde estão armazenados todos os processosencaminhados ao CRA, de maneira ordenada, na maismoderna técnica de arquivamento.

O modelo implantado, na atual gestão, permite localizar atravésde busca eletrônica todo e qualquer processo com maiorrapidez e eficiência, garantindo sigilo, rastreabilidade e padrãode qualidade no atendimento às consultas a documentação.

Atendimento ao Público

A nova Central de Atendimento, inaugurada em 5 de junho de2000, cumpre o seu objetivo: oferecer a todos que procuram oCRA, um serviço rápido e eficiente. O usuário recebe todas asinformações e orientações necessárias sobre os procedimentos eexigências legais para encaminhamento de pro-cessos delicenciamento ou qualquer demanda na área ambiental.

Uma equipe multidisciplinar, com a participação de técnicos daárea de licenciamento, possibilita uma maior qualidade naformação dos processos, reduzindo a necessidade de emissão denotificações para a complementação de documentação e,conseqüentemente, reduzindo os prazos de tramitação dosprocessos.

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Pela Internet, a Central torna disponíveis aos interessados, dentreoutros, modelos de requerimentos e de análises prévias, modelode certidão de conformidade da atividade com a legislação mu-nicipal e de publicação dos pedidos de licença ambiental.

As etapas dos processos sãoacompanhadas através do sistemaCerberus, que permite localizar,acompanhar e obter informaçõessobre os processos, bastando aointeressado entrar em contatocom a Central de Atendimentopelos telefones 310-1423 e 310-1534 fornecendo o número doregistro do processo.

A Central oferece ainda o serviço Disque Licenciamento com HoraMarcada, através do telefone 0800 284-1400.

A Central de Atendimento do CRA registrou a entrada de19.466 processos entre 1999/2002.

Atendimento Emergencial

O CRA dispõe de equipes de plantão permanente em regimede 24 horas, inclusive nos feriados e fins de semana, para atendera situações emergenciais, como vazamentos e acidentes comcargas perigosas, etc. As ocorrências podem ser comunicadaspor meio do Disque Meio Ambiente (0800 71 1400). Para atendera esses casos e possibilitar meios eficazes de proteger a saúdehumana e o meio ambiente, as empresas, por lei, são obrigadasa comunicar imediatamente a ocorrência de acidentes, naprodução, estocagem e/ou transporte dos produtos.

No período 1999/2002 o CRA atendeu a 164 casos deemergência ambiental, como incêndios florestais, vazamentosde óleo, acidentes com cargas e produtos perigosos,desmatamentos, mortandade de peixes e de tartarugas. Nasoperações emergenciais realizadas neste período foramutilizados 70 técnicos, com um total de 2.210 horas de trabalho,em 30 municípios do Estado da Bahia.

Ativos Ambientais

Ativos Ambientais são recursos do meio ambiente que possuemum valor de uso direto, ou indireto, seja na prestação de serviços,seja para fins de produção e consumo, ou mesmo de não uso - jáque os recursos naturais possuem valor intrínseco de existência -ou de opção de uso futuro. Para conservar seus ativos ambientaiso Governo do Estado da Bahia elaborou um projeto para oMinistério do Meio Ambiente (MMA) - Programa Nacional doMeio Ambiente (PNMA II), Componente Gestão Integrada dosAtivos Ambientais.

O ativo ambiental escolhido foi o recurso hídrico, consideradoprioritário, pois a análise das questões ambientais do estado mostraque os maiores problemas estão diretamente associados à suaconservação, sem dissociá-lo dos recursos florestais, do uso econservação do solo, do gerenciamento dos resíduos sólidos edas questões relacionadas ao saneamento e à saúde pública.Priorizou-se o Alto Curso do Rio Paraguaçu, considerando anecessidade de preservação das nascentes e mananciais existentes.A área definida envolve 16 municípios: Andaraí, Barra da Estiva,Boninal, Bonito, Iraquara, Ibicoara, Lajedinho, Lençóis, Morrodo Chapéu, Mucugê, Palmeiras, Piatã, Seabra, Nova Redenção,Utinga e Wagner.

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O projeto foi aprovado pela Comissão de Supervisão do PNMAII, em novembro de 2002, no valor de US$ 3.993.391,28. Oprojeto será executado em duas fases, a primeira no período 2002/2004 e a segunda após 2005.

Para alcançar seu objetivo, o projeto estimulará nas pequenaspropriedades rurais, através de técnicas agroecológicas, a reduçãoem 15 % do uso de praguicidas e fertilizantes sintéticos, a reduçãoem 15 % do consumo de água para irrigação; a recuperação, atravésde plantio de 400 ha de matas ciliares e 100 ha da cobertura vegetalnas nascentes; a redução do extrativismo vegetal predatório atravésda implantação de 600 ha de florestas produtivas orgânicas e apromoção da gestão adequada dos resíduos sólidos de 13municípios do Alto Curso do Rio Paraguaçu.

O projeto foi elaborado com a participação dos diversos atoressociais da região, como as prefeituras e outras instâncias dopoder público, organizações não-governamentais (ONGs),entidades comunitárias, setor privado e instituições acadêmicas.A coordenação geral é de responsabilidade do CRA, sendo co-executores a Diretoria de Desenvolvimento Florestal (DDF), a

Superintendência de RecursosHídricos (SRH), a Empresa Baianado Desenvolvimento Agrícola(EBDA), o Centro de Estudos daSaúde do Trabalhador (Cesat), aDiretoria de Vigilância e ControleSanitário (Divisa), a Companhia deDesenvolvimento Urbano doEstado da Bahia (Conder) e aCompanhia de Desenvolvimento eAção Regional (CAR).

Atlas Ecológico

Em dezembro de 2002 o CRA reuniu os reitores das quatrouniversidades estaduais (Universidade do Estado da Bahia/UNEB; Universidade Estadual de Feira de Santana/UEFS;Universidade Estadual de Santa Cruz/UESC e UniversidadeEstadual do Sudoeste da Bahia/UESB), para discutir a elaboraçãodo Atlas Ecológico da Bahia. Foi assinado um protocolo de intençõesentre o CRA e essas instituições para elaborar o inventárioambiental, com informações científicas, da flora e da fauna doestado, em seus diversos ambientes (zonas de Mata Atlântica,Cerrado e Caatinga). O Fundo de Recursos para o MeioAmbiente (Ferfa), administrado pelo CRA, financiará os estudos,que serão uma importante ação acadêmica para as instituições euma contribuição decisiva à compreensão desses biomas. Aelaboração do Atlas Ecológico da Bahia integra o Programa Estadualde Defesa e Promoção da Biodiversidade (Probio).

Auditoria no Ferfa

O CRA, como órgão gestor do Fundo de Recursos para oMeio Ambiente (Ferfa), realizou nessa gestão um estudominucioso sobre as receitas e despesas do fundo, no períodode 17 anos. O trabalho resultou no Relatório sobre a EvoluçãoHistórica das Origens e Aplicações de Recursos dos Exercícios de 1983a 2000 do Fundo de Recursos para o Meio Ambiente (Ferfa).

As principais fontes de arrecadação do FERFA são, entreoutras, taxas de licenciamento ambiental, receitas com análisede projetos e multas aplicadas pelo CRA.

As conclusões do estudo indicam uma evolução crescente das

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receitas, resultado do processo de desenvolvimento econômicodo estado e do aumento da eficiência e efetividade do CRA nolicenciamento e na fiscalização ambiental. Os recursos do FERFAsão, por lei, destinados a custear a política ambiental do estado.

Auto-avaliação para o LicenciamentoAmbiental

A Auto-Avaliação para o Licenciamento Ambiental (ALA) éum mecanismo que permite às empresas auditadas pelo CRAincorporarem ao processo de licenciamento de suas unidades,as suas propostas de controle para um melhor desempenhoambiental. O resultado é uma maior participação do próprioempreendedor na avaliação ambiental de sua atividade.

Foi aperfeiçoada pelaResolução Cepram 2.933, de22/2/2002, que trata daGestão Integrada e Respon-sabilidade Ambiental.Possibilita a constituição deum novo modelo e seconfigura em um sistemade cooperação mútua en-tre o governo, que tem aatribuição legal de regu-lar as atividades compotencial de impacto noambiente, e asempresas, que detêmmaiores informaçõessobre a tecnologia do

seu processo produtivo. O objetivo é garantir a segurança doprocesso de licenciamento e a harmonia entre o controle e ocrescimento econômico.

No processo da ALA a empresa elabora o seu estudo,contendo a caracterização ambiental da atividade, os seusprincipais aspectos ambientais e as soluções propostas, emetapas definidas pelo CRA. É guiado por um Termo deReferência, que contém informações a respeito: do históricoda empresa; da caracterização ambiental da atividade; damovimentação de produtos e/ou resíduos perigosos; daanálise e mapeamento de riscos/situações de emergência; dahigiene e segurança industrial; da saúde do trabalhador; daeducação ambiental e a análise crítica dos impactos ambientaise soluções propostas para o seu controle.

Bacia do Cobre / São Bartolomeu (APA)

Um dos últimos remanescentes de Mata Atlântica em Salva-dor, a APA da Bacia do Cobre/São Bartolomeu abriga: florestaombrófila densa, ambiente flúvio-marinho, pântanos,manguezais, rios e cascatas. Na APA, que possui 1,1 mil ha,

B

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estão a Represa do Cobre (reserva de água integrante dosistema de abastecimento de Salvador), a Lagoa da Paixão eas nascentes do Rio do Cobre. As cascatas (Nanã, Oxum eOxumaré) e as rochas (Pedra do Tempo e Pedra de Omolu)são locais onde se realizam cultos afro-brasileiros.

Além de seu valor ecológico, a APA é também um relevantesítio histórico. Foi cenário de lutas de resistência à invasãoholandesa, no século XVII, e de batalhas, como a de Pirajá(1823), na guerra pela consolidação da Independência doBrasil. Foi também local de rebeliões negras contra aescravidão e abrigou, entre outros, o Quilombo dos Urubus.Está localizada na borda oriental da Baía de Todos os Santos,região do subúrbio ferroviário, em áreas dos municípios deSalvador e de Simões Filho. Foi criada pelo Decreto Estadual7.970, de 5/6/2001.

Encontra-se em elaboração o Zoneamento EcológicoEconômico (ZEE) desta APA, baseado no diagnósticoambiental recentemente concluído. Esta APA possui sedeadministrativa com recursos humanos e infra-estrutura local,instalada no município de Salvador, no CRA.

Bacia do Rio de Janeiro (APA)

Local de grande beleza, representada por rios, veredas deburitis e as presenças marcantes da Cachoeira do Acaba Vida,com 36 m de altura de uma fantástica queda livre e daCachoeira do Redondo, que forma linda piscina de águascristalinas. Entre elas, o relevo acidentado forma um canyon, oque favorece o turismo ecológico e atividades esportivas,compatíveis com o desenvolvimento sustentável da área.

A região apresenta um cerrado com áreas diversificadas: os�campos limpos�, com predomínio de gramíneas e herbáceas;os �campos sujos�, onde surgem árvores tortuosas espaçadas;cerradões e matas degaleria com for-mações arbóreas. ACachoeira do AcabaVida permite osurgimento de umafloresta bastantedensa, frondosa ealta, em tons de verdeprofundo durantetodas as épocas doano. Esses ecos-sistemas abrigamuma alta diversidade de fauna e flora.

A APA da Bacia do Rio de Janeiro foi criada pelo DecretoEstadual 2.185, de 7/6/1993 e ampliada pelo Decreto Estadual7.971, de 5/6/2001. Com área de 351,3 mil ha, está localizadana região oeste da Bahia, nos municípios de Barreiras e LuísEduardo Magalhães. Estende-se pelo curso do Rio de Janeiro,desde sua nascente, próxima a Serra dos Gerais - divisa natu-ral com o Estado do Tocantins - abrangendo seus afluentes ea nascente do Rio Branco.

Encontra-se em elaboração o Zoneamento EcológicoEconômico (ZEE) desta APA, baseado no diagnósticoambiental recentemente concluído. Esta APA possui sedeadministrativa com recursos humanos e infra-estrutura local,instalada no município de Barreiras.

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Baía de Camamu (APA)

Ela é a mais nova APA estadual. A exuberante baía de Camamu,terceira maior do Brasil, com 24 km de largura e 43 km defundo, abriga ilhas, recifes e manguezais. A unidade deconservação possui também restingas, remanescentes da MataAtlântica em bom estado de conservação, cachoeiras e umaseqüência de praias com enseadas e piscinas naturais. Parapreservar esse ambiente de notável beleza cênica e assegurar adiversidade genética da fauna e da flora nativas e seus processosevolutivos, a Baía de Camamu foi transformada em APA peloDecreto Estadual 8.175, de 27/2/2002. A criação da APA teveo objetivo ainda de proteger as águas doces, salobras e salinas,disciplinar o uso e ocupação do solo, promover odesenvolvimento de atividades socioeconômicas compatíveiscom a proteção do meio ambiente, combater a pesca predatóriae proteger os remanescentes de floresta ombrófila.

A APA Baía de Camamu está localizada na região conhecidacomo Costa do Dendê, e abrange parte dos territórios dosmunicípios de Camamu, Maraú e Itacaré. Possui área de 118

mil ha e estáinterligada a duasoutras unidades dec o n s e r v a ç ã osituadas na regiãolitorânea do baixosul: a APA do Pratigie a APA Costa deI t a c a r é / S e r r aGrande. Essas trêsunidades de

conservação somam 218,6 mil ha, constituindo uma formade proto-corredor ecológico a ser explorado.

Baía de Todos os Santos (APA)

Para preservar a maior baía do Brasil, coibir agressões a seusecossistemas e garantir-lhe desenvolvimento sustentável, foicriada, pelo Decreto Estadual 7.595, de 5/7/99, a Área deProteção Ambiental da Baía de Todos os Santos, que abrangeas águas e o conjunto de ilhas situadas na poligonal formadapela linha da costa. Diversas espécies animais, como o boto-cinza e a tartaruga marinha, e vegetais convivem nesse ambiente.

Com a criação da APA Baía de Todos os Santos tem sidopossível preservar os remanescentes da Mata Atlântica,manguezais, águas doces, salobras e salinas, recifes de corais ea fauna associadas. Sua criação visa o desenvolvimento deatividades econômicas adequadas à conservação, através douso racional dos recursos naturais, e à garantia da melhoria daqualidade de vida da população.

Abrigo natural de embarcações e durante séculos o maiorporto do Atlântico Sul, foi no entorno da Baía de Todos osSantos que se formou o primeiro colar de núcleos urbanosdo Brasil. Construiu-se a cidade do Salvador, primeira capitaldo Brasil, e a primeira identidade cultural da nação brasileira.Teve uma decisiva influência para o desenvolvimentoeconômico do país e tem sido de relevante importância para oEstado da Bahia nos aspectos cultural, social, geográfico ehistórico. Nas vilas, que deram origem às cidades históricas, eem suas águas foram travadas algumas das decisivas batalhasna guerra que garantiu a Independência do Brasil, em 1822/

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1823. Em seu Recôncavoestão situados alguns sítios emonumentos arquitetônicostombados como patrimôniohistórico nacional e mundial.

A APA Baía de Todos osSantos possui área de 80 milha, envolvendo as águas, ilhase trechos dos territórios de

Salvador, Madre de Deus, Candeias, Simões Filho, São Fran-cisco do Conde, Santo Amaro, Cachoeira, Saubara, Itaparica,Vera Cruz, Jaguaripe, Maragojipe e Salinas da Margarida.

A APA Baía de Todos os Santos já possui o DiagnósticoAmbiental elaborado em parceria com a Fundação Baía Vivae encontra-se em fase de elaboração o Zoneamento Ecológico-Econômico. Possui sede administrativa própria na Casa daBTS, Monte Serrat, Salvador.

Balanço Ambiental

Trata-se de uma inovação no licenciamento ambiental. Foiproposto pelo CRA e instituído pelo Conselho Estadual deMeio Ambiente (Cepram), mediante a Resolução 2.933, de22/2/2002, como mais um instrumento de autocontroleambiental.

O Balanço Ambiental objetiva demonstrar os resultadosambientais alcançados no desempenho da atividade noperíodo de vigência da licença, a eficiência no uso dosrecursos naturais, as medidas de controle na fonte e a adoção

de tecnologias limpas, entre outros. É divulgado na imprensaescrita, constituindo-se como pré-requisito para orequerimento da Renovação da Licença de Operação (RLO)e apresentado ao CRA a cada período de validade da Licençade Operação, e está disponível ao público na biblioteca doCentro de Informações e Memória Ambiental (CIMA).

O Balanço Ambiental permite que a comunidade conheça asmedidas implementadas pelas empresas para a melhoria doseu desempenho ambiental, o que possibilita uma maiorinteração entre esses segmentos da sociedade.

Balneabilidade das Praias

A balneabilidade das praias de Salvador é avaliada pelo CRAdesde 1986 (no trecho compreendido entre São Tomé deParipe a Stela Maris). Semanalmente emitem-se boletinsindicando a condição para o banho. As praias consideradaspróprias são aquelas nas quais 80% ou mais de um conjunto deamostras obtidas nas cinco semanas anteriores no mesmolocal, apresentam menos de 1.000 coliformes fecais por 100ml da amostra de água.

Este critério é estabelecido pela Resolução 274, de 29/11/2000 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama),e obedece a padrões da Organização Mundial de Saúde(OMS).

A avaliação das praias, nos últimos anos, tem demonstradouma melhoria na qualidade das águas, com relação ao aspectobalneabilidade, em decorrência da implementação das açõesprevistas no Programa de Saneamento Ambiental Bahia Azul. Os

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boletins são divulgados na imprensa e podem ser acessadosno Portal Bahia Ambiental (www.cra.ba.gov.br). Asinformações são prestadas também através do Disque MeioAmbiente (0800 71 1400).

Bases Biorregionais

Para subsidiar o planejamento de ações voltadas para aproteção ao meio ambiente e promover o desenvolvimentosustentável no estado, o CRA vem formando uma base dedados através de apoio a pesquisas e estudos técnico-científicosde cada um dos biomas existentes na Bahia: a Mata Atlântica,a Caatinga e o Cerrado. Para isso foram criadas as BasesBiorregionais. Esses centros de produção de conhecimento ede informações sobre os ecossistemas funcionam em parceriacom universidades estaduais.

A Base Mata Atlântica está instalada em Ilhéus, na UniversidadeEstadual de Santa Cruz (UESC). A Base Caatinga funciona emLençóis, na Chapada Diamantina, mediante convênio com aUniversidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). A BaseCerrado está instalada em Barreiras, no oeste do estado, e temcomo parceira a Universidade do Estado da Bahia (UNEB).

As Bases Biorregionais desenvolvem estudos e apóiam pesquisasque irão alimentar o futuro banco de dados sobre a biodiversidadedo estado, contendo as referências do conhecimento técnico-científico de cada um dos biomas da Bahia.No ano de 2001, a Base Mata Atlântica lançou, em parceriacom várias outras instituições, o CD-ROM Corredor Central daMata Atlântica - Uma Base de Dados Ambientais para a Bahia, umvalioso e exaustivo acervo de informações e referências a

respeito da Mata Atlântica no Estado da Bahia. Este produtoencontra-se em trabalho de atualização, enquanto as outrasduas bases desenvolvem produtos equivalentes relativos aoBioma Cerrado e ao Bioma Caatinga.

Biblioteca Ambiental

O CRA possui a maior biblioteca especializada em meioambiente do Norte e Nordeste do Brasil. Integra o Centro deInformações e Memória Ambiental (CIMA), e possui um ricoacervo, permanentemente atualizado, voltado às ciênciasambientais e áreas afins. Dispõe de obras nas áreas de proteçãoe conservação do meio ambiente, ciências florestais,toxicologia, saúde pública, hidrografia, ecologia, gestãoambiental, educação ambiental, saneamento ambiental,geografia, indústria química, direito ambiental e estudos sobrefauna e flora.

O seu acervo, além de livros e periódicos especializados, reúnenormas técnicas ambientais, resoluções do Cepram, legislação

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ambiental, exemplares de Relatórios de Impacto Ambiental(RIMA), mapas, ortofotocartas e vídeos que tratam de temasambientais.

Nos últimos quatro anos a biblioteca foi modernizada, teve oseu acervo ampliado e ganhou novas e amplas instalações que,além de atender às próprias necessidades do CRA, atendetambém à comunidade.

A Biblioteca Ambiental do CRA conta com cerca de 4mil volumes, representando em torno de 2.500 títulos, 75periódicos, 285 Normas Técnicas, 98 Relatórios deImpacto Ambiental, 1.300 mapas, 275 fitas de vídeo, 51CD�s Rom e 142 títulos de revistas/boletins/informativos.Encontra-se totalmente informatizada, possui 5 terminaison-line para consultas e atende diariamente a dezenas deconsulentes.

BTS para Sempre

A maior baía do Brasil vem recebendo atenção especial doGoverno do Estado, através do CRA. Além de ser uma das26 Áreas de Proteção Ambiental, a Baía de Todos os Santosganhou, na gestão 1999/2002, o Programa BTS para Sempre.

O BTS para Sempre integra ações internas de diferentes áreasdo CRA e promove estudos e atividades permanentes queavaliam as condições ambientais, utilizando o que existe demais avançado: o Sistema de Base Hidrodinâmica Ambiental(SisBahia), que trabalha com modelos matemáticoscomputacionais e simula, através de instrumentos de altatecnologia, a circulação hidrodinâmica e o transporte de

contaminantes. Issopossibilita uma maioreficiência no acompa-nhamento da qualidadeambiental da baía.

Depois que o ProgramaBTS para Sempre foiimplantado, o Diagnós-t ico Ambiental dasÁguas e do Entorno daBaía revela que o aporte de efluentes industriais temdiminuído consideravelmente. Os estudos tambémdemonstram os efeitos benéficos do Programa de SaneamentoAmbiental Bahia Azul - que além de retirar da baía olançamento de esgotos sanitários, também está limpandoos rios que nela deságuam.

Uma das mais recentes ações do Governo do Estado foi aassinatura do contrato com o consórcio vencedor delicitação internacional para a elaboração do EstudoEcotoxicológico da Presença de Metais Pesados e Hidrocarbonetosna BTS. Foi iniciado o diagnóstico do grau de contaminaçãoda baía por metais pesados e hidrocarbonetos de petróleo(a partir da análise das suas concentrações nos sedimentosde fundo e na biota associada) e conseqüente análiseecotoxicológica de risco, inclusive para populaçõeshumanas.

O Programa BTS para Sempre inclui também atividades deeducação ambiental e a própria gestão da APA Baía deTodos os Santos.

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Cadastro Estadual de EntidadesAmbientalistas

O Cadastro Estadual de Entidades Ambientalistas (CEEA) estáprevisto na Lei Estadual de Meio Ambiente 7.799, de 7 defevereiro de 2001, regulamentada pelo Decreto Estadual 7.967de 05 de junho de 2001, e foi criado com o objetivo de obteruma maior participação da sociedade civil na gestão ambiental.

O CEEA é similar ao Cadastro Nacional de EntidadesAmbientalistas (CNEA), criado pelo Conselho Nacional doMeio Ambiente (Conama). Por atribuição legal cabe ao CRAcadastrar as entidades não governamentais, legalmenteconstituídas há mais de um ano, com atuação comprovada noEstado da Bahia, e que exerçam atividades de proteçãoambiental, previstas entre seus objetivos estatutários.

A finalidade é manter um banco de dados com informaçõescapazes de subsidiar o estabelecimento de parcerias, habilitaçãoem projetos e convênios na área ambiental de interesse dacoletividade, entre organismos governamentais e nãogovernamentais, em nível nacional e internacional.

O CEEA pode ser consultado no Portal Bahia Ambiental(www.cra.ba.gov.br). Atualmente encontram-se cadastradas 35entidades.

Cadastro Técnico Estadual deConsultoria Especializada na ÁreaAmbiental

Em 2002, o CRA instituiu oCadastro Técnico Estadual deConsultoria Especializada na ÁreaAmbiental (CTCA), um banco dedados formado atualmente por102 pessoas físicas e jurídicas quese dedicam à prestação de serviçosde consultoria na área ambiental.Nele estão os responsáveis pelaelaboração de projetos, fabricação,comercialização, instalação oumanutenção de equipamentos,aparelhos e instrumentos destinados ao controle de atividadesefetivas ou potencialmente poluidoras.

O CTCA pode ser consultado no Portal Bahia Ambiental(www.cra.ba.gov.br).

Campus do Meio-Ambiente

O Campus do Meio Ambiente está funcionando numa áreade 13,4 mil m2 e abriga as instalações do CRA, do Núcleo deEstudos Avançados do Meio Ambiente (Neama) e do Centrode Informações e Memória Ambiental (CIMA).

C

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O objetivo é a produção de conhecimento ambiental,notadamente no que concerne à gestão, sua imediataincorporação às práticas do CRA e a conseqüentedisseminação dos resultados.

Caraíva / Trancoso (APA)

Localizada entre os rios Caraíva e Trancoso, no município dePorto Seguro, essa APA possui superfície de 31,9 mil ha. Aregião apresenta clima quente e úmido, com praias paradi-síacas que se estendem por toda a costa, falésias e recifes decorais. Nas grandes extensões de planícies litorâneas, estãoos manguezais e ecossistemas, belos e ricos em diversidade.A vegetação de restinga alterna-se com áreas úmidas, numacomposição de campos e brejos. Abriga grande diversidadeda fauna e da flora características da Mata Atlântica.

A APA foi criada pelo Decreto Estadual 2.215, de 14/6/1993,para proteger as belezas naturais da região e promover aocupação e o uso adequado do solo, favorecendo as atividadese práticas sustentáveis de desenvolvimento.

O Zoneamento Ecológico-Econômico da APACaraíva/Trancoso foiaprovado pelo Cepram,através da Resolução 2.532,de 24/11/2000. A APApossui sede administrativaem Porto Seguro, numaparceria com a prefeitura lo-cal.

Casa da BTS

Em 2002, como resultado deprodutiva parceria entre oCRA e a Coelba, essaempresa adquiriu e doou aoCRA um imóvel de trêspavimentos na Rua RioParaguaçu, em Monte Serrat.Abriga todos os programase ações voltados para a proteção da Baía de Todos os Santos.

Casas de Recursos Naturais

As Casas de Recursos Naturais são núcleos que abrigam equipesdo CRA, SRH e DDF, em diferentes regiões da Bahia.Implantadas pelo governo estadual com o objetivo de tornarmais ágil a fiscalização ambiental, a fim de garantir a preservaçãodo meio ambiente nas regiões onde estão instaladas, foramfinanciadas com recursos do Banco Mundial e são administradaspela SRH. Estão localizadas nos municípios-sede das dez regiõesadministrativas da água: Senhor do Bonfim, Santa Maria daVitória, Eunápolis, Juazeiro, Barreiras, Jequié, Itaberaba, Irecê,Remanso e Gaunambi.

Centro de Informações e MemóriaAmbiental

O Centro de Informações e Memória Ambiental (CIMA) in-tegra o Campus do Meio Ambiente e é composto pelaBiblioteca, pelo Núcleo da Memória e pelo Sistema Estadualde Informações Ambientais (SEIA).

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Certificação pela Qualidade

O CRA foi o primeiro órgão ambiental brasileiro a receberuma certificação internacional de qualidade. Em 2001 o Sistemade Licenciamento Ambiental obteve a certificação IS0 9001,versão 2000. Em 2002 a atividade de Fiscalização Ambiental eAtendimentos Emergenciais recebeu a mesma certificação.

As duas certificações foram recomendadas pelo Bureau VeritasQuality International (BVQI) e resultaram da implantação doSistema de Gestão da Qualidade (SGQ). Ambas tiveram comoórgãos acreditadores o Instituto Nacional de Metrologia,Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO); o UnitedKingdom Accreditation Service (UKAS) e o Registrar Accredi-tation Board (RAB).

Para obter e renovar periodicamente as certificações, o CRAadotou uma série de mecanismos de padronização, elaboração

de normas e definição deprocedimentos internos,agilizando o fluxo deinformações e dedecisões, permitindo aparticipação de todos ossegmentos gerenciais eadministrativos noprocesso de gestãoambiental.

As certificações obtidastornaram o CRA uma referência entre os órgãos ambientaisbrasileiros, que têm enviado representantes à Bahia para

conhecer a atuação das áreas certificadas e o modelo de gestãoambiental.

Combate à Pesca Predatória

As ações de combate à pesca predatória, por mar e terra, foramintensificadas em 2001, com a aquisição de duas lanchas quepossibilitam fiscalização intensiva, inclusive aos sábados,domingos e feriados, em horários e roteiros sempre alternados,coibindo a prática da pesca com explosivos na Baía de Todos osSantos, Baía de Aratu, Enseada dos Tanheiros, Ilha de Itaparica,Canal de Itaparica, Ilha de Maré, Ilha de Bom Jesus dos Passos,Ilha dos Frades, Ilha da Maria Guarda, Ponta do Caboto, Pontado Ferrolho, São Francisco do Conde, Ilha Bimbarra, Ponta deSaubara, Cabuçu, Barra do Rio Paraguaçu, Maragogipe.

A fiscalização inclui vistoria de embarcações e orientação aospescadores sobre a ilegalidade do uso de explosivos e outrosprodutos danosos à fauna e à flora e da captura de espécies emreprodução, em idade ou tamanho precoces. Essa atividade érealizada em parceria com a Companhia de Polícia de ProteçãoAmbiental (COPPA), da Polícia Militar.Registros dos resultados dessas ações (a partir de setembro/2001):

� quilômetros percorridos - 44.674;� horas navegadas - 1.169;� embarcações abordadas - 1.075;� embarcações apreendidas - 11;� detenções efetuadas - 33 (os infratores foram encaminhados

às autoridades policiais);� peixes e mariscos apreendidos - 735 kg (os que estavam

vivos foram devolvidos ao mar e os demais doados ainstituições filantrópicas).

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Comissão Técnica de GarantiaAmbiental

A Comissão Técnica de Garantia Ambiental (CTGA) é umdos instrumentos de controle ambiental instituídos pelo CRA.Deve ser formada por membros da própria empresa para avaliar,acompanhar e promover o autocontrole ambiental da atividade.

Os integrantes da CTGA devem manter-se permanentementeatualizados sobre a legislação ambiental e suas tendências, edivulgá-las na organização; manter-se continuamente a par dasituação ambiental da empresa, alertando e acionando, quandonecessário, os responsáveis operacionais; educar e conscientizaros integrantes da organização sobre a questão ambiental.

Foi aperfeiçoada pela Resolução Cepram 2.933, de 22/2/2002,que trata da Gestão Integrada e Responsabilidade Ambiental.É um pré-requisito para o requerimento da Licença deOperação ou de sua renovação. Em 2002, o CRA passou acadastrar todas as CTGAs.

Comitês que o CRA Integra

Comitê Estadual de Prevenção à Poluição por Óleo - (Cepol)

Criado para prevenir a poluição por óleo na Baía de Todos osSantos, o Cepol foi reativado na atual gestão e promove açõesarticuladas entre instituições públicas e empresas que operamno âmbito da baía para prevenir situações que envolvamvazamentos de óleo e outras substâncias químicas. Integramesse comitê o CRA, que o preside, a Capitania dos Portos, aCompanhia Docas da Bahia (Codeba), a Petrobras (Transpetro,

RLAM, UN/BA), a Dow Química e o Terminal QuímicoMarítimo (Tequimar), o Terminal de Gás (TEGAL) e aCoordenação de Defesa Civil (CORDEC).

Comitê Gestor do Projeto Corredores Ecológicos

O Ministério do Meio Ambiente através da Portaria 121, de 22/3/2001, autorizou o Comitê Estadual da Reserva da Biosfera daMata Atlântica a atuar como Comitê Gestor do ProjetoCorredores Ecológicos. É composto pelo CRA, DDF, SRH,Ibama, IBGE, ONGs da Mata Atlântica, Assembléia Permanentedas Entidades em Meio Ambiente do Estado da Bahia (Apedema),Comunidade Científica, Incra, Associação Nacional dosMunicípios da Mata Atlântica (Anamma-NE), Federação dasIndústrias do Estado da Bahia - (FIEB) e os Sub comitês Sul,Baixo Sul e Extremo Sul.

O comitê é deliberativo e desempenha as seguintes funções:� avaliação anual da implementação e o atingimento de seus

objetivos;� aprovação do termo de referência para elaboração do

plano de gestão;� proposição e aprovação de critérios de elegibilidades e

classificação de atividades a serem apoiadas;� monitoramento do desenvolvimento e aprovação do plano

de gestão;� aprovação do Plano de Operação Anual (POA)� aprovação dos subprojetos e atividades que receberão

apoio do projeto conforme os critérios estabelecidos;� participação no desdobramento e implementação de estratégia

para disseminação de informações sobre o corredor e odesenvolvimento de parcerias para apoiar a implementação.

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Comitê de Preservação do Patrimônio e Mananciais da EMBASA

Criado com o objetivo de descentralizar ações de fiscalizaçãoe estabelecer procedimentos a serem adotados nas UnidadesOperacionais e Administrativas para proteção das faixas dedomínio de adutoras, áreas de preservação permanentesituadas no entorno de reservatórios e cursos d�água que seencontram sob a responsabilidade da Embasa.

As ações se concentram, principalmente, nas barragens de:Pedra do Cavalo, Brumado, do Cobre e Santa Helena. Osintegrantes desse comitê são: CRA, Embasa (que o preside),DDF, SRH, Ibama e Prefeitura Municipal de Salvador.

Comitê Estadual para Elaboração do Plano de Ação Interagênciaspara Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais no Estado da Bahia

Criado com o objetivo de elaborar o Planode Ação Interagências para Prevenção eCombate aos Incêndios Florestais noEstado da Bahia e também de participar doComitê Central para propor ações defiscalização e medidas preventivas decontrole e combate a incêndios. Integramesse comitê, além do CRA, a Coppa, oCorpo de Bombeiros (que o coordena),a DDF, a Cordec, a EBDA, a Divisa, oDerba, o Ibama, a Petrobras, e aAssociação de Condutores deVisitantes da Chapada Diamantina. Oplano foi aprovado através do DecretoEstadual 8.394, de 13/12/2002.

Companhia de Polícia de ProteçãoAmbiental

A Companhia de Polícia de Proteção Ambiental (COPPA) éuma unidade especializada da Polícia Militar da Bahia e prestaapoio ao CRA na fiscalização ambiental. Muitas ações do CRAna defesa e proteção do meio ambiente, como a repressão àpesca predatória com explosivos na Baía de Todos os Santos,têm o apoio constante de policiais da COPPA. Também nasoperações especiais de fiscalização, a presença da COPPA temsido indispensável, garantindo a segurança dos técnicos eassegurando o cumprimento das leis ambientais.

A ação conjunta CRA-COPPA tem proporcionado umaproteção mais efetiva do meio ambiente no estado da Bahia.

Condicionantes do Licenciamento

No licenciamento ambiental é feita uma avaliação dos processostecnológicos, em conjunto com os parâmetros ambientais esocioeconômicos, fixando-se os condicionantes, medidas de controleque levam em conta os objetivos, critérios e normas paraconservação, defesa e melhoria do ambiente e, especialmente, asdiretrizes de planejamento e ordenamento territorial do estado.Os condicionantes são determinados pelo CRA e podem serreti-ratificados pelo Cepram. Objetivam evitar que oempreendimento ou atividade cause prejuízos à saúde, à segurançae ao bem estar da população; danos aos recursos ambientais;afetem as condições estéticas, de imagem urbana, de paisagemou sanitárias do meio ambiente e, principalmente, evitar que sejamdesrespeitados os padrões e as normas ambientais.

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A quantidade de condicionantes varia de acordo com oempreendimento ou atividade, objeto do licenciamento. A cadacondicionante corresponde um prazo para seu cumprimento.

Condicionantes determinados entre 1999 e 2002Do total (25.911), 17.156 foram fixados pelo CRA e 8.755 pelo CEPRAM.

Conselho Estadual de Meio Ambiente

O Conselho Estadual de Meio Ambiente (Cepram) foi criadopela lei 3.163, de 4 de outubro de 1973. É um órgão consultivo,normativo, deliberativo e recursal do Sistema Estadual deAdministração dos Recursos Ambientais (Seara) e tem porfinalidade deliberar sobre diretrizes, políticas, normas e padrõespara preservação e conservação dos recursos naturais.

No período 1999/2002 o Cepram realizou 57 reuniões, sendo48 ordinárias (mensais) e 9 extraordinárias. Foram analisados1.222 processos. Entre eles, destacam-se 1.015 licençasambientais concedidas:

� Licença de Localização - 278

� Licença de Implantação - 188� Licença de Operação - 399� Licença de Ampliação - 48� Renovação de Licença de Operação - 64� Licença de Reequipamento - 17� Licença de Reformulação de Processo - 3� Licença de Operação da Ampliação - 18

Além desses processos foram aprovados:

� Termos de Referência para EIA/RIMA -10� Revisão de Condicionantes - 11� Prorrogação de Licença Precária - 3� Cancelamento de Licenças - 1� Resolução Normativa - 20� Política de Combate à Desertificação - 1� Zoneamento Ecológico-Econômico - 14� Proposta de Embargo - 6� Multas - 141

Conselho Nacional do Meio Ambiente

O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), instituídopela Lei 6.938, de 31/8/81, que dispõe sobre a PolíticaNacional do Meio Ambiente, é constituído pelos órgãos eentidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dosMunicípios e pelas fundações instituídas pelo Poder Público,responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental.O Conama é o órgão consultivo e deliberativo do SistemaNacional do Meio Ambiente (Sisnama).

No período 1999/2002 o CRA participou de 9 reuniõesordinárias e extraordinárias e 17 reuniões de Câmaras Técnicas.

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Coroa Vermelha (APA)

A APA Coroa Vermelha foi criada com o objetivo principal dedisciplinar o uso e a ocupação do solo e proteger os recursosnaturais da região onde o Brasil foi descoberto. A paisagem derara beleza, mas de fragilidade ambiental, abriga grande diversi-dade de espécies da fauna e da flora.

As praias se estendem poruma grande extensão deplanícies litorâneas, ondeocorre vegetação de res-tinga, que se alterna comáreas úmidas, numacomposição de campos ebrejos. Trechos remanes-centes da Mata Atlântica,a exemplo da Reserva daJaqueira, integram estaAPA, que tem uma área de

4,1 mil ha, localizada no extremo sul da Bahia, nos municípiosde Santa Cruz Cabrália e Porto Seguro.

A APA Coroa Vermelha foi criada pelo Decreto Estadual2.184, de 7/6/1993, e teve o seu Zoneamento Ecológico-Econômico aprovado pelo Cepram, através da Resolução1.768, de 18/6/1998. Possui sede administrativa no municípiode Santa Cruz Cabrália.

Corredores Ecológicos

É um projeto que compõe o Programa Piloto para a Proteção das

Florestas Tropicais Brasileiras (PPG-7) para conservar abiodiversidade, através da gestão de dois biomas importantesdo país: a Amazônia e a Mata Atlântica.

Reconhecida pela Unesco como Patrimônio Mundial Natu-ral, a área de Mata Atlântica existente no sul e extremo-sul daBahia reúne floresta ombrófila densa, manguezais, restingas,várzeas, brejos e recifes de corais. Esses ecossistemas possuemextrema significância biológica e necessitam ser protegidos.

Para se ter idéia da grandiosidade do projeto, o Corredor Cen-tral da Mata Atlântica ocupa área de 85 mil km2, iniciando naBahia, ao sul do rio Jiquiriçá, indo até as regiões norte e centro-serrana do Espírito Santo. Neste percurso permaneceocorrendo desmatamento, agravado pelo declínio da atividadecacaueira e pelo uso e ocupação desordenados do solo.

A Unidade de Coordenação Estadual (UCE) do projeto foicriada em 2001 e funciona no CRA. Neste mesmo ano, a Ba-hia assinou o Termo de Compromisso com o Ministério doMeio Ambiente (MMA). Os recursos são do Fundo Fiduciáriodo PPG-7, administrados pelo Banco Mundial, doKreditanstalt für Wiederafbau (KfW) e da ComunidadeEuropéia, além de contrapartida do governo brasileiro, daordem de 1 milhão 868 mil reais, para serem aplicados noPlano de Gestão do Corredor Central da Mata Atlântica e noPlano de Fiscalização e Implementação das 11 unidades deconservação existentes na área.

As unidades de conservação beneficiadas pelo Projeto são:seis APAs (Itacaré-Serra Grande, Pratigi, Tinharé/Boipeba,Santo Antônio, Caraiva/Trancoso e Ponta da Baleia/Abrolhos,

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administradas pelo CRA); o Parque Estadualda Serra do Conduru e a Estação Ecológicade Wenceslau Guimarães (administrados pelaDDF); dois parques nacionais (o doDescobrimento e o do Pau Brasil) e a ReservaBiológica de Una (estes administrados peloIbama)

As ações de proteção à biodiversidade sãodesenvolvidas pelo CRA, DDF, Coppa, SRH,Ibama, ONGs, prefeituras dos municípiosenvolvidos, além de associações ecooperativas de produtores rurais e comitêsdas bacias hidrográficas.

Costa de Itacaré / Serra Grande (APA)

Região de grande importância ecológica, com o relevo de falésiase planícies costeiras, associadas à vegetação de Mata Atlântica erestinga; conjunto de praias de formação singular e aspectoselvagem; manguezais, matas ciliares e locais de reprodução detartarugas marinhas.

Eis uma descrição que resume esta APA. Ela ocupa uma faixalitorânea de 28 km, com uma área de 14, 9 mil ha, nosmunicípios de Uruçuca e Itacaré. O Rio de Contas, comcachoeiras e pequenas quedas d�água, percorre esta unidadede conservação, que possui ainda trilhas na mata para passeiosecológicos.

Foi para proteger essas belezas naturais, garantir a biodiversidadede seus ecossistemas associados e promover o desenvolvimento

sustentável que a região foideclarada Área de ProteçãoAmbiental, pelo DecretoEstadual 2.186, de 7/6/1993.

A APA Costa de Itacaré/Serra Grande teve o seuZoneamento Ecológico-Econômico aprovado peloCepram, Resolução 1.334, de19/12/1996. No ano de 2000, implantou o primeiro ConselhoGestor de APA na Bahia, composto pelos representantes dediversos segmentos da comunidade, que vem desenvolvendoimportantes ações em defesa dos recursos naturais eestimulando práticas sustentáveis. Esta APA dispõe de sedeadministrativa no município de Itacaré.

Defesa e Promoção da Biodiversidade

Biodiversidade consiste na grande variedade de genes, espéciesvivas e diferentes ecossistemas. A presença, a atividade, aexpansão e a extinção de qualquer espécie viva reflete no seu

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ecossistema e, por decorrência, na biosfera. A defesa dabiodiversidade consiste em proteger a biosfera, a variedadedas formas de vida, e as relações ecossistêmicas como suportepara perpetuação da vida no planeta.

O Programa de Defesa e Promoção da Biodiversidade(Probio) integrante do Plano Plurianual (PPA) Estadual egerenciado pelo CRA, realiza, entre outras ações, a gestãointegrada das 26 APAs (Áreas de Proteção Ambiental)estaduais. Elas foram agrupadas em seis sistemas, de acordocom características geoambientais: Sistema de APAs doRecôncavo (Sarec); Sistema de APAs do Litoral Norte(Salino); Sistema de APAs da Chapada Diamantina (Sacha);Sistema de APAs do São Francisco (Sasf); Sistema de APAsdo Litoral Sul (Salis) e Sistema de APAs do Sertão (Saser).

Em 2002, o CRA teve participação ativa na elaboração daPolítica Nacional de Biodiversidade, conduzida pelo Ministériodo Meio Ambiente.

Demanda Judicial

Em conseqüência da demanda de órgãos policiais, doMinistério Público (federal e estadual) e do Poder Judiciário,o CRA atendeu a 1.420 solicitações: 806 do Ministério PúblicoFederal; 564 do Ministério Público Estadual; 23 da JustiçaEstadual; 6 da Justiça Federal; 6 da Polícia Estadual e 15 daPolícia Federal.

Foram, em sua maioria, pedidos de fiscalização sobredenúncias de crimes ambientais, elaboração de laudos técnicos,pesquisas, cópias de autuação e autos de infração emitidos

pelo órgão ambiental. As informações do CRA municiaramesses órgãos para a apuração de denúncias e formação deprocessos nas áreas civil e penal.

Desenvolvimento Sustentável

O desenvolvimento sus-tentável consiste napossível e desejável con-ciliação entre o desenvol-vimento, a preservação domeio ambiente e a me-lhoria da qualidade devida. Este princípio estáinscrito como base dapolítica estadual de meioambiente que tem noCRA o seu instrumentoinstitucional.

O objetivo é garantir o uso racional dos recursos naturais,sem esgotá-los, e proteger o nosso patrimônio genético paraas atuais e futuras gerações. Em todas as suas atividades (desdea avaliação, o licenciamento e a fiscalização das atividades comimpacto sobre o meio ambiente, à administração de unidadesde conservação e à execução de múltiplos projetos e programasem defesa do meio ambiente), o CRA pauta-se pelo princípiode que, através do desenvolvimento sustentável é possívelassegurar benefícios socioeconômicos, capazes de melhorara qualidade de vida da população, sem esgotar ou inutilizaros recursos naturais existentes.

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Direito Ambiental

É o complexo de princípios e normas reguladoras dasatividades humanas que, direta ou indiretamente, pode afetara sanidade do ambiente em sua dimensão global, visando àsua sustentabilidade para as presentes e futuras gerações.

No período 1999/2002 a Bahia modernizou a sua legislaçãoambiental, inicialmente através da elaboração de um novoregulamento para a Lei 3.858/80 e depois pela edição da Lei7.999, de 7/2/2001, regulamentada pelo Decreto 7.967, de2001. A nova lei incorporou modernos mecanismos decontrole para as atividades potencialmente poluidoras,redefiniu as atribuições do CRA e do Cepram, recepcionou oSistema Estadual de Administração dos Recursos Ambientais(Seara) e estabeleceu uma nova política estadual de meioambiente, pautada pelo princípio do desenvolvimentosustentável e defesa dos recursos naturais.

Baseado nesta legislação, e ainda nas normas emitidas peloCepram, a Procuradoria Jurídica (Projur) do CRA elaborou noperíodo 1999/2002, 6.836 pareceres, ligados ao licenciamentoambiental, autos de infração e processos administrativos.

O CRA, através da Projur, conseguiu na Justiça Federal impediro processo de licenciamento do projeto da transposição daságuas do Rio São Francisco. Laudos e estudos técnicosdemonstram que os prejuízos ambientais do projeto seriamincalculáveis e que o São Francisco necessita de ações derecuperação físico-ambiental. Nessa gestão o CRA multouem 1 milhão de reais a empresa italiana Novamar International,que foi regularmente citada na cidade de Milão pelo vazamento

de parafina no litoral sul baiano, ocasionado pelo navio PieroBárbaro.

No período 1999/2002, a Projur ajuizou 292 ações deexecução fiscal, no valor de R$4,15 milhão. Foram emitidos3.116 pareceres, aprovados pelo Cepram e CRA, relativos alicenciamento ambiental; 20 referentes a normas técnicas e882 a autos de infração.

Disque Licenciamento com HoraMarcada

Através do Disque Licenciamento com Hora Marcada (0800284-1400), o empreendedor pode agendar o dia e o horáriomais convenientes para ser recebido na Central deAtendimento. O serviço funciona de segunda a sexta-feira,das 10:30 às 16:00 h. Permite um atendimento ágil aosinteressados que dirigem-se ao CRA em busca de informaçõessobre procedimentos ambientais, exigências legais ouencaminhamento e andamento de processos de licenciamentoambiental.

Disque Meio Ambiente

É mais uma Iniciativa do CRA que garante maior integraçãocom a comunidade, em defesa do meio ambiente, asseguran-do o exercício da cidadania. Através do telefone 0800 71-1400,que recebe ligações gratuitas durante 24 horas, inclusive aossábados, domingos e feriados, a população encaminha queixase denúncias, que são analisadas e encaminhadas à Coordenaçãode Fiscalização Ambiental e Atendimento Emergenciais. Oserviço presta também informações sobre as condições de

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balneabilidade das praias de Salvador e sobre as atividades doCRA.

O Disque Meio Ambiente foi inaugurado no dia 5 de junho(Dia Mundial do Meio Ambiente) de 1999 e durante os quatroúltimos anos foram atendidas 8.542 ligações, sendo 2.439 noano de 1999, 3.323 em 2000, 1.588 em 2001 e 1.192 ligaçõesem 2002.

Dunas e Veredas do Baixo Médio SãoFrancisco (APA)

A APA Dunas e Veredas do Baixo Médio São Francisco criadapelo Decreto Estadual 6.547, de 18/7/1997, tem comoobjetivo proteger a singularidade das formações ecológicasde dunas, brejos e veredas de buritis, e a rica biodiversidadeda região. A maior parte da APA está localizada na margemesquerda do rio São Francisco abrangendo parte dosmunicípios de Barra, Pilão Arcado e Xique-Xique, totalizandouma área de 1,085 milhão ha.

A APA possui umapaisagem de rarabeleza apresentandodunas continentaiscom mais de 50metros de altura e aSerra do Estreitocom aproximada-mente 150 km longi-tudinais e pequenaextensão transversal,

formando o limite natural a oeste da APA.

O encontro das águas barrentas do São Francisco com aságuas esverdeadas do rio Grande é um atrativo especial danatureza para os visitantes.

Educação Ambiental

A Educação Ambiental, sob o aspecto não formal, refere-seaos processos de educação fora do ambiente escolar. É umfator de desenvolvimento humano continuado. Sob o aspectoformal, é recomendável que a Educação Ambiental integreatividades interdisciplinares, e não se constitua numa disciplinacurricular isolada.

O CRA estimula ações de educação ambiental, seja diretamenteou através de parcerias com instituições públicas, rede públicae particular de ensino, entidades privadas, organizações nãogovernamentais e associações comunitárias, disseminandoinformações e conceitos ambientais através de palestras, vídeose orientações que envolvam a comunidade.No período 1999/2002 o CRA desenvolveu, entre outros, os

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seguintes programas de Educação Ambiental: da APA Baía deCamamu; da APA Lago Pedra do Cavalo; da APA do Pratigi;Programa de Educação Ambiental e Comunicação da APA LagoaEncantada; Programa de Conservação e Revitalização da BaciaHidrográfica do Rio São Francisco; Programa Faz Cidadão Ambiental.

Destaca-se o convênio firmado com a Universidade Estadualde Feira de Santana com o objetivo de desenvolver açõesvoltadas para a sensibilização, mobilização e capacitação dosatores sociais para a formação do Conselho Gestor da APALago Pedra do Cavalo.

Além destes programas próprios, o CRA participa ativamente,como parceiro, de diversas outras iniciativas de educaçãoambiental desenvolvidas por organizações não governamentaise entidades comunitárias. Foram produzidos e distribuídosaproximadamente 20 mil exemplares de diversos tipos dematerial educativo.

Fiscalização Ambiental

A atividade de Fiscalização Ambiental e AtendimentosEmergenciais conquistou no dia 2 setembro de 2002 a

certificação internacionalde qualidade ISO 9001:versão 2000, tal como jáacontecera com o Licen-ciamento Ambiental. Aconquista de mais essacertificação é resultadoda implantação doSistema de Gestão daQualidade (SGQ), queestabeleceu a normati-zação dos procedimentose fluxo de atividades, de acordo com padrões internacionaisque asseguram a qualidade da fiscalização.

Além de realizar a fiscalização de rotina nos empreendimentose atividades capazes de gerar impactos ambientais, o CRAmantém equipes de plantão em regime de 24 horas - inclusivenos fins de semana e feriados - para atendimentos a eventuaissituações emergenciais. Para maior agilidade foi implantado oserviço Disque Meio Ambiente (0800 71 1400), para apopulação denunciar crimes ou acidentes ambientaisgratuitamente.No exercício do poder de polícia ambiental, o CRA atuatambém em operações especiais de fiscalização, planejadas eexecutadas em cooperação com outros órgãos, como aCompanhia de Polícia de Proteção Ambiental (COPPA), daPolícia Militar, Diretoria de Desenvolvimento Florestal (DDF)e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos NaturaisRenováveis (Ibama). Uma das ações mais efetivas é o combateà pesca predatória na Baía de Todos os Santos.Além de atuar em Salvador e Região Metropolitana, o CRA

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mantém as Unidades Regionais de Fiscalização (URFs) nosmunicípios de Feira de Santana, Ilhéus, Eunápolis, Barreiras,Santa Maria da Vitória, Juazeiro e Jequié.

No período 1999/2002 foram registrados: 2.606 inspeções;1.241 notificações; 1.381 advertências; 555 multas; 164atendimentos emergenciais e 33 operações especiais emparceria com a COPPA - Companhia de Polícia de ProteçãoAmbiental, DDF e Ibama.

Fundo de Recursos para o MeioAmbiente

O Fundo de Recursos para o Meio Ambiente (Ferfa) é geridopelo CRA e destinado a custear a execução da PolíticaAmbiental do Estado. Os recursos são oriundos de dotaçõesorçamentárias próprias, da arrecadação das taxas delicenciamento ambiental, das multas administrativas,indenização de custos de serviços técnicos, receitasprovenientes de convênios, vendas de publicações e editais edoações.

A aplicação desses recursos é definida pela Lei 7799, de 7/2/2001, e destina-se à realização de diversas ações, a exemplode estudos e pesquisas, contratação de serviços de consultoria,capacitação de recursos humanos, custeio do Plano Estadualde Meio Ambiente, realização de serviços e inspeções técnicas,inclusive em ações conjuntas dos órgãos executores,reaparelhamento, reequipamento e melhoria das instalaçõesdos órgãos estaduais executores do Sistema Estadual deAdministração dos Recursos Ambientais (Seara).

Geoprocessamento

Buscando ampliar cada vezmais o uso da tecnologia aserviço do meio ambiente, oCRA torna disponível àsociedade, o sistema de�Geolocalização em Áreas deProteção Ambiental� ou GisWeb no PortalAmbiental (www.cra.ba.gov.br). Além de serum recurso importante para orientação quantoao uso e ocupação do solo nas APAs, étambém uma fonte de informação para opúblico em geral. Através do portal, o usuário pode fazerconsultas e impressos relativos à localização de pontos noZoneamento Ecológico-Econômico (ZEE), parâmetrosambientais, recursos hídricos existentes e o tipo deempreendimento permitido naquele trecho da unidade deconservação.

Considerando a grande dimensão do território baiano, a

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riqueza de seus recursos naturais e a necessidade de se promovero desenvolvimento sustentável, o uso de Sistemas deInformações Georreferenciadas (GIS) destaca-se como umimportante recurso tecnológico para o monitoramento do usoe ocupação do solo nas APAs. Desse modo, o GisApa LitoralNorte constitui a etapa inicial de um grandioso projeto do CRA,a elaboração do Mapa Ambiental da Bahia, mais um instrumentopara o planejamento ambiental do estado.

Gerenciamento Costeiro

A Bahia possui o maior litoral brasileiro, com 1,2 mil km deextensão. Para realizar o planejamento e ordenamento da zonacosteira de forma integrada e participativa, o CRA executa oPrograma de Gerenciamento Costeiro (Gerco), que integra ocomponente Desenvolvimento Institucional, do ProgramaNacional de Meio Ambiente (PNMA II), financiado peloBanco Mundial e coordenado pelo Ministério do MeioAmbiente (MMA).Em dezembro de 2001, foi assinado convênio entre o Gover-no do Estado e o MMA, no valor de R$ 710.928,75 para aimplantação do Gerco/Bahia na região do Litoral Norte,envolvendo 13 municípios, dos quais sete são litorâneos, numaárea de 7.760 km² e 200 km de costa. Já foram alocados R$210.762,31 para o desenvolvimento da primeira etapa doprojeto.

Os municípios que integram o projeto são: Jandaíra, Conde,Esplanada, Entre Rios, Cardeal da Silva, Itanagra, Mata deSão João, Araçás, Catu, Pojuca, Camaçari, Dias D�Ávila e Laurode Freitas. A região engloba cinco APAs e tem crescido comritmo acelerado e desordenado, pressionando os ecossistemas

- manguezal, brejo, restinga e duna.A meta é promover o desenvolvimento urbano, o turismo eoutras atividades compatíveis com a vocação natural da região,preservando os recursos naturais e promovendo odesenvolvimento sustentável, de acordo com o ZoneamentoEcológico-Econômico das unidades de conservação.

No município do Conde está sendo implantado, de formapiloto, o Projeto de Gestão Integrada da Orla Marítima, quevisa desenvolver mecanismos de mobilização social e estimularpráticas sustentáveis de desenvolvimento.

Gestão Ambiental

A gestão ambiental éatribuição dos três níveisde governo, cabendo aoCRA realizá-la de acordocom as diretrizes daPolítica Estadual, emconsonância com asdiretrizes nacionais, coma presença dos muni-cípios, integrados em umprocesso de participaçãoda sociedade.Na Bahia, a gestão ambiental teve início em paralelo aoprocesso de implantação do Pólo Petroquímico de Camaçari,quando foi criado, ainda em 1973, o Conselho Estadual deProteção Ambiental (Cepram), posteriormente denominadoConselho Estadual de Meio Ambiente (Cepram), com aConstituição do Estado de 1989. Desde então, vimos

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evoluindo quanto ao tratamento das questões ambientais,tendo como meta uma gestão integrada e participativa.

No período 1999/2002, o CRA investiu no aprimoramentodos principais instrumentos de gestão ambiental, a exemplodo sistema de l icenciamento, modernizado com apromulgação da nova lei estadual de meio ambiente, de 7/2/2001.

A educação ambiental, ferramenta fundamental para sealcançar mudanças nas relações homem x natureza, foisobretudo direcionada para ações nas Áreas de ProteçãoAmbiental, aliando-se a um outro importante instrumento:as Unidades de Conservação. As 26 APAs estaduais têm sidoalvo de especial atenção do governo, tendo-se iniciado, em1999, a implantação das suas sedes administrativasdevidamente equipadas com recursos materiais e humanos.A avaliação da qualidade ambiental é realizadasistematicamente, alimentando um banco de dados àdisposição da comunidade e subsidiando ações voltadas paramelhoria do ambiente. Ações integradas com o ProgramaBahia Azul garantiram o desenvolvimento de um modelomatemático de dispersão de poluentes na Baía de Todos osSantos, o SisBahia, além do diagnóstico ambiental das águase do entorno da baía, o controle das atividades industriais daregião e o acompanhamento das condições de balneabilidadedas praias da Região Metropolitana de Salvador.

O CRA participa de importantes programas no âmbito federal,coordenados pelo Ministério do Meio Ambiente, que visam amelhoria da gestão ambiental no país, a exemplo do ProgramaNacional do Meio Ambiente (PNMA II), em seus 4

componentes � gerenciamento costeiro, monitoramento daqualidade das águas, licenciamento ambiental e gestãointegrada de ativos ambientais - , o Projeto CorredoresEcológicos e o Projeto de Conservação e Revitalização daBacia do São Francisco.

Finalmente, a criação e implantação do Núcleo de EstudosAvançados do Meio Ambiente-NEAMA, inaugurado em 5de junho de 2002, é um marco na gestão ambiental do estado,provendo a Bahia de um espaço privilegiado para a discussãodos diferentes temas relacionados ao desenvolvimentosustentável, na busca da excelência técnico-científica da gestãoambiental do estado.

Gestão das APAs

Ao CRA cabe a administração das 26 APAs estaduais e paraisso, planejou, desenvolveu e vem executando nos últimosquatro anos um sistema de gestão integrada e participativa dessasunidades de conservação. Esse sistema conta coma participação de outros órgãos públicos ligados àquestão ambiental, de representantesdas prefeituras e de outras instânciasdo poder público e de entidadescomunitárias, no planejamento eexecução de ações emdefesa do meio ambiente edo desenvolvimento sus-tentável.

Essa efetiva articu-lação com os dife-

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rentes segmentos sociais é indispensável para a criação, nestemodelo de gestão, dos Conselhos Gestores das APAs, aexemplo do que ocorre nas APAs Costa de Itacaré/SerraGrande, primeiro a ser implantado, e Lagoa Encantada.

Para melhor avaliar o desempenho da administração das APAs,foi criado o Índice de Gestão da APA (IGA), instrumentoque permite acompanhar a administração e os progressosalcançados, através da pontuação de 21 indicadoresrelacionados a parâmetros definidos.

O Diagnóstico Ambiental e o Zoneamento Ecológico-Econômico, que permitem o conhecimento dos recursosnaturais, o controle e a fiscalização das atividadessocioeconômicas, são mais facilmente realizados havendo agestão ambiental integrada.

Entre 1999/2002, as APAs apresentaram os seguintesresultados: 4.140 inspeções; 231 Pareceres Técnicos; 31Anuências Prévias; 190 notificações; 234 advertências; 55 multase 5 Termos de Referência para elaboração de DiagnósticoAmbiental. No mesmo período foram realizadas 9.505 açõesem campo entre reuniões; seminários; palestras; atendimentosàs comunidades, etc.O CRA criou em 2002, o InfoAPAs, boletim informativo paradivulgar as ações realizadas na administração das 26 Apasestaduais. É um instrumento de educação ambiental e deGestão das APAs.

Grupo Analisador de Licenciamento

Em 2002, o CRA criou internamente o Grupo Analisador de

Licenciamento Ambiental (GAL) com o objetivo deestabelecer critérios, normas e procedimentos para a formaçãode processos de licenciamento. O grupo reúne-sesemanalmente aperfeiçoando os procedimentos internos pararacionalizar a tramitação dos processos.

Grupo Analisador de Multas

Também em 2002, o CRA criou internamente o GrupoAnalisador de Multas (GAM), que tem como objetivoestabelecer critérios, normas e procedimentos para a aplicaçãode multas aos infratores da legislação ambiental. O gruporeúne-se semanalmente, aperfeiçoando os procedimentosinternos, fortalecendo a análise e a tramitação das propostasde processos de multas.

Grupo Revisor de Multas

O CRA instituiu em 2002 o Grupo Revisor de Multas(GRM), com o objetivo de uniformizar os critérios eparâmetros para aplicação das multas e a gradação do valorpecuniário. A revisão objetiva evitar a ocorrência dediscrepâncias nos autos propostos, respeitando os princípiosdo direito e os critérios técnicos para aplicação daspenalidades.

Gruta dos Brejões / Vereda do RomãoGramacho (APA)

Localizada na região do semi-árido baiano, a APA Gruta dosBrejões/Vereda do Romão Gramacho tem o privilégio de tersido a primeira unidade de conservação dessa categoria, criada

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mediante DecretoEstadual 32.487, de13/11/85.

Inserida na BaciaHidrográfica do RioSão Francisco, noPiemonte da Cha-pada Diamantina,abrange parte dosmunicípios de JoãoDourado, Morro do

Chapéu e São Gabriel, com área de 11,9 mil ha.

Apresenta ecossistema de caatinga, com vegetação espinhosae presença de árvores como a aroeira, baraúna e angico,espécies em risco de extinção cujo corte já é proibido na Ba-hia. A APA abriga espécies raras de animais silvestres, como aáguia chilena, papagaio verdadeiro, papagaio campeiro, veadocampeiro, veado catingueiro, onça parda, jaguatirica, jacaré-de-papo-amarelo, dentre outras.

Encontram-se ainda nesta APA, sítios de relevante valorarqueológico, que compõem um cenário de grandeimportância científica, de épocas pré-históricas, registradasnas pinturas rupestres dos paredões e abrigos de calcário.

A Gruta dos Brejões possui 7.750 m de extensão e um pórticode entrada com altura de 106 m, uma de suas atrações quenecessita ser protegida com suas formações geológicasnotáveis, as cavidades naturais subterrâneas e as águassubterrâneas do Rio Jacaré.

Também necessitam de proteção as inúmeras espécies rarasde animais ameaçadas de extinção e a vegetaçãocaracterística e peculiar existente nas encostas calcárias enas margens dos rios.

Carecem de estudos aprofundados os sítios arqueológicos(pinturas rupestres e abrigos sob rocha) e paleontológicos(fósseis de animais pleistocênicos). A defesa do meio ambientenesta APA implica no controle rigoroso do uso de praguicidaspara assegurar a qualidade do solo e da água, e a harmônicaintegração das comunidades sertanejas e suas atividades como ecossistema regional.

A APA Gruta dos Brejões Vereda do Romão Gramacho possuiDiagnóstico Ambiental e Zoneamento Ecológico-Econômico,aprovado pelo Cepram, mediante Resolução 3.047, de 18/10/2002. Esta APA dispõe de sede administrativa nomunicípio de Morro do Chapéu.

Guaibim (APA)

A APA do Guaibim está alocalizada entre a foz do RioJiquiriçá e o canal de Taperoá,região costeira do municípiode Valença, Baixo-Sul doestado. Ocupa uma área de 2mil ha.

Guaibim significa �águas doalém�. Os índios acredi-tavam que aquelas águas

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eram habitadas por monstros marinhos denominados IgbaMeapina - �diabo peludo�. A APA está inserida em uma regiãode clima quente-úmido, com ecossistemas de restingas,manguezais, faixas de praias, brejos e áreas remanescentes daMata Atlântica, com fauna associada.

A unidade de conservação foi criada pelo Decreto Estadual1.164, de 11/5/1992, para proteger os ecossistemas econservar os atributos naturais dessa região. O ecoturismo,vocação natural da região vincula-se ao desenvolvimentosustentável e promove a geração de emprego e renda para apopulação local.

A APA do Guaibim possui Diagnóstico Ambiental e teve oseu Zoneamento Ecológico-Econômico aprovado pelaResolução Cepram, 759, de 18/5/1993.

Hidrografia

O Estado da Bahia, para os fins de planejamento egerenciamento da utilização dos seus recursos hídricos

considera como unidade físico-territorial básica 13 baciashidrográficas: São Francisco, Vaza Barris, Itapicuru, Real,Paraguaçu, Inhambupe, Recôncavo Norte, Recôncavo Sul,Contas, Pardo, Leste, Jequitinhonha e Extremo Sul.

HO CRA realiza o monitoramento

da qualidade das águas nas 13bacias hidrográficas do estado.

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Indicadores Ambientais

Os indicadores ambientais se constituem em importanteferramenta para tornar disponível informações estatísticase científicas para os diversos segmentos da sociedade.Servem também de suporte à tomada de decisão, aosimplificar massas de dados técnicos, comunicar status etendências do meio ambiente, além de serem utilizadoscomo instrumentos de mensuração das ações de controlee gestão ambientais.

O CRA está desenvolvendo indicadores ambientais para oEstado da Bahia, compatíveis com os modelos adotados paratodo o país sem, no entanto, deixar de levar em consideraçãoas especificidades regionais e locais quando de sua adequaçãoà realidade baiana.

A aplicação desse conjunto de indicadores será espacial, ouseja, nos ambientes dos Sistemas de Informação Geográfica(SIG), que utilizando as modernas ferramentas degeoprocessamento conta com a atualização periódica dacobertura vegetal e uso do solo por imagens de satélite, além

de uma base de informação temática e cartográfica que estáem fase de consolidação, uma vez que esta representa partefundamental para a validação destes indicadores.

Indicadores Financeiros

Os recursos provenientes da remuneração da análise dosdiversos processos de licenciamento ambiental e daarrecadação das multas aos infratores da legislação ambientalformam, dentre outros, o Fundo de Recursos para o MeioAmbiente (Ferfa). Por lei, esses recursos devem ser investidosem atividades como educação ambiental, aprimoramento dagestão ambiental, incentivo à pesquisa e projetos científicos,qualificação profissional, convênios de parcerias efortalecimento institucional do órgão, portanto em açõesefetivas em defesa do meio ambiente. Outra fonte de receitado Ferfa são os convênios que o CRA realiza. As despesas decusteio (pessoal, manutenção e projetos) são cobertas pelotesouro estadual.

Nos últimos quatro anos a receita do Ferfa apresentou-sesuperavitária, de forma crescente. Os recursos do tesouroestadual mantiveram-se de forma equilibrada, o que permitiuao CRA cumprir seus compromissos em dia.

Esses resultados ganham maior relevância porque foramobtidos em meio às dificuldades associadas aos efeitos da criseeconômica do país, afetada por fatores externos, que reduziudrasticamente a arrecadação do ICMS e, em conseqüência,limitou os repasses de recursos do tesouro estadual. Houvetambém redução de 20 a 50% dos valores das taxas delicenciamento, conforme estabeleceu o Decreto Estadual

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7.967, de 5/6/2001, aumentando a competitividade atrativade empreendimentos no estado e induzindo fortemente aredução da clandestinidade ambiental.

Com esses fatores restou ao CRA aumentar a arrecadaçãoatravés da otimização dos sistemas de licenciamento efiscalização e ampliar o número de convênios e parcerias paraobter investimentos e com isso viabilizar ações, com destaquepara a criação do Núcleo de Estudos Avançados do MeioAmbiente (Neama).

Infoestrutura Tecnológica

O fortalecimento institucional do CRA, ocorrido no período1999/2002, significou o aporte de uma infoestruturatecnológica que resultou na implantação de um modelo degestão reconhecido, entre os demais órgãos ambientaisbrasileiros, como moderno, eficiente, confiável e replicável.O CRA passou a ser detentor de um conjunto de técnicas,equipamentos e meios de suporte auxiliares, para coletar,processar, armazenar e disseminar dados, que, tratados

convenientemente, transformaram-se em informaçõesestratégicas que alimentam continuamente a Tecnologia de Gestãodo CRA (TG-CRA), motivo de depósito de propriedadeintelectual junto ao Instituto Nacional de Propriedade Indus-trial (INPI), registrado sob número 00040752.

O parque computacional do CRA dispõe de: computadores(192), impressoras (104), scaners (05), ploter (01); 246 pontosde rede interligados com fibra ótica, instalados em 8 prédios,em velocidade de comunicação entre 10 e 100 megabytes.Possui ainda 22 aparelhos de geoposicionamento por satélite(GPS), 49 câmeras fotográficas digitais e dois aparelhostelefônicos móveis via satélite.

Instrumentos de LicenciamentoAmbiental

O instrumento básico do Licenciamento é a Avaliação de ImpactoAmbiental (AIA), utilizada para os empreendimentos eatividades considerados efetiva ou potencialmente causadoresde degradação no meio ambiente. A AIA contempla osdiversos estudos elaborados por equipe multidisciplinar. OCRA analisa os aspectos ambientais, bem como os impactosnegativos e positivos associados às atividades transformadorasdo meio ambiente.

O instrumento é essencial à concessão das licenças ambientais.São considerados os dados técnicos do projeto, a tecnologiautilizada, a legislação e normas ambientais aplicáveis. Para osempreendimentos de maior impacto ambiental o CRAdetermina a realização do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) eo respectivo Relatório de Impacto no Meio Ambiente (RIMA).

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Também são instrumentos do licenciamento a CTGA, a ALA,a Política Ambiental da empresa, o Balanço Ambiental e oTermo de Responsabilidade Ambiental.

Joanes / Ipitanga (APA)

Essa é uma das seis unidades de conservação que compõe oSistema de APAs do Litoral Norte (Salino). Tem área de 64,5mil ha e abrange terras dos municípios de Camaçari, Simões

Filho, Lauro de Freitas,São Francisco doConde, Candeias, SãoSebastião do Passé, Sal-vador e Dias D�Ávila.

A região apresenta climaquente e úmido, compresença de rios, re-

presas e mangues. As praias e as dunas com vegetação de restingaabrigam belas e ricas espécies da fauna e da flora, já havendosido registradas oficialmente na região mais de 100 espécies deaves.

Foi criada pelo Decreto Estadual 7.596, de 5/6/1999,englobando a antiga APA da Represa Joanes I, com o objetivoprincipal de zelar pela qualidade dos mananciais dos rios Joanese Ipitanga, que complementam expressivamente oabastecimento de água da Região Metropolitana de Salvador.

A APA Joanes/Ipitanga possui Diagnóstico Ambiental eZoneamento Ecológico-Econômico, aprovado pelo Cepram,através da Resolução 2.974, de 24/5/2002. Possui sedeadministrativa no município de Lauro de Freitas.

Lago de Pedra do Cavalo (APA)

A principal função da APA Lago de Pedra do Cavalo é protegeresse manancial e suas matas ciliares, assegurando a qualidadeda água que abastece boa parte da Região Metropolitana de

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Salvador e região de Feira de Santana, beneficiando cerca de 4milhões de habitantes.

Localizada no entorno do Lago de Pedra do Cavalo, a APApossui 30,2 mil ha, abrangendo parte dos municípios de Feirade Santana, Antônio Cardoso, Santo Estevão, Cabaceiras doParaguaçu, Governador Mangabeira, Muritiba, São Félix,Cachoeira, Conceição da Feira e São Gonçalo dos Campos.

A região caracteriza-se pela transição de ambiente úmido maisao sul, e semi-árido ao norte da APA. O lago possui muitasenseadas de grande beleza cênica, principalmente nosmunicípios de Antônio Cardoso e Santo Estevão. Ao sul,próximo à barragem, entre Cachoeira e GovernadorMangabeira, existem ilhas permanentes com formaçõesvegetais bastante preservadas, indicadas para a observação deespécies de aves migratórias.

A APA Lago de Pedra do Cavalo foi criada pelo DecretoEstadual 6.548, de 18/7/1997, e desenvolve em parceria coma Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), umPrograma de Educação Ambiental com o objetivo deimplementar ações voltadas para a sensibilização, mobilizaçãoe capacitação de integrantes da comunidade para compor oConselho Gestor da APA. O seu Diagnóstico Ambiental jáfoi realizado e encontra-se em elaboração o ZoneamentoEcológico-Econômico. Possui sede administrativa nomunicípio de Feira de Santana, com a apropriada equipe técnicae os devidos recursos materiais, incluindo uma lancha para asatividades de inspeção e educação ambiental no lago.

Lagoa de Itaparica (APA)

Situada no semi-áridonordestino, na margemdireita do Rio São Francisco,a APA Lagoa de Itaparicaabrange os municípios deXique-Xique e Gentio doOuro. Possui 78,5 mil ha efoi criada pelo DecretoEstadual 6.546, de 18/7/97.

Destina-se a preservar umadas mais importantes lagoasmarginais do São Francisco. De dezembro a março, épocadas cheias, ela recebe as águas do Velho Chico. É o ambienteideal para a reprodução e crescimento dos organismosaquáticos, cumprindo uma função essencial à sua preservação.O Canal de Itaparica é a ligação com as águas do rio. Aolongo de seu curso uma população agrupada em pequenospovoados convive com os recursos naturais, respeitando ociclo de vida. Um exemplo é a utilização da carnaúba somentequando essa palmeira seca, para então fazer com o seu tronco,cercas, currais e moradias, resultando em um manejo adequadoespontâneo.

Melhorar a qualidade de vida das comunidades locais tem sidouma prática do CRA na administração da APA. Para isso temusado de uma metodologia participativa baseada naconscientização ambiental e no fomento de atividades quepropiciem o desenvolvimento socioeconômico sem agressãoao equilíbrio ecológico e cultural.

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O Diagnóstico Ambiental da APA já foi elaborado. Possuisede administrativa no município de Xique-Xique.

Lagoa Encantada (APA)

Criada pelo Decreto Estadual 2.217, de 14/6/1993, a APALagoa Encantada possui 11,8 mil ha e integra a baciahidrográfica do Rio Almada. Essa APA registra uma das maisencantadoras paisagens naturais da Mata Atlântica na Bahia.Compõe-se de 11 distritos, comunidades e loteamentos, emsua grande maioria habitados por pescadores, pequenosagricultores e artesãos, com rica tradição cultural.

A lagoa que dá o nome à APA é uma formação dos rios Pepitee Caldeiras. Além da floresta, cachoeiras, nascentes e cavernas,abrange uma área litorânea onde existem restingas emanguezais. Diversas reservas particulares estão sendoimplantadas ou em fase de implantação. Nas margens do RioAlmada, existe uma vegetação entrelaçada que, ao se soltardas margens, forma ilhas flutuantes, berçários de peixes ecamarões, importantes para a perpetuação da fauna aquática.

O Programa de Educação Ambiental e Comunicação na APALagoa Encantada é desenvolvido em parceria com aAssociação Pró-Bacia do Rio Almada (Abara). A primeiraetapa do programa foi concluída em 2001 e consistiu de umlevantamento sócio-ambiental nas comunidades residentes naAPA. A pesquisa subsidiou ações posteriores, a exemplo decursos, palestras, reuniões e oficinas e produção de materialeducativo e de divulgação.

O CRA desenvolve, conjuntamente com outros órgãos

públicos, associações comunitárias e organizações nãogovernamentais, diversas ações para integrar a comunidadenas atividades em defesa do seu patrimônio ambiental e dodesenvolvimento sustentável, através do ecoturismo. Entreelas destaca-se o jornal Em Cantos da Lagoa, instrumento dedivulgação, conscientização e apoio às atividades de educaçãoambiental. Em 2002, a APA Lagoa Encantada foi certificadapelo Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Unesco,como Posto Avançado da Reserva da Biosfera da MataAtlântica.

A APA Lagoa Encantada possui Diagnóstico Ambiental,Zoneamento Ecológico-Econômico aprovado pelaResolução Cepram 1.802, de 23/10/1998, e ConselhoGestor. Possui sede no município de Ilhéus, nas margensda lagoa.

Lagoas de Guarajuba (APA)

A APA Lagoas de Guarajuba é a menor unidade de conservaçãodessa categoria, com 230 ha de extensão, mas, em contrapartida,é de grande importância ecológica. Constitui uma das áreasúmidas mais significativas do Litoral Norte, devido aodesempenho de importantesfunções ambientais, comotampão hidrológico parareservatórios subterrâneos. Aárea serve de abrigo para avesmigratórias, reprodução dejacarés (ameaçados deextinção) e sucuris, entre outrasespécies da fauna.

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Caracteriza-se por uma seqüência de ecossistemas de áreasúmidas associadas, onde incluem-se: pântanos, brejos, mangue-zais, afloramentos de água doce que constituem a Lagoa deGuarajuba-Velado e ocupam o fundo dos vales aluviais, su-prindo as comunidades locais de alimento e água, além de sertambém opção de lazer.

Forma um belo conjunto estético-paisagístico de coqueirais,vegetação de restinga e junco, que protegem da erosão asmargens dos espelhos d�água e são admirados por quemtrafega pelo Litoral Norte. A faixa litorânea inclui as áreas dedesova da tartaruga marinha até a zona de plataforma internadelineada por recifes coralíneos.

A APA Lagoas de Guarajuba foi criada pela Resolução Cepram387, de 27/2/1991, e no mesmo ano, em 12 de março, teveaprovado seu Zoneamento Ecológico-Econômico através daResolução Cepram 388. Possui sede administrativa na Estradado Coco, município de Camaçari.

Lagoas e Dunas do Abaeté (APA)

A APA Lagoas e Dunas do Abaeté protege o último complexoremanescente de dunas, lagoas e restingas ainda conservadono município de Salvador. É um grande atrativo para visitação,lazer, iniciativas de educação ambiental e pesquisa científica,além de apresentar enorme valor paisagístico. Sua beleza natu-ral tem inspirado poetas, compositores e artistas plásticos quea eternizam.

Possui 1,8 mil ha de ambiente típico de restinga, com suaslagoas de coloração escura, intercaladas por dunas de areia

branca, recobertas porvegetação arbórea, arbus-tiva e herbácea quedesempenham um papelrelevante na defesa doambiente contra a erosão.

A criação da APA Lagoas e Dunas do Abaeté, pelo DecretoEstadual 351, de 22/9/1987, possibilitou maior proteçãoambiental desse ecossistema.

A APA Lagoas e Dunas do Abaeté teve novo ZoneamentoEcológico-Econômico aprovado pela Resolução Cepram3.023, de 20/9/2002. Possui sede administrativa no CRA.

Legislação Ambiental

�O poder público e a coletividade têm o dever de defender omeio ambiente, bem de uso comum do povo, e essencial àsadia qualidade de vida, a ser necessariamente assegurado eprotegido, mediante o planejamento, administração, medidasde precaução, prevenção, controle e uso racional dos recursosambientais� (Inciso I, art. 1º, da Lei Estadual N° 7.799, de 7de fevereiro de 2001).

A Bahia, que em 1980 foi um dos primeiros estados a disporde legislação própria em defesa do meio ambiente, após 21anos, e depois de um amplo processo de discussão comdiversos setores da sociedade, ganhou uma nova legislação demeio ambiente com a lei 7.799, de 7/2/2001, regulamentada

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pelo Decreto Estadual 7.965, de 5/6/2001. Alegislação é composta ainda pelas normas eresoluções do Cepram.

A Política Ambiental do Estado da Bahia épautada na defesa e proteção dos recursosnaturais, para uso das atuais e futurasgerações, na busca do desenvolvimentosustentável. A modernização da lei estadualde meio ambiente trouxe novos conceitos esubsídios para uma maior integração eparticipação da comunidade na defesa domeio ambiente, seja através dofortalecimento da gestão ambiental munici-pal, seja pelo estabelecimento de parceriascom organizações da sociedade civil de in-teresse público.

A nova lei garantiu ao CRA uma estrutura interna mais ágil edinâmica e ampliou o papel dos órgãos que integram o Sistemade Administração dos Recursos Ambientais (Seara). Novosaspectos foram incorporados ao conceito de degradaçãoambiental, que passou a incluir os processos erosivos, deassoreamento, queimadas, o uso inadequado e a ocupação ir-regular do solo. A lei estabelece normas para a criação deunidades de conservação e prevê a definição de áreas derelevante interesse ecológico.

Licenciamento Ambiental

A legislação de meio ambiente estabelece que são passíveis delicenciamento ambiental, a localização, instalação, ampliação, e

a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras derecursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmentepoluidoras, bem como os empreendimentos capazes, sobqualquer forma, de causar degradação ambiental.

Na Bahia, o processo inicia-se no CRA, ou nos municípioshabilitados para realizarem o licenciamento ambiental. É feitaa análise prévia dos projetos apresentados e com base nalegislação, os empreendimentos ou atividades são classificados,conforme sua natureza, porte, tecnologias utilizadas, estágio eoutras características. Na concessão da licença são determinadoscondicionantes, em defesa do meio ambiente, a seremcumpridos pela empresa ou atividade.

As licenças ambientais existentes na Bahia são: LicençaSimplificada (LS); Licença de Localização (LL); Licença deImplantação (LI); Licença de Operação (LO); Licença deAlteração (LA); Licença de Operação da Alteração (LOA); eRenovação da Licença de Operação (RLO). De acordo com oporte do empreendimento ou atividade, algumas dessas licençassão concedidas pelo Cepram, outras pelo CRA e algumas pelosmunicípios habilitados.

Para as atividades de caráter temporário é exigida a AutorizaçãoAmbiental (AA), a exemplo da Autorização de Transporte deResíduos Perigosos (ATRP). Vinculados ao licenciamentoambiental, há outros atos administrativos como: Revisão deCondicionantes (RC); Transferência de Licença Ambiental(TLA), Prorrogação de Prazo de Validade (PPV), Alteração deRazão Social (ALRS), Manifestação Prévia (MP) e AnuênciaPrévia (AP).Na Bahia foi implantada a Gestão Integrada e Responsabilidade

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Ambiental, aprovada pelo Cepram, através da Resolução 2.933,de 22/2/2002, que reúne num único dispositivo legal todosos instrumentos de autocontrole ambiental: CTGA (ComissãoTécnica de Garantia Ambiental), ALA (Auto-Avaliação parao Licenciamento Ambiental), Política Ambiental e BalançoAmbiental.

O Termo de Responsabilidade Ambiental (TRA), outra propostainovadora, é exigido na fase inicial do requerimento. Trata-se deum documento semelhante a um contrato ambiental, no qual osempreendedores firmam com a sociedade o compromisso denão poluir, degradar ou impactar o meio ambiente, além dosníveis permitidos pela legislação, bem como recuperar os danoseventualmente causados pela sua atividade.

A fim de tornar mais eficiente e efetivo o sistema delicenciamento ambiental, o governo do estado, através do CRA,teve aprovado, em dezembro/2002, pelo Ministério do MeioAmbiente / Programa Nacional de Meio Ambiente (PNMAII) - Componente do Desenvolvimento Institucional, o projetoSistema Integrado de Informações para o Licenciamento no Estado daBahia, com dados gerados pelas instituições estaduais (CRA,DDF e SRH) e municipais que exercem controle ou tenhaminterface nas áreas de licenciamento e fiscalização ambiental.Serão acrescentadas novas funcionalidades ao Sistema Cerberus,tornando-o uma ferramenta eficaz para o acompanhamentodos condicionantes e prazos de validade das licenças ambientais.O projeto no valor de 258 mil e 900 dólares, será executado em18 meses.

O sistema estará disponível para consultas e análises através deum banco de dados de informações georreferenciadas utilizando

a tecnologia GIS.Nos últimos quatro anos foram publicados no Diário Oficialdo Estado, 3.815 atos administrativos do Cepram (Resoluções)e do CRA (Portarias), referentes à execução da política ambientaldo Estado. Esses atos referem-se a concessão de LicençasAmbientais, Autorizações Ambientais, Prorrogação de Prazode Validade, Transferência de Titularidade, Revisão deCondicionantes, NormasTécnicas, Autos de Infra-ção, Zoneamento dasAPAs e demais atos naesfera administrativa am-biental. O licenciamentorepresentou 68% do totaldas Resoluções e Portariasexpedidas no período.

A Lei Estadual 7.799, de 5/6/2001 delegou ao CRA aexpedição das licenças ambientais, excetuando-se a Licençade Localização, de compe-tência exclusiva doCepram. Com isso, onúmero de Portarias expe-didas pelo CRA, especial-mente relativas a LicençaSimplificada para empreen-dimentos de micro e pe-queno porte, cresceu deforma significativa.As atividades de micro e pequeno porte representam cerca de60% das atividades licenciadas pelo Cepram e pelo CRA.

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Linha Editorial

O Núcleo de Estudos Avançados do Meio Ambiente(Neama) conta com uma linha editorial para a publicaçãode livros, revistas e vídeos que divulguem trabalhos na área

ambiental. Assim o CRA contribui para o processode discussão sobre a realidade ambiental e suasperspectivas, com ênfase no conhecimentoespecializado para a gestão dos recursos naturais,difusão de conceitos de gestão biorregional e dedesenvolvimento sustentável.

A série Cadernos de Referência Ambiental publicou:

V. 1 Ecotoxicologia do Mercúrio e seuscompostos;

V. 2 Ecotoxicologia do Cobre e seus compostos;V. 3 Ecotoxicologia do Chumbo e seus

compostos;V. 4 Ecotoxicologia do Ferro e seus compostos;V. 5 Ecotoxicologia do Cromo e seus compostos;V. 6 Ecotoxicologia do Cádmio e seus

compostos;V. 7 Ecotoxicologia do Manganês e seus

compostos;V. 8 Bahia Nova Legislação Ambiental

(comentada);V. 9 Rumo ao Desenvolvimento Sustentável -

IndicadoresAmbientais;

V. 10 Licenciamento Ambiental Passo a Passo noEstado da Bahia;

V. 11 Ecotoxicologia do Arsênio e seus compostos;V. 12 Ecotoxicologia e Avaliação de Risco do Petróleo;V. 13 Poluentes Orgânicos Persistentes � POPs;V. 14 Ecotoxicologia do Material Particulado (em

editoração);Série Construindo os Recursos do Amanhã:V. 1 Cidadania e Meio Ambiente (em

revisão);V. 2 Inovações Tecnológicas em Meio

Ambiente (em revisão);V. 3 Instrumentos Econômicos para a

Conservação Ambiental (em elaboração).V.4 Uso dos Recursos Naturais como

Negócio Sustentável (em revisão).

Série Educação Ambiental:

V. 1 Combate à Pesca Predatória;V. 2 Combate às Queimadas;V. 3 Diretrizes Básicas para a Gestão

Ambiental Municipal: orientações eprocedimentos (em elaboração).

Série APAS:

V. 1 APAs da Costa do Descobrimento eCosta das Baleias;

V. 2 APAs da Bacia do Rio São Francisco;V. 3 APAs da Baía de Todos os Santos e

do Litoral Norte;V. 4 APAs da Chapada Diamantina, Recôncavo

e Sertão (em elaboração).

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Série de vídeos Terra Mater

Em parceria com o Instituto de Radiodifusão Educativa daBahia (Irdeb), estão sendo produzidos vídeos a respeito dasAPAs estaduais:

V. 1 A Natureza da Costa do Descobrimento (29 min);V. 2 A Natureza da Baía de Todos os Santos (30 min);V. 3 A Natureza do Litoral Norte (57 min);V. 4 A Natureza da Costa do Dendê (60 min).

Litoral Norte (APA)

O Litoral Norte da Bahia exibe um cordão de dunas próximasao oceano e outras, maiores, mais internamente. Em seuambiente privilegiado há charcos e zonas de inundação derios, indicando uma rede hídrica riquíssima à qual se associam

manguezais, restingas, manchas de MataAtlântica e imensos coqueirais. Além da avi-fauna característica, são freqüentes astartarugas marinhas. A APA Litoral Norteocupa a faixa litorânea, com largura médiade 10 km e 142 km de extensão, ao longoBA - 099 (Linha Verde).

A APA Litoral Norte foi criada pelo DecretoEstadual 1.046, de 17/3/1992, com oobjetivo de ser o instrumento adequado paraevitar a destruição dos frágeis ecossistemase a ocupação e uso irregular do solo, atravésdo ordenamento de atividadessocioeconômicas compatíveis com o uso

racional dos recursos naturais. Detentora de cenários de rarabeleza, abrange parte dos municípios de Mata de São João,Entre Rios, Esplanada, Conde e Jandaíra.

A APA Litoral Norte possui o Zoneamento Ecológico-Econômico aprovado pela Resolução Cepram 1.040, de 21/2/1995, o qual se encontra sob revisão. Está em processode implantação o seu Conselho Gestor. A sede administrativase localiza no município do Conde.

Mangue Seco (APA)

A APA de Mangue Seco está localizada no município de Jandaíra,no extremo do litoral norte baiano, divisa com Sergipe, delimitadapelo Rio Real e o mar. Possui uma extensão de 3,4 mil ha.

Além de diversos ambientes costeiros como manguezais,restingas, coqueirais e pequenos charcos, esta APA tem comoprincipal atrativo a presença de dunas, que representam cercade 40 % do território. As dunas fixas e móveis criam umapaisagem singular de grande fragilidade.

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As dunas móveis vêm nos últimos anos avançando em dire-ção ao norte do vilarejo de Mangue Seco, invadindo o povoadoe reduzindo sua área urbana. Essa movimentação tem soter-rado casas e coqueiros. De alguns, com aproximadamente 8m de altura, só aparecem as extremidades das palhas maisaltas e noutros, os cachos de coco repousam sobre a superfíciedas dunas.

A APA possui muitas espécies de peixes e aves migratórias.Lá existem também, o jacaré de papo-amarelo e a preguiça decoleira, espécies da fauna terrestre ameaçadas de extinção.

A criação desta APA foi de fundamental importância paraassegurar a proteção do ecossistema estuarino da sub-baciado Rio Real, proteger espécies da flora e da fauna regional e

controlar o desmatamento e exploração dos recursos naturais.Foi criada através do Decreto Estadual 605, de 6/11/1991, eteve seu Zoneamento Ecológico-Econômico aprovado pelaResolução Cepram 983, de 23/9/1994.

Mapa Ambiental

O CRA iniciou, em 2002, a elaboração do Mapa Ambientalda Bahia, instrumento fundamental para o conhecimentopleno dos aspectos ecológicos e socioeconômicos do territórioestadual, a ser classificado de acordo com os diversosecossistemas e informações do meio físico, biótico e antrópico.

A base de dados digitalizados contemplando os ecossistemasestaduais permitirá uma melhor gestão do espaço territorialda Bahia para a defesa e promoção da biodiversidade, oaperfeiçoamento da gestão, avaliação e monitoramento dosecossistemas. O Mapa Ambiental da Bahia será mais uminstrumento para o sistema de avaliação, licenciamento efiscalização dos empreendimentos e atividades com potencialde impacto sobre o meio ambiente.Na elaboração estão sendo utilizadas imagens de satélite, cartasdigitais, dados planialtimétricos e temáticos, que podem serarmazenados de forma integrada. Associado às informaçõescartográficas, é previsto no Mapa Ambiental o estabelecimentode indicadores ambientais. Eles poderão ser utilizados emdiversas escalas como uma ferramenta poderosa no registrodo estado dos ecossistemas, na mensuração da performancedos programas ambientais, e no relato de progressos dasociedade no sentido do desenvolvimento sustentável.

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O Mapa Ambiental da Bahia possibilitará maior interação dosórgãos governamentais envolvidos em programas de uso econservação de recursos naturais; comunicação direta entre oestado e os municípios, integrando as ações de uso econservação do espaço municipal; otimização das relaçõesentre o governo estadual, as empresas privadas e organizaçõesnão governamentais em projetos ambientais de interesse dasociedade.

Marimbus/Iraquara (APA)

Esta APA engloba osMarimbus, pântano paraonde é drenada na-turalmente boa parte daságuas da Chapada Dia-mantina, formado pelaconf luência dos riosSanto Antônio, Utinga eSão José. Há também os�gerais� , campos ru-pestres de altitude; o cer-

rado; a caatinga, predominante nas áreas de ocorrência dascavernas calcárias, no município de Iraquara, e as florestasestacionais que abrigam espécies de madeira como a sucupira,a massaranduba, o oiti e o pau d�arco.

A fauna é abundante devido à diversidade do ambiente, coma presença de espécies ameaçadas de extinção, como omacaco barbado e espécies endêmicas como o beija-flor-

de-gravatinha-vermelha.A APA Marimbus/Iraquara localiza-se na região central daBahia e ocupa terras dos municípios de Lençóis, Andaraí,Palmeiras, Iraquara e Seabra. Apresenta extensão de 125,4mil ha. É uma área riquíssima em belezas naturais, comformações montanhosas descortinando paisagens marcantes,que podem ser admiradas nas muitas trilhas emolduradaspor orquídeas e outras flores silvestres raras. Há cavernasprofundas, escuras e silenciosas, poços e rios subterrâneose cachoeiras de águas fortes e frias.

Entre os vários atrativos da região, encontram-se: Morrodo Pai Inácio, Morro do Camelo, Pantanal dos Marimbus,Gruta da Lapa Doce, Gruta da Torrinha, Pratinha, Poço doDiabo, Mucugezinho.

A APA Marimbus/Iraquara foi criada através do DecretoEstadual 2.216, de 14/6/1993 e teve seu ZoneamentoEcológico-Econômico aprovado pela Resolução Cepram1.440, de 20/6/1997. Possui sede administrativa nomunicípio de Iraquara.

Mestrados e Especialização

A capacitação é uma das prioridades do CRA, quedesenvolve, no âmbito do Neama, e em parceria comuniversidades, mestrados para qualificação do seu corpotécnico. Atualmente estão em andamento dois mestradosprofissionais.

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Mestrado em Desenvolvimento Sustentável - (área deConcentração: Política e Gestão Ambiental) Realizado medianteconvênio com o Centro de Desenvolvimento Sustentável(CDS), da Universidade de Brasília (UnB) e a UniversidadeEstadual da Bahia (UNEB). A primeira turma, que já iniciou aelaboração e defesa das dissertações, conta com 10 profissionaisdo CRA e a segunda, em fase de créditos teóricos, conta com15. As aulas são ministradas no prédio do Neama.

Mestrado em Gerenciamento e Tecnologias Ambientaisno Processo Produtivo - (área de concentração: Produçãomais Limpa) Realizado mediante convênio com a UniversidadeFederal da Bahia (UFBa), tem o objetivo de desenvolversistemas e práticas tecnológicas com baixo impacto no meioambiente, gerando uma nova consciência ambiental no setorprodutivo. O CRA tem sete mestrandos na primeira turma ejá foram selecionados cinco técnicos para a próxima turma aser iniciada em 2003.

Os temas das dissertações do Mestrado da primeira turmaem Desenvolvimento Sustentável são os seguintes:

� Avaliação das formas de extração e uso do angico(Anadenanthera Colubrina (Vell.) Brenan Var. Cebil(Griseb.) Altschul): proposta para um desenvolvimentolocal sustentável do município de Curaçá � Bahia(dissertação defendida na sede do Neama em novembrode 2002);

� Reflexão sobre o enquadramento de corpos d´águaintermitentes, na região do semi-árido do estado da

Bahia;

� Implantação da linha de distribuição Prado/Caraívae conflitos sócio-ambientais;

� Gestão de informação ambiental;

� Modelo de sistema de informação geográfica parao gerenciamento de APAs;

� Educação ambiental como instrumento de gestãoem Área de Proteção Ambiental;

� Gestão ambiental municipal;� Complexo turístico Sauípe: transformações sócio-

ambientais na Vila de Porto de Sauípe com aimplantação do empreendimento;

� Coleta seletiva de lixo para o bairro de Mandacarú/Jequié;

� Gestão de resíduos sólidos do ComplexoPetroquímico de Camaçari.

No total, são 31 técnicos cursando os mestrados oferecidospelo CRA e um técnico já titulado.

Além dos Mestrados, o CRA patrocina a participação de doistécnicos no curso de especialização MBA - GestãoEmpresarial, da Fundação Getulio Vargas.

Três outros profissionais, concluíram o Curso de Pós-GraduaçãoLato Sensu � Especialização em Gestão Organizacional Pública, daUniversidade do Estado da Bahia, em 2001, pelo CRA.

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Missão

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Monitoramento da Qualidade das Águas

Monitorar significa observar cientificamente, e medirsistematicamente, a qual idade ambiental de umdeterminado recurso natural visando a obtenção de dadosquantitativos ou qualitativos para um maior conhecimentosobre a sua essência e comportamento.

O CRA realiza o Monitoramento da Qualidade das ÁguasSuperficiais e Costeiras da Bahia com a finalidade deconhecer e acompanhar os 75 principais rios que integramas 13 bacias hidrográficas do Estado e a Baía de Todos osSantos. Para identificar as fontes potenciais de poluição e asatividades degradantes ao meio ambiente, foi implantado oPrograma de Monitoramento dos Recursos Hídricos do Estado daBahia, a partir de 1999.

Com base nos estudos obtidos a partir da execução desseprograma são identificados os problemas ambientais queafetam os corpos hídricos e, posteriormente, a partir daanálise dos resultados são apresentadas ações e medidas decaráter preventivo e corretivo. O objetivo é solucionar ereverter situações que comprometam a qualidade equantidade das águas. São implantados mecanismos de gestãoparticipativa envolvendo outros órgãos públicos, empresase os diversos segmentos da sociedade.

Este programa de monitoramento executado pelo CRA érealizado em parceria com órgãos e instituições públicas,como a Agência Nacional da Água (ANA), Companhia deDesenvolvimento do Vale do São Francisco (CODEVASF),Superintendência de Recursos Hídricos (SRH), Ministério

do Meio Ambiente (MMA) entre outros.

No período 1999/2002 foram realizadas 1.222 coletas, em465 pontos de amostragem, com 24.577 análises nas 13bacias hidrográficas do estado e 308 coletas, em 28 pontosde amostragem, com 4.252 análises na Baía de Todos osSantos. Os resultados revelaram prevalência de índicessatisfatórios. Foram também publicados relatórios anuaisconclusivos com os dados de todas as bacias, em meioimpresso e eletrônico.As informações integram o acervo de dados sobre aqualidade dos recursos hídricos da Bahia e estão disponíveisà sociedade no Centro de Informações e Memória Ambiental(CIMA) e no Portal Bahia Ambiental (www.cra.ba.gov.br).

Especificamente com relação à Bacia Hidrográfica do rioParaguaçu, vem sendo desenvolvido pelo CRA, o ProjetoAmpliação e modernização da sua rede de monitoramento,atrelado ao Subcomponente Monitoramento da Qualidadedas Águas, como parte integrante do Programa de Nacionalde Meio Ambiente (PNMA II), do Ministério do MeioAmbiente e financiamento do Banco Mundial.

Municipalização da Gestão Ambiental

Cumprindo o que determina a Constituição Federal, o

Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e o Conselho

Estadual do Meio Ambiente (Cepram), o CRA iniciou o

processo de municipalização da gestão ambiental. Entendendo

que a defesa do meio ambiente é sempre mais eficaz quando

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realizada por quem está mais próximo do local a serpreservado, o CRA tem capacitado os municípios paraexecutarem essa atribuição, a fim de descentralizar a gestãoambiental e contribuir para o desenvolvimento sustentável.

Para ter acesso ao programa, o município deve atender a umasérie de exigências legais, tais como: criar um Conselho deMeio Ambiente integrado por representantes da comunidade,possuir uma legislação ambiental própria e implantar umaSecretaria de Meio Ambiente, ou órgão com essa atribuição,com equipe técnica capacitada.

A Bahia é um dos estados brasileiros com maior número demunicípios integrados ao Programa de Municipalização daGestão Ambiental. Atualmente são 56 municípios habilitados alicenciar, monitorar e fiscalizar atividades e empreendimentoscom possível impacto no meio ambiente local. Alagoinhas,Alcobaça, Araci, Barra do Choça, Barreiras, Boquira, Brotas deMacaúbas, Caculé, Camamu, Campo Alegre de Lourdes,Candeias, Caravelas, Casa Nova, Cipó, Conde, Correntina, Cruzdas Almas, Eunápolis, Feira da Mata, Gandú, Guanambi, Iaçú,Ibiassucê, Igaporã, Ilhéus, Irajuba, Itabela, Itabuna, Itanagra,Ituaçu, Jacaraci, Jacobina, Jussari, Lauro de Freitas, Lençóis, Licíniode Almeida, Macaúbas, Madre de Deus, Mirangaba, Mucuri,Mundo Novo, Nova Viçosa, Pindaí, Porto Seguro, Prado, Ribeirado Amparo, Ribeirão do Largo, Rio de Contas, Santa Bárbara,Santa Cruz Cabrália, Santa Cruz da Vitória, Santa Maria daVitória, São Felix do Coribe, Tucano, Ubaitaba e Una.

Mural das APAs

O muro que circunda a sede do CRA apresenta aspectos

das Áreas de Proteção Ambiental do Estado (APAs), criadasaté 2000. Foi pintado por 24 artistas plásticos (Iêda Oliveira,Nanci Novais, MarcosMenezes, Manoelito,Gregório Otero, WiliamsMartins, Elizabete Actis,Catarina Argolo, AntônioRebouças, Murilo, GraçaRamos, Nelson Magalhães,Bel Mascelani, Célia Mal-let, Bel Borba, PynewmaAheby, Guel Bittencourt,Gilson Cardoso, MárciaMagno, Juarez Paraíso,Félix Sampaio, JorgeNóvoa, Clara Barros eLeonel Matos) que atuamna Bahia. Esses talentososartistas observaram sím-bolos e ícones iden-tificadores de cada APA,cumprindo com mestria odesafio de registrar estasintangibilidades. O re-sultado foi vultoso esinérgico: para a gestãoambiental e para as artesplásticas da Bahia.

Esses trabalhos estãoregistrados na publicação:�Murais das Áreas de Proteção Ambiental do Estado da Bahia�.

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Normas Ambientais

Entre as competências do Conselho Estadual de MeioAmbiente (Cepram) está a elaboração e aprovação de NormasAmbientais, através de resoluções. São Normas Técnicas (NT)e Normas Administrativas (NA) que se incorporam à legislaçãoambiental do estado. As normas ambientais aperfeiçoam osinstrumentos de controle ambiental e de administração dosrecursos naturais.

No período 1999/2002 o Cepram aprovou 20 normasambientais, encaminhadas pelo CRA, destacando-se, entreoutras, critérios para o licenciamento dos projetos de:aquicultura; transformação de madeira; planos urbanísticos;linhas de transmissão e de distribuição de energia elétrica;empreendimentos rodoviários; estações de rádio-base paratelefonia celular; postos de combustíveis; e exploração depetróleo. Também foram aprovadas normas estabelecendo adocumentação necessária para as diversas fases dolicenciamento ambiental, bem como validade de licençasambientais. A municipalização da gestão ambiental tambémfoi objeto de uma norma específica.

Núcleo da Memória Ambiental

Implantado na atualgestão, o Núcleo daMemória existe paradocumentar, mantere disseminar a históriada evolução am-biental da Bahia. Oacervo reúne do-cumentos e iconogra-fias, disponíveis paraconsulta de estu-dantes, pesquisadorese população em geral,além de fotografias,painéis, recortes dejornais, boletins,certificados, prêmios e publicações diversas. Atualmente vematuando em parceria com empresas públicas e privadas pararealização de exposições e mostras de material relacionados atemática ambiental.

Funciona hoje no Neama e em dois anos e meio recebeu maisde 3 mil visitantes.

Núcleo de Avaliação Tecnológica eAmbiental

O Núcleo de Avaliação Tecnológica e Ambiental (NATA) foicriado pelo CRA em 2002, para coordenar a Avaliação deImpacto Ambiental (AIA) e a Avaliação Tecnológica (AT) dos

N

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empreendimentos e das atividades de maior complexidade,que em muitos casos exige a realização de EIA/RIMA.

Para evitar que estas atividades causem a degradação domeio ambiente, o núcleo avalia a aplicação de tecnologiasmais limpas e propõe ações orientadas para o uso sustentáveldos recursos ambientais.

Ao avaliar os processos de licenciamento ambiental, oNATA estabelece critérios para localização, implantação eoperação de diversas atividades tais como: gasodutos,complexos de entretenimento multiuso, aterros industriais,barragens e seu aproveitamento energético, linhas detransmissão e distribuição de energia elétrica, implantaçãode loteamentos e complexos hoteleiros.

Na área de saúde, no licenciamento de hospitais, clínicas elaboratórios, observa conceitos e práticas de produção maislimpa, como o gerenciamento dos seus resíduos.

O trabalho do NATA será de fundamental importância em2003, quando da análise do processo de Renovação daLicença de Operação do Pólo Petroquímico de Camaçari,que agrega mais de 50 indústrias. Serão avaliados: osprogramas de controle de poluentes na fonte; ogerenciamento de emissões gasosas; efluentes líquidos;resíduos sólidos; análise de riscos ambientais e desegurança; sob o enfoque dos princípios da eco-eficiência(redução dos impactos ambientais e o uso sustentável dosrecursos ambientais) e da avaliação da melhor tecnologiadisponível para as atividades ali implantadas.

Com a criação do NATA, e com a maior capacitação dosseus técnicos nos cursos de mestrado, principalmente emTecnologias Limpas, o CRA consolidará um grupo deavaliadores e auditores da tecnologia ambiental.

Núcleo de Estudos Avançados doMeio Ambiente

�O Neama se propõe a sustentar um programa de informação eformação em meio ambiente, trazendo à discussão temas relevantespara a sustentabilidade social, econômica e ambiental do Estado daBahia�.

O Núcleo de Estudos Avançados do Meio Ambiente(Neama), inaugurado pelo governador Otto Alencar, em 5de junho de 2002, é um centro gerador, promotor e difusorde conhecimentos para alimentar as políticas públicasambientais, munindo o debate com informações altamentequalificadas, destacando-se como espaço de pensamento evivência técnico-científica ambiental.

Sua base física, de 1.500 m2 construídos, localiza-se noCampus do Meio Ambiente, onde estão instaladas tambémas dependências do CRA. Atua fomentando uma rede deprodução de conhecimento tecnológico e científicoambiental, formada por organizações locais, nacionais einternacionais, integradas e não hierarquizadas.

Ao criar o Neama o CRA abriu um canal privilegiado paraa discussão dos diferentes temas relacionados aodesenvolvimento sustentável, que comportam abordagens

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multidisciplinares e, muitas vezes, posicionamentosconflitantes por envolver interesses de grupos econômicos,questões éticas, políticas e culturais.

Fruto de parceria entre o poder público e a sociedade, o Neamatem como diretriz estimular o avanço e a disseminação doconhecimento técnico-científico em matéria ambiental.

Para isso foi criado o Conselho Consultivo Técnico-Científicoque conta com a participação do CRA, Delegacia Federal doMinistério da Agricultura (DFA/Ba), Fundação Luís EduardoMagalhães (FLEM), Secretaria do Planejamento, Ciência eTecnologia (Seplantec), Centro de Desenvolvimento Sustentávelda Universidade de Brasília (CDS/UnB), Petrobras S/A,Magnesita S/A, Bahia Sul Celulose S/A, Aracruz Celulose S/A,Associação Cultural Brasil Estados Unidos (Acbeu) e InstitutoBioatlântico.

A concepção deste projeto inovador objetiva:

� Formar capital humano e capital institucional destinado àmelhoria permanente do planejamento, controle emonitorização do uso e da conservação do capital natural,necessários à gestão ambiental;

� Instalar alta capacidade técnica e científica em ciênciasambientais com abordagem interdisciplinar, nas organizaçõespúblicas gestoras de recursos naturais e do meio ambiente,organizações privadas e do terceiro setor;

� Prover conhecimentos, instrumentos, mecanismos eprocedimentos de alto conteúdo científico e tecnológicovoltados para a gestão ambiental;

� Promover e apoiar o desenvolvimento de pesquisas emciências ambientais aplicadas à gestão dos recursos naturais;

� Desenvolver e difundir conceitos de gestão biorregional ede desenvolvimento sustentável;

� Tornar disponível para a sociedade conhecimentos de elevadoconteúdo técnico-científico em matéria ambiental, atravésde sistemas de gestão da informação.

Com uma linha editorial para a publicação de livros, revistase vídeos que divulgam trabalhos sobre a temática ambiental,o Neama cumpre papel de organizar, sistematizar e tornardisponível o acervo de dados e informações especializadas.A primeira parceria foi celebrada com a Petrobras, aindaem 2001, para elaboração dos projetos de engenharia. Emjaneiro de 2002 foi celebrado o convênio que possibilitoua recuperação da estrutura física do prédio, instalaçõesprediais e mobiliário. A estrutura informacional resultoude parceria com a Magnesita. A obra foi realizada em 105dias, entre fevereiro e junho de 2002, e o investimento totaldesses parceiros somou R$ 1.300.000,00.

Para iniciar o programa de trabalho, foi dada prioridadepelo Conselho Consultivo Técnico-Científico, três temas:Inovações Tecnológicas em Meio Ambiente , Meio Ambiente eCidadania e Instrumentos Econômicos para Conservação Ambiental.Os documentos técnicos elaborados por especialistas serãodiscutidos, em 2003, em seminários nacionais, com aparticipação de pesquisadores, empresários, organizaçõesdo terceiro setor e entidades governamentais. Os textosfinais serão publicados na série Construindo os Recursos doAmanhã.

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Operação Organização Limpeza eOrdem

A operação Organização, Limpeza e Ordem - OLO foi idealizadapara incentivar os servidores do CRA a terem sempre oambiente de trabalho organizado. Foi uma atividade de grandeparticipação pois permitiu maior interação, motivação eenvolvimento dos colaboradores.

Os materiais foram identificados, classificados e direcionadosconforme suas características. A biblioteca recebeu diversaspublicações (livros, teses, dissertações) que enriqueceram oseu acervo. Equipamentos e mobiliário sem condições de usoforam encaminhados para serem reparados; os inservíveisforam descartados.

A OLO faz parte do Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) efoi realizada em duas oportunidades, resultando em 4 toneladasde material reciclável - destinado a empresa que trata desteproduto -, 6 toneladas de lixo orgânico e entulho e 94 itens demateriais e equipamentos inservíveis.

Operações Especiais de FiscalizaçãoAmbiental

As Operações Especiais de Fiscalização são executadas emconjunto com outros órgãos e instituições públicas, comoas polícias militar e civil, a Companhia de Polícia de ProteçãoAmbiental (COPPA), a Diretoria de DesenvolvimentoFlorestal (DDF), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente edos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o MinistérioPúblico.

Nas 33 Operações Especiais de Fiscalização realizadas noperíodo 1999/2002 foram registrados os seguintesindicadores: 65 técnicos envolvidos; 1.433 horas de trabalho;20.870 km percorridos e 39 municípios atendidos. Delasresultaram notificações; advertências; multas; termos deapreensão; embargos temporários e demolições.

Em 1999/2002 foram realizadas Operações Especiais deFiscalização nos seguintes distritos industriais: Subaé; Vitóriada Conquista; Itabuna e Ilhéus. Nas Áreas de ProteçãoAmbiental (APAs) da Lagoa Encantada, Itacaré /SerraGrande, Lago de Pedra do Cavalo, Dunas e Veredas doBaixo Médio São Francisco, Litoral Norte, Mangue Seco eBacia do Rio de Janeiro, além do Parque Nacional doDescobrimento.

Foram realizadas também fiscalizações especiais nostransportes de produtos perigosos (em áreas próximas ao PóloPetroquímico de Camaçari e Centro Industrial de Aratu), nasáreas de distribuição de combustíveis (em Candeias e Madrede Deus) e de projetos agrícolas (em Juazeiro e Barreiras).

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Parcerias e Convênios

Convênios são instrumentos que o CRA utiliza para a buscade parcerias com instituições públicas, empresas privadas eentidades do terceiro setor, visando contribuir para execuçãoda política ambiental da Bahia.

No período 1999/2002 foram assinados 176 convênios entreo CRA e diversas instituições, no valor total de R$ 6,6 milhões.Desses, 82 já foram concluídos e 94 estão em vigor.

Política Ambiental das Empresas

Na Bahia o licenciamento ambiental exige como pré-requisitopara a concessão da Licença de Operação (LO) e a suarenovação, que a empresa formule e publique na imprensa,em linguagem clara e acessível, para conhecimento dasociedade, a sua Política Ambiental, expressando princípios edefinindo objetivos e metas ambientais, para a melhoriacontínua da sua atividade.

A Política Ambiental deve ser apropriada à natureza, ao porte e

aos impactos ambientais da atividade, produtos e/ou serviços.Representa o conjunto de intenções do empreendimento nabusca do melhoramento contínuo do desempenho ambiental.A alta direção do empreendimento deve respaldar a PolíticaAmbiental, sendo o corpo gerencial da organização responsávelpela sua implementação e constante atualização. Deve seramplamente divulgada entre o público interno e serve comoferramenta para o estabelecimento do Plano de Ação daEmpresa.

A Política Ambiental foi criada pela Resolução Cepram 2.933,de 22/2/2002 para ser mais um instrumento de controle dasatividades com potencial de impacto no meio ambiente.

Ponta da Baleia / Abrolhos (APA)

APA criada através do Decreto Estadual 2.218, de 14/6/93,possui 34,6 mil ha e situa-se na faixa costeira dos municípios deAlcobaça, Caravelas e Nova Viçosa, extremo-sul do estado.

Fica numa região de clima quente-úmido e possui ecossistemasde grande importância, como recifes coralinos, onde se fazpresente uma espécie endêmica denominada Coral cérebro(Mussismilia braziliensis); restinga arbóreo-arbustiva típica dezonas costeiras do litoral brasileiro e extensos manguezais, decuja riqueza depende a diversidade da fauna marinha.

A APA recebe a visita anual das baleias Jubarte (Megapteranovaeangliae), espécie ameaçada de extinção que faz da regiãodo Banco de Abrolhos, entre os meses de julho e novembro,a sua principal área de reprodução no Atlântico Sul Ocidental.Na APA ocorrem também outras espécies ameaçadas de

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extinção, como tartarugas marinhas e aves migratórias.

A pesca é a principal fonte de renda dos moradores. Recen-temente o turismo ecológico, que depende de ambientepreservado para se desenvolver, vem se destacando como umanova opção de renda para a economia local.

Possui sede administrativa no município de Caravelas, instaladaem parceria com a empresa Aracruz Celulose, em conformidadecom a lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação(SNUC), que estabelece critérios para compensação de atividadescom significativo impacto no meio ambiente.

Portal Bahia Ambiental

Para divulgar sua atuação e informações ambientais, o CRAdesenvolveu o Portal Bahia Ambiental (www.cra.ba.gov.br), ondepodem ser encontradas diversas informações: legislaçãoambiental, licenciamentos concedidos pelo Cepram, formuláriospara requerimento de licenças, relação das multas aplicadas aosinfratores das normas ambientais. Traz ainda os indicadoresambientais, com dados sobre a qualidade das águas da Baía deTodos os Santos e das 13 bacias hidrográficas do estado, alémdos boletins semanais de balneabilidade das praias de Salvador.

O portal oferece ainda oGisWeb da APA LitoralNorte, serviço degeolocalização na poligonaldessa unidade deconservação. Através doSistema de Informações

Geográficas (GIS), o usuário obtém informações sobre oZoneamento Ecológico-Econômico da APA, no que se refereàs diretrizes do uso e ocupação do solo. O serviço seráimplantado em outras APAs estaduais.

O Portal Bahia Ambiental teve, desde o seu lançamento, emjunho de 2001, um total de 51.889 visitantes, gerando 225.773páginas acessadas. A média de páginas acessadas está em tornode 22.962/mês. Novas informações disponíveis a partir desetembro de 2002 foram acessadas 1.742 vezes para consultasà legislação ambiental, 997 para formulários e modelos paralicenciamento ambiental, 628 para qualidade da água da BTS,700 para multas, 1.016 para Resoluções do CEPRAM e 693para o sistema de geolocalização na APA Litoral Norte.

O Portal Bahia Ambiental foi uma doação da empresa AracruzCelulose.

Pratigi (APA)

A APA do Pratigi está situada no litoral sul da Bahia, nosmunicípios de Igrapiúna, Ituberá, Nilo Peçanha, Ibirapitangae Piraí do Norte.

Apresenta remanescentes da Mata Atlântica e possui restingase manguezais. No local são encontradas espécies endêmicasda fauna e da flora, como macaco-prego-de-peito-amarelo,ouriços, jupará, jataipeba, e algumas espécies ameaçadas deextinção como preguiça e jacaré-de-papo-amarelo.

Em 2001, a extensão da APA foi ampliada de 32 mil para 85,7mil ha, para maior proteção da bacia do Rio Juliana, dos

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remanescentes florestais da região e do complexohídrico que inclui a Cachoeira da Pancada Grande,no município de Ituberá.

A APA do Pratigi desenvolve programa deeducação ambiental em parceria com o Instituto

de Desenvolvimento Sustentável do BaixoSul da Bahia - IDES, além de outras açõesrealizadas no âmbito de convêniosfirmados com o Fundo Mundial para aNatureza (WWF) e a Embaixada daHolanda. A finalidade é a sensibilização,informação, mobilização e capacitação dascomunidades para que possam atuar no

processo de gestão da APA, através de umConselho Gestor que se encontra em formação.

A APA do Pratigi foi criada pelo Decreto Estadual7.272, de 2/4/1998 e ampliada pelo Decreto 8.036, de20/9/2001. Seu Zoneamento Ecológico-Econômico foi aprovado através da ResoluçãoCepram 2.533, de 24/11/2000. Possui sedeadministrativa no município de Ituberá.

Prêmio FERFA

O Prêmio Ferfa de Meio Ambiente foi criado em 2002, por decretogovernamental, para incentivar iniciativas e trabalhos quevenham a contribuir para melhoria da qualidade de vida, comfoco na conservação do meio ambiente na Bahia.

O valor do prêmio, em seu primeiro ano, é de 200 mil reais,

divididos entre os vencedores de cada uma das seguintescategorias: Empresa Sustentável, que envolve as subcategorias demicro e pequenas empresas e de empresas de médio, grande eexcepcional porte; Idéia Sustentável, com as subcategoriaspesquisa, mestrado e doutorado; Atuação Sustentável, paraentidades do terceiro setor e Município Sustentável.

Podem concorrer ao Prêmio Ferfa de Meio Ambiente empresas,pesquisadores, universidades, centros de pesquisas,organizações não governamentais e prefeituras municipais.

Prêmios Conquistados pelo CRA

O CRA vem recebendo, ao longo de sua existência, váriosprêmios que mostram o reconhecimento da sociedade peloseu esforço crescente em garantir, na Bahia, a qualidade dosrecursos ambientais.

No período 1999/2002, o CRA recebeu os prêmios: MéritoCODEVASF; Pólo de Proteção Ambiental (Cofic); I RegataEcológica Baía de Todos os Santos; Prêmio da GazetaMercantil de Inovação Ambiental; Prêmio deDesenvolvimento Regional (concedido pelo Jornal Tribuna daBahia); Prêmio de melhor anúncio no X Festival Internacionalde Publicidade do Turismo e Ecologia (Manaus). O anúnciodo lançamento do serviço Disque Meio Ambiente, ganhou oprêmio na categoria Ecologia e Meio Ambiente.

Programa Nacional do Meio Ambiente

Financiado através de acordo de empréstimo entre o governobrasileiro e o Banco Mundial, é coordenado pelo Ministério do

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Meio Ambiente (MMA). O objetivo geral é estimular a adoção depráticas sustentáveis entre os diversos setores cujas atividadesimpactam o meio ambiente. Está estruturado em doiscomponentes: Gestão Integrada de Ativos Ambientais e DesenvolvimentoInstitucional.

O componente Desenvolvimento Institucional possui trêssubcomponentes: Gerenciamento Costeiro; LicenciamentoAmbiental e Monitoramento da Qualidade da Água.

A Bahia participa do PNMA II, com os seguintes projetoscoordenados pelo CRA:Componente Gestão Integrada de Ativos Ambientais

� Nascentes do Paraguaçu, no valor de R$ 1.540.088,00 (Fase 1). Asegunda fase do projeto está orçada em 3,32 milhões de dólares,ainda em negociação pelo governo brasileiro com o BancoMundial (convênio assinado em dezembro de 2002);

Componente Desenvolvimento InstitucionalSubcomponente Gerenciamento Costeiro� Fortalecimento da capacidade gerencial do Estado e dos

Municípios para gestão costeira do litoral norte do estado daBahia, no valor de R$ 729.000,00 (convênio assinado emdezembro 2001);

Subcomponente Monitoramento da Qualidade da Água� Melhoria do Sistema de Monitoramento da Qualidade das

Águas da Bacia Hidrográfica do rio Paraguaçu para seu efetivoinstrumento de controle ambiental, no valor de R$ 977.025,00(convênio assinado em julho de 2002);

Subcomponente Licenciamento Ambiental� Sistema Integrado de Informações para o Licenciamento

Ambiental, no valor de R$ 817.040,00 (convênio assinado emdezembro 2002).

Proposta para um novo Sistema de MeioAmbiente

O CRA, em busca de melhorias na gestão ambiental, elaborouem 2002, com a participação de especialistas renomados odocumento �Proposta de criação de um novo Sistema de MeioAmbiente para o Estado da Bahia�.

O produto final é composto por três volumes:

Vol I � Diagnóstico Institucional Nacional - Apresenta oestágio de desenvolvimento da política nacional e das políticasestaduais de meio ambiente em 2002, permitindo a análise ecomparação dos avanços e das dificuldades nos diferentesmodelos institucionais adotados pelos estados.

Vol II � Diagnóstico Institucional e Organizacional doCRA � O objetivo principal foi sistematizar e apresentar umaanálise institucional do CRA e o contexto em que este se insere,enquanto órgão central do Sistema Estadual de Meio Ambiente(Seara) e como órgão seccional do Sistema Nacional de MeioAmbiente (Sisnama).

Vol III � Subsídios para um Novo Modelo de GestãoAmbiental no Estado da BahiaPropõe uma estratégia para a revisão do modelo institucionalde gestão ambiental em prática na Bahia. Parte-se daelaboração de dois estudos exploratórios prévios, nos quaissão analisadas as experiências de estruturação de sistemasestaduais de meio ambiente nos estados considerados comoexemplares dentro do panorama brasileiro (Vol I), e do caso

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específico da Bahia (Vol II), também considerado comomodelar no âmbito nacional. Como conclusão, sãoapresentados quatro cenários possíveis de evolução do quadroinstitucional da gestão ambiental pública na Bahia e asalternativas para condução do modelo atual rumo a umaevolução positiva.

Qualidade Ambiental

ArPara controle da poluição do ar, oito estações fixas e uma móvelinstaladas na região de influência do Pólo Petroquímico (Camaçari,Dias D�Ávila, Lamarão e Nova Dias D�Ávila) geram dados sobrea presença de poluentes na atmosfera. É a Rede de Monitorizaçãoda Qualidade do Ar, implantada em atendimento aoscondicionantes da Licença de Ampliação do Pólo Petroquímicode Camaçari, em 1992, e operada pela Cetrel. Os relatóriosmensais são avaliados pelo CRA, de acordo com padrões dequalidade do ar para poluentes orgânicos e convencionais,estabelecidos através de normas do Cepram e do Conama. Em

2001, o Cepram determinou a reavaliação da rede. Os dadosobtidos a partir de então, comparados com anos anteriores,demonstram uma diminuição de cargas de material particulado,sem ultrapassar os limites fixados pela Resolução 003/90, doConama.

Águas Subterrâneas

Para proteger a qualidade ambiental do lençol freático da região,o CRA estabeleceu como condicionante por ocasião da Licençade Ampliação do Pólo, em 1992, a implantação do Programade Gerenciamento das Águas Subterrâneas do PóloPetroquímico de Camaçari, que vem sendo executado pelaEmpresa de Proteção Ambiental (Cetrel). Nos últimos dez anosjá foram realizadas mais de 200 mil determinações químicas,sendo medida a presença de 34 poluentes orgânicos, além demetais pesados e outros indicadores de contaminação.

Para identificação e eliminação das fontes primárias esecundárias de contaminação, existe uma rede composta de 378poços de monitorização; 23 poços de piezométricos multinível;129 poços tubulares de produção e 13 poços de extração. Amonitorização das águas é realizada sistematicamente pelaCetrel, de acordo com os planos aprovados anualmente peloCRA, inclusive as que abastecem Camaçari, Dias D�Ávila, NovaDias D�Ávila e as empresas que industrializam água mineral.

O Programa de Gerenciamento das Águas Subterrâneas foirevisado nessa gestão, obrigando as empresas implantaremprogramas individuais de eliminação das fontes primárias econtrole rigoroso das fontes secundárias de contaminação. Osresultados são encaminhados mensalmente para o CRA.

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Quintas-Feiras Ambientais

Programa de palestras, seguidas de debates, que traz ao CRAcientistas, pesquisadores, professores e especialistas, comreconhecida autoridade na área ambiental, para apresentartemas de relevância técnica e científica. Além de constituirmais uma oportunidade para a qualificação do quadrotécnico do CRA, o programa proporciona a troca deinformações e conhecimentos entre os representantesde outros órgãos públicos, empresas privadas,organizações não-governamentais, professores,estudantes e a comunidade em geral. O objetivo éfomentar o debate sobre conceitos, modelos de gestãoambiental e formas de desenvolvimento sustentável.

Desde que foi implantado, em 2000, o programarealizou 42 palestras, com um total de 3.393participantes.

Reestruturação do CRA

No período 1999/2002 o CRA passou por grandes trans-

formações, de caráter estrutural e institucional, para atender asnecessidades da demanda proveniente do processo dedesenvolvimento experimentado pela Bahia nesse período. Ofortalecimento do órgão ambiental foi executado pelo governodo estado para compatibilizar o desenvolvimento econômico coma preservação e conservação dos recursos naturais.

No aspecto administrativo, as mudanças atingiram a gestão dopróprio órgão. Foram incorporados novos técnicos, mediante arealização de concurso público, e adquiridos novos veículos(carros e lanchas) para atender as ações de fiscalização ambientale administração de unidades de conservação. O ambiente detrabalho foi redesenhado e as instalações físicas foramredimensionadas. Cursos e programas de treinamento foramimplantados para aperfeiçoar a qualificação dos funcionários. Oparque computacional vem sendo renovado e ampliado paraatender às necessidades, na proporção de um computador porfuncionário. Um conjunto de sistemas criado no próprio CRAdesenvolveu novos métodos gerenciais para todas as áreas epermite o acompanhamento sistemático das atividades e aimplantação de indicadores de desempenho.

A lei ambiental do estado 7.799, de 7/2/2001, atribuiu ao CRAnovas competências e possibilitou a implantação de uma estruturaorganizacional moderna e eficiente. O modelo de gestão criadoé considerado padrão em nível nacional e foi responsável porduas certificações de qualidade ISO 9001, versão 2000, atribuídasàs áreas de licenciamento ambiental e fiscalização ambiental eatendimento a situações emergenciais. Com a criação do Cam-pus do Meio Ambiente, que tem no Núcleo de EstudosAvançados do Meio Ambiente (Neama) a sua base, o CRAinvestiu no aprimoramento do capital intelectual, com cursos demestrado e de especialização em meio ambiente.

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Relatório Mensal de Resultados

O Relatório Mensal de Resultados (RMR) é uminstrumento de gestão do CRA e contém as informações

sobre as ações realizadas, no período, por cada um dossetores do órgão. Está disponível em meio físico e naIntranet.

É um relatório padronizado, sintético, com tabelas egráficos de fácil interpretação. O RMR serve de base

para o gerenciamento do órgão.

Rio Capivara (APA)

Localizada no município de Camaçari, compreende umaextensão territorial de 1,8 mil ha e abriga ecossistemas deextrema fragilidade associados a terraços marinhos e terrasúmidas. Rios, lagos, brejos, manguezais, restingas, além decordão de dunas estacionárias, fazem parte desta APA. Nelaexiste uma grande diversidade de ambientes ao longo da faixa

litorânea, onde se destacamos rios Capivara Grande,Capivara Pequeno e Jacuípe.

Foi criada pelo Decreto Estadual2.219, de 14/6/1993, e teve o seuZoneamento Ecológico-Econômico aprovado pelaResolução Cepram 2.872, de21/9/2001.

Santo Antônio (APA)

Nesta APA estão presentes ecossistemas de importância, comoáreas remanescentes da Mata Atlântica, restingas, várzeas,matas ciliares, brejos, manguezais e recifes.

Com uma área de 23 mil ha, está localizada no extremo-sul daBahia, na faixa litorânea dos municípios de Santa Cruz Cabráliae Belmonte, entre a foz do Rio João de Tiba e a foz do RioJequitinhonha. Apresenta clima quente e úmido, com praiasparadisíacas que se estendem por esse trecho da Costa doDescobrimento.

Foi criada pelo Decreto Estadual3.143, de 31/8/1994, e teve seuZonea-mento Ecológico-Eco-nômico aprovado pelaResolução Cepram 1.318, de19/12/1996. Possui sedeadministrativa no município deSanta Cruz Cabrália.

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São Francisco Vivo

O maior rio do Brasil atravessa grandeextensão do território baiano, onde estão asAPAs da Bacia do Rio de Janeiro, Dunas eVeredas do Baixo Médio São Francisco,Lagoa de Itaparica e Gruta dos Brejões/Vereda do Romão Gramacho.

Em 2001, o CRA implantou o Projeto SãoFrancisco Vivo, com o objetivo depromover ações para recuperar, revitalizare proteger os recursos naturais existentesnos mais de 300 mil km da bacia, comações voltadas para a educação ambiental,gestão, monitoramento e fiscalizaçãoambiental.

O programa está dividido em quatro projetos: Oeste Hídrico(promover o aumento da capacidade hídrica na margemesquerda do rio); Calha Viva (fomentar a navegação na calhaprincipal dos rios São Francisco, Corrente e Grande); LesteProdutor (disciplinar o uso de praguicidas e proteger a calhados afluentes) e São Francisco Saneado (eliminar o lançamentode efluentes líquidos não tratados).

As ações de educação ambiental buscam sensibilizar, mobilizar einformar a sociedade, através de seminários nas diversascomunidades, sobre a qualidade ambiental da bacia e práticassustentáveis de seus bens naturais. Estão sendo capacitadoseducadores do ensino fundamental e médio, através deinformações básicas sobre as questões ambientais da bacia, numa

visão sócio-econômica, política, cultural e institucional.

As ações de monitoramento e fiscalização desenvolvidas peloCRA, através de campanhas de campo na região de Barreiras/Luís Eduardo Magalhães, objetivam coibir atividades impactantesao meio ambiente.O Ministério do Meio Ambiente, através da Fundação Ondazul,em parceria com o CRA e os órgãos ambientais de Pernambuco,Alagoas e Sergipe, está capacitando técnicos com o objetivo deimplantar um projeto de ecoturismo no canyon do São Francisco.

Foram realizados, em 2002, nos municípios de Juazeiro, Barreiras,Xique-Xique, Morro do Chapéu, Sobradinho e Bom Jesus daLapa, 44 palestras somando 126 horas. Foram editados um jornalinformativo (Velho Chico Vivo), folders e cartilhas.

Serra Branca / Raso da Catarina (APA)

A APA Serra Branca/Raso da Catarina é uma das unidadesde conservação mais representativas do bioma caatinga. Possui67,2 mil ha e fica na região do semi-árido, nordeste do estado,município de Jeremoabo. A APA está limitada ao sul pelo rioVaza-Barris e, ao norte, pela Reserva Ecológica Raso daCatarina, administrada pelo Ibama.

A área é coberta por vegetação de caatinga, composta porcactáceas, palmeiras, bromeliáceas e outras plantas xerófitas.Entre as espécies mais comuns destacam-se o umbuzeiro, oangico, a faveleira, a catingueira e o pau-de-rato.

Os paredões de arenito da Serra Branca são utilizados comolocal de reprodução da arara-azul-de-lear, espécie ameaçada

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de extinção. Tradicionalmente, duas áreas servem comodormitório das araras: a Toca Velha (patrimônio da FundaçãoBiodiversitas), em Canudos, e a Serra Branca, propriedadeparticular dentro da APA.A APA Serra Branca/Raso da Catarina foi criada pelo DecretoEstadual 7.972, de 5/6/2001, formando uma zona deamortecimento, adjacente à Reserva Ecológica do Raso daCatarina (Ibama).

A paisagem inóspita, os rigores de um clima onde a temperaturamédia é 27º e a escassez de água tornaram o Raso da Catarinalocal de esconderijo para grupos de cangaço, como o lideradopor Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião.

As suas características biomorfológicas estão fielmente descritasno clássico Os Sertões, de Euclides da Cunha, considerado umadas maiores obras da literatura universal. O livro retrata a sagados sertanejos comandados por Antonio Conselheiro no episódiohistórico da Guerra de Canudos, sangrento episódio ocorridono sertão baiano no final do século XIX.

Serra do Barbado (APA)

Localizada no sul daChapada Diamantina, comuma área de 63,6 mil ha, éconstituída por um conjuntode serras altas, antigas eerodidas, que compõem oEspinhaço Brasileiro eatravessam o territóriobaiano, ocupando áreas de

seis municípios: Abaíra, Érico Cardoso, Jussiape, Piatã, Rio deContas e Rio do Pires. Nessas serras está o Pico do Barbado,ponto mais alto do Nordeste, com 2 mil metros de altitude.

É uma região de transição entre os principais biomas da Bahia: oCerrado, a Caatinga e a Mata Atlântica. Seus rios alimentam asbacias hidrográficas do Rio São Francisco e do Rio de Contas.

Com relevante peculiaridade biológica, apresenta exemplares deanimais em extinção, como a onça pintada, macaco barbado,veado, raposa, mocó, cutia, teiú, tamanduá, tatu, além do beija-flor-de-gravatinha-amarela.

Na APA existem muitas espécies endêmicas da flora, devido aoisolamento geográfico dos picos e das matas. Em destaque, aabundância das flores silvestres.

A APA Serra do Barbado foi criada pelo Decreto Estadual 2.183,de 7/6/1993, e teve o seu Zoneamento Ecológico-Econômicoaprovado pela Resolução Cepram 2.945, de 22/2/2002. Possuisede administrativa no município de Rio de Contas.

Sistemas de Áreas Protegidas

Com territórios em geral extensos, com um certo grau deocupação humana, dotadas de atributos abióticos, bióticos,estéticos e culturais especialmente importantes para aqualidade de vida e bem-estar das populações, as APAsestaduais estão agrupadas em seis Sistemas de ÁreasProtegidas: Recôncavo (Sarec), Litoral Norte (Salino),Chapada Diamantina (Sacha), São Francisco (Sasf), LitoralSul (Salis) e Sertão (Saser). São cerca de 60 municípios

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envolvidos, numa área total de 2 milhões 477 mil 225 hect-ares, o que corresponde a 4,4% do território do estado.

As áreas de proteção ambiental da Bahia de Todos osSantos, da Bacia do Cobre/São Bartolomeu e do Lago dePedra do Cavalo formam o Sistema de Apas do Recôncavo(Sarec). Nelas estão concentrados o berço cultural, doestado, ilhas, áreas de Mata Atlântica, manguezais, restingas,caatinga, florestas e matas ciliares. Totalizam 111 mil 290hectares.

O Sistema de APAs do Litoral Norte (Salino) é formado pelasseguintes unidades de conservação: Mangue Seco, LitoralNorte, Lagoas de Guarajuba, Rio Capivara, Joanes/Ipitanga,Lagoas e Dunas do Abaeté, que totalizam 213 mil 688 ha.

O Sistema de APAs da Chapada Diamantina (Sacha) éintegrado pelas APAs de Serra do Barbado e Marimbus/Iraquara. São 189 mil 052 hectares protegidos.

O Sistema de APAs do São Francisco (SASF) reúne as APAsBacia do Rio de Janeiro, Dunas e Veredas do Baixo MédioSão Francisco, Lagoa de Itaparica e Gruta dos Brejões / Veredado Romão Gramacho, que totalizam 1 milhão 526 mil 650 ha.

O Sistema de APAs do Litoral Sul (Salis) é composto pelasAPAs Guaibim, Tinharé / Boipeba, Pratigi, Baía deCamamu, Costa de Itacaré / Serra Grande, LagoaEncantada, Santo Antônio, Coroa Vermelha, Caraíva /Trancoso e Ponta da Baleia / Abrolhos. São 369 mil 311hectares de áreas protegidas.A APA Serra Branca / Raso da Catarina, na área mais seca do

estado, com solo rico em seixos, forma o embrião do Saser(Sistema de APAs do Sertão). Possui 67 mil 234 hectares.

Sistema de Gestão da Qualidade

O modelo de gestão implantado pelo CRA no período1999/2002 incorpora novas tecnologias como o Sistemade Gestão da Qualidade (SGQ), do qual resultaram duascertificações ISO 9001: versão 2000, concedidas pelo BureauVeritas Quality Inter national (BVQI) aos sistemas delicenciamento ambiental e de fiscalização ambiental eatendimentos emergenciais.

A partir do Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ), forampadronizadas as atividades fundamentais do CRA. Oprocesso de melhoria contínua é pautado na satisfação docliente interno e externo para garantir a qualidade dosserviços prestados por toda a organização, sempre visandoa identif icação de alternativas que faci l i tem ofuncionamento gerencial do órgão. A Política da Qualidadedo CRA visa: �Atender a necessidade da sociedade identificadacomo o grande cliente, respeitados os principais segmentos -empreendedores, poder público, ambientalistas e entidades civisorganizadas - de ter protegidos seus recursos naturais e patrimôniogenético, para promoção do desenvolvimento socioeconômico almejado,assegurando pleno atendimento aos requisitos necessários para amelhoria contínua e eficaz do sistema de gestão da qualidade�.

Sistema de Informações sobre Riscosde Exposição Química

Consiste em um banco de dados de substâncias químicas

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com enfoque na área ambiental, desenvolvido pelo CRAem 2001.

O SIREQ dispõe de informações sobre 72 substâncias,reunindo características físico-químicas e toxicológicas,manuseio seguro, impactos ambientais associados,atendimento a acidentes, entre outras. Atualmente estádisponível na Intranet do CRA, com o objetivo de subsidiaros trabalhos técnicos.

As substâncias químicas estão listadas em ordem alfabética,podendo ser consultadas através do menu principal. Osistema dispõe de mecanismo de busca por palavra chave,que abrange todas as informações contidas, além deglossário de termos técnicos.

Trata-se de um instrumento de fácil utilização, com dadosconfiáveis e atualizados mensalmente, incluindo cadastrode acidentes locais e mundiais.

Sistema Estadual de Administraçãodos Recursos Ambientais

O Sistema Estadual de Administração dos RecursosAmbientais (Seara) foi instituído por lei com o objetivo depromover, dentro da política de desenvolvimento integraldo estado, a conservação, preservação e melhoria do meioambiente.

O Seara tem como órgão central a Secretar ia doPlanejamento, Ciência e Tecnologia (Seplantec), comoórgão superior o Conselho Estadual de Meio Ambiente

(Cepram), e como órgão coordenador o Centro de RecursosAmbientais (CRA). Integram o Seara órgãos executores,setoriais, locais e colaboradores. Nessas categorias estãoincluídos órgãos da administração estadual, que executama política ambiental, órgãos municipais e organizações dasociedade civil que desenvolvem ações na área ambiental.

Sistema Estadual de InformaçõesAmbientais

O Sistema Estadual de Informações Ambientais (SEIA),gerido pelo CRA e compartilhado com os outros órgãossetoriais, tem por finalidade coordenar, produzir, registrar,armazenar, sistematizar e disseminar as informaçõesambientais. Abrange o uso dos recursos naturais, as fontesdegradadoras, a presença de substâncias potencialmentedanosas à saúde nos alimentos, na água, no ar e no solo eas situações de riscos de acidentes, de modo a possibilitaro conhecimento da situação ambiental do Estado, bemcomo subsidiar a tomada de decisões, no âmbito públicoou privado.

Foi criado pela Lei Estadual de Meio Ambiente e os órgãosque o integram devem garantir à comunidade o acesso àsinformações sobre as fontes e causas da degradaçãoambiental, bem como informar à população a qualidadedo meio ambiente. O CRA iniciou a implantação do SEIAem bancos de dados que serão acessados via internet.

O SEIA é composto de um conjunto de sub-sistemas:gestão ambiental; recursos florestais; recursos hídricos;cartográficos e de saúde humana.

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Tecnologias Limpas

A produção limpa busca evitar a poluição industrial, reduzindoo desperdício durante o processo produtivo, ao invés de tratá-loapós o seu surgimento. A grande diferença entre controle depoluição e produção limpa é que uma aborda o problema depoisde seu evento, de maneira reativa, e a outra se insere numa filosofiade antecipação e prevenção na fonte.

Ela resulta da aplicação de medidas como: eficiência no uso damatéria-prima, da água e da energia; eliminação de matérias-primastóxicas e perigosas; redução da quantidade de matéria tóxica eredução das emissões de resíduos na fonte, durante o processoprodutivo. Isto significa reduzir impactos ambientais, de segurançae saúde, durante todo o ciclo de vida do produto, desde a extraçãoda matéria-prima até o destino final do produto.

O CRA criou o Programa de Tecnologias Limpas com a finalidadede transferir informações para que os empreendimentosindustriais incorporem técnicas de produção limpa. Para consolidara capacitação de profissionais e melhorar a qualificação técnica na

área ambiental, o CRA e a Universidade Federal da Bahia (UFBa)realizam em parceria o curso de mestrado em Tecnologias Limpas,do qual participam 13 técnicos. Para incentivar o uso dessastecnologias pelas indústrias, o CRA integra a Rede de TecnologiasLimpas da Bahia, que desenvolve diversas ações voltadas para amelhoria do desempenho ambiental e econômico, por meio deprojetos nas áreas de pesquisa, consultoria e capacitação.

Termo de Responsabilidade Ambiental

Criado pelo CRA em 2002, é uma inovação no processo delicenciamento ambiental. Consiste num documento em que osresponsáveis pelo empreendimento ou atividade assumemperante a sociedade, via CRA, o compromisso de promover odesenvolvimento e a qualidade ambiental; de não poluir, degradarou impactar o meio ambiente, próximo ou remoto, a curto, médioou longo prazo.

O Termo de Responsabilidade Ambiental (TRA) existe em trêsmodelos:

1 - Para a Autorização de Transporte de Resíduos Perigosos(ATRP), constam no documento, além de dados sobre a carga,seu proprietário e a empresa transportadora, o nome e formasde localização do responsável técnico para ser acionado emcasos de eventuais emergências ambientais;

2 - Para empreendimentos de micro e pequeno porte,estabelece, que os responsáveis, além de obedecer fielmenteas normas ambientais, se obrigam a indenizar ou reparareventuais danos causados ao meio ambiente e a terceiros,independentemente da existência de culpa, desde que os

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prejuízos sejam causados pela sua atividade;

3 - Para os empreendimentos de médio, grande, ou excepcionalporte o termo é mais completo e exige a Política Ambientalda empresa, declaração de que a atividade proposta nãointerfere em Área de Preservação Permanente (APP) e, seinstalada em Unidade de Conservação, a compatibilidade como Zoneamento Ecológico-Econômico, que estabelece asdiretrizes de uso e ocupação do solo para a proteção dosrecursos naturais.

TG-CRA

A Tecnologia de Gestão (TG-CRA) é um modelo gerencialcomposto por um conjunto de sistemas que operacionalizam,gerenciam e planejam a gestão organizacional orientada ao resultado.A TG-CRA é um sistema desenvolvido pelo próprio CRA epatenteado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial(INPI), sob o número 00040752. Já foi apresentado paraórgãos ambientais de vários estados e para uma das câmarastécnicas do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama)em Brasília, como modelo de gerenciamento ambiental. Possui

os seguintes sistemas: CRA Interdin(Sistema de Interação Dinâmica); CRASiG (Sistema de InformaçõesGerenciais); CRA Cerberus (Sistema deControle de Processos); CRA Info(Sistema de Informações Internas) CRASECTA (Sistema de FormuláriosPadrão) e CRA SIREQ (Sistema deInformações sobre Riscos deExposição Química).

O CRA cedeu a licença de uso e exploração do software dosistema Cerberus para o Ministério do Meio Ambiente (MMA),e este, concederá aos estados interessados.

Tinharé / Boipeba (APA)

Esta APA compreende duas ilhas do arquipélago de Tinharé, noBaixo-Sul da Bahia. Com 43,3 mil ha, está situada no municípiode Cairu, entre a desembocadura do Rio dos Patos e o Canal deTaperoá.

O seu rico ecossistema estuarino é composto por manguezaisde grande potencial pesqueiro, praias de rara beleza, morros,recifes, barras, canais e ilhotas, extensas áreas de restinga,brejos e remanescentes da Mata Atlântica. Esses ecossistemasapresentam ainda um alto grau de preservação, devido à relativadificuldade de acesso.

Na APA estão localizados alguns atrativos como o Morro de SãoPaulo, Gamboa, Galeão, Garapuá, Velha Boipeba e São Sebastião.

Foi criada peloDecreto Estadual1.240, de 5/6/1992, teve seuZ o n e a m e n t oEcológico-Eco-nômico apro-vado pela Reso-lução Cepram1.692, de 19/6/1998.

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Unidades Regionais de Fiscalização

O CRA mantém no interior do estado as Unidades Regionaisde Fiscalização (URFs) localizadas nos municípios de Feirade Santana e Ilhéus. Nas Casas de Recursos Naturais, emSenhor do Bonfim, Eunápolis, Santa Maria da Vitória, Jequié,Juazeiro e Barreiras o CRA também se faz presente atuandoem conjunto com a DDF e SRH.

Estas unidades permitem umaatuação integrada para o controleambiental do estado, além deterem um amplo conhecimentoda região a ser fiscalizada,atuando com maior eficácia.Entre as ações destaca-se afiscalização de: projetos deirrigação e indústrias; tráficode animais silvestres;madereiras; mineradoras;postos de combustíveis;loteamentos e lixões.

Valorização do Capital Humano

Com a finalidade de desenvolver a capacitação dos seusrecursos humanos, o CRA vem realizando um programapermanente de qualificação, através de cursos, seminários etreinamentos para aperfeiçoar o desempenho do corpo técnicoe administrativo, em busca da excelência gerencial.

Veículos

Na gestão 1999/2002 o CRA adquiriu 22 Rangers, 10 Corsas,

U V

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10 Fiestas que somados ao jáexistentes totalizam a frota atual,com 64 veículos. Foram adqui-ridos também neste período 1trailer (equipado como unidademóvel), 2 lanchas, 1 barcoinflável, 5 barcos de alumínio e 2barcos de fibra. A frota é desti-nada às ações administrativas, delicenciamento, fiscalização,

atendimentos emergenciais e administração das 26 Áreas deProteção Ambiental.

Visitas Técnicas

O CRA recebeu, ao longo doperíodo 1999/2002, visitastécnicas de profissionais da áreaambiental de diversos estadosbrasileiros, que vieram conhecera gestão ambiental da Bahia. Ostécnicos e gestores de órgãosambientais estaduais e municipaisvieram conhecer as inovaçõesintroduzidas pelo modelo degestão nas áreas de avaliação,licenciamento, fiscalização,

administração de unidades de conservação, o Neama e,principalmente, a Tecnologia de Gestão (TG-CRA).Entre as inúmeras visitas técnicas ocorridas nesta gestão,destacamos:

� Fundação Estadual de Meio Ambiente (FEMA), do Mato Grosso;

� Fundação Estadual de Meio Ambiente (FEAM), de MinasGerais;

� Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), doCeará;

� Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Cultura e Turismo(Semact), do Mato Grosso do Sul;

� Instituto de Meio Ambiente do Pantanal (IMAP); MatoGrosso do Sul

� Projeto Ambiental Nordeste (PAN) com representantes doGesellschaft fuer Technische Zusammenarbeit (GTZ), quedesenvolve trabalhos de cooperação técnica com os órgãosestaduais Companhia Pernambucana do Meio Ambiente(CPRH); Superintendência do Meio Ambiente (Sudema /Paraíba) e Instituto de Desenvolvimento Econômico e MeioAmbiente (Idema / Rio Grande do Norte);

� Superintendência de Administração do Meio Ambiente(Sudema).

Xique-Xique

Município baiano, situado na margem direita do rio São Fran-cisco, região do semi-árido. Nele o CRA instalou a sede

X

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administrativa das APAsDunas e Veredas do BaixoMédio São Francisco e daLagoa de Itaparica. Onome do município temorigem num cacto (denome científico, PilocereusGounellei), que é uma dasespécies da caatinga, umdos três biomas da Bahia.

O cacto atinge até três metros de altura, possui caule ramificado,sem folhas, armado de espinhos amarelos e é rico em água; asflores são brancas e o fruto é violáceo. Pertence à família dascactáceas e ocorre principalmente na Bahia e em Pernambuco.

Zoneamento Ecológico-Econômico

O Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) é uminstrumento de gestão das APAs e seu objetivo é promovero desenvolvimento sustentável a partir da normatização econtrole do uso e ocupação do solo. O Conselho Nacionalde Meio Ambiente (Conama) determina que as APAs tenhamum Zoneamento Ecológico-Econômico, no qual sejam

Z

estabelecidos os parâmetros ambientais em diferentes zonasda Unidade de Conservação.

Em cada APA, de acordo com suas características, podemexistir zonas, tais como: Proteção Rigorosa (ZPR); Proteção daVida Silvestre (ZVS); Proteção Visual (ZPV); Agropecuária (ZAG);Ocupação Controlada (ZOC); Vocação Turística (ZVC); e NúcleoUrbano Consolidado (NUC).

Das 26 APAs estaduais, 16 já possuem ZoneamentoEcológico-Econômico (ZEE) aprovados pelo Cepram. Noperíodo de 1999/2002, sete APAs elaboraram o seuzoneamento (Rio Capivara, Joanes/Ipitanga; Lagoas e Dunasdo Abaeté; Pratigi; Caraíva/Trancoso; Serra do Barbado eGruta dos Brejões Vereda do Romão Gramacho) e estãoem processo de elaboração três APAs (Lago de Pedra doCavalo; Baía de Todos os Santos e Litoral Norte (em revisão).

Zoneamento Ecológico-Econômico da APA CoroaVermelha

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Quem faz o CRA

Acyr Padilha dos SantosAdemir de Melo CastroAderaldo Ferreira SilvaAdriana Silva FreitasAilton dos Santos JuniorAilton Gomes dos SantosAlbano José OppermannAlessandra Terezinha C. C. ReisAline França da CruzAltamiro dos Santos BarrosÁlvaro Augusto C. L. BrittoAna Cláudia O. Bento GomesAna Costa da SilvaAna Cristina Farias LimaAna Paula dos Santos MonçãoAndréa Mascarenhas LiguoriAngela LeonyAnna Verônica SzaboAnnamaria de Fátima VenâncioAntônio Ademário V. B. AndradeAntônio Carlos G. dos SantosAntônio Carlos V. Boas da SilvaAntônio Conceição dos SantosAntônio de Oliveira GomesAntônio Leopoldo Castro C FreireAntônio Pereira MenezesAntônio Sergio AraújoArmando Sá Nascimento FilhoArthur Wilson Ramos de S. LimaÁurea Boa Morte Rebouças

Aureliano Ferreira dos AnjosAvani Monção OrnelasBarbara Cristina O.dos SantosBenedito Polidório de JesusCarla Fabiola Ribeiro PereiraCarlito Pereira PiresCarlos Alberto de Castro MoraesCarlos Alberto Marçal MeiraCarlos Augusto P. R. DantasCarlos Cezar Cerqueira Lima PinhaCarlos Luiz da Silva MedeirosCeleste Aida Caldas ArgoloCelso Luiz de Barros GuedesClarissa Campos MeiraCláudia Campra FerreiraCláudia Silva SantosCláudio Ventura FerreiraClóvis Bonfim da SilvaConceição Ferreira de OliveiraCornelia Bresslau de AlmeidaCristiane Cruz FigueiraCristiane Sandes TostaCristina Nunes Guerreiro MenesesDário Moraes da SilvaDébora Mirian Andrade SouzaDélio Borges de AraújoDelivaldo A. Carvalho NascimentoDeny Cesar MoreiraDenys Assunção da SilvaDermeval Silva Freire

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Graça Emília de B. S. RosárioGuilherme MendonçaHailton Costa dos SantosHelmut F. ZimmermannHermann Rehem R. da SilvaHildeni de Melo FreitasHosana Gaspar dos SantosIlton Lorens Fragoso JuniorIndaiá Silva e SilvaIsabel Cristina M. ConceiçãoIvã Ferreira AmorimIvan Luiz Tachard da SilvaIvanildo Silva SantosIves Anilson Lins CostaJackson Oliveira SantanaJeferson Jean Carneiro de AraújoJessé Rocha Vila FlorJoão Batista GuimarãesJoão Bonfim de SouzaJoão de Sousa AguiarJoão Gonçalves da S. NetoJoão Lemos MouraJoão Moreira da SilvaJoão Pereira de Alcântara NetoJorge Gomes DuqueJorge Luciano S. CorreiaJorge Luiz RamosJosé Aloisio CardosoJosé Antônio A. de LacerdaJosé Carlos da Silveira

Quem faz o CRA

Deusary Dantas da Silva D�IcarayDilma Serra Oliveira LisboaDirceu de Oliveira MartinsDivaldo Ribeiro BulhosaEdilson Gonçalves CoelhoEdrualdo Xavier FrancaEdson Santos FonsecaEduardo Farias TopázioEduardo Gabriel Alves PalmaEduardo José Thomy DultraElisio dos PassosElíuda Soares AssunçãoEmanuel de Almeida DultraErivaldo dos Santos MeirellesEvaldo Ramos GonçalvesEveraldino Rodrigues DantasFabiano Santos FerrazFábio Alexandre Muniz PassosFábio Bakker IsaiasFábio Serra da SilvaFabíola Diana Chaves CotrimFausto Antonio de AzevedoFernando Antonio E. de A. SilvaFrancisco Bôa M ConconceiçãoFrancisco de Assis BritoFrancisco Pereira ConceiçãoGeneci Braz de SousaGeni de Sena Dias UrpiaGeraldo Alberto G. FonsecaGilibaldo Pereira Gomes

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José Carlos de Souza JúniorJoselita Higino GonçalvesJosué Sena de CastroJúlia Maria Santana SalomãoJúlio dos SantosJurandy dos Santos SouzaJuscelino José dos SantosKarla Marilia da Silva CamacamLana de Freitas SilvaLea Bahia NepomucenoLeila Burgos de Carvalho MoreiraLeila Muricy TorresLeonardo Carneiro Oliveira CruzLeonardo Melo SepulvedaLeonice Alves de OliveiraLetícia Neves Gomes VieiraLilia Maria de F. C. MacedoLilian Maria Ferraz de CarvalhoLúbia de Freitas SilvaLuciano de Andrade CunhaLuciene Cândida da S. SantosLucilio Epifânio Sousa FloresLuiz Cesar de Paiva ReisLuiz Cesar Marques Gil FerreiraLuiz Henrique Pinheiro SilvaLuiz Marcelo da FonsecaLuzinete Alves dos SantosManoel Ferreira dos Santos(im memoriam)Manoel Galiza de Jesus

Manoel GóesManoel Luiz da SilvaManuel Ribeiro LimaMarcelo Mendes da CostaMarcelo Penalva Rufino NascimentoMárcia Virginia Lins CostaMárcia Virginia Oliveira SilvaMárcio Augusto S. GonçalvesMárcio Luiz Mello OliveiraMarcos de Oliveira MaiaMargareth Peixoto MaiaMaria Alves da CruzMaria Angelica de Jesus SoutoMaria Angélica R. Tchard da SilvaMaria Aparecida Dias SouzaMaria Cristina Gomes SanchesMaria Cristina N. VieiraMaria da Glória RibeiroMaria de Fátima da S. FerreiroMaria de Fátima Vinhas de AlmeidaMaria Júlia dos S. HegouetMaria Lucia Cardoso de SouzaMaria Tereza de AndradeMarilda Barreto de AndradeMarilene Regina Caruso LeãoMarilene Soares SilvaMarivaldo Araujo SobreiraMauricio Carneiro PaimMônica de Carvalho SobralMônica Suely do Vale Melo

Quem faz o CRA

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Murilo de Oliveira FreitasNadir Bonfim da HoraNatanael Rodrigues da RochaNey Maron de FreitasNivaldo Fortes Lima JúniorNivaldo Paulo de AndradeOzildete R. Nascimento CostaPatricia Ribeiro Salgado PinhaPaulo Oliveira ZacariasPaulo Roberto Vieira da SilvaRachel Evangelista dos SantosRaymundo Nonato de SouzaRegina Maria Meirelles BergemannRenivaldo Gama MoreiraRita de Cássia Góes CardosoRita de Cássia Neves da SilvaRobério Moura GomesRoberto Peixinho CordeiroRoberto Rocha SouzaRonaldo Macedo FonsecaRonaldo Martins da SilvaRosa Maria Martins CardosoRosemar Brito da SilvaRosemeire dos S. SantanaRosineide Mota CardosoSamuel Sampaio de SouzaSaul de Souza Cavalcante ReisSidrônio BastosSilvia Almeida BarbosaSimpliciano de Oliveira L Filho

Solange Maria R. Pinto NobreSoraya de Prado CarvalhadoSuami Vivecananda A. BahiaTanila Bispo da CunhaTatiana de OlivieraTeresa Lúcia Muricy de AbreuTereza Maria L. da FonsecaUbirajara Soares da CruzValéria Lyrio de Castro AzevedoValter Caldeira dos SantosValter Pedro Sales LessaValter Saraiva SantosVera Lucia de OliveiraVerônica Cristina Silva AzevedoVirgínia Carneiro de LacerdaVirgínia Maria F. MirandaVivaldo Pinheiro dos SantosWalter Guerra da SilvaWalter Guerra da Silva FilhoWashington M. A. de OliveiraWilson Carlos RossiZélia Ferreira dos Santos

Quem faz o CRA