medeia vozes

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de Christa Wolf Uma celebração da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz 35 Anos

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No ano em que a Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz completa 35 anos de trajetória, estreia a sua mais nova criação coletiva para teatro de vivência: “Medeia Vozes”. O espetáculo que parte do mito de Medeia, tem como principal referência o romance homônimo de uma das mais notáveis escritoras alemãs, Christa Wolf. Em "Medeia Vozes", Wolf toma uma versão antiga e desconhecida do mito, e nos traz uma mulher que não cometeu nenhum dos crimes de que Eurípides a acusa. Por mais de dois mil anos, Medeia, uma das mais poderosas mulheres da mitologia grega, é acusada de várias atrocidades, tais como o fratricídio, o infanticídio e o envenenamento de Glauce, e é esta imagem que foi imposta à consciência ocidental que Wolf vem negar. O mito é questionado e reelaborado de maneira original, para analisar o fundamento das ordens de poder e como estas se mantêm ou se destroem.

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de Christa Wolf

Uma celebração da

Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz

35 Anos

Rosa Luxemburgo Rosa Luxemburgo (1871-1919) judia, polonesa, apaixonada militante, dirigente política e intelectu-al. Viveu intensamente seus 48 anos de vida. Foi uma combatente de primeira hora na luta contra o capitalismo. Criticou o revisionismo teórico da social-democracia e o oportunismo de direita das direções sindicais da Alemanha. Tornou-se mundialmente conhecida pela militância revolucio-nária ligada à Social-Democracia do Reino da Polônia e Lituânia e ao Partido Social-Democrata da Alemanha. Participou da fundação do grupo de tendência marxista do SPD, que viria a se tornar mais tarde o Partido Comunista da Alemanha (KPD). Em 1914, após o SPD apoiar a participação alemã na Primeira Guerra Mundial, Luxemburgo fundou, ao lado de Karl Liebknecht, a Liga Espartaquista. Rosa

seria presa ainda em 1915 devido a um violento discurso contra a guerra e o imperialismo. Na prisão, escreveria a sua obra clássica A crise da social-democracia. Em 1° de janeiro de 1919, a Liga transformou-se no KPD. Em novembro de 1918, durante a Revolução Espartaquista, ela fundou o jornal Die Rote Fahne (A Bandeira Vermelha), para dar suporte aos ideais da Liga. Quando a revolta foi esmagada pelas milícias de direita composta por veteranos da Primeira Guerra que defendiam a República de Weimar, Luxemburgo, Liebknecht e centenas de seus adeptos foram presos, espancados e assassinados sem direito a julgamento. Para Rosa Luxemburgo, o socialismo não é apenas uma esperança, mas o objetivo de uma indomável vontade de ação. Uma mulher completa, pela integridade, pelas reflexões e pelas ações políticas.

Phoolan Devi Phoolan Devi (1963-2001) nasceu numa família do clã mallaah (barqueiros), na pequena aldeia de Gorha ka Purwa. Era a segunda filha de uma família muito pobre de quatro meninas e um menino. Foi casada com onze anos a troco de um pequeno dote e passou a uma rotina de e s p a n c a m e n t o s , s e n d o

violentada e forçada a um árduo trabalho no campo. Na juventude foi diversas vezes violentada, até liderar um grupo de assaltantes que atacavam o comércio e as castas superiores. O imaginário popular afirmava que, em suas ações, protegiam mulheres e crianças e distribuíam parte do ganho. Pela sua ação, tida como violenta e justa, Phoolan foi cada vez mais assimilada pela população à deusa Devi, do hinduísmo, que restabelece o dharma através de uma epifania terrífica, na qual dá cabo a exércitos de demônios. Com muitas baixas em seu grupo e sem munição, Phoolan Devi entrega as armas mediante uma série de exigências. São cedidas terras para sua família e ela não deveria ser condenada à morte. Ela aguarda julgamento em reclusão durante onze anos, ao final dos quais são retiradas as acusações e é liberada. Em 1996, lança-se ao pleito democrático pelo Partido Socialista, sendo eleita ao Parlamento Indiano. Sua plataforma política consistiu na defesa dos estratos inferiores da população indiana: os de baixa casta, os sem-casta, mulheres, etc. Tornou-se símbolo de luta das classes mais baixas e sua vida foi tema de pelo menos quatro livros e do filme A Rainha Bandida.

Waris Dirie Waris Dirie (1965) sofreu mutilação genital aos cinco anos de idade. Fugiu da aldeia em que vivia com a família aos doze anos de idade, um dia após saber que seria obrigada por seu pai a se casar com um homem de 60 anos, do qual seria a quarta esposa. Na época, atravessou sozinha um dos desertos somalis inteiro, sofrendo de fome e sede e ficando com vários ferimentos nos pés, dos quais até hoje têm cicatrizes. Passou a adolescência trabalhando em Londres como faxineira. Enquanto trabalhava numa lanchonete, foi descoberta

por Terence Donovan, um grande fotógrafo, que a lançou no mundo como modelo. Waris Dirie converteu-se numa defensora da luta pela erradicação da prática da Mutilação Genital Feminina e atualmente é embaixadora da ONU. Escreveu vários livros sobre suas vivências e foi tema do um filme Flor do Deserto.

Domitila Chungara Domitila Barrios de Chungara (1937-2012) ficou conhecida no mundo todo quando a professora brasileira Moema Viezzer publicou o livro Si me permiten hablar...Testimonio de Domitila – uma mujer de l a s m i n a s d e B o l i v i a , depoimento dessa indomá-vel mineira, cuja coragem foi pedra de tropeço para as ditaduras militares que governaram a Bolívia, entre

1964 e 1982. Na juventude trabalhou como "palliri" (dedicada a recuperar minério entre os resíduos ou desmontes) para alimentar seus cinco irmãos e sua mãe doente, e sem planejar começou sua carreira política como secretaria executiva do Comitê das Donas de Casa do Século XX, um instrumento vital de apoio aos sindicatos de trabalhadores mineiros. Sua indignação contra os militares após o massacre de São João, em 24 de junho de 1967, custou a vida de seu filho que morreu ao nascer numa cela lúgubre, sem auxílio e vítima dos chutes e golpes dos militares, que a detiveram por afrontas. Essa convicção da luta conjunta de homens e mulheres, contra o sistema de exploração do trabalho, sacudiu desde seus pilares o palanque do Ano Internacional das Mulheres, que foi comemorado no México em 1975. Em dezembro de 1977, quatro esposas de trabalhadores mineiros começaram uma greve de fome, no arcebispado de La Paz, para exigir do Governo de Bánzer uma anistia política e o retorno à democracia mediante eleições gerais. Pouco depois, Domitila Chungara aderiu ao jejum e em poucos dias foi seguida por milhares de bolivianos, em todo o país, até conseguir o decreto de anistia para milhares de exilados políticos e a promessa de eleições.

Ulrike Meinhof Ulrike Marie Meinhof (1934-1976) foi uma jornalista, escritora, ativista e guerrilheira al-emã, mais conhecida como integrante da organização armada de extrema-esquerda Fração do Exército Vermelho (RAF), também conhecido como Grupo Baader-Meinhof, atuante na Alemanha Ocidental por três décadas. Foi presa em junho de 1972 e acusada de diversos crimes depois de dois anos de participação nas atividades da RAF, entre eles assaltos, atentados à bomba, assassinatos e

formação de organização terrorista. Em 9 de maio de 1976, ainda durante o período de julgamento e quando se festejava o Dia das Mães na Alemanha, Ulrike Meinhof foi encontrada morta em sua cela, enforcada com uma corda improvisada de uma toalha, sem deixar nenhuma carta de despedida a suas filhas ou a seus companheiros de prisão, os militantes da RAF, Andreas Baader, Gudrun Ensslin, Jan-Carl Raspe e Irmgard Möller. A investigação oficial concluiu que se tratara de suicídio, laudo contestado por acusações públicas de que a jornalista havia sido assassinada. Sua morte é alvo de controvérsias até hoje.

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