para o Advento e NatalMeditações

trechos de obras do[ cultor de livros ]www.cultordelivros.com.br

Sumário

Que fé tão grande a de Maria! ...................................5Estou alegre por teres voltado ....................................7Que contratempo! ...................................................... 11No caminho, encontram uma gruta ........................14As primeiras carícias de uma mãe ........................... 17Deitado sobre a palha .............................................. 20Ele tomou nos braços o Menino-Deus ................... 23A eles transmitiu primeiro a notícia ....................... 25Os pastores entregaram suas prendas ...................28Três personagens imponentes e estranhos .........30

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Carta do editor

Olá,Estamos a poucas semanas do Natal, quando

então nossos corações se alegram como em nenhum outro momento do ano pelo maravi-lhoso mistério do Deus que se fez homem, que se fez menino.

A cena já nos é familiar: a Virgem dá à luz um menino em um pobre estábulo, cercada pelo carinho de seu esposo carpinteiro e dos ani-mais que os aquecem naquela noite.

Aos poucos belas luzes tomam conta das nos-sas cidades, nas ruas e nas casas. E se a sua beleza nos faz pensar na alegria do Natal, por vezes pode igualmente ofuscar o seu verdadeiro Protagonista, e o presépio, amavelmente fami-liar, pode parecer corriqueiro.

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Pensando nisso, queremos dar um presente de Natal a todos os nossos leitores, que nos acom-panharam ao longo deste ano. Trata-se de um pequeno e-book com 10 meditações recolhidas de nossos livros, que discorrem sobre os prin-cipais acontecimentos do Advento e do Natal

Esperamos que esses breves textos possam auxiliá-lo a aproximar-se de Maria e de José, dos anjos e dos pastores, e claro, do Deus Menino. E que sejam uma ocasião para vivenciar, ao lado de cada um deles, o grande mistério do Natal.

Nós do Cultor de Livros desejamos a todos um Santo Natal!

Luiz EduardoDiretor do Cultor de Livro

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Que fé tão grande a de Maria!O Anjo da Anunciação põe à prova a sua fé; diz-

-lhe da parte de Deus que conceberá e dará à luz um filho. Ela, Virgem, podia ser Mãe! Isto era natural-mente impossível. No entanto não duvida, não vacila. E quando conhece a vontade de Deus, crê n’Ela e aceita tudo quanto o Anjo lhe diz.

Compara a sua fé com a incredulidade de Zacarias, quando dias antes lhe aparece este mesmo Anjo e lhe anuncia o nascimento do Precursor. Zacarias duvida, não crê com firmeza no Anjo, e Deus castiga-o dei-xando-o mudo.

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Zacarias não tinha outra razão para duvidar mais que a sua idade avançada. Maria tinha a da sua vir-gindade. A Zacarias anunciou-se um filho que será o precursor do Messias; a Maria o próprio Messias; e, no entanto, Zacarias duvida, e Maria crê.

(...)Eis uma imagem da fé de Maria. Deus inspirou-lhe

o voto, singular, desconhecido até então, de virgin-dade. Ela sabe que isto significa renunciar à possibi-lidade de ser Mãe do Messias, que era o anelo santo de todas as mulheres judias. Maria, para agradar a Deus, renuncia generosamente a essa possibilidade e faz-se Virgem. Porém: agora o Anjo anuncia a sua gloriosa Maternidade; e Maria, sem duvidar nem vaci-lar, pergunta se essa é a vontade de Deus, e quando a conhece, abraça-a e crê firmemente em tudo quanto lhe é dito pelo Anjo. Ela não sabe como isso pode ser, a sua razão choca com a união da virgindade e da maternidade; submete, porém, o seu critério, o seu parecer. A sua própria razão e crê firmemente com simplicidade. Que fé tão grande a de Maria!

Trecho do livro “Meditações - Virtudes de Nossa Senhora”. Para saber mais sobre a obra, clique aqui.

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Estou alegre por teres voltado– Miriam...

Chamou-a por seu nome, em voz baixa, e mesmo

assim ela logo o ouviu. Voltou-se. Ele viu seu rosto

tal como o recordava desde o primeiro encontro, mas

coberto, agora, por um tênue véu de cansaço. Ela se

deteve e fitou-o. Pareceu a José vislumbrar no olhar

dela um lampejo de intranquilidade. E, se aquilo era

intranquilidade, havia também no olhar uma pureza

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incomparável. Fosse qual fosse a fraqueza que lhe

pudesse sobrevir mais tarde, sentia que nunca pode-

ria acreditar em sua culpabilidade. Estava de pé, silen-

ciosa, esperando que ele se aproximasse.

– Estou alegre por teres voltado... – disse ele.

– Minha tia já não precisava de mim.

– Eu estava preocupado contigo... Senti tua falta.

– Eu sei. Também pensei em ti, José.

Houve silêncio por um momento. A seguir, José disse:

– Falei com Cléofas e pedi-lhe permissão para levar-

-te para minha casa. Nossa casa – corrigiu-se. – Como

estavas de acordo... Quero poder estender minha pro-

teção sobre ti... E acho que é necessário – dominou

sua timidez – que aquele que vai nascer nasça em

sua casa.

José teve a impressão de que o rosto dela se ilumi-

nava de repente com um raio de luz. Seus olhos bri-

lharam, os lábios abriram-se num sorriso. A sombra,

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que parecia ser uma sombra de inquietude, desapare-

ceu prontamente. A alegria apoderou-se dela como

um fogo que tivesse absorvido o cansaço. Estava de

novo tal qual a tinha visto junto ao poço: infantil, ale-

gre e radiante.

– Eu confiava – sussurrou Miriam – e Ele ouviu a

minha oração... Como Ele é bom, tem tanta atenção!

Ele te disse tudo e entendeste...

– Eu compreendi – disse ele – porque te amo.

Inclinando a cabeça para o lado, ela fitou-o sor-

rindo, divertida.

– Eu também te amo, José – disse-lhe. – Mas com-

preendeste por que Ele nos ama... Agora tudo está

em seu lugar...

Ela respirou profundamente, como se um grande

peso tivesse saído de seus ombros. Cobriu o rosto

com as mãos. José não sabia se por trás da cortina

dos dedos ela ria ou chorava de felicidade. Mas ela

logo retirou as mãos. Com os olhos cheios de lágri-

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mas, fitava com ternura o rosto do homem. Falava-

-lhe unicamente com o olhar, mas esse olhar fez com

que o abandonasse imediatamente tudo o que impe-

dia a felicidade de José. O mundo dela continuava

sem ser o mundo dele. Apesar disso, entendeu: ela

o amava, amava de verdade, tanto quanto se pode

amar. Não tinha o direito de pedir mais. Custasse o

que custasse, ele sentia que tinha recebido mais do

que qualquer um dos mortais.

Trecho do livro “A sombra do Pai”. Este é um maravilhoso romance ficcional, baseado na história de São José. Para saber mais sobre a obra, clique aqui.

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Que contratempo!Contempla a Maria na companhia de S. José, na

sua pobre casa de Nazaré – pobre, mas nada falta. Ela

andou preparando com todo o carinho todos os por-

menores para o nascimento de seu Filho que se apro-

xima: o bercinho feito por S. José, os paninhos que

Ela mesma confeccionou; em tudo há pobreza, mas

muito carinho e amor. E o amor supre e inventa mui-

tas coisas para melhor receber ao seu querido Filho.

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De repente ouvem um rumor, primeiro, e pouco

depois, confirma-se esse rumor; todos têm que ir

recensear-se no lugar da sua origem, e Ela e José des-

cendem de Davi, e da real cidade de Belém. Que contra-

tempo! Como iam eles agora fazer a viagem naquelas

circunstâncias, quando de um dia para o outro Nossa

Senhora esperava o nascimento do Menino Deus? E

tudo isto pelo capricho e soberba de um homem, de

um tirano que assim o ordena. Não haveria meio de

impedir tal disposição, ou pelo menos de deferi-la?

Por que não esperar um pouco de tempo até que passe

aquele dia ditosíssimo?

E, contudo, a Santíssima Virgem não fala nem crí-

tica nem protesta. Com o coração ferido, acata a divina

vontade, confia no Senhor, lança-se nos seus braços e

imediatamente obedece. Quem teve alguma vez maior

desculpa para não obedecer do que nesta ocasião a

Santíssima Virgem? Maria não atende à prudência

da carne. Antes de tudo está o obedecer, sem pensar

em mais nada. Que submissão de vontade e de juízo!

Nota bem isto, que é a parte mais difícil da obediência.

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A Maria sobravam-lhe razões para não obedecer,

mas obedece antes de tudo e acima de tudo, e é por-

que diante da obediência não existe para Ela mais

nada. Que lição difícil, penosa e prática nos dá Maria!

Trecho do livro “Meditações - Vida de Nossa Senhora”. Para saber mais sobre a obra, clique aqui.

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No caminho, encontram uma grutaO Santo Patriarca está todo abrasado em san-

tos afetos por Aquele que, dentro em pouco, alegrará e salvará a terra infeliz e condenada. Chegando a Belém, fazem inscrever os seus nomes nos registros. A noite aproxima-se. Os santos esposos pedem hos-pedagem, mas, embora pertençam à casa e família do rei Davi, são tão pobres que não podem pagá-la, e por isso todos os repelem! E saem da cidade. No cami-nho, encontram uma gruta, que serve de abrigo aos animais. Ali se recolhem. É o palácio que o Senhor

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do Céu e da terra escolhe para nascer, para dar a pri-meira audiência às suas criaturas!

Aprende de Maria e de São José a obedecer aos teus superiores, embora com sacrifício das tuas comodi-dades. Aprende, sobretudo, de Jesus a amar as humi-lhações. Quando os homens te desconhecerem e te negarem um abrigo, um lenitivo, um favor, pensa em Jesus, que foi tão ingratamente repelido por aqueles que Ele vinha salvar e restituir ao Paraíso.

Ó dulcíssimo Filho de Deus, toda a terra Vos per-tence, e ela não tem um abrigo para o seu Criador! Assumistes a nossa humanidade para procurar, mais de perto, os homens, e merecer-lhes, com os vossos sofrimentos, um lugar de glória no Céu, e eles repelem--Vos e não têm para Vós um lugar nas suas estalagens. Quanto devia custar ao vosso Coração infinitamente amante, generoso e dedicado, esta monstruosa ingra-tidão dos homens! Ó meu Jesus, também eu sou réu desse pecado. Quantas vezes desejastes entrar no meu coração, para o tornar satisfeito e feliz, e eu, insen-sato e cruel, Vos repeli, para dar lugar a miseráveis

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criaturas! Perdoai-me, Senhor, o meu pecado, e dig-nai-Vos aceitar este meu pobre coração, para vosso berço, a fim de que Vós vivais em mim, e eu viva em Vós no tempo e na eternidade.

Trecho do livro “Alma aos pés de Jesus”. Para saber mais sobre a obra, clique aqui.

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As primeiras carícias de uma mãeSe o esquecimento, o abandono e o desprezo foi

o modo como os seus receberam a Jesus, contem-pla agora a Maria, penetra no interior do presépio e olha com santa curiosidade para tudo o que ali se passa. Iluminada pelo Espírito Santo, compreendeu Maria que o momento do nascimento de seu Filho tinha chegado, e, naturalmente, ainda que cansada da penosa e longa viagem, não quer descansar.

Mais do que nunca, se entrega agora à oração. Os seus ardentes anelos e fervorosos suspiros fazem uma pressão irresistível ao coração de Deus, que se deixa

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vencer pela oração de Maria; e quando esta chegou ao grau mais elevado daquele êxtase de amor, o Espí-rito Santo faz com que de repente, de um modo mila-groso, ao abrir Maria os seus olhos, se encontre entre as dobras do seu manto, branco como um floco de neve, mais belo do que os anjos, o Filho de Deus e seu filho. Maria, Virgem antes do parto, é virgem sem mancha no parto; como o raio de sol sai por um cris-tal, sem o quebrar e sem o manchar, assim nasceu o Filho de Maria.

Aproxima-te bem, sem medo nenhum, e contem-pla aquela cena. Jesus vai receber a primeira adora-ção e com ela as primeiras carícias de uma mãe. Maria adora ao seu Deus, vivo ali, real e fisicamente pre-sente, mas como mãe julga-se com direito a tomar aquele menino e a imprimir nas suas faces delicadas os seus primeiros beijos. Que beijos mais carinhosos! Que abraços mais efusivos! Que carícias mais ternas! Desperta bem a tua imaginação, que tudo será nada para pintar esta cena.

Jesus não sente a pobreza do estábulo, nem o frio da noite, porque a primeira coisa que viram seus olhos ao abri-los à luz deste mundo, foi o rosto de sua Mãe.

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Lembra o encanto de uma criancinha quando sorri ao contemplar qualquer coisa agradável aos seus olhi-nhos, e pensa no que seria o sorriso de Jesus ao ver a sua Mãe tão pura, tão bela, tão formosa. Mãe e Filho parece que não se fartam de contemplar-se mutua-mente, e este olhar de Maria é consolação e alegria para Jesus. E o olhar de Jesus é aumento de graça e santidade para Maria.

Com que respeito e devoção, e ao mesmo tempo, com que ternura e delicadeza iria a Santíssima Vir-gem envolvendo aquele corpinho de seu Filho nos brancos e pobres paninhos, e com que dor e pena tão profundas, o colocaria nas palhas do presépio. Ela foi a primeira que meditou nesta verdade que tinha diante dos olhos: Deus num presépio! Deus abra-çado tão estreitamente com a pobreza, que nem casa nem habitação tem para nascer! Que será a pobreza quando assim aparece tão unida ao Filho de Deus! Pede a Maria que te dê a conhecer, para que ames esta virtude.

Trecho do livro “Meditações - Vida de Nossa Senhora”. Para saber mais sobre a obra, clique aqui.

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Deitado sobre a palhaJesus nasce no estábulo de Belém. A sua pobre Mãe

não tem lã nem pluma para confeccionar um leito con-

veniente ao tenro Menino. Que fará então? Junta um

pouco de palha numa manjedoura e nela o deita. Mas,

ó céu! esse é um leito demasiado duro e penoso para

uma criancinha recém-nascida! Os membros de uma

criancinha são extremamente delicados, e sobretudo os

membros de Jesus, formados expressamente pelo Espí-

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rito Santo para serem mais sensíveis à dor. A dureza

desse leito foi-lhe pois penosíssima.

Foi uma pena e foi também um opróbrio. Que

criança, mesmo entre as mais pobres pessoas do povo,

se vê ao nascer obrigada a deitar-se sobre palha? A

palha é leito para os animais; e o Filho de Deus não

acha sobre a terra senão vil palha por leito!

S. Francisco de Assis ouviu um dia ler, quando se

achava à mesa, as palavras do Evangelho: Ela o dei-

tou numa manjedoura; e exclamou: “Como? Meu

Senhor está sobre palha, e eu continuaria sentado?”.

No mesmo instante deixa seu lugar, lança-se por terra

e assim termina sua pobre refeição, que rega de lágri-

mas de ternura ao considerar os sofrimentos de Jesus

Menino deitado sobre a palha.

Mas por que Maria, que tanto desejara ver nascer

esse Filho adorável e que o amava tão ternamente,

por que, em vez de conservá-lo em seus braços, o pôs

sobre esse leito de dores? Eis um mistério, responde

S. Tomás de Vilanova. Esse mistério é interpretado

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de vários modos; mas, entre todas as explicações é

a de S. Pedro Damião a que mais me agrada: Jesus,

recém-nascido, quis ser deitado sobre a palha para

nos ensinar a mortificação dos sentidos. O mundo

perdera-se pelos prazeres sensuais; assim perderam-

-se Adão e grande número de seus descendentes. O

Verbo eterno veio do céu para ensinar-nos o amor do

sofrimento, e começou ao nascer a ensinar-nos, esco-

lhendo para si o que uma criancinha pode suportar

de mais penoso. Foi pois Ele que inspirou sua Mãe a

não conservá-lo em seus braços tão suaves, e a colo-

cá-lo no duro leito a fim de melhor sentir o frio da

gruta e sofrer as picadas da palha.

Trecho do livro “Encarnação, nascimento e infância de Jesus Cristo”. Para saber mais sobre a obra, clique aqui.

23

Ele tomou nos braços o Menino-DeusMaria, cujo coração transbordava de ânsias e

amor, deu à luz seu filho primogênito, seu filho único.

Arroubada de admiração, contemplava aquela pobre

e frágil criança; adorava-a; envolvia-a em panos e

depositava-a docemente na palha do presépio.

Após se desempenhar desses desvelos maternos,

chamou José, que se havia retirado. Este, então, con-

templou pela primeira vez o semblante daquele, cuja

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visão constitui a bem-aventurança dos espíritos celes-

tes. A luz sobrenatural revelou-lhe naquele Menino

a beleza e a excelência da sua natureza humana e

divina. Com Maria, ele se prostrou de joelhos e, antes

de mandar como pai, adorou o seu Deus com toda a

fé e todo o amor de que transbordava seu coração.

Sua alma, por assim dizer, se desmanchava em alegria

e gratidão para com Deus. Todo sofrimento estava

esquecido quando ele tomou nos braços o Menino-

-Deus, de quem deveria ser, neste mundo, o pai e a

providência. Que gratidão para com Deus, para com

Maria, que lhe davam essa ventura! E essa ventura

lhe aumentava ainda mais a veneração e o amor para

com aquela de quem ele era o esposo.

Trecho do livro “São José na vida de Cristo e da Igreja”. Para saber mais sobre a obra, clique aqui.

25

A eles transmitiu primeiro a notícia“Não temais”, disse o Anjo, “eis que vos anuncio

uma boa nova que será alegria para todo o povo: hoje

vos nasceu na Cidade de Davi um Salvador, que é o

Cristo Senhor”. E então, quando terminou seu anún-

cio, “subitamente ao anjo se juntou uma multidão

do exército celeste, que louvava a Deus e dizia: ’gló-

ria a Deus no mais alto dos céus e na terra paz aos

homens, objetos da benevolência divina’” (Lc 2, 11).

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Tais foram as palavras que os Espíritos abençoados

que servem a Cristo e Seus Santos falaram aos pasto-

res naquela noite graciosa, para subtraí-los do frio e

da fome para uma grande alegria; para ensinar-lhes

que eram objetos do amor de Deus tanto quanto o

maior dos homens na terra. Mais que isso, pois a eles

transmitiu primeiro a notícia do que estava acon-

tecendo naquela noite: seu filho nasceu no mundo.

Tais coisas dizemos a amigos íntimos, para aqueles a

quem amamos, para aqueles que simpatizam conosco,

e não para estranhos. Como o Deus Todo-Poderoso

poderia ser mais bondoso e mostrar o Seu favor mais

impressionante para os humildes e ignorados, do que

ao Se apressar (se puder usar tal termo) para confiar

o grande, o alegre segredo aos pastores que vigiavam

suas ovelhas na noite?

O Anjo, então, deu a primeira lição conjunta de

humildade e alegria, mas uma lição infinitamente maior

estava por trás disso, no próprio evento, no próprio nas-

cimento do Santo Menino Jesus. Isto ele declarou com

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estas palavras: “achareis um recém-nascido envolto

em faixas e posto numa manjedoura” (Lc 2, 12). Sem

dúvida, quando ouviram que o Cristo do Senhor nas-

ceu no mundo, eles o buscariam nos palácios dos reis.

Eles não poderiam imaginar que Ele se tornara como

um deles, ou que eles poderiam se aproximar d’Ele.

Portanto, o Anjo advertiu-os onde o encontrar, não

apenas como um sinal, mas também como uma lição.

Trecho do livro “Sermões para o Advento e o Natal”. Para saber mais sobre a obra, clique aqui.

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Os pastores entregaram suas prendasEnquanto eles estavam à caminho, amanheceu.

O Sol raiou com uma intensidade jamais vista antes.

Não havia nenhuma nuvem no céu, que estava todo

azul. Todas as flores se abriram logo cedo, e seu per-

fume se espalhou por toda região. Houve uma enorme

arrevoada de pássaros de todas as espécies e cores

diferentes... Seus cantos maravilhosos misturados

formaram uma sinfonia sem igual! Os animais salti-

tavam de alegria por todos os lados. Quando os pas-

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tores, guiados por Rafael, chegaram à gruta, viram

José e Maria completamente extasiados adorando o

Menino Deus, o Filho do Altíssimo que Deus Pai os

havia confiado. E, seus pais com seus corações reple-

tos do Espírito Santo, cantavam as mais belas canções

de Natal que já foram inventadas na face da terra.

Os pastores entregaram suas prendas e Rafael pro-

pôs um brinde de Natal, com o vinho trazido pelos

pastores:

– Viva o Menino Deus! Viva o Salvador! Viva o Mes-

sias prometido que hoje nasceu! Viva os seus pais!

E o pastor Pedro, o mais descontraído deles brindou:

– Viva também São Miguel, São Gabriel e São Rafael!

Nesse momento, o coral dos anjos do céu apareceu,

com os arcanjos entre eles. Todos os anjos cantaram

a sua música preferida: Glória a Deus nas alturas e

paz na terra aos homens de boa vontade!

Trecho do livro “Natal segundo os anjos”. Para saber mais sobre a obra, clique aqui.

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Três personagens imponentes e estranhos Há pouco mais de dois mil anos, apareceram um

belo dia em Jerusalém, sem serem esperados, três per-

sonagens imponentes e estranhos. Apresentavam um

ar de nobre grandeza – com suas vestes de magnifi-

cência oriental –, unido a traços de cansaço e à poeira

de muitos caminhos.

Tendo, pois, Jesus nascido em Belém de Judá, no tempo do rei Herodes, eis que magos vieram do oriente

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a Jerusalém. Perguntaram eles: “onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Vimos a sua estrela no oriente e viemos adorá-lo” (Mt 2,1-2).

Como é natural, essa declaração dos três majesto-

sos empoeirados deixou perplexos, perturbados, todos

os que os ouviam. Se nós estivéssemos em Jerusalém

naquele momento, também teríamos ficado aturdi-

dos, porque o rei dos judeus – Herodes – estava lá

mesmo, bem vivo no seu palácio, e nenhum herdeiro

dele tinha “acabado de nascer”.

Por que os três amigos fizeram uma viagem tão difí-

cil e cansativa, de terras longínquas até Jerusalém –

uma empreitada que tem todas as aparências de uma

loucura? Com grande simplicidade, eles o explicam:

Vimos a sua estrela. (...)

As palavras que os Magos disseram ao entrar em

Jerusalém – Vimos a sua estrela no oriente e vie-

mos adorá-lo (Mt 2,2) – retratam bem a alma des-

ses homens.

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Vimos. Eram daqueles que, ao perceber uma reali-

dade desconhecida, a queriam entender. Aplicaram

por isso a sua inteligência ao fenômeno luminoso e

formularam uma hipótese que, à medida que pesqui-

savam, foi-se confirmando cada vez mais neles como

a interpretação certa, até que chegaram a uma con-

clusão: “É verdade!” Em que consistia tal verdade?

Uma explicação sintética nos é dada num comentá-

rio da Bíblia de Navarra:

“Os judeus tinham difundido pelo oriente as espe-

ranças messiânicas. Os Magos tinham conhecimento

do Messias esperado, rei dos Judeus. O qual, segundo

as ideias difundidas naquela época, devia ter, como

personagem muito importante na história universal,

uma estrela relacionada com o seu nascimento.” Isso

é o que eles “viram”.

Essa interpretação concorda com a hipótese de

que se teria espalhado pelas velhas terras do Oriente

uma antiga profecia do moabita Balaão, mencionada

na Bíblia no livro dos Números. Esse profeta pagão,

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enviado por Balac, rei de Moab, com a missão de amal-

diçoar Israel, não conseguiu lançar impropérios, por

mais que tentasse, pois da sua boca só saíram pala-

vras de bênção para o povo hebreu: Como são belas

as tuas tendas, ó Jacó, e as tuas moradas, ó Israel!...

Vejo-o, mas não agora, contemplo-o, mas não está

perto: uma estrela sai de Jacó, um cetro se levanta de

Israel (Nm 24, 5-17).

A percepção do sentido da estrela foi encarada pelos

Magos como uma chamada de Deus. Aquela luz esti-

mulava o íntimo deles. Haviam compreendido que

acabavam de descobrir a mais esperada intervenção

de Deus na história.

Por isso, seu coração reto sentiu-se interpelado. Se

o Salvador esperado chegou, diziam, é preciso pro-

curá-lo, uma vez que, por milênios, o mundo o tem

aguardado com ansiedade. É preciso honrá-lo. É pre-

ciso colocar-se à sua disposição. Por isso partiram.

Trecho do livro “Procurar, encontrar e amar a Cristo”. Para saber mais sobre a obra, clique aqui.

Feliz Natal !9 9 9

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