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ORGANIZADOR 1 FUNDAÇÃO ELETRONUCLEAR DE ASSISTÊNCIA MÉDICA FEAM 2014 PSICÓLOGO PROVA OBJETIVA

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ORGANIZADOR 1

FUNDAÇÃO ELETRONUCLEAR DE ASSISTÊNCIA MÉDICA – FEAM 2014 PSICÓLOGO – PROVA OBJETIVA

ORGANIZADOR 2

FUNDAÇÃO ELETRONUCLEAR DE ASSISTÊNCIA MÉDICA – FEAM 2014 PSICÓLOGO – PROVA OBJETIVA

LÍNGUA PORTUGUESA

A violência não é uma fantasia Lya Luft

A violência nasce conosco. Faz parte da nossa bagagem psíquica, do nosso DNA, assim como a capacidade de cuidar, de ser solidário e pacífico. Somos esse novelo de dons. O equilíbrio ou desequilíbrio depende do ambiente familiar, educação, exemplos, tendência pessoal, circunstâncias concretas, algumas escolhas individuais.

Vivemos numa época violenta. Temos medo de sair às ruas, temos medo de sair à noite, temos medo de ficar em casa sem grades, alarmes e câmeras, ou bons e treinados porteiros.

As notícias da imprensa nos dão medo em geral. Não são medos fantasiosos: são reais. E, se não tivermos nenhum medo, estaremos sendo perigosamente alienados. A segurança, como tantas coisas, parece ter fugido ao controle de instituições e autoridades.

Nestes dias começamos a ter medo também dentro dos shoppings, onde, aliás, há mais tempo aqui e ali vêm ocorrendo furtos, às vezes assaltos, raramente noticiados. O que preocupa são movimentos adolescentes que reivindicam acesso aos shoppings para seus grupos, em geral, organizados na internet.

É natural e bom que grupos de jovens queiram se distrair: passear pelos corredores, alegres e divertidos, ir ao cinema, tomar um lanche, fazer compras. Porém correr, saltar pelas escadas rolantes, eventualmente assumir posturas agressivas ou provocadoras e bradar palavras de ordem, não é engraçado.

Derrubar crianças ou outros jovens, empurrar velhos e grávidas, não medindo consequência de suas atitudes, não é brincadeira. Shoppings são lugares fechados, com grande número de pessoas, e, portanto, podem facilmente virar perigosos túneis de pânico.

Juventude não é sinônimo de grossura e violência (nem de inocência e ingenuidade). Neste caso, os que perturbam são jovens mal-educados (a meninada endinheirada também não é sempre refinada…) ou revoltados.

Culpa deles? Possivelmente da sociedade que, por um lado, lhes aponta algumas vantagens materiais, por outro não lhes oferece boas escolas, com muito esporte também em fins de semana, nem locais públicos de prática esportiva com qualidade (esportistas famosas como as tenistas irmãs Williams, meninas pobres, começaram em quadras públicas americanas).

Parece que ainda não se sabe como agir: alguns jornalistas ou psicólogos e antropólogos de plantão, e gente de direitos humanos às vezes tão úteis, acham interessante e natural o novo fenômeno, recorrendo ao jargão tão gasto de que “as elites” se assustam por nada, ou “as elites não querem que os pobres se divirtam”, e “os adultos não entendem a juventude”.

Pior: falam em preconceito racial ou social, palavrório vazio e inadequado, que instiga rancores. As elites, meus caros, não estão nos nossos shoppings; estão em seus iates e aviões pelo mundo.

No momento em que as manifestações violentas de junho estão aparentemente calmas (pois queimam-se ônibus e crianças, há permanentes protestos menores pelo Brasil), achar irrestritamente bonito ou engraçado um movimento juvenil é irresponsabilidade. E é bom lembrar que, com shoppings fechando ainda que por algumas horas, os empregados perdem bonificações, talvez o emprego.

As autoridades (afinal, quem são os responsáveis?) às vezes parecem recear uma postura mais firme e o exercício de autoridade: como pode ocorrer na família e na escola, onde reinam confusão e liberalismo negativo, queremos ser bonzinhos, para desamparo dessa meninada.

Todos devem poder se divertir, conviver. Mas cuidado: exatamente por serem jovens, os jovens podem virar massa de manobra. Os aproveitadores de variadas ideologias, ou simplesmente os anarquistas, os violentos, estão sempre à espreita: já começam a se insinuar entre esses adolescentes, ou a organizar grupos de apoio a eles — certamente sem serem por eles convidados.

Bandeiras, faixas, punhos erguidos e cerrados e palavras de ordem não são divertimento, e nada têm a ver com juventude. Não precisamos de mais violência por aqui. É bom abrir os olhos e descobrir o que fazer enquanto é tempo.

(www.veja.abril.com.br)

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1) De acordo com o texto de Lya Luft, pode-se afirmar que a violência:

a) é parte integrante do nosso DNA, da mesma forma que o cuidado e a solidariedade o são b) está determinada com base no meio em que se vive, estando descartado o componente genético c) equivale ao nosso DNA, de modo que vai determinar o nível de cuidado e de atenção com o próximo d) torna-se evidente quando o tema é DNA, pois o meio é excludente e define os traços psíquicos do

indivíduo

2) No segundo parágrafo, a repetição da expressão “Temos medo de” tem uma intenção estilística, a qual pode ser compreendida como:

a) modo de enfatizar todos os medos sociais, já que, assim, eles podem ser valorizados e extintos b) meio de deflagrar para o leitor que os medos são inerentes ao ser humano desde sempre c) estratégia linguística que pode facilitar a leitura de maneira a não desgastar tema “medo” d) modo de elencar, de forma enfática, a quantidade de medos que temos hoje

3) Segundo o texto, no que diz respeito às notícias dadas pela imprensa, o medo está associado à:

a) proficiência por reconhecer que não há perspectivas de práticas de autoritarismo b) ociosidade em função de não se ter o que fazer para melhorar c) indignidade no exercício do papel de um cidadão participativo d) consciência acerca da realidade em que se vive

4) No quinto parágrafo, a maneira como a autora constrói estruturalmente seu discurso nos permite a observação de que esta se baseia, respectivamente, em uma relação de:

a) tristeza/ alegria b) coesão/ submissão c) concessão/ restrição d) causa/ consequência

5) Em termos de modo de organização do discurso, é correto afirmar que o texto de Lya Luft é predominantemente:

a) narrativo b) descritivo c) expositivo d) argumentativo

6) No nono parágrafo, a autora faz uso de aspas em alguns momentos. Este uso serve como:

a) estratégia para separar a fala da autora de outra(s) voz(es) b) modo de se enfatizar o valor estilístico das palavras/ expressões em foco c) meio de se amenizar o significado desses termos/ expressões entre aspas d) forma de situar o leitor acerca da verdade indiscutível presente nestas falas

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7) “...palavrório vazio e inadequado...” É possível afirmar que o processo de formação do termo “palavrório” é: a) conversão b) parassíntese c) derivação sufixal d) composição por aglutinação

8) “... ‘as elites não querem que os pobres se divirtam’...” No período destacado, a oração sublinhada exerce função sintática igual àquela sublinhada em: a) Não havia muitas atividades. b) As mulheres querem salários dignos. c) Os homens são seres incompreendidos. d) De repente, ninguém ouviu mais a voz dele.

9) “As elites, meus caros, não estão nos nossos shoppings; estão em seus iates e aviões pelo mundo.” A expressão sublinhada na passagem em destaque sinaliza: a) traço oficial de coloquialidade, típica deste gênero textual, pois há intertextualidade e não existem

falácias na construção do texto b) possível desejo de aproximação com o leitor, a fim de que se construa um texto com traços de

cumplicidade entre enunciador/ coenunciador c) elo determinado pela atração das partes do discurso, de modo que elas possam interagir, mesmo que

concordando uma com a opinião da outra necessariamente d) viável intenção de aproximação com o leitor, entretanto, sem dar a ele abertura real à troca de

informações, já que um texto não pode dialogar com o leitor

10) “As notícias da imprensa nos dão medo em geral.” A função sintática da expressão sublinhada é: a) objeto indireto b) adjunto adnominal c) complemento nominal d) objeto direto preposicionado

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

11) Em “Escritos sobre a medicina”, Canguilhem (2005) analisa as relações modernas entre medicina e doença. De acordo com essa referência, é possível afirmar que essas relações: a) se reduzem apenas à medicina clínico-experimental, suas instrumentalizações e técnicas b) incluem fatores políticos como o interesse no “componente humano” das forças produtivas c) apartam os conceitos médicos do adoecer cotidiano das pessoas devido ao especialismo d) se manifestam pela habitual escuta médica pela “dimensão subjetiva” e “objetiva” da doença

12) No livro “Escritos sobre a medicina”, Canguilhem (2005) trata da noção de saúde como “verdade do corpo”. A esse respeito, o autor diz que essa “verdade”: a) obriga que o filósofo venha militar pela total liberação dos corpos da “tutela da medicina” b) é uma verdade de exatidão, desvelada pelas operações do corpo como um mecanismo c) admite a ciência, pois se o corpo do homem não é só objeto, viver também é conhecer d) é definida como estado de completo bem-estar físico, moral e social

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13) Em “O nascimento da clínica”, Foucault (1994) se refere à constituição da medicina como “primeiro discurso científico sobre o indivíduo”. Uma das características desse discurso é: a) considerar que o homem ocidental só se pôde constituir como objeto de ciência por referência à sua

própria destruição: desrazão para a psicologia, cadáver para medicina b) admitir a reiteração da medicina como um discurso analógico, como distribuição racional-linguística das

doenças nos termos da tradição botânica, como “jardim das espécies” c) fazer restar ineliminável, para a medicina moderna, a dimensão metafísica do “mal”, depurada, nessa,

pelo fino processo de purificações psicológicas e epistemológicas d) ter implicações metodológicas: a medicina formatará as “ciências do homem” e como saber positivo ela

propõe o divórcio entre ciência e filosofia, saber e morte

14) Ao versar sobre os desenvolvimento da clínica médica entre o século XVIII e XIX, Foucault (1994) fala de um “olhar múltiplo” da medicina, ligado a uma “consciência política” e ao surgimento de um “novo estilo de totalização”. Essa totalização se relaciona a numa série de fatores, EXCETO: a) problema da implantação dos médicos no campo, pois se deseja um controle estatístico da saúde, graças

ao registro dos nascimentos e das mortes b) processo de progressiva especialização do olhar médico que forma um quadro exaustivo e fechado, o qual

se manifesta nas então clássicas enciclopédias c) consciência que se pede a cada indivíduo, que este esteja medicamente alerta e, ainda, informado do

que é necessário e possível saber em medicina d) uma rede generalizada de médicos, cujos olhares cruzados exercem em todos os lugares e momentos do

tempo, uma vigilância constante, móvel, diferenciada

15) Em “O lugar da psicanálise na medicina”, Lacan (2001) aponta para algumas das repercussões da ciência no que diz respeito ao aparecimento de novas questões para os médicos. Nas considerações acerca do manejo da demanda, o autor assevera que: a) para integrar a postura médica à ciência − em sua efetividade de simbolizar o real − a manobra da

demanda deve ser atrelada aos benefícios terapêuticos b) em seu ofício junto a um sujeito, o analista é convocado por sua posição a retornar a demanda ao

paciente como algo “idêntico” àquilo que esse deseja c) ao responder à demanda de reconhecimento daquele que sofre como “doente”, encontra-se a chance de

sobrevivência da posição propriamente médica d) ao evocarem questões éticas, a demanda e o gozo do corpo permitem responder à subversão da posição

do médico pela ascensão da ciência

16) Acerca da concepção freudiana de ansiedade (angústia), pode-se dizer que esta: a) equivale à sensações físicas relativas à respiração, ao coração e às inervações motoras b) como afeto inerente às neuroses de transferências, deve sua origem à clivagem do ego c) apresenta como característica uma qualidade de “indefinição” e de “falta de objeto” d) implica o afeto de desprazer e os atos de descarga, mas não as percepções destes 17) A partir do texto “Inibições, sintomas e ansiedade” de Freud (1925), é correto afirmar que: a) a ansiedade pode ser pensada como uma forma de reação a uma situação de “perigo” b) o sintoma se caracteriza por ser a restrição normal de uma função do aparelho psíquico c) na inibição impera o mecanismo de supercompensação das funções operatórias do ego d) na repressão, o representante pulsional é deslocado e a libido é transformada em angústia

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18) Em consonância com o conceito psicanalítico de “narcisismo”, é lícito afirmar que: a) a libido narcísica atinge seu estágio mais elevado no caso de uma pessoa apaixonada, quando essa

pessoa “recalca” o objeto amado em sua personalidade b) os investimentos autoeróticos atestam a existência de um ego original, polo de catexias libidinais e base

para o desenvolvimento de investimentos futuros c) na megalomania, o narcisismo se origina do retraimento da libido afastada do mundo externo, agora

dirigida para o ego, às expensas da libido objetal d) no caso de um homem enfermo, esse retira suas catexias libidinais de volta para seu próprio ego e as

põe para fora novamente quando se recupera 19) A partir do conceito de “hipocondria”, evocado por Freud (1914), em “Sobre o narcisismo: uma introdução”, é correto proferir que: a) a hipocondria e a neurose de angústia são “neuroses de transferência” b) a erogenicidade é característica própria de partes estritas do corpo c) a ansiedade hipocondríaca é a contraparte da ansiedade neurótica d) a hipocondria responde às mesmas leis das “doenças somáticas” 20) De acordo com o escrito “O estádio do espelho como formador da função do eu”, de Jacques Lacan (1998), é correto afirmar que esse “estádio”: a) manifesta uma matriz simbólica no qual o “eu” se precipita numa forma primordial b) é uma identificação que aliena o sujeito à sua imagem como “corpo despedaçado” c) é um drama cujo impulso interno precipita-se da maturação para a instrumentalização d) revela a supremacia da inteligência instrumental do infans em relação às outras espécies 21) Num passo da fenomenologia para a metapsicologia do aparelho psíquico, as concepções freudianas sobre o “luto” permitem tecer algumas considerações sobre os quadros depressivos. De acordo com essas concepções, é correto afirmar que: a) a autotortura, na melancolia e neurose obsessiva, significa a satisfação das tendências de sadismo e ódio

relacionadas a um objeto, que retornaram ao eu do indivíduo b) diferentemente do luto, a melancolia se manifesta por um desânimo profundamente penoso, cessação de

interesse pelo mundo externo e perda da capacidade de amar c) a diminuição dos sentimentos de autoestima, a autorrecriminação, o autoenvilecimento e a expectativa

delirante de punição são características do processo neurótico de luto d) o luto é o processo patológico ligado à perda de um ente querido ou alguma abstração que ocupou o

lugar de um ente querido, como o país, a liberdade ou o ideal de alguém 22) A partir de “Os complexos familiares na formação do indivíduo”, de Lacan (2003), é correto afirmar que: a) a cultura introduz uma nova dimensão na realidade social e na vida psíquica, enquanto a família

desempenha um papel secundário na transmissão da cultura b) a análise histórico-antropológica das famílias ditas “primitivas” demonstra um parentesco muito conforme

dessas com os laços familiares de consanguinidade c) para além da igualdade numérica, há uma identidade estrutural entre os componentes ditos “normais” na

família ocidental e os membros da família biológica d) o grupo reduzido composto pela família moderna não parece uma simplificação, mas pode ser visto,

antes, como uma “contração” da instituição familiar

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23) Em “Os complexos familiares na formação do indivíduo”, Lacan (2003) afirma que “complexos, imagos, sentimentos e crenças serão estudados em sua relação com a família e em função do desenvolvimento psíquico que organizam desde a criança criada na família até o adulto que a reproduz”. A partir desse contexto, leia as frases abaixo:

I. O “complexo de desmame”, a forma primordial da imago materna, relaciona-se tanto às contingências

da lactação quanto à separação entre o nascente e sua matriz, fundando os sentimentos mais arcaicos e estáveis que unem o indivíduo à família;

II. O “complexo da intrusão”, que articula as dimensões do fraterno, do ciúme e da identificação, mostra que o “irmão”, no sentido neutro, é objeto eletivo das exigências da libido, exigências essas dotadas de uma confusão entre amor e identificação;

III. O “complexo de Édipo” marca de um conflito triangular no sujeito ao atribuir a diferenciação máxima à personalidade antes do período de latência, conferindo aos confrontos sociais desse período, seu máximo de eficácia para a formação racional do indivíduo.

Está correto o que se afirma em:

a) I e II b) I e III c) II e III d) I, II e III

24) Em “A família e o desenvolvimento individual”, Winnicott (1980) pondera que “o processo de desenvolvimento pode ser descrito em termos de dependência absoluta, dependência relativa e um caminhar rumo à independência”. No que concerne a esse processo, ele tece considerações acerca da parceria mãe-bebê. Segundo essa referência, é INCORRETO dizer que, nessa parceria o(a):

a) chamado “holding” implica a capacidade de a mãe identificar-se com seu bebê b) apresentação de objetos ou “realização” substitui o impulso criativo da criança c) mãe vai ao encontro de um “estado original” de “não diferenciação” na criança d) manipulação do bebê contribui para a formação do real em oposição ao irreal

25) Winnicott (1980), ao versar sobre o “desenvolvimento emocional” da criança, pontua que “a família tem seu próprio crescimento, e a pequena criança experimenta mudanças que advêm da graduação e expansão das tribulações familiares”. Em consonância com essas referências, é INCORRETO dizer que a(s):

a) criança como um “fato real” deve-se adequar às fantasias de bem e mal inerentes à vida psíquica de seus

pais b) “contribuição” dos pais à família depende muito de seu relacionamento com o círculo mais amplo que os

envolve c) grande parte da alegria que a criança humana traz aos pais é que essa produz vida, e não é apenas

mantido vivo d) crianças requerem dos pais algo além do amor, algo que continue vivo mesmo quando os filhos são

odiados ou fazem por sê-lo

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26) Em “Psicanálise e hospital: a criança e sua dor” (MOURA,1999), são evocadas certas condições para o luto que também na infância, requer elaboração. Entre essas condições pode-se citar:

a) a aceitação da morte do outro, ainda que, inconscientemente, não de sua própria b) a situação atual não remeta a outras formas de perdas anteriores não elaboradas c) o processo de identificação da criança com o ente perdido seja o mais amplo possível d) uma relação com o outro em que a ambivalência própria ao processo negativize o amor

27) Em “Psicanálise e hospital: a criança e sua dor”, Moura (1999), aborda a questão da relação da criança portadora de doenças crônicas com a significação da doença, processo que pode deixar consequências verificadas no próprio corpo da criança. Acerca do direcionamento, nesses casos, cabe dizer que compete ao clínico:

a) oferecer, com sua escuta, um ato capaz de operar uma separação b) construir um setting estandardizado para melhor tratar dessa questão c) promover a alienação da relação da criança ao real de sua cronicidade d) mobilizar o sofrimento no corpo para proteger o sujeito do trauma psíquico

28) No livro “Psicodiagnóstico V”, a entrevista clínica é definida como “um conjunto de técnicas de investigação, de tempo delimitado, dirigido por um entrevistador treinado, que utiliza conhecimentos psicológicos, em uma relação profissional, com o objetivo de descrever e avaliar aspectos pessoais, relacionais ou sistêmicos [...], em um processo que visa a fazer recomendações, encaminhamentos ou propor algum tipo de intervenção em benefício das pessoas entrevistadas”. A partir da exploração desses elementos na obra citada, é correto dizer que:

a) a palavra “técnica” denota apenas instrumentos estandardizados e reconhecidos como procedimentos

padronizados que possibilitam investigar os temas em questão b) a expressão “procedimento dirigido” comporta, como exceção que funda a regra, as entrevistas “livres”,

posto que nessas o entrevistador pode carecer de objetivos definidos c) a palavra “relação profissional”, não implica, como evidencia o caso das “entrevistas lúdicas”, atribuições

diferenciadas de papéis, posto que essas se definem no encontro clínico d) o termo “treinamento” evoca, além dos cursos universitários formais, a prática supervisionada,

reconhecida como “melhor estratégia para a consolidação dessa aprendizagem”

29) Segundo Cunha (2007), as “entrevistas psicológicas” podem ser pensadas através de vários parâmetros, como seus objetivos e finalidade. Acerca desses parâmetros, é correto dizer que a:

a) “entrevista diagnóstica” prioriza aspectos sindrômicos em detrimento dos psicodinâmicos, posto que tem,

como principal função, a pronta classificação de um quadro ou síndrome b) “triagem” mostra-se de pouca valia em situações de crise, posto que, nesse momento de desintegração

da personalidade, mister se faz a contenção química e física do paciente c) “entrevista devolutiva” mantém seu aspecto avaliativo, pois permite verificar a atitude do sujeito em

relação à avaliação e às recomendações, seu desejo de segui-las ou recusá-las d) entrevista de “anamnese” resta problemática na terapia infantil, uma vez que, devido à relação de

dependência entre a criança e os pais, há alterações na história cronológica do paciente

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30) Segundo Cunha (2010), o psicodiagnóstico é um processo científico que parte geralmente de um encaminhamento. De acordo com essa referência, o encaminhamento:

a) pode restringir-se às questões essenciais, fundadas em observações ou informações prévias, em razão de sigilo profissional

b) pressupõe ser responsabilidade de quem indica o atendimento psicológico o esclarecimento dos fatores inerentes ao caso

c) implica que quem recomenda atendimento psicológico prescinde da ideia de que o caso apresenta questões de cunho psíquico

d) sugere tratar-se de fonte segura para o levantamento de informações, sendo sua confiabilidade ligada ao tipo de problema relatado

31) De acordo com a resolução 007/2003, do Conselho Federal de Psicologia, o objetivo de um “relatório ou laudo psicológico” é:

a) apresentar procedimentos e conclusões gerados pela avaliação psicológica, relatando o encaminhamento, intervenções, diagnóstico, prognóstico e evolução do caso, orientação e sugestão de projeto terapêutico e, se preciso, solicitação de acompanhamento psicológico, fornecendo apenas as informações necessárias relacionadas à demanda, solicitação ou petição

b) tecer afirmações sobre as condições psicológicas de quem, por requerimento, o solicita, com fins tais quais os de justificar faltas e/ou impedimentos do solicitante, estar apto ou não para atividades específicas, após realização de um processo de avaliação psicológica, solicitar afastamento e/ou dispensa do solicitante, subsidiado na afirmação atestada do fato

c) informar a ocorrência de fatos ou situações objetivas relacionados ao atendimento psicológico, com a finalidade de declarar comparecimento do atendido e/ou do acompanhante, afirmar ocorrência de acompanhamento psicológico do atendido, expor informações sobre as condições objetivas mínimas do atendimento (tempo de acompanhamento, dias ou horários)

d) propor uma resposta esclarecedora, no campo do conhecimento psicológico, através de uma avaliação especializada, de uma “questão problema”, visando a dirimir dúvidas que estão interferindo em uma determinada decisão, sendo, por conseguinte, uma resposta a uma consulta, que exige daquele que responde competência no assunto

32) De acordo com a resolução 007/2003, do Conselho Federal de Psicologia, a respeito do “relatório ou laudo psicológico”, é correto afirmar que:

a) as considerações geradas pelo processo de avaliação psicológica prescindem da análise da demanda no processo de avaliação psicológica como um todo

b) o relatório ou laudo psicológico deve conter, em sua estrutura formal, no mínimo os três seguintes elementos: identificação, procedimento e conclusão

c) após a narração conclusiva, o documento é encerrado, com indicação do local, data de emissão, assinatura do psicólogo e o seu número de inscrição no CRP

d) o item “Procedimento” se destina a narrar informações referidas à problemática apresentada, os motivos, razões e expectativas que produziram o pedido do documento

33) O Código de Ética do Profissional Psicólogo (CFP, 2005) prevê que esse profissional:

a) nos documentos que embasam as atividades em equipe multiprofissional, registre as informações absolutamente necessárias para o cumprimento dos objetivos do trabalho

b) participe de atividade em meios de comunicação, zelando para que as informações prestadas disseminem sua competência profissional e filiação teórica

c) utilize de quaisquer meios de registro e observação prática psicológica, subordinando-se às normas da instituição em que o trabalho psicológico se desenvolve

d) no atendimento à criança, ao adolescente ou ao interdito, comunique aos responsáveis todas as informações disponíveis sobre o caso

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34) O Código de Ética do Profissional Psicólogo (CFP, 2005) NÃO prevê que o psicólogo: a) forneça, a quem de direito, na prestação de serviços psicológicos, informações concernentes ao trabalho

a ser realizado e ao seu objetivo profissional b) assuma responsabilidades profissionais em quaisquer atividades para as quais ele seja demandado, com

vistas a ampliar sua área de intervenção c) responsabilize-se pelos encaminhamentos que se fizerem necessários para garantir a proteção integral

do atendido d) preste serviços profissionais em situações de calamidade pública ou de emergência, sem visar benefício

pessoal

35) No texto “Neurose e psicose”, Freud (1924a) traça, a partir de sua “segunda tópica”, relevantes considerações clínicas. No contexto da argumentação ali proposta, é correto dizer, acerca do conceito de “superego” que: a) deve ser tomado em consideração em toda enfermidade psíquica b) denota a afinidade da confusão alucinatória com os sonhos de punição c) torna flagrante a dimensão traumática dos sintomas nas “neuroses atuais” d) desempenha papel irrelevante nas neuroses e psicoses, se comparado à repressão

36) No artigo “A perda da realidade na neurose e na psicose”, Freud (1924b) teceu algumas aproximações e diferenciações até então inéditas entre essas duas categorias. Segundo esse texto, é correto dizer que: a) na psicose, o remodelamento sucede a fuga inicial da realidade; na neurose, a obediência inicial é

sucedida pela tentativa de fuga b) nas “neuroses narcísicas”, não há perturbação da relação entre o paciente e a realidade, fato que as

diferencia da paranoia c) nas neuroses, o fator decisivo é a predominância da realidade, enquanto que nas psicoses, esse fator é a

predominância do id. d) ao contrário das neuroses, na psicose há duas etapas: a clivagem do ego e a supressão das tentativas

de reparação

37) Ao se tomar como referência os debates propostos no escrito “A perda da realidade na neurose e na psicose”, é correto dizer que a “transformação da realidade”, na psicose: a) se executa a partir de criações autocráticas, à revelia dos precipitados psíquicos b) não guarda relações com o “mundo de fantasia”, sendo este próprio ao neurótico c) falha, ao contrário da neurose, na formação de um substituto completo d) pode evocar aflição e geração de angústia nos delírios e alucinações

38) Em “Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais”, Dalgalarrondo (2008) caracteriza um quadro de “crise de pânico” como: a) quadro composto de sintomas tanto depressivos quanto ansiosos, no qual nenhum dos dois tipos de

sintomas ocorrem o suficiente para, por si só, constituir um diagnóstico b) a presença de sintomas ansiosos excessivos, na maior parte dos dias, por pelo menos seis meses, de

insônia, angústia constante, irritabilidade e falta de concentração c) crises recorrentes, com desenvolvimento de medo de ter novas crises (perder o controle, ter um ataque

cardíaco ou enlouquecer) e sofrimento subjetivo significativo d) crises intensas de ansiedade, com sintomas de taquicardia, suor frio, tremores, entre outro, podendo ser

concomitante com quadros de despersonalização

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39) De acordo com Dalgalarrondo (2008), as seguintes categorias constituem subgrupos dos transtornos depressivos:

a) distimia e estupor depressivo b) depressão psicótica e ciclotimia c) depressão agitada e delírio hipocondríaco d) transtorno depressivo recorrente e delírio de culpa

40) A partir do livro “Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais” (DALGALARRONDO, 2008), são considerados sintomas negativos da esquizofrenia: a) negligência quanto a si e comportamento bizarro b) embotamento afetivo e hipopragmatismo c) catatonia e roubo de pensamento d) neologismos e parafasias

41) É um sintoma da “síndrome de dependência de álcool” (DALGALARRONDO, 2008),:

a) associação à bebida: o paciente consegue obter gratificação de outras fontes que não o álcool, desde que sob abstinência, associando-as à lembrança da bebida

b) reinstalação mais rápida da tolerância após a abstinência: a tolerância ao álcool, que demora anos para ocorrer, pode se reinstalar após poucos meses de abstinência

c) afirmação: após se encontrar gravemente acometido pelo uso da substância psicoativa, o alcoolista crônico tem o insight de que é dependente e que perdeu o controle da ingestão

d) enriquecimento do repertório: o paciente passa a desenvolver um padrão de ingestão de álcool cada vez mais complexo e ritualizado, discriminando as fontes de obtenção da substância

42) Ao teorizar sobre as relações entre os membros de um grupo, Bleger (2011) sublinha o que ele chama de “sincretismo”, um vínculo que se erige sob o “fundo de solidariedade e de indiscriminação”. De acordo com esse conceito, é correto afirmar que:

a) o sincretismo refere-se apenas a fenômenos ligados à constituição, organização e funcionamento de um grupo terapêutico

b) a imersão numa identidade grupal coincide com a identidade convencional, constituída pelos níveis mais integrados da personalidade

c) a “interação” destitui esse fundo comum da sociabilidade, assim como a figura de uma Gestalt se recorta do fundo ao qual ela se ligava

d) o sincretismo se impõe como matriz ou como estrutura básica de todo grupo e persiste, de maneira variável, durante toda a sua vida

43) Segundo Bleger (2011), “Um staff técnico de um hospital ou a sua equipe administrativa tendem, também, a estruturar-se como organizações, e as resistências à mudança não provêm necessariamente sempre ou apenas dos pacientes ou de seus familiares, mas muito mais frequentemente de nós mesmos enquanto integramos organizações e as organizações são parte de nossa personalidade.” Acerca desse processo de “estruturação” e de seus desdobramentos, é correto dizer que:

a) toda organização tende a ser radicalmente diferente da estrutura do problema que esta é constituída para enfrentar, daí os efeitos que corporificam sua iatrogenia

b) a função iatrogênica e de garantia das doenças que desempenham os hospitais relaciona-se ao efeito de manter uma clivagem, controlando a sociabilidade sincrética

c) a explicitação dos objetivos das organizações a todos os seus membros evita o risco desses serem suplantados pela simples perpetuação da organização como tal

d) a tendência à organização e à burocratização nos grupos, instituições e organizações se deve unicamente à preservação ou compulsão à repetição das interações

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44) “Ter em conta a história, a política, os objetivos fundadores de um estabelecimento, seja de saúde, de educação ou prisional, é uma diretriz fundamental, e o conceito de instituição, como veremos, auxilia a entender esse relevo institucional.” A partir do texto “Sobre o termo instituição e as práticas institucionais” (ALTOÉ, 2005), é correto afirmar que: a) quando há institucionalização, suspensão da dialética entre o instituinte e o instituído, esse grau de

rigidez pode favorecer o desenvolvimento do trabalho b) a institucionalização se torna desfavorável desde o momento em que “se inscreve na duração do tempo,

não se deixa questionar de fora e não se coloca mais em questão” c) o termo “instituição” coincide com o que Goffman nomeou como “instituição total”, um estabelecimento

que rege todos os aspectos da vida do interno no ambiente “intramuros” d) a tutela e infantilização do paciente hospitalizado, essas violências contra sua subjetividade, apagam a

ação de todo complexo institucional em sua memória consciente e inconsciente

45) Ao versar sobre a “Prática entre vários”, Di Ciacia (2005) aponta quatro pontos de basta para esse trabalho − “a parceria de cada membro da equipe”, a “reunião de equipe”, o “papel do responsável terapêutico” e o “ponto de referência teórico-clínico”. Ao se tomar tais conceitos em consideração, é correto afirmar que:

a) no “ponto de referência teórico-clínico” são considerados, além da supervisão e leitura de um corpus de

textos, dispositivos como a construção de experiências inter-institucionais − intercâmbios, jornadas de estudo, entre outros

b) o ponto “uma parceria de cada membro da equipe”, trata daquela parceria com o paciente e com o intercâmbio entre os diversos membros da equipe, regidos em primeiro lugar por sua especia lização e referencial teórico

c) o ponto “reunião de equipe” apresenta a função primordial de oferecer um espaço institucional e administrativo de trocas, constituído de modo a se limitar ao lugar de comunicação de informações ou de coordenação do trabalho

d) o ponto “o papel do responsável terapêutico” consiste em que um profissional opere como a referência teórica-clínica sobre a criança, devendo sempre ser consultado sobre intervenções junto ao paciente pelos demais membros da equipe

46) Em “Vastas confusões e atendimentos imperfeitos”, Figueiredo (1997) tece considerações sobre os “grupos de recepção”, que:

a) permitem maior efetividade no acolhimento de casos de urgência e emergência, pois ampliam a

capacidade da equipe multiprofissional ver e conter diversas formas de sofrimento b) defendem os grupos homogêneos formados por pacientes graves e/ou “inadequados”, de modo

reintegrar os estigmas da doença mental e as experiências do sofrimento psíquico c) buscam articular acolhimento constante e efeitos terapêuticos, enfatizando o trabalho em equipe e a

disponibilidade para tratar situações singulares e inventar soluções não-previstas d) visam, principalmente, concretizar um melhor desempenho na redução de filas de espera, posto que o

grupo admite o atendimento de vários pacientes e demandas simultaneamente

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47) Em “Vastas confusões e atendimentos imperfeitos”, Figueiredo (1997) aponta alguns efeitos da rígida hierarquização de modelos de “arranjo multiprofissional [...] para o funcionamento da equipe, a interação entre os profissionais e o trabalho clínico”. A partir desse contexto, analise as seguintes descrições e nomes desses modelos:

I. Modelo que supõe que a clínica possa ser reduzida a uma política pelas igualdades e que a doença ou o conflito psíquico sejam prioritariamente frutos da ordem social e de suas ideologias;

II. Modelo que consiste na redução dos conflitos ao individual como entidade em si mesma, concepção redundante que dá ao sujeito a ideia de que tudo depende de sua força de vontade;

III. Modelo cujo denominador comum é a objetivação do sintoma ou da doença como algo sobre o qual o sujeito tem pouco a fazer a não ser seguir prescrições medicamentosas ou educativas.

X) Modelo psicológico; Y) Modelo médico; Z) Modelo psicossocial. A série correta de correspondências entre as descrições de modelos e seus respectivos nomes, é: a) I-Z, II-X, III-Y b) I-X, II-Z, III-Y c) I-X, II-Y, III-Z d) I-Y, II- Z, III-X 48) Os “Cadernos HumanizaSUS: atenção hospitalar” (BRASIL, 2011) citam a estrutura organizativa e a tradição gerencial dos hospitais − burocracia, autoritarismo e centralização − como relevantes na produção de problemas como a assistência impessoal e fragmentada, a indefinição de vínculos entre usuários e profissionais, a fragmentação do trabalho e insatisfação dos trabalhadores e usuários. Uma experiência que visa alternativa a esse modelo é o(a): a) entendimento do trabalho em equipe como modos de setorização e formalização b) consolidação da estrutura organizacional, na divisão piramidal de recursos e trabalho c) construção de linhas dialógicas e espaços coletivos de produção de consensos internos d) gestão padronizada de trabalho e responsabilidades, que evitam a indefinição de papéis 49) Entre as questões levantadas pelos “Cadernos HumanizaSUS: atenção hospitalar” (BRASIL, 2011), há a discussão sobre a transformação da visão fragmentária sobre a morte e o morrer para um olhar globalizante, que implique um alargamento da consideração sobre esse fenômeno para além do problema técnico-operacional nas instituições hospitalares. De acordo com essa proposta, é INCORRETO dizer que: a) às equipes de saúde o trabalho com pacientes terminais apresenta-se um paradoxo: os currículos

acadêmicos preparam os profissionais de saúde para técnicas terapêuticas, mas não para conhecimentos que se mobilizam para acompanhar o morrer

b) a própria instituição deveria oferecer suporte ao trabalhador, posto que lidar com o sofrimento alheio é muito desgastante, suscitando questões que fazem o próprio sofrimento vir à tona, aumentando o risco de aparecimento de transtornos de base psicológica

c) os profissionais que lidam com o trabalho paliativo devem incorporar a escuta, coligada a todas as rotinas de cuidado, sendo esta vista como uma de suas expressões, não mais significada de forma pejorativa por tratar-se de uma ação tida como não terapêutica

d) é preciso novas práticas que reorientem os ritmos institucionais e/ou as necessidades práticas da equipe, de modo que ambos, paciente e equipe, sejam poupados da lida com a finitude, mobilizando-se energias para que a morte seja efetivamente relativizada

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50) O artigo “Visita aberta e direito a acompanhante: garantia de acesso, de inclusão e de cidadania”, publicado nos “Cadernos HumanizaSUS: atenção hospitalar”, traz a discussão acerca do manejo, pela equipe do hospital, do direito de visita. Como estratégia para articular esse direito ao funcionamento institucional, o texto sugere: a) trabalhos e dinâmicas de grupo com a equipe de saúde do hospital, de modo a otimizar o tempo, o que

permitiu uma diminuição da oferta de horários de visita b) o trabalho com grupos mistos de pacientes, equipe e acompanhantes, erigido de modo a apagar os

papéis sociais daqueles participantes envolvidos no dispositivo c) a triagem de acompanhantes a partir das urgências “objetiva” e “subjetiva”, noções que permitiram

desinflar o serviço, ao estabelecer critérios de prioridade e risco d) o duplo trabalho, através de “grupos de orientação aos acompanhantes” e de momentos e “rodas de

conversa” com a equipe, sobre o papel e a função do acompanhante

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