medicina do trabalho · especialidade de medicina do trabalho tem características um pouco...
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Medicina do TrabalhoInfografia da Especialidade
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Queremos com este conteúdo contribuir para um processo de escolha mais informado, que esclareça os estudantes de medicina e médicos recém-formados
acerca das características das diversas especialidades médicas, sem, contudo, pretender substituir o habitual procedimento de decisão a que os Internos de Ano Comum, ano após ano, recorrem: a visita aos serviços e o contacto com
diversos colegas.
A informação aqui apresentada foi recolhida e sistematizada pela nossa equipa editorial. Salientamos que as informações circunstanciais sobre a formação específica são de difícil sistematização dada a sua escassez e variabilidade
consoante o local e no tempo.No fim poderás encontrar as fontes das informações aqui prestadas.
Esperamos que te sejam úteis!
categoria
Total: 48 Meses (4 ANOS)
Constituído por sete estágios obrigatórios em Medicina do Trabalho, Medicina Interna, Pneumologia ou Imunoalergologia, Ortopedia e Traumatologia, Dermatovenereologia, Medicina Legal e Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) e dois estágios opcionais.
Medicina Interna
(6M)
Medicina do
Trabalho(27M)
Pneumologia ou Imunoalergologia
(3M)
Ortopedia e Traumatologia
(3M)
Dermato-venereologia
(3M)
Medicina Legal (1M)
ACT(1M)
Os estágios obrigatórios
devem iniciar -se pela Medicina
Interna.Durante este
estágio, o interno realizará serviço
de urgência, integrado na equipa deste
serviço.
Os 6 meses seguintes a
Medicina Interna e os
últimos 9 meses são
obrigatoria- mente
efetuados no serviço de
medicina do trabalho.
Este estágio será realizado num destes
dois serviços, dependendo do que, na
instituição de colocação, apresentar
maior envolvimento na área laboral. Em
situação de igualdade será realizado em
Pneumologia.
É objetivo de desempenho a
execução de técnicas clínicas de
diagnóstico, terapêutica e
prevenção nas patologias comuns
nesta área, com particular ênfase para as doenças ocupacionais do
aparelho locomotor.
O objetivo de desempenho é a
execução de técnicas clínicas de
diagnóstico, terapêutica e
prevenção nas patologias comuns
nesta área, com particular ênfase para as doenças
ocupacionais da pele.
Dos objetivos de conhecimento
faz parte o processo de peritagem
médico-legal, nomeadamente a avaliação do
dano pós traumático no
âmbito do direito do trabalho.
Neste estágio, um dos
objetivos de desempenho é acompanhar as atividades
desenvolvidas em matéria de
segurança e saúde do trabalho.
Visão geral do programa da especialidade (Consultar Portaria em Diário da República*)
*Dados obtidos e resumidos de Diário da República nº307/2012 de 8 de outubro do Ministério da Saúde. Diário da República: I Série, nº 194 (2012)
Total: 48 Meses (4 ANOS)
Constituído por sete estágios obrigatórios em Medicina do Trabalho, Medicina Interna, Pneumologia ou Imunoalergologia, Ortopedia e Traumatologia, Dermatovenereologia, Medicina Legal e Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) e dois estágios opcionais.
Opcionais (4M)
Estágio clínico opcional (3 M):
Este estágio será realizado numa das seguintes áreas: Medicina física e reabilitação; Psiquiatria; Medicina geral e familiar;
Infecciologia.
Estágio opcional (1 M):
Este estágio será realizado num serviço de medicina do trabalho não hospitalar, em instituição com idoneidade reconhecida pela Ordem dos
Médicos para esse fim.
Podem ainda ser consideradas outras opções de estágio, desde que relevantes para a especialidade e reconhecidas pela Ordem dos Médicos.
O período de estágios opcionais pode, em alternativa, ser também preenchido pelo prolongamento de qualquer um dos estágios obrigatórios.
Visão geral do programa da especialidade (Consultar Portaria em Diário da República*)
*Dados obtidos e resumidos de Diário da República nº307/2012 de 8 de outubro do Ministério da Saúde. Diário da República: I Série, nº 194 (2012)
* Dados concurso IM de 2017 (Apresentam-se as notas de PNS da última vaga escolhida)
58% 1557
51% 1645
* Dados concurso IM 2016 e 2017
* Dados concurso IM 2017 (Obtidos do mapa capacidades formativas para início especialidade em 2018)
satisfação
Bigotte Vieira M., Godinho P, Gaibino N., Dias R., Sousa A., Madaleno I. Satisfação com o Internato Médico em Portugal.Acta Med Port 2016 Dec;29(12):839-853
Martins MJ, Laíns I, Brochado B, Oliveira-Santos M, Teixeira PP, Brandão M. Satisfação com a Especialidade entre os Internos da Formação Específica em Portugal.Acta Med Port 2015 Mar-Apr;28(2):209-221
Estudo de evolução prospectiva de médicos no Sistema Nacional de Saúde. Relatório produzido pela Universidade de Coimbra para a Ordem dos Me ́dicos. Junho, 2013Consultar também: Actuais e Futuras Necessidades Previsionais de Me ́dicos (SNS). Administração Central do Sistema de Saúde. Setembro, 2011
Representa-se a oferta de especialistas, ou seja, o número de especialistas (global e novos especialistas) em 2025, num cenário sem limitações à formação pós-graduada e num cenário com limitações (definiu-se como limite: 1550 vagas de acesso ao internato médico/ano).
Em baixo, representam-se as necessidades de especialistas de acordo com um cenário de manutenção do actual ra ́cio de especialistas / populac ̧a ̃o e um cenário desejável de acordo com a recomendação pelos Colégios das Especialidades.
Da análise, prevê-se um défice de especialistas para 2025.
testemunho de um especialista
Sendo uma especialidade médica que assenta, em boa medida, em bases normativas e legais a especialidade de Medicina do Trabalho tem características um pouco diferentes da generalidade das restantes especialidades médicas.
Isto não significa que, em momento algum, nós, médicos especialistas em Medicina do Trabalho, sejamos “médicos burocratas”; muito pelo contrário: somos médicos, essencialmente de medicina preventiva, usando constantemente a ferramenta Epidemiologia, mas também clínicos, pilares do bem-estar da população trabalhadora, quer a nível físico, como ao nível mental e no local de trabalho.
Embora houvesse, em Portugal, um plano transitório de formação em Medicina do Trabalho desde há vários (demasiados) anos, actualmente a única via de acesso ao grau de Especialista, nesta área, é o Internato Médico (que existe desde 2013).
Estamos, por isso, numa fase de transição na qual a concorrência de Médicos não especialistas (e até de não médicos…) é, de alguma forma, desleal.
Resposta a "O que diria a um estudante interessado em ingressar na especialidade de Medicina do Trabalho?"
testemunho de um especialista Ao longo dos anos sempre se sobrevalorizou o aspecto burocrático em detrimento do aspecto clínico
devido a pressões externas – das próprias empresas prestadoras de serviços, da entidade empregadora e até da exiguidade do valor do acto médico. No fundo, vulgarizou-se este último por ser encarado apenas como uma obrigatoriedade legal.
Mas, então, porque deve um jovem médico escolher Medicina do Trabalho?
Porque trabalhamos com uma subpopulação fantástica: a população trabalhadora.
Somos médicos de médicos, somos médicos de empregados fabris, somos médicos de pilotos de aviação, somos médicos de uma associação de solidariedade social. Cada um deles com especificidades tão próprias.
Muitos dos nossos utentes não têm Médico de Família. E nós somos “os seus médicos”.
Não somos uma Especialidade massificada; por isso, o potencial de crescimento é imenso – há muito já desenvolvido, mas muito mais há a desenvolver.
Resposta a "O que diria a um estudante interessado em ingressar na especialidade de Medicina do Trabalho?"
testemunho de um especialista Com a disseminação de Boas Práticas e a Vigilância do seu cumprimento poderemos chegar a
intervir no setting “local de trabalho” de praticamente todas as patologias (de todas as áreas médicas) dando o nosso contributo estudando, investigando, prevenindo e tratando. É, por isso, fundamental o conhecimento transversal da Medicina, e de das mais variadas as profissões, do ponto de vista Médico (quando queremos prevenir a pneumoconiose p. ex.) e da Higiene e Segurança (quando queremos melhorar as condições de segurança num serviço de internamento hospitalar ou numa obra de construção civil p. ex.)
Quanto ao balanço entre vida pessoal/profissional: dependerá de quanto quer o médico trabalhar. Se a Administração Pública portuguesa cumprisse a Legislação aplicável nesta área teríamos a necessidade imediata de cerca de três centenas de especialistas a tempo inteiro. Se atentarmos que somos cerca de 1000 especialistas, e que a idade média dos médicos desta especialidade anda nos 61 anos, facilmente se entende que precisamos de jovens médicos, dos melhores, disponíveis para com entusiasmo participarem no trilhar desta carreira médica fascinante.
Dr. Mário FreitasMembro da Direção do Colégio da Especialidade de Medicina do Trabalho
Dra. Maria José AlmeidaIFE de Medicina do Trabalho do CHP
Resposta a "O que diria a um estudante interessado em ingressar na especialidade de Medicina do Trabalho?"
Serviço de Urgência:1) Nº de horas2) Noites/fins de semana
Satisfação com a especialidade
Dada a alta variabilidade entre locais de formação e a grande mutabilidade ano após ano, sistematizar toda esta informação seria incompatível com o formato adoptado para esta infografia.
Assim, aqui ficam algumas sugestões de informações a obter pelos alunos/IACs com internos/especialistas dos diversos locais de formação.
Formação1) Idoneidade total?2) Organização3) Tempo para estudo?4) Regularidade/qualidade de formações
Horário-tipo semanal
Estágios fora1) Estrangeiro2) Formação complementada noutro centro3) Outros Centros Hospitalares Portugal
Ambiente no serviço: entre internos, entre especialistas
Liberdade para definição subespecialidade