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Medidas de Controle de Infecção Hospitalar
Seminário Internacional de Pandemia de InfluenzaRio de Janeiro, 18 de novembro – 2005
Dra. Cristiana M. ToscanoOrganização Pan-Americana da Saúde
• Divisão de Qualidade em Serviços de Saúde, CDC
– Denise Cardo
• Programa de Influenza, CDC
– Tim Uyeki
• ANVISA
– Adélia A. M. Santos
• HC-FMUSP/ SES-SP
– Édison Manrique
• OMS
Agradecimentos
Sumário
• Estratégias de prevenção de Influenza
• Vírus da influenza e formas de transmissão
• Medidas de controle de infecção– Influenza anual
– Influenza aviária A(H5N1)
– Pandemia de influenza
• Proteção de profissionais de saúde
• Planejamento para pandemia nos serviços de saúde
Prevenção - Estratégas primárias
• Influenza anual = influenza pandêmica• Vacinação• Diagnostico precoce de casos• Tratamento com antivirais• Medidas de controle de infecção
– prevenção da transmissão durante cuidadoscom paciente
Pandemia de Influenza - 1918
SARS - 2003
Photo: Gavin Joynt
Epidemiologia das Infecções
Diretrizes para precauções e isolamento em serviços de saúde - Precauções padrão
• Destinadas para o cuidado de todos os pacientes independente do seu estado infeccioso
• Lavagem das mãos– Antes e após todo contato com paciente e entre dois procedimentos
realizados no mesmo paciente, utilizando água e sabão
• Uso de luvas– Quando há possibilidade de contato com sangue, fluidos corporais,
secreção, excreções ou materiais potencialmente infectantes
• Uso de avental– Quando há possibilidade de contato da pele ou roupas do
profissional de saúde com sangue ou líquidos corporais potencialmente infectantes
Diretrizes para precauções e isolamento em serviços de saúde - Precauções padrão
• Uso de máscara, óculos e protetor facial– Quando há possibilidade de respingos de sangue ou líquidos
corporais potencialmente infectantes atingirem a face do profissional de saúde
• Descarte de materiais pérfuro-cortantes– Em caixas específicas para descarte que devem ser dispostas em
locais visíveis e de fácil acesso. O re-encape de agulhas é proibido
• Descontaminação de superfícies– Caso haja presença de sangue ou líquidos corporais
potencialmente infectantes em superfícies
• Artigos e equipamentos– Limpeza e desinfecção ou esterilização após o uso
• Importância de todos os líquidos corporais, secreções e excreções na transmissão de patógenos
• Baseadas na forma de transmissão• Devem ser usadas para pacientes conhecidos
com suspeita de infecção ou colonização• Precauções adicionais
– Contato– Gotículas– Aerossóis
Precauções adicionais por modo de transmissão
Influenza humana
Recomendações para controle de infecção
Refs: Updated Infection Control Measures for the prevention and control of influenza in healthcare facilities, CDC, Jan 2005
http://www.cdc.gov/flu/professionals/infectioncontrol/healthcarefacilities.htm
Geral em não vacinadosSusceptibilidade
Por goticulas principalmenteModo de transmissão
Trato respiratórioPorta de saída
Trato respiratórioPorta de entrada
Animais/humanosReservatório
HomemHospedeiro
Virus InfluenzaeAgente
InfluenzaInfluenzaSituaçãoSituação
Características - Influenza• Período de incubação curto
• Sintomas 1- 4 dias após exposição
• 2-3 dias na maioria dos casos
• Transmissão: pessoa a pessoa– Gotículas grandes: tosse ou espirro
– Replicação em células epiteliais das vias respiratórias
• Outras formas de transmissão?– Contato direto ou por aerossóis pouco conhecidas
• Diferenciar entre infecção comunitária ou hospitalar– Tempo entre admissão e início de sintomas
– comunitária: <48-72 h
– hospitalar: =48-72 h
Forma de transmissão
Precauções para Gotículas• Gotículas respiratórias
– Geradas por tosse, espirro ou procedimentos– Geralmente >5 µm de diâmetro– Gotículas não se propagam mas de 1 metro da fonte
• Transmissão envolve contato da gotícula commucosa ou conjuntiva da boca ou nariz de indivíduosuscetível
• Uso de máscara ao entrar no quarto, a menos de 1 metro do paciente
• Particulas não permenecem suspensas no ar por períodos prolongados de tempo– Manejo especial de ventilação não é necessário
Precauções de Contato
• Transmissão direta através de contato
• Transmissão indireta – Objetos intermediários contaminados
• Usar luvas e avental ao entrar no quarto
• Descarte de luvas e avental ao sair do quarto
• Lavar mãos antes e depois
• Limitar transporte e movimentação do paciente
• Limitar compartilhamento de equipamentos
Controle de Infeção• Precauções de contato e gotículas
– Luvas– Avental– Máscaras cirúgicas (quando a menos de 1 metro do
paciente)– Mudar em cada contato com paciente
• Lavagem de mãos– Antes e depois de cada contato com paciente– Água e sabão (ou álcool-gel)
• Máscaras no paciente durante o transporte• Transmissão por aerossóis não é significativa
Isolamento e coorte
• Colocação do paciente em quarto individual oucom grupo de outros pacientes com influenza– Pensar em separar casos confirmados de casos
não-confirmados, se testes diagnósticos disponíveis
• Se necessário, criar uma enfermaria de influenza no hospital
• Triagem de novos pacientes com influenza ouquadro flu-like
Rastrear e restringir profissionais
• Vigilância ativa de profissionais de saúde– Avaliar febre e quadro gripal
• Restringir movimentação de profissionaisentre enfermarias– Coorte de profissionais
• Restrição de profissionais ao trabalho– Ficar em casa– Questões de compensação– Retorno ao trabalho 5d após início dos sintomas
Influenza aviária H5N1Recomendações para controle de infecção
Refs:• Influenza A (H5N1):WHO Interim Infection Control Guidelines for
Health Care Facilities (10 March 2004)http://www.who.int/csr/disease/avian_influenza/guidelines
• Período de incubação curto• Sintomas 2-7 dias após exposição, (mediana de 3 dias), incerto
• Casos humanos após exposição direta à aves infectadas• Evidências indicam que o H5N1 tem baixo poder infectante
• Vírus inativado por álcool 70% e cloro
• Incerteza quanto ao papel da transmissão por aerossóis
• Gravidade da doença
• Recomendação = precauções para aerossóis
Precauções por aerossóis• Aerossóis
– <5 µm diâmetro– Pode ficar suspenso no ar por longos períodos– Ex: Sarampo, varicella, tuberculose
• Proteção respiratória especial– Respirador de proteção com eficácia mínima de 95% para partículas
de até 3 µm (N95, N99, N100, PFF2 ou PFF3)– Testada individualmente - Fit-tested
• Sistema de ventilação especial– Unidades de isolamento com pressão negativa com sistema de
exaustão• Filtros HEPA
– Evitar que ar contaminado seja circulado
Pandemia por InfluenzaAtualização das recomendações
• Transmissão a partir de indivíduos doentesà via respiratória, gotículas
• Precauções padrão e de gotículas• Precauções por 14 dias após início de sintomas ou
7 dias após término da febre
Ref: Updated Interim Recommendations for Infection Control in Health-Care Facilities Caring for Patients with Known or SuspectedAvian Influenza Virus Infections, In draft
Quarto e transporte de pacientes
• Quarto individual com porta fechada• Equipamentos de uso individual
– estetoscópio– manguito– termômetro
• Limitar a movimentação ou transporte do paciente fora do quarto
• Quando o transporte é necessário, uso de máscara cirúrgica para paciente
• Orientação ao paciente tossidor– toilette respiratória
Orientações ao paciente tossidor
• Cobrir nariz e boca ao tossir ou espirrar• Usar lenços de papel• Descartar lenços após uso• Higienização das mãos após contato com secreção
respiratória• Sentar a pelo meno 1 metro de distância de outros
pacientes
Fornecer ao paciente• Lenços • Lixeiras que operam sem uso das mãos• Água, sabão e álcool• Toalhas descartáveis para enxugar mãos
Higienização de maõs
• Antes e após contato com paciente• Após retirada de luvas• Após contato com sangue, fluidos corpóreos,
secreções, excreções, objetos contaminados• Lavagem com àgua e sabão seguida do uso de
álcool 70% • Procedimento com mãos livres• Toalha de papel para secagem
Orientações - higienização das mãos
Fonte: OMS
Procedimentos que geram aerossóis Precauções para aerossóis
• Intubação, sucção, nebulização• Limitar procedimentos indutores• Se necessário
– Limitar exposição de profissionais de saúde ao essencial– Uso de EPI adequado
• Respiradores N95• Avental, luva• Protetor ocular
– Uso de dispositivos de sucção fechados– Ambiente restrito e protegido, quando possivel
Avental Vestindo adequadamente
Cedido por: Dr. Edson Manrique, HC-FMUSP/ SES-SP
Luvas Calçando adequadamente
Cedido por: Dr. Edson Manrique, HC-FMUSP/ SES-SP
Luvas Retirando adequadamente
Cedido por: Dr. Edson Manrique, HC-FMUSP/ SES-SP
Avental Retirando adequadamente
Cedido por: Dr. Edson Manrique, HC-FMUSP/ SES-SP
Máscara comum Colocando adequadamente
Cedido por: Dr. Edson Manrique, HC-FMUSP/ SES-SP
Máscara comum Retirando adequadamente
Cedido por: Dr. Edson Manrique, HC-FMUSP/ SES-SP
Protetor ocular Colocando adequadamente
Cedido por: Dr. Edson Manrique, HC-FMUSP/ SES-SP
Protetor ocular Retirando adequadamente
Cedido por: Dr. Edson Manrique, HC-FMUSP/ SES-SP
Respirador N95 Colocando adequadamente
Respirador N95 Retirando adequadamente
Cedido por: Dr. Edson Manrique, HC-FMUSP/ SES-SP
Sequência de uso de equipamento de proteção individual
1o Avental
2o Mascara (ou N95)
3o Óculos de proteção
4o Luvas
1o Luvas
2o Óculos de proteção
3o Avental
4o Máscara
Paramentação Desparamentação
Pandemia da Influenza
Preparação na área de controle de infecção
O que podemos fazer….como indivíduos?
• Diminuir a transmissão de influenza– Lavagem de mãos– Evitar contato de maõs com nariz e boca– Cuidados ao espirrar e tossir– Não ir ao trabalho enquanto estiver doente– Evitar contato com pessoas doentes– Cessação de tabagismo
• Diminuir transmissão de influenza aviária A(H5N1)– Evitar contato com aves doentes ou mortas
• Diminuir transmissão de influenza humana– Vacinação quando indicado
Preparação para pandemia emserviços de saúde
• Impacto de pandemias prévias• Planejamento inter-pandêmico
– Vigilância– Capacidade, demanda de serviço e equipamentos– Comunicação e educação
• Lições aprendidas da SARS• Estimativa de impacto futuro
Impacto nos serviços de saúde
• Alta demanda– Estimado >25% aumento na demanda para leitos
hospitalares, UTI e respiradores em umapandemia leve
• Absenteísmo de profissionais de saúde– Taxa de absenteísmo em 1957/58 (UK) = 20% – 1/3 dos profissionais doentes durante o pico
• Disponibilidade de equipamentos críticoslimitada
Planejamento Inter-Pandemico
• Desenvolver instrumento de planejamento e apoio à tomada de decisão para responder à uma pandemia
• Conhecimento da situação entre profissionais de saúde• Estimar demanda de serviços
– Priorizar leitos • Considerar absenteísmo de profissionais• Preparar recursos, diretrizes, manuais que possam ser
adaptados durante uma pandemia– Profissionais– Pacientes e familiares
• Treinar profissionais– Diagnóstico de indivíduos com influenza– Apoiar atividades de vigilânca– Manejo e tratamento de pacientes– Estratégias de controle de infecção
Estimativas de demanda de serviçosde saúde
• Instrumentos para estimar demanda: Software FluSurge• Estima numeros de hospitalizados e demanda de leitos
hospitalares (UTI e não UTI) e repiradores– Duração da pandemia (em semanas)– Taxas de ataque
• Hipotético – 8 semanas de duração, taxa de ataque 25%– 13.918 internações (variando 4.627 – 18.842)– 2.516 óbitos (variando 1.173 - 4.530)– Pico da demanda por recursos hospitalares
• semana 5, maximo de 28% de todos os leitos não-UTI, 77% de todaa capacidade de UTI e 42% de todos os ventiladores na áreametropolitana
www.cdc.gov/flu/flusurge.htm
Vacinação e uso de antivirais
• Planejar uso e estratégias de distribuição de antivirais em serviços de saúde– Profissionais de saúde– Pacientes
• Priorização do uso de vacinaa– Quando disponíveis
• Promover vacinação contra influenza anual durante os períodos pré-pandêmicos para– Minimizar risco de co-infecção com H5N1 e
influenza anual
Conclusão
• Papel dos serviços de saúde – fundamental• Prover assistência de qualidade
– Profissionais em número adequado– Equipamentos, leitos e serviços
• Prevenção de transmissão de infecção parapacientes e profissionais– Detecção precoce– Implementação de medidas de controle de infecção
• Coordenação próxima entre níveis nacional, estadual e municipal, enolvendo os serviços no planejamento