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Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul | ano XlI | nº 89 | Dezembro 2014 MÉDICOS SOB PRESSÃO Os médicos estão na alça de mira do governo, que desde o ano passado vem deflagrando ações que atingem a categoria

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Conselho Federal de Medicina lança resolução sobre novos valores para 2015 (pág. 4)

Cremers edita resolução sobre responsabilidade de tutores e preceptores (pág. 6)

Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul | ano XlI | nº 89 | Dezembro 2014

MÉDICOS SOB PRESSÃO

ANUIDADES

Os médicos estão na alça de mira do governo, que desde o ano passado vem deflagrando

ações que atingem a categoria

MAIS MÉDICOS

A Academia Sul-Rio-Grandense de Medicina abre inscrições para concorrer a Acadêmico Titular nas cadeiras de número 25, 34, 40, 44, 48, 51 e 56. Os candidatos devem ser diplomados há mais de 15 anos, registrados no CREMERS, sem condenação por processo ético-profissional, nos termos dos artigos 17 e 18 do Estatuto e artigos 7º e 8º do Regimento Interno da Academia. As inscrições podem ser feitas a partir de 02 de dezembro de 2014 até o dia 02 de janeiro de 2015, com a apresentação de um curriculum vitæ documentado do candidato. Informações adicionais podem ser obtidas através do e-mail: [email protected].

Uma sessão de autógrafos na Feira do Livro marcou o lançamento da obra "As histórias do legista". O livro registra as lembranças do professor Isaac Kelbert, ex-presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul e protagonista da Medicina Legal, e remete ao universo profissional do médico-legista, com seu humor peculiar. A narrativa apresenta a história de Isaac, que levou uma vida abnegada em virtude de sua paixão pela Medicina.

Estimado e lembrado por gerações de alunos da Ufrgs e da PUC, Isaac faleceu em julho deste ano, um mês após o livro ficar pronto. A publicação é uma homenagem de sua filha caçula, Learsi Kelbert, e do irmão Moysés.

Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do SulAvenida Princesa Isabel, 921 • CEP 90620-001 • Porto Alegre/RSFone: (51) 3219.7544 • Fax: (51) 3217.1968 [email protected] • www.cremers.org.br

Composição da diretoriapresidente: Fernando Weber Matos Vice-presidente: Rogério Wolf de Aguiar1º secretário: Isaias Levy 2º secretário: Cláudio Balduíno Souto Franzentesoureiro: Ismael Maguilnik Corregedor: Régis de Freitas Porto Corregedor adjunto: Joaquim José XavierCoordenador da Fiscalização: Antônio Celso Koehler AyubCoordenador da ouvidoria: Ércio Amaro de Oliveira FilhoCoordenador das Câmaras técnicas: Jefferson Pedro PivaCoordenador de patrimônio: Iseu Milman

Conselheiros Antônio Celso Koehler Ayub • Arthur da Motta Lima Netto • Céo Paranhos de Lima • Cláudio Balduíno Souto Franzen • Douglas Pedroso • Ércio Amaro de Oliveira Filho • Euclides Viríssimo Santos Pires • Fernando Weber da Silva Matos • Isaias Levy • Iseu Milman • Ismael Maguilnik • Jefferson Pedro Piva • Joaquim José Xavier • Maria Lúcia da Rocha Oppermann • Mário Antônio Fedrizzi • Mauro Antônio Czepielewski • Newton Monteiro de Barros • Régis de Freitas Porto • Rogério Wolf de Aguiar • Sílvio Pereira Coelho • Tomaz Barbosa Isolan • Airton Stein • Asdrubal Falavigna • Clotilde Druck Garcia • Diego Millan Menegotto • Dirceu Francisco de Araújo Rodrigues • Farid Butros Iunah Nader • Isabel Helena F. Halmenschlager • Jair Rodrigues Escobar • João Alberto Larangeira • Jorge Luiz Fregapani • Léris Salete Bonfanti Haeffner • Luiz Carlos Bodanese • Luiz Alexandre Alegretti Borges • Ney Arthur Vilamil de Castro Azambuja • Paulo Amaral • Paulo Henrique Poti Homrich • Philadelpho M. Gouveia Filho • Raul Pruinelli • Ricardo Oliva Willhelm • Sandra Helen Chiari Cabral • Tânia Regina da Fontoura Mota

Conselho editorial Fernando Weber Matos • Rogério Wolf de Aguiar • Ismael Maguilnik • Isaias Levy • Cláudio Balduíno Souto Franzen

A revista Cremers é uma publicação bimestral da Stampa Comunicação Corporativa para o Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul

Av. Getúlio Vargas, 1151 conj. 1211 • Porto Alegre/RS CEP 90150-005 • Fone: (51) 3023-4866 • (51) 8184-8199www.stampacom.com.br • [email protected]

redaçãoW/COMM Comunicação (www.wcomm.jor.br), Viviane Schwäger e Ingrid Oliveira da Rosa Jornalista responsável: Ilgo Wink • Mat. 2556 revisão: Eliane Casassola Fotografias: W/COMM Comunicação, Márcio Arruda/CFM,Rosi Boninsegna, Luiz Ávila e Fernanda GotuzzoBanco de imagens Fotolia: Angello Deco, Selen Sergen, Michael junge Comugnero SilvanadesiGndireção de arte: Thiago Pinheiro • editoração: Gustavo Ferreiratratamento de imagens: Matheus Cougo designer assistente: Mel Brendlerimpressãotiragem: 30.000 exemplares

CorrespondênCia Envie seus comentários sobre o conteúdo editorial da Revista Cremers, sugestões, críticas ou novas pautas. Se deseja publicar artigos, eventos e notícias de interesse da categoria, também, a Revista do Conselho de Medicina do RS está aberta à participação da classe médica.

Contatos com assessoria de imprensa: [email protected]

livro em homenagem aex-presidente do Cremers

academia de medicina abre edital para sete vagas de acadêmico

2 | Revista CRemeRs | Dezembro - 2014

notas

Dr. Fernando Weber Matos

Presidente do Cremers

os médicos na alça de miraOs médicos brasileiros passaram o Natal de 2013 ainda sob

os efeitos do programa Mais Médicos e da Lei do Ato Médico, sancionada pela presidente da República após vetar a principal reivindicação da categoria: o artigo estabelecendo que “é pri-vativo do médico o diagnóstico e o tratamento de doenças”.

O governo estava sinalizando que tipo de saúde preten-de oferecer à população dependente do SUS. Mais do que isso, iniciava ali um processo de satanização do médico. O pontapé inicial foi desferido pela presidente da República em cadeia nacional de rádio e televisão no dia 21 de junho, quando anunciou a importação de milhares de médicos.

Dias antes, milhares de pessoas nas principais capitais do Brasil protestaram nas ruas cobrando mais qualidade na assistência de saúde em meio à farra de gastos de dinheiro público na construção de estádios de futebol para a Copa do Mundo. “Queremos hospitais padrão Fifa”, gritavam os populares, indignados.

As manifestações públicas refletiam o resultado de pes-quisa realizada pelo instituto DataFolha, de 3 a 10 de junho, na qual 93% dos entrevistados avaliavam que os serviços públicos e privados de saúde no Brasil são regulares, ruins ou péssimos. E mais de 57% consideravam que a saúde deveria ser prioridade do governo.

Assim, pressionado, o governo tratou de apontar um culpa-do, o médico. Se a saúde vai mal, a culpa é do médico brasileiro. Não é a falta de investimentos – a participação do governo no financiamento à saúde pública segue abaixo de 2% do PIB -, nem a redução do número de leitos, ou as condições de trabalho inadequadas e o número insuficiente de médicos e demais pro-fissionais da saúde. Não! A culpa é dos médicos, que, segundo a presidente, não atendem com a cordialidade e simpatia dos intercambistas. Uma declaração lamentável e revoltante, como se a medicina não exigisse conhecimento científico.

Aliás, esses profissionais importados, em especial os de Cuba, seguem trabalhando sem comprovação de que todos realmente são médicos, um risco à saúde da população conforme se constata pelas denúncias de erros primários cometidos e que o Cremers prontamente encaminha ao MPF e ao Ministério da Saúde.

Nesse sentido, é importante destacar que o Cremers desde os primeiros momentos foi combativo na defesa do médico regularmente inscrito e se posicionou contra a vinda de médicos do exterior sem o Revalida. Recentemente, o Cremers editou resolução a respeito dos tutores e pre-ceptores, frisando que eles são responsáveis pelos atos de

seus intercambistas. Correspondência foi enviada a cada um deles para que atendam ao que determina a resolução 02/2014 (publicada nesta edição).

O fato é esse programa agride preceitos constitucionais, trabalhistas, tributários, humanitários e ideológicos. Não se sabe ao certo se o Mais Médicos contribuiu para a reeleição, mas não há dúvida que, apesar de tão maravilhoso como sugeriam as campanhas publicitárias antes das eleições, em nada ajudou um de seus idealizadores e principal executor, o ex-ministro Alexandre Padilha, derrotado de forma estron-dosa na disputa para o governo de São Paulo. Quer dizer, grande parte da população tem consciência de que nada melhorou na saúde pública brasileira.

Tivesse com a saúde o mesmo empenho que demonstra para atingir os médicos, o governo já teria obtido avanços notáveis. Teria, por exemplo, implantado a carreira de Estado para médicos do SUS, uma solução óbvia e com certeza de maior eficácia do que esse programa que parece ser bom mesmo apenas para Cuba, país que fica com a maior parte da fortuna que está sendo gasta pela União.

Depois do Mais Médicos e dos vetos danosos à Lei do Ato Médico, o governo insiste em mudar o diploma dos cursos de medicina. Quer trocar a denominação “Médico” por “Bacharel em Medicina”, prejudicando os futuros médicos. Por enquanto, a mobilização das entidades médicas, dos estudantes e dos professores está conseguindo impedir essa afronta.

Mas continuam os ataques, como a criação de novos cursos de medicina, agora não mais no varejo, mas por ata-cado. Até 2017, o plano é criar 11.500 vagas de graduação, mesmo que o Brasil já tenha 243 cursos de medicina e cerca de 300 mil médicos. Além do mais, estão previstas mudan-ças significativas no ensino médico e Residência Médica, como trabalho em regime de internato obrigatório no SUS pelo período de dois anos.

O importante é que precisamos ficar atentos e mobilizados. Estamos na alça de mira. Sabemos que o Mais Médicos foi ape-nas o começo de uma série de ações que atingem a medicina e a saúde pública. Não podemos nunca esquecer a importância do nosso trabalho para a sociedade, e, principalmente, não pode-mos perder a confiança e a esperança num Brasil melhor, com mais igualdade, ética, fraternidade e paz.

Feliz Natal e Próspero 2015!

Dezembro - 2014 | Revista CRemeRs | 3

editorial

(www.portalmedico.org.br/resolucoes/CFM/2014/2108_2014.pdf).

Para sanar qualquer dúvida entrar em contato pelo telefone 51 3219-7544 ou através do e-mail:

[email protected] ou [email protected]

anuidade 2015

1 - ANUIDADE PESSOA FÍSICA

O valor integral da anuidade para o exercício de

2015 será de R$ 597,00 (quinhentos e noventa e sete

reais), com vencimento até o dia 31 de março de 2015.

Até 31 de janeiro de 2015 (5% desconto) totalizando

o valor de R$ 567,00.

Até 28 de fevereiro de 2015 (3% desconto) totalizan-

do o valor de R$ 579,00.

2 – JUBILADOS

Ficam dispensados do pagamento da anuidade de

2015 os médicos que completaram ou venham a com-

pletar 70 (setenta) anos de idade até 31/12/2015, sem pre-

juízo da cobrança de anuidades de exercícios anteriores.

3 - MÉDICO MILITAR

O médico militar está dispensado do pagamento da

anuidade, desde que encaminhe ao CRM uma declara-

ção anualmente comprovando a continuação do exer-

cício exclusivamente militar até o último dia do mês de

fevereiro de 2015.

4 - ANUIDADE PESSOA JURÍDICA

A anuidade de pessoa jurídica para o exercício de

2015 seja matriz ou filial, dentro ou fora do Estado, com

vencimento até o dia 31 de janeiro de 2015, terá o seu

valor de acordo com o capital social de cada empresa.

Comunicado aos médicos sobre isenções, descontos, prazos e valores, conforme a Resolução

CFM nº 2.108/2014, que determina os valores da anuidade dos Conselhos Regionais de

Medicina para o exercício de 2015.

5 - PESSOA JURÍDICA - OBTENÇÃO DE DESCONTO

As pessoas jurídicas compostas por, no máximo, dois

sócios, sendo obrigatoriamente um deles médico, estejam

enquadradas na primeira faixa de capital social, não pos-

suam filiais, constituídas exclusivamente para a execução

de consultas médicas sem a realização de exames com-

plementares para diagnósticos, realizados em seu próprio

consultório e que não mantenham contratação de serviços

médicos a serem prestados por terceiros, poderão reque-

rer ao conselho regional de medicina de sua jurisdição até

31/01/2015 um desconto de 50% sobre o valor da anuida-

de fixada, mediante apresentação de declaração subscrita

pelo médico responsável pela empresa, indicando o seu

enquadramento nessa situação.

Para a obtenção do desconto, a pessoa jurídica e os

respectivos sócios médicos e responsável técnico deve-

rão estar em situação cadastral regular, bem como quite

com o pagamento das anuidades e da taxa de certificado

de regularidade de exercícios anteriores.

OBSERVAÇÃO:

Caso sua empresa se enquadre nessa condição, favor

não emitir boleto para pagamento da anuidade integral,

antes de contatar o setor de Registro de Empresa da

Secretaria Operacional.

4 | Revista CRemeRs | Dezembro - 2014

CFm

O Conselho Regional de Medicina (Cremers) exi-

giu, em visita na manhã do dia 28 de novembro ao

Posto de Saúde da Vila Cruzeiro, em Porto Alegre, que

a prefeitura apresente um plano de segurança para o

local. O Postão da Cruzeiro, como é conhecido, teve

que ser fechado após um paciente ser morto a tiros

dentro do Pronto-Atendimento.

"O Postão da Cruzeiro é um velho conhecido nosso

por deficiência de segurança. Essa morte comprovou isso

e precisamos de soluções. Funcionários e pacientes não

podem ficar desprotegidos dessa forma. Infelizmente é

preciso que uma pessoa morra assassinada para alertar

as autoridades sobre as deficiências dos sistemas de

segurança das unidades de saúde", criticou o presidente

do Cremers, Fernando Matos, que estava acompanhado

do médico fiscal Alexandre Prates.

Entenda o caso

Às 18h30min do dia 27 de novembro, José

Chrisóstomo Júnior, de 37 anos, foi executado com

aproximadamente dez tiros de pistolas 7.65 e .380. O

crime teve a participação de, pelo menos, sete homens

armados. De acordo com a reportagem do jornal Zero

Hora, eles foram direto ao corredor que dá acesso à

ala psiquiátrica, onde a vítima estava localizada.

Cremers cobra segurança em posto de saúde

Repúdio à campanha sobre racismo no sUs

Cremers reforça crítica à campanhaO presidente do Cremers, Fernando Weber Matos,

também criticou duramente a iniciativa do governo. A

posição do Cremers sobre o assunto foi tornada públi-

ca através de espaços radiofônicos, como o tradicional

noticioso da Rádio Gaúcha Notícia na Hora Certa.

Confira os textos veiculados: • Cremers repudia campanha do governo federal

sobre preconceito racial no SUS. A entidade reafirma

que os médicos gaúchos dizem não ao racismo, pre-

conceito e discriminação. Somos todos iguais.

• Cremers informa: os médicos gaúchos lutam con-

tra a doença e morte, que não tem cor, sexo ou classe

social. Diga não aos que desejam dividir a sociedade entre

negros e brancos, homens e mulheres, ricos e pobres.

O CFM repudia, em nota publicada no dia 27 de

novembro, o tom da campanha publicitária lançada

recentemente pelo Ministério da Saúde para tratar

do racismo no Sistema Único de Saúde (SUS). Para

a autarquia, a campanha desconsidera os problemas

estruturais do SUS, como o financiamento limitado,

o fechamento de leitos, a falta de insumos e medi-

camento e a ausência de uma política de recursos

humanos.

“São essas as causas do mau atendimento para

a população, não importando questões de gênero,

classe social ou etnia”, defende a nota. O texto

argumenta ainda que o Código de Ética Médica já

estabelece a não discriminação por razões vincula-

das à herança genética.

Dezembro - 2014 | Revista CRemeRs | 5

atUação

O Diário Oficial da União publicou no dia 21 de novembro a

Resolução Cremers nº 02/2014, que dispõe sobre a responsabilidade

ética dos médicos supervisores e tutores acadêmicos no âmbito do

Programa Mais Médicos. A norma prevê, entre outras determina-

ções, que a responsabilidade ética compartilhada poderá implicar

a eventual responsabilização dos médicos supervisores e tutores

acadêmicos por infrações éticas cometidas pelos intercambistas, a

ser apurada no âmbito do Cremers.

A resolução também determina as informações que devem ser

prestadas ao Conselho sobre os preceptores e tutores, seus alunos e

o plano de preceptoria e tutoria acadêmica a ser aplicado.

A decisão do Cremers repercutiu favoravelmente nas redes

sociais, com os médicos cumprimentando a entidade pela iniciati-

va. O presidente do Cremers, Fernando Weber Matos, avalia que a

resolução foi tão bem recebida porque, além de oportuna, “marca

as obrigações de tutores e preceptores como responsáveis, sob o

ponto de vista ético, do trabalho realizado pelos intercambistas que

supervisionam”.

O Cremers também encaminhou ofício a cada um dos tutores

e preceptores em atuação no Estado exigindo que respondam às

questões formuladas na resolução 02/2014.

alerta a tutores e preceptores

mais médicos: segue desigual o número de médicos por

habitantes

Uma reportagem publicada pelo jornal Folha de SP, no dia 28 de setembro, evidencia uma concentração desigual de médicos em diversas regiões do país. A distribuição de profissionais pelo Mais Médicos não conseguiu equiparar as condições. O programa enviou ao menos um médico para todas as cidades inscritas, ao invés de compensar a distribuição desigual de médicos já existente.

Lançado em 2013, o programa federal está espalhado por 3.780 municípios, com 14 mil médicos, sendo 79% deles cubanos. A maioria dos profissionais foi para as cidades das regiões Nordeste, Sudeste e Sul. Uma cota de 1.660 municípios, porém, recebeu apenas um novo médico – sendo 539 do Sul e outros 446 do Nordeste, conforme apurou a reportagem do jornal.

O envio de profissionais atendendo a todos os pedidos de prefeituras não soluciona a distribuição desigual no país: no Sul e Sudeste há, em média, 4,08 médicos por mil habitantes, enquanto no Norte e Nordeste, o número cai para 2,21. Médicos do programa chegam a cidades menos carentes do Sul, enquanto segue o sufoco no Nordeste do país.

O Ministério da Saúde afirmou que enviou um profissional do Mais Médicos para cada município que procurou o governo porque havia contingente disponível para isso.

Outro motivo apontado pelo órgão é que nenhuma cidade brasileira atingiu cobertura completa na área médica.

6 | Revista CRemeRs | Dezembro - 2014

mais médiCos

Artigo Primeiro: Os médicos supervisores e tutores acadêmicos que atuam no "Projeto Mais Médicos para o Brasil" deverão, no prazo de 15 (quinze) dias, informar e comprovar perante o Cremers:a) o ato administrativo de nomeação para o cargo de

supervisor ou tutor acadêmico;b) os nomes dos intercambistas que estão sob sua

responsabilidade no âmbito do Programa;c) o domicílio no qual exercem suas atividades profissionais,

bem como o domicílio profissional dos intercambistas sob sua responsabilidade;

d) o plano de preceptoria e tutoria acadêmica necessário para o aperfeiçoamento profissional e aprendizado do intercambista, na medida em que a atuação deste se restringe às atividades de ensino, pesquisa e extensão;

e) a forma/método de implementação do plano;f) as horas diárias destinadas ao exercício da atividade,

inclusive devendo ser informado se a supervisão e tutoria acadêmica ocorrem a distância ou de modo presencial;

g) a declaração oficial da(s) Prefeitura(s) Municipal(is) atestando os locais onde o médico supervisor e tutor acadêmico exercem suas atividades, bem como os respectivos intercambistas.

Artigo Segundo: Os médicos preceptores e tutores acadêmicos, diante da responsabilidade ética compartilhada que possuem em relação aos atos médicos dos intercambistas, e tendo o "Projeto Mais Médicos Para o Brasil" o objetivo de formação, atuação supervisionada e ensino, detêm, respectivamente, a obrigação ética de exercerem a supervisão profissional contínua e permanente e orientação acadêmica em relação aos atos médicos praticados.

artigo terceiro: a responsabilidade ética compartilhada poderá implicar a eventual responsabilização dos médicos supervisores e tutores acadêmicos por infrações éticas cometidas pelos intercambistas, a ser apurada no âmbito do Cremers conforme as circunstâncias do caso concreto, caso deixem de observar os deveres de supervisão profissional contínua e permanente e orientação acadêmica em relação aos atos médicos praticados.parágrafo Único. a responsabilidade ética dos médicos supervisores e tutores acadêmicos abrange os atos comissivos praticados por esses no exercício das suas funções.

Artigo Quarto: Constitui obrigação ética dos médicos supervisores e tutores acadêmicos orientarem os intercambistas de que não podem emitir atestados de condições de saúde, doenças e possíveis sequelas ou de óbito, exceto em casos de morte natural em localidade em que não haja médico.Parágrafo Único. Sendo os intercambistas estudantes que atuam sob supervisão, poderão emitir atestados médicos em conjunto com o médico preceptor, desde que este tenha verificado pessoalmente o óbito ou prestado assistência ao paciente, responsabilizando-se eticamente pelo declarado.

artigo Quinto: os médicos supervisores e tutores acadêmicos são obrigados eticamente a orientar os intercambistas que somente estão autorizados a atuar dentro das atividades restritas do "projeto mais médicos para o Brasil", que englobam, exclusivamente, a atenção básica à saúde e que as atividades por eles exercidas detêm natureza acadêmica, com o objetivo de aprendizagem, pesquisa e extensão, não podendo exercer a medicina em sua plenitude.parágrafo Único. este dever ético contempla o de fiscalização, devendo os médicos supervisores e tutores acadêmicos comunicarem ao Cremers, ao ministério público Federal e ao ministério da saúde qualquer atuação dos intercambistas que extrapole os limites disciplinados pela lei n.º 12.871, de 22 de outubro de 2013.

artigo sexto: o descumprimento das determinações e obrigações éticas disciplinadas por esta resolução, ou de qualquer norma ética eventualmente incidente, poderá implicar a responsabilização dos médicos supervisores e tutores acadêmicos a ser apurada, conforme o caso concreto, no âmbito do Cremers, dentro de suas atribuições legais.

Artigo Sétimo: Tomando ciência o Cremers de possível ilícito ético que, em tese, configure crime, infração administrativa ou civil, oficiará o Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual e o Ministério da Saúde, para apurar, dentro de suas respectivas competências, as responsabilidades dos intercambistas, médicos supervisores e tutores acadêmicos e administradores Municipais, Estadual e Federal.

determinações da resolução 02/2014

disponível na íntegra em www.cremers.org.br

Dezembro - 2014 | Revista CRemeRs | 7

Denúncias de erros cometidos por intercambistas

• Uma médica conta que atendeu uma criança

com crise alérgica a qual foi receitada, no dia anterior,

Prednisona de 5 mg (comprimidos) de 12/12 horas por 3

dias para uma criança de 9,2 kg por uma médica cuba-

na. A mãe desconfiou e trouxe a criança ao hospital. Só

iniciamos comprimidos na pediatria a partir de 38 kg no

maior cuidado para evitar dores estomacais.

• Um intercambista receitou medicação errada,

deixando o paciente na UTI. O profissional do Mais

Médicos prescreveu 250 mg de Haldol decanoato intra-

muscular, 1x/dia por 4 dias, em dose total de 1.000 (mil)

mg de haldol decanoato IM em 96h, para um morador

de Belo Horizonte. A dose preconizada é em média 150

mg a cada 4 semanas para casos psicóticos modera-

dos e até 300mg a cada 4 semanas para casos graves.

Considerando que era receita ambulatorial, a dose pres-

crita em 4 dias foi quase 10 vezes superior à preconizada.

O médico que denunciou o caso conta que o paciente

evoluiu com 04 PCR (Parada Cardiorrespiratória) devido

à Síndrome do QT Longo, associada à overdose de hal-

dol, e ficou internado em UTI de grande hospital público

de Belo Horizonte, em estado gravíssimo.

• Em Macaúbas/BA, profissional do Mais Médicos

receita Amoxicilina 1 x ao dia para criança. A dose correta

seria: até 3 anos: 125 mg/5 mL – 5 mL de 8 em 8 horas;

ou 3 a 12 anos: 250 mg/5 mL – 5 mL de 8 em 8 horas. A

posologia deve ser aumentada, a critério médico, nos casos

de infecções graves. Para crianças pesando 40 kg ou mais,

deve ser administrada a posologia de adulto. A absorção

de Amoxicilina não é afetada pela alimentação; portanto, a

Amoxicilina pode ser administrada às refeições.

• Em São Miguel dos Campos/AL, profissional enca-

minha paciente do sexo masculino com "perda de líquido

amniótico" (Da gravidez).

• Um médico brasileiro denunciou o caso de uma

gestante na Ilha das Flores/SE que, depois de mais de

uma hora de viagem, chegou aos prantos na urgência

obstétrica porque uma profissional do programa disse

que ela estava perdendo o bebê. O encaminhamento

refere perda de líquido amniótico, BCF 80 bpm, HD:

rotura prematura de membrana e sofrimento fetal agudo.

Na verdade, a paciente tinha corrimento vaginal. Foi tra-

tada e devidamente orientada pela colega da urgência. O

BCF provavelmente era os batimentos da mãe.

• Integrante do Mais Médicos receita a paciente 24

comprimidos de Azitromicina. A posologia recomendada

do antibiótico, de acordo com a infecção, é de uma dose

oral única de 1000 mg para o tratamento de doenças

sexualmente transmissíveis. Para todas as outras indica-

ções, é comum uma dose única diária de 500 mg, que

deve ser administrada durante 3 dias.

• Um intercambista receitou ao paciente diabético a

injeção de insulina humana regular 100UI/mL, a ser apli-

cado 90U pela manhã, 35U de tarde e 35U de noite. Um

médico brasileiro, procurado pelo paciente, corrigiu o

erro da dosagem recomendada e denunciou o intercam-

bista. Ao pesquisar o número do registro que continha

na receita, PMM 31.952 PR, descobriu que ele pertencia

a outra intercambista cubana, e não ao profissional que

atendeu o paciente.

Com informações do blog www.perito.med.br

O Cremers e os demais Conselhos de Medicina estão recebendo inúmeras denúncias de erros

cometidos por profissionais do programa Mais Médicos. Os casos são encaminhados aos

órgãos competentes para as devidas providências legais. O Cremers já entregou ao Ministério

Público Federal denúncias de mais de 30 casos de erros ocorridos no Estado. Confira abaixo

algumas das situações já registradas em outros pontos do país:

8 | Revista CRemeRs | Dezembro - 2014

mais médiCos

mpF quer cubanos recebendo salários diretamente do governo brasileiro

O Ministério Público Federal (MPF) quer que os

profissionais cubanos participantes do programa Mais

Médicos recebam diretamente, sem intermediação da

Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) ou do

governo de Cuba, os R$ 10 mil mensais a que têm direito.

O pedido foi feito pela Procuradoria da República

no Distrito Federal em dois pareceres encaminhados à

Justiça Federal. Hoje, o governo cubano retém a maior

parte desse valor e, por isso, os médicos da ilha ganham

menos do que os profissionais de outros países.

O MPF entende também que o acordo "arrisca o

erário a prejuízos até então incalculáveis", uma vez que

o governo brasileiro não sabe como os recursos são efe-

tivamente gastos depois de repassá-los à OPAS.

Os pareceres são de outubro, mas seu teor foi divul-

gado apenas no dia 3 de novembro, após a eleição. Um

deles se refere a uma ação civil pública movida pelo

CFM, um dos maiores opositores ao programa ao lado

dos Conselhos Regionais. A ação do CFM é mais ampla e

contesta, entre outros pontos, a falta de garantias trabalhis-

tas e a forma como o convênio com Cuba, intermediado

pela OPAS, foi feito. Mas a procuradora Luciana Loureiro

entende que, nessa ação, cabe apenas questionar a forma

como os valores são repassados para os médicos cubanos.

Ela inclusive defende os benefícios que a vinda desses

médicos pode trazer ao Brasil. A procuradora destaca que

correm no Supremo Tribunal Federal (STF) outras ações

questionando a constitucionalidade do programa.

O MPF assinala que cerca de R$ 510 milhões foram

gastos para trazer médicos de Cuba apenas em 2013.

Mas o próprio governo, em documentos encaminhados

à Justiça, admitiu não saber os termos do acordo entre a

OPAS e o governo cubano, e entre o governo cubano e

os seus médicos. Haveria assim, na opinião da procura-

dora, um descontrole sobre o que é feito com o dinheiro

público. Segundo ela, quando questionado sobre isso

na Justiça, o governo informou ter solicitado tais docu-

mentos à OPAS, mas a organização teria se recusado a

repassá-los, alegando cláusula de confidencialidade.

O outro parecer, também da procuradora Luciana

Loureiro, diz respeito a uma ação popular movida pelo

advogado Plínio Gustavo Prado Garcia e tem teor seme-

lhante. O parecer é do dia 14 de outubro, mas, oito dias

depois, o juiz deu sentença extinguindo o processo. O

programa Mais Médicos trouxe 14.462 profissionais ao

Brasil, dos quais quase 80% são cubanos.

O Ministério da Saúde voltou a defender o programa

Mais Médicos, cuja legalidade foi colocada em dúvida

pelo Ministério Público Federal (MPF) em dois pareceres.

O Ministério da Saúde destacou, em nota, que até agora

não sofreu nenhuma derrota judicial nas duas ações

para as quais foram feitos os pareceres. A pasta ressal-

tou ainda que o procurador-geral da República, Rodrigo

Janot, em parecer enviado este ano ao Supremo Tribunal

Federal (STF), entendeu que o Mais Médicos é constitu-

cional. Janot ocupa o cargo mais alto do MPF.

Dezembro - 2014 | Revista CRemeRs | 9

Mobilização garante denominação médico nos diplomas

A mobilização de estudantes, professores e entidades médicas, repetindo o que houve em 2008, conseguiu manter a inscrição MÉDICO nos diplomas dos alunos oriundos dos cursos de Medicina. O Cremers participou ativamente do processo,

atacando o diploma "Bacharel em Medicina" e anunciando as ações dos estudantes contra a medida do governo. Além disso, cedeu um auditório para os futuros médicos realizarem assembleia, que acabou não ocorrendo porque o MEC decidiu manter o

diploma tradicional.

Alunos agradecem apoio do Cremers

O Centro Acadêmico Sarmento Leite, da Faculdade

de Medicina da UFRGS, publicou em sua página do

Facebook, no dia 8 de outubro, um texto a respeito da

confirmação da UFRGS em fornecer diploma de médico

aos formandos de medicina da universidade. Na publi-

cação, o centro acadêmico agradece algumas entida-

des médicas pelo apoio, em especial ao presidente do

Cremers Fernando Weber Matos, por auxiliar na divulga-

ção e abrir espaço na sede do Conselho para o debate.

Confira o texto publicado na íntegra:

“Prezados colegas e professores da Medicina UFRGS

Como todos já estão sabendo, a UFRGS confir-

mou, entre ontem e hoje, que fornecerá diploma de

MÉDICO aos seus formandos da Faculdade de Medicina.

Gostaríamos, portanto, de fazer um agradecimento for-

mal, em nome do CASL e de todos os estudantes bene-

ficiados, a todos que de alguma forma repercutiram o

assunto, que compartilharam nas redes sociais, que fize-

ram barulho e que nos ajudaram nessa enorme pressão

que fizemos em cima da Reitoria! Fica também o agrade-

cimento às entidades que manifestaram apoio e respaldo

às nossas ações, como o SIMERS (e Núcleo Acadêmico

Simers), Conselho Federal de Medicina e, em especial, o

Cremers, na figura do Presidente Fernando Matos, que

inclusive cedeu o auditório em que seria realizada nossa

Assembleia e auxiliou na divulgação.

Dito isso, gostaríamos de agradecer também a todos

os professores da Faculdade de Medicina que nos apoia-

ram nesse assunto que era e continua sendo do maior

interesse dos estudantes. Assim, centralizamos esse

agradecimento nas figuras do Diretor da Famed, profes-

sor José Geraldo, e da Vice-Diretora, professora Lucia

Kliemann, que não descansaram enquanto não houve a

confirmação da inscrição "médico" nos diplomas!

Por fim, fica o agradecimento especial aos maio-

res responsáveis pela manutenção do título de médico

aos formandos de Medicina, que são os estudantes de

Medicina da UFRGS! Muito obrigado por terem compra-

do a ideia e por não terem ficado quietos nesse momento

tão importante! Como aconteceu em 2008, a Medicina

UFRGS foi a primeira a tomar uma atitude contundente,

servindo de exemplo para que as demais faculdades tam-

bém resolvam essa pendência.

Parafraseando nosso colega e ex-presidente Artur

Piccaro, Dale Medicina UFRGS!

Gestão CASL 2014, presidente Rodrigo Elsade.”

10 | Revista CRemeRs | Dezembro - 2014

ConQUista

meC mantém inscrição tradicionalnos diplomas de Medicina

O Cremers recebeu no dia 8 de outubro um memo-

rando emitido pelo Ministério da Educação (MEC) em que

este concorda que a denominação “médico” é a social-

mente reconhecida e tradicionalmente usada nos diplo-

mas dos egressos dos cursos de medicina. Recentemente,

a pasta havia determinado o uso da nomenclatura “bacha-

rel em medicina”, gerando grande comoção no meio aca-

dêmico e entre médicos e Conselhos de Medicina.

Fato semelhante ocorreu em 2008, quando centenas

de estudantes foram às ruas, apoiados pelo Cremers, pro-

testar contra o uso do termo “bacharel em medicina” nos

diplomas. Na ocasião, o MEC também se mostrou sensível

à reivindicação.

Confira o ofício encaminhado pelo Ministério da

Educação:

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO – SECRETARIA DE EDUCAÇÃO SUPERIORMemorando Conjunto n° 03/2014 – SESu/SERES/MEC

Brasília, 6 de outubro de 2014.

Assunto: Diplomas de Cursos de Medicina

1. As Diretrizes Curriculares do curso de Medicina evi-denciam que a graduação em Medicina tem como perfil do formando egresso o médico, sem fazer qualquer distinção entre esse título e o grau conferido. Portanto, as denominações de “Médico” e “Bacharel em Medicina” são equivalentes: os diplomas emitidos com essas nomenclaturas têm exatamente os mesmos efeitos para habilitação profissional.

2. Cabe à universidade, no exercício de sua autonomia, decidir se o diploma será emitido com a denominação de “Bacharel em Medicina” ou de “Médico”. Há que se reconhecer, no entanto, que a denominação de “Médico” é a mais usada tradicionalmente e a que conta com con-solidado reconhecimento social.

3. Quanto à alegação de que os conselhos profissio-nais podem eventualmente se negar a conferir registro profissional, é forçoso reconhecer que não há base legal para a recusa. O próprio Conselho Federal de Medicina (CFM) considera, conforme despacho SEJUR/CFM n° 502/2013, aprovado pela diretoria no dia 19 de dezembro de 2013, e pelo parecer SEJUS/CFM n° 004/2014, aprovado em 18 de janeiro de 2014, que a utilização das duas nomenclaturas estabelece o mesmo

efeito do ponto de vista da habilitação para o exercício profissional dos egressos dos cursos de graduação em Medicina, não havendo do ponto de vista fático distinção entre ambos, apesar de recomendar o uso do termo “Médico” como o mais adequado.

4. O Conselho Nacional de Educação, através do Parecer CNE/CES n° 25/2014, aprovado em 30 de janeiro de 2014, não publicou uma resolução alterando a legislação vigente, mas apenas um parecer dirimindo uma dúvida para um caso concreto, reconhecendo a equivalência entre as duas denominações.

5. Não há, portanto, justificativa para qualquer polêmica neste tema. No que compete ao Ministério da Educação, não há discussão sobre o uso das denominações, inclu-sive considerando que o termo “Médico” no diploma é o mais tradicional e difundido no país.

Adriana Rigon WeksaSecretária de Educação Superior, Substituta

Marta Wendel AbramoSecretária de Regulação e Supervisão da Educação Superior

Dezembro - 2014 | Revista CRemeRs | 11

Representantes de estudantes de várias escolas médicas brasileiras estiveram reunidos no dia 7 de outubro com o novo presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Carlos Vital. Durante o encontro, o grupo discutiu os problemas gerados pela publicação do parecer 25/2014, do Conselho Nacional de Educação (CNE), o qual expressa entendimento de que no diploma do egresso deve constar a nomenclatura "Bacharel em Medicina". Ao fim do encontro, a autarquia divulgou uma nota técnica sobre o tema, com esclarecimentos à sociedade.

Para o CFM, a manutenção de "Médico" no diploma não fere dispositivos legais que classificam a formação como atinente a de curso de bacharelado. De acordo com a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, as universidades têm autonomia para conferir graus, diplomas e outros títulos. Para o enquadramento do médico nas categorias da graduação (bacharelado, licenciatura e tecnologia), o CFM sugere às escolas adotar em um formato de redação em que seja usado o termo "Diploma de Médico" como resultado da conclusão de um curso de bacharelado em Medicina.

estudantes da UFRGS na luta contra alteração do diploma

Rodrigo Costa Elsade,

Presidente do Centro

Acadêmico de Medicina

da UFRGS e vice-presi-

dente do núcleo acadê-

mico do Simers, esteve

reunido com a diretoria

do Cremers no dia 1º

de outubro para expor

as posições acadêmicas

frente à polêmica sobre

os diplomas de medicina. Depois da reunião, Rodrigo

concedeu entrevista à Revista Cremers:

Qual a posição do centro acadêmico a respeito da

mudança da nomenclatura no diploma de medicina?

- Nos posicionamos contrários à decisão de mudar

o nome para "bacharel em medicina". Em 2008 o cen-

tro acadêmico foi bem atuante. Fizemos uma grande

movimentação, e fomos para as ruas protestar e tivemos

sucesso. Eu espero que não chegue a esse ponto agora

em 2014. Nós estamos articulando com a direção da

Faculdade de Medicina para resolver isso.

Qual o principal problema com a mudança para

“Bacharel em medicina”?

- O principal problema é que o “bacharel em medi-

cina” é uma profissão que na verdade não existe. Toda a

regulamentação que existe trata do médico, então não tem

como a gente saber se vai ser possível exercer a profissão

sendo bacharel. Outra questão é que é um curso de 6

anos e a gente entra buscando sair um médico formado e

essa nova nomenclatura muda tudo no meio do caminho.

Teve alguma ocasião em que expediram o diploma

de bacharelado?

- Sim. Foi em 2008. O que acontece é que a

Faculdade de Medicina decidiu que não vai assinar

diplomas que vierem com essa nomenclatura, e a dire-

ção da UFRGS é favorável à mudança. Mas tem vários

cursos que não formam bacharel, como farmácia, medi-

cina veterinária e enfermeira. Ninguém é bacharel em

farmácia, e sim farmacêutico.

Como está a situação de um formando de medicina

agora?

- Complicada. A princípio a Famed não assina diplo-

ma com essa nomenclatura. Se recebermos um diploma

assinado, o Cremers é que não dará o registro. E sem

registro, nós não temos como atuar.

Observação: diante da resistência encontrada, o MEC

recuou e decidiu manter o termo Médico nos diplomas.

CFm discute com estudantes formas de manter termo “médico” em diplomas

12 | Revista CRemeRs | Dezembro - 2014

ConQUista

Laudos e diagnósticos patológicos são prerrogativas dos médicos

A parte conclusiva de um laudo patológico contém um

diagnóstico, sendo, portanto, um documento médico e,

como tal, deve ser realizada por um profissional da área,

conforme determina a lei do Ato Médico (12.842/13).

Esse foi o entendimento da juíza federal Edna Márcia

Silva Medeiros Ramos ao negar liminar solicitada pelo

Conselho Federal de Farmácia (CFF), que pretendia suspen-

der a eficácia da Resolução 2.074/14, do Conselho Federal

de Medicina (CFM), que disciplina responsabilidades dos

médicos e laboratórios de patologia.

Por meio de ação civil pública, o CFF pretendia que

fosse determinada a possibilidade de aceitação e realização

de exames citopatológicos e assinatura de laudos pelos far-

macêuticos, na condição de responsáveis técnicos ou que

atuem em laboratório de análises clínicas, bem como no

tocante ao controle/monitoramento internou e/ou externo

da qualidade dos laudos citopatológicos.

O CFF também pretendia que o CFM se abstivesse de

determinar aos médicos o não reconhecimento e/ou acei-

tação dos exames laboratoriais de análises clínicas sob a

responsabilidade dos farmacêuticos no tocante aos exames

patológicos e afins relativos aos programas de prevenção de

câncer do colo uterino.

O Setor Jurídico do CFM apresentou os contra-argu-

mentos, que foram aceitos pela juíza federal. Ao negar a

liminar solicitada pelo CFF, a magistrada afirmou que não

se exige a participação do médico patologista em todas as

fases do exame, sendo possível ao laboratório realizá-lo e

fornecer as informações (“achados”) ao patologista. A juíza

afirmou, ainda, que segundo a Resolução 2.074/14, a atua-

ção do médico patologista é obrigatória apenas nos casos

de exames positivos.

A magistrada explica que a resolução referida apenas

dá cumprimento aos artigos 2º e 3º da Lei do Ato Médico,

cujo teor deixa claro que o médico desenvolverá suas ações

profissionais no campo da atenção à saúde para, “dentre

outras coisas, estabelecer o diagnóstico e o tratamento das

doenças”. A juíza Edna Márcia argumenta, ainda, que é ato

privativo do médico a indicação do diagnóstico, a emissão

de laudos dos exames endoscópicos e de imagem, dos

procedimentos diagnósticos invasivos e dos exames anato-

mopatológicos, a determinação do diagnóstico nosológico,

este entendido como a determinação da doença que aco-

mete o ser humano.

Muito embora a lei do Ato Médico estipule que a realiza-

ção de exames citopatológicos e emissão dos laudos corres-

pondentes não sejam atos privativos de médico, ela também

estabelece que apenas o médico pode estabelecer o diagnós-

tico das doenças. “Logo, uma vez realizado o exame citopato-

lógico e sendo ele positivo, é óbvio que está inserida aí carga

diagnóstica, cabendo exclusivamente ao profissional médico

fazê-lo, em obediência à Lei do Ato Médico”, conclui a juíza.

Dezembro - 2014 | Revista CRemeRs | 13

ato médiCo

Orientação para atendimento em urgências e emergências

O Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou,

dia 16 de setembro, duas resoluções que normatizam

o trabalho dos médicos em urgência e emergência de

prontos-socorros em hospitais e de Unidades de Pronto-

Atendimento (UPAs). As resoluções 2.077 e 2.079, publi-

cadas no Diário Oficial da União, passam para os gestores

da saúde a responsabilidade sobre problemas como falta

de leitos e demora no atendimento.

Cláudio Balduíno Souto Franzen, médico fisiatra e

representante do RS no Conselho Federal de Medicina,

explica que a medida regulamenta o tempo máximo de

espera do paciente como forma de pressionar o governo

a realizar maiores investimentos na saúde. A partir da

nova norma, conselhos regionais poderão denunciar

instituições que não respeitarem o tempo máximo e até

responsabilizar judicialmente seus titulares. "O CFM está

normatizando uma forma de atendimento. As pessoas

ficam 5, 8, 12 horas, e isso é um absurdo. Já que o governo

não fez o que deveria, coube ao CFM baixar essa normati-

va. Caberá aos CRMs fiscalizar."

Confira as principais mudanças:

RESOLUÇÃO CFM nº 2.077/14

Normatiza o funcionamento dos Serviços Hospitalares

de Urgência e Emergência. Fica determinado que o

tempo de espera para ser classificado deverá tender a

zero, com os tempos de espera diferenciais para acesso

ao médico emergencista não ultrapassando, na categoria

de menor urgência, 2 horas.

O tempo máximo de permanência dos pacientes nos

Serviços Hospitalares de Urgência e Emergência será de

até 24h, depois o indivíduo deverá ter alta, ser internado

em uma ala do hospital ou transferido. Proíbe a internação

de pacientes nestes serviços de urgência e emergência.

RESOLUÇÃO CFM nº 2.079/14

Dispõe sobre a normatização do funcionamento das

Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e outros esta-

belecimentos 24h não hospitalares. O tempo máximo de

espera de 2h também é determinado nas UPAs, assim

como a permanência de até 24h na unidade, sendo de

responsabilidade do gestor a garantia de referência a

serviço hospitalar para internação, em casos que ultra-

passarem o tempo estabelecido.

Sociedade pode ajudar na fiscalizaçãoEm entrevista à Rádio Gaúcha, no dia 17 de setembro,

o presidente do Cremers, Fernando Weber Matos, falou

sobre as resoluções publicadas, destacando que elas têm

pontos positivos, mas admitiu dificuldade na implantação

em todos os seus itens.

Matos acredita que a falta de área física, de equi-

pes de saúde e de medicamentos nos pronto atendi-

mentos são os principais obstáculos. Além disso, seria

necessário aumentar a equipe que atende no setor de

emergência e urgência. Fernando Matos também fez

uma ressalva a respeito das mudanças nos serviços, a

partir da publicação das normas.

"Nós não podemos esperar que uma realidade que

se arrasta por 30 anos de descaso com a saúde seja

resolvida em um dia. Temos que abrir diálogo com as

partes, estudar cada caso, ver aspectos que podem ser

corrigidos de maneira emergencial e até situações que

não estão na resolução, porque cada estado tem uma

realidade diferente e precisa de soluções diferentes.

Então, vamos tentar dialogar para encontrar soluções

tanto no serviço público como no privado coisa que nós

sempre fizemos."

14 | Revista CRemeRs | Dezembro - 2014

emerGênCias

resolução do Cremers serviu de base para o CFM

Preocupado com a sobrecarga de trabalho dos médi-

cos e a qualidade da assistência nas urgências e emergên-

cias, o Cremers há três anos editou resolução – até então

inédita no país – limitando o número de atendimentos por

médico segundo a classificação de risco.

A Resolução nº 7/2011 foi publicada no Diário

Oficial da União do dia 12 de setembro. A iniciativa teve

repercussão amplamente favorável entre os médicos do

Estado e também de outros pontos do País. O mesmo

aconteceu com a Resolução sobre a Vaga Zero, editada

em junho daquele ano.

O presidente do Cremers, Fernando Weber Matos,

lembra que o objetivo era de assegurar atendimento de

melhor qualidade aos pacientes e também proporcionar

melhores condições de trabalho aos médicos, que muitas

vezes ficam sobrecarregados em seus plantões.

Confira o que determina a Resolução:Artigo 1º - No atendimento de pacientes com alto

risco de morte (classificados como vermelho e laranja no

protocolo de Manchester ou equivalente) que necessitam

de observação médica constante, hospitalização e assis-

tência equivalente à oferecida em Unidade

de Terapia Intensiva, deverá ser observada

a relação de um médico para o máximo de

dez pacientes.

Parágrafo Único - Para realizar o aten-

dimento a esse grupo de pacientes com

alto risco de morte é recomendável que o

médico possua especialidade em Terapia

Intensiva ou Capacitação em emergência.

Artigo 2º - No atendimento de pacien-

tes (com no protocolo de Manchester ou

equivalente), que necessitam avaliação

diagnóstica e tratamento medicamentoso,

deverá ser observada a relação de um médico para o

atendimento máximo de até 14 (quatorze) pacientes por

turno de quatro horas.

Parágrafo Único - O agendamento e a prioridade de

atendimento desse grupo de pacientes devem ser orde-

nados em função da classificação de risco (protocolo

Manchester ou equivalente).

Artigo 3º - Compete ao Diretor Técnico e ao Diretor

Clínico do Hospital a formação de equipes para tais

atendimentos.

Artigo 4º - O Diretor Técnico é o responsável por

adequar o número de médicos e os meios de trabalho

em consonância com os dispositivos desta Resolução,

principalmente nas situações de aumento de demanda

de pacientes e superlotação de leitos hospitalares.

Artigo 5º - Compete ao Diretor Técnico fornecer as

condições ideais e dignas para a prestação do atendi-

mento médico eficiente e com qualidade, no prazo máxi-

mo de trinta dias a partir da publicação desta Resolução.

Artigo 6º - Esta Resolução entrará em vigor trinta

dias após a publicação. Sendo que seu descumprimento

implicará falta ética, sujeita às sanções legais.

Dezembro - 2014 | Revista CRemeRs | 15

Reunião com diretores técnicos para debater resolução do CFm

Diretores técnicos e representantes dos principais

hospitais de Porto Alegre estiveram reunidos com a

diretoria do Cremers no dia 25 de setembro para discutir

pontos da Resolução CFM nº 2077/14, que regulamenta

o fluxo de atendimento nas emergências hospitalares. O

presidente Fernando Matos abriu o encontro, lembran-

do que as determinações do Conselho Federal visam à

maior agilidade e qualidade no atendimento, além de

oferecer melhores condições de trabalho aos médicos

e demais profissionais da saúde que atuam nessa área.

O coordenador das Câmaras Técnicas do Cremers,

Jefferson Piva, repassou pontos das resoluções e apresen-

tou um rol de perguntas frequentes elaborado pelo coor-

denador da Câmara Técnica de Urgência e Emergência

do CFM, Mauro Ribeiro.

Perguntas mais frequentes relacionadas à Resolução

CFM 2077/2014

1. Quais as vantagens da implantação do

Acolhimento com Classificação de Risco?

A grande vantagem é que o paciente passa a ser

atendido pelo grau de complexidade de sua doença, e

não por ordem de chegada ao PS. Isto evita que pacien-

tes com doenças graves fiquem aguardando atendimen-

to, enquanto outros com agravos de menor complexida-

de são atendidos.

2. Ao determinar que todo paciente que se dirige ao

PS não pode ser liberado sem ser atendido por um médi-

co, a resolução não vai piorar a superlotação do setor?

O risco para a saúde do paciente que é liberado por

enfermeiros ou outros funcionários sem atendimento

médico é real, pois o paciente pode ser oligossintomático

apesar de estar com doença grave, daí a obrigatoriedade

de ser atendido por um médico, que é o profissional que

tem competência para realizar diagnóstico de doenças.

No entanto, nada impede que o gestor municipal

ou estadual estabeleça fluxos de atendimento em urgên-

cia e emergência que normatizem que o paciente com

doenças de menor complexidade procurem os postos de

saúde para realizarem o primeiro atendimento.

3. Estabelecer 2 h como tempo máximo de atendi-

mento aos pacientes com doenças de menor complexi-

dade e de 24 h como tempo máximo de permanência

no PS não são determinações fora da realidade das

emergências no Brasil?

Sem dúvida, desde que se aceite como correto o

subdimensionamento da equipe médica que existe hoje

Cremers, através de suas câmaras técnicas, reuniu diretores técnicos para debater a resolução CFM nº 2077/14

16 | Revista CRemeRs | Dezembro - 2014

emerGênCias

no setor de emergência no Brasil. No entanto, caso se

implante o que determina a resolução, é perfeitamen-

te possível cumprir o tempo máximo de 2 h, já que

a mesma quantifica a equipe médica, estabelecendo

exclusivo médico para atender na sala de reanimação,

na sala de observação e outros apenas para atendimento

de consultas.

O tempo máximo de 24 h para a permanência do

paciente no PS é mais do que suficiente para que se

determine qual o destino do mesmo, se terá alta ou será

internado, neste caso sendo transferido para o leito de

retaguarda do hospital, saindo das dependências do PS.

O que ocorre atualmente é que o paciente permanece

no setor, muitas vezes existindo leitos vagos nos andares.

4. A resolução não atribui responsabilidade em

excesso ao médico plantonista do PS?

Não, pelo contrário, a resolução protege o plantonis-

ta, pois a mesma atribui ao diretor técnico e ao gestor,

de forma clara, a responsabilidade para a solução dos

problemas do PS. Na realidade, hoje, o plantonista está

totalmente desprotegido, pois não tem a quem recorrer

em situações de caos.

5. No que a resolução melhora a assistência ao

paciente?

Atribuindo responsabilidade aos médicos planto-

nistas e especialistas voltdas à assistência ao paciente,

estabelecendo a obrigatoriedade do Acolhimento com

Classificação de Risco, determinando fluxos para aten-

dimento dos pacientes no PS, garantindo leitos de reta-

guarda e UTI, disciplinando a “vaga zero”, atribuindo

responsabilidade aos gestores, incluindo o Ministério

Público em sua função constitucional para garantir o

direito dos pacientes.

6. A obrigatoriedade de se dispor de leitos de reta-

guarda aos pacientes oriundos do PS não é utópica?

Isto não obrigará os médicos a darem alta prematura

para os pacientes?

Não, pois o paciente tem o direito de ter um leito

no hospital para recebê-lo quando for internado pelo

PS. Caso não haja leito de retaguarda para receber o

paciente, o coordenador de fluxo do PS ou o diretor téc-

nico do hospital devem comunicar o gestor que deverá

providenciar a transferência do paciente para hospital da

rede que tenha leito de retaguarda disponível, ou compre

o mesmo na rede privada.

É óbvio que nenhuma norma pode forçar o médico

a dar alta precoce para o paciente, pois isto afronta o

Código de Ética Médica. A responsabilidade para que

existam leitos de retaguarda para os pacientes oriundos

do PS não é do médico plantonista, e sim do diretor téc-

nico ou do gestor (municipal ou estadual).

7. O que o médico plantonista do PS deve fazer

em situação de superlotação do PS, de pacientes que

necessitam de UTI sem leito disponível, e quando recebe

paciente em “vaga zero” sem condições de interná-lo?

Deve atender o paciente oferecendo a ele o melhor

dentro das condições existentes. A seguir, deve comu-

nicar o coordenador de fluxo e, na ausência deste o

diretor técnico, para que comunique o CRM e acione

o gestor municipal ou estadual, para que a solução dos

problemas seja encaminhada. Caso o gestor não tome as

providências necessárias, o diretor técnico deve acionar

o Ministério Público para que este avalie a pertinência de

mover ação contra o gestor.

8. Por que o médico plantonista do PS deve aceitar

receber o paciente em “vaga zero”?

A “vaga zero”, embora seja uma situação aberrante,

que evidencia a falência do atendimento de urgência

e emergência no Brasil, garante o acesso de paciente

em risco de morte ou sofrimento intenso, a serviço de

maior complexidade que possa atendê-lo dentro de suas

necessidades.

9. A resolução resolve de forma imediata todos os

problemas dos PS do Brasil?

A Câmara Técnica de urgência e emergência do CFM

é constituída por médicos de reconhecida competência,

que efetivamente trabalham em urgência e emergência.

Não existe solução simples para problemas comple-

xos, e este é o caso para a crise nos prontos-socorros

brasileiros. Não temos ilusão de que os mesmos serão

solucionados com a simples publicação das resoluções,

no entanto estas apontam soluções de implantação

imediata e a médio e longo prazo, trazendo o Ministério

Público para que exija dos gestores, a quem cabe a

responsabilidade da solução dos problemas, para que

participem de forma mais efetiva na busca das soluções.

Dezembro - 2014 | Revista CRemeRs | 17

Cremers atuante desde que foi anunciado o programa mais médicos

2013 21/06 Presidente Dilma Rousseff faz pronunciamento

em cadeia nacional e anuncia que trará médicos estrangeiros para atender no SUS.

08/07 Anunciado o Programa Mais Médicos através da publicação da Medida Provisória 621.

16/07 Cremers e entidades médicas realizam manifestação pública e passeata contra Mais Médicos e pela valorização dos profissionais brasileiros.

Desde que o governo federal anunciou a vinda de milhares de profissionais de outros países,

especialmente de Cuba, para prestar atendimento como médico no SUS, o Cremers tem

atuado forte na defesa da sociedade e do médico registrado de acordo com a legislação nos

Conselhos de Medicina. Para isso, promoveu e participou de ações políticas, emitiu resoluções

de repercussão nacional e ingressou com inúmeras medidas judiciais, entre as quais a que

exigia do governo o nome de tutores e preceptores dos intercambistas, objetivo atingido

no final do mês de novembro, dois dias depois da publicação no Diário Oficial da União da

Resolução Cremers 02/2014, que dispõe sobre o assunto.

Confira as ações do Cremers: 15/08 Cremers entra com ação civil pública contra a União, pedindo antecipação de tutela para não ser obrigado a registrar médicos do Programa sem a revalidação do diploma e, quanto aos estrangeiros, sem a apresentação do certificado Celpe-Bras de proficiência em língua portuguesa.

20/08 Justiça indefere pedido de antecipação de tutela do Cremers.

21/08 Cremers interpõe agravo de instrumento (recurso).

29/08 Representantes do Ministério da Saúde, acompanhados da Advocacia-Geral da União, protocolam os primeiros pedidos de registro no Cremers. A comitiva, que não havia comunicado o Cremers de sua presença neste dia, também foi acompanhada de toda a imprensa da capital. Foram os primeiros pedidos protocolados no país, tornando o RS um centro de atenções (e pressões) do Governo Federal.

04/09 Cremers participa de audiência pública sobre a revalidação de diplomas e registro de médicos estrangeiros na Assembleia Legislativa. No mesmo dia, o então presidente do Cremers, Rogério Wolf de Aguiar, questiona a legitimidade do Programa na Câmara Federal.

10/09 TRF4 não dá provimento ao agravo de instrumento do Cremers.

18 | Revista CRemeRs | Dezembro - 2014

mais médiCos

Cremers atuante desde que foi anunciado o programa mais médicos

11/09 Cremers envia ofício ao Ministério da Saúde para que documentação dos médicos seja complementada, especialmente com relação aos diplomas, endereços e tutores. O ministério nada responde.

13/09 Pessoas ligadas ao MST organizam um movimento chamado “Ocupa Cremers” na rede social Facebook. Por motivos de segurança, tendo em vista os violentos protestos que haviam sido registrados em junho, o Cremers fechou suas portas.

A Advocacia-Geral da União acusou o Conselho de estar adotando medidas protelatórias para não emitir os registros, e tem amplo eco na imprensa nacional.

16/09 Cremers entra com novo pedido de liminar específica sobre a as informações e documentos solicitados ao Ministério da Saúde. Entrou, por cautela, com ação ordinária com o mesmo questionamento, para o caso de a juíza entender que os pedidos extrapolariam o objeto da Ação Civil Pública.

16/09 No mesmo dia, a AGU emite parecer afirmando que os documentos relacionados na MP 621 como necessários e suficientes não podem ser questionados e que os Conselhos não têm o direito de exigir documentos não previstos nas normas que regem o Programa, tampouco nomes de tutores e supervisores, que não teriam qualquer responsabilidade sobre os atos dos médicos intercambistas. Ameaça, ainda, obrigar os Conselhos a arcarem com os custos das bolsas dos médicos do Programa caso os registros não sejam expedidos.

18/09 A União acosta, em juízo, os documentos faltantes dos oito primeiros pedidos de registro.

19/09 Justiça Federal indefere as liminares, mas declara que os Conselhos podem indeferir inscrições quando faltarem os documentos listados na MP 621. Apesar das decisões contrárias na Justiça,

o Cremers defere os registros de 19 médicos do Programa, tendo em vista a complementação da documentação necessária no processo judicial. Os primeiros registros liberados no Brasil seriam entregues em reunião com a coordenação do Mais Médicos, marcada para as 14h, mas o encontro foi cancelado pelo próprio Ministério da Saúde às 16h26min.

No mesmo dia, às 16h47min, mesmo com os deferimentos de 19 pedidos, a União ajuizou uma demanda contra o Cremers alegando que a instituição estaria protelando a concessão dos registros. Menos de duas horas depois, a União teve seu pedido deferido pela Justiça, que determinou que o Cremers fornecesse os registros (que já haviam sido expedidos) em até 72 horas. Em seu site, a AGU publica notícia dizendo que “Justiça manda Cremers registrar médicos”. O Conselho está recorrendo dessa liminar.

23/09 Representantes do Ministério da Saúde buscam os registros no Cremers. Até o final do dia, outros 5 são expedidos.

24/09 Mais 5 registros são deferidos, restando 11 pendentes de documentos previstos no Decreto 8040/13.

25/09 Cremers publica nota oficial esclarecendo suas ações aos médicos e à população.

Dezembro - 2014 | Revista CRemeRs | 19

08/10 Cremers edita a resolução Cremers 05/2013, que normatiza a atuação dos médicos incluídos no Projeto Mais Médicos no âmbito do Estado do Rio Grande do Sul.

15/10 Cremers publica nota em jornais com os principais tópicos da Resolução 05/2013, que serviria de base para resolução nacional do CFM.

25/10 O Conselho envia ao Ministério da Saúde/Coordenação do Mais Médicos e ao Ministério Público Federal um relatório sobre um integrante do programa que prescreveu de maneira inadequada um antibiótico. A equipe de fiscalização do Cremers foi ao posto onde atuava o intercambista (em Tramandaí) e constatou uma série de falhas no atendimento de um paciente, cuja família acabou recorrendo aos serviços de um hospital de Novo Hamburgo.

20/11 Cremers começa a encaminhar ao Ministério Público Federal denúncias de erros cometidos por intercambistas do programa. Já são mais de 30 casos enviados aos órgãos competentes.

201402/01 O cubano Maikel Ramirez Valle substituiu um

médico brasileiro no Pronto-Atendimento 24 horas de Candiota/RS. A prática é proibida pelas regras do programa, que limita o atendimento dos estrangeiros às Unidades Básicas de Sáude (UBS). O Cremers tomou conhecimento do caso e abriu sindicância para apurar o episódio

ocorrido. Os limites dos intercambistas do Mais Médicos estão definidos na Lei 12.871 de 2013.

16/01 Extinta a ação do Cremers que tinha como objetivo não inscrever médicos sem a revalidação dos diplomas emitidos por universidades estrangeiras e sem o Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa, conforme prevê a legislação. A ação perdeu o objeto após a conversão em Lei da MP 621/2013, que criou o programa. A partir da conversão, a responsabilidade sobre o registro dos intercambistas passou a ser do Ministério da Saúde, fugindo da alçada dos Conselhos de Medicina. Diante disso, tanto o Cremers quanto o Ministério Público Federal concordaram com a extinção do processo.

31/03 A Justiça Federal determina que a União forneça os nomes dos tutores e preceptores participantes do Programa Mais Médicos e também os endereços onde atuam. Sem essas informações, os Conselhos de Medicina não conseguiam exercer plenamente as atribuições que lhe competem por lei. A iniciativa do Cremers foi pioneira no país.

07/04 Cremers publica nota em jornais com o título Conquistas dos Médicos e da Sociedade Gaúcha, destacando decisão judicial sobre nomes de tutores e preceptores.

16/04 Ação do Cremers faz prefeitura de Teutônia/RS desistir de demitir médica brasileira para dar lugar a intercambista. A médica, que tinha um contrato válido até agosto, seria demitida no dia 17 de abril. O município estava recebendo três médicos cubanos na ocasião. O Cremers reagiu, inclusive chamando a atenção dos meios de comunicação para o problema.

21/11 Cremers publica Resolução nº 02/2014, que dispõe sobre a responsabilidade ética dos médicos supervisores e tutores acadêmicos no âmbito do Programa Mais Médicos. A norma prevê, entre outras determinações, que a responsabilidade ética compartilhada poderá implicar a eventual responsabilização dos médicos supervisores e tutores acadêmicos por infrações éticas cometidas pelos intercambistas, a ser apurada no âmbito do Conselho.

20 | Revista CRemeRs | Dezembro - 2014

mais médiCos

Fórum Aspectos Atuais, Éticos e Legais na prática médica

A exemplo do que já fez em

outros municípios em que há facul-

dades de Medicina, o Cremers

promoveu no dia 31 de outubro,

em Pelotas, nova edição do Fórum

Aspectos Atuais, Éticos e Legais na

Prática Médica. O evento foi orga-

nizado com o apoio das faculdades

de medicina da UCPEL e da UFPEL

e dirigido aos estudantes, professo-

res e médicos da região.

Nesta edição, o destaque foi

a realização de um julgamento

simulado de processo ético-pro-

fissional. De acordo com o pre-

sidente Fernando Weber Matos,

poder assistir como acontece um

julgamento é uma oportunidade

singular, pois a maioria dos alunos

e médicos jamais viu o como se

desenrola essa situação, uma vez

que só conselheiros, advogados e

partes envolvidas têm acesso a esse

procedimento.

O Fórum, que também abordou

as funções e atribuições do Conselho,

foi organizado pelo vice-presidente

Rogério Aguiar. Participaram ainda

do evento, além do presidente do

Cremers, o diretor do curso de medi-

cina da UCPEL, Carlos Edmundo

Gastal, e a vice-diretora da faculdade

de medicina da UFPEL, Denise Mota.

Representando o Cremers, estive-

ram Isaias Levy, primeiro secretário;

Cláudio Franzen, segundo secre-

tário; Ismael Maguilnik, tesoureiro;

Regis de Freitas Porto, corregedor;

Antonio Celso Ayub, coordenador

da Comissão de Fiscalização; Iseu

Milman, coordenador do patrimônio;

Tomaz Barbosa Isolan, coordenador

Regional das Delegacias Seccionais,

e Victor Hugo Pereira Coelho, dele-

gado Seccional de Pelotas.

Presidente Fernando Matos coordenou o fórum realizado dia 31 de outubro, em Pelotas

Dezembro - 2014 | Revista CRemeRs | 21

deleGaCias

Promovido pelo Cremers, o II Fórum de Atualização

em Medicina do Tráfego e Acidentes foi realizado nos

dias 6 e 7 de novembro, reunindo perto de 200 inscri-

tos. Nos dois dias, especialistas debateram uma série de

questões envolvendo o tema, com ênfase para os aciden-

tes de trânsito nas estradas e nas cidades.

O encontro foi conduzido pelo primeiro secretário do

Cremers, Isaias Levy, que defendeu a necessidade de valori-

zação dos médicos que atuam no setor, com a contratação

de médicos especialistas para trabalhar na medicina do

tráfego. “O número de vítimas de acidentes no país é equi-

valente ao de uma guerra como a do Vietnam. Providências

precisam ser tomadas com urgência”, resumiu Levy, que

representou o presidente Fernando Weber Matos.

O coordenador das Câmaras Técnicas do Cremers,

Jefferson Piva, também manifestou sua preocupação com

o elevado índice de mortos e sequelados em consequên-

cia dos acidentes. “Estamos diante de uma epidemia.

Nosso objetivo nesse evento é debater os aspectos médi-

cos e legais que envolvem o assunto e buscar soluções

para esse problema que aflige a sociedade”, comentou.

O presidente da CT de Medicina do Tráfego, Juarez

Monteiro Molinari, cobrou maior valorização dos médi-

cos que trabalham na área. “Muitos colegas são apro-

vados nos concursos e sequer assumem ou então ficam

alguns meses e saem porque o salário é pouco convida-

tivo. É preciso valorizar adequadamente esses profissio-

nais”, frisou, agradecendo as presenças de autoridades e

especialistas em tráfego.

Participaram também da abertura do fórum o pre-

sidente da Abramet do Brasil, José Heverardo da Costa

Montal, que anunciou a realização de um evento nacio-

nal em setembro, em Gramado; Sérgio Renato Teixeira,

presidente do Cetran/RS; e Ildo Mário Szinvelski, diretor

técnico do Detran/RS.

Na sequência, uma mesa redonda debateu a visão

do Judiciário sobre a saúde, com palestra do juiz

federal Francisco Donizete Gomes e moderação do

presidente da Comissão Especial de Saúde da OAB/RS,

Imar Santos Cabeleira.

II Fórum de medicina do tráfego

Após a abertura, teve início a mesa redonda que debateu a visão jurídica sobre o direito à saúde. A mesa, coordenada por Isaias Levy, contou com palestra do juiz federal Francisco Donizete Gomes, com moderação do presidente da Comissão de Saúde da OAB/RS, Imar Santos Cabeleira. O palestrante apresentou as principais

ementas que ajudam a fundamentar decisões da Justiça Federal sobre demandas da saúde. “Orientação sobre o sistema e correto encaminhamento do paciente evitam 50% da judicialização”, considerou. Cabeleira, referindo-se aos casos não previstos pelo SUS, questionou a interferência do sistema no ato médico e no direito do cidadão por questões técnicas e burocráticas.

Judicialização na saúde

Abertura do evento organizado pelas câmaras técnicas foi aberto em sessão coordenada pelo diretor Isaias Levy

22 | Revista CRemeRs | Dezembro - 2014

atUalização

socorro nas rodovias e nas cidades

O segundo dia de evento começou com uma

miniconferência sobre acidentalidade e educação no

trânsito. Denilson da Silva, diretor geral adjunto do

Detran-RS, explicou o funcionamento da Escola Pública

de Trânsito, que oferece cursos para crianças, jovens

e adultos. Detalhou, também, a abrangência e carac-

terísticas da Balada Segura e a ampliação de projetos

educativos para o interior. “Nosso objetivo é a constru-

ção de uma cultura de valorização da vida”, refletiu. O

presidente do Conselho Estadual de Trânsito (Cetran-

RS), Sérgio Renato Teixeira, abordou a estrutura e

funcionamento do órgão. Ele revelou que a instituição

até hoje não contava com um médico em seu grupo

de conselheiros, mas existe a previsão de que um seja

nomeado pelo governador do Estado. “Falta legislação

para organizar o Cetran”, revelou. A atividade foi coor-

denada pelo primeiro secretário Isaias Levy.

Acidentalidade e educação no trânsito

O atendimento do Samu nas estradas foi outro tema

muito interessante debatido no encontro. O coordenador

da mesa, conselheiro Paulo Amaral, explicou o fluxo do

Samu e ponderou que, no litoral norte do Estado, seu

funcionamento é mais significativo devido à visibilidade

da região. Maria Rita de Assis Brasil, diretora do Simers e

membro da CT de Emergência, descreveu o panorama da

atividade: falta formação e qualificação dos profissionais,

as emergências são deficitárias em termos de equipe e

equipamentos, médicos são responsabilizados por falta

de ambulâncias e outras cenas que afetam o cotidiano

dos emergencistas. “O resguardo da atividade médica

é fundamental nesse quadro em que somos vítimas dos

gestores”, disse. O cirurgião de trauma do HPS Ricardo

Breigeron lembrou que a segurança da cena de acidente

na estrada é fundamental para o atendimento e ressaltou:

“Essas equipes muitas vezes não têm médico; a ambu-

lância pré-hospitalar não pode ser um carro que carrega

pacientes, precisa ter condições de atendimento”. Luiz

Alexandre Alegretti Borges revelou que há poucos hospi-

tais que recebem emergências violentas e que o contato

entre médicos das instituições facilita o referenciamento.

“O grande problema não são os pacientes graves, mas os

sem gravidade que não precisariam estar na emergência

ou que chegam sem comunicação”, frisou.

Dezembro - 2014 | Revista CRemeRs | 23

A mesa seguinte, coordenada pelo membro da CT

de Medicina do Tráfego Trajano Henke, abordou a deli-

cada questão das adaptações veiculares e isenções de

impostos para mulheres mastectomizadas, com foco na

Resolução nº 425/12 do Contran. O presidente da Ajuris,

Eugênio Couto Terra, lembrou que o diálogo entre direito e

medicina é fundamental, especialmente quando o médico

tem que explicar ao juiz por que a intervenção é neces-

sária. “O princípio da dignidade humana é maior que o

regramento legal, pois este nem sempre atende a certas

necessidades sociais”, apontou. Paulo Afonso Santos Filho,

coordenador da Unidade Médica e Psicológica do Detran/

RS, elencou os trâmites pelos quais passa a requerente à

isenção de impostos ou adaptação veicular, ressaltando

que o órgão é sensível a todas as questões de deficiência

física. A mastologista Maira Caleffi encerrou a mesa com

uma palestra sobre as consequências físicas da mastecto-

mia, passando também pelo impacto financeiro da doen-

ça sobre as pacientes e os avanços na área da mastologia

que, hoje, mutilam menos.

adaptações veiculares e mastectomia

daltonismo e mobilidade urbanaA programação da tarde de sexta-feira, dia 7, ini-

ciou com a conferência “Discromatopsias no Trânsito:

aspectos atinentes ao Daltonismo”. Participaram na

ocasião o professor titular de oftalmologia da UFRGS,

Jacó Lavinsky, o representante da Junta Médica Especial

do Detran/RS Francisco José de Lima Bocaccio, o pre-

sidente da Abramet, José Heverardo Montal, e a chefe

da Divisão de Habilitação do Detran/RS, Sibele da

Silva Batezini.

O professor Lavinsky apresentou um breve histó-

rico do daltonismo. Estima-se que há 8,5 milhões de

daltônicos no Brasil, em sua maioria homens. A doença

apresenta vários níveis, podendo ocorrer a perda das

três cores (vermelho, verde ou azul) enxergando tudo em

preto e branco, ou a perda de duas ou uma. A maneira

mais eficaz de se diagnosticar é com o Teste de Ishihara,

que consiste na exibição de vários cartões com pontos

coloridos, nos quais a pessoa com visão normal conse-

gue identificar determinados números.

A mobilidade urbana está condicionada a um padrão

de cores, o que dificulta a locomoção do condutor dal-

tônico. Francisco Bocaccio defendeu que é necessário

fazer o diagnóstico da doença durante o processo de

obtenção da CNH. Só assim será possível obter dados

como quantos daltônicos dirigem, ou quantos se envol-

veram em acidentes. Sibele Batezini concordou que o

exame deve ser feito e declarou: “O bem maior que é a

segurança e a vida tem que ser preservado. Não pode-

mos nos diminuir das nossas responsabilidades”.

24 | Revista CRemeRs | Dezembro - 2014

atUalização

atendimento pré-hospitalar

O atendimento pré-hospitalar foi o tema da mesa seguinte, coordenada pelo coordenador de Patrimônio Iseu Milman. O presidente da CT de Emergências do Cremers, Luiz Alexandre Alegretti Borges, repassou as ações do Cremers e do CFM para melhorar as condições de trabalho dos médicos, que refletem em melhor atenção aos pacientes. Ele ressaltou a importância da formação adequada do médico emergencista e da articulação de forças entre SAMU, bombeiros, polícia e outros agentes. O palestrante esmiuçou as resoluções do Cremers que regulamentam aspectos do atendimento nas emergências, em

especial as Resoluções nº 05, 07 e 09 de 2011, que dispõem sobre vaga zero, número de pacientes por médico e regulação de leitos, respectivamente.

desafios no trânsitoA mesa redonda intitulada “Desafios no Trânsito

– Ações Concretas para Valorização da Vida, Meio

Ambiente, Mobilidade, Segurança e a Punição aos

Infratores” discutiu o funcionamento, na prática, das

normas de trânsito e como são aplicadas as punições.

Participaram da mesa o diretor da Abramet e CT

Medicina do Tráfego, Ricardo Irajá Hegele, o presi-

dente da Abramet, José Heverado da Costa Montal,

o diretor técnico do Detran/RS, Ildo Mário Szinvelski,

o promotor de justiça criminal da Capital do Estado,

Fabiano Dallazen, e o diretor do Depto. Centro Controle

Integrado da SSP/RS, Cel. Antônio Scussel.

Durante a discussão, foram apontadas questões

como a necessidade de uma nova conduta dos motoris-

tas e legisladores, o valor das multas e a sua constante

majoração e a impunidade em vários casos de violência

no trânsito. Nas considerações finais, o presidente da

Abramet, José Heverado da Costa Montal, declarou que

se faz necessária a valorização do trabalho médico para

que, atuando junto com os profissionais do trânsito, seja

promovida maior segurança.

avaliação mentalUma miniconferência trouxe ao Fórum uma visão

interdisciplinar da medicina do trabalho e da psiquiatria em

relação à segurança no trânsito. Com o tema “Avaliação

Mental de Motoristas Profissionais”, o debate contou com

o vice-presidente do Cremers, Rogério Wolf Aguiar, o

membro da CT de Medicina do Trabalho do Cremers João

Alberto Maeso Montes, o coordenador da Unidade Médica

e Psicológica, Paulo Afonso Santos, e o membro da CT de

Medicina do Tráfego Ricardo Irajá Hegele.

Durante a exposição, João Alberto Maeso Montes

esclareceu que os trabalhadores com contrato via CLT

são avaliados com exames físicos, laboratoriais e ainda

pareceres de especialistas de acordo com a necessidade.

Diante disso, ele indagou “como ficam os motoristas

autônomos?”, pois sem passar por exames, podem colo-

car em risco a segurança no trânsito.

Dezembro - 2014 | Revista CRemeRs | 25

1. Constituir um grupo multidisciplinar (CREMERS, IMAMA,

DETRAN) para debater, estudar e propor sugestões para

adequação da situação das mulheres mastectomizadas

que pleiteiam o acesso aos benefícios da legislação de

isenção de impostos para adquirir veículos adaptados.

2. Constituir um grupo de trabalho multidisciplinar com

apoio técnico da CT Medicina do Tráfego do CREMERS

e CONTRAN (Conselho Nacional de Trânsito), visando

restabelecer a importância do exame adequado para a

identificação de discromatopsias capazes de represen-

tar risco real para a condução de veículos automotores.

3. Constituir um grupo de trabalho transdisciplinar com

a participação do CREMERS, ABRAMET/RS Ministério

Público, Brigada Militar, DETRAN/RS, com o objetivo

de identificar situações de mobilidade que exigem

ações imediatas visando à redução na prevalência de

acidentes no trânsito.

4. Que se obtenha junto ao Detran-RS o cumprimento da

Resolução 425/2012 no que se refere às condições de

trabalho e melhor valorização do trabalho do médico

perito examinador.

5. Que se gestione junto ao Detran-RS a efetivação de um

diretor/coordenador médico rspecialista em medicina de

Tráfego para suprir as demandas legais e técnicas junto à

autarquia, conforme Resolução CFM 2007/2013.

6. A manutenção do Fórum Anual de Atualização em

Medicina do Tráfego e Acidentes do CREMERS como refe-

rência para debater e propor soluções no enfrentamento

dos problemas relacionados à saúde e ao trânsito.

o Centro estadual de Vigilância em saúde solicitou parecer da Câmara técnica de hematologia visando “definir medidas e regularizar a exigência e necessidade de obtenção da Certidão de regularidade nos serviços de hematologia”; especificamente no que se refere à responsabilidade técnica de serviços de hemoterapia por não especialistas.

Do ParecerA Diretoria do Cremers baseada nas considerações da Câmara Técnica de Hematologia emitiu o seguinte parecer:A Resolução CFM 2007/2013 é bastante clara quando exige a titulação em área específica para que o médico possa exercer o cargo de chefe de serviço de especialidade. Baseado nesse pressuposto, o Cremers não tem liberado o alvará sanitário para os serviços de hemoterapia em

que o responsável técnico não apresente a titulação de especialidade na área de hematologia.Por outro lado, a RDC ANVISA 34/2014 que dispõe sobre as boas práticas no ciclo do sangue, em seu artigo 6º refere que “O serviço de hemoterapia deve estar sob responsabilidade técnica de profissional médico, especialista em hemoterapia ou hematologia, ou qualificado por órgão competente devidamente reconhecido para este fim pelo Sistema Estadual de Sangue, que responderá pelas atividades executadas pelo serviço”. Considerando o reduzido número de profissionais com titulação específica na área de hematologia para chefiar serviços de banco de sangue nos diversos municípios do Rio Grande do Sul, o Cremers entende que naqueles serviços onde não haja profissional titulado na área de hematologia, cabe ao diretor técnico informar a esse Conselho o médico que é reconhecido pelo Sistema Estadual de Sangue como devidamente qualificado conforme RDC Anvisa 34/2014, para que o mesmo receba uma liberação provisória com validade de um ano até que sejam cumpridas as exigências da Resolução do CFM 2007/2013.

Certidão de regularidade nosserviços de hematologia

Sugestões e recomendações do Fórum medicina do tráfego

26 | Revista CRemeRs | Dezembro - 2014

atUalização

Quase 15 mil leitos de internação – aqueles destinados a pacientes que precisam permanecer num hospital por mais de 24 horas – foram desativados na rede pública de saúde desde julho de 2010. Naquele mês, o país dispunha de 336,2 mil deles para uso exclusivo do Sistema Único de Saúde (SUS). Em julho deste ano, o número passou para 321,6 mil – uma queda de quase 10 leitos por dia. As informações foram apuradas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) junto ao Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), do Ministério da Saúde. O período escolhido levou em conta informação do próprio governo de que os números anteriores a 2010 poderiam não estar atualizados. Em números absolutos, os estados das regiões Sudeste são

os que mais sofreram com redução no período, em grande parte pelos resultados do Rio de Janeiro, onde 5.977 leitos foram desativados desde julho de 2010. Na sequência, aparece o Nordeste, com 3.533 leitos desativados no período. Já a região Sul é a única que apresenta alta de leitos. O Rio Grande do Sul passou a contar com mais 894 leitos de internação, 64 leitos complementares e 831 leitos de repouso e observação. Santa Catarina e Paraná tiveram um aumento, no total dos tipos de leitos, de 833 e 938, respectivamente. Dentre as especialidades mais afetadas no período, em nível nacional, constam pediatria cirúrgica (-7.492 leitos), psiquiatria (-6.968), obstetrícia (-3.926) e cirurgia geral (-2.359)

em quatro anos, sUs perde 14,7 mil leitos de internação

atestado médico para perícia no INSSA Defensoria Pública da União encaminhou ofício

ao Cremers solicitando que os médicos sejam orienta-

dos sobre quais informações devem constar em atestado

médico para perícia no INSS. A Resolução INSS/PRES Nº

278, de 21 de março de 2013, determina que conste no

atestado, entre outros dados, o diagnóstico do segurado

na forma da CID-10.

Em Nota Técnica disponível na seção Legislação do

Portal Cremers, a Assessoria Jurídica do Conselho esclarece

que a codificação do diagnóstico não é obrigatória, ficando a

critério do médico. Além disso, seu apontamento no atestado

só pode ser feito mediante autorização expressa do segurado,

que deve constar no próprio documento.

Trecho da Nota Técnica:

“Dessa forma, cabe ao médico decidir a melhor forma

de apontar no atestado médico o diagnóstico, seja mediante

o código (CID-10) ou determinando-o de forma expressa.

Ressalta-se, assim, que o médico não possui obrigação de

especificar no atestado médico o diagnóstico codificado,

sendo, portanto, faculdade desse profissional colocar a CID-

10 nesse documento.

No tocante ao apontamento do diagnóstico no atestado

médico, importante destacar que o artigo 5º da Resolução

CFM nº 1658/2002 estabelece que, nos casos de solicitação de

paciente para que médico especifique o diagnóstico, deverá

constar expressamente no atestado a autorização do paciente

para que seja aposto o diagnóstico nesse documento médico:

“Art. 5º Os médicos somente podem fornecer ates-

tados com o diagnóstico, codificado ou não, quando por

justa causa, exercício do dever legal, solicitação do próprio

paciente ou de seu representante legal.

Parágrafo Único: no caso da solicitação de colocação de

diagnóstico, codificado ou não, ser feita pelo próprio pacien-

te ou seu representante legal, esta concordância deverá estar

expressa no atestado.”

“Em face desse contexto legal, conclui-se que o apon-

tamento do diagnóstico, codificado ou não, no atestado

médico deve estar expressamente autorizado pelo paciente,

devendo constar essa concordância no próprio documento

referente ao atestado médico.

Ressalta-se que, caso o médico coloque a CID-10 no

atestado sem a autorização do paciente, incorrerá em infra-

ção ética prevista no artigo 73 do Código de Ética Médica,

caso não ocorram as causas justificadoras previstas nesse

dispositivo – motivo justo e dever legal.

Confira a nota na íntegra em www.cremers.org.br

Dezembro - 2014 | Revista CRemeRs | 27

orientação

Mesa redonda debate a ortotanásia e cuidados paliativos

Uso terapêutico das células-troncoA reunião de outubro da Academia Sul-Rio-Grandense

de Medicina, que ocorreu no dia 25, discutiu um

tema controverso: o uso terapêutico das células-tronco.

Participaram do debate os professores Jaderson Costa da

Costa, neurologista (PUCRS), Paulo Roberto Brofman,

cirurgião cardiovascular (PUCPR), e Renato Kalil, cirurgião

cardiovascular (Instituto de Cardiologia do RS).

No encontro, foi exposto o objetivo primário da

medicina regenerativa, que é o de recuperar a estrutura

e a função de órgãos lesados, de modo que se consiga

viver mais e melhor. Quanto ao uso de células-tronco,

existe uma série de restrições médicas, éticas e religiosas.

Atualmente, a legislação brasileira permite a utilização

somente de embriões congelados há mais de três anos

e sempre com o consentimento da família envolvida.

A terapia celular é a troca de células doentes por

células novas e saudáveis e este é um dos possíveis usos

para as células-tronco no combate a doenças. O trata-

mento inclui diversas enfermidades como AVC isquêmi-

co, epilepsia, diabetes e cirrose. Também há pesquisas

desenvolvidas em relação à doença de Parkinson e

Alzheimer. Na reunião, foi ressaltado que os resultados

da terapia celular ainda são modestos que a manuten-

ção da pesquisa na área é imprescindível.

Realizada no dia 27, a reunião da Academia de

Medicina do mês de setembro contou com uma mesa

redonda que discutiu o tema “Ortotanásia”. Na ocasião,

também foi feita uma homenagem ao Dr. José Geraldo

Vernet Taborda, falecido em agosto. Participaram da

mesa redonda Gilberto Schwartsmann, José J. Camargo,

Jefferson Piva e o padre João Inácio Piccoli, professor de

teologia da PUCRS.

No painel, foi destacado que o médico moderno

deve entender que há muito a fazer mesmo depois de

perder o controle da doença do paciente. É necessária a

inclusão da disciplina de cuidados paliativos no currículo

das escolas de medicina. A primeira exigência médica

nesta situação é controlar o sofrimento físico e depois o

sofrimento espiritual e familiar.

Outra questão levantada é que a decisão de não

reanimar pacientes terminais não deve estar centralizada

apenas no médico, contando com a participação dos

familiares e enfermeiros que vivenciam as condições do

paciente diariamente. A presença da família na hora da

morte também deve ser estimulada.

Ortotanásia é o nome dado ao processo pelo qual

se opta por não submeter um paciente terminal a

procedimentos invasivos que adiam sua morte, mas,

ao mesmo tempo,

comprometem sua

qualidade de vida.

Assim, a ortotaná-

sia foca na adoção

de procedimentos

paliativos, buscan-

do o controle da

dor e de outros,

de modo que a

morte aconteça

naturalmente. Dr. Gilberto Schwartsmann

Reunião de 25 de Outubro no Cremers

28 | Revista CRemeRs | Dezembro - 2014

aCademia de mediCina

No último de seus encontros mensais em 2014,

realizado no dia 29 de novembro, a Academia Sul-Rio-

grandense de Medicina prestou homenagem ao Cremers.

Uma placa foi entregue ao Conselho, na pessoa do

presidente Fernando Weber Matos, e recebida pelo pri-

meiro secretário Isaias Levy das mãos do presidente da

Academia, José Camargo.

A homenagem é extensiva à diretoria do Cremers

que, no dia 10 de novembro, estreitou a parceria com

a Academia através de ações no programa de educação

médica continuada. O Cremers recebeu aplauso dos

acadêmicos após relato do acordo feito por Camargo.

O coordenador de Patrimônio do Cremers, Iseu Milman,

também esteve presente.

Durante a reunião, foram homenageados os aca-

dêmicos: João Pedro Marques Pereira, Nelson da Silva

Porto, Paulo Crespo Ribeiro, Carlos Grossman, Henrique

Sarmento Barata e Ellis D’Arrigo Busnello.

A mesa diretora do evento contou com o presidente da

Academia, José Camargo, o 1º vice-presidente, Fernando

Antônio Lucchese, a 2ª vice-presidente, Maria Helena Itaqui

Lopes e, a primeira-secretária, Sirlei dos Santos Costa.

Medicina e políticaA segunda parte da reunião mensal foi destinada a

palestras do deputado federal Osmar Terra e do senador

eleito Ronaldo Caiado, que abordaram o tema “O Futuro

da Medicina Brasileira na Conjuntura Política Atual”.

Terra defendeu a ideia de um concurso público e

plano de carreira para todas as categorias da saúde como

forma de melhor atender a população: “É um absurdo o

governo federal não promover um concurso público e

ceder os aprovados aos municípios que tanto precisam

de atenção à saúde".

Caiado, por sua vez, criticou o programa Mais

Médicos, a campanha do Ministério da Saúde sobre racis-

mo e a ação do governo para alterar o ensino médico,

entre outras iniciativas que atingem a Medicina. “O gover-

no já destinou para Cuba em função do Mais Médicos

mais de R$ 1 bilhão”, afirmou. Sobre a carreira de estado

para médicos, Caiado defende que o salário inicial seja

equivalente ao dos auditores federais, R$ 28 mil mensais.

Presentes também o senador eleito Lasier Martins e o

deputado federal Onix Lorenzoni. A mesa teve condução

do acadêmico Germano Bonow.

Academia de medicina presta homenagem ao Cremers

Homenagem ao Cremers ocorreu na reunião do dia 29/11

Atual conjuntura política e a medicina em debate Auditório do Cremers recebeu um grande público

Dezembro - 2014 | Revista CRemeRs | 29

r$ 131 bilhões

O Ministério da Saúde deixou de aplicar cerca de

R$ 131 bilhões no Sistema Único de Saúde (SUS) desde

2003. O valor é quase equivalente ao que estados e

municípios gastaram no setor durante todo o ano pas-

sado – cerca de R$ 142 bilhões. A conclusão é o do

Conselho Federal de Medicina (CFM), que, com base em

dados do Sistema Integrado de Administração Financeira

(Siafi), revela em detalhes os resultados da falta de quali-

dade da gestão financeira em saúde.

No período apurado, pouco mais de R$ 1 trilhão foi

autorizado para o Ministério da Saúde no Orçamento

Geral da União (OGU). Os desembolsos, no entanto,

chegaram a R$ 891 bilhões. Já em 2013, apesar do

maior orçamento já executado na história da pasta –

quase R$ 93 bilhões –, o valor efetivamente gasto repre-

sentou 88% do que havia sido previsto.

Recursos não aplicados prejudicam o atendimento

O presidente do CFM, Carlos Vital, diz que com R$ 131

bilhões seria possível construir 320 mil Unidades Básicas de

Saúde de porte I (destinada e apta a abrigar, no mínimo, uma

Equipe de Saúde da Família); edificar 93 mil Unidades de

Pronto Atendimento de porte III (com capacidade de atender

até 450 pacientes por dia) ou, ainda, aumentar em quase três

mil o número de hospitais públicos de médio porte.

“Sabemos que esse dinheiro não seria aplicado todo

em uma única ação, mas pela comparação com o que

se poderia fazer, tomamos consciência do tamanho do

desperdício”, lamentou. Recente análise do CFM mostrou,

por exemplo, que as obras em saúde previstas na segunda

edição do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC

2) previam um investimento global de R$ 7,2 bilhões, dos

quais 13% foram concluídos até abril deste ano.

Falta de investimentos em obras e equipamentos

O Governo Federal afirma investir na compra de

equipamento e na construção, reforma e ampliação de

unidades de saúde. Dados apurados pelo CFM mostram

que entre 2003 e 2013 foram autorizados R$ 81 bilhões

específicos para este fim. No entanto, apenas R$ 30,1

bilhões foram efetivamente gastos e outros R$ 46,3

bilhões deixaram de ser investidos. Em outras palavras,

de cada R$ 10 previstos para a melhoria da infraestrutura

em saúde, R$ 5,6 deixaram de ser aplicados.

Em 2014, a dotação prevista para os investimentos

do Ministério da Saúde é de quase R$ 10 bilhões. Até

20 de outubro, R$ 3,7 bilhões foram pagos, incluindo

os restos a pagar quitados (compromissos assumidos

em anos anteriores rolados para os exercícios seguintes).

Somente R$ 4 bilhões foram empenhados, ou seja, 41%

do autorizado. O empenho é a primeira etapa do gasto

público, uma espécie de reserva que se faz do dinheiro

quando um produto ou serviço é contratado pelo gover-

no. No ano passado, o Ministério da Saúde conseguiu

“reservar” apenas metade dos recursos autorizados para

investimentos.

“É curioso observar o quão distante a saúde está da

prioridade orçamentária. Só este ano, o Governo investiu

mais que o dobro do valor da saúde – R$ 8,6 bilhões

– em armamento militar (blindados, aviões de caça e

submarinos nucleares). Até compreendemos a importân-

cia da proteção à soberania nacional, mas enfrentamos

uma guerra real e diária contra a falta de infraestrutura

na saúde pública e que precisa de muito mais recursos

que os investidos numa guerra invisível”, lamentou o

presidente do CFM.

É o que o governo deixou de aplicar

na saúde pública desde 2003. Por dia,

são R$ 28 milhões que deixaram de ser

destinados ao Sistema Único de Saúde.

30 | Revista CRemeRs | Dezembro - 2014

Gestão de saÚde

Proposta do IPE é rejeitada

Em assembleia realizada no dia 26 de novembro

na Amrigs, os médicos credenciados ao IPE-Saúde não

aceitaram, de forma unânime, a proposta de acordo

apresentada pelo Instituto de Previdência do Estado do

Rio Grande do Sul (Ipergs).

O coordenador da Comissão Estadual de

Honorários Médicos (CEHMRS) e diretor do Simers,

Jorge Eltz de Souza, apresentou a proposta do Ipergs

aos profissionais e resumiu: “Não temos como assi-

nar um acordo que não tem uma proposta concreta

para os médicos”. Eltz e o conselheiro do Cremers

Iseu Milman frisaram que as instâncias deliberativas

do Sindicato, da Amrigs e do Conselho, que

representam os médicos no Grupo Paritário de

trabalho com o Instituto, se manifestaram pela

não assinatura do acordo.

O diretor da Amrigs, Jorge Utaliz, acrescen-

tou que o Instituto se comprometeu apenas, para

2014, com a transcrição dos 2,5 mil procedi-

mentos da sua tabela (THP) para a Classificação

Brasileira Hierarquizada de Procedimentos

Médicos (CBHPM), com mais de 4 mil itens.

O Ipergs tem mais de um milhão de benefi-

ciários e a remuneração mais baixa entre os planos. Sem

reajuste há mais de três anos, a defasagem no valor da

consulta chega a mais de 28%. O valor da consulta do

IPE-Saúde é R$ 47,00, sendo que o beneficiário paga parte

dessa quantia. No acordo de agosto de 2011, o IPE se

comprometeu de implantar, na sua plenitude, a CBHPM

em 31 de dezembro do mesmo ano."Aguardaremos a

implantação da CBHPM prometida para 2014 e continua-

remos buscando uma remuneração justa e adequada, que

valorize o trabalho do médico", frisou Milman.

Confira a proposta em: www.cremers.org.br

Assembleia realizada em 26 de novembro na Amrigs

aGenda

XII Jornada Celpcyro sobre Saúde Mental» Local: Hotel Laghetto Viverone Moinhos, em Porto Alegre/RS» Informações: (51) 3388-4944 | [email protected]

26 e 27

5 A 7

30 de AbRIL

2 A 5 de

de JUNHO

de MARçO

A 2 de MAIO

AGOSTO

V Congresso Brasileiro de Perícia Médica Previdenciária» Local: dall’Onder Grande Hotel, em bento Gonçalves/RS » Informações: www.congressoperito.com.br

XIX Congresso Sul-Brasileiro de Ortopedia e Traumatologia» Local: Costão do Santinho Resort Golf & Spa, em Florianópolis/SC» Informações: www.sulbra2015.com.br

VIII Congresso Franco-Brasileiro de Oncologia» Local: expo Unimed Curitiba, em Curitiba/PR» Informações: www.cbc.org.br/eventos/xxxi-congresso-brasileiro-de-cirurgia

Dezembro - 2014 | Revista CRemeRs | 31

Valorização

Três conselheiros do Cremers assumiram vagas no Conselho

Federal de Medicina em cerimônia realizada dia 1º de outubro

em Brasília. O atual segundo secretário do Cremers, Cláudio

Balduíno Souto Franzen, é conselheiro titular. O coordenador

da comissão de fiscalização do Cremers, Antônio Celso Ayub,

foi reeleito conselheiro suplente do CFM.

Também tomou posse o diretor técnico do Instituto de

Medicina Preventiva do Hospital Mãe de Deus, Newton

Barros, indicado pela Associação Médica Brasileira (AMB). O

médico já foi presidente da Associação Médica do Rio Grande

do Sul (Amrigs). A nova composição do CFM irá atuar pelos

próximos cinco anos.

Novo presidente

Na ocasião, o médico pernambucano Carlos Vital Tavares

Corrêa Lima, 64 anos, tomou posse no cargo de presidente do

CFM, em substituição a Roberto Luiz d’Ávila.

Gaúchos tomam posse no CFM

Dr. Cláudio Balduíno Souto Franzen

Dr. Antônio Celso Ayub

Dr. Newton Barros

morre ex-ministro adib Jatene

A carreira:• Diretor-geral do Hospital do Coração e do Instituto Dante Pazzanese, em São Paulo.• 20 mil procedimentos cirúrgicos no currículo.• 700 trabalhos científicos publicados em publicações nacionais e internacionais, como autor e coautor.• Realizador da primeira cirurgia de ponte de safena no Brasil.• Criador de elementos para a área de cirurgia cardíaca, como válvulas e marca-passos.• Secretário estadual da Saúde de São Paulo (1979-1982), na gestão de Paulo Maluf, e ministro, na mesma área, durante os mandatos de Fernando Collor (1992, durante oito meses) e Fernando Henrique Cardoso (1995-1996, por 22 meses). No governo FHC, criou a Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira (CPMF).

Adib Jatene morreu no dia 14 de novembro, aos 85 anos, vítima de infarto. Foi duas vezes ministro da Saúde durante os mandatos de Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso e o criador da Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira (CPMF), que permitiu destinar mais recursos para a saúde pública.

Cardiologista formado na Universidade de São Paulo (USP), o acriano deixou um grande legado para a medicina. Jatene, referência em cirurgia cardíaca, executou o primeiro implante de ponte de safena no Brasil. Formou gerações de profissionais e marcou pacientes e colegas pelo forte humanismo que norteava sua prática.

32 | Revista CRemeRs | Dezembro - 2014

Conselho Federal

Dr. Cláudio Balduíno Souto Franzen(Conselheiro do CMF)

Dr. Antônio Celso Ayub(Conselheiro Suplente do CFM)

procedimentos estéticos

A recente morte de uma mulher de 39 anos, em Goiás, após ter sido submetida à aplicação de um tipo de hidrogel com finalidade estética gerou comoção nacional. Essa tragédia levou o Conselho Federal de Medicina (CFM) vir a público alertar a sociedade para riscos aos quais pacientes podem estar expostos. Sendo assim, a autarquia informa que:

1) A realização de procedimentos invasivos deve ser feita apenas por médicos capacitados, como forma de reduzir a chance de surgimento de problemas de saúde para o paciente, com consequências graves e definitivas;

2) Esta prerrogativa está prevista na Lei 12.842/13, que estabelece os procedimentos invasivos como ato privativo dos médicos;

3) A determinação tem como base a exigência de que os responsáveis pelos procedimentos tenham formação adequada, com conhecimentos médicos e sobre a interação de fórmulas utilizadas no processo, apesar da aparente simplicidade de aplicações de substâncias no corpo humano;

4) Além disso, o médico é o profissional preparado para enfrentar possíveis complicações decorrentes dessa aplicação, sabendo tratá-las da forma correta;

5) Vale ainda ressaltar que os locais de realização de procedimentos invasivos precisam contar com infraestrutura necessária para sua execução, atendendo aos requisitos mínimos estabelecidos pela Resolução CFM nº 2.073/2014.

Finalmente, o CFM pede às autoridades que coíbam a atuação de indivíduos não médicos e à revelia da Lei nº 12.842/13, que com promessas de resultados mirabolantes interrompem vidas e deixam sequelas em homens e mulheres.

decisão judicial sobre exercício da acupuntura

Profissionais de educação física não podem praticar a acupuntura. Esta foi a decisão tomada recentemente pela 7ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, ao julgar ação anulatória de ato administrativo proposta pelo CFM contra a Resolução 62/2003 do Conselho Federal de Educação Física. De acordo com a decisão, o CFEF não tem poder de estender o seu próprio campo de trabalho por meio de resolução normativa.

Pelo acórdão, aprovado por unanimidade, o profissional de educação física não pode praticar atos que a legislação não permita, sob pena de que a Constituição Federal seja ferida no inciso que trata da regulamentação das profissões.

O conselheiro federal pelo Rio Grande do Sul e integrante da Comissão de Tomada de Contas do CFM, Cláudio Franzen, elogiou a decisão do TRF. “Foi feita justiça”, afirmou. O conselheiro gaúcho defende que o sistema judiciário também seja acionado contra o Conselho Federal de Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais (Crefito), que tem estimulado os fisioterapeutas a realizarem perícias médicas.

"A lei do ato médico é clara: a perícia é um ato médico e não pode ser exercida por outro profissional da saúde. Ainda bem que a Justiça tem evitado essas invasões de áreas, que têm sido estimuladas pelo próprio governo", declarou Franzen.

Dezembro - 2014 | Revista CRemeRs | 33

Homenagem póstumaEm sessões ordinárias realizadas nos dias 7 de outubro e 4 de novembro, o Corpo de

Conselheiros do Cremers prestou homenagem a médicos recentemente falecidos, destacando

seus grandes serviços à medicina.

• Dr. Antônio Augusto Roesch da Silva, nascido em 12/06/1931, natural de Rio Grande. Formado pela UFRGS, em 1995. Falecido aos 82 anos, em 7/12/2013.

• Dr. Gemir Fabris, nascido em 09/10/1935, natural de Lagoa Vermelha, RS. Formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em 1962. Falecido aos 78 anos, em 12/08/2014.

• Dr. Antônio Carlos Pinto de Souza, nascido em 27/07/1945, natural de Porto Alegre, RS. Formado pela Universidade Federal de Santa Maria, em 1973. Falecido aos 69 anos, em 14/08/2014.

• Dr. Moacir Azevedo Fensterseifer, nascido em 28/03/1950, natural de Irai, RS. Formado pela Fundação Universidade Federal de Ciência da Saúde de Porto Alegre, em 1974. Falecido aos 64 anos, em 02/08/2014.

• Dr. André Luis Alves Fraga, nascido em 22/09/1979, natural de Porto Alegre, RS. Formado pela Fundação Universidade Federal de Ciência da Saúde de Porto Alegre, em 2005. Falecido aos 35 anos, em 17/09/2014.

• Dr. Pedro Almiro Fauth, nascido em 21/03/1951, natural de Porto Alegre, RS. Formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em 1976. Falecido aos 63 anos, em 25/05/2014.

• Dr. Carlos Roberto Marranghello, nascido em 11/12/1953, natural de Porto Alegre, RS. Formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em 1977. Falecido aos 59 anos, em 18/08/2013.

• Dra. Denise Ribeiro Soares, nascida em 31/01/1967, natural de Bagé, RS. Formada pela Universidade Católica de Pelotas, em 1995. Falecida aos 46 anos, em 11/11/2013.

• Dr. Denizard da Silva e Souza, nascido em 27/12/1923, natural de Santa Maria, RS. Formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1947. Falecido aos 86 anos, em 14/05/2010.

• Dr. Elias Nemetz, nascido em 24/01/1928, natural de Getúlio Vargas, RS. Formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em 1953. Falecido aos 86 anos, em 01/08/2014.

• Dr. Clovis Weissheimer, nascido em 08/01/1941, natural de São Sebastião do Caí, RS. Formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em 1967. Falecido aos 73 anos, em 25/06/2014.

• Dr. Marco Aurelio Carpes Marcon, nascido em 11/04/1944, natural de São Francisco de Assis, RS. Formado pela Fundação Universidade Federal de Ciência da Saúde de Porto Alegre, em 1973. Falecido aos 70 anos, em 02/08/2014.

• Dra. Joacenira Helena Sezera, nascida em 23/07/1949, natural de Porto Alegre, RS. Formada pela Universidade Católica de Pelotas, em 1975. Falecida aos 65 anos, em 27/07/2014.

• Dr. Juan Jose Gabriel Fava, nascido em 28/03/1932, natural da Argentina. Formado pela Universidad Nacional Del Nordeste, em 1969 e Diploma Revalidado pela Universidade Federal de Goiás, em 1978. Falecido aos 82 anos, em 05/08/2014.

• Dr. Roberto Matte Scherer, nascido em 31/12/1959, natural de São Leopoldo, RS. Formado pela Fundação Universidade Federal de Ciência da Saúde de Porto Alegre, em 1983. Falecido aos 54 anos, em 20/10/2014.

• Dr. Edson Jose Baron, nascido em 10/03/1955, natural de Caxias do Sul, RS. Formado pela Universidade de Caxias do Sul, em 1978. Falecido aos 59 anos, em 18/10/2014.

• Dr. Luciano Scomazzon, nascido em 06/11/1974, natural de Garibaldi, RS. Formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em 2000. Falecido aos 39 anos, em 07/02/2014.

• Dr. Eitel Frederico Schuler, nascido em 21/08/1931, natural de Marcelino Ramos, RS. Formado pela Fundação Universidade Federal de Ciência da Saúde de Porto Alegre, em 1964. Falecido aos 82 anos, em 28/07/2014.

• Dra. Maria Lucia dos Santos Carvalhal, nascida em 16/11/1954, natural de Pelotas, RS. Formada pela Universidade Federal de Pelotas, em 1982. Falecida aos 59 anos, em 11/09/2014.

34 | Revista CRemeRs | Dezembro - 2014

oBitUário

A professora e médica Gissele Licht Silva morreu em Porto Alegre, em 10 de março, de uma doença de rápida evolução, aos 70 anos. Nascida em Porto Alegre, fez o curso de Medicina na UFCSPA. De acordo com familiares e amigos, preocupava-se muito com os desassistidos, além de ter sempre trabalhado na antiga Enfermaria 42 da Santa Casa de Misericórdia da Capital, na especialidade de gastroenterologia infantil.

Esteve em muitos congressos e mesas redondas no país e no exterior, como apresentadora e coordenadora de trabalhos e novas pesquisas. Por vários anos foi professora, ajudando na formação de novos médicos e trabalhou também no Ministério da Saúde do Estado. Admiradora dos esportes, a médica era grande torcedora do Inter.

DElEgaCIaS DO CREMERSSeccional Delegado Fone Endereço | e-mail

Alegrete Dr. Luiz Carlos Diniz Barradas (55) 3422.4179 R. Vasco Alves, 431/402 | CEP 97542-600 | [email protected]

Bagé Dr. Cesar Alfeu Iamin de Mello (53) 3242.8060 R. General Neto, 161/204 | CEP 96400-380 | [email protected]

Bento Gonçalves Dr. José Vitor Zir (54) 3454.5095 R. José Mário Mônaco, 349/701 | CEP 95700-000 | [email protected]

Cachoeira do Sul Dra. Leisa Maria Behr Gaspary (51) 3723.3233 R. Senador Pinheiro Machado, 1020/104 | CEP 96506-610 | [email protected]

Camaquã Dr. Tiago Bonilha de Souza (51) 3671.0751 R. Luiza Maraninche, 1700 | CEP 96180-00 | [email protected]

Carazinho Dr. Airton Luis Fiebig (54) 3330.1049 Sem Sede - [email protected]

Caxias do Sul Dr. Luciano Bauer Grohs (54) 3221.4072 R. Bento Gonçalves, 1759/702 | CEP 95020-412 | [email protected]

Cruz Alta Dr. João Carlos Stona Heberle (55) 3324.2800 R. Venâncio Aires, 614/45 e 46 | CEP 98005-020 | [email protected]

Erechim Dr. Paulo Cesar Rodrigues Martins (54) 3321.0568 Av. 15 de Novembro, 78/305 | CEP 99700-000 | [email protected]

Ijuí Dra. Marilia Raymundo Thome da Cruz (55) 3332.6130 R. Siqueira Couto, 93/406 | CEP 98700-000 | [email protected]

Lajeado Dr. Fernando Jose Sartori Bertoglio (51) 3714.1148 R. Fialho de Vargas, 323/304 | CEP 95900-000 | [email protected]

Novo Hamburgo Dr. Luciano Alberto Strelow (51) 3581.1924 R. Joaquim Pedro Soares, 500/55 e 56 | CEP 93510-320 | [email protected]

Osório Dr. Luis Fernando Ilha de Souza (51) 3601.1277 Av. Jorge Dariva, 1153/45 | CEP 95520-000 | [email protected]

Palmeira das Missões Dr. Joaquim Pozzobon Souza (55) 3742.3969 Sem Sede - [email protected]

Passo Fundo Dr. Henrique Luiz Oliani (54) 3311.8799 R. Teixeira Soares, 885/505 | CEP 99010-010 | [email protected]

Pelotas Dr. Victor Hugo Pereira Coelho (53) 3227.1363 R. Barão de Santa Tecla, 515/602 | CEP 96010-140 | [email protected]

Rio Grande Dr. Job José Teixeira Gomes (53) 3232.9855 R. Zalony, 160/403 | CEP 96200-070 | [email protected]

Santa Cruz do Sul Dr. Gilberto Neumann Cano (51) 3715.9402 R. Fernando Abott, 270/204 | CEP 96825-150 | [email protected]

Santa Maria Dr. Floriano Soeiro de Souza Neto (55) 3221.5284 Av. Pres. Vargas, 2135/503 | CEP 97015-513 | [email protected]

Santa Rosa Dr. Carlos Alberto Benedetti (55) 3512.8297 R. Fernando Ferrari, 281/803 | CEP 98900-000 | [email protected]

Santana do Livramento Dr. Tiago Silveira de Araujo Lopes (55) 3242.2434 R. 13 de Maio, 410/501 e 502 | CEP 97573-500 | [email protected]

Santo Ângelo Dr. Rafael Rodrigues da Fontoura (55) 3313.4303 R. Três de Outubro, 256/202 | CEP 98801-610 | [email protected]

São Borja Dr. Ary Poerscke (55) 3431.5086 R. Riachuelo, 1010/43 | CEP 97670-000 | [email protected]

São Gabriel Dr. Ricardo Lannes Coirolo (55) 3232.6555 Sem Sede - [email protected]

São Jerônimo Dr. Roberto Schuster (51) 3651.1135 Sem Sede - [email protected]

São Leopoldo Dra. Solange Maria Seidl Gomes (51) 3566.2486 R. Primeiro de Março, 113/708 | CEP 93010-210 | [email protected]

Três Passos Dr. Lauro Erni Borth (55) 3522.2548 Sem Sede - [email protected]

Uruguaiana Dr. Jorge Augusto Hecker Kappel (55) 3412.5325 R. Treze de Maio, 1691/204 | CEP 97501-538 | [email protected]

dra. Gissele licht silva

Dezembro - 2014 | Revista CRemeRs | 35

IMPRESSO – Fechado.Pode ser aberto pela ECT

Endereço para devolução: CREMERS Avenida Princesa Isabel, 921 - Porto Alegre - RS - 90620-001

REINTEgRADO AO SERvIçO POSTAl EM _____/_____/_____

_____/_____/_____ _________________________________RESPONSávEl

MUDOU-SE DESCONHECIDO RECUSADO FAlECIDO AUSENTE

NÃO PROCURADO END. INSUFICIENTE CEP NÃO EXISTE O N° INDICADO INFORMAçÃO ESCRITA PElO PORTEIRO OU SÍNDICO

USO ExClUSIvO DOS CORREIOS

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Feliz Natal e um próspero 2015!Para o próximo ano, desejamos

que os seus sonhos sirvam de

inspiração para as suas conquistas.